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24/01/2021 Navegue e Aprenda

Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias - Primeira Parte

Qualidade dos sistemas hidráulicos prediais

As falhas encontradas comumente nos sistemas hidráulicos prediais se devem ao fato de se dar pouca ou
nenhuma importância ao processo de construção, uso e operação destes sistemas. Em face do pouco tempo
desprendido na fase de projeto, adotam-se soluções padrão inadequadas que delegam à fase de execução a
viabilização do sistema previsto. A tomada de decisão fica a cargo de profissionais não habilitados a este fim.

Para se construir sistemas prediais com qualidade, deve-se, portanto, rever estes conceitos e até mesmo coibir
maus hábitos que advém do processo falho e, por vezes, inexistente, de projetar.

O edifício pode ser considerado como um sistema composto por diversos subsistemas interrelacionados, em que
o melhor desempenho se dá com a conjugação de todos, atendendo às funções a que o mesmo se destina. São
subsistemas a estrutura, envoltória externa, divisores de espaços externos e internos e serviços em geral. Os
sistemas hidráulicos prediais são parte do subsistema de serviços - suprimento e disposição de água e, posterior à
entrega do edifício, são os que apresentam maior incidência de atividades de manutenção. Assim, mais um
motivo para se adotar medidas em face da qualidade destes sistemas.

Para melhor analisar o desempenho de sistemas, devem ser feitas algumas análises, dentre as quais:

- Caracterização dos usuários;


- Definição de necessidades e exigências;
- Determinação das condições de exposição a que os sistemas estão sujeitos;
- Definição dos requisitos e critérios de desempenho;
- Estabelecimento de métodos de avaliação.

Quanto à qualidade, a mesma define-se como sendo a satisfação dos clientes com um dado produto/serviço.
Além disso, para que haja qualidade, um produto deve ser produzido com produtividade e rentabilidade, em um
ambiente de trabalho que possibilite o crescimento do trabalhador, respeitando-se legislação, meio ambiente e a
sociedade como um todo.

Deve-se para tal, identificar os intervenientes no processo de geração, uso e manutenção dos sistemas
hidráulicos prediais, bem como o fluxo de informações e serviços, assim:

Fatores intervenientes:
- Normalização técnica;
- Concessionárias de serviços públicos;
- Fornecedor de componentes;
- Responsável de operação/manutenção;
- Empreendedor, contratante, projetistas e executores;
- Cliente final.

Fluxo de informações e serviços:


- Empreendedor (com exigências do cliente) passa ao contratante informações preliminares;
- Contratante passa ao projetista as informações e o método construtivo a ser adotado;
- Projetista em contato com os fornecedores e a normatização técnica elabora o projeto - deve ser feito em
contato com demais projetistas do edifício;
- Realiza-se contato - por meio da contratante - com os executores do sistema hidráulico predial e elabora-se
manuais do proprietário, de uso e operação do SHP endereçados ao cliente final;
- Com a obra pronta, entrega-se ao contratante, passando-se ao empreendedor e, por fim, ao cliente.

Analisando-se os fatores intervenientes e o respectivo fluxo de informações/serviços, fazendo-se a diagnose da


situação atual, as principais fontes de falhas dos SHP são: má interpretação das informações (devido à falta de
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padronização e de treinamento da mão-de-obra), desconsideração das informações (causada pela falta de registro
das mesmas em meio físico).

Existem também problemas de suprimento, de projeto e falhas na execução (controladas com um sistema de
transporte/armazenamento de materiais, uma melhor seleção dos projetistas para evitar problemas de cálculo e
uma formalização do controle e dos procedimentos necessários para execução).

Na execução, ressalta-se como grave fonte de problema nos SPH o fato das tubulações verticais serem instaladas
embutidas na alvenaria, gerando transtornos no processo de construção (necessidade de se quebrar alvenaria,
gerando entulho e, consequentemente, perda na produtividade) e no processo de manutenção - quebrar a
alvenaria caso sejam necessários reparos. Outro grave problema é o fato da isolação acústica ser afetada -
especialmente em apartamentos e ambientes de permanência prolongada.

As tubulações horizontais também são construídas embutindo-se na alvenaria, utilizando-se lajes rebaixadas ou,
mais comumente hoje em dia, passagem por forro falso no pavimento inferior - a melhor solução em termos de
manutenção, dada a facilidade de acesso das tubulações.

Para se reduzir a quebra de alvenaria, pode-se optar por blocos hidráulicos ou em canaleta, mas esta prática não
elimina o problema da quebra de alvenaria na eventual necessidade de se realizar manutenção. A melhor solução
encontrada para disposição das tubulações verticais, é a utilização de dutos denominados 'shafts' fechados com
elementos leves removíveis, tornando-o visitável. Facilita-se a execução - podendo ser realizada posteriormente
à construção da edificação - e manutenção, na eventual necessidade de se fazê-la.

A utilização de 'shafts' visitáveis prevê também instalações hidráulicas prediais na forma de kits, reduzindo-se
assim o desperdício e falhas na montagem, uma vez que sistematiza todo o processo construtivo, tornando-o
padronizado e resistente a falhas de projeto. Com a formação de equipes de trabalho, torna-se eficiente a
montagem de todo um sistema hidráulico de um edifício como um todo.

Em resumo, os sistemas hidráulicos prediais devem atender aos seguintes requisitos:

Qualidade e quantidade de água:


- possibilitar a entrega de água de boa qualidade e em quantidade suficiente;
- utilizar aparelhos sanitários e caminhamento de tubulações que não contaminem a água a ser utilizada;
- possuir aparelhos sanitários em quantidade suficiente;
- possibilitar que a água utilizada e despejos introduzidos sejam dispostos em destino adequado.

Disponibilidade e adequabilidade de água:


- possibilitar que a água seja conduzida no ponto de utilização quando necessário e de forma conveniente;

Controle de quantidade e temperatura da água:


- possibilitar para que o controle de quantidade de água no ponto de utilização seja controlável;
- possibilitar que água seja entregue na temperatura adequada ao uso e disposta, após sua utilização, na
temperatura adequada.

Acessibilidade e flexibilidade;

Adaptabilidade na forma e cor, limpeza e manutenção;

Condução e proteção do sistema de coleta de despejos executada de maneira adequada;

Funcionalidade, capacidade de suporte e segurança contra extravasão;

Redução dos níveis de ruído, de vibrações, de odores e de variação térmica;

Resistência dos elementos construtivos, em especial contra desgastes naturais, fissuramentos e


corrosões;
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Minimização dos danos decorrentes ao uso, à condensação, à luz, aos ataques biológicos entre
outros;

Assegurar resistência à explosão, incêndios e outras condições excepcionais que possam advir a
ocorrer.

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