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CURSO: HISTÓRIA
DOURADOS
2022
JOÃO FELIPE RAMOS TELES
SARA RAYSSA TORRES DOS SANTOS
DOURADOS
2022
Neste texto falaremos sobre a caça às bruxas com base no filme Häxan - A Feitiçaria
Através dos Tempos, uma obra cinematográfica muda lançada em 18 de setembro de 1922
na Suécia, foi dirigido por Benjamin Christensen com base em estudos feitos em um guia
alemão para inquisidores do século XV chamado Malleus Maleficarum, além de outros
estudos feitos pelo autor da obra. Também iremos adentrar as partes do filme e cenas
marcantes da obra, e comentaremos algumas ideias sobre visão da igreja (inquisidores) e
também sobre a população e as bruxas (ou as mulheres consideradas bruxas). Além de citar
algumas figuras que foram condenadas por bruxaria e feitiçaria.
“O termo caça às bruxas pode ser utilizado para designar historicamente a
perseguição ocorrida em qualquer era às mulheres que supostamente possuíam
poderes sobrenaturais, mas é usualmente mais usado para se referir aos eventos
ocorridos durante cerca de quatro séculos a partir do século XV, quando a Igreja
liderou uma grande investida contra mulheres que de alguma forma haviam ferido as
expectativas sociais, políticas ou religiosas, normalmente de classe social mais
humilde.” (Fernanda Paixão Pissurno)
Havia alguns métodos para se identificar bruxas (métodos esses criados pelos
Inquisidores), como a pesagem feita em comparação a uma pilha de bíblias, já que as bruxas
eram vistas como seres que não pesavam quase nada (esse método é demonstrado em um
filme de comédia com o nome Monty Python em Busca do Cálice Sagrado de 1975), outro
método consistia em amarrar e joga-las em lagos ou rios abençoados previamente. Se as
mesmas afundassem eram consideradas inocentes e morriam para ficar ao lado de Deus, se
flutuassem eram culpadas e retiradas do lago para serem queimadas na fogueira. Também
verificavam se a mulher falava sozinha, pois, se estivesse falando sozinha provavelmente
estaria amaldiçoando seus delatores ou quem as torturava. Por incrível que pareça também
faziam a contagem de seus animais e também se a mulher tinha amizade com os animais dos
vizinhos, que poderia ser um sinal de que ela estaria os usando para feitiçaria. Também havia
o “bolo de bruxa” em que era usado a urina da mesma em meio a massa (além de ter cinzas
também), depois de assado era dado a um cachorro e se ele ficasse doente, então a mulher era
considerada bruxa (o cachorro era escolhido por acharem que tinha ligação com o diabo).
Outra maneira de “verificação” que eram usados pelos inquisidores, para identificar os
culpados de feitiçaria era a procura por “marcas do demônio”, ou seja, marcas de nascença,
como pintas, falhas na pele, verrugas ou até cicatrizes. Essas tais marcas eram procuradas em
um exame público, depois de depilar todo o corpo da pessoa suspeita. Depois seriam
espetadas com instrumentos cortantes e pontiagudos, e era verificado se saia sangue ou se a
pessoa sentia aquelas espetadas (se saísse sangue e a pessoa sentisse poderia ser considerada
inocente). Como nos é mostrado com a moça que era suspeita de enfeitiçar o rapaz inquisidor.
A verificação constatava que a moça não sentia as perfurações nas costas, que fez com que ela
fosse considerada culpada, já que ela apesar das torturas não se entregou.
Esse cenário de caos e terror psicológico sobre o sobrenatural que nos é apresentado,
faz compreender-nos do quanto era fácil a manipulação feita pela igreja, e que até eles
mesmos passaram a acreditar fielmente nessa crença sobre esses seres e criaturas malignas.
Tanto que até mesmo certas superstições que eram criadas eram creditadas como verdade, de
acordo com imaginário “ingênuo” daquele período, principalmente daqueles que não eram das
elites letradas. Um exemplo seria uma cena onde um homem (que estava visivelmente
bêbado) que estava escorraçando uma idosa que estava mendigando na frente de um
estabelecimento, acreditando que a senhora era uma bruxa, e a culpando por enfeitiçar a perna
das pessoas (provavelmente este estabelecimento era uma taverna, e a acusação feita por ele
pode ter sido tanto pelas pessoas saírem bêbadas e tropeçando de lá, ou também pelas pessoas
que inventavam e espalhavam essas fofocas pela região). O que faz a senhora se irritar e dizer
que a boca dele iria ficar aberta para sempre, e o homem espantado ficou mesmo com a boca
aberta, ou seja, esse medo era tão constante que faziam as pessoas acreditarem estar
enfeitiçadas.
Como em muitos períodos da nossa história, a maioria das perseguições aconteciam
com o gênero feminino, com pelo menos 80% das acusações sendo dirigidas a esse gênero.
Apesar de algumas gravuras do período e até mesmo o próprio filme mostrar elas, haviam
também feiticeiros, mas obviamente eram em números menores. Um exemplo a ser citado é
uma figura histórica, Gilles de Rais que foi um cavaleiro e senhor da Bretanha, Anjou e
Poitou (províncias da França), além de ter lutado ao lado de Joana d’Arc (que também foi
acusada de bruxaria e executada, mas depois foi canonizada como santa pela igreja católica).
Quando se aposentou de sua vida militar, foi acusado de heresia, assassinato e feitiçaria pela
igreja, e morto na forca, depois do mesmo ter confessado alguns desses crimes (apesar de
muitas dúvidas que ainda se tem sobre esse julgamento ter sido manipulado pela igreja).
“Ele então é acusado pela Igreja de heresia e feitiçaria, o primeiro caso na
história da Inquisição, e pelo duque da Bretanha ele é condenado pelos sequestros e
pelos assassinatos de aproximadamente 140 crianças. É bom pontuar que ambas as
condenações foram baseadas na confissão de Gilles, obtida por meio de tortura, uma
das inúmeras irregularidades no julgamento do nobre do Anjou.” (Bruno Rosa)
https://portrasdonome.blogspot.com/2017/03/nomes-de-bruxas-parte-iv.html
https://aterraemmarte.com/historia-bruxa-agnes-waterhouse-gato/
https://historiablog.org/2016/06/12/os-falsos-demonios-de-loudun/
https://cliohistoriaeliteratura.com/2020/09/01/gilles-de-rais-medievalissimo-drops/
https://www.infoescola.com/historia/caca-as-bruxas/
https://youtu.be/Xg-vjfIAyn8
https://youtu.be/IanPsMb5rjQ
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/inquisicao-na-idade-media.htm
https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121957-6-formas-que-eram-usadas-para-
identificar-uma-bruxa.htm