Você está na página 1de 119

MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

AHE COLÍDER
Rio Teles Pires, MT

Empresa Executora:
Ambiotech Consultoria

Equipe de execução:

Coordenação geral:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos

Herpetofauna:
Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico)
José Carlos Balestrin
Auxiliar local

Avifauna:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico)
Biól. Eduardo Weffort Patrial
Giuliano Bernardon
Benedito Abrão Freitas

Mastofauna:
Biól. João Marcelo Deliberador Miranda (Resp. técnico)
Biól. Luana C. Munster
Biól. Rafael Oliveira
SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ..................................................................................................IV

ÍNDICE DE FOTOS....................................................................................................... V

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ VII

ÍNDICE DE GRÁFICOS................................................................................................IX

1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 1

2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 4


3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ...................................................... 4
3.1.1 Áreas amostrais .................................................................................. 4
3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções.............................................. 4
3.2 MÉTODOS ............................................................................................... 4
3.2.1 Métodos sistematizados ...................................................................... 4
3.2.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift
Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000) ......................................... 5
3.2.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de
Martins & Oliveira, 1999) ...................................................................... 5
3.2.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding
site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994) .................................. 6
3.2.2 Métodos não sistematizados ............................................................... 7
3.2.2.1 Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT).......................................... 7
3.2.2.2 Procura com Carro (PC) ........................................................................ 7
3.2.2.3 Encontros ocasionais (EO) .................................................................... 7
3.2.3 Análise dos dados ............................................................................... 8
3.2.4 Trabalho de campo.............................................................................. 8
3.2.5 Análise dos dados ............................................................................... 9

4 RESULTADOS .................................................................................................... 10
4.1 HERPETOFAUNA ......................................................................................10
4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)......... 10
4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift
Fences) (AIQ) ....................................................................................10
4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................11
4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ............................................12
4.1.1.4 Registros não sistematizados ...............................................................13
4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ............... 14
4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift
Fences) (AIQ) ....................................................................................14
4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................15

I
4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ............................................16
4.1.2.4 Registros não sistematizados ...............................................................16
4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)..................... 18
4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift
Fences) (AIQ) ....................................................................................18
4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................18
4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ............................................19
4.1.3.4 Registros não sistematizados ...............................................................19
4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas...................................... 23
4.1.5 Espécies procuradas para caça.......................................................... 23
4.1.6 Espécies de interesse econômico ...................................................... 23
4.1.7 Espécies de interesse científico......................................................... 24
4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário ......................................... 24
4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental ................................... 24
4.1.10 Riqueza e abundância ....................................................................... 25
4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a
quinta campanha .............................................................................. 26
4.1.12 Suficiência amostral.......................................................................... 27
4.1.13 Considerações finais ......................................................................... 28
4.1 AVIFAUNA ..............................................................................................30
4.1.1 Riqueza de espécies .......................................................................... 30
4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ........... 64
4.1.3 Espécies endêmicas .......................................................................... 64
4.1.4 Espécies migratórias ......................................................................... 64
4.1.5 Espécies relevantes........................................................................... 64
4.1.6 Esforço amostral ............................................................................... 65
4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais .............................................. 66
4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras).......................66
4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório) ..............................67
4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ...........................68
4.1.8 Similaridade entre as áreas............................................................... 68
4.1.9 Anilhamento...................................................................................... 69
4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA) ................................................. 73
4.1.11 Métodos não sistematizados ............................................................. 76
4.1.12 Índice de diversidade........................................................................ 79
4.1.13 Espécimes coletados ......................................................................... 79
4.1.14 Considerações finais ......................................................................... 79
4.2 MASTOFAUNA .........................................................................................82
4.2.1 Procedimentos Metodológicos........................................................... 82
4.2.2 Riqueza de espécies .......................................................................... 83
4.2.3 Espécies ameaçadas.......................................................................... 90
4.2.4 Espécies endêmicas .......................................................................... 90
4.2.5 Espécies raras ................................................................................... 91

II
4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas ..................................................... 91
4.2.7 Espécies Bioindicadoras .................................................................... 91
4.2.8 Espécies exóticas .............................................................................. 92
4.2.9 Espécies cinegéticas ......................................................................... 92
4.2.10 Espécies de importância econômica .................................................. 93
4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ...................................................... 93
4.2.12 Esforço amostral ............................................................................... 94
4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas............................................ 95
4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras .............95
4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório ....................95
4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle ...........................96
4.2.13.4 Comparação entre as áreas..................................................................96
4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento .......................................97
4.2.13.6 Pequenos mamíferos ...........................................................................98
4.2.13.7 Morcegos ...........................................................................................99
4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte ....................................................100
4.2.14 Considerações finais ....................................................................... 101

5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ......................................................................... 102


5.1 HERPETOFAUNA ....................................................................................102
5.2 AVIFAUNA ............................................................................................103
5.3 MASTOFAUNA .......................................................................................106

III
ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA NA ESTRADA


DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS COM O OBJETIVO DE
CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO
DA OBRA ........................................................................................................................ 21
FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA
REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE
(ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA CAMPANHA................................................................. 26
FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA
REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE
(ADI[02], ADA[02] E AII[02]) DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA .......................................... 27
FIGURA 4 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE
ESTUDO DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA UHE
COLÍDER. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-
CONTROLE ..................................................................................................................... 97

IV
ÍNDICE DE FOTOS

FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE


INTERCEPTAÇÃO E QUEDA ............................................................................................... 11
FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO MÉTODO DE PSLT ........... 12
FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE
PALT .............................................................................................................................. 13
FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO MÉTODO DE
AIQ ............................................................................................................................... 15
FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT ............ 17
FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC.................. 20
FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA APÓS TER SIDO ENCONTRADA
ATROPELADA, REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO .............................................................. 20
FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE CERRADO
NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER .............................................................................. 22
FOTO 9 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) CAPTURADO E ANILHADO
NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER ............................................. 71
FOTO 10 – MARIA-LEQUE (ONYCHORHYNCHUS CORONATUS) CAPTURADO E ANILHADO
NA ÁREA-CONTROLE: ESPÉCIE INCOMUM NA REGIÃO, SENDO ESTA A PRIMEIRA
CAPTURA DA ESPÉCIE...................................................................................................... 72
FOTO 11 – MACHO DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS
LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO .................................... 72
FOTO 12 – FÊMEA DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS
LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO .................................... 72
FOTO 13 – CRI-CRIÓ OU BISCATEIRO (LIPAUGUS VOCIFERANS) ANILHADO NA ÁREA-
CONTROLE. UMA DAS AVES MAIS CONHECIDAS DA AMAZÔNIA ............................................ 73
FOTO 14 – GUARDA-FLORESTA (HYLOPHYLAX NAEVIUS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA
DO RESERVATÓRIO ......................................................................................................... 73
FOTO 15 – REDES DE NEBLINA INSTALADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ............................ 73
FOTO 16 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (SPIZAETUS TYRANNUS) FOTOGRAFADO NA
FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA
UHE COLÍDER ................................................................................................................. 77
FOTO 17 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) VISTO APÓS A SOLTURA.
OBSERVAR DETALHE DA ANILHA....................................................................................... 77
FOTO 18 – ARARA-CANINDÉ (ARA ARARAUNA) REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA
DO EMPREENDIMENTO. ESTA ESPÉCIE É MAIS COMUM NOS DOMÍNIOS DO CERRADO.
SUA CONGÊNERE ARA MACAO É ENCONTRADA COM MAIS FREQUÊNCIA NA AI DA UHE
COLÍDER ........................................................................................................................ 77
FOTO 19 – POMBA-TROCAL (PATAGIOENAS SPECIOSA) COMUMENTE OBSERVADA AO
LONGO DO RIO TELES PIRES E AMBIENTES ABERTOS DO ENTORNO DA UHE COLÍDER............ 77
FOTO 20 – MACURU-PINTADO (NOTHARCHUS TECTUS) ENCONTRADO COM
FREQUÊNCIA NA ÁREA-CONTROLE .................................................................................... 78
FOTO 21 – ANAMBÉ-AZUL (COTINGA CAYANA), MACHO, ENCONTRADO
ESPORADICAMENTE NA MATA CILIAR DO RIO TELES PIRES, ENTRE AS PARCELAS DA
ÁREA DO RESERVATÓRIO E O CANTEIRO DE OBRAS ........................................................... 78

V
FOTO 22 – ANAMBÉ-UNA (QUERULA PURPURATA): ESPÉCIE FREQUENTEMENTE
ENCONTRADA NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO E NA PARCELA AMOSTRAL
DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................. 78
FOTO 23 – SETE-CORES-DA-AMAZÔNIA (TANGARA CHILENSIS): UMA DAS SAÍRAS
MAIS COMUNS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER .................................................. 78
FOTO 24 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE
AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE
SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES ......................................................... 90
FOTO 25 – JAGUATIRICA (LEOPARDUS PARDALIS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO
SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADA PELA ARMADILHA FOTOGRÁFICA
DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO .................................................................. 90
FOTO 26 – CUÍCA MONODELPHIS BREVICAUDATA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA
CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ................................... 91
FOTO 27 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA,
CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ................................... 91
FOTO 28 – A ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE
CINEGÉTICO E CONTINUA SENDO CAÇADA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, POR
FUNCIONÁRIOS DAS EMPREITEIRAS.................................................................................. 93

VI
ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS


AS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA
HERPETOFAUNA .............................................................................................................. 5
TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI
APLICADO O MÉTODO DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA........................ 6
TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM
SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID ......................................................................... 12
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO
AHE COLÍDER, DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO..................................... 14
TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA
(RESERVATÓRIO) ............................................................................................................ 17
TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE
AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE) ..................... 19
TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII
(ÁREA CONTROLE) .......................................................................................................... 22
TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA,
POR PARCELA AMOSTRAL ................................................................................................. 25
TABELA 9 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE
COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SEIS PRIMEIRAS
FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO.................. 31
TABELA 10 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO .............. 65
TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO
DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-
ENCHIMENTO.................................................................................................................. 67
TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO
RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-
ENCHIMENTO.................................................................................................................. 67
TABELA 13 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM
CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO .......................... 68
TABELA 14 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O
ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO ............... 69
TABELA 15 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS
ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO ............................................................. 70
TABELA 16 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SEXTA FASE
DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ......................... 70
TABELA 17 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS
PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS
ÁREAS AMOSTRAIS ......................................................................................................... 74
TABELA 18 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SEXTA FASE DE CAMPO DO
MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS
POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS................................................................. 76
TABELA 19 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER ............. 84
TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS
FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER ................................................... 94

VII
TABELA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA
MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA
DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES ................................................................................... 97
TABELA 22 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE
DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS
RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO........................................................... 98
TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO
MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS
(%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ............................................................................. 99
TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS
NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E
ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ................................... 100

VIII
ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES),


CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS
SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII)
DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA....................................... 28
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES
REGISTRADAS AO LONGO DA SEXTA FASE, TOTALIZANDO 259 ESPÉCIES ............................. 66
GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES
REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA DA UHE COLÍDER. O
PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO............................... 66
GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SEIS
PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT .................. 95
GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE
DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO
DECORRER DO TEMPO ..................................................................................................... 98
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS
DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO .................................................................. 99
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A
SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT ............. 100
GRÁFICO 8 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE
PORTE REGISTRADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA
MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT .................................................................... 101

IX
1 APRESENTAÇÃO

O AHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW
médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios
de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colider e Cláudia, no estado de Mato Grosso.

A implantação do AHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de


espécies faunísticas na sua área de implantação, devido às conseqüências produzidas
pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.

O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de


estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos
remanescentes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem
conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de
pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo
suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou
indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de
dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento
de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do
empreendimento, sobre diferentes grupos animais.

Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de


Material Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel
iniciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com
campanhas trimestrais.

Em 27/01/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de


Material Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do
monitoramento.

O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da sexta fase
de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência
do AHE Colíder, realizada no mês de abril de 2012, durante a estação chuvosa.

1
2 INTRODUÇÃO

Estudos de monitoramento tem com principal objetivo conhecer a influência dos


principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um
empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos,
estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias,
suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens
realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de
maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um
empreendimento.

As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente,
pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da
presença ou ausência de alguns táxons.

Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou


monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização,
captura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto
ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores
ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os
ecossistemas.

Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo


muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste
grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao
conhecimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al.,
1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta
alimentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores
de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração
ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies
estenóica), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são
fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a
presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio
(eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.

A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em


seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A
fragmentação florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte e o maior
2
problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma
comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de
habitats naturais a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em
qualquer outro agrupamento animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al.,
2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua


grande importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução,
transformação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados
direta ou indiretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido
arco do desmatamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do
Pará (HEYER et al., 1999).

O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006),
sendo 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008).
Aproximadamente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por
um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no
mais conservado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).

Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor


atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste
número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.

É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo
executado o monitoramento de fauna do AHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos
resultados da sexta campanha de campo serão apresentados na sequência.

O nível do Rio Teles Pires ainda esteve bastante alto durante a sexta campanha do
monitoramento, em decorrência das fortes chuvas que ainda ocorreram durante o
trabalho de campo. Apesar de não estar como na campanha anterior, ainda existia
muita água fora da calha do rio, alagando várias partes das matas de várzea
existentes em toda a porção de floresta destinada ao reservatório. O elevado índice
pluviométrico registrado nesse momento não prejudicou a execução do trabalho e os
resultados obtidos foram bastante satisfatórios.

3
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS

3.1.1 Áreas amostrais

As mesmas áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as primeiras fases
foram mantidas durante a quinta campanha.

3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções

As linhas de pitfalls encontravam-se deterioradas em virtude da quantidade de


chuvas, da grande quantidade de árvores e galhos caídos sobre a cerca-guia e,
também, devido aos trechos consumidos por formigas. Desta forma, foi necessária
outra reforma da cerca-guia. Os baldes foram abertos para o início das capturas
propriamente ditas somente após a inteira reforma das cercas-guia. Esta manutenção
das linhas de pitfalls é necessária em todas as campanhas, uma vez que as lonas
permanecem no local, expostas a todo o tipo de interpérie climática, durante três
meses até que seja realizada nova visita à área e consequente amostragem em
campo.

3.2 MÉTODOS

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos


mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados
foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas,
descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de
distribuições disjuntas.

3.2.1 Métodos sistematizados

Os métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 16 a 21 de abril, quando


cada parcela de interesse foi amostrada durante dois dias.

4
3.2.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift
Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000)

Cada linha de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) permaneceu aberta


durante seis noites consecutivas e foram revisadas, periodicamente, duas vezes ao
dia, ao amanhecer e entardecer. Ao final do período de amostragem obteve-se um
esforço de 144 horas/balde por parcela e um total de 432 horas/balde de amostragem
na região de implantação da UHE Colíder.

As armadilhas de interceptação e queda foram instaladas em ambientes que


correspondiam principalmente à formação vegetal predominante em cada parcela de
amostragem (Tabela 1).

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS AS ARMADILHAS


DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

Parcela 1 (AID) Floresta de terra firme 633.193 L 8.786.636 S


Parcela 2 (ADA) Floresta de várzea 638.223 L 8.786.191 S
Parcela 3 (AII) Floresta de terra firme 633.841 L 8.792.321 S

3.2.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de


Martins & Oliveira, 1999)

Este método consiste em percorrer as transecções principais de todas as parcelas (2


km por parcela), onde uma área de até 50 metros de cada lado da linha central é
vasculhada, mediante o revolvimento da serrapilheira e de troncos caídos, visando o
registro visual ou auditivo dos animais. Cada parcela teve suas transecções
amostradas durante dois dias, simultaneamente por três pesquisadores. Em cada dia
foram realizadas duas horas de procura diurna e uma hora de procura noturna,
totalizando um esforço de captura de 18 horas/homem de busca por parcela e 54
horas/homem de busca nas parcelas de amostragem.

Para anfíbios, foram contabilizados todos os machos anuros em atividade de


vocalização, assim como os indivíduos visualizados em repouso. Como para a maioria
das espécies de anuros não é possível uma contagem precisa do número de indivíduos
vocalizando, porque muitos machos vocalizam ao mesmo tempo (coro), ou porque
vocalizam muito próximos um do outro, foram empregadas as seguintes categorias de
vocalização, modificadas de Lips et al. (2001 apud Rueda et al. 2006):

5
· 0 – nenhum indivíduo da espécie vocalizando;
· 1 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 1-5;
· 2 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 6-10;
· 3 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 10-20;
· 4 – formação de coro em que as vocalizações individuais são indistinguíveis e
não se pode estimar o número de indivíduos (>20).
Para estimar a abundância dos anfíbios, foi extrapolado o valor máximo de cada
categoria amostral.

3.2.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding


site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994)

Esse método consiste na realização de transecções visuais e auditivas ao longo do


perímetro de corpos d’água (e.g. poças temporárias, lagoas, brejos, córregos, rios e
veredas) onde geralmente as populações de anfíbios se agregam para a reprodução.
Os anfíbios foram contabilizados seguindo os mesmos critérios descritos no método de
Procura sistematizada limitada por tempo. Alguns grupos de répteis (serpentes,
quelônios e crocodilianos) também são comumente registrados por este método, já
que muitas espécies utilizam os corpos d’água como sítios de forrageamento e/ou
reprodução. Durante o período de estudo, foram amostrados seis sítios de reprodução
(e.g. brejos, riachos e poças) (Tabela 2), dois por parcela. As amostragens ocorreram
à noite, quando três pesquisadores realizaram as transeções durante uma hora. Desta
forma obteve-se um esforço de captura de seis horas/homem de amostragem por
parcela e um total de 12 horas de amostragem nas áreas de interesse.

TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO
DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Ponto Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

P1 Parcela 1 (AID) Lêntico / floresta 632.683 8.786.066


P2 Parcela 1 (AID) Lêntico / área aberta 634.065 8.786.153
P3 Parcela 2 (ADA) Lótico / área aberta 638.221 8.785.502
P4 Parcela 2 (ADA) Lótico / floresta 638.492 8.784.710
P5 Parcela 3 (AII) Lótico / campo 638.492 8.784.710
P6 Parcela 3 (AII) Lótico / floresta 635.387 8.792.388

6
3.2.2 Métodos não sistematizados

Os métodos não sistematizados foram utilizados para categorizar os animais


encontrados de forma aleatória nas áreas de interesse, além de complementar a lista
de riqueza. Estes métodos foram aplicados desde o primeiro instante da equipe nas
áreas de interesse.

3.2.2.1 Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)

Esse método consistiu em executar caminhadas ao longo de todas as áreas passíveis


de se encontrar répteis e anfíbios (e.g. interior da floresta, estradas de acesso às
parcelas, áreas antropizadas, margens do rio, poças temporárias, açudes, entre
outros). Durante este método, os locais foram vistoriados detalhadamente, havendo
inspeção de tocas, serapilheira, poças temporárias, locais abrigados sob pedras,
troncos caídos, entulhos, interior de bromélias, galhos de árvores e outros possíveis
sítios utilizados como abrigos por répteis e anfíbios, conforme recomendado por
Vanzolini et al. (1980). Esse método tem por objetivo ampliar o inventário das
espécies, assim como obter informações sobre riqueza, distribuição no ambiente e
padrões de atividade. A procura ativa com coleta manual é um método bastante
versátil e generalista de detecção e coleta de vertebrados em campo (Heyer et al.,
1994).

Assim como para o método de PSLT, foram empregadas as mesmas categorias de


vocalização para o senso de anfíbios anuros, modificadas de Lips et al., 2001 apud
Rueda et al., 2006.

3.2.2.2 Procura com Carro (PC)

A procura com carro correspondeu ao encontro de anfíbios e répteis avistados ou


atropelados em estradas da região (Sawaya et al., 2008). O deslocamento da equipe
em toda a AII do empreendimento contemplou este método, diariamente.

3.2.2.3 Encontros ocasionais (EO)

Como a observação de répteis é de caráter fortuito e demanda muito tempo em


campo, necessita-se tanto da interação com os demais membros da equipe do
monitoramento, além de moradores ou trabalhadores locais, para que se tenha
obtenção de mais evidências da presença destes animais. Este método contemplou
7
todos aqueles espécimes encontrados por terceiros ou quando a equipe não estava
realizando as atividades supracitadas.

3.2.3 Análise dos dados

Suficiência amostral: foi avaliada mediante a curva de registros acumulados das


espécies. As análises foram realizadas com base na matriz de dados de
presença/ausência das espécies ao longo dos dias de amostragem, utilizando 500
adições aleatórias das amostras no programa EstimateS 7.52 (Colwell 1994-2005). A
estimativa da riqueza foi calculada a partir do número de espécies identificadas em
função dos dias de amostragem. O índice de estimativa da riqueza das espécies foi
calculado pelo índice de Jacknife, descrito em Krebs (1989).

Taxa de captura: A abundância de espécies foi calculada dividindo o número de


indivíduos avistados pelo número total horas de procura nos pontos. No caso de
espécies de vida social (ex. anfíbios), a abundância foi estimada extrapolando o valor
máximo de cada categoria amostral.

Índice de Diversidade: a partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número
observado nos ambientes amostrados e, assim, calculado o índice de diversidade pelo
método de Shannon-Wiener (Krebs,1989) para cada ponto amostral.

Similaridade: foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as parcelas,


através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989), usando o modo de
agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a correlação entre as
amostras. A abundância das espécies foi transformada [log (x+1)] para diminuir o
peso das espécies quantitativamente dominantes. Os dendrogramas propostos foram
elaborados através do pacote estatístico Primer V5 (Clarke & Gorley 2001).

3.2.4 Trabalho de campo

A sexta fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 17 e 26


de abril de 2012. Todo o trabalho de fauna terrestre foi realizado simultaneamente,
com as equipes dos três grupos faunísticos trabalhando nas áreas amostrais. Com o
objetivo de maximizar o esforço de observação direta cada equipe amostrou uma área
amostral, fazendo um rodízio que permitiu com que as três áreas fossem monitoradas
ao longo de toda a fase.

8
3.2.5 Análise dos dados

Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados


foram levados aos laboratórios para análise e correta identificação. Foram feitas
algumas análises estatísticas para efeito comparativo com as fases anteriores. Estas
análises seguem o mesmo padrão apresentado nos relatórios anteriores.

9
4 RESULTADOS

4.1 HERPETOFAUNA

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos


mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados
foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas,
descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de
distribuições disjuntas.

4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)

4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift


Fences) (AIQ)

Nas armadilhas de queda do canteiro de obras foram registrados 35 espécimes de dez


espécies, sendo nove espécies de anuros e uma espécie de lagarto. Do total de
espécies amostradas, as mais abundantes foram Leptodatylus hylaedactyla e
Physalaemus gr. cuvieri, que corresponderam a, respectivamente, 37% e 31% do
total de espécimes amostrados. Mais uma vez foi registrado um exemplar de
Elachistocleis spn., contudo, estudos mais criteriosos são necessários para determinar
o real status desta espécie. O lagarto Plica umbra foi registrado pela primeira vez nos
estudos de monitoramento da herpetofauna (Foto 1). A taxa de captura foi de 0,24
espécimes/hora/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um espécime a cada
quatro horas de funcionamento das armadilhas. A taxa de captura atual foi bastante
superior àquela registrada no período equivalente do ano passado (campanha 02,
taxa de captura = 0,05). Esse fator provavelmente esteja relacionado às fortes
chuvas ocorridas na campanha atual e a intensa movimentação de Leptodatylus
hylaedactyla e Physalaemus gr. cuvieri. No período equivalente do ano passado as
chuvas já haviam cessado, o que poderia justificar tamanha discrepância entre os dois
momentos.

10
FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE
INTERCEPTAÇÃO E QUEDA
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Através deste método foram registrados 12 espécimes de apenas três espécies, sendo
uma espécie de anuro (Leptodactylus hylaedactyla), uma espécie de lagarto (Plica
umbra) e uma espécie de serpente (Corallus hortulanus) (Foto 2). O anuro
Leptodactylus hylaedactyla foi a espécie mais abundante e correspondeu a 83% do
total de espécimes amostrados. A taxa de captura correspondeu a 0,67
espécimes/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, dois exemplares
registrados a cada hora de procura. Ao contrário do observado para as AQ, a taxa de
captura da campanha atual foi inferior àquela observada no período equivalente do
ano passado (campanha 02, taxa de captura = 1,5). Ao contrário de métodos de
coleta passiva, a PSLT depende de outros fatores que não só da movimentação dos
espécimes, os quais podem implicar em distorções nas taxas de captura, obtidas em
diferentes momentos (Martins & Oliveira, 1998).

11
FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO
MÉTODO DE PSLT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Durante a sexta campanha de monitoramento da herpetofauna foram registradas seis


espécies de anuros nos sítios reprodutivos da parcela do canteiro de obras. As
espécies mais abundantes foram Hypsiboas albopunctatus e Rhinella marina, que
corresponderam a, respectivamente, 37% e 21% do total de espécimes amostrados.
No sítio P1, que representa um ambiente de várzea do Rio Teles Pires, mais uma vez,
foi encontrada a espécie Leptodactylus petersi em atividade de vocalização. Este fato
pode sugerir período reprodutivo desta espécie, pois a mesma só havia sido registrada
no mesmo local e período equivalente do ano passado.

TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO


REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA
ANURA
Bufonidae Rhinella marina P2 6
Hylidae Dendropsophus nanus P2 5
Dendropsophus minutus P2 1
Hypsiboas albopunctatus P2 10
Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus P2 1

12
4.1.1.4 Registros não sistematizados

Através do método de PALT foi registrada uma pequena população de Hypsiboas


geographicus (Foto 3) vocalizando em corpo de água lótico.

FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO


MÉTODO DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 80
espécimes de 16 espécies, sendo 13 espécies de anuros, duas espécies de lagarto e
uma espécie de serpente. Dentre os anuros, as famílias Hylidae e Leptodactylidae
foram aquelas com maior representatividade, com quatro espécies cada (Tabela 4). O
índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,28.

13
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER,
DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA
ANURA
Bufonidae Rhinella marina sapo-cururu AQ, BSR
Rhinella margaritifera sapo-folha AQ
Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha BSR
Dendropsophus minutus perereca-ampulheta BSR
Hypsiboas albopunctatus perereca BSR
Hypsiboas geographicus perereca PL
Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla razinha AQ
Leptodactylus mystaceus razinha AQ
Leptodactylus petersi razinha BSR
Leptodactylus rhodomystax razinha AQ
Microhylidae Elachistocleis sp. apito-de-guarda AQ
Elachistocleis spn. apito-de-guarda AQ
Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro AQ
REPTILIA
SQUAMATA
Teiidae Kentropix calcarata lagarto AQ
Tropiduridae Plica umbra calango AQ, PSLT
Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PSLT

4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)

4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift


Fences) (AIQ)

As armadilhas de queda registraram um total de 13 espécimes de seis espécies, sendo


cinco espécies de anuros e uma espécie de lagarto. As espécies mais abundantes
foram Rhinella marina e Rhinella margaritifera, que corresponderam a,
respectivamente, 31% e 22% do total de espécies amostradas. A taxa de captura foi
de 0,09 espécime/hora/balde, o que equivale a um espécime capturado a cada dez
horas de funcionamento das armadilhas. Ao contrário do observado nas AQ da AID, a
taxa de captura observada na atual campanha foi bem inferior àquela da campanha
realizada em período equivalente do ano passado (campanha 02, taxa de captura =
0,24). Naquela oportunidade, a espécie mais abundante havia sido Chiasmocleis
shudikarensis (20 espécimes), que correspondeu a 58% do total de espécimes
amostrados. Nesta oportunidade foi registrado apenas um exemplar desta espécie, o

14
que pode sugerir uma menor movimentação na atual campanha. Provavelmente, na
campanha 02 foi registrado o ápice do período reprodutivo de Chiasmocleis
shudikarensis, o que não coincidiu com o atual período de amostragem, explicando as
diferenças observadas. O lagarto Kentropix calcarata (Foto 4), registrado nas
armadilhas, apresentava-se nitidamente ovado, sugerindo período de desova da
espécie.

FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO


MÉTODO DE AIQ
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados 24 espécimes de seis espécies de anuros.
Destas, a mais abundante foi Leptodactylus mystaceus, que correspondeu a 31% do
total de espécies amostradas. A taxa de captura foi de 1,33 espécime/hora/homem. A
taxa de captura observada nesta campanha também foi inferior àquela observada na
campanha 02, realizada em período equivalente no ano de 2011. Contudo, algumas
semelhanças devem ser observadas. Assim como na campanha 02 e campanha
anterior, foram observados filhotes de Rhinella, sugerindo período de recrutamento
destas espécies. Nesta campanha, Leptodactylus hylaedactyla também mostrou-se
bastante representativa, assim como na campanha 02. Ao contrário de Leptodactylus
andreae (espécie sintópica), machos de Leptodactylus hileadactyla permanecem
vocalizando até o final da estação chuvosa.

15
4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Apenas uma espécie foi registrada através do método de ASR: o anuro Leptodactylus
fuscus no sítio reprodutivo P3. Nos primeiros dias de amostragem o sítio reprodutivo
P4 apresentava-se completamente seco, e após fortes chuvas encheu cerca de um
metro com a água que corria forte, transbordando pela mata. Essa característica
ainda não havia sido observada e poderia explicar, pelo menos em parte, a baixa
diversidade observada ao longo de todas as campanhas no sítio P4 e demais corpos
de água lóticos da parcela do reservatório. A ausência de água no período seco e a
grande variação vertical no período de chuvas poderiam inviabilizar a sustentação de
populações em sua margem, principalmente daquelas espécies terrícolas ou de
reprodução explosiva.

4.1.2.4 Registros não sistematizados

Por meio do método de PALT foram registrados 30 espécimes de dez espécies, sendo
seis espécies de anuros, uma espécie de lagarto, uma espécie de serpente, uma
espécie jacaré e uma espécie de tracajá. Pela primeira vez foi observada a presença
de Iguana iguana na área do reservatório. Apesar do Rio Teles Pires ter baixado seu
nível, comparando com a campanha anterior, ainda é muito difícil observar e capturar
jacarés e tartarugas em seu curso, pois estes animais encontram-se abrigados na
vegetação submersa. Ainda assim, alguns exemplares foram registrados, bem como
um exemplar juvenil de Paleosuchus trigonatus foi capturado, marcado e teve seus
dados biométricos colhidos. A implementação de projetos específicos para as espécies
de crocodilianos e quelônios seriam de suma importância para o acompanhamento das
populações na fase pré-enchimento a fim de produzir dados mais robustos para
comparações futuras com o período pós-enchimento. Desta forma, sugere-se um
esforço direcionado especificamente a estes grupos.

16
FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO
MÉTODO DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 68
espécimes de 15 espécies da herpetofauna na parcela ADA (área prevista para o
reservatório). Do total de espécies registradas, dez corresponderam a anuros, duas
espécies de lagartos, uma espécie de serpente, uma espécie de jacaré e uma espécie
de tartaruga. Assim como na campanha anterior, a família mais representativa foi
Leptodactylidae, com quatro espécies registradas (Tabela 5). O índice de diversidade
de Shannon-Wiener foi de SW = 2,40.

TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO)

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA
ANURA
Bufonidae Rhinella margaritifera sapo AIQ
Rhinella marina sapo-cururu AIQ
Rhaebo guttatu sapo PSLT
Hylidae Hypsiboas albopunctatus perereca PALT
Hypsiboas boans perereca PALT
Osteocephalus cf. taurinus perereca PSLT
Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã assoviadora BSR
Leptodactylus hylaedactyla razinha PSLT
Leptodactylus mystaceus rã AIQ, PSLT
Leptodactylus rhodomystax rã PALT
Microhylidae Chiasmocleis sudikariensis rã AIQ

17
Táxon Espécie Nome poplular Método

Ctenophryne geayii sapinho AIQ


Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro PSLT
Physalaemus gr. marmoratus rã-cachorro ASR
REPTILIA
TESTUDINATA
Testudinae Podocnemis duceni tracajá PALT
CROCODILIA
Alligatorydae Paleosuchus trigonatus jacaré-coroa PALT
SQUAMATA
Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PALT

4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)

4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift


Fences) (AIQ)

Durante os dias de amostragem em que as armadilhas de queda permaneceram


abertas foram capturados sete exemplares de apenas uma espécie: o anuro
Leptodactylus hylaedactyla. A taxa de captura foi de 0,05 exemplares/horas/balde ou
o equivalente a, aproximadamente, um exemplar capturado a cada 20 horas de
funcionamento dos baldes. Vale destacar que as fortes e frequentes chuvas
transbordaram por várias vezes os baldes o que, certamente, prejudicou uma
amostragem mais representativa da fauna naquele momento. Praticamente durante
todos os dias de amostragem os baldes tinham de ser esvaziados, pois não
conseguiam drenar a água de forma efetiva. No entanto, em comparação com os
resultados obtidos no período equivalente do ano de 2011, não são observadas
discrepâncias, pois naquele momento não foi capturado nenhum exemplar pelas AQ.
Nesta campanha, a presença de Leptodactylus hylaedactyla poderia ser explicada pela
forte movimentação da espécie (corroborada pelos resultados obtidos nas outras
parcelas) em função das fortes e freqüentes chuvas, que não ocorreram no período
equivalente do ano de 2011.

4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados apenas três exemplares de três espécies,
sendo duas espécies de serpentes e uma de lagarto. A taxa de captura foi de 0,17

18
espécies/hora/homem ou o equivalente a seis espécies capturadas a cada hora de
amostragem, algo muito inferior àquela observada no período equivalente do ano de
2011. No entanto, algumas observações devem ser destacadas. No período
equivalente do ano de 2011, a PSLT estava sendo conduzida nas proximidades das
obras da estrada de acesso à UHE Colíder, o que poderia estar contaminando as
amostragens com a adição de exemplares que fugiam da área alterada pelas obras.
Desta forma, comparação entre os dois momentos devem ser cautelosas, pois além
das variáveis ambientais, que por si só já são complicadores naturais, a realocação
em função das obras da estrada de acesso inviabilizariam análises confiáveis.

4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

No sítio P6 foram registradas duas espécies de anuros: Phyllomedusa azurea, que


parece bem frequente e estabelecida neste sítio; e Hypsiboas geographicus. No sítio
reprodutivo P5 foram registradas espécies típicas de áreas abertas e Osteocephalus
sp., nas proximidades da mata da cachoeira (Tabela 6).

TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM


SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA
ANURA
Hylidae Hypsiboas geographicus P6 5
Phyllomedusa azurea P6 1
Scinax nebulosus P5 5
Scinax gr. ruber P5 5
Osteocephalus sp. P5 1
Leptodactylidae Leptodactylus labyrinthicus P5 5

4.1.3.4 Registros não sistematizados

O método de PALT registrou quatro espécimes de duas espécies: o anuro


Leptodactylus fuscus e o lagarto Prionodactylus eigeman (Tabela 7). Vale destacar
três registros obtidos por meio de encontros ocasionais. Mais uma vez foi registrado
um exemplar da serpente Lachesis muta (Foto 6), conhecida por pico-de-jaca ou
surucucu, cruzando a estrada entre os fragmentos de mata nas proximidades da
entrada da trilha utilizada para o método de PSLT. Na campanha anterior foi
registrado, no mesmo local, um exemplar adulto recém-atropelado que agonizava na
estrada (Foto 7).
19
FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA
REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC APÓS TER SIDO ENCONTRADA ATROPELADA,
REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
FONTE: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012

Mais uma vez cabe destacar que a presença desta serpente representa importante
registro, indicando um ótimo estado de primitividade do ambiente, já que constitui um
predador topo de cadeia com grandes exigências ecológicas. Apesar de a área estar
composta por florestas secundárias, em adiantado estado da sucessão vegetacional, a
frequente captura desta espécie sugere que existam condições adequadas para sua
ocorrência. Além destes registros, sabe-se que a maioria dos exemplares capturados
na região (quatro exemplares pela equipe de resgate de fauna, além destes dois
exemplares registrados pela equipe do monitoramento) foi encontrada neste
fragmento florestal. Contudo, parece que as medidas adotadas não vêm garantindo
uma efetiva proteção para a espécie, que fica a mercê do intenso trânsito de veículos
que acessa a UHE Colíder e dos operários, que as abatem propositalmente. Apesar de
existirem placas advertindo para o transito de animais na pista, as mesmas não são
claras quanto às serpentes, o que, associado ao “pré-conceito” das pessoas em
relação a estes animais, acaba tornando-os alvos fáceis para veículos pesados.
Também foi verificado que os veículos transitam em alta velocidade naquela estrada,
o que acrescenta risco adicional à fauna silvestre e à vida humana. Sugere-se que
seja instalada uma sinalização adequada, destacando que serpentes compõem a gama
de animais a serem protegidos em função de uma conduta adequada no transito de
veículos e operários nas frentes de trabalho (Figura 1). Sugere-se, também, que
sejam repassadas instruções aos operários da usina (principalmente motoristas), a
fim de se transmitir a importância destes animais para o meio ambiente e qual
comportamento que deve ser conduzido quando ocorrerem encontros. Além da rara
espécie Lachesis muta, também foi registrado um exemplar de Liophis taeniogaster

20
morto, atropelado na mesma área. Este espécime corresponde ao primeiro registro
desta espécie para AII, a qual só havia sido registrada por meio das AQ na AID.

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA


NA ESTRADA DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS
COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS
QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO DA OBRA

Por meio do método de EO foi registrado um exemplar de Phrynops sp. (Foto 8) em


uma área de Cerrado, distante do rio Teles Pires. Esse registro pode indicar que a
espécie utilize pequenos tributários do rio Teles Pires, o que evidenciaria estes
ambientes como áreas de proteção ambiental. O animal foi capturado, marcado, teve
seus dados biométricos colhidos e solto no mesmo local de captura.

21
FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE
CERRADO NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por meio de todos os métodos de amostragem,
foram registrados 38 exemplares de 14 espécies, sendo oito espécies de anuros,
quatros espécies de serpentes, uma espécie de lagarto e uma espécie de cágado. O
índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,41.

TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA
ANURA
Hylidae Hypsiboas geographicus perereca BSR
Osteocephalus sp. perereca BSR
Phyllomedusa azurea perereca-macaco BSR
Scinax nebulosus perereca BSR
perereca-raspa-de-
Scinax gr. ruber BSR
cuia
Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã-assoviadora PALT
Leptodactylus hylaedactyla rãzinha AQ, PSLT
Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta BSR
REPTILIA
TESTUDINATA
Testudinae Phrynops sp. cágado-de-barbela EO
Colubridae Liophis taeniogaster coral EO
Viperidae Bothrops moojeni jararaca PSLT
Lachesis muta pico-de-jaca PC

22
4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas

Nesta campanha deve-se atenção especial à serpente pico-de-jaca (Lachesis muta),


que frequentemente vêm sendo encontrada nos fragmentos de mata da AII. Esta
espécie, assim como outras, tem sido morta por atropelamentos, o que indica não
serem efetivas as medidas tomadas para controlar este problema. Serpentes são
animais estigmatizados e considerados danosos pela população em geral. São
necessárias medidas que abordem a questão de forma mais objetiva, além de serem
necessárias palestras de instrução aos trabalhadores acerca deste tema. Estas
palestras teriam por objetivo enriquecer o conhecimento dos trabalhadores, além de
oferecer a oportunidade de um comportamento adequado da frente de trabalho em
relação à herpetofauna local.

Ainda vale destacar aquelas espécies ubiquitárias, que podem corresponder a


complexos de espécies. Além daquelas mencionadas em outras campanhas,
destacam-se, também, as espécies do gênero Physalaemus.

4.1.5 Espécies procuradas para caça

Até o momento, pelo menos três espécies que compõem a herpetofauna da região
estudada sofrem pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, o jacaré
Paleosuchus trigonatus e o jabuti Chelonoides denticulata. Mesmo não representando
animais utilizados na caça de subsistência, serpentes são alvos frequentes da
população, provavelmente, por serem animais estigmatizados desde o gênesis. Desta
forma, constituirão animais de interesse sempre que existir sobreposição de
ocorrência com intensa atividade humana. Durante esta estação foi registrado um
exemplar adulto da espécie Liophis taeniogaster atropelado na estrada que dá acesso
às transecções da área controle.

4.1.6 Espécies de interesse econômico

Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas
para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem
parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta
diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.

23
4.1.7 Espécies de interesse científico

Como já mencionado, devido à escassez de estudos realizados na região, as


taxocenoses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência.

4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário

Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as
jararacas Bothrops atrox, B. moojeni, Bothropoides taeniatus, Lachesis muta e as
corais Micrurus sp., M. lemniscatus, M. paranaensis e M. surinamensis) são
consideradas de interesse médico-veterinário por ocasionarem acidentes ofídicos
envolvendo humanos e animais de criação.

Além das serpentes, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf.
schneideri, R. margaritifera e Rhaebo guttatus) que podem ocasionar intoxicação em
animais domésticos, como cães e gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.

4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental

Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de


desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto,
segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita
apresentar alta abundância e freqüência de ocorrência em determinada área. Neste
sentido, espécies de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa
abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de
poder ser afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação e
funcionamento da UHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente nas margens do
Rio Teles Pires seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os
momentos de pré e pós-enchimento do reservatório. Destas, destacariam-se
Hypsiboas boans (extremamente frequente na vegetação arbustiva do Rio Teles
Pires), Leptodactylus rhodomistax, algumas espécies de sapos que parecem utilizar as
partes alagadas do rio para a reprodução como, por exemplo, Rhinella margaritifera e
Rhaebo guttatus.

Por serem de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia
alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o
jacaré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelentes bioindicadores de
primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração

24
ambiental ao longo do processo de implantação da UHE Colíder. No entanto, sugere-
se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie, assim como
projetos direcionados à fauna de quelônios da região.

4.1.10 Riqueza e abundância

Apesar do grande volume de chuva ocorrido durante esta campanha (bastante


superior àquele observado na campanha anterior), a atividade dos anfíbios anuros
declinou bastante, provavelmente, em função do final da estação chuvosa. Também
foi evidente a redução no volume das águas do Rio Teles Pires, assim como de lagoas
e poças temporárias formadas pelo transbordamento de seu leito. Desta forma, os
resultados obtidos encontram-se de acordo com aqueles esperados para este período
transicional. Em comparação com o período equivalente de amostragem do ano de
2011 (23-28 de abril) observou-se um volume de chuva muito superior, o que poderia
explicar, pelo menos em parte, algumas distorções observadas e já comentadas
anteriormente ao longo do texto. Apesar do aumento da diversidade na atual
campanha e das modificações realizadas para realocar as amostragens durante a
campanha 02 (em consequência da construção da estrada de acesso para a usina), a
parcela de amostragem que revelou maior equilíbrio em termos de diversidade e
abundância, entre os dois momentos, foi a AII (Tabela 8).

TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA


AMOSTRAL

Método

Taxa de captura
Parcela Riqueza (espécies)
(espécimes/hora/homem) Diversidade
(SW)
AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29


AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03
AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08
AID (4) - - - - - - -
AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27
AID (6) 10 3 5 0,24 0,67 4,5 2,28
ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19
ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88
ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08
ADA (4) - - - - - - -
ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84
ADA (6) 6 6 1 0,09 1,33 0,02 2,40
AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39

25
Método

Taxa de captura
Parcela Riqueza (espécies)
(espécimes/hora/homem) Diversidade
(SW)
AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67


AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79
AII (4) - - - - - - -
AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09
AII (6) 1 3 6 0,05 0,17 3,5 2,41

Nota: Em negrito os resultados obtidos entre os períodos equivalentes da segunda e sexta campanhas.
AID = canteiro de obras, ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ =
armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR =
amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira
campanha, (2) = segunda campanha, (3) = terceira campanha, (4) = quarta campanha, (5) = quinta
campanha e (6) sexta campanha.

4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta


campanha

Nesta campanha, a análise de Cluster separou ao nível de, aproximadamente, 20% as


parcelas em dois grupos. Dos grupos formados, o que apresentou maior índice de
similaridade está unido no nível de 36%, e constituído pelas parcelas ADA e AID. A
parcela da AII está separada em um grupo a parte (Figura 2). As amostragens na AII
estiveram comprometidas em função do grande volume de chuvas o que prejudicou,
principalmente, os resultados obtidos através da metodologia de AQ.

FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR


MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA
CAMPANHA

Em comparação com a campanha 02, realizada em um período equivalente do ano de


2011, pode-se observar que a análise de Cluster arranjou as parcelas em um

26
diferente formato, separando as parcelas ao nível de similaridade de,
aproximadamente, 17% em dois grupos. No entanto, o grupo que apresentou maior
similaridade foi constituído pelas parcelas AII e AID com, aproximadamente, 24% de
similaridade. A parcela ADA formou um grupo isolado (Figura 3). Algumas hipóteses
poderiam sustentar, pelo menos em parte, os diferentes arranjos observados entre os
dois momentos: (a) a partir da campanha 02 as amostragens na AII sofreram um re-
arranjo em função das obras para construção da estrada de acesso para UHE Colíder;
(b) também a partir da campanha 02, as obras tornaram-se mais intensas na AID,
promovendo modificações estruturais que se entendem até o momento; (c) os
resultados estariam expressando simplesmente flutuações naturais da herpetofauna
em consequência da dinâmica natural dos fatores abióticos (ex. chuva, seca,
temperatura). Esta última hipótese torna-se bem plausível quando observada a
grande diferença pluviométrica observada entre os dois períodos equivalentes de
amostragem (campanha 02 e campanha 06).

FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR


MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI[02], ADA[02] E AII[02])
DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA

4.1.12 Suficiência amostral

A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos
por meio dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o
momento, estes métodos registraram um total de 59 espécies. A curva de suficiência
amostral continua em formato ascendente, indicando que o número de espécies da
herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos
sistematizados até o momento (Gráfico 1), o que é confirmado pelas espécies

27
registradas exclusivamente pelos métodos não sistematizados. O estimador de
riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 74 espécies (SD = 3,61)
para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza observada (59
espécies), pode-se afirmar que os métodos aplicados amostraram, aproximadamente,
80% do total de espécies estimadas para as parcelas até o presente momento.

70

60

50
Número de espécies

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Dias de amostragem

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA


HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE
INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA

No Gráfico 1, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha


aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18, a quinta campanha aos dias 19
a 24 e a sexta campanha aos dias 25 a 30. A quarta campanha foi interrompida logo
no início das atividades e não está contabilizada na análise. A linha contínua
representa a curva média e as linhas pontilhadas representam os intervalos de
confiança (95%).

4.1.13 Considerações finais

Os resultados obtidos parecem de acordo com o esperado para o período de transição


entre a estação chuvosa e seca. Como já observado, mesmo com as fortes e
frequentes chuvas ocorridas durante a amostragem, pôde-se verificar uma acentuada
28
redução na diversidade e abundância dos anuros quando comparados com aqueles
registrados na campanha anterior, o que caracteriza o final da estação chuvosa.
Serpentes também foram pouco frequentes o que também caracteriza o período de
transição entre as estações.

Mais uma vez foi registrada a serpente Lachesis muta no fragmento de floresta da
parcela AII (cortado pela nova estrada de acesso à UHE Colíder), o que caracteriza
este ambiente como um bom estágio de conservação de suas características originais
(apesar de ser uma floresta secundária onde predominam as espécies vegetais
pioneiras, de crescimento rápido e vida curta). No entanto, destaca-se a importância
da implantação de medidas que ajudem a proteger os animais silvestres, já que são,
frequentemente, observados mortos, atropelados por veículos que acessam a área da
usina. Sinalizações direcionadas especificamente para a herpetofauna, assim como
programas de educação ambiental que visem sensibilizar os operários, produzindo um
comportamento adequado nas frentes de trabalho, são de suma importância.

Algumas distorções foram observadas quando comparados os dois períodos


equivalentes de amostragem entre os anos de 2011 (campanha 02) e 2012
(campanha atual). Em uma análise mais específica, a parcela AII foi aquela que se
manteve mais equilibrada em relação à diversidade e abundância das espécies entre
estes dois momentos. Distorções também foram observadas quando observada a
similaridade entre as parcelas nos diferentes períodos de amostragem e algumas
hipóteses foram sugeridas para tentar explicar estas variações. Dentre estas
hipóteses, sugere-se que alterações ambientais, provocadas pelo canteiro de obras e
pela construção da estrada de acesso para a usina, poderiam impossibilitar a
identificação de um padrão entre os diferentes momentos de amostragem. Também
foi proposto que as distorções observadas entre os dois momentos de amostragem,
poderiam ser um reflexo das flutuações naturais da fauna em consequência da
dinâmica natural dos fatores abióticos (ex. chuva, seca, temperatura) (Carvalho,
2008).

A curva de suficiência amostral continua ascendente e indica que a fauna amostrada


pelos métodos sistematizados é maior que a observada até o momento. Isso é
confirmado pelas espécies exclusivamente registradas por meio dos métodos não
sistematizados. Como os métodos sistematizados são replicados sempre no mesmo
local, padrões de distribuição disjunta poderiam explicar a ausência de algumas
espécies que são frequentemente registradas pelos métodos não sistematizados.

29
4.1 AVIFAUNA

4.1.1 Riqueza de espécies

Durante a sexta fase de campo do monitoramento pré-enchimento da avifauna na


área prevista para a UHE Colíder foram registradas, no total, 259 espécies. Este valor
é semelhante ao observado na campanha anterior (264 espécies). Com as
informações obtidas, foram acrescentadas sete espécies à lista de aves, totalizando
uma riqueza de 405 táxons (404 espécies e duas subespécies de uma mesma espécie)
para as seis primeiras fases de campo. Com os resultados obtidos até então, 65% de
toda a avifauna esperada para a região já foi registrada.

A Tabela 9 apresenta todos os táxons esperados para a região norte do estado de


Mato Grosso, conforme pesquisa bibliográfica realizada. Nesta mesma tabela podem
ser consultadas todas as espécies registradas durante as seis primeiras fases, (com a
indicação da área amostral onde cada uma foi encontrada), além da indicação dos
dados citados no EIA e quais das espécies são endêmicas do Brasil.

30
TABELA 9 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS
SEIS PRIMEIRAS FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Struthioniformes
Rheidae
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema
Tinamiformes
Tinamidae
Tinamus tao Temminck, 1815 azulona 3 3,4,5,6
inhambu-de-cabeça-
Tinamus major (Gmelin, 1789)
vermelha
Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inhambu-galinha 5,6 X
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inhambu-preto 1,2 1,6 3 X
Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim 1,2,3,5 3 3 X
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu 1,2,3,5,6 1 1,2,3,4,5
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó X
Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) inhambu-relógio 1,2,5,6 1,5,6 1,2,3,4,5,6
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inhambu-anhangá 1 3 5
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 5 2,5,6 X
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã 1,2,3,5,6 3 6
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz
Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela 3
Taoniscus nanus (Temminck, 1815) inhambu-carapé
Anseriformes
Anhimidae
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma

31
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Anatidae
Dendrocygninae Reichenbach, 1850
Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) marreca-caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca 3
Anatinae
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 5
Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering, 1907 pato-de-crista
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho 1,5
Galliformes
Cracidae
Ortalis guttata (Spix, 1825) aracuã
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba X
Penelope jacquacu Spix, 1825 jacu-de-spix 1,3,6 1,2,3,5,6 1,2,4,5 X
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 3,5,6 1,2,3,6 X
Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo 2,3,6 X
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 3 X
Odontophoridae
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado 6 2,3,5 6 X
Podicipediformes
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador
Ciconiiformes

32
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Ciconiidae
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú 3
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca 3 3
Suliformes
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1,5,6
Anhingidae
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 1,5 1,5
Pelecaniformes
Ardeidae
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi 1,6 3
Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá 1,3,4 1
Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague 1 1,5
Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho 1 1,2,6 1,2
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 1 1,2,3,4,5,6
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura 3,6
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande 1 1,5 1,2,4,5
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real 1,5 2,3,4,5 1
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1 1,3,6 1
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 5

33
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro
Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1 1 1,5
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela 1 1 1 1 X
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 1,2,4,5,6 X
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1,2,4,5,6 1,5 1,5 1,2,4,5,6
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 5 2,5 X
Accipitriformes
Pandionidae
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora
Accipitridae
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza
Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura 2 3 X
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho 1 X
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira 2
Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho 3 6
Accipiter striatus Vieillot, 1808 gavião-miúdo
gavião-bombachinha-
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
grande
Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811) sauveiro-do-norte
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi 1 X

34
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto 3 1
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1,5,6 1 1 1,2,3,4,5,6 X
Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824) gavião-asa-de-telha
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco 1 1,3,4,5 X
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-chilena 3
Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco 1,2 1 3
Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 gavião-vaqueiro 3
Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês 1,2,3,5,6 3 5,6 X
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta 5 3 X
Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 gavião-papa-gafanhoto X
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-de-rabo-barrado
Morphnus guianensis (Daudin, 1800) uiraçu-falso
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco 2 1,5,6
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 5 5,6 3
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho 1,2
Falconiformes
Falconidae
Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta 1,5 1,2,3,5,6 X
Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão X
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 1,5 3 1,3,4,5,6 X

35
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1,3 5,6 3,5 1,5 X
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé X
Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) falcão-mateiro X
Micrastur mintoni Whittaker, 2002 falcão-críptico 1 2,3,6 3
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862) tanatau 2,5
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio 2 3 3
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1,5 1,3,5,6
Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,4,5 3,4,5 X
Falco deiroleucus Temminck, 1825 falcão-de-peito-laranja X
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira 5
Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino
Eurypygiformes
Eurypygidae
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 3 1,5,6
Gruiformes
Aramidae
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão 2
Psophiidae
Psophia viridis Spix, 1825 jacamim-de-costas-verdes X E
Rallidae
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes X
Amaurolimnas concolor (Gosse, 1847) saracura-lisa
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha 5
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda

36
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim 1
Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó 1 1
Neocrex erythrops (Sclater, 1867) turu-turu
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã
Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) frango-d'água-comum 3
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul
Heliornithidae
Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra 5 3
Cariamiformes
Cariamidae
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 1,2,3,4,5,6 5 1,2,3,4,5,6
Recurvirostridae
pernilongo-de-costas-
Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776)
negras
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja
Gallinago undulata (Boddaert, 1783) narcejão
Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário
maçarico-grande-de-perna-
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789)
amarela
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela

37
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã 1,6
Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande
Rynchopidae
Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar
Columbiformes
Columbidae
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 1,2 1,2,3,4,6
Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 2,3 3 3,6 X
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão 1,6 1,2,4,5,6 X
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega X
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu X
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira 1,2 1,3,5,6 1,3 1 X
Geotrygon violacea (Temminck, 1809) juriti-vermelha
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri 1,3 X
Psittaciformes

38
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Psittacidae
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul-grande
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 1,3,4,5,6 5 1,2,3,5,6 X
Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga 1,2,3,4,5,6 3,5,6 5,6 1,2,3,4,5,6 X
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande X
Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu 1,2,3,4,5,6 3,4,5,6 3,5,6 1,2,4,5,6 X
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 1,3,5 6 5 1,2,3,4,5 X
Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-verdadeira 2,5,6 6 3 3,4,5,6 X
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 1,2,3,4,5,6 3,6 2,5,6 1,2,4,5,6 X
Aratinga acuticaudata (Vieillot, 1818) aratinga-de-testa-azul
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã 1,2,3,5 6 2 2,3,4,5 X
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei
Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002 tiriba-do-madeira 1,2,3,4,5,6 3,5 2,3,4,5,6 1,3,5,6 X
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim
Forpus modestus (Cabanis, 1848) tuim-de-bico-escuro 1,2
periquito-de-encontro-
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) 2,3,4,5,6 3 3,4,5 1,3,4,5,6
amarelo
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada 1 1 X
Touit huetii (Temminck, 1830) apuim-de-asa-vermelha 6 6 3,5,6
Touit purpuratus (Gmelin, 1788) apuim-de-costas-azuis
marianinha-de-cabeça-
Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) 1,2,3 1,3,5 1,2,3,4,5,6
amarela
Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820) curica-urubu E
Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo &
papagaio-de-cabeça-laranja E
Höfling, 2002)
Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) curica-de-bochecha-laranja 3,6 2,5,6 3,5,6
Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego

39
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 X
Amazona kawalli Grantsau & Camargo, 1989 papagaio-dos-garbes E
Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro X
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 5 X
Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro 1,2,3,4,5,6 3 3,6 1,2,3,4,5,6 X
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã 1,2,3,5,6 3,5,6 1,3,4,5
Opisthocomiformes
Opisthocomidae
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana
Cuculiformes
Cuculidae
Cuculinae
Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 5,6 3,6 3 X
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) chincoã-de-bico-vermelho 1,2,5,6 1 1,3,5
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta-acanelado X
Crotophaginae
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca 2,3 X
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1,5 1,2,3,4,5,6
Taperinae
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito-verdadeiro
Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino

40
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Neomorphinae
Neomorphus sp. jacu-estalo
Strigiformes
Tytonidae
Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-da-igreja 3 1,2
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-orelhuda 1,4,5,6
Megascops usta (Sclater, 1858) corujinha-relógio 2,3,4,5,6 3,5 1,2,3,4,5 1,3 X
Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista 1,2 2,3,5
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu 3
Bubo virginianus (Gmelin, 1788) jacurutu
Strix virgata (Cassin, 1849) coruja-do-mato
Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta
Glaucidium hardyi Vielliard, 1990 caburé-da-amazônia 1 X
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé 5
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira 3 1,2,3,4,5
Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda
Asio stygius (Wagler, 1832) mocho-diabo
Caprimulgiformes
Nyctibiidae
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) mãe-da-lua-gigante 5 4
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua 3 X
Caprimulgidae
Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado 2,3,5,6 3 1,2,3,4,5
Antrostomus sericocaudatus Cassin, 1849 bacurau-rabo-de-seda

41
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju 6 1 X
Hydropsalis leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de-cauda-barrada
Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848) bacurau-de-lajeado 1 3,5 3 4 X
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1,2,3,4,5,6 1,3 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 X
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã 3 3
Hydropsalis maculicauda (Lawrence, 1862) bacurau-de-rabo-maculado
Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) acurana
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura 3 3,6
Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho
Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão 6
Chordeiles minor (Forster, 1771) bacurau-norte-americano
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa-fina
Chordeiles sp. bacurau 3
Apodiformes
Apodidae
Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto
Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca
andorinhão-de-sobre-
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 X
cinzento
Chaetura egregia Todd, 1916 taperá-de-garganta-branca 1,2,6
Chaetura chapmani Hellmayr, 1907 andorinhão-de-chapman 6 1 2
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal
Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto 1,6 1 X
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 1,5 X
Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão-estofador

42
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Trochilidae
Phaethornithinae
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto 3 2,6 3 3 X
balança-rabo-de-garganta-
Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766)
preta
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes X
Phaethornis malaris (Nordmann, 1835) besourão-de-bico-grande 3
Trochilinae
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza 3 1 2,3 X
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura
beija-flor-azul-de-rabo-
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758)
branco
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 3 3 3 X
Avocettula recurvirostris (Swainson, 1822) beija-flor-de-bico-virado
Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) topetinho-verde
Discosura langsdorffi (Temminck, 1821) rabo-de-espinho
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1,4,5,6 1,3,5 2,4,5 X
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira
Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo 6 2,3
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 3 2,3 3
beija-flor-de-garganta-
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)
verde
Heliodoxa aurescens (Gould, 1846) beija-flor-estrela 3
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de-bochecha-azul 1,6 1,5 5 X
Heliactin bilophus (Temminck, 1820) chifre-de-ouro

43
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801) bico-reto-cinzento
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista
Trogoniformes
Trogonidae
Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta 1,2,3,4,5,6 3,5 1,2,3,4,5
surucuá-grande-de-barriga-
Trogon viridis Linnaeus, 1766 1,2,3,5,6 1,2,3,5,6 2,3,4,5,6 X
amarela
Trogon ramonianus Deville & DesMurs, 1849 surucuá-violáceo 2,5,6 1,5 6
surucuá-de-barriga-
Trogon curucui Linnaeus, 1766 6 3 X
vermelha
Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela 1 X
Trogon collaris Vieillot, 1817 surucuá-de-coleira 5,6 1,2,3,5,6 X
Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) surucuá-pavão 3 X
Coraciiformes
Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande 2 1,2,3,4,5,6 1,2
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde 2 1,2,3,4,5,6 1,2
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martinho 2 5 X
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 6 1,2,3,4,5,6
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata 3,5 X
Momotidae
Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) udu-de-bico-largo 3,5
Baryphthengus martii (Spix, 1824) juruva-ruiva
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul 1,2,3,4,5,6 6 6 X
Galbuliformes
Galbulidae

44
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta 2 X
Galbula cyanicollis Cassin, 1851 ariramba-da-mata 1 3,6 1
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva 1,2,3,4,5 5,6 X
Galbula leucogastra Vieillot, 1817 ariramba-bronzeada 1,2,3,5,6 1
Galbula dea (Linnaeus, 1758) ariramba-do-paraíso 1,2,3,6 1 1,2,3 X
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu 2,3,4,5,6 1,2,4,5,6
Bucconidae
Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-pescoço-branco 1,3 5 2,5
Notharchus ordii (Cassin, 1851) macuru-de-peito-marrom 2,3 1,2
Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado 2,6 3,5,6 5
Bucco tamatia Gmelin, 1788 rapazinho-carijó 3,6
Bucco capensis Linnaeus, 1766 rapazinho-de-colar 1
Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) rapazinho-estriado 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos
barbudo-de-pescoço-
Malacoptila rufa (Spix, 1824) 1
ferrugem
Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) freirinha-de-coroa-castanha 2,3 2,4,3,6
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 1,2,5 1,2,3,4,5,6 3 X
chora-chuva-de-cara-
Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) 1,2,5,6 5 1,2,3,4,5,6
branca
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 1,5,6 1,2,3,4,5,6 1,5 1,5,6 X
Piciformes
Capitonidae
Capito dayi Cherrie, 1916 capitão-de-cinta 1,5 2,5,6 1,2,3,4,5,6
Ramphastidae

45
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu
tucano-grande-de-papo-
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
branco
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X
Selenidera gouldii (Natterer, 1837) saripoca-de-gould 1,3,5 1,2,3,6 1,2,3,5,6
araçari-miudinho-de-bico-
Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 1 1 2,3 1 X
riscado
araçari-de-pescoço-
Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 3,6 3,6 X
vermelho
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco X
Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho 1,2,3,6 1,3 2,6 1,2,4,6 X
Pteroglossus beauharnaesii Wagler, 1832 araçari-mulato 2,3,5,6 1,4,5,6
Picidae
Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 pica-pau-anão-dourado 1 1,3,4 5 X
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 1,3,4
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 X
Veniliornis affinis (Swainson, 1821) picapauzinho-avermelhado 1,2,3,5 1,2,3 2,3,4,5 X
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador 3,5,6 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pica-pau-dourado-escuro 5
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo
Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) picapauzinho-chocolate 2,5
Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate X
Celeus lugubris (Malherbe, 1851) pica-pau-louro
Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo 2 X

46
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira 1
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1,2,3,6 5 X
pica-pau-de-barriga-
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) 2 1,3,5,6 1,4,5 1,3 X
vermelha
pica-pau-de-topete-
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) X
vermelho
Passeriformes
Thamnophilidae
Myrmornithinae
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783) pinto-do-mato-carijó
Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora 2,3 1,2,3,4,5,6 1,2,4,5,6
Thamnophilinae
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. emiliae papa-formiga-de-bando 1,6
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. bicolor papa-formiga-de-bando 1 3,5 1 X
formigueiro-de-cauda-
Myrmeciza hemimelaena Sclater, 1857 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
castanha
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) formigueiro-de-peito-preto 1,2,3,6 1 1,3,4,5,6
Neoctantes niger (Pelzeln, 1859) choca-preta
Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) choquinha-de-olho-branco 1,2,3,5 1,2,5 1,3,4,5,6
Epinecrophylla ornata (Sclater, 1853) choquinha-ornada 6
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
choquinha-de-garganta-
Myrmotherula sclateri Snethlage, 1912 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
amarela
choquinha-estriada-da-
Myrmotherula multostriata Sclater, 1858 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5,6
amazônia
choquinha-de-garganta-
Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) 5 1,2,5,6 5
clara
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,5,6 X

47
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa-comprida 1 1 X
choquinha-de-garganta-
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837) 5 1,2,5 5,6
cinza
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 1,3,5 3,6 2,5,6
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho
Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878) uirapuru-selado
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá 1,2 1,2,3,5 1,3,5,6 X
Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) tovaquinha
Megastictus margaritatus (Sclater, 1855) choca-pintada
chorozinho-de-bico-
Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 X
comprido
chorozinho-de-asa-
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1
vermelha
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d'água 2,5 1,2,3,4,5,6 X E
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada 6 2,3,5,6
Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) choca-listrada 1,5 1,2,3,4,5,6 X
Thamnophilus schistaceus d'Orbigny, 1835 choca-de-olho-vermelho 1,2,3,4,5,6 1,3,5 1,2,3,4,5
Thamnophilus stictocephalus Pelzeln, 1868 choca-de-natterer 1,2,5,6 3 6 X
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto
Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa 1,5 1,2,3,4,5,6 1,2,5,6
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 1,3,5 1,2,4,5,6
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado 1,3,5 1,2,3,5,6 6 X
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 5 3 X
Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé 2,5,6 X
Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) solta-asa 1,2,3,4,5,6 X
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) guarda-floresta 6 X
Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) guarda-várzea 3,5 1,2,5,6 6

48
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Pyriglena leuconota (Spix, 1824) papa-taoca 2,3 5 6 X
papa-formiga-de-
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) 6
sobrancelha
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta 3,5 2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro 3,5 1,3,5,6 X
Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard, 1990 chororó-de-manu X
Drymophila devillei (Menegaux & Hellmayr, 1906) trovoada-listrada X
Hypocnemis striata (Spix, 1825) cantador-ocráceo 6 2,3,5,6 1 X E
Hypocnemis hypoxantha Sclater, 1869 cantador-amarelo
Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) rendadinho 1,2,3,5,6 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6
Phlegopsis nigromaculata (d'Orbigny & Lafresnaye,
mãe-de-taoca 1,2,5,6 1,6
1837)
mãe-de-taoca-de-cara-
Rhegmatorhina gymnops Ridgway, 1888 3 1,4,5 E
branca
Melanopareiidae
Melanopareia torquata (Wied, 1831) tapaculo-de-colarinho
Conopophagidae
Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) chupa-dente-de-cinta
Conopophaga melanogaster Ménétriès, 1835 chupa-dente-grande
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu
Hylopezus macularius (Temminck, 1823) torom-carijó 1,2
Hylopezus berlepschi (Hellmayr, 1903) torom-torom
Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) tovaca-patinho X
Formicariidae
Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato 1,5 X

49
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
pinto-do-mato-de-cara-
Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) X
preta
Chamaeza nobilis Gould, 1855 tovaca-estriada X
Scleruridae
vira-folha-de-peito-
Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 5 X
vermelho
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico-curto
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816) vira-folha-pardo
vira-folha-de-garganta-
Sclerurus albigularis Sclater & Salvin, 1869
cinza
Dendrocolaptidae
Sittasominae
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo 1,2,3,4,5,6 1,3,5 2,3,4,5 X
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca 2,3 1,3,6 6
Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo 2 1,3,5,6 5
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 1,3,4,5,6 3,5 2 X
arapaçu-de-garganta-
Certhiasomus stictolaemus (Pelzeln, 1868) 2,3,6
pintada
Dendrocolaptinae
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico-de-cunha 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Xiphorhynchus ocellatus (Spix, 1824) arapaçu-ocelado
Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) arapaçu-elegante 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Xiphorhynchus spixii (Lesson, 1830) cf. arapaçu-de-spix E
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-riscado 6 1,2,3,4,5,6 X
arapaçu-de-garganta-
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) 1,2,3,5,6 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6
amarela
Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) arapaçu-de-bico-curvo 5 6
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco 1,3,6 3 2,3,5,6 X

50
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado
Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye, 1845) arapaçu-de-listras-brancas 1,2,3,5,6 3,5 1,2,3,4,5 6 X
Nasica longirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-bico-comprido 5,6
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) arapaçu-galinha 1,2,5,6 3,5
Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783) arapaçu-barrado 2,5 1
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio-barrado 2,3 3 X
Xiphocolaptes promeropirhynchus (Lesson, 1840) arapaçu-vermelho 6 1,3 X
Hylexetastes uniformis Hellmayr, 1909 arapaçu-uniforme 2,6 5
Furnariidae
Xenops tenuirostris Pelzeln, 1859 bico-virado-fino
Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo 1,2,3,6 2,6 1,2,3,4,5 X
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó X
Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) limpa-folha-do-buriti
Pygarrhichinae
Microxenops milleri Chapman, 1914 bico-virado-da-copa
Furnariinae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro
Ancistrops strigilatus (Spix, 1825) limpa-folha-picanço 1
Hyloctistes subulatus (Spix, 1824) limpa-folha-riscado
Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844) barranqueiro-camurça 1 1 1,2,3,4,5,6
Automolus paraensis Hartert, 1902 barranqueiro-pardo E
barranqueiro-de-coroa-
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) X
castanha
Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) fura-barreira
Anabazenops dorsalis (Sclater & Salvin, 1880) barranqueiro-de-topete
Philydor ruficaudatum (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) limpa-folha-de-cauda-ruiva 2 2

51
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) limpa-folha-de-sobre-ruivo 1,5,6 5 3 X
limpa-folha-de-asa-
Philydor erythropterum (Sclater, 1856)
castanha
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha-vermelho 1
Simoxenops ucayalae (Chapman, 1928) limpa-folha-de-bico-virado
Synallaxinae
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 1,2
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joão-teneném-castanho 1,2,3 1,2,4,5
Synallaxis cherriei Gyldenstolpe, 1930 puruchém
Synallaxis cabanisi Berlepsch & Leverkuhn, 1890 joão-do-norte
Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném-becuá
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio X
Cranioleuca gutturata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) joão-pintado
Pipridae
Neopelminae
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão 3 3,5
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Piprinae
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja 3,5 2,5,6 X
Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 cabeça-encarnada 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) uirapuru-de-chapéu-branco 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira 2,6 2,3 X
Heterocercus linteatus (Strickland, 1850) coroa-de-fogo 1,5 X
Machaeropterus pyrocephalus (Sclater, 1852) uirapuru-cigarra 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca X

52
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Ilicurinae
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso 2,6 X
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) soldadinho
Tityridae
Oxyruncinae
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) maria-leque 2 1,2,6
Terenotriccus erythurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru 1,5 3,5,6 1,5,6 X
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho
Laniisominae
Schiffornis major Des Murs, 1856 flautim-ruivo
Schiffornis amazona (Sclater, 1860) flautim-da-amazônia 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza 1,2,3,5,6 3 2,5
Tityrinae
Iodopleura isabellae Parzudaki, 1847 anambé-de-coroa 1,2,5,6 1,2 2
anambé-branco-de-
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) 1
bochecha-parda
anambé-branco-de-rabo-
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) 2 X
preto
anambé-branco-de-
Tityra semifasciata (Spix, 1825) 1,5,6 3 X
máscara-negra
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1,2 1,3 3 5,6
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado 6 1,2
Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno 3
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto 2 5
Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila
Cotingidae

53
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Cotinginae
Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Porphyrolaema porphyrolaema (Deville & Sclater, cotinga-de-garganta-
1
1852) encarnada
Gymnoderus foetidus (Linnaeus, 1758) anambé-pombo 3,6 3,5,6 X
Xipholena punicea (Pallas, 1764) anambé-pompadora 1,5,6 1,2,6 1,2,3,4,5,6
Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul 2,6 1,3,5 2
Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una 1,2,3,4,5,6 3,6 1,5 X
Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint-Hilaire, 1809 anambé-preto
Rupicolinae
Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 saurá-de-pescoço-preto
Tyrannoidea
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882 patinho-escuro 5,6
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 patinho-de-coroa-dourada
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa-branca 3,6 2
Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo 6 1,2,5 5 1 X
Neopipo cinnamomea (Lawrence, 1869) enferrujadinho 1,6
Rhynchocyclidae
Taeniotriccus andrei (Berlepsch & Hartert, 1902) maria-bonita
Pipromorphinae
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa 5,6 4,5 X
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1 2,3 2,3
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) estalador-do-norte 3,6
Rhynchocyclinae
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820) bico-chato-grande
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 1 6 X

54
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5 1,2,3,4,5,6
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza 6
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo 3 3,6 X
Todirostrinae
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho-estriado 6 1,3,4,5,6 X
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio
Todirostrum chrysocrotaphum Strickland, 1850 ferreirinho-de-sobrancelha
Poecilotriccus capitalis (Sclater, 1857) maria-picaça
Poecilotriccus latirostris (Pelzeln, 1868) ferreirinho-de-cara-parda 1,2,5,6 5
Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) caçula 1,2,3,5,6 2,3,5 1,2,3,4,5,6
Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) maria-sebinha 1,2,3 1 X
Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) maria-de-barriga-branca 2
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &
sebinho-de-olho-de-ouro 3,5
Lafresnaye, 1837)
Hemitriccus minimus (Todd, 1925) maria-mirim 2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,5,6
Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de-penacho 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Tyrannidae
Hirundineinae
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro
Elaeniinae
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata-fina 1 1
Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873) amarelinho
Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento X
Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de-sobrancelha 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha 1,2,3,5 1,2,3,4,5,6 3,5,6
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-

55
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
amarela
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande
Elaenia chilensis Hellmayr, 1927 guaracava-de-crista-branca
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto
guaracava-de-topete-
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 3,5 X
uniforme
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum 3
Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) maria-pechim 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta 2 5
guaracava-de-crista-
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817)
alaranjada
Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu 6 X
Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro
Tyranninae
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem 1
Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo 2,5,6 1,3 X
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 5 1
Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835) maria-cabeçuda
bico-chato-de-rabo-
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825) 6 1,2,3,6 3
vermelho
Ramphotrigon fuscicauda Chapman, 1925 maria-de-cauda-escura
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) maria-cavaleira-pequena 1,2,3,6 2,5 1,2,3,4,5 X
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré X
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 5,6 2 3,5,6
maria-cavaleira-de-rabo-
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) 3
enferrujado

56
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador 2 X
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá 1,3,5,6 1,3,6 2,3,5,6
Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem 3 5
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 1,2,5 1,2,3,4,5,6 X
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo 6
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado 3 X
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825) suiriri-de-garganta-rajada
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 2,3,5 3,5 2,3,6 3,5 X
bentevizinho-de-asa-
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) 1,5,6 2,3 3,5,6 X
ferrugínea
Myiozetetes granadensis Lawrence, 1862 bem-te-vi-de-cabeça-cinza
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi-barulhento 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 1,3,5,6 1,3,4,5,6 X
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha 5
Tyrannus tyrannus (Linnaeus, 1766) suiriri-valente
Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny &
peitica-de-chapéu-preto
Lafresnaye, 1837)
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 5 5 X
Fluvicolinae
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 1 X
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 2
Sublegatus obscurior Todd, 1920 sertanejo-escuro
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca

57
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha
Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo
Ochthornis littoralis (Pelzeln, 1868) maria-da-praia 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado 5 2,3,5,6 X
Contopus cooperi (Nuttall, 1831) piui-boreal
Contopus virens (Linnaeus, 1766) piui-verdadeiro
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 5 X
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do-castanhal X
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 2,5,6 1,2,5 1,2,5,6 X
Vireo altiloquus (Vieillot, 1808) juruviara-barbuda
Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867 verdinho-da-várzea 1,5 1,2,3,5,6 2,3 3 X
vite-vite-de-barriga-
Hylophilus hypoxanthus Pelzeln, 1868 1,3,5,6 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6 X
amarela
Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, 1873 vite-vite-camurça
Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860 vite-vite-uirapuru 2 X
Corvidae
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 3 5
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 5 2 2,5
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril

58
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Atticora tibialis (Cassin, 1853) calcinha-branca
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 5,6 2,3,5,6 3,5
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo
Progne subis (Linnaeus, 1758) andorinha-azul
andorinha-doméstica-
Progne chalybea (Gmelin, 1789) 1,3,5,6 1,3 1,3,5,6
grande
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6
Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco
Riparia riparia (Linnaeus, 1758) andorinha-do-barranco
andorinha-de-dorso-
Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817)
acanelado
Troglodytidae
Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) uirapuru-veado 5 1,2,5 1,3,5,6 X
Odontorchilus cinereus (Pelzeln, 1868) cambaxirra-cinzenta 1 1,3
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau 1,5,6 X
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô 1,2,3,5,6 2,3,5 1,2,3,4,5 3
garrinchão-de-barriga-
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) 5,6 1,2,3,4,5,6 X
vermelha
Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) uirapuru-verdadeiro
Donacobiidae
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim 1
Polioptilidae
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5,6 X
Polioptila paraensis Todd, 1937 balança-rabo-paraense 2 X
Turdidae
Catharus fuscescens (Stephens, 1817) sabiá-norte-americano 1

59
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Catharus minimus (Lafresnaye, 1848) sabiá-de-cara-cinza
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco X
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 1 X
Turdus lawrencii Coues, 1880 caraxué-de-bico-amarelo
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira 2,3 5,6
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 2 2
Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor
Coerebidae
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 3 1 1,2,3,4,5 X
Thraupidae
Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado 5 1,3,6 X
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1,6 1,2 2,3,5 X
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta
Parkerthraustes humeralis (Lawrence, 1867) furriel-de-encontro
Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) pipira-de-bico-vermelho X
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto X
Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saí-canário
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 3,5,6 X
tem-tem-de-dragona-
Lanio luctuosus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) 1,2,5,6 1,2,3,4,5 2,5 1 X
branca
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1,2,3,5,6 1,2,3,5 2,3,5 X

60
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei
Lanio versicolor (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pipira-de-asa-branca
Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca
Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça-castanha 2,5,6 1,2,3,6 2,4,5
Tangara schrankii (Spix, 1825) saíra-ouro
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando 1,2,5,6 1,3,5 2 2,3,6
Tangara chilensis (Vigors, 1832) sete-cores-da-amazônia 2,3,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5 X
Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante 5,6 1,3,5 1 X
Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça 2
Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da-amazônia 5 1,3,5,6
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X
Tangara nigrocincta (Bonaparte, 1838) saíra-mascarada 3 1,6 1
Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saíra-de-cabeça-azul 1,2,5,6 1,5 2 3,6
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela X
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga 5,6 X
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira 3,5
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia 1 1,2,3,6 X
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 3 6 X
Dacnis albiventris (Sclater, 1852) saí-de-barriga-branca 1
Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara-preta 2,3 1,3,5 2,6
Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 saí-amarela 1,3 X
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 2,5 1,3,5 2,3,4,5 X
Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) saí-de-bico-curto 3,5,6 1,3 2,3,4,5
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela 2,5,6 1,2,5 1,2,4,5
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 5

61
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) saí-verde 6 1,2,3 1,2
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 2 6 X
Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) saíra-galega 2,6 1,2,3,5 1,2,3
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho X
Emberizidae
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico 1,2,3,4,5,6
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 1,2,5,6 1,2,5,6
Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1,6 1,5,6
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho 1
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió 1,5 3 1,5,6
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto 3,5,6 2,6 1,2
Cardinalidae X
Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaçu-de-fogo
Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso 1
Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato 1,3,6 1,2,5,6 X
Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da-amazônia 1,2,3,4,5,6 2,5 X
Parulidae
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato 3 X
Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula-ribeirinho X
Icteridae
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu 1,5,6 1,3,5,6

62
Endem.
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
BRA
Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuaçu 1,2,3
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco X
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 5
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1,3,5 1,3,4,5,6
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim 1 3 X
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 1 X
Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 vira-bosta-picumã
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 1 3,6
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 1,2,5,6 1,2 2,3,4,5,6
Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 gaturamo-de-bico-grosso
Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde 2,5 1,3,5,6 5
gaturamo-de-barriga-
Euphonia minuta Cabanis, 1849
branca
Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834 fim-fim-grande
Euphonia rufiventris (Vieillot, 1819) gaturamo-do-norte 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5,6 X

Legenda: CA = Área do Canteiro de obras, RE = Área do Reservatório, CO = Área Controle, EN = Entorno (para aquelas espécies registradas na AI do
empreendimento, no entanto, fora das três áreas amostrais). Também são indicadas as espécies endêmicas do Brasil (Endem. BRA)

63
4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei

Uma espécie considerada rara em toda a Amazônia, de ocorrência bastante pontual e


não muito conhecida, é o enferrujadinho (Neopipo cinnamomea). Esta ave já contava
com um registro auditivo na área controle, obtido em 2011, e durante a sexta
campanha foi novamente registrado em local próximo, na mesma área amostral.
Nessa oportunidade, a espécie foi observada visualmente e material comprobatório de
sua ocorrência no local foi obtido (gravação em áudio).

4.1.3 Espécies endêmicas

Das espécies registradas apenas na sexta fase, nenhuma é considerada endêmica do


Brasil.

4.1.4 Espécies migratórias

Nenhuma espécie de hábitos migratórios foi registrada na presente amostragem.

4.1.5 Espécies relevantes

Na fase anterior, a espécie mais importante daquelas registradas durante a execução


do trabalho foi o patinho-escuro (Platyrinchus saturatus). Ainda não havia sido
encontrada na região e apresenta poucos registros confirmados para Mato Grosso.
Nesta sexta campanha a espécie foi novamente encontrada: um indivíduo foi
capturado e anilhado na área prevista para o reservatório (único local onde foi
constatada até o momento). Merece destaque também uma maria-leque
(Onychorhynchus coronatus) (Foto 10) capturada na área-controle. Além destas,
algumas espécies esperadas para o local, que ainda não haviam sido detectadas
durante o estudo vieram a ser durante esta etapa (Chordeiles nacunda, Epinecrophilla
ornata, Hylophylax naevius, Myrmoborus leucophrys, Tolmomyias poliocephalus,
Tyrannulus elatus e Philohydor lictor). Estes táxons não são considerados tão
relevantes em relação à raridade ou indicação de ambientes íntegros, porém sua
detecção é sim relevante no sentido de serem esperados para os ambientes florestais
amostrados por meio dos métodos de pesquisa. Além destes, a captura e anilhamento
de um gavião-miudinho (Accipiter superciliosus) também pode ser considerada
relevante pelo fato de ser um fato isolado e bastante esporádico. Considerando todos
64
os registros obtidos durante a fase, a espécie mais relevante foi mesmo o
enferrujadinho (N. cinnamomea), comentado anteriormente.

4.1.6 Esforço amostral

O esforço amostral da sexta fase foi o mesmo empregado nas demais campanhas,
com exceção da quarta fase, que foi interrompida já no início, conforme exigido pela
SEMA e indicado pela COPEL. A Tabela 10 apresenta o esforço de cada método de
pesquisa.

TABELA 10 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO


Quantidade / Nº de Nº dias
No da Esforço
Método área áreas amostrais
fase total
amostral amostrais por fase

864 horas-rede
Redes de neblina 12 3 2/área 6
(31.104 h.m²)

Pontos de escuta 6 3 2/área 6 12 h

Coleta de dados não-


- 3 2/área 6 80 h
sistematizados

O gráfico do número acumulado de espécies (Gráfico 2) está ainda em ascenção. Após


o incremento inicial, a curva irá assumir uma tendência mais horizontal, no entanto
vai continuar ascendente em função do número de espécies esperadas para serem
registradas no local. A área de estudo está inserida em uma das zonas mais ricas em
espécies de aves de toda a Amazônia brasileira, portanto, presume-se que haverá
inclusões na lista de espécies até mesmo após alguns anos de pesquisa. Esta região
apresenta uma grande quantidade de espécies florestais e uma (relativamente) baixa
abundância na maioria destas espécies. Desta forma, é necessário um grande esforço
de pesquisa para que seja possível a detecção de um percentual satisfatório desta
riqueza. Considerando que a extenção dos hábitats florestais de interesse é grande,
torna-se provável que espécies inconspícuas e raras venham a ser detectadas
gradualmente, a medida em que o esforço aumenta e novas localidades da área de
influência do empreendimento sejam visitadas.

65
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS
AO LONGO DA SEXTA FASE, TOTALIZANDO 259 ESPÉCIES

GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS


AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA DA UHE COLÍDER. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO
EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO

4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais

4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras)

Na área do canteiro de obras foi registrado, novamente, o maior valor de riqueza


dentre os três sítios amostrais (153 espécies). Na campanha anterior o valor obtido
nesta área foi de 171 espécies e na fase realizada na mesma época do ano passado o
valor foi de 143 espécies. Apesar da interferência da obra (ruídos, explosões, trânsito
de trabalhadores e de máquinas, entre outros) o remanescente florestal apresenta
uma grande riqueza pela diversidade de hábitats existentes ao longo da transecção
avaliada. Esta transecção abrange áreas de mata rupestre em seu trecho de maior
66
altitude, típica mata de terra firme em seu trecho intermediário, e mata de várzea em
sua porção final. Além disso, existe uma área aberta nos arredores do CETAS, que
permite o registro de espécies que habitualmente não são encontradas no interior da
mata. Esse é o motivo principal de existir esta grande riqueza e diversidade de aves
no local mais impactado, até então, pelas obras de construção da UHE Colíder.

TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM


CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 178
Fase 02 143
Fase 03 132
Fase 04 50
Fase 05 171
Fase 06 153

4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório)

A riqueza obtida na área do reservatório durante a sexta campanha foi de 133


espécies, valor inferior ao encontrado na campanha anterior (154 espécies, porém
superior àquele obtido na mesma época de 2011) (Tabela 12). Apesar de a área do
reservatório não ter apresentado tantas espécies quanto à área do canteiro de obras,
algumas possuem ocorrência restrita ao ponto amostral do reservatório, além de
algumas outras apresentarem alta relevância para a comunidade local.

O nível de água acumulada nas matas de várzea do ponto de anilhamento continuava


ainda elevado, ocasionando a mesma dificuldade com os petrechos de captura.
Porém, mesmo assim o local exato de captura foi mantido para proporcionar uma
correta comparação dos dados.

TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA


UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 159
Fase 02 122
Fase 03 171
Fase 04 58
Fase 05 154
Fase 06 133

67
4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle)

A Área-controle, novamente, apresentou o menor número de espécies registradas


(n=87), valor ainda mais baixo que aquele observado na campanha anterior (n=114)
e na fase realizada no mesmo período de 2011 (n=106) (Tabela 13). Apesar do menor
número registrado, a movimentação das aves na área-controle esteve maior quando
comparada à quinta campanha (quando possivelmente fatores climáticos ocasionaram
uma grande redução na movimentação geral de aves florestais no local). Na presente
amostragem, foram capturadas algumas espécies ainda não registradas pelo método
de captura, como o cri-crió ou biscateiro (Lipaugus vociferans), o mãe-de-taoca
(Phlegopsis nigromaculata), a maria-leque (Onychorhynchus coronatus) e o
inesperado guarda-várzea (Hylophylax punctulatus). Esta última espécie ocorre
tipicamente em matas de várzea, ou seja, aquelas sujeitas a inundações periódicas
dos rios, quando os mesmos atingem níveis elevados a ponto da água sair de sua
calha e inundar a mata ribeirinha. O ponto amostral da área controle está bastante
afastado do rio Teles Pires e de qualquer outro corpo de água de grande porte, a uma
altitude de 435 m s.n.m., enquanto que o ambiente tradicionalmente habitado pela
espécie está a 255 m s.n.m. (um desnível de, pelo menos, 180 m). Talvez o indivíduo
estivesse apenas de passagem pelo local, em busca de ambiente favorável em outra
localidade. Somente a continuidade do estudo poderá apontar hipóteses mais
concretas sobre esta questão.

TABELA 13 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS
FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 100
Fase 02 106
Fase 03 124
Fase 04 74
Fase 05 114
Fase 06 87

4.1.8 Similaridade entre as áreas

Os dados obtidos após a execução da sexta fase de campo, analisados por meio da
similaridade de Bray-Curtis, geraram um gráfico semelhante ao apresentado na
primeira fase, não havendo diferenças expressivas. Uma nova análise de presença e
ausência será efetuada após o término do monitoramento pré-enchimento para que as

68
similaridades sejam melhor avaliadas. Durante a execução de cada fase de campo
haverão apenas pequenas oscilações nos dados.

4.1.9 Anilhamento

Durante a sexta fase de campo do monitoramento da avifauna na área do AHE


Colíder, o mesmo esforço total de 792 horas-rede foi mantido. O número total de aves
capturadas foi de 84 indivíduos, pertencentes a 34 espécies (Tabela 14). Estes valores
são superiores àqueles obtidos na fase anterior. Após a execução de seis campanhas,
o número total de capturas é de 425.

TABELA 14 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA


UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de capturas Espécies capturadas

Fase 01 75 30
Fase 02 80 37
Fase 03 78 34
Fase 04 42 18
Fase 05 66 25
Fase 06 84 34

Nesta etapa, foram obtidas 21 recapturas de aves marcadas em campanhas


anteriores, sendo cinco na área do canteiro de obras, uma na área-controle e 15 na
área do reservatório.

A área amostral que apresentou maior número de capturas foi a do reservatório, com
50 no total (Tabela 15). A área do canteiro de obras apresentou o menor número de
capturas (n=15). Por fim, a área-controle obteve 19 capturas.

Oscilações no número de espécies capturadas são normais, sendo influenciadas por


inúmeros fatores bióticos e abióticos. Diferenças nas condições climáticas existentes
em cada dia interferem expressivamente no sucesso do método, mas como não é
possível padronizar o fator “clima”, as coletas ocorrem em dias consecutivos e os
resultados são tratados igualmente. Mesmo assim, é importante destacar o número
bem maior de capturas obtidas na área prevista para o reservatório em comparação
com as demais áreas amostrais. Notavelmente, a área que apresenta o maior número
de capturas coincide com a área que será completamente suprimida para a formação
do reservatório. Este dado reforça o tamanho do impacto ambiental que ocorrerá
sobre as populações de aves que habitam as margens do rio Teles Pires.

69
TABELA 15 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS,
NAS CINCO FASES DE CAMPO
Fase do
Canteiro de obras Reservatório Controle
monitoramento
Fase 01 22 27 26
Fase 02 22 45 13
Fase 03 29 23 26
Fase 04 02 00 40
Fase 05 23 40 03
Fase 06 15 50 19
Totais 113 185 127

As espécies mais capturadas durante a sexta campanha foram a choquinha-de-flanco-


branco (Myrmotherula axillaris) (n=10), o arapaçu-da-taoca (Dendrocincla merula)
(n=07), o uirapuru-de-chapéu-branco (Lepidothrix nattereri) (n=06), o rendadinho
(Willisornis poecilinotus) (n=06), o arapaçu-elegante (Xiphorhynchus elegans)
(n=06), o cabeça-encarnada (Pipra rubrocapilla) (n=05), o arapaçu-de-bico-de-cunha
(Glyphorhynchus spirurus) (n=04) e o formigueiro-de-cauda-castanha (Myrmeciza
hemimelaena) (n=04). As demais espécies apresentaram um número igual ao inferior
a duas capturas.

A Tabela 16 exibe todas as espécies amostradas pelo método de captura com redes
neblina, a quantidade de indivíduos capturados de cada espécie e a taxa de captura
por parcela e total de cada espécie.

TABELA 16 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO DO
ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
Capt Taxa Capt Taxa Capt Taxa Total Taxa
Espécie
CA CA RE RE CO CO capt. total
Myrmotherula axillaris 4 1,52 6 2,27 0 0,00 10 1,26
Dendrocincla merula 0 0,00 6 2,27 1 0,38 7 0,88
Lepidothrix nattereri 0 0,00 4 1,52 2 0,76 6 0,76
Willisornis poecilinotus 1 0,38 3 1,14 2 0,76 6 0,76
Xiphorhynchus elegans 2 0,76 2 0,76 2 0,76 6 0,76
Pipra rubrocapilla 2 0,76 1 0,38 2 0,76 5 0,63
Glyphorynchus spirurus 2 0,76 1 0,38 1 0,38 4 0,51
Myrmeciza hemimelaena 1 0,38 2 0,76 1 0,38 4 0,51
Hylophylax punctulatus 0 0,00 2 0,76 1 0,38 3 0,38
Lophotriccus galeatus 0 0,00 2 0,76 1 0,38 3 0,38
Dendrocincla fuliginosa 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25
Myrmoborus leucophrys 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Myrmotherula hauxwelli 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Phlegopsis nigromaculata 0 0,00 0 0,00 2 0,76 2 0,25
Sittasomus griseicapillus 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25
Xenops minutus 0 0,00 1 0,38 1 0,38 2 0,25
Accipiter superciliosus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13

70
Certhiasomus stictolaemus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Corythopis torquatus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Galbula cyanicollis 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Glaucis hirsutus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Hylophylax naevius 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Hypocnemoides maculicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Leptotila rufaxilla 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Lipaugus vociferans 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Machaeropterus pyrocephalus 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13
Mionectes oleagineus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Onychorhynchus coronatus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Pipra fasciicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Platyrinchus saturatus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Terenotriccus erythurus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Thalurania furcata 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Thamnophilus aethiops 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Xiphorhynchus obsoletus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Totais 15 - 50 - 19 - 84 -

Nota: A taxa de captura equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de
capturas*100 / esforço de 792 horas-rede). A taxa de captura total indica o valor geral para as três áreas
amostrais e foi calculada a partir do número total de capturas, sem distinção de local.
Legenda: Capt CA = número de indivíduos capturados na área do canteiro de obras; Capt RE = número
de indivíduos capturados na área do reservatório; Capt CO = número de indivíduos capturados na área
controle; Total capt = número total de indivíduos capturados por espécie.

O intervalo entre a Tabela 9 e a Foto 14 mostra os indivíduos capturados na sexta


fase de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório
e do canteiro de obras.

FOTO 9 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA


PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER
FOTOS: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

71
FOTO 10 – MARIA-LEQUE (ONYCHORHYNCHUS CORONATUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA-
CONTROLE: ESPÉCIE INCOMUM NA REGIÃO, SENDO ESTA A PRIMEIRA CAPTURA DA ESPÉCIE
FOTOS: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 11 – MACHO DE PAPA-FORMIGA-DE- FOTO 12 – FÊMEA DE PAPA-FORMIGA-DE-


SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS) SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS)
CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO
RESERVATÓRIO RESERVATÓRIO
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012. FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

72
FOTO 13 – CRI-CRIÓ OU BISCATEIRO (LIPAUGUS FOTO 14 – GUARDA-FLORESTA (HYLOPHYLAX
VOCIFERANS) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE. NAEVIUS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA DO
UMA DAS AVES MAIS CONHECIDAS DA AMAZÔNIA RESERVATÓRIO
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012 FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 15 – REDES DE NEBLINA INSTALADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO


FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)

Durante a sexta fase de campo do monitoramento da avifauna na área da UHE


Colíder, um total de 83 espécies foram contabilizadas pelo método de contagens por
pontos de escuta.

73
Os dados obtidos por meio dos censos, nas três parcelas amostrais, geraram uma
tabela com o Índice Pontual de Abundância (IPA) de cada espécie registrada nas
contagens. As espécies mais frequentes, considerando o IPA geral (somatório dos
resultados obtidos nas três áreas amostrais) foram: Crypturellus strigulosus
(IPA=0,389), Pipra rubrocapilla (IPA=0,361), Tyranneutes stolzmanni (IPA=0,306),
Ramphocaenus melanurus (IPA=0,250), Trogon viridis (IPA=0,250), Hylophilus
hypoxanthus (IPA=0,222) e Pheugopedius genibarbis (IPA=0,222).

Todas as demais espécies registradas por meio deste método podem ser visualizadas
na Tabela 17. Nesta tabela também pode ser consultado o número de registros que
cada espécie conteve em cada área amostral. Além do IPA geral, obtido com o
somatório de todos os contatos com todas as espécies, nas três áreas amostrais,
divididos pelo número total de amostras (n=36), foi obtido também o IPA individual
para cada área amostral. Todos estes dados podem ser comparados na Tabela 17.

TABELA 17 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE
CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS
IPA IPA IPA IPA
Nome do táxon CA RE CO Total
CA RE CO Geral
Ara severus 2 0,167 25 2,083 0 0,000 27 0,750
Lipaugus vociferans 9 0,750 9 0,750 7 0,583 25 0,694
Machaeropterus pyrocephalus 12 1,000 4 0,333 9 0,750 25 0,694
Diopsittaca nobilis 9 0,750 13 1,083 1 0,083 23 0,639
Pipra rubrocapilla 7 0,583 2 0,167 6 0,500 15 0,417
Pyrrhura snethlageae 5 0,417 10 0,833 0 0,000 15 0,417
Lepidothrix nattereri 12 1,000 0 0,000 3 0,250 15 0,417
Ara macao 7 0,583 2 0,167 4 0,333 13 0,361
Patagioenas subvinacea 2 0,167 4 0,333 4 0,333 10 0,278
Crypturellus strigulosus 7 0,583 1 0,083 1 0,083 9 0,250
Phaethornis ruber 0 0,000 3 0,250 5 0,417 8 0,222
Thamnophilus aethiops 4 0,333 0 0,000 3 0,250 7 0,194
Myrmeciza hemimelaena 1 0,083 6 0,500 0 0,000 7 0,194
Pionus menstruus 0 0,000 5 0,417 1 0,083 6 0,167
Cercomacra cinerascens 3 0,250 0 0,000 3 0,250 6 0,167
Ramphastos vitellinus 2 0,167 0 0,000 4 0,333 6 0,167
Phlegopsis nigromaculata 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139
Selenidera gouldii 3 0,250 0 0,000 2 0,167 5 0,139
Pteroglossus castanotis 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139
Ramphocaenus melanurus 2 0,167 0 0,000 2 0,167 4 0,111
Trogon viridis 0 0,000 4 0,333 0 0,000 4 0,111
Ornithion inerme 2 0,167 2 0,167 0 0,000 4 0,111
Patagioenas speciosa 1 0,083 2 0,167 0 0,000 3 0,083
Herpsilochmus rufimarginatus 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083
Schiffornis amazona 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083
Cymbilaimus lineatus 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083
Trogon collaris 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083

74
Momotus momota 1 0,083 2 0,167 0 0,000 3 0,083
Ara ararauna 0 0,000 1 0,083 2 0,167 3 0,083
Myrmotherula brachyura 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083
Myrmotherula multostriata 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083
Ramphocelus carbo 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083
Hylophilus hypoxanthus 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Campephilus rubricollis 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Euphonia rufiventris 1 0,083 1 0,083 0 0,000 2 0,056
Ramphastos tucanus 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056
Trogon melanurus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Amazona ochrocephala 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Aratinga leucophthalma 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Capito dayi 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Pteroglossus beauharnaesii 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Arremon taciturnus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Myrmeciza atrothorax 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Progne chalybea 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Jacamerops aureus 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056
Querula purpurata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Cantorchilus leucotis 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Hylophilus semicinereus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Trogon ramonianus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Xiphorhynchus elegans 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Tangara gyrola 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Tinamus guttatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Picumnus aurifrons 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Pyrilia barrabandi 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Tangara palmarum 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Thamnophilus amazonicus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Tinamus tao 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Trogon curucui 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Terenotriccus erythrurus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Pygiptila stellaris 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Hypocnemis striata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Chaetura egregia 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Hypocnemoides maculicauda 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Galbula leucogastra 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Pionites leucogaster 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Myrmoborus myotherinus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Microcerculus marginatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Crypturellus tataupa 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Heliothryx auritus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Cyanerpes caeruleus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Cyanerpes cyaneus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Hemithraupis flavicollis 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Tangara palmarum 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Thalurania furcata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Manacus manacus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Chloroceryle aenea 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Mesembrinibis cayennensis 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Monasa morphoeus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Myrmotherula sclateri 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028

75
Attila spadiceus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Myiopagis gaimardii 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Pauxi tuberosa 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Tyrannulus elatus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028

Nota: CA = canteiro de obras; RE = reservatório; CO = área controle) e o IPA geral. As espécies estão
listadas em ordem decrescente de IPA geral

4.1.11 Métodos não sistematizados

Por meio de métodos não sistematizados, aplicados aleatoriamente durante toda a


fase de campo, em especial, durante os últimos dois dias, algumas informações
puderam ser obtidas. Foi executada uma incursão de barco à montante das áreas
amostrais com o objetivo de avaliar novos ambientes. Um total de cinco espécies, das
sete registradas exclusivamente na sexta fase de campo, foi encontrado somente por
meio de buscas livres, sem que fosse aplicado algum tipo de método quantitativo.
Este dado reforça a importância de se aplicar buscas livres.

A Tabela 18 apresenta todos os registros inéditos obtidos durante a fase e indica


aquelas que foram encontradas por meio de métodos não sistematizados.

TABELA 18 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SEXTA FASE DE CAMPO DO MONITORAMENTO DA


AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS NÃO
SISTEMATIZADOS
Registro por método
Táxon Nome popular Não
Sistematizado
sistematizado
Chordeiles nacunda corucão X
Epinecrophylla ornata choquinha-ornada X
Hylophylax naevius guarda-floresta X
Myrmoborus leucophrys papa-formiga-de-sobrancelha X X
Tolmomyias poliocephalus bico-chato-de-cabeça-cinza X
Tyrannulus elatus maria-te-viu X
Philohydor lictor bentevizinho-do-brejo X

O intervalo entre a Foto 16 e a Foto 23 exibe os indivíduos capturados na sexta fase


de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório e do
canteiro de obras.

76
FOTO 16 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (Spizaetus FOTO 17 – GAVIÃO-MIUDINHO (Accipiter
tyrannus) FOTOGRAFADO NA FLORESTA CILIAR superciliosus) VISTO APÓS A SOLTURA. OBSERVAR
DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA DETALHE DA ANILHA
A BARRAGEM DA UHE COLÍDER
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 18 – ARARA-CANINDÉ (ara Ararauna) FOTO 19 – POMBA-TROCAL (Patagioenas speciosa)


REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO COMUMENTE OBSERVADA AO LONGO DO RIO
EMPREENDIMENTO. ESTA ESPÉCIE É MAIS COMUM TELES PIRES E AMBIENTES ABERTOS DO
NOS DOMÍNIOS DO CERRADO. SUA CONGÊNERE ENTORNO DA UHE COLÍDER
ARA MACAO É ENCONTRADA COM MAIS
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012
FREQUÊNCIA NA AI DA UHE COLÍDER
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

77
FOTO 20 – MACURU-PINTADO (Notharchus tectus) FOTO 21 – ANAMBÉ-AZUL (Cotinga cayana),
ENCONTRADO COM FREQUÊNCIA NA ÁREA- MACHO, ENCONTRADO ESPORADICAMENTE NA
CONTROLE MATA CILIAR DO RIO TELES PIRES, ENTRE AS
PARCELAS DA ÁREA DO RESERVATÓRIO E O
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012
CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 22 – ANAMBÉ-UNA (Querula purpurata): FOTO 23 – SETE-CORES-DA-AMAZÔNIA (Tangara


ESPÉCIE FREQUENTEMENTE ENCONTRADA NA chilensis): UMA DAS SAÍRAS MAIS COMUNS NA
ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO E NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER
PARCELA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012
FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

78
4.1.12 Índice de diversidade

Considerando os dados de abundância, obtidos por meio das contagens em pontos


fixos, obteve-se um índice de diversidade de H’=2.629 para a sexta fase de campo.

4.1.13 Espécimes coletados

Apenas dois indivíduos de duas espécies distintas foram coletados durante a sexta
fase de campo: Lepidothrix nattereri e Xiphorhynchus obsoletus. Ambas as aves
vieram a entrar em óbito durante o procedimento de captura em redes de neblina e
foram devidamente acondicionados em freezer para posterior aproveitamento das
peles.

4.1.14 Considerações finais

Os resultados obtidos na sexta fase de campo foram mais satisfatórios que aqueles
colhidos na campanha anterior. Apesar de ainda haver fortes e frequentes chuvas, e
do nível do rio Teles Pires estar bastante elevado, a coleta de dados não foi
prejudicada. Verificou-se que as matas de igapós próximas às margens do rio ainda
estavam parcialmente inundadas, favorecendo o registro de algumas espécies mais
comumente detectadas na estação chuvosa em tal hábitat (e.g. Eurypyga helias e
Nasica logirostris).

Na campanha anteriormente realizada as mudanças climáticas interferiram


demasiadamente nos resultados da fase, no sentido de causarem uma baixa extrema
na atividade das aves florestais. Esse fenômeno não foi observado na presente
amostragem e os resultados obtidos tanto pelos métodos sistematizados como pelos
não sistematizados foram positivos e incrementaram o trabalho. Apesar da elevada
precipitação pluviométrica durante a amostragem, os dados coletados referentes à
avifauna revelaram o esperado para o período de transição entre as estações chuvosa
e seca. Por se tratar de um grupo faunístico representado por muitas espécies, ainda
mais em uma região amazônica mega diversa, as diferenças dessa amostragem
comparadas à anterior e àquela realizada em mesmo período do ano passado (2011),
baseiam-se principalmente em detalhes.

Em relação à riqueza de espécies, as fases de campo vêm seguindo uma média


semelhante de registros, em torno de 250 espécies.

79
A presente amostragem teve um acúmulo de 259 táxons, enquanto que a campanha
02, realizada no mesmo período de 2011, revelou 247 táxons e a campanha 05
(campanha passada) obteve uma riqueza de 264 espécies. Estes valores são
relevantes, uma vez que o EIA do presente empreendimento cita um total de 220
espécies registradas em duas visitas à região, onde diversos locais foram
inventariados.

Deste total observado na sexta campanha, sete espécies ainda não haviam sido
encontradas durante o estudo, representando registros inéditos para o monitoramento
da área da UHE Colíder.

Dos registros mais relevantes, merece destaque uma espécie considerada rara em
toda a Amazônia, de ocorrência bastante pontual e não muito conhecida: o
enferrujadinho (Neopipo cinnamomea). Esta ave já contava com um registro auditivo
na área controle, obtido em 2011, e durante a sexta campanha foi novamente
registrado em local próximo, na mesma área amostral. Nessa oportunidade, a espécie
foi observada visualmente e material comprobatório de sua ocorrência no local foi
obtido (gravação em áudio).

O patinho-escuro (Platyrinchus saturatus), detectado pela primeira vez na campanha


anterior, foi novamente encontrado durante esta sexta amostragem, na mesma área
amostral. Isso indica que a espécie possivelmente seja residente. O acúmulo de
registros nas próximas etapas confirmará tal hipótese. Outras duas espécies que
merecem destaque são: a maria-leque (Onychorhynchus coronatus), capturada na
área-controle; e a captura e anilhamento de um gavião-miudinho (Accipiter
superciliosus) na área prevista para o reservatório.

Em relação ao método de captura e marcação de aves silvestres, 84 indivíduos,


pertencentes a 34 espécies foram capturados durante a sexta fase de campo do
monitoramento da avifauna. Destas, 21 aves já haviam sido anilhadas em campanhas
anteriores e representam recapturas. Até o momento têm-se um total de 425
capturas realizadas.

Os índices de captura em redes de neblina e coleta de abundância foram maiores na


presente amostragem. Nitidamente pôde-se verificar uma maior movimentação por
parte das espécies que ocupam o estrato inferior da floresta, especialmente as
famílias Thamnophilidae, Dendrocolaptidae, Pipridae e Tyrannidae. Pôde-se notar uma
maior frequência de vocalização das espécies de aves de maneira geral, o que
favoreceu a coleta de dados de abundância. Além disso, foi observado em campo que
80
muitas das espécies estavam apresentando cuidado parental, quando muitos
indivíduos jovens estão em processo de aprendizagem sobre métodos de obtenção de
alimento e tipos de vocalização (período de recrutamento nas populações). É bastante
difícil inferir sobre o período reprodutivo da maioria das espécies de aves na
amazônia, em vista de que cada espécie possui uma preferência particular devido ao
nicho ocupado. Entretanto, na presente amostragem, foi nítida a maior movimentação
e detecção por meio da vocalização de diversos grupos da avifauna. Certamente o
período de transição para a estação seca servirá para uma nova postura para muitas
espécies, antes de atingir o auge de seca, período escasso em alimento
principalmente para a avifauna insetívora.

Os principais motivos que explicam os resultados da campanha anteriormente


realizada (fase 05) se baseiam em basicamente duas possibilidades plausíveis: (a)
muitas espécies estavam em período de incubação, sendo pouco detectadas em seus
habitats por meio da vocalização e, consequentemente, apresentando um baixo índice
de detecção; (b) as condições climáticas adversas fizeram com que as aves
reduzissem drasticamente a movimentação. Diante de chuvas constantes, fortes
ventos e baixas temperaturas, a oferta de insetos como item alimentar para a
avifauna é extremamente baixa, interferindo diretamente nos registros de aves
florestais durante o trabalho. Muitas espécies de aves diminuem ou até mesmo
cessam a atividade de forrageamento diante estas condições para evitar gasto
energético.

Agora nesta fase de campo, bandos mistos de aves tiveram também uma maior
frequência de registro, tanto bandos no estrato inferior da floresta como bandos de
dossel, compostos em sua maior parte, respectivamente, por espécies insetívoras e
frugívoras. A reunião de diversas espécies diferentes em bandos mistos maximiza a
obtenção de itens alimentares, e as aves utilizam desta técnica principalmente em
períodos de escassez de alimento.

Diante dos dados apresentados no presente relatório, pode-se concluir que os


resultados obtidos na sexta fase de campo do monitoramento foram bastante
satisfatórios. Espera-se que a próxima etapa, a ser realizada em julho deste ano de
2012, apresente dados ainda melhores, pois coincidirá com o início da atividade
reprodutiva da maioria das espécies de aves florestais. Este período é marcado por
uma intensa atividade vocal de machos que estão à procura de cópula e uma intensa
movimentação geral de aves, o que pode proporcionar um elevado número de

81
indivíduos capturados nas redes de neblina e uma grande quantidade de informações
inéditas ao estudo.

4.2 MASTOFAUNA

4.2.1 Procedimentos Metodológicos

Durante a sexta campanha do monitoramento da mastofauna na área da UHE Colíder,


foram amostradas as mesmas três áreas ou parcelas amostrais: (1) canteiro de obras,
(2) reservatório e (3) área-controle. A área do reservatório escolhida e utilizada nessa
última fase (abril de 2012) foi a mesma utilizada nas duas primeiras fases de campo.
Essa escolha justifica-se devido ao acúmulo de água das cheias do rio Teles Pires na
trilha utilizada durante as fases 2 e 4, impossibilitando a aplicação de alguns métodos
de pesquisa, principalmente as capturas com armadilhas. Os esforços de campo
permaneceram os mesmos das outras fases.

Pequenos mamíferos não-voadores – Foram empregados dois conjuntos de


metodologias complementares: (1) três linhas de armadilhas de interceptação e
queda (pitfalls) e (2) 150 armadilhas de captura viva (live traps) de dois tipos:
Tomahawk® e Shermann®. As armadilhas de captura viva foram iscadas com uma
mistura composta por banana, paçoca de amendoim, farinha de milho, pedaços de
toucinho e castanha-do-Pará, sendo instaladas 50 unidades em cada área amostral.
Ambos tipos de armadilhas foram revisados pela manhã a cada dia e re-iscados
conforme a necessidade. Os dois conjuntos de métodos empregados para a captura
de pequenos mamíferos não-voadores permaneceram em funcionamento durante seis
dias consecutivos, simultaneamente nas três áreas amostrais. Todos os indivíduos
capturados foram pesados, e tomadas as seguintes medidas: comprimento da cabeça
e corpo (CC) e comprimento da cauda (CA). Os pequenos mamíferos não-voadores
foram identificados segundo as chaves de identificação de Gardner (2007), Bonvicino
et al. (2008) e Weksler & Percequillo (2011) e das descrições apresentadas em Rossi
et al. (2011) e Oliveira & Bonvicino (2011).

Morcegos – para a captura de morcegos foram empregadas 12 redes de neblina


(6 x 3 m) que pemaneceram abertas do pôr-do-sol até às 00:00 horas. As redes
foram armadas por duas noites consecutivas em cada parcela amostral. Os animais

82
capturados foram pesados e também foram tomadas as medidas de seus antebraços.
Os primeiros morcegos capturados por espécie foram sacrificados, preparados em via
úmida e depositados na Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR como material
testemunho; para uma melhor definição taxonômica. Os demais indivíduos foram
identificados, marcados com anilhas numeradas em seus antebraços. Os morcegos
foram identificados segundo as chaves para a identificação de morcegos de Vizzoto &
Taddei (1973), Lim & Engstron (2001), Gardner (2007) e Miranda et al. (2011),
associada às descrições apresentadas por Simmons & Voss (1998), Barquez et al.
(1999), Reis et al. (2007) e Peracchi et al. (2011).

Mamíferos de médio e grande porte – Esses mamíferos foram registrados com o


seguinte conjunto de metodologias: (1) busca ativa por vestígios (pegadas, rastros,
fezes, tocas, etc.) e por registros diretos da presença de mamíferos (visualizações,
contatos auditivos, carcaças, etc.), essas buscas se deram, a pé, de carro e de barco,
distribuídas de forma equivalente entre as três áreas amostrais; e (2)
armadilhamento fotográfico, onde foram armadas quatro armadilhas fotográficas
(Trophy Cam Trail Camera - Bushnell®), sendo uma em cada área amostral e uma
quarta câmera foi armada em um ponto oportunístico. As pegadas e os rastros foram
identificados segundo os guias de pegadas de González (2001), Oliveira & Cassaro
(2005) e Mamede & Alho (2008).

4.2.2 Riqueza de espécies

Nessa sexta fase do monitoramento de fauna foram registradas 32 espécies de


mamíferos silvestres, apresentando uma diversidade de H’=3,098. Os resultados
obtidos nessa sexta fase do monitoramento não acrescentaram novas espécies à lista
geral de mamíferos silvestres da área da UHE Colíder. As espécies registradas durante
as seis primeiras fases do monitoramento, somadas àquelas registradas no EIA do
mesmo empreendimento, totalizam 112 espécies, pertencentes a 10 ordens e 30
famílias (Tabela 19).

83
TABELA 19 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
ORDEM DIDELPHIMORPHIA
Família Didelphidae
Caluromys lanatus (Olfers, 1818) cuíca-lanosa OD Co 2 - -
Caluromys phylander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa CP Re 3 - -
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá-de-orelha-preta - - - X -
Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) guaiquica - - - X -
Cryptonanus sp. guaiquica CP Re,Co 1 - -
Marmosa murina (Linnaeus, 1758) guaiquica CP Re,Co 1,2,3 X -
Marmosops bishopi (Pine, 1981) cuica - - - X -
Marmosops parvidens (Tate, 1931) cuíca - - - X -
Marmosops sp. cuíca - - - X -
Micoureus demerarae (Thomas, 1905) cuíca - - - X -
Micoureus constantiae (Thomas, 1904) cuíca CP Re 1 - DD
Monodelphis brevicaudata (Erxleben, 1777) cuica CP Re,Co 1,6 X -
Monodelphis kunsi Pine, 1975 cuica CP Co,Re 1,5 X DD
ORDEM CINGULATA
Família Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha PE,TO,ENT Ca,Re,En 1,3,5 X -
Dasypus kappleri (Desmarest, 1804) tatu-quinze-quilos OD,TO,ENT Ca,Co,En 1,2 X -
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba OD,PE,TO Ca,Re,Ca,En 1 X -
Tolipeutes matacus (Desmarest, 1804) tatu-bola - - - X DD
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole CP Ca 2,5 - -
Priodontes maximus (Kerr, 1792) tatu-canastra PE,ENT,AF Re,Ca,Co 1,3,5 X VU
ORDEM PILOSA
Família Myrmecophagidae

84
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim OD,ENT,AF Ca,Re,Co 1,5,6 X -
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira ENT En 1 X VU
Família Megalonychidae
Choloepus hoffmanni Peters, 1858 preguiça-real RES Ca 3 - -
ORDEM PRIMATES
Família Atelidae
macaco-aranha-de-cara-
Ateles marginatus (É. Geoffroy, 1809) OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 - EN
branca
Ateles chamek (Humboldt, 1812) macaco-aranha OD,CA Re 1,2,3,5,6 X -
Alouatta discolor (Sipx 1823) bugio OD Ca,Co 3,6 - -
Família Cebidae
Mico emiliae (Thomas, 1920)* sagui OD,CA Ca, Em 1,3,5,6 X -
Cebus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 X -
Cebus albifrons (Humboldt, 1812) caiarara - - - X DD
Família Pitheciidae
Callicebus molock (Hoffmannsegg, 1807) guigó, zogue-zogue OD,CA Re,Co 1,2,3,6 X -
Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Devile,
cuxiú-de-nariz-vermelho OD,CA Ca,Re,Co 2,3,5 - -
1848)
Pithecia irrorata Gray, 1842 parauacú - - - X -
Família Aotidae
Aotus infulatus (Khul, 1820) macaco-da-noite OD,CA Ca 2,3 X -
ORDEM CHIROPTERA
Família Embalonuridae
Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) morcego CP,OD Re 1,2 - -
Família Mormoopidae
Peropteryx macrotis (Wagner, 1842) morcego - - - X -
Família Phyllostomidae
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -

85
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
Phyllostomus discolor Wagner, 1843 morcego CP Ca,Re,Co 1,3,6 X -
Phyllostomus elongatus (É. Geoffroy, 1810) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,6 - -
Phyllostomus latifolius (Thomas, 1901) morcego CP Ca 3,5 - DD
Phylloderma stenops Peters, 1865 morcego CP Co 2 - -
Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego RES - 3 X -
Lophostoma silvicolum d’Orbigny, 1836 morcego - - - X -
Lophostoma brasiliense Peters, 1866 morcego CP Ca 5 X -
Trachops cirrhosus (Spix, 1823) morcego CP Co,Re 1,6 X -
Micronycteris megalotis Gray, 1842 morcego - - - X -
Trinycteris nicefori (Sanborn, 1942) morcego CP Co 1 - -
Lampronycteris brachyotis (Dobson, 1879) morcego CP Co 3 - -
Glyphonycteris silvestris (Thomas, 1896) morcego CP Re 3 - -
Lionycteris spurrelli Thomas, 1903 morcego - - - X -
Lonchophylla mordax Thomas, 1903 morcego - - - X DD
Lonchophylla thomasi Allen, 1904 morcego CP Co 5 - -
Glossophaga soricina (Pallas, 1766) morcego - - - X -
Choeroniscus minor (Peters, 1868) morcego CP Ca,Re 3 X -
Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) morcego-vampiro CP,VE Ca,Re 1,2 X -
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) morcego CP Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -
Rhinophylla pumilio Peters, 1865 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -
Rhinophylla fischerae Carter, 1966 morcego - - - X DD
Dermanura cinerea (Gervais, 1856) morcego - - - X -
Dermanura gnoma Handley, 1987 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 - -
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego CP Ca,Re,Co 1,3,5,6 X -
Artibeus planirostris (Spix, 1823) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6 X -
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6 X -
Mesophylla macconnelli Thomas, 1901 morcego CP Ca 3 X -

86
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810) morcego - - - X -
Platyrrhinus fusciventris Velazco, Gardner &
morcego CP Co 5 - -
Patterson, 2010)
Platyrrhinus sp. CP Ca 6 - -
Uroderma magnirostrum Davis, 1968 morcego - - - X -
Uroderma bilobatum Peters, 1866 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X -
Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) morcego CP Ca 1,2 - -
Familia Mormoopidae
Pteronutus parnellii (Gray, 1843) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -
Pteronotus personatus (Wagner, 1843) morcego CP Re 5 - -
Família Noctilionidae
Noctilio albiventris Desmarest, 1818 morcego-pescador-pequeno OD Re 2 - -
Familia Molossidae
Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego RES Ca 3 X -
Molossus rufus (É. Geoffroy, 1805) morcego RES Ca 3 - -
Família Vespertilionidae

Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego CP,RES Ca,Re,Co 1,3 -


-
Myotis cf. riparius Handley, 1960 morcego CP Co 3 - -
ORDEM CARNÍVORA
Família Canidae
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim PE,OD,AF,ENT Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 X -
cachorro-deo-mato-de-
Atelocynus microtis (Sclater, 1883) OD Ca 1 X DD
orelha-curta
Speothos venaticus (Lund, 1842) cachorro-vinagre - - - X VU
Família Felidae
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica PE,ENT,AF Ca,Co,Re 1,3,5,6 X VU
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato - - - X VU

87
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
Puma yagouaroundi (Lacépède, 1809) gato-mourisco OD,ENT Ca,Em 1,2,5 X -
Puma concolor (Linnaeus, 1771) puma PE,ENT Em 1 X VU
Panthera onca (Linnaeus, 1758) onça-pintada OD,PE,CA,ENT,AF,FE Re,Ca 1,2,3,5,6 X VU
Família Mustelidae
Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara OD,RES Ca,Co 3,4,6 X -
Galictis vittata (Schreber, 1776) furão CÇ Em 3 - -
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra ENT,PE Re 1,2 X -
Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) ariranha ENT,OD,AF Re 1,2,3,6 X VU
Mustela africana Desmarest, 1818 doninha-amazônica OD Ca 3 - DD
Família Procyonidae
Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) mão-pelada PE Re,Co 1,2,3 X -
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati ENT,CÇ Ca 1,2 X -
Potos flavus (Schreber, 1774) jupará OD,ENT,CA Ca,Re,Co 1,3,4,5,6 X -
ORDEM ARTIODACTYLA
Família Cervidae
Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) veado-catingueiro PE,ENT Ca,En,Co 1,2,3,5,6 X -
Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro ENT Ca,En 1 X -
Família Tayassuidae
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto PE,OD,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -
Tayassu pecari (Link, 1795) queixada PE,OD,AF,ENT,CÇ Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -
ORDEM PERISSODACTYLA
Familia Tapiridae
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta OD,PE,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -
ORDEM RODENTIA
Família Sciuridae
Guerlinguetus gilvigularis (Wagner, 1842) caxinguelê OD,CÇ Ca,Em,Re 1,2,3 - -
Sciurillus pusillus (É. Geoffroy, 1803) coatipuruzinho OD Co 4 - -

88
Método de Área Fase do Status de
TÁXON Nome popular EIA
registro amostral Monitoramento conservação
Família Caviidae
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara CÇ,OD,PE,ENT,FE Ca,Re 1,2,3,5 X -
Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)* preá - - - X -
Família Erethizontidae
Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço-cacheiro OD Ca,Re 1,5 X -
Família Dasyproctidae
Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) cotia PE,ENT,AF,OD Ca,Co,En 1,2,3,5 X -
Família Cuniculidae
Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) paca ENT,PE,AF Ca,Re 1,2,5 X -
Família Cricetidae
Neacomys spinosus (Thomas, 1882) rato-de-espinho-pequeno - - - X -
Oecomys bicolor (Thomas, 1860) rato-da-árvore CP Re,Co 1,2,3,5 X -
Oecomys cf. trinitatis Thomas, 1903 rato-da-árvore - - - X -
Oecomys roberti (Thomas, 1904) rato-da-árvore - - - X -
Eurioryzomys nitidus (Thomas, 1884) rato-do-mato - - - X -
Necromys lasiurus (Lund, 1841) rato-do-mato CP Co 1 - -
Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) rato-do-mato - - - X -
Rhipidomys emiliae (J.A. Allen 1916) rato-do-mato CP Re 1 X -
Família Echimidae
Proechimys longicaudatus (Rengger, 1830) rato-de-espinho CP Co 1,2,3,5 - -
ORDEM LAGOMORPHA
Família Leporidae
Silvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti OD En 1 X -

Nota: Táxons/Espécie, seguida de seu nome popular; do método de registro (OD = observação direta, PE = pegada, FE, fezes, CÇ = carcaça, CA =
Contato auditivo, CP = Captura, AF = armadilha fotográfica, ENT = entrevista, TO = toca, VE = vestígios, RES = capturada pelo resgate de fauna); área
amostral (Ca = Canteiro de Obras, Re = Reservatório, Co = Área controle e En = entorno da área de influência); Fase de campo em que ocorreu o
registro (em números arábicos respectivos às fases de campo do monitoramento de fauna); EIA (espécie registrada pela equipe do EIA) e Status de
conservação no Brasil (segundo CHIARELLO et al. 2008) (CR = Criticamente em Perigo, EN = Em perigo, VU = Vulnerável e DD = Dados insuficientes).

89
4.2.3 Espécies ameaçadas

Foram registradas quatro espécies ameaçadas de extinção durante a sexta campanha:


o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus) (EN) (Foto 24), a jaguatirica
(Leopardus pardalis) (VU) (Foto 25), a onça-pintada (Panthera onca) (VU) e a
ariranha (Pteronura brasiliensis) (VU).

FOTO 24 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA FOTO 25 – JAGUATIRICA (Leopardus pardalis),


(Ateles marginatus), ESPÉCIE AMEAÇADA DE ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A
EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADA PELA
ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM ARMADILHA FOTOGRÁFICA DURANTE A SEXTA
DIREITA DO RIO TELES PIRES FASE DO MONITORAMENTO
FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012 FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012

4.2.4 Espécies endêmicas

As espécies endêmicas registradas durante a sexta campanha foram aquelas


endêmicas da Amazônia: Monodelphis brevicaudata (Foto 26), Ateles marginatus, A.
chamek, Mico emiliae, Callicebus molock, Dermanura gnoma (Foto 27) e Potos flavus
(van Roosmalen et al. 2002; Reis et al. 2007, 2008, 2011).

90
FOTO 26 – CUÍCA Monodelphis brevicaudata, FOTO 27 – MORCEGO Dermanura gnoma, ESPÉCIE
ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA CAPTURADA ENDÊMICA DA AMAZÔNIA, CAPTURADA NA SEXTA
NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER
COLÍDER
FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012
FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

4.2.5 Espécies raras

Não foram registradas espécies consideradas raras na sexta fase do monitoramento.

4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas

Não foram registradas espécies migradoras dentre os mamíferos em nenhuma das


seis primeiras fases do monitoramento.

4.2.7 Espécies Bioindicadoras

As espécies que talvez melhor se “encaixem” como bioindicadoras para a situação


local podem ser aquelas de hábitos aquáticos e semi-aquáticos, exatamente por
estarem diretamente relacionadas aos impactos de um represamento. Entre essas
espécies destacam-se: a lontra (Lontra longicaudis), a ariranha (Pteronura
brasiliensis), a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e a paca (Cuniculus paca). A
capivara é um animal que geralmente se adapta bem a maiores alterações
ambientais, especialmente em empreendimentos hidrelétricos. Essa espécie pode ser
afetada positivamente com a presença de um lago, tendo aumento em suas
populações, podendo causar até mesmo prejuízos econômicos e sanitários. Além das
espécies ligadas ao ambiente aquático, as espécies florestais também sofrem
impactos ligados à supressão dos ambientes florestados e em especial às margens dos
rios. Em especial os primatas podem ser considerados bons indicadores por serem

91
exclusivamente florestais, sofrendo bastante com a descaracterização, a
fragmentação e a redução florestal. Além desses dois grupos, a presença dos
carnívoros na área de estudo, em especial as espécies de maior porte podem indicar a
qualidade ambiental.

4.2.8 Espécies exóticas

Não foram registradas espécies exóticas vivendo de forma livre nas áreas de estudo
durante a sexta fase de campo.

4.2.9 Espécies cinegéticas

Algumas espécies registradas nessa sexta fase podem ser consideradas cinegéticas,
como por exemplo: o veados Mazama gouazoubira. Além dessa, a anta (Tapirus
terrestris), o cateto (Pecary tajacu) e o queixada (Tayassu pecari), sofrem constante
pressão de caça. Essas espécies são frequentemente caçadas em qualquer região
onde ocorram (WCS 2004; Chiarello 2000). Essas espécies são registradas com
frequência e estavam presentes na área de estudo durante a sexta campanha.
Inclusive, foi registrada uma anta (T. terrestris) morta à tiros na estrada de acesso à
usina (Foto 28), exatamente para onde foi relatado na campanha anterior a presença
de caçadores que trabalham nas obras da usina, sendo apresentadas fotografias dos
mesmos no momento do flagrante. Deve-se mencionar que a equipe de
monitoramento acumulou diversas observações de anta na parcela da área-controle, e
é possível que este animal abatido seja um dos frequentemente observados durante o
estudo.

92
FOTO 28 – A ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO E CONTINUA
SENDO CAÇADA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, POR FUNCIONÁRIOS DAS EMPREITEIRAS
FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

4.2.10 Espécies de importância econômica

Algumas espécies podem ter alguma importância econômica como por exemplo os
macacos do gênero Cebus, que podem causar algum prejuízo econômico em
plantações de mandioca, milho e cana-de-açúcar. As espécies carnívoras podem
também ter importância econômica uma vez que podem se alimentar de animais
domésticos causando alguma forma de prejuízo para moradores locais. As capivaras
em casos de grandes populações podem invadir plantações e causar dano econômico.

4.2.11 Espécies de risco epidemiológico

Embora o morcego-vampiro (Desmodus rotundus) possa ser um importante vetor do


vírus da raiva, essa espécie só foi registrada em uma das fases de campo, podendo
ser considerada pouco abundante. Os primatas pode ser considerados reservatórios
da febre amarela. Além disso, os roedores silvestres podem ser reservatórios de
diversas doenças como a hantavirose e a leptospirose, por exemplo. A anta (Tapirus
terrestris), o queixada (Tayassu pecari) e o cateto (Pecari tajacu) podem ser
reservatórios de doenças como a febre maculosa e a doneça de Lime, sendo
transmitida por seus carrapatos à humanos e à animais domésticos. Esse último
quadro pode se agravar em casos de populações grandes e/ou crescentes, como no

93
caso de grandes populações de capivaras sendo beneficiadas por aproveitamentos
hidrelétricos. Estas espécies são comuns na região e foram constatadas durante a
sexta campanha.

4.2.12 Esforço amostral

O esforço amostral despendido nas seis primeiras fases somou 46 dias de campo,
sendo 10 dias na primeira fase (15 a 24 de fevereiro de 2011), nove dias na segunda
fase (27 de abril a 8 de maio de 2011), sete dias na terceira fase (10 a 17 de julho de
2011), quatro dias na quarta fase (21 a 24 de setembro de 2011) (essa campanha foi
interrompida pela SEMA devido à irregularidades constatadas na obra por parte da
construtora), oito dias na quinta fase (8 a 15 de fevereiro de 2012) e oito dias na
sexta fase (18 a 25 de abril de 2012). Os dias de amostragem sistematizados
permaneceram os mesmos seis dias por fase (exceto na fase 4) e os dias de busca
livre (métodos não sistematizados) variaram conforme a possibilidade em cada
campanha. Os métodos sistematizados são priorizados desde o início da fase, e caso
haja tempo ao final da aplicação dos métodos sistematizados, o restante do período é
destinado à coleta de dados não sistematizados. O esforço amostral dividido por
método é apresentado na Tabela 20.

TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS FASES DO


MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER
Quantidade Nº de Nº dias No de
Método / área áreas amostrais fases Esforço total
amostral amostrais por fase realizadas
Armadilhas Sherman 35 + 15 4.500
3 6 5
+ Tomhawk = 50 armadilhas/noite
Armadilhas de 24 baldes 2.160 baldes/dia
3 6 5
interceptação e queda 240 m 21.600m/dia
360 redes/noite
Redes de neblina 12 3 6 (2 / área) 5
38.880m2/h
Armadilhas 108
1 3 6 6
fotográficas armadilhas/dia

A curva de acumulação de espécies ou curva do coletor, construída considerando-se a


mastofauna amostrada nas seis primeiras fases do monitoramento de fauna começa a
tomar a forma de uma curva estabilizada, uma vez que nessa última fase não foi
acrescentada nenhuma espécie (Gráfico 4). Pela forma da curva pôde-se perceber que
houve um incremento maior de espécies nas primeiras fases do monitoramento,
sendo que a inclinação da curva diminuiu nas últimas fases, mostrando um menor

94
incremento nesse último período. Isso é natural e sugere que a continuidade dos
esforços de amostragem podem mostrar se realmente a curva está se estabilizando.

GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SEIS PRIMEIRAS FASES DO


MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT

4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas

4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras

Na área do canteiro de obras foram registradas 16 espécies de mamíferos silvestres


durante a sexta fase do monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de
H’=2,593. Metade das espécies amostradas no canteiro de obras foi também
registrada nas outras áreas, porém as outras foram registradas exclusivamente nesse
sítio amostral, como por exemplo: o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o
sagui (Mico emiliae), os morcegos (Platyrrhinus sp., Rynophylla pumilio, Pteronotus
parnellii e Phyllostomus hastatus), o cateto (Pecari tajacu) e a jaguatirica (Leopardus
pardalis).

4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório

Na área do reservatório foram registradas 12 espécies durante a sexta fase do


monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,224. Apenas
quatro espécies amostradas no reservatório foram também registradas nas outras
áreas, as outras sete foram registradas exclusivamente nessa área, sendo elas: a
cuíca (Monodelphis brevicaudata), o macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chameck),

95
os morcegos (Trachops cirrhosus e Phyllostomus elongatus), a jaguatirica (Leopardus
pardalis), a onça-pintada (Panthera onca), a ariranha (Pteronura brasiliensis) e o
roedor (Eurioryzomys nitidus).

4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle

Na área controle foram registradas 15 espécies durante a sexta fase do


monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,532. A maior parte
das espécies amostradas na área controle foi também registrada nas outras áreas,
porém algumas foram registradas exclusivamente nesse sítio amostral, como por
exemplo: o bugio (Allouata discolor), o macaco-prego (Cebus apella), os morcegos
(Glossophaga soricina e Phyllostomus discolor), a irara (Eira barbara), o jupará (Potos
flavus) e o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira).

4.2.13.4 Comparação entre as áreas

A maior similaridade entre as áreas amostrais se deu entre a área do canteiro de


obras e a área-controle (30,7%), seguida pela similaridade entre o canteiro de obras
e a área do reservatório (28%) e por último, a similaridade entre o reservatório e a
área-controle (26%) (conforme os resultados da similaridade de Bray-Curtis) (Figura
4).

96
FIGURA 4 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A
SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA UHE COLÍDER. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE
OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE

4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento

Percebe-se uma diminuição tanto na riqueza quanto na diversidade das espécies no


decorrer das seis primeiras fases do monitoramento (Tabela 21 e Gráfico 5). Talvez
isso já seja o reflexo das alterações ambientais oriundas da instalação de um grande
empreendimento como a UHE Colíder.

TABELA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA


ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É
APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES

Área Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6

33 22 24 4 22 16
Canteiro
(3,088) (2,418) (2,571) (1,242) (2,561) (2,593)
30 25 17 5 22 12
Reservatório
(2,17) (2,855) (2,447) (1,445) (2,68) (2,224)
26 12 20 7 17 15
Controle
(2,907) (1,987) (2,728) (1,54) (2,373) (2,532)
45 41 49 13 37 32
Total
(3,219) (2,936) (3,275) (2,261) (2,937) (3,098)

97
Riqueza de espécies entre as fases de
campo
60

50
F1
40
F2

30 F3
F4*
20
F5
10 F6

0
Canteiro Reservatório Controle Total

GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO


MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO DECORRER DO
TEMPO
NOTA: F1 = 1ª FASE DE CAMPO, F2 = 2ª FASE DE CAMPO, ... , F4* = 4ª FASE DE CAMPO (FASE DE
CAMPO INTERROMPIDA), ..., F6 = 6ª FASE DE CAMPO

4.2.13.6 Pequenos mamíferos

Nesta sexta fase de campo foram capturados apenas três pequenos mamíferos,
representados por duas espécies. A espécie mais abundante foi o marsupial
Monodelphis brevicaudata, contando com 66,6% das capturas, seguido pelo roedor
Eurioryzomys nitidus (33,3%) (Tabela 22 e Gráfico 6).

TABELA 22 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO


MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS
POR ÁREA DE ESTUDO

Espécies Canteiro de obras Reservatório Controle Total

AB % AB % AB % AB %

Monodelphis brevicaudata 0 0 2 66,6 0 0 2 66,6


Eurioryzomys nitidus 0 0 1 33,3 0 0 1 33,3
Total 0 3 0 0

98
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS DURANTE A
SEXTA FASE DO MONITORAMENTO

4.2.13.7 Morcegos

Nesta sexta fase do monitoramento foram capturados 42 morcegos, representados


por 13 espécies. A espécie mais abundante foi Carollia perspicillata, contando com
26,2% das capturas, seguida por Artibeus obscurus (23,8%) e A. planirostris
(11,9%). As demais espécies representaram menos que 10% das capturas (Tabela 23
e Gráfico 7).

TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO,


SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE
ESTUDO
Canteiro Controle Reservatório Total
Espécie
Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %
C. perspicillata 5 27,8 6 42,9 0 0 11 26,2
A. obscurus 1 5,6 4 28,6 5 50 10 23,8
A. planirostris 3 16,7 1 7,1 1 10 5 11,9
A. lituratus 2 11,1 0 0,0 1 10 3 7,1
R. pumilio 3 16,7 0 0,0 0 0 3 7,1
D. gnomus 0 0,0 1 7,1 1 10 2 4,8
P. parnellii 2 11,1 0 0,0 0 0 2 4,8
G. soricina 0 0,0 0 0,0 1 10 1 2,4
P. discolor 0 0,0 0 0,0 1 10 1 2,4
Platyrrhinus sp. 1 5,6 0 0,0 0 0 1 2,4
P. hastatus 1 5,6 0 0,0 0 0 1 2,4
T. cirrhosus 0 0,0 1 7,1 0 0 1 2,4
P. elongatus 0 0,0 1 7,1 0 0 1 2,4
Total 18 14 10 42

99
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A SEXTA FASE DO
MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT

4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte

Nesta sexta fase de campo foram registradas 17 espécies de mamíferos de médio e


grande porte. A espécie mais abundante foi o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles
marginatus), contando com 17,2% dos registros, seguido pela anta (Tapirus
terrestris) que contou com 13,8% dos registros e pelo graxaim (Cerdocyon thous)
contando com 10,3% dos registros. As demais espécies contaram com menos que
10% dos registros (Tabela 24 e Gráfico 8).

TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA QUINTA FASE


DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E
DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO
Canteiro Reservatório Controle Total
Espécie
Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %

A. marginatus 3 30 0 0 2 14,3 5 17,2

T. terrestris 1 10 0 0 3 21,4 4 13,8

C. thous 1 10 0 0 2 14,3 3 10,3

T. pecari 1 10 0 0 1 7,1 2 6,9

E. barbara 0 0 0 0 2 14,3 2 6,9

P. brasiliensis 0 0 2 40 0 0,0 2 6,9

M. gouazoubira 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

P. onca 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

A. discolor 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

C. apella 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

M. emiliae 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

T. tetradactyla 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

100
P. flavus 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

C. mollock 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

P. tajacu 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

A. chameck 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

L. pardalis 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4


Total 10 5 14 29

GRÁFICO 8 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE


REGISTRADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE
COLÍDER, MT

4.2.14 Considerações finais

Nessas primeiras seis fases do monitoramento foi amostrada uma gama de 85


espécies, que acrescentadas aos esforços do EIA, a riqueza de espécie soma um
montante de 112 espécies. Esse é um bom número e as amostragens se mostram
iniciando a fase de assíntota na curva amostral. Esse quadro indica que maiores
esforços poderão mostrar se essa curva realmente se estabilizará ou ainda aumentará
em função de novas espécies a serem registradas. Merecem destaque as espécies
ameaçadas e as endêmicas apresentadas acima. Essas espécies caracterizam a região
de estudo como portadora de uma importante fauna de mamíferos, contando com
muitas espécies características da porção sul da Amazônia. Portanto, apesar dos
impactos de grandes proporções a serem causados pelo enchimento do reservatório,
os ambientes naturais restantes deverão ser conservados.

101
5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS

5.1 HERPETOFAUNA

CARVALHO, M. A. Composição e História Natural de uma Comunidade de


serpentes em Área de Transição Amazônia-Cerrado, Ecorregião Florestas
Secas do Mato Grosso, município de Claudia, Mato grosso, Brasil. 91 p. Tese
(Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Faculdade de Biociências,
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.
CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em
amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17:
729-749. 2000.
CLARKE, K.R. & GORLEY, R.N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-
E:Plymouth. 91 p.
COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of
Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's
Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).
DUFRÊNE, M. & LEGENDRE, P. 1997. Species assemblages and indicator species: the
need for a flexible asymmetrical approach. Ecological monographs v. 67, n.3, p.
345-366.
HEYER, W.R.; M.A. DONELLY; R.W. MCDIARMID & M.S. FOSTER, 1994. Measuring
and Monitoring Biological Diversity. Standard methods for Amphibians.
Smithsonian Institution Press, Washington and London, 364p.
KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.
MARTINS, M. & OLIVEIRA, E.M. 1998. Natural history of snakes in Forests of the
Manaus Region, Central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History 6: 78-
150
MARTINS, F.R. & SANTOS, F.A.M. 1999. Técnicas usuais de estimativa da
biodiversidade. Holos 1:236-267.
MARTINS, M., ARAUJO, M.S., SAWAYA, R.J. & NUNES, R. 2001. Diversity and
evolution of macrohabitat use, body size and morphology in a monophyletic group of
Neotropical pitvipers (Bothrops). J. Zool. 254(4):529-538
RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo
de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V.
RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo
para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie
Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.
SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R.
& Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida
silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.

102
SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural
history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern
Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.
SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer,
W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.).
Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for
Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.
VANZOLINI, P. E., RAMOS-COSTA, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das
Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.

5.2 AVIFAUNA

BIBBY, C. J.; BURGESS, N. D.; HILL, D. A. 1992. Bird Census Techniques. 257p.
Great Britain: Academic Press.
BLONDEL, J.; FERRY, C.; FROCHOT, B. 1970. La method des indices ponctuels
d’abondance (I.P.A.) ou des relevés d’avifaune par “stations d’écoute”. Alauda 38:
55-71.
BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do
Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização
Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.

BOUTE, P.; CARLOS, B. 2007. Lista Preliminar das Aves do Estado de Mato Grosso.
Cuiabá: Ed. própria.
CARVALHO, M. A., 2006. Composição e história natural de uma comunidade de
serpentes em áreas de transição Amazônia-Cerrado, ecorregião florestas
secas de Mato grosso, Município de Cláudia, Mato Grosso, Brasil. Tese de
Doutorado, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 92 p
CBRO – COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS. 2011. Lista das
Aves do Brasil, versão 2011. Disponível em: <http://www.cbro.org.br>. Acesso
em: 12 fev. 2011.
CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em
amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17:
729-749. 2000.
CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas
de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia
Mello Leitão 11/12: 229-247.

CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F.


H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-
874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da
fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo
Horizonte.

103
CLARKE, K. R. & GORLEY, R. N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-
E: Plymouth. 91 p.
COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of
Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's
Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).
CRISTALINO. 2007. Lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e Parque Estadual
do Cristalino. Alta Floresta: Hotel Floresta Amazônica e Cristalino Jungle Lodge.
CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological
consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-
144.
DAVIS, J.; LANG, A. 2003. Revisão da lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e
Parque Estadual do Cristalino baseada em relatórios de birders. Alta Floresta:
Cristalino Jungle Lodge.
DI-BERNARDO, M.; M. BORGES-MARTINS; R.B. OLIVEIRA & G.M.F. PONTES. 2007.
Taxocenoses de serpentes de regiões temperadas do Brasil. In: L.B. NASCIMENTO;
A.T. BERNARDES & G.A. COTTA (Eds). Herpetologia no Brasil 2. PUCMG. Belo
Horizonte.
GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials,
Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago
Press.
GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida
Silvestre, Montevideo, 339p.
HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T.
L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J.
& WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência
e Cultura 51(5/6): 372-385.
JGP CONSULTORIA E PARTICIPAÇÕES LTDA. 2009. Estudo de Impacto Ambiental
do Aproveitamento Hidrelétrico Colíder – 300 MW, Rio Teles Pires. São Paulo:
Contrutora Andrade Gutierrez S.A., Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. –
ELETRONORTE, e Furnas Centrais Elétricas S.A.
KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.
LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas
protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R.
A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford,
J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo
Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional
Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.
LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia:
Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications
for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.
MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal:
subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora
UFMS, Campo Grande.

104
MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A. & ENDO, W. 2000. Seasonal activity of snakes in
the Atlantic forest in southeastern Brazil. Amphibia-Reptilia 22: 103-111.
MOURA-LEITE, J. C.; BÉRNILS, R.S. & MORATO, S.A.A. 1993. Método para a
caracterização da herpetofauna em estudos ambientais. Maia, 2: 1-5.
OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis,
N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA,
Londrina.
OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil.
Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de
Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.
PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003.
Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202.
In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em
biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR,
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.
PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities.
Biological Conservation 54: 47-59.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R.
Reis, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do
Brasil. SEMA, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil.
Nélio R. Reis, Londrina.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1989. The Birds of South America. Vol I. The Oscine
Passerines. Austin: University of Texas Press.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1994. The Birds of South America. Vol II. The
Suboscine Passerines. Austin: University of Texas Press.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 2009. Songbirds of South America. The Passerines.
Austin: University of Texas Press.
ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-
66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do
Brasil. SEMA, Londrina.
van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A
taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the
description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from
Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.
RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo
de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V.
RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo
para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie
Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.

105
SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R.
& Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida
silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.
SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural
history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern
Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.
SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer,
W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.).
Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for
Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.
SEPLAN – SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL.
2001. Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico (ZEE) do Estado de Mato
Grosso. Cuiabá: PRODEAGRO.
VANZOLINI, P. E., Ramos-Costa, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das
Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.
VIELLIARD, J. E. M.; SILVA, W. R. 1990. Nova metodologia de levantamento
quantitative da avifauna e primeiros resultados no interior do Estado de São Paulo,
Brasil. Pp. 117-151. In: MENDES, S. (ed.). Anais do IV Encontro de Anilhadores
de Aves. Recife: Editora da Univ. Federal Rural de Pernambuco.
VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros
brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.
WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La
Paz.
ZIMMER, K. J.; PARKER III, T. A.; ISLER, M. L.; ISLER, P. R. 1997. Survey of a
southern Amazonian avifauna: the Alta Floresta Region, Mato Grosso, Brazil.
Ornithological Monographs, 48:887-918.

5.3 MASTOFAUNA

BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do
Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização
Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.

CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas
de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia
Mello Leitão 11/12: 229-247.

CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F.


H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-
874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da
fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo
Horizonte.

106
CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological
consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-
144.
GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials,
Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago
Press.
GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida
Silvestre, Montevideo, 339p.
HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T.
L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J.
& WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência
e Cultura 51(5/6): 372-385.
LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas
protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R.
A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford,
J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo
Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional
Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.
LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia:
Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications
for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.
MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal:
subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora
UFMS, Campo Grande.
OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis,
N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA,
Londrina.
OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil.
Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de
Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.
PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003.
Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202.
In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em
biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR,
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.
PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities.
Biological Conservation 54: 47-59.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R.
Reis, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do
Brasil. SEMA, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil.
Nélio R. Reis, Londrina.

107
ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-
66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do
Brasil. SEMA, Londrina.
van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A
taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the
description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from
Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.
VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros
brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.
WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La
Paz.

108

Você também pode gostar