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ESTADO DE SANTA CATARINA

CÂMARA MUNICIPAL DE IMBITUBA


Comissão Especial do Transporte

OFICIO Nº 001/CMI-CETI/2018 Imbituba, 16 de fevereiro de 2018.

Excelentíssimo Senhor
GLÁUCIO JOSE SOUZA ALBERTON
DD. Promotor de Justiça de Imbituba/SC
NESTA

Assunto: Encaminhar Relatório nº 001/2017 referente ao Transporte Urbano Municipal


entre outros documentos, bem como pedir a intervenção para garantir que os
interesses da sociedade sejam resguardados e mantidos.

Cumprimentando cordialmente, vimos por meio desta proferi denuncia


contra a empresa Santo Anjo da Guarda Ltda e contra o Município de Imbituba, em face
Protocolado na 2ª Promotoria de Justiça de Imb
do que segue:

Considerando representação junto ao TRIBUNAL DE CONTAS DO


ESTADO DE SANTA CATARINA - TCE/SC contra o contrato de concessão 014/2003 e
seu Aditivo Contratual datado de 2014, conforme processo DEN-13/00753967.

Considerando denuncia realizada ao MINISTERIO PÚBLICO em 2016


contra empresa Santo Anjo da Guarda Ltda, conforme Noticia de Fato nº
01.2016.00014244-9.

Considerando que na data de 22/08/2013, terminou o contrato com a


empresa, sendo posteriormente vendida, conforme alteração contratual em 17/02/2014,
mudando assim seus legítimos proprietários, e no que no dia 19/03/2014, solicitaram a
prorrogação de contrato motivada por supostos investimentos, que vieram se concretizar
posteriormente após assinatura em 10/07/2014 do termo aditivo do contrato de
prorrogação, que na qual impossibilitou uma nova licitação, que por sua vez, na ausência
da licitação, ficou claro que trouxe consequências negativas a terceiros, potencialmente
interessados em disputar o direito de prestar serviço, ferindo o princípio da competição,
da concorrência pública que preceitua no inciso XXI do Art. 37 da Constituição.

Considerando que conforme as denúncias acimas mencionadas, na


época, em toda a sua base de conteúdo, fica claro não ter existido investimento no
período explorado de concessão (21/08/2003 à 22/08/2013) que motivasse a prorrogação
contratual assinada em 10/07/2014, ignorando o usuário de transporte público e livrando a
Concessionária de suas responsabilidades assumidas contratualmente, citamos a
Cláusula 4ª do Contrato de Concessão nº 14/2003, que estabelece: “A concessionária se

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obriga a prestar serviço adequado aos usuários, assim considerados, nos termos da
legislação de concessões (Lei 8.987/2005 – Art. 6º.) aquele que satisfazer as condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia e
modicidade de tarifa (...)” e esquecendo-se do fundamental, a qualidade do serviço
prestado para o usuário;

Considerando que empresa Santo Anjo da Guarda Ltda assumiu


contratualmente, por sua conta e risco e com prazo previsto de cumprimento já vencido,
varias exigências do município, como:

1. Garantir a frota mínima de 19 ônibus, incluso os reservas, conforme previsto no Plano


Outorga após amplo estudo técnico;
2. Incluir, por substituição dois (2) veículo zero km dotado de dispositivo para a
acessibilidade universal, conforme previsto no Plano Outorga que garantia a
substituição, prazo já vencido nos anos de 2015 e 2016;
3. Implantar o Monitoramento via GPS (Rastreador) na Frota em operacionalização,
conforme previsto no Plano Outorga com prazo vencido no ano de 2015;

Considerando que empresa Santo Anjo da Guarda Ltda também


assumiu contratualmente, por sua conta e risco e com prazo sem data pré-definida, varias
melhorias no sistema, como: Protocolado na 2ª Promotoria de Justiça de Imb

1. Implantar Central de Controle Operacional e Sistema de Vigilância de Frota e


Estações;
2. Melhorar a velocidade operacional das linhas;
3. Promover a melhoria do conforto dos veículos, instalando climatização e vigilância;
4. Criar o Sistema Integrado na operação do Transporte de Imbituba;
5. Disponibilizar número maior de veículos com total acessibilidade, visto que ao longo
do prazo de Concessão, prevê a Acessibilidade em 100% da frota vinculada;
6. Elaborar um plano de trabalho junto às secretarias para garantir o cumprimento do
Decreto nº 5.296 de 02/12/200 fazendo os terminais, estações, pontos de parada, vias
principais, acessos e operação de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida;
7. Reduzir as diversas formas de poluição ambiental, conforme as prescrições das
normas técnicas e dos padrões de emissão de poluentes como estabelece no Plano
de Outorga;

Considerando que empresa Santo Anjo da Guarda Ltda não vem


cumprindo a legislação do setor, na qual destacamos:

1. Adequar os veículos de toda frota fazendo que o cano de descarga tenha sua saída
na parte superior e acima do teto, a fim de reduzir a emissão de poluentes e poluição
ambiental de acordo com a Lei Estadual nº 15.454 de 17/01/2011 que no seu Art. 2º
estabeleceu um prazo de 12 meses as empresas cumprirem, vencidos desta forma
em 18/01/212;
2. Fazer todas as adaptações necessárias, sejam veículos novos, nas substituições dos
veículos que integram a frota operante, seja em terminais, estações, pontos de

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parada, vias.. de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, conforme Decreto presidencial nº 5.296 de 02/12/2004, nos
Art. 38 e Art. 39, com prazo já vencido no 03/12/2006;

Considerando que empresa Santo Anjo da Guarda Ltda, no universo


atual de 17 veículos operacionais, onze (11) com 13 anos, quatro (04) com 12 anos e
apenas dois (2) com 3 anos faz ter uma idade média da frota na cidade de 12 anos,
colocando em risco a população e encarecendo o sistema em torno de 30%, segundo
estudos do setor a nível nacional referente a veículos velhos que requer mais manutenção
e apresentam reiteradamente problemas mecânicos e para evitar que esse custo seja
repassado aos usuários, bem como para garantir segurança e conforto, segundo
informações, o Tribunal de Contas recomenda idade média entre 5-7 anos;

Considerando que o município de Imbituba, mesmo com a empresa


Santo Anjo da Guarda Ltda não vindo cumprir sua parte e o pior, reduzindo ônibus, linhas
e horários, após assinatura em 10/07/2014 do 1º Termo Aditivo ao Contrato de
Concessão nº 14/2003A/1, responsável pela prorrogação da concessão, conforme aqui já
exposto, vinha cumprindo, de certa forma, ao que determina o contrato que seria
anualmente revisto o valor tarifário a fim de proporcionar o equilíbrio Econômico e
Financeiro, tendo as tarifas reajustadas no ano de 2015 e 2016 e, 2017 não houve o
reajuste visto esta comissão interferir e sugerir para não reajustar,
Protocolado na 2ªvisto que é de
Promotoria claro e de Imb
Justiça
evidente a empresa não ter cumprido sua parte, como aqui exposto;

Considerando que em 2015, com a implantação do Sistema de


Bilhetagem Eletrônica – SBE e contrariando o Plano de Outorga, reduzindo dois ônibus da
frota, a empresa Santo Anjo da Guarda Ltda, demitiu dezenas de funcionários, de
cobradores principalmente.

Considerando a demissão de todos os cobradores, forçou e centralizou a


atividade nos motoristas de cobrar passagem e atender o usuário, sobrecarregando-os e
forçando a acumularem funções, sem ser reconhecidos e remunerados por isso, tendo a
consequência direta na má prestação do serviço ao usuário ao trazer perda de segundos
preciosos no embarque, fazendo descumprir o horário previsto, sendo que o plano de
Outorga determina o tempo médio de viagem de 66min nas linhas mais longas (item
33.2.5) e hoje se aproxima à 90min.

Considerando o não cumprimento por parte da empresa Santo Anjo da


Guarda Ltda, do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018, realizado com o Sindicato das
Empresas de Transporte de Passageiros de Tubarão e Região, aonde estipulado um
salario aos Motoristas de R$ 1.769,84 e aos demais empregados a empresa reajustará os
salários com o índice de 4,5%, sendo todos a partir de 1º de maio de 2017.

Considerando a denuncia feita pelo Sindicato dos condutores de veículos


e trabalhadores em empresa de transportes rodoviários de passageiros e de cargas de
tubarão e região, datada em 01/12 à Superintendência do estado de Santa Catarina do
Ministério Do Trabalho, em que alega que a empresa Santo Anjo da Guarda Ltda vem
descumprir o Acordo Coletivo de Trabalho, onde se comprometeu pagar 50% até o dia

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30/11/2017 e o restante, outros 50% até o dia 15/12/2017, não cumprindo também a Lei
4.749/1965, cujo afirmam ter pago 25% em novembro, 25% em dezembro até o dia
05/12/2017 que não ocorreu para os funcionários de Imbituba e o restante, outro 50%
iriam pagar em janeiro de 2018.

Considerando que o transporte público municipal, é essencial a vida das


pessoas, para fomentar a economia da cidade, fortalecer o comercio e proporciona ao
cidadão oportunidade de emprego, bem como, é essencial para educação no transporte
de alunos, vimos a fragilidade, falta de horário e o tempo percorrido superior ao
necessário, sendo mais rápido ir à cidade de Florianópolis do que ir para um bairro do
interior do município, ainda sem a frequência, conforme pode ser observado em pesquisa
realizada pela plataforma virtual, cujo encaminhamos anexo e, observado por tamanha
reclamações dos munícipes que participaram da Audiência Pública realizada por essa
comissão, no dia 08 de novembro de 2017.

Desta forma, nos cabe encaminhar o relatório, resultado de estudo desta


Comissão e com a participação dos usuários, através de pesquisa de satisfação e
audiência pública, aos olhos da Legislação: “Toda concessão ou permissão pressupõe a
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.” (Art 6º da Lei nº
8.987 de 13/02/1995) para intervir em favor da população de na
Protocolado Imbituba, vistodeque
2ª Promotoria a de Imb
Justiça
empresa demostra claramente a perda das condições econômicas, técnicas e
operacionais para manter o serviço adequado, exigidas para a habilitação, mas exige que
o município repasse toda essa problemática para o Imbitubense pagar, através de
reajuste tarifário que nesse momento discordamos totalmente, visto que a empresa não
vem cumprindo o estabelecido e deixa o usuário longe de ter um serviço adequado, deixa
a cidade, potencialmente turista refém da má prestação do serviço que prejudica sua
economia e desenvolvimento.

Resta então, ao cidadão imbitubense e principalmente ao usuário do


transporte público que, por terem os seus direitos violados por omissão e por repetidos
atos ilícitos por parte da administração pública que é responsável pelo serviço essencial,
conta apenas com o apoio e a intervenção do Ministério Público, que tem suas funções
atribuídas na Constituição brasileira que a garante ser uma instituição que atua em defesa
dos interesses da sociedade, do regime democrático e da ordem jurídica como guardiã da
Lei e se abrange a guarda e a promoção da democracia, da cidadania, da justiça e da
moralidade.

Constatamos um desequilíbrio que precisam ser sanados com urgência.


O usuário vem pagando um valor elevado e não tem um serviço de qualidade, não
tem a garanta da regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, etc...cujo nos termos do art. 6º. da Lei 8.987/2005, devem ser bacilar e
essencial, mas que vem sendo esquecido pela Empresa que demostra sua falta de
capacidade para tocar o serviço, capacidade inclusive financeira o que agrava ainda mais
e prova disso e a redução de ônibus, o não cumprimento do previsto no contrato quando a
renovação da frota, bem como, o não cumprimento do acordo coletivo com seus
funcionários e o atraso no pagamento do decimo terceiro salario. Assim, lembramos a Lei

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nº 8.987 de 13/02/1995 II – Art. 2º: “Concessão é outorga, mediante licitação, na


modalidade de Concorrência, da Prestação de Serviço Público de Transporte Coletivo
Urbano, feita pelo Poder Concedente à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado”.

Pede-se por fim, a intervenção, declaração de caducidade caso a


empresa Santo Anjo da Guarda não cumpre o estabelecido, mesmo de forma escuras
perante a lei que pode ser analisada profundamente, mas no prazo determinado pelo
Ministério Público e que venha atender aos anseios dos imbitubenses.

O Transporte Público precisa funcionar de fato não somente por ser um


serviço essencial ao cidadão, mas a cidade esta sendo prejudicad0 e precisa do
transporte para vários setores, principalmente o econômico, pois afeta diretamente o
comercio.

Sem mais para o momento, convicto da providência imediata, nos


colocamos a disposição e elevamos os nossos votos de consideração e apreço.

Protocolado na 2ª Promotoria de Justiça de Imb

VEREADOR GILBERTO PEREIRA


Presidente da Comissão Especial de Transporte

Protocolado na 2ª Promotoria de Justiça de Imbituba sob nº 02.2018.00019231-4.

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