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PLANEJAMENTO DIDÁTICO
E-LEARNING E GESTÃO
DE CURSOS ONLINE
© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
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Camila Braga de Oliveira Higa
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Editorial
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Daniella Fernandes Haruze Manta
Flávia Mello Magrini
Leonardo Ramos de Oliveira Campanini
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Domingos, Priscila Perez


D671p Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos online /
Priscila Perez Domingos, – Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2018.
95 p.
ISBN 978-85-522-0655-2
1. E-learning. 2. Educação. 3. Planejamento didático.
I. Domingos, Priscila Perez. II. Título.
CDD 600

Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491

2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
PLANEJAMENTO DIDÁTICO: E-LEARNING E GESTÃO DE
CURSOS ON-LINE

SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04

Tema 01 – Cursos e-learning 05

Tema 02 – Planejamento de cursos EAD 20

Tema 03 – Direitos autorais 33

Tema 04 – Produção de materiais para EAD 46

Tema 05 – Conceituando avaliação 58

Tema 06 – O plano do projeto 70

Tema 07 – Planejamento educacional 81

Tema 08 – Questões econômicas relacionadas ao design instrucional 95

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 3


Apresentação da disciplina

A educação vem se aperfeiçoando a cada dia. Os métodos de ensino es-


tão em constante atualização, o ensino tradicional que se apresentava de
modo presencial, atualmente, se apresenta a distância. O aluno adquire
o conhecimento via meios de comunicação pela internet. A mudança no
modelo pedagógico tradicional se faz necessária, de modo geral, as institui-
ções têm enfrentado uma crise por falta de tempo. A frequente necessida-
de de qualificação das pessoas frente a um mercado de trabalho curricular
exigente confronta-se com a disponibilidade cada vez menor de horário
de cursos presenciais em sala de aula. Decorrente dessa necessidade, foi
possível adotar novos comportamentos para a educação de uma nova ge-
ração, com novas expectativas, a geração digital. Essa geração utiliza con-
teúdos e desenvolvimento de prática docente mediados pela tecnologia no
ensino a distância (EAD). Pensando nisso, esta disciplina foi montada de
forma a oferecer aos profissionais da educação e docentes do ensino su-
perior todos os caminhos necessários para o planejamento, a construção
e produção de materiais educacionais didáticos digitais para a gestão de
cursos on-line. Nesse contexto, a disciplina explicará o que significa o ter-
mo e-learning, abordará sobre a construção de materiais educacionais e
digitais. Serão apresentados temas relacionados ao planejamento de cur-
sos on-line, produção de materiais para EAD e seus direitos autorais. Serão
descritos temas sobre avaliação e suas técnicas na educação a distância, o
tripé escopo/prazos/custos em projetos de EAD, aprofundamento nas ati-
vidades de planejamento educacional e, para concluir a disciplina, serão
apresentados temas sobre as questões econômico-financeiras relaciona-
das ao design instrucional/educacional. Você será orientado a trabalhar a
fundamentação teórica da disciplina que estabelece as bases do reconheci-
mento acadêmico da área de aprendizagem baseada em problemas, uma
área que interage com outras áreas do conhecimento e campos do saber,
com a obtenção de melhores resultados no aprendizado.

4 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


TEMA 01
CURSOS E-LEARNING

Objetivos

• Conhecer o significado da palavra e-learning, as carac-


terísticas de um curso e-learning e as modalidades do
e-learning.

• Entender sobre os aplicativos LMS, LCMS e gerencia-


dores de conteúdo, Web 2.0 VLEs 2.0, os objetos de
aprendizagem e o Padrão SCORM.

• Compreender a elaboração de parâmetros para a


construção de materiais educacionais e digitais.

5 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Introdução

No processo de gestão da educação, o aprendizado é fundamental, espe-


cialmente em um mundo em constante evolução, onde o incerto, o impre-
visto, as mudanças e as transformações estão cada vez mais presentes.
O conhecimento evolui de forma incontrolável e é cada vez maior a quan-
tidade de informações disponíveis. A demanda por educação a distância
(EAD) cresce a cada dia e cada vez mais no mundo, impulsionada pelos
avanços da tecnologia e pela necessidade de o aluno ter seu próprio tem-
po e ritmo de aprendizagem. As plataformas de ensino a distância foram
desenvolvidas para apoiar o ensino/aprendizagem e incluem ferramentas
para ajudar o professor a organizar, construir e gerenciar uma ou mais
disciplinas ou um curso on-line, sem, é claro, deixar de incluir também
ferramentas de apoio ao aluno durante a sua aprendizagem. Essas fer-
ramentas de apoio e disponibilização de conteúdo são baseadas em um
sistema eletrônico aliado à internet e são continuamente desenvolvidas
também para que o aluno seja estimulado, acolhido e provocado a estu-
dar e aprender de diversas maneiras, com estratégias interativas, de co-
municação e de avaliação diversas

A partir dessa premissa, fica fácil entender o significado da palavra e-le-


arning (electronic learning) ou aprendizagem eletrônica. A principal e fun-
damental importância de realizar um curso e-learning é a utilização de
tecnologias da informação e comunicação atuais, incluindo o elemento
humano e, desse modo, poder fazer parte de um modelo de educação
a distância mais abrangente, dinâmico e com melhores resultados. Com
isso, esse modelo de curso e-learning alia a versatilidade da educação,
realizada por meio de conteúdos digitais interativos, com o uso de uma
plataforma de educação a distância na web, possibilitando ao professor e
à instituição suprir as necessidades e facilidades dos alunos por meio de
comunicação assíncrona e em tempo real.

6 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


1. Modalidades e características e-learning

O curso e-learning é uma modalidade de ensino a distância que proporcio-


na acesso aos conteúdos educativos de uma maneira dinâmica que eco-
nomiza tempo no deslocamento do aluno à instituição, no agendamento
de aulas e espaço físico, pois possibilita adquirir o aprendizado a partir
de qualquer lugar do mundo, basta estar conectado à internet. Existem
duas formas em que o e-learning pode ser trabalhado, a primeira é em
cursos on-line como cursos livres, preparatórios, de graduação, de pós-
-graduação, educacionais e corporativos voltados ao público em geral, e
a segunda forma é o e-learning corporativo, utilizado em empresas para a
melhoria dos processos empresariais e para que a educação corporativa
seja mais dinâmica.

As principais características do e-learning são foco no aluno e em suas


necessidades de aprendizagem; possibilidade de ter alunos de qualquer
lugar do mundo, pois há flexibilidade de espaço e tempo; os conteúdos
são atualizados rapidamente; personalização do conteúdo com imagens,
vídeos e demais recursos; a tutoria EAD pode ser realizada de forma ativa
por especialistas ou por ferramentas de tecnologia dotadas dessa inteli-
gência, pois está conectada diretamente com o aluno; o aluno define seu
horário de estudo; habilidades e capacidades de autoaprendizagem por
meio do autoestudo; menor custo em relação ao ensino presencial; maior
número de alunos do que na sala de aula presencial; maior número de
cursos ofertados; acompanhamento por meio de relatórios EAD do rendi-
mento dos alunos; uso de diversas ferramentas síncronas e assíncronas
de comunicação e interação.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 7


PARA SABER MAIS
Para se aprofundar no tema sobre e-learning, sugiro que faça
a leitura do livro Introdução ao e-learning, que aborda uma
breve análise da evolução histórica da formação a distância e
on-line, os conceitos da autoformação colaborativa, a gestão
do conhecimento e o papel do e-learning na sociedade do co-
nhecimento. Um livro de CAÇÃO, R.; DIAS, P.J. Introdução ao
e-learning©. 1. ed. Sociedade Portuguesa de Inovação, S.A.,
2003. Disponível em: <http://www.spi.pt/documents/books/e-
-learning/docs/IntroducaoaoeLearning-formando.pdf>.
Acesso em: 30 jan. 2018.

2. Aplicativos e gerenciadores de conteúdo

A modalidade de ensino eletrônica é oferecida por meio de um ambien-


te virtual de aprendizagem, que dispõe de recursos como gestão, co-
municação, compartilhamento de ideias, soluções, projetos e distribui-
ção de conteúdos digitais e de aprendizagem. O e-learning é apresenta-
do a partir de um sistema de gestão caracterizado por uma plataforma
conhecida como Learning Management System (LMS) ou Sistema de
Gestão de Aprendizagem, também conhecido como Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA). A plataforma LMS oferece diversos recursos com o
objetivo de influenciar de modo inovador e positivo o processo de apren-
dizagem on-line e também com um maior planejamento, implantação e
controle das demandas de atividades.
Dentro de uma plataforma LMS são disponibilizados diversos conteúdos,
seja em formato de apresentações, videoaulas, imagens, cases, entre ou-
tras. Para que seja possível a disponibilização do conteúdo na platafor-
ma, há necessidade de um sistema que gerencie o conteúdo inserido na
plataforma, focado no planejamento e desenvolvimento de conteúdo da
aprendizagem alinhado às diretrizes pedagógicas do curso e aos objetivos

8 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


de aprendizagem, conhecido como LCMS – sistema de gerenciamento de
conteúdo da aprendizagem. Cada plataforma possui sua funcionalidade
específica, porém deve conter alguns processos principais de aprendiza-
gem que a deixam completa.
Cada plataforma possui sua funcionalidade específica, uma das mais im-
portantes funcionalidades é a personalização, pois faz com que um trei-
namento corporativo ou um curso on-line transmita uma identidade úni-
ca, mais atrativa e engajada com os conteúdos e também com o ambiente
LMS de aprendizagem. Outra funcionalidade importante está associada à
hospedagem, que permite a rápida atualização do conteúdo e o processo
de gestão desse conteúdo. Interessante aqui é que os conteúdos sejam
planejados e estruturados antes do início do curso ou da disciplina para
que sejam oferecidos de forma otimizada e organizada.

ASSIMILE
Possuir uma estrutura de conteúdos bem definida e clara é
fundamental para melhor engajamento dos alunos, possibi-
lita a criação de aulas específicas e com isso podem-se distri-
buir em cada aula materiais e conteúdos complementares.

Para oferecer o completo processo de aprendizado do aluno, outra im-


portante funcionalidade específica da plataforma é a avaliação que esti-
mula o aprendizado das mais variadas formas.

EXEMPLIFICANDO
Ideal é fazer a gestão completa de todos os usuários adminis-
tradores, professores e alunos, oferecendo acesso, segurança
da informação e guarda do histórico de acessos e interações
para cada usuário. Por serem cursos a distância, é muito im-
portante trabalhar a comunicação com os alunos, sempre di-
recionando-os ao conteúdo e às informações atualizadas.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 9


3. Web 2.0, objetos de aprendizagem e padrão scorm

Salas de aulas virtuais, campus eletrônicos e bibliotecas on-line são aces-


sados em um grande espaço compartilhado, conhecido como Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA). Os AVA, ou plataformas para educação on-
-line, são softwares de gerenciamento de processos de ensino/aprendiza-
gem. Em um AVA, é possível vivenciar uma realidade em que as novas tec-
nologias da informação e comunicação caminham juntas, pois cria-se um
espaço de interação entre professores e alunos. O professor disponibiliza
as informações e os materiais relacionados ao curso e o aluno encontra
os elementos necessários para desenvolvimento de sua aprendizagem.

Uma nova forma de utilização por desenvolvedores e usuários na internet


é a Web 2.0 VLEs 2.0 (ambientes virtuais de aprendizagem 2.0), uma nova
plataforma de utilização considerada como a segunda geração de servi-
ços que incentiva a criatividade, o compartilhamento de conteúdos entre
os usuários.

Para que esse processo aconteça, é necessário padronizar o modo como


os conteúdos são disponibilizados no AVA ou na Web 2.0 e a adequação
do Objeto de Aprendizagem (OA) que permitem operacionalizar a cola-
boratividade entre docentes, discentes e tutores. Os OAs, assim como no
ensino presencial, são utilizados também como recursos digitais didáti-
cos interativos que ajudam o professor/tutor no ensino de conteúdos de
aprendizagem com o objetivo de facilitar a construção do conhecimento
por meio de animações, textos, imagens, vídeos e até mesmo exercícios.
O Objeto de Aprendizagem é um facilitador na construção do conheci-
mento e na aplicação de materiais educacionais.

O padrão denominado Sharable Content Object Reference Model (SCORM)


possibilita a publicação de Objetos de Aprendizagem (OAs) na web por meio
de funcionalidades específicas nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
O SCORM facilita a comunicação do Objeto de Aprendizagem (OA) com o

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AVA. O processo de criação de Objetos de Aprendizagem para utilização
no AVA é dividido em etapas preestabelecidas e multidisciplinares carac-
terizadas por:

• análise: processo que reúne a equipe didática com os professores


parceiros com a finalidade de definir conteúdos instrucionais, obje-
tivos, potencialidade de ensino e o público-alvo;

• projeto: é a etapa em que ocorre a padronização do desenvolvi-


mento de materiais de apoio, como o esboço das telas, incluindo
layout, roteiros, mapa de navegação;

• implementação: leva em consideração a acessibilidade seguindo o


padrão SCORM, a fim de contemplar os pré-requisitos necessários
para o público-alvo;

• validação: é direcionada a avaliação do produto de acordo com as


funcionalidades e os objetivos do público-alvo. Nesse processo são
revisadas todas as características técnicas, didáticas e funcionais,
incluindo a fase de testes. Essa fase é importantíssima, pois como
são feitos testes em diferentes sistemas operacionais, caso ocorram
erros, o OA terá que retornar à fase de implementação para corrigir
anormalidades. Na fase de validação, também são elaboradas as
documentações necessárias de instalação, hardware e manual do
usuário;

• acompanhamento: o curso, estando elaborado e validado, pode ser


oferecido na web e, a partir de então, a etapa de acompanhamento
consiste em coletar dados sobre o curso, analisar seu impacto entre
os usuários, alunos e professores, com relação a análise de desem-
penho, satisfação e motivação. Acompanhar também o impacto do
curso na universidade e na comunidade.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 11


PARA SABER MAIS
Para compreender melhor sobre os objetos de aprendi-
zagem, leia o artigo: AMARAL, M. A. et al. Desenvolvimento
acessível de Objetos de Aprendizagem. Colabor@ – Revista
Digital da CVA – Ricesu. v. 6, n. 24, dez. 2010. Disponível em:
<http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/
article/download/153/131> Acesso em: 29 jan. 2018.

O artigo descreve o desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem e tem


como finalidade estudar e validar padrões de desenvolvimento de Objetos
de Aprendizagem, bem como as diretrizes de acessibilidade.

4. Construção de materiais educacionais e digitais

A construção de materiais educacionais está de acordo com uma visão


estratégica de coleta de dados, discussão de temas, avaliação das infor-
mações de maneira apropriada, a fim de dar suporte para a produção
dos autores. Para a produção de conteúdo dos autores, o próximo pas-
so da pesquisa consiste no aprimoramento da metodologia, é necessá-
rio diferenciar o conhecimento de informação e de aprendizagem. As in-
formações são entendidas como dados exteriores, comunicados orais e
ou midiatizados por materiais analógicos e digitais. O conhecimento é o
resultado de toda a construção mental realizada a partir de informações
adquiridas de três tipos de conhecimentos: conceitos, procedimentos e
princípios. A aprendizagem transforma informações em conhecimento.

Para a construção de ensino e aprendizagem, é necessário reagrupar as


atividades de aprendizagem, ou seja, os recursos utilizados, as produções
a realizar, e o encaminhamento das atividades. Os tipos de cenários po-
dem ser por construção, descoberta guiada, recepção, estudo de caso,
exercícios, entre outros.

12 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Na educação a distância, o professor precisa ter uma postura inovadora,
criar estratégias educacionais diversificadas, fazer um planejamento por-
menorizado do conteúdo objeto de estudo. O professor se desloca do seu
papel usual para ser o conteudista do curso; esse conteudista que propõe
o conteúdo didático do curso nem sempre faz a mediação pedagógica en-
tre o aluno e o conteúdo.

Para a construção dos materiais educacionais (realizado pelo conteudista


ou autor especialista), é importante entender que, além de identificar os
tipos de conhecimentos tratados no curso, o nível de competência visa-
do pelo aluno, os objetivos de aprendizagem, também a elaboração do
cenário de aprendizagem em que o aluno recebe informações sobre um
projeto, uma situação ou um problema são fundamentais para a realiza-
ção de uma produção de conteúdo. Nesse caso, o professor-tutor atua
como um mediador pedagógico entre o aluno e o conteúdo, ou seja, um
agente do processo de ensino/aprendizagem, e auxilia o aluno na reso-
lução do problema, oferecendo assistência metodológica, porém sem lhe
dar a solução. Outros cenários importantes são a elaboração das ativi-
dades de aprendizagem, realizadas pelo conteudista especialista, situa-
ções-problemas a serem realizadas pelos alunos do curso e a elaboração
das atividades de formação da aprendizagem que são realizadas pelos
professores-tutores.

Na construção de materiais pedagógicos no EAD são utilizadas mídias apli-


cáveis ao contexto de ensino e aprendizagem por componentes físicos;
audiovisual, como a gravação de áudio ou vídeo; componente informativo
via web, como a indicação de links para pesquisa; unimídia ou monomídia,
como capítulos de livros, artigos; multimídia, como, por exemplo, um vídeo
produzido em CD-ROM sobre o assunto da aula; hipermídia, como site da
web com hiperlinks direcionados para mídias com som, vídeos ou textos.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 13


Fundamental também é preparar a avaliação formal da aprendizagem e
que seja coerente com o tipo de conhecimento, nível de competência, tipo
de cenário de ensino e aprendizagem, os objetivos de aprendizagem e os
tipos de atividades de aprendizagem e de formação definidos no módulo
ou na disciplina.

A utilização das ferramentas oferecidas no AVA serve de apoio à aprendi-


zagem a distância, promovendo a comunicação entre os diferentes atores
do processo de ensino e aprendizagem, sejam eles alunos, professor-tu-
tores, professores presenciais, administradores, colaboradores empresa-
riais, entre outros.

LINK
Os cursos a distância podem ser realizados utilizando di-
ferentes tecnologias de comunicação, no entanto, é fato
que o computador e o uso da internet têm potencializa-
do esse tipo de educação com a possibilidade de aces-
sibilidade e inclusão. Entenda melhor esses conceitos e
processos no artigo de GARCIA, V.L. Educação à distância
(EAD) – conceitos e reflexões. Medicina (Ribeirão Preto).
v. 48, n. 3, p. 209-213, 2015. Disponível em: <http://revista.
fmrp.usp.br/2015/vol48n3/simp1_Educacao-a-distancia-
conceitos-e-reflexoes.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2018.

14 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Na educação a distância, o professor precisa ter uma postura inova-
dora, criar estratégias educacionais diversificadas, fazer um planeja-
mento pormenorizado do conteúdo objeto de estudo. O professor se
desloca do seu papel usual para ser o conteudista do curso; esse con-
teudista que propõe o conteúdo didático do curso nem sempre faz a
mediação pedagógica entre o aluno e o conteúdo. Após compreender
o que é o e-learning, você saberia descrever quem é esse novo ator que
faz a mediação pedagógica entre o aluno e o conteúdo da disciplina?
Qual é o papel fundamental desse ator?

O tutor é o mediador pedagógico e tem papel fundamental de fazer


a interação entre os participantes. Aos poucos, o tutor assume a res-
ponsabilidade de ser capaz de abordar novos assuntos e contribuir
com materiais e experiências além dos fornecidos pelo curso. O tutor
tem o papel de acompanhar o grupo que, com o tempo, irá caminhar
pela plataforma e pelos estudos com autonomia.

5. Considerações finais

• A demanda por educação a distância (EAD) cresce a cada dia e cada


vez mais no mundo, impulsionada pelos avanços da tecnologia e
pela necessidade de o aluno ter seu próprio tempo e ritmo de apren-
dizagem. As plataformas de ensino a distância foram desenvolvidas
para apoiar o ensino/aprendizagem e incluem ferramentas para
ajudar o professor a organizar, construir e gerenciar uma ou mais
disciplinas ou um curso on-line, sem, é claro, deixar de incluir tam-
bém ferramentas de apoio ao aluno durante a sua aprendizagem.

• O modelo de curso e-learning alia a versatilidade da educação, rea-


lizada por meio de conteúdos digitais interativos com o uso de
uma plataforma de educação a distância na web, possibilitando ao

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 15


professor e à instituição suprir as necessidades dos alunos por meio
de comunicação assíncrona e em tempo real.

• O e-learning é apresentado a partir de um sistema de gestão caracte-


rizado por uma plataforma conhecida como Learning Management
System (LMS). A plataforma LMS oferece diversos recursos com
o objetivo de influenciar de modo inovador e positivo o processo
de aprendizagem on-line e também com um maior planejamento,
implantação e controle das demandas de atividades.

• Para a construção dos materiais educacionais, é importante enten-


der que, além de identificar os tipos de conhecimentos tratados no
curso, o nível de competência visado pelo aluno, os objetivos de
aprendizagem, também a construção no cenário de aprendizagem
em que o aluno recebe informações sobre um projeto, uma situa-
ção ou um problema são fundamentais para a realização de uma
produção de conteúdo.

Glossário

• E-learning: electronic learning ou aprendizagem eletrônica.

• EAD: ensino a distância.

• LMS: Learning Management System. A plataforma LMS oferece di-


versos recursos com o objetivo de influenciar de modo inovador e
positivo o processo de aprendizagem on-line e também com um
maior planejamento, implantação e controle das demandas de
atividades.

• AVA: Ambiente Virtual de Aprendizagem, AVA é a nomenclatura


em português para LMS.

• OA: Objeto de Aprendizagem.

16 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. A principal importância de realizar um curso EAD é a utili-
zação de tecnologias da informação e comunicação atuais,
incluindo o elemento humano e, desse modo, poder fazer
parte de um modelo de educação a distância mais abran-
gente, dinâmico e com melhores resultados.
De acordo com o contexto, qual é o nome dado a esse mo-
delo de curso de educação a distância?
a) AVA
b) E-learning
c) LMS
d) LCMS
e) SCORM
2. Salas de aulas virtuais, campus eletrônicos e bibliotecas on-
-line são acessados em um grande espaço compartilhado,
conhecido como .
Assinale a alternativa que completa a frase:
a) AVA
b) e-learning
c) LMS
d) LCMS
e) SCORM
3. O Objeto de Aprendizagem é dividido em etapas preesta-
belecidas e multidisciplinares caracterizadas por:
I. Análise
II. Projeto
III. Implementação
IV. Validação
V. Acompanhamento

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 17


De acordo com o contexto, assinale a alternativa que corres-
ponde às afirmativas verdadeiras (V) e falsas (F) de I até V:
a) V–V–V–V-V
b) V–F–V–F-V
c) F– V – F – V - V
d) V–V–F–V-F
e) F–F–F–V-V

Referências Bibliográficas

AMARAL, M. A. et al. Desenvolvimento acessível de objetos de aprendizagem.


Colabor@ - Revista Digital da CVA – Ricesu. v. 6, n. 24, dez. 2010. Disponível em:
<http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/download/153/131>.
Acesso em: 29 jan. 2018.
CAÇÃO, R.; DIAS, P.J. Introdução ao e-learning©. 1. ed. Sociedade Portuguesa de
Inovação, S.A., 2003. Disponível em: <http://www.spi.pt/documents/books/e-lear-
ning/docs/IntroducaoaoeLearning-formando.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2018.
GARCIA, V.L. Educação à distância (EAD) – conceitos e reflexões. Medicina (Ribeirão
Preto). v. 48, n. 3, p. 209-213, 2015. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2015/
vol48n3/simp1_Educacao-a-distancia-conceitos-e-reflexoes.pdf>. Acesso em: 30
jan. 2018.
PIVA, D. et al. EAD na prática: planejamento, métodos e ambientes. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.

Gabarito – Tema 01

Questão 1 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: o curso e-learning é uma modalidade


de ensino a distância que proporciona acesso aos conteúdos edu-
cativos de uma maneira dinâmica que economiza tempo e espaço,
pois possibilita adquirir o aprendizado a partir de qualquer lugar do
mundo, basta estar conectado à internet.

18 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Questão 2 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: salas de aulas virtuais, campus ele-


trônicos e bibliotecas on-line são acessados em um grande espaço
compartilhado, conhecido como Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA).

Questão 3 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: o Objeto de Aprendizagem é dividido


em etapas preestabelecidas e multidisciplinares caracterizadas por:

I – Análise

II – Projeto

III – Implementação

IV – Validação

V – Acompanhamento

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 19


TEMA 02
PLANEJAMENTO DE CURSOS EAD

Objetivos

• Conhecer os dados gerais do projeto, o design ou pro-


jeto instrucional de curso virtual e as considerações
importantes do desenvolvimento de cursos virtuais.

• Compreender a gestão de projetos educacionais


on-line.

• Conhecer o planejamento pedagógico para cursos EAD.

20 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Introdução

Com o avanço contínuo do ensino a distância, torna-se cada vez mais


atrativo e singular o uso de novas técnicas para a formação acadêmica e
corporativa. Há várias formas de aprender e ensinar no Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA), este é o caso do projeto instrucional, que tem o
objetivo de superar a visão do projeto político de curso (PPC), pois não se
limita apenas a definir ementas, conteúdos e bibliografia. O foco do pro-
jeto instrucional está na grade curricular, nas competências e habilidades
a serem construídas, efetiva a forma teórica em prática considerando ca-
racterísticas individuais de cada curso com elevado grau de qualidade.

O planejamento de cursos on-line envolve uma grande carga gerencial,


é preciso pensar em uma metodologia direcionada ao planejamento de
cursos que minimize a carga operacional do docente sem deixar de lado a
complexidade exigida para os processos de design instrucional.

Neste Tema, iremos abordar a necessidade de realizar o planejamento da


disciplina, parte essencial para a construção do curso on-line. Por meio
do planejamento, a instituição de ensino terá a possibilidade de definir
o processo de implantação de um curso, saberá quais os passos a serem
seguidos, definir o objetivo do curso e quais são claramente as estratégias
a serem seguidas. O projeto instrucional tem o papel de construir compe-
tências e habilidades claramente definidas e deve proporcionar ao aluno
informações sobre o conteúdo abordado no curso, análise e solução de
problemas aproximados aos vividos por profissionais na vida real.

1. Projeto instrucional de curso virtual

Na educação, o desenvolvimento de um planejamento de um curso é o


mesmo que planejar o currículo do curso, este é um passo fundamental
para o profissional de design instrucional. Nesse planejamento, alguns

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 21


critérios são considerados importantes, como definir o tipo de curso a ser
elaborado e o perfil do público-alvo; fazer análise da viabilidade; realizar
a alocação de recursos tecnológicos e físicos; criar um projeto pedagógi-
co com possibilidades de implementação de uma equipe multidisciplinar
que promova o envolvimento de professores e alunos; criar o ambiente
virtual do curso, que seja de fácil acesso e tenha possibilidade de manu-
tenção, navegabilidade e controle dos cursos a distância, promovendo a
interação entre professores e alunos.

Entendido esse processo, é necessária a elaboração de um projeto ins-


trucional de curso virtual. Os elementos fundamentais que compõem um
projeto de curso superior a distância ou demais cursos ofertados em LMS,
segundo as diretrizes da Comissão Assessora para Educação Superior a
Distância do MEC, são: processo de ensino e aprendizagem e organização
curricular; infraestrutura de apoio; gestão; custos; equipe multidisciplinar;
material didático; interação de alunos e professores; avaliação de ensino
e de aprendizagem.

ASSIMILE
Dentre as possíveis propostas de desenvolvimento, são uti-
lizadas a abordagem baseada em problemas, aprendizagem
colaborativa em grupos, processos de imersão total no am-
biente virtual e independência do aluno com relação ao aten-
dimento tutorial. Nessa fase de desenvolvimento, o processo
engloba a criação do conteúdo do material didático e a adap-
tação dos meios de comunicação existentes.

A próxima fase é coletar todas as respostas negativas relativas às pergun-


tas efetuadas no processo de desenvolvimento e que precisam de revi-
são. Na fase de implantação, colocam-se em ação os materiais criados e
aprovados para a distribuição dos estudantes. Na implantação, são de-
monstradas aos participantes as experiências de aprendizagem utilizando

22 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


mídias para complementar o conteúdo criado. Nessa fase, é importante
deixar claras quais as estratégias a serem seguidas em um projeto, tanto
para a área tecnológica quanto para a pedagógica.

PARA SABER MAIS


Para melhor entendimento deste conteúdo, leia o artigo so-
bre O Projeto Instrucional em EaD (SELEME, R.B.; MUNHOZ, A.
S). Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2009/
CD/trabalhos/1252009180458.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2018.
O trabalho considera o projeto instrucional como o produto
do trabalho de uma equipe de profissionais de educação, ne-
cessários para preparar e planejar a atividade de ensino no
ambiente virtual e com o objetivo de oferecer uma aprendi-
zagem com elevado grau de qualidade.

2. Gestão de projetos educacionais on-line

A gestão de um projeto educacional a distância inclui as principais ativida-


des que apoiam a educação formal, qualquer ação educacional, indepen-
dente da modalidade de ensino, deve partir da proposta pedagógica que
direcione qualquer decisão a ser tomada na elaboração de um curso. A
complexidade e a extensão da gestão de projetos dependerão de alguns
processos:

Primeiro, decidir que cursos poderão ser oferecidos; segundo, qual será o
processo de criação e implementação dos cursos; terceiro, nomear, trei-
nar e supervisionar o pessoal administrativo e o acadêmico; quarto, in-
formar por meio de divulgação a disponibilidade dos cursos; quinto, de-
monstração dos cursos, como fazê-lo; sexto, matricular os candidatos e
dar início aos procedimentos de admissão; sétimo, cobrar taxas, manter
a contabilidade e a inserção de bolsas de estudo; oitavo, estabelecer os

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 23


serviços de instruções e aconselhamento aos alunos; nono, cuidar dos
procedimentos de avaliação, notas, certificados e diplomas dos alunos;
décimo, instalar bibliotecas e centros de estudo; décimo primeiro, ma-
nutenção da tecnologia, em especial dos servidores e equipamentos de
informática; e por último manter a qualidade, eficácia e a eficiência do
programa oferecido para os cursos.

A integração de mídias interativas diminui algumas limitações nos cur-


sos on-line, pois proporciona várias possibilidades de estudo ao aluno,
além de atender às diferentes formas de aprender. Essa nova proposta
pedagógica no AVA desenvolve competências na formação profissional
do aluno, pois requer um novo princípio educativo diante da rapidez das
mudanças na sociedade da informação; desenvolve competências como
aprender a buscar informações, compreendê-las e saber utilizálas na re-
solução de problemas.

A elaboração do projeto pedagógico deve atender às expectativas do pú-


blico envolvido, características comuns aos alunos interessados, como a
busca por capacitação, a gestão do tempo, ou seja, a possibilidade de con-
ciliar trabalho e estudo, e, além disso, atender às expectativas dos profes-
sores, conteudistas, tutores, gestores e outros, que consigam operaciona-
lizar a proposta da melhor maneira possível, fornecendo ao aluno infor-
mações e recursos de qualidade e permitindo que ele alcance a formação
que espera obter.

Uma das tarefas mais importantes para os gestores consiste em recrutar


e treinar colaboradores para criar e operar grande parte do programa dos
cursos. Os colaboradores necessários são especialistas nas diversas dis-
ciplinas, instrutores para ensinar os cursos criados, especialistas tutores,
especialistas em tecnologia e técnicos que instalam e fazem a manuten-
ção dos sistemas de comunicação, dirigentes como reitores e presiden-
tes, administradores como diretores de programas, gerentes de cursos
e coordenadores locais, auxiliares que processam matrículas, notas de

24 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


avaliação ou materiais. Essencial que haja treinamentos e orientações
aos colaboradores relacionados ao programa de desenvolvimento pro-
fissional, pois todos precisam entender o seu papel dentro da proposta
pedagógica planejada, para que haja comprometimento com a qualidade
no planejamento, na produção, na revisão, edição e diagramação de um
material, além do atendimento direto ao aluno ou em qualquer outra ati-
vidade que envolva um curso on-line.

EXEMPLIFICANDO
Embora toda pessoa em uma instituição educacional tenha
uma função a desempenhar, os gestores são responsáveis
por sua avaliação e por coletar dados com a finalidade de
melhorar a qualidade da instituição. Os fatores a serem mo-
nitorados são a quantidade e a qualidade de consultas e ma-
trículas, os resultados apresentados pelo aluno, a satisfação
do aluno e do corpo docente, a reputação do programa ou
da instituição, e a qualidade dos materiais do curso.

PARA SABER MAIS


Para melhor entendimento deste conteúdo, leia o artigo
Elementos para implantação de cursos à distância (PAULA, K.
C., FERNEDA, E., CAMPOS FILHO, M. P). Colabor@ – Revista
Digital da CVA – Ricesu, v. 2, n. 7, mai. 2004. Disponível em:
<http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/arti-
cle/viewFile/52/46>. Acesso em: 4 fev. 2018. O artigo apon-
ta elementos para implantação de cursos na modalidade a
distância, os aspectos favoráveis e primordiais apoiados em
tecnologias de comunicação e informação.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 25


3. Planejamento pedagógico para cursos EAD

Com o intuito de ajudar o aluno em sua aprendizagem e em relação ao


tempo, a proposta pedagógica para cursos on-line apresenta alguns as-
pectos que atendem às exigências do contexto atual, como a comunica-
ção entre os envolvidos, a garantia da interação e o acompanhamento de
alunos e de professores, a logística de implementação e execução do cur-
so. O ambiente de aprendizagem on-line deve ser interativo e propulsor
do estudo e deve ter atenção aos cuidados especiais com a produção do
material didático.

Um elemento fundamental para um bom desenvolvimento de construção


de ambientes de aprendizagem para o ensino a distância é a preocupação
com as orientações pedagógicas de todo o projeto do curso, pois é im-
portante saber o que oferecer pedagogicamente e quais são os objetivos
educacionais, as ferramentas e o conteúdo que farão parte do corpo me-
todológico de um programa educacional. A diferença no caso do ensino
on-line se faz pela utilização dos recursos tecnológicos mais adequados,
porém é necessário que a qualidade do processo educativo venha de uma
concepção de EAD como educação e não somente como ensino, por isso
é importante oferecer um projeto pedagógico de qualidade.

O projeto político pedagógico (PPP) deve definir o currículo do curso, ou


seja, os objetivos, metodologias, conteúdos e avaliação. No PPP, encon-
tra-se a proposta de uma gestão participativa, democrática e crítico-re-
flexiva, elementos fundamentais para a existência de uma aprendizagem
significativa, lembrando que o fator essencial está no docente e em todo
o conjunto de atores e recursos da proposta pedagógica, que deve ser
coeso, qualificado e alinhado com os objetivos de ensino-aprendizagem.

O processo de aprendizagem deve ser desenvolvido, produzido, execu-


tado e avaliado junto à gestão da equipe multidisciplinar que inclui pro-
fessores conteudistas especialistas, tutores a distância, tutores presen-
ciais, tutores remotos, pedagogos, designer instrucional, coordenadores

26 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


de curso, de polo e de tutoria. Cada membro da equipe tem a função de
responder por um conjunto de competências com a finalidade de atender
à proposta educativa, isso é, a aprendizagem é o centro do processo e o
aluno é parte integrante de sua aquisição.
Nessa metodologia de ensino, os professores conteudistas ou conteudis-
tas são responsáveis pela produção do material instrucional, preparação
das aulas e das atividades avaliativas on-line e presenciais, mesmo o cur-
so sendo caracterizado como totalmente a distância. Nos polos são rea-
lizadas as aulas presenciais que devem contar com a presença do tutor
presencial em todas as atividades práticas ou teóricas. As aulas não pre-
senciais ocorrem no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, no qual
os conteúdos e atividades propostas das disciplinas são disponibilizados.
No AVA, os materiais e as ferramentas síncronas, que exigem a participa-
ção do aluno e do professor no mesmo instante (audioconferências, chats,
webconferência), e assíncronas, que são desconectadas do momento real
(fórum, blog, e-mail), são disponibilizadas para os alunos e poderão ser
usadas pelo tutor a distância nas interações entre os alunos e entre tutor e
alunos. Nesse espaço, os alunos ficam à vontade para tirar dúvidas, postar
sugestões, trocar informações com os professores tutores e seus colegas.

LINK
Como sugestão de leitura para melhor entendimento deste
assunto, acesse o link que cita o projeto político pedagógi-
co para EAD: Uma análise De conteúdo sob o olhar da Teoria
Ausubeliana (TONELLI, E., GONÇALVES, J.P.B., VASCONCELOS,
R.T.G.). Disponível em: <http://www.abed.org.br/congres-
so2015/anais/pdf/BD_77.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2018. O arti-
go sobre o projeto do curso em seus registros textuais propõe
um conjunto de ações pedagógicas que favorecem a cons-
trução do conhecimento, por métodos socializantes e indivi-
duais, suportados pelo fazer docente e pelo AVA (Ambiente
Virtual de Aprendizagem).

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 27


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Uma das tarefas mais importantes para os gestores consiste em re-
crutar e treinar colaboradores para criar e operar grande parte do
programa dos cursos a distância. Os colaboradores necessários são
especialistas nas diversas disciplinas, instrutores para ensinar os cur-
sos criados, especialistas tutores, especialistas em tecnologia e técni-
cos que instalam e fazem a manutenção dos sistemas de comunica-
ção, dirigentes como reitores e presidentes, administradores como
diretores de programas, gerentes de cursos e coordenadores locais,
auxiliares que processam matrículas, notas de avaliação ou mate-
riais. Nessa metodologia de ensino, qual é o papel dos professores
conteudistas?

Os professores conteudistas ou conteudistas são responsáveis pela


produção do material instrucional, preparação das salas e das ativi-
dades avaliativas on-line e presenciais, mesmo o curso sendo carac-
terizado como totalmente a distância.

4. Considerações finais

• No desenvolvimento de um planejamento de um curso, alguns cri-


térios são considerados importantes, como definir o tipo de curso
a ser elaborado e o perfil do público-alvo; fazer análise da viabili-
dade; realizar a alocação de recursos tecnológicos e físicos; criar
um projeto pedagógico com possibilidades de implementação de
uma equipe multidisciplinar que promova o envolvimento de pro-
fessores e alunos; criar o ambiente virtual do curso, que seja de
fácil acesso e tenha possibilidade de manutenção, navegabilidade
e controle dos cursos a distância, promovendo a interação entre
professores e alunos.

28 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• A gestão de um projeto educacional a distância inclui as principais
atividades que apoiam a educação formal, qualquer ação educacio-
nal, independente da modalidade de ensino, deve partir da proposta
pedagógica que direcione qualquer decisão a ser tomada na ela-
boração de um curso. Uma das tarefas mais importantes para os
gestores consiste em recrutar e treinar colaboradores para criar e
operar grande parte do programa dos cursos.

• Um elemento fundamental para um bom desenvolvimento de cons-


trução de ambientes de aprendizagem para o ensino a distância é a
preocupação com as orientações pedagógicas de todo o projeto do
curso, pois é importante saber o que oferecer pedagogicamente e
quais são os objetivos educacionais, as ferramentas, o conteúdo que
farão parte do corpo metodológico de um programa educacional.

• A diferença no caso do ensino on-line se faz pela utilização dos


recursos tecnológicos mais adequados, porém é necessário que a
qualidade do processo educativo venha de uma concepção de EAD
como educação e não somente como ensino, por isso é importante
oferecer um projeto pedagógico de qualidade.

Glossário

• PPC: o projeto político de curso se limita apenas a definir ementas,


conteúdos e bibliografia.

• PPP: o projeto político pedagógico define o currículo do curso.

• MEC: Ministério da Educação.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 29


VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. Com o avanço contínuo do ensino a distância, torna-se
cada vez mais atrativo e singular o uso de novas técnicas
para a formação acadêmica e corporativa. Há várias for-
mas de aprender e ensinar on-line.
Qual destas formas tem o foco na grade curricular, nas
competências e habilidades a serem construídas, efetiva a
forma teórica em prática considerando características in-
dividuais de cada curso com elevado grau de qualidade?
a) Projeto instrucional
b) Projeto de ensino a distância
c) Ambiente presencial de aprendizagem
d) Learning Management System
e) Objeto de Aprendizagem
2. Entendido o processo de planejamento do curso EAD, é
necessária a elaboração de um projeto instrucional de cur-
so virtual. Os elementos fundamentais que compõem um
projeto de curso superior a distância, segundo o relató-
rio final da Comissão Assessora para Educação Superior a
Distância do MEC, são:
a) Processo de ensino e aprendizagem e organização cur-
ricular apenas.
b) Infraestrutura de apoio; gestão; custos; equipe multi-
disciplinar apenas.
c) Processo de ensino e aprendizagem e organização cur-
ricular; infraestrutura de apoio; gestão; custos; equipe
multidisciplinar; material didático; interação de alunos
e professores; avaliação de ensino e de aprendizagem.

30 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


d) Material didático; interação de alunos e professores
apenas.
e) Avaliação de ensino e de aprendizagem apenas.
3. Neste projeto encontra-se a proposta de uma gestão parti-
cipativa, democrática e crítico-reflexiva, elementos funda-
mentais para a existência de uma aprendizagem significa-
tiva, lembrando que o fator essencial está no docente e
em todo o conjunto de atores e recursos da proposta pe-
dagógica, que deve ser coeso, qualificado e alinhado com
os objetivos de ensino-aprendizagem. Qual é o nome do
projeto que define o currículo do curso, ou seja, os objeti-
vos, metodologias, conteúdos e avaliação?
a) Projeto instrucional
b) Projeto Político Pedagógico
c) Ambiente presencial de aprendizagem
d) Learning Management System
e) Objeto de Aprendizagem

Referências Bibliográficas

MOORE, M. G., KEARSLEY G. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-li-


ne. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
PAULA, K. C., FERNEDA, E., CAMPOS FILHO, M. P. Elementos para implantação de cur-
sos a distância. Colabor@ – Revista Digital da CVA – Ricesu. v. 2, n. 7, mai. 2004.
Disponível em: <http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/view-
File/52/46>. Acesso em: 4 fev. 2018.
ROSSINI, A.M. As novas tecnologias da informação e a educação a distância. 2. ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
SELEME, R.B.; MUNHOZ, A. S. O Projeto Instrucional em EAD. Disponível em: <http://
www.abed.org.br/congresso2009/CD/trabalhos/1252009180458.pdf>. Acesso em: 1
fev. 2018.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 31


TONELLI, E., GONÇALVES, J.P.B., VASCONCELOS, R.T.G. Projeto político pedagógico
para EAD: uma análise de conteúdo sob o olhar da Teoria Ausubeliana. Disponível
em: <http://www.abed.org.br/congresso2015/anais/pdf/BD_77.pdf>. Acesso em: 6
fev. 2018.

Gabarito – Tema 02

Questão 1 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: o foco do projeto instrucional está na


grade curricular, nas competências e habilidades a serem construí-
das, efetiva a forma teórica em prática considerando características
individuais de cada curso com elevado grau de qualidade.

Questão 2 – Resposta: C

Breve explicação da resposta: os elementos fundamentais que com-


põem um projeto de curso superior à distância, segundo o relatório
final da Comissão Assessora para Educação Superior a Distância do
MEC são: processo de ensino e aprendizagem e organização curricu-
lar; infraestrutura de apoio; gestão; custos; equipe multidisciplinar;
material didático; interação de alunos e professores; avaliação de en-
sino e de aprendizagem.

Questão 3 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: o projeto político pedagógico (PPP)


deve definir o currículo do curso, ou seja, os objetivos, metodolo-
gias, conteúdos e avaliação. No PPP encontra-se a proposta de uma
gestão participativa, democrática e crítico-reflexiva, elementos fun-
damentais para a existência de uma aprendizagem significativa, lem-
brando que o fator essencial está no docente.

32 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


TEMA 03
DIREITOS AUTORAIS

Objetivos

• Conhecer os direitos autorais, seus fundamentos


básicos e os principais aspectos da Lei 9.610.

• Compreender as estratégias de criação de conteúdos


educacionais (mapeamento mental, a técnica mash-up,
escrita generativa).

• Entender a construção da retórica instrucional.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 33


Introdução

Obras intelectuais, sejam elas literárias, artísticas ou científicas, podem


sofrer plágios, podem ser copiadas por outros que não são seus fiéis au-
tores. O direito autoral surgiu devido a esses desvios de autoria e pela fal-
ta de legislação. Quando os autores passaram a vender suas obras de fato
e começaram a exigir contratos sobre o direito de autoria de suas obras,
o cenário começou a sofrer mudanças. Os direitos autorais refletem o in-
teresse privado do autor e de demais titulares.

Em se tratando das denominações utilizadas em referência aos direitos


dos autores em suas obras intelectuais, coube à doutrina jurídica clássica
dividi-las em direitos morais e direitos patrimoniais. Os direitos morais são
de natureza pessoal, são inseridos os direitos de paternidade e integrida-
de da obra, pertencendo ao autor exclusivamente o direito de assegurar
sua integridade, modificar, reivindicar e realizar quaisquer modificações
que possam ocorrer. Os direitos patrimoniais, como o próprio nome indi-
ca, são de natureza patrimonial, pois podem ser dispostos aos herdeiros
do autor, podendo utilizar e dispor da obra de qualquer forma, portanto,
os herdeiros têm o direito de controle sobre parte ou totalidade de sua
reprodução, edição, tradução ou adaptação, incorporação da obra. Na lei,
apenas o direito patrimonial pode ser disposto, dessa forma, o mercado,
para não fechar as oportunidades de os herdeiros terem o direito de con-
trole aos trabalhos, criou para o autor, pessoa física, a cessão de direitos
autorais patrimoniais por meio de sua própria empresa.

A partir de meados do século XV, surge a proteção aos direitos autorais;


em 1790, o copyright começa a ser reconhecido na Inglaterra por meio do
Copyright Act e se refere ao direito de cópia da obra. O copyright protege
as cópias impressas por 21 anos, porém as obras que não são impressas
são protegidas por menos tempo, apenas por 14 anos.

34 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


1. Fundamentos dos direitos autorais e a Lei 9.610

Atualmente, com a divulgação cada vez maior de obras por meios de co-
municação como a internet, surgiu a necessidade de proteção da autoria
das obras no mundo todo com contratos internacionais. Esses contratos
internacionais oferecem aos editores e autores dos países assinantes a
mesma proteção legal que são oferecidos em seu país de origem.

Para melhor compreensão deste conteúdo, primeiramente é bom saber


quem é o autor especificamente. A pessoa física criadora das obras, que
se identifica com seu nome civil, abreviado ou completo, por meio apenas
de iniciais ou até mesmo de pseudônimos é o autor.

A partir desse entendimento, quem podemos, então, considerar como co-


autor? Aquele cujo nome ou pseudônimo for utilizado, não considerando
quem auxiliou o autor na produção da obra. Nas obras audiovisuais os
coautores são considerados o autor do assunto ou do argumento e o di-
retor. Outro exemplo são coautores dos desenhos animados, considera-
dos aqueles que criam os desenhos utilizados nas obras audiovisuais.

E em obras coletivas, em que o organizador é o titular dos direitos patri-


moniais, como deve ser esse contrato? O contrato com o organizador de-
verá especificar a contribuição desse participante, o prazo para a realiza-
ção e até mesmo a entrega da obra, a remuneração e as condições gerais
para a sua execução.

O direito autoral surge no Brasil pela Lei 5.988 de 14 de dezembro de


1993, porém, em 19 de junho de 1998, entra em vigor a nova lei dos di-
reitos autorais, com a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. A Lei 9.610
atualiza, altera e consolida a legislação sobre os direitos autorais, dispõe
no Artigo 1º que a Lei regula os direitos autorais do autor e dos que lhes
são conexos, por exemplo, artistas, intérpretes, produtores fonográficos,
entre outros. No Artigo 5º, apresenta a definição da transmissão ou emis-
são, retransmissão, publicação, distribuição, reprodução, contratação,

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 35


comunicação ao público, obra anônima, em coautoria, pseudônima, pós-
tuma, originária, derivada, coletiva, inédita, audiovisual.

Os aspectos principais da Lei 9.610 dos direitos autorais são a proteção de


obras intelectuais expressas por qualquer meio, incluindo textos de obras
literárias, artísticas ou científicas, conferências, alocuções; obras dramá-
ticas; obras dramático-musicais; obras coreográficas em que a execução
cênica é fixada por escrito; obras sonorizadas, audiovisuais, cinematográ-
ficas; obras fotográficas, gravura, pintura, desenho, litografia, escultura,
arte cinética; mapas e ilustrações; obras plásticas, esboços, projetos de
arquitetura, paisagismo, cenografia ou outros; traduções, adaptações e
informações de obras originais que se apresentam como nova criação in-
telectual; programas de computador; antologias, coletâneas, dicionários,
enciclopédias, base de dados em sua seleção, disposição ou organização
do conteúdo constituem criação intelectual.

ASSIMILE
Quando se refere a cópia de obras de artes plásticas que
são feitas pelo próprio autor, a proteção é a mesma da obra
original.

São excluídas dessa Lei, ou seja, não precisam de proteção, as ideias, os


sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos, procedimentos
normativos, planos ou regras que realizam atos mentais, negócios ou jo-
gos, leis, textos de tratados ou convenções, decretos, regulamentos, deci-
sões judiciais, formulários, atos oficiais, agendas, calendários.

Quanto aos títulos de publicação de periódicos como jornais, ficam pro-


tegidos até um ano após a publicação do último número. Os anuais pos-
suem um prazo maior, são dois anos de proteção. A proteção dos direitos
autorais não depende do registro, porém o autor pode registrar sua obra
na Biblioteca Nacional ou em órgãos ou conselhos profissionais.

36 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


O direito patrimonial pode ser transferido parcial ou totalmente a ter-
ceiros por meio de representantes, licenciamento, cessão ou concessão,
porém a transferência do direito autoral será admitida mediante contrato
por escrito.

PARA SABER MAIS


Para melhor compreensão sobre este Tema, leia o artigo de
PLÍNIO MARTINS FILHO sobre direitos autorais e internet, que
cita a nova lei brasileira de direitos autorais (Lei 9.610 de 19
de fevereiro de 1998), que aborda também os direitos auto-
rais nos meios de comunicação, como a internet. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0100-19651998000200011>. Acesso em: 15 fev. 2018.

Qualquer pessoa pode inserir material na internet e, consequentemente,


qualquer outro usuário pode acessá-lo, porém os direitos autorais pos-
suem vigência no mundo on-line da mesma forma que no mundo físico.
Assim como a proteção para os direitos de imagens e sons que depen-
dem da autorização do autor para a sua reprodução.

EXEMPLIFICANDO
Algumas experiências para testes de violação dos direitos
autorais foram realizados no mundo todo, a Biblioteca do
Congresso dos Estados Unidos testou um sistema chamado
CORDS (Copyright Office Eletronics Registration, Recordation
on Deposit System), esse sistema permite que os autores re-
gistrem as suas obras em formato digital, dessa forma, livros
impressos, fotos, discos e filmes podem ser registrados e não
mais em suportes materiais, fazendo assim com que exista pro-
teção aos direitos dos autores a fim de que não sejam violados.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 37


PARA SABER MAIS
Leia mais sobre a Lei 9.610 no material publicado pelo Senado
Federal sobre Legislação sobre os Direitos Autorais em: BRASIL.
Lei do Direito Autoral, 1998. Legislação sobre Direitos Autorais.
2. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições
Técnicas, 2004. Disponível em: <http://www.publinter.com.br/
content/material/autoral.pdf>. Acesso em: 15 fev.. 2018.

Segundo Fernanda Magalhães Marcial, a violação dos direitos autorais, se-


jam elas artísticas, literárias ou científicas, é considerada crime à luz de
nossa legislação – arts. 184 e 186 do Código Penal brasileiro. A parte ofen-
dida, no caso o autor ou seu titular, poderá intentar ações cíveis visando
cessar a violação de seus direitos e o ressarcimento dos danos causados.

LINK
O choque entre os interesses privados do autor e outros ti-
tulares refletem no acesso ao conhecimento, portanto, nos
direitos autorais. Para melhor entendimento da violação dos
direitos autorais, leia o artigo de Marcial sobre os direitos au-
torais, sua proteção, a liberalidade na internet e o combate
à pirataria, publicado no portal jurídico Âmbito Jurídico.com.
br. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/
index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7307>.
Acesso em: 15 fev. 2018.

2. Estratégias de criação de conteúdos educacionais

Grande parte do conteúdo acadêmico das instituições de ensino está dis-


ponibilizado no meio on-line, porém você sabe como é a criação desses
conteúdos educacionais? Um importante passo para o design instrucional

38 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


é o desenvolvimento do planejamento de uma disciplina, que representa
a seleção e organização de conhecimento para a disponibilização dos ob-
jetivos educacionais e que seja adaptado ao contexto do aluno. Portanto,
para isso, faz parte do processo de design educacional/instrucional a cons-
trução de ambientes específicos para que os professores desenvolvam o
planejamento e o design do curso.

Na maioria dos trabalhos de construção de ferramentas de edição de cur-


sos on-line, há uma divisão entre as áreas dos professores e de designers
instrucionais. Os professores se direcionam para as estratégias pedagógi-
cas, o professor pode atuar tanto na produção, como conteudista, quanto
na operacionalização, como tutor, ou seja, para os objetivos educacionais,
enquanto que os designers instrucionais e os especialistas de conteúdo
estão mais preocupados com o desenvolvimento do planejamento. O pa-
pel dos designers é tradicionalmente de gerenciar o processo de elabora-
ção e atualização dos cursos EAD, trabalhando de forma integrada com os
professores, para que a proposta pedagógica e o currículo do curso sejam
atendidos da melhor maneira possível e com os conteúdos, ferramentas
e atividades adequadas.

Com o intuito de minimizar a carga operacional do docente no proces-


so de planejamento convencional da disciplina e ajudá-lo a identificar os
conceitos centrais e os subconceitos necessários para o entendimento
do assunto, foi utilizado o mapa conceitual do curso, ou da disciplina a
ser ministrada on-line. Mapas conceituais são representações gráficas ou
esquemáticas que representam um conjunto de conceitos significantes.
Com esse mapa conceitual completo do curso, o planejamento dos ob-
jetivos educacionais e dos materiais didáticos e suas atividades torna-se
muito mais prático e rápido para o docente.

O mapeamento mental oferece a possibilidade de formular uma repre-


sentação gráfica dos tópicos de conteúdo de uma ou mais unidades de
estudo. O mapeamento conceitual é uma técnica flexível e pode ser utiliza-
do em diversas situações e finalidades, por exemplo, análise do currículo,

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 39


recurso de aprendizagem, técnica didática, meio de avaliação, enfim, é
uma ferramenta de auxílio à aprendizagem.

O mashup é uma técnica da tecnologia da informação criado a partir de


conteúdos e funcionalidades de diversas fontes externas, que correspon-
de à prática de levantar referências bibliográficas e de apoio para iniciar e
completar a redação do material didático inédito. Esse aplicativo oferece
indicações bibliográficas, pesquisa e a seleção de fontes confiáveis e o
respeito à cultura de direitos autorais. A técnica mashup traz múltiplas
perspectivas ao conteúdo.

LINK
Como Navas (2010), Sonvilla-Weiss também caracteriza mashups
como remixes que combinam elementos de fontes variadas,
unindo “diferentes informações, mídias ou objetos sem mudar
sua fonte original de informação”, de modo que “o formato ori-
ginal permanece o mesmo e carrega os traços da forma e do
conteúdo originais, embora recombinados em contextos e de-
signs diferentes e novos” (SONVILLA-WEIS, 2010, p. 9).”
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1984-63982013000400011>.
Acesso em: 26 mar. 2018.

A técnica de escrita generativa na autoria propriamente dita combina es-


crita espontânea ou criativa com escrita consciente. Já na escrita espon-
tânea, o autor produz de forma livre um texto autêntico, porém o texto
resultante nem sempre se ajusta às necessidades do público-alvo e às
características do contexto, pois não faz o melhor uso da mídia como ca-
nal de comunicação. A escrita generativa vem sendo tratada como a es-
crita a partir de máquina, ou seja, o uso de softwares que são capazes de
analisar ou “ler” determinado conteúdo e produzir texto escrito que faz
sentido a partir dele.

40 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


3. A construção da retórica instrucional

Na construção da retórica instrucional estão presentes o elemento da


argumentação, da persuasão, do convencimento e da aproximação en-
tre receptor e emissor. Os educadores aplicam os princípios da retóri-
ca quando apresentam o conteúdo em situação didática convencional. O
mesmo se aplica aos especialistas que, mesmo com menor experiência
em sala da aula, lançam mão da retórica quando precisam comunicar al-
guma ideia a uma audiência.

EXEMPLIFICANDO
Na preparação de um conjunto de slides para uma apresen-
tação, o apresentador inclui em cada slide os elementos cen-
trais de sua fala, algumas figuras exibem relações temporais,
organizacionais ou lógicas entre esses conceitos, ajudando o
apresentador a articular as principais ideias do assunto em
questão. Para que a comunicação se efetive, o apresentador
explica oralmente o conteúdo de cada slide, tópico a tópico.
Portanto, esse discurso que foi construído pelo apresenta-
dor, expondo de maneira lógica e sequencial o conteúdo, é o
que constitui a retórica.

A retórica instrucional repercute a voz do autor, suas premissas como


educador, a perspectiva como especialista diante de uma área do conhe-
cimento e sua visão do mundo como pessoa.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 41


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Na maioria dos trabalhos de construção de cursos on-line, os profes-
sores se direcionam para as estratégias pedagógicas, ou seja, para
os objetivos educacionais, enquanto que os designers instrucionais
e os especialistas de conteúdo estão mais preocupados com o de-
senvolvimento do planejamento. De que forma os mapas conceituais
podem ser úteis na etapa de planejamento de cursos a distância?

Com o intuito de minimizar a carga operacional do docente no pro-


cesso de planejamento convencional e ajudá-lo a identificar os con-
ceitos centrais e os subconceitos necessários para o entendimento do
assunto, foi criado o mapa conceitual do curso ou da disciplina a ser
ministrada on-line. Com esse mapa conceitual completo do curso, o
planejamento dos objetivos educacionais e dos materiais didáticos e
suas atividades torna-se muito mais prático e rápido para o docente.

4. Considerações finais

• O direito autoral surgiu devido aos desvios de autoria. Quando os


autores passaram a vender suas obras de fato e começaram a exigir
contratos sobre o direito de autoria de suas obras, o cenário come-
çou a sofrer mudanças. Os direitos autorais refletem o interesse
privado do autor e de demais titulares.

• A pessoa física criadora das obras que se identifica por meio de seu
nome civil, abreviado ou completo, por meio apenas de iniciais ou
até mesmo de pseudônimos é o autor.

• Nas obras audiovisuais, os coautores são considerados o autor do


assunto ou do argumento literário-musical e o diretor. Os coauto-
res dos desenhos animados são considerados aqueles que criam os
desenhos utilizados nas obras audiovisuais.

42 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• O direito autoral surge no Brasil pela Lei 5.988 de 14 de dezembro
de 1993, porém, em 19 de junho de 1998, entra em vigor a nova lei
dos direitos autorais, com a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Glossário

• Mashup: aplicativo da tecnologia da informação que correspon-


de à prática de levantar referências bibliográficas e de apoio para
completar a redação do material didático inédito.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 03
1. O direito autoral surge no Brasil em 14 de dezembro de
1993, porém, em 19 de junho de 1998, entra em vigor a
nova lei dos direitos autorais, com a Lei de 19 de fevereiro
de 1998.
Assinale a alternativa que representa o número de Lei de
19 de fevereiro de 1998:
a) 5.988
b) 9.609
c) 9.610
d) 9.106
e) 9.910
2. Aplicativo da tecnologia da informação criado a partir de
conteúdos e funcionalidades de diversas fontes externas,
que corresponde à prática de levantar referências biblio-
gráficas e de apoio para iniciar e completar a redação do
material didático inédito.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 43


Qual é o nome desse aplicativo?
a) Evernote.
b) CORDS .
c) Mathtype.
d) Mashup.
e) Mashdown.
3. Algumas experiências para testes de violação dos direitos
autorais foram realizadas no mundo todo, a Biblioteca do
Congresso dos Estados Unidos testou um sistema que per-
mite que os autores registrem as suas obras em formato
digital, dessa forma, livros impressos, fotos, discos e filmes
podem ser registrados e não mais em suportes materiais,
fazendo assim com que exista proteção aos direitos dos
autores.
Assinale a alternativa que apresenta o nome desse sistema:
a) Evernote.
b) CORDS.
c) Mathtype.
d) Mashup.
e) Mashdown.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei do Direito Autoral, 1998. Legislação sobre Direitos Autorais. Lei
n°9.610, de 19 de fevereiro de 1998. 2. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de
Edições Técnicas, 2004, 107p. Disponível em: <http://www.publinter.com.br/content/
material/autoral.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2018.

FILATRO, A.; CAIRO, S. Produção de conteúdos educacionais. São Paulo: Saraiva,


2015.

44 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


MARCIAL, F.M. Os direitos autorais, sua proteção, a liberalidade na internet e o
combate à pirataria. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.
php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7307>. Acesso em> 15 fev. 2018.
MARTINS FILHO, P. Direitos autorais e internet. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651998000200011>. Acesso em: 15
fev 2018.
PIVA, D. et al. EAD na prática: planejamento, métodos e ambientes. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.

Gabarito – Tema 03

Questão 1 – Resposta: C

Breve explicação da resposta: o direito autoral surge no Brasil pela


Lei 5.988 de 14 de dezembro de 1993, porém, em 19 de junho de
1998, entra em vigor a nova lei dos direitos autorais, com a Lei 9.610
de 19 de fevereiro de 1998.

Questão 2 – Resposta: D

Breve explicação da resposta: o mashup é um aplicativo da tecnolo-


gia da informação criado a partir de conteúdos e funcionalidades de
diversas fontes externas, que corresponde à prática de levantar re-
ferências bibliográficas e de apoio para iniciar e completar a redação
do material didático inédito.

Questão 3 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: a Biblioteca do Congresso dos Estados


Unidos testou um sistema chamado CORDS (Copyright Office
Electronic Registration, Recordation on Deposit System); esse siste-
ma permite que os autores registrem as suas obras em formato di-
gital, dessa forma, livros impressos, fotos, discos e filmes podem ser
registrados e não mais em suportes materiais, fazendo assim com
que exista proteção aos direitos dos autores.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 45


TEMA 04
PRODUÇÃO DE MATERIAIS PARA EAD

Objetivos

• Compreender a adaptação do conteúdo didático de


cursos EAD via web.

• Entender qual a linguagem, estrutura do conteúdo,


atualizações e aprimoramentos de informações, os
profissionais e o processo de produção de textos,
o hipertexto e a hipermídia no desenvolvimento do
material educacional.

• Compreender os padrões de qualidade para produ-


ção de material virtual.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 46


Introdução

A educação a distância no Brasil vem se desenvolvendo com muita rapi-


dez, fazendo com que as instituições se organizem nas ofertas de cursos
para essa modalidade e para o que diz respeito a infraestrutura tecnológi-
ca. A modalidade de ensino a distância tem, entre um dos diferenciais do
ensino presencial, a produção do material didático.
A maior preocupação das instituições que oferecem cursos on-line é re-
ferente ao material didático, pois contribui para a aprendizagem do alu-
no, exigindo assim grande responsabilidade por parte da elaboração de
um material didático de qualidade. Há alguns elementos importantes re-
lacionados ao material didático, por isso a elaboração do texto didático
desse material deve se medir pela coerência dos objetivos propostos, co-
erência conceitual e a dinâmica na organização do texto e das atividades
propostas.
O material didático de cursos para o ensino a distância pode ser utilizado
em diferentes formatos, impressos, audiovisual e eletrônicos, e contribui
para desenvolver habilidades, competências e atitudes dos alunos, além
de estabelecer a relação teórico-prática. Outras definições importantes
do conteúdo didático é favorecer o desenvolvimento do estudo autôno-
mo e a compreensão do conteúdo por meio de exemplos variados de apli-
cação do conhecimento, oferecer novas fontes de informações e conexão
com outros meios didáticos, apresentar problemas, analogias, questões e
avaliação de aprendizagem, entre outras muitas finalidades.

1. Adaptação do conteúdo didático de cursos EaD via web

Para que a instituição leve em conta a produção de materiais didáticos


para cursos EAD, deve-se considerar a equipe multidisciplinar, a comuni-
cação e a interação entre os agentes, os recursos educacionais e a infraes-
trutura de apoio. Entendido esse processo, inicia-se uma tarefa bastante

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 47


complexa, a produção do material didático para o EAD, pois o produtor do
conteúdo deve atentar para alguns elementos que norteiam esse proces-
so, por exemplo, os padrões de conteúdo da instituição, os tipos de con-
teúdo necessários (texto, atividade, fórum, projeto, script de vídeo, entre
outros), prazos, relação com outros profissionais, como designer instru-
cional, gerente de projetos, tutor e afins.

Pensando nisso, como deve agir o conteudista para começar a sua produ-
ção didática? A qualidade do material produzido depende muito do plane-
jamento, é necessário que o produtor de conteúdo tenha clareza em qual
teoria de aprendizagem irá fundamentar seu material. É preciso ter eviden-
te a teoria de aprendizagem que irá nortear o curso e ao mesmo tempo
obter informações a respeito do perfil do público e também informações a
respeito do tipo de material e até mesmo das possibilidades da plataforma
na qual o material será inserido, e que esse público precisa ter conhecimen-
tos básicos necessários para navegar em um curso de ensino a distância.

ASSIMILE
Embora o material didático dos cursos a distância seja essen-
cial para o processo de ensino-aprendizagem, outros fatores
podem interferir nesse processo. A preparação do material
didático EAD pode ocorrer por diferentes métodos e entre
eles destacamos a concepção de educação que configura o
material, os critérios de validação em que se baseia o mate-
rial e o modelo de comunicação em que se apoia a aborda-
gem do conteúdo do material.

A postura do conteudista é direcionada para a educação que transmite a


informação, a produção do material deve ser repleta de informações refe-
rentes à disciplina e ao curso, a linguagem deve ser aberta, possibilitando
ao aluno a construção do conhecimento por meio da linguagem dialógica
e atribuir significado a partir de suas experiências de vida.

48 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


PARA SABER MAIS
Leia o artigo de Sales, Uma reflexão sobre a produção do material
didático para EAD, que trata do processo de elaboração do ma-
terial didático para educação a distância e descreve as ques-
tões que norteiam as concepções pedagógicas dos cursos e
programas, a necessidade e importância de um planejamento
real para escolha da(s) mídia(s) a ser(em) utilizada(s) e as poten-
cialidades das mídias digitais para EAD. Disponível em: <http://
www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/044tcf5.pdf>.
Acesso em: 21 fev. 2018.

2. O desenvolvimento do material educacional

A orientadora da aprendizagem para a produção do material didático


para cursos on-line é a definição dos objetivos de determinado conteúdo
temático, que permite atribuir clareza e direcionamento dos conteúdos
propostos. Outras definições necessárias ao desenvolvimento do mate-
rial educacional são os procedimentos de ensino, selecionar os recursos
pedagógicos e tecnológicos que auxiliarão na abordagem do tema em es-
tudo e para realizar a avaliação de ensino e de aprendizagem.

A primeira ação para a produção do material didático on-line é a elabo-


ração do planejamento da produção, ou seja, são definidos os objetivos
do material didático do curso, em seguida, o modelo de comunicação, as
estratégias didáticas e as suas abordagens. São definidas também a apre-
sentação do material, as unidades temáticas, os suportes midiáticos e as
atividades de aprendizagem. A partir dessas ações, o conteudista inicia o
processo de produção, partindo da seleção de diferentes referências, rela-
cionados aos temas abordados no material e que irão nortear a produção.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 49


O conteudista tem diversas possibilidades para organizar seu material
didático, pois escolhe as referências que comporão o material, produzir
novos textos, organizar orientações de leitura de textos e desenvolver ati-
vidades de aprendizagem. Nesse contexto, é ideal que o conteudista apre-
sente experiência tanto na área de conhecimento da disciplina ou curso
quanto a sua experiência da docência, além de ser especialista na área de
conhecimento do material, tem o compromisso com o processo de ensi-
nar e de aprender e pode organizar o material de forma crítica, compro-
metendo-se com o processo de construção do conhecimento do aluno.

Boa parte das informações dos conteúdos didáticos chega aos alunos na
forma de instrução direta, que pode ser encontrada como materiais didá-
ticos de diferentes naturezas, como livros impressos ou digitais, tutoriais
multimídias, coleções de textos ilustrados, palestras gravadas ou ao vivo, in-
fográficos, animações, vídeos, jogos, enfim, vários formatos, modalidades,
modos e mídias podem fazer parte do ambiente e apoiar a aprendizagem.

Para a viabilização das atividades, incluindo o acesso ao conteúdo, exis-


tem serviços e ferramentas usados na unidade de estudo, como as tecno-
logias eletromecânicas, eletroeletrônicas, digitais e móveis, ainda as ati-
vidades narrativas, interativas, adaptativas, produtivas, comunicativas e
integrativas. Para completar toda a unidade de estudo, existe a avaliação,
que se refere aos mecanismos de verificação da aprendizagem, que pode
ser realizada em alguns períodos do curso.

EXEMPLIFICANDO
Cada mídia tem característica própria que pode influenciar a
maneira como os conteúdos são integrados ao modelo edu-
cacional e como são produzidos. Podem-se oferecer livros
falados (audiobooks), entrevistas em mídia impressa, docu-
mentários animados e o que mais a equipe de criação decidir
ser necessário para um material de qualidade.

50 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Como os recursos didáticos e ferramentas têm diferentes características,
isso deve ser levado em consideração ao se planejar a maneira como são
os conteúdos integrados ao modelo educacional e como são produzidos.
A produção de um audiobook, por exemplo, requer a elaboração do ro-
teiro, revisão e a gestão dos direitos do conteudista e do locutor. Já a pro-
dução de uma animação, por exemplo, requer a elaboração do roteiro, a
compatibilização entre o recurso em si e as ferramentas do ambiente em
que será disponibilizado, entre outros aspectos.

O material educacional pode assumir várias formas, o texto para mídia


impressa tem como solução educacional os livros impressos, guias, ma-
nuais ou roteiros e estudos de caso. O hipertexto visa como solução os
livros digitais. A imagem tem como solução os organizadores gráficos, in-
fográficos, histórias em quadrinho, ilustrações multiquadros. O áudio visa
as soluções como os podcasts, já a multimídia tem como solução educa-
cional as apresentações de slides, animações, objetos de aprendizagem,
jogos educacionais e as simulações. O vídeo apresenta como soluções as
videoaulas, as entrevistas e os debates, os noticiários, os documentários,
os vídeos de modelagem de comportamento e as narrativas instrucionais.

LINK
Leia o artigo que apresenta o processo de produção do ma-
terial didático impresso e digital; a experiência na produção
do material pelos envolvidos no processo; o trabalho coo-
perativo e a disponibilização de novos recursos para a edu-
cação presencial e a distância na instituição: SANTOS, C. R.
et al. A construção do material didático para a educação a
distância: a experiência do setor de educação a distância.
Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/
14043/7931>. Acesso em: 21 fev. 2018.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 51


3. Padrões de qualidade para produção de material
virtual

A produção de conteúdos educacionais é um desafio multidimensional,


por isso é importante que seja realizada uma avaliação de qualidade para
abranger as dimensões que compõem esse processo. Os padrões de qua-
lidade utilizados para a produção de material virtual são:
• a dimensão tecnocientífica, que está relacionada a aspectos como
atualização, precisão, validade, confiabilidade e a representativida-
de dos conteúdos. Os conteúdos educacionais devem ser precisos
e atualizados, válidos e confiáveis e representativos. A qualidade
tecnocientífica dos conteúdos educacionais está baseada na com-
petência de especialistas em conteúdo que, além de dominar a área
do conhecimento, atuam como autores ou conteudistas;
• a dimensão pedagógica é relativa aos objetivos específicos de
aprendizagem, ao contexto institucional, ao perfil do público-al-
vo, a aspectos motivacionais e às atividades de aprendizagem e de
avaliação, significando que os conteúdos educacionais devem ser
planejados, adequados, integrados, abertos e flexíveis, coerentes,
eficazes, transferíveis e aplicáveis e significativos. A qualidade está
associada à atuação do especialista em educação, pedagogo ou até
mesmo do designer instrucional, no sentido de assegurar um pro-
duto final integrado, coeso e centrado no usuário;
• a dimensão comunicacional concentra na exploração das matrizes
de linguagens e das mídias como suporte de conteúdos educacio-
nais, e para serem considerados de qualidade, os conteúdos devem
conter estrutura lógica que oriente o aluno no estudo, ser diver-
sificados em formatos e mídias, ou seja os conteúdos devem ser
enriquecidos por uma diversidade de elementos textuais, visuais e
sonoros, e interativos, que devem estabelecer um diálogo didático
simulado e permanente com o aluno, por meio de uma linguagem
pessoal e interativa. A qualidade está associada aos especialistas
em comunicação que desempenham um papel de responsabilidade
compartilhada com os especialistas em educação;

52 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• a dimensão tecnológica dos conteúdos tem foco no conjunto de
serviços empregados para a distribuição dos conteúdos, os quais
devem ser acessíveis, responsivos e interoperáveis. A qualidade
tecnológica dos conteúdos é assegurada pelos especialistas em
tecnologia que são capazes de acompanhar a rápida evolução dos
padrões técnicos e da tecnologia. Devido ao constante aprimora-
mento das soluções tecnológicas para educação, essa dimensão
exige a contínua análise dos materiais e recursos didáticos, levando
à sua constante atualização de acordo com a tecnologia disponível
e utilizada pela instituição de ensino;
• a dimensão organizacional está relacionada ao modo como os recur-
sos humanos, financeiros e materiais são aplicados para soluções
efetivas que contribuam para a aprendizagem. Os conteúdos devem
ser identificados como sustentáveis, efetivos em custos e alinhados
à política e cultura organizacionais. A qualidade organizacional está
relacionada ao especialista em gestão que acompanha e faz a gestão
do tempo, das pessoas e dos recursos ao longo da produção.
Os padrões de qualidade também se aplicam aos instrumentos de ava-
liação utilizados em cursos EAD, pois esses instrumentos devem permitir
diagnosticar, acompanhar e avaliar o estudo e aprendizado do aluno ao
longo do curso.

PARA SABER MAIS


Saiba mais sobre a elaboração de materiais didáticos para edu-
cação a distância no texto de Alexsandra Zanetti, que discute so-
bre os princípios gerais que norteiam a elaboração de ma-
teriais didáticos, apresentando as diferentes mídias uti-
lizadas nesse processo e, ainda, estabelecendo critérios
para sua seleção. Disponível em: <http://www.cead.ufjf.br/
wp-content/uploads/2015/05/media_biblioteca_elaboracao
_materiais.pdf >. Acesso em: 21 fev. 2018.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 53


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Os estudos de caso são utilizados na construção do material didático
para demonstrar conceitos e princípios em ação, ajudam o aluno a
operacionalizar o conhecimento próximo à realidade em que vive,
fora de seu ambiente escolar. Quando o aluno consegue imaginar
e visualizar melhor o cenário realista, com personagens próximos à
vida real e questões que convidam à reflexão, ele se interessa em es-
tudar além do conteúdo abordado e encarar o próximo tópico de es-
tudo mesmo sendo complexo e até mesmo mais difícil. Diante desse
contexto, reflita: os estudos de caso envolvem uma situação-proble-
ma e as variáveis envolvidas na resolução desse conflito/problema?

4. Considerações finais

• O material didático de cursos para o ensino a distância pode ser uti-


lizado em diferentes formatos, impressos, audiovisual e eletrônicos,
e contribui para desenvolver habilidades, competências e atitudes
dos alunos, além de estabelecer a relação teórico-prática.
• Para que a instituição leve em conta a produção de materiais, deve-
-se considerar a equipe multidisciplinar, a comunicação e a interação
entre os agentes, os recursos educacionais e a infraestrutura de apoio.
Entendido esse processo, inicia-se uma tarefa bastante complexa, a
produção do material didático para o EAD, pois o produtor do conteú-
do deve atentar para alguns elementos que norteiam esse processo.
• Boa parte das informações, dos conteúdos didáticos chega aos alu-
nos na forma de instrução direta, que pode ser encontrada como
materiais didáticos de diferentes naturezas, como livros impres-
sos ou digitais, tutoriais multimídias, coleções de textos ilustrados,
palestras gravadas ou ao vivo, infográficos, animações, vídeos, jogos,
enfim, vários formatos, modalidades, modos e mídias podem fazer
parte do ambiente e apoiar a aprendizagem.

54 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• A produção de conteúdos educacionais é um desafio multidimen-
sional, por isso é importante que seja realizada uma avaliação de
qualidade para abranger as dimensões que compõem esse processo.

Glossário

• Podcasts: forma de disponibilização de arquivos multimídia via in-


ternet, em que o conteúdo de mídia, geralmente áudio ou vídeo, é
disponibilizado.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 04
1. A postura direcionada para a educação que transmite a
informação, a produção do material deve ser repleta de in-
formações referentes à disciplina e ao curso, a linguagem
deve ser aberta, possibilitando ao aluno a construção do
conhecimento por meio da linguagem dialógica e atribuir
significado a partir de suas experiências de vida.
De acordo com o contexto, assinale a alternativa que indi-
ca quem deve ter essa postura?
a) Gestor.
b) Roteirista.
c) Docente.
d) Conteudista.
e) Parecerista.
2. No material didático do curso, são definidos os objetivos,
em seguida, o modelo de comunicação, as estratégias di-
dáticas e as suas abordagens; são definidas também a
apresentação do material, as unidades temáticas, os su-
portes midiáticos e as atividades de aprendizagem.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 55


Diante desse contexto, qual é a primeira ação para a pro-
dução do material didático on-line?

a) Elaboração do planejamento da produção.


b) Elaboração do conteúdo didático.
c) Descrição da situação-problema.
d) Elaboração da avaliação do conteúdo.
e) Elaboração dos conteúdos audiovisuais.
3. A produção de conteúdos educacionais é um desafio multi-
dimensional, por isso é importante que seja realizada uma
para abranger as dimensões que compõem
esse processo.
a) Avaliação de qualidade.
b) Montagem multimídia.
c) Produção de conteúdo.
d) Entrevista dinâmica.
e) Monitoria.

Referências Bibliográficas

SALES, M.V.S. Uma reflexão sobre a produção do material didático para EAD.
Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/044tcf5.pdf>.
Acesso em: 21 fev. 2018.

SANTOS, C. R. et al. A construção do material didático para a educação a distância:


a experiência do setor de educação a distância. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/
renote/article/viewFile/14043/7931>. Acesso em: 21 fev. 2018.

ZANETTI, A. Elaboração de materiais didáticos para educação a distância. Disponível


em:<http://www.cead.ufjf.br/wp-content/uploads/2015/05/media_biblioteca_elaboracao
_materiais.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2018.

56 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Gabarito – Tema 04

Questão 1 – Resposta: D

Breve explicação da resposta: a postura do conteudista é direcionada


para a educação que transmite a informação, a produção do material
deve ser repleta de informações referentes à disciplina e ao curso, a
linguagem deve ser aberta, possibilitando ao aluno a construção do
conhecimento por meio da linguagem dialógica e atribuir significado
a partir de suas experiências de vida.

Questão 2 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: a primeira ação para a produção do


material didático on-line é a elaboração do planejamento da produ-
ção, ou seja, são definidos os objetivos do material didático do curso,
em seguida, o modelo de comunicação, as estratégias didáticas e as
suas abordagens. São definidos também a apresentação do mate-
rial, as unidades temáticas, os suportes midiáticos e as atividades de
aprendizagem.

Questão 3 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: a produção de conteúdos educacio-


nais é um desafio multidimensional, por isso é importante que seja
realizada uma avaliação de qualidade para abranger as dimensões
que compõem esse processo.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 57


TEMA 05
CONCEITUANDO AVALIAÇÃO

Objetivos

• Conceituar a avaliação somativa, avaliação formativa


e avaliação diagnóstica.

• Compreender a avaliação em ambientes virtuais e


algumas técnicas de avaliação por meio de dinâmi-
cas aplicáveis ao ambiente virtual (entrevista, leitura
dirigida, Phillips ou discussão 6/6 e roteiro de filme),
analisando uma avaliação.

• Entender o que é avaliação da aprendizagem e a ava-


liação da qualidade dos conteúdos produzidos.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 58


Introdução

Analisar o valor de certo produto ou atividade com critérios determinados


é o mesmo que avaliar ou realizar uma avaliação. Para a produção de con-
teúdos acadêmicos no ensino a distância, precisamos ter clara a diferença
entre avaliação de aprendizagem propriamente dita e a avaliação de um
sistema educacional de um material didático ou de curso.

Essa diferenciação é dada, em primeiro lugar, porque a avaliação faz par-


te do planejamento educacional e muitas vezes aparece nos conteúdos
educacionais produzidos, por exemplo, oferecer aos alunos exercícios re-
solvidos, estudos de caso com a solução de problemas, questões para
reflexão e autoavaliação, orientações e exemplos complementares que
estão presentes nos guias, manuais e roteiros de apoio docente. Em se-
gundo lugar, a distinção é feita devido à necessidade da verificação conti-
nuada em apoiar a aprendizagem dos alunos para o desenvolvimento de
qualquer conteúdo educacional.

Para melhor entendimento sobre a avaliação, inicialmente apresentada


no final do Tema 4, este Tema será dividido em três subtítulos: primei-
ro, o conceito de avaliação somativa, formativa e diagnóstica; segundo, a
avaliação em ambientes virtuais; e terceiro, a avaliação de aprendizagem
como parte da produção das soluções educacionais e a avaliação de qua-
lidade dos conteúdos produzidos.

1. O conceito de avaliação somativa, formativa e


diagnóstica

A avaliação de aprendizagem é uma atividade indispensável na verifica-


ção do significado, do impacto e do valor do ensino. Para a compreensão
das finalidades de avaliação, é preciso distinguir a avaliação somativa, a
formativa e a diagnóstica.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 59


A avaliação somativa é realizada ao final de uma unidade de estudo ou
um período após sua conclusão e pretende avaliar o rendimento global
alcançado pelo aluno. A avaliação somativa tem o objetivo de analisar o
que o aluno realmente aprendeu, incluindo os conteúdos mais relevan-
tes, viabiliza a atribuição de notas ao longo de toda a disciplina ou todo o
curso, fornece o nível de aprendizagem alcançado do aluno e compara os
resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino.

A avaliação formativa é apresentada durante uma situação didática e


ganha cada vez mais espaço no planejamento educacional, pois é conside-
rada uma avaliação para a aprendizagem, ou seja, está direcionada ao fu-
turo. Nesse sentido, ganham espaço os instrumentos de avaliação, como
portfólios eletrônicos, que são uma coletânea de trabalhos dos alunos
que demonstra o desenvolvimento de competências durante o processo
de aprendizagem, como a autoavaliação e a avaliação entre pares. O foco
está na produção dos alunos ao longo de um processo, a fim de alcançar
os objetivos educacionais. A avaliação formativa pode e deve ocorrer vá-
rias vezes no intervalo de uma disciplina, um módulo, curso, entre outros,
para que o docente possa constantemente acompanhar a evolução do
aluno no aprender.

A avaliação diagnóstica ocorre antes que uma situação didática seja ini-
ciada, pois tem como objetivo verificar o conhecimento e o desempenho
prévio dos alunos, a fim de realizar ajustes do planejamento, organização
em turmas ou grupos e até mesmo a personalização de formatos. O uso
de pré-testes compostos por um conjunto de questões a serem respondi-
das pelos alunos antes do estudo de algum tópico, acompanhado de um
pós-teste ao final de uma unidade de estudo, é frequente, tendo em vista
a comparação de resultados.

60 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


ASSIMILE
As avaliações somativa, formativa e diagnóstica foram clas-
sificadas por Benjamin Bloom e seus colaboradores com a
finalidade de melhora no entendimento dos objetivos do sis-
tema educacional. Essas avaliações servem de apoio aos pro-
fissionais de educação presencial e de EAD, que, por sua vez,
precisam produzir avaliações e montar o currículo do curso,
criando a padronização do trabalho. Bloom cita também os
domínios psicomotor e afetivos para classificar o relaciona-
mento de professores e alunos, materiais de ensino empre-
gados e até mesmo do comportamento esperado dos alunos
de acordo com o conteúdo aprendido.

PARA SABER MAIS


Saiba mais sobre cada tipo de avaliação no site da Faculdade
de Educação, CAEd – Centro de Políticas Públicas e Avaliação
da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, dispo-
nível em: <http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/pagina-
exemplo/tipos-de-avaliacao/avaliacao-somativa/>.
Acesso em: 26 fev 2018.

Os instrumentos de avaliação utilizados são muitos, para qualquer um


dos três tipos de avaliação – pode ser uma avaliação oral, escrita, com
questões, com estudo de caso, por projeto, por apresentação, em grupo,
individual, virtual ou presencial, entre outras tantas formas.

O importante, em se tratando das avaliações, é que cada uma precisa ter


claros o(s) objetivo(s) a que se refere, os critérios utilizados para avaliar
o aluno e como será inserida na plataforma virtual de estudo caso seja
necessário.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 61


2. A avaliação em ambientes virtuais

Como tratar a avaliação no contexto de produção de conteúdos virtuais?


Podemos resumir os objetivos de aprendizagem em dois: o recordar e o
compreender, que são decorrentes de dois focos de avaliação, um quanti-
tativo, que tem a retenção do conhecimento, e o outro qualitativo, que tem
a retenção da transferência. O recordar é a capacidade de reproduzir o con-
teúdo estudado, por meio da memorização ou do reconhecimento. O com-
preender é a capacidade de usar o conteúdo estudado em situações novas.

EXEMPLIFICANDO
Na memorização, os alunos são convidados a reproduzir o
que foi apresentado, ou seja, escrever o que se deve lembrar
de um conteúdo estudado.

No reconhecimento, os alunos são convidados a selecionar o


que foi apresentado, como questões de múltipla escolha, ou
julgar se um dado item foi apresentado, como questões de
verdadeiro ou falso.

Na transferência, os alunos são convidados a resolver os pro-


blemas que não foram explicitamente explorados no mate-
rial apresentado, por meio da aplicação de conhecimentos,
habilidades e até mesmo atitudes que tenham adquirido ao
longo do processo de estudo.

O objetivo de qualquer proposta educacional é apoiar tanto a recordação


quanto a compreensão da aprendizagem significativa.

Existem algumas técnicas de avaliação por meio de dinâmicas aplicáveis


ao ambiente virtual; essas técnicas são participativas e geram um proces-
so de aprendizagem que permite desenvolver um processo coletivo de

62 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


discussão e reflexão, ampliar e enriquecer o conhecimento individual ou
coletivo. Seguem alguns exemplos de técnicas aplicáveis.

A caracterização técnica apresentada pela entrevista consiste em uma


série de perguntas rápidas feitas por um entrevistador, que representa o
grupo de alunos, a um especialista em determinado assunto que não per-
tence a esse grupo. A técnica é utilizada para obter informações, opiniões
ou fatos sobre assuntos de importância para o grupo, estimular o grupo
para um determinado tema de interesse, e conseguir maior rendimento
do especialista no assunto a fim de ser versátil ao falar sozinho diante do
grupo. A técnica deve ser usada quando o grupo é numeroso.

A leitura dirigida tem como caracterização técnica o acompanhamento


pelo grupo da leitura de um texto, em que o coordenador fornece ao gru-
po a ideia do assunto a ser lido. A leitura é realizada individualmente pe-
los participantes e, com supervisão do coordenador, é comentada a cada
passo. No final, o coordenador faz um resumo, ressaltando os principais
pontos a serem observados. A técnica é utilizada para obter informações
para o grupo, introduzir um conteúdo novo no programa e a interpreta-
ção minuciosa do texto. Deve-se providenciar número de exemplares ou
cópias para todos os participantes, colocar os participantes do grupo em
círculo é uma das melhores opções, descrever ao grupo os aspectos re-
levantes do tema e, após a leitura, é ideal fazer uma discussão em grupo.

A discussão 6/6 ou Philips tem como caracterização o fracionamento de


um grupo numeroso em pequenos grupos de seis pessoas que discutem
o assunto durante seis minutos. Leva o nome Philips por ter sido elabora-
da por J. D. Philips e tem como objetivo estimular a troca de ideias, a res-
ponsabilidade e divisão do trabalho e participação de debates. A técnica
é utilizada para obter informações do grupo sobre os problemas aborda-
dos, criar a receptividade para facilitar o aprendizado, analisar e buscar
soluções para os problemas, levantar dados e sugestões dos participan-
tes para aproveitamento no planejamento de atividades, programas e di-
retrizes. Deve-se planejar com antecedência as perguntas, os problemas

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 63


e os roteiros de discussão; explicar ao grupo o funcionamento da técnica
e sua finalidade; o papel de cada membro do grupo e o tempo disponível
para a discussão. Cada grupo deve ser montado com o número de mem-
bros igual ao número de subgrupos, possibilitando a rotação dos grupos.
Cada grupo deve ter seu coordenador para os debates e um relator para
as anotações. Terminado o tempo de discussão, cada membro de cada
grupo receberá um número, pois irão se separar e formar um novo grupo
apenas com os números, ou seja, todos os números 1 irão formar um gru-
po, todos os 2 irão formar outro grupo até terminar a sequência de núme-
ros. No novo grupo, cada um apresentará para o novo grupo a conclusão
de seu antigo grupo. Os relatores dos grupos, antigo e novo, se reunirão
para elaborar um único relatório para apresentação a todos.

O roteiro de filme tem como caracterização descobrir o nome de um fil-


me colocado pelo grupo. Os grupos são separados e cada grupo escolhe
o tema de um filme relacionado aos tópicos abordados em aula. A técnica
é utilizada para obter informações do grupo sobre os problemas aborda-
dos, criar a receptividade para facilitar o aprendizado, analisar e buscar
soluções para os problemas. O professor separa os tópicos da aula em
envelopes fechados e entrega um para cada grupo. O grupo tem que des-
cobrir o nome do filme que se relaciona com o tópico da aula; o grupo
tem cinco minutos para descobrir o nome do filme. Em seguida, o grupo
apresenta para outros grupos e ganha o grupo que descobrir o nome do
tópico relacionado ao roteiro do filme.

PARA SABER MAIS


Para melhor entendimento dessas técnicas e dinâmicas
de grupos, consulte o artigo que descreve as 25 dinâmicas
pedagógicas para trabalhar em grupo. Saiba mais no site
HISTÓRIA DIGITAL, disponível em: <https://historiadigital.
org/atividades/25-dinamicas-pedagogicas-para-grupos/>.
Acesso em: 26 fev. 2018.

64 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Essas técnicas exigem dedicação na elaboração e é importante saber o ob-
jetivo de sua aplicação. Há mais de 25 técnicas que podem ser usadas em
sala de aula virtual para a fixação do conteúdo e o desenvolvimento profis-
sional do aluno, por exemplo, as webconferências ou videoconferências,
questionários fechados, as técnicas de avaliação cruzada entre os alunos,
o envio de atividades para correção por parte do professor, entre outros.

3. Avaliação da aprendizagem e da qualidade dos


conteúdos produzidos

A produção de conteúdos educacionais é um desafio multidimensional e


por isso a avaliação de aprendizagem e a avaliação de qualidade necessi-
tam abranger as várias dimensões que compõem esse processo.

A perspectiva multidimensional para avaliação da qualidade dos conteúdos


educacionais engloba a dimensão tecnocientífica, aliada à dimensão organi-
zacional, à dimensão tecnológica, à dimensão comunicacional e à dimensão
pedagógica. A necessidade de transformar esses critérios gerais de qualida-
de em indicadores e métricas verificáveis em conteúdos e recursos produzi-
dos para educação a distância é conhecido como plano de avaliação.

O plano de avaliação inclui uma revisão final de qualidade. A distinção


entre a avaliação somativa, formativa e diagnóstica aplicada à avaliação
de aprendizagem pode também ser aplicada na avaliação dos conteúdos
educacionais. Os conteúdos devem atender aos critérios tecnocientíficos,
pedagógicos, comunicacionais, tecnológicos e organizacionais elencados
sem ter que esperar que a produção finalize para fazer essa verificação.

A avaliação diagnóstica ocorre desde a produção do conteúdo, o plano de


curso/disciplina em relação às ferramentas e aos recursos disponíveis para
publicação, e tomar decisões com base nessa análise. A avaliação forma-
tiva é realizada por meio de várias revisões e validações cruzadas até sua
validação final. A avaliação somativa coroa o processo de pós-produção.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 65


Nas diversas fases da avaliação, muitos projetos não contam com os pa-
receristas externos, ou seja, os especialistas de conteúdo, em uma ou até
mesmo nas cinco dimensões da qualidade, os especialistas analisam os
documentos de roteirização organizando suas análises conforme os ní-
veis de impacto na qualidade do produto.

LINK
Leia mais sobre avaliação no artigo de Celso dos Santos
Vasconcellos: A Avaliação: Limites e Possibilidades. Disponível
em<http://www.edicoessm.com.br/sm_resources_center/
somos_mestres/formacao-reflexao/avaliacao-limites-e-
possibilidades.pdf> Acesso em: 22. ago. 2018.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Existem algumas técnicas de avaliação por meio de dinâmicas apli-
cáveis ao ambiente virtual; essas técnicas são participativas e geram
um processo de aprendizagem que permite desenvolver um proces-
so coletivo de discussão e reflexão, ampliar o conhecimento individu-
al, coletivo, enriquecendo o potencial e conhecimento.

Diante das técnicas apresentadas neste Tema, incluindo artigos su-


geridos, quais você acredita abranger a maior participação dos alu-
nos e maior absorção do conteúdo apresentado?

4. Considerações finais

• A avaliação é uma atividade indispensável na verificação do signi-


ficado, do impacto e do valor do ensino. Para a compreensão das
finalidades de avaliação, é preciso distinguir a avaliação somativa, a
formativa e a diagnóstica.

66 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• As avaliações somativa, formativa e somática foram classificadas por
Benjamin Bloom e seus colaboradores com o intuito de melhorar
o entendimento dos objetivos do sistema educacional, servindo de
apoio aos profissionais de educação que precisam elaborar avalia-
ções e montagem de currículo, criando a padronização do trabalho.

• Existem algumas técnicas de avaliação por meio de dinâmicas apli-


cáveis ao ambiente virtual; essas técnicas são participativas e geram
um processo de aprendizagem que permitem desenvolver um pro-
cesso coletivo de discussão e reflexão, ampliar o conhecimento
individual, coletivo, enriquecendo o potencial e conhecimento.

• A produção de conteúdos educacionais é um desafio multidimen-


sional e por isso a avaliação de aprendizagem e a avaliação de
qualidade necessitam abranger as várias dimensões que compõem
esse processo.

Glossário

• Autoavaliação: análise de seu próprio conhecimento profissional,


quais são seus desafios, o que é preciso aprender para seu melhor
desempenho.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 05
1. A avaliação de aprendizagem é uma atividade indispensá-
vel na verificação do significado, do impacto e do valor do
ensino. Qual a avaliação que tem a finalidade de verificar o
que o aluno efetivamente aprendeu, incluindo conteúdos
mais relevantes e objetivos mais amplos, visa a atribuição

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 67


de notas, fornece feedback ao aluno, como o nível de
aprendizagem alcançado, compara os resultados obtidos
com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino?
a) Avaliação somativa.
b) Avaliação formativa.
c) Avaliação diagnóstica.
d) Avaliação de aprendizagem.
e) Avaliação de qualidade.
2. Qual avaliação é apresentada durante uma situação didá-
tica e ganha cada vez mais espaço no planejamento educa-
cional, pois é considerada uma avaliação para a aprendiza-
gem, ou seja, está direcionada ao futuro?
a) Avaliação somativa.
b) Avaliação formativa.
c) Avaliação diagnóstica.
d) Avaliação de aprendizagem.
e) Avaliação de qualidade.
3. Qual avaliação ocorre antes que uma situação didática seja
iniciada, pois tem como objetivo verificar o conhecimento
e o desempenho prévio dos alunos, a fim de realizar ajus-
tes do planejamento, na organização em turmas ou gru-
pos e até mesmo na personalização de formatos?
a) Avaliação somativa.
b) Avaliação formativa.
c) Avaliação diagnóstica.
d) Avaliação de aprendizagem.
e) Avaliação de qualidade.

68 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Referências Bibliográficas

BARBOSA, M. R.; MARTINS, A. AVALIAÇÃO: uma prática constante no processo de ensino


e aprendizagem. Disponível em: <http://www.edicoessm.com.br/sm_resources_
center/somos_mestres/formacao-reflexao/avaliacao-limites-e-possibilidades.pdf>.
Acesso em: 28 fev. 2018.
CAED – Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Faculdade de Educação
– Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: <http://www.portalavaliacao.
caedufjf.net/pagina-exemplo/tipos-de-avaliacao/avaliacao-somativa/>.
Acesso em: 26 fev. 2018.
HISTÓRIADIGITAL. Disponívelem: <https://historiadigital.org/atividades/25-dinamicas-
pedagogicas-para-grupos/>. Acesso em: 26 fev. 2018.
MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Verbete avaliação somativa. Dicionário Interativo
da Educação Brasileira – Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em:
<http://www.educabrasil.com.br/avaliacao-somativa/>. Acesso em: 26 fev. 2018.

Gabarito – Tema 05
Questão 1 – Resposta: A
Breve explicação da resposta: a avaliação somativa é realizada ao
final de uma unidade de estudo ou um período após sua conclusão e
pretende avaliar o rendimento global alcançado pelo aluno.
Questão 2 – Resposta: B
Breve explicação da resposta: a avaliação formativa é apresenta-
da durante uma situação didática e ganha cada vez mais espaço no
planejamento educacional, pois é considerada uma avaliação para a
aprendizagem, ou seja, está direcionada ao futuro.
Questão 3 – Resposta: C
Breve explicação da resposta: a avaliação diagnóstica ocorre antes
que uma situação didática seja iniciada, pois tem como objetivo ve-
rificar o conhecimento e o desempenho prévio dos alunos, a fim de
realizar ajustes do planejamento, organização em turmas ou grupos
e até mesmo a personalização de formatos.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 69


TEMA 06
O PLANO DO PROJETO

Objetivos

• Compreender o triângulo de prioridades da gestão de


projetos.

• Entender a estrutura do plano do projeto, como esco-


po, prazos, custos, riscos.

• Entender o planejamento das demais áreas.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 70


Introdução

O termo “projeto em educação” tem sido aplicado como abordagem de


aprendizagem baseada em projetos, estratégia de aprendizagem, ou seja,
projeto didático ou até mesmo para orientar o documento da organiza-
ção do trabalho pedagógico em uma instituição de ensino, o projeto pe-
dagógico ou projeto político-pedagógico.

A produção de conteúdos educacionais envolve a veracidade tecnocientí-


fica, a efetividade pedagógica, a adequação tecnológica, a clareza comu-
nicacional, além da eficiência e a capacidade de gerenciar pessoas, prazos
e custos. A gestão de projetos pode subsidiar o planejamento e o poste-
rior acompanhamento de projetos instrucionais de educação a distância.
A sistematização proporcionada pela metodologia de gestão de projetos
possibilita uma visão ampla de todos as equipes de trabalho e detalhada
do projeto objeto do trabalho.

Em função das demandas educacionais de um sistema ou de um grupo


de pessoas, um projeto de produção de conteúdos educacionais é um
empreendimento com objetivos bem definidos que tem a finalidade de
coordenar e planejar atividades voltadas a autoria, desenvolvimento e de-
sign de conteúdos educacionais.

A gestão de projetos é uma metodologia sistematizada para monitorar e


planejar e executar um trabalho, gerenciar as interações entre pessoas e
equipes, estimar e alocar prazos, custos, recursos materiais e financeiros,
além de avaliar e reportar resultados.

1. Prioridades da gestão de projetos

Você sabe qual é o significado de projeto na dimensão organizacional?

O projeto é um empreendimento temporário com datas estabeleci-


das para início e término, podemos dizer que um projeto de conteúdos

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 71


educacionais é um empreendimento com objetivos claros e bem defini-
dos que dão origem a um produto único, ou seja, em função das deman-
das educacionais de um sistema ou de um grupo de pessoas com a fina-
lidade de planejar e coordenar atividades voltadas a autoria, design e de-
senvolvimento de conteúdos educacionais em diferentes níveis e contex-
tos. Conta também com restrições preestabelecidas de tempo e dinheiro,
consiste em um conjunto de atividades coordenadas por especialistas de
diferentes áreas do conhecimento ou prática, buscando a concretização
da qualidade.
A solução para uma demanda de aprendizagem não se resume apenas a
entrega de conteúdos que no caso é o produto, mas sim parte importan-
te da solução educacional. Cabe aqui fazer uma ressalva e explicar qual a
diferença entre processo, produto e projeto.
Um processo educacional é o conjunto de estratégias empregadas para
apoiar a aprendizagem de uma pessoa ou grupo, ou até mesmo um siste-
ma, usando recursos materiais, financeiros, humanos e virtuais.
Um produto educacional é um pacote discreto, concreto e observável, obti-
do como resultado de um projeto, entram aqui os conteúdos educacionais.
Um projeto educacional ou projeto instrucional é uma iniciativa para criar,
desenvolver e entregar um produto educacional que tem início, meio e fim.

ASSIMILE
A gestão de projetos é uma metodologia sistematizada para
planejar, executar e monitorar um trabalho, gerenciar as in-
terações entre pessoas e equipes envolvidas, estimar e alo-
car custos, prazos, recursos materiais e financeiros. A gestão
de projetos delimita o escopo, ou seja, o alcance e o foco do
trabalho, determina quais recursos serão necessários, aloca
tais recursos e acompanha a conclusão das tarefas exigidas
das áreas envolvidas, antecipando possíveis problemas.

72 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


A gestão de projetos sincroniza e integra todas as frentes do projeto, redu-
zindo as possibilidades de erros. O papel da gestão de projetos é garantir
que falhas sejam previstas, corrigidas e minimizadas ao longo do esforço,
que o escopo, os prazos e os custos sejam respeitados e/ou corrigidos a
cada entrega, e que a execução do projeto seja conduzida de acordo com
o seu planejamento.

PARA SABER MAIS


Obtenha mais informações a respeito de elaboração e gestão
de projetos educacionais no link a seguir: Disponível em <http://
nead.uesc.br/arquivos/pedagogia/projetos_educacionais/
modulo_projetos_educacionais.pdf> Acesso em 29 ago. 2018.

2. Estrutura do plano do projeto

A estrutura do plano de projeto é baseada pelo ciclo de vida do projeto


que apresenta uma sequência lógica criada para assegurar a qualidade
do produto final.
A iniciação parte pela encomenda direta de um cliente interno ou exter-
no da instituição. A partir de então, dá-se início ao projeto, que geralmen-
te é designado ao gestor do projeto.
O planejamento é dado pelo planejamento do escopo do projeto, das
atividades a serem realizadas, dos prazos e dos custos, e estes integrados
em um plano de projeto.
A fase da execução é realizada pela prática de tudo o que foi planejado.
O plano de projeto é então executado, a partir daí, a maior parte dos es-
forços e dos recursos orçamentários previstos são consumidos.
No controle, o desempenho é monitorado e avaliado regularmente para
identificar as variações com relação ao que foi planejado.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 73


O encerramento é caracterizado por meio da execução das atividades,
a qual é avaliada por uma auditoria interna ou externa, por exemplo, no
caso de produção de conteúdo para EAD, normalmente a auditoria inter-
na é realizada pelo gestor pedagógico ou coordenador do curso/discipli-
na/módulo. São apresentadas as devidas prestações de contas por meio
de relatórios e balanços, ocorre então a homologação do produto e, por
fim, a equipe e os demais recursos utilizados são desmobilizados no pro-
jeto em questão, mas podem ser orientados a outro projeto.

Nota-se aqui que há muito trabalho envolvido do início ao encerramento


de um projeto até que ele esteja completo. Essas fases podem ser apli-
cadas em diferentes projetos comercial, industrial, tecnológico, de servi-
ços, de eventos, ou até mesmo educacional, pois oferecem alguns dire-
cionamentos para lidar com aspectos gerenciais de qualquer projeto, por
exemplo evitar atrasos sem necessidade, especificar claramente o que é
esperado da(s) entrega(s) do projeto, direcionar os custos para a real ne-
cessidade do projeto, entre outros. Esses aspectos gerenciais permitem
um olhar sob diferentes áreas do conhecimento.

PARA SABER MAIS


Leia mais sobre como fazer um plano de projeto (completo
com exemplos e template), postado por Eli Rodrigues, e
entenda melhor sobre os tópicos abordados neste Tema.
Dsponível em: <https://www.elirodrigues.com/2016/04/23/
como-fazer-um-plano-de-projeto-completo-com-exemplos-
e-template/>. Acesso em: 7 mar. 2018.

Vamos falar aqui de algumas áreas do conhecimento da gestão de proje-


tos, como a gestão do escopo, a gestão dos prazos e a gestão dos custos.

A gestão do escopo de um projeto instrucional é definida responden-


do às seguintes perguntas: quais produtos serão entregues e quais não

74 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


serão? Quais as características gerais desse produto? Essas características
gerais podem ser formato, tamanho em páginas ou telas, carga horária
correspondente, materiais complementares. Definido esse processo, es-
timam-se os profissionais necessários para a sua produção, as atividades
desempenhadas por esses profissionais, o tempo dedicado a cada ativida-
de e finalmente os custos de realização. No decorrer do projeto, é impor-
tante certificar-se de que o escopo é mantido para que não fique aquém
ou além do que foi previamente planejado e evitar alterações constantes
que poderiam inviabilizar a conclusão do projeto. O gerenciamento do
escopo permite a renegociação do que foi estabelecido de início, calculan-
do o impacto dessa mudança sobre as demais variáveis do projeto, como
prazos e custos.

A gestão dos prazos depende muito da gestão do tempo, pois é preciso


ter um início e um fim determinados. Um dos recursos utilizados são os
cronogramas, criá-los e compartilhá-los ajuda no acompanhamento dos
prazos, na sincronização das tarefas, na previsão de possíveis atrasos e na
busca antecipada de soluções. O cronograma oferece uma visão geral do
fluxo de trabalho e contribui para aumentar o senso de responsabilidade
de cada profissional envolvido. O cronograma também aponta as depen-
dências entre as atividades/etapas do projeto, indicando quais elementos
podem ser iniciados somente mediante a conclusão de outros.

A gestão dos custos é essencial em um projeto, pois se o orçamento es-


tourar, o projeto pode atrasar ou mesmo ser interrompido e também ao
contrário, se sobrarem recursos financeiros destinados a um projeto, de-
monstra que o planejamento do projeto não foi bem-feito, uma vez que
esses recursos poderiam ser alocados para outra necessidade do projeto.
Todos os custos são registrados em um orçamento que, uma vez apro-
vado, será monitorado a fim de assegurar que o projeto seja concluído
dentro do prazo.

A gestão dos riscos é inerente à sua realização, pois apesar de fazer um


bom planejamento, algo pode sair errado durante a execução do projeto.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 75


EXEMPLIFICANDO
Há riscos que são controláveis, como o descumprimento do
cronograma e o estouro do orçamento, porém há riscos in-
controláveis, como as mudanças tecnológicas e alterações na
legislação.

Importante é sempre monitorar o que está acontecendo internamente e


também observar o contexto no qual o projeto está inserido. O planeja-
mento de gestão de riscos envolve identificar, qualificar e quantificar peri-
gos e ameaças, que pode ser feito por meio de brainstorming (tempestade
de ideias) com a equipe e aumentar o comprometimento da mesma. Não
basta apenas reconhecer os riscos, é preciso lidar com eles, prevenir ad-
versidades e investir em planos eficazes para evitar consumo de tempo e
dinheiro.

LINK
MOURA, D. G.; BARBOSA, E. F. Modelo de plano de projeto
orientado pelo escopo. In: ______. Trabalhando com projetos:
planejamento e gestão de projetos educacionais”. Ed. Vozes,
2006. Disponível em: <http://www.tecnologiadeprojetos.
com.br/banco_objetos/%7B228E90E8-4727-4F53-9ABD-
601EE7C5AE50%7D_modelo%20de%20planejamento.pdf>.
Acesso em: 7 mar. 2018.

O artigo apresenta de forma organizada e completa toda a concepção,


fundamentação, planejamento e meios de acompanhamento e avaliação
do projeto, sendo a referência básica para sua execução. Em linhas gerais,
foi descrito um modelo de elaboração do plano de projeto que tem como
referência o escopo do projeto.

76 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


3. Planejamento das demais áreas de gestão de
projetos

A gestão de projetos ocupa-se de maneira interdisciplinar com a dimen-


são organizacional, e também pode ser aplicada a qualquer projeto, en-
quanto o design instrucional integra as outras quatro dimensões que
estão relacionadas à produção de conteúdos, sejam eles tecnocientífico,
pedagógico, comunicacional e tecnológico, aplicados apenas a projetos
instrucionais que resultam em produtos, como um livro impresso e ou-
tras entregas relacionadas à educação a distância.

O PMBOK é um produto do Project Management Institute, a instituição


que coordena os esforços de padronização e certificação na metodolo-
gia de gestão de projetos, reconhecida internacionalmente, e é respon-
sável também pela publicação do PMBOK. O PMBOK está dividido em
dez áreas do conhecimento: 1 – escopo; 2 – tempo/prazo; 3 – custos (es-
sas três áreas foram comentadas e fazem parte do chamado “triângulo
de prioridades da gestão de projetos); 4 – qualidade; 5 – recursos huma-
nos; 6 – partes interessadas; 7 – comunicação; 8 – riscos; 9 – aquisições;
10 – integração.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


O planejamento de gestão de riscos envolve em primeiro lugar iden-
tificar, qualificar e quantificar perigos e ameaças. A partir daí, diante
de cada risco identificado, é possível evitar o risco? É possível atenuar
seu impacto? É adequado transferir responsabilidades para outros?
Basta aceitar o risco e estruturar um plano de contingência para co-
locar em prática?

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 77


4. Considerações finais

• O projeto é um empreendimento temporário com datas estabele-


cidas para início e término, podemos dizer que um projeto é um
empreendimento com objetivos claros e bem definidos que dão ori-
gem a um produto único.

• A estrutura do plano de projeto é baseada pelo ciclo de vida do pro-


jeto que apresenta uma sequência lógica criada para assegurar a
qualidade do produto final. Essas fases podem ser aplicadas em
diferentes projetos comercial, industrial, tecnológico, de serviços, de
eventos, ou até mesmo educacional, pois oferecem alguns direcio-
namentos para lidar com aspectos gerenciais de qualquer projeto.

• Importante é sempre monitorar o que está acontecendo interna-


mente e também observar o contexto no qual o projeto está inserido,
o planejamento de gestão de riscos envolve identificar, qualificar
e quantificar perigos e ameaças, que pode ser feito por meio de
brainstorming (tempestade de ideias) com a equipe e aumentar o
comprometimento da mesma.

• A gestão de projetos sincroniza e integra todas as frentes do pro-


jeto, reduzindo as possibilidades de erros e garantindo sua plena
conclusão.

Glossário

• PMBOK: Project Management Body of Knowledge (ou guia para o


conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos).

78 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 06
1. O conjunto de estratégias empregadas para apoiar a apren-
dizagem de uma pessoa ou grupo, ou até mesmo um siste-
ma, usando recursos materiais, humanos e virtuais, é cha-
mado de:
a) Processo educacional.
b) Produto educacional.
c) Projeto educacional.
d) Planejamento educacional.
e) Gestão educacional.
2. O pacote discreto, concreto e observável, obtido como re-
sultado de um projeto, entram aqui os conteúdos educa-
cionais, é chamado de:
a) Processo educacional.
b) Produto educacional.
c) Projeto educacional.
d) Planejamento educacional.
e) Gestão educacional.
3. A iniciativa para criar, desenvolver e entregar um produto
educacional que tem início, meio e fim é conhecido como:
a) Processo educacional.
b) Produto educacional.
c) Projeto educacional.
d) Planejamento educacional.
e) Gestão educacional.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 79


Referências Bibliográficas

FILATRO, A.; CAIRO, S. Produção de conteúdos educacionais. São Paulo: Saraiva,


2015.
MOURA, D. G.; BARBOSA, E. F. Modelo de plano de projeto orientado pelo escopo
In: Trabalhando com projetos – Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais.
Ed. Vozes, 2006. Disponível em: <http://www.tecnologiadeprojetos.com.br/banco_
objetos/%7B228E90E8-4727-4F53-9ABD-601EE7C5AE50%7D_modelo%20de%20
planejamento.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2018.
ORTIZ, F. C.; SANTOS, F. A.. Gestão da educação a dstância: comunicação, desafios
e estratégias. São Paulo: Atlas, 2015.
RODRIGUES, E. Como fazer um plano de projeto. Disponível em: <https://www.
elirodrigues.com/2016/04/23/como-fazer-um-plano-de-projeto-completo-com-
exemplos-e-template/>. Acesso em: 7 mar. 2018.

Gabarito – Tema 06

Questão 1 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: um processo educacional é o conjunto


de estratégias empregadas para apoiar a aprendizagem de uma pes-
soa ou grupo, ou até mesmo um sistema, usando recursos materiais,
humanos e virtuais.

Questão 2 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: um produto educacional é um pacote


discreto, concreto e observável, obtido como resultado de um proje-
to, entram aqui os conteúdos educacionais.

Questão 3 – Resposta: C

Breve explicação da resposta: um projeto educacional ou projeto ins-


trucional é uma iniciativa para criar, desenvolver e entregar um pro-
duto educacional que tem início, meio e fim.

80 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


TEMA 07
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Objetivos

• Conhecer a apresentação de conteúdos e proposição


de atividades.

• Compreender o metamodelo educacional e o portfó-


lio de conteúdos educacionais.

• Entender como caracteriza-se cada tipo de lingua-


gem: o texto para mídia impressa, o hipertexto, as
imagens, o áudio, a multimídia e o vídeo.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 81


Introdução

Planejamento é uma atividade que prevê a necessidade de empregar ma-


teriais e recursos disponíveis para a concretização de um trabalho ou pro-
duto em etapas e prazos bem definidos, a partir dos resultados das avalia-
ções. Em educação, são ações previamente organizadas para responder
aos desafios de aprendizagem, estabelecendo caminhos que norteiem
o acompanhamento, a execução e a avaliação do processo educacional.
O principal intuito ao planejar conteúdos educacionais é que eles sejam
mais efetivos do que a aprendizagem espontânea que poderia ocorrer
sem o planejamento.

A produção de conteúdos educacionais visa ter resultados bem definidos


nos produtos, como livros impressos e digitais, objetos de aprendizagem,
vídeos, infográficos e demais soluções educacionais. Cada um desses ar-
tefatos deve ser produzido com a finalidade de atender ao objeto de pla-
nejamento educacional. O planejamento educacional apresenta como os
conteúdos produzidos se relacionam com os demais elementos do pro-
cesso de ensino-aprendizagem.

Neste Tema, vamos descrever sobre o planejamento de conteúdos educa-


cionais, conhecer a apresentação de conteúdos e proposição de atividades,
e entender o metamodelo educacional e o portfólio de conteúdos educa-
cionais. Vamos também compreender como caracteriza-se o texto para mí-
dia impressa, o hipertexto, as imagens, o áudio, a multimídia e o vídeo.

Vamos então iniciar nossos estudos!

1. Apresentação de conteúdos e proposição de


atividades

A ideia central ao produzir conteúdo educacional para o EAD é que o ma-


terial elaborado simule a apresentação de conteúdos e a proposição

82 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


de atividades de aprendizagem feitas por um educador a seus alunos,
a fim de antecipar o diálogo didático que ocorreria em uma situação de
ensino-aprendizagem presencial.

Aprender não se resume apenas em acessar conteúdos bem produzidos,


há um conjunto de atividades que envolvem a interação do aluno com es-
ses conteúdos. Em uma obra que está em produção de conteúdos educa-
cionais, é grande o desejo por uma solução que resolva todas as questões
de elaboração, produção e entrega de conteúdos educacionais. Vamos
entender então como os fundamentos teóricos da pedagogia nos ajudam
a encontrar um caminho para a realização dessa tarefa de qualidade.

Existem dois tipos de aprendizagem que podem ser apoiados por conte-
údos educacionais:

• no primeiro tipo, a aprendizagem acontece pela atenção, em que


os conteúdos assumem uma natureza discursiva e procuram dire-
cionar a atenção dos alunos para o entendimento de conceitos e
informações relevantes, ou seja, as atividades de aprendizagem
giram em torno de ações como assistir, ler e aprender;

• no segundo tipo, a aprendizagem ocorre pela ação, em que os recur-


sos revestem uma dimensão mais prática e exigem dos alunos uma
participação ativa, ou seja, as atividades de aprendizagem são com-
postas por ações como debater, investigar, explorar e experimentar.

ASSIMILE
Os conteúdos educacionais representam grande quantidade
de informações; essa instrução pode ser encontrada nos ma-
teriais didáticos de diferentes naturezas, em livros impressos
ou digitais, tutoriais multimídias, coleções de textos ilustra-
dos, palestras gravadas ou ao vivo, infográficos, animações,
histórias em quadrinhos, podcasts, vídeos, entre outros.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 83


PARA SABER MAIS
Saiba mais sobre planejamento educacional na leitura do
artigo de Verônica Nunes de Carvalho Ribeiro: Planejamento
educacional: organização de estrátegias e superação de rotinas
ou protocolo institucional? Disponível em: <http://www.
faculdadeatenas.edu.br/arquivos/NucleoIniciacaoCiencia/
REVISTAS/REVIST2010/10.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2018.

O planejamento da produção de conteúdo deve estabelecer padrões para


os recursos educacionais de maneira a atender aos dois tipos de aprendi-
zagem, a que ocorre pela atenção e a que ocorre pela ação.

2. Metamodelo educacional e o portfólio de


conteúdos educacionais

A necessidade de representar internacionalmente as práticas educacionais


em uma linguagem compreensível estimulou a criação de um metamo-
delo educacional. Esse metamodelo representa a variedade de teorias e
aplicações na área educacional, que extraíram de cada situação específica
os elementos comuns a toda e qualquer ação de ensino-aprendizagem.

EXEMPLIFICANDO
Assim como Mendeleyev em 1870 criou a tabela periódica
como base modular a qual se poderiam construir blocos de
todas as matérias físicas, um metamodelo estrutural para a
aprendizagem reúne todos os outros modelos, permitindo
descrevê-los. Esse metamodelo pode servir de base para o
planejamento educacional.

84 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Os princípios que fundamentam o metamodelo são: interagir com o mun-
do por meio de conteúdos e atividades de aprendizagem; buscar por ob-
jetivos de aprendizagem constituídos de objetos como textos, animações,
estudo de caso e serviços como ferramentas para comunicação, edição
de documentos; realizar atividades de aprendizagem e de apoio.

O planejamento baseado em um metamodelo educacional exerce um


papel de apoio para o educador, especialista ou designer instrucional,
propõe atividades nas quais quem aprende são o aluno, o grupo, a tur-
ma. Exerce também um papel de aprendizagem ao interagir com conteú-
dos, ferramentas e pessoas. O planejamento começa a ficar interessante
quando outras pessoas, além do professor, desempenhem as atividades
de apoio, como, por exemplo, entrevistar um especialista no assunto, ou
um membro da comunidade participe de um projeto, ou até mesmo um
ex-aluno fazer um depoimento sobre o mercado de trabalho.

LINK
A sugestão é ler o artigo de Zenaide Carvalho da Silva e Andrey
Ricardo Pimentel sobre metamodelo de categorização de
estilos de aprendizagem, e entenda melhor o metamodelo
educacional. Disponível em: <https://www.researchgate.net/
publication/300238147_Metamodelo_de_Categorizacao_de_
Estilos_de_Aprendizagem>. Acesso em: 14 mar. 2018.

O artigo apresenta um metamodelo de categorização de estilos de apren-


dizagem para ajudá-lo no mapeamento das preferências e característi-
cas dos estilos que podem ser usadas para proporcionar adaptação na
apresentação do Objeto de Aprendizagem (OA) de acordo com o estilo de
aprendizagem do aluno.

O portfólio de conteúdos educacionais agrupa didaticamente formatos


de conteúdos ou recursos didáticos com base na proposta pedagógica do
curso/disciplina/aula, a partir do(s) objetivo(s) de ensino-aprendizagem e

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 85


do(s) recurso(s) educacionais à disposição do docente e, nesse caso, o leitor
tem a oportunidade de selecionar recursos e trechos que correspondem
ao seu objetivo de aprendizagem e que considera pertinentes nos livros
falados, os audiobooks, entrevistas em mídias impressas, documentários
animados, jogos transmídia e o que permitir a criatividade da equipe. O
discente não fica totalmente livre, mas deve seguir um caminho mínimo
em seu processo de estudo, para que sua aprendizagem tenha significado
e representatividade em relação ao curso/disciplina/aula e afins.
A linguagem de texto para mídia impressa tem como soluções educacio-
nais os livros impressos, guias, manuais ou roteiros e também estudos
de caso. O hipertexto tem como solução educacional o livro digital, desde
que em um universo controlado, que pode ser criado pela própria insti-
tuição de ensino e/ou pelo docente. A imagem tem como solução os orga-
nizadores gráficos, infográficos, histórias em quadrinhos e as ilustrações
multiquadros. O áudio tem como solução educacional os podcasts. Já a
multimídia tem como soluções educacionais as apresentações de slides,
animações, objetivos de aprendizagem, jogos educacionais e as simula-
ções. O vídeo tem como soluções educacionais as videoaulas, as entrevis-
tas e os debates, os noticiários, os documentários, os vídeos de modela-
gem de comportamento e as narrativas instrucionais.
Vamos entender melhor cada linguagem no próximo tópico.

3. Texto para mídia impressa, hipertexto e imagens

O registro em um material físico, reprodutível em larga escala, é carac-


terístico de um texto para mídia impressa e tem apoio nas matrizes de
linguagem verbal e visual para a apresentação de conteúdos e atividades
de aprendizagem em diversas áreas do conhecimento. As soluções edu-
cacionais mais características são os guias de estudo e de apoio ao docen-
te, os livros didáticos, os estudos de caso, periódicos especializados ou
mesmo periódicos de notícias também podem ser considerados recursos
didáticos de mídia impressa.

86 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Os livros impressos são característicos pela combinação das matrizes vi-
sual, ou seja, imagens, e verbal, que são, especificamente, os textos. Os
livros digitais (ebooks) apresentam grandes quantidades de informações,
sua organização orienta os alunos por meio de uma estrutura sequencial
lógica, oferecendo uma visão geral do conteúdo, como sumários, títulos,
caixas de destaque e recursos visuais. Os livros são duráveis e portáteis.

No caso do livro digital, as facilidades em atualizar o conteúdo por meio


de plataformas de produção, em localizar conteúdo dentro do livro e a
portabilidade, que é a possibilidade de carregar vários títulos em um úni-
co leitor ou de acessar os títulos pela internet.

EXEMPLIFICANDO
A tradução de QR Codes, conhecidos como códigos de res-
posta rápida, é um exemplo mais recente de hipertextualida-
de em livros impressos. O QR Code incorpora uma camada
digital ao livro físico, possibilitando que a imagem de um có-
digo seja capturada por uma câmera digital e decodificada
por um software que estabelece relações interativas entre
o código e o software. O QR Code torna possível a chamada
realidade aumentada, tecnologia que possibilita o enriqueci-
mento de um ambiente real com elementos digitais.

As características principais do hipertexto são a leitura e a escrita não


lineares e não hierarquizadas, permitindo assim o acesso a outros textos
de forma instantânea. A hipermídia é o termo paralelo para designar o
acesso não sequencial a conteúdos em diferentes modalidades e lingua-
gens. A navegação hipertextual produz uma interação instrucional dife-
rente, refletindo em algumas estratégias usadas pelas pessoas ao pesqui-
sar ou navegar na web, que são buscar e acessar conteúdos pela rápida
seleção de links e desejar passar para outra página ou tela rapidamente e
folhear mais do que ler.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 87


A chave do hipertexto são os links em que o aluno interage com pequenos
blocos de texto, imagem, áudio ou vídeo, em vez de ficar apenas em um
único texto. O aluno navegando pelo hipertexto organiza suas escolhas e
seu percurso conforme seus pequenos objetivos e interesses.

As imagens em um conteúdo educacional são os primeiros elementos a


chamar a atenção do leitor, pois elas são percebidas mais rapidamente
do que os textos e porque sua aparência geralmente é semelhante ao
que ela designa. As imagens são também facilmente lembradas compa-
radas ao discurso oral ou escrito, devido à abordagem cognitiva, pois a
mente humana funciona como um sistema computacional que atua com
base em representações. A mente humana processa imagens mentais,
cria e manipula símbolos, visualizando relações entre eles, sendo assim,
qualquer comunicação será mais efetiva de acordo com o que a mente
processa os dados.

As imagens em conteúdos educacionais podem ser usadas em diferen-


tes funções, para descrever cenários, objetos e personagens, para narrar
uma ação ou história, até mesmo para dissertar sobre uma ideia, além
disso, são lúdicas quando divertem o observador, estéticas quando cha-
mam atenção para os fatores artísticos ou metalinguísticos quando re-
presentam sobre a própria linguagem, e expressivas quando transmitem
emoções. O infográfico como a representação “instrucional” em imagem,
por assim dizer, geralmente tem uma alta capacidade de síntese de con-
teúdo em poucos recursos de imagem agrupados no mesmo gráfico.

4. Áudio, multimídia e vídeo

Na aprendizagem de habilidades verbais, idiomas, música e comunica-


ção em público, o áudio tem aplicações importantes. O áudio se ajusta à
apresentação de conteúdos motivacionais, além de atender pessoas com
deficiência visual, que por meio do áudio podem ouvir aquilo que é pos-
sível ser visto.

88 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Em conteúdos educacionais, é importante compreender o uso da matriz
sonora, é preciso fazer uma distinção entre dois conceitos, o som e o áu-
dio. Som é um fenômeno físico associado a vibrações ondulatórias, é de-
finido por parâmetros acústicos como duração, altura, intensidade e tim-
bre. O som vem acompanhado de conceitos importantes, como o ruído,
que é o som indistinto ou desarticulado, assim como o silêncio, que é a
ausência de sons perceptíveis, e a música como linguagem artístico-ex-
pressiva construída a partir da organização sistêmica dos sons. Já o áudio
é um fenômeno construído pela manipulação de parâmetros no registro
de sons, ou seja, a gravação.

Sonoplastia é o nome dado à manipulação de sons e obedece a princípios


audiológicos e psicoacústicos preestabelecidos às convenções do áudio.
Áudio é a parte sonora de um vídeo educacional, de um podcast, de um
objeto de aprendizagem ou de qualquer outro recurso educacional que
utilize música, voz ou efeitos sonoros.

Multimídia é definida pela utilização tanto das palavras, que são conte-
údos em forma verbal, quanto figuras. Em multimídia, é incorporada a
modalidade sensorial, a auditiva, além da visual, ou seja, em uma imagem
e em um texto, são ativados dois canais distintos de processamento e a
capacidade de memória de trabalho estendida ao processo de produção
de conteúdo.

Ao roteirizar conteúdos educacionais, precisamos levar em conta duas


características em multimídia: a interatividade, pois quanto mais interati-
vo for um conteúdo multimídia, maiores as chances de envolvimento do
aluno, e a capacidade de representar o movimento, representado pelas
animações.

O vídeo é definido por seu poder de captura, armazenamento, apresen-


tação de sons e imagens em movimento e por sua transmissão, é um
conjunto de matrizes visual, sonora e verbal, possibilitando muitas per-
cepções de diferentes gêneros e formatos discursivos, desde videoaulas

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 89


completas, entrevistas, debates documentários e noticiários até as nar-
rativas instrucionais. As narrativas instrucionais envolvem personagens e
podem assumir muitas formas na educação, como relatos pessoais, his-
tórias de vida, estudos de caso, entre outros.

PARA SABER MAIS


Saiba mais sobre o planejamento educacional da mídia im-
pressa ao hipertexto no artigo de Juliano Paines Martins e
Adriana Soares Pereira. Disponível em: <http://repositorio.
ufsm.br/bitstream/handle/1/2861/Martins_Juliano_Paines.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 14 mar 2018.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


“Ao longo de um enredo, o conflito enfrentado por um protagonis-
ta faz a audiência projetar sentimentos e emoções, ciúmes, orgulho,
vingança, amor, ódio, medo, à medida que as ações são apresenta-
das. O público cria uma identificação com a história, porque as emo-
ções atingem o córtex cerebral com mais rapidez do que aquela ne-
cessária para raciocinarmos sobre a situação que as provocou. Isso
faz as pessoas sentirem e vivenciarem intensamente as emoções en-
frentadas pelas personagens” (FILATRO; CAIRO, 2015).
Diante desse contexto qual formato importante de conteúdo educa-
cional foi apresentado nesse trecho?

5. Considerações finais

• Planejamento em educação são ações previamente organizadas


para responder aos desafios de aprendizagem, estabelecendo cami-
nhos que norteiem o acompanhamento, a execução e a avaliação
do processo educacional.

90 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


• A ideia central ao produzir conteúdo educacional é que o material
elaborado simule a apresentação de conteúdos e a proposição de
atividades de aprendizagem feitas por um educador a seus alunos,
a fim de antecipar o diálogo didático que ocorreria em uma situação
de ensino-aprendizagem presencial.
• A necessidade de representar internacionalmente as práticas edu-
cacionais em uma linguagem compreensível estimulou a criação
de um metamodelo educacional que representa a variedade de
teorias e aplicações na área educacional e que extraíram de cada
situação específica os elementos comuns a toda e qualquer ação de
ensino-aprendizagem.
• A linguagem de texto para mídia impressa tem como soluções edu-
cacionais os livros impressos, guias, manuais ou roteiros e também
estudos de caso; o hipertexto tem como solução educacional o livro
digital; a imagem tem como solução os organizadores gráficos, info-
gráficos, histórias em quadrinhos e as ilustrações multiquadros; o
áudio tem como solução educacional os podcasts; a multimídia tem
como soluções educacionais as apresentações de slides, animações,
objetivos de aprendizagem, jogos educacionais e as simulações; o
vídeo tem como soluções educacionais as videoaulas, as entrevistas
e os debates, os noticiários, os documentários, os vídeos de mode-
lagem de comportamento e as narrativas instrucionais.

Glossário

• Podcast: é a abreviação da palavra podcasting, que é uma combi-


nação de iPod, marca registrada de aparelho que executa arquivos
digitais em formato áudio, e broadcasting, que é a difusão em larga
escala por meio de rádio, televisão ou internet. Trata-se de uma
forma de publicação de mídia digital executada sob demanda em
aparelhos portáteis, vem aí a ligação com o termo iPod, abreviação
de portable on demand.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 91


• Infográfico: conhecido como visualização da informação, na área
do design, vem sendo definido como um recurso para sintetizar
conteúdos de forma esquemática, mesclando recursos de texto
e imagem, viabilizando leitura e compreensão mais ágeis do que
está sendo tratado naquele gráfico.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 07
1. Os representam grande quantida-
de de informações, essa instrução pode ser encontrada
nos materiais didáticos de diferentes naturezas, em livros
impressos ou digitais, tutoriais multimídias, coleções de
textos ilustrados, palestras gravadas ou ao vivo, infográfi-
cos, animações, histórias em quadrinhos, podcasts, vídeos,
entre outros.
Assinale a alternativa que completa a frase:
a) Conteúdos educacionais.
b) Projetos pedagógicos.
c) Planos de aula.
d) Manuais de instruções.
e) Guias de referência.
2. Áudio é a parte sonora de um vídeo educacional, de um
objeto de aprendizagem ou de qualquer outro recurso
educacional que utilize música, voz ou efeitos sonoros.
Qual é o nome dado à manipulação de sons que obedece a
princípios audiológicos e psicoacústicos preestabelecidos
às convenções do áudio?
a) Podcast.
b) Concerto.

92 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


c) Sonoplastia.
d) Audiobook.
e) Audioplastia.
3. Qual é a atividade que prevê a necessidade de empregar
materiais e recursos disponíveis para a concretização de
um trabalho ou produto em etapas e prazos bem defini-
dos a partir dos resultados das avaliações?
a) Alfabetização.
b) Avaliação.
c) Projeto pedagógico.
d) Prospecção.
e) Planejamento.

Referências Bibliográficas

FILATRO, A.; CAIRO, S. Produção de conteúdos educacionais. São Paulo: Saraiva,


2015.
PIVA, D. et al. EAD na prática: planejamento, métodos e ambientes. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.
SILVA, Z. C. da; PIMENTEL, A. R. Metamodelo de categorização de estilos de apren-
dizagem. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/300238147_
Metamodelo_de_Categorizacao_de_Estilos_de_Aprendizagem>. Acesso em: 14 mar.
2018.

Gabarito – Tema 07

Questão 1 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: os conteúdos educacionais represen-


tam grande quantidade de informações, essa instrução pode ser en-
contrada nos materiais didáticos de diferentes naturezas, em livros

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 93


impressos ou digitais, tutoriais multimídias, coleções de textos ilus-
trados, palestras gravadas ou ao vivo, infográficos, animações, histó-
rias em quadrinhos, podcasts, vídeos, entre outros.

Questão 2 – Resposta: C

Breve explicação da resposta: sonoplastia é o nome dado à manipu-


lação de sons e obedece a princípios audiológicos e psicoacústicos
preestabelecidos às convenções do áudio.

Questão 3 – Resposta: E

Breve explicação da resposta: planejamento é uma atividade que


prevê a necessidade de empregos materiais e recursos disponíveis
para a concretização de um trabalho ou produto em etapas e prazos
bem definidos, a partir dos resultados das avaliações.

94 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


TEMA 08
QUESTÕES ECONÔMICAS
RELACIONADAS AO DESIGN
INSTRUCIONAL

Objetivos

• Compreender as questões econômicas relacionadas


ao design instrucional, os resultados econômicos do
aprendizado eletrônico, o fator custos, o fator gastos,
quem paga a conta no aprendizado eletrônico.

• Entender a importância do custo médio por aluno,


orçamento como ferramenta de planejamento e con-
trole de custos no design instrucional.

• Conhecer a gestão de projetos em design instrucional


(escopo, tempo, custos), quem é o responsável pelas
decisões econômicas e pela gestão de projetos?

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 95


Introdução

No decorrer de nosso estudo sobre planejamento didático, aprendemos


qual o significado do termo e-learning e sobre a construção de materiais
educacionais e digitais. Estudamos sobre o planejamento de cursos on-li-
ne, os direitos autorais e sobre a produção de materiais para EAD. Foram
também abordados temas sobre avaliação e suas técnicas na educação
a distância e o tripé escopo/prazos/custos em projetos de EAD, e foi feito
ainda um aprofundamento nas atividades de planejamento educacional.
Para finalizarmos nosso estudo, neste Tema, serão abordadas as questões
econômico-financeiras relacionadas ao design instrucional. É importante
atentar para a mudança no perfil das carreiras profissionais, as quais en-
fatizam cada vez mais a prestação de serviços na produção de bens que
exigem competências intelectuais cada vez mais complexas e que neces-
sitam de constante atualização.
Estatísticas indicam que, à medida que a economia se torna mais globali-
zada, a atuação dos profissionais fica além dos mercados de trabalho lo-
cais. Os conceitos como educação continuada e life long learning, ou seja,
a aprendizagem para toda a vida, sugerem que o autodesenvolvimento
não é mais uma opção e sim uma questão de sobrevivência para indi-
víduos, grupos, organizações e países. Alguns acreditam que o ensino a
distância é a única maneira de equacionar a diferença no número de va-
gas das redes de ensino e a inclusão social de uma parcela da população.
Nesse sentido, o fator econômico exige atenção especial dos gestores de
instituições que atuam com EAD e/ou ensino presencial para a análise, a
elaboração e a decisão de aprovação de projetos educacionais, devido ao
seu forte efeito sobre os resultados esperados.
Neste Tema, vamos entender melhor esses aspectos, primeiramente
abordaremos os conceitos básicos para desenvolver uma visão macroe-
conômica do aprendizado eletrônico, analisaremos também as especifici-
dades dos projetos do aprendizado eletrônico, as contribuições da gestão
de projetos no trabalho do designer instrucional e conhecer quem é o
responsável pelas decisões econômicas e pela gestão de projetos.

96 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


1. Resultados econômicos do aprendizado eletrônico

Os resultados das atividades sociais e produtivas das instituições com e


sem fins lucrativos são apurados por períodos, nos quais o resultado eco-
nômico é igual às receitas sem a adição dos custos e das despesas. Nas
instituições, os resultados econômicos positivos durante longos períodos
permitem investimentos estratégicos em desenvolvimento e inovação
tecnológica instrucional.

No aprendizado eletrônico, a importância do fator custos pode ser ve-


rificada a partir da análise e do entendimento dos principais insumos e
recursos utilizados para as soluções educacionais; é preciso considerar os
custos da tecnoestrutura, das áreas de administração, marketing e recur-
sos humanos, e quando o projeto atinge um nível avançado e específico,
são considerados também os custos de design e desenvolvimento, avalia-
ção e feedback, implementação e overhead, que são os recursos institu-
cionais compartilhados.

Esses insumos e recursos são aplicados no processo de produção do


aprendizado eletrônico, gerando custos, e subdividem-se em custos vari-
áveis, custos fixos e custos totais.

EXEMPLIFICANDO
Os custos variáveis variam de acordo com o número de alu-
nos, por exemplo, na emissão de certificados.

Os custos fixos não mudam dentro de certos limites, por exem-


plo, se o número de alunos muda, os custos do design instru-
cional e do desenvolvimento de materiais digitais não mudam.

No cálculo do custo total, somamos o custo variável ao custo


fixo, por exemplo, mesmo sobre um curso sem alunos, é co-
locado determinado custo fixo.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 97


Os custos apresentam uma categoria mais ampla chamada de gastos,
que incluem os investimentos incorporados no ativo patrimonial da insti-
tuição e as despesas de funcionamento, que são os gastos que não estão
relacionados à produção. O fator gastos é utilizado na aquisição de ser-
viços e produtos que servem para a obtenção ou a produção de outros
serviços e produtos. Os gastos totais são representados pela somatória
dos diferentes investimentos, despesas e custos que uma organização ou
um indivíduo tem de arcar para atingir seus objetivos. Os gastos totais são
o resultado dos custos somados com os investimentos e somados com as
despesas de funcionamento.

O fator custos está ligado ao processo produtivo, por exemplo, a área de


recursos humanos está envolvida no aprendizado eletrônico, já as despesas
são gastos genéricos que não estão relacionados ao desenvolvimento ou à
implantação de um curso, porém são necessários para dar apoio a atividades
como taxas de água, luz, telefone, serviços de limpeza. Os investimentos
de uma instituição são os gastos estratégicos em recursos tangíveis, como
equipamentos, instalações, infraestrutura e os gastos com recursos intangíveis,
como direitos autorais, softwares, sistemas.

ASSIMILE
Os investimentos aplicados na produção de bens e servi-
ços geram custos aplicados na formação e na manutenção
da infraestrutura tecnológica para a instituição. Devem ser
considerados no orçamento formação do preço e apuração
dos resultados da instituição, também os custos de deprecia-
ção que são os bens tangíveis ou até mesmo de amortização
que são os bens intangíveis. As despesas e os investimentos
realizados entre várias unidades de produção devem ser in-
cluídos no overhead atribuído em cada projeto específico de
cada unidade da instituição.

98 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Existem os gastos totais do aprendizado eletrônico formado pelos inves-
timentos e despesas de funcionamento, custos variáveis e fixos, é neces-
sário ter receitas que custeiem esses gastos. Diante disso tudo, você pode
estar se perguntando, quem paga a conta do aprendizado eletrônico?
Quem paga a conta dos gastos totais são as receitas, ou seja, as entradas
monetárias vindas da realização de atividades produtivas ou sociais da
instituição.

Nas instituições de ensino público, fundações e organizações não gover-


namentais, que são instituições sem fins lucrativos, as entradas são deno-
minadas receitas de custeio e são providas por subvenções, doações, au-
xílio e contribuições, taxas de administração e mensalidades relacionadas
à missão social da instituição. No aprendizado eletrônico realizado por
instituições com fins lucrativos, essas entradas são advindas da venda de
prestação de serviços e de produtos, as receitas são originárias de taxas
pagas pelos alunos, das licenças de uso de direitos autorais, entre outros.

PARA SABER MAIS


Para entender melhor todo o contexto sobre como o designer
instrucional é importante, leia o artigo de Valdir Lamim-
Guedes, Um design instrucional específico para a educação
ambiental? Disponível em: <http://www.fespsp.org.br/
seminarios/anaisVI/GT_10/Valdir_Guedes_GT10.pdf>.
Acesso em: 19 mar. 2018.

2. O Orçamento para o design instrucional

No aprendizado eletrônico, um dos principais fatores de sucesso do pon-


to de vista econômico é a importância do custo médio por aluno, pois
ao reduzir esse custo, são viabilizados projetos educacionais, possibili-
tando a capacidade de investimento em estrutura, conteúdo e pessoal,

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 99


a lucratividade da instituição, a possibilidade de reaproveitamento de re-
cursos educacionais ao longo do tempo, a rapidez e baixo custo da atua-
lização desses recursos educacionais. Devido a essa economia, o fato de
reduzir o custo médio por aluno está entre as principais metas na oferta
de um curso on-line.

O custo médio por aluno é levado em consideração por duas variáveis que
influenciam na sua formação, os gastos totais aplicados para a construção
e implementação de um curso on-line e o número de alunos matriculados.

A ferramenta ideal para calcular as receitas, os custos, despesas e, ao final


de um período determinado, apurar os resultados positivos esperados ou
apurar os resultados com os lucros para as instituições com fins lucrativos
e o superávit para as instituições sem fins lucrativos é o orçamento.

O orçamento é um planejamento econômico-financeiro elaborado em


moeda corrente que quantifica, detalha, estima o controle de gastos fu-
turos com os recursos materiais, humanos e tecnológicos necessários na
produção de bens e serviços. O orçamento também auxilia na compreen-
são de receitas, custos, despesas e resultados, abrange períodos prede-
terminados, como trimestre, semestre ou ano, exibe as estimativas sobre
os recursos monetários e numéricos absolutos, por exemplo, número de
cursos, alunos e recursos numéricos relativos, como, por exemplo, o custo
médio por aluno, por curso, por docente, número de alunos por docente.

Há a participação de vários especialistas envolvidos no processo de de-


sign e desenvolvimento de cursos e unidades de aprendizagem, cada um
desses profissionais apresenta soluções próprias, contando com os recur-
sos pertinentes em sua área para atender às necessidades educacionais.
Cada uma dessas soluções necessita de recursos que geram custos. No
caso do design instrucional em especial, o profissional se baseia na entre-
ga de conteúdo, em que o seu maior gasto é realizado na fase pré-ope-
racional, antes da execução do aprendizado eletrônico, pois necessita de
grandes investimentos em profissionais com conhecimento especializado
e na elaboração de produtos. O designer instrucional tem a capacidade

100 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


de estimar os custos e os recursos utilizados no nível do projeto, sua con-
tribuição consiste em otimizar o uso de recursos e reduzir os custos sem
comprometer a qualidade do produto.

PARA SABER MAIS


Saiba mais sobre o assunto no artigo de Marcelo G. Porto
Fernandes: Automatizando o processo de design instrucional: ma-
ximizando a interação dos especialistas de conteúdo. Disponível
também em formato doc no link: <http://www.abed.org.br/
seminario2003/texto10.htm>. Acesso em: 19 mar. 2018.

3. A gestão de projetos em Design Instrucional

A gestão de projetos é reconhecida como uma metodologia apropriada


para atender às demandas complexas de novos produtos ou serviços e as
severas restrições nos orçamentos e cronogramas para alcançar suces-
so em novos empreendimentos. A gestão de projetos é responsável pela
harmonização do escopo, tempo e custos, embasando sua elaboração e
execução; essas três variáveis competem entre si e são conhecidas como
o triângulo da gestão de projetos, onde cada lado representa uma variá-
vel. Caso um dos lados do triângulo seja alterado, os outros lados sofrem
impacto também, por exemplo, se há restrição nos prazos, geralmente o
escopo reduz e os custos podem aumentar e estourar o orçamento.

O escopo abrange o que será feito e entregue como subproduto do pro-


jeto e também o que não será feito e não será entregue. O escopo define
os resultados previstos, os limites do projeto, as exigências especificadas
para a entrega do produto ou serviço projetado.

Um fator crítico em qualquer projeto é o tempo, pois se refere aos prazos


decorridos de início ao término e em cada uma das atividades do projeto.
Para estimar os prazos em um projeto de design instrucional, é preciso

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 101


identificar as atividades necessárias para a sua conclusão e, geralmente,
em gestão de projetos, é utilizada a estrutura analítica do projeto, conhe-
cida como WBS, ou seja, Work Breakdown Structure, é a estrutura hierár-
quica que organiza as atividades que serão realizadas durante o projeto.

Os custos são os gastos relacionados com a elaboração e a produção de


soluções para o aprendizado eletrônico. Em um projeto de design instru-
cional, para determinar os custos, é necessário fazer o orçamento dos
recursos que serão empregados para realizar as atividades previstas na
estrutura analítica do projeto.

A gestão de projetos requer a aplicação de um conjunto de gerências e


subáreas de gerenciamento, como a gerência de escopo, de custos e de
tempo, a gerência da qualidade, a gerência dos recursos humanos, das
aquisições, das comunicações, da integração de projetos, entre outras.

Diante de todo esse entendimento, você deve estar se perguntado, afinal


quem é o responsável pelas decisões econômicas e pela gestão de
projetos?

O designer instrucional faz o melhor uso de recursos em projetos especí-


ficos, desenvolve e coloca em prática uma visão econômica que consiste
em pensar estrategicamente, ou seja, considera que o futuro é construído
nas decisões realizadas no presente; pensar sistematicamente, ou seja,
busca soluções compartilháveis com outros cursos; pensar competitiva-
mente, ou seja, gerar soluções mais efetivas para o projeto; e pensar eco-
nomicamente, obter a máxima produtividade no uso dos recursos mone-
tários disponíveis, obtendo melhores resultados.

LINK
A sugestão para leitura de artigo é: Gestão e design instrucional:
construindo intersecções, de Andreza Regina Lopes da Silva
e Cols, disponível em: <http://www.abed.org.br/hotsite/20-
ciaed/pt/anais/pdf/151.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018.

102 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


O artigo mapeia a produção científica e discute a gestão do processo de
design instrucional na educação a distância. Os resultados encontrados
permitiram, além de ampliar a discussão interdisciplinar nos temas de
gestão e design instrucional, destacar que a contribuição do tema gestão
aparece no âmbito educacional como modo de planejar, de desenvolver
uma obra educativa, e design como modo de apresentar essa prática.

PARA SABER MAIS


Para entender melhor a importância do designer instru-
cional, leia o artigo de Karine Xavier Freire, Design instrucio-
nal: aplicabilidade dos desenhos pedagógicos na EAD on-Line.
Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2009/CD/
trabalhos/1352009130007.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

A Instituição de Ensino Superior e Técnico – IESTec possui alguns cursos


nas áreas de Humanas, Exatas e Biológicas. Esses cursos, na maioria, são
presenciais e no último ano a IESTec vem inovando na oferta de cursos
de EAD e vem compondo uma equipe multiprofissional para tal deman-
da. Na última semana, a equipe de design e desenvolvimento, composta
por profissionais especialistas em design instrucional sob a gerência de
André Luiz Nunes, recebeu a proposta de elaborar um material exclusi-
vo para a disciplina Nutrição e Dietética. Essa disciplina é composta de
aulas presenciais práticas e aulas teóricas que serão oferecidas on-line
para os alunos do curso de Nutrição. Para a apresentação do conteúdo
da disciplina Nutrição e Dietética produzido pelo conteudista professor
Dr. Antônio Carlos Fernandes, um renomado nutricionista, será neces-
sário adicionar conteúdo interativo para enriquecer o conteúdo teórico
e que será ofertado no AVA para os alunos do curso.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 103


Diante dessa situação-problema, como André Luiz, gerente de diagra-
mação e desenvolvimento e designer instrucional, pode auxiliar a sua
equipe na elaboração dessa nova demanda da disciplina Nutrição e
Dietética? Quais são os critérios relevantes para dar andamento nes-
se processo?

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Como mencionado neste Tema, existe a participação de vários profis-
sionais especialistas envolvidos no processo de design e desenvolvi-
mento de cursos e unidades de aprendizagem, cada um desses pro-
fissionais apresenta soluções próprias contando com o melhor e mais
moderno em sua área para atender às necessidades educacionais.

Diante de todo o contexto estudado neste Tema e no decorrer da


disciplina, você sabe qual é o papel do designer instrucional nesse
processo?

4.Considerações Finais

• Nas instituições, os resultados econômicos positivos durante longos


períodos permitem investimentos estratégicos em desenvolvimen-
to e inovação tecnológica instrucional. Esses insumos e recursos
são aplicados no processo de produção do aprendizado eletrônico,
gerando custos, e subdividem-se em custos variáveis, custos fixos e
custos totais.

• Quem paga a conta dos gastos totais são as receitas, ou seja, as


entradas monetárias vindas da realização de atividades produtivas

104 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


ou sociais da instituição. No aprendizado eletrônico, um dos princi-
pais fatores de sucesso do ponto de vista econômico é a importância
do custo médio por aluno, pois ao reduzir esse custo, são viabili-
zados projetos educacionais, possibilitando o acesso a um número
grande de estudantes.

• A ferramenta ideal para calcular receitas, custos, despesas e, ao final


de um período determinado, apurar os resultados positivos espera-
dos ou apurar os resultados com os lucros para as instituições com
fins lucrativos e o superávit para as instituições sem fins lucrativos
é o orçamento.

• A gestão de projetos é responsável pela harmonização de escopo,


tempo e custos embasando sua elaboração e execução; essas três
variáveis competem entre si, são conhecidas como o triângulo da
gestão de projetos, em que cada lado representa uma variável; caso
um dos lados do triângulo seja alterado, os outros lados sofrem
impacto também, por exemplo, se há restrição nos prazos, geral-
mente o escopo reduz e os custos podem aumentar e estourar o
orçamento.

Glossário

• Life long learning: aprendizagem para toda a vida.

• Overhead: recursos institucionais compartilhados.

• WBS – Work Breakdown Structure: estrutura hierárquica que orga-


niza as atividades que serão realizadas durante o projeto.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 105


VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 08
1. A importância do fator custos pode ser verificada a partir
da análise e do entendimento dos principais insumos e re-
cursos utilizados para as soluções educacionais. É preciso
considerar os custos da tecnoestrutura, das áreas de ad-
ministração, marketing e recursos humanos, e quando o
projeto atinge um nível especifico, são considerados tam-
bém os custos de design e desenvolvimento, avaliação e
feedback, implementação e , que são os
recursos institucionais compartilhados.
Assinale a alternativa que completa a frase:
a) Life long learning.
b) Overhead.
c) WBS.
d) AVA.
e) LMS.
2. Os são os gastos relacionados com a ela-
boração e a produção de soluções para o aprendizado ele-
trônico. Em um projeto de design instrucional, para deter-
minar os , é necessário fazer o orçamento
dos recursos que serão empregados para realizar as ativi-
dades previstas na estrutura analítica do projeto.
Assinale a alternativa que completa a frase:
a) Custos; custos.
b) Escopos; escopos.
c) Lucros; gastos.
d) Escopos; custos.
e) Gastos totais; gastos.

106 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


3. O abrange o que será feito e entregue
como subproduto do projeto e também o que não será fei-
to e não será entregue. O define os resul-
tados previstos, os limites do projeto, as exigências espe-
cificadas para a entrega do produto ou serviço projetado.
Assinale a alternativa que completa a frase:
a) Custo; custo.
b) Escopo; escopo.
c) Lucro; gasto.
d) Escopo; custo.
e) Gasto total; gasto.

Referências Bibliográficas

FERNANDES, M. G. P. Automatizando o processo de design instrucional: maxi-


mizando a interação dos especialistas de conteúdo. Disponível em: <http://www.
abed.org.br/seminario2003/texto10.htm>. Acesso em: 19 mar. 2018.

FILATRO, A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil,


2008.

FREIRE, K. X. Design instrucional: aplicabilidade dos desenhos pedagógicos na


EAD. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2009/CD/trabalhos/13520091
30007.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018.

LAMIM-GUEDES, V. Um design instrucional específico para a educação ambien-


tal? Disponível em: <http://www.fespsp.org.br/seminarios/anaisVI/GT_10/Valdir_
Guedes_GT10.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018.

SILVA, A. R. L. & Cols. Gestão e design instrucional: construindo intersecções.


Disponível em: <http://www.abed.org.br/hotsite/20-ciaed/pt/anais/pdf/151.pdf>.
Acesso em: 19 mar. 2018.

Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line 107


Gabarito – Tema 08

Questão 1 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: a importância do fator custos pode ser


verificada a partir da análise e do entendimento dos principais insu-
mos e recursos utilizados para as soluções educacionais. É preciso
considerar os custos da tecnoestrutura, das áreas de administração,
marketing e recursos humanos, e quando o projeto atinge um nível
especifico, são considerados também os custos de design e desen-
volvimento, avaliação e feedback, implementação e overhead, que
são os recursos institucionais compartilhados.

Questão 2 – Resposta: A

Breve explicação da resposta: os custos são os gastos relacionados


com a elaboração e a produção de soluções para o aprendizado ele-
trônico. Em um projeto de design instrucional, para determinar os
custos, é necessário fazer o orçamento dos recursos que serão em-
pregados para realizar as atividades previstas na estrutura analítica
do projeto.

Questão 3 – Resposta: B

Breve explicação da resposta: o escopo abrange o que será feito e


entregue como subproduto do projeto e também o que não será
feito e não será entregue. O escopo define os resultados previstos,
os limites do projeto, as exigências especificadas para a entrega do
produto ou serviço projetado.

108 Planejamento didático: e-learning e gestão de cursos on-line


Bons estudos!

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