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CÁLCULOS DAS TÉCNICAS RADIOLÓGICAS

Para obtermos uma imagem radiográfica de qualidade, além do correto


posicionamento do paciente devemos estar atentos também aos fatores
radiográficos. Devemos utilizar a técnica correta e específica de cada
exame, respeitando os padrões de segurança e tolerância do organismo.

São elementos formadores das técnicas:

 kV = Quilovolt;
 mA = Miliamperagem;
 s = Tempo de Exposição em segundos;
 D = Distância em cm;
 K = Constante do aparelho.

Existem também outros fatores, como por exemplo: o tipo de Écran, o uso
ou não de grades, o EFEITO ANÓDICO e as condições do químico usado
para a revelação do filme.

kV (Tensão)
Fator radiográfico que representa a qualidade dos raios-x, determina o
poder de penetração e o contraste. O contraste é responsável pela
imagem preta e branca na radiografia, muito contraste significa uma
imagem preta, chamada popularmente de “queimada”, e pouco contraste
significa uma imagem branca;

Vale ressaltar que quanto mais kV, maior será o poder de penetração.

O kV é o principal fator de controle da imagem.

Calcula-se o kV através da fórmula:

kV = e x 2 + K
Onde: kV é o fator que se deseja obter, multiplica-se a “e” (espessura) por
2 e soma-se com a “K” (constante do aparelho).

Exemplo:

kV = ? kV = 2 x 20 + 30

e = 20 cm, K = 30 kV = 40 + 30

kV = 2 x e + K Resposta: kV = 70.

Para encontrarmos a espessura da região a ser radiografada “e”, utilizamos


um instrumento chamado “ESPESSÔMETRO”, que deve ser posicionado no
ponto onde entra o RC (Raio Central).
mAs (Corrente)
O mAs é responsável pela densidade. Densidade é aquela imagem
referente ao contorno da estrutura do osso, por exemplo, quando numa
radiografia fica evidenciada o contorno da musculatura e tudo o que não for
osso, significa que houve pouca densidade. A densidade é responsável pela
eliminação de partes moles, portanto, se o técnico quiser produzir uma
imagem óssea com bastante detalhe e qualidade, deve colocar mais mAs e
menos kV.

O mAs é resultado da multiplicação do fator mA, pelo valor do fator s


(tempo).

Por exemplo, se o botão do mA estiver no 200 e o botão do s no 0,25


segundos, o mAs será igual a 50, se colocarmos o mA no 500 e o tempo no
0,10, também teremos 50 mAs. O objetivo dessa técnica é diminuir o
tempo sem alterar o valor do mAs, pois quando maior o tempo maiores são
as chances do paciente se mexer durante a produção da imagem.

Nos aparelhos mais recentes o comando mA e s já vem integrado.

Calcula-se o mAs através da fórmula:

mAs = mA x t
Onde: mAs = é o fator que se deseja obter, o mA (miliampére) multiplica-
se pelo t (tempo).

Exemplo:

mAs = ? t = 0,5 s

mAs = mA x t mAs = 300 x 0,5

mA = 300
Resposta: mAs = 150

O cálculo do mAs pode ser obtido através da expressão matemática:


KV x CMR = mAs, onde:

CMR = Constante Miliamperimétrica Regional.

A CMR é atribuída aos diferentes tecidos e órgãos do corpo humano.

TECIDOS / ÓRGÃOS: CMR


OSSOS = 1.0
PARTES MOLES = 0.8
PULMÕES = 0.03
Dfofi (Distância foco-filme)
Como o próprio nome diz, é o fator radiográfico que determina a distância
entre o foco e o filme, em outras palavras, relaciona-se com a quantidade
de raios-x que saindo do foco chega até o filme. Essa quantidade é
inversamente proporcional ao quadrado da distância e é um fator que
não está relacionado diretamente com a mesa de comando. De acordo com
a Lei de Kepler, ao dobrarmos a distância foco-filme, teremos que
quadruplicar a intensidade da radiação, para que possamos obter uma
radiografia de padrões semelhantes.

Lembre-se, a distância é medida em cm ou mt, sendo mais comumente


usada à distância de 100cm (01 metro).

Efeito Anódico
Fenômeno que explica a quantidade maior de radiação no lado do CÁTODO.
Este efeito esta relacionado ao ângulo de inclinação do alvo ou pista de
choque dos elétrons no ÂNODO (+). Sendo assim, o CÁTODO (-) sempre
deve estar voltado para a região de maior densidade.

Por exemplo: Em uma radiografia do joelho em AP, o CATÓDIO voltado para


o lado da coxa, por ser a região adjacente mais densa.

Em outras palavras, o efeito anódico descreve um fenômeno em que a


intensidade da radiação emitida pelo CÁTODO (-) do emissor de raios X é
maior do que a do ÂNODO (+).

Isso se deve ao fato de o ângulo da face do ÂNODO sofrer grande


atenuação ou absorção de raios X pelo terminal do ÂNODO.
Estudos mostram que a diferença de intensidade do CÁTODO para o
ÂNODO no feixe de raios X pode variar de 30% a 50%, dependendo do
ângulo alvo.

Em geral, quanto menor o ponto focal, maior o efeito anódico.

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