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Índice

Introdução........................................................................................................................4
Tinta..................................................................................................................................5
Breve Historial da Tinta.................................................................................................5
Arte...................................................................................................................................6
Componentes da Tinta....................................................................................................6
Meios e Métodos de Aplicação.........................................................................................9
Escolha na Tinta.......................................................................................................15
Conclusão.......................................................................................................................24

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Introdução

O presente trabalho da Estrutura e Acabamentos de Edifícios tem como objetivo falar de


Tintas, este que é um material importantíssimo na construção civil respetivamente na
área de acabamentos. Tintas de qualidade, um excelente planejamento e preparação, a
execução correta e as recomendações para cuidar das paredes após a pintura, são todos
elementos importantes para assegurar uma cor que perdure.

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Tinta

A tinta é uma substância líquida, comumente pigmentada, utilizada como revestimento


e acabamento de paredes e esquadrias em geral. Ela proporciona as superfícies proteção,
impermeabilização, acabamento e resistência. A pintura é uma etapa importante da obra,
pois na alvenaria ela evita o esfarelamento, a absorção de água, acumulo de sujeira e o
desenvolvimento de mofo. Além de permitir acabamentos com uma ampla variedade de
cores e texturas.

Fig. - Tinta

Breve Historial da Tinta

As primeiras utilizações de tintas datam de há 40 000 anos atrás quando os


primeiros Homo sapiens pintaram nas paredes das cavernas figura recorrendo a
pigmentos de ocre, hematita, óxido de manganês e carvão vegetal. As paredes antigas
de Dendera no Egipto que estiveram expostas aos elementos durante milhares de anos,
ainda possuem cores brilhantes e vivas tal quando foram pintadas 2 000 anos atrás. Os
egípcios misturavam os pigmentos com uma substância pastosa e aplicavam-nas
separadas umas das outras sem qualquer mistura. Eles usavam seis cores: branco, preto,
vermelho, amarelo, azul e verde. Primeiramente cobriam a área com branco, depois
desenhavam o esboço a negro.

Eles usavam tetróxido de chumbo para a cor vermelha, geralmente com um tom


bastante escuro. Plínio, o Velho menciona tetos pintados na cidade de Ardea, que
teriam sido feitos antes da fundação de Roma, mencionando a sua surpresa e admiração
pela sua frescura após tantos séculos passados. Nos tempos antigos, a tinta era feita a
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partir da gema do ovo que endurecia, ficando colada à superfície. Os pigmentos
provinham de plantas, areias e outros compostos presentes no solo.

Arte

Desde o tempo da Renascença que tintas à base de óleos secativos,


principalmente linhaça são as mais usadas nas aplicações em Belas-Artes; as tintas de
óleo continuam a ser muito comuns actualmente. No entanto no século XX, tintas à base
de água como aquarela e acrílico tornaram-se muito populares com o desenvolvimento
do acrilico e outras tintas de látex. Tintas à base de caseína foram muito populares no
século XIX e ainda existem atualmente. Têmpera, que é uma emulsão de gema de
ovo com óleo, é ainda hoje usada, tal como a cera encáustica. O guache é uma variedade
de aquarela opaca que vem sendo usada desde a Idade Média e é genericamente
composto por um pigmento misturado com uma resina (goma arábica ou clara do ovo).

Componentes da Tinta

 Pigmentos

Os pigmentos são sólidos granulares que numa tinta contribuem para


a cor, tenacidade, textura, ou simplesmente para reduzir o custo da tinta (Neste caso é
denominado de “Carga”). Em alternativa, algumas tintas possuem apenas corantes ou
uma combinação de corante e pigmentos. Os pigmentos podem ser classificados em
naturais ou sintéticos. Os pigmentos naturais incluem vários tipos de argilas, carbonatos
de cálcio, mica, sílicas e talcos. Os pigmentos sintéticos incluem as moléculas orgânicas
fabricadas pelo homem, argilas calcinadas e sílicas sintéticas.

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Os pigmentos opacos, para além da sua função decorativa, também conferem proteção
ao substrato, ao impedirem os efeitos nocivos dos raios ultravioleta. Este tipo de
pigmentos incluem o dióxido de titânio, óxido de ferro, etc.

As cargas são um tipo especial de pigmentos que apenas servem para dar espessura ao
filme de tinta, apoiar a sua estrutura, ou para simplesmente aumentar o volume da tinta.
As cargas são sempre constituídas por materiais inertes baratos, como as terras
diatomáceas, talco, cal, argila, etc. As tintas destinadas a pavimentos sujeitos a abrasão
podem conter cargas de areia de quartzo. Alguns dos pigmentos podem ser tóxicos, tais
como os pigmentos à base de chumbo ou de estanho, hoje em dia proibidos.

 Resina

A resina, também conhecida por ligante ou veículo, é o componente que vai formar o
filme seco. É o único componente que tem de estar presente. A resina confere aderência,
liga os pigmentos e influencia fortemente propriedades da tinta, como o brilho,
durabilidade exterior, flexibilidade e tenacidade. As resinas podem ser sintéticas como
os acrílicos, vinílicos, poliuretanos, poliésteres, epóxis, melaminas ou naturais como os
óleos. As resinas são classificadas de acordo com o mecanismo de cura (erradamente
chamado de secagem). Os quatro mecanismos de cura mais comuns são a evaporação de
solvente, reticulação cruzada, polimerização e coalescência.

É preciso ter em consideração que secagem e mecanismo de cura são processos


distintos. Genericamente, a Secagem refere-se à evaporação do solvente ou diluente. A
cura refere-se à polimerização da resina. Dependendo da estrutura química ou
composição, uma tinta em particular pode usar um ou outro processo ou até mesmo
ambos.

As tintas que curam por simples evaporação do solvente e contêm uma resina dissolvida
num solvente são chamadas de esmaltes. Devido ao facto de o filme sólido que se forma
após evaporação do solvente poder ser novamente dissolvido pelo solvente, os esmaltes
não são adequados em aplicações onde a resistência química da tinta é importante. No
entanto possuem uma boa resistência aos raios ultravioleta.

A tinta de látex é uma dispersão em água de partículas de polímero sub-micrométricas.


No contexto das tintas latéx significa apenas uma dispersão aquosa. A borracha natural
(látex) não se encontra presente na formulação. Estas emulsões são preparadas

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por polimerização em emulsão. As tintas de látex curam por um processo chamado
de coalescência, onde em primeiro lugar o solvente se evapora e ao evaporar-se junta e
amolece as partículas do ligante, que se fundem em estruturas irreversíveis que não se
voltam a redissolver no seu solvente original (Água).

Tintas que curam por reticulação oxidativa apresentam-se geralmente numa


única embalagem que, uma vez aplicada, a exposição ao oxigénio do ar inicia um
processo que reticula e polimeriza o composto presente no ligante.
Os esmaltes alquídicos clássicos caem nesta categoria. Tintas de cura oxidativa são
catalisadas por secantes metálicos complexos como o naftanato de cobalto.

Tintas que curam por polimerização catalítica apresentam-se geralmente em duas


embalagens. Estas tintas polimerizam por meio de uma reacção química iniciada pela
mistura da resina com o endurecedor e curam formando uma estrutura plástica dura.
Dependendo da composição elas podem necessitar de em primeiro lugar secar o
solvente. Os epóxis e poliuretanos bi componentes caem nesta categoria.

Existem ainda outros filmes de tinta formada pelo arrefecimento do ligante, como é o
caso das tintas encaústicas ou tintas de cera, as quais são liquidas quando aquecidas e
secas e duras após arrefecimento. Em muitos casos estes tipos de tintas liquefazem-se
quando novamente aquecidas.

Requisitos ambientais recentes, restringem a utilização de compostos orgânicos voláteis


(COV) devido à sua característica prejudicial à saúde humana. Por causa disso outros
meios de cura foram sendo desenvolvidos, particularmente para utilizações industriais.
Nas tintas que curam por acção dos raios ultravioleta, o solvente evapora-se em
primeiro lugar e o endurecimento é então iniciado por acção da luz ultravioleta. No caso
das tintas em pó não existe qualquer espécie de solvente e a fluidez e a cura são
produzidos por calor através do aquecimento do substrato após a aplicação
eletroestáctica.

 Solvente

O principal objetivo do solvente é ajustar as propriedades de cura e a viscosidade da


tinta. É volátil e não se torna parte do filme seco da tinta. Também controla a reologia e
as propriedades da aplicação e afecta a estabilidades da tinta enquanto esta se encontra
no estado líquido. A sua função principal é funcionar como transportador dos

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componentes não voláteis. De modo a dispersar os óleos pesados (óleo de linhaça) é
necessário usar, nas tintas para o interior de casas um óleo mais fino. Estas substâncias
voláteis transmitem as suas propriedades temporariamente. Assim que o solvente se
evapora os restantes componentes ficam fixados na superfície.

O solvente é um componente opcional numa tinta. Existem tintas que não o possuem. A
água é o principal solvente das tintas de base aquosa. As tintas de base solvente podem
ter várias combinações de solventes como diluente, que podem
incluir alifáticos, aromáticos, álcoois, cetonas e éter de petróleo. Estes incluem
solventes orgânicos como aguarrás, ésteres, glicóis, éteres. Em certas aplicações, resinas
sintéticas de baixo massa molecular também são usadas como diluentes. Tais solventes
são usados quando são desejadas resistência à água, gordura.

Meios e Métodos de Aplicação


A tinta pode ser aplicada em estado sólido, sob a forma de suspensão gasosa ou em
estado líquido. As técnicas variam dependendo da prática ou dos resultados desejados.

 Estado Sólido

Em estado sólido (em aplicações industriais e do ramo automóvel) a tinta é aplicada sob
a forma de um pó extremamente fino que depois é “cozido” a altas temperaturas
(160˚C-200˚C). Esta acção funde o pó e faz com que ele adira à superfície. As razões
prendem-se com a química da tinta, a superfície e a própria química do substrato. Esse
tipo de tinta é comummente conhecida por tinta em pó e a sua aplicação é
denominada lacagem.

 Aerossol

Como suspensão gasosa, a tinta passa a alta-pressão numa pistola que a projecta sobre a
superfície a pintar. A causa para esta situação prende-se com as seguintes razões:

 o mecanismo de aplicação é o ar e por isso nenhum objecto sólido alguma vez se


introduz entre o objecto e a pistola;

 a distribuição da tinta é muito uniforme e por isso não existem texturas na


superfície;

 é possível aplicar pequenas quantidades de tinta;

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 algumas reacções químicas na tinta envolvem a orientação das moléculas da
tinta.

 Estado Líquido

Em meio líquido, a aplicação pode ser feita directamente através de mergulho das peças
em tinta, cortina, trinchas, rolos, espátulas e outros instrumentos como bonecas
(pedaços de tecido), luvas e os próprios dedos da mão.

 Pincel

O pincel é o método mais comum de aplicação de tinta em arte. Industrialmente, e por


ser o método menos produtivo (7–35 m²/8 h)[5] é sobretudo usada na aplicação de
pequenas áreas, bordas, cantos e zonas de difícil acesso. A trincha (pincel largo) é muito
adequada para a aplicação de primários, pois a trincha força a tinta a entrar nos poros e
pequenas irregularidades da superfície, sobretudo em soldaduras de estruturas metálicas
onde confere uma boa penetração da tinta primária. Os pelos de um pincel/trincha
podem ser naturais, de maior qualidade, ou sintéticos. Os pelos naturais têm excelente
resistência aos solventes, o que não sucede com os sintéticos

 Rolo

A pintura com rolo é adequada em áreas planas onde a aparência final da não é muito
exigente. No entanto a penetração e molhagem de superfícies difíceis é melhor
conseguida com trincha. Por esse motivo, a aplicação de primários com rolo é
fortemente desaconselhada. O rolo de pintura consiste num cilindro de baquelite com
um felpo colado. Este pode ser feito de lã de ovelha, mohair ou fibras sintéticas. A
altura das fibras pode variar entre os 5 e os 30 mm, quanto maior for o comprimento das
fibras, maior a quantidade de tinta aplicada, mas pior o aspecto final.

Os rolos possuem diferentes pegas, que permitem a montagem de varas de diferentes


comprimentos, permitindo assim a pintura a diferentes alturas.

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Em termos produtivos e dependendo da superfície a pintar, o rolo de pintura permite
produções entre 175 a 400 m² por 8h de trabalho.[5]

O rolo de pintura é muito usado em situações onde a pintura por pulverização (a pistola)
é desaconselhada e/ou proibida (meios urbanos, estruturas metálicas já montadas, etc.).
A pintura por rolo é o método mais utilizado em construção civil, pois para além dos
factores atrás apresentados, os rolos de pintura permitem a aplicação de padrões na
superfície pintada e também a aplicação da chamada “tinta de areia”.

 Pintura por Projecção

Na pintura por projecção, a tinta líquida é transformada em aerossol e projectada sobre a


superfície a pintar. Existem 3 métodos de pintura por projecção, convencional, airless e
electroestática, se bem que nesse último método também seja usado para a pintura com
tinta em pó. É a forma mais usada para a aplicação industrial de tinta, devido à sua
qualidade de acabamento e capacidade de produção.

Fig. 3 – Pintura a Pistola

1. Projecção Convencional

Na projecção convencional, é usada uma pistola de pintura onde um jacto de ar


comprimido é introduzido no fluxo de tinta no bico da pistola provocando a atomização
da tinta líquida em finas partículas, as quais são projectadas, pelo próprio fluxo de ar até
à superfície a pintar. Este tipo de método de pintura obriga a que a instalação de ar
comprimido seja equipada com elementos de purificação de ar como secadores de ar e
separadores de óleo. A pressão de atomização numa pistola convencional situa-se entre
0,1 e 0,7 MPa (1 e 7 bar). A capacidade de produção de uma pistola convencional situa-
se entre 400 a 750 m² por 8h de trabalho.

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Fig. 4 – Porjeccao Convencional

2. Projecção "Airless"

Na projecção airless, como o nome indica, não há qualquer contacto entre a tinta e o ar
comprimido. Esse, porém tem a missão de accionar uma bomba hidráulica que vai
pressurizar a tinta e alimentá-la à pistola de pintura e fazê-la passar através do bico de
pintura. Quando a tinta passa o bico, sofre uma abrupta queda de pressão e este facto fá-
la atomizar em partículas muito finas. A velocidade do spray é de tal forma elevada que
a tinta chega facilmente à superfície a pintar. A pressão de atomização situa-se entre 10
e 40 MPa (100 e 400 bar). A capacidade de produção de um pintor com
pistola airless varia entre 750 a 1150 m² por 8h de trabalho.

Existe ainda uma combinação do sistema convencional com o sistema airless,


conhecido pelo seu acrónimo inglês HVLP – high volume-low pressure, alto volume-
baixa pressão, no qual o ar comprimido é usado tanto para pressurizar a tinta como para
ajudar à atomização no bico da pistola e é actualmente o método mais usado para
pequenas áreas de pintura com requisitos de elevada qualidade como são o caso dos
automóveis

3. Projecção Electroestática

O princípio para a projecção eletroestática consiste em carregar eletrostaticamente a


tinta ou o verniz com uma voltagem electrónica criada por um gerador de alta-voltagem,
a qual é projectada sobre a superfície a pintar que se encontra ligada à terra, fazendo
com que as partículas de tinta (carregadas positivamente) sejam atraídas pela diferença
de potencial à superfície a pintar. Este tipo de sistema pode ter por base um sistema de
projecção convencional ou airless. Devido ao efeito da gaiola de Faraday, que se
manifesta com a repulsão das partículas de tinta em zonas muito próximas uma da outra,
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como no caso dos cantos interiores de uma peça, um sistema de pintura
electroestática tem de ter sempre uma pistola não eletroestática para colmatar estas
deficiências.

Existe uma variação que consiste em conjugar a força centrifuga e o poder


eletroestático, através da utilização de campânulas ou discos de alta-rotação. O sistema
eletroestático é particularmente adequado para instalações automáticas robotizadas onde
são pintadas peças de produção em massa e componentes com uma geometria
complicada. Devido à atracção tinta/superfície o montante de perda de tinta é muito
reduzido quando comparado com os outros métodos de pintura por projecção.

 Pintura por mergulho

A pintura por mergulho consiste em mergulhar uma peça num banho de tinta. Foi
bastante usado antigamente, mas devido a problemas de qualidade (escorridos de tinta)
encontra-se hoje em dia confinado a técnicas de pintura electroforéticas. Neste tipo de
pintura, existe uma diferença de potencial eléctrico entre as partículas de tinta presentes
no banho e as peças a pintar (cataforese quando as partículas de tinta se dirigem para o
polo negativo e anaforese quando se dirigem para o pólo positivo) que faz com que a
tinta adira à superfície. A partir de uma determinada espessura de tinta, esta actua como
isolante, inibindo a continuação do processo. As peças saem do banho e são lavadas e
curadas numa estufa.

 Pintura por cortina

A pintura por cortina consiste da passagem de peças através de uma cortina de tinta ou
verniz. É um método de elevada produção, mas encontra-se restringido a componentes
de reduzidas dimensões, e que só necessitam de ser pintados de um dos lados. Exemplo:
envernizamento de logótipos, marcas e modelos de automóveis

Tipos de Tintas

 Tinta látex

Feita com resina PVA, é uma tinta solúvel em água e pouco resistente à ação do sol.
Devido a essas características é recomendada somente para ambientes internos e secos.
Ou seja, locais que não necessitem de manutenções ou lavagens regulares como salas e

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quartos. As tintas látex tem acabamento fosco, pois a resina PVA não permite adição de
brilho.

 Tinta acrílica

Já a tinta acrílica também é solúvel em água, porém as resinas acrílicas conferem


impermeabilidade a película. Desta forma, ela é recomendada para áreas externas e
internas molhadas ou secas.

 Tinta acrílica fosca

A tinta acrílica fosca possui um visual opaco e absorvente, com aspecto aveludado.
Disfarça melhor as imperfeições de paredes, porém em muitos casos não é resistente a
lavagens regulares.

 Tinta acrílica acetinada

Já tinta acrílica acetinada possui um brilho discreto com acabamento suave e refinado. É
resistente a limpeza, no entanto evidencia as imperfeições da parede. Desta forma ela é
indicada para paredes com reboco liso e bem feito.

 Tinta acrílica brilhante

A tinta acrílica brilhante é mais conhecida como tinta semi-brilho. Ela tem um
acabamento mais brilhante e é mais resistente a limpeza e lavagens. Fique atento, o
brilho evidencia qualquer irregularidade da alvenaria, por isso ela é indicada para
paredes com reboco muito liso e bem feito.

 Tinta esmalte sintético

Antigamente a tinta esmalte sintético era feita a base de óleo natural e era a mais
utilizada na pintura de paredes. Hoje, o solvente utilizado é sintético e similar ao óleo, o
que faz dela insolúvel em água. Ela é indicada para metais, madeira e alvenarias de
áreas internas e externas. Após sua secagem, a tinta forma uma película mais grossa do
que as tintas acrílicas, proporcionando adequado nivelamento de superfícies e tornando

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o acabamento de janelas de ferro, corrimãos e estruturas metálicas mais duráveis. Ela
está disponível no mercado com acabamentos brilhante, fosco e acetinado.

 Tinta epóxi

A tinta epóxi é recomendada para áreas internas como pisos, paredes e locais que
sofrem danos por limpeza excessiva. Ela não pode ser utilizada em áreas externas
devido a suscetibilidade aos efeitos dos raios solares. Muito resistente e durável, a tinta
epóxi após a secagem cria uma película mais espessa que os outros tipos de tintas.

 Tinta ecológica

A tinta ecológica foi desenvolvida para reduzir o impacto ao meio ambiente.


O revestimento da marca Sólum, por exemplo, é desenvolvido com pigmentos de terras
de diferentes regiões do solo brasileiro. A extração da matéria-prima é feita a partir de
jazidas legalizadas e na transformação do produto final não há emissões tóxicas. O
resíduo produzido não polui e completa seu ciclo de vida retornando à terra em curto
prazo. As tintas apostam na sustentabilidade ao utilizar como matéria-prima 85% de
materiais reciclados e renováveis e com base água. A marca propõe estética durável,
aderência, flexibilidade, resistência a luz e ao desbotamento

 Textura

A textura é um tipo de tinta para quem deseja criar diferentes formas e acabamentos
para o ambiente. Para isso, existe uma cartela de desenhos a serem aplicados. Ela é de
alta durabilidade e protege a alvenaria da umidade. É recomendada para áreas externas
da casa, mas também vai bem em quartos, salas e corredores.

 Tinta mate: maioritariamente utilizada para tetos, mas também para quartos,


salas de estar, halls de entrada e corredores, não é a melhor opção para espaços
com muita movimentação.

 Tinta casca de ovo: é recomendada para os quartos das crianças, salas de jantar
e outras divisões cujas paredes necessitarão de limpezas mais frequentes.

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 Tinta acetinada ou semi-gloss: muito mais brilhante do que as anteriores, é
mais fácil de limpar e lavar, sendo a ideal para a cozinha e casa de banho.

 Tinta high-gloss: a mais brilhante de todas, evidencia todas as imperfeições, por


isso, é mais indicada para pequenas áreas, caso dos armários, portas, aros e
molduras.

Escolha na Tinta

O mais importante é certificar-se sobre qual o tipo de superfície e o estado de


conservação dela para definir a tinta que será usada. Escolher e combinar as cores exige
cuidado, por isso, nunca é demais relembrar que as tonalidades mais claras tornam as
divisões mais frescas e espaçosas, enquanto as tonalidades mais escuras tornam as
divisões mais pequenas e aconchegantes.

É preciso prestar atenção também nas cores escolhidas, já que essas influenciam os


acabamentos. Ao optar por uma tinta de tom mais forte como o vermelho, por exemplo,
não é aconselhado um acabamento brilhante pois, além de aparecer os defeitos da
superfície, a cor forte sobressai no ambiente e traz um ar artificial.

Além disso, é necessário levar em consideração a quantidade de demãos do produto.


“Quanto mais saturado o pigmento, mais difícil de recobrir a cor e, quanto mais densa a
tinta, mais aderente”, diz o arquiteto Gustavo Calazans. Também é válido pensar na
funcionalidade do acabamento, da cor e da tinta, segundo o especialista.

A preparação. Quanto mais limpa, seca e uniforme uma parede, melhor a tinta vai
aderir, por isso, antes de iniciar qualquer projeto de pintura é importante que verifique o
estado das paredes, eliminando quaisquer lascas de tinta seca, tapando buracos e fissuras
antes de lixar ou lavar as paredes. Retire da divisão ou tape toda a mobília ou peças
decorativas que possam incomodar ou serem prejudicadas durante a pintura e cubra o
chão com telas de plástico adequadas. Aproveite ainda para colar fita isoladora nos
locais que não vão ser pintados ou que serão pintados noutra cor (caso das tomadas,
rodapés ou espelhos, por exemplo). Completado esse processo, aplique um primário –
uma tinta base que não só protege as superfícies a pintar, como facilita a aderência de
todas as camadas de tinta seguintes.

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Equipamento adequado. Em termos de pincéis existem dois tipos principais – com
cerdas naturais (mais indicado para tintas sintéticas e à base de óleo) e com cerdas
sintéticas (recomendado exclusivamente para tintas à base de látex). Os pincéis de
parede (com uma largura de 7-10 cm) são, tal como o nome indica, as ideais para as
paredes; existindo ainda aqueles adequados para áreas mais pequenas (com uma largura
de 6-7 cm) e detalhadas (com uma largura de 3-4 cm). Os rolos são outra ferramenta
indispensável para uma pintura mais fácil e, existindo rolos sintéticos e naturais, segue o
mesmo critério dos pincéis no que toca ao tipo de tinta mais adequado. Para assegurar a
qualidade do rolo, na hora da aquisição aperte o rolo com força, se voltar imediatamente
à sua forma original é de boa qualidade, caso contrário, escolha outro modelo. Junte aos
pincéis e rolos, um extensor para o teto (adaptável ao rolo) e tabuleiros para a tinta.

Mãos à tinta. Comece sempre por pintar de fora para dentro, ou seja, estreie sempre
uma lata de tinta nas pontas da superfície a pintar, terminando na zona central. Porquê?
Infelizmente, podem existir pequenas variações de cor de uma lata para a outra (mesmo
sendo iguais) e, se tiver esse “azar”, será muito mais imperceptível nas pontas de uma
parede, por exemplo, do que no seu centro. Deve começar pelo teto, seguido das paredes
e, só no final, as janelas, portas ou respectivas molduras. A partir daí é pintar
uniformemente, com movimentos verticais o mais parecido possível. Tenha sempre
consigo um pano suave, para rapidamente limpar qualquer excesso de tinta.

O processo de secagem. Dada a primeira demão, a vontade é de dar logo a segunda


para terminar rapidamente a pintura e poder admirar o seu mais recente projeto
decorativo, no entanto, há que ter alguma paciência e deixar secar muito bem a tinta
entre as várias demãos. Caso contrário, uma segunda demão prematura pode levantar
por completo a primeira camada de tinta, o que significa começar tudo de novo!
Aplicadas todas as camadas necessárias, as superfícies recém-pintadas necessitam de
cerca de 30 dias para secarem e adaptarem-se na íntegra, o que significa que durante
esse período deve ter especial cuidado com essa zona da casa, evitando qualquer
limpeza direta.

Defeitos na aplicação de tinta

o Bolhas - Também conhecido por empolamento. Aparecem na superfície da tinta


imediatamente após secagem ou apenas após alguns meses.

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 Causas

Podem ser várias:

 Encapsulamento de ar na tinta devido a excesso de agitação na preparação;


 Em caso de pintura à pistola, ar no sistema de bombagem;
 Secagem superficial rápida do filme (retenção de solvente);
 Uso de diluentes de evaporação rápida;
 Superfície mal preparada ou oleosa;
 Excesso de humidade no substrato ou ambiente;
 Solvente retido no substrato devido à secagem rápida da tinta;
 Contaminantes entre demãos de tintas ou no substrato;
 Formação devido ao processo de osmose (sal na superfície).

 Correcção - Após secagem, remover as bolhas mecanicamente, lixar as partes


afectadas, preparar a superfície e repintar conforme a especificação técnica;

o Fissuração - A fissuração   ou descascamento consiste na quebra do filme de


tinta após secagem. Defeito também conhecido por pele de
crocodilo ou gretamento.

 Causas

Podem ser várias:

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 Inabilidade do pintor;
 Aplicação de espessura elevada no caso tintas de etilsilicato de zinco;
 Secagem superficial rápida, enquanto a película continua pastosa por retenção
do diluente;
 Camada muito espessa;
 Diluição inadequada;
 Não observância dos intervalos entre aplicações;
 Aplicação de uma tinta muito dura sobre tintas e/ou substratos mais flexíveis.

 Correcção - remoção da tinta afectada e reposição do esquema. No caso de


tintas de etilsilicato de zinco, remoção total por decapagem por jacto abrasivo.

o Levantamento

Defeito que também é conhecido por enrugamento.

 Causa - Esse defeito ocorre quando se aplica uma tinta com solventes fortes
(tintas epoxídicas) sobre uma tinta alquídica ou que oxida ao ar, aplicada
recentemente. Ao estar em contacto com o solvente forte começa a dissolver,
“enrrugando”. Após algum tempo levanta e grandes áreas podem perder a
aderência ao substrato. Esse defeito também ocorre quando a última
camada é aplicada antes da anterior ter curado completamente.

 Correcção
 Após secar, lixar toda a zona afectada, preparar a superfície e repintar com uma
tinta compatível;
 Se necessário remover todas as camadas de tinta.
 Respeitar os tempos de cura
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o Falta de Aderência

'Falta de aderência - ou descascamento consiste na separação total ou zonal da tinta do


substrato ou entre camadas de tinta.

Causas

 Superfície mal preparada, contaminada com gorduras ou partículas sólidas soltas


ou contaminação que ocorra após a preparação da superfície;
 Umidade no substrato, a qual, sob efeito do calor, passa ao estado de vapor,
pressionando o filme de tinta, que se desprende assim do substrato;
 Pintura sobre superfície quente;
 Reacção da tinta com o substrato em tintas à base de água;
 Rugosidade inadequada (pouca rugosidade);
 Incompatibilidade entre tintas – aplicação de tinta alquídica sobre superfícies
com zinco (saponificação da tinta);
 Inobservância dos intervalos para repintura, especialmente em tintas que curam
por polimerização;
 Contaminação da superfície entre demãos

Correcção

 Controlar o perfil de rugosidade;


 Eliminar partículas sólidas soltas;
 Medir a temperatura do substrato;
 Rever possíveis pontos de contaminação durante o manuseio da peça;
 Ajustar a viscosidade de maneira a garantir a tensão superficial baixa pra uma
completa umectação da superfície;
 Não aplicar tintas incompatíveis com a camada anterior ou com o substrato;
 Nunca usar tintas convencionais sobre superfícies com uma temperatura acima
de 40 ˚C.

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o Farinação de tinta – Farinação ou gizamento é um defeito numa tinta que se
reconhece quando, ao passar o dedo pela superfície pintada este fica com um pó
fino e esbranquiçado na sua superfície, pó esse que é muito parecido
com farinha fina ou com o pó que se liberta quando escrevemos com giz, daí o
nome farinação ou gizamento – do inglês chalking.

 Causas - O aparecimento deste defeito indica que a resina se decompôs com o


tempo devido às condições atmosféricas, nomeadamente a luz solar.
É um defeito comum quando se pinta a última camada do revestimento com
tintas epoxídicas. O grupo epóxi decompõe-se ao fim de algum tempo, com a
acção da luz solar. Por este motivo, hoje em dia é muito raro a utilização de
tintas epoxídicas na última camada do sistema de pintura nos casos em que a
estrutura pintada fica localizada ao ar livre.

 Correcção - A correcção consiste da limpeza das superfícies afectadas,


lixamento das mesmas para aumentar a aderência e aplicação de uma demão de
tinta que resista à acção da luz solar (ex: tintas a base de poliuretano).

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o Crateras - é um defeito que se caracteriza por um buraco na superfície da
película de tinta seca.

 Causas - Ar que se liberta do filme de tinta após a aplicação de tinta. Situação


que ocorre em substratos metalizados ou com etil silicato de zinco, que são
filmes muito porosos e que retêm ar, É este ar que sai algum tempo após a
aplicação de tinta, quando a maioria dos solventes já evaporou e o filme já não
consegue voltar a ser coerente; solventes que se libertam do filme de tinta algum
tempo após a aplicação de tinta devido à má mistura dos componentes da tinta.

 Correcção - Após a secagem completa, lixar as zonas com crateras removendo


todas as imperfeições repintar conforme a especificação técnica;

o Olho de Peixe - é um pequeno defeito semelhante a uma cratera, mas, ao


contrário desta, existe uma aglomeração no seu centro, enquanto que nas
imediações desse ponto a tinta foi repelida.

 Causas - Contaminação da superfície com óleos, silicones e outras matérias


gordurosas causados por:
 Contaminação da rede de ar comprimido com óleos;
 Contaminação da superfície com silicones;
 Contaminação da superfície com óleos e outras sujidade provenientes das
mãos dos operários e/ou luvas de protecção sujas

 Correcção - Inspeccionar o sistema de ar comprimido fazendo o teste do lenço


banco, caso se demonstre que este está contaminado então devemos purgá-lo ou
aplicar purgadores nos ramais mais próximos das pistolas. Após a secagem
completa, eliminar a fonte de contaminação, lixar as zonas com crateras

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removendo todas as imperfeições, lavar com água e detergente repintar
conforme a especificação técnica;

o Bicos de Alfinete - São pequenas crateras que alcançam a superfície do


substrato metálico. Esse tipo de defeito pode ocorrer conjuntamente com
crateras e bolhas.

 Causas - os bicos de alfinete podem ter várias causas como:


 Ar ou solventes aprisionados no filme de tinta húmida que se escapam para a
atmosfera quando a tinta ainda húmida mas que já não consegue voltar a
formar um filme coerente;
 Pintura à pistola sobre um substrato quente;
 Pintura directa de uma camada espessa sobre um substrato metalizado ou
pintado com etilsilicato de zinco;

 Correcção - É impossível tapar os bicos de alfinete apenas com uma nova


camada de tinta. A única correcção possível é lixar a superfície afectada até os
bicos de alfinete desaparecerem e voltar a aplicar o esquema de pintura previsto.
No caso de substratos metalizados ou pintados com etilsilicato de zinco, deve-se
aplicar uma demão da tinta muito diluída (> 50% de diluição) para poder
penetrar nos poros e expulsar o ar neles aprisionado e só então aplicar o esquema
preconizado.

o Sangramento - O sangramento é um defeito que ocorre quando se aplica uma


tinta branca sobre um substrato pintado com tintas pretas à base
de asfalto betuminoso, alcatrão de hulha. Ao fim de algum tempo, a cor branca
passa a um tom amarelo acastanhado.

 Causas - O defeito apenas ocorre em tinta alquídicas, de borracha clorada ou


epoxídicas aplicadas sobre substratos de asfalto betuminoso ou alcatrão de
hulha que tenham sido recentemente aplicados e ainda contenham solventes. O
solvente das matérias betuminosas difunde-se através do filme de tinta branca
tornando-o amarelo ou acastanhado caso a cor fosse amarela.

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 Correcção - Se este defeito aparecer, é impossível a sua correcção. A única
maneira de impedir o seu aparecimento é esperar o tempo suficiente para que o
solvente dos substratos betuminosos se liberte e só então aplicar a camada
subsequente. É por esse motivo que a pintura das marcações de estrada, apenas
ocorre mais de um mês depois de se aplicar o asfalto rodoviário.
o Casca de Laranja - É um defeito que resulta numa superfície parecida com uma
casca de laranja e resulta de um formação de filme insuficiente que leva a que a
superfície fique não uniforme com micro relevos.
 Causas

 Atomização da tinta insuficiente;


 Utilização de solventes de evaporação muito rápida:
 Ambiente muito quente durante a pintura;
 Viscosidade elevada da tinta;
 Velocidade de aplicação e distância pistola-superfície incorrecta.
 Pela falta de solventes
 Correcção - Lixagem da superfície afectada e voltar a reaplicar a demão.

Conclusão

Depois de finalizado o trabalho o autor conclui que Embora mais caras, no que toca à
pintura, opte sempre por tintas da melhor qualidade possível – uma vez que contêm uma
percentagem mais elevada de dióxido de titânio, a sua aplicação é mais suave, respinga
menos, revela-se mais resistente a marcas e desbotamentos, sendo naturalmente, mais
durável. As tintas mais econômicas obrigam a pinturas mais frequentes e acaba por
gastar o mesmo valor, mas com mais trabalho e menos qualidade.

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Bibliografia

IDHEA. Tintas ecológicas. Disponível


em:http://www.idhea.com.br/pdf/tintas.pdf Arquivado em 31 de maio de 2013,
no Wayback Machine.. Acesso em: 27 de abr. 2013.

Ir para:a b c d
       MIL-HDBK-111. Handbook for paints and protective coatings (em inglês) 2ª
ed. Estados Unidos da América: Department of Defense. 2005. 249  páginas Parâmetro
desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)

 Ir para:a b c d e Kjernsmo, Kleven & Scheie (2003). Corrosion Protection. Inspector’s book


of reference (em inglês) 1ª ed. Dinamarca: Hempel A/S. 480 páginas.

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