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Químicas
Profª. Carla Simone Grassmann
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profª. Carla Simone Grassmann
85.08080115
G768t Grassmann, Carla Simone
209 p. : il.
ISBN 978-85-515-0111-5
Profª. Carla Simone Grassmann
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES.......................................................... 1
VII
TÓPICO 2 – PROPRIEDADES DA MATÉRIA I................................................................................ 103
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 103
2 PROPRIEDADES DA MATÉRIA E DAS SUBSTÂNCIAS........................................................... 103
2.1 PROPRIEDADES GERAIS........................................................................................................ 103
2.2 PROPRIEDADES ESPECÍFICAS.................................................................................................... 105
2.3 PROPRIEDADES FUNCIONAIS.................................................................................................... 108
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 112
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 113
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 199
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 202
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 204
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 207
IX
X
UNIDADE 1
A MATÉRIA E SUAS
TRANSFORMAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Química é a ciência que estuda os materiais, sua composição e formas
de obtenção, bem como as transformações que sofrem, as energias envolvidas
nesses processos e a produção de novos materiais.
3
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Como um dos exemplos mais antigos de objetos obtidos por esta técnica,
tem-se um colar de cobre encontrado no norte do Iraque, datado de 8700 a.C.
(CHASSOT, 1995).
5
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
NOTA
2 TRANSFORMANDO A MATÉRIA
Caro acadêmico, para iniciarmos nossos estudos sobre a matéria e suas
transformações, é importante termos em mente que a maioria dos materiais
que utilizamos hoje não é obtida diretamente da natureza, mas por meio de
transformações de recursos naturais (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera),
sejam estes renováveis ou não renováveis.
Como citado por Vidotti et al. (2016), entre os materiais que são extraídos
da natureza e utilizados atualmente na agropecuária, na construção civil, na
indústria e como combustíveis (para transporte, aquecimento, cocção de alimentos
e caldeiras industriais), alguns são processados para uso imediato, como o carvão
mineral, pedras para revestimento, ferro, cobre, alumínio, enxofre etc. Outros
servem como matéria-prima na produção de materiais diversos, por exemplo, a
amônia, fertilizantes fosfatados, ácido sulfúrico. Todos esses processos envolvem
transformações químicas.
6
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
FONTE: A autora
7
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
NOTA
Todos os seres vivos, seja planta, bactéria ou ser humano, são feitos de matéria
e precisam de energia para que seu organismo funcione.
8
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
NOTA
9
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
10
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
11
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
FONTE: A autora
12
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
As moléculas da superfície do
As moléculas do interior do
líquido sofrem atração apenas para
líquido são atraídas para todas as
baixo e para os lados, formando
direções pelas moléculas vizinhas.
uma tensão na superfície.
FONTE: Adaptado de <https://goo.gl/1fD8rM>. Acesso em: jun. 2017.
13
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
E
IMPORTANT
A tensão superficial dos líquidos pode ser quebrada com ação de tensoativos,
como sabões e detergentes.
DICAS
No final deste tópico você encontrará uma prática bem interessante que pode
ser feita em casa, para observar o efeito da tensão superficial nos líquidos e como essa pode
ser quebrada. Confira e divirta-se.
Não possuem forma, nem volume definidos, quer dizer que assumirão o
formato do recipiente e ocuparão todo o espaço fornecido. Sofrem compressão
e expansão facilmente, como gás de cozinha, cilindros de oxigênio, ou quando
enchemos um pneu e o ar ocupa rapidamente todo o espaço.
14
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Núcleo
Elétron
Gás Plasma
FONTE: Disponível em: <http://agq-old.educacao.ws/index.
php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=9&id=236>. Acesso em: 5 jul. 2017.
15
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
16
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
17
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
NOTA
19
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
E
IMPORTANT
FONTE: A autora
NOTA
O gelo seco, apesar do nome nos indicar, não é formado por água, mas sim
por CO2 (dióxido de carbono) no estado sólido. Para saber mais sobre a forma de obtenção
e características do gelo seco, acesse o site: <http://www.infoescola.com/compostos-
quimicos/gelo-seco/>. Acesso em: 3 jul. 2017.
20
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
E
IMPORTANT
Sabe-se que o café solúvel é produto resultante da desidratação do extrato aquoso de café
(Coffea arábica e outras espécies do gênero Coffea) torrado e moído. Ele pode se apresentar
sob a forma de pó ou grânulos. De acordo com a Resolução CNNPA nº 12, de 1978, da
ANVISA, o produto deve respeitar algumas diretrizes para ser comercializado em território
nacional. Não são toleradas, por exemplo, quaisquer adições de conservantes ou outros
aditivos.
O assunto é tão sério que existe até uma associação que representa esta categoria específica
no mercado cafeeiro. A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS –, instituída
em 1972, nasceu para defender os interesses das empresas associadas, interagindo com o
Estado em todas as suas esferas (municipal, estadual e federal) em busca de definições de
políticas que melhor se adéquem às necessidades do setor como um todo e da economia
do país em geral.
Já contei as possíveis versões da origem do café solúvel na indústria, mas confesso que nem
imaginava como ele é feito. De acordo com a ABICS, existem quatro formas de produzi-lo:
SPRAY DRYING
Utiliza altas temperaturas sob alta pressão para concentrar o extrato aquoso (líquido de café
bem concentrado), em gotículas minúsculas. Quando em contato com o ar muito quente,
perde a umidade transformando-se em pó.
FREEZE DRYING
Ao contrário do processo anterior, utiliza temperaturas muito baixas para concentrar o
extrato aquoso previamente congelado. Utiliza-se o modo mais avançado de desidratação,
chamado liofilização. O produto reterá seu aroma devido às baixas temperaturas (- 20 °C). O
processo completo inclui: cristalização, granulação e secagem a frio.
AGLOMERADO
Outro tipo de café solúvel produzido pela indústria brasileira é o aglomerado, que é aromatizado
pela adição de óleo de café. Ele é seco em torre de secagem, depois é umedecido (não chega
a ser dissolvido em água) e, por isso, se aglomera em partículas maiores.
EXTRATO LÍQUIDO
É um extrato de café preparado pela remoção de água por cristalização e é obtido através de
métodos físicos.
FONTE: Disponível em: <http://www.mexidodeideias.com.br/barista-e-sommelier/como-o-
cafe-soluvel-e-produzido/>. Acesso em: 3 jul. 2017.
21
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Materiais e reagentes:
- Prato fundo
- Leite
- Corante alimentício (ao menos duas cores diferentes)
- Detergente de cozinha
- Palito de dente
Procedimento experimental:
Resultados e discussão:
22
TÓPICO 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Definição de matéria pela química: é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço,
apresentando massa e volume.
24
ᵒ Gás termiônico: as partículas, apesar de estarem a baixíssimas temperaturas,
ainda se comportam isoladamente e apresentam comportamentos
individuais.
ᵒ Superfluido de Polarintons: uma forma de matéria que reúne em um mesmo
material características de um supercondutor e de um raio laser.
25
AUTOATIVIDADE
a) –125 °C:
c) 25 °C:
b) –25 °C:
d) 125 °C:
e) 99 °C:
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Embora os termos substância e mistura sejam amplamente utilizados, e
a maioria das pessoas já ouviu ou utilizou algum desses termos, é muito fácil e
comum que eles sejam confundidos em relação ao que realmente representam,
mas dentro do estudo da química é de suma importância que saibamos diferenciá-
los, e é essa a proposta desta etapa.
2 SUBSTÂNCIAS PURAS
Substância Pura: é todo tipo de matéria que apresenta uma composição
química constante e propriedades físicas bem definidas, tais como densidade,
os pontos de fusão e ebulição. São representadas por fórmulas, normalmente
a molecular, que indicam quais são os elementos químicos (átomos) e as
quantidades de cada elemento presente em uma molécula da substância. Ex.:
H2O (água), NaCl (cloreto de sódio)
27
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
d = m/v
29
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
31
Temperatura aquecido.
gelo
tf = 0 oC constante. Temperatura
Fusão. Água sendo crescente.
Temperatura aquecida.
Gelo sendo constante. Temperatura
aquecido. crescente.
Temperatura
crescente.
Tempo (min)
FONTE: Santos e Mól (2013)
a subir.
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
3 MISTURAS
Mistura: é constituída de duas ou mais substâncias, apresenta uma
composição química variada que não pode ser expressa por fórmulas. Suas
propriedades físicas, como densidade, pontos de fusão e ebulição, não são
definidas mesmo sob pressão e temperatura constantes (USBERCO, 2006).
E
IMPORTANT
• Misturas homogêneas: são formadas por apenas uma fase. Não se consegue
diferenciar as substâncias que estão presentes. Um sistema monofásico (1 fase)
representa uma mistura homogênea.
32
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
Exemplo:
Solvente Água
Água
+ Sal
Sal + Açúcar
Soluto Açúcar
E
IMPORTANT
33
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Separação de Sólidos
34
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
35
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
36
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
37
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
38
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
Água
Cabeça de
destilação
Água
Condensador
Coluna de
fraccionamento
(Vigreux)
Mistura de líquidos
39
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Cloreto de
Água
Sódio (sal)
40
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
41
faixa de fusão
sólido
Tempo (min)
FONTE: Santos e Mól (2013)
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
DICAS
Misturas Eutéticas
Exemplo: uma liga metálica feita com 40% de cádmio e 60% de bismuto
forma uma mistura cujo ponto de fusão constante é 140 °C, a 1 atm.
42
TÓPICO 2 | SUBSTÂNCIAS PURAS X MISTURAS
vapor
t3
ebulição
t2
líquido
t1 fusão
sólido
0
Tempo (min)
Misturas Azeotrópicas
vapor
t3 ebulição
líquido
t2
t1 fusão
sólido
0
Tempo (min)
43
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Substância pura é todo tipo de matéria que apresenta uma composição química
constante e propriedades físicas bem definidas, tais como densidade, os pontos
de fusão e ebulição. Ex.: H2O (água), NaCl (cloreto de sódio).
o Misturas homogêneas: são formadas por apenas uma fase. Não se consegue
diferenciar as substâncias que estão presentes. Ex.: água + sal.
o Misturas heterogêneas: são formadas por duas ou mais fases. As substâncias
presentes podem ser identificadas a olho nu ou por microscópio. Ex.: água +
óleo.
• Uma mistura pode ser separada utilizando-se várias técnicas, que são escolhidas
de acordo com as características da mistura e seus componentes, como estado
físico, número de fases e propriedades das substâncias presentes.
45
AUTOATIVIDADE
46
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no início da Unidade 1 vimos que a química é a ciência
que estuda, além dos materiais, suas transformações e todas as variáveis que
possam influenciar positivamente ou negativamente nesses processos, a fim
de buscar novos materiais e tecnologias cada vez mais eficientes, com custos
reduzidos, visando melhorias para o homem e o meio ambiente.
2 TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Constantemente, a matéria que nos cerca sofre transformações, a fim de
obtermos os mais diferentes tipos de matéria e materiais.
47
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Transformações
da Matéria
Transformações Transformações
Físicas Químicas
FONTE: A autora
E
IMPORTANT
Reagentes são as substâncias iniciais, as quais irão formar os produtos, que são
as novas substâncias.
48
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
Transformação
REAGENTES PRODUTOS
• Modificação da cor
• Alteração no odor
• Mudança de temperatura
• Densidade
• Liberação de gás
• Aparecimento de chama ou luminosidade.
49
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
• Queima da gasolina
PROCESSO
• Combustão do Magnésio
PROCESSO
• Pó branco
ESTADO • Luz branca
FINAL
50
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
• Interação do bicarbonado
de sódio e ácido acético
PROCESSO (vinagre)
• Líquido incolor
ESTADO • Formação de gás inodoro
FINAL
• Produção de gás
EVIDÊNCIAS (efervescência)
• Desaparecimento do odor
FONTE: A autora
o Cozimento de alimentos.
o Quando transformamos açúcar em caramelo.
o Fabricação de vidro (a areia que é composta por minerais e sílica) é aquecida
a 1500 °C, transforma-se em uma mistura líquida que é resfriada e moldada
formando materiais de vidro.
o Fabricação de cimento (o calcário e a argila) são aquecidos a 1450 °C, e
transformam-se em uma mistura sólida chamada clínquer, que é o principal
componente do cimento.
51
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
FONTE: A autora
52
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
FONTE: A autora
o Explosão da dinamite.
o Acender um isqueiro.
o Acender palito de fósforo.
FONTE: A autora
54
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
Solução
Hidróxido de
Sódio
Precipitado
Hidróxido de
Cobre
Solução
Sulfato de Cobre
FONTE: A autora
55
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Precipitado
Hidróxido de
Ferro
Solução
Sulfato Ferroso
FONTE: A autora
FONTE: A autora
56
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
57
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
58
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
59
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
ATENCAO
Considerando que para a formação da água o gás hidrogênio reage como o gás oxigênio,
determine os valores das massas X, Y e Z do quadro a seguir, respectivamente.
a) ( ) 36 g; 44 g e 51,8 g
b) ( ) 33,6 g; 2,4 e 52 g
c) ( ) 43 g, 44 g e 51 g
d) ( ) 45 g, 27 g e 24 g
Como no sistema I, temos os valores das massas dos reagentes, basta somarmos para
encontrarmos o valor da massa da água, que neste caso é o produto.
5 + 40 = X, logo X= 45 g
2° Passo: Para encontrarmos o valor da massa de Z, vamos utilizar a Lei das Proporções
Constantes de Proust, que diz: Toda substância possui uma proporção constante, em
massa, na sua composição.
Então, como temos a mesma reação nos sistemas I e II, mudando apenas as quantidades de
massa, podemos usar os dados do sistema I para calcularmos a massa de Z através da regra
da proporcionalidade.
soma das massas dos reagentes = soma das massas dos produtos
3 + 24 = Y, logo Y= 27 g
60
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
E
IMPORTANT
Caro acadêmico, para que possamos fixar ainda mais os conteúdos estudados
até agora, colocaremos a teoria em prática. Segue uma sugestão de experimento. Boa prática!
A adulteração de combustíveis é algo que tem crescido nos últimos tempos e preocupado
autoridades, por isso, a Agência Nacional de Petróleo intensificou a fiscalização em postos
de todo o país. O principal combustível adulterado e também foco do trabalho é a gasolina,
a adulteração da gasolina consiste na adição de solventes como tolueno ou adição de álcool
anidro em uma proporção maior que a permitida.
Segundo a portaria MAPA nº 554, de 27 de 05 de 2003,
ficou estabelecido que o percentual de álcool anidro
na gasolina deveria estar entre 20% e 25%, o uso de
combustível adulterado acarreta em consequências
graves para o veículo, além de aumentar o consumo
de uma gasolina com excesso de álcool, desregula
o motor do carro, provoca desgastes de peças
metálicas. A adição de solventes como tolueno leva
à deterioração de mangueiras, cujo resíduo pode
entupir o diafragma da bomba de combustível,
levando à perda de eficiência do veículo. Além dos
prejuízos ao veículo, a adulteração de combustíveis
também contribui para um aumento dos poluentes,
pois desregula a combustão no motor.
Objetivo:
Determinar o teor de álcool presente em amostra de gasolina de diferentes postos de
combustíveis e proceder os cálculos deste percentual, analisando se estes estão de acordo
com a legislação.
Materiais e reagentes:
- Proveta 100 ml com tampa
- Água
- Becker 50 ml
- Solução de cloreto de sódio 10% (10 g de cloreto de sódio em 100 mL)
- Amostra de 50 ml de gasolina comum
- Balança analítica ou semianalítica
- Bastão de vidro
- Espátula
61
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Procedimento experimental:
1- Preparar a solução de cloreto de sódio 10%. Pesar 10 g de cloreto de sódio, colocar o sólido
em uma proveta de 100 mL, adicionar 50 mL de água e com bastão dissolver o sólido até que
se forme uma mistura homogênea, em seguida completar a solução com água até 100 mL.
2- Colocar 50 mL da amostra de gasolina na proveta.
3- Completar os 100 mL da proveta com a solução de cloreto de sódio.
4- Fechar a proveta e agitar a mistura por alguns segundos para que os líquidos se misturem.
5- Deixar em repouso por uns 10 min para que os constituintes da mistura se separem.
6- Observar o que ocorreu. Se houve aumento de uma das frações e realizar os cálculos
a partir das diferenças de volume observadas nas
frações de gasolina e água.
Resultados e discussão:
Neste experimento será possível observar que a
água irá retirar o álcool que estava misturado na
gasolina. Isso acontece porque o etanol possui
uma parte polar e outra apolar, sua parte polar
é atraída pelas moléculas de água, que também
são polares, realizando ligações de hidrogênio,
que são bem mais fortes que as ligações do tipo
dipolo induzido, que ocorrem entre a parte apolar
do álcool e da gasolina.
Para realizar os cálculos, considere o volume inicial de 50 mL e o volume final após a adição
do cloreto de sódio (sal+água). Anote os volumes e subtraia o volume inicial do sinal.
Vamos considerar, hipoteticamente, que o volume gasolina na proveta, que era de 50 mL, se
reduziu a 40 mL e o volume da solução aquosa passou de 50 mL para 60 mL. Isto significa
que 10 mL de álcool que estavam presentes na gasolina passaram para a parte aquosa, isto
é, nesta amostra temos 10 mL de álcool presente. A partir desse raciocínio será possível
calcularmos qual o percentual que este valor de 10 mL representa em uma amostra de 50 mL
de gasolina usando a equação 2.
Conclusão:
Após realizar os cálculos, observe se os percentuais de álcool presentes nas amostras de
gasolina estão de acordo com a legislação. Esse percentual, segundo a portaria MAPA nº 554,
de 27 de 05 de 2003, deve estar entre 20% e 25%.
LEITURA COMPLEMENTAR
63
UNIDADE 1 | A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Por sua vez, o físico inglês Robert Boyle (1627-1691), conhecendo que o
P era obtido de “algo que pertencesse ao corpo humano”, percebeu tratar-se de
urina humana e, com essa informação, consegui produzir esse novo elemento
químico. Porém, em vez de usá-lo como veneno, aproveitou sua capacidade de
produzir fogo. Assim, em 1680, ele e seu assistente Godfrey Haukewitz inventaram
a primeira versão do palito de fósforo, usando pedaços de madeira mergulhados
64
TÓPICO 3 | CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E AS LEIS PONDERAIS
em enxofre (S) que, com auxílio de P e fricção, produziam uma chama. Porém,
por serem malcheirosos e, algumas vezes, formarem o venenoso P4O10, eles foram
abandonados e, portanto, não comercializados. É oportuno destacar que, em 1769,
o farmacêutico e químico sueco Karl Wilhelm Scheele (1742-1786) descobriu um
processo semelhante ao da pasteurização e que permitiu a produção de P em larga
escala. Destaque-se, também, que o nosso conhecido palito de fósforo de fricção
só foi inventado em 1827, pelo químico inglês John Walker (1781-1859), de modo
acidental. Com efeito, na farmácia de sua propriedade, em Stockton-on-Tees, ele
fabricava uma mistura química explosiva para usar em cápsulas de percussão.
Certo dia, naquele ano de 1827, ele percebeu que a mistura que usava feita em
quantidades iguais de sulfeto de antimônio (Sb2S3) e clorato de potássio (KCO3)
entrava em ignição quando era friccionada em uma superfície áspera. Note-se
que, para dar maior segurança ao fósforo de fricção, em 1844, o químico sueco
Gustaf Erik Pasch (1788-1862) inventou o fósforo de segurança, fazendo com que
a fricção ocorresse em uma superfície irregular especialmente preparada com
fósforo vermelho e vidro em pó.
65
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sistema: uma porção ou área do universo que será foco dos nossos estudos e
observações.
• Reagentes são as substâncias iniciais, as quais irão formar os produtos, que são
as novas substâncias.
O Modificação da cor
O Alteração no odor
O Mudança de temperatura
O Densidade
O Liberação de gás
O Aparecimento de chama ou luminosidade.
66
• São três as principais Leis Ponderais postuladas:
67
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Água de coco/heterogêneo.
b) ( ) Laranjada/heterogêneo.
c) ( ) Leite/homogêneo.
d) ( ) Poeira no ar/heterogêneo.
a) ( ) Decantação e filtração.
b) ( ) Decantação e destilação fracionada.
c) ( ) Filtração e destilação fracionada.
d) ( ) Destilação fracionada e decantação.
a) ( ) 136 g; 84 g e 112,8 g
b) ( ) 83,6 g; 34,4 e 52 g
c) ( ) 112 g, 44 g e 91 g
d) ( ) 180 g, 81 g e 72 g
68
UNIDADE 2
PROPRIEDADES LIGADAS ÀS
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• aprender de que forma uma equação química deve ser corretamente re-
presentada;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
REAÇÕES QUÍMICAS
1 INTRODUÇÃO
Reação química é o fenômeno pelo qual uma ou mais substâncias são
transformadas em outra, neste processo os átomos permanecem intactos. As
substâncias que sofrem transformações são chamadas de reagentes e as novas
substâncias produzidas são denominadas produtos (KOTZ, 2005).
Neste tópico, veremos os tipos de reações químicas, como estas reações são
representadas através das equações químicas e suas particularidades. Também
veremos um tipo de reação química bem específica, as reações de oxirredução.
Reações Reações
Reversíveis Irreversíveis
São aquelas reações São aquelas reações que
em que os reagentes se ocorrem por completo, ou seja,
convertem em produtos até que pelo menos um dos
e estes podem retornar à reagentes seja completamente
forma inicial. consumido.
71
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Fe + S → FeS
CaO + H 2 O → Ca (OH)2
2 NH 3 → N 2 + 3 H 2
2 H2O → 2 H2 + O2
CaCO 3 → CaO + CO 2
72
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
2HgO → 2 Hg + O 2 Total
2NaCl → 2 Na + Cl 2 Total
2KNO 3 → 2KNO 2 + O 2 Parcial
(NH 4 )2 CrO7 → N 2 + Cr2 O 3 + 4 H 2 O Parcial
Dicromato de amônio
∆
CaCO 3(s) → CaO(s) + CO 2(g)
λ
2H 2 O 2(I) → 2H 2 O(I) + O 2(g)
73
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
AB(aq) + C → A + CB(aq)
Substâncias Simples
(formadas por um único
elemento químico)
ATENCAO
74
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
A
U
A
M
U
E
M
N
E Metais
T Não
N
A Nobres
T
A
R
E
N
A
O
T
B
I
R
V
E
I
Z
D
A
A Metais
D Nobres
Reatividade Crescente
FONTE: A autora
75
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
• Reação entre sódio elementar (Na) e água (substância composta): neste sistema
ocorre a reação química entre os reagentes, onde o Na, por ser mais reativo que
o H, desloca este do composto H2O e assume seu lugar, liberando o H como
uma substância simples, neste caso como gás hidrogênio (H2) e formando uma
solução de hidróxido de sódio (NaOH).
2Na + 2H 2 O → 2NaOH + H 2
UNI
Você sabia que o ouro é um dos metais menos reativos que existe, pois não
reage com ácidos isolados? Ele reage somente com uma mistura formada por três partes
(volumes) de HCl e uma parte de HNO3, conhecida como água régia (USBERCO; SALVADOR,
2002).
76
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
• Um dos produtos deve ser mais volátil que os reagentes: uma substância
volátil é aquela que passa com facilidade do estado líquido para o gasoso
(vaporização) em condições ambientes. Este exemplo pode ser evidenciado
quando se observa o desprendimento de bolhas de gás durante a reação. Uma
das reações mais comuns em que um dos produtos formados é volátil ocorre
quando se adiciona um ácido a um sal, como pode ser observado na figura a
seguir.
NOTA
78
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
• Um dos produtos deve ser mais fraco que os reagentes: neste tipo de reação,
ser mais fraco significa ser menos ionizável, ou seja, um dos produtos formados
precisa ser menos ionizável que os reagentes para que o composto formado
possa se manter estável. A identificação deste tipo de reação se dá analisando
o grau de ionização das substâncias presentes.
A+B → C+D
Reagentes → Produtos
Exemplo:
2H2 + O2 → 2H2O
Reagentes → Produto
79
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
o gás = (g);
o vapor (v);
o líquido (l);
o moléculas ou íons em solução aquosa, dissolvidos ou dissociados (aq);
o sólido (s)
o cristal (c);
o precipitado (ppt).
Exemplo:
2H2(g) + O2(g) → 2H2O(l)
Reagentes → Produto
• Condições em que a reação ocorre: para indicar essas condições são utilizados
alguns símbolos específicos que aparecem acima da reta que representa a
ocorrência de uma reação química.
o Reação ocorre na presença de luz: se utiliza o símbolo (λ) para indicar que a
reação ocorreu por ação da luz ou por fotólise.
λ 2H O + O
2H 2 O 2(aq) → 2 (I) 2(g)
80
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
• Reações reversíveis: o símbolo utilizado para indicar que uma reação é reversível,
que a reação pode ocorrer tanto no sentido de formação dos produtos, como no
sentido de formação dos reagentes, é uma dupla seta (↔).
81
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
82
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
DICAS
Exemplo:
H2O: nesta molécula há dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
H2SO4: nesta molécula há dois átomos de hidrogênio, um átomo de enxofre
e quatro átomos de oxigênio.
E
IMPORTANT
83
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
λ 2H O + O
2H 2 O 2(aq) → 2 (I) 2(g)
E
IMPORTANT
∆
Al 2 (CO 3 )3(S) → Al 2 O 3(S) + 3CO 2(g)
Al2(CO3)3(s):
Al: 2 átomos, indicados como índice individual.
C: 3 átomos (1 x 3), observe que o C está entre parênteses com índice 3.
O: 9 átomos (3 x 3), observe que o O apresenta índice individual igual a 3 e está entre
parênteses com índice 3, dessa forma os índices são multiplicados.
Al2O3(s):
Al2: 2 átomos, indicados como índice individual.
O3: 3 átomos, indicados como índice individual.
CO2(g):
C: 3 átomos, observe que o C não possui índice, mas sim coeficiente de número 3, indicado
na frente da molécula, o que indica que existem 3 C com índice 1 (subentendido).
O: 6 átomos, observe que o O possui índice individual igual a 3 e um coeficiente 3 na frente
da molécula, dessa forma se multiplica o índice individual pelo número do coeficiente.
84
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
∆
Al 2 (CO 3 )3(S) → Al 2 O 3(S) + 3CO 2(g)
3+6
Regentes Produtos
C 3 C 3
O 9 O 9 (3+6)
FONTE: A autora
2 átomos de O
4 átomos de H 4 átomos de H
2 átomos de O
FONTE: Usberco e Salvador (2002)
85
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Regra 1: vemos que tanto o Al como O aparecem apenas uma vez em cada
lado da equação química. Portanto, é indiferente.
Regra 2: considerando o Al e o O, vamos escolher o O, pois esse possui os
maiores índices (2 nos reagentes e 3 nos produtos).
Regra 3: escolhido o elemento, vamos inverter os índices do oxigênio
de um lado para o outro usando-o como coeficiente das substâncias em que o
oxigênio faz parte.
86
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
87
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
88
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
89
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
DICAS
2 H2 + 1 O 2 → 2 H2O
2 mol 1 mol 2 mol
90
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
2 H2 + 1 O2 → 2 H2O
2 •2g 32 g
x = 320 g de O2
40 g xg
2 H2 + 1 O2 → 2 H2O
2 • 2g 32 g
x = 5 g de H2
xg 40 g
2 H2 + 1 O2 → 2 H2O
32 g 2 •18 g
40 g x x = 45 g de H2O
91
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
3 REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
As reações de oxidação e redução também são chamadas de oxirredução
ou redox, é uma das mais importantes reações dentro da química e das mais
frequentes em nosso cotidiano.
92
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
•• + •• –
x
Nax •Cl Na •Cl
••
••
•• ••
•• 2+ •• 2–
x x
Fe O Fe O
••
••
x x
•• ••
NOTA
93
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
•• + •• –
H • Cl H + • Cl
••
••
x x
•• ••
E
IMPORTANT
94
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
• O Nox de cada átomo em uma substância simples (O2, O3, P4, S8) é sempre zero.
K+ Ba2+ F– N3–
Nox: +1 +2 –1 –3
NaH CaH2
Nox: –1 –1
OF2
Como o flúor é mais eletronegativo
Nox: +2 o oxigênio adquire Nox +2
H 2O 2 Na2O2
Nox: +1 –1 +1 –1 Oxigênio na forma de peróxido
+2 –2 +2 –2
95
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
A partir das regras que vimos, vamos fazer juntos alguns exemplos:
96
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
H3 P O4
3 •( + 1 ) + x + 4 • ( – 2) = 0, resultando: x = + 5
K2 Cr2 O7
2 • (+ 1) + 2x + 7 • (– 2) = 0 → x = +6 (Nox do Cr)
Mn O‾4
x + 4 • (– 2) = –1 → x= +7
97
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Existem alguns passos que devem ser seguidos para que consigamos
realizar o balanceamento em uma reação de oxirredução, vamos ver quais são:
Feltre (2004) nos ensina como aplicar esses passos, vamos resolvendo
juntos o exemplo a seguir, balanceando corretamente a reação química de
oxirredução:
98
TÓPICO 1 | REAÇÕES QUÍMICAS
ganho de 5 e ‾
∆=1x5=5 perda de 1 e ‾
∆=2x1=2
99
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Reações irreversíveis são aquelas reações que ocorrem por completo ou até que
pelo menos um dos reagentes seja completamente consumido.
100
o Índice: o índice em uma equação química representa a quantidade de
átomos de cada elemento presente, e é indicado com o número subscrito no
canto inferior direito de cada elemento.
o Coeficiente: o coeficiente é usado em uma equação química para indicar a
quantidade de cada substância que participa da reação. É indicado com o
número colocado na frente do elemento.
101
AUTOATIVIDADE
2 Qual dos metais a seguir não poderia realizar uma reação de deslocamento
com o AgNO3 (nitrato de prata)?
a) ( ) Cu.
b) ( ) Fe.
c) ( ) K.
d) ( ) Na.
e) ( ) Au.
3 Qual a quantidade máxima de NH3, em gramas, que pode ser obtida a partir
de uma mistura de 140 g de N2 com 18 g de H2? Dados: massas atômicas:
H = 1, N = 14
N2 + 3 H2 → 2 NH3
a) HCℓO4
b) HCℓO3
c) HCℓO2
d) HCℓO
e) Cl2
102
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PROPRIEDADES DA MATÉRIA I
1 INTRODUÇÃO
A Química é a ciência que estuda a constituição da matéria, suas
transformações, as relações entre os diversos tipos de materiais encontrados na
natureza, as energias envolvidas nas transformações, além de determinar suas
propriedades.
103
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
• Volume: toda matéria possui um volume, e esse espaço ocupado pela matéria
pode ser medido em:
O L (litro): 1 L= 1000mL
O mL (mililitro): 1 mL = 0,001L
O cm3 (centímetro cúbico): 1 cm3 = 0,001L
O m3 (metro cúbico): 1 m3 = 1000 L
O dm3 (decímetro cúbico): 1dm3 = 1L
104
TÓPICO 2 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA I
105
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: A autora
106
TÓPICO 2 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA I
107
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
o Dureza: é a resistência que uma superfície oferece quando riscada por outro
material. A substância mais dura que se conhece é o diamante, usado para
cortar e riscar materiais como o vidro.
• Álcoois: são compostos orgânicos que possuem o grupo hidroxila (OH) ligado
a um ou mais átomos de carbono saturado. O etanol é o álcool mais conhecido e
mais usado. Ele é utilizado para desinfecção, higienização, como combustível,
em laboratório, como solvente de tintas, vernizes e perfumes, na síntese de
vários produtos orgânicos, além de estar presente em bebidas alcoólicas. As
substâncias desse grupo apresentam algumas características próprias:
O elevados pontos de fusão e ebulição;
O possuem uma parte da molécula polar e outra apolar, podendo, então,
dependendo do tamanho da molécula, serem solúveis em água;
O possuem odor característico.
• Fenóis: são compostos orgânicos que possuem o grupo hidroxila (OH) ligado
diretamente a um carbono do anel aromático. Na natureza os fenóis são
retirados do alcatrão da hulha, esse composto é usado para fabricar resinas,
explosivos e corantes, assim como antisséptico.
108
TÓPICO 2 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA I
109
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
• Sais: são sempre formados pela reação de neutralização entre um ácido e uma
base. Dentre os sais mais conhecidos e utilizados temos:
o Cloreto de sódio (NaCl): conhecido como sal de cozinha.
o Cloreto de amônio (NH4Cl): conhecido popularmente como sal amoníaco. É
muito utilizado na indústria alimentícia e na cozinha popular para fabricação
de bolos e bolachas.
o Sulfato de magnésio (MgSO4): conhecido popularmente como sal amargo.
Usado como medicamento laxativo.
110
TÓPICO 2 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA I
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As propriedades gerais da matéria não podem ser usadas como único parâmetro
para identificar uma substância, pois estão presentes em todo tipo de matéria.
112
AUTOATIVIDADE
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 3
PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, as propriedades das substâncias e das soluções são
importantes para que possamos compreender seu comportamento. Algumas
dessas propriedades são modificadas quando se introduz um soluto em um
solvente puro.
É possível obter
água potável a
partir da
água do mar?
2 PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Todo líquido puro apresenta determinadas propriedades, como pressão
de vapor, ponto de ebulição, ponto de solidificação e pressão osmótica (capacidade
115
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
NOTA
116
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
Sal na água
FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
propriedades-coligativas.htm>. Acesso em: 25 jul. 2017.
117
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
• Tonoscopia
• Ebulioscopia
• Crioscopia
• Osmometria
TONOSCOPIA
118
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
E
IMPORTANT
119
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
mais baixa que 100 °C, levando mais tempo para cozinhar o alimento. O quadro
a seguir traz alguns valores de temperatura em que a água entra em ebulição
em relação a diferentes pressões.
E
IMPORTANT
Ebulioscopia
121
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
E
IMPORTANT
122
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
Crioscopia
Para que uma substância passe da fase líquida para a fase sólida é
necessário que suas moléculas liberem (percam) energia cinética e, portanto, que
haja diminuição da temperatura do sistema. Isto significa que, quanto menor a
temperatura, menor a agitação das moléculas e menor a pressão de vapor da
substância (FONSECA, 2013; SARDELLA, 2005).
Para que um líquido puro passe da fase líquida para a fase sólida é
necessário que as pressões de vapor da fase líquida e da fase sólida se tornem
iguais. Sendo assim, se considerarmos um sistema contendo uma amostra de
água pura no processo de congelamento (0 °C), se adicionarmos um soluto
não volátil, como sal, ocorre uma baixa na pressão de vapor da fase líquida e o
processo de solidificação é interrompido. Para que a solução volte a se solidificar,
é necessário resfriá-la para baixar a pressão de vapor da fase sólida, tornando-a
novamente igual à da fase líquida, o que ocorrerá a uma temperatura inferior a 0
°C (SARDELLA, 2005).
123
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
A água do mar contém vários sais dissolvidos que abaixam seu ponto de
solidificação. Mesmo quando a temperatura ambiente se encontra abaixo de 0 °C,
a água do mar permanece, em grande parte, na fase líquida.
solvente puro
(sólido)
ΔT
0 t t2 t/oC
FONTE: Fonseca (2013)
125
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Osmometria
tempo
água glicose
126
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
NOTA
• Quando temperamos uma salada de folhas cruas (alface, escarola, agrião etc.)
e não a consumimos imediatamente: as folhas “murcham”. E por que isso
acontece? Porque a água se difunde do meio menos concentrado (as células
vegetais) para o mais concentrado (solução de vinagre e sal que constitui o
tempero), como podemos observar na figura a seguir (FONSECA, 2013).
127
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Quando se coloca sal sobre a carne, ela desidrata, por isso há um fluxo de
solvente (água) de dentro da carne para fora. Isso conserva a carne, porque sem
água a proliferação de fungos e bactérias no alimento é dificultada.
FONTE: A autora
128
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
A remoção do sal é feita por osmose reversa, ou seja, o solvente (água) faz
o caminho inverso da osmose, que ocorre espontaneamente. Na osmose normal
o solvente passa da solução mais diluída para a mais concentrada, já na osmose
reversa o solvente passa da solução mais concentrada para a mais diluída.
129
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
130
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
131
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Usinas
Isso significa 624 milhões de litros diários de água potável. E ela pode
vender mil litros (que é o consumo semanal médio de uma pessoa) por US$ 0,70
(cerca de R$ 2,71).
132
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
Uma usina de energia elétrica vinculada a ela pode produzir até 2,4
milhões de watts de eletricidade.
Tecnologia
133
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Essa osmose reversa utiliza menos energia e deu uma nova oportunidade
a uma tecnologia que existe desde os anos 1960.
Dessalinização
Tecnologia alternativa
134
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES DA MATÉRIA II
"É preciso garantir que a água muito salgada seja deslocada para um local
suficientemente longe do mar para que não haja recirculação dessa água, porque,
se isso acontecer, ela voltará ainda mais salgada", disse Floris van Straaten, da
empresa de engenharia suíça Pöyry, que supervisiona a construção do projeto
Ras al-Khair.
"Nossa usina está sendo instalada ao lado de uma usina de energia que
usa a água do mar para refrigeração", diz Jessica Jones, da Poseidon Water,
empresa que está construindo a usina de Carlsbad na Califórnia.
"E quando a água está sendo extraída do oceano, ela traz peixes e outros
organismos. Isso tem um impacto ambiental e econômico", explica Wenonah
Hauter, diretor da Food And Water Watch em Washington.
Preço da água
A dessalinização pode se tornar cada vez mais barata, ainda que ela seja
muito cara para os países pobres – dos quais muitos sofrem com escassez de água.
135
UNIDADE 2 | PROPRIEDADES LIGADAS ÀS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
136
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
137
AUTOATIVIDADE
2 Por que a adição de certos aditivos na água dos radiadores de carros evita
que ocorra o superaquecimento da mesma e também o seu congelamento,
quando comparada com a da água pura?
a) Porque a água mais o aditivo formam uma solução que apresenta pontos de
ebulição e de fusão maiores que os da água pura.
b) Porque a solução formada (água + aditivo) apresenta pressão de vapor maior
que a água pura, o que causa um aumento no ponto de ebulição e de fusão.
c) Porque o aditivo reage com a superfície metálica do radiador, que passa então
a absorver energia mais eficientemente, diminuindo, portanto, os pontos de
ebulição e de fusão quando comparados com a água pura.
d) Porque o aditivo diminui a pressão de vapor da solução formada com relação
à água pura, causando um aumento do ponto de ebulição e uma diminuição
do ponto de fusão.
138
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, nas unidades anteriores estudamos sobre vários aspectos
da matéria, sua constituição, transformações e propriedades, assim como os tipos
de reações químicas e leis que as regem.
• energia elétrica;
• calor liberado na queima do gás butano usado para cozinhar os alimentos;
• calor liberado na combustão do álcool ou da gasolina nos motores dos veículos;
• energia necessária para manutenção da vida, obtida através das reações
químicas dos alimentos no nosso organismo.
141
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Reações que
produzem
energia
FONTE: A autora
1º Quando a energia interna total dos reagentes (energia inicial) for maior
do que a energia interna total dos produtos formados (energia final), haverá uma
sobra de energia; consequentemente, a reação irá liberar energia em forma de
calor. Isso quer dizer que a energia que foi liberada nas ligações químicas que
deram origem aos produtos é maior do que a energia que foi consumida na quebra
das ligações dos reagentes. Esse tipo de reação é chamado de reação exotérmica
(FELTRE, 2004; MORTIMER; MACHADO, 2013; FONSECA, 2013).
142
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Assim, podemos definir que reações exotérmicas são aquelas que liberam
energia na forma de calor.
2º Quando a energia interna total dos reagentes (energia inicial) for menor
do que a dos produtos formados (energia final), a reação somente poderá ocorrer se
esta puder absorver, no mínimo, a energia que falta para se igualar à dos produtos.
Essa energia absorvida será em forma de calor, e nesse caso, teremos uma reação
chamada de reação endotérmica.
143
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
144
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Processo exotérmico
Entalpia (H)
H
Reagentes
Processo exotérmico
∆H
H
Produtos
Caminho da reação
∆H = HP - HR <0
Entalpia final Entalpia inicial
(Depois da liberação de calor) (Antes da liberação de calor)
145
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Entalpia H (kJ)
HR N2(g) + 3 H2(g)
∆H = -92,2
2 NH3(g)
HP
Processo endotérmico
Entalpia (H)
H
Reagentes
Processo endotérmico
∆H
H
Produtos
Caminho da reação
∆H = HP - HR >0
Entalpia final Entalpia inicial
(Depois da liberação de calor) (Antes da liberação de calor)
146
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
HR H2(g) + I2(g)
∆H = + 25,96
2 HI(g)
HP
147
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
UNI
LATAS INTELIGENTES
Uma aplicação interessante dos fenômenos (físicos ou químicos) que provocam trocas de
calor é o das latas que se aquecem ou esfriam.
Na Coréia do Sul foi inventada uma latinha para cerveja ou refrigerante que gela o produto
em 15 segundos, sem precisar de geladeira. O segredo está numa serpentina, no interior da
lata, que é cheia de gás carbônico sob pressão. Ao abrir a lata, o gás é liberado, acarretando
um rápido resfriamento, que gela a bebida. Ao contrário, existem recipientes que aquecem
seu conteúdo: café, leite, sopa etc. É uma ideia que já foi aplicada durante a Segunda Guerra
Mundial, para fornecer comida quente aos soldados em campo de batalha.
Para obter o aquecimento, são usadas diversas reações exotérmicas, como:
CaO + H2O → Ca(OH)2 – óxido de cálcio + água
2 Al + Fe2O3 → Al2O3 + 2 Fe – alumínio + óxido de ferro
FONTE: Feltre (2004)
Vamos usar como exemplo um bloco quente de metal, se este for deixado
à temperatura ambiente, irá se resfriar espontaneamente até que sua temperatura
se iguale à temperatura externa, como podemos ver ilustrado na figura a seguir.
Esse processo de resfriamento ocorre espontaneamente, não é necessário
nenhum tipo de intervenção externa. No entanto, o processo inverso não ocorre
espontaneamente, para que esse bloco volte a esquentar será necessária uma
intervenção externa, como passagem de eletricidade ou uso de uma fonte de
calor. Nesse caso o processo é considerado não espontâneo (ATKINS, 2003;
MORTIMER; MACHADO, 2013).
148
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Reações de Combustão
Corrosão de objetos
Expansão de um gás
149
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Liquefação de um gás
Obtenção de metais
Processos de eletrólise
150
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
151
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
∆S = Sp - Sr
Variação Entropia Entropia
Entropia Produtos Reagentes
152
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Aumento da
Entropia
153
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Temperatura (K)
FONTE: Adaptado de Dutton (2007)
154
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
3 H2 N2 2 NH3
Dados:
Entropia das substâncias (S)
H20 = 69,9 J/K.mol
S8 = 255,2 J/K.mol
O2 = 205,1 J/K.mol
H2SO4 = 156,9 J/K.mol
1 S8 + 12 O2 + 8 H2O → 8 H2SO4
155
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
S(produtos) = 8 . 156,9
S(produtos) = 1255,2 J/k.mol
156
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
• ∆S < 0 e ∆H < 0, ou seja, temos uma reação exotérmica, com liberação de calor/
energia, mas redução da entropia ou desordem do sistema.
• ∆S > 0 e ∆H > 0, ou seja, temos uma reação endotérmica, com absorção de calor/
energia, e um aumento da desordem ou entropia do sistema.
• Para que seja possível definir a espontaneidade dessas reações, foi preciso
introduzir mais uma variável além da entropia e entalpia, a temperatura. E
para se estabelecer a relação entre essas três variáveis, temos a Energia Livre de
Gibbs, que iremos estudar a seguir.
∆G = ∆H – T. ∆S, onde
ΔG: variação de energia livre do sistema - cal/mol; J/mol;
ΔH: variação de entalpia - cal/mol; J/mol
T: temperatura absoluta – Kelvin (K)
ΔS: variação de entropia – cal/K.mol; J/k.mol
157
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
ΔG < 0 ΔG = 0 ΔG > 0
Para que possamos relacionar todos os parâmetros que vimos até agora
de forma resumida e usar esses parâmetros para identificar se uma reação ocorre
espontaneamente, vamos analisar o quadro a seguir, onde estes parâmetros
estão organizados e descritos de forma a facilitar a compreensão de como estão
correlacionados.
ΔH ΔS
Espontaneidade do
variação variação Temperatura Exemplo
processo/ΔG
entalpia entropia
Liquefação de um
ΔH > 0 ΔS < 0 Indiferente Não é espontâneo
gás
158
TÓPICO 1 | ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
∆G = ∆H – T. ∆S
∆G = ∆H – T. ∆S
∆G = - 4206, 66 kJ – (298 k) . (- 2,02 kJ/k.mol)
∆G = - 4206,66 kJ – (- 601,96 kJ/mol)
∆G = - 4206,66 kJ + 601,96 kJ/mol
∆G = - 3604,70 kJ/mol
159
RESUMO DO TÓPICO 1
• A energia que é liberada na forma de calor pode ser convertida para outras
formas de energia e aproveitada como:
ᵒ energia elétrica;
ᵒ calor liberado na queima do gás butano usado para cozinhar os alimentos;
ᵒ calor liberado na combustão do álcool ou da gasolina nos motores dos
veículos.
160
• A energia livre de Gibbs (∆G) mede a capacidade que um sistema possui de
realizar trabalho em temperatura e pressão constantes.
161
AUTOATIVIDADE
162
a) De acordo com a reação química, calcule a variação de entalpia (em kJ/mol)
quando a base reage com o ácido para formar o correspondente sal.
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
165
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
166
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
FONTE: A autora
Vm = ∆ | quantidade |
∆ Tempo
167
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
168
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
N2 + 3 H2 → 2 NH3
Proporção estequiométrica 1 mol : 3 mols : 2 mols
169
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
1 1
. .
VmC N2 = 2 VmF → VmC N2 = 2 4,0 = 2,0 mol/L
3 3
. .
VmC H2 = 2 VmF → VmC H2 = 2 4,0 = 6,0 mol/L
Por exemplo, entre os reagentes deve existir afinidade química para que
estes reajam entre si, além disso, eles devem estar em contato, o que permitirá a
colisão entre suas moléculas, acarretando quebra de ligações e formação de novas
ligações (USBERCO; SALVADOR, 2002; SARDELLA, 2005).
170
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
A teoria das colisões nos diz que, para que duas ou mais substâncias
possam reagir, suas moléculas devem colidir entre si, de modo que ocorra a
quebra das ligações já existentes, permitindo assim a formação de novas ligações
que irão formar um novo produto.
Colisões
I2
H2
Colisão não efetiva, ocorre
com uma orientação não
favorável para a quebra das
ligações.
I2
H2
Colisão não efetiva,
também ocorre com uma
orientação não favorável
para a quebra das ligações.
HI
I2 Colisão efetiva,
ocorre com uma
H2
orientação favorável
HI para a quebra das
ligações e formação
de um novo produto.
H2 + I2 HI
FONTE: Adaptado de Sardella (2005)
171
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
Colisão Efetiva
I2 H2I2
H2 Complexo
Ativado HI
HI Produto
Reagentes
H2I2
Colisão
Efetiva
Reagentes Complexo
I2 + H2 Ativado
I2 Ea
Energia
H2 Produto
2 HI
HI HI
caminho reacional
FONTE: Adaptado de Sardella (2005)
172
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
• Temperatura
• Superfície de contato
• Catalisador
• Concentração dos reagentes
3.2 TEMPERATURA
A temperatura é um dos fatores que mais influenciam na velocidade de
uma reação. De fato, o aumento da temperatura de um sistema aumenta a agitação
das partículas, isso faz com que a frequência das colisões entre as moléculas dos
reagentes e a energia com que as moléculas se chocam também aumentem. Dessa
forma, o número de moléculas que reagem em um espaço de tempo é maior
(ATKINS, 2003; FONSECA, 2013).
173
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Com o aumento
da temperatura
Ocorre aumento
da energia cinética
das moléculas
O que resulta
no aumento da
velocidade da
reação.
174
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
• Reação muito lenta: oxidação ou ferrugem de uma barra de ferro, onde a reação
ocorre inicialmente na superfície da barra.
175
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Quanto maior a
superfície de contato
Maior número
de moléculas
reagindo
O que resulta
no aumento da
velocidade da
reação.
176
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
3.4 CATALISADOR
Catalisador é a substância que aumenta a velocidade de uma reação,
sem ser consumida durante o processo, isto significa que ele apenas age como
um acelerador da reação, não participa da reação com um reagente, já que não é
consumido e nem participa da composição dos produtos. No final da reação ele
pode ser integralmente recuperado, em massa e composição, isso é de grande
relevância econômica, já que o mesmo catalisador pode ser usado novamente em
outras reações.
E
IMPORTANT
177
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
caminho da reação
FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/quimica/fisico-quimica/
energia-de-ativacao>. Acesso em: 20 ago. 2017.
178
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
179
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Possibilidades
de colisão 1 2 4 6
entre A e B
Ao dobrar a Ao dobrar as Ao dobrar a
concentração concentrações concentração
de B, dobram de A e B, o de B e triplicar
as colisões. nº de colisões a concentração
aumenta 4 de A, o nº de
vezes. colisões aumenta
6 vezes.
FONTE: Usberco e Salvador (2002)
Aumenta a
O que resulta
O aumento da frequência de
no aumento da
concentração dos colisões entre as
velocidade da
reagentes moléculas dos
reação.
reagentes
180
TÓPICO 2 | VELOCIDADE DAS REAÇÕES
Materiais e Reagentes:
• meio copo de água morna
• meio copo de água gelada
181
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Procedimento Experimental:
Resultados e Discussão:
182
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A teoria das colisões nos diz que, para que duas ou mais substâncias possam
reagir, suas moléculas devem colidir entre si, de modo que ocorra a quebra das
ligações já existentes, permitindo assim a formação de novas ligações que irão
formar um novo produto.
• Para que a colisão ocorra de forma efetiva, o choque entre as moléculas deve
ocorrer com uma orientação favorável e energia suficiente para que as ligações
existentes se rompam e novas ligações sejam feitas.
• Quanto maior for a energia de ativação necessária, mais lenta será a reação.
a) ( ) 8 mols/minuto
b) ( ) 4 mols/minuto
c) ( ) 12 mols/minuto
d) ( ) 2 mols/minuto
a) ( ) É um composto instável.
b) ( ) Age como catalisador.
c) ( ) Possui menos energia que os reagentes ou os produtos.
d) ( ) É composto estável.
184
5 O que é energia de ativação?
185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 3
EQUILÍBRIO QUÍMICO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico vamos falar sobre equilíbrio relacionado às
reações químicas. Esse equilíbrio é chamado também de equilíbrio dinâmico, e é
um dos assuntos mais importantes dentro da química, porque ele reúne todos os
aspectos de estudo da matéria que vimos até agora.
ATENCAO
Vd
Vd Vi H2O(I) H2O(v)
H2O(v) Vi
188
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
Vamos imaginar o sistema inicial em que 1,00 mol de CO e 1,00 mol de NO2
foram colocados em um recipiente fechado de 1 litro de capacidade, e mantidos
à temperatura constante de 600 °C. Nesse instante inicial da experiência, teremos
apenas CO em 1,00 mol/L e NO2 1,00 mol/L e ainda não teríamos nem CO2 nem
NO.
A reação está
20 0,32 0,32 0,68 0,68
caminhando
189
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
Podemos observar, através dos dados experimentais, que dos 40min aos
60min, as concentrações dos reagentes e dos produtos não mudam, dessa forma
podemos entender que a partir desse ponto permanecerão inalteradas.
190
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
• CO (g) + NO2 (g) CO2 (g) + NO (g), onde vimos que, partindo-se de 1,00 mol
de CO, depois de 40 minutos, chega-se a um equilíbrio em que ainda existe
0,20 mol de CO sem reagir. Isso indica que apenas 0,80 mol de CO reagiram
(1,00 mol # 0,20 mol). A partir desse raciocínio, usando a expressão do grau de
equilíbrio é possível determinar qual foi o rendimento em % dessa reação.
191
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
• α próximo de zero (ou α% próximo de zero) indica a situação oposta, isto é, no equilíbrio
sobram grandes quantidades de reagentes (sem reagir), enquanto a formação de produtos
é pequena. Neste contexto, temos uma reação com baixo rendimento (SARDELLA, 2005;
USBERCO; SALVADOR, 2002; FONSECA, 2013; FELTRE, 2004).
éC ]c é D]d
ê ê
aA + bB cC + dD ® Kc = ë a ë b
é A ù é Bù
ë û ë û
192
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
éC ]c é D]d
ê
Para calcularmos a Kc, vamos usar a expressão: Kc = ë a ë b
ê
é ù é ù
ë A û ë Bû
Resolução: Kc =
0,80.0,80
= 16
0, 20.0, 20
0,974.0,974
Resolução: Kc = = 16
1,053.0,053
A partir dos resultados de Kc para as duas situações propostas, podemos
observar que embora as concentrações iniciais dos reagentes tenham sido diferentes
e consequentemente com equilíbrios químicos em concentrações diferentes, a
Kc se manteve a mesma para ambos. Essa é uma das principais características
da Kc, pode haver uma infinidade de estados de equilíbrio diferentes, mas o
valor numérico de Kc permanece constante enquanto a temperatura se mantiver
inalterada (SARDELLA, 2005; USBERCO; SALVADOR, 2002; FONSECA, 2013;
FELTRE, 2004).
3 DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO
Como já sabemos, quando as velocidades da reação direta e da inversa
se igualam, um processo químico entra em equilíbrio. A partir desse instante, as
concentrações de reagentes e produtos permanecem constantes, e a reação entra
em um estado de equilíbrio, como se parasse de ocorrer.
193
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
Princípio de Le Chatelier
Quando um sistema em equilíbrio sofre uma perturbação, este se desloca no sentido que
tende a anular essa perturbação: para voltar ao estado de equilíbrio anterior; ou para criar um
novo estado de equilíbrio.
Os fatores que podem afetar a condição de equilíbrio de um sistema são: concentração,
pressão, temperatura (FELTRE, 2004; PERUZZO; CANTO, 2009; FONSECA, 2013).
194
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
E
IMPORTANT
Aumentando a concentração de um
participante da reação, o equilíbrio desloca-se
no sentido do seu consumo.
Dimuindo a concentração de um
participante da reação, o equilíbrio desloca-se
no sentido da sua formação.
195
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
4 mols 2 mols
4 volumes 2 volumes
196
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
PCl5(g) PCl
PCl +
3( g5)( g)
Cl2PCl ÄH =+
( g) 3( g)
+ Cl39,
2( g)
Δ kcal
5ÄH =+ / mol
39, 5 kcal / mol
E
IMPORTANT
197
UNIDADE 3 | FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES QUÍMICAS
UNI
FONTE: BLOOMFIELD, M. M.; STEPHENS, L. J. Chemistry and the living organism. 6. ed. New
York, Wiley, 1996. p. 202.
198
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
LEITURA COMPLEMENTAR
O PROCESSO DE HABER-BOSCH
Exotérmico
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) + calor ΔHo = -91,8 kJ
Endotérmico
400 oC
500 oC
50
600 oC
200
TÓPICO 3 | EQUILÍBRIO QUÍMICO
201
RESUMO DO TÓPICO 3
202
• Os fatores que podem afetar a condição de equilíbrio de um sistema são:
concentração, pressão, temperatura.
203
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Kc = 6
b) ( ) Kc = 11
c) ( ) Kc = 8
d) ( ) Kc = 1
204
Essa reação produzirá a quantidade máxima de NO2 (óxido de nitrogênio), nas
seguintes condições de pressão e temperatura, respectivamente:
a) ( ) alta/alta.
b) ( ) alta/baixa.
c) ( ) baixa/alta.
d) ( ) baixa/baixa.
205
206
REFERÊNCIAS
AROEIRA, G. J. R. Plasma. s.d. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
fisica/plasma/>. Acesso em: 16 jun. 2017.
BUENO, Willie et al. Química geral. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978.
CHASSOT, Attico I. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1995.
KOTZ, John C.; TREICHEL, Paul M. Jr. Química geral e reações químicas. Rio
de Janeiro: Pioneira Thomson Learning, 2005.
KOTZ, John C.; TREICHEL, Paul M. Jr. Química geral e reações químicas. Rio
de Janeiro: Pioneira Thomson Learning, 2005.
SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar. Curso de Química. São Paulo: Ática, 1998.
USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química. Volume único. São Paulo: Saraiva, 2002.
USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
209