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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS NATAL-CENTRAL

Eletrotécnica 3° ano
Aluno: Gustavo Leite do Nascimento
Professor: André Gustavo Barbosa da Paz Mendes

TRABALHO DE HISTÓRIA
ATIVIDADE INDIVIDUAL

ATIVIDADE DE ANÁLISE FÍLMICA: “O NOME DA ROSA”.

NATAL/RN
06/12/2023
1. CONTEXTUALIZAÇÃO:
O filme “O Nome da Rosa” é uma obra cinematográfica que foi produzida em 1986, em uma
coprodução entre França, Itália e Alemanha Ocidental. O filme foi dirigido por Jean-Jacques
Annaud, um cineasta francês que se dedicou a fazer filmes históricos e épicos, com uma
abordagem realista e crítica. O filme foi baseado no romance homônimo de Umberto Eco, um
escritor e filósofo italiano que se destacou pela sua erudição e ironia.

O filme teve como elenco principal Sean Connery, no papel de William de Baskerville,
Christian Slater, no papel de Adso de Melk, F. Murray Abraham, no papel de Bernardo Gui,
Michael Lonsdale, no papel de Abade, e Valentina Vargas, no papel de Garota. O filme teve
como equipe técnica Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, como
roteiristas; Tonino Delli Colli, como diretor de fotografia; James Horner, como compositor da
trilha sonora; e Gabriella Pescucci, como chefe figurinista. O filme teve como assessores
técnicos Umberto Eco, como autor da obra original; Hasso Von Hugo, como responsável pela
maquiagem e caracterização; e Etienne Lerbret, como assessor de imprensa.

O filme representa o período da Idade Média, especificamente o século XIV, que foi um
período de transição e de crise na Europa. O filme retrata alguns fatos históricos que
marcaram esse período, como a peste negra, a guerra dos cem anos, a cisma do ocidente, e a
revolta dos camponeses. O filme também mostra alguns aspectos culturais, sociais e
religiosos que caracterizaram esse período, como a escolástica, a inquisição, e as ordens
mendicantes.

O filme se passa em um mosteiro isolado no norte da Itália, onde ocorre uma série de mortes
misteriosas, que são investigadas pelo frade franciscano William de Baskerville e pelo jovem
noviço Adso de Melk. O filme mostra o contraste entre a razão e a fé, a busca pelo
conhecimento e o poder da Igreja, o riso e o medo.

O filme teve um grande impacto social, pois foi um sucesso de público e de crítica, e recebeu
vários prêmios e indicações, como o BAFTA de melhor ator para Sean Connery e o César de
melhor filme estrangeiro para Jean-Jacques Annaud. O filme também provocou debates e
controvérsias, pois questionou os dogmas, as verdades e as autoridades que dominaram a
Idade Média, e que ainda influenciam o mundo contemporâneo. O filme defendeu os valores
da razão, da liberdade e do conhecimento, que foram reprimidos e perseguidos pela Igreja, e
que foram resgatados e difundidos pelo iluminismo e pela modernidade. O filme também
denunciou os males da intolerância, da violência e da ignorância, que geraram sofrimento e
opressão para muitas pessoas, e que ainda ameaçam a paz e a democracia.
2. INTRODUÇÃO

O filme “O Nome da Rosa” é uma obra cinematográfica que foi produzida em 1986, em uma
coprodução entre França, Itália e Alemanha Ocidental. O filme foi dirigido por Jean-Jacques
Annaud, um cineasta francês que se dedicou a fazer filmes históricos e épicos, com uma
abordagem realista e crítica. O filme foi baseado no romance homônimo de Umberto Eco, um
escritor e filósofo italiano que se destacou pela sua erudição e ironia.

O filme se passa no ano de 1327, em um mosteiro beneditino no norte da Itália, que possuía
uma biblioteca com grande acervo de livros, tanto cristãos quanto clássicos gregos
considerados pelos muitos religiosos como pagãos, porém poucos tinham acesso à biblioteca.
O filme narra a história de uma série de crimes misteriosos que ocorrem no mosteiro, que são
investigados pelo frade franciscano William de Baskerville e pelo jovem noviço Adso de
Melk. O filme retrata alguns dos principais aspectos políticos, econômicos e culturais da
Idade Média, especialmente da Baixa Idade Média, que foi um período de transição e de crise
na Europa.

O filme apresenta como personagens principais o frade franciscano William de Baskerville,


interpretado por Sean Connery, e o jovem noviço Adso de Melk, interpretado por Christian
Slater, que chegam ao mosteiro para participar de uma conferência entre as ordens religiosas
beneditina e franciscana, que tinham visões diferentes sobre a pobreza, a riqueza e o papel da
Igreja na sociedade. Os beneditinos, que seguiam a regra de São Bento, viviam em mosteiros
isolados, dedicando-se à oração, ao trabalho e ao estudo. Eles possuíam uma grande
biblioteca, onde guardavam livros raros e proibidos, e acumulavam riquezas e poder. Os
franciscanos, que seguiam a regra de São Francisco de Assis, viviam em comunidades
itinerantes, pregando aos pobres, aos leigos e aos hereges. Eles defendiam a pobreza
voluntária, a renúncia aos bens materiais e a imitação de Cristo.

No mosteiro, William e Adso se deparam com uma série de mortes misteriosas, que parecem
estar relacionadas a um livro secreto, que contém a segunda parte da Poética de Aristóteles,
que trata da comédia e do riso. Essa expressão humana de contentamento era considerada
perigosa por um dos monges da história, o Venerável Jorge, que fazia de tudo para manter as
rígidas disciplinas no mosteiro. William, que é um ex-inquisidor e um admirador da razão e
da ciência, usa seus métodos de investigação, baseados na observação, na lógica e na
dedução, para tentar solucionar os crimes, desafiando as explicações sobrenaturais e
dogmáticas que os outros monges oferecem. Adso, que é um aprendiz e um narrador da
história, acompanha William em sua busca pelo conhecimento, mas também se envolve com
uma jovem camponesa, que representa o amor e a sensualidade.

O filme mostra como o mosteiro era organizado de acordo com uma hierarquia e uma
disciplina rigorosas, que regulavam as atividades, os horários e as regras de convivência dos
monges. O filme destaca o papel do abade, que era o superior e o representante do mosteiro, e
do bibliotecário, que era o guardião e o censor dos livros. O filme também mostra como o
mosteiro era construído de forma a favorecer o isolamento, a segurança e a preservação do
conhecimento. O filme se concentra especialmente na biblioteca do mosteiro, que era um
labirinto cheio de armadilhas, símbolos e enigmas, que dificultavam o acesso aos livros.

O filme retrata o período em que a Igreja Católica exercia uma grande influência política,
econômica e cultural na Europa, mas também enfrentava crises internas e externas. Por um
lado, havia disputas entre o papado e o império, que disputavam o controle dos territórios e
dos recursos. Por outro lado, havia movimentos heréticos, que contestavam a autoridade e a
doutrina da Igreja, como os cátaros, os valdenses e os fraticelli. O filme mostra como a Igreja
usava a Inquisição, o tribunal eclesiástico que julgava e punia os hereges, para reprimir esses
movimentos e manter a sua hegemonia.

O filme apresenta o personagem de William de Baskerville como um representante da nova


mentalidade que surgia na Europa, inspirada pelo pensamento de Aristóteles e de outros
filósofos gregos, que valorizavam a razão, a lógica e a observação da natureza. William de
Baskerville usa esses métodos para investigar os crimes que ocorrem no mosteiro, seguindo
as pegadas, as marcas, as feridas, os objetos, as palavras e os gestos dos suspeitos e das
vítimas. Ele também usa a sua erudição, a sua lógica e a sua intuição para decifrar os códigos,
os símbolos e os enigmas que envolvem os crimes. Ele se inspira na obra de Aristóteles,
especialmente na Poética, que trata da arte de compor histórias, e na Retórica, que trata da
arte de persuadir com argumentos.

Além dos aspectos já mencionados, o filme também representa outros momentos e temas que
marcaram a Idade Média, como:

• A disputa entre o imperador Luís IV da Baviera e o papa João XXII, que estavam em
conflito pelo poder na Europa. O imperador era apoiado pelos franciscanos
espirituais, que defendiam a pobreza absoluta de Cristo e da Igreja, e que eram
considerados hereges pelo papa. O papa, por sua vez, era apoiado pelos beneditinos,
que defendiam a riqueza e a autoridade da Igreja, e que eram considerados corruptos
pelo imperador.
• A revolta dos camponeses, que eram explorados pelos senhores feudais e pela Igreja,
e que se rebelavam contra a opressão e a miséria. O filme mostra como os
camponeses eram influenciados pelos movimentos heréticos, que pregavam uma
religião mais simples, mais próxima do povo e mais crítica da Igreja.
• O surgimento do pensamento racional e científico, que desafiava a visão teocêntrica e
dogmática da Igreja, e que buscava o conhecimento através da observação, da lógica e
da experiência. O filme mostra como o personagem de William de Baskerville era um
representante desse pensamento, que se inspirava na obra de Aristóteles e de outros
filósofos gregos, que valorizavam a razão, a ética e a arte.
• A estrutura dos mosteiros: O filme retrata a vida monástica, que era uma forma de
organização social e religiosa muito comum na Idade Média. Os mosteiros eram
comunidades de monges que se dedicavam à oração, ao trabalho e ao estudo,
seguindo uma regra de vida. Os mosteiros eram autossuficientes, pois produziam o
que consumiam, e tinham uma hierarquia interna, com um abade como superior e
vários ofícios e funções. Os mosteiros também eram centros de cultura e de arte, pois
preservavam e reproduziam os livros antigos, e criavam obras de arquitetura, de
pintura e de música. No filme, o mosteiro é um cenário de mistério e de terror, onde
se escondem segredos e pecados, e onde ocorrem assassinatos e incêndios.
• As práticas religiosas do clero regular: O filme mostra as práticas religiosas do clero
regular, ou seja, dos monges que viviam em mosteiros, seguindo uma regra de vida.
Essas práticas incluíam a liturgia, ou seja, o conjunto de ritos e de orações que
celebravam a fé cristã, como a missa, o ofício divino e os sacramentos. Essas práticas
também incluíam a ascese, ou seja, o conjunto de exercícios e de disciplinas que
visavam a purificação da alma, como o jejum, a penitência e a confissão. Essas
práticas ainda incluíam a contemplação, ou seja, o conjunto de atitudes e de
meditações que buscavam a união com Deus, como a leitura, a oração e o silêncio. No
filme, as práticas religiosas do clero regular são mostradas como formas de alienação
e de hipocrisia, que escondem interesses e paixões mundanas, e que são incapazes de
impedir o mal e a violência.
• A nova mentalidade cientificista, desafiadora, representada por poucos: O filme
antecipa o surgimento de uma nova mentalidade, que valoriza a razão, a experiência e
a investigação científica, em oposição à fé, à tradição e à autoridade. Essa
mentalidade é representada por poucos personagens, como Guilherme de Baskerville,
que usa o método indiciário para solucionar os crimes, baseando-se em pistas,
deduções e provas.

3. CONCLUSÃO:
O filme, portanto, é uma obra que ilustra uma época muito significativa da Idade Média, que
foi marcada por conflitos, mudanças e contrastes. O filme também é uma obra que questiona
os dogmas, as verdades e as autoridades que dominaram esse período, e que ainda
influenciam o mundo contemporâneo.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANNAUD, Jean-Jacques (Diretor). O nome da rosa. [Filme-vídeo]. Produção de Bernd
Eichinger e Jean-Jacques Annaud. Roteiro de Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard
Franklin e Alain Godard. Baseado no romance homônimo de Umberto Eco. França, Itália,
Alemanha Ocidental: Cristaldifilm, Les Films Ariane, Neue Constantin Film, 1986. 2h
10min, son., color.

ECO, Umberto. O nome da rosa. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas
de Andrade. São Paulo: Nova Fronteira, 1983.
GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. Mitos, emblemas, sinais:
morfologia e história. Tradução de Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
p. 143-179.
O nome da rosa. Wikipédia, a enciclopédia livre, 2021. Disponível em: 1. Acesso em: 04 de
dez. 2023.

O Nome da Rosa : Elenco, atores, equipa técnica, produção - AdoroCinema.


AdoroCinema, 2021. Disponível em: 2. Acesso em: 04 de dez. 2023.

RELATÓRIO E ANÁLISE FILME: “O NOME DA ROSA” - TrabalhosGratuitos.com.


TrabalhosGratuitos.com, 2021. Disponível em: 3. Acesso em: 04 de dez. 2023.
“O Nome da Rosa” tem ação e narrativas paralelas de … - Exame. Exame,
2019. Disponível em: 4. Acesso em: 04 de dez. 2023.

Resenha crítica do filme “O Nome da Rosa” - ProfessorNews. ProfessorNews,


2019. Disponível em: 5. Acesso em: 04 de dez. 2023.

O Nome da Rosa – breve análise - Brasil Escola. Brasil Escola, 2021. Disponível em: 6.
Acesso em: 04 de dez. 2023.

O Nome da Rosa (filme e livro) - Análise e resumo - Cola da Web. Cola da Web,
2021. Disponível em: 7. Acesso em: 04 de dez. 2023.

Perspectivas Históricas,Sociais e Jurídicas Acerca do Filme "O Nome da …. Jusbrasil,


2019. Disponível em: 8. Acesso em: 04 de dez. 2023.
: [O nome da rosa, de Umberto Eco: resumo e análise da obra - Cultura Genial] : [O Nome da
Rosa (filme) – Wikipédia, a enciclopédia livre]

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