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‘’A tirania, na Idade Média, começou pela liberdade. Tudo começa por ela.

’’ (Jules
Michelet). A frase do filósofo francês faz jus à produção multinacional de cunho
histórico-religioso O nome da rosa, produzido em 1986. O filme independente
manifesta de forma real, o catolicismo exacerbado, o acumulo do conhecimento
dogmático através de doutrinas religiosas, a violência disfarçada em nome do
sagrado e a concreta baixa idade média, perdurada por dois séculos. Dessa forma,
exprimindo de maneira direta a correlação entre Deus, pecado, corrupção, glória,
poder, influência e o impacto desses encontros na sociedade da época, bem como a
insuficiência moral e ética, a manipulação comportamental do homem mediante as
crenças e economias e os colapsos desses fatores em mundo regido pelo paraíso
santo.
O cenário do filme passa-se em 1327.Ou seja, no início do período renascentista,
em um mosteiro italiano (Beneditino). Nesse período histórico, torna-se importante
reiterar, que o mesmo ia em refutação à igreja, já que seus princípios abonavam o
homem e seus respectivos âmbitos comportamentais. E não mais o princípio
celestial e divino.
A priori, o longa retrata a chamada do membro franciscano, Willian de Baskerville a
conhecer o maior mosteiro da época, que contava com maior acervo literário cristão
do mundo. Enquanto lá, o homem foi convocado secretamente a solucionar a morte
do tradutor grego do local, Adelmo, encontrado às bases de um penhasco após
‘’cair’’ do mesmo. A visão chocou aqueles que lá frequentavam, visto que mediante
ao contexto em que se vivia, a morte de um membro da igreja só poderia ser obra
associada ao inimigo de Deus. Porém, de forma posterior, ao examinar o local e a
cena do ocorrido, Willian consegue provar que não se tratava de projeto demoníaco
e sim de um suicídio. Ao pensarem que o caso havia sido concluído, mais um
monge é encontrado morto, o que fortalece a ideia de uma praga satânica na região.
Dessa vez a ideia do ato de tirar a própria vida é descartada rapidamente, visto que
o eivado dispunha de dedos e boca escurecidos, indicadores de um veneno potente.
Baskerville e seu seguidor, Adson, dão continuidade a investigação e acabam por
encontrar uma torre onde eram-se guarnecidas as relíquias e livros referentes ao
catolicismo e somente poucos tinham acesso.
No decorrer da investigação, William faz uma inteligente estratégia de ligar a relação
entre os monges que estavam sendo mortos e um livro proibido, considerado
espiritualmente perigoso (presente no acervo). Assim deduz o mistério:
Berengário ,frade que cuidava da biblioteca e sentia atração pecaminosa por
rapazes aproveitou-se da vontade do monge Adelmo de ler o tal livro e resolveu
deixar o jovem ler em troca da pratica sexual com o mesmo. Após a troca bem
sucedida, Adelmo dominado pelo remorso se mata. Porém antes disso, deixa pistas
acerca do paradeiro do livro que teriam sido descobertas pelo monge Venâncio
(Membro envenenado) que morre em seguida, sem saber que o livro foi
propositalmente envenenado para que quem tivesse acesso ao livro morresse, e
seu conteúdo fosse repassado.
Venâncio morre na biblioteca e para afastar os investigadores do local, Berengário,
livra-se do corpo jogando-o para os animais que ali existiam, foge com o livro e o
esconde. Nessa mesma parte do drama, na busca pelo fugitivo, o seguidor do
grande Frei, Adson, é surpreendido por uma bela moça do campo, que o seduz,
fazendo com que o mesmo fique dividido em seguir o seu coração e instintos da
carne, abandonando as vertentes divinas da virgindade até o casamento ou ajudar
seu parceiro a desvendar o mistério que acarreta aquela cidade italiana em nome de
Jesus.
Dessa vez o próprio Berengário torna-se vítima do livro do veneno e tem seu corpo
encontrado junto com o mesmo que posteriormente seria recolhido para análise.
William descobre que a biblioteca do mosteiro é uma das maiores do âmbito
religioso e continha obras importantíssimas, como as de Aristóteles e de outros
grandes mestres pagãos, todavia, a igreja, com todo o seu poder supremo, negava-
se a deixar esse conhecimento não doutrinado as vistas da sociedade não-
questionador.
William conta a história ao monge superior e exige seu livre acesso à biblioteca. O
monge nega sua solicitação e os coage a logo terminar seus serviços, já que logo o
inquisidor Bernardo chegaria e solucionaria o caso. Após essa declaração, Willian
confirma à Adson que já esteve na mesma posição de inquisidor e a mando de
outro, quase foi a fogueira por inocentar um homem cujo estaria traduzindo palavras
em grego que colapsavam com os preceitos bíblicos
Com a chegada do Bernardo, a priori, há punição de três inocentes, que sobre
tortura confessaram crimes não realizado por eles. Porém, a confissão do trio não
supre a sede de justiça do William, que tenta intervir. Colocando-o assim, no topo da
lista de endemoniados do inquisidor, que o acusa de todos os crimes.
Não desistindo facilmente, Willian e seu capanga invadem a biblioteca e descobrem
o verdadeiro assassino, Jorge, o ancião do local, que ao perceber a presença de
indigentes, foge com uma lamparina e acaba por incendiar acidentalmente o acervo
literário. Willian consegue escapar do incêndio, e o jovem Adson apesar d e sua
paixão pela camponesa segue seu caminho junto de seu mentor.
O filme discorre de maneira crítica, o comportamento da instituição e o seu princípio
de não abrir vazão para erros e preceitos não pagãos na época.

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