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O Jornalismo e a internet

Letícia Amanda da Trindade

Desde a criação da imprensa em 1440 por Gutenberg, até os dias atuais, o


jornalismo tem sofrido várias mudanças, como a implantação da internet. Esta,
ampliou radicalmente o jornalismo, trouxe velocidade e mobilidade, possibilitando
acesso a uma grande quantidade de informações sem que seja necessário algum
deslocamento físico. Esta conexão proporciona uma interação maior entre o autor e
o leitor, pois quem lê tem a opção de comentar, compartilhar e assim por diante.
Esta plataforma também dá a oportunidade para que todo internauta, utilizando o
webjornalismo (jornalismo que se perpetua na rede), seja um potencial jornalista,
contribuindo com o conteúdo em sites e similares. É possível assim fugir do modelo
clássico de transmissão(emissor-meio-mensagem-receptor) e avançar para um
dissociado, viabilizando uma comunicação mais democrática.

Contudo, também tem suas dificuldades. A internet não está apenas mudando
o modo de acesso à informação, mas também muda o perfil do jornalista, pois agora
ele precisa ser mais do que apenas um contador de fatos, o dever do jornalista como
intérprete dos casos será dilatado e, por parte, modificado e os jornalistas em rede
terão um papel importante na conexão entre os grupos.

Ainda diante deste fato, as técnicas e as exigências profissionais do jornalista


também mudam. Antes, o profissional da área deveria ser especializado em algum
assunto, porém, atualmente deve ser multidisciplinar, interpretar as informações
adquiridas e divulgá-las de forma dinâmica em diferentes mídias de forma paralela
ou até simultânea.

O jornalista trabalha para a população que, atualmente, exige rapidez em tudo


o que for possível, principalmente em saber o que está acontecendo. Ele tem a
função de transmitir a informação, acontecimentos e saberes que preexistem,
colocando o profissional em uma posição de alguém que deve coletar os
acontecimentos e os saberes, não de criá-los. Sendo assim, acaba por enfrentar
obstáculos no processo da conclusão do seu trabalho na coleta de informações
como: não estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, a restrição de
tempo de fabricação da notícia, o número cada vez maior de Fake News
(dificultando cada vez mais a apuração dos dados), etc. Estes problemas podem
facilmente encaminhar o jornalista ao erro, contribuindo para que perca a confiança
de seus leitores, pois mesmo com as mudanças ocorridas ao longo do período no
ato jornalístico, os critérios e as concepções indispensáveis para a construção da
fala jornalística não mudaram.

Será preciso sempre, portanto, chegar aos dados obtidos, independente do


meio. Ouvir ambos os lados do tema e tentar manter a imparcialidade, ser leal as
deontológicas da profissão e as concepções. A exigência de divulgar as notícias
com rapidez não pode ser justificativa para a falta de qualidade da investigação. Os
procedimentos para a produção de um bom jornalismo devem ser permanentes,
mesmo com as transformações dos métodos.

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