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Patologia Das Construções - Cap 1 e 2
Patologia Das Construções - Cap 1 e 2
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Sumário
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 4
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2.2.1.2 Fissuras causadas por deformação dos elementos estruturais 35
2.2.1.2.1 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga
de apoio 36
2.2.1.2.2 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga
de apoio e superior 37
2.2.1.2.3 Deformação da estrutura – fissura devido à deformação da viga
superior 37
2.2.1.2.4 Deformação da estrutura – fissura em aberturas (janelas e portas)
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2.2.1.2.5 Deformação da estrutura – fissura em balanços 39
2.2.1.3 Fissuras causadas por recalque de fundações 39
2.2.1.3.1 Recalque de fundações – fissuras conjuntas inclinadas 40
2.2.1.4 Fissuras causadas por detalhes construtivos 42
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1 Conceitos e definições
Desempenho: o desempenho de uma estrutura ou edificação é a capacidade
deste elemento em manter suas características previstas em função do ambiente
ao qual está inserido ao longo do tempo.
Vida útil: vida útil de um material é o período de tempo durante o qual as suas
propriedades permanecem acima dos limites mínimos especificados (mantém o
desempenho).
Desempenho mínimo
Tempo
Figura 1.1. Curva desempenho X tempo
4
Qualidade de uma Construção: É a sua capacidade de atender às necessidades
dos usuários nas condições de uso para as quais foi projetada. Pode-se
considerar as necessidades atendidas, de modo geral, se forem satisfeitos os
requisitos relativos à segurança, ao bom desempenho em serviço, à durabilidade,
ao conforto visual, acústico, tátil e térmico, à higiene e à economia, dentre outros.
Os vícios ocultos podem ter diversas origens, e às vezes uma combinação delas.
Será feita mais adiante uma descrição sumária de cada um dos vícios
construtivos usualmente encontrados, procurando-se determinar a causa de cada
um deles, explicando, quando possível, a forma de solucioná-los.
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-Patologia durante a concepção;
-Patologia durante a construção;
-Patologia durante a utilização da construção.
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Figura 1.3. Falta de controle durante a execução
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-A estrutura deverá ter manutenção eficiente, em especial, nas partes onde o
desgaste e a deterioração podem ser maiores; (pinturas, impermeabilização, etc)
-Excesso ou alteração de carregamento (áreas industriais, rodovias);
-Alterações das condições da região ao decorrer da vida útil (ex1: trânsito em
Ouro Preto)(ex2: crescimento de árvores próximo à calhas de telhados)
-Nas construções em alvenaria armada, os usuários devem ser informados sobre
quais paredes são estruturais;
-Deve ser evitada manutenção ineficiente ou inadequada;
-Deve ser prevista verba específica para manutenção;
-Devem ser feitas limpezas e impermeabilizações nos locais que possam
acumular águas, tais como playgrounds, coberturas, marquises, pistas e piscinas;
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Figura 2.1. Aplicação do concreto
b) Cura
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concreto durante as primeiras 24 horas. A continuidade da cura por mais dias,
repõe a perda de água por evaporação. A falta de cura do concreto faz com que a
primeira camada do mesmo perca a água de hidratação, tornando-a fraca, de
baixa resistência a abrasão, porosa e permeável aos agentes agressivos.
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2.1.2 Principais causas das patologias no concreto
a) Formas de madeira devem ser saturadas de água, para que não absorvam a
água do concreto – (A forma irá absorver a água de amassamento do concreto
na região de contato com o mesmo, provocando porosidade e perda de
resistência na região, comprometendo o cobrimento das armaduras);
b) Falta de limpeza e de aplicação de desformantes – (A falta de limpeza e
aplicação de desmoldante irá comprometer o concreto do cobrimento das
armaduras);
c) Insuficiência de estanqueidade das fôrmas;
d) Retirada prematura das fôrmas e escoramentos - (A estrutura irá trabalhar –
receber esforços – sem atingir a resistência final podendo sofrer
deslocamentos e deformações excessivos proporcionando a formação de
fissuras);
e) Remoção incorreta de escoramentos – (Poderão ser induzidos esforços não
previstos na estrutura, provocando a formação de fissuras que podem
comprometer o desempenho estrutural e a durabilidade da edificação).
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2.1.2.2 Causas originadas nas armaduras
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Deficiências de ancoragem – (Elaborar o cálculo e projeto estrutural considerando
todos os esforços existentes);
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Figura 2.8. Dobramento da armadura
e) Excesso de armadura;
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Figura 2.10. Posição inadequada da armadura
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2.1.2.3 Causas originadas na aplicação (concretagem)
• Transporte:
No transporte do concreto deve-se tomar cuidado para que não haja vibração
excessiva, o que pode provocar segregação dos componentes, prejudicando a
homogeneidade do concreto. O transporte, também deve ser rápido, a fim de
evitar que o concreto perca a trabalhabilidade necessária às etapas seguintes.
• Lançamento:
Altura de lançamento → Desagregação do concreto . O concreto deve ser lançado
com técnica que elimine ou reduza significativamente a segregação entre seus
componentes, observando-se maiores cuidados quanto maiores forem a altura de
lançamento e a densidade de armadura. Estes cuidados devem ser majorados
quando a altura de queda livre do concreto ultrapassar 2 m, no caso de peças
estreitas e altas, de modo a evitar a segregação e falta de argamassa (como nos
pés de pilares e nas juntas de concretagem de paredes;
f) Deve-se evitar juntas de concretagem, ou prepara-las adequadamente
(apicoar/escarificar removendo o material superficial proporcionando uma boa
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condição do concreto existente com o concreto novo, umedecer na condição
saturada seca a superfície do concreto);
g) Adensamento (vibração);
É a operação que tem por finalidade a eliminação do ar e dos vazios contidos na
massa. Deve ser feito durante e imediatamente após o lançamento e preencher
todos os espaços da forma, evitando-se a formação de ninhos e a segregação
dos componentes.
Deve ser evitada, também, a vibração junto a ferragem, quando o concreto for
armado, para não ocasionar vazios que prejudiquem a aderência do concreto com
a armadura.
h) Grandes volumes;
calor de hidratação → fissuras
• Cura
É o conjunto de medidas que têm por finalidade evitar a evaporação prematura da
água necessária à hidratação do cimento. Garante a resistência mecânica,
impermeabilidade e resistência ao ataque de agentes agressivos.
Exemplos:
a) lajes → grande área → retração → fissuras → perda de resistência;
b) clima → aumento da evaporação.
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e) Utilização inadequada de aditivos;
a) Abatimento – slump-test;
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Figura 2.14. Moldagem de corpo de prova
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: Projeto
de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
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2.1.2.6 Causas originadas na própria estrutura porosa do concreto
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Figura 2.15. Ataque químico em estação de tratamento de esgoto - Deterioração do
concreto em estação de tratamento de esgoto, com exposição dos agregados, onde são
comuns os ataques de sulfatos e a erosão pela ação da velocidade da água
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Figura 2.16. Ataque ácido sulfúrico
2.1.2.7.3 Lixiviação
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Figura 2.17. Lixiviação sob viaduto rodoviário
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diminuem a quantidade deste elemento além de reduzir a porosidade final da
estrutura
2.1.2.7.4 Carbonatação
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monitoração com inspeções das estruturas podem ser tomadas para evitar os
problemas devido à carbonatação.
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• Reação álcali-carbonato - ocorre entre certos calcários dolomiticos e as
soluções alcalinas presentes nos poros do concreto.
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Ocorre durante a concretagem → as reações dos componentes do cimento com a
água são exotérmicas →há expansão da massa durante o aquecimento e criação
de um gradiente térmico durante o resfriamento provocando grande formação de
fissuras.
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2.2.1 PRINCIPAIS ANOMALIAS ENCONTRADAS NAS ALVENARIAS
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2.2.1.1 Fissuras causadas por variação de temperaturas
Esse tipo de fissura ocorre geralmente nas alvenarias que sustentam lajes de
concreto armado (COMO AS ALVENARIAS ESTRUTURAIS), especialmente na
ligação com as lajes de cobertura. Podem ocorrer também em alvenarias que não
recebem o carregamento direto das lajes.
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MAIOR DIMENSÃO DA EDIFICAÇÃO
Figura 2.23. Fissura horizontal na interface entre a laje e a parede por movimentação
térmica da laje
A ação das variações de temperatura em lajes tem dois efeitos: provoca variação
dimensional no plano da laje (comportamento de membrana) e curvatura da
superfície da laje (efeito placa). Esse último efeito ocorre pela diferença entre as
temperaturas da face exposta e face interna da laje.
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Figura 2.24. Dilatação térmica da laje de cobertura
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Figura 2.26. Fissura inclinada no canto da edificação devido à movimentação da laje de
cobertura.
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Figura 2.28. Fissura vertical na região central da alvenaria provocada pela dilatação
térmica da laje de cobertura.
Nestes casos a alvenaria não recebe o carregamento da laje, pois estas estão
apoiadas nas vigas estruturais da edificação, mas mesmo assim estão sujeitas
aos deslocamentos térmicos desta estrutura.
Nestes casos as patologias também são mais evidentes nas alvenarias próximas
à cobertura da edificação.
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Figura 2.30. Fissura inclinada no último pavimento por movimentação (dilatação) térmica da
estrutura de concreto
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Quadro 1. Limites de deslocamentos (NBR 6118 – ABNT.2003)
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Figura 2.31. Fissura em alvenaria causada por deformação da viga de apoio
Figura 2.32. Fissura em alvenaria causada por deformação nas vigas de apoio e superior
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Figura 2.33. Fissura em alvenaria causada por deformação nas vigas superior
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2.2.1.2.5 Deformação da estrutura – fissura em balanços
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Em função de sua complexidade e multicausalidade, as fissuras em alvenarias
provocadas por recalques de fundações possuem configurações variadas e de
difícil diagnóstico.
A análise das fissuras deve ser feita como “um todo”. Os diferentes tipos de
configurações das fissuras podem induzir ao erro da interpretação de sua origem.
Ao se analisar ,por exemplo, somente a vista C-C da Figura 2.37 pode levar a
uma interpretação de fissura por origem térmica.
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Figura 2.38. Fissuras conjuntas provocadas pela rotação da edificação devido à recalque
diferencial das fundações
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Figura 2.41. Fissura em alvenaria por recalque de fundação
Figura 2.42. Configuração típica das fissuras por recalques das fundações
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- Elementos metálicos fixados diretamente na alvenaria;
- Elementos de madeira ancorados na alvenaria;
- Deficiência de amarrações entre “panos” de alvenaria;
- Tubos ou eletrodutos embutidos em pequena profundidade;
- Etc.
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• preparo inadequado da argamassa;
• argamassas ricas em cimento (grande resistência e rigidez)
• falta de aderência da argamassa à base (base sem limpeza por exemplo);
• elevada espessura do revestimento (problemas de retração);
• ausência de juntas de trabalho (problemas de retração);
• problemas de encunhamento de alvenarias;
• ausência de juntas de trabalho.
2.3.1.1 Eflorescências
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Figura 2.43. Eflorescência no rejunte de revestimento cerâmico
45
Quadro 2. Sais comuns nas eflorescências
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fase de hidratação. Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se
encontrar o CP IV; neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo
teor de hidróxido de cálcio.
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Figura 2.45. Eflorescência em alvenaria de tijolo – estado avançado
A umidade ascendente capilar que ocorre nas alvenarias em contato com o solo,
arrasta consigo os sais solúveis presentes no solo ou nas regiões mais internas
das alvenarias e depois da evaporação deposita-os sobre a superfície dos
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rebocos. Se a velocidade de evaporação da água é muito elevada, os sais podem
cristalizar no interior da alvenaria gerando subflorescências, que degradamos
ebocos e camadas mais profundas devido ao caráter expasivo dos cristais ali
gerados.
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O método mais eficaz de se combater a umidade ascendente em pares é por
meio de impermeabilização horizontal na base de apoio da alvenaria, criando um
impedimento à capilaridade ascendente.
Não utilizar argamassa com barro, saibro ou argila, pois muitos problemas
decorrem do seu uso equivocado pelo desconhecimento de seus malefícios:
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• O barro/argila só dá a liga no estado fresco, função esta que a cal
desempenha com excelência e não provoca danos à argamassa no estado
endurecido;
• Elevada fissuração devida à alta retração por secagem;
• Material expansivo com a variação de umidade;
• Contém sais solúveis que provocam a retração e expansão que levam à
desagregação da argamassa, além de causar manchas esbranquiçadas na
superfície da parede ou sob a camada de pintura
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diminuir a condensação nas superfícies dos ambientes internos (Ex,
banheiros).
52
2.52. Detalhes construtivos para facilitar o escoamento da água
53
O desplacamento ou descolamento do revestimento de argamassa geralmente
ocorre na ligação entre essa camada e a base (tijolo). Geralmente percebe-se
esse fenômeno com o som cavo produzido quando a superfície é submetida à
percussão.
As causas dessa patologia geralmente estão relacionadas à falta de aderência
entre o revestimento e a bases. Por exemplo, um chapisco executado com areia
fina compromete essa aderência, visto que geralmente nessas condições o
mesmo apresenta maior espessura e tensões devido à retração.
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Ao se aplicar o revestimento (chapisco) na alvenaria ocorre uma rápida absorção
da água de amassamento que compromete a formação dos produtos da
hidratação do cimento ocasionando baixa resistência, e consequentemente baixa
aderência.
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As juntas de movimentação são juntas intermediárias, normalmente mais largas
do que as de assentamento, projetadas para aliviar tensões geradas por
movimentações da parede, ou do próprio revestimento, devido às variações de
temperatura ou por deformação da estrutura de apoio (concreto).
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A importância do perfeito rejuntamento destas juntas está no fato de se evitar a
entrada de água no revestimento.
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Figura 2.57. Descolamento do revestimento cerâmico – Má aplicação da argamassa –
pouca área de adesão.
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2.3.1.6 Patologias nas pinturas
Para melhor entendimento das patologias que ocorrem nas pinturas serão
abordadas algumas definições:
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1. Seleção inadequada da tinta por conta da exposição imprópria a condições
agressivas em relação ao produto selecionado ou por incompatibilidade
com o substrato;
Exemplos:
• tinta pva ou massa corrida pva em ambiente externo ou sujeito à
umidade;
• Aplicação de tinta com baixa resistência à radiação solar em
ambiente externo, com destruição do filme por fissuramento ou por
deterioração com pulverulência, eventualmente acompanhadas de
perda de brilho e de cor;
• Aplicação de tinta com baixa flexibilidade sobre substrato de
variação dimensional elevada, com destruição do filme por
fissuramento;
• Aplicação de tinta com baixa resistência ao ataque por agentes
biológicos, tais como bolor, fungos e algas, em substrato de alta
umidade, com apresentação de manchas escuras sobre a
superfície;
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• Secagem muito rápida devido à temperatura ou umidade
inadequadas ou ventos fortes, enrugando o filme.
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Figura 2.61. Falha na aderência da película de tinta
62
4. Substrato que não apresenta estabilidade, como quando a argamassa ou o
concreto ainda não curaram, ou quando sua superfície está deteriorada ou
friável;
Exemplos:
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7. Aplicação inadequada da tinta.
Exemplo:
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