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2019
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Clarice Fedosse Zornio
Z88q
ISBN 978-85-515-0253-2
CDD 547
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, no Livro de Química Orgânica I você foi
apresentado ao mundo da química orgânica e pôde compreender um
pouco do porquê da sua importância dentro da grande área da ciência que
é a química. Agora, neste Livro de Química Orgânica II, é o momento de
aprofundar ainda mais os seus conhecimentos.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE
ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS.................................................................. 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 77
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 81
VIII
3.2 REGRAS DE NOMENCLATURA DE ALDEÍDOS E CETONAS............................................ 162
3.3 SÍNTESE DE ALDEÍDOS E CETONAS....................................................................................... 165
3.3.1 SÍNTESE DE ALDEÍDOS...................................................................................................... 165
3.3.2 Síntese de cetonas.................................................................................................................. 168
3.4 REAÇÕES DE ALDEÍDOS E CETONAS..................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 175
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 217
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
HALETOS DE ALQUILA
1 INTRODUÇÃO
Os haletos de alquila (também denominados haloalcanos) são
caracterizados por apresentarem um halogênio (ou seja, um átomo de flúor,
cloro, bromo ou iodo) ligado a um carbono com hibridização sp3. Como que se
o halogênio estivesse substituindo um átomo de hidrogênio de um alcano. Sua
fórmula genérica é R–X (lembre-se do que você estudou em Química Orgânica I,
que geralmente utilizamos a letra R para fazer referência a uma cadeia carbônica
qualquer e que a letra X corresponde a um átomo de halogênio qualquer).
3
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
4
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
5
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
14 15 16 17
C N O F
2,5 3,0 3,5 4,0
Eletronegatividade
Si P S CI
3,0
Raio atômico
1,8 2,1 2,5
Ge As Se Br
1,8 2,0 2,4 2,8
Sn Sb Te I
1,8 1,9 2,1 2,5
Pb Bi Pe Δ1
FONTE: A autora
NOTA
6
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
7
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
E
IMPORTANT
8
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
CH 3 CH 3
3 4 5 6
6 5 4 3 2 1 CH3CHCHCH2CH 2CH 3
CERTO: existem dois
CH3CHCHCH2CH 2CH 3 grupos substituintes
2 1
CH 2CH 3 CH 2CH 3
ERRADO: há apenas um substituinte
FONTE: A autora
9
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
CH 3 Br CH 3 Br
CH3CHCH2CHCHCH 2CH 3 CH3CHCH2CHCHCH 2CH 3
1 2 3 4 5 6 7 7 6 5 4 3 2 1
CH 3 CH 3
ERRADO: desse modo o primeiro grupo
substituinte só é encontrado no carbono 3
CERTO: o primeiro substituinte
é encontrado no carbono 2
FONTE: A autora
10
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
FONTE: A autora
11
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
2- Bromo-6-metilheptano
CH 3 Br 5-Bromo-2-metilheptano
CH 3 Br
CH3CHCH2CH2CH 2CHCH 3 CH3CHCH2CH2CH 2CHCH 3
7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7
FONTE: A autora
12
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
FONTE: A autora
UNI
13
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
14
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
FONTE: A autora
15
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
EXEMPLO
A)
a) CH3 HO CH3 b)
B) CH3
HO
16
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
Outra opção seria considerar a reação com o HBr ou o HI, o que
originaria o brometo ou o iodeto de alquila, respectivamente.
CH3 CH3
HO Cl
CH3 CH3
+ PBrBr + H3PO3
HO Br
17
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
5 REAGENTES DE GRIGNARD
Um uso bastante interessante dos haletos de alquila é que eles são
materiais de partida para a obtenção dos chamados reagentes de Grignard. A
formação dos reagentes de Grignard se dá pela reação entre um haleto de alquila
com o magnésio metálico (conduzida em solução de éter ou de tetrahidrofurano
– THF), fazendo com que o átomo de magnésio seja inserido entre os átomos de
carbono e de halogênio, gerando, assim, um composto de fórmula geral R-MgX.
FONTE: A autora
18
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
Vale dizer que, justamente por apresentar uma ligação entre o carbono
e um átomo metálico (o magnésio), os reagentes de Grignard são classificados
como compostos organometálicos. Os reagentes de Grignard foram descobertos
por François Auguste Victor Grignard (químico francês, 1871-1935) em 1900,
tendo recebido o Prêmio Nobel de Química em 1912 por este trabalho.
19
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
Podemos ainda ter reações que não são nem de oxidação, nem de redução.
Na figura a seguir temos a reação de halogenação do eteno com o Br2 para a
formação do 1,2-dibromoetano. Analisando a equação química, percebemos
que se trata claramente de uma reação de oxidação, uma vez que duas ligações
C–H foram quebradas para a formação de duas novas ligações C–Br. Nessa
mesma figura também temos um exemplo de hidrogenação do eteno, e vemos
que essa reação é classificada como uma reação de redução porque duas novas
ligações C–H foram formadas para a obtenção do etano. No entanto, para a
reação de halidrificação do eteno com o ácido bromídrico vemos que o produto,
o bromoetano, tem uma nova ligação C–H (que sozinha indicaria uma redução),
mas também uma nova ligação C–Br (que sozinha indicaria uma oxidação). Assim,
essa reação não é classificada nem como de oxidação, nem como de redução, pois
é como a formação de uma ligação C–H e de uma ligação C–Br.
20
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
Reação de halogenação:
H H Br Br
Reação de hidrogenação:
H H H H
Reação de halidrificação:
H H Br H
EXEMPLOS
OH O
21
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
A)
a) Br
1. Mg, éter
CH3CH2CHCH3 2. Meio ácido CH3CH2CH2CH3
b)
B) O
CrO3
CH3CH2CH2CH2OH CH3CH2CH2CH
22
TÓPICO 1 | HALETOS DE ALQUILA
contém dez ligações C–H, o que nos diz que seu grau de oxidação é -10. Assim,
vemos que do reagente para o produto o grau de oxidação diminuiu (indo de
-8 para -10), o que indica que houve uma reação de redução.
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
24
AUTOATIVIDADE
a) b) c)
d) e) f)
a) 1,1-dibromo-4-isopropilciclohexano
b) 3-bromo-3-etilpentano
c) 3-iodo-2,2,4,4-tetrametilpentano
d) Clorobenzeno
A)
a) I B)
b) Br CH3
CH3CCH3 CH3CHCH2CHCH3
CH3
a) O Br
b)
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Em Química Orgânica I estudamos a química dos hidrocarbonetos
(alcanos, alcenos e alcinos). Vimos que as reações químicas dos compostos
insaturados, ou seja, dos alcenos e dos alcinos, se processam, principalmente, por
mecanismos de adição, enquanto que os compostos saturados (os alcanos) são
pouco reativos. Além da falta de ligações duplas ou triplas, essa baixa reatividade
dos alcanos ocorre porque essa classe de moléculas, por ser formada apenas por
átomos de carbono e de hidrogênio, é apolar.
27
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
OH CI
(-) - ácido málico (+) - ácido clorosuccínico
O O O O
CI OH
(+) - ácido clorosuccínico (+) - ácido málico
FONTE: A autora
ATENCAO
Lembre-se também de que um nucleófilo é caracterizado por ser uma espécie rica em
elétrons, enquanto que um eletrófilo é uma espécie pobre em elétrons.
28
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
FONTE: A autora
Além disso, Kenyon pôde constatar que para que houvesse a inversão
de configuração do carbono assimétrico, a reação se processava em etapas
que envolviam a substituição de nucleófilos. Tal descoberta foi de extrema
importância para a química orgânica, pois a partir daí os estudos envolvendo
os mecanismos de reação se intensificaram, já que se percebeu que muitos dos
compostos orgânicos reagiam por meio de reações de substituição nucleofílica.
29
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
30
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
NOTA
FONTE: A autora
31
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Substrato
32
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
Vale observar que a figura acima traz ainda uma nova informação. Na
verdade, a reatividade dos substratos não depende apenas se o carbono a ser
atacado é primário, secundário ou terciário, mas também do tamanho dos grupos
substituintes. O carbono a ser atacado pelo nucleófilo no haleto de neopentila,
por exemplo, é um carbono primário, no entanto, ele está ligado a um grupo
isobutílico, bastante volumoso, o que aumenta o impedimento estérico e faz com
que a reatividade desse composto seja bastante baixa.
33
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Nucleófilo
34
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
Grupo de saída
35
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Solvente
Por outro lado, os solventes apróticos polares (solventes que têm caráter
polar, mas não possuem grupos–OH ou –NH em sua estrutura) são considerados
os melhores solventes para as reações SN2. Isso porque eles têm a capacidade de
dissolver diversos tipos de sais (uma vez que são altamente polares), solvatando
apenas os cátions desses sais e deixando os ânions (que agem como nucleófilos)
mais livres para reagir com o substrato. Como exemplo de solventes polares
apróticos podemos citar o dimetilssulfóxido (DMSO), a dimetilformamida (DMF)
e o hexametilfosforamida (HMPA), cujas estruturas são mostradas a seguir.
36
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
FONTE: A autora
Dessa forma, podemos concluir que as reações SN2 são favorecidas quando
o substrato é pouco impedido (sendo um haleto de metila, ou um haleto primário
ou secundário), quando se tem um nucleófilo negativamente carregado, um bom
grupo de saída e que é conduzida em um solvente polar aprótico.
Com base nisso, poderíamos inferir que não haveria problema em solubilizar
um haleto de alquila terciário em água, por exemplo, pois ele não correria o risco
de reagir (pois é um haleto bastante impedido e a água poderia ser considerada
um mau nucleófilo, por ser neutra, além de um péssimo solvente, por ser prótica).
No entanto, a reação entre haletos de alquila terciários com água é conhecida
por produzir álcoois terciários com uma facilidade (ou velocidade) muito maior
do que as reações entre haletos primários e o íon hidróxido para a formação de
álcoois primários. Tais reações são ainda de substituição nucleofílica (pois estamos
substituindo uma ligação C–Br nos reagentes por uma C–O nos produtos), mas
elas não devem ocorrer via um mecanismo SN2. Na verdade, essas reações entre
haletos mais impedidos são classificadas como reações de substituição nucleofílica
unimolecular (SN1), cujas especificidades veremos a seguir.
37
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
dessas etapas acaba sendo conduzida em uma dada velocidade. No entanto, muitas
dessas etapas ocorrem a velocidades muito rápidas, que são quase impossíveis de
serem determinadas, por isso convencionou-se que a velocidade de uma reação
química é determinada pela velocidade da etapa mais lenta dessa reação. Assim,
como percebeu-se que nas reações SN1 a cinética da reação é proporcional apenas
à concentração do substrato, pode-se inferir que a etapa mais lenta dessas reações
é caracterizada por uma etapa lenta (determinante da velocidade) em que apenas
o substrato participa, não havendo qualquer influência do nucleófilo.
Desse modo, propõe-se que uma reação SN1 se inicie com a dissociação,
ou seja, com a perda, espontânea do grupo de saída, formando um carbocátion
intermediário (sendo essa a etapa mais lenta da reação como um todo). Apenas
após a formação do carbocátion é que o nucleófilo se aproxima e ataca o carbono
positivamente carregado desse carbocátion, conduzindo à formação dos produtos.
FONTE: A autora
38
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
FONTE: A autora
39
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Substrato
FONTE: A autora
Nucleófilo
Grupo de saída
41
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Solvente
Com base no que foi discutido, podemos dizer que as reações SN1 são
facilitadas pelo uso de substratos que geram cátions intermediários estáveis. Além
disso, a natureza do grupo de saída é importante porque é a facilidade com que
o grupo de saída se dissocia do substrato que leva à formação do intermediário.
Mais ainda, solventes polares próticos são boas opções para as reações SN1, pois
eles são capazes de interagir e solvatar esse intermediário, aumentando a sua
estabilidade e reatividade. No entanto, como o nucleófilo não participa da etapa
mais lenta da velocidade, sua natureza não é determinante para as reações SN1.
3 REAÇÕES DE ELIMINAÇÃO
Além das reações de substituição nucleofílica, os haletos de alquila podem
sofrer reações de eliminação de um haleto ácido (HX, como o HCl, o HBr, ou o HI),
formando alcenos. No entanto, as reações de eliminação são consideravelmente
mais complicadas do que as reações de substituição nucleofílica. Por exemplo,
muitas das reações de eliminação geram misturas de alcenos, como é o caso da
reação entre o 2-bromobutano e o etóxido de sódio, que gera como produtos o
2-buteno (majoritário) e o 1-buteno (minoritário), e a reação entre o 2-bromo-2-
metilbutano e o etóxido de sódio, originando o 2-metil-2-buteno (majoritário) e o
2-metil-1-buteno (minoritário).
FONTE: A autora
42
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
Vale ressaltar que a regra de Zaitsev pode ser uma boa base para
prever o produto majoritário, no entanto, nem sempre ela está correta. Para
entendermos melhor como as reações de eliminação acontecem, vamos estudar
os dois mecanismos principais de reações de eliminação: a reação de eliminação
bimolecular (E2) e a reação de eliminação unimolecular (E1).
FONTE: A autora
43
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Vale dizer que para uma série de haletos de alquila, ou seja, haletos de
alquila que possuem os mesmos grupos substituinte alquila, mas diferem no
átomo de halogênio, os iodetos de alquila são os mais reativos, seguidos pelos
brometos, os cloretos e, por fim, os fluoretos, porque o iodeto é uma base mais
fraca, sendo um melhor grupo de saída, como discutido. Além disso, as reações
E2 envolvem a participação de ambos os reagentes (nucleófilo e haleto de alquila)
para a formação do estado de transição, fazendo com que essa reação apresente
uma cinética de segunda ordem.
Um outro aspecto bastante importante das reações E2 é que elas ocorrem
com uma geometria periplanar, ou seja, com uma geometria em que todos os
átomos ou grupos do haleto de alquila que participam da reação (que são o átomo
de hidrogênio, os dois átomos de carbono e o grupo de saída) estão posicionados
no mesmo plano. Isso ocorre porque nessas reações de eliminação, nas quais há
formação de uma ligação dupla C=C, é necessário que os orbitais σ das ligações
C–H e C–X possam se sobrepor, uma vez que eles vão originar a ligação π da
ligação dupla devido à quebra das ligações C–H e C–X, e essa sobreposição fica
facilitada se eles estiverem no mesmo plano.
44
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
FONTE: A autora
Um fator importante acerca das reações E1 é que elas não exigem uma
geometria específica para acontecer, como é o caso das reações E2. Isso porque as
reações E1 acontecem em duas etapas.
45
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
46
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA E ELIMINAÇÕES
47
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nas reações SN2 é preferível que o grupo de saída seja uma base fraca (que
pode acomodar mais facilmente a carga negativa do íon) e que o nucleófilo
tenha uma carga negativa, por ser mais reativo.
• As reações SN2 também são influenciadas pela natureza do substrato, que deve
ter o grupo de saída ligado, preferencialmente, a um carbono primário, e do
solvente, que deve ser polar aprótico.
• As reações SN1 também são influenciadas pelo substrato e pelo solvente, mas
de modo distinto das reações SN2; o substrato deve ter preferencialmente o
grupo de saída ligado a um carbono terciário, ou secundário, ou a um cátion
benzila ou alila; em relação aos solventes, os polares próticos são preferíveis.
49
• A reação de eliminação unimolecular (E1) ocorre quando o grupo de saída se
dissocia espontaneamente do haleto de alquila, originando um intermediário
carbocátion, que só então perde o H+ devido ao ataque de um nucleófilo.
50
AUTOATIVIDADE
a) NaI
b) H-C≡C-Li+
c) KOH
51
52
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ÉTERES E EPÓXIDOS
1 INTRODUÇÃO
Desde a disciplina de Química Orgânica I estamos estudando os grupos
funcionais orgânicos, na qual iniciamos com os aspectos relativos à química dos
hidrocarbonetos (alcanos, alcenos e alcinos) e dos compostos aromáticos. Já na
disciplina de Química Orgânica II, estudamos os haletos de alquila e aprendemos
sobre os mecanismos de substituição e eliminação eletrofílica, característicos de
grupos orgânicos polares.
53
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
2 ÉTERES
Os éteres são caracterizados por possuírem dois grupos orgânicos ligados
a um mesmo átomo de oxigênio, tendo, portanto, a fórmula geral R–O–R’ – nos
casos em que os dois grupos orgânicos, R e R’, são iguais, o composto é designado
como um éter simétrico, enquanto que nos casos em que esses dois grupos são
diferentes, o composto é um éter assimétrico.
Dentre os éteres, pode-se dizer que o mais conhecido é o éter dietílico, que
era bastante utilizado como anestésico durante boa parte do século XIX, até mesmo
em processos cirúrgicos. No entanto, hoje em dia o éter etílico não é mais utilizado
para esse fim, devido à sua alta volatilidade e inflamabilidade (o que aumenta
os riscos de explosões) e também porque ele é relativamente tóxico, podendo
causar problemas respiratórios, por exemplo. Assim, sua maior aplicabilidade
atualmente é como solvente, sendo utilizado em processos de extração de óleos,
gorduras e essências, por exemplo, de compostos naturais. Outro exemplo de éter
bastante utilizado como solvente, tanto em escala industrial como laboratorial, é
o tetrahidrofurano (THF), utilizado em vernizes, como solubilizante de diversos
polímeros (principalmente o poli (cloreto de vinila), PVC, e o poli (ácido lático),
PLA) e para a preparação dos reagentes de Grignard, como vimos anteriormente.
54
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
A DERROTA DA DOR
Neldson Marcolin
55
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
56
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
Morton, que não havia citado seu trabalho com éter para Jackson,
entendeu a razão de ter fracassado em algumas experiências e convenceu
Warren a fazer a demonstração pública. Pouco depois criou um inalador para
anestesia geral e pediu patente do produto usando o nome de letheon, do grego
lethes (esquecimento), mas foi obrigado pelos médicos a revelar que usava éter.
Daí para a frente houve uma grande disputa judicial entre Jackson e
Morton pela primazia da descoberta. Nos anos seguintes, outros anestésicos
surgiram, assim como vários métodos para induzir à anestesia, além da
inalação. No Brasil, a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital
Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de
maio de 1847, conforme informa Lycurgo Santos Filho, em sua História geral
da medicina brasileira.
57
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
58
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
65 °C 49 °C
OCH3 CH2CH3
158 °C 136 °C
59
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
60
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
No entanto, existe ainda uma forma dita comum dos éteres, que de
tão usual também é aceita pela IUPAC e serve para nomear éteres simples, ou
seja, nos quais não há outro grupo funcional além do éter. De acordo com essa
nomenclatura, deve-se nomear os dois substituintes R e R’ separadamente, do
mesmo modo que um radical alquila, mudando-se o sufixo -ila pelo sufixo -ilíco.
Assim, o nome do éter consiste nos nomes desses dois substituintes, colocados
em ordem alfabética e precedidos pelo termo éter.
FONTE: A autora
EXEMPLO
A) CH3OCH2CH3
a) B)
b) OCH3 C)
c) OCH3
CH3CHCH 2CH3
Br
CH3OCH2CH3
Substituinte R' Substituinte R
61
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Por esse éter ser simples, podemos ainda definir ser nome comum.
Assim, R é nomeado como “etílico” e R’ como “metílico” e o nome do composto
é éter etílico e metílico (denominado também como éter etilmetílico).
Substituinte R'
OCH3
CH3CHCH2CH3
Substituinte R
OCH3
Substituinte R'
Br
Substituinte R
62
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
63
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
64
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
A clivagem ácida de éteres foi descrita pela primeira vez por Alexander
Butlerov (químico russo, 1828-1886), que percebeu que o ácido 2-etoxipropanoico
(um composto que contém os grupos funcionais ácido carboxílico e éter)
reagia com o HI produzindo o iodometano e o ácido lático. Produtos esses que
correspondem exatamente à quebra do ácido 2-etoxipropanoico no átomo de
oxigênio que caracteriza o grupo éter, como pode ser observado a seguir.
65
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
66
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
EXEMPLO
O
+ HBr ?
RESPOSTA
Carbono Carbono
terciário primário
67
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
Desse modo, essa reação pode se processar via um mecanismo SN1, pois
a quebra na ligação à direita do átomo de oxigênio vai levar à formação de
um carbocátion terciário, bastante estável. Assim, quando temos um éter no
qual um dos dois carbonos ligados ao átomo de oxigênio é terciário, temos que
a reação irá formar um haleto de alquila terciário (proveniente da fração do
carbono terciário, mais impedido) e um álcool primário (vindo da fração do
carbono primário, menos impedido).
Br + HO CH3
O
FONTE: A autora
68
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
3 EPÓXIDOS
Os epóxidos são caracterizados por um anel formado por apenas três
átomos: um de oxigênio e dois de carbono. De fato, os epóxidos são éteres cíclicos,
mas por apresentarem alta reatividade, eles são considerados uma classe especial
dentro dos éteres. Isso porque mesmo os éteres cíclicos de cinco ou seis membros
são pouco reativos, assim como os éteres alifáticos. Um indício disso é que o
dioxano (anel de seis membros) e o THF (anel de cinco membros) são comumente
utilizados como solventes devido, justamente, às suas baixas reatividades
químicas. Os epóxidos, por sua vez, devido à alta tensão no anel de três membros,
acabam reagindo muito mais facilmente do que os outros tipos de éteres.
FONTE: A autora
70
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
71
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
o átomo de oxigênio e o carbono do anel, fazendo com que o elo se abra (assim,
essa reação é considerada como uma reação de abertura do anel). Vale ressaltar
que as reações de abertura de anel de epóxidos utilizando soluções ácidas diluídas
levam à formação de 1,2-diols (compostos contendo dois grupos hidroxila ligados
a átomos de carbono vicinais, ou seja, átomos de carbono ligados entre si), como é
o caso da reação entre o 1,2-epoxietano que se processa em um meio ácido diluído
para a formação do 1,2-etanodiol (comumente chamado de etileno glicol).
FONTE: A autora
Quando os epóxidos reagem com ácidos fortes, o HBr e o HI, formam uma
haloidrina, que são compostos que contêm uma ligação C–OH e uma C–X ligadas
a carbonos adjacentes. Um exemplo é a reação do 1,2-epoxietano com o HBr.
FONTE: A autora
72
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: A autora
73
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
74
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
FONTE: MCMURRY, John. Capítulo 18: Éteres e epóxios; tióis e sulfetos. In: Química Orgânica.
São Paulo: Cengage Learning, 2012, p. 653-654.
O
O
O O
O O
O O
O O
O O O O
O
75
UNIDADE 1 | HALETOS DE ALQUILA, REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO E DE ELIMINAÇÃO E ÉTERES E EPÓXIDOS
76
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Uma teoria com beleza matemática é mais provável de ser correta do que uma teoria feia
que concorde com alguns dados experimentais (Paul Dirac, 1902-1984)
78
TÓPICO 3 | ÉTERES E EPÓXIDOS
79
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os éteres são compostos que possuem dois grupos orgânicos (R e R’) ligados a
um mesmo átomo de oxigênio, tendo, portanto, a fórmula geral R–O–R’.
• Os epóxidos são uma classe especial dentro dos éteres, caracterizados por
serem formados por anéis de três membros, dos quais o oxigênio faz parte.
• Os éteres coroa são estruturas cíclicas que possuem várias junções éter.
80
AUTOATIVIDADE
a)
A) CH3 CH3
H3CHC O CHCH3
b)
B)
O CH2CH2CH3
c)
d)
A)
a) CH3
CH3CH2CH O CH2CH3 + HI ?
B)
b) CH3
O
CH2CHCH3 + HBr ?
81
82
UNIDADE 2
ÁLCOOIS E FENÓIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 3 – AMINAS
83
84
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ÁLCOOIS E FENÓIS
1 INTRODUÇÃO
Na disciplina de Química Orgânica I, começamos nossos estudos referentes
aos grupos funcionais orgânicos, iniciando com a discussão dos hidrocarbonetos
(alcanos, alcenos e alcinos), caracterizados por apresentarem apenas átomos de
carbono e de hidrogênio em sua composição. Para tanto, estudamos as estruturas
desses grupos funcionais, assim como a química atrelada a eles.
85
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
2 ÁLCOOIS E FENÓIS
Os álcoois são compostos orgânicos que possuem ao menos um grupo
hidroxila ligado a um átomo de carbono com hibridização sp3, tendo como
fórmula geral R–OH. Os fenóis são os compostos que apresentam essa hidroxila
ligada a um carbono de um anel aromático especificamente, assim, sua fórmula
geral pode ser definida como Ar–OH (aqui o símbolo Ar se refere a um grupo
aromático, não confunda com o símbolo químico do argônio!).
UNI
86
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
UNI
87
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
88
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
89
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
CH3
CH3
FONTE: A autora
UNI
90
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
EXEMPLO
a) CH3CH2CH2OH
b) CH3CH2CH2Br
c) CH3CH2CH2SH
91
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
δ+ δ+
δ- H
H O
δ+
δ- O H δ- O
Hδ
+
Hδ
+
FONTE: A autora
Fração
hidrofília
Fração hidrofóbica
FONTE: A autora
Ligeiramente solúvel
quatro 2-Butanol
13g/100g H2O
92
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
Pouco solúvel
cinco 1-Pentanol CH3CH2CH2CH2CH2OH
2g/100g H2O
Muito pouco solúvel
seis 1-Hexanol CH3CH2CH2CH2CH2CH2OH
0,6g/100g H2O
CH3CH2 Muito pouco solúvel
sete 1-Heptanol
CH2CH2CH2CH2CH2OH 0,2g/100g H2O
OH
Ligeiramente solúvel
seis Fenol
8g/100g H2O
N+ N+
O - O-
H
O HO
orto - nitrofenol para - nitrofenol
FONTE: A autora
UNI
94
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
OH OH
CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3 CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3
FONTE: A autora
OH
1 2 3 4 5
OH
8 7 6 5 4
CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3 CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3
FONTE: A autora
95
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
OH
1 2 3 4 5
CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3 Substituinte:
FONTE: A autora
96
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
OH
1 2 3 4 5 CH 3
CH3CHCH2CH2CHCH 2CH 3 5 4 3 2 1
CH3CCH2CHCH 3
CH 2CH 2CH 3
6 7 8 CH 3 OH
(Álcool 1)
5-etil-2-octanol 4,4-dimetil-2-pentanol
Cadeia de carbono mais longa contendo o grupo hidroxila: Cadeia de carbono mais longa contendo o grupo
8 átomos de carbono → octanol hidroxila: 5 átomos de carbonos → pentanol
OH
1 2
HO-CH2CH2-OH 1 2 3
HO-CH2CCH3-OH
1,2-etanodiol 1,2,3-propanotriol
(nome comum: etilenoglicol) (nome comum: glicerol)
Cadeia de carbono mais longa contendo os grupos Cadeia de carbono mais longa contendo os grupos
hidroxilas: 2 átomos de carbono → etanodiol (contém hidroxilas: 3 átomos de carbono → propanotriol
dois grupos OH) (contém três grupos OH)
Localização dos grupos hidroxilas: nos carbonos 1 e 2 → Localização dos grupos hidroxilas: nos carbonos 1,2 e 3
1,2-etanoldiol → 1,2,3-propanotiol
FONTE: A autora
O2N NO2
Meta-metilfenol
2,4-dinitrofenol
(ou meta-cresol)
FONTE: A autora
97
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
EXEMPLO
A)
a) OH OH B)
b) OH
CH2CH2CCH3
CH3CHCH 2CHCHCH 3
CH3
CH3
RESPOSTA
OH OH
CH3CHCH2CHCHCH 3
1 2 3 4 5 6
CH3
b) Talvez essa molécula, a uma primeira vista, gere uma certa dúvida se ela
deve ser nomeada como um álcool ou como um fenol. Uma maneira bem
simples de responder essa questão é analisar as definições de um álcool e de
um fenol. Como vimos, um álcool é definido como um composto em que o
grupo hidroxila está ligado a um carbono com hibridização sp3, enquanto
que um fenol é um composto em que o grupo hidroxila está ligado a um
carbono pertencente ao anel aromático (benzeno). Analisando a estrutura
da molécula em questão, vemos que a hidroxila está, de fato, ligada a um
carbono de uma cadeia linear e que forma apenas ligações simples, ou seja, a
um carbono com hibridização sp3. Assim, esse composto é um álcool.
98
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
OH
CH2CH2CCH3
4 3 2 1
CH3
R -OH
Álcool
FONTE: A autora
99
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
• Hidratação de alcenos
Intermediários O
H O P OH H
H
O
+O O
H O OH
C+ O CH
- CH
H3 C CH2 H H O OH H3 C CH2 + H O P OH
P H3 C CH2
H OH
H OH H
2-propanol Ácido fosfórico
Carbocátion Água Dihidrogenofosfato
Formação de uma
Formação de nova ligação C-OH2
uma nova
ligação C-H Seta curva: indica que os elétrons
livres do oxigênio da água atacam
o C+ do carbocátion
FONTE: A autora
100
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
da ligação C–OH2, o que faz com que uma ligação O–H se quebre, regenerando o
ácido fosfórico e formando o 2-propanol.
H H
OAc
OAc O+ -
OAc
- +
OAc -OAc Hg
Hg
Hg OAc
1-buteno Acetato de H O
Íon mercurínio
mercúrio (II) H
- HOAc
OH NaBH4 OH
+ Hgo Hg OAc
101
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
uma ligação C–OH2 (na qual o oxigênio fica com uma carga positiva) e abrindo o
anel. Em seguida, o íon acetato ataca um átomo de hidrogênio da ligação C–OH2,
o que faz com que uma ligação O–H se quebre, deixando uma ligação O–H e
originando um organomercúrio neutro. Por fim, a reação desse composto com o
boro hidreto de sódio (NaBH4) faz com que o átomo de mercúrio seja substituído
por um átomo de hidrogênio, formando o 2-butanol e o mercúrio metálico.
EXEMPLO
RESPOSTA
2 H2
C C
1 3
H3C C 4 CH3
5
H
Carbono
terciário
Carbono
secundário
CH3 CH3
HO
H2 H2
C C 1. Hg(OAc)2, H2O C C
H
H 3C C CH3 H 3C C CH3
H 2. NaBH4
H
2-metil-2-penteno 2-metil-2-pentanol
102
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
CH3 O OH
Redução
2 H2
C C C C
1 3 R R' R H
H3C C 4 CH3 R'
H 5 Cetona Ácool secundário
O OH
Carbono Redução
terciário
C C
Carbono R H R H
secundário H
Aldeído Ácool primário
O OH
Redução
C C
R OH R H
H
Ácido carboxílico Ácool primário
O OH
Redução
C C
R OR' R H
H
Éster Ácool primário
FONTE: A autora
UNI
103
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
EXEMPLO
a)
A) OH CH3 B)
b)
OH
RESPOSTAS
O CH3 OH CH3
NaBH4 ou LiAlH4
Uma cetona
b) Nesse caso, o álcool obtido é primário, o que significa que ele pode ser obtido
pela redução de um aldeído, de um ácido carboxílico ou de um éster. Assim,
as reações possíveis para a obtenção desse álcool são:
NaBH4 ou LiAlH4
O OH
Um aldeído
104
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
LiAlH4
O OH
C
OH
Um ácido carboxílico
LiAlH4
O OH
C
OR
Um éster
O2 Meio ácido
+ CH3CCH3
105
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
Rearranjo
intramolecular do Ataque nucleofílico
Protonação do hidróxido grupo fenila 1) Quebra Perda de uma da água ao carbono
de cumeno em meio ácido dessa ligação... molécula de água positivo do carbocátion
H3C CH3
CH3 H CH3 H +C
H3C H3C O
OH2 H
C O C O+ O
H O - H2O
O H H
FONTE: A autora
106
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
DICAS
Para saber mais detalhes da produção industrial do fenol, leia o artigo intitulado
Fenol, de Oliveira (2015).
OLIVEIRA, Pedro Henrique Ramos. Fenol. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 4, p. 1579-1593, 2015.
Disponível em: <http://rvq.sbq.org.br/imagebank/pdf/v7n4a31.pdf>. Acesso em: 1 out. 2018.
H
O
Reações que
ocorrem na
C ligação C-O
R R''
R
FONTE: A autora
• Síntese de alcenos
reação, a ligação C–O é rompida, assim como uma ligação C–H vizinha, fazendo
com que seja formada uma ligação π entre esses dois carbonos adjacentes, como
podemos observar na figura a seguir.
H C C C H H C C C H + H OH
H H H H H H
Propanol Propeno Água
FONTE: A autora
H2O+ H
H H + H H2O
H O H H O H H H H
+
H C C C H H C C C H H C C C H H C C C H
H H H H H H H H H
H H H
Propanol Carbocátion Propeno
FONTE: A autora
108
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
C C C
R H R H R R
H R R
Álcool primário Álcool secundário Álcool terciário
Reatividade
FONTE: A autora
DICAS
DICAS
109
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
CI H
H H + H CT
H O H H O H H H H CI H
+
H C C C H C C C H H C C C H H C C C H
H
110
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
H S
O O O CI CI
H P
O O Br Br
UNI
111
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
OH O
Oxidação
C C
R R R R'
R'
Álcool terciário Cetona
FONTE: A autora
112
TÓPICO 1 | ÁLCOOIS E FENÓIS
Grupo - Cr H Cr + H Grupo - Cr
O Grupo - Cr O O O
Base
C C C C
R H R H R H
R R'
R' R' R'
Álcool primário Intermediário Base Composto
ou secundário cromato carbonílico
FONTE: A autora
[K+]2 O-
+ N
-
O3S SO-3
O
Fenol Sal de Frémy Benzoquinona
FONTE: A autora
113
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
LEITURA COMPLEMENTAR
114
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você aprendeu que:
115
AUTOATIVIDADE
a)
A) OH b)
B) OH c)
C) OH
H3C H 3C
CH3 Cl
CH2CH3
OH
CH3
d)
D) OH e)
E)
OH f)
F)
OH
H3 C
H 3C CH3
CH2CH3 CH2CH3 CH3
a) 3,4-dimetilciclopentanol
b) 6-bromo-4-etil-2-heptanol
c) 2,2-dimetil-1-propanol
d) 3-cloro-2-metilfenol
a)
A) b)
B)
O
c)
C) O d)
D)
1. LiAlH4 1. LiAlH4
? OH ?
2. H3O+ 2. H3O+
116
4 Considerando as reações típicas dos álcoois, preveja o produto obtido nas
seguintes reações, identificando-as (tipos):
A)
a) PBr3
OH
b)
B)
H 3O +
OH
C)
c)
C5H6NCrO3Cl, CH2Cl2
OH
D)
d)
CrO3, H3O+
OH
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No livro de Química Orgânica I, estudamos os aspectos relacionados à
estrutura e à nomenclatura dos compostos aromáticos. No entanto, não vimos nada
relacionado à reatividade desses compostos, um assunto que é, na verdade, muito
importante em química orgânica, pois muitas moléculas orgânicas apresentam
grupos aromáticos e, portanto, sua química é bastante influenciada por eles.
119
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
E H E
E+
+
- H+
Benzeno
Intermediátio Benzen o
carbocátion substituído
FONTE: A autora
Anel aromático
FONTE: A autora
120
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
UNI
• Halogenação aromática
121
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
Br Br
Br H Br
δ+ δ- Fe FeBr4-
Br Br
Br
+
+ HBr + FeBr3
Reação de substituição
permite a manutenção do
i ção caráter aromático
titu
bs
Su
+ Br2 Ad
içã Br
o
Reação de adição levaria a
Br
um composto não-aromático,
perdendo a estabilidade do
composto NÃO OCORRE
FONTE: A autora
122
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
• Nitração aromática
S
O H H O
HO O O
+
O N+ +O N+ N+ + H2O
H O- H O-
O
O -
O O
+ +
N+
O N+ H
-
O N O H2O
+
+ H3O
+
123
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
• Sulfonação aromática
+ S + S
S+ S+
O O OH O O HO O-
HO
O OH O-
O- O
HO
S+ O S+ H H2O S+
O OH
+
+ H3O+
124
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
+ AICI3 +H + AICI4-
CH C
H3C CH3 H3C CH3
CH3
+H
C
H3C H
CH3
H3C CH H AICI4- C
H3C CH3
+
+ HCI + AICI3
• Acilação aromática
+
+ HCI + AICI3
125
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
126
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
127
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
128
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
Por outro lado, substituintes como nitro, carboxila e ciano são grupos
retiradores de elétrons do anel aromático, tanto por efeito indutivo quanto por
efeito de ressonância.
129
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
130
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
UNI
131
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
132
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
133
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
EXEMPLO
RESPOSTA
OH OH OH
+ SO3 + H2SO4 +
SO3H HO3S
Fenol
Ácido orto-fenolsulfônico Ácido para-fenolsulfônico
134
TÓPICO 2 | REAÇÕES DE COMPOSTOS AROMÁTICOS
EXEMPLO
a)
A) CH2CH2CH3
H 3C
b)
B) O2N CH2CH2CH3
RESPOSTAS
C
OH
HO
C
135
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
O 2N C
OH
EXEMPLO
RESPOSTA
CH3 CH3
H2, Pt
H3C H3 C
136
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, você aprendeu que:
• Os grupos ativadores do anel aromático são aqueles que doam elétrons ao anel
aromático, estabilizando o carbocátion intermediário.
137
AUTOATIVIDADE
a)
A) CH2CH2CH3 b)
B) Cl c)
C) NO2 d)
D) SO3H
Grupos substituintes: –F; –CN; –NO2; –OH; –I; –CO2H; –CH2CH3; –NH2.
a)
A) C N
+ NO2+ ?
b)
B) I
+ NO2+ ?
138
UNIDADE 2 TÓPICO 3
AMINAS
1 INTRODUÇÃO
Até agora, com exceção dos haletos de alquila (caracterizados por
possuírem ao menos uma ligação entre um carbono e um halogêneo), estudamos,
principalmente, os grupos funcionais formados por átomos de carbono e
hidrogênio (como os hidrocarbonetos) ou por átomos de carbono e oxigênio
(como os éteres, os epóxidos, os álcoois e fenóis). Porém, nos nossos estudos de
Química Orgânica I, vimos que átomos de outros elementos químicos também
são comumente encontrados em compostos orgânicos, dentre os quais podemos
destacar o nitrogênio.
2 AMINAS
As aminas são uma classe de compostos orgânicos que possuem um
grupo nitrogenado derivado da amônia (NH3). Na verdade, podemos considerar
que as aminas são o resultado da substituição de um ou mais hidrogênios da
amônia por grupos orgânicos, podendo, desse modo, serem classificadas em
três grupos: as aminas primárias, nas quais apenas um átomo de hidrogênio da
amônia é substituído por um grupo orgânico (cuja fórmula geral é NH2R); as
aminas secundárias, em que dois átomos de hidrogênio são substituídos por
grupos orgânicos (NHR2); e as aminas terciárias, nas quais os três hidrogênios
são substituídos por grupos orgânicos (NR3). Veja na figura a seguir as estruturas
gerais das aminas primária, secundária e terciária.
139
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
140
TÓPICO 3 | AMINAS
FONTE: A autora
UNI
141
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
142
TÓPICO 3 | AMINAS
Amina secundária
CH3CH2CHCH2CH 2CH 3
1 2 3 4 5 6
CH3CH2CHCH2CH 2CH 3
N CH2CH2
N
H
CH2CH2 H
CERTO: a cadeia carbônica maior ligada ao grupo ERRADO: desse modo o grupo orgânico
amino contém 6 carbonos e identifica-se que o grupo menor é identificado como a cadeia
amino está ligado ao carbono de Número 3. principal e o substituinte tem mais
O outro grupo orgânico (cadeia orgânica menor) é carbonos que esse grupo principal
identificado como um substituinte (etila) e adiciona-se
um N antes do seu nome para identificar que ele está
ligado a um átomo de nitrogênio
N-etil-3-hexanamina
FONTE: A autora
OH
H2N
NH2
4-amino-2-butanona Ácido 2-aminobulanóico
FONTE: A autora
143
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
FONTE: A autora
144
TÓPICO 3 | AMINAS
UNI
FONTE: A autora
Vale dizer que, assim como vimos para a reação com os haletos de alquila,
as aminas primárias e secundárias podem reagir com cetonas ou aldeídos em
uma reação de aminação redutiva gerando aminas secundárias e terciárias,
respectivamente.
FONTE: A autora
146
TÓPICO 3 | AMINAS
FONTE: A autora
147
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Elton Alisson
148
TÓPICO 3 | AMINAS
Cachaça envelhecida
149
UNIDADE 2 | ÁLCOOIS E FENÓIS
Plásticos e fungos
150
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você aprendeu que:
• As aminas secundárias são aquelas nas quais dois átomos de hidrogênio são
substituídos por grupos orgânicos (fórmula geral NHR2).
• As aminas terciárias são aquelas nas quais os três hidrogênios são substituídos
por grupos orgânicos (fórmula geral NR3).
• Nas aminas, o átomo de nitrogênio possui hibridização sp3 fazendo com que as
aminas possuam uma geometria tetraédrica.
• Uma amina primária pode ser obtida a partir da reação de uma amida com gás
bromo por um mecanismo que envolve um rearranjo intramolecular, chamado
de rearranjo de Hofmann.
151
AUTOATIVIDADE
a)
A) b)
B)
c)
C)
d)
D)
N NH2 H
H N
a) 5-metil-1-hexanamina
b) N,N-dimetil-3-pentanamina
c) Ciclopentanamina
d) 3-amino-1-propanol
3 Quais dos compostos a seguir podem formar ligações de hidrogênio entre si:
a)
A) OH b)
B) c)
C) Cl d)
D)
N N
H
a)
A) NH2
+ ?
Cl
NH2 NaBH4
O +
b)
B) H 3C ?
152
UNIDADE 3
COMPOSTOS CARBONÍLICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
ALDEÍDOS E CETONAS
1 INTRODUÇÃO
No decorrer das disciplinas de química orgânica, estudamos diversos
aspectos relacionados a ela, como a importância do átomo de carbono, a
hibridização de orbitais atômicos, a formação das ligações covalentes, as formas
de interação intermolecular etc. Estudamos também alguns grupos funcionais
orgânicos, como os hidrocarbonetos, os aromáticos, os haletos de alquila, os
éteres, os álcoois e as aminas.
2 COMPOSTOS CARBONÍLICOS
Geralmente, em química orgânica os grupos funcionais que apresentam
o grupo carbonila são tratados à parte, pois sua química é muito rica e muito
variada, ou seja, mesmo apresentando o grupo carbonila em comum, os diferentes
grupos funcionais carbonílicos apresentam reatividades próprias. Além disso,
uma grande diversidade de moléculas essenciais aos processos metabólicos de
animais e plantas são compostos carbonílicos, uma vez que a polaridade do grupo
carbonila permite interação intermolecular com moléculas polares, assim como a
presença do átomo de oxigênio com seus pares de elétrons livres permite a reação
com moléculas como enzimas e receptores biológicos. Assim, de forma geral,
pode-se dizer que a química dos processos biológicos é a química dos compostos
carbonílicos. De fato, devido a essa atividade biológica bastante importante, os
compostos carbonílicos são bastante explorados nos processos de síntese orgânica
para a produção de fármacos e substratos agrícolas, por exemplo.
155
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
UNI
FONTE: A autora
156
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
FONTE: A autora
157
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
O O
Aldeídos C Amidas C R'
R H R N
O O
O
Cetonas Imidas C
C R N R''
R R'
R'
O O
Ácidos carboxílicos C Carbamatos R C R'
R OH O N
O O
Haletos ácidos C Ureias R C R'
R X N N
O O
Ésteres C R'
Carbonatos R C R'
R O O O
O O O
Tioésteres C R'
Anidridos C
R S R O R''
FONTE: A autora
3 ALDEÍDOS E CETONAS
Tanto os aldeídos quanto as cetonas são funções orgânicas bastante encontradas
em compostos extraídos da natureza. Como exemplo de compostos com a função
aldeído, podemos citar o benzaldeído (extraído do óleo de amêndoas e usado como
aromatizante, corante e em fármacos), o cinamaldeído (extraído da canela e usado
como flavorizante e como fungicida) e a vanilina (extraída da semente da baunilha
e usada como aromatizante em alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos). Além
disso, um aldeído bastante utilizado como solvente e como precursor de diversas
substâncias químicas (como polímeros, medicamentos e explosivos) e produzido em
escala industrial é o metanal (também chamado de formaldeído) – vale dizer que
a solução aquosa de metanal (contendo entre 37% a 45% de metanal em volume) é
chamada de formol, sendo usada para conservação de peças biológicas.
FONTE: A autora
UNI
159
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
160
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
FONTE: A autora
161
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
O
extremamente
Aldeído três Propanal C solúvel
H CH2CH3
O
ligeiramente
Aldeído cinco Pentanal C solúvel
H CH2CH2CH2CH3
O
ligeiramente
Aldeído sete Benzaldeído
solúvel
H
O
extremamente
Cetona três Propanona C solúvel
H 3C CH3
O
Cetona cinco 2-Pentanona C solúvel
H 3C CH2CH2CH3
O
Cetona oito Acetofenona insolúvel
CH3
162
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
C Etanal Acetaldeído
H CH3
O
H2
C C CH3 Pentanal Valeraldeído
H C C
H2 H2
H Benzenocarbaldeído Benzaldeído
FONTE: A autora
C Propanona Acetona
H3C CH3
2-Pentanona –
3-Pentanona –
FONTE: A autora
163
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
EXEMPLO
a)
A) CH3 O
CH3CHCH2CHCH
CH2CH3
B)
b) Cl O
CH3CHCH2CCH3
RESPOSTA
Podemos notar que a cadeia carbônica mais longa contém seis carbonos,
no entanto, essa cadeia não inclui o grupo carbonila, o que faz com que ela não
seja considerada a principal:
CH3 O
ERRADO: desse modo o grupo
CH3CHCH2CHCH carbonila não faz parte da cadeia
carbônica principal
CH2 CH3
Agora identificamos os grupos substituintes e nomeamos o composto:
CH3 O
Substituintes:
CH3CHCH2CHCH No carbono de número 2: - CH2CH3 (nomeado como 1-etil)
5 4 3 2 1 No carbono de número 4: -CH3 (nomeado como 3-metil)
CH2 CH3
164
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
CI O
Substituintes:
No carbono de número 4: -CI (nomeado como 4-cloro)
CH3CHCH2CCH3
5 4 3 21
Assim, pela cadeia principal ser caraterizada por ter cinco carbonos e o
grupo carbonila não ser terminal e estar no carbono de número 2, a nomeamos como
2-pentanona. Além disso, temos um substituinte cloro, ligado ao carbono de número
4, fazendo com que esse composto seja nomeado como 4-cloro-2-pentanona.
165
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
166
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
FONTE: A autora
Como pode ser visto na figura anterior, a reação se inicia com o ataque
nucleofílico do átomo de oxigênio da carbonila ao lítio do hidreto de tri-tert-
butoxialumínio e lítio, gerando um intermediário positivo. Em seguida, devido à
aproximação do íon de alumínio (proveniente do hidreto de tri-tert-butoxialumínio
e lítio), há a transferência de um hidrogênio ao carbono da carbonila. De novo, um
par de elétrons isolados do oxigênio ataca o átomo de alumínio, gerando uma nova
ligação O–Al e fazendo com que a ligação O–Li seja quebrada. Então, há a formação
de uma ligação dupla C=O (restaurando a carbonila), enquanto que a ligação C–
Cl é quebrada, liberando o átomo de cloro. Por fim, com a adição da água, há a
hidrólise desse composto (quebrando a ligação O–Al) e a produção do etanal.
FONTE: A autora
167
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
168
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
FONTE: A autora
169
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
170
TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
171
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
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TÓPICO 1 | ALDEÍDOS E CETONAS
UNI
FONTE: A autora
174
AUTOATIVIDADE
a)
A) O
B)
b) O C)
c)
NH2
O
D)
d)
O
OH
A)
a)
O
b)
B)
O O
c)
C)
O
D)
d) O
a) 2,2,4,4-tetrametil-3-pentanona
b) 3-Fenil-2-propenal
c) 3,5-Dinitrobenzenocarbaldeído
d) Ciclohexanona
175
4 Determine quais os produtos das seguintes reações (aproveite e nomeie os
reagentes e os produtos):
A)
a) O
meio ácido
+ H 2O ?
H3 C CH3
b)
B) O meio básico
+ H 2O ?
C)
c) O 1. CH3MgBr
?
2.H2O
H 3C CH3
D)
d) O meio ácido
+ CH3OH ?
176
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No decorrer das disciplinas de Química Orgânica estudamos diferentes
grupos funcionais, sendo que nessa Unidade focamos na aprendizagem dos
compostos carbonílicos, que são uma ampla classe de compostos orgânicos. De
fato, os compostos carbonílicos são bastante presentes na natureza, participando
de diversas reações químicas metabólicas essenciais para a manutenção da vida,
sendo também de grande importância para a indústria, onde são utilizados
como precursores para a produção de polímeros, de aditivos alimentícios, de
agrotóxicos ou de fármacos de estrutura complexa, por exemplo.
2 ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
Existem diversos ácidos carboxílicos encontrados na natureza e um aspecto
interessante é que muitos deles possuem nomes comuns que derivam das suas
fontes. Por exemplo, o ácido metanoico também é chamado de ácido fórmico, nome
derivado do latim formica (formiga), pois é encontrado em corpos de formigas;
o ácido etanoico é conhecido pelo nome de ácido acético, uma vez que ele é o
principal componente do vinagre (em latim vinagre é acetum); o ácido propanoico
é denominado de ácido propiônico, derivado do grego pro (primeiro) e pion (graxo,
gordura), em decorrência de algumas propriedades similares às dos ácidos graxos
de maior cadeia; o ácido butanoico é chamado de ácido butírico, pois é o responsável
pelo cheiro da manteiga rançosa (em latim manteiga é butyrum); o ácido pentanoico
é chamado de ácido valérico, uma vez que é encontrado na valeriana, uma planta
177
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
DICAS
178
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
179
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
180
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
181
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
182
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
183
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
184
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
185
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
186
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
187
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
NOTA
FONTE: A autora
188
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
189
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
190
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
191
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
Assim, veremos como os anidridos ácidos são nomeados, assim como eles
são obtidos e suas reações.
FONTE: A autora
192
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
193
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
3.3 ÉSTERES
Os ésteres são os derivados de ácido carboxílico em que o átomo de
hidrogênio do grupo carboxila foi substituído por um grupo alquila, sendo,
portanto, sua fórmula geral RCOOR’.
FONTE: A autora
194
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
195
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
DICAS
3.4 AMIDAS
As amidas são os derivados de ácido carboxílico nas quais o grupo
hidroxila foi substituído por um grupo derivado da amônia. Assim, do mesmo
modo como vimos para as aminas, as amidas podem ser classificadas como
primárias, secundárias ou terciárias. As amidas primárias são aquelas em que há
apenas um grupo acila ligado ao átomo de nitrogênio (fórmula geral R–CONH2);
as amidas secundárias possuem dois grupos acila ligados ao nitrogênio [fórmula
geral (R-CO)2NH]; e as amidas terciárias possuem três grupos acila ligados ao
nitrogênio [fórmula geral (R-CO)3N].
196
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
FONTE: A autora
197
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
198
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
A CACHAÇA REVELADA
Estudos aumentam o conhecimento sobre a aguardente e contribuem para a
qualidade da bebida
Marcos de Oliveira
199
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
Componentes especiais
Variáveis da pinga
Grande parte dos estudos realizados pelo grupo partiu das coletas de
cachaça nos próprios produtores realizadas em 2005 no Estado de São Paulo,
em que, das 108 amostras, apenas 27 eram de grandes produtores. “Analisamos
35 variáveis, como a presença de cobre, ferro, metanol, cetona, aldeído e ácido
acético”. O objetivo foi estabelecer um perfil químico da aguardente e um
banco de dados que ao serem transpostos para softwares específicos, chamado
de quimiometria, resultam em gráficos que distinguem as amostras de pingas
artesanais de alambiques, com destiladores de cobre, e as de coluna, presentes nas
indústrias, com equipamentos de aço inox. Segundo o mestrando Roni Vicente
Reche, no gráfico fica evidente que as aguardentes destiladas em coluna são mais
semelhantes entre si em relação às de alambique, com menor variação em sua
composição química. Elas se posicionam próximas umas das outras em relação
200
TÓPICO 2 | ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
Outros componentes, que estão sob o foco dos pesquisadores, ainda não
são controlados pela legislação brasileira. São os hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos (HPAs), presentes principalmente quando a cana foi queimada antes
da colheita. Trabalhos científicos já relataram a presença desses compostos no
uísque, no rum e na grapa, por exemplo. Compostos de hidrocarbonetos como
benzoapireno e antraceno possuem potencial cancerígeno até superior ao do
carbamato de etila. Para identificar a presença desses compostos nas cachaças, os
pesquisadores utilizaram as amostras coletadas e apresentaram um questionário
aos produtores para saber se eles queimavam ou não a cana.
Um dos estudos que ainda vai tomar muito tempo dos pesquisadores
é a análise de madeiras brasileiras úteis na construção de barris para o
envelhecimento da cachaça no lugar dos tradicionais produzidos com o carvalho,
árvore originária do Hemisfério Norte. Ao ficar estocada por longos períodos
para envelhecer – mais de um ano na legislação brasileira -, a bebida encorpa,
ganha aroma, sabor e coloração mais atraente. As cachaças envelhecidas possuem
tonalidades amareladas, enquanto as não envelhecidas são transparentes.
201
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
202
RESUMO DO TÓPICO 2
203
• Os anidridos ácidos sofrem hidrólise, alcoólise e aminólise.
• As amidas são os derivados de ácido carboxílico nas quais o grupo hidroxila foi
substituído por um grupo derivado da amônia.
204
AUTOATIVIDADE
A)
a) O OH
O OH
B)
b) O
Br
C)
c) O
NH2
D)
d) O O
E)
e) O
O
F)
f)
Cl O
OH
a) 2,2-Dimetilhexanamida
b) Benzoato de etila
c) ácido 3,4-dimetilpentanóico
d) Iodeto de 2-metilbutanoíla
e) Anidrido octanoico
205
206
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos 1 e 2 estudamos mais alguns grupos funcionais orgânicos,
vendo aspectos referentes à nomenclatura e às estruturas dos aldeídos, das
cetonas, dos ácidos carboxílicos e dos derivados dos ácidos carboxílicos. Além
do mais, estudamos a química associada a cada um desses grupos, procurando
entender as especificidades de cada um deles. Desse modo, pudemos compreender
que um dos modos principais de como aldeídos e as cetonas reagem envolve
um mecanismo de adição nucleofílica. Isso porque o carbono da carbonila é
considerado um eletrófilo, o que permite o ataque de um nucleófilo a esse carbono
eletrofílico, originando uma nova ligação C–OH ou uma nova ligação C=Nu
(dependendo da natureza do nucleófilo). Por outro lado, ácidos carboxílicos e os
derivados de ácidos carboxílicos reagem tipicamente por reações de substituição
nucleofílica em grupo acila, que são aquelas em que um nucleófilo ataca o carbono
eletrofílico do composto, fazendo com que o outro grupo ligado a esse carbono
seja eliminado como grupo de saída.
FONTE: A autora
FONTE: A autora
FONTE: A autora
209
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
C=C e, consequentemente, uma região bastante rica em elétrons. Além disso, devido
à ressonância de doação de elétrons proveniente de um par de elétrons do átomo de
oxigênio, o carbono alfa acaba ficando ainda mais rico em elétrons (veja esquema na
figura a seguir), tornando-o um nucleófilo bastante efetivo nas reações com eletrófilos,
permitindo, portanto, que ocorram reações de substituição alfa à carbonila.
FONTE: A autora
FONTE: A autora
210
TÓPICO 3 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO ALFA À CARBONILA E REAÇÕES DE CONDENSAÇÃO CARBONÍLICA
FONTE: A autora
211
UNIDADE 3 | COMPOSTOS CARBONÍLICOS
FONTE: A autora
Uma das reações mais importantes que envolvem os íons enolatos como
intermediários de reações de substituição alfa à carbonila é a alquilação, que gera
uma nova ligação C–C e, portanto, gera uma molécula com uma maior cadeia
carbônica. As reações de alquilação ocorrem entre um composto carbonílico, que
age como um nucleófilo por meio do íon enolato, e um haleto de alquila, que age
como um eletrófilo, como esquematizado na figura a seguir.
FONTE: A autora
212
TÓPICO 3 | REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO ALFA À CARBONILA E REAÇÕES DE CONDENSAÇÃO CARBONÍLICA
FONTE: A autora
FONTE: A autora
214
RESUMO DO TÓPICO 3
215
AUTOATIVIDADE
A)
a) O
C
H CH3
B)
b) CH3 O
H3 C C C
CH3 OH
c)
C) O
H 3C C
C CH3
H2
O
H2
C CH3 + C ?
H C H 3C Cl
H2
216
REFERÊNCIAS
BARBOSA, A. B.; SILVA, R. R. Xampus. Química Nova na Escola, n. 2, 1995,
pp. 3-6. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc02/quimsoc.
pdf?agreq=saponifica%C3%A7%C3%A3o&agrep=qnesc>. Acesso em: 13 nov. 2018.
217
MCMURRY, J. Reações dos haletos de alquila: substituições nucleofílicas e
eliminações. In: MCMURRY, J., Química Orgânica, Cengage Learning, 2012.
218