Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apontar feiticeiras entre pessoas de diferentes perfis era mais fácil quando
ninguém sabia exatamente como eram esses seres. Se O Mágico de Oz,
filme de 1939, popularizou a figura de rosto verde, nariz e queixo enormes,
na interpretação magistral de Margaret Hamilton, os puritanos de Salem
entendiam que qualquer pessoa – feia ou bonita, jovem ou velha – poderia
ser uma bruxa.
Mas eles tinham algumas pistas. A feiticeira deveria ter uma marca no
corpo indicando seu pacto antinatural com os maus espíritos. Podia ser
uma verruga ou uma marca de nascença qualquer. Por isso, os juízes
convocavam as parteiras da cidade para examinar o corpo nu das
acusadas. Imagine a humilhação desse exame para mulheres puritanas.
Foi por esse teste íntimo e invasivo que passou Bridget Bishop, que teve
seu corpo esquadrinhado, com as parteiras procurando mamilos de bruxa
ou outros sinais. Acharam alguma carne estranha entre a parte pudenda e
o ânus dessa mulher com mais de 60 anos. Talvez o diabo tivesse entrado
por lá, pois era o suficiente para que Bishop deixasse a cadeia, onde
estivera por seis semanas após sua primeira acusação, e fosse levada a um
tribunal formal.