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CINESIOLOGIA E

BIOMECÂNICA
Profª. Rafaela Liberali
Profª. Simone A. P. Vieira

2016
Copyright © UNIASSELVI 2016

Elaboração:
Profª. Rafaela Liberali
Profª. Simone A. P. Vieira

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha caalográca elaborada na one pela Biblioeca Dane Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

L695c
Liberali, Rafaela
Cinesiologia e biomecânica / Rafaela Liberali; Simone A. P.
Vieira : UNIASSELVI, 2016.
238 p. : il

ISBN 978-85-7830-955-8

1.Educação física. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.


COD 613.7

Impresso por:
AprESENtAçãO
Prezado acadêmico(a)!

Bem-vindo(a) à disciplina Cinesiologia e Biomecânica. Esse é o nosso


Caderno de Esudos, maerial elaborado com o objeivo de conribuir para
a realização de seus esudos e para a ampliação de seus conhecimenos
sobre a aplicação da cinesiologia, caracerizando o movimeno humano e
aproundando o conhecimeno na análise do movimeno, proporcionando
reexões sobre ouras perspecivas no espaço educacional em geral.

Ao longo da leiura dese Caderno de Esudos, você irá adquirir


conhecimeno sobre os valores undamenais que permiirão ao prossional
desenvolver aividades práicas na escola com segurança, devido a um maior
enendimeno do movimeno e do corpo, para que assim possa aplicá-lo com
maior ineligência, auonomia, responsabilidade e sensibilidade. Também
compreenderá a esruura, o uncionameno corporal e a invesigação do
movimeno humano nas diversas abrangências e abordagens, musculares e
ariculares.

Nese Caderno de Esudos você enconrará coneúdos undamenais,


os quais proporcionarão consciência da cinesiologia e biomecânica enquano
área de conhecimeno, undamenal para o educador ísico, sobre ações
musculares, aspeco anaômico uncional e como aplicá-los na sua práica
prossional. Ao propor um exercício ísico, é necessário que o proessor
enha objeivos claramene denidos, amplos e consisenes nos domínios
sobre as causas e eeios de al movimeno.

Desejo a você um bom rabalho e que aproveie ao máximo o esudo


dos emas abordados nesa disciplina.

Bons esudos e sucesso!

Profª. Rafaela Liberali


Profª. Simone A. P. Vieira

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enm, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

IV
V
VI
SuMárIO
UNIDADE 1 - POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA? ........................... 1

TÓPICO 1 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA....................... 3


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 CONCEITUAÇÕES DA CINESIOLOGIA ................................................................................... 3
3 CONCEITUAÇÕES DA BIOMECÂNICA.................................................................................... 5
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 13

TÓPICO 2 - CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA.................................. 15


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA
CINESIOLOGIA E DA BIOMECÂNICA...................................................................................... 15
2.1 ANTIGUIDADE ............................................................................................................................ 16
2.2 IDADE MÉDIA (200-1450 D.C.).................................................................................................. 17
2.3 RENASCIMENTO ........................................................................................................................ 19
2.4 REVOLUÇÃO CIENTÍFICA ....................................................................................................... 20
2.5 ILUMINISMO................................................................................................................................ 23
2.6 SÉCULO XIX E XX........................................................................................................................ 24
3 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
E DIFERENCIAÇÃO DOS ASPECTOS CINESIOLÓGICOS
E BIOMECÂNICOS DO MOVIMENTO HUMANO ................................................................. 27
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 44
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47

UNIDADE 2 - CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO.............................................. 53

TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA ........................................................ 55


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 55
2 CINESIOLOGIA: MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL............................................ 55
3 PLANOS DO MOVIMENTO .......................................................................................................... 56
3.1 PLANO FRONTAL....................................................................................................................... 56
3.2 PLANO SAGITAL......................................................................................................................... 57
3.3 PLANO TRANSVERSAL............................................................................................................. 58
4 MOBILIDADE VERTEBRAL .......................................................................................................... 59
4.1 FLEXÃO ......................................................................................................................................... 59
4.2 EXTENSÃO.................................................................................................................................... 60
4.3 ROTAÇÃO DIREITA .................................................................................................................... 60
4.4 ROTAÇÃO ESQUERDA .............................................................................................................. 61
4.5 INCLINAÇÃO LATERAL DIREITA .......................................................................................... 61
4.6 INCLINAÇÃO LATERAL ESQUERDA .................................................................................... 62
5 MOVIMENTOS CINESIOLÓGICOS DA COLUNA VERTEBRAL ....................................... 64

VII
6 CURVATURAS FISIOLÓGICAS DA COLUNA VERTEBRAL................................................ 64
6.1 CERVICAL ..................................................................................................................................... 65
6.2 TORÁCICA.................................................................................................................................... 66
6.3 LOMBAR........................................................................................................................................ 69
6.4 SACRO............................................................................................................................................ 71
6.5 CÓCCIX.......................................................................................................................................... 74
7 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL............................................................................. 76
8 MEMBROS SUPERIORES ............................................................................................................... 78
8.1 OMBROS ........................................................................................................................................ 78
8.2 COTOVELO................................................................................................................................... 83
8.3 PUNHO .......................................................................................................................................... 86
8.4 MÃOS ............................................................................................................................................. 89
8.4.1 Principais movimenos da mão ......................................................................................... 90
9 MEMBROS INFERIORES................................................................................................................ 92
9.1 QUADRIL....................................................................................................................................... 93
9.2 JOELHO.......................................................................................................................................... 98
9.3 TORNOZELO E PÉ....................................................................................................................... 103
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 110
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 115

TÓPICO 2 - ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES............................................ 119


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 119
2 OS SISTEMAS MUSCULARES...................................................................................................... 119
2.1 OMBROS ........................................................................................................................................ 124
2.2 COTOVELOS................................................................................................................................. 125
2.3 PUNHOS E MÃOS ....................................................................................................................... 126
2.4 QUADRIL....................................................................................................................................... 126
2.5 JOELHO.......................................................................................................................................... 127
2.6 TORNOZELOS E PÉS .................................................................................................................. 127
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 130
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 137

UNIDADE 3 - BIOMECÂNICA APLICADA AO MOVIMENTO HUMANO ......................... 141

TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA......................................................... 143


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 143
2 LEIS DE NEWTON (1ª e 2ª).............................................................................................................. 143
2.1 LEIS DE NEWTON....................................................................................................................... 143
2.1.1 Primeira Lei de Newon...................................................................................................... 144
2.1.2 Segunda Lei de Newon...................................................................................................... 145
3 ACELERAÇÃO E DESACELERAÇÃO.......................................................................................... 147
4 CENTRO DE GRAVIDADE............................................................................................................. 148
5 DESLOCAMENTO E DISTÂNCIA ............................................................................................... 149
6 VELOCIDADE (MÉDIA, INSTANTÂNEA E MOTORA) ......................................................... 150
7 FORÇA ................................................................................................................................................. 153
8 TORQUE.............................................................................................................................................. 156
9 LEIS DE NEWTON (3ª) ..................................................................................................................... 158
10 SISTEMA DE ALAVANCAS ......................................................................................................... 160
10.1 TIPOS DE ALAVANCAS ......................................................................................................... 162
10.1.1 Alavanca de primeira classe ou inerxa.................................................................... 162

VIII
10.1.2 Alavancas de segunda classe ou iner-resisene .......................................................... 164
10.1.3 Alavancas de erceira classe ou inerpoene ................................................................. 166
11 NOÇÕES DE HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA
(DENSIDADE, DENSIDADE RELATIVA, EMPUXO, FLUTUAÇÃO,
VISCOSIDADE, TENSÃO SUPERFICIAL E PROPULSÃO) ................................................ 168
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 174
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 181
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 182

TÓPICO 2 - BIOMECÂNICA VOLTADA À ANÁLISE DO MOVIMENTO HUMANO....... 187


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 187
2 BIOMECÂNICA APLICADA À MARCHA ................................................................................. 187
3 BIOMECÂNICA APLICADA AO CICLISMO ............................................................................ 200
4 BIOMECÂNICA APLICADA AO SALTO.................................................................................... 206
5 BIOMECÂNICA APLICADA À NATAÇÃO................................................................................ 211
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 216
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 219
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 222
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 227

IX
X
UNIDADE 1

POR QUE ESTUDAR


CINESIOLOGIA E
BIOMECÂNICA?

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:

• dierenciar os conceios de cinesiologia, biomecânica e suas peculiaridades;

• enender um pouco de sua evolução hisórica;

• aprender a dierenciar suas aplicações nos dierenes aspecos esruurais.

PLANO DE ESTUDOS
Esa unidade esá dividida em dois ópicos. Em cada um deles, você
enconrará aividades que o(a) ajudarão a xar os conhecimenos abordados.

TÓPICO 1 – DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

TÓPICO 2 – CONHECENDO A CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

DIFERENCIAÇÃO ENTRE
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

1 INTRODUÇÃO
Nese ópico você verá que a Cinesiologia e a Biomecânica esão
inseridas denro do conexo da Educação Física, pois, ao propor uma
aividade de movimeno ao aluno na escola, o proessor deve observar que
esse movimeno em orças inernas e exernas auando, quais são seus
limies, levando à práica de um movimeno com segurança, eviando assim,
em muios casos, aé lesões.

2 CONCEITUAÇÕES DA CINESIOLOGIA
A Cinesiologia vem do grego kínesis = movimeno + logos = raado, sendo
denida como a ciência que em como enoque a análise dos movimenos, ou seja,
esuda os movimenos do corpo humano (DOBLER, 2003). A Cinesiologia é uma
união enre:

FIGURA 1 - ELEMENTOS DA CINESIOLOGIA

FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5ucAK/


cinesiologia>. Acesso em: 23 nov. 2015.

3
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

“A Cinesiologia é o esudo do movimeno humano, caracerisicamene


no conexo do espore, are ou medicina” (NEUMANN, 2011, p. 17).

Veja a seguir as subdisciplinas relacionadas com a Cinesiologia.

FIGURA 2 - SUBDISCIPLINAS DA CINESIOLOGIA

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/conceitos-e-denicoes-


140606102145-phpapp02/95/conceitos-edenicoes-2-638.jpg?cb=1402050136>.
Acesso em: 23 nov. 2015.

DICAS

Acesse a explicação do que é cinesiologia em:


<https://www.youtube.com/watch?v=nfkksMFRquI>.

FIGURA 3 - CORPO EM MOVIMENTO PARA ESTUDO DA CINESIOLOGIA A

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_EjOPS52npQM/SxjtQrp5LdI/


AAAAAAAAAVE/gQ5WpvGBEhQ/s640/untitled4.bmp>. Acesso em: 23 nov. 2015.

4
TÓPICO 1 | DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

FIGURA 4 - CORPO EM MOVIMENTO PARA ESTUDO DA CINESIOLOGIA B

FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_EjOPS52npQM/SxjtQrp5LdI/


AAAAAAAAAVE/gQ5WpvGBEhQ/s640/untitled4.bmp>. Acesso em: 23 nov. 2015.

A nalidade da cinesiologia é melhorar o desempenho humano, inclusive


na prevenção de lesões, por meio da compreensão das orças que auam sobre
um objeo ou o corpo humano. A cinesiologia pode analisar os mais variados
ipos de disúrbios dos esados de energia e de órgãos do corpo por meio do ese
muscular, apesar de responder, aproximadamene, por 10% de odo o seu campo
de auação e auar nas mais diversas áreas prossionais de saúde.

3 CONCEITUAÇÕES DA BIOMECÂNICA
“A biomecânica procura medir, modelar, explicar, caegorizar e caalogar
os padrões de movimeno baseando-se na ísica do movimeno humano, que pode
ser dividida em biomecânica desporiva, ocupacional e de reabiliação (VILAS-
BOAS, 2001, p. 49) ”.

Mais do que simplesmene aplicar as leis da ísica, a biomecânica leva


ainda em consideração as caracerísicas do aparelho locomoor (AMADIO;
SERRÃO, 2011).

Congura-se uma disciplina mulidisciplinar, com objeivo de analisar


os parâmeros ísicos do movimeno, em unção das caracerísicas anaômicas e
siológicas do corpo humano (AMADIO; SERRÃO, 2011).

5
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 5 - CORPO EM MOVIMENTO PARA ESTUDO DA BIOMECÂNICA C

FONTE: Disponível em:<http://dicasdemusculacao.org/wp-content/uploads/vantagens-de-


usar-biomecanica-correta.jpg>. Acesso em: 23 nov. 2015.

Nos Parâmeros Curriculares Nacionais (PCN) da Educação Física,


a biomecânica esá inserida denro de um bloco de coneúdos denominado
“Conhecimentos sobre o corpo”, e:

Ese bloco diz respeio aos conhecimenos e conquisas individuais que


subsidiam as práicas corporais e que dão recursos para o indivíduo
gerenciar sua aividade corporal de orma auônoma. Para se conhecer
o corpo, abordam-se os conhecimenos anaômicos, siológicos,
biomecânicos e bioquímicos que capaciam a análise críica dos
programas de aividade ísica e o esabelecimeno de criérios para
julgameno, escolha e realização de aividades corporais saudáveis.
Esses conhecimenos são raados de maneira simplicada, abordando-
se apenas os aspecos básicos. Os conhecimenos de anaomia reerem-
se principalmene à esruura muscular e óssea e são abordados sob o
enoque da percepção do próprio corpo, senindo e compreendendo, por
exemplo, os ossos e os músculos envolvidos nos dierenes movimenos e
posições, em siuações de relaxameno e ensão. [...]. Os conhecimenos de
biomecânica são relacionados à anaomia e conemplam, principalmene,
a adequação dos hábios gesuais e posurais, como, por exemplo, levanar
um peso e equilibrar objeos (BRASIL, 1998, p. 68-70).

DICAS

Se você quiser saber mais sobre o que os PCNs dizem, acesse-os:


<http://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/volume-08-educacao-sica.pdf>

A análise biomecânica do movimeno humano é operacionalizada, ou


seja, usa como méodos de medida a adoção daquelas que são reconhecidas como
as suas quaro grandes áreas de invesigação:
6
TÓPICO 1 | DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

FIGURA 6 - MÉTODOS DE MEDIÇÃO DA BIOMECÂNICA

FONTE: Amadio e Serrão (2011)

Exisem várias denições de Biomecânica, e cada auor a dene de acordo


com dierenes perspecivas quano ao seu papel no domínio da invesigação na
área da aividade ísica. Veja alguns exemplos de denições:

“Ciência que aplica as leis da mecânica no movimeno dos organismos


vivos” (DONSKOY; ZATSIORSKY, p. 34, 1988).

“Ciência que examina o eeio produzido pelas orças que auam exerna
e inernamene no organismo” (NIGG; HERZOG, 1995).

“A Biomecânica em inuenciado direamene na medicina, ergonomia,


abricação de equipamenos esporivos e muios ouros aspecos da vida humana”
(TEIXEIRA; MOTA, 2007).

FIGURA 7 - ESTUDO DA BIOMECÂNICA NO ESPORTE A

FONTE: Disponível em: <http://esportes.universoef.com.br/container/gerenciador_


de_arquivos/imagens/264/biomecanica-ciclismo.jpg>. Acesso em: 23 nov. 2015.

7
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 8 - ESTUDO DA BIOMECÂNICA NO ESPORTE B

FONTE: Disponível em: <http://s3-eu-west-1.amazonaws.com/infogram-particles-700/


guitarmaster92_1367326051.jpg>. Acesso em: 23 nov. 2015.

DICAS

Conra a análise do movimento da corrida em:


<https://www.youtube.com/watch?v=onkOSATQOys>.

De acordo com Teixeira e Moa (2007), a biomecânica esuda dierenes


áreas relacionadas ao movimeno do ser humano e animais, incluindo:

FIGURA 9 - ÁREAS RELACIONADAS À BIOMECÂNICA

FONTE: Teixeira e Mota (2007)

8
TÓPICO 1 | DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

TURO S
ESTUDOS FU

Na próxima unidade, você acompanhará a trajetória da história da Cinesiologia


e Biomecânica, bem como sua inserção na escola, elaborada de uma maneira clara para
uma leitura tranquila.

ATIVIDADE PRÁTICA

Análise: Cinesiologia de Fotograas

Objetivo: Realizar a visualização da imagem ou de oograas. Esudar


a oograa, os ângulos, movimenos, encaixes. Realizar o movimeno da oo,
levando em cona apoios e ponos do corpo parado e em movimeno. Criar o
movimeno anes e após o momeno da oo, com conrole do movimeno, da
musculaura e de sequência coreográca. Tempo de duração: de 45 a 60 minuos.
Material a ser utilizado: oograas, imagens de uma pessoa, duas, rês ec.
Recorar em revisa e/ou jornal.

Etapas: Espalhar as oos pela sala. Os alunos escolhem a oo, se a oo


or de duas pessoas, a aividade deve ser realizada em dupla. Se a oo or de rês
pessoas, realizada em rês pessoas, e, assim sucessivamene.

Depois de escolhida a oo ou imagem, visualizar o moivo, inenção e


momeno da oo.

1 - Observar a posição da oo, os apoios corporais, os grupos musculares, as


ariculações exigidas pela oo.
2 - O grupo deverá reproduzir a imagem da oo.
3 - Apresenar para o grande grupo.
4 - O grande grupo deverá analisar, e se não cou bom, azer os ajuses e
reapresenar.
5 - Criar uma sequência de movimenos que vêm anes da oo (rápida ou lena),
e como sair do movimeno.
6 - Apresenar novamene a sequência anerior, parar o movimeno no momeno
da oo, saída.

9
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

LEITURA COMPLEMENTAR

Entrevista sobre a Biomecânica do Tênis

DPF: O ênis universiário é jogado 100% do empo em quadras duras. Como a


movimenação de pés do enisa pode ajudá-lo a cobrir espaços mais rapidamene,
algo ainda mais necessário em quadras rápidas?

LUDGERO: Realmene, a movimenação dos pés (chamada de footwork) deve


ser especíca para quadras rápidas. Duas dicas básicas: sempre azer o Split
Step e cobrir os espaços e ângulos da jogada. Temos rês ipos básicos de Split
Step: 1) Split Step durane as rocas de bola – é um pequeno salo que deve ser
realizado no momeno em que o adversário az o conao com a bola. Esa écnica
de movimenação coloca seu corpo em esado de alera, prono para mover-
se rapidamene em qualquer direção. 2) Split Step na devolução de saque – é
uilizado para irar seu corpo do esado de inércia e colocá-lo em pronidão para
reagir. 3) Split Step durane o approach – em por nalidade inerromper a corrida
e esar prono para sair em qualquer direção. Cobrir espaços da quadra é basane
complexo, pois dependerá de vários aores: “leiura” anecipada da jogada,
omada de decisão, empo de reação e agilidade.

DPF: Em quadras duras, o saque orna-se um undameno ainda mais


imporane. O que azer mecanicamene para conseguir uilizar melhor essa arma
e consequenemene ganhar mais ponos com o serviço?

LUDGERO: Um dos conceios mais uilizados denro da Biomecânica, e que pode


responder esa quesão é: Cadeia Cinéica (Kinetic Chain). Ese ermo signica que
pares de nosso corpo (joelho, quadril, ombro, coovelo, anebraço e punho) esão
conecadas, como os elos em uma correne. Cada elo desa correne gera orça e
deve ranseri-la para o elo seguine. Esa ranserência só ocorre de orma eciene
quando exise uma coordenação enre eses elos, em deerminada sequência, para
que a rajeória, a velocidade e o posicionameno da raquee sejam adequados
no momeno do conao enre a raquee e a bola. Esa correa coordenação é o
que chamamos de timing, onde odas as pares do corpo conribuem para gerar
velocidade na raquee. Porano, respondo esa quesão com ese conceio, que
ambém é válido para ouros golpes. Sabemos que um enisa com óimos golpes
de base, porém com um saque deciene, não conseguirá sucesso no circuio
prossional. Vejo que alguns enisas não conseguem azer do saque uma
vanagem por não uilizar adequadamene algum elo da cadeia cinéica ou por
alhar na coordenação emporal enre esses elos.

DPF: No Brasil, não se dá ana ênase ao jogo de duplas como no ênis universiário
americano. Para se ornar um bom duplisa na quadra rápida, que ajuses um
ípico jogador simplisa de saibro deve azer?

10
TÓPICO 1 | DIFERENCIAÇÃO ENTRE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

LUDGERO: Muios ajuses. É uma mudança radical. Eu ciaria alguns: encurar os


movimenos de preparação (principalmene na devolução de saque), desenvolver
o saque abero, reinar voleios, bae-pronos e smashs, ler livros de áicas em
duplas e perder o medo de omar bolada.

DPF: Em sua opinião, qual é o vício de mecânica errada mais recorrene no Brasil
enre enisas juvenis de compeição?

LUDGERO:
* SAQUE: uilizar pouco os membros ineriores para gerar poência.
* FOREHAND: cruzar os braços durane a erminação.
* BACKHAND 1 MÃO: conao raquee-bola arasado.
*BACKHAND 2 MÃOS: não uilizar como se deve o braço não dominane
(exensão do coovelo no conao).
* VOLEIO: muia ampliude na ase de preparação.

FONTE: Disponível em: <http://blog.daquiprafora.com.br/?p=3022>. Acesso em: 12 dez. 2015.

11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:

• A Cinesiologia vem do Grego kínesis = movimeno + logos = raado.

• A Cinesiologia é uma ciência que em como enoque a análise dos movimenos.

• Cinesiologia é uma união enre Anaomia e Fisiologia.

• Há várias denições de Biomecânica.

• Resumindo as denições de Biomecânica, pode-se dizer que ela examina o


movimeno por meio da aplicação da Física (mecânica).

• A Biomecânica examina as orças que auam exerna e inernamene no corpo


no movimeno.

• A Biomecânica uiliza, como méodos de invesigação, a Cinemeria,


Dinamomeria, Eleromiograa e Anropomeria.

12
AUTOATIVIDADE

1 A Cinesiologia uiliza os aspecos da Anaomia e Fisiologia. Nesse senido,


assinale V para verdadeiro e F para also sobre essas caracerísicas:

( ) Em relação à siologia, podemos dizer que ela engloba a combinação do


sisema nervoso e os músculos, rabalhando em conjuno para permiir o
movimeno, o qual é conhecido como o sisema neuromuscular.
( ) Em relação à anaomia, ela não leva em cona o aparelho locomoor.
( ) A anaomia leva em cona odo o aparelho locomoor.
( ) Em relação à siologia, podemos dizer que ela não engloba a combinação
do sisema nervoso e os músculos, rabalhando em conjuno para permiir
o movimeno, o qual é conhecido como o sisema neuromuscular.

Assinale a alernaiva que apresena a sequência correa:

a) ( ) F-F-V-V
b) ( ) V-F-F-F
c) ( ) F-V-F-V
d) ( ) V-F-V-F

2 Sobre a aplicação da Cinesiologia, assinale a alernaiva correa:

a) ( ) A Cinesiologia é o esudo do movimeno humano, caracerisicamene,


no conexo do espore, are ou medicina.
b) ( ) A Cinesiologia é o esudo do movimeno humano, caracerisicamene,
somene no conexo da medicina do espore.
c) ( ) A Cinesiologia é o esudo do movimeno humano, que não pode ser
usada no conexo do espore, are ou medicina.
d) ( ) A Cinesiologia é o esudo do movimeno humano, caracerisicamene,
somene nos conexos do espore e da medicina.

3 Conorme seus esudos, a biomecânica az pare dos PCNs (1998) no bloco
de coneúdos denominado conhecimenos sobre o corpo, e enquano
coneúdo regular de ensino, em como undameno cenral a adequação
dos hábios gesuais e posurais, como, por exemplo, levanar um peso e
equilibrar objeos. Sobre esse aspeco da biomecânica no conexo escolar,
analise as seguines senenças:

I - Para se conhecer o corpo, abordam-se os conhecimenos anaômicos,


siológicos, biomecânicos e bioquímicos.
PORQUE
II - Esses conhecimenos ajudam a azer uma análise críica dos programas de
aividade ísica e o esabelecimeno de criérios para julgameno, escolha e
realização de aividades corporais saudáveis.

13
Agora, assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) A primeira é uma armação verdadeira e a segunda, alsa.


b) ( ) Ambas armações são alsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras, mas não êm relação enre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemeno e jusicaiva da
primeira.

4 São méodos de medição usados pela biomecânica, EXCETO:


( ) Cinemeria
( ) Musicograa
( ) Eleromiograa
( ) Dinamomeria
( ) Anropomeria

5 (COPESE – UFT, 2013) Conorme os Parâmeros Curriculares Nacionais


– Educação Física, no bloco conhecimenos sobre o corpo, quais são os
conhecimenos abordados?

a) ( ) Fisiológicos, anaômicos, celulares e de reinameno ísico.


b) ( ) Cinesiológicos, siologia do exercício, reinameno ísico e posurais.
c) ( ) Anaômicos, siológicos, biomecânicos e bioquímicos.
d) ( ) Bioquímicos, cinesiológicos, siológicos e de reinameno ísico.

6 (MEC/SEF, 1998) Os conhecimenos de ______ reerem-se principalmene


à ______ e ______ são abordados sob o enoque da percepção do próprio
______, senindo e compreendendo, por exemplo, os ______ e os ______
envolvidos nos dierenes______ e posições, em siuações de relaxameno
e______.

Assinale a alernaiva correa que preenche a ciação acima:

a) ( ) anaomia, corpo, esruura muscular, movimenos, óssea, ossos,


músculos, ensão.
b) ( ) anaomia, ensão, esruura muscular, músculos, óssea, ossos, corpo,
movimenos.
c) ( ) anaomia, esruura muscular, óssea, corpo, ossos, músculos,
movimenos, ensão.
d) ( ) anaomia, movimenos, óssea, esruura muscular, ensão, músculos,
ossos, corpo.

14
UNIDADE 1
TÓPICO 2

CONHECENDO A CINESIOLOGIA E
A BIOMECÂNICA

1 INTRODUÇÃO
Nese ópico, você enenderá a rajeória hisórica da Cinesiologia e da
Biomecânica aé a sua aplicação nos dias auais e sua inserção no ambiene
escolar. Iniciaremos conando a hisória desde os primórdios da civilização e
como elas vêm acompanhando a evolução da sociedade, principalmene no
ambiene escolar.

2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA


CINESIOLOGIA E DA BIOMECÂNICA
A hisória da Biomecânica é parcialmene a hisória da cinesiologia. No
nal do século XIX, a palavra Cinesiologia oi usada pela primeira vez e ornou-se
popular no século XX, enquano somene no m dos anos 60 a palavra biomecânica
se popularizou (DORST, 2012).

A Cinesiologia e a Biomecânica se enrelaçam, veja a seguir:

FIGURA 10 - CINESIOLOGIA X BIOMECÂNICA

FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/felipecarpes/aula-2-biomecanica-


conceitos-historico-e-denicoes?related=1>. Acesso em: 24 nov. 2015.

O surgimeno da cinesiologia se deu pela ascinação dos seres humanos


pelo comporameno moor animal, relacionando o homem com a maneira
dos peixes nadarem, pássaros voarem, esudando os limies da orça muscular
(LEHMKUHL; SMITH, 1987).

Períodos relevanes da hisória da cinesiologia e da biomecânica:

15
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 11 - ESTUDO DA BIOMECÂNICA NO ESPORTE

FONTE: Disponível em: <le:///C:/Users/Win7/Downloads/Aulas_BM332_CAP_1_


ContributosHistoricos.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2015.

2.1 ANTIGUIDADE
Os gregos oram pioneiros nos elemenos básicos do conhecimeno em
Maemáica, Física, Mecânica e Medicina. Rasch e Burke (1977) aponam dois
cienisas que iveram inuência nessa época:

• Arquimedes iniciou com os conceios maemáicos, geoméricos e mecânicos;


princípios hidrosáicos que explicam a maneira pela qual os corpos uuam;
na qual se baseiam os esudiosos da cinesiologia da naação, e enre as suas
considerações observam-se descrições a respeio das leis das alavancas e do
cenro de gravidade.

16
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

DICAS

Veja nesse endereço a história de Arquimedes e sua contribuição para a


ciência: <https://www.youtube.com/watch?v=A1JlqwxxoGY>.

• Arisóeles (384-322 a.C.) é considerado o pai da cinesiologia, pois observou os


animais em seu ambiene naural e reirou os conceios que descreviam a ação
dos músculos, sendo que nesa descrição, os músculos esavam submeidos a
uma análise geomérica.

NOTA

Aristóteles foi o primeiro a analisar e descrever o complexo processo da


deambulação (marcha), no qual o movimento de rotação se transforma em movimento de
translação. E Arquimedes (287–212 a.C.) determinou princípios hidrostáticos que governam
corpos utuantes (DORST, 2012).

2.2 IDADE MÉDIA (200-1450 D.C.)


Nesa ase, no geral, houve poucas conribuições cienícas, e somene
algumas inovações na are grega e romana. Os arisas anes dos cienisas, mais
arde, viriam a esudar o movimeno humano (GUILLAMÓN, 2014).

Nesa época, ocorria a negação do corpo (corpo como cárcere, prisão,


olhimeno da alma). Na obra Liber divinorum operum (O Livro das obras divinas,
c. 1163-1173), a esruura do Universo em uma direa correspondência com a
siologia humana. Nessa perspeciva, os aos humanos repercuem e cooperam
(ou não) na ordem do cosmos (COSTA, 2012). Veja a obra a seguir:

17
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 12 - OBRA LIBER DIVINORUM OPERUM

FONTE: Disponível em: <http://www.ricardocosta.com/sites/default/


les/imagens/corpo/homem.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.

Galeno (131-202 d.C.), deu o "ponapé" inicial para o enendimeno dos


movimenos humanos como resulado da conração dos músculos, desacou-se
pelo dealhameno da anaomia do corpo humano, do esqueleo, dos músculos
e suas unções, o que se pode considerar como uma descobera magníca para
a evolução da cinesiologia. Foi ambém o primeiro médico dedicado ao espore.

FIGURA 13 - OBRA DE GALENO

FONTE: Disponível em: <http://medicinadoquadril.com.br/site/wp-


content/uploads/2015/01/galeno1.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.
18
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

2.3 RENASCIMENTO
Após o período hisórico da Idade Média que durou mais de 1000 anos
e que esabilizou o processo de desenvolvimeno da cinesiologia, Leonardo da
Vinci (1452-1519) ao realizar novos esudos a respeio do corpo humano, acabou
com essa esagnação (RASCH e BURKE, 1977).

No século XVI surgiu André Vesálio (1514-1564), que seria o que conesou
as ideias de Galeno, reormando os conceios da anaomia (ORTALE, s.d).

Ese período se caraceriza pela liberdade de pensameno, are, lieraura


e losoa. Surgem alguns nomes, como Miguel Ângelo, Leonardo Da Vinci e
Maquiavel. A Biomecânica é aeada por rês aspecos: renascimeno do rabalho
cieníco, bases daAnaomia e Fisiologia, e se passou a esudar as ações musculares
e o movimeno como enidades inerconecadas (GUILLAMÓN, 2014).

NOTA

[...] Da Vinci era particularmente interessado na estrutura do corpo humano


em relação com o movimento e na relação existente entre o centro de gravidade, o
equilíbrio e o centro de resistência. Descreveu a mecânica do corpo na atitude ereta,
a marcha na descida e na subida, no erguer-se de uma posição sentada, e no salto [...]
(RASCH; BURKE, 1977, p. 2).

Leonardo da Vinci oi o primeiro a acerar a orma dos dierenes órgãos


do corpo humano, sendo crediados mérios pela imporância que deu aos mais
pequenos dealhes e pormenores no esudo da Anaomia (SILVA, 2014).

19
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 14 - HOMEM VITRUVIANO, OBRA DE LEONARDO DA VINCI

FONTE: Disponível em: <http://www.vocesabia.net/wp-content/uploads/2012/02/


Homem-Vitruviano.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.

DICAS

Conra a explicação dos ângulos, hoje usados pela Anatomia e Cinesiologia,


dessa imagem do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci em: <http://www.newsrondonia.
com.br/noticias/homem+vitruviano+entenda+a+obra+de+leonardo+da+vinci/14077>.

2.4 REVOLUÇÃO CIENTÍFICA


Nese período (1600-1730), ocorre o ineresse de novas ideias,
descobrimenos. Na cinesiologia e principalmene na biomecânica, houve o
surgimeno do envolvimeno da eoria e práica, por meio das experimenações,
e o desenvolvimeno das rês leis de Newon (GUILLAMÓN, 2014).

20
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 15 - LEIS DA FÍSICA DE NEWTON USADAS PELA BIOMECÂNICA

FONTE: Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002250/225002POR.pdf>.


Acesso em: 10 dez. 2015.

TURO S
ESTUDOS FU

No próximo tópico, essas leis serão explicadas individualmente a m de


desenvolver o entendimento delas no movimento humano.

O quiropráico nore-americano George Goodhear, em 1964, criou o que


chamamos de Cinesiologia Aplicada, descobriu as ligações enre o corpo e as
unções musculares, como os meridianos da eoria da acupunura, deerminadas
zonas de reexo, alimenos e emoções (DOBLER, 2003).

NOTA

A Cinesiologia Aplicada (CA) de Goodheart usa a força muscular para testar o


desequilíbrio energético, pois ele explica que a força é um bom indiciador do bem-estar,
pois, o tônus muscular ou a tensão em repouso de um músculo está diretamente ligada à
mente, às emoções e à nossa química. E testando a força dos diferentes músculos, podem
ser detectados problemas de saúde (DZIEMIDKO, 2000).

21
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 16 - TESTE MUSCULAR USADO PELA CINESIOLOGIA APLICADA

FONTE: Disponível em: <http://clinicademassagem.net.br/massoterapia/wp-content/uplo-


ads/2010/05/kinesologia.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.

DICAS

Verique neste endereço um exemplo de como é usada a Cinesiologia


Aplicada: <https://www.youtube.com/watch?v=rmnvMcEsO2A>.

Giovanni Alonso Borelli (1608 - 1679) é considerado o pai da biomecânica,


sendo o primeiro a esclarecer que as alavancas do sisema musculoesqueléico
aumenam/ampliam o movimeno muio mais do que a orça e, ambém
desvendou as orças requeridas para equilibrar ariculações no corpo humano,
deerminando o cenro de gravidade do corpo humano e, demonsrou que a
inspiração dependia de ação muscular e a expiração dependia da elasicidade
dos ecidos (CENTRO INTERUNIVERSITARIO, 2015).

22
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 17 - LIVRO DE BORELLI DE MOTU ANIMALIUM E DE MOTU MUSCULORUM

FONTE: Disponível em: <https://www.fulltable.com/ FONTE: Disponível em: <http://www.zeller.de/


vts/i/imsc/aa/imm/98.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015. img/65-65-3.JPG>. Acesso em: 25 nov. 2015.

2.5 ILUMINISMO
Nessa época começam as discussões em orno da orça, com o
desenvolvimeno da mecânica de Lagrange. Joseph-Louis Lagrange ormulou
a mecânica clássica que combina a conservação do momeno linear com a
conservação da energia, auxiliando nos aspecos da biomecânica, como no
melhor enendimeno da orça, nos momenos e energia, na conração muscular
inuenciada pelas orças eléricas, bioquímicas e mecânicas, e aciliou o esudo
da dinâmica do movimeno humano (GUILLAMÓN, 2014).

A uilização da mecânica Lagrangeana é usada aé hoje, pois ela é baseada em


grandezas escalares (energia cinéica e poencial) e mosra-se viável quando se objeiva
o processameno of-line dos dados (medidas) do paciene (PEREIRA e al., s.d.).

DICAS

Veja nesse endereço virtual um artigo de pesquisa atual em que a mecânica


Lagrangeana é utilizada para análise de movimento, no artigo intitulado “Modelagem
Biomecânica do Corpo Humano Aplicando Técnicas da Robótica”
<http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/1048.pdf>

Um colaborador de Goodhear, John F. Thie, década de 70, desenvolveu


o sisema Touch for Health, com base na Cinesiologia Aplicada, em que apresena
os procedimenos das dierenes écnicas da Cinesiologia, aravés de eses
musculares e equilíbrio de energia, cada músculo é associado a um meridiano e
de acordo com o resulado é oralecido de maneira adequada (DOBLER, 2003).
23
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

DICAS

Veja um exemplo de como é usada a Cinesiologia Aplicada:


<https://www.youtube.com/watch?v=W6UsW9zVV0w>

Um aconecimeno imporane oi a criação do International College of


Applied Kinesiology (ICA) em 1975, nos Esados Unidos. Em 1982 os alemães
undaram o Insiuo Alemão para a Cinesiologia Aplicada e, mais recenemene,
em 1996, oi undada a Sociedade Médica Alemã para Cinesiologia Aplicada
(DOBLER, 2003).

DICAS

Conra vídeos de como é usada a International College of Applied Kinesiology


(ICA). Os vídeos estão em inglês, não têm tradução, mas têm exemplos de exercícios
aplicados pela Cinesiologia (ICA): <https://www.youtube.com/user/icakusa>.

2.6 SÉCULO XIX E XX


Três invenções dessa época rouxeram uma série de consequências para o
mundo e as ciências, são elas:

24
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 18 - INVENÇÕES DO SÉCULO XIX

FONTE: Figura 1 – Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/powerpointderousseau-


111217111627-phpapp01/95/jean-jacque-rousseau-12-728.jpg?cb=1324121691>.

Figura 2 - Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8e/


Newcomens_Dampfmaschine_aus_Meyers_1890.png/169px-Newcomens_Dampfmaschine_
aus_Meyers_1890.png>.

Figura 3 - Disponível em: <http://historiaybiograas.com/archivos_varios3/bastilla.jpg>. Acesso


em: 25 nov. 2015.

Esas invenções rouxeram o desenvolvimeno do espore e da aividade


ísica, criando maior ineresse pela locomoção humana (GUILLAMÓN, 2014). Na
França oi undada uma das primeiras escolas de Educação Física do mundo, a
escola Joenville Lê-Pont, que inspirados em Amoros, undaram a escola miliar
de Educação Física. Em 1890 iveram desaque dois proessores, Demeny
(maemáico) e Herber (miliar). Demeny criou a biomecânica, ginásica
localizada para ser aplicada na indusrialização, com exercícios localizados e
especícos e uma conribuição biológica.

Desenvolveram-se méodos e insrumenos de ipo experimenal, sendo


que eses permiiram o avanço de alguns aspecos para a biomecânica, como:

25
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 19 - AVANÇO DE ALGUNS ASPECTOS NA BIOMECÂNICA

FONTE: Guillamón (2014)

Vários ouros cienisas conribuíram para a biomecânica e cinesiologia,


mas podemos desacar rês deles, pois suas descoberas são uilizadas aé os dias
auais (GUILLAMÓN, 2014).

FIGURA 20 - CIENTISTAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

FONTE: Guillamón (2014)

26
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

NOTA

No Brasil, há poucos anos que a Biomecânica começou a ser usada. Iniciou com o
apoio que algumas instituições de ensino superior brasileiras receberam do governo alemão.
Um dos marcos históricos desta relação deu-se em 1965, ano em que foi concretizado o
convênio cultural entre o Brasil e a República Federal da Alemanha para a introdução da
Biomecânica nos cursos de Educação Física no Brasil. Como uma das ações previstas
nesse convênio, no ano de 1976, o professor Hartmut Riehle ministrou cursos na Escola de
Educação Física da Universidade de São Paulo e na Universidade Federal de Santa Maria, com
o intuito de fomentar o desenvolvimento da área, e estabelecer as bases para o curso de
formação de especialistas em Biomecânica. A partir daí, tal condição levou a Biomecânica
a se expandir para além do espaço disciplinar da Educação Física e do Esporte, gerando
importantes relações multidisciplinares (AMADIO; SERRÃO, 2011, p. 16).

TURO S
ESTUDOS FU

Finalizamos a sucinta história da Cinesiologia e Biomecânica e, a partir de agora,


vocês entenderão os campos de atuação e os aspectos que compõem a Cinesiologia e
a Biomecânica.

3 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA


E DIFERENCIAÇÃO DOS ASPECTOS CINESIOLÓGICOS E
BIOMECÂNICOS DO MOVIMENTO HUMANO
A cinesiologia é uma disciplina que se dedica ao esudo do movimeno
humano e à melhora da saúde. Seu campo de auação vai desde o espore, erapia,
aé a auação no ambiene educacional (DOBLER, 2003).

Os nore-americanos John Varun Maguire e Michael Ugljesa, deram início


à cinesiologia volada ao espore, baseando-se nas écnicas uilizadas pelo Touch
for Health e pela Cinesiologia Aplicada para o oralecimeno e harmonização de
unções musculares, e, aravés delas, viram que as dores causadas pela práica
esporiva poderiam ser eviadas com anecedência e que ambém algumas lesões
poderiam ser curadas compleamene com eciência e rapidez (DOBLER, 2003).

DICAS

Assista a este vídeo sobre a técnica Touch for Health:


<https://www.youtube.com/watch?v=YUwA-aDmYes>

27
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

Já a biomecânica é imprescindível na análise do movimeno e da écnica


esporiva, pois permie avaliar a evolução ou piora do alea na modalidade
e proporciona ao esporisa a compreensão para realizar deerminada ação
(MARQUES JUNIOR, 2011).

Veja um exemplo de como a Biomecânica é uilizada para análise do


movimeno, com objeivo de melhora da perormance do alea.

DICAS

Veja exemplo de artigo de pesquisa esportiva que utilizou análise


biomecânica.

Sugestão do Mawashi Geri do Caratê Shotokan com embasamento da biomecânica

Os autores objetivaram analisar a biomecânica do golpe do caratê shotokan, Mawashi Geri


durante a ação do quadril e identicar o torque do quadril e determinar as alavancas do
quadril na execução desse golpe. As duas ações do quadril são através da alavanca de 1ª
classe no golpe mawashi geri, em que na fase preparatória recomenda-se exionar o quadril
devido ao maior torque e no momento de recolher a perna após o chute, é mais indicado
realizar a extensão do quadril porque essa atividade ocasiona maior torque.
Em conclusão, são necessários estudos referentes à cinemática e à cinética desse golpe
e a prática desses movimentos do quadril pelos caratecas durante os campeonatos para
comprovar a ecácia dessas ações.

FONTE: Disponível em: <le:///C:/Users/Win7/Downloads/490-2561-1-PB.pdf>. Acesso


em: 10 dez. 2015.

Pensando na biomecânica no conexo esporivo, pode-se dizer que esa


gera conhecimenos volados ao melhor rendimeno écnico, em como execuar
aquela écnica esporiva biomecanicamene, de orma mais eciene e com menor
gaso energéico (BATISTA, 2001).

28
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

O que pensar da biomecânica no conexo da Educação Física escolar?

Na Educação Física escolar, a biomecânica se insere no senido de que ela


busca enender e aceiar o movimeno corporal e assessorar no conhecimeno dos
processos de ensino de habilidade mooras (BATISTA, 2001).

Aualmene, a Biomecânica pode ser considerada uma imporane


erramena de auxílio no processo de ensino-aprendizagem do movimeno
corporal, esando aliada às ciências de ouros campos de conhecimeno, ais como
Fisiologia, Aprendizagem Moora, enre ouras (PORTO e al., 2015).

DICAS

Veja exemplo de artigo de pesquisa, dentro do contexto escolar, que utilizou


análise biomecânica, com medição com instrumentos de fácil de aquisição.

Cadeira e mochila escolares no processo de desenvolvimento da má postura e possíveis


deformidades em crianças de 8-11 anos

Os autores objetivaram analisar 330 escolares de ambos os sexos na faixa etária de 8-11 anos,
nos quais foram mensuradas cadeiras e mochilas utilizadas pelos alunos. Para mensuração
das cadeiras foi utilizada trena antropométrica marca Cardiomed® com precisão de 0,1mm
e para o peso das mochilas, balança digital marca Plenna® com precisão de 100g.
Eles concluíram que a medida das cadeiras necessita de mais estudos a m de comparar
dados para essa faixa etária, porém tudo leva a crer que as mesmas estão inadequadas.
Já com relação às mochilas, a carga encontrada e transportada por esses escolares é
extremamente alta, sendo assim, tanto um como outro contribuem para a má postura e
possível desenvolvimento de deformidades posturais.

FONTE: Disponível em: <http://revistas.unoeste.br/revistas/ojs/index.


php/cv/article/view/149/558>. Acesso em: 10 dez. 2015.

29
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

Quando associadas a ouras disciplinas, Cinesiologia e Anaomia


Funcional são erramenas imprescindíveis na deerminação de undamenos
capazes de embasar o planejameno e a aplicação de um programa do reinameno
esporivo. Porém, hoje em dia vêm sendo raadas isoladas pelas suas linguagens
maemaizadas, de insrumenação sosicada e que recorrem a modelos que
endem a se apresenar como caricaura (PORTO e al., 2015).

O panorama aual da biomecânica passa cada vez mais pelos recursos de


várias disciplinas que são imprescindíveis para o seu crescimeno do ensino e da
pesquisa.

FIGURA 21 - PANORAMA ATUAL DA BIOMECÂNICA

FONTE: Porto et al. (2015)

Resumindo, a área de aplicação da biomecânica no conexo escolar e


esporivo pode ser subdividida em:

• Biomecânica do rendimeno (variáveis biomecânicas que deerminam


o resulado do movimeno em qualquer nível de rendimeno).
• Biomecânica anropomérica (diagnósico e prognósico do
rendimeno relaivamene às medidas anropoméricas).
• Biomecânica preveniva (idenicação de cargas e os possíveis
desgases ocasionados ao aparelho de movimeno oriundos da
aplicação dessas cargas). (SANTOS; GUIMARÃES, 2002, p. 22).

TURO S
ESTUDOS FU

Agora que você compreendeu as disciplinas envolvidas no contexto da


biomecânica, veremos a seguir, detalhadamente, quatro grandes áreas usadas pela
biomecânica citadas no Tópico 1, usadas para efeitos de medição.

30
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 22 - QUATRO ÁREAS USADAS PARA EFEITOS DE MEDIÇÃO

FONTE: Santos e Guimarães (2002)

A cinemeria consise na análise de parâmeros cinemáicos, endo por


base a imagem do movimeno em esudo e a sua poserior análise (análise da
disância, do empo, da velocidade e da aceleração obida por um dado segmeno
corporal ou pelo cenro de massa do sujeio ao realizar um deerminado geso).
Tem por objeivo ornecer subsídios para a descrição de como um corpo se
move, não se preocupando em explicar as causas deses movimenos (SANTOS;
GUIMARÃES, 2002).

DICAS

Assista ao vídeo sobre a técnica de cinemetria, disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=F_LQmSwjrFQ>.
No endereço a seguir, você visita a página do Ariel Dynamics Inc., um site que fornece
produtos e serviços na área da biomecânica. Há sistemas de análise de desempenho e
sistemas de exercício, uns gratuitos e outros pagos.
<http://www1.arielnet.com/__v1_/adi2001/>
Já neste endereço <http://www2.fm.usp.br/foto/sio/pessoal/isabel/biomecanicaonline/
medicao/cinemetria.php>, você confere a página do laboratório de biomecânica.

Na cinemeria, em um primeiro momeno, ocorre a lmagem de um


objeo de calibração e do movimeno em esudo, por câmeras colocadas num só
plano (esudos bidimensionais) ou em diversos planos (esudos ridimensionais).
Numa segunda ase, é uilizado um sisema vídeo-analógico de medição do

31
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

movimeno, ou seja, um software, aravés do qual se capará os dados por meio


de um procedimeno manual ou auomáico de digialização dos ponos de
reerência anaômico do indivíduo, em cada oograma.

DICAS

Veja exemplo de artigo de pesquisa que usou de análise a Cinemetria.

Inuência do treino em esteira na marcha em dupla tarefa em indivíduos com Doença de


Parkinson: estudo de caso.

Os autores analisaram os efeitos de uma sessão de treinamento de marcha na esteira


sobre o desempenho de marcha em Dupla Tarefa (DT) em três indivíduos na fase on do
medicamento antiparkinsoniano quanto à cinemetria (Qualisys Motion Capture System),
enquanto realizavam a marcha simultaneamente a atividades cognitivas. Fizeram um treino
na esteira de 20 minutos de marcha. Concluíram que houve aumentos no comprimento da
passada (p=0,01), no comprimento do passo (p=0,01) e no tempo total de apoio (p=0,03).
Esses resultados indicam que o treino em esteira pode promover melhora no desempenho
de marcha em DT em indivíduos com DP.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/fp/v21n3/pt_1809-2950-fp-21-03-00291.


pdf>. Acesso em: 10 dez. 2015.

O laboraório Qualisys Motion Capture Systems oi usado na pesquisa de


Sousa e al. (2014, p. 291) “para análise da marcha em DT no solo, pelo Qualisys
Medical AB, 411 13 Gohenburg - Suécia, que permie o regisro das variáveis
espaço-emporais da marcha e das variações angulares reerenes às ariculações
do quadril, joelho e ornozelo” (oos a seguir).

FIGURA 23 - LOCAL DE AVALIAÇÃO CINEMÁTICA

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-2950201400


0300291&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 8 dez. 2015.

32
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 24 - SENSORES PARA A AVALIAÇÃO CINEMÁTICA

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-295020140003


00291&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 8 dez. 2015.

A Dinamomeria (DM) é uma medida de orça isomérica, que envolve o


emprego de orça sobre um objeo imóvel. O músculo se conrai, permanecendo
sob ensão consane por um curo inervalo de empo, porém, há pouca aleração
em seu comprimeno (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008).

“Inúmeros insrumenos esão disponíveis para aerir valores de DM. Os


aparelhos uilizados para esa medida de orça podem ser classicados em quaro
caegorias: hidráulicos, pneumáicos, mecânicos e strain gauges (ou células de carga)”
(SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008, p. 233).

“Dinamômeros hidráulicos são sisemas selados, que medem a DM em


quilogramas (ou libras) orça” (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008, p. 233).

FIGURA 25 - EXEMPLO DE UM DINAMÔMETRO


HIDRÁULICO DE MÃO

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/BxCv9T>. Acesso em: 8 dez. 2015.

33
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

“Insrumenos pneumáicos usam um mecanismo de compressão em uma


bolsa de ar para deerminar a DM; são normalmene uilizados em indivíduos
que apresenam dor e avorecer a medida em milímeros de mercúrio ou libra/
polegada” (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008, p. 234).

FIGURA 26 - EXEMPLO DE UM DINAMÔMETRO PNEUMÁTICO DE MÃO

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/CyTlvB>. Acesso em: 8 dez. 2015.

“Dinamômeros mecânicos são insrumenos que medem a DM em unção


da quanidade de ensão produzida em uma mola de aço” (SCHLUSSEL; ANJOS;
KAC, 2008, p. 234).

FIGURA 27 - EXEMPLO DE DINAMÔMETROS MECÂNICOS

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/iPXgdC>. Acesso em: 8 dez. 2015.

34
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

“Já os strain gauges são aparelhos em que a orça empreendida em uma


célula de carga é capada eleronicamene, amplicada e ransmiida para um
monior digial” (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008 p. 235).

FIGURA 28 - EXEMPLO DE DINAMÔMETROS MECÂNICOS

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/bNnd4L>. Acesso em: 8 dez. 2015.

“Dinamômeros eleromecânicos ornecem resisência ao movimeno


aricular ao longo de uma deerminada ampliude, possibiliando a avaliação de
parâmeros relacionados à orça muscular de orma dinâmica, sendo aualmene
o mais uilizado, a dinamomeria isocinéica” (AQUINO e al., 2007, p. 93).

Essa ecnologia permie que a musculaura produza orça muscular


máxima em odos os ponos da ampliude de movimeno (ano em conrações
concênricas quano excênricas), o que não pode ser obido com eses isoônicos
(com carga consane) e os valores obidos no ese isocinéico são mais realisas
em relação à capacidade uncional muscular máxima (AQUINO e al., 2007).

FIGURA 29 - EXEMPLO DE DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/2rlCxW>. Acesso em: 8 dez. 2015.

35
DICAS
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

Veja um exemplo de artigo de pesquisa que usou de análise a


dinamometria computadorizada.

Força muscular de atletas de voleibol de 9 a 18 anos através da dinamometria


computadorizada

Os autores analisaram as forças musculares isométrica e isocinética em diferentes graus


maturacionais de 37 meninos e meninas atletas de voleibol. Utilizado um dinamômetro
computadorizado (Cybex Norm) para medir a força isocinética de exão do cotovelo (FC) e
de extensão de joelho (EJ) nas velocidades de 60 e 90º.s-1. A força isométrica foi medida nos
mesmos exercícios nos ângulos de 60 e 90º (FC), e 45 e 60º (EJ). Observaram que no teste
isométricos os valores não foram diferentes para meninos e meninas e nos testes isocinéticos,
os meninos foram mais fortes do que as meninas nos grupos de 10 e 12 anos, em 60 e 90º.s-1.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v10n2/a03v10n2.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2015.

FIGURA 30 - EXEMPLO DO APARELHO CYBEX NORM

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/Bwp0JZ>. Acesso em: 8 dez. 2015.

A Eleromiograa (EMG) é uma écnica que permie o regisro dos sinais


eléricos gerados pelas células musculares, possibiliando a análise da aividade
muscular durane o movimeno (OCARINO e al., 2005).

36
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

FIGURA 31 - EXEMPLO DE GRÁFICO DE ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/mW1tpk>. Acesso em: 8 dez. 2015.

FIGURA 32 - EXEMPLO DO APARELHO DE ELETROMIOGRAFIA

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/zJNQEv>. Acesso em: 8 dez. 2015.

DICAS

Veja exemplo de artigo de pesquisa que usou de análise a eletromiograa.

Inuência da utilização da órtese de tornozelo durante atividades do voleibol: avaliação


eletromiográca

Os autores avaliaram o desempenho dos músculos do tornozelo por meio da medida


da atividade elétrica em diferentes atividades esportivas do voleibol (salto vertical e
deslocamento lateral), em nove atletas de voleibol feminino com e sem o uso de órtese de
tornozelo. Coletaram a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) de cada músculo
e, em seguida, a atividade eletromiográca em diferentes situações com e sem a órtese. O
sinal eletromiográco foi quanticado

37
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

pela raiz quadrada da média (RMS) e normalizado pela contração isométrica voluntária
máxima (CIVM).
Observaram que ocorreu diferença na Fase I do salto a favor do tibial anterior e na Fase
II, a favor dos três músculos exores sem e com o uso da órtese. Quanto à atividade do
deslocamento, foi observada diferença na fase da freada a favor do tibial anterior e do
gastrocnêmico, porção lateral.

Veja as fotos desta pesquisa.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v11n5/27588.


pdf>. Acesso em: 8 dez. 2015.

38
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

A anropomeria baseia-se na mensuração sisemáica e na análise quaniaiva


das variações dimensionais do corpo humano, que pode medir o amanho ísico
de uma população aravés da medição de comprimenos, proundidades e
circunerências corporais (SANTOS; FUJÃO, 2015).

Cada vez mais decisivas na seleção e deerminação de rendimeno dos


aleas, as caracerísicas anropoméricas e da composição corporal proporcionam
melhores condições para o reino das qualidades ísicas, além de auxiliarem
direamene nas ações de jogo (NORTON; OLDS, 2001).

FIGURA 33 - DIVISÃO DA ANTROPOMETRIA

FONTE: Disponível em: <le:///C:/Users/Win7/Downloads/ler.pdf>. Acesso em: 8 dez. 2015.

Denro do conexo da somaomeria, a lieraura inernacional cia a


imporância do somaóipo que vem sendo uilizado para se conhecer o ipo
ísico ideal para cada modalidade esporiva, sendo assim, um excelene méodo
de auxílio na orienação esporiva e descobera de alenos (GUALDI-RUSSO;
ZACCAGNI, 2001).

FIGURA 34 - EXEMPLO DA CLASSIFICAÇÃO DO SOMATÓTIPO

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/m0tLqy>. Acesso em: 8 dez. 2015.

39
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 35 - EXEMPLO DA CLASSIFICAÇÃO DO SOMATÓTIPO NO ESPORTE

SOMATOTIPOGRAMA
Heath - Carter
Legenda
81 96 01
a b c Voleibol Mesomora
d e f Basquetebol
g h i Handebol
j k l Futsal

g
h
k
l a
e i d
f b
c

Endomora Ectomora

FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/N5sxtD> Acesso em: 8 dez. 2015.

DICAS

Conra um exemplo de artigo de pesquisa que utilizou a análise de somatótipo.

Antropometria e somatótipo: fatores determinantes na seleção de atletas no voleibol brasileiro

Artigo de Cabral, B.G.A.T. et al. Publicado na Revista Brasileira de Ciência Esporte, v.33, n.3,
p.733-746, 2011.

Os autores analisaram o somatótipo de 54 atletas infanto-juvenis, juvenis e adultos do


voleibol brasileiro. Para o somatótipo utilizou-se o método de Heath e Carter e recorreu-
se ao cálculo da distância espacial entre os somatótipos (DES). Observaram que a estatura
não apresenta diferença signicativa entre as seleções, somente entre as posições de
jogo. O somatótipo da seleção infanto-juvenil foi diferente das demais. A seleção adulta
classicou-se como ectomorfo-mesomorfo, juvenil como central e infanto-juvenil como
ecto-endomórco. Concluíram que a estatura e linearidade são variáveis importantes na
seleção de atletas para o alto rendimento.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n3/a14v33n3>. Acesso em: 10 dez. 2015.

40
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

A inerpreação das medidas anropoméricas exige o uso de padrões


de reerência e de ponos de core denidos. É desejável que o
prossional dê preerência às preconizações das agências nacionais
e inernacionais de saúde, pois, geralmene, os dados resulam de
esudos e análises crieriosas, eios por grupos de expers, e propiciam
uma padronização dos cuidados de saúde e comparação com dados
inernacionais (SOARES, 2003, p. 93).

De acordo com Falkner e Tanner (1986, p. 24):

A anropomeria é a écnica de expressar quaniaivamene a orma


do corpo. É a are sisemaizada de medir e ober observações do
corpo humano, de maneira dedigna, para nalidades cienícas.
Em invesigação nuricional, a anropomeria consiui-se na
avaliação da dimensão e da composição global do corpo humano
em desenvolvimeno, nas dierenes idades e nos dierenes graus de
nurição.

As vanagens no uso das écnicas anropoméricas são: signicaiva relação


das medidas anropoméricas com a densidade (D), obidas aravés dos méodos
laboraoriais; uso de equipamenos de baixo cuso nanceiro e a necessidade
de pequeno espaço ísico; a acilidade e a rapidez na colea de dados; a não
invasividade do méodo (TRIBESS; PETROSKY; RODRIGUES-AÑEZ, 2003).

FIGURA 36 - MÉTODOS USADOS PELA ANTROPOMETRIA

FONTE: Tribess, Petrosky e Rodrigues-Añez (2003)

Alguns índices avaliam o risco para propensão de doenças. E envolvem o uso


dessas medidas isoladas e/ou a combinação de algumas, em equação de regressão
para esimar a densidade (D), endo como criério os méodos (TRIBESS; PETROSKY;
RODRIGUES-AÑEZ, 2003).
41
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

FIGURA 37 - ÍNDICES USADOS PELA ANTROPOMETRIA

FONTE: Tribess, Petrosky e Rodrigues-Añez (2003)

DICAS

Veja um exemplo de artigo de pesquisa que se usou de análise de


antropometria.

Perl antropométrico e de desempenho motor de atletas paranaenses de futsal de elite

Os autores analisaram o perl antropométrico de atletas de futsal masculino, pertencentes


às equipes nalistas do campeonato paranaense da categoria adulto, chave ouro. Coletaram
medidas antropométricas (massa corporal, estatura e espessura de dobras cutâneas) de
vinte e sete atletas do sexo masculino. Para a análise dos dados, agrupou-se os atletas
de acordo com a posição de jogo. Observaram que os atletas paranaenses parecem ser
eutrócos, além de possuírem adiposidade corporal reduzida, observada pelo valor do IMC
e pela espessura de dobras cutâneas, respectivamente.

FONTE: Disponível em: <https://www.researchgate.net/prole/Edilson_Cyrino/publica-


tion/26497517_Anthropometric_and_motor_performance_prole_of_elite_futsal_athletes/
links/0fcfd50bf13d3a50ca000000.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2015.

42
TÓPICO 2 | CONHECENDO A CINESIOLOGIA E A BIOMECÂNICA

TURO S
ESTUDOS FU

Na disciplina de medidas e avaliação, você compreenderá cada método da


antropometria, isoladamente.

ATIVIDADE PRÁTICA

Contato de improvisação - Estátua

Objetivo: Realizar o movimeno adequando e encaixar-se no corpo


do colega, sem ocá-lo. Esudar os ângulos, movimenos, encaixes. Realizar o
movimeno, levando em cona apoios e ponos do corpo parado do colega.
Tempo de duração: de 45 a 60 minuos.
Material a ser utilizado: sem maerial.

Etapas:

1 - Incialmene, ormam-se as duplas.


2 - Um colega para como uma esáua.
3 - O ouro colega vai encaixando seu braço ou perna no espaço vazio do corpo
do colega, e ambém para como uma esáua.
4 - O primeiro sai de sua ormação e ena se encaixar nesse segundo que esá
parado, e assim sucessivamene, com variações:
- sem conao, com conao;
- duplas, rios, grandes grupos;
- um por vez ou odos junos.

Assisa ao vídeo do link, nele há o exemplo da area com conao.


Disponível em: <htps://www.youube.com/wach?v=4srxcjPgkE>.

43
UNIDADE 1 | POR QUE ESTUDAR CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA?

LEITURA COMPLEMENTAR

Leia pare da Enrevisa com Pedro Bara Zanoto concedida ao blog Yoga pela
paz, em que ele ala do uso do conhecimeno de Biomecânica nas aulas de yoga.

Biomecânica do Yoga

O proessor Pedro Bara Zanoto, praicane de Haha Yoga há 11 anos,


começou a esudar Biomecânica na busca de explicações para como o Yoga
unciona e qual a melhor orma de praicá-lo. Nese processo de invesigação
descobriu um diagnósico que revelou algumas lesões degeneraivas na coluna.
Tal descobera gerou mais ineresse em enender esas lesões e o que deveria ser
modicado na práica para curá-las ou eviar que se agravassem. Isso o conduziu
ao desenvolvimeno de um novo olhar sobre a práica e como considerar as
individualidades dos alunos. É isso que ele comparilha um pouco nesa enrevisa.

O que é biomecânica?

PBZ: A Biomecânica examina o corpo e seus movimenos, e undamena-se


nos princípios e méodos mecânicos e no conhecimeno de anaomia e siologia.
É, porano, a aplicação das leis e princípios do movimeno aos ecidos biológicos.

Como se aplica ao Yoga?

PBZ: Não serve somene ao Yoga, ais conhecimenos deveriam


undamenar qualquer práica que inclua o uso do corpo e de movimeno,
porano, udo que azemos, desde car senado aé o asana mais desaador. O
Yoga em muio a rocar enre sua radição de posuras e a sabedoria ancesral
de eeios com uma análise da biomecânica para sabermos exaamene os eeios
agudos e crônicos da posura: que pare é alongada, o que esá esável, limies de
ampliude aricular para preservar as ariculações ec.

Qual a responsabilidade do professor em evitar as lesões do aluno?

PBZ: Toda. O conhecimeno biomecânico é imporane ano para o


proessor quano para o aluno, mas o aluno não esudou e nem praicou anas
horas como o proessor enão cona que ese guie sua práica. Muios alunos
e alguns proessores assumem que lesões são “normais”, “que azem pare do
processo” ou acham aé que são necessárias para “abrir o corpo” e levar a práica
a um novo paamar. Não vejo desa orma. Acho que lesões (as que são crônicas)
podem e devem ser eviadas. O papel de prevenção cabe aos proessores, pois
o aluno não em como senir uma degeneração aricular! As lesões crônicas
não aparecem de um dia para o ouro, são processos duradouros e consanes
de mau uso ou mau alinhameno. Os músculos são alamene vascularizados e
inervados: a primeira condição (vascularização) garane regeneração e a segunda
(a inervação) garane conrole moor e propriocepção – que o músculo inorme ao
cérebro o quano ele esá esirado e o quano esá ensionado.

Se quiser visualizar a enrevisa na ínegra, ela se enconra disponível em:


<htp://www.yogapelapaz.com.br/blog/?p=1574>. Acesso: 25 nov. 2015.
44
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:

• No nal do século XIX a palavra cinesiologia oi usada pela primeira vez e,
somene no m dos anos 60 a palavra biomecânica se popularizou.

• Arquimedes iniciou os princípios hidrosáicos que explicam a maneira pela


qual os corpos uuam; na qual se baseiam os esudiosos da cinesiologia da
naação.

• Arisóeles é considerado o pai da cinesiologia.

• Galeno deu o “ponapé” inicial para o enendimeno dos movimenos humanos


como resulado da conração dos músculos.

• Leonardo da Vinci oi o primeiro a acerar a orma dos dierenes órgãos do


corpo humano, sendo crediados mérios no esudo da anaomia.

• De 1600 a 1730 na cinesiologia e, principalmene na biomecânica, houve o


surgimeno do envolvimeno da eoria e práica por meio das experimenações,
bem como o desenvolvimeno das rês leis de Newon.

• O quiropráico nore-americano George Goodhear, em 1964, criou o que


chamamos de Cinesiologia Aplicada.

• Giovanni Alonso Borelli (1608-1679) é considerado o pai da biomecânica,


sendo o primeiro a esclarecer as alavancas do sisema musculoesqueléico.

• A uilização da mecânica Lagrangeana é usada aé hoje, pois ela é baseada em


grandezas escalares (energia cinéica e poencial).

• A cinesiologia é uma disciplina que se dedica ao esudo do movimeno humano


e à melhora da saúde. Seu campo de auação vai desde o espore e erapia, aé
auação no ambiene educacional.

• Já a biomecânica é imprescindível na análise do movimeno e da écnica


esporiva, pois permie avaliar a evolução ou piora do alea na modalidade, e
proporciona ao esporisa a compreensão para realizar deerminada ação.

• Aualmene, a biomecânica pode ser considerada uma imporane erramena


de auxílio no processo de ensino-aprendizagem do movimeno corporal.

• A cinemeria consise na análise de parâmeros cinemáicos, endo por base


imagens do movimeno em esudo e a sua poserior análise.
45
• A dinamomeria (DM) é uma medida de orça isomérica, que envolve o
emprego de orça sobre um objeo imóvel.

• A anropomeria baseia-se na mensuração sisemáica e na análise quaniaiva


das variações dimensionais do corpo humano.

• A anropomeria é a écnica de expressar quaniaivamene a orma do corpo.

• Em invesigação nuricional, a anropomeria consiui-se na avaliação da


dimensão e da composição global do corpo humano, em desenvolvimeno,
nas dierenes idades e nos dierenes graus de nurição.

46
AUTOATIVIDADE

1 A cinesiologia e a biomecânica êm algumas caracerísicas marcanes.


Nesse senido, assinale V para verdadeiro e F para also sobre essas
caracerísicas:

( ) A cinesiologia quer dizer Kinein + logos e a biomecânica quer dizer bio +


elérica.
( ) A palavra cinesiologia ornou-se popular no século XX, a biomecânica no
m dos anos 60.
( ) Arquimedes é o pai da cinesiologia e Arisóeles invenou a geomeria.
( ) Arisóeles oi o primeiro a analisar e descrever o complexo processo da
deambulação (marcha).

Agora, assinale a alernaiva que apresena a sequência CORRETA:

a) ( ) F-F-V-V
b) ( ) F-V-F-V
c) ( ) V-F-F-F
d) ( ) V-F-V-F

2 Sobre o surgimeno da cinesiologia, assinale a alernaiva VERDADEIRA:

a) ( ) O surgimeno da cinesiologia se deu pelo esudo do cérebro de animais.


b) ( ) O surgimeno da cinesiologia se deu pela ascinação dos animais em
esudarem o comporameno do ser humano.
c) ( ) O surgimeno da cinesiologia se deu pela ascinação dos seres humanos
pelo comporameno moor animal.
d) ( ) O surgimeno da cinesiologia não se deu pelo esudo, mas surgiu juno
com a evolução do ser humano.

3 Galeno (131-202 d.C.), deu o “ponapé” inicial para o enendimeno dos


movimenos humanos. Aspecos dealhados em seus esudos ormam,
EXCETO:

a) ( ) Anaomia do corpo humano.


b) ( ) Do esqueleo.
c) ( ) Da personalidade.
d) ( ) Dos músculos.
e) ( ) Funções musculares.

47
4 “Da Vinci era paricularmene ineressado na esruura do ______em
relação com o ______ e na relação exisene enre o ______, o ______ e o
______. Descreveu a mecânica do corpo na aiude ______, a marcha na
descida e na subida, no erguer-se de uma posição senada, e no ______ [...]”
(RASCH; BURKE, 1977, p. 2).

Assinale a alernaiva CORRETA que preenche a ciação acima:

a) ( ) movimeno, corpo humano, cenro de resisência, cenro de gravidade,


equilíbrio, salo, erea.
b) ( ) corpo humano, movimeno, cenro de gravidade, equilíbrio, cenro de
resisência, erea, salo.
c) ( ) cenro de gravidade, salo, movimeno, equilíbrio, cenro de resisência,
erea, corpo humano.
d) ( ) salo, cenro de resisência, erea, corpo humano, movimeno, cenro
de gravidade, equilíbrio.

5 Após a leiura da hisória da Cinesiologia e Biomecânica, ene enumerar


cinco nomes imporanes e suas conribuições para a hisória:

6 Sobre a Mecânica Clássica, elaborada por Joseph-Louis Lagrange, assinale


a alernaiva VERDADEIRA:

a) ( ) Combina a conservação do momeno linear com a conservação da


energia, auxiliando no melhor enendimeno da orça, nos momenos
e energia, na conração muscular inuenciada pelas orças eléricas,
bioquímicas e mecânicas.
b) ( ) Não combina a conservação do momeno linear com a conservação
da energia, mas apenas nos meridianos para auxiliar no melhor
enendimeno da orça, da energia na conração muscular inuenciada
pelas orças eléricas, bioquímicas e mecânicas.
c) ( ) Combina a conservação do momeno linear com a conservação da
energia, auxiliando no pior enendimeno da orça, nos momenos
e energia, na conração muscular inuenciada pelas orças eléricas,
bioquímicas e mecânicas.

48
d) ( ) Combina a conservação do momeno linear com a conservação da
energia, auxiliando no melhor enendimeno da orça, sem levar em
cona o momeno e a energia, e diz que a conração muscular não é
inuenciada pelas orças eléricas, bioquímicas e mecânicas.

7 De acordo com a hisória da Cinesiologia e da Biomecânica, associe os iens


abaixo:

I - Arisóeles
II - Giovanni Alonso Borelli
III - George Goodhear

( ) Considerado o pai da Biomecânica.


( ) Considerado o criador da Cinesiologia aplicada.
( ) Considerado o pai da Cinesiologia.

Agora, assinale a alernaiva que apresena a sequência CORRETA:

a) ( ) I - II - III
b) ( ) III - I - II
c) ( ) II - III - I
d) ( ) II - I - III

8 A área de aplicação da Biomecânica no conexo escolar e esporivo em


subdivisões. Nesse senido, assinale V para verdadeiro e F para also sobre
essas caracerísicas:

( ) Biomecânica do rendimeno (variáveis biomecânicas que deerminam o


resulado do movimeno em qualquer nível de rendimeno).
( ) Biomecânica anropomérica (não uiliza as medidas anropoméricas
para o diagnósico e prognósico do rendimeno).
( ) Biomecânica preveniva (idenicação de cargas e os possíveis desgases
ocasionados ao aparelho de movimeno oriundos da aplicação dessas
cargas).
( ) Biomecânica anropomérica (diagnósico e prognósico do rendimeno
relaivamene às medidas anropoméricas).

Agora, assinale a alernaiva que apresena a sequência CORRETA:

a) ( ) F-F-V-V
b) ( ) V-F-F-F
c) ( ) V-F-V-V
d) ( ) V-F-V-F

49
9 Conorme seus esudos, a cinemeria consise na análise de parâmeros
cinemáicos, endo por base a imagem do movimeno em esudo. Sobre
esse aspeco da cinemeria, analise as seguines senenças:

A medição cinemáica com aquisição de imagens da execução do


movimeno para observar o comporameno de variáveis.

Tais como

Velocidade, deslocameno, posição e orienação do corpo e de suas pares.

Agora, assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) A primeira é uma armação verdadeira e a segunda, alsa.


b) ( ) Ambas armações são alsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras mas não em relação enre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemeno e jusicaiva da
primeira.

10 “A Dinamomeria (DM) é uma medida de ______, que envolve o emprego


de ______ sobre um objeo ______. O ______ se conrai, permanecendo sob
______ por um curo inervalo de ______, porém, há pouca aleração em
seu ______. ” (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008, p. 233).

Assinale a alernaiva correa que preenche a ciação acima:

a) ( ) orça, orça isomérica, imóvel, ensão consane, músculo, empo,


comprimeno.
b) ( ) orça isomérica, orça, imóvel, músculo, ensão consane, empo,
comprimeno.
c) ( ) orça isomérica, empo, músculo, orça, imóvel, ensão consane,
comprimeno.
d) ( ) comprimeno, orça isomérica, orça, empo, ensão consane, imóvel,
músculo.

11 “Os aparelhos uilizados para esa medida de orça podem ser classicados
em quaro caegorias: hidráulicos, pneumáicos, mecânicos e strain gauges
(ou células de carga) ”. (SCHLUSSEL; ANJOS; KAC, 2008, p. 233).

Agora, associe os iens abaixo:

I - Dinamômeros hidráulicos
II - Dinamômeros mecânicos
III - Strain gauges

50
( ) São insrumenos que medem a DM em unção da quanidade de ensão
produzida em uma mola de aço.
( ) São sisemas selados, que medem a DM em quilogramas.
( ) São aparelhos em que a orça empreendida em uma célula de carga é
capada eleronicamene, amplicada e ransmiida para um monior
digial.

Após esa associação, assinale a alernaiva que apresena a sequência


CORRETA:

a) ( ) I - II - III
b) ( ) III - I - II
c) ( ) II - I - III
d) ( ) II - III - I

12 O méodo anropomérico uiliza-se de, EXCETO:

a) ( ) Diâmeros.
b) ( ) Perímeros.
c) ( ) Alura.
d) ( ) Comprimenos celulares.
e) ( ) Comprimenos ósseos.

51
52
UNIDADE 2

CINESIOLOGIA APLICADA
AO MOVIMENTO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer as subdivisões da Cinesiologia;

• conceiuar a cinesiologia dos movimenos;

• enender como a Cinesiologia pode ser aplicada em uma aula;

• aponar como cada méodo de ginásica pode ser uilizado na escola.

PLANO DE ESTUDOS
Esa unidade esá dividida em dois ópicos. Em cada um deles, você encon-
rará aividades que o(a) ajudarão a xar os conhecimenos abordados.

TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

TÓPICO 2 – ABORDAGENS SOBRE AS FÁSCIAS ALAVANCAS

53
54
UNIDADE 2
TÓPICO 1

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
CINESIOLOGIA

1 INTRODUÇÃO
Nese ópico você será apresenado a odos os segmenos da coluna
verebral e seus respecivos movimenos. Abordaremos os coneúdos um a um
para xação dos conceios básicos e para melhor enendimeno e aplicabilidade
denro da Educação Física.

2 CINESIOLOGIA: MOVIMENTOS
DA COLUNA VERTEBRAL
A coluna verebral é organizada em componenes exclusivos que são
acondicionados enre si pelas ariculações, ligados oremene por ligamenos
e susenados por um emaranhado de músculos e endões. Esá disribuída em
uma série de discos individuais sobreposos, denominados vérebras, que são
inerligadas uma a uma ormando uma hase resolua e arqueável, complacene
(PUTZ; PABST, 2000).

Além das vérebras e dos discos verebrais, a coluna verebral ainda é


composa de músculos, nervos, vasos e da medula espinhal que passa denro das
vérebras, que azem a proeção da medula (PUTZ; PABST, 2000).

É ormada por 33 vérebras (24 móveis: 7 cervicais, 12 orácicas e 5


lombares), logo em seguida, abaixo das vérebras lombares, enconram-se mais
5 vérebras xas que ormam o sacro, o qual é um osso com ormao riangular
grande que preenche a cavidade pélvica e ca enre a úlima vérebra lombar
e a pare inerior do cóccix. E ainda, mais 4 vérebras xas, vérebras coccígeas
ineriores nais que consiuem o osso cóccix, com um ormao pequeno, alongado
e no, nalizando a coluna verebral (PUTZ; PABST, 2000).

A coluna verebral exerce unções imporaníssimas em nosso corpo,


denre elas, realiza a manuenção da posura erea em conormidade com a
gravidade, az a susenação do peso corporal, proege a medula espinhal que ca
denro do canal verebral, possibilia movimenação (cervical e lombar), marcha,
mobilidade corporal. Equilibra, ordena e amplia as orças que agem sobre o
corpo, além de recepcionar e absorver os esorços de compressão que é exposa
(NASCIMENTO FILHO, 2011).

55
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 38 - VISTAS ANTEROPOSTERIOR-LATERAL DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/osteologia/colunacurvas.jpg>.


Acesso em: 25 nov. 2015.

UNI

SUBDIVISÕES DA COLUNA VERTEBRAL


CERVICAL – C1 a C7
TORÁXICA – T1 a T12
SACRO – S1 a S5
CÓCCIX – 4

FONTE: Disponível em: <http://anatomia.icb.ufrj.br/material/Carlo_ColunaVertebral.pdf>.


Acesso em: 24 nov. 2015.

3 PLANOS DO MOVIMENTO

3.1 PLANO FRONTAL


Plano ronal ou coronal, divide o corpo em duas meades, anerior e
poserior, os movimenos realizados nese plano são as abduções e aduções,
56
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

e ainda, as exões de pescoço e ronco. Todo e qualquer movimeno que or


realizado em direção a avor ou em direção oposa ao mediano, aconece no plano
ronal (AABERG, 2002).

FIGURA 39 - PLANO FRONTAL

FONTE: AABERG (2002)

3.2 PLANO SAGITAL


Plano sagial ou mediano, divide o corpo em duas pares iguais, direia e
esquerda. São os planos vericais endo como reerência a suura sagial da caloa
craniana. Os movimenos que podem ser realizados são para rene e para rás,
exão e exensão (AABERG, 2002).

57
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 40 - PLANO SAGITAL

FONTE: Disponível em: <http://underpop.online.fr/b/biomecanica-


da-musculacao/musculacao-010.gif>. Acesso em: 24 nov. 2015.

3.3 PLANO TRANSVERSAL


Plano ransversal ou horizonal, divide o corpo em meades superior e
inerior. Os movimenos que são realizados nesse plano são as roações mediana
ou inerna, laeral ou exerna. Os movimenos de supinação e pronação ambém
aconecem nese plano (AABERG, 2002).

FIGURA 41 - PLANO TRANSVERSAL

FONTE: AABERG (2002)

58
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

4 MOBILIDADE VERTEBRAL
A mobilidade verebral esá elucidada na predisposição biomecânica
de que a coluna verebral dispõe em mover-se, movimenar-se, mexer-se, e,
para ano, possui uma pereia engrenagem que rabalha em harmonia para
desenvolver o movimeno. Na composição desa engrenagem esão as vérebras,
os discos inerverebrais, os músculos e os ligamenos que permiem a realização
do movimeno (ROBELLO, 2015).

A exibilidade da coluna verebral, a mobilidade, é sedimenada na


soma de pequenos movimenos, exercida pela ação dos ecidos moles, que
proporcionam o movimeno propriamene dio, o deslocameno, a aividade e o
impulso (NASCIMENTO FILHO, 2011).

A coluna verebral em uma arquieura inrincada, mas de undamenal


imporância, pois orma um pilar anaômico, é o eixo cenral do corpo, dispõe
de seis graus de liberdade para movimenação, sendo eles: exão, exensão,
roação à direia, roação à esquerda, inclinação laeral à direia, inclinação laeral
à esquerda (ROBELLO, 2015).

4.1 FLEXÃO
O corpo é projeado para rene, as vérebras curvam-se ronalmene e
ocorrem algumas ações denro da coluna verebral, como ensão, deslizameno e
compressão para produzir o movimeno (PUTZ; PABST, 2000).

FIGURA 42 - FLEXÃO DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/tucaj18/avaliao-da-


coluna-lombar>. Acesso em: 25 nov. 2015.

59
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

4.2 EXTENSÃO
Exerce o movimeno conrário ao de exão e o corpo é projeado para rás,
é a reicação ou a ampliação do ângulo enre os ossos ou pares do corpo (PUTZ,
PABST, 2000).

FIGURA 43 - EXTENSÃO DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/tucaj18/


avaliao-da-coluna-lombar>. Acesso em: 25 nov. 2015.

4.3 ROTAÇÃO DIREITA


O corpo é projeado em uma ação de roação para o lado direio, ocorrem
as ações de deslizameno, ensão, inclinação e compressão de algumas vérebras
(PUTZ; PABST, 2000).

FIGURA 44 - ROTAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/Js_kDxkjxro/


UgAcUVH3_vI/AAAAAAAAAFo/SeM4KKxhMm8/s1600/15.png>.
Acesso em: 25 nov. 2015. (Tradução nossa).

60
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

4.4 ROTAÇÃO ESQUERDA


O corpo é projeado em uma ação de roação para o lado esquerdo,
ocorrem as ações de deslizameno, ensão, inclinação e compressão de algumas
vérebras (PUTZ; PABST, 2000).

FIGURA 45 - ROTAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://www.dancaempauta.com.br/


site/wpcontent/uploads/2013/10/movimentos.da_.coluna.
jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.

4.5 INCLINAÇÃO LATERAL DIREITA


O corpo é projeado em uma ação de inclinação para o lado direio, ocorrem
as ações de deslizameno, ensão, inclinação e compressão (PUTZ; PABST, 2000).

FIGURA 46 - INCLINAÇÃO LATERAL DA COLUNA VERTEBRAL A

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/ava-


liaodacolunalombar121127161441phpapp02/95/avaliao-da-colu-
na-lombar-7-638.jpg?cb=1354032917>. Acesso em: 25 nov. 2015.

61
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

4.6 INCLINAÇÃO LATERAL ESQUERDA


O corpo é projeado em uma ação de inclinação para o lado esquerdo,
ocorrem as ações de deslizameno, ensão, inclinação e compressão (PUTZ;
PABST, 2000).

FIGURA 47 - INCLINAÇÃO LATERAL DA COLUNA VERTEBRAL B

FONTE: Disponível em: <http://treinoparamulher.com.br/wp-content/uplo-


ads/2013/11/alongamento-variante-p%C3%A9-79.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2015.

FIGURA 48 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL

Exemplos de Movimentos da Coluna Vertebral


Rotação cervical direita Rotação cervical esquerda Flexão cervical Extensão cervical

62
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

Lateralização cervical Lateralização cervical Rotação dorsal Rotação dorsal


direita esquerda direita esquerda

Flexão lombar Inclinação lateral direita e esquerda Extensão lombar

FONTE: NATOUR (2014)

DICAS

Veja o exemplo de uma pesquisa que detalhou a postura de jovens praticantes


de um esporte muito especíco, a ginástica olímpica, usufruindo dos benefícios da análise
biomecânica, tendo como instrumentos de medição fotograas analisadas por software.

Caracterização postural de jovens praticantes de ginástica olímpica

Os autores objetivaram identicar as alterações posturais em crianças praticantes de


ginástica olímpica, com idade entre 8-12 anos. Foram analisadas 84 estudantes, onde
uma a uma foi fotografada no plano frontal (anterior e posterior) e no plano sagital, e
após as fotos serem analisadas utilizando um software Corel Draw, v.11.0, que dispunha de
ferramentas que mediam a dimensão angular, vertical e horizontal, que determinavam os
parâmetros para análise das variáveis quantitativas e qualitativas.

A conclusão encontrada foi uma tendência ao melhor alinhamento dos membros inferiores,
um aumento na inclinação pélvica anterior, e uma tendência ao aumento da hiperlordose
lombar, o que predispõe a praticante de ginástica olímpica a um desalinhamento da
estrutura esquelética, levando a quadros dolorosos e à limitação da vida esportiva.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbs/v11n3/a07v11n3.pdf>. Acesso em:


28 nov. 2015.

63
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

5 MOVIMENTOS CINESIOLÓGICOS DA COLUNA VERTEBRAL

FIGURA 49 - FUCIONAMENTO DA COLUNA VERTEBRAL EM VÁRIAS POSTURAS

FONTE: Putz e Pabst (2000)

FIGURA 50 - ARTROLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://www.reumatologia.com.br/PDFs/ColunaVertebral.


pdf>. Acesso em: 28 nov. 2015.

6 CURVATURAS FISIOLÓGICAS DA COLUNA VERTEBRAL


As curvauras siológicas da coluna verebral êm como unção absorver
os impacos e choques, como ambém êm a unção de aumenar sua exibilidade
e maner a esabilidade e a ensão necessárias para as ariculações inerverebrais.
São divididas em quaro pares: cervical, orácica, lombar e sacral (IVANCIC, 2014).
64
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 51 - CURVAS NORMAIS DA COLUNA VERTEBRAL

FONTE: Disponível em: <http://www.sogab.com.br/anatomia/curvatu


rascoluna1.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2015.

6.1 CERVICAL
Esá segmenada em duas pares, cervical superior e inerior. A superior
compreende as vérebras (C1 e C2) que recebem os nomes de alas e áxis,
respecivamene, azem a susenção do crânio e são vérebras aípicas (não possuem
corpo verebral), posicionadas logo abaixo do osso occipal. E a cervical inerior
compreende as vérebras (C3 a C7), sendo vérebras ípicas (conêm esruuras que
são iguais a odas as ouras vérebras móveis), onde a C7 é conhecida como a vérebra
de ransição, suas caracerísicas agem nas duas regiões (PUTZ; PABST, 2000).

FIGURA 52 - DEMONSTRAÇÃO DA COLUNA CERVICAL

FONTE: Disponível em: <https://siostudio.les.wordpress.


com/2013/05/colu1.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2015.

65
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

A coluna cervical superior (anerior) realiza os movimenos com a ajuda


da ariculação alano-occipal, sendo o movimeno de exão/exensão o seu
principal movimeno, e movimenos secundários de inclinação laeral e roação,
sendo que no movimeno de roação ocorre um movimeno denomindo pareado,
o qual é uma discrea inclinação da cabeça do lado conrário à roação, aé 90º
(PALASTANGA, 2000).

A coluna cervical inerior ambém az exo-exensão e os movimenos de


inclinação são pareados com a roação, e o de roação é pareado com o movimeno
de inclinação (PALASTANGA, 2000).

6.2 TORÁCICA
Também denominada ciose orácica, é uma curvaura primária,
desenvolvida na ase embrionária, durane a gesação. É composa por um
oal de doze vérebras posicionadas logo após a C7, vai da T1 à T12, uma para
cada uma das doze coselas, pois azem a susenação das mesmas (PUTZ;
PABST, 2000).

Tem uma convexidade poserior, sua unção é de proeger os órgãos


da caixa orácica, é uma região de pouca mobilidade, e por isso serve como
um pono xo para as cadeias musculares, assim, quando os músculos se
conraem, eles se xam nas cioses para movimenar as lordoses, ou seja, a
coluna orácica conrola os movimenos das lordoses (OKUNO, 2003).

As vérebras orácicas possuem desiguais níveis de mobilidade,


realizam uma pequena exão para proeger os órgãos viais, eviando que
os pulmões e o coração, por exemplo, sejam comprimidos. Também dierem
das demais vérebras, porque possuem aces cosais que se ariculam com as
coselas, onde os processos ransversais se ariculam nos ubérculos cosais, e
seus processos espinhosos são delgados e longos (PALASTANGA, 2010).

66
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 53 - DEMONSTRAÇÃO DA COLUNA TORÁCICA

FONTE: Disponível em: <https://siostudio.les.wordpress.


com/2013/05/colu1.jpg>. Acesso em: 1º dez. 2015.

As T1 à T4 ainda revelam caracerísicas das vérebras cervicais, já as


vérebras T4 à T8 são ípicas, e as T9 à T12 possuem ubérculos que se assemelham
às vérebras lombares (PALASTANGA, 2010).

Ese segmeno da coluna verebral, a curvaura orácica, pode sorer


alerações na sua conguração esruural com o processo de envelhecimeno, que
az com que aumene o grau dessa curvaura, com consequene deslocameno do
cenro de gravidade, ocasionando uma aleração na coluna orácica, denominada
hiperciose orácica (REIS e al., 2009).

Por al predisposiçao, é de suma imporância que a posura erea


(orosáica) seja sempre manida adequadamene ao longo da vida como orma
de prevenção de uuras aleções na coluna verebral (REIS e al., 2009).

67
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 54 - DEMONSTRAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL TORÁCICA

FONTE: Disponível em: <www.studentconsult.com https://studentconsult.inkling.com/


store/book/drake-grays-anatomy-students-3rd>. Acesso em: 1 dez. 2015. (Tradução nossa).

DICAS

Veja no artigo a seguir uma pesquisa de análise da postura da coluna vertebral


comparado a indivíduos surdos e ouvintes em idade escolar.

Análise postural da coluna vertebral: estudo comparativo entre surdos e ouvintes em idade
escolar

Os autores buscaram identicar e comparar a distribuição de alterações posturais na coluna


vertebral, em escolares surdos e ouvintes com faixa etária entre 7 a 17 anos. Como a postura
é determinada pela atuação dos sistemas visual, somatossensorial e vestibular situado na
orelha interna, as crianças com perda auditiva sensório-neural podem apresentar problemas
na regulação do controle postural, o que favorece o surgimento de desvios posturais da
coluna vertebral, provocado, possivelmente, pela hipoatividade do sistema vestibular, em
decorrência da lesão na orelha interna.

Observou-se uma maior ocorrência de alterações posturais nos escolares surdos ao serem
comparados com os ouvintes. Houve uma alteração postural de 68,2% de hipercifose
torácica no grupo dos surdos comparado com 45,5% do grupo dos ouvintes. Então,
concluíram que os estudantes surdos têm maior probabilidade, quando comparados aos
estudantes ouvintes, de desenvolver alterações posturais sendo pela lesão auditiva, somada
aos maus hábitos posturais em atividades de vida diária e à ergonomia desfavorável no
ambiente escolar.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/fm/v25n4/a13v25n4.pdf>. Acesso em:


1º dez. 2015.

68
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

6.3 LOMBAR
A curvaura lombar ambém é denominada como curvaura secundária,
porque, junamene com a curvaura cervical, são evidenes após o nascimeno.
Seus processos espinhosos são visíveis durane a exão da coluna. São composas
por um conjuno de cinco vérebras que vão de L1 à L5, onde a L5 diere das
demais de seu grupo por apresenar, no plano sagial, uma orma similar a um
rapézio reangular. É responsável pela angulação da ariculação lombossacral e
em um corpo grande com o orame pequeno (PUTZ; PABST, 2000).

A lordose lombar possui, no plano sagial, uma concavidade poserior e


sua unção é de realizar movimeno, por ese moivo os músculos aneriores são
robusos, como o reo abdominal que ca na rene da lordose lombar. Também
permie a mobilidade da orácica com a pelve (OKUNO, 2003).

FIGURA 55 - DEMONSTRAÇÃO DA COLUNA LOMBAR

FONTE: Disponível em: <https://siostudio.les.wordpress.


com/2013/05/colu1.jpg>. Acesso em: 1º dez. 2015.

A curvaura lombar ca enre a região orácica e a sacrococcígea,


desenvolve-se, orna-se rme e consolidada por vola dos dois anos de idade. É
racionada aneriormene, pelos músculos iliopsoas e ligamenos nos esorços de
car em pé, na posura erea. Sua unção é maner a posura ao senar e ambém
a posura erea do indivíduo (PALASTANGA, 2010).

69
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

A região lombar az a acomodação das cargas decorrenes do peso corporal,


e das ações provocadas pelos músculos e das orças exernas. A concavidade é
anerior e a sua uncionalidade é desempenhada pelo sinergismo dos mecanismos
aivos, passivos e neurais que produzem a esabilização, e o equilíbrio lombar
(ALMEIDA e al., 2006).

Oura de suas unções é proeger as esruuras anaômicas envolvidas,


como, por exemplo, os ramos neurais. Em conraparida, deve ser exível para que
o movimeno aconeça, sendo essas suas unções que possibiliam o alinhameno
verebral (ALMEIDA e al., 2006).

FIGURA 56 - DEMONSTRAÇÃO DA COLUNA LOMBAR

FONTE: Disponível em: <http://www.drsergiocosta.com.br/images/


coluna-lombar.jpg>. Acesso em: 2 dez. 2015.

DICAS

Veja no artigo a seguir uma pesquisa de análise da postura da coluna vertebral


comparando indivíduos surdos e ouvintes em idade escolar.

Estudo descritivo de alterações posturais sagitais da coluna lombar em escolares da rede


federal de ensino de Florianópolis

Em estudo feito em escolares da rede federal de ensino de Florianópolis, os autores

70
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

analisaram a prevalência de alterações posturais sagitais na coluna lombar. Foram avaliados


288 adolescentes na faixa etária dos 15 aos 18 anos, e utilizaram a fotogrametria para a
identicação da prevalência.

A prevalência de dor lombar foi de 49,3%, apresentando uma frequência semanal em 43,1%
dos avaliados. A prevalência de desvios foi de 53,8%, sendo que 90,9% corresponderam
à reticação da curvatura lombar, acometendo mais o sexo masculino. Foi encontrada
diferença signicativa no ângulo lombar entre os sexos, sendo que o grupo masculino
apresentou razões de prevalência superiores de desvios posturais.

Concluíram que as prevalências de dor e desvios posturais na coluna lombar foram elevadas,
sendo que a relação entre essas variáveis não se apresentou de forma signicativa. As
principais causas de dor lombar foram a prática de esportes ou atividades vigorosas, e a
permanência durante longos períodos de tempo na posição sentada.

Você poderá ler este artigo na íntegra no link de acesso.

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbort/v45n5/13.pdf>. Acesso em: 4


dez. 2015.

6.4 SACRO
A curvaura sacral é a composição nal da coluna verebral, em um
ormao que lembra uma cunha e consiui uma base ore para os membros
ineriores. Possui cinco vérebras que se undem ao longo do crescimeno
esruural do indivíduo, S1 à S5. Suas laerais ariculam com o quadril e possuem
orames poseriores que permiem a passagem dos nervos da medula espinhal,
superiormene aricula-se com a 5ª vérebra lombar e ineriormene com o cóccix
(PUTZ; PABST, 2000).

É responsável pela ranserência de carga, peso dos membros ineriores,


para a pare superior do corpo (HUNGERFORD; GILLEARD; HODGES, 2003).

71
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 57 - DEMONSTRAÇÃO DO OSSO DO SACRO


Apósis
Base del sacro articular
superior
Cara articular
Ala (porción lumbosacra Conducto
lateral) del sacro
Apósis
articular superior

C
ar
a
Ala

do
rs
al
Promontorio

Ca
ra
Porción sacra pé
lv
del reborde pélvico ica
(línea terminal)

Agujeros sacros
anteriores (pélvicos) Hiato del sacro
Crestas
transversas Sección sagital media

Vértice del sacro


Apósis transversa
del cóccix
Cóccix Carillas de las
apósis articulares
superiores
Visión anterior
inferior Cara pélvica

Cara auricular

Tuberosidad sacra

Cresta sacra lateral

Cresta sacra media


Cresta sacra media

Conducto del sacro Cresta sacra intermedia

Agujero Agujero
intervertebral sacro posterior Agujeros
sacros
posteriores

Asta del sacro

Hiato del sacro Asta coccígea


Agujero sacro
anterior (pélvico)
Cara dorsal
Apósis transversa
Sección coronal a través
del cóccix
de los agujeros de S1

Visión posterior superior

FONTE: Disponível em: <http://www.energiacraneosacral.com/imagenes_anatomia/sacrocolor.


jpg>. Acesso em: 4 dez. 2015.

A biomecânica do sacro é desempenhada por dois movimenos básicos: os


movimenos de nuação e conranuação. A nuação sacral, que é enenida como
um movimeno para rene com a proeminência sacral aponando para a pare
inerior da pelve, az-se um movimeno de inclinação anerior da região superior
do sacro, no decurso de uma exão de membros ineriores (FREGNI, 2011).

72
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 58 - DEMONSTRAÇÃO DE MOVIMENTO DE NUTAÇÃO SACRAL

FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQfb


y1nIem5dG9UnyqykwyARxOIWzteoR8joSPgz6oEMiEWgL>. Acesso em: 4 dez. 2015.

A conranuação sacral é um movimeno para rás da proeminência sacral


, que passa sobre o eixo coronal (verical) pelo inerior do ligameno inerósseo,
az-se um movimeno de inclinação poserior da região superior do sacro, no
decurso de uma exensão dos membros ineriores (FREGNI, 2011).

FIGURA 59 - DEMONSTRAÇÃO DO MOVIMENTO DE CONTRANUTAÇÃO SACRAL

FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSV5jHjHEb


DvcctGfn32r8g7O4HTIzz9IHUod3ETxFyBug9QdXw>. Acesso em: 5 dez. 2015.

73
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

DICAS

Conra uma monograa do curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia


que relacionou o peso da mochila escolar com o peso da criança, e as alterações posturais.

Relação quantitativa entre o peso da mochila escolar X o peso da criança e suas


possíveis alterações posturais e algias

A pesquisa aconteceu com a participação voluntária de 40 estudantes, do sexo feminino e


masculino, na faixa etária de 9 a 11 anos. O objetivo deste estudo foi correlacionar o sobrepeso
das mochilas escolares a possíveis alterações posturais e algias nos estudantes do Centro de
Serviços Educacionais do Pará (CESEP), na cidade de Belém-PA. Os materiais utilizados para
coletar os dados foram: uma cha de avaliação postural, uma balança e um questionário.

Os autores obtiveram resultados interessantes, onde os desvios posturais prevalentes foram


hiperlordose, escoliose, hipercifose e consequentes alterações em todas as curvaturas da
coluna vertebral, inclusive na coluna sacral. Concluíram que a adoção de medidas preventivas
é a saída para minimizar os efeitos deletérios da sobrecarga das mochilas sobre a coluna
vertebral dos escolares, a m de evitar disfunções posturais na vida adulta dos mesmos.

Você poderá ler este estudo na integra acessando o link a seguir.

FONTE: Disponível em: <http://www.unama.br/novoportal/ensino/graduacao/cursos/


sioterapia/attachments/article/131/analise_quantitativa_peso_mochila_peso_crianca_
algias.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2015.

6.5 CÓCCIX
Esse é o úlimo osso da coluna verebral, e como o sacro, ambém possui
uma orma de cunha, cônica riangular, mas bem menor. É ormado de uma base
e um ápice (móvel), bordas laerais e aces dorsal e pélvica (NETTER, 2000).

É consiuído por quaro segmenos, por vezes aé cinco ossículos, que
são móveis ao nascimeno e se undem: os proximais na inância, e os disais no
início da vida adula. Esruuram-se da seguine orma: corpos, cornos coccígeos,
processos ransversos e ariculares rudimenares (NETTER, 2000).

O cóccix realiza rês movimenos, exão, exensão e inclinação laeral,


onde o movimeno de exão é execuado com a ação muscular e os ouros dois
movimenos são execuados pela ação de ligamenos (ou por ações de resisência,
como o paro ou consipação residual no reo).

O osso cóccix compõe a ariculação sacroccocígea, em pouca mobilidade,


mas sua unção esá presene no movimeno diário de deecação e ambém aua
como amorecedor quando o indivíduo passa da posição em pé para senado,
onde o osso do cóccix se desloca aneriormene (CHUEIRE; CARVALHO FILHO;
SOUZA, 2002).

74
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 60 - CÓCCIX

FONTE: Disponível em: <http://www.tratamentodecoluna.com.br/website/index.php/o-que-


e-o-coccix>. Acesso em: 5 dez. 2015.

FIGURA 61 - DEMONSTRAÇÃO DO OSSO CÓCCIX (VISTA ANTERIOR)

FONTE: Netter (2000)

FIGURA 62 - DEMONSTRAÇÃO DO OSSO CÓCCIX (VISTA POSTERIOR)

FONTE: Netter (2000)

75
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

DICAS

Veja na dissertação a seguir uma análise cinética e cinemática da marcha


durante o transporte da mochila escolar com rodas.

Análise cinética e cinemática da marcha durante o transporte


da mochila escolar com rodas

Este estudo analisou e comparou variáveis temporais e espaciais da cinética e cinemática


durante a marcha no plano e transporte de mochilas com rodas, uma carga referente a
10% do peso corporal em escolares de 7 a 10 anos. Analisaram a marcha primeiramente no
plano normal e na segunda condição analisaram a criança fazendo o transporte da mochila
com rodinhas, carregando 10% do seu peso corporal.

As forças de reação do solo obtidas através de uma plataforma de forças, não apresentaram
diferenças entre as condições. As semelhanças indicam que mochilas com rodas não
exigem alterações de tempos ou aplicação de forças para execução da tarefa quando
comparadas à marcha sem carga no plano.

As similaridades observadas permitem concluir que o transporte de mochilas com rodas a


10% PC é uma alternativa atrativa para reduzir as alterações reportadas por outros estudos
durante o transporte com outros tipos de mochila.

Você poderá ler este artigo na íntegra acessando o link a seguir.

FONTE: Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/34599/R% 20-%20


D%20-%20PABLO%20DE%20ALMEIDA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 6 dez. 2015.

7 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL


Uma das unções biomecânicas da coluna verebral, além de proeger a
medula espinhal, é incorporar uma rigidez longiudinal do corpo, possibiliando
que o movimeno aconeça em odos os segmenos da coluna verebral, enre
esses movimenos esão a manuenção da posura erea, a marcha e o supore do
peso corporal (BARBOSA; GONÇALVES, 2007).

Os movimenos mecânicos da coluna verebral azem consanes ajuses


paradoxais, que harmonizam a rigidez e exibilidade, endo os músculos,
ligamenos, endões e odas as demais esruuras como coadjuvanes de ligação
enre cabeça, cinura escapular, coluna e pelve, permiindo os movimenos de
ronco nos rês planos: sagial, ronal e ransversal (NATOUR, 2014).

A coluna verebral possui uma biomecânica que não supora por muio
empo a posição senada, nem para realizar movimenos repeiivos ou manendo
posuras esáicas, desa maneira é conveniene maner a qualidade da posura a
m de eviar desvios e disúrbios uuros (BRACCIALLI; VILARTA, 2000).

76
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

A biomecânica exercida na coluna verebral é um somaório de pequenos


movimenos que ocorrem nas vérebras adjacenes possibiliando a mobilidade
da coluna verebral como um odo, onde os posicionamenos das curvauras da
coluna verebral esão relacionados com as disribuições de cargas (MARQUES;
HALLAL; GONÇALVES, 2010).

Como exemplo, numa posição senada prolongada, ocorrem várias


alerações na biomecânica da coluna verebral: causa reroversão da pelve,
reicação da coluna lombar e horizonalização do sacro, o que desencadeia
no aumeno das cargas compressivas nos discos inerverebrais, acarreando a
adiga dos músculos ereores espinhais. Esses músculos precisam esar aivos
para maner a posição senada (MARQUES; HALLAL; GONÇALVES, 2010).

DICAS

Veja no estudo a seguir a criação e validação de um instrumento que permite


ao aluno ter a percepção de sua própria postura dentro do ambiente escolar.

Instrumento para conhecimento da percepção de alunos sobre


a postura adotada no ambiente escolar

O objetivo deste trabalho foi criar um instrumento capaz de identicar a percepção que
escolares têm sobre a postura adotada nesse ambiente. Foi criado um questionário com
fotos sobre formas de sentar, sentar para escrever, carregar o material escolar e pegar
objetos pesados e leves do chão.

Após a análise da validade aparente e do resultado da análise intragrupo (r=0,91; p< 0,000),
concluiu que o questionário aplicado era válido e dedigno para a aplicação em uma
população de características semelhantes.

Você poderá ler este artigo na íntegra acessando o link a seguir.

FONTE: Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2917/1553>.


Acesso em: 6 dez. 2015.

TURO S
ESTUDOS FU

Após termos estudado a cinesiologia da coluna vertebral e todas suas funções,


bem como sua importância para a sustentação do corpo, vamos estudar os princípios
básicos da cinesiologia dos membros superiores.

77
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

8 MEMBROS SUPERIORES

8.1 OMBROS
Os membros superiores são xados à esruura corporal por ossos que
ormam o cíngulo dos membros superiores: clavícula, escápula (ormam a cinura
escapular), braço (úmero), anebraço (rádio e ulna) e mãos (ossos do carpo,
meacarpo e as alanges) (FIELD, 2001).

FIGURA 63 - DEMONSTRAÇÃO DOS OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/kOVW1UIUNw/TaujjYW3oFI/


AAAAAAAACQE/xG7LTIHb6o4/s640/Bracoossos.JPG>. Acesso em: 7 dez. 2015.

A ariculação do ombro é composa pela inerligação de quaro ariculações:


esernoclavicular, acromioclavicular, glenoumeral e escapuloorácica (FIELD, 2001).

78
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

• Esernoclavicular: ariculação muliaxial, realiza os movimenos de prosração


e reração a 15º, elevação a 45º e depressão a 5º.

• Acromioclavicular: ariculação muliaxial, realiza roação em orno de 20 a 30º.

• Glenoumeral: ariculação esérica muliaxial, realiza abdução de 90 a 95º,


adução de 0º a 75º, exensão de 40 a 60º, exão de 90 a 100º, roação inerna e
exerna 70 a 90º, abdução horizonal 45º, e adução 135º.

• Escapuloorácica: não chega a ser considerada uma ariculação complea, mas


realiza abdução e adução a 25º, roação superior e inerior a 60º e elevação e
depressão 55º.

FIGURA 64 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLEXO-


EXTENSÃO DE OMBRO

FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/magoo/


ABAAAAY6MAG-11.png>. Acesso em: 7 dez. 2015.

A ariculação esernoclavicular possibilia a união da exremidade


disal da clavícula e o manúbrio do eserno, e é ormada por várias esruuras
(cápsula aricular, ligameno esernoclavicular anerior e poserior, ligameno
inerclavicular, cosoclavicular e disco aricular), onde os ligamenos azem
supore, esabilização e limiação da ariculação (FIELD, 2001).

79
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 65 - DEMONSTRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO – VISTA ANTERIOR

FONTE: Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/artrologia/ombro1.jpg>. Acesso em:


7 dez. 2015.

A ariculação acromioclavicular esá localizada enre a exremidade


acromial da clavícula e a borda medial do acrômio, e é ormada pelas esruuras
(cápsula aricular, ligameno acromioclavicular, disco aricular, ligameno
coracoclavicular, ligameno coracoacromial e ligameno ransverso superior) que
ambém esabilizam e reorçam a ariculação (FIELD, 2001).

FIGURA 66 - DEMONSTRAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO OMBRO

FONTE: Disponível em: <http://www.ombroecotovelo.net/smartphone/


iphone/images/ombro-anatomia2.jpg>. Acesso em: 8 dez. 2015.

80
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

A ariculação glenoumeral é uma ariculação sinovial ipo eseroide


consiuída pela junção cabeça esérica do úmero e a cavidade glenoide da escápula.
A sua esabilização depende de elemenos de reorço, esabilizadores esáicos,
como os ligamenos glenoumerais, e odas as ouras esruuras da ariculação
ineragindo com os esabilizadores dinâmicos oriundos da ação dos músculos que
compõem o manguio roador (supra e inraespinhais, subescapular e redondo
menor), deloides e roadores da escápula (SALMELA; MONTEIRO, 2001).

Todos os movimenos desempenhados pelo ombro são acompanhados de


uma ariculação, que az um elo do ronco com os membros superiores, e permie
direcioná-los na rajeória de deslocameno proposo pelo indivíduo e realizar o
movimeno sempre acompanhado pela ampliude de movimeno que deermina,
delimiando o percurso do movimeno (FORNASARI, 2001).

DICAS

Caro aluno, nas sugestões de vídeos abaixo você poderá visualizar as


articulações do ombro, para ter uma noção maior do tema que estamos estudando. Não
deixe de acessar: <www.youtube.com/watch?v=QwEo3e6ZPAw>.

DICAS

A articulação do ombro é uma articulação complexa do corpo humano e


requer aprofundamento para um bom aprendizado. Salmela e Monteiro (2001) realizaram
uma revisão anatômico-funcional do músculo bíceps braquial e uma discussão muito
interessante sobre uma das articulações do ombro, a articulação glenoumeral, que vale
muito a pena ler. O artigo pode ser lido na íntegra no link:

FONTE: SALMELA, L.F.T.; MONTEIRO, C.M.S. Papel do músculo bíceps braquial na


estabilização da articulação glenoumeral: revisão anatômico-funcional e implicações
clínicas. Rev. Fisioter. v.8, n.1, p.19-29, 2001. Disponível em: <Downloads/79395-108995-
1-SM%20(1). Pdf>. Acesso em: 7 dez. 2015.

81
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

NOTA

Estamos desvendando a cinesiologia das articulações dos membros superiores


e até agora podemos perceber que a articulação do ombro é bastante complexa. Você
saberia responder quantos movimentos a escápula é capaz de realizar?

Vejamos tais movimentos!

FIGURA 67 - FLUXOGRAMA DE MOVIMENTOS DE TRANSLAÇÃO DA ESCÁPULA

FONTE: Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_


materia=4103FORNASARI-2001 - books.google.com>. Acesso em: 10 dez. 2015.

A ariculação do coovelo az pare da composição dos membros


superiores, em como nomenclaura ariculação rádio umeral, sua unção é
realizar os movimenos de exão e exensão dos ossos do rádio e da ulna, endo
como pono de reerência o úmero disal (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

É uma ariculação de inermédio do membro superior, realiza a junção do


braço com o anebraço, é um gínglimo, uma junura sinovial do ipo dobradiça. É
uma ariculação uniaxial que realiza movimeno em apenas um eixo de roação,
com 145º a 150º de exão e 0º de exensão (KISNER; COLBY, 2005).

Seu arco de movimenação é de 90º para o movimeno de supinação, e em


orno de 80 a 90º para o movimeno de pronação a parir do pono inermediário
do anebraço (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

82
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 68 - DEMONSTRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

FONTE: Disponível em: <http://www.dicasdesaude.info/blog/wp-content/


uploads/2011/09/Ossos-do-Cotovelo.jpeg>. Acesso em: 8 dez. 2015. (Tradução nossa).

Assim como a ariculação do ombro, o coovelo ambém é consiuído


de um complexo de ariculações, o complexo aricular radioulnar: umeroulnar
(az exão e exensão); a ariculação umerorradial: desloca-se no movimeno de
exo-exensão e ambém age no movimeno de pronação e supinação (KISNER;
COLBY, 2005).

8.2 COTOVELO
A capacidade de ampliude de movimenação média do coovelo é de
150º, ocorrendo limiações no movimeno de exão pela ação da massa muscular
e no movimeno de exensão, a limiação é pelo conao do olecrano da ulna com
o úmero (FORNASARI, 2001).

No movimeno de exão do coovelo, ocorre uma diminuição da angulação


do anebraço em relação ao braço, endo a posição anaômica como reerência no
plano sagial, o movimeno de exão aproxima a ace anerior do anebraço e
braço. Os músculos envolvidos são o bíceps braquial, braquial e braquiorradial
(KISNER; COLBY, 2005).

No movimeno de exensão ocorre um movimeno conrário ao da exão,


um aasameno do anebraço em relação ao braço, no plano sagial, endo a
posição anaômica como reerência. O músculo recruado para esse movimeno é
o ríceps, que realiza sua unção de esender o coovelo (KISNER; COLBY, 2005).

83
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 69 - MOVIMENTO DE FLEXÃO E EXTENSÃO DO COTOVELO

FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/magoo/


ABAAAAY6MAG-11.png>. Acesso em: 9 dez. 2015.

A ariculação radioulnar disal esá esruuralmene dissociada da


ariculação do ombro, mas movimena-se com a ariculação radioulnar proximal
do coovelo para compor o movimeno de pronação e supinação (KISNER;
COLBY, 2005).

FIGURA 70 - ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

FONTE: Disponível em: <http://posturaesaude.com.br/imagens/cotovelo2.jpg>.


Acesso em: 9 dez. 2015.

84
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

• Movimeno de Supinação: movimeno de roação laeral do punho em


relação ao coovelo, onde os ossos rádio e ulna cam alinhados lado a lado.
Na ação dese movimeno, os segmenos anebraço e mão azem a roação
do rádio laeralmene em orno do eixo longiudinal, sendo que a palma da
mão ca volada para cima, na direção da cabeça, com o polegar posicionado
laeralmene ao corpo. Os músculos envolvidos nesa ação são o supinador e
bíceps braquial (KISNER; COLBY, 2005).

• Movimeno de Pronação: movimeno de roação medial do punho em relação


ao coovelo, onde os ossos rádio e ulna cam sobreposos na posição nal.
Na ação dese movimeno, os segmenos de anebraço e mão azem a roação
medialmene em orno do seu eixo longiudinal, o rádio é rodado sobre a ulna
e a palma da mão vola-se para baixo, caudalmene, em direção aos pés, com
o polegar posicionado medialmene ao corpo. Os músculos envolvidos são
pronador redondo e pronador quadrado (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 71 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE


SUPINAÇÃO E PRONAÇÃO DO COTOVELO A

FONTE: AABERG (2002)

FIGURA 72 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE SUPINAÇÃO E


PRONAÇÃO DO COTOVELO B

FONTE: Disponível em: <http://www.radioinmama.com.br/supinacao.jpg>.


Acesso em: 9 dez. 2015.

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UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

DICAS

Caro aluno, na sugestão de vídeo abaixo você poderá visualizar os movimentos


de pronação e supinação do cotovelo e sanar possíveis dúvidas. No vídeo, há uma execução
de um teste de força muscular que avalia os músculos supinadores e pronadores. Trata-se
de um movimento passivo, mas que possibilita o entendimento visual dos movimentos de
pronação e supinação.

FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HWiDVKnUw7g>. Acesso


em: 10 dez. 2015.

DICAS

Um estudo recente testou dois modelos de didática para padronizar as aulas


de natação, utilizando o nado Crawl como base, um modelo brasileiro e outro americano.
Foi realizada uma revisão bibliográca que buscou estabelecer quais as melhores técnicas
nesses dois modelos para a facilitação didática do ensino nas aulas de natação, considerando,
principalmente, a angulação e a propulsão dos membros superiores, braço, cotovelo, punho
e mão, além, é claro, dos movimentos de pernas e pés. Concluíram que é possível avançar
com essa padronização do nado Crawl, como maneira de facilitação pedagógica.

Você poderá ler este artigo na íntegra no link a seguir, e ter uma visão maior sobre o
funcionamento das articulações dos membros superiores.

FONTE: Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/3094>. Acesso em: 10 dez. 2015.

8.3 PUNHO
O punho é um complexo muliaricular, que coneca o anebraço com a
mão, em inerdependência, é biaxial, permiindo os movimenos de exão 70º a
90º, exensão 65º a 85º, desvio radial 15º a 25º, desvio ulnar 25º a 40º e circundação
(PAULSEN; WASCHKE, 2013).

São oio os ossos que compõem o carpo: osso semilunar, osso piramidal,
osso pisiorme, osso capiao, osso hamao, osso escaoide, osso rapézio e osso
rapezoide (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

86
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 73 - DEMONSTRAÇÃO DOS OSSOS DO CARPO

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/fkbWXedyTUE/UvQlsSAXklI/


AAAAAAAAArk/t8iQC_bKiRo/s1600/Ossos+do+carpo.jpg>. Acesso em: 9 de dez. 2015.

A ariculação do punho é composa de duas ariculações, a mediocárpica


e a radiocárpica, envolvidas por uma cápsula ore e rouxa ao mesmo empo,
reorçada por vários ligamenos (ligamenos radiocárpico palmar, radiocárpico
dorsal, colaeral ulnar e disco aricular), que exercem unções de mobilidade e
esabilidade para a ariculação nos planos ronal e sagial (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 74 - DEMONSTRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO PUNHO

FONTE: Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/artrologia/punho2.jpg>.


Acesso em: 10 dez. 2015.

87
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

A ariculação radiocárpica esá enre a exremidade inerior do rádio e os


ossos da leira superior do carpo. E a ariculação mediocárpica esá enre a leira
superior e a leira inerior do carpo (PUTZ; PABST, 2000).

A cinesiologia dos movimenos dos punhos é realizada com uma


complexidade de movimenos enre as esruuras cárpicas. Para o movimeno de
exão, ocorre um deslizameno dos ossos cárpicos disais em direção aos ossos
cárpicos proximais: ossos capiao e hamao dorsal, e rapézio e rapezoide volar
(KISNER; COLBY, 2005).

Para o movimeno de exão os ossos envolvidos são: os capiao e hamao


volar, rapézio e rapezoide dorsal. No movimeno de desvio radial, os ossos capiao
e hamao ulnar, mais os ossos rapézio e rapezoide dorsal. Por m, no movimeno de
desvio ulnar, os ossos capiao e hamao radial (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 75 - DEMONSTRAÇÃO DOS OSSOS DO PUNHO

FONTE: Disponível em: <http://static.wixstatic.com/media/44ed3f_29821fb4e5774


400862d06384fd728a0.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2015.

DICAS

Assista aos vídeos abaixo e veja explicações sobre a articulação do punho


como complemento do tema estudado até agora.
<https://www.youtube.com/watch?v=tXtwtd8-Gno>
<https://www.youtube.com/watch?v=PoV5f4Jmr6c>
Acesso em: 10 dez. 2015

88
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

TURO S
ESTUDOS FU

A seguir, para completarmos o nosso estudo dos membros superiores, vamos


entender todas as estruturas que formam a articulação da mão.

8.4 MÃOS
A ariculação da mão é a exremidade do membro superior, é uma
ariculação complexa e numerosa em esruuras, já que conêm vine e see
ossos separados em rês conjunos: carpo, meacarpo e dedos. Os cinco ossos
do meacarpo são cilíndricos curos que se conecam aos ossos do carpo
proximalmene, e com as alanges disalmene (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

O carpo, como vimos na ariculação do punho, possui oio ossos disposos


em duas leiras (procarpo e mesocarpo). O meacarpo possui cinco meacárpicos
longos, localizados vericalmene. Já os dedos, composos por rês ossos longos
e as alanges, com exceção do polegar que em apenas duas alanges e realiza o
movimeno de oponência, o que possibilia o movimeno de pega (PAULSEN;
WASCHKE, 2013).

A mão é muio bem ariculada, um grupo de seis ariculações possibilia


movimenos complexos e de muia precisão. São elas: procápicas, pró-mesocárpica,
mesocárpica, inermeacárpicas, meacárpico-alângicas e ineralângicas. Kisner
e Colby (2005) explicam-nas da seguine orma:

• Procápicas: unem os ossos enre si na primeira leira do carpo.


• Pró-mesocárpica: coneca os ossos do procarpo e mesocarpo, é dividida em
inerna e exerna.
• Mesocárpicas: são as ariculações arrodias enre os quaro ossos do mesocarpo.
• Inermeacárpicas: São as ariculações arrodias localizadas nas exremidades
superiores dos quaros úlimos meacárpicos.
• Meacarpo-alângicas: azem a junção da exremidade inerior do meacárpico
com a exremidade superior da primeira alange, são conecadas pela cápsula
aricular, ligamenos palmares, ligamenos laerais e ligameno ransverso
inermeacárpico.
• Ineralângicas: azem a união enre a exremidade inerior da primeira alange
com a exremidade superior da segunda alange e, enre a exremidade inerior
da segunda alange com a exremidade superior da erceira alange. Já no
polegar, há uma única ariculação ineralângica, por que o mesmo possui a
ariculação da segunda alange.

89
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 76 - DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS DAS ARTICULAÇÕES DA MÃO: METACARPO-


FALÂNGICA (MF), INTERFALÂNGICA PROXIMAL (IFP) E INTRFALÂNGICA DISTAL (IFD)

FONTE: Disponível em: <http://fedscm.com/uploads/book_chapter/2013224003_


ANATOMIA_DA_MA%C3%8C%C6%92O.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2015.

8.4.1 Principais movimentos da mão


A ariculação da mão é responsável por vários movimenos, ais como,
exão exensão, abdução, adução, conrole da mão sem carga, garra de poência,
manipulação de precisão e pinça (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 77 - DEMONSTRAÇÃO DE ALGUNS MOVIMENTOS DA MÃO

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/1/86475/slides/slide_9.jpg>. Acesso


em: 11 dez. 2015.

90
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

Os principais nervos que passam pelas ariculações de punho e mão são:


nervo mediano, nervo ulnar e nervo radial (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 78 - DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCIPAIS NERVOS DA MÃO

FONTE: Disponível em: <http://fedscm.com/uploads/book_chapter/201224003_


ANATOMIA_DA_MA%C3%8C%C6%92O.pdf>. Acesso: 11 dez. 2015.

Os principais músculos da ariculação das mãos são os músculos


inrínsecos e exrínsecos, os músculos exensores comuns dos dedos, músculos
exensores próprios do indicador, músculos exores superciais e proundos.

A musculaura inrínseca da mão é ormada pela musculaura enar,


musculaura hipoenar e a musculaura inrínseca cenral.

DICAS

Nos vídeos abaixo, você verá a articulação da mão como complemento do estudo.
<https://www.youtube.com/results?search_
query=articula%C3%A7%C3%B5es+da+m%C3%A3o>
<https://www.youtube.com/watch?v=lhtLATgYFJE>
Acesso em: 11 dez. 2015.

91
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

ATENCAO

A seguir você terá a oportunidade de ler um estudo recente e muito interessante


sobre o segmento das mãos, uma dissertação de mestrado que comparou a atividade
muscular dos dedos e a força da preensão palmar.

FONTE: RODRIGUES, E.D. Análise comparativa da atividade muscular do exor supercial


dos dedos e força de preensão palmar em atividades laborativas em uma indústria.
Mestrado em Engenharia. UNESP, 2014, 86p. Disponível em: <http://repositorio.unesp.br/
bitstream/handle/11449/111056/000798713.pdf?sequence=1>. Acesso em: 11 dez. 2015.

TURO S
ESTUDOS FU

Agora que você entendeu a cinesiologia dos membros superiores e estudou sua
importância, vamos aprofundar o nosso estudo, desvendando a cinesiologia dos membros
inferiores.

9 MEMBROS INFERIORES
As ariculações dos membros ineriores exercem susenação, locomoção,
ranserência esável de peso na realização da marcha e/corrida e manuenção da
posição bípede. São ligados ao ronco pelo sacro e os ossos do quadril, ormando
a pelve óssea (KISNER; COLBY, 2005).

Habiualmene, uilizam-se as propriedades da cinemáica para


avorecimeno dos movimenos de cada pare da ariculação, para proximais-
disais e disais-proximais, como, por exemplo, na ase de apoio da marcha, ou na
exão do joelho para iniciar uma corrida, usam a cinemáica da porção disal para
proximal (NEUMANN, 2011).

92
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 79 - DEMONSTRAÇÃO DA PARTE ÓSSEA DO MEMBROS INFERIORES

FONTE: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-esqueletico/
imagens/sistema-esqueletico-163.jpg.

9.1 QUADRIL
A ariculação do quadril, como odas as ariculações do corpo, é uma
ariculação que ambém apresena sua complexidade, que possibilia movimenos
em rês planos e em rês graus de liberdade. É do ipo riaxial eseroide, realiza
os movimenos de exão-exensão, abdução-adução e roações inerna e exerna
(NEUMANN, 2011).

O quadril é uma ariculação esável, sua unção é susenação do peso


corporal, az a ligação com o membro inerior, a perna como um odo, e, para
ano, possui um encaixe pereio, o aceábulo que coneca a cabeça do êmur
(KISNER; COLBY, 2005).

A pare óssea do quadril é composa pela junção dos ossos ílio, ísquio e
púbis dando orma à pare côncava do aceábulo, a pare óssea convexa é uma
depressão esérica que acomoda a cabeça emoral (PUTZ; PABST, 2000).

93
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 80 - DEMONSTRAÇÃO DO OSSO ILÍACO

FONTE: Putz e Pabst (2000)

A cinesiologia da ariculação do quadril apresena-se da seguine orma:


movimeno de pelve, movimenos do êmur, ângulo de inclinação e orção
(KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 81 - DEMONSTRAÇÃO DA PELVE

FONTE: Disponível em: <http://player.slideplayer.com.br/12/3677057/data/


images/img11.jpg>. Acesso em: 12 dez. 2015. (Tradução nossa).

Os movimenos de pelve ocorrem quando o indivíduo esá posicionado


em pé ou na ase de apoio da marcha, azendo com que a pare côncava do
aceábulo se mova na cabeça convexa do êmur, movendo assim a pelve. Os
movimenos realizados são inclinação anerior e poserior da pelve, inclinação
laeral de pelve, elevação e depressão de pelve, roação para rene e para rás da
pelve (aneversão e reroversão) (KISNER; COLBY, 2005).

94
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 82 - DEMONSTRAÇÃO DE ANGULAÇÃO DO QUADRIL

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/12/3677057/slides/slide_6.jpg>.


Acesso em: 12 dez. 2015.

Os movimenos de êmur aconecem quando a cabeça do êmur se


desloca na direção conrária ao movimeno normal do êmur. Esses movimenos
são exão poserior (com os ligamenos em esado de rouxidão), exensão
anerior (ligamenos ensos), abdução inerior (ligamenos puboemoral e
isquioemoral ensos), adução superior (ligamenos ilioemoral superior enso
e ilioemoral inerior relaivamene enso), roação inerna poserior (ligameno
isquioemoral enso) e roação exerna anerior (ligamenos aneriores ensos)
(KISNER; COLBY, 2005).

O ângulo de inclinação envolve o eixo da cabeça e do colo emoral


com o eixo da diáse do êmur, sendo normal um ângulo de 125º (KISNER;
COLBY, 2005).

A orção ocorre com a ormação do ângulo pelo eixo do colo do êmur


e o eixo dos côndilos emorais, o ângulo normal ca enre 8º a 25º (KISNER;
COLBY, 2005).

Movimenos do quadril em cadeia cinéica abera (CCA) ocorrem


quando o segmeno disal de uma ariculação ca livre para movimenar-se
no espaço, realiza um movimeno isolado, como, por exemplo, um abano de
mão, o chue de uma bola. A perna na ase do balanço ou durane uma corrida,
supino, ríceps e elevação com aleres ec. (LIPPERT, 2003).

95
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 83 - DEMONSTRAÇÃO DE MOVIMENTO EM CADEIA


CINÉTICA ABERTA (CCA)

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/


COSPaz0rIjE/UaetgrOKMnI/AAAAAAAAAGM/75K3a7qRWZE/
s1600/images+(4).jpg>. Acesso em: 12 dez. 2015.

Movimenos do quadril em cadeia cinéica echada (CCF): um movimeno


em CCF ocorre quando o segmeno disal da ação esá xado em algum
objeo imóvel, ou ao chão, e o segmeno proximal ca livre para mover-se. Os
movimenos são báscula inerna (adução 0º a 25º), báscula exerna (abdução 0º a
30º), aneversão (exão 0º a 130º), reroversão (exensão 0º a 30º), roação pélvica
anerior (roação inerna 0º a 45º), roação poserior (roação exerna 0º a 50º).
Ex.: agachameno de membros ineriores, barra xa, biciclea ergomérica, ao de
levanar-se de uma cadeira ec. (LIPPERT, 2003).

FIGURA 84 - DEMONSTRAÇÃO DE MOVIMENTO EM CADEIA


CINÉTICA FECHADA (CCF)

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.


br/7/1863208/slides/slide_40.jpg>. Acesso em: 12 dez. 2015.

96
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

UNI

Caro acadêmico, você saberia diferenciar as CCA de CCF? Pois bem, vamos
agora entender quais são as diferenças básicas desses dois movimentos tão importantes
para alcançar os objetivos especícos em cada articulação.

Cadeia Cinética Aberta (CCA):


 Ocorre uma diminuição na compressão articular.
 Movimentos com maiores acelerações e desacelerações.
 Aumento das forças de cisalhamento.
 Há um aprimoramento da amplitude de movimento e da força.
 Maior risco de lesões.

Cadeia Cinética Fechada (CCF):


 Aumento das forças compressivas.
 Movimentos com menores acelerações e desacelerações.
 Diminuição das forças de cisalhamento.
 Aprimoramento da estabilidade dinâmica.
 Menor risco de lesões.

FONTE: Lippert (2003)

UNI

Neste momento, você já compreende que os movimentos de CCA e CCF


realizam uma reação em cadeia de transferências e de forças para distintos segmentos
e articulações do corpo, com uma alternância sincronizada e contínua produzindo um
movimento perfeito.

Você poderá aprofundar seu conhecimento sobre esse assunto lendo a sugestão de artigo:
Cadeia cinética aberta e fechada: uma reexão crítica

FONTE: MOSER; MALUCELLI; BUENO. Cadeia cinética aberta e fechada: uma reexão
crítica. Fisioter. Mov., v. 23, n. 4, p. 641-650, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/fm/v23n4/a14v23n4.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2015.

No movimeno da caminhada, o quadril é movimenado com uma


ampliude em orno de 40º, sendo 30º de exão na ase do balanço e conano
inicial da marcha, e 10º de exensão na ase de apoio nal. Inclinação pélvica e cera
roação azem pare do movimeno, junamene com abdução, adução e roação
inerna e exerna do quadril, sendo conrolados pelos músculos exores, exensores
de quadril, glúeo médio e ensor da áscia laa (KISNER; COLBY, 2005).

97
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 85 - DEMONSTRAÇÃO DO ALINHAMENTO NORMAL DA ARTICULAÇÃO


DO QUADRIL

FONTE: Disponível em: <http://www.movementrx.com/wpcontent/uploads/2013/12


/32weakgluteusmedius5.jpgehttp://4.bp.blogspot.com/txMM2qVw5iI/
UshLb7Pys7I/AAAAAAAADA4/HX_lX3a1Yek/s320/sinal+de+trendlenburg.jpg>.
Acesso em: 13 dez. 2015.

9.2 JOELHO
A ariculação do joelho é a ariculação que az a união da exremidade
disal do êmur e proximal da íbia, denominada ariculação emoroibial. Possui
mobilidade e ambém é esável, é uma ariculação sinovial em dobradiça enre
o êmur e o osso da íbia, com alinhameno em orno de 10º em geno valgo
(curvaura normal) (KISNER; COLBY, 2005). Paricipa da susenação do peso
corporal junamene com as ariculações do quadril e ornozelo na posição em
pé, e é ariculação uncional para as práicas de deambular (caminhar), senar,
levanar, subir, descer e correr (NEUMANN, 2011).

98
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 86 – VISTA ANTERIOR E POSTERIOR DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO

Vista Anterior das Estruturas Articulares do Joelho

Vista Posterior das Estruturas Articulares do Joelho

FONTE: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

FONTE: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe9-oAE/articulacoes-joelho. Acesso em 19 de


abril de 2016.

99
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

Os movimenos realizados pela ariculação do joelho são: exão, a qual


ocorre no plano sagial enre os côndilos do êmur e da íbia, com angulação em
orno de 120º com quadril esendido e 140º com quadril exionado, e chega a 160º
quando é exionado passivamene. A exensão ambém aconece no plano sagial e
a angulação é medida a parir do reorno da exão, cando em orno de 120º/140º-
0º. Os movimenos de roação são mais limiados, aconecem somene com o joelho
exionado, endo uma angulação de 10º medial e 30º laeral (ELIAS e al., 2015).

FIGURA 87 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO

FONTE: Disponível em: <http://ovrt.nist.gov/projects/vrml/h-anim/knee.gif>.


Acesso em: 13 dez. 2015. (Tradução nossa).

A ariculação sinovial do joelho é composa de duas ariculações, a


emoropaelar e a emoroibial, consiuindo a cápsula arilhar do joelho. A
ariculação emoropaelar, paeloemoral ou a paela propriamene dia, desliza na
rene do osso do êmur na exão, no senido caudal e no movimeno de exensão,
desliza no senido cranial, é um osso sesamoide no endão do quadríceps (ELIAS
e al., 2015).

A ariculação emoroibial ou ibiaemoral é uma ariculação biaxial em


dobradiça que coneca o êmur à íbia, inercalada com os meniscos e esabilizada
pelos ligamenos cruzados aneriores e poseriores, e pelos ligamenos colaerais
laerais (emoral) e mediais (ibiais) (KISNER; COLBY, 2005).

100
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 88 - DEMONSTRAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES E A FEMOROTIBIAL (ESQUERDA)


FEMOROPATELAR (DIREITA)

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/1/83902/slides/slide_54.jpg>.


Acesso em: 13 dez. 2015.

Os joelhos possuem uma membrana sinovial que az a lubricação da


ariculação, e uma de suas unções é maner o alinhameno da paela, com um ângulo
normal de 15º, ormando o ângulo Q. O ângulo Q, que corresponde ao alinhameno
do joelho, é um ângulo resulane enre dois segmenos, um da espinha ilíaca anerior
superior aé o cenro da paela, e o ouro do cenro da paela aé a uberosidade anerior
da íbia. Ese ângulo deermina o desvio do encurvameno laeral do quadríceps
sobre a paela, eviando a laeralização da mesma (ELIAS e a., 2015).

FIGURA 89 - DEMONSTRAÇÃO DO ÂNGULO Q

FONTE: Disponível em: <http://www.videosnbc.com/wp-content/


uploads/2015/06/elanguloqssioterapia0-400x389.jpg>. Acesso em: 13 dez. 2015.

101
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

Além dos ligamenos que susenam e dão mobilidade à ariculação, o


joelho depende muio da musculaura para movimenar-se e garanir o pereio
uncionameno desa engrenagem ão complexa. Os músculos responsáveis
por ais movimenos são anagonisa e agonisa: os anagonisas são exensores
que consisem em odo o conjuno do quadríceps, auxiliados pelos músculos
isquioibiais e solear para racionar a íbia poseriormene. Já os agonisas são
músculos exores isquioibiais, gasrocnêmios, poplíeo (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 90 - DEMONSTRAÇÃO DAS ESTRUTURAS DO JOELHO

FONTE: Disponível em: <http://www2.fm.usp.br/foto/sio/pessoal/isabel/biomecanicaonline/


articulacoes/joelho/PDF/avaljoelho.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2015.

UNI

A Cinesiologia foi descoberta há muito tempo, lá atrás, com Aristóteles, Galeno,


Leonardo da Vinci. Seus conceitos foram estudados e registrados, o que foi válido para
entendermos exatamente as capacidades de movimentos de todos os segmentos do
nosso corpo de uma maneira funcional.

E com o passar do tempo, muito se estudou, pesquisou e analisou-se as inúmeras


possibilidades de cada movimento. Em um trabalho recente, Bezerra (2013) estudou a
importância da Educação Física para o desenvolvimento motor na educação infantil,
e concluiu que os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o
desenvolvimento de suas habilidades motoras, principalmente no desenvolvimento ósseo,
articular e muscular.

Você pode ler este trabalho na íntegra no link: <http://www.repositorio.uniceub.br/


bitstream/235/5863/1/21080286.pdf>.

102
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

UNI

Outra sugestão de leitura como complemento ao nosso estudo, é um trabalho


de Machado (2014), o qual inovou com uma pesquisa de inclusão de um esporte muito atual,
o Slackline, como uma ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem nas
aulas de Educação Física.

Machado (2014) demonstrou ser viável a utilização dessa modalidade dentro da escola,
tornando as aulas de Educação Física mais atrativas e usufruindo dos benefícios que
a prática do Slackline oferece, como equilíbrio de todas as funções físicas, mentais,
emocionais e sociais.

Este trabalho você encontrará no link: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/58


41/1/21230140.pdf>.

ATENCAO

Para compreender melhor a complexidade da articulação do joelho e como


uma forma de xação do estudo, você poderá assistir a um breve vídeo, que está no link:
<https://www.youtube.com/watch?v=izFa8fTOqXw>.

TURO S
ESTUDOS FU

Agora que você já conheceu as articulações do quadril e joelho, vamos dar


continuidade e estudar as últimas articulações que compõem os membros inferiores:
tornozelos e pés, os quais estarão condensados no mesmo tópico para melhor entendimento
em função de sua alta complexidade.

9.3 TORNOZELO E PÉ
As ariculações do ornozelo e pé, assim como o joelho, são ariculações
complexas, do ipo dobradiço, gínglimo sinovial. O ornozelo é esruurado
pela união da exremidade disal dos ossos da íbia e da íbula, sendo ligado
medialmene enre álus e íbia e laeralmene enre álus e íbula, e seguida
de rês ariculações que proporcionam esabilidade, sendo elas: ibiobular
(sindesmose), alocrural e subalar (PUTZ; PABST, 2000).

103
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 91 - ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E PÉS

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/12/4118024/slides/slide_12.jpg>.


Acesso em: 13 dez. 2015.

Articulações tibiobulares: esão no plural porque ormam um conjuno


de duas ariculações. A ariculação ibiobular superior e a ariculação ibiobular
inerior. A superior compreende a cabeça da íbula e uma acea na pare
poserior laeral da borda do côndilo ibial. Já ariculação ibiobular inerior é
uma sindesmose (enre dois ossos) xada pelo ligameno inerósseo ibiobular
crural e os ligamenos ibiobulares anerior e poserior (KISNER; COLBY, 2005).

Articulação talocrural: manida pela ação dos ligamenos colaeral


medial (deloide) e laeral pelos ligamenos alobular e calcaneobular anerior
e poserior. Sua superície de acomodação côncava é consiuída pela íbia disal
e os maléolos ibiais e bular e sua superície de acomodação convexa em um
ormao em cunha com um ápice aponando medialmene e localiza-se no corpo
do álus. Esa ariculação realiza os movimenos siológicos de dorsiexão
poserior e exão planar anerior (KISNER; COLBY, 2005).

104
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 92 - DEMONSTRAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO TORNOZELO E PÉ

FONTE: Disponível em: <https://encryptedtbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRjVdT


oy2TSHVvLYrRtWlSet6 D1OZB5NEwzfentExlo7YCosbHjOw>. Acesso em: 14 dez. 2015.

Articulação subtalar: apresena somene um eixo, o eixo riplanar, sendo


esse oblíquo em 42º no plano ransverso e 16º no plano sagial, angulação essa
que possibilia os movimenos de pronação e supinação. Sua unção é avorecer a
roação da perna no plano ransverso na execução da marcha. Os ligamenos de
susenação são os ligamenos medial e laeral, inerósseo alocalcanhar no arso,
e alocalcanhar poserior e laeral (KISNER; COLBY, 2005).

FIGURA 93 - DEMONSTRAÇÃO DO EIXO DE MOVIMENTAÇÃO DA ARTICULAÇÃO SUBTALAR

FONTE: Teixeira e Olney (1997)

O ornozelo e pé êm como unção cuidar da mobilidade e esabilidade


ormando um complexo aricular que serve como uma base esável de susenação
do peso corporal, sem grandes gasos de energia, e agindo como uma alavanca xa
para impulsionar o corpo para a realização da marcha. É capaz de adapar-se para

105
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

acomodar as ranserências de orças absorvendo o impaco do peso corporal em


superícies irregulares, possibiliando o avanço progressivo da passada durane a
caminhada (NEUMANN, 2011).

FIGURA 94 - DEMONSTRAÇÃO DA PARTE MEDIAL DA ARTICUALÇÃO DO TRONOZELO E PÉ

FONTE: Netter (2000)

Os ossos dos pés são: no segmeno poserior o álus e o calcâneo, no


segmeno medial esão os ossos navicular, cuboide e rês cuneiormes e na pare
superior enconramos cinco meaársicos e 14 alanges que ormam os cinco
dedos, disposas em duas alanges para o hálux (dedão) e rês alanges para os
ouros quaro dedos resanes (KISNER; COLBY, 2005).

106
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

FIGURA 95 - DEMONSTRAÇÃO DA PARTE MEDIAL DA ARTICUALÇÃO DO TRONOZELO E PÉ

FONTE: Netter (2000)

As ariculações do ornozelo e pés são responsáveis por alguns movimenos


como: dorsiexão, ocorre no plano sagial, com angulação 0-20º; exão planar,
ocorre no plano sagial, com angulação de 0-45º; inversão (supinação medioársica
subalar), ocorre nos planos ransversal, sagial e ronal, com angulação de 0-40º;
eversão (pronoção medioársica subalar), ocorre nos planos ransversal, sagial e
ronal, com angulação de 0-20º (MARQUES, 2003).

FIGURA 96 - DEMONSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DO TORNOZELO E PÉ

FONTE: Disponível em: <http://clinicaecirurgiadope.com.br/cknder/images/movtalus.


png>. Acesso em: 14 dez. 2015.

107
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

A ariculação dos pés é dividida em reropé, mediopé e anepé, e orma


arcos planares que são muio imporanes para azer a disibuição do peso corporal
em oda a base do pé. Os arcos são o longiudinal medial, laeral e arco ransverso.

FIGURA 97 - ARCOS PLANTARES

FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/Personal/biomecanica-do-pe-tornozelo>.


Acesso em: 14 dez. 2015.

UNI

Um estudo desenvolvido no Laboratório de Biomecânica do Departamento de


Educação Física do Instituto de Biociências da Universidade Paulista Julio de Mesquita
Filho, avaliou os décits proprioceptivos e a força de indivíduos com instabilidade
funcional do tornozelo, e ainda analisou as alterações cinemáticas e eletromiográcas
em indivíduos com instabilidade funcional do tornozelo e efeito da órtese semirrígida
durante movimentos esportivos.

Esse trabalho é uma sugestão de leitura para entendimento das complexas articulações
de tornozelo e pé: Análise da estabilidade do tornozelo em movimentos esportivos e o
efeito da órtese semirrígida

FONTE: Disponível em: <http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/108697/000764468.


pdf?sequence=1>. Acesso em: 14 dez. 2015.

108
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

DICAS

A seguir estão links de sugestões de vídeos de aulas práticas para auxiliar na


xação do conteúdo:
<https://www.youtube.com/watch?v=ypbYS-EKF80>
<https://www.youtube.com/watch?v=79Xvt8xwJtg>
<https://www.youtube.com/watch?v=0EHV2PfDv7I>
<https://www.youtube.com/watch?v=Idd-jiSq56M>
Acesso em: 14 dez. 2015.

ATIVIDADE PRÁTICA

Análise cinesiologia plantar

Objetivo: Realizar a visualização do desenho da orma planar dos pés.


Esudar os ângulos, movimenos, os ipos de movimenos dos pés, os ipos de
passada, a largura de base durane a marcha.

Método: Os paricipanes pinarão seus pés com ina prea e andarão


sobre uma pisa de papel pardo previamene xado no chão e depois arão a
análise de sua marcha, endo como base os movimenos cinesiológicos esudados.

Tempo de duração: de 45 a 60 minuos.

Material a ser utilizado: ina hidrossolúvel na cor prea, rolo de papel


pardo de 7m de comprimeno por 60 cm de largura, achinhas ipo percevejo ou
a adesiva, papel oalha para higienização.

Etapas: Abrir espaço na sala e xar a pisa de papel pardo. Em seguida,


esabelecer uma ordem enre os alunos organizados em la, ou se preerir, elege-
se de um a rês alunos, para somene eles realizarem a análise (a criério). Faz-se a
aplicação da ina prea na plana do pé e se inicia a marcha, que cará regisrada
na pisa de papel. Além da orma planar, é possível analisar a sobrecarga de peso.

Após, azer a análise em conjuno, idenicando os movimenos


enconrados:

1 - idenicar o desenho da pegada do pé;


2 - ipo de arco planar;
3 - se há alguma deormidade;
4 - a area do grupo é aprender a reconhecer os ipos de pegadas, passadas e
discuir enre si;
5 - azer uma apresenação para o grande grupo;
6 - azer uma avaliação da aividade.

109
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

DICAS

Caro acadêmico, agora que chegamos ao nal do que tínhamos proposto,


sugerimos a leitura de uma entrevista com o especialista pós-doutorado Marcos Garcia
Neira, professor da Universidade de São Paulo, que fala sobre o papel da Educação Física
nas escolas. A entrevista foi concedida ao repórter Rodrigo Reiter, para o site da Revista Nova
Escola. Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, acesse o link disponível no m do texto.

LEITURA COMPLEMENTAR

De odas as disciplinas do Ensino Fundamenal, provavelmene a


Educação Física oi a que soreu ransormações mais proundas nos úlimos
empos. Mudanças pedagógicas e na legislação zeram com que aé mesmo sua
missão osse quesionada.

Se aé a década de 1980 o compromisso da área incluía a revelação de


craques e a melhoria da perormance ísica e moora dos alunos (azê-los correr
mais rápido, realizar mais abdominais, desenvolver chues e coradas poenes),
hoje a ênase recai na reexão sobre as produções humanas que envolvem o
movimeno.

Se anes o currículo privilegiava os espores, hoje o leque se abre para


uma innidade de maniesações, da dança à lua, das brincadeiras radicionais
aos espores radicais. Ecos da perspeciva culural, que domina pesquisas e ganha
cada vez mais espaço nas escolas.

Considerado um dos principais invesigadores dessa endência, o


proessor Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP), deende
que a principal unção da Educação Física escolar é analisar a diversidade das
práicas corporais da sociedade, mesmo as consideradas mais polêmicas, como
danças do ipo funk e axé.

Amparado por 17 anos de docência na Educação Básica e pela paricipação


na elaboração dos Parâmeros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e das
Orienações Curriculares do município de São Paulo, Neira discue essa quesão
provocadora e avalia os principais desaos da disciplina.

Por que a Educação Física mudou tanto nos últimos anos?


MARCOS GARCIA NEIRA: Foi uma mudança que acompanhou uma série de
ouras ransormações. Na sociedade, grupos que não inham sua voz ouvida
ganharam espaço, o que impacou o currículo. A escola, anes volada apenas
para o conhecimeno acadêmico ou a inserção no mercado, passou a visar à
paricipação do aluno em odos os seores da vida social, o que mexeu com os

110
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

objeivos da área. E a própria legislação, que desde a década de 1970 aponava


um compromisso com a melhoria da perormance ísica e a descobera de alenos
esporivos, oi subsiuída, em 1996, pela Lei de Direrizes e Bases da Educação
Nacional, que propõe que a Educação Física seja pare inegrane da proposa
pedagógica da escola.

Na prática, quais foram as principais transformações?


NEIRA: Eu acredio que a Educação Física passou a ser reconhecida como um
componene imporane para a ormação dos alunos. Anes, era comum as aulas
ora do período regular, às dispensas por moivos médicos ou a subsiuição
por aividades pouco relacionadas com a área, como conselhos de classe, por
exemplo. Tudo isso colaborou para consruir, na cabeça de alunos e proessores,
a represenação de uma disciplina alheia ao projeo escolar, que servia apenas
como recreação ou passaempo e não inha nenhum objeivo pedagógico. Hoje,
essa concepção não é mais dominane.

Qual é o objetivo da Educação Física escolar hoje?


NEIRA: É o mesmo objeivo da escola: colaborar na ormação das pessoas para que
elas possam ler criicamene a sociedade e paricipar dela auando para melhorá-
la. Denro dessa missão, cada disciplina esuda e aprounda uma pequena parcela
da culura. O que a Educação Física analisa é o chamado parimônio corporal.
Nosso papel é invesigar como os grupos sociais se expressam pelos movimenos,
criando espores, jogos, luas, ginásicas, brincadeiras e danças, enender as
condições que inspiraram essas criações e experimená-las, reeindo sobre quais
alernaivas e alerações são necessárias para vivenciá-las no espaço escolar.

Como deve ser uma aula ideal?


NEIRA: Ceramene não deve ser a do ipo “desce para a quadra, corre, corre,
corre, sua, sua, sua e vola para a sala”. A Educação Física proposa na escola
não pode ser a mesma proposa em ouros espaços. Se or apenas para o aluno se
diverir, exisem lugares para isso, ginásios públicos e cenros comuniários, por
exemplo. Se or somene para aprender modalidades esporivas, melhor procurar
um clube ou uma academia. A escola não serve para ormar aleas, mas para
reeir e enender as maniesações culurais que envolvem o movimeno.

Um exemplo concreto: como abordar o futebol nessa perspectiva?


NEIRA: O rabalho pode começar com a urma experimenando jogar uebol,
mas não pode parar por aí. A vivência de qualquer modalidade na escola exige
reexão e adapação. Propondo uma pesquisa, é possível levar os alunos a conhecer
ouros ipos de uebol: de campo, de quadra, de areia, eminino, conhecer quem
praica o espore hoje, como se jogou no passado e como se pode jogar na escola.
É imporane que eles saibam, por exemplo, que o espore já oi praicado sem
juiz, que os aleas não inham números na camisa e que o pênali era cobrado de
oura maneira. Com base nessas inormações, volam à práica já aenos a novas
quesões: é preciso arbirar os jogos? Como azer meninos e meninas pariciparem
simulaneamene? E as crianças com necessidades especiais?

111
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

Apesar de a disciplina ter se tornado mais reexiva, as atividades práticas


continuam sendo importantes?
NEIRA: É claro. A vivência segue sendo undamenal porque é somene por
meio dela que a urma sene a necessidade de azer adapações, algo presene
em odas as modalidades. Anal, elas se ransormam conorme “conversam”
com a sociedade. O voleibol, por exemplo, mudou seu sisema de ponuação
principalmene para se adapar às ransmissões de TV. Essa lógica vale para odas
as maniesações corporais, mesmo as mais lúdicas. Quando alguém brinca de
pega-pega na rua, brinca de cero jeio. Quando vai brincar com 35 crianças na
escola, precisa adapar a aividade para que ela uncione.

Como lidar com crianças que demonstram especial habilidade em alguma


modalidade esportiva?
NEIRA: Devemos esimulá-las a prosseguir. Enreano, o lugar para coninuar
com o rabalho não pode ser a escola, mas insiuições especializadas para a
práica esporiva. A escola em como unção ajudar a compreender o mundo e
sua culura. Não há como desenvolver um projeo esporivo se o que se preende
é conemplar odos os alunos.

Como saber quais esportes, jogos, lutas, danças e brincadeiras devem fazer
parte do currículo?
NEIRA: O pono de parida é sempre o diagnósico inicial. O ineressane é que
esse mapeameno do parimônio culural corporal da urma, as práicas ligadas
ao movimeno que os alunos conhecem ou realizam, revela uma realidade mais
diversicada do que imaginamos. A garoada brinca de esconde-esconde, conhece
skate pela TV, em algum parene que praica ioga e conhece malha ou bocha
porque os idosos jogam na praça. É possível ainda azer ouros mapeamenos.
O proessor pode passear pelo bairro observando maniesações corporais e
equipamenos esporivos. Há academias ou ruas de caminhada, por exemplo.

Mas é preciso escolher algumas práticas no meio de tanta diversidade. Como


fazer isso?
NEIRA: Anes de qualquer coisa, é undamenal er em mene as nalidades
do projeo pedagógico da escola, devemos lembrar que a Educação Física não
pode ser uma práica alienada. Além disso, a perspeciva culural da disciplina
considera quaro princípios imporanes na denição do currículo. O primeiro
é que a mariz de coneúdos deve dialogar com odos os grupos que compõem
a sociedade, e rabalhar só com espores modernos conradiz esse princípio. O
segundo é a noção de que o aluno precisa enxergar na sociedade as maniesações
que esá esudando. O erceiro é enender e respeiar as possibilidades de cada
esudane, eviando, por exemplo, as avaliações por perormance. E o quaro é o
proessor repensar consanemene a própria idenidade culural para apereiçoar
o currículo.

112
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA

Qual deve ser a postura da escola quando a cultura corporal dos alunos inclui
danças como o funk e o axé?
NEIRA: Não devemos echar os olhos para essas maniesações, pois podem
ser danças que os esudanes culuam ora da escola. Isso não signica que
devemos car apenas com aquilo que eles conhecem. Se o proessor ocar só
os aspecos superciais do funk e do axé, ensaiando coreograas, por exemplo,
não esará cumprindo seu papel. Por ouro lado, um rabalho críico ajuda as
crianças a analisar e inerprear o que são essas danças, conribuindo para que
elas conheçam a própria idenidade culural e enendam quem são. A chamada
culura de chegada dos esudanes é um bom pono de parida para um rabalho
em direção a uma culura mais ampla. A escola deve sempre azer essa pone
enre o reperório conhecido e o desconhecido.

Como isso funciona na prática?


NEIRA: É preciso ransormar o conhecimeno dos alunos em objeo de análise
e invesigação pedagógica. Considero válido, por exemplo, um projeo que
aborde o funk e o axé no conexo de ouras danças conemporâneas, esudando
as leras, enendendo o que esá embuido nelas, as práicas ineressanes ou
desineressanes que acompanham essas maniesações. Em seguida, é possível
convidar dançarinos ou razer vídeos para apresenar ouras danças, ampliando
o reperório da urma. É um rabalho muliculural porque considera diversos
ipos de práica corporal, mas é um muliculuralismo críico porque quesiona e
analisa cada uma delas.

FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/vez-formar-atletas-analisar-


cultura-corporal-487620.shtml>. Acesso em: 15 dez. 2015.

113
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu:

• A cinesiologia da coluna verebral dos membros superiores e ineriores em


uma visão geral.

• A ação da Cinesiologia em cada segmeno de sua esruura: cervical, orácica,


lombar, sacro e cóccix.

• Dierenciação dos planos de movimeno: ronal, sagial e ransverso.

• A mobilidade da coluna verebral em oda sua arquieura.

• Os movimenos cinesiológicos e siológicos da coluna verebral.

• Arrologia da coluna verebral.

• Curvauras siológicas da coluna verebral.

• Biomecânica da coluna verebral.

• Cinesiologia dos membros superiores.

• Cinesiologia dos membros ineriores.

114
AUTOATIVIDADE

1 Os dierenes movimenos realizados pelo corpo humano aconecem em


vários planos e eixos. Com base nesse conhecimeno, assinale V para
verdadeiro e F para also sobre as inormações seguines:

( ) No que diz respeio às subdivisões da coluna verebral, é comprovado


por vários esudos que a cervical compreende a C1 à C5, orácica T1 à
T10, lombar L1 à L5, sacro, S1 à S3 e cóccix com 2 segmenos.
( ) A coluna verebral em uma arquieura inrincada, orma e susena o
esqueleo humano e possui seis graus de liberdade para movimenação.
( ) Os principais movimenos da coluna verebral são pronação, supinação,
eversão e inversão, respecivamene.
( ) Os movimenos de roações da coluna verebral aconecem no eixo
longiudinal e no plano sagial.

Agora, assinale a alernaiva que apresena a sequência correa:

a) ( ) F, F, F, V
b) ( ) F, V, F, F
c) ( ) V, F, V, F
d) ( ) F, V, V, F

2 Sobre a aplicação da Arrologia da coluna verebral, assinale a alernaiva


CORRETA:

a) ( ) Os movimenos da coluna verebral são odos ariculados e apenas os


corpos verebrais não em ariculações.
b) ( ) A ariculação umeroulnar se aricula aos corpos verebrais, exercendo
pereia junção enre sua pare lisa com a côncava.
c) ( ) As ariculações coso-verebrais e coso-ransversais só exisem na
coluna, elas ambém azem conexão do braço ao ronco e realizam
movimeno de adução e abdução.
d) ( ) As ariculações especiais alano-axial e unco-verebrais esão
presenes na curvaura da coluna verebral, especicamene na região
cervical.

3 Os movimenos mecânicos da coluna verebral azem consanes ajuses


paradoxais, que harmonizam a rigidez e exibilidade, endo os músculos,
ligamenos, endões e odas as demais esruuras como coadjuvanes
de ligação enre cabeça, cinura escapular, coluna e pelve, permiindo
os movimenos de ronco nos rês planos: sagial, ronal, ransversal
(NATOUR, 2014).

A biomecânica é essencial para a coluna verebral.

115
PORQUE

Uma das unções biomecânicas da coluna verebral, além de proeger


a medula espinhal, é incorporar uma rigidez longiudinal do corpo,
possibiliando que o movimeno aconeça em odos os segmenos da coluna
verebral. Enre esses movimenos esão a manuenção da posura erea, a
marcha, o supore do peso corporal (BARBOSA; GONÇALVES, 2007).

Agora, assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) A primeira e a segunda armações são verdadeiras e uma complemena


a oura.
b) ( ) As duas são verdadeiras, mas não êm relação uma com a oura, são
assunos disinos.
c) ( ) Ambas as armações são alsas.
d) ( ) A primeira armação esá correa e a segunda é compleamene o
oposo da primeira.

4 São movimenos cinesiológicos e siológicos da ariculação do ombro:

a) ( ) Somene inclinação laeral.


b) ( ) Somene roações inernas e exernas.
c) ( ) Flexo-exensão, abdução e adução, roação inerna exerna.
d) ( ) Dorsiexão, abdução e adução, pronação e supinação.

5 A Cinesiologia uiliza muio as écnicas de movimenos em cadeia cinéica


abera (CCA) e cadeia cinéica echada (CCF). Os movimenos como______,
______, ______são considerados CCA, e os movimenos de CCF são
os:______, ______ e ______.

Assinale a alernaiva CORRETA que preenche a ciação acima:

a) ( ) barra xa, levanar da cadeira, agachameno; chuar bola, abano de


mão, elevação do ríceps com aleres.
b) ( ) barra xa, chuar bola, abano de mão; levanar da cadeira, elevação do
ríceps com aleres, agachameno.
c) ( ) abano de mão, chuar bola, elevação do ríceps com aleres; barra xa,
agachameno, levanar da cadeira.
d) ( ) agachameno, elevação do ríceps com aleres, abano de mão; chuar
bola, levanar da cadeira, barra xa.

6 São vários os planos, eixos e movimenos realizados pelas ariculações da


coluna verebral, membros superiores e ineriores. Sobre essas disinções,
associe os iens abaixo:

I – Plano Sagial
II – Plano Fronal
III – Plano Transversal

116
( ) Anerior e poserior, exão laeral e aneroposerior.
( ) Superior e inerior, roações e longiudinal.
( ) Direia e esquerda, exão e exensão e laerolaeral.

Agora, assinale a alernaiva que apresena a sequência CORRETA:

a) ( ) I - II - III
b) ( ) II – III – I
c) ( ) III – II – I
d) ( ) I – III - II

7 Em relação à ariculação do cóccix, assinale V para verdadeiro ou F para


also sobre as suas caracerísicas:

( ) O cóccix é um osso idênico ao osso do sacro, em ormao esérico e muio


maior.
( ) Possui 12 ossículos que se undem no início da inância e ormam os
cornos coccígeos, processos ransversos e ariculares rudimenares.
( ) Realiza rês movimenos: exão, exensão e inclinação laeral, onde o
movimeno de exão é execuado com a ação muscular e os ouros dois
movimenos são execuados pela ação de ligamenos.
( ) Aua como amorecedor quando o indivíduo passa da posição em pé
para senado, onde o osso do cóccix se desloca aneriormene.

8 A ariculação glenoumeral é uma ariculação sinovial ipo eseroide.


Quano a sua consiuição, assinale a alernaiva correa:

a) ( ) Tuberosidade da íbia e íbula.


b) ( ) Meacarpos e meaarsos.
c) ( ) Músculo liso cardiovascular.
d) ( ) Junção cabeça esérica do úmero e a cavidade glenoide da escápula.

9 No movimeno de ______ do coovelo ocorre uma ______ do anebraço em


relação ao ______, endo a posição anaômica como reerência, no plano
______ o movimeno de exão aproxima a ace ______ do anebraço e braço.
Os músculos envolvidos são o bíceps braquial, ______ e ______. (KISNER;
COLBY, 2005).

Assinale a alernaiva com a sequência que preenche correamene a ciação


acima:

a) ( ) exensão, aumeno da angulação, pé, plano ronal, poserior, braquial


e braquiorradial.
b) ( ) exão, aumeno da angulação, punho, plano ransversal, anerior,
braquial e braquiorradial.
c) ( ) exão, diminuição da angulação, braço, plano sagial, anerior,
braquial e braquiorradial.

117
d) ( ) exensão, diminuição da angulação, quadril, plano ronal, poserior
braquial e braquiorradial.

10 Conorme seus esudos, o movimeno do êmur aconece quando a cabeça


do êmur desloca-se na direção conrária ao movimeno normal do êmur.
Sobre esse aspeco, analise as seguines senenças:

O ângulo de inclinação envolve o eixo da cabeça e do colo emoral com


o eixo da diáse do êmur, sendo normal um ângulo de 125º (KISNER;
COLBY, 2005).

Para execuá-lo

Os movimenos são: exão poserior (com os ligamenos em esado


de rouxidão), exensão anerior (ligamenos ensos), abdução inerior
(ligamenos puboemoral e isquioemoral ensos), adução superior
(ligamenos ilioemoral superior enso e ilioemoral inerior relaivamene
enso), roação inerna poserior (ligameno isquioemoral enso) e roação
exerna anerior (ligamenos aneriores ensos) (KISNER; COLBY, 2005).

Assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) A primeira é uma armação verdadeira e a segunda, alsa.


b) ( ) As duas são verdadeiras, mas não em relação enre si.
c) ( ) Ambas são alsas.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemeno e jusicaiva da
primeira.

118
UNIDADE 2 TÓPICO 2

ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS


MUSCULARES

1 INTRODUÇÃO
Nese ópico, nós aproundaremos ainda mais nosso conhecimeno sobre
a Cinesiologia e você enenderá o que são áscias e músculos, quais são suas
esruuras, imporância e uncionalidade para o movimeno do corpo humano e
como rabalhá-los no conexo escolar durane as aulas de Educação Física.

2 OS SISTEMAS MUSCULARES
Os movimenos do corpo humano são adminisrados por várias esruuras,
e uma dessas esruuras é denominada músculos. Os músculos realizam diversas
nalidades uncionais essenciais no gerenciameno dos movimenos de vida
diária e no conrole da posura erea, inererindo direamene nas capacidades
práicas de cada ser humano (NEUMANN, 2011).

Os músculos, anaomicamene alando, são preenchimenos para a


arquieura óssea, consiuindo uma complexa rede de bras, eixes, áscias,
bainhas, bolsas sinoviais e endões que ormam um emaranhado de esruuras
que enrelaçam enre si, e xam-se nas ariculações e ossos. Dão origem ao ecido
muscular e ao sisema muscular (D’ANGELO; FANTINI, 2000).

119
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 98 - DEMONSTRAÇÃO DO SISTEMA MUSCULAR

FONTE: Disponível em: <http://planetabiologia.com/wp-content/uploads/2014/12/Musculos-do-


corpo-humano.gif>. Acesso em: 14 dez. 2015.

Os músculos possuem uma caracerísica muio peculiar, são capazes


de se conrair, ou seja, aumenar e diminuir de amanho, ação essa que produz
orças desequilibradas, possibiliando assim, o movimeno. Possuem ormas
alongadas, curas e largas, suas bras podem ser reas, ransversas, ou ainda,
oblíquas (BEHNKE, 2003).

Essas esruuras, chamadas músculos, correspondem em orno de 50%


do peso corporal. Os músculos possuem uma cor avermelhada por serem
exremamene irrigados de sangue, e são disribuídos em rês ipos: esqueléico,
cardíaco e liso. O esqueléico e o cardíaco êm orma esriada, esrias ransversais
ou paralelas, ormando as bras liormes (TORTORA, 2001).

120
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

FIGURA 99 - DEMONSTRAÇÃO DE MÚSCULO ESTRIADO (ESQUERDA), MÚSCULO LISO


(CENTRO) E MÚSCULO CARDÍACO (DIREITA)

FONTE: Disponível em: <http://ulbra-to.br/morfologia/uploads/Sem-titulo_1.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2015.

Como é de conhecimeno, os músculos exercem unções de suma


imporância e enre elas, esão: gerar odos os movimenos do corpo, exemplo:
mover-se livremene usando a marcha, senar, levanar, correr. Nesses movimenos,
uma unção essencial é a regulação dos esínceres, os músculos que conrolam o
esvaziameno, a saída de coneúdos como urina e ezes. Agem como um veículo/
ranspore de subsâncias inernas, como o próprio alimeno. São responsáveis
pelo aquecimeno corporal, na ação de conração muscular ocorre produção de
calor, calor esse que az a manuenção da emperaura corporal. E ambém, são os
músculos que esabilizam as ariculações e maném a posura erea em ação com a
esruura óssea (NEUMANN, 2011).

Os músculos possuem várias capacidades, como a de realizar ensão


conráil, conrair-se, e para ano, êm a capacidade de serem esirados, alongados,
possuem exensibilidade, junamene com oura caracerísica bem inerene que
é a elasicidade, a qual possibilia que os músculos volem ao seu comprimeno
inicial de repouso após um movimeno (FIELD, 2001).

Os músculos esriados são ormados por um venre muscular, que consiuído


o corpo, cenro do músculo, em o endão ormado de ecido conjunivo que liga o
venre muscular aos ossos e às ariculações. Possuem uma membrana que envolve
os grupos musculares chamada de aponeurose, além das bainhas endíneas que
desenvolvem vias de comunicação enre os ossos e os endões, e as bolsas sinoviais
que permiem o deslizameno muscular (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

Já as esruuras denominadas áscias musculares são lâminas ou uma


espécie de aixa larga composa de ecido conjunivo broso, ou uma exensão do
ecido conjunivo, que engloba os músculos e algumas ouras esruuras do corpo
humano. Auam como um órgão acessório do sisema muscular, possibiliando
que os músculos permaneçam em suas posições mesmo durane a ação do
movimeno, na conração. E ainda, as áscias servem de meio de passagem para
vasos sanguíneos e inervações (PAULSEN; WASCHKE, 2013).

Os músculos, durane a ação cinesiológica do movimeno, são separados


em grupos com unções disinas e agem como em uma orça area, em que
cada grupo exerce sua unção. Para ano, oram esabelecidos nomes a essas
classes musculares, são eles: os músculos agonisas, os músculos anagonisas, os
músculos esabilizadores, os músculos neuralizadores e os músculos sinergisas
(NEUMANN, 2011).

121
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 100 - FUNÇÕES MUSCULARES

FIGURA 101 - FUNÇÕES MUSCULARES

FONTE: Neumann (2011)

FONTE: Neumann (2011)

As ações cinesiológicas dos músculos nos movimenos geram orças


musculares, as quais são classicadas em alguns ipos: conração isomérica,
conração isoônica, conração concênrica, conração excênrica e conração
isocinéica (NEUMANN, 2011).

122
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

FIGURA 102 - CONTRAÇÕES MUSCULARES

FONTE: Neumann (2011)

UNI

No estudo abaixo, você pode conferir a importância do alongamento e do


aquecimento muscular para o desenvolvimento de práticas esportivas, destacando
principalmente os benefícios, como a prevenção de lesões.

Princípios siológicos do aquecimento e alongamento muscular na atividade esportiva

FONTE: DI ALENCAR, T.A.M.; MATIAS, K.F.S. Princípios siológicos do aquecimento e


alongamento muscular na atividade esportiva. Ver. Bras. Med. Esporte, v.16, n.3, p.230-234,
2010. Disponível em: <http://www.def.ua.br/marcoantonio/wpcontent/uploads/2014/07/
Princ%C3%ADpios-fisiol%C3%B3gicos-do-aquecimento-e-alongamento-muscular-na-
atividade.doc.>. Acesso em: 15 dez. 2015.

TURO S
ESTUDOS FU

A partir de agora, vamos ter a oportunidade de conhecermos as ações


cinesiológicas de alguns dos principais músculos de todos os segmentos do corpo humano
que vimos até agora, de uma forma sucinta e direta para facilitar o aprendizado.

123
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FIGURA 103 - AÇÕES MUSCULARES A

FONTE: Neumann (2011)

2.1 OMBROS

FIGURA 104 - AÇÕES MUSCULARES B

124
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

FONTE: Neumann (2011)

2.2 COTOVELOS

FIGURA 105 - AÇÕES MUSCULARES C

FONTE: Neumann (2011)

125
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

2.3 PUNHOS E MÃOS

FIGURA 106 - AÇÕES MUSCULARES D

FONTE: Neumann (2011)

2.4 QUADRIL

FIGURA 107 - AÇÕES MUSCULARES E

126
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

FONTE: Neumann (2011)

2.5 JOELHO

FIGURA 108 - AÇÕES MUSCULARES F

FONTE: Neumann (2011)

2.6 TORNOZELOS E PÉS

FIGURA 109 - AÇÕES MUSCULARES G

127
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

FONTE: Neumann (2011)

UNI

No artigo abaixo, você pode conferir um estudo das atividades corporais e


qualidade de vida enquanto desao da Educação Física atual nas escolas, tendo em vista que
os conceitos da disciplina passaram por muitas transformações e a sociedade contemporânea
imprime valores e necessidades questionáveis. Atualmente, o culto ao corpo se sobrepõe às
necessidades de se praticar exercícios somente para combater o sedentarismo, no entanto,
muitos adolescentes ainda passam muito tempo sem realizar atividades físicas dando à escola
a incumbência de incentivar e formar jovens que compreendam o sentido das atividades
físicas e da alimentação equilibrada, principalmente na fase de desenvolvimento. No link,
você confere o artigo: Atividades corporais e Qualidade de Vida: o desao da Educação
Física atual nas escolas, na íntegra.

FONTE: ALVES, F.R. A. Atividades corporais e Qualidade de Vida: o desao da Educação


Física atual nas escolas. Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Educação
– Universidade Federal do Paraná – 2012. 42.p. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.
edu.br/jspui/bitstream/1/2425/1/MD_EDUMTE_VI_2012_07.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2015.

ATIVIDADE PRÁTICA

Análise de movimentos funcionais

Objetivo: Idenicar os movimenos da coluna lombar, membros


superiores, membros ineriores e classicar os principais músculos e suas ações
caracerísicas.

128
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

Método: O proessor solicia que a urma se divida em dois grupos, grupo


I e grupo II. O grupo I inicia a aividade, os componenes são marcados com
ponos (bolinhas de E.V.A) de idenicação previamene elaborados. Ao comando
do proessor, que irá ordenar de rês a cinco ipos de movimenos dierenes, o
grupo I realiza os movimenos, e a cada sinal sonoro que o proessor emiir, o
grupo muda os movimenos soliciados. E, o grupo II, anoa odas as ações e os
principais músculos envolvidos na demonsração dos colegas. Depois, inverem
as areas dos grupos, o grupo II realiza os movimenos e grupo I, az as anoações.
Em seguida, os dois grupos reúnem-se em uma mesa redonda para discuir o que
cada grupo observou, enendeu e xou, para discuirem as diculdades (quais),
os aceros e os erros. Para encerrar o proessor resolve as dúvidas da urma.

Tempo de duração: de 45 a 60 minuos.

Material a ser utilizado: Folhas de E.V.A na cor vermelha para aciliar


a visualização, esparadrapo para xar as bolinhas nas ariculações, aparelhos de
percussão para azer os dierenes sinais sonoros, papel e canea.

Etapas: Abrir espaço na sala, dividir os grupos e xar os ponos das


ariculações. Em seguida, esabelecer os movimenos a serem execuados. Aplica-
se as bolinhas nas ariculações, e o ouro grupo anoa as ações e os músculos
envolvidos. Depois, inverem as unções.

Após azer a análise em conjuno, idenicando os movimenos e músculos


analisados, os grupos deverão:
1 – idenicar quais movimenos cada ariculação realizou;
2 – idenicar os principais músculos acionados em cada movimeno;
3 – discuir com o grande grupo e o proessor as diculdades, aceros e erros
enconrados;
4 – azer uma avaliação da aividade.

DICAS

Caro acadêmico, a seguir, sugerimos uma leitura como complemento do


nosso estudo, a qual aborda o movimento e a criança no contexto escolar, que vem de
encontro com o que conversamos, e mostra um olhar sobre o assunto tendo como base
os fundamentos de Piaget e Wallon.

129
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

LEITURA COMPLEMENTAR

Leia pare de uma enrevisa com Isabel Poro Filgueiras, licenciada em


Educação Física, mesre e douora, concedida à revisa Avisa lá sobre a criança
e o movimeno, uma leiura muio produiva a respeio da imporância do
desenvolvimeno da moricidade nas crianças em idade escolar, priorizando o
rabalho com movimenos nas aulas de Educação Física.

Caso queira visualizar a enrevisa complea, acesse o link disposo nas


reerências.

A Criança e o Movimento – Questões para pensar a prática pedagógica na


Educação Infantil e no Ensino Fundamental

A compreensão do papel da moricidade no desenvolvimeno e na vida


da criança pode conribuir para que as Escolas de Educação Inanil e Ensino
Fundamenal organizem práicas educaivas que incorporem essa dimensão nos
processos de ensino e de aprendizagem.

Para alar sobre o assuno, a Avisa lá convidou a proessora especialisa


Isabel Poro Filgueiras, proessora de E.F. da rede municipal de São Paulo e da
Escola Criare, mesre em educação pela USP e coordenadora de projeos de
ormação de educadores.

Qual é a importância do movimento na vida da criança?


Filgueiras: O sujeio se consrói na ineração com o meio, e o movimeno é uma
das ormas que emos para ineragir com esse meio. Pela exploração a criança
vai consruindo conhecimenos sobre as propriedades ísicas dos objeos e inicia
a compreensão de quais relações pode esabelecer com eles.
Aprende sobre seus limies; quando puxar, empurrar, chegar pero, se aasar
ec. Aravés de ações mooras a criança ambém inerage com a culura, seja
para dominar o uso dos dierenes objeos (insrumenos) que a espécie humana
desenvolveu, seja para usuruir aividades lúdicas e de lazer, como jogos e
brincadeiras, espores, ginásicas, danças e ares marciais.
Pelo movimeno a criança conhece mais sobre si mesma e sobre o ouro,
aprendendo a se relacionar. O movimeno é pare inegrane da consrução da
auonomia e idenidade, uma vez que conribui para o domínio das habilidades
mooras que a criança desenvolve ao longo da primeira inância.
Quando uma criança, por exemplo, quer alar de si, é comum que ale do que
consegue azer: “Eu já sei amarrar meu sapao”, “Eu subo a escada sozinho”.
Saber quem ela é, o que consegue azer, num primeiro momeno, pode ser
marcado pela gesualidade.

Quais são as características da motricidade infantil?


Filgueiras: Para conhecer a criança do pono de visa de seu desenvolvimeno
moor é preciso buscar uma lene de observação, porque você pode inerprear
um comporameno de várias maneiras, dependendo das lenes que usa. Isso
130
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

esá relacionado à visão de mundo, de criança, das eorias de desenvolvimeno e


aprendizagem que emos.
No nosso caso, vamos considerar algumas reerências que vêm da área de
desenvolvimeno e de alguns pensadores, em especial Wallon e Piage.

Vamos começar por Piaget, como ele vê a motricidade infantil?


Filgueiras: Piage oi quem nos desperou para a imporância da moricidade. Na
verdade, ele esava preocupado em esudar a gênese do pensameno humano,
não em enender como a criança aprende o movimeno ou qual é a imporância
disso. Mas para enender o desenvolvimeno da ineligência ele observou a
criança e percebeu que, desde que nasce ela já em um ipo de ineligência, que é,
ao conrário do que se pensava, anerior à linguagem.
Exise uma ineligência moora, que é práica, e que é a primeira que o ser humano
desenvolve. Como isso aconece? A criança em uma bagagem genéica, que são
os movimenos reexos, e a parir do conao com o ambiene, naquilo que Piage
chama de reações circulares, ela vai consruindo esse movimeno inencional.
Enão, aé por vola dos 2 anos, mais ou menos, ela consrói essa ineligência
sensório-moora, essa capacidade de perceber a inencionalidade e a consequência
dos gesos, que são os recursos que ela em para ineragir com o meio.
Para ele, o desenvolvimeno da ineligência é um processo conínuo de equilíbrio
aravés de dois mecanismos: a assimilação, que é enendida como a inegração
do exerior às esruuras do indivíduo, e a acomodação, que é a ransormação
inerior em unção das variáveis exeriores. É por meio desses dois mecanismos
que a criança desenvolve sua ineligência práica ou sensória moora, composa
por dierenes esquemas de ação, que vão se apereiçoando, ornando-se mais
variáveis e adapáveis a dierenes siuações.
Nessa perspeciva, é undamenal criar desaos para as crianças, propor siuações
que geram a necessidade de novas adapações a parir, por exemplo, do uso de
dierenes maeriais, jogos, brincadeiras radicionais ec.

Como Wallon vê o desenvolvimento da criança?


Wallon ala da aeividade e da socialização da criança. Para ele o movimeno em
primeiro uma unção expressiva. A ineração enre o bebê e os adulos se dá por
uma inensa roca aeiva comunicada por gesos e expressões aciais.
Mais arde, o movimeno passa a er uma unção insrumenal: conhecer e explorar
o mundo ísico. O movimeno passa a auxiliar o pensameno, inaugurando-se
a dimensão cogniiva da aividade moora. A ação menal projea-se em aos
moores. O movimeno ambém esá relacionado à origem da represenação, ele
dá supore à represenação na medida em que orna presene um objeo ou cena
imaginada por meio dos gesos que a criança uiliza para imiar.

“Mas essas crianças não param um minuto!” – Dizem os adultos ao observar a


vivacidade inantil. Por que, anal, é tão diícil para elas manterem-se paradas?
Filgueiras: Porque as crianças, sobreudo na ase da Educação Inanil, alam
com o corpo! Por isso, por exemplo, na roda de conversa, as crianças gesiculam,
se deiam, levanam, querem pegar coisas… Mas há ambém ouro aspeco.
Para responder a essa quesão é imporane ver como Wallon compreende o
movimeno.
131
UNIDADE 2 | CINESIOLOGIA APLICADA AO MOVIMENTO

Segundo ele, a aividade muscular possui duas unções inimamene relacionadas:


a unção ônica, que regula o grau de ensão dos músculos (ônus) e se relaciona
ao conrole e ajusameno posural, e a unção cinéica, responsável pelo conrole
do esirameno e encurameno das bras musculares em coordenação com os
impulsos do sisema nervoso cenral, que produz o deslocameno do corpo ou de
pares dele.
Em odos os movimenos que realizamos, esas unções esão presenes. Para
chuar uma bola, correr ou jogar ênis, precisamos conrolar nossa posura e, ao
mesmo empo, as cadeias musculares que vão execuar o movimeno.
Todo ese processo de coordenação e conrole do movimeno envolve o indivíduo
como um odo e demanda um incrível gaso energéico. Aé quando esamos
senados em uma deerminada posição há um gaso energéico.
Qualquer um de nós pode observar como é diícil permanecer na mesma posição
por algumas horas e, no enano, muias vezes exigimos de nossos alunos ese
esorço e nem imaginamos quana energia esa ação demanda e como é diícil
permanecer senado com um único oco de aenção.
O cansaço resulane do esorço em maner-se imóvel por muio empo
pode ransormar-se em obsáculo às aprendizagens, ao conrário do que
radicionalmene se espera.

Para Wallon, existe uma relação entre a função postural e a aprendizagem da


criança?
Filgueiras: Sim. A unção posural dá susenação à aividade cogniiva. Todos
nós já pudemos observar como modicamos nosso ônus quando esamos
com diculdade de enender uma aula, compreender um exo ou resolver um
problema.
Levanar da cadeira, mudar de posição, “dar um empo” para o ajusameno
posural pode conribuir para que nossa aividade inelecual vole a uir. De
cera orma, as variações ônicas desobsruem o uxo menal e orienam nossa
percepção.
Para a criança, esa relação de reciprocidade enre a aividade cogniiva e o conrole
do ônus é ainda mais relevane: ela aprende por meio da expressão corporal a
experimenar desaos moores. Assim, a movimenação das crianças na sala de
aula deve ser encarada como um recurso para aprendizagem e não um obsáculo.
Um projeo educaivo que considera a criança deve er um olhar sobre a
moricidade que não leve em cona apenas a unção cinéica do movimeno,
como radicionalmene a educação ísica em eio, mas ambém a unção ônica
e expressiva.
As variações de posura e posições do corpo, a possibilidade de movimenar-se
pela sala, azer experiências, expressar-se, podem permiir uma maior aenção e
ineresse na aividade que esá sendo realizada.

Tradicionalmente a educação do movimento compreende apenas as aulas de


educação física. Como você vê isso?
Filgueiras: Há uma radição de ver o homem da perspeciva dicoômica. A escola
não oge à essa regra. Em geral, separa corpo e mene como se o cérebro não
zesse pare do corpo, como se osse possível maricular só a cabeça, deixando o

132
TÓPICO 2 | ABORDAGENS SOBRE SISTEMAS MUSCULARES

corpo do lado, de ora nas aulas de Educação Física ou no recreio.


Essa concepção de corpo aparece, ainda que não conscienemene, em oda a
insiuição. A organização da sala, as roinas de empo, a disribuição do lanche,
as aulas de maemáica, revelam como esse corpo é raado.
Em geral é um corpo que arapalha a aprendizagem e que precisa ser conido,
por isso as crianças esão senadas em la, umas arás das ouras e não podem se
movimenar sem auorização.
Dicilmene há a visão de que o corpo pode se expressar, circular pela sala, azer
ações diversas que aciliariam o modo de a pessoa ser e esar no mundo. O que se
deseja é domesicar esse corpo ou que ele eseja realmene presene no processo
de aprendizagem da criança?
As próprias regras da escola – quando se pode beber água, quando levanar da
cadeira, quando começar a aividade, se pode ou não virar para o lado – agem
sobre o corpo e podem inibir um envolvimeno aivo do aluno com o coneúdo
rabalhado. Insise-se, por exemplo, para que as crianças se organizem sempre
em la. No enano, aprender a andar pela escola sem ser dessa orma apresena,
do pono de visa cogniivo, da aprendizagem de relacionameno e da auonomia,
um desao muio maior do que andar em la.
Um projeo educaivo que de ao considere o homem inegral, não pensa uma
só aula uma vez por semana, ocasião em que a criança erá a oporunidade de
se movimenar. Ao conrário, dá espaço de movimeno e expressão, assegura à
liberdade de rabalhar em grupo, circular pela sala, sair da sala e odas as demais
ações que permiem que as crianças se coloquem ineiras no mundo.
Superar esa dicoomia corpo/mene, azer/compreender é um grande desao do
educador para humanizar ano as aulas de educação ísica como o rabalho nas
demais disciplinas.

Do que depende um bom desenvolvimento motor?


Filgueiras: O desenvolvimeno moor ocorre, basicamene, por dois processos:
o aumeno da diversidade e da complexidade. O aumeno da diversidade se
dá pela possibilidade de a criança vivenciar um mesmo esquema de ação em
dierenes conexos.
O aumeno da complexidade envolve aprendizagem de novos movimenos
a parir daqueles que a criança já domina e diversica. Por exemplo: a criança
aprende a andar diversicando esa ação em relação ao empo, aos deslocamenos,
às mudanças de direção; a parir dese andar ela desenvolve o correr e o correr
diversicado, que depois pode ser combinado a ouros movimenos como
“quicar” uma bola, dando origem a um movimeno mais complexo ainda, que é
driblar a bola num jogo de basqueebol.
Para um bom desenvolvimeno moor é preciso, enão, garanir a diversicação
dos movimenos e o aumeno da complexidade, levando em consideração o
desenvolvimeno e a aprendizagem da criança num deerminado momeno. Mas
é preciso superar a visão de que o desenvolvimeno moor é um processo naural
e progressivo que aconece sem a necessidade de um ambiene avorável à sua
ocorrência.
Enendo que esses dois processos são indissociáveis. Vamos pensar um exemplo:
somos herdeiros de uma evolução biológica que nos capacia para o andar ereo,

133
emos uma coluna verebral e um aparelho locomoor para andar de um jeio
que o chimpanzé não é capaz. Mas crianças que não êm experiências, que cam
isoladas do conao humano, não desenvolvem esse andar da melhor orma
porque, embora o aparelho locomoor seja geneicamene consiuído, o andar
ereo é aprendido socialmene.
Isso aconece com odos os reexos naurais, aé o mais básico, que é mamar, e
pressupõe uma aprendizagem culural: como sugar, como se acomodar nos braços
da mãe. As experiências que a criança em é que empurram esse desenvolvimeno.
Não dá para dizer que uma criança por si mesma vai desenvolver a capacidade de
quicar uma bola, por exemplo, embora odas enham o poencial para aprender
esse movimeno.
O desenvolvimeno de compeências mooras ocorre pela relação dinâmica
enre o biológico e o social. Por isso as experiências ornecidas à criança são ão
imporanes.

Por que é importante ampliar o repertório de movimentos das crianças?


Filgueiras: É preciso deixar de lado a ideia de que exisem ormas gesuais ideais,
únicas, “ceras” que a criança deve aprender. Uma caracerísica singular do
movimeno humano é a necessidade de consruir, ao mesmo empo, consisência
e variabilidade.
A consisência garane o enconro de coordenações mooras mais ecienes,
consruídas para que o sujeio apresene soluções ecienes rene aos desaos
moores. Para aprender a andar, por exemplo, é preciso que a criança ganhe
consisência em sua capacidade de conrolar as relações de equilíbrio posural e
as conrações musculares adequadas para realizar o movimeno.
A consisência garane enconrar um caminho seguro e conável para realizar o
movimeno. No enano, esamos consanemene sendo desaados pelas variações
do ambiene. Os pisos que enrenamos para caminhar são dierenes, podemos
andar na subida e na descida, podemos andar sobre um caminho esreio, somos
desaados a caminhar em espaços loados, com pessoas locomovendo-se em
dierenes direções e velocidades, e é a variabilidade de nosso sisema moor que
garane esa adapabilidade e o desenvolvimeno de esquemas de ação exíveis.

Como conciliar as características do desenvolvimento infantil e a aprendizagem


de novas habilidades?
Filgueiras: O sisema moor humano caraceriza-se pela capacidade de alcançar
uma mesma ação por meio de dierenes movimenos, por isso não se deve insisir
em ensinar à criança, principalmene no início do processo de aprendizagem, um
geso único ido como a écnica mais adequada para resolver aquele desao.
O excesso de ênase do educador na consisência dos movimenos aravés da
repeição de gesos-modelo pode resular na aprendizagem de movimenos
esereoipados com pouca adapabilidade. As aividades proposas às crianças,
bem como os ambienes em que esão inseridas e maeriais oerecidos, devem
conemplar oporunidades para que ela ganhe consisência com variabilidade.
Podemos observar a busca pela variabilidade em oda aividade moora
esponânea da criança: no escorregador, por exemplo, noamos que primeiro ela
aprende a subir e descer de rene, senada. Depois, começa a explorar ese geso

134
em dierenes posições, de rene, de cosas, de cabeça para baixo, de mãos dadas
com um amigo.
Mais imporane do que buscar o jeio cero de arremessar uma bola no jogo,
de derrubar laas, por exemplo, é esimular a criança a resolver ese desao de
dierenes maneiras, de dierenes disâncias, com dierenes ipos de bolas. Essas
ações colaboram para o desenvolvimeno de um reperório moor que permia
à criança escolher as resposas para os dierenes desaos, buscando soluções
alernaivas e criaivas para os mesmos problemas.

Como o professor pode intervir para promover avanços nas aprendizagens


ligadas ao movimento?
Filgueiras: Encorajar as crianças a explorar suas poencialidades de movimeno,
ao invés de xar os “jeios correos”, é o grande desao de uma Educação Física
que conhece o desenvolvimeno moor. Isso não quer dizer que o proessor
não deva ornecer inormações às crianças sobre os caminhos para enconrar
melhores soluções, demonsrar movimenos que ele conhece ou chamar a aenção
da criança para a maneira como um colega resolveu aquele desao.

FONTE: Disponível em: <http://avisala.org.br/index.php/assunto/conhecendo-a-crianca/a-


crianca-e-o-movimento-questoes-para-pensar-a-pratica-pedagogica-na-educacao-infantil-e-no-
ensino-fundamental/>. Acesso em: 16 dez. 2015.

135
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:

• Abordagens sobre os sisemas musculares.

• Uma breve revisão dos músculos e suas complexas esruuras.

• Os ipos de músculos.

• As unções musculares.

• Os ipos de orças dos músculos.

• As ações cinesiológicas de alguns principais músculos nos segmenos corporais.

136
AUTOATIVIDADE

1 Os movimenos do corpo humano são adminisrados por várias esruuras,


e uma dessas esruuras é denominada como músculos. Com base
nesse conhecimeno, assinale V para verdadeiro e F para also sobre as
inormações a seguir:

( ) Os músculos realizam diversas nalidades uncionais, essenciais no


gerenciameno dos movimenos de vida diária.
( ) Os músculos êm uma arquieura complexa, orma e susena o esqueleo
humano e não possuem nenhum grau de liberdade para movimenação.
( ) Auxiliam no conrole da posura erea, inererindo direamene nas
capacidades práicas de cada ser humano.
( ) Os movimenos de roações dos músculos não aconecem em nenhum
eixo plano.

Assinale a alernaiva que apresena a sequência correa:

a) ( ) F, F, F, V
b) ( ) F, V, F, F
c) ( ) V, F, V, F
d) ( ) F, V, V, F

2 Anaomicamene, os músculos são preenchimenos para a arquieura


óssea. Assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) Os movimenos musculares são odos realizados nos corpos verebrais


e não ocorrem nas ariculações.
b) ( ) A ariculação subescapular se aricula nos corpos verebrais do
quadril, exercendo pereia junção para realização do movimeno de
marcha.
c) ( ) Essas esruuras chamadas músculos correspondem em orno de 75%
do peso corporal, e localizam-se especicamene na região cervical.
d) ( ) Consiuem uma complexa rede de bras, eixes, áscias, bainhas,
bolsas sinoviais e endões que ormam um emaranhado de esruuras
que se enrelaçam enre si, e xam-se nas ariculações e ossos, dando
origem ao ecido muscular.

3 Como é de conhecimeno, os músculos exercem unções de suma


imporância e, enre elas, geraram odos os movimenos do corpo.
Exemplos: mover-se livremene usando a marcha, senar, levanar, correr
(NEUMANN, 2011).

Analise as senenças:

137
O sisema muscular é essencial para a arquieura óssea.

PORQUE

Realiza a regulação dos esínceres, os músculos conrolam o esvaziameno,


a saída de coneúdos como urina e ezes. Age como um veículo/ranspore
de subsâncias inernas, como o próprio alimeno. É responsável pelo
aquecimeno corporal, na ação de conração muscular ocorre produção de
calor, calor esse que az a manuenção da emperaura corporal. E ambém,
é nos músculos que se esabilizam as ariculações e maném a posura
erea, em ação com a esruura óssea (NEUMANN, 2011).

Assinale a alernaiva CORRETA:

a) ( ) A primeira armação esá correa e a segunda é compleamene o


oposo da primeira.
b) ( ) A primeira e a segunda armações são verdadeiras e uma complemena
a oura.
c) ( ) As duas são verdadeiras, mas não êm relação uma com a oura, são
assunos disinos.
d) ( ) Ambas são alsas.

4 Os músculos esriados são ormados por venres musculares, que são


consiuídos de ceras esruuras. Quais são elas?

a) ( ) Somene em cenro muscular com endão ormado de ecido


conjunivo.
b) ( ) Somene na exremidade muscular com endão ormado de ecido
adiposo.
c) ( ) Somene em cenro muscular com endão ormado de ecido broso.
d) ( ) Somene na exremidade muscular com endão ormado de ecido
cardíaco.

5 As esruuras denominadas ______ são lâminas ou uma espécie de aixa


larga composa de ecido ______, ou uma exensão do ecido conjunivo,
que engloba os músculos e algumas ouras esruuras do corpo humano.
Aua como um órgão ______ do sisema muscular possibilia que os ______
permaneçam em suas posições mesmo durane a ação do movimeno, na
conração (SOBOTTA, 2013).

Assinale a alernaiva CORRETA que preenche a ciação:

a) ( ) Inervações, adiposo, principal, ligameno.


b) ( ) Conjunivo, sarcomero, coadjuvane, endão.
c) ( ) Veias e arérias, broso, acessório, capsulas.
d) ( ) Fáscias musculares, conjunivo broso, acessório, músculos.

138
6 Os músculos, durane a ação cinesiológica do movimeno, são separados
em grupos com unções disinas e agem como em uma orça area, em
que cada grupo exerce sua unção. Sobre essas disinções, associe os iens a
seguir:

I – Músculos agonisas
II – Músculos anagonisas
III – Músculos esabilizadores
IV - Músculos neuralizadores
V - Músculos sinergisas

( ) Envolvem a ariculação, esabilizam o movimeno, azem orça para


movimenar.
( ) Localiza-se oposamene à ariculação agonisa, músculos conralaerais,
equilibram o movimeno.
( ) Moores principais, conração concênrica e movimenação no plano de
ação.
( ) Músculos guias, movimenos renados, eliminam movimenos
indesejados.
( ) Previnem movimenos indesejados, equilibram ações especicas de
ouros músculos, neuralizam o movimeno.

7 As ações cinesiológicas dos músculos nos movimenos geram orças


musculares que são classicadas em ipos. Assinale V para verdadeiro ou
F para also sobre as suas caracerísicas:

( ) A conração isomérica promove ensão denro do músculo, sem inererir


no ângulo e no comprimeno aricular.
( ) A conração isoônica promove uma ensão no músculo encurando-o e
gerando orça para resisir à ação.
( ) A conração concênrica promove ensão no músculo no encurameno e
alongameno, conração dinâmica.
( ) A conração excênrica ocorre quando a ensão muscular é reduzida para
conrolar a diminuição da resisência.
( ) A conração isocinéica promove uma sobrecarga muscular sem
velocidaade. É menos comum e necessia de aparelho especíco.

Assinale a alernaiva que apresena a sequência CORRETA:

a) ( ) V-F-F-V-F
b) ( ) V-F-F-F-V
c) ( ) V-F-V-V-V
d) ( ) F-F-F-V-V

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