Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO
O filme O nome da Rosa é um roteiro adaptado do livro de Umberto Eco, com uma duração
de aproximadamente 130 minutos, o filme foi gravado na Alemanha com direção de Jean
Jacques Annaud e lançado no ano de 1986, possui uma linguagem construída na terceira
pessoa, a narrativa do filme é feita pelo noviço Adso, porém já mais velho, onde ele
descreve uma aventura vivida por ele e William a quem ele considerava seu mestre.
O período que o filme faz critica é a Baixa Idade Média é marcada pela desintegração do
feudalismo e formação do capitalismo na Europa Ocidental. Ocorrem assim, nesse período,
transformações na esfera econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção
da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das monarquias nacionais
representadas pelos reis absolutistas) e até religiosas, que culminarão com o cisma do
ocidente, através do protestantismo iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em 1517.
2. DESENVOLVIMENTO
O mosteiro possuía uma imensa biblioteca, que é centro desse romance, na qual estavam
guardados, em grande número, códigos preciosos: parte importante da sabedoria grega e
latina que os monges conservaram através dos séculos, onde poucos monges têm acesso
às publicações mais antigas que não são permitidas para que qualquer monge tenha
acesso, são obras que a Santa Madre Igreja considerava profanas. Nesse período são muito
comuns as bibliotecas dos mosteiros não permitir que monges tenham acesso as livros que
tinhas conhecimentos científicos e filosóficos, muitas vezes esses eram raspados e por cima
era escrito orações.
O filme tem inicio com a chegada de William de Baskerville interpretado por Sean Connery,
um monge franciscano e um noviço que o acompanha Adso Von Melk (Christian Slater) a
um mosteiro no norte da Itália. Com o acontecimento de assassinatos que acontecem no
mosteiro, que para os padres tratavam-se ser obra do Demônio, ao contrario do que
imaginava William de Baskerville que apesar da fé fazia uso também da razão, juntamente
com o noviço os levaram a investigar as mortes que se mostram bastante misteriosas, pois
as vítimas sempre apareciam com os dedos e as línguas azuis. Ao dar inicio a investigação
em uma visita a biblioteca Willian e Adso percebem que existem poucos livros, o que é
estranho tratando-se de um lugar famoso por obter muitos livros importantes sendo assim,
eles vão em busca de pistas para descobrirem onde estariam os livros daquela biblioteca,
em meio as investigações o noviço Adso acaba se envolvendo com uma camponesa pela
qual ele se apaixona. Continuando a busca por pistas dos assassinatos eles acabam
descobrindo que o mosteiro esconde uma imensa biblioteca secreta em forma de labirinto
onde nela esta guardado um tesouro: o Conhecimento, na qual poucos monges tinham
acesso onde havia existência de obras que não eram aceitas pela igreja cristã na Idade
Média, entre elas havia um livro que estava escrito em grego, logo eles chegam à conclusão
de que as mortes no mosteiro estavam relacionadas ao conteúdo daquele livro, pois aqueles
que o liam eram mortos. Em meio à investigação chega ao mosteiro a Ordem Franciscana, a
Delegação Papal, e também a Santa Inquisição, onde o Grão-Inquisidor era Bernardo Gui
(F. Murray Abraham) que não se entendia com Willian e que estava pronto para torturar
suspeitos de heresia e que tenham feito assassinatos em nome do Diabo. Ao acontecer
outra morte, três pessoas acabam sendo suspeitas a camponesa que foi considerada uma
bruxa, um homem foi considerado seu ajudante e outro o causador das mortes, eles acabam
sendo condenados, mas ao pronunciar que com a condenação dos três as mortes no
mosteiro não chegariam ao fim Willian de Baskerville é considerado por Bernardo Gui o
assassino das vitimas. No dia seguinte, em que ocorreriam as execuções dos presos,
Willian e o noviço retornam a biblioteca secreta e descobrem o verdadeiro assassino era
Jorge o monge cego que tinha a posse do livro proibido que tratava-se de um texto da
”Comédia de Aristóteles” o livro estimulava a comédia e para o monge não era aceitável o
homem rir de tudo, pois pensaria assim em rir até mesmo de Deus o que seria um caos para
o mundo, por isso ele envenenou as paginas do livro para que ninguém pudesse ler, o que
explica os dedos e as línguas azuis nas vitimas. Na tentativa de destruir o livro o monge
cego come pedaços da pagina do livro e morre envenenado, logo se inicia um incêndio na
biblioteca e o fogo se espalha em todo mosteiro, mas William e Adso se salvam. No final a
população se revolta contra a igreja católica e vira a carruagem na qual estava o Grão-
Inquisidor Bernardo Gui que acaba morrendo dando inicio a uma nova época, quando Adso
reencontra a camponesa que foi salva pelos servos enquanto ocorria o incêndio, mas ele e
William vão embora dali para seguirem a sua jornada. Ao final do filme ele narra que até
hoje não esqueceu o rosto da camponesa pela qual se apaixonou e nem ao menos sabe o
nome dela, descreve também que recebeu de presente os óculos de leitura de William a
quem ele tinha muito respeito e admiração.
3. CONCLUSÃO
O Nome da Rosa pode ser interpretado como tendo um caráter filosófico, quase metafísico,
já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução do mistério, a partir de um
novo método de investigação. E Guilherme de Baskerville, o frade franciscano detetive, é
também o filósofo, que investiga, examina, interroga, duvida, questiona e, por fim, com seu
método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso seja pago um alto
preço.
O filme “O nome da rosa” é retratado na idade média, conhecida também como idade das
trevas, em que se deixava na ignorância todos os outros. É marcada de forte poder
inquisitivo da igreja católica, onde as pessoas, e, até mesmo os mais nobres, não sabiam ler
e escrever, pois somente os membros da igreja possuíam este poder.
A hegemonia da Igreja Católica, cujo apogeu se deu durante o período medieval, estaria em
risco se fossem reveladas as contradições e a hipocrisia existentes no mosteiro. Adso e seu
mestre descobrem os autores dos assassinatos que impediam o acesso à biblioteca dos
monges, pois os livros continham informações que os incriminavam. As pessoas, ao
manusearem um livro que esclarecia os acontecimentos, eram envenenadas por uma
substância mortífera.
REFERÊNCIA
ANNAUD, Jean Jacques. O NOME DA ROSA. São Paulo: Globo Filmes e Produções. DVD
(114 min).
RESENHA DE
FILMES
Resenha Critica sobre o Filme "O Veredicto"
O filme o Veredicto nos trás a trajetória do advogado alcoólatra Frank Galvin, que
vive de bar em bar, mas sem que tenha nenhum centavo no bolso, entretanto logo
no inicio do filme Galvin recebe uma nova chave para reverter a situação em que
se encontra, e lhe dado um caso de fácil solução podendo ser solucionado apenas
com um acordo, o caso em questão trata de um erro medico cometido dentro de
um hospital administrado pela igreja, erro este que levou a uma jovem gravida ao
estado de coma. Os familiares da vitima deixam claro que não desejam ir a
julgamento. Podemos perceber que em um primeiro momento Galvin acha tudo
isso perfeito, visto que perdeu todos os últimos casos em que atuou, só que num
segundo momento ele tem uma crise de consciência que não o deixa seguir pelo
caminho mais fácil que seria o acordo, isso acontece quando ele vai visitar a jovem
em coma, nesse momento o vemos mudar de atitude e decidir ir em busca de
justiça e não do dinheiro fácil, decidindo enfrentar um poderoso grupo , que é
defendido por um renomado e ardiloso advogado. Em sua busca por justiça Galvin
se esquece de perguntar a família da vitima se isso que eles querem, pois tudo que
Sally e Kevin, queriam era uma boa indenização não por serem pessoas ruins pois
se mostram no decorrer da trama sendo pessoas de ótimo coração, o que queriam
era apenas a indenização para colocar a irmã em uma clinica razoável e
recomeçarem a vida longe dali, mais nesse o advogado já recusou o acordo, nesse
momento vemos o advogado beberão do inicio do filme voltar pois tomado de
autoestima por achar que o caso vai ser de fácil solução ele começa a beber de
novo para comemorar, nessa parte podemos perceber que mesmo querendo se
redimir dos erros que cometeu no passado velhos hábitos são difíceis de perder,
nesse momento Galvin percebe que foi enganado e que deve correr atrás do
prejuízo. No decorrer da trama há a inclusão de um médico negro, mostrando todo
o preconceito que acontecia na sociedade norte-americana da época, quando o
advogado coloca os olhos no doutor Thompson ele não consegue esconder a
certeza de que sua testemunha, poderia mais atrapalhar do que ajudar em seu
caso, devido ao preconceito que ele bem sabe ainda existe. Do outro lado,
Concannon inclui um advogado negro em sua equipe. Essa crítica a uma
sociedade racista e nada respeitosa aos cidadãos mais velhos e negros dura
poucos minutos, mas deixa o expectador pensativo sobre a forma que tratamos as
pessoas de raças e idades diferentes. Percebemos em todo o decorrer da trama a
vontade do advogado de defesa em convencer Galvin de que ele estaria
cometendo um erro ao ingressar em um julgamento e depois percebemos sua
vontade em derrotar o rival. Numa cena crucial, quando o filme está se
encaminhando para o desfecho, o cineasta opta por enquadra Mick e Gavin ao
mesmo tempo de uma forma simples e genial, nesse momento e quando Mick tem
uma notícia terrível, apavorante, chocante para dar a Gavin, nessa parte o
espectador se prende a trama para descobrir qual seria a noticia mais de uma
forma genial o cineasta deixa o filme em mudo, para que o próprio expectador
toma suas conclusões a cerca do final do caso. E simplesmente um filme que nos
prende a cada detalhe que e mostrado, nos faz refletir sobre a carreira jurídica que
muitas vezes nos leva a aceitar um acordo sem pensar na real justiça para a
vitima. Podemos fazer uma ligação entre a trama apresentada e a vida cotidiana de
um advogado fora das telas de cinema, que muitas vezes se esquecem de lutar
pela justiça só para aceitar um acordo que ira “engordar” sua conta bancária, nos
fazendo refletir por vezes se os advogados por vezes estão fazendo o que e certo
ou e que e mais fácil, cabe dizer ainda que esta e uma questão ética, pois se só e
buscado o ganho final e o caminho mais fácil estamos passando por cima do real
significado de buscar justiça.
RESENHA CRÍTICA FILME: “A CORRENTE DO BEM"
Esta resenha tem como objetivo analisar criticamente o filme A corrente do bem que
retrata a historia de um professor e de seus alunos na Educação Básica. O professor
da trama incita os alunos a desenvolver um trabalho para proporcionar uma
mudança no mundo em que vivem, essa seria a atividade para um semestre letivo,
mas dependendo do envolvimento das pessoas, poderia se transformar num projeto
de vida. A metodologia utilizada foi pesquisa teórica sobre as temáticas relativas à
relação professor aluno, bem como num segundo momento uma discussão coletiva,
numa das sessões do Cinema Universitário do Projeto de Extensão Formação
Continuada dos Egressos e Licenciados do Departamento de Computação, do
Campus Universitário Vale do Teles Pires em Colider/MT, na Universidade do
Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Os resultados encontrados sinalizam uma
sensibilização dos professores envolvidos na atividade para a busca de melhoria das
atividades desenvolvidas no espaço escolar. Assim, a sala de aula transforma-se
num espaço de relações pedagógicas e a relação professor-aluno deixa de ser uma
relação vertical e de imposição, para ser compreendida como um momento de
construção de um conhecimento coletivo e participativo.
RESENHA CRÍTICA – FILME: DE SALTO ALTO
1. INTRODUÇÃO
Neste filme, o apelo formal mais forte está nos figurinos, especialmente nos brincos
escandalosos e nos saltos dos sapatos. Quando criança, Rebeca se perde pelas ruas de
Caribe para procurar os brincos que sua mãe havia lhe comprado (brincos idênticos aos de
Becky) – como se, perdendo os brincos, ela perderia também o reconhecimento que tinha
recebido há pouco de sua mãe. No aeroporto, no momento do reencontro, nada mais natural
que Rebeca reponha seus brincos. Mãe e filha se veem, sem que a primeira reconheça de
imediato a segunda.
Os personagens de Almodóvar têm sempre que lidar com a culpa. Muitas vezes, o ato da
confissão aparece como uma necessidade de expiação por acontecimentos que quase
nunca estão relacionados com o tema propriamente dito da confissão. Assim, em De Salto
Alto, é Becky que se confessa por um assassinato que não realizou, como forma de
compensar o sofrimento e o abandono que ela infringiu à sua filha Rebeca.
2. DESENVOLVIMENTO
O filme começa com Rebeca (Victória Abril), no aeroporto de Madri, esperando a chegada
de sua mãe, Becky (Marisa Paredes), que tinha vivido durante 15 anos no México devido à
sua carreira de cantora e atriz. Rebeca, enquanto espera, recorda uma viagem ao Caribe
que realizou com sua mãe e o padrasto, na qual ela se perde durante um passeio. Quando
encontrada por comerciantes na rua, seu padrasto, por brincadeira, finge querer trocá-la por
cocos. Sua mãe se diverte com a cena, e a criança foge. Becky acusa o marido de ter
voltado a traumatizar sua filha. A sequência denota claramente que a rejeição sofrida pela
criança não era uma experiência nova, mas uma repetição de algo que já havia ocorrido
anteriormente. Rebeca criança sente que o padrasto em realidade é um empecilho para sua
aproximação de Becky.
Enquanto espera, a lembrança de outra cena da infância vem à mente de Rebeca: sua mãe
sendo convidada para filmar no México, e o padrasto não aceitando a ideia. Como Becky
havia prometido levá-la junto, o padrasto novamente se apresenta como obstáculo à sua
ligação com a mãe. A menina, então, prontamente resolve esse problema trocando os
comprimidos de seu padrasto por soníferos. Ele morre em um acidente de trânsito, ao que
tudo indica, por ter dormido na direção.
A partir de então, a vida de Rebeca torna-se uma busca constante de reconstituição desse
relacionamento, uma aproximação repetida de tudo que sua mãe representava. Casa-se
com um ex-amante de Becky, Manoel, numa tentativa de se colocar no lugar de sua mãe.
No entanto, esse homem se mostra, a seguir, uma nova barreira na relação mãe-filha.
Quando Becky retorna à Madri, os dois voltam a se encontrar como amantes. Rebeca, em
mais uma tentativa de se unir à mãe, mata o marido.
Num aeroporto, uma jovem mulher, Rebeca, está sentada esperando e uma fusão faz surgir
um flashback, depois outro. Ambos são momentos fundadores da relação de Rebeca com
sua mãe, Becky del Páramo, cantora pop e estrela de cinema. É ela, aliás, que Rebeca
espera, depois de quinze anos sem vê-la. O encontro das duas arremata o que os
flashbacks já supunham: enquanto a filha venera a mãe, a mãe no fundo pouco se importa
com ela, preferindo a companhia dos fotógrafos e jornalistas matar as saudades de sua
filha. A primeira meia hora do filme se desenrola como um melodrama. Aos poucos,
sobretudo a partir da aparição do Juiz Domingues e de sua mãe, o filme ganha ares de
comédia e, em seguida, de intriga policial. A história da relação da mãe com a filha se
adiciona outra, a do assassinato de Manuel, e posteriormente a do amor que o juiz nutre por
Rebeca. A sobreposição de histórias, ao contrário dos filmes mais recentes, não serve para
dimensionar a história principal, mas justamente como efeito de ligeira irreverência pós-
moderna, criando um sentimento de imperfeição lúdica muito frequente.
3. CONCLUSÃO
Em De Salto Alto, como na maior parte de seus filmes, Almodóvar cria um universo de
drama, paixões fulminantes, personagens que precisam desesperadamente de atenção,
egoísmos, traições e lutas pelo poder. A novidade é que essa disputa vai ser travada ao
mesmo tempo em que o senso de maternidade precisa ser reencontrado: Becky precisa se
reconciliar com seu país, com sua filha e até com a casa em que nasceu. Ou seja, quer
voltar à barriga da mãe. Rebeca, por sua vez, em breve vai dar à luz, possivelmente
prolongando o circuito de neuroses criado pela relação com sua mãe. Mas, entre as duas,
um segredo é selado, um segredo que redime a mãe e dá nova chance à filha. Um segredo
que, para funcionar, precisa da imperícia do olhar do juiz, daquele que só vê o que quer,
porque ele também está fulminado pela paixão. Almodóvar partilha conosco essa sua
fascinação por personagens confusos, imperfeitos, cheios de reações improváveis, e,
curiosamente, cujas inconstâncias e incoerências são muito parecidas com a experiência
que temos em nossas vivências cotidianas. Uma atenção profunda ao detalhe, aos
pequenos pecados que cometemos sem nem perceber, e às marcas deixadas pelas
grandes paixões. De Salto Alto não é o melhor filme de Pedro Almodóvar. Mas certamente é
um dos mais gostosos de assistir.
REFERÊNCIA
Almodóvar, P. (Diretor). De Salto Alto [Filme]. (Distribuidores no Brasil em vídeo Top Tape
Video, 1992). (Título original Tacones Lejanos, Espanha, 1991).
RESENHA CRÍTICA – FILME: AMISTAD
1. INTRODUÇÃO
O Filme Americano “Amistad”, dirigido por Steven Spielberg, lançado no ano de 1997, narra
a história do navio espanhol La Amistad, capturado na costa americana, tendo a bordo
supostos 53 “escravos”, sendo homens, mulheres e crianças. A história se passa no século
XIX, mais precisamente no ano de 1839, período pós-abolição do tráfico transatlântico. Em
sua abordagem temática, o filme resgata a discussão da manutenção do tráfico
transatlântico pós abolição e as diferentes perspectivas dos agentes envolvidos, ou seja,
representantes do partido abolicionista, conservadores dos Estados do Sul dos EUA,
ingleses, entre outros.
2. DESENVOLVIMENTO
É neste contexto, que o julgamento dos negros amotinados do navio espanhol “La Amistad”,
ganha contornos épicos, pois os rumos da decisão judicial afetarão o destino da florescente
nação dos Estados Unidos. Isto se torna claro, a partir do primeiro julgamento, quando o
Secretário de Estado John Forsyt, a coroa espanhola, a marinha dos Estados Unidos e o
comandante do “La Amistad”, Jose Ruiz, promovem um verdadeiro embate de “petições”,
para reclamar a posse do navio e de toda a sua “carga”. A acusação de assassinato pesou
contra os negros e em sua defesa, o advogado Roger Baldwin (especializado em
propriedades) conseguiu provar que a condição de cativos não era legitima, pois a captura
dos negros aconteceu no protetorado de Serra Leoa, o que descumpria os termos do acordo
de supressão do tráfico negreiro, em águas vigiadas pela coroa britânica. Durante o período,
em que se desenrolou o julgamento no Tribunal Distrital, Roger Baldwin e Theodore Jodson
(um ex-escravo dono de uma frota mercante), solicitaram o apoio do ex-presidente John
Quincy Adams, que os instigou a conhecer a história dos africanos e saber quem eles
realmente eram. Através disto, Baldwin conheceu Cinqué, um negro de origem mênde, que
demonstrou através de seus relatos, todo o complexo sistema de funcionamento da
escravidão. A captura, a comercialização e o transporte sob condições degradantes, são
apresentados por Cinqué, de modo impactante e constituem uma nova fase para a
escravidão, quando a sociedade começava a despertar, para a realidade cruel que se
impunha a uma grande parcela da humanidade. Nos Estados Unidos, a questão da
escravidão estava ainda mais acentuada, pois demonstrava o nível de separação em que se
encontravam o norte e o sul, cada vez mais propensos a se enfrentar nos campo de
batalhas. O grande receio de uma absolvição, fez com que o então presidente Martin Van
Buren, substituisse o juiz que iniciou o processo, colocando em seu lugar, o relutante e
católico, juiz Colin. Pressionado pela coroa espanhola, pela elite escravista do sul e
almejando a reeleição, Van Buren acabou vítima do “próprio veneno”, pois o advogado
Roger Baldwin conseguiu provar a irregularidade do julgamento dos insurgentes e com isto,
a absolvição dos africanos. O medo de uma iminente guerra civil provocada pela
repercussão desta absolvição, fez com que o executivo dos Estados Unidos, apelasse para
as instâncias do Tribunal de Circuito e posteriormente, na mais alta representação judicial
dos Estados Unidos, a Suprema Corte. Esta reviravolta obrigou Baldwin a solicitar a ajuda
de John Quincy Adams, na defesa dos africanos. Durante o julgamento, Adams calcou sua
oratória nos princípios proclamados pelos país fundadores do país, evocando
constantemente, o direito natural a liberdade, afirmando que aqueles negros não eram
propriedade de ninguém, nem de Cuba, nem da Espanha, mas provinham da Costa do
Marfim, onde haviam sido injustamente capturados. A postura de John Quincy Adams era
firme, em relação a eminência de uma guerra civil, e em suas palavras “(...) se a guerra
precisar acontecer, que aconteça(...) pois somente assim, poderemos efetuar o trabalho
iniciado pelos pais fundadores desta nação (...)” Sua postura demonstra claramente a
condição em que se encontrava o país naquele momento. A independência trouxe
autonomia, mas também a divisão e as profundas desigualdades e a soberania plena,
somente seria alcançada, com a unificação, mesmo que sob condições traumáticas. Ao
evocar o direito natural, John. Q. Adams conseguiu dissuadir o júri sobre a verdadeira noção
de justiça. Segundo Adams, os negros tinham pleno direito a vida e a liberdade e
desconhece-las era renegar o passado, romper a tradição e sobretudo, fragilizar os
preceitos defendidos pelos pais fundadores da nação. Cinquê já havia demonstrando, em
conversa com Adams, que segundo a tradição mendê, todos somos o resultado da soma de
nossos ancestrais e a justiça, deveria estar presente no sangue de cada um, negro ou
branco, pesando sobre os valores humanos.
3. CONCLUSÃO
O júri acabou favorável a libertação de Cinquê e os demais negros e mesmo que o filme,
supervalorize os acontecimentos reais que envolveram o motim do navio “La Amistad”, é
importante constatar alguns elementos cruciais a questão da escravidão e do tráfico
negreiro, sobretudo nos Estados Unidos: a revolta do Amistad, foi o resultado das cruéis
condições impostas aos negros, no tocante a escravização forçada; a escravidão sob o
pretexto da “raça” não discrimina etnias. Por esta razão, é possível identificar vários
agrupamentos de cativos, que se amotinaram no Amistad, entre eles alguns muçulmanos.
Outra cena que exemplifica esta colocação, é o momento em que um negro morre na prisão
e os membros de sua etnia, querem enterrá-lo, conforme os rituais da sua cultura; A
“coisificação” tende a considerar o escravo uma mera propriedade, passível de venda, sem
qualquer preocupação com laços de parentesco; Mesmo com a proibição do tráfico em
águas controladas pelo império britânico, muitos navios se utilizavam de subterfúgios como
a utilização de bandeiras de países “neutros”, como foi o caso do navio mercante português
“Tecora”; Theodore Jodson, o ex-escravo que conseguiu comprar sua alforria, nasceu no
estado sulista da Geórgia, mas conseguiu prosperar em Connecticut (norte dos EUA), como
dono de uma frota mercante. Esta é uma clara alusão, à respeito das oportunidades e da
prosperidade, existentes nos estados do norte.
O tráfico de escravos era extremamente rentável, mesmo com as mortes de grande número
de cativos, durante as travessias marítimas; A abolição da escravidão, possuía como
objetivo principal, devolver ao cativo, a sua condição natural de liberdade, exatamente como
argumentou John Quincy Adams.
John Quincy Adams acreditava que o direito a liberdade, nos Estados Unidos, não discernia
raça, etnia ou cultura. Ela estava pautada no desejo daqueles que fundaram o país.
REFERÊNCIAS
Amistad: 1997, EUA, Steven Spielberg. Paramount Home Vídeo. Duração: 155 minutos.
RESENHA CRÍTICA – FILME: PULP FICTION
1. INTRODUÇÃO
3. CONCLUSÃO
Enfim, não por acaso, esse filme teve grande bilheteria. Em 1994, o público não
esperava algo tão inventivo, com tantos elementos, referências, ironias,
brincadeiras, em uma trama que seria um policial dos mais violentos. Ao mesmo
tempo que o roteiro é inventivo, é extremamente simples em suas tramas. Olhando
em separado, nada demais. Um casal de assaltantes que já vimos aos montes no
cinema. Um cara que sai com a esposa do seu patrão mafioso e tem que se
comportar, idem. E um boxer que arma um plano em cima de outro plano, também.
Na verdade, duas coisas encantam e chamam a atenção no roteiro de Pulp Fiction,
a estrutura e os diálogos.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O filme “Fahrenheit 451” é um documentário sobre o ataques de 11 de setembro, que tem
por finalidade analisar a sociedade americana e o período conturbado que estava vivendo.
Pode se dizer também que se trata de um documentário de leitura crítica, baseada em
entrevistas, pesquisas, e na visão da realidade norte-americana.
Fahrenheit 451 ou Farenheit 451, como ditos no Brasil, foi uma adaptação cinematográfica
do romance escrito por Ray Bradbury e foi dirigido por François Truffaut em 1966. A direção
fotográfica do filme foi feita por Nicolas Roeg e a trilha sonora é de Bernard Herrmann.
A produção faz uma crítica severa, repleta de metáforas a uma sociedade que ignora os
livros como fonte de conhecimento e formação humana, tornando as pessoas padronizadas
em todas as maneiras possíveis: moradias, formas de agir, pensar e ser, atingindo
diretamente sua memória, pois assim não se lembram de se um dia foram felizes, quais
experiências viveram e se sequer vivenciaram mesmo a realidade na qual se encontram.
Fahrenheit 451 é um filme com uma crítica muito devastadora, porque se já naquela época a
sociedade era alienada, fetichista e comunista, como seria o mundo de hoje no pensamento
dele?
A grande mágica do filme é isso, mostrar o quão está decaindo no mundo, decaindo na
cultura, literatura. Mostra o quão estamos ficando alienados, desde muito tempo atrás. Uma
crítica que apesar de muito tempo, continua atual.
2. DESENVOLVIMENTO
Expõe-se também que Bush recebeu um relatório que abordava que Bin Laden estava
determinado a atacar os Estados Unidos, mas ignorou-o. Os tumultos nos aeroportos e os
voos cancelados: todos os aeroportos fecham são ironizados no filme quando se mostra que
até Rick Martin não pode voar.
O 11 de setembro foi usado como motor de lucro, pois com ele a produção bélica foi
aumentada. Isso nos leva a refletir de como esse fato foi tratado, com hipocrisia, pois
enquanto se criava memoriais para as vítimas numa outra circunstância havia comemoração
por parte das empresas.
Em um futuro, os livros e todos os jeitos de escrita são proibidos por conta de um regime
totalitário e com a argumentação de que isso faz as pessoas mais tristes, improdutivas,
infelizes.
Se alguma pessoa fosse flagrada lendo alguma coisa, era preso e tinha de ser reeducado.
Caso as pessoas morassem em casas que continham muitos livros e alguém próximo o
denunciar, os bombeiros eram chamados para incendiá-la. Guy Montag é um dos
bombeiros, aspirante e capitão, no qual era chamado para agir nessas casas no qual havia
muitos livros. Era casado com Linda, uma mulher fetichista, capitalista e fútil, que era
ausenta de leitura. Entretanto, Guy conhece Clarisse, companheira de metrô e sua vizinha,
no qual fez amizade e que era uma mulher no qual era dona de uma mente livre, idealista e
filosófica.
Em Fahrenheit o livro é substituído pela televisão. Linda passa os dias na frente da TV,
relacionando-se mais com as apresentadoras do programa (chamadas de primas, porque
fazem parte da Família) que com seu próprio marido. A programação da TV é manipulada,
inventada, sempre favorável ao regime totalitário. Bombardeadas com tanta informação e
tanta atividade inútil, mas que dão a falsa sensação de movimento, as pessoas, na realidade
apenas se arrastam. Foram moldadas ao sistema, estão conformadas, não questionam
nada, pois têm a falsa sensação de uma vida preenchida e feliz.
Já o bombeiro Montag, decide descobrir o que há de tão subversivo nos livros e acaba por
encontrar a redenção para todos os dilemas que sempre o perseguiram ao longo dos anos,
como a esposa Linda que mais parece um fantoche humano. A partir de suas leituras, cada
vez mais sucessivas, e do encontro com a jovem idealista Clarisse, começa a indagar o
sistema imposto e decide romper com a estrutura vigente, vindo a se tornar, como tantos
outros insatisfeitos, um excluído.
Clarisse o incentivava muito e compartilhava com ele nas duvidas referentes à questão
principal do filme “por que não podemos ler os livros?”, e com isso, Guy começa a se
questionar, questionar seus ideais, ficar em duvida se ele realmente estava sendo feliz e
satisfeito com o trabalho que tinha. E foi então que ele foi chamado pra “trabalhar” em uma
casa, no qual tinha muitos livros e no qual a mulher que era dona, não aguentou ao saber
que teria que queimar todos seus livros e suicidou-se. Guy ao visitar a casa, acabou ficando
curioso com um título de um livro e começou a furta-los e começa a ficar fascinado pela
leitura e pelo conhecimento que há neles e no que ele adquire. Por fim, sua esposa Linda,
acaba-o denunciando.
Sem saber o que fazer, Guy resolve fugir por motivos de estar sendo perseguido, então
Clarisse resolve o levar para a terra dos homens-livro (uma espécie de resistência ao
totalitarismo representado no filme), um local exilado da sociedade, no qual todos de lá leem
obras e decoram todas as paginas, para quando não for mais proibidos de ler, eles fossem
publicados, ou seja, onde cada homem deve decorar uma obra para passá-la a posteridade,
salvando-a do esquecimento..
3. CONCLUSÃO
Conclui-se, então, que Fahrenheit 451 é um filme com um senso crítico muito bom de filme,
ambientado numa sociedade totalitária onde é provocado com muita alienação e no quais
livros são proibidos de ler e queimados. Portanto, ele mostra muito o lado de alienação, no
qual o fato é discutido até hoje.
O contexto do filme não é basicamente só por alguma história com heróis, exceto o
protagonista, no qual tem sua crise ideológica e começa a questionar-se do seu
comportamento, que acaba se rebelando e mudando seus conceitos.
Fahrenheit 451 aborda de forma notável o potencial criador e ao mesmo tempo destruidor
do homem para com o mundo que o rodeia e para com o seu semelhante. Ao aproximar a
obra de nossa realidade podemos perceber que, embora as formas totalitárias de governo
tenham sido rejeitadas, as formas de sociabilidade vigentes nos dias atuais não se
distanciam muito de uma perspectiva que acaba por propagar as possibilidades dos homens
viverem como “mortos-vivos”. Truffaut realizou o filme em 66, dois anos antes dos
acontecimentos de maio de 68, em meio aos movimentos de contracultura que questionava
valores centrais vigentes na cultura ocidental. Fahrenheit 451 não deixa de ser uma crítica a
esses valores.
É um filme também que faz todos refletir sobre a sociedade de como era no filme, refletindo
no que ainda é hoje, não literalmente, mas ideologicamente.
Diante da análise do filme, basicamente o que importa, é que ele nos mostra que temos o
privilégio de viver numa sociedade que hoje é democrática, livre, apesar com pouco
incentivo à leitura, hoje ela é livre, todos somos livres para fazermos e ler o que quisermos
ter nossos pensamentos, etc. O livro é bem interessante e é bem recomendado a todos.
REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Comp. das Letras, 1989.
RESENHA CRÍTICA – FILME: LUTERO
1. INTRODUÇÃO
O filme Lutero é de origem alemã e foi dirigido por Eric Till, um premiado diretor inglês. O
longa-metragem aborda o conflito religioso que permeia a vida do personagem principal, os
confrontos entre suas ideias – inicialmente “reformistas” e posteriormente, após a ruptura
com a Igreja Católica, “protestantes” – e as reações da igreja romana.
O personagem surge como um indivíduo comum que buscava, a partir de seus próprios
questionamentos, uma maneira de reformar alguns princípios da Igreja, tais como a venda
de indulgências, a necessidade de uma igreja institucionalizada para intermediar a relação
entre Deus e o indivíduo e a maneira de como a Igreja exercia seus poderes diante da
sociedade. Entretanto ainda percebe-se uma imagem de um Lutero “santificado” fragilizado
quase “franciscano”, uma vez que o roteiro do filme omite ou pelo menos não enfatiza o seu
lado político-estratégico.
A proposta do diretor foi a de mostrar como foi a luta de Lutero a favor de uma reforma da
Igreja, que não permitia que houvesse contestações internas na instituição. Não houve uma
grande preocupação em mostrar as influências que Lutero sofreu antes de sua “crise
espiritual”, ou seja, suas rejeições contra as ideias humanistas e suas críticas ás práticas da
Igreja.
Nessa perspectiva, para Lutero a Igreja não exerce um elemento catalisador para se
alcançar a salvação, sua convicção está em afirmar que todo individuo que for cristão fiel
pode se relacionar com Deus, sem necessidade de qualquer intermediário. Esse
pensamento luterano ficou evidenciado em diversas cenas do filme bem como as tentativas
de Lutero em possibilitar aos fieis a leitura própria da Bíblia, ao traduzi-la para o alemão,
como afirma Skinner, afim de reiterar que a salvação se dá pela fé.
2. DESENVOLVIMENTO
Sua aflição ao voltar de Roma e sua recém-adquirida ênfase em seus sermões sobre o
amor ao invés da ira de Deus, levam seu tutor a recomendar outra viagem, desta vez para
que Lutero pudesse estudar teologia. Lutero avança em seus estudos até se tornar
professor. Neste posto ele ridiculariza as indulgências e defende a vida, exaltando o amor
de Deus, tendo se convencido através de seus estudos que o Seu amor sobrepujava a sua
ira.
Lutero então se rebela contra a Igreja e escreve um ensaio de 95 teses que prega nas
portas da igreja. Alguns membros da Igreja, assim como Lutero esperavam reformas, mas
muitos deles consideravam que ele estava indo longe demais em suas críticas. A situação
começou a ficar fora de controle quando as pessoas passaram a acreditar que elas eram
oprimidas politicamente e espiritualmente. Ele passa então a ser perseguido pela igreja que
o força a se defender. Obrigado a se redimir publicamente, ele se recusa a negar seus
escritos até que a Igreja Católica consiga provar que suas palavras contradizem a Bíblia.
Preso, excomungado e banido pelo Papa e pelo imperador, ele foge e se exila em uma
torre, onde traduz todo o Novo Testamento para o alemão, passando a viver como um
criminoso não desistindo, porém, da luta para que todas as pessoas tivessem acesso a
Deus. A tradução alemã de Lutero da Bíblia é usada ainda hoje. A Alemanha hoje é metade
católica e metade protestante.
Entretanto, a história mostra como sua profunda fé e convicções fizeram deste reformador
tanto um rebelde quanto um líder, embora ele fosse apenas um jovem que cria que pudesse
ser o intermediário da conciliação entre um Deus Sagrado e uma humanidade pecadora.
Lutero mudou o mundo de maneira significativa. Depois dele, a Europa e o mundo nunca
mais foram os mesmos. Lutero, o filme procura contar essa história tão importante de uma
maneira um pouco mais leve.
Assim que a Igreja tomara conhecimento dos pensamentos de Lutero com respeito às
"verdades" do catolicismo, o Papa Leão X designou um de seus cardeais para conversar
pessoalmente sobre o assunto. Lutero respeitou tal solicitação e conversou com um
representante oficial do Papado. Nesta ocasião, muitos achavam que Martin revogaria suas
afirmações em respeito à Santa Igreja.
3. CONCLUSÃO
Contudo, a consolidação da Igreja Luterana apresentada no filme Lutero faz parecer que foi
uma aceitação do novo modelo religioso no momento em que os príncipes alemães
ajoelham-se diante do imperador Carlos V e protestam o direito á nova fé, afrontando a
igreja romana. Porém é questionável essa submissão da nobreza alemã como um ato
apenas religioso, pois como a Igreja Católica detinha vastas terras na Alemanha e o sistema
feudal já não garantia uma vida de luxos, era conveniente para os nobres a ruptura com a
Igreja para apoderarem dessas terras e aumentarem seus poderes abalados com a
decadência feudal.
A produção cinematográfica traz à tona elementos que há muito tempo foram renegados
pela historiografia e que condizem com as pesquisas mais atuais, como por exemplo, a
imagem “humanizada” de Lutero. Deste modo Lutero torna-se ótima obra para se trabalhar
em sala de aula, isso, se tiver um estudo bem conduzido, que esteja em sintonia com as
práticas mais atualizadas de ensino e uso do cinema na escola.
Com base na analise critica, o filme “Lutero”, pode-se afirmar que a obra trata de uma
maneira objetiva e bem formulada a história do Alemão Martinho Lutero, que foi um monge
copista chegando a ser padre e professor de teologia. Acima de todas as suas qualidades
era um homem integro, sendo também o primeiro a instituir uma reforma protestante na
Igreja católica da idade média.
Sua vida foi inteirada em completa dedicação religiosa, empenhando-se a construir obras
que agradassem a Deus, como era grande estudioso buscou também o aprendizado do
grego e do hebraico para que dessa forma pode-se se aprofundar nas origens das escrituras
bíblicas, buscando sempre uma interpretação mais apurada.
Com novas opiniões ele buscou de forma incessante lutar contra o poder totalitário da Igreja,
sendo em primeiro plano ameaçado de excomunhão por tal ato, contudo sofreu também
grande risco de morte, causado pelos seus fundamentos um tanto polêmicos, e após
escrever suas 95 teses condenando o que ele chamava de avareza, paganismo e abuso
partindo da igreja, chegou de certa maneira a ofender o papa Leão X, que por sua vez
acatava todas as fraudes desumanas e passou a considerar Lutero como um herege. Essas
mesmas teses logo foram traduzidas para o alemão e espalhadas muito rapidamente
provocando uma reflexão de quem as liam, pois eram bem fundamentadas. Ao ver o
tamanho da revolução ocasionada, o papado deu poucos dias para que Lutero
desconsiderasse algumas teses, chegando ao ponto dele ser incentivado a negar suas
crenças, porém continuou a defendê-las, pois suas virtudes, principalmente a da
honestidade estava acima de todos os perigos que ele estava a passar. Suas obras então
começaram a serem queimadas. Todavia durante o filme é notável a coerência das suas
ideias ao mesmo tempo em que é indiscutível a falta de bom censo e transparência dos
membros do catolicismo, mas é preciso tomar cuidado a observar e culpar não a religião
Católica nesse contexto e sim os membros que faziam parte dela naquela ocasião, pois
foram eles que adotaram dogmas cruéis e desumanos para com a sociedade, fazendo com
que a imagem do catolicismo fosse manchada por séculos sendo vista por muitos como uma
seita sanguinária, distanciada do contexto de religião.
Com isso era notável a falta de caráter, pois além de tudo, a farsa da venda da salvação
divina, de relíquias religiosas e cargos eclesiásticos importantíssimos, se tornava uma prisão
voltada principalmente para os “leigos” que não eram poucos, tendo em vista que era um
período na História que a educação não estava a disposição da sociedade como um todo.
Ao mesmo tempo em que era o lucro da “igreja”, caracterizando sobre uma visão formulada
ao assistir o filme, uma condenação divina daqueles que pregavam tais atos injustos se
dizendo ser um intermediador das vontades divinas, salvação e absorção dos pecados
cometidos na terra, onde na realidade muitos eram lobos com pele de cordeiro, e porque
não dizer diabólicos, desumanos e infelizmente proprietário de um poder que estava acima
de qualquer outro.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O que podemos dizer quando fazemos uma resenha de um livro de resenhas? Parafrasear o
método e técnica de análise? Parafrasear as ideias discorridas a partir de uma leitura
experiente dos textos visados? Ou simplesmente alimentar o nosso gosto e curiosidade pela
leitura? A terceira alternativa é a mais vibrante. Calvino teoriza e analisa com leituras
interessantes grandes clássicos da cultura mundial, tanto do ocidente quanto do oriente,
apresentando-as sobre um enfoque do “novo” e do “curioso” aperfeiçoando a perspectiva do
fantástico tanto no ocidente quanto no oriente, apresentando-as sobre um enfoque estético
como elemento maior de toda a literatura.
Como bem diz Ítalo Calvino (1991), um clássico é sempre uma obra que nunca ninguém
está lendo, e sim re-lendo; faz parte da nossa formação intelectual uma antologia variada de
grandes clássicos, obras que marcam uma época e que aceitam ser objeto de dissecação
das mais variadas formas de crítica: sociológica, psicológica, psicanalítica, etc. Falar sobre
um clássico é antes de tudo estabelecer um critério para caracterizar uma obra como tal;
uma das grandes marcas das obras clássicas é a atemporalidade, ou seja, esta
universalidade que lhe é própria, marcada e determinada por falar de temas que não se
esgotam e nunca são datados ou remarcados, sendo assim, não “esfriam”. Por outro lado,
como podemos chegar a um clássico pela sua linguagem, pelo seu campo semiótico de
representação sem perceber sua literalidade como marca fundamental, seja na inesgotável
riqueza de conteúdos possíveis através do arranjo de signos, seja pela possibilidade de
encantar e tornar grande qualquer coisa que o discurso literário toque, recriando os
mistérios que nos aprazem e nos fazem ir além do padrão.
2. DESENVOLVIMENTO
Os capítulos seguintes são ensaios literários bastante elucidantes, nos quais Calvino
apresenta alguns dos seus clássicos favoritos e explica como eles adquirem um significado
universal. O primeiro clássico defendido por Calvino é a Odisseia de Homero, um dos
primeiros grandes épicos escritos do Ocidente, mostrado por Calvino como uma Odisseia
cheia de diversas outras odisseias, ou, nas palavras do próprio escritor, "o mito de todas as
viagens". Assim sendo, além de ser tudo aquilo que já sabemos - exaltação das virtudes
pagãs, identidade de povo, etc. - a Odisseia possui significados que mesmo ao leitor
contemporâneo não são estranhas: a perda da memória, a persistência nos objetivos, a
queda de um herói (posteriormente incorporada ao gênero da tragédia), entre vários outros.
Seguindo esse mesmo padrão, o livro fala de diversos outros clássicos, como Robinson
Crusoe, Candide, Doutor Jivago, As Metamorfoses, Our Mutual Friend, além de autores
como Jorge Luis Borges e Joseph Conrad.
O primeiro artigo “Porque ler os clássicos” (que dá nome a obra) é bem humorado, refinado,
simplicidade de ideias etc.... tudo colabora para o prazer da leitura. Os outros artigos do livro
cumprem (às vezes) sua missão de gerar interesse futuro por determinada obra do autor.
Mas o importante é que sempre algo de bom saí de tudo isso.
Este livro fornece várias respostas a diversas perguntas, algumas consensuais, outras
polêmicas, mas todas certamente enriquecedoras. Em verdadeiro trabalho amoroso de
ourivesaria, Calvino desentranha as diversas facetas do que seja um clássico, para depois
iluminar com uma leitura penetrante seus próprios clássicos, ou seja, alguns dos autores
mais importantes da tradição literária e intelectual do Ocidente.
A razão definitiva que Calvino dá a essa pergunta é tão simples como as grandes verdades:
a única justificativa que se pode apresentar é que ler os clássicos é melhor do que não os
ler.
3. CONCLUSÃO
Muito se pode discutir dos clássicos e da própria percepção de clássico envolta nos ramos
teóricos da teoria literária e da tradição poética de séculos. Mas o que devemos entender,
além da proposta desta obra necessária e intrigante, assim como estimuladora que é Por
que Ler os Clássicos, é o universo humano que está escondido nas linhas e envolto nas
imagens, diálogos, personagens e vivências experimentares que contemplamos e
absorvemos nas obras mais importantes da literatura Universal. Universal porque contempla
não qualitativamente um modo de escrever soberbo e único, mas porque sobeja a face
cultural do homem em toda a sua diversidade. Ler os clássicos é poder partir rumo aos
âmbitos mais intrigantes da língua, da cultura e do universo, interior e exterior da
humanidade. Os sábios sabem reconhecer os clássicos e nós devemos ao menos tocar
nesta sabedoria.
REFERÊNCIAS
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. 9ª reimpressão. São Paulo: Companhia das
Letras, 2002.
RESENHA CRÍTICA – LIVRO: “NO CAMINHO DE SWANN” –
MARCEL PROUST
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
Mais que meras referências espaciais, estas trilhas revelam-se para o menino, que
mais tarde torna-se o narrador deste livro, uma opção de vida. Viajar pela senda de
Swann é para o protagonista construir sua identidade adotando como modelo a
experiência daquele personagem, seus amores, seus ciúmes, suas dores, o contato
com a arte. O narrador percorre exaustivamente cada detalhe destes caminhos,
revelando ao leitor atento o aprendizado conquistado em cada um deles, a
importância de cada uma destas veredas em seu amadurecimento, o quanto elas
foram determinantes para o seu futuro, para a formação de seu caráter.
Em um segundo momento, seremos levados à vida de Swann, um dos vizinhos e
amigos da família, em suas investidas amorosas, em suas relações conturbadas na
aristocrática sociedade parisiense e, mais importante para nossos interesses, ao seu
comportamento diante das práticas e interesses artísticos de seu meio e época.
Interessa-nos de perto o primeiro momento da narrativa proustiana, aquele que diz
respeito a como o pequeno Marcel entra em contato com o mundo artístico, com a
pintura, a escultura, a música, a arquitetura e, em especial, com a literatura e as
concepções de arte advindas desse processo.
Finalmente, na terceira parte deste livro, intitulada ‘nomes de terras: o nome’, o herói
retoma a narrativa na primeira pessoa e, da mesma forma como inicia o primeiro
capítulo, descrevendo os quartos nos quais adormeceu ao longo de sua vida, ele
aqui delineia a importância dos nomes em sua trajetória, os quais conferem às
cidades de sua imaginação – Balbec, Veneza, Florença, entre outras -, mas que por
outro lado também existem fora do tempo imaginário e do espaço abstrato,
aspectos, cores e sonoridades as mais distintas. Estes nomes evocam para o herói
terras desconhecidas, imagens confusas às quais ele associa elementos
despertados em sua mente pela pronúncia de cada um deles, pela riqueza de sons
que inspira sonhos e desejos de viagens. São belíssimas as descrições das
paisagens que o herói espera encontrar em cada recanto, a partir do significado
extraído dos nomes mais ou menos exóticos que desfilam em suas fantasias.
3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Um dos maiores romances do século XX, "o processo" relata a história de Joseph K.
Um jovem funcionário de um grande banco que ao acordar no dia de seu aniversário
de 30 anos, depara-se com dois vigias em sua guarda, dentro do seu quarto na
pensão onde morava, impedindo-o de trabalhar. Surpreso, K. pensou que aquela
situação não passava de uma brincadeira imposta pelos seus colegas de trabalho
devido à comemoração de seu aniversário.
Joseph K. é forçado a colocar a sua melhor roupa para que pudesse ir ao encontro
desse representante e mais uma vez K. indaga aos vigias para saber o por quê de
tudo aquilo. Joseph é então informado de que cabia a ele um processo. Sem
maiores detalhes sobre a razão de estar sendo acusado, informam-lhe que deveria
continuar seguindo com sua vida profissional e social normalmente, comparecendo
sempre que solicitado aos tribunais.
Ele procura explicações para esse imenso equívoco e tenta se comunicar com a
dona da pensão em que morava. Esta, no entanto, mostrou-se por vezes impaciente
e outras condolentes quando importunada por Joseph. Aproxima-se também da
moradora Burstner, uma Srta. jovem e bem aparentada que não demonstra
interesse em ajudá-lo.
A narrativa evolui com K. descobrindo que a justiça que o está julgando é outra,
apesar de também possuir juízes e tribunais, e que o processo contra ele é algo que
paulatinamente consumirá todas suas energias a fim de provar sua inocência contra
uma acusação que ele jamais descobrirá qual é.
2. DESENVOLVIMENTO
Neste livro, o autor narra a história do Sr. Joseph k. que um dia ao acordar
esperando que a proprietária da pensão onde mora, fosse lhe trazer o café da
manhã, não aparece. Logo batem a sua porta e é deparado com dois homens que
lhe dão voz de prisão. Primeiramente, o Sr. Joseph K., acreditou se tratar de uma
brincadeira dos amigos do banco em que trabalhava, pois não acreditava e não
entendia o que estava acontecendo.
Com o decorrer da história, Joseph k. luta para que tudo fosse esclarecido, pois não
sabia do que estava sendo acusado, quem o acusava e com embasamento em que
lei. Logo foi também chamado para um interrogatório onde pensava que seria
compreendido, porém se deparou com um inspetor arrogante e agressivo que o
ameaçava e logo sua luta foi em vão ao tentar obter esclarecimentos sobre o
processo que decorria contra ele, pois nem o inspetor, muito menos os guardas
sabiam.
Logo o caso do bancário se complica, parecendo tudo se tratar de uma conspiração
do Governo o qual não teria escapatória. Em sua primeira audiência ele percebe a
oportunidade de declarar toda sua indignação contra o sistema judiciário que o
acusava e de manter convicção perante sua inocência. Tudo o que ele diz, parece
coerente e logo houve um aplauso da assembléia que faz transparecer em um apoio
ao seu discurso, porém logo Joseph identifica que todos os presentes na ali, fazem
parte do Governo, são todos funcionários.
3. CONCLUSÃO
Através da leitura do livro, entende-se que o autor ao escrever tal obra, tem a
intenção de criticar o sistema judiciário, desgaste do sistema, onde transparece um
autoritarismo da Justiça que tem o poder de condenar qualquer indivíduo sem que
este tenha a possibilidade de se defender. Além disso, pensamos também em
possibilidades, argumentos e questões que acreditamos que pudessem ser
reveladas durante todo o enredo, porém as situações vividas pelo protagonista só se
complicam e a obra sempre deixa muitas dúvidas, mistério a respeito do porquê e
quem o acusou.
Pode-se ver nesta história que o sistema judiciário e a lei podem conter falhas e
limitações de direito de defesa que ferem a dignidade humana, pois o protagonista
foi torturado, tentou se defender não de algo que estava sendo acusado, mas sim de
acusações que este nem sabia do que se tratava.
REFERÊNCIAS
KAFKA, Franz. O processo. Tradução Torrieri Guimarães. São Paulo: Abril Cultural,
1979.
RESENHA CRÍTICA – LIVRO: “A NÁUSEA” – JEAN PAUL-SARTRE
1. INTRODUÇÃO
Em 1938, Jean-Paul Sartre publicou seu mais importante romance: “A Náusea”, livro
considerado não apenas um romance comum, Sartre criou uma obra prima, passando por
diferentes manuscritos, que mistura filosofia e uma acessível narrativa, e com ela esboçou,
usando a arte como artifício, o existencialismo. Como se fosse um diário, esta história trata
da falta de sentido das relações entre as pessoas.
“A náusea”, sendo marcado pelo existencialismo, é considerado pelo autor e pela crítica, o
mais perfeito livro de Sartre, onde Antoine Roquentin é símbolo de uma geração que
descobre a ausência de sentido da vida e tem de lidar com todos os desdobramentos que
essa experiência pode suscitar.
Nesse diário, Roquentin narra uma série de acontecimentos que estavam ocorrendo em sua
vida sem que ele os compreendesse. Havia mudanças na sua relação com o mundo, com
os objetos.
As reflexões do personagem principal, narradas em forma de diário, versam sobre o
significado da existência e atingem seu ponto máximo quando o sentimento de vazio
começa a gerar náusea em Roquentin.
2. DESENVOLVIMENTO
A história se baseia nos diários de Antoine Roquetin, um fictício historiador que viajou a
Europa inteira e se estabeleceu em uma pequena cidade portuária da França: Bouville. E é
justamente nesse último acontecimento de sua vida que ele começa a escrever o diário.
Roquetin, mora sozinho em Bouville, e à medida que vai ficando absorto em sua solidão, se
descobre com estranhas ideias acerca do sentido da existência e o quanto ela pode ser
vazia e sem significado. Quando Roquetin se depara com a realidade ele sente náuseas por
acreditar que essa realidade é inócua e sem embasamento.
Antoine Roquetin discorre sobre a sua nova concepção da existência, e muitos dos seus
pensamentos são indigestos por tocarem em pontos sensíveis da sociedade moderna. Ele
acha que sua própria liberdade física e mental é inútil e por isso crê que a existência
humana chega a ser muitas vezes ignóbil e medíocre.
Antoine é um jovem de trinta anos, solitário, observador e introspectivo que logo no início de
seu trabalho se desencanta e se sente desestimulado pela história da vida do marquês e
pela sociedade da cidade da França Bouville.
Até que ele começa sentir uma estranha sensação de aversão ao ser humano e sua
condição existencial e muitos dos seus pensamentos são indigestos por se tratarem de
temas sensíveis da sociedade moderna se sente medíocre e acredita que sua liberdade
física e mental é inútil.
A história aborda a existência humana e o seu sentido, sendo que, Antonie vive uma eterna
angústia e acredita que as ocupações que os seres humanos procuram na realidade são
como artimanhas para disfarçar a angústia que todo o ser humano possui.
Ele considera que não há nenhuma razão para existir e mesmo assim comemos e bebemos
para conservar nossa própria existência.
Antonie é um personagem que conturbado beira á loucura quando acredita que a existência
humana é vazia sem sentido, ele acredita que pela falta de essência o ser humano se torna
cada vez mais iludido e busca por vários mecanismos para que sua existência se torne mais
suportável.
Ele faz uma analogia à alegoria da caverna, de Platão, o homem imagina-se conhecedor de
todo o universo, enquanto na verdade busca conhecer minuciosamente cada parte (por
menor que seja). Ao se deixar tocar pela música pode ocorrer uma certa mudança de
sensações no seu humor e só ela o ajuda a se lembrar do passado onde viveu muitas
aventuras e então o tédio e a náusea acabam por aumentar e ele não sabe o que fazer de
sua existência procurando existência para ela e no final ele acaba por encontrar sua ex-
namorada que ele acreditava ainda gostar , porém depois de algumas horas juntos descobre
que entre eles não há mais nada e ele acaba por sair da cidade de Bouville e antes de sua
partida ele resolve terminar suas reflexões usando seus conhecimentos e fala sobre a sua
caverna sem jamais vislumbrar seu exterior e isso é mais um engano sadio para a
manutenção da existência.
No livro Roquetin acredita que a consciência da existência, o sentir-se existir é algo horrível
e acredita que a única forma de fugir de sua existência é fugir do pensamento como que do
através do “pensar” que se dá a existência.
No começo da história, Antonie ouve uma música de jazz, e após ouvi-la ele entende que
existência definitiva e as existências simplórias e marquês acaba por ser apenas uma fuga
de sim mesmo.
3. CONCLUSÃO
A Náusea foi um dos mais importantes romances de Jean Paul-Sartre e podemos dizer que
se trata de um livro filosófico onde a arte é usada como saída para expressar
profundamente o existencialismo de um historiador solitário que vive através do sentido da
existência e o quanto ela pode ser vazia e sem significado até que se mostra totalmente
num estado melancólico e se diz nauseado com as respostas que obtém de suas
observações.
Devemos ter em vista, ainda, que "A Náusea" é uma obra que cresceu numa mente inquieta
e repleta de conceitos complicadíssimos e, até certo ponto, chocantes a mente de Sartre.
Inegavelmente, a ela traz conceitos revolucionários e dissonante de qualquer forma
filosófica precedente, sendo amada por uns e renegada por outros, sem, todavia, perder sua
importância no cenário da filosofia do século XX.
Ele passa todo o tempo da história na verdade por um descontrole emocional e depressivo,
no qual causa-lhe náusea , e assim, consegue momentos de fuga apenas quando ouve
música.
Contudo, vimos acima que, Sartre utiliza a via romanesca para explicitar suas elaborações
técnicas. Dessa maneira, através de seus romances, de seus empreendimentos biográficos,
Sartre viabiliza sua psicologia existencialista, no sentido de explicitar uma forma de
compreensão rigorosa do homem concreto, inserido no mundo, com seus suores e suas
dores, seus impasses psicológicos. Fornece, com isso, uma grande contribuição no
entendimento dos caminhos de uma nova forma de realizar a psicologia clínica.
Sartre, através de seu romance, deixou muito claro todos os elementos essenciais para a
realização de uma intervenção psicoterapêutica, apesar de ele mesmo não a ter realizado,
por não ser um clínico e não ter ido para a prática clínica. Sua psicanálise existencial
fornece, no entanto uma teoria e uma metodologia fundamentais para se pensar a psicologia
clínica em novos moldes. Só o que é preciso é colocá-la em prática, como era intenção do
próprio autor.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2.DESENVOLVIMENTO
Nessa direção as rotinas não são práticas exclusivas das instituições educacionais.
Retomando a questão sobre o que está previsto e o que realmente acontece nas
rotinas das instituições, Barbosa (2006) salienta que os adultos também se
encontram presos aos aspectos de homogeneização, sendo preciso considerar
nos momentos de organização das rotinas a consideração de que estas estão
sendo elaboradas para crianças heterogêneas, com vivências diferenciadas que
precisam ser respeitadas.
3.CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Resenha do Livro: BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotinas
na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2006
Resenha do livro “Literatura infantil e juvenil: do literário a outras
manifestações estéticas”
Sistema literário cuja legitimação é cada vez mais consensual, a literatura para a
infância e a juventude tem suscitado renovado interesse, norteando-se cada vez
mais por uma expansão baseada na assimilação e integração, na própria gênese da
escrita, de potencialidades e matrizes originárias de outras áreas artísticas. Entre o
literário e outras manifestações estéticas, nesse encontro expressivo e fértil, situa-se
a literatura especialmente vocacionada para a criança e para o jovem, objeto que se
reveste de particular relevância na sua formação leitora e literária. Resultante dos
trabalhos concretizados no VI Seminário de Literatura Infantil e Juvenil (VI SLIJ) e I
Seminário Internacional de Literatura Infantil e Juvenil e Práticas de Mediação
Literária (I SELIPRAM), realizados na Universidade Federal de Santa Catarina, o
volume intitulado Literatura Infantil e Juvenil. Do Literário a outras manifestações
estéticas, editado, em 2016, sob a coordenação das Professoras e Investigadoras
Eliane Debus, Dilma Beatriz Juliano e Nelita Bortolotto, congrega um conjunto de
dez estudos com enfoques diversos que testemunham a vitalidade da investigação
encetada em torno da produção literária e artística que tem na criança e no jovem os
seus destinatários preferenciais. As abordagens reunidas centram-se em tópicos
como: a literatura infantil e juvenil; as técnicas e/ou procedimentos de mediação de
leitura; a literatura, a cultura e o ensino; a educação infantil e a construção do leitor;
os processos de aprendizagem das estratégias de leitura; o texto poético; a
intertextualidade, entre outros.
REFERÊNCIAS
DEBUS, Eliane; JULIANO, Dilma Beatriz; BORTOLOTTO, Nelita. (Orgs.) Literatura Infantil e
Juvenil: do literáriao a outras manifestções estéticas. Tubarão: Copiart; Unisul, 2016.
Educação a distância: sobre discursos e práticas
REFERÊNCIAS
PRETI, O. (Org.). Educação a distância: sobre discursos e práticas. 2. ed. Brasília: Liber Livro Editora,
2012. 192 p
Resenha do livro: Metáforas novas para reencantar a educação -
epistemologia e didática
REFERÊNCIAS
O artigo tem por base a fala de uma criança quando questionada sobre como
conseguiu ser aprovada na 1ª série, após haver revelado grandes dificuldades no
processo de alfabetização. É um estudo que faz a relação entre essa fala da criança
e o Construtivismo. Aborda conceitos de Piaget e de pesquisadores sobre o
Construtivismo, que fornecem dados para se compreender o sujeito que aprende.
“Aprender é construir”. A aprendizagem contribui para o desenvolvimento na medida
em que aprender não é copiar ou reproduzir a realidade. Para a concepção
construtivista, aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação
pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que pretendemos aprende
Procurar-se-á aqui encontrar nessa frase conceitos do Construtivismo dentro de
cada parte dela. O aluno, ao ser questionado sobre como conseguira se aprovado,
dando uma definição bem abrangente, que envolve desde a elaboração do processo
até como conseguiu chegar ao final, dentro de sua sabedoria ingênua e simples,
respondeu:
“É assim, Ó, eu fui fazendo, fazendo,
Eu fui tentando e aí eu consegui. (...)
Tem que ir ajeitando na minha cabeça,
Misturando com as outras coisas.”
Através dessa análise percebe-se que esta criança realmente conseguiu elaborar,
de maneira ingênua e simples, uma frase onde é colocada toda uma sabedoria
infantil e que consegue explicar toda uma concepção. Certo é que não se utilizou de
um discurso lingüístico com diversidades de palavras que até pudessem fazer parte
do seu vocabulário no cotidiano, mas, numa frase curta, ela englobou, de certo
modo, toda uma visão da concepção construtivista.
REFERÊNCIAS
Como resultado das mudanças sociais, políticas e econômicas pelas quais estamos
passando hoje existem uma preocupação latente em se realizar pesquisas que
busquem compreender o exercício da docência e dos processos de construção da
identidade, profissionalidade e profissionalização do professor.
Três grandes partes compostas de oito capítulos que versam sobre a preocupação
do autor com a apropriação indiscriminada, banalizada e generalizada dos termos
profissionalização e autonomia de professores
Na primeira parte – A autonomia perdida: a proletarização dos professores
– Contreras analisa o problema do profissionalismo no ensino, em especial o
processo de proletarização pelo qual passa o professor, os vários significados do
que é ser profissional e à profissionalidade.
Na segunda parte – Modelos de professores: em busca da autonomia profissional do
docente –, são discutidos três modelos tradicionalmente aceitos com respeito à
profissionalidade dos professores, a saber: o especialista técnico, o profissional
reflexivo e o intelectual crítico
3ª PARTE=autonomia e seu contexto – é estabelecida uma visão global do que se
deve entender por autonomia de professores.
Contreras toma como bases teóricas as idéias
O professor será autônomo quando a escola for autônoma, ou seja, quando tanto o
professor quanto a escola forem realmente os idealizadores das práticas educativas
e não apenas aplicadores de receitas mágicas prescritas fora dos muros da escola e
sem o aval e a reflexão da comunidade na qual está inserida.
Esta obra, portanto, destina-se à todos aqueles que procuram entender a autonomia
professoral como forma de melhoria do processo educativo, no qual o professor tem
um papel fundamental.
REFERÊNCIAS