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QUÍMICA
2020.6
Organizador: Elmar Damasceno Junior
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICA
MÓDULO 3
Cinética
Química
(Parte II)
Cinética Química 1
Tempo de Meia-Vida
PRIMEIRA-ORDEM
-Podemos determinar a meia-vida de uma reação
SEGUNDA-ORDEM
de primeira ordem substituindo [A]t1/2 = ½[A]0 em [A]t
1 1
e t1/2 em t na lei de velocidade integrada: = 𝑘𝑡1/2 +
1 [𝐴]0
2 [𝐴]0
1 2 1
[𝐴]0 − = 𝑘𝑡1/2
𝑙𝑛 2 = −𝑘𝑡1/2 [𝐴]0 [𝐴]0
[𝐴]0
𝟏
1 𝒕𝟏/𝟐 =
𝑙𝑛 = −𝑘𝑡1/2 𝒌[𝑨]𝟎
2
1
𝑙𝑛 2 -Neste caso, a meia-vida depende da
𝑡1/2 = −
𝑘
concentração inicial do reagente – quanto menor
𝒍𝒏𝟐
𝒕𝟏/𝟐 = a concentração inicial, menor a meia-vida.
𝒌
ORIENTAÇÃO MOLECULAR
-Na maioria das reações, quando duas moléculas de
reagente colidem, elas devem ser orientadas
corretamente para que uma reação ocorra.
-Por exemplo, a reação representada pela seguinte
equação química balanceada: Temperatura e Velocidade: Energia de Ativação
-De acordo com o modelo de colisão, essa energia -No rearranjo de metil isonitrila para acetonitrila, por
vem das energias cinéticas das moléculas em exemplo, podemos imaginar a reação passando por
colisão. Após a colisão, a energia cinéticas das um estado intermediário no qual a porção N≡C da
moléculas pode ser usada para esticar, dobrar e, por molécula de metil isonitrila está lateralmente:
fim, quebrar ligações, levando a reações químicas.
Ou seja, a energia cinética é usada para alterar a
energia potencial da molécula.
-Se as moléculas se movem muito devagar – em -A figura a seguir mostra que energia deve ser
outras palavras, com muito pouca energia cinética – fornecida para esticar a ligação entre o grupo H3C e
ela meramente colidem umas nas outras sem mudar. o grupo N≡C para permitir que o grupo N≡C gire.
Energia de Ativação (Ea) → Energia mínima -Depois que o grupo N≡C se torceu o suficiente, a
necessária para iniciar uma reação química. Seu ligação C-C começa a se formar e a energia da
De um modo geral: Para que uma reação ocorra, -Assim, a barreira para a formação de acetonitrila
as moléculas do reagente devem colidir com a representa a energia necessária para forçar a
-Para que formem produtos, as ligações devem ser figura anterior sobre a colina.
quebradas nos reagentes. A quebra da ligação -A diferença entre a energia da molécula inicial e
mostrada na figura a seguir. O jogador precisa mover -A molécula com o arranjo de átomos mostrado no
sua bola pela colina na direção do buraco. A colina é topo da barreira é chamada de complexo ativado
-A mudança de energia para a reação, ΔE, não tem -Nesta equação, R é a constante universal dos gases
efeito na velocidade de reação, entretanto. A e T é a temperatura absoluta. Para se ter uma ideia
velocidade depende da magnitude de Ea; da magnitude de f, vamos supor que Ea seja 100
geralmente, quanto mais baixo for o valor de Ea, kJ/mol, um valor típico de muitas reações, e que T
mais rápida será a reação. seja 300 K. O valor calculado de f é 3,9 x 10-18,
-Observe que a reação reversa é endotérmica. A número extremamente pequeno! Em 310 K f = 1,4 x
energia de ativação para a reação reversa é igual à 10-17.
energia que deve ser superada ao se aproximar da -Assim, um aumento de 10 graus na temperatura
barreira pela direita: ΔE + Ea. produz um aumento de 3,6 vezes na fração de
-Qualquer molécula de metil isonitrila particular moléculas que possuem pelo menos 100 kJ/mol de
adquire energia suficiente para superar a barreira de energia.
energia por meio de colisões com outras moléculas.
-Lembre-se da teoria cinética-molecular dos gases Equação de Arrhenius
que, a qualquer instante, as moléculas de gás são
-Arrhenius observou que, para a maioria das
distribuídas em uma ampla faixa de energia.
reações, o aumento na velocidade com o aumento
-A figura a seguir mostra a distribuição das energias
da temperatura é não linear.
cinéticas para duas temperaturas, comparando-as
-Ele descobriu que a maioria dos dados de
com a energia mínima necessária para a reação, Ea.
velocidade de reação obedeciam a uma equação
-Em temperaturas mais altas, uma fração muito
baseada em:
maior das moléculas tem energia cinética maior
(a) a fração de moléculas que possuem energia
do que que Ea, o que leva a uma velocidade de
ou maior;
reação maior.
(b) o número de colisões por segundo e;
(c) a fração de colisões que têm a orientação
apropriada.
-Esses três fatores são incorporados à equação de
Arrhenius:
−𝑬𝒂
𝒌 = 𝑨𝒆 𝑹𝑻
equação, obtemos:
𝑬𝒂 -Simplificando a equação e rearranjando temos:
𝒍𝒏𝒌 = − + 𝒍𝒏𝑨
𝑹𝑻
𝒌𝟏 𝑬𝒂 𝟏 𝟏
𝒍𝒏 = ( − )
𝒌𝟐 𝑹 𝑻𝟐 𝑻𝟏
y = mx + b
-Que tem a forma da equação para uma linha reta.
Vamos exercitar?
Um gráfico de lnk versus 1/T é uma linha com
3.8 A velocidade de uma reação aumentou de
inclinação igual a -Ea/R e uma interceptação em y
3,00 mol/L. s para 4,35 mol/L. s quando a
igual a lnA.
temperatura foi elevada de 18 °C para 30 °C. Qual
-Assim, a energia de ativação pode ser determinada
é a energia de ativação da reação?
medindo k em uma série de temperaturas,
representando lnk versus 1/T, e calculando Ea a
3.9 A constante de velocidade da reação de
partir da inclinação da linha resultante.
segunda ordem entre CH2CH2Br e OH-, em água,
é 0,28 mL.mol-1.s-1, em 35,0 °C. Qual é o valor da
constante, em 50 °C?
Dados: A = 4,3 x 1011 L.mol-1.s-1, Ea = 90 kJ.mol-1.
Mecanismos de Reação
-Da mesma forma, a reação de NO e O3 para formar -Parece proceder em duas reações elementares (ou
NO2 e O2 parece ocorrer como resultado de uma duas etapas elementares), cada uma das quais é
única colisão envolvendo moléculas de NO e O3 bimolecular.
adequadamente orientadas e suficientemente -Primeiro, duas moléculas de NO2 colidem e um
energéticas: átomo de oxigênio é transferido de uma para outra.
O NO3 resultante, então, colide com uma molécula
NO(g) + O3(g) → NO2(g) + O2(g) de CO e transfere um átomo de oxigênio para ela:
-Os intermediários podem ser estáveis e, portanto, -Assim, a taxa de um processo unimolecular é de
às vezes podem ser identificados e até isolados. Os primeira ordem:
estados de transição, por outro lado, são sempre
inerentemente instáveis e, como tal, nunca podem 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]
ser isolados. No entanto, o uso de técnicas
avançadas “ultrarrápidas” às vezes nos permite -Para as etapas elementares bimoleculares, a lei de
caracterizá-las. velocidade é de segunda ordem, como na reação:
A + B → produtos
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴][B]
Leis de Velocidade para Reações Elementares em [A] e [B] e de segunda ordem em geral.
Catálise Referências
Catalisador → é uma substância que muda a FERNANDES, Nedja Suely – Notas de Aula da
velocidade de uma reação química sem sofrer uma Disciplina Princípios de Química Analítica – Natal:
mudança química permanente (não é consumido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020.
reação).
JESPERSEN, N. D.; BRADY, J. E.; HYSLOP, A.
-Embora o catalisador não faça parte da reação
Chemistry: the molecular nature of matter – 6ª
geral, ele participa alterando o mecanismo da
Ed. New York: Wiley, 2012.
reação.
-O catalisador fornece um caminho para os produtos BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, B. E.;
que tem uma etapa de determinação da MURPHY, C. J.; WOODWARD, P. M. Chemistry:
velocidade com energia de ativação mais baixa the central science – 12ª Ed. New York: Pearson,
do que a reação não catalisada, conforme observado 2012.
na figura a seguir. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química:
questionando a vida moderna e o meio ambiente.
Porto Alegre: Bookman, 2012.
Respostas
Vamos exercitar
3.5
V = k[N2O5] → reação de primeira ordem
[𝑁2 𝑂5 ]𝑡
𝑙𝑛 = −𝑘𝑡
[𝑁2 𝑂5 ]0
2,0 𝑚𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑙𝑛 = −(5,2 𝑥 10−3 𝑠 −1 ) 𝑥 𝑡
20 𝑚𝑚𝑜𝑙/𝐿
−2,30 = −(5,2 𝑥 10−3 𝑠 −1 ) 𝑥 𝑡
−2,30
= 𝑡
−(5,2 𝑥 10−3 𝑠 −1 )
𝒕 = 𝟒𝟒𝟑 𝒔
3.6
[NOCl]0 = 0,050 mol/L
[NOCl]t = ?
t = 35 min = 35 min x (60 s/1 min) = 2100 s
k = 0,020 L/mol. s
1 1
= 𝑘𝑡 +
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡 [𝑁𝑂𝐶𝑙]0
1 1
− = 𝑘𝑡
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡 [𝑁𝑂𝐶𝑙]0
1 1
− = 0,020 𝐿/𝑚𝑜𝑙. 𝑠 𝑥 2100 𝑠
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡 0,050 𝑚𝑜𝑙/𝐿
1
− 20 𝐿/𝑚𝑜𝑙 = 42 𝐿/𝑚𝑜𝑙
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡
1
= 42 𝐿/𝑚𝑜𝑙 + 20 𝐿/𝑚𝑜𝑙 = 62 𝐿/𝑚𝑜𝑙
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡
1
[𝑁𝑂𝐶𝑙]𝑡 =
62 𝐿/𝑚𝑜𝑙
[𝑵𝑶𝑪𝒍]𝒕 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟔 𝒎𝒐𝒍/𝑳
3.7
𝑙𝑛2
𝑡1/2 =
𝑘
𝑙𝑛2 𝑙𝑛2 −1
𝑘 = = 𝑑
70 𝑑 70
[𝐴]𝑡
𝑙𝑛 = −𝑘𝑡
[𝐴]0
10
100 [𝐴]0 𝑙𝑛2 −1
𝑙𝑛 = − 𝑑 𝑥𝑡
[𝐴]0 70
10 𝑙𝑛2 −1
𝑙𝑛 = − 𝑑 𝑥𝑡
100 70
−2,30 𝑥 70 𝑑
= 𝑡
− 𝑙𝑛2
𝒕 = 𝟐𝟑𝟐 𝒅𝒊𝒂𝒔
3.8
18 °C = 291 K
30 °C = 303 K
𝑘1 𝐸𝑎 1 1
𝑙𝑛 = ( − )
𝑘2 𝑅 𝑇2 𝑇1
3,00 mol/L. s 𝐸𝑎 1 1
𝑙𝑛 = ( − )
4,35 mol/L. s 8,314 J/K. mol 303 K 291 K
𝐸𝑎
-0,372 = (-1,36 x 10-4 K )
8,314 J/K. mol
-0,372 x 8,314 J/K. mol
= 𝐸𝑎
(-1,36 x 10-4 K )
𝐸𝑎 = 23000 J/mol
𝑬𝒂 = 𝟐𝟑 𝒌𝑱/𝒎𝒐𝒍
3.9
35 °C = 308 K
50 °C = 323 K
𝑘1 𝐸𝑎 1 1
𝑙𝑛 = ( − )
𝑘2 𝑅 𝑇2 𝑇1
𝑘1 90 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙 1 1
𝑙𝑛 = ( − )
𝑘2 8,314 𝐽/𝐾. 𝑚𝑜𝑙 323 308
𝑘1
𝑙𝑛 = −1,63
𝑘2
𝑘1
= 𝑒 −1,63
𝑘2
𝑘1
−1,63
= 𝑘2
𝑒
0,28 𝑚𝐿/𝑚𝑜𝑙. 𝑠
= 𝑘2
𝑒 −1,63
𝒌𝟐 = 𝟏, 𝟒 𝒎𝑳/𝒎𝒐𝒍. 𝒔