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Equipamentos e Parâmetros de Medição

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Equipamentos e Parâmetros de Medição;
• Configuração dos Equipamentos;
• Leitura e Interpretação de Relatórios e Histogramas.

Fonte: iStock/Getty Images


Objetivos
• Demonstrar os equipamentos e parâmetros de medição de ruído.;
• Fornecer as noções básicas para configuração dos equipamentos de medição;
• Capacitar o aluno para leitura e interpretação de relatórios de dados e histogramas.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Contextualização
Diversos aspectos devem ser observados para a realização de uma avaliação de
ruído.É muito importante selecionar e configurar adequadamente o equipamento de me-
dição, visto que ele fornecerá os níveis de ruído do ambiente avaliado. Não somente isto,
mas a certificação e calibração, também, interferem diretamente nos resultados obtidos.

Além dos equipamentos de medição, deve-se compreender e interpretar uma série de


parâmetros que servirão como base para uma tomada de decisão quanto ao ruído. Estes
parâmetros precisam ser cuidadosamente estudados para que a avaliação tenha sucesso.

Uma avaliação de ruído bem realizada e registrada adequadamente serve como base
para a elaboração de diversos documentos de segurança, inclusive, para apresentação
aos órgãos fiscalizadores e outros aos quais interessar.

De modo contrário, uma avaliação de ruído mal feita pode acarretar diversos prejuízos
às partes interessadas, resultando em doenças e acidentes envolvendo os trabalhadores,
comprometimento da imagem e credibilidade da empresa e do profissional responsável
pela avaliação, entre outras possibilidades.

Segue mais um vídeo do Napo para reflexão.

Assista ao vídeo e reflita com Napo em: https://youtu.be/rkbat5wUWo4

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Equipamentos e Parâmetros de Medição
Equipamentos de Medição de Ruído
Um sistema básico de medição de ruído é composto por um microfone, pré-ampli-
ficadores, circuitos de compensação ou filtros de frequências/bandas, um amplificador,
um detector RMS e um sistema de saída. (GERGES, 2000)

Detector Saída

Microfone

Preamplificador Amplificador
RMS
A, B, C, D Detector
Linear

Circuitos
Filtros Constante “Hold”
“R” / “L”

Figura 1 – Sistema básico para medição de ruído

O microfone é o dispositivo responsável por captar a grandeza física da pressão


acústica e transformá-la em sinal elétrico. Deve-se tomar cuidado com interferências
causadas por ventos, através do uso de protetor de espuma, com células abertas, que é
posicionado sobre o microfone. (GERGES, 2000)

O sinal elétrico captado pelo microfone passa pelo sistema do equipamento e recebe
as correções dos circuitos de compensação (A, B, C ou D) e/ou filtros de bandas, forne-
cendo uma resposta (rápida ou lenta) de saída, que pode ser analógica ou digital.Outro
aspecto a ser considerado é que os equipamentos de medição devem seguir a normas
ou especificações internacionais de fabricação. (GERGES, 2000)

Medidores de Nível de Pressão Sonora


Também conhecidos como decibelímetros ou sonômetros, os medidores de níveis de
pressão sonora são instrumentos utilizados para medir o NPS instantâneo. Podem ser
do tipo simples, que fornecem apenas o nível global em dB(A), ou medidores sofisticados
com recursos para leitura em dB (linear A, B, C ou D), dB impulso, dB pico, ou outras
escalas. (GERGES, 2000; SALIBA, 2018)

Atualmente existem aplicativos para smartphones que medem o nível de pressão


sonora. A Figura 2 mostra um decibelímetro digital, medindo 42,3dB(A), e ao seu lado,
um aplicativo de smartphone medindo 42,5dB(A), ambos com a mesma configuração.

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Figura 2 – Comparação dos níveis de pressão sonora exibidos


entre um aplicativo do smartphone e um decibelímetro
Fonte: Acervo do Conteudista

Os aplicativos de smartphones podem ser utilizados nas medições de níveis de pressão


sonora em uma empresa?

Analisadores de Frequência
Analisadores de frequência são acessórios que podem ser integrados ou acoplados
aos medidores de nível de pressão sonora para obterem o espectro sonoro, ou seja, o
nível de pressão sonora em determinada frequência. A análise da frequência do NPS au-
xilia na tomada de medidas de controle, vez que a seleção de materiais isolantes depende
desta análise, e também pode ser útil no cálculo de atenuação de protetores auditivos.
(SALIBA, 2018)

Dosímetros
Os dosímetros são equipamentos utilizados para a medição da dose de ruído (ou efei-
to combinado) durante a jornada de trabalho, principalmente quando o ruído é variável
(GERGES, 2000). Atualmente existem vários modelos de dosímetros no mercado, com
ou sem cabo, que fornecem, além da dose, outros parâmetros necessários na avaliação
de ruído. Os dados medidos podem ser impressos com histogramas. (SALIBA, 2018)

Calibradores
Os equipamentos medidores de ruído devem ser calibrados em campo, antes e após
cada medição. Para isso, utiliza-se uma fonte padrão que emite som na frequência de
1.000Hz. A intensidade emitida pelo calibrador pode ser de 94dB, 114dB, ou outro
valor, de acordo com a marca do calibrador. (SALIBA, 2018)

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Antes de iniciar a medição, calibra-se o equipamento para garantir a precisão da
medição. Durante a calibração, caso o equipamento apresente valor diferente do nível
emitido pelo calibrador, é possível ajustá-lo. Após a medição, conecta-se o calibrador ao
equipamento para verificar se houve variação entre a calibração inicial e final. Caso a
variação seja de ±1dB, a medição deve ser descartada. (SALIBA, 2018)

Figura 3 – Dosímetro modelo Simpson 897 Figura 4 – Dosímetro modelo


com fio e calibrador acústico Casella Cel-35X sem fio
Fonte: Acervo do Conteudista Fonte: Acervo do Conteudista

Figura 5 – Dosímetro modelo Simpson 897 com Figura 6 – Mesmo equipamento, após
microfone conectado ao calibrador, antes da calibração, ajuste manual da calibração, apresentando
apresentando leitura de 94,2dB para 94dB emitido leitura de 94,0dB para 94dB emitido
Fonte: Acervo do Conteudista Fonte: Acervo do Conteudista

Sobre a seleção do equipamento para a medição em: https://youtu.be/XBObMj44Z6I

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Certificação dos Equipamentos


Os medidores de ruído e calibradores devem ser calibrados e certificados periodicamen-
te em laboratórios especializados. Conforme a NBR-10151/00, a certificação deve ser
da Rede Brasileira de Calibração (RBC) do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (INMETRO), renovado, no mínimo, a cada dois anos (SALIBA,
2018). A calibração e certificação podem ocorrer em tempo menor, geralmente a cada um
ano, ou conforme a necessidade, quando ocorrerem situações que podem comprometer a
integridade dos componentes, por exemplo: quedas, manutenções etc.

O site do Inmetro para descobrir quais laboratórios são acreditados para realizar a calibração
de equipamentos acústicos em: https://goo.gl/Q6jW5z

Parâmetros da Avaliação de Ruído


Como já mencionado na unidade 2, considera-se ruído contínuo aquele cuja variação de
nível de pressão sonora varia ± 3dB durante um período longo de observação (maior que
15 minutos). O ruído intermitente possui variação igual ou maior que ± 3dB em curtos in-
tervalos de tempo (menor que 15 minutos) e superior a 0,2 segundos (SALIBA, 2018). Do
ponto de vista ocupacional, não há diferenciação entre o ruído contínuo e o ruído intermi-
tente. Portanto, considera-se ruído contínuo ou intermitente o ruído que não é de impacto
(BRASIL, 1978). Já o ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica
de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo. (BRASIL, 1978)

Para se avaliar os níveis de ruído contínuo e intermitente ou de impacto, deve-se com-


preender os parâmetros de medição envolvidos que serão abordados a seguir.

Dose Equivalente de Ruído ou Efeitos Combinados


Quando ocorrem dois ou mais períodos de exposição a diferentes níveis de ruído, de-
ve-se considerar os seus efeitos combinados (BRASIL, 1978). O cálculo do efeito com-
binado, ou dose equivalente de ruído, é obtido através da soma das seguintes frações:

C1 C C C
D  2  3  n
T1 T2 T3 Tn
Onde:
• D é dose equivalente de ruído;
• Cn é o tempo total de exposição a um nível específico;
• Tn é a duração total permitida neste nível, conforme a tabela do Anexo I da NR-15.

Caso o resultado da dose equivalente seja superior à unidade ou 100%, o limite de


tolerância terá sido ultrapassado.

Ou seja, a dose é um parâmetro utilizado para caracterizar a exposição ao ruído, expres-


so em porcentagem de energia sonora, tendo como referência o valor máximo da energia

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sonora diária admitida, definida com base em outros parâmetros pré-estabelecidos: fator
de duplicação de dose, critério de referência e nível limiar de integração. (BRASIL, 2001)

Fator (ou Incremento) de Duplicação de Dose (q) ou Exchange Rate (ER)


Segundo a Norma de Higiene Ocupacional 01 (NHO-01) da Fundacentro, órgão de
pesquisas do Ministério do Trabalho, é o incremento em decibéis que, quando adicio-
nado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução
para a metade do tempo máximo permitido(BRASIL, 2001).Ou seja, a quantidade de
decibéis que representa a duplicação da intensidade do ruído.

Observe parte da tabela de limites de tolerância do Anexo 1 da NR-15:

Tabela 1 – NORMA REGULAMENTADORA 15 - Atividades e Operações Insalubres


ANEXO I - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente
NÍVEL DE RUÍDODB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIAPERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
Fonte: elaborada pela autora.

Para um nível de ruído de 85,0 dB(A), são permitidas 8 horas de trabalho. Já para
90,0 dB(A), são permitidas 4 horas de trabalho. É possível observar que quando acres-
centado 5,0 dB(A), a máxima exposição diária permissível se reduz à metade. Logo, o
fator de duplicação de dose do Anexo 1 da NR-15 é de 5,0 dB(A).

Algumas normas utilizam o incremento de duplicação de dose q=3, inclusive, a pró-


pria NHO-01. Essa diferença implica em diferentes abordagens e resultados nas medi-
ções de ruído.

Sobre a diferença entre os incrementos q=3 e q=5 em: https://goo.gl/6XoS4H

Qual incremento de dose deve ser utilizado para elaboração dos programas de segurança?

Critério de Referência (CR) ou Criterion Level (CL)


Conforme a NHO-01, critério de referência é o nível médio para o qual a exposição,
por um período de 8 horas, corresponderá a uma dose de 100%. No caso do Anexo 1
da NR-15, trata-se do limite de tolerância que é 85,0 dB(A). (BRASIL, 2001)

Nível Limiar de Integração (NLI) ou Threshold Level (TL)


É o nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados na integração
para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição. Ou seja, a partir de
qual nível de ruído o instrumento irá medir. Níveis abaixo do nível limiar de integração
são desconsiderados nos cálculos. (BRASIL, 2001)

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Nível Equivalente de Ruído (Neq), ou Equivalent Level (Leq),


ou Average Level (Lavg), ou Nível de Exposição (NE)
O nível equivalente é o nível médio baseado na equivalência de energia (BRASIL,
2001). Ou seja, representa os níveis de pressão sonora médios ao longo do tempo, de-
finido pela seguinte expressão (SALIBA, 2018):

Para fator de duplicação de dose q=5:

D x8
Lavg  16, 61 x log  85
T

Para fator de duplicação de dose q = 3:

D x8
Leq  10 x log  85
T

Onde:
• Lavg / Leq são os níveis equivalentes de ruído;
• D é a dose equivalente em fração decimal, ou seja, o valor obtido pelo instrumento
de medição deve ser dividido por 100;
• T é o tempo de medição.

Média Ponderada no Tempo ou Weighted Average Sound Level (TWA)


O nível equivalente de ruído para 8 horas é denominado TWA (Weighted Average
Sound Level) e é obtido pelas seguintes equações (SALIBA, 2018):

Para q = 5:
TWA = 16,61 x log D + 85

Para q = 3:
TWA = 10 x log D + 85

Exemplos:

1) Um trabalhador fica exposto aos seguintes níveis de ruído durante a jornada


de trabalho:
• Situação 1: 85,0 dB(A) por 05 horas. Máxima exposição (NR-15) de 08 horas;
• Situação 2: 87,0 dB(A) por 02 horas. Máxima exposição (NR-15) de 06 horas;
• Situação 3: 92,0 dB(A) por 01 hora. Máxima exposição (NR-15) de 03 horas.

Qual o nível de ruído ao qual o trabalhador está submetido? Está acima do limite de
tolerância?

Solução:

Conforme a NR-15, quando houver várias situações de exposição, deve-se calcular


a dose:

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Como a exposição do trabalhador é de 08 horas, a fórmula do nível equivalente de ruído
pode ser simplificada (cortando o 8 com o T, pois T é 8 horas) e obtém-se a fórmula do TWA:
Lavg ou TWA = 16,61 x log D + 85 = 16,61 x log 1,29 + 85 = 86,8 dB(A)

Considerando que o limite de tolerância é de 85,0 dB(A) para 08 horas de exposição,


este foi ultrapassado.

2) E se os níveis de exposição ao ruído forem menores que 85,0 dB(A), ou seja,


que o tempo máximo de exposição diária permissível não estão listados no Anexo 1
da NR-15? Neste caso, utiliza-se a seguinte fórmula para se obter o tempo máximo de
exposição permissível:

8
T L
 17
5
2
Onde:
• T é o tempo máximo de exposição permissível em horas;
• L é o nível de ruído.

Um trabalhador fica exposto aos seguintes níveis de ruído durante a jornada de trabalho:
• Situação 1: 85,0 dB(A) por 05 horas.
• Situação 2: 81,0 dB(A) por 03 horas.

Qual o nível de ruído ao qual o trabalhador está submetido? Está acima do limite de
tolerância?

Solução:

Primeiramente é necessário descobrir qual o limite máximo de exposição diária per-


missível para 81,0 dB(A).

8 8
T L
 81
 13, 9 horas
 17  17
5 5
2 2

Em seguida, proceder ao cálculo da dose e do nível equivalente de ruído:

C1 C C C 5 3
D  2  3  n    0, 63  0, 22  0, 85  85%
T1 T2 T3 Tn 8 13, 9

Lavg ou TWA = 16,61 x log D + 85 = 16,61 x log 0,85 + 85 = 83,8 dB(A)

Considerando que o limite de tolerância é de 85,0 dB(A) para 08 horas de exposição,


este não foi ultrapassado.

Nível de Exposição Normalizado (NEN)


Conforme a NHO-01, o nível de exposição normalizado (NEN) é o nível de exposição
(NE) convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para fins de comparação
com o limite de exposição. (BRASIL, 2001)

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Para q = 5:

TE
NEN  NE  16, 61 log
480
Para q = 3:

TE
NEN  NE  10 log
480
Onde:
• NEN é o nível de exposição normalizado para comparação com o limite de tolerância;
• NE é o nível de exposição (ou Leq/Lavg);
• TE é o tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

Exemplo:

3) O nível de exposição diária é igual a 92,0 dB(A). Para uma jornada de 05 horas,
ou 300 minutos, qual o nível de exposição normalizado?

Para q = 5:

TE 300
NEN  92  16, 61 log  92  16, 61 log  88, 6 dB ( A)
480 480

As normas da Previdência Social determinam a utilização do NEN para fins de com-


provação do possível direito à aposentadoria especial (SALIBA, 2018).

As nomenclaturas dos parâmetros de medição podem ser diferentes conforme


cada equipamento.

Configuração dos Equipamentos


Os equipamentos de medição de ruído devem ser configurados conforme as normas
vigentes para a avaliação de ruído ocupacional e ambiental. Normalmente, os itens a
serem configurados nos equipamentos são:
• Circuito de ponderação: conforme curvas de compensação A, B, C ou D. No
caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será A.
• Circuito de resposta:determina a rapidez com que o medidor acompanha as
variações nos níveis de ruído. Pode ser lento (“slow”), rápido (“fast”), impulso
(“impluse”) ou pico (“peak”). No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermi-
tente, será lenta (“slow”).
• Incremento de duplicação de dose (q): No caso da NR-15, para ruído contínuo
e intermitente, será 5,0 dB(A).

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• Critério de referência (CR): No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermiten-
te, será o limite de tolerância para 8 horas que é 85,0 dB(A).
• Nível limiar de integração:No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente,
será de 80,0 dB(A), pois se trata do menor nível apresentado na tabela de limites de
tolerância e é o valor do nível de ação mencionado no PPRA na NR-9.
• Faixa de medição mínima (ou “Range”): Faixa de ruído que o aparelho irá medir.
No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será 80 a 115 dB(A), visto
que 80,0 dB(A) é o nível limiar de integração e que 115,0 dB(A) é o nível conside-
rado risco grave e iminente.

Leitura e Interpretação de
Relatórios e Histogramas
Conforme já mencionado, as nomenclaturas dos parâmetros de medição podem ser
diferentes de equipamento para equipamento. Portanto, deve-se atentar ao manual do
equipamento utilizado para que não ocorram erros na leitura e interpretação dos parâ-
metros. Como exemplo, seguem os parâmetros do audiodosímetro Simpson 897:

Tabela 1 – Parâmetros do audiodosímetro Simpson 897


Saída Atual Descrição
Início Data e Hora de início deste período de dados.
A leitura dBA, hora, data e posição selecionada na chave de escala para as 2
posições possíveis na leitura de calibração. Se o dado de saída é somente CAL:
CAL
<sp><sp>?<cr>if então não há calibração armazenada.
No entando o RANGE: pode ser 50/100
DOSE Calcula em porcentagem.
LEQ A média de tempo calculada para 8 horas (TWA) em dBA.
SPL O máximo valor medido em NPS (nível de pressão sonora) para esse período.
Lc Nível de Critério.
Th Nível limiar em dB.
Rt Taxa de troca.
ID Número de identificação da unidade.
PK Número de picos de 140 dB.
ET Tempo decorrido em modo “RUN” (em minutos).
HT Tempo decorrido em modo HOLD.
Fonte: PS Controles Industriais

Os parâmetros configurados no equipamento, antes e após a medição, são regis-


trados em um relatório de medição com histograma (histórico da medição ao longo do
tempo). É de suma importância saber ler e interpretar o relatório e o histograma, pois
através deles é possível obter os resultados da medição e verificar se houve algum erro
na metodologia de avaliação.

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

A seguir, como exemplo, um modelo de relatório de medição e histograma do equi-


pamento Simpson 897.

Figura 7 – Relatório de medição e histograma do equipamento Simpson 897


Fonte: PS Controles Industriais

A leitura e interpretação do relatório e histograma é:


• Criterion (ou critério de referência): 85,0 dB;
• Thershold (ou nível limiar de integração): 80,0 dB;
• Exchange rate (ou fator de duplicação de dose): 5,0 dB;
• Job (ou trabalho): campo para preenchimento da função avaliada;
• Name (ou nome): campo para preenchimento com o nome do trabalhador avaliado;
• Location (ou localização): campo para preenchimento do setor avaliado;
• Start date (ou data de início): data da medição;
• Start time (horário de início): horário de início da medição;
• Calibration (ou calibração): calibração em 114,0 dB, às 08:09h, do dia 06/05/02
em Range (ou faixa de medição) de 80 a 130 dB;
• Calibration (ou calibração):calibração em 94,0 dB, às 08:40h, do dia 06/05/02
em Range (ou faixa de medição) de 50 a 100 dB;
• Measurement summary (resumo da medição): são apresentados os dados obtidos;
• Run time (ou tempo de execução): 00:17, ou seja, foram medidos 17 minutos;

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• Hold time (ou tempo de espera): 00:02, ou seja, o equipamento permaneceu em
modo de espera por 02 minutos;
• Leq: 115,5 dB(A);
• SPL Max (ou nível de pressão sonora máximo da medição): *130,0 dB(A), ou seja,
foram medidos níveis equivalentes ou superiores a 130,0 dB(A). Como a faixa de
medição do equipamento vai até 130 dB, os níveis de ruído acima deste valor não
foram registrados;
• Dose: 108,0%;
• 140 dB Peaks (ou picos iguais ou maiores que 140 dB): 0, ou seja, não houveram
picos equivalentes ou superiores a 140 dB;
• Histograph (ou histograma): são apresentados os tempos de medição, neste caso, a
cada 5 minutos, com os respectivos níveis de pressão sonora médios.

Utilização de Softwares dos Equipamentos

Os equipamentos que possuem softwares permitem a visualização dos parâmetros da


medição no computador. São utilizados os mesmos princípios da leitura e interpretação
dos relatórios e histogramas, onde é necessário verificar no manual a nomenclatura de
cada parâmetro.

Segue a interface de configuração do equipamento DOS 600:

Figura 8 – Interface de configuração do equipamento DOS 600


Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição

Abaixo, um modelo de relatório de dados e um histograma do equipamento DOS 600:

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Figura 9 – Relatório de dados do equipamento DOS 600


Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição

Figura 10 – Histograma do equipamento DOS 600


Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição

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Sobre a configuração e operação do software do equipamento DOS 500 em:
https://youtu.be/V8lGT5i-Dy8

O fabricante fornecerá todas as informações necessárias ao entendimento do funcio-


namento do equipamento de medição.

Os aplicativos de smartphones podem ser utilizados nas medições de níveis de


pressão sonora em uma empresa?
Resposta: Os aplicativos de smartphones só podem ser usados em medições não
oficiais. Eles fornecem uma ideia do nível de ruído do local avaliado, porém, por não
possuir certificação e calibração, não podem ser utilizados para fins oficiais e legais.
Qual incremento de dose deve ser utilizado para elaboração dos programas
de segurança?
Resposta: Ainda que o q=3 seja mais protetivo que o q=5, a legislação brasileira
adota o q=5. Logo, nos programas de segurança e qualquer outra finalidade oficial
e legal, deve-se utilizar q=5. Se a NHO-01 for regulamentada na NR-15, alterar-se-
ia o fator de duplicação de dose para q=3.

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UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Como programar o Dosímetro DOS-500 – Itest Medição e Automação
https://youtu.be/V8lGT5i-Dy8
Dosímetro ou Decibelímetro, qual devo usar?
https://youtu.be/XBObMj44Z6I
Napo. Pare esse barulho, episódio 3
https://youtu.be/rkbat5wUWo4

Leitura
Estudo comparativo entre os fatores de duplicação da dose de ruído Q5 e Q3
https://goo.gl/6XoS4H

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Referências
BRASIL. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Normas Regulamentadoras - NR -
do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e
Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06/07/1978. Disponível
em: <http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
-regulamentadoras>. Acesso em: 11/05/2016.

EDITORA SABERES. Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo,


2014 (e-book)

FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues. Acidente do trabalho, doenças


ocupacionais e profissionais: causas que devem ser forçosamente apreciadas pela
justiça do trabalho: seguridade social: controle: Emenda Constitucional para transferir
a competência para a justiça do trabalho para tais causas (ações acidentárias). Revista LTr:
Legislação do Trabalho, São Paulo, v. 74, n. 4, abr. 2010, p. 397-405 (artigo grátis).

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento Técnico - Avalia-


ção da Exposição Ocupacional ao Ruído - NHO 01. São Paulo, 1999. Disponível em:
<http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publica-
cao/detalhe/2012/9/nho-01-procedimento-tecnico-avaliacao-da-exposicao-ocupa-
cional-ao-ruido>. Acesso em: 09/07/2018.

GERGES, S.N.Y. Ruído: Fundamentos e Controle – 2. ed. Santa Catarina: NR Edito-


ra, 2000.

INSTRUTHERM. Manual de instruções – Dosímetro de ruído com USB e datalogger


modelo DOS-600. 2012.

MONTEIRO, Antonio Lopes; BERTAGNI, Roberto Fleury de Souza. Acidentes do tra-


balho e doenças ocupacionais: conceito, processos de conhecimento. 6. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2010.

MICHEL, Oswaldo. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 3. ed.São Paulo:


Ltr, 2008.

PS CONTROLES INDUSTRIAIS. Manual de instruções – Dosímetro de ruídos digital


(RS-232) modelo 897.

RAMAZZINI, Bernardino. As doenças dos trabalhadores. São Paulo: Fundacentro, 1985.

SALIBA, T.M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Ruído: PPRA – 10. ed.
São Paulo: LTR, 2018.

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