Você está na página 1de 2

Universidade Federal de Santa Catarina

Disciplina: ARQ 5115- Arquitetura I


Professor: Gustavo Pires de Andrade Neto
Acadêmica: Lidyana Schlichting

NO TEMPO EM QUE A ENGENHARIA E ARQUITETURA CAMINHAVAM JUNTAS

REIS FILHO, N. G. (Org.). 100 anos de Ensino de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo. São
Paulo: USP, FAU 1996.

Nestor Goulart Reis Filho, é graduado em Arquitetura e Urbanismo desde 1955, também
possui formação em Ciências Sociais desde 1962 pela Universidade de São Paulo. Reis Filho,
aprofundou seus conhecimentos em História e Teoria da Urbanização, do Urbanismo e da
Arquitetura (Currículo Lattes).

100 anos de Ensino de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo aborda cronologicamente a


união da Arquitetura e Engenharia no Brasil , com início no Brasil colônia até a sua separação
no séc. XX. Na época colonial, por volta de 1647, havia as aulas de arquitetura, porém quem
executava o projeto era chamado de engenheiro. O autor também aborda dados do início dos
cursos de arquitetura em outros estados, mas o foco geral é no estado de São Paulo. Para
demonstrar o nível de conhecimento daquela época, a obra conta com várias imagens de
plantas de projetos importantes da época como prédios e ferrovias, como também
levantamentos geográficos. A principal instituição referenciada na obra é a Escola Politécnica,
com o curso de engenheiro-arquiteto fundado em 1896, impulsionado pelas necessidades das
cidades após a Segunda Revolução Industrial. Neste período, ampliou-se também os estudos
referentes ao concreto. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, houve a separação da
formação engenheiro-arquiteto e fundou-se o curso de arquitetura na instituição Mackenzie e
posterior se difundiu para as demais instituições. Nesta época os arquitetos voltaram-se para
projetos residenciais e escritórios.

A obra relata como a arquitetura e a engenharia estavam entrelaçadas nos projetos das
construções desde o Brasil colônia, seu ápice, com a fundação do curso de engenheiro-
arquiteto na Escola Politécnica em São Paulo e por fim, a separação desses conhecimentos
pós Segunda Guerra Mundial. O texto é rico em informações históricas e demonstra a
importância dos engenheiros-arquitetos para o desenvolvimento das cidades brasileiras com
obras que pareciam complexas para épocas passadas. O autor nos faz refletir sobre essa
separação , pois no passado a união das mesmas produziu obras que fizeram história e hoje
são cartões postais e da mesma forma eternizou os nomes de engenheiros-arquitetos em todos
os períodos em que ambos os conhecimentos caminhavam juntos. A reflexão sugerida pela
obra 100 anos de Ensino de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo é relevante e percebe-se
que esse pensamento está presente entre outros membros responsáveis pelo ensino de
Arquitetura e Engenharia civil. Esse fato é observado com a criação do programa de dupla
formação, com início em 2004 em São Paulo, que envolve alunos do curso de arquitetura
(FAU) e estudantes de engenharia (Politécnica), conforme divulgação da Assessoria de
Imprensa da USP.

Você também pode gostar