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2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
574
P436dr Pereira; Roberta Andressa
Diversidade de fanerógamos/ Roberta Andressa Pereira:
UNIASSELVI, 2016.
238 p. : il.
ISBN 978-85-7830-977-0
1. Biologia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Apresentação
Caro acadêmico,
Você já parou para pensar sobre qual a planta que dá origem ao café,
uma das bebidas mais populares em todo o mundo? Ou mesmo o vinho, já
conhecido da humanidade desde a antiguidade? Conhece como é e qual a
parte da planta usada pela indústria têxtil para produzir o tão famoso fio
de algodão? Ou sabia que a cana-de-açúcar, além de muito utilizada pela
culinária por conta do açúcar, é utilizada para fabricação de bioetanol,
combustível produzido e exportado pelo Brasil? As plantas estão ao nosso
redor e participam do nosso dia a dia. Vão muito além das refeições em
forma de salada ou sobremesas saudáveis. Conhecê-las é fundamental!
Espero que você possa ter uma noção de como funciona e é estruturado
o corpo de uma planta. Assim como, da grandeza da diversidade de
organismos fotossintetizantes e sua importância no meio ambiente, ajudando
na preservação do equilíbrio dos ecossistemas, muitos deles comprometidos
pela ação do homem.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – E AÍ? COMO É UMA PLANTA?................................................................................. 1
VII
TÓPICO 3 – MORFOLOGIA DOS FRUTOS...................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 63
2 FRUTOS SIMPLES................................................................................................................................ 65
3 FRUTOS AGREGADOS E MÚLTIPLOS.......................................................................................... 68
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 70
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 73
VIII
TÓPICO 2 – PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS
ANGIOSPERMAS........................................................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 161
2 AS GIMNOSPERMAS........................................................................................................................ 161
2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS GIMNOSPERMAS........................................................... 162
2.2 OS REPRESENTANTES DAS GIMNOSPERMAS..................................................................... 163
2.3 REPRODUÇÃO NAS GIMNOSPERMAS................................................................................... 165
3 AS ANGIOSPERMAS......................................................................................................................... 167
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ANGIOSPERMAS............................................................ 168
3.2 REPRODUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS.................................................................................... 169
3.2.1 A flor........................................................................................................................................ 170
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 179
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 186
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Todos dizem que o Brasil é um dos países com maior diversidade vegetal
do mundo, resultado de uma grande variedade de cores, formatos e tamanhos
das nossas plantas. Mas você saberia dizer de que partes são formadas as plantas?
Ou ainda, saberia identificar cada uma destas partes?
TUROS
ESTUDOS FU
3
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
2 RAIZ
De uma maneira geral, podemos afirmar que a raiz é o órgão vegetativo
que apresenta como função principal a fixação da planta ao substrato e a absorção
de água e nutrientes. Por conta disso, normalmente é subterrânea e aclorofilada,
ou seja, não apresenta o pigmento clorofila, que confere cor verde aos órgãos
vegetais. Apresenta, ainda, geotropismo e hidrotropismo positivos, isto é, seu
crescimento se dá em direção à terra e à água, respectivamente. Além disso, pode
ser um órgão de reserva, como nas cenouras (Daucus carota – Família Apiaceae) e
nabos (Brassica napus – Família Brassicaceae), ou ter função de respiração, como
observado em algumas plantas de mangue, como no mangue-branco (Laguncularia
racemosa – Família Combretaceae).
4
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
5
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
• Coifa: estrutura em forma de capa que reveste o ápice radicular, onde estão
localizados os tecidos meristemáticos. Esses tecidos apresentam células ainda
não diferenciadas e em constante divisão celular. Pode secretar mucilagens
que auxiliam na proteção e penetração do órgão no substrato. É formada por
uma região central denominada caliptrogênio.
6
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
a) Raízes Subterrâneas:
7
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C
a) Raízes Aéreas
A B
8
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
- Escora (Figura 6B-C): São raízes que aparecem em certas espécies de figueiras
(Ficus benjamim, por exemplo). Elas descem de ramos caulinares laterais,
alcançam o solo, ramificam-se e começam a absorver água. Por se tratarem
de eudicotiledôneas, elas crescem em espessura e com o tempo tornam-se tão
espessas que passam a substituir o caule em sua função, pois elas, além de
fixarem a ponta no solo e absorverem a água, conduzem essa água até a copa
e sustentam a copa. Quando já há muitas raízes bem desenvolvidas, o caule
pode desaparecer, ficando a copa totalmente escorada em raízes. Figueiras
milenares na Índia se expandem radialmente alcançando centenas de metros
além de seu ponto de origem.
- Estrangulares (Figura 6D): são uma variação das raízes escora. São raízes de
vegetais não parasitas, que vivem sobre outros e que os envolvem, crescendo
em direção ao solo, armando uma rede que vai se espessando, impedindo
então o crescimento em espessura da planta hospedeira, que, muitas vezes,
acaba morrendo. As plantas que apresentam este tipo de raiz são comumente
chamadas de mata-pau. Embora essas raízes costumam ser chamadas de “raízes
estrangulantes”, o termo não é adequado, pois as raízes não estrangulam
(processo ativo), mas simplesmente impedem o crescimento em espessura
do caule da planta hospedeira (processo passivo). Se a hospedeira for uma
palmeira, por exemplo, ambas podem conviver por muitos anos.
A B
9
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
C D
A. Raiz tabular. B-C. Raízes escoras. D. Raiz estranguladora. FONTE: Disponível em:
A. <https://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2014/07/figueira-do-parque-celso-
daniel-em-santo-andrc3a9-antes.jpg>. B. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.
com/2009/04/troncos-da-figueira-das-lagrimas-ricardo-cardim.jpg?w=500&h=374>.
C. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2010/03/figueira-no-ibirapuera-foto-de-
ricardo-cardim-direitos-reservados.jpg>. D. <http://www.panoramio.com/photo/21305391>.
Acessos em: 10 jan. 2016.
- Sugadoras (Figura 7): caracterizam plantas parasitas. Essas raízes são também
chamadas de haustórios e penetram no hospedeiro, através de uma estrutura
chamada apressório, até atingirem os tecidos vasculares (responsáveis pela
condução de água e fotoassimilados). As plantas parasitadas são classificadas
em:
10
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
C D
A-B. Holoparasitas. C-D. Hemiparasita. A,C. Vista geral. B. Detalhe. D. Detalhe dos
apressórios. FONTE: Disponível em:
A. <http://www.blogdovestibular.com/2015/07/questao-tipos-de-raizes.html>.
B. <http://herbologiamistica.blogspot.com.br/2010/07/cipo-chumbo.html>.
C. <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/morfovegetal2.php>.
D. <http://ramonlamar.blogspot.com.br/2014_04_01_archive.html>. Acessos em: 10 jan. 2016.
ATENCAO
11
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C
- Cinturas: são adaptações peculiares das plantas epífitas (plantas que vivem sobre
outras plantas). Estas raízes crescem enroladas ao tronco da planta suporte ou
de outro substrato qualquer, como rochas. Ex.: raízes de muitas orquídeas e
bromélias (Figura 9).
12
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
c) Raízes Aquáticas
13
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
TUROS
ESTUDOS FU
Tudo tranquilo até aqui? Então vamos seguir viagem pelo corpo da planta. A
seguir, conheceremos os diversos tipos de caules!
14
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
3 CAULE
De forma geral, podemos dizer que o caule é a parte do corpo da planta
que une as raízes às folhas, sendo, portanto, mais complexo do que o sistema
radicular. Ele pode apresentar folhas, gemas laterais e apicais, onde encontramos
tecidos meristemáticos primários (responsáveis pelo crescimento em longitudinal
da planta), e nós e entrenós (Figura 12).
FIGURA 12 – CAULE
Gema
apical
Gema
lateral
Caule
Nó
Entrenó
Nó A B C
A B C
16
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
- Tronco (Figura 13B-D): bem desenvolvido, muito robusto, lenhoso (caule que
produz madeira) e ramificado; característico da maioria das árvores e arbustos
de eudicotiledôneas e gimnospermas. Ex.: araucária, cedro (Cedrela fissilis –
Família Meliaceae), limoeiro (Citrus limonum – Família Rutaceae).
- Estipe: caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com uma coroa de folhas
apenas no ápice. Ex.: palmeiras (Figura 13A).
- Haste (Figura 14): caule delicado, não lenhoso, ereto, da maioria das ervas. Ex.:
couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae) (Figura 14A), hortelã (Mentha
sp. – Família Lamiaceae) (Figura 14B), girassol (Helianthus annuus – Família
Asteraceae) (Figura 14C).
- Colmo (Figura 14D-E): caules divididos em gomos, com nós e entrenós bem
nítidos. Há colmos cheios, como a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família
Poaceae) (Figura 14D) e milho, e ocos, como o bambu (Bambusa spp. – Família
Poaceae) (Figura 14E).
A B C
D E
A-C. Caules do tipo haste. A. Couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae). B. Hortelã (Mentha
sp. – Família Lamiaceae). C. Girassol (Helianthus annuus – Família Asteraceae). D-E. Caules do
tipo colmo. D. cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família Poaceae). E. bambu (Bambusa
sp. Família Poaceae). FONTE: Disponível em: A. <http://plantas-medicinais.me/wp-content/
uploads/2010/08/mall.jpg>. B.<http://2.bp.blogspot.com/_qqwONhF5NzE/TMwugBiplVI/
AAAAAAAABYY/3kbwLCi5R00/s1600/hortela.gif>. C.<http://www.redeto.com.br/images/
noticia/20131025134918_girassol_flor_simbolo_do_estado_lenna_borges.jpg?KeepThis=true>. D.
<http://www.sistemafaep.org.br/cana-da-acucar-amargo-prejuizo.html>.E. <http://reciclaedecora.
com/wp-content/uploads/bambu.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
17
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
- Volúvel (Figura 15A): caule que cresce enrolando-se a um suporte. Pode ser
dextrorso, quando o caule se enrola no sentido horário, como se observa no
guaco (Mikania glomerata – Família Asteraceae), ou sinistrorsos, quando ocorre
no sentido anti-horário, como no cará-do-ar (Dioscorea bulbifera).
- Estolho (Figura 15C-D): este tipo de caule também rasteja junto à superfície do solo,
tem entrenós bem alongados e em cada nó apresenta gemas e raízes, podendo se
fixar novamente nesse ponto. Ex.: morango (Fragaria sp. – Família Rosaceae).
- Cladódio: este tipo de caule modificado tem como função principal realizar
fotossíntese e/ou reservar água. Geralmente, está presente em plantas afilas
(isto é, sem folhas) ou com folhas reduzidas, comumente transformadas em
espinhos. Ex.: cactos (Família Cactaceae) (Figura 15E), carqueja (Baccharis sp. –
Família Asteraceae).
Estolão
A B C
D E
A. Caule volúvel em Ipomea sp. crescendo sobre outra planta. B. Caule rastejante da aboboreira
(Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae). C-D. Estolho no morangueiro. E. Cladódio em
cactos. FONTE: Disponível em: A. <http://1.bp.blogspot.com/_8flEUDwr_So/TJNFOq8NEdI/
AAAAAAAAAGw/0-jhWGFpAe0/s1600/Campainha+(Ipomea+cairica,+%5BL.%5D+Sweet)+preto1.
jpg>.B. <http://www.henriettesherbal.com/files/images/photos/c/cu/d04_2301_cucurbita-.jpg>
C. <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caule/imagens/caule64.jpg>.
D. <http://2.bp.blogspot.com/_1c0wmap1eQc/R1SexPVnBrI/AAAAAAAAACE/9z_2XfuxL5Y/s1600-
R/L.jpg. E. http://www.f-lohmueller.de/cactus/Dendrocereus/Dendrocereus012.htm>. Acessos
em: 10 jan. 2016.
18
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
b) Caules subterrâneos
A B Tubérculo Raíz C
Talo Talo
Colo Colo
D Prato Prato E
Raiz Raiz
A-B. Caules do tipo rizoma. C. Esquema evidenciando o caule do tipo tubérculo em batata-
inglesa. D. Cormo. E. Bulbo da cebola (Allium cepa – Família Alliaceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://www.jardimdeflores.com.br/JARDINAGEM/JPEGS/
A47rizoma2.jpg>. B. <http://www.aulete.com.br/rizoma>.C. <http://www.colegiovascodagama.
pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade6repassex.html>.D.<http://1.bp.blogspot.com/_jf5pZSfZAh4/
TShAyerIKMI/AAAAAAAAOok/kbtxbIWA2X0/s1600/santa4.JPG>. E. <http://www.ceasaminas.
com.br/agroqualidade/Cebola/cebmorfologia.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
19
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
a) Caules aquáticos
NOTA
FIGURA 17 – GAVINHAS
A B
Mas atenção! Não confunda espinhos caulinares com acúleos. Acúleos são simples formações
epidérmicas, sem vascularização e geralmente sem posição definida no caule. A rosa (Rosa
sp. – Família Rosaceae) (Figura 18A) apresenta acúleos, que são facilmente retirados quando
sob leve pressão. Você já tentou arrancá-los? Entretanto, você não conseguirá fazer o mesmo
com os espinhos do limoeiro, justamente porque são espinhos verdadeiros, e não apenas
uma projeção do tecido mais externo do órgão. Existem também espinhos foliares, que são
folhas modificadas, como nas cactáceas (Figura 18B).
20
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
Assim, uma erva é uma planta com caule não lenhoso (ou seja, não produz
madeira) e, geralmente, não vivendo muito mais de um ano.
- Arbustos e árvores são plantas lenhosas, com caule e ramos, que vivem
vários anos, tornando-se mais espessados a cada estação, à medida que o
câmbio vascular adiciona novas camadas de xilema e floema (veremos com
mais detalhe adiante, quando conversarmos sobre anatomia das plantas).
Enquanto o arbusto não tem um tronco principal, mas vários eixos principais
que aparecem do nível do solo, uma árvore tem sempre um tronco com ramos
apenas na parte superior. Há, contudo, muitas formas intermediárias entre
estes três tipos principais de hábito de vida, como, por exemplo:
- Arvoreta: uma árvore de baixo porte, ou com tronco principal muito curto.
21
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C
22
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
23
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
C D E
Morangueiro
F Raiz Estolho G H
24
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
4 FOLHA
É o órgão vegetativo das plantas, geralmente com formato laminar,
cuja principal função é a fotossíntese, uma vez que é nelas que encontramos o
pigmento clorofila em maior quantidade.
25
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
Folha peciolada
Folíolo
Pecíolo
Nervuras ramificadas
Folha séssil
Ráquis
ou
Raque
Nervuras ramificadas
DICOTILEDÔNEAS
Folha invaginante
Bainha
A Pulvino B
MONOCOTILEDÔNEA
• Simples (Figura 22A, 23A): quando o limbo é indiviso, ou seja, não está dividido
em partes. Ex.: folha de laranjeira, parreira etc.
• Composta (Figura 22B, 23B-H): quando o limbo é dividido em porções
laminares, chamadas de folíolos. Os folíolos podem, também, se subdividir,
formando os foliólulos, como vemos nas folhas bipinadas. Nas folhas tripinadas,
os foliólulos voltam a se subdividir.
26
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
- Bipinada (Figura 23D): com duas ordens de folíolos, cada uma pinada.
- Tripinada (Figura 23E): com três ordens de folíolos, cada uma pinada.
- Palmada ou digitada (Figura 23F): com mais de três folíolos partindo de um
ponto comum.
- Bifoliolada (Figura 23G): com dois folíolos partindo de um ponto comum.
- Trifoliolada (Figura 23H): com três folíolos partindo de um ponto comum.
FIGURA 23 – FOLHAS
A B C D
E F G H
27
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
28
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
• Lisa ou inteira (Figura 25A): como o nome sugere, a margem é lisa, não
apresentando reentrâncias;
• Repanda (Figura 25B): margem levemente sinuosa;
• Crenada (Figura 25C): margem dividida em pequenos lobos obtusos e
arredondados (dentes arredondados);
• Denteada (Figura 25D): também chamada dentada. Esta margem apresenta
lobos comumente agudos que se colocam em ângulo reto em relação ao meio
do limbo. Há uma variedade denominada denticulada, mas esta diferencia-se
da primeira por apresentar lobos muito menores. Importante: não confundir
com a serreada, onde os lobos são voltados para o ápice foliar;
• Serreada (Figura 25E): ou serrada. Apresenta lobos agudos a ascendentes, ou
seja, direcionados para o ápice;
• Erosa (Figura 25F): é constituída por lobos, ou “dentes”, distribuídos de forma
irregular ao longo de toda margem, passando a impressão de terem sido roídas
ou desgastadas;
• Crespa (Figura 25G): margem excessivamente irregular e ondulada;
• Sinuada (Figura 25H): margem sinuosa.
A B C D E F G H
29
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C
D E F
G H I
J K L
30
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
acuminata emarginada
aguda obcordada
obtusa cuspidata
truncada mucronata
31
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C D E F G
g) Presença de tricomas:
Segundo Souza et al., (2013, p. 112), “os tricomas são projeções da epiderme
e podem estar presentes em qualquer parte do vegetal, assumindo diferentes
funções, que incluem desde a proteção contra o excesso de radiação solar até o
auxílio na dispersão das sementes”.
h) Cor
32
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B
4.3 FILOTAXIA
Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. A forma como as
folhas estão dispostas é muito importante para a planta, porque pode evitar o
sombreamento da folha situada logo abaixo.
A B C D E
33
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
34
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
A B C
Flores
Brácteas
D E
35
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• As raízes podem ser classificadas de forma especial de acordo com sua função e
estrutura, como as raízes tuberosas, suporte, tabulares, escora, estrangulantes,
sugadoras, respiratória, pneumatóforos, grampiformes, cintura, contrácteis.
36
• As folhas podem ser classificadas quanto à inserção no caule, à composição,
à forma do limbo, à margem do limbo, à base do limbo, ao ápice do limbo, à
disposição das nervuras, à presença de tricomas, de acordo com a consistência
e com a cor.
• Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. Ela pode ser: oposta,
oposta-cruzada, verticilada e alterna.
37
AUTOATIVIDADE
Plantas:
1 - Cactos 4 - Gengibre 7 - Goiabeira 10 - Palmito
2 - Palma-de-santa-rita 5 - Chuchu 8 - Batata-inglesa 11 - Bambu
3 - Morango 6 - Alho 9 - Agrião 12 - Feijão-de-vara
3 Diga que tipo de raízes compõe o sistema radicular das plantas listadas a
seguir:
a) cenoura:
b) palmeira-juçara:
c) cipó-chumbo:
d) hera:
e) aipim:
38
4 Cite um tipo de planta que apresenta o seguinte tipo de raiz:
a) cintura:
b) respiratória:
c) tabular:
d) aquática:
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Este tópico abordará a estrutura dos órgãos reprodutivos do grupo
de plantas vasculares terrestres mais derivado. Vamos descobrir como estão
estruturadas as flores, suas funções e inflorescências e os frutos, órgãos que
ajudam na dispersão dos indivíduos. Vamos lá?
2 FLOR
A flor aparece nas gimnospermas com aspecto rudimentar e são chamadas
de estróbilos ou cones, tornando-se mais especializadas nas angiospermas,
o grupo mais derivado (evoluído) das plantas. Ela é um conjunto de folhas
modificadas que constitui o aparelho reprodutivo desse grupo vegetal.
• Verticilos de Reprodução:
Estame
Estigma
Antera
Tépalas
Filete
Estilete Corola
Ovário
Óvulo Cálice
Pistilo
(ou gineceu) Receptáculo
Pedicelo
A B
43
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
E
IMPORTANT
Carpelo
Carpelo
Estame
Pétala
Pétala
Sépala
Sépala
Receptáculo floral
Pedúnculo floral
Receptáculo floral
A Pedúnculo floral B
Monóclina ou hermafrodita Diclina feminina
Estame
Pétala
Sépala
Receptáculo floral
Pedúnculo floral
C
Diclina masculina
44
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
2.2 PERIANTO
a) Quanto ao perianto (cálice e corola):
• Aperiantada nua ou aclamídea: sem perianto. Ex.: amora (Morus sp.- Família
Moraceae) (Fig. 35A).
• Monoperiantada ou monoclamídea: apresenta apenas ou cálice ou corola
(Figura 35B).
• Diperiantada ou diclamídea: diz-se da flor que apresenta cálice e corola (Figura
35C).
A B C
E
IMPORTANT
45
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
c) Quanto à duração:
46
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
A B
C D
47
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
FIGURA 37 – ANDROCEU
A B C
• Antera apicefixa (Figura 38A): o filete une-se à antera pelo ápice (mais raro).
• Antera dorsifixa (Figura 38B): o filete une-se à antera pelo dorso.
• Antera basifixa (Figura 38C): o filete une-se à antera pela base.
48
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
FIGURA 38 – ANTERAS
A B C
D E
C F
49
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C D
50
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
E
IMPORTANT
• Súpero ou livre (Figura 40A): quando o ovário está situado acima da inserção
de cálice e corola, como ocorre no lírio, por exemplo.
• Ínfero ou aderente (Figura 40C): quando o ovário está situado abaixo da
inserção dos verticilos protetores.
• Hipógina (Figura 40A): com ovário súpero, cálice e corola afixados abaixo do
ovário, sem hipanto.
• Perígina (Figura 40B): a parede do ovário está livre, porém ocorre hipanto. Ex.:
rosa.
• Epígina (Figura 40C): a parede do ovário ínfero está soldada à parede do
hipanto. Ex.: pepino.
51
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
E
IMPORTANT
A B C
FIGURA 41 – PLACENTAÇÃO
A B C D E F
52
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
* = simetria actinomorfa;
* K(5) C5 An G5 n
53
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
Sépala
Antera
Óvulo
Pétala
A B C
3 INFLORESCÊNCIAS
As flores podem estar organizadas nos ramos de forma isolada ou
agrupada. Este último caso chamamos de inflorescência.
54
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
A B C D E F
55
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B
A. Sicônio de uma figueira (Ficus sp. – Família Moraceae). Lembre-se, estas flores se
transformarão em frutos. B. Flor da coroa-de-cristo (Euphorbia milii – Família Euphorbiaceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://plantas-e-pessoas.blogspot.com.br/2009/07/polinizacao-
em-ficus-carica-moraceae.html>. B. <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/52/
Wasp_on_Euphorbia_milii_flower_09752.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
56
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• O cálice pode ser classificado quanto ao número de sépalas, à união das sépalas
(dialissépalo ou gamossépalo), à duração (caduco, decíduo ou persistente).
57
• O gineceu pode ser classificado de acordo com o número de carpelos, lóculos
e óvulos; quanto à união (dialicarpelar ou dialicarpelar), quanto à ausência
do estigma (séssil) ou sua presença (tipos), quanto à sua posição do estilete no
ovário (terminal, lateral ou ginobásico), quanto à posição do ovário (súpero ou
ínfero), quanto à placentação.
58
AUTOATIVIDADE
A porção basal dos carpelos é o ________, que pode ter uma ou mais cavidades
denominadas ____________, onde estão alojados um ou mais ___________, que,
depois de fecundados e desenvolvidos, originam as ___________. Podemos
afirmar ainda que o fruto é o resultado do desenvolvimento do __________.
A- D- G-
B- E- H-
C- F- I-
A flor tem ______________(1) quando cálice e corola não são distintos entre si,
sendo dita _______________(2) e suas peças são chamadas de ___________(3).
a) (1) perigônio, (2) homoclamídea, (3) tépalas.
b) (1) perianto, (2) heteroclamídea, (3) pétalas.
c) (1) perigônio, (2) diclamídea, (3) tépalas.
d) (1) perianto, (2) arquiclamídea, (3) sépalas.
e) (1) perigônio, (2) homoclamídea, (3) pétalas e sépalas.
4 A flor em que o cálice tem quatro peças livres e que se desprendem logo
após a ântese é:
59
a) ( ) polissépalo, corissépalo e caduco.
b) ( ) tetrassépalo, dialissépalo e decíduo.
c) ( ) tetrassépalo, gamossépalo e persistente.
d) ( ) tetrâmero, dialissépalo e caduco.
e) ( ) tetrâmero, sinsépalo e decíduo.
5 Observe a figura:
h i
g
f
c
b
a) ( ) homocíclica.
b) ( ) acíclica.
c) ( ) cíclica.
d) ( ) hemicíclica.
e) ( ) heterocíclica.
60
7 Uma flor que apresenta cálice e corola é chamada de:
a) ( ) diclamídea.
b) ( ) monóclina.
c) ( ) díclina.
d) ( ) dicíclica.
e) ( ) aclamídea.
61
62
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Como já sabemos, se uma flor for polinizada, seu ovário passará por muitas
transformações e se desenvolverá em um fruto e seus óvulos, se fecundados,
nas sementes. Assim, podemos afirmar que o fruto, no sentido morfológico e
estrutural, é o ovário amadurecido de uma flor. Sua função principal é auxiliar
na proteção e dispersão das sementes. O fruto é uma estrutura exclusiva das
angiospermas e uma característica muito importante!
Epicarpo
Mesocarpo Pericarpo
Endocarpo
63
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
Não podemos esquecer que, uma vez que ocorre a polinização, o óvulo
pode ser fecundado e transformado em semente.
A B C
64
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
TUROS
ESTUDOS FU
2 FRUTOS SIMPLES
São os frutos derivados de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma
flor. Podem ser secos ou carnosos, uni ou multicarpelares (mas neste caso
gamocarpelares), deiscentes ou indeiscentes. Ex.: pêssego (Prunus sp. - Família
Rosaceae), tomate (Lycopersicum sp. - Família Solanaceae). Abaixo estão listados
os principais tipos de frutos simples.
c) Síliqua - fruto derivado de ovário bicarpelar, que se abre por duas valvas
laterais, deixando um eixo central (replum) onde ficam fixadas as sementes.
Exemplo: espécies da família Brassicaceae, como o agrião (Nasturtium sp.) e a
mostarda (Brassica sp.) (Figura 48C).
65
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
A B C
D E F
66
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
e) Cariópse (ou Grão) – fruto típico das espécies da família Poaceae, como o milho
(Zea) (Figura 49E), arroz (Oriza), trigo (Triticum). Semelhante ao aquênio, mas
neste caso, a única semente fica presa totalmente à parede do fruto.
f) Noz - contendo uma só semente, totalmente livre da parede do fruto. Ex: avelã
(Corylus avellana – Família Betulaceae), noz (Juglans regia – Família Juglandaceae)
(Figura 49F), carvalho (Quercus – Família Fagaceae).
A B C
D E F
67
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
a) Frutos agregados: são derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu
multicarpelar dialicarpelar), mais ou menos concrescidos. No morango
(Fragaria vesca – Família Rosaceae) (Figura 51A), na fruta-do-conde (Annona
squamosa - Família Annonaceae) (Figura 51B) e na framboesa ou amora-silvestre
(Rubus - Família Rosaceae) (Figura 51C), muitos ovários amadurecidos de uma
flor estão todos unidos a um receptáculo carnoso comum, comestível.
68
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
A B C
D E
E
IMPORTANT
Todos os tecidos que não fazem parte do carpelo e que venham a compor
um fruto são referidos como partes acessórias do fruto. Assim, a maior parte de alguns
frutos carnosos, como a maçã (Malus) e a pera (Pyrus), ambas as espécies pertencentes à
Família Rosaceae, é acessória, porque é originada do hipanto espessado (lembrem-se de
que nas flores destas espécies o ovário é ínfero). No caju (Anacardium occidentale - família
Anacardiaceae), o fruto verdadeiro (derivado do ovário fecundado) é uma drupa coriácea (a
parte que vulgarmente chamamos de “semente” do caju, contendo a castanha) e a porção
carnosa comestível é o pedúnculo da flor que se desenvolveu como parte acessória, após
fecundação.
69
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
LEITURA COMPLEMENTAR
TUROS
ESTUDOS FU
70
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
E
IMPORTANT
O figo é uma infrutescência constituída por numerosos frutos, pois cada flor
do sicônio dá origem a um pequeno fruto, e um tecido carnudo esbranquiçado de origem
caulinar.
71
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• Frutos agregados são derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu
multicarpelar dialicarpelar), mais ou menos concrescidos.
72
AUTOATIVIDADE
a) abacaxi:
b) azeitona:
c) pepino:
d) garapuvu:
e) ipê:
f) algodão:
g) noz:
h) araribá:
i) papoula:
j) salsa:
k) pitáia:
l) framboesa:
m) canafístula:
n) coco-da-bahia:
o) milho:
p) dente-de-leão:
q) banana:
r) carambola:
s) chichá:
t) avelã:
u) guaraná:
v) feijão:
w) cevada:
x) goiaba:
y) amora:
z) pêssego:
ATIVIDADE PRÁTICA
73
Uma flor “perfeita” apresenta estruturas de proteção, e outras ligadas
diretamente à reprodução. Entre as estruturas de proteção, temos o cálice e a
corola, que são os conjuntos de sépalas e pétalas, respectivamente. Os verticilos
de reprodução são o gineceu e o androceu. O primeiro é formado pelo ovário,
estilete e estigma, enquanto que o androceu é formado por filete e antera, que
está associada à produção do grão-de-pólen e à sua liberação.
Objetivos
Materiais
Flores diversas;
Estereomicroscópio ou alguma lupa de aumento;
Lâmina;
Pinça.
Metodologia
Classificação da flor:
Nome popular: _____________________________________________
Nome científico: ____________________________________________
Família botânica: ___________________________________________
1. Generalidades da flor:
74
2 Cálice (K)
3 Corola (C)
4 Androceu (A)
5 Gineceu (G)
Segue um exemplo:
Classificação da flor
Nome popular: Ipê-amarelo
Nome científico: Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos
Família botânica: Bignoniaceae
5.1. Generalidades da flor:
5.1.1. Quanto à presença do pedicelo ou pedúnculo: ( x ) pedunculada
( ) séssil
5.1.2. Quanto à disposição do receptáculo: ( x ) cíclica ( ) hemicíclica
( ) acíclica
5.1.3. Flor quanto à simetria: ( ) actinomorfa ( x ) zigomorfa ( ) irregular
75
5.1.4. Quanto ao perianto: ( ) aclamídea ( ) monoclamídea ( x ) diclamídea
5.1.5. Se for diclamídea, é ( x ) heteroclamídea ( ) homoclamídea
5.1.6. Quanto aos órgãos de reprodução: ( x ) androginospóricas
( ) ginospóricas ( ) androspóricas
5.2. Cálice (K)
5.2.1. Quanto ao número de sépalas: 5
5.2.2. Quanto à união das sépalas: ( ) dialissépalo ( x ) gamossépalo
5.2.3. Quanto à duração: ( ) caduco ( x ) decíduo ( ) persistente
5.3. Corola (C)
5.3.1. Quanto ao número de pétalas: 5
5.3.2. Quanto à união das peças: ( ) dialipétala ( x ) gamopétala
5.4. Androceu (A)
5.4.1. Número de estames: ( ) indefinido ( x ) definido, 4 (sendo dois maiores
e dois dois menores)
5.4.2. Nº estames vs. nº de peças nos verticilos protetores: ( x ) oligostêmone
( ) isostêmone ( ) diplostêmone ( ) polistêmone
5.4.3. Estames quanto à união: ( x ) dialistêmone ( ) gamostêmone
5.4.4. Estames quanto à união com as pétalas: ( x ) livres ( ) epipétalos
5.4.5. Estames quanto à fixação da antera ao filete: ( ) apicefixa ( x ) dorsifixa
( ) basifixa
5.4.6. Quanto à deiscência da antera: ( ) poricida ( x ) longitudinal ( ) valvar
5.5. Gineceu (G)
5.5.1. Gineceu quanto ao número de carpelos: 2 (bicarpelar)
5.5.2. Quanto à união dos carpelos: ( ) dialicarpelar ( x ) gamocarpelar
5.5.3. Estilete quanto à sua posição no ovário: ( x ) terminal ( ) lateral
( ) ginobásico
5.5.4. Quanto ao número de lóculos no ovário: 2 (bilocular)
5.5.5. Localização do ovário: ( x ) súpero ( ) ínfero
5.5.6. Quanto à posição do ovário: ( x ) hipógina ( ) perígina ( ) epígina
5.5.7. Número de óvulos: n (muitos)
76
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta segunda unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
77
78
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A CÉLULA VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
De uma forma geral, podemos afirmar que Anatomia Vegetal é o ramo
da Botânica que estuda a estrutura interna dos organismos vegetais, ou seja, a
forma e o arranjo das células, dos tecidos e dos órgãos das plantas, e como estes
se organizam.
TUROS
ESTUDOS FU
79
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
2 CÉLULA VEGETAL
No século XVII, o físico inglês Robert Hooke, ao observar um pedaço
de cortiça sobre um equipamento, notou que ela era formada por pequenos
compartimentos fechados. Isso o lembrou das celas dos mosteiros, dependências
onde os monges ficavam enclausurados. Por conta dessa semelhança, chamou
aquela estrutura observada de célula.
E
IMPORTANT
A invenção do microscópio pode ser considerada o marco inicial da Biologia Celular. Foram
os holandeses Hans Janssen e Zacharias Janssen, fabricantes de óculos, que inventaram o
microscópio no final do século XVI. As observações realizadas por eles demonstraram que
a montagem de duas lentes em um cilindro possuía a capacidade de aumentar o tamanho
das imagens, permitindo, dessa forma, que objetos pequenos, invisíveis a olho nu, fossem
observados de forma detalhada.
Entretanto, Hans e Zacharias Janssen não utilizaram sua invenção para fins científicos. Foi o
também holandês Antonie von Leeuwenhoek, que viveu entre os anos de 1632 e 1723 na
cidade holandesa de Delft, quem primeiro registrou suas observações utilizando microscópios.
Utilizando um microscópio de fabricação própria, Leeuwenhoek foi o primeiro a observar e
descrever as fibras musculares, espermatozoides e bactérias. Leeuwenhoek relatou todas as
suas experiências para Robert Hook, membro da Royal Society of London.
Como falava somente Dutch (holandês), Robert Hooke traduziu os seus trabalhos, que
posteriormente foram publicados pela entidade. Acerca de suas observações com o
microscópio, Leeuwenhoek descreveu originalmente a seguinte frase: “Não há prazer maior,
quando meu olhar encontra milhares de criaturas vivas em apenas uma gota de água”.
Entretanto, a “descoberta” da célula é atribuída a Robert Hooke. Em 1665 Hooke publicou seu
livro intitulado Micrographie, contendo observações microscópicas e telescópicas e algumas
observações originais em Biologia.
Buscando compreender por quais razões a cortiça era tão leve, Hooke estudou fatias finíssimas
deste material. Foi então que, utilizando seu microscópio composto, Hooke observou que
a baixa densidade deste material era devida à existência de pequenos compartimentos, até
então vazios. A estes pequenos compartimentos Hooke deu o nome de “cell”, que em inglês
significa cavidade ou cela. Na verdade, estes compartimentos não estavam vazios, mas por
se tratar de um tecido vegetal morto, o que Hooke observara não era a célula completa em
si, mas sim compartimentos delimitados pela parede celular.
80
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
NOTA
81
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
a) Parede celular
82
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
Microfiblilas
Microfibrilas
Cadeias de
Celulose
83
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
b) Plastos ou plastídios
84
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
A B C
DICAS
c) Vacúolos
85
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
d) Substâncias ergásticas
E
IMPORTANT
As células que contêm substâncias ergásticas, muitas vezes, são diferentes morfo
e fisiologicamente das demais. Quando uma célula difere da maioria pelo seu tamanho,
formato ou conteúdo, denomina-se idioblastos.
86
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
A B C
FONTE: A. Rodrigues et al. (2010, p. 94). B. Adaptado de (Medeiros & Lima, 2009, p. 28): <http://
revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/212/510> C. Adaptado de (Medeiros & Lima, 2009, p.
28): <http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/212/510>. Acesso em: 26 jul. 2018
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• A célula foi descoberta pelo físico inglês Robert Hooke, no século XVII, ao
observar um pedaço de cortiça.
88
camadas, denominadas S1, S2, S3 e verrucosa (simbolizada pela letra W). Nesta
parede, as microfibrilas de celulose estão depositadas organizadamente sobre
a membrana plasmática.
89
AUTOATIVIDADE
A ___________________
B ___________________
C ___________________
D ___________________
E ___________________
( ) ocorrem em cromoplastos
( ) são formados de carbonato de cálcio
( ) podem ter drusas no seu interior
( ) ocorrem nos leucoplastos
( ) cristais em forma de agulha
90
( ) podem conter cristais
( ) cristais em forma de estrela
( ) se coram com lugol
( ) ocorrem nos cloroplastos
( ) são formados de oxalato de cálcio
91
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2
TECIDOS VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
Os tecidos são conjuntos de células com a mesma origem e organização e
que realizam determinada função.
2 TECIDOS MERISTEMÁTICOS
São tecidos permanentemente jovens que retêm a potencialidade para
divisões após o término da embriogênese. Suas células permanecem não
diferenciadas e contêm elementos essenciais para edificação da estrutura das
células diferenciadas, ou seja, os meristemas são destinados à formação de todos
os demais tecidos.
93
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Divisões
anticlinais
Divisões
periclinais
Meristema
fundamental Procâmbio
Meristema apical
Protoderme
Primórdio foliar
Procâmbio
Protoderme
Caliptrogênio Gema axilar
Coifa Meristema
A fundamental B
No ápice da raiz podemos encontrar uma coifa, que é uma capa protetora.
Esta coifa apresenta uma própria região meristemática, chamada caliptrogênio.
94
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
a) Felogênio
ATENCAO
95
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Iniciação da Epiderme
atividade do Parede
felogênio anticlinal Felogênio
Súber
Feloderme
Córtex
A B
b) Câmbio vascular
Floema primário
Floema secundário
Câmbio
fascicular
Câmbio
interfascicular
Xilema secundário
Xilema primário
FONTE: A autora
96
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
ATENCAO
3 TECIDOS PERMANENTES
Vamos conhecer agora os tecidos permanentes.
Essas e outras funções são exercidas por dois tipos de tecidos: a epiderme,
que é um tecido primário, e a periderme, um tecido secundário.
a) Epiderme
DICAS
97
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Comumente, as paredes celulares dos órgãos aéreos são revestidas por uma
camada lipídica, podendo ser uma cera ou uma cutícula (Figura 62). A espessura
dessa camada pode variar de planta para planta, dependendo do ambiente em
que ela esteja. Plantas de ambiente xérico (seco) tendem a possuir uma cutícula
muito mais espessa do que plantas de ambiente úmido. A ornamentação das
ceras epidérmicas pode ser usada como ferramenta para taxonomia.
São estruturas que existem tanto nas folhas como nos caules jovens e
também nas flores. São formadas por duas células epidérmicas especializadas,
chamadas de células-guarda, que delimitam uma fenda, o poro estomático (ou
ostíolo). Geralmente, as células-guarda apresentam formato reniforme, com
exceção de certas monocotiledôneas, que apresentam formato de halteres; e são
as únicas células epidérmicas que contêm cloroplastos.
98
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
Células-guarda
ostíolo
Células anexas
núcleo Cloroplastos A B
99
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Pr
Ep
Ex
Pc
A B C
A B C
100
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
• Hidatódios
FIGURA 66 – GUTAÇÃO
A B
b) Periderme
101
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
NOTA
DICAS
102
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
a) Parênquima fundamental
Co
Co
A B
b) Parênquima clorofiliano
103
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
EP
PP
PE
A B
PS
c) Parênquima de reserva
Célula do
parênquima
amilífero
ha
Grãos de amido A
B et C
FIGURA 70 – COLÊNQUIMA
PCL
A COL B C
106
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
FIGURA 71 – ESCLERÊNQUIMA
Canal da
Pontoação
A B C
a) XILEMA
- células parenquimáticas;
- células esclerenquimáticas (principalmente fibras);
- elementos traqueais: podem ser de dois tipos: as traqueídes, que ocorrem
nas gimnospermas e angiospermas muito primitivas, e os elementos de vaso,
ocorrem na grande maioria das angiospermas.
107
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
ATENCAO
108
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
Elementos de vaso
Fibras
Traqueídes
109
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
• Xilema primário
110
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
MX
MX
PX
PROTOXILEMA METAXILEMA
• Xilema secundário
111
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
PE
MX PX
FS XS
XP
b) FLOEMA
112
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
A B
Células companheiras Célula companheira
C
Placa Célula
crivada companheira
A-B. Secções transversais. C. Secção longitudinal. FONTE: Raven et al. (2007, p. 540)
Floema primário
Entendemos por excreção todo aquele material produzido e que não mais
será aproveitado no processo metabólico do vegetal. Já a secreção se refere a todo
aquele material resultante do processo metabólico e que ainda pode ser aproveitado.
113
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
114
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
- Nectários (Figura 79): secretam néctar. Podem ser: florais, quando ocorrem nas
flores (ovário, estame, sépala, pétala, receptáculo) ou em inflorescências; ou
extraflorais, podem ocorrer, por exemplo, nas folhas.
FIGURA 79 – NECTÁRIOS
A C
115
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
- Hidatódios (veja Figura 66): aqui encontramos estruturas que excretam água
na forma líquida. Esse processo é denominado de sudação ou gutação.
116
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
117
• Estômatos são formados por duas células-guardas, clorofiladas, que delimitam
uma abertura (o ostíolo, que vai permitir as trocas gasosas na respiração e
também na fotossíntese). As células que o circundam são chamadas anexas.
118
• Há dois tipos de elementos crivados: células crivadas, presentes em
gimnospermas; e elementos de tubo crivado, presentes em angiospermas.
119
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Epiderme, Protoderme.
b) ( ) Epiderme, Endoderme.
c) ( ) Protoderme, Epiderme.
d) ( ) Exoderme, Hipoderme.
e) ( ) Protoderme, Endoderme.
(1) aquífero
(2) aerênquima
(3) de preenchimento
(4) de reserva
(5) clorofiliano
120
5 Assinale MP para as alternativas referentes a meristemas primários, MS
para meristemas secundários, TP para tecidos primários e TS para tecidos
secundários:
( ) xilema primário
( ) procâmbio
( ) meristema fundamental
( ) feloderme
( ) felogênio
( ) xilema secundário
( ) floema secundário
( ) parênquima cortical
( ) súber
( ) câmbio vascular
( ) protoderme
( ) epiderme
8 Complete a tabela:
121
122
UNIDADE 2 TÓPICO 3
OS ÓRGÃOS VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
A partir de agora você conhecerá a estrutura anatômica básica dos órgãos
vegetativos, como a raiz, o caule e as folhas.
2 RAIZ
De modo geral, a estrutura primária apresenta (de fora para dentro) três
regiões:
Epiderme
(sistema dérmico)
Córtex
(sistema de preenchimento)
Cilindro vascular
(sistema vascular)
Pr
Ep
Ex
Pc
En
Xp P
Fp
123
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
E
IMPORTANT
UNI
Cilindro
Velame central
Córtex
Velame
A
B C
124
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
Córtex com
aerênquima
Endoderme
Cilindro
central
FONTE: A autora
125
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
FIGURA 84 – ENDODERME
banda de Caspary parede transversal Endoderme
En
Endoderme
A B C
parede radial
NOTA
A água penetra na raiz por duas vias: simplástica e apoplástica (Figura 85).
Na via simplástica, a água é absorvida e passa por dentro da célula, sofrendo a seletividade da
membrana plasmática até chegar à endoderme e elementos vasculares.
Na via apoplástica, a água absorvida passa entre as paredes celulares e vai em direção
ao cilindro central sem ser selecionada pela membrana plasmática. Contudo, ao atingir a
endoderme ela é bloqueada pelas estrias de Caspary e obrigada a passar por dentro das
células. Ou seja, tanto numa via quanto na outra, a água passa pela seletividade da membrana
plasmática, graças à presença das estrias de Caspary.
126
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
127
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
128
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
3 CAULE
De maneira geral, ao observarmos um caule com estrutura primária em
secção transversal, podemos identificar (de fora para dentro) quatro regiões
(Figura 88).
Medula
Epiderme
Córtex
Cilindro
vascular
E
IMPORTANT
129
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Epiderme
Córtex
Periciclo
X Medula
fistulosa
130
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
Córtex
Endoderme
Feixes
vasculares
FONTE: A autora
131
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
F
X
X
F F
A F B C D
132
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
F
F F1
F2
CF
CF
CI CF CI
X
X2
X
Cl
A
X1
B
133
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
MS
MS
4 FOLHA
As folhas são apêndices caulinares. Têm origem exógena, ou seja, elas se
formam a partir de camadas superficiais do meristema apical. Por ser um órgão
rico em cloroplastos, é considerado o sítio principal da fotossíntese e respiração.
134
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
ATENCAO
135
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
A B C D
E F
136
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
DICAS
As nervuras que observamos nas folhas são feixes vasculares que estão
distribuídos paralelamente à sua superfície. Essa distribuição é chamada de
padrões de nervação ou de venação, e caracterizam grupos. Nas monocotiledôneas
as nervuras são paralelas, enquanto que nas demais angiospermas há uma
nervura principal na lâmina foliar, geralmente na região longitudinal mediana,
e ramificações de menor calibre que partem dessa nervura. Os feixes vasculares
são normalmente colaterais, compostos por xilema e floema primários. Em folhas
com feixes colaterais, o xilema encontra-se voltado para a face adaxial, e o floema,
voltado para a face adaxial.
137
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
LEITURA COMPLEMENTAR
GREGÓRIO CECCANTINI
138
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
Por isso, métodos e recursos que auxiliem nessa tarefa são sempre bem-
vindos.
139
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
140
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
FONTE: Ceccantini, G. 2006. Os tecidos vegetais têm três dimensões. Revista Brasileira de
Botânica 29:335-337. Acesso em: 26 jul. 2018
141
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
142
• Os feixes vasculares podem ser classificados, de acordo com a posição do xilema
e floema. Ex.: colaterais, bicolaterais, anficrivais, anfivasais.
143
AUTOATIVIDADE
a) câmbio vascular
b) xilema primário
c) floema primário
d) xilema secundário
e) floema secundário
f) raio do xilema
g) raio do floema
h) periderme
i) córtex
j) medula
k) limite da camada de crescimento
2 Correlacione as colunas:
(A) Atactostele
(B) Eustele
144
( ) Presente, geralmente, em monocotiledôneas.
( ) Presente, geralmente, em dicotiledôneas.
( ) Feixes vasculares separados por parênquima e dispostos ao redor da
medula.
( ) Feixes dispersos no parênquima.
2
4
5
FONTE: A autora
145
146
UNIDADE 3
A DIVERSIDADE E INTIMIDADE
DAS PLANTAS VASCULARES COM
SEMENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta terceira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles
você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Acredita-se que os indivíduos que deram origem a todas as plantas
terrestres evoluíram em um ambiente aquático. Por este motivo, transições
profundas na organização corpórea das plantas ocorreram quando alguns grupos
invadiram o ambiente terrestre, durante a era paleozoica, há 400 milhões de anos.
Tais modificações, produtos da ação lenta da seleção natural sobre a variabilidade
genética, deram origem a toda diversidade morfológica. Além disso, a conquista
terrestre pelos vegetais modificou profundamente aspectos geomorfológicos e
geoquímicos do nosso planeta, afetando também a evolução de todos os outros
grupos sobre a Terra, inclusive a nossa espécie!
TUROS
ESTUDOS FU
149
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
150
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
precisariam crescer para dentro da terra. Tal aspecto foi fundamental para
a especialização das plantas terrestres e permitiu a ampla diversificação de
estruturas.
151
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
152
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
153
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
LEITURA COMPLEMENTAR
Laurentino Gomes
154
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
155
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
da Ásia e das Américas. Poivre foi um grande biopirata, responsável, entre outras
façanhas, pelo roubo na Ásia de mudas de pimenta-do-reino que, mais tarde,
seriam cultivadas na América. Por isso, em sua homenagem, pimenta passou a
se chamar poivre em francês. Salvo do naufrágio, Vieira de Paiva convenceu os
franceses a libertar duzentos portugueses mantidos prisioneiros nas ilhas e ainda
trouxe para o Brasil vinte caixas de plantas para o novo horto do Rio de Janeiro.
A carga incluía mudas de cânfora, cravo-da-índia, canela, noz-moscada, manga,
lichia, cajá, abacate, acácias, nogueiras, abricós, frutas-pão e a famosa palmeira
imperial que D. João teria plantado no Jardim Botânico em 1813.
156
RESUMO DO TÓPICO 1
• Além disso, outros problemas precisaram ser solucionados pelas plantas, dentre
os quais podemos destacar: (1) a redução da perda de água por evaporação; (2)
a realização de trocas gasosas; (3) absorção de água e nutrientes; (4) condução
de água, sais e outras substâncias através da planta; (5) dependência da água
para reprodução.
157
• A conquista terrestre pelos vegetais modificou profundamente aspectos
geomorfológicos e geoquímicos do nosso planeta, afetando também a evolução
de todos os outros grupos sobre a Terra.
158
AUTOATIVIDADE
159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você irá conhecer as principais diferenças entre as plantas
vasculares que apresentam sementes: as gimnospermas e as angiospermas.
Aprenderá, também, a reconhecer e a descrever de forma correta as diferenças
entre as plantas destes dois grupos. Você estudará, por exemplo, a caracterização
geral de cada grupo, a forma de reprodução, sua posição taxonômica e evolutiva,
assim como alguns exemplos e utilizações importantes de plantas desses grupos.
2 AS GIMNOSPERMAS
Vamos encontrar aqui as plantas que compreendem os pinheiros, ciprestes,
sequoias (Figura 98), por exemplo. O nome gimnosperma, que significa semente
nua, aponta para uma das características mais marcantes deste grupo, ou seja,
que seus óvulos e sementes não estão contidos no interior de frutos. Eles ficam
expostos na superfície das estruturas reprodutivas (RAVEN et al., 2007, p. 428).
161
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B C
162
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
A B
C D
a) Filo Cycadophyta
163
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
b) Filo Ginkgophyta
Há apenas uma espécie viva deste filo, o Ginkgo biloba (Figuras 98-C e 99-
B), que se conhece apenas sob condições de cultivo. Estas plantas são facilmente
reconhecidas pelas suas folhas em forma de leque. Podem ultrapassar 30 metros
de altura. Uma característica que difere a Ginkgo de muitas outras gimnospermas
é o fato de ser decídua, ou seja, suas folhas caem em determinada época do ano.
c) Filo Coniferophyta
E
IMPORTANT
d) Filo Gnetophyta
164
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
165
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
E
IMPORTANT
Observe que a água não é mais requerida como meio de transporte dos
gametófitos masculinos até as oosferas.
166
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
3 AS ANGIOSPERMAS
Vamos estudar agora as angiospermas, que constituem o mais abundante
grupo vegetal encontrado na superfície do nosso planeta Terra. Com cerca de 240
mil espécies, o grupo apresenta exemplares conhecidos, como a grama (Figura
102-A), a laranjeira (Figura 102-B), o tomateiro (Figura 102-C), o abacateiro (Figura
102-D), o bambu (Figura 102-E), por exemplo. Quase todas essas espécies são de
vida livre, porém existem as espécies parasitas e saprofíticas.
167
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
C D E
168
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
DICAS
169
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
3.2.1 A flor
O órgão de reprodução das angiospermas é a flor. Dentro do processo
evolutivo, a flor é um conjunto de folhas modificadas e especializadas, que
funciona como órgão de reprodução. Em uma flor completa (Figura 32) podemos
encontrar o pedicelo ou pedúnculo floral, o receptáculo e as peças florais (cálice,
corola, androceu e gineceu).
E
IMPORTANT
170
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
célula reprodutora
Filete A
intina
Antera antena cada micrósporo exina
origina um grão
de pólen
Filete
C
célula-mãe primeira divisão segunda divisão micrósporos
B do micrósporo da meiose da meiose
Estames
171
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
Parede do
grão de pólen
Núcleo da célula
vegetativa (n)
grano de polen
gametas
masculinas
Núcleos
espermáticos (n) núcleo de
Núcleos tubo polínico
Tubo espermáticos (n)
polínico tubo polínico
Núcleo da célula
vegetativa (n)
A B
172
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
estigma
estigma
estilo
ovário
estilete
óvulo
ovário
A B C
A B C D E
Célula-mãe dos Quatro Oito Sete
megásporos megásporos megásporos núcleos células
173
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
O ápice do pistilo fica com sua extremidade livre que, partindo do ovário,
forma uma estrutura denominada estigma (Figura 107). O estigma apresenta,
de forma geral, uma superfície dilatada, que secreta uma substância viscosa,
que prende os grãos-de-pólen. A porção tubular intermediária entre o ovário e
o estigma é chamada de estilete (Figura 107). É no seu interior que acontece a
germinação e o crescimento do tubo polínico do grão-de-pólen.
174
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
c) Polinização e Fecundação
Grão de pólen
Polinizador
175
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Estilete
Células
espermáticas
Ovário Núcleo
do tubo
Primórdio
seminal Oosfera
Após passar por sucessivas divisões mitóticas, essa célula triploide produz
um tecido denominado endosperma ou xenófito. A função do endosperma
primário é a de absorver nutrientes da planta e armazená-los, para, mais tarde,
servir de alimento para o embrião que se forma quando o zigoto (célula 2n) sofre
divisões mitóticas. O embrião é constituído pela radícula, que dará origem à raiz,
e pelo caulículo – estrutura que origina o caule e as folhas e, por último, um
ou dois cotilédones (como já estudamos, é uma folha especial, com a função de
absorver os nutrientes armazenados no endosperma, para depois transferi-los
para o embrião).
176
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
Cotilédone
Radícula
Caulículo
Folha primária
177
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
E
IMPORTANT
178
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
LEITURA COMPLEMENTAR
SOBREVIVÊNCIA E SEDUÇÃO
Regina Prado
Mas os truques não poderiam parar por aí. Primeiro, porque a conquista
de novos campos implicava mandar as sementes para longe da planta-mãe. Há
450 milhões de anos, surgiram na terra firme as Gimnospermas, com estratégias
para reproduzirem-se e espalhar seus filhos aproveitando os recursos do meio
ambiente. Com suas sementes descobertas (gimno, em grego, quer dizer nua,
sperma, semente), o vento e as águas faziam às vezes de cupido, carregando o
pólen, célula sexual masculina, para encontrar-se com a oosfera, a célula feminina.
Dependendo das condições do tempo, estes vegetais precisavam produzir uma
enorme quantidade de pólen, para garantir que um número suficiente sobrevivesse
aos perigos da viagem. Ainda assim, a possibilidade de que a pequena semente
nascida do encontro germinasse longe da planta-mãe, espalhando as gerações,
era limitada.
179
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
180
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
181
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Nessas plantas, a metagênese não fica muito clara, pois a estrutura do esporófito
é o vegetal verde.
182
• Através da meiose, no interior dos sacos polínicos, originam os esporos
haploides, os micrósporos, que se transformam em grãos-de-pólen.
183
• As angiospermas possuem como característica exclusiva o fruto que envolve a
semente.
184
• Ao atingir o estigma, o grão-de-pólen entra em processo de fecundação, há a
formação do tubo polínico que cresce e penetra ao longo do estilete, em direção
ao ovário.
185
AUTOATIVIDADE
Pergunta-se:
a) Qual órgão desta planta é comestível?
b) A que grupo estas plantas pertencem? E o que as faz ser enquadradas neste
grupo?
186
Com base na imagem, explique, em poucas palavras, o ciclo reprodutivo das
gimnospermas.
7 Nomeie as estruturas:
a)
b)
187
188
UNIDADE 3
TÓPICO 3
BOTÂNICA ECONÔMICA
1 INTRODUÇÃO
O homem começou a cultivar plantas, como cevada, lentilha, trigo, ervilha,
por volta de 10 mil anos, na Ásia. Ao cultivar e cuidar dessas culturas, os antigos
agricultores mudaram as características das plantas, de modo que elas foram se
tornando cada vez mais nutritivas e fáceis de coletar.
189
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
ATENCAO
Você conhece alguma cidade, um bairro ou rua com nome de algum vegetal?
Procure nomes de cidades, ruas, avenidas e bairros que tenham sua origem em nomes de
plantas.
190
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
191
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
192
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
A. Vista geral. B. Detalhes. 1-2. Hábito geral da planta. 3. Detalhe do bulbo e dos
bulbilhos. 4. Detalhe da inflorescência. FONTE: Disponível em:
A. <http://www.tudosobreplantas.com.br/img/plantas/tudosobreplantas_18_
VG.jpg>. B. <http://www.prota4u.info/plantphotos/Allium%20sativum%201.gif>.
Acesso em 13 mar. 2016.
193
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
194
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
195
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
196
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
197
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
198
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
199
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
200
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
201
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Usos: esta é uma das plantas de uso tradicional mais antigo que se
conhece, inclusive pelos judeus, que costumavam envolver os mortos em
lençol embebido no sumo de babosa, para retardar a putrefação, e extrato
de mirra para encobrir o cheiro da morte, como ocorreu com Jesus Cristo ao
ser retirado da cruz. Na medicina popular ocidental seu uso mais comum é
feito pelas mulheres para o trato dos cabelos. A análise fitoquímica de suas
folhas revelou a presença de compostos de natureza antraquinônica, as aloínas
e uma mucilagem constituída de um polissacarídeo de natureza complexa, o
aloeferon, semelhante a arabibogalactana. O sumo mucilaginoso de suas folhas
possui atividade fortemente cicatrizante que é devida ao polissacarídeo e uma
boa ação antimicrobiana sobre bactérias e fungos, resultante do complexo
fitoterápico formado pelo aloeferon e as antraquinonas. É indicada como
cicatrizante nos casos: de queimaduras e ferimentos superficiais da pele, pela
aplicação local do sumo fresco, diretamente ou cortando-se uma folha, depois
de bem limpa, de modo a deixar o gel exposto para servir como um delicado
pincel; no caso de hemorroidas inflamadas, são usados pedaços, cortados de
maneira apropriada, como supositórios. Estes pedaços podem ser facilmente
preparados com auxílio de um aplicador vaginal ou de uma seringa descartável
cortada; nas contusões, entorses e dores reumáticas: emprega-se a alcoolatura
preparada pela mistura de pequenos pedaços das folhas (50 g) com meio litro
de uma mistura de álcool e água e passada através de um pano. Esta mistura
pode ser aplicada na forma de compressas e massagens nas partes doloridas.
Os compostos antraquinônicos são tóxicos quando ingeridos em dose alta.
Assim, lambedores, xaropes e outros remédios preparados com esta planta
podem causar grave crise de nefrite aguda quando tomados em doses mais
altas que as recomendadas, provocando, especialmente em crianças, intensa
retenção de água no corpo, que pode ser fatal. Além do uso tradicional descrito,
a mucilagem obtida das folhas coradas e deixadas escoar por um a dois dias
encontra duas aplicações: é aproveitada pela indústria de cosméticos ou é posta
a secar ao Sol ou ao fogo até perda quase total da água, a fim de formar a resina
(aloés) que é a forma mais usada pela indústria farmacêutica de fitoterápicos, e
apresenta propriedade laxante.
202
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
203
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
204
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
205
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Usos: é uma das plantas de uso mais antigo pela medicina tradicional
europeia, hoje incluída como oficial nas farmacopeias de quase todos os países.
Sua ação emenagoga foi descoberta empiricamente por Dioscorides na Grécia
antiga e comprovada cientificamente 2000 anos mais tarde. É usada tanto na
medicina científica como na popular na forma de infusão, como tônico amargo,
digestivo, sedativo, para facilitar e eliminação de gases, combater cólicas e
estimular o apetite, agindo também por via tópica pela aplicação de compressas
do infuso ainda quente sobre o abdômen no tratamento de cólicas de crianças. O
cozimento dos capítulos, misturado ou não com água oxigenada, é usado para
clarear os cabelos. Sua análise fitoquímica mostra a presença de um óleo essencial
azul que contém, principalmente, camazuleno e camaviolino, responsáveis
pela cor azul do óleo, a-bisabolol. Entre seus constituintes fixos destacam-se
polissacarídeos com propriedades imunoestimulantes e os éteres bicíclicos, que,
sob condições experimentais, mostraram atividade espasmolítica semelhante à
da papaverina, flavonoides de ação bacteriostática e tricomonicidas, além de
apigenina que apresenta propriedades ansiolítica e sedativa. A infusão aquosa
das flores ou o próprio óleo essencial são empregados ainda em pomadas
e cremes, e em preparações farmacêuticas de uso externo utilizadas para
promover a cicatrização da pele, no alívio da inflamação das gengivas e como
antivirótico no tratamento da herpes. Industrialmente a camomila é usada para
extração da essência que tem largo emprego como aromatizante na composição
de sabonetes, perfumes, xampus e loções, bem como para conferir odor e sabor
agradáveis a uma grande variedade de alimentos e bebidas.
206
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
207
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
A B
208
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
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UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
210
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
A B
211
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
DICAS
Uma dica muito legal de leitura é o livro “A ferro e fogo”, de Warren Dean, publicado
em 1996 pela Companhia das Letras. Neste livro, Dean conta a história e a devastação da Mata
Atlântica brasileira. Nele, há muitos relatos de espécies nativas madeiráveis e não madeiráveis
amplamente utilizadas desde a chegada dos portugueses.
DICAS
212
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
LEITURA COMPLEMENTAR
213
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
214
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
215
RESUMO DO TÓPICO 3
216
AUTOATIVIDADE
217
218
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
A partir do momento em que você entra numa sala de aula como
professor, surgem algumas perguntas, tais como: como apresentarei os conteúdos
programados? Darei uma aula expositiva ou prática? O que mais motivaria meus
alunos? Que recursos precisarei para desenvolver esta aula? Será que irei atingir
os objetivos propostos?
Tipificação da
Descrição da forma utilizada
metodologia empregada
220
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
221
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Preparação de lâminas
histológicas.
Transversal
a) Observação do efeito do pH
223
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
UNI
E
IMPORTANT
224
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
acima citadas. Você pode aproveitar o material coletado e fazer secções transversais
de folhas para observação em microscópio. Neste caso, chame a atenção para o
parênquima clorofiliano da folha, com suas células ricas em cloroplastos.
e) Classificação de folhas
Sugestão:
Folha de (nome vulgar): Ingá
Nome científico: Inga marginata
Família: Fabaceae
Características
1. Quanto à constituição (completa/incompleta): incompleta, falta bainha
Folha incompleta do tipo: peciolada
2. Estípulas (presentes/ausentes): presentes, porém caducas
3. Quanto à composição (simples/geminada/composta): composta
Folha composta do tipo: paripinada
4. Quanto ao limbo:
Forma: elíptica
Bordo: inteiramente livre
Base: obtusa
Ápice: acuminada
Consistência: herbácea
Superfície: pilosa
Nervação: peninérvia ou camtódroma
Cor: uniforme
5. Quanto ao pecíolo: presente
6. Quanto à filotaxia: alternada
7. Modificações foliares (presentes/ausentes): presentes
Tipos: ráquis alada, presença de nectários extraflorais
225
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Uma boa dica é aproveitar o momento para explicar sobre relações hídricas:
perda de água das plantas por transpiração, gutação, estômatos, recuperação de
turgescência etc.
E
IMPORTANT
Você vai observar que os ramos recuperam, aos poucos, a turgescência, sendo
que o de número 3 se recupera mais rápido, seguido do 2 e 1.
Quando se coloca uma célula vegetal numa solução, ela ganha ou perde
água, conforme seu potencial hídrico seja menor ou maior do que o potencial hídrico
da solução externa. Se o potencial hídrico da célula for maior (positivamente) do
que o da solução externa, a célula perderá água e o protoplasma, com o vacúolo,
vai se retraindo até separar-se da parede celular. Esse fenômeno é denominado
plasmólise e o inverso, desplasmólise. Ambos só ocorrem porque o protoplasma
é envolvido por uma membrana celular dotada de permeabilidade diferencial
(seletiva).
226
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
228
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
ATENCAO
229
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
230
RESUMO DO TÓPICO 4
231
AUTOATIVIDADE
232
REFERÊNCIAS
ALQUINI, Y.; BONA, C.; BOEGER, M. R. T.; COSTA, C. G. & BARROS, C. F.
2006. Epiderme. In:
APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B. & CARMELLO-GUERREIRO, S. M. (ed).
Anatomia vegetal. 2. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. p. 87-108.
ESAU, K. Anatomia das plantas com sementes. 13. ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1997.
FERRI, M. G. Botânica: morfologia interna das plantas (anatomia). 9. ed. São Paulo:
Nobel, 1984.
233
GIULIETTI, A. M.; PIRANI, J. R.; MELLO-SILVA, R. & MENEZES, M. L. Morfologia
de fanerógamas I. São Paulo: IB-USP. Apostila de curso teórico, 1994.
234
SAJO, M. G. & CASTRO, N. M. Caule. In: APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B. &
CARMELLO-
GUERREIRO, S. M. (ed). Anatomia vegetal. 2. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. p. 283-
302.
235
ANOTAÇÕES
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