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PCA - Programa de Conservação Auditiva

08/08/2022
ÍNDICE

1. OBJETIVO E APLICAÇÃO

2. INTRODUÇÃO

3. GENERALIDADES

4. PROCEDIMENTOS

5. REGISTROS

6. ANÁLISE CRÍTICA DO PROGRAMA

7. RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES

8. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

9. HISTÓRICOS DE REVISÕES
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1 OBJETIVO E APLICAÇÃO

O Programa de Conservação Auditiva é um processo dinâmico e contínuo que tem por objetivo
definir medidas técnicas e administrativas para salvaguardar a capacidade auditiva dos
trabalhadores contra os efeitos potencialmente danosos ha exposições excessivas a ruídos nos
locais de trabalho.

2 INTRODUÇÃO

Estabelecer prioritariamente nas estruturas dos programas (PPRA, PPGR) da RAC existentes ou
novos a ser elaborados uma política de proteção audiológica como medida prevencionista efetiva
contra a PAIR (Perda auditiva induzida pelo ruído), e surdez ocupacional.

Os requisitos para a elaboração, execução e administração do Programa de Conservação Auditiva


estão baseados nos requisitos apresentados pela OSHA (Occupational Safety and Health
Administration) nos USA, que promulgou essas regulamentações depois que a PAIR ocupacional
foi reconhecida como um problema de saúde, onde estão especificados requerimentos mínimos
que as empresas devem cumprir e no que está estabelecido no documento da FUNDACENTRO –
Programa de Proteção Respiratória – Recomendações para Seleção, Manutenção e Uso de
Equipamentos de Proteção Respiratória, como as etapas mínimas que também poderiam ser
aplicadas em um Programa de Conservação Auditiva.

Neste documento apresentam-se Definições/ Critérios e Bases do Programa numa visão ampla e
sistêmica que ira subsidiar o corpo de funcionários da RAC, a conhecer os riscos e medidas
prevencionistas definidas neste procedimento.

3 GENERALIDADES

3.1 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Portaria MTE 3.214/78, NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


Portaria nº 19 de 09/04/98 MTE
Portaria de INSS - Perda Auditiva por Ruído Ocupacional
3.2 DEFINIÇÕES

• Deficiência Auditiva ou Hipoacústica ou surdez: impossibilidade parcial ou total de ouvir


uni ou bilateral, devido a insuficiência ou alteração na acuidade auditiva. Pode ocorrer por
varias causas, sendo temporária ou permanente. As hipoacusias são classificadas em
neurossensorial, mista, de condução, central e psicogênica;
• Dose de Ruído: parâmetro utilizado para caracterização da exposição ocupacional ao ruído,
expresso em porcentagem de energia sonora, tendo por referência o valor máximo da
energia sonora admitida, definida com base em parâmetros preestabelecidos (q-
incremento de duplicação de dose, CR-critério de referência e NLI-nível limiar de
integração);
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• Coordenador do PCA: Responsável pela implementação (ações de análise, avaliação e


controle) do PCA na RAC;
• EPI: Equipamento de Proteção Individual;
• Grupo Similar de Exposição (GSE): corresponde a um grupo de trabalhadores que
experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação
da exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos os
trabalhadores que compõem o mesmo grupo;
• Limite de Tolerância: O limite de tolerância para ruído refere-se ao nível de pressão sonora
e período de exposição, que representa a condição sob a qual se acredita que
praticamente todos os trabalhadores podem ficar expostos repetidamente sem que isso
venha causar efeito adverso à saúde. É expresso como dB (A). De acordo com a Legislação
Brasileira NR-15 Anexo - 01, em relação ao nível de ruído contínuo, o TWA para uma
jornada de 8 horas é de 85 dB (A);
• Medidas de Controle: ações tomadas para eliminar, neutralizar e/ou minimizar os riscos de
exposição aos agentes ambientais. Podem ser de âmbito coletivo (equipamento de
proteção coletiva - EPC) ou individual (equipamento de proteção individual - EPI);
• Nível de Ação (NA): limite de caráter preventivo, que quando superado deverá
desencadear ações preventivas, de forma que as exposições aos agentes não ultrapassem
seus respectivos limites de exposição (NA = ½ TLV);
• Nível de Pressão Sonora (NPS): oscilações mecânicas do som que provocam uma pressão
alternativa sobreposta á pressão atmosférica. É o que chamamos de ruído ou som;
• NRR - Nível de Redução de Ruído: Índice de redução de ruído especificado pelo fabricante
nos protetores auriculares, expresso em dB;
• Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR): decorre de exposição sistemática a níveis de
pressão sonora elevados no ambiente de trabalho. A perda auditiva é sempre
neurosensorial, bilateral e os padrões audiométricos são geralmente similares nos dois
ouvidos. A PAIR só será unilateral em atividades ou situações específicas no trabalho que
possam lesionar seletivamente um ouvido;
• Protetor Auricular: equipamento de Proteção individual para proteção auditiva, utilizado
para atenuar a exposição a níveis de pressão sonora acima dos limites permitidos. Podem
ser:
• Modelo Concha / Fone: envolve o ouvido externo, protege contra o ruído por abafamento
do pavilhão auricular e canal auditivo;

• Modelo Plug (Inserção moldável ou moldada): colocado por inserção na entrada do canal
auditivo externo, protege contra o ruído por tamponamento;
• Ruído: som indesejável, prejudicial à saúde humana, que causa sensação desagradável e
irritante;
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• Ruído Competitivo: Ruído simultâneo que pode mascarar sinais de alarme e/ou
comunicação verbal que devem ser percebidos e compreendidos.
4 PROCEDIMENTOS

Este Programa inclui as seguintes etapas:

• Controle de Ruído por Meios Administrativos;

• Equipamento de Proteção Individual - Aplicação de Protetores Auditivos;

• Controle Médico - Gerenciamento Audiométrico;

• Educação e Treinamento;

4.1 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO


O Programa de Monitoramento (processo de identificação, análise, avaliação e controle de ruído)
está sistematizado através do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da Empresa
(conforme peculiaridades de cada contrato), seguindo, basicamente, as seguintes etapas:

4.1.1 CARACTERIZAÇÃO BÁSICA DA UNIDADE


• A identificação do ruído e respectivas fontes de emissão nas áreas das unidades;

• Caracterização da mão de obra (funcionários) exposta;

• Distribuição dos expostos por Grupo Similar de Exposição;

• Avaliação quantitativa de ruído (Risco Potencial = Grau de Exposição x Efeito);

• Priorização dos riscos de exposição ocupacional ao ruído, para definição da avaliação


quantitativa.

4.1.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE AMOSTRAGEM


O Plano de Amostragem para campanha anual deve levar em consideração a amostragem do ano
anterior e deve definir:

• Amplitude;
• Métodos e equipamentos utilizados;
• Quadro resumo das amostragens previstas (ambiental-área/instantânea individual);
• Critério de avaliação do número de amostras;
• Frequência de amostragem;
• Cronograma geral de execução da campanha;
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4.1.3 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA – CAMPANHA


Realizar conforme Plano de Amostragem, supracitado. As avaliações serão repetidas sempre que
houver mudanças na produção, processo, equipamentos ou controles, que resultem na exposição
de ruído adicional ou novo.
4.1.4 RESULTADOS
O resultado da avaliação quantitativa de ruído será apresentado anualmente, através do relatório
técnico (campanha do ano anterior), a saber:

• Metodologias analíticas empregadas;

• Avaliação dos ambientes/áreas;

• Avaliação da exposição ocupacional (individual/pessoal-doses);

• Tratamento estatístico dos dados/medições;

• Conclusões;

• Recomendações/medidas de controle, obedecendo à hierarquia: fonte, meio,


administração e EPI.

O Relatório Técnico é base para revisão anual: PGR, PCMSO, LTCAT e principalmente para
subsidiar ações de controle sobre os desvios encontrados.

4.2 CONTROLE DE ENGENHARIA


Os esforços para reduzir e manter a exposição dos empregados abaixo dos limites permitidos deve
ser canalizado para controle de engenharia, com ênfase na redução do ruído na fonte, utilizando-
se as seguintes técnicas:

• Usando isolamento em cabines;

• Enclausuramento de máquinas e equipamentos;

• Tratamentos acústicos;

• Modificações internas em máquinas e equipamentos;

• Usando barreiras de proteção.

4.3. CONTROLE DE RUÍDO POR MEIOS ADMINISTRATIVOS


Sempre que possível adotaremos o controle do ruído na fonte geradora e na via de transmissão
(controles de engenharia e coletivos).
Quando as medidas técnicas não forem viáveis, recorremos os meios de controles administrativos,
os quais devem ser implantados, visando reduzir o tempo de exposição do empregado, tais como:
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• Selecionando equipamentos menos ruidosos;

• Aumentando a distância entre o trabalhador e a fonte;

• Reduzindo o tempo de exposição, através de rotatividade das funções;

• Realizando manutenções periódicas;

4.4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Quando os níveis de ruído não puderem ser reduzidos aos níveis permitidos, através de
implantação de medidas de engenharia, economicamente viáveis, ou durante o período de
adaptação dos mesmos, ou através de medidas administrativas, recomenda-se o uso de EPI.
A avaliação de exposição ao ruído é feita para identificar aquelas áreas ou atividades onde deve
ser usada a proteção auricular.
O uso dos protetores auriculares é obrigatório para os funcionários expostos aos níveis de ruído
acima a 80 dB (A), durante a jornada de trabalho. Disponibilizamos 03 (três) modelos diferente de
proteção auricular, visando à adequação do EPI aos colaboradores e maior conforto durante sua
utilização.
Nossos protetores auditivos são selecionados com os seguintes critérios:
1. Eficiência na atenuação do nível de ruído.
2. Facilidade na comunicação verbal, o que permite conversar e ouvir sinais de alarme em
ambiente com ruído competitivo.
3. Maior conforto, ajuste e aceitação do usuário.
Os funcionários recebem periodicamente informações quanto ao uso corretamente do protetor
auricular, durante suas jornadas laborais com exposição ao agente de risco, visando a proteção
efetiva, observando os cuidados de higiene pessoal (contato das mãos) no manuseio do EPI,
evitando contaminação, o que pode acarretar danos à saúde.

4.4.1 EMPREGO DE NRR NOS PROTETORES AURICULARES


Os protetores auriculares utilizados possuem um NRR adequado para manter o nível de ruído igual
ou menor que 80 dB (A).

4.4.2 RECOMENDAÇÕES DE USO


Usar o protetor auricular em áreas/ atividades/ funções onde o funcionário esteja exposto aos
níveis de ruído acima de 80 dB (A).

• Colocar o protetor auricular corretamente para garantir proteção efetiva.


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• O protetor auricular é de uso individual e não deve ser emprestado.

• Não manusear o protetor auricular com as mãos sujas, para não contaminá-lo.

• As orelhas e entradas dos canais auriculares devem ser mantidas limpas para não acarretar
danos à saúde.

4.4.3 HIGIENE E CONSERVAÇÃO


O protetor tipo concha deve ser limpo com um pano umedecido em água e sabão neutro tanto
interna como externamente, sempre que necessário. Sua substituição deverá ser feita quando a
almofada ressecar, rachar ou endurecer, ou a haste perder a pressão ou apresentar outro dano
que comprometa a sua eficiência.
O protetor tipo inserção moldado deve ser limpo após cada dia de uso ou mais vezes quando
necessário, lavando-se com água e sabão neutro e sempre ser manuseados com as mãos limpas.
Sua substituição deverá ocorrer quando rachar, quebrar, endurecer ou apresentar outra condição
que o torne impróprio para uso.
Quando o protetor auricular não apresentar boas condições de uso deve-se trocá-lo por um novo.
Os colaboradores da RAC são instruídos a guardar o protetor auricular na embalagem para
conservá-lo em bom estado.
A limpeza do protetor auricular é de responsabilidade do próprio usuário.

4.5. CONTROLE MÉDICO – GERENCIAMENTO AUDIOMÉTRICO

Seguem abaixo, informações referentes a exames de avaliação auditiva:

• Todos os funcionários cujas atividades esteja expostos aos níveis de ruído igual ou superior a
80 dB (A).
• Em caráter admissional cujas atividades apresentem níveis de ruído superior ou igual a 80dB
(A).
• Todos os funcionários transferidos e/ou promovidos cujas atividades apresentem níveis de
ruído superior ou igual a 80dB(A).
• Todos os colaboradores no momento da demissão.
• Quando indicado pelo médico do trabalho ou Inspetor da DRT – Delegacia Regional do
Trabalho.
• Sempre obedecendo ao disposto no PCMSO - Programa Controle Médico de Saúde
Ocupacional da RAC.
O exame audiométrico deverá ser executado por profissional qualificado, ou seja, médico ou
fonoaudiólogo e respeitada a periodicidade prevista no item 3.4 da Portaria nº 1 9 de
09/04/1998 item 3.4 do anexo 01 da NR 07.
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4.6. TREINAMENTOS
É fundamental promover o conhecimento e motivação dos empregados no que diz respeito aos
aspectos relacionados com a exposição ao ruído, suas consequências e a importância de sua
prevenção.
Deve ser ministrado treinamento a todos os funcionários recém-admitidos e reciclagem, no
mínimo, a cada 02 (dois) anos para os funcionários expostos a níveis de ruído igual ou superior à
80 dB(A) ou 50% da dose.
O conhecimento é proporcionado pela constante informação aos empregados através de
treinamentos, DDS – Diálogos Diários de Segurança, circulação de artigos relacionados a assunto,
palestras, orientações nos contatos pessoais através de prepostos do Setor de Segurança do
Trabalho, CIPA, Comitês de Segurança, etc.
No treinamento deve ser gerada uma lista de treinamento com a finalidade de evidenciar os
conhecimentos repassados aos colaboradores.

Neste sentido torna-se importante que o empregado seja entendido como o principal agente do
programa de conservação auditiva.
5. REGISTROS

Todos os registros (relatórios, pareceres, resultados das dosimetrias, avaliações audiométricas,


estudos técnicos, projetos, registros de treinamentos, etc.) são arquivados por um período,
mínimo, de 20 anos, conforme NR-9, item 9.3.8.2, redação dada pela Portaria nº 25 de 29/12/94.

A Área de Segurança do Trabalho anualmente ira encaminhar às diretorias e coordenações o


controle de todas as dosimetrias de ruído realizadas até o período, com a relação nominal dos
empregados monitorados, suas respectivas doses, situação da exposição, consideração técnica da
situação e o nível de atuação recomendado de controle.
6. ANÁLISE CRÍTICA DO PROGRAMA

O Programa de Conservação Auditiva – PCA deve sofrer revisões nas avaliações de analise critica
dos programas que preconizam sua elaboração ou quando houver mudanças significativas nas
instalações que justifiquem sua reavaliação.

Quando da monitoração serão focalizados os seguintes aspectos:

a) avaliação do cumprimento do programa;

b) eficiência

c) qualidade e abrangência do programa;

d) adequação técnica, legal e administrativa;

e) questionamento dos empregados sobre o PCA;


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f) disponibilidade e acesso dos empregados do PCA

7. RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES

Responsável da Unidade
• Responsável pela Implantação e manutenção do PCA nas diversas operações/ setores da
RAC.
• Apoiar o SMS e CIPA nas questões referentes ao desenvolvimento do PCA.
• Prover recursos e disponibilizar os colaboradores para os treinamentos garantindo a
manutenção do programa.
Segurança do Trabalho
• Gerenciamento e manutenção do PCA nas áreas das unidades.
• Gerenciar os treinamentos previstos nesta instrução.
Líderes e Executantes do Setor de SMS
• Conhecer e estar habilitado para dirimir dúvidas e para efetuar treinamentos neste
procedimento;
• Apoiar o usuário na escolha do protetor adequado e treiná-lo quanto ao uso correto do
EPI. Inspecionar as áreas quanto ao cumprimento do PCA.
Médico Coordenador do PCMSO
• Gestor/Coordenador do PCA-Programa de Conservação Auditiva;
• Administrar as ações de Controle Médico (gerenciamento audiométrico e tratamento de
ocorrências anormais, se ocorrerem) do PCA, através do PCMSO.
• Informar formalmente ao setor de segurança sobre as perdas auditivas significativas
identificadas em qualquer colaborador da RAC.
Executantes

• Usar o protetor auricular de acordo com as instruções e treinamentos recebidos.


• Manter o protetor auricular limpo guardá-lo de forma adequada e trocá-lo quando
necessário.
• Comunicar aos responsáveis qualquer problema (saúde ou outro) que possa influir no uso
do protetor
• Participar dos treinamentos.
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8 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

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