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ATIVIDADES SOBRE FIGURAS DE LINGUAGEM


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1) Leia o texto abaixo.

Amor e outros males


Rubem Braga

Uma delicada leitora me escreve: não gostou de uma crônica minha de outro dia, sobre dois amantes que se
mataram.[...] Mas o que a leitora estranha é que o cronista "qualifique o amor, o principal sentimento da
humanidade, de coisa tão incômoda". E diz mais: "Não é possível que o senhor não ame, e que, amando, julgue um
sentimento de tal grandeza incômodo".
[...] Não sei se vale a pena lhe contar que a minha amada era linda; não, não a descreverei, porque só de
revê-la em pensamento alguma coisa dói dentro de mim. [...]
A história acaba aqui; é, como vê, uma história terrivelmente sem graça, e que eu poderia ter contado em
uma só frase. Mas o pior é que não foi curta. Durou, doeu e – perdoe, minha delicada leitora – incomodou.
Eu andava pela rua e sua lembrança era alguma coisa encostada em minha cara, travesseiro no ar; era um
terceiro braço que me faltava, e doía um pouco; era uma gravata que me enforcava devagar, suspensa de uma
nuvem. A senhora acharia exagerado se eu lhe dissesse que aquele amor era uma cruz que eu carregava o dia
inteiro e à qual eu dormia pregado; então serei mais modesto e mais prosaico dizendo que era como um mau jeito
no pescoço que de vez em quando doía como bursite. [...]

No texto, a frase “era uma gravata que me enforcava devagar”, (último parágrafo) dá ideia de
(A) algo muito incômodo.
(B) uma dor intensa.
(C) um ato desesperado.
(D) um grande sacrifício.

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2) (AVALIA-BH). Leia o texto abaixo.

Disponível em: <http://migre.me/iodBS>. Acesso em: 18 mar. 2014.

Nesse texto, a expressão “vai mais longe” foi utilizada para


A) indicar duplo sentido.
B) mostrar exagero.
C) fazer uma crítica.
D) apresentar uma definição.

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3) Leia o texto para responder a questão abaixo:

In: O GLOBO. Rio de Janeiro. 22 de fevereiro de 1990

A expressão “sambe mas não dance” significa


(A) Divirta-se sem se expor ao perigo.
(B) Brinque muito no carnaval.
(C) É perigoso dirigir fantasiado.
(D) É preciso beber para usar fantasia.

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4) (SAERS). Leia o texto abaixo e responda.

Disponível em: <http://www.portal.saude.gov.br/portal/saude>. Acesso em: 28 mar. 10.

Nesse texto, a palavra “Previna-se” indica


A) um elogio.
B) um protesto.
C) uma ordem.
D) uma orientação.

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5) (SAVEAL).Leia o texto e responda.


Camelô caprichado

“Senhoras, senhoritas, cavalheiros! — estudantes, professores, jornalistas, escritores, poetas, juízes — todos
os que vivem da pena, para a pena, pela pena! – esta é a caneta ideal, a melhor caneta do mundo (marca Ciclone!),
do maior contrabando jamais apreendido pela Guardamoria! (E custa apenas 100 cruzeiros!).
“Esta é uma caneta especial que escreve de baixo para cima, de cima para baixo, de trás para diante e de
diante para trás! — (Observem!) Escreve em qualquer idioma, sem o menor erro de gramática! (E apenas por 100
cruzeiros!).
“Esta caneta não congela com o frio nem ferve com o calor; resiste à umidade e pressão; pode ir à Lua e ao
fundo do mar, sendo a caneta preferida pelos cosmonautas e escafandristas. Uma caneta para as grandes ocasiões:
inalterável ao salto, à carreira, ao mergulho e ao vôo! A caneta dos craques! Nas cores mais modernas e elegantes:
verde, vermelha, roxa... (apreciem) para combinar com o seu automóvel! Com a sua gravata! Com os seus olhos!...
(Por 100 cruzeiros!)
“Esta caneta privilegiada: a caneta marca Ciclone, munida de um curioso estratagema, permite mudar a cor
da escrita, com o uso de duas tintas, o que facilita a indicação de grifos, títulos, citações de frases latinas, versos e
pensamento inseridos nos textos em apreço! A um simples toque, uma pressão invisível (assim!) a caneta passa a
escrever em vermelho ou azul, roxo ou cor-de-abóbora, conforme a fantasia do seu portador. (E custa apenas 100
cruzeiros!).
“Adquirindo-se uma destas maravilhosas canetas, pode-se dominar qualquer hesitação da escrita: a caneta
Ciclone escreve por si! Acabaram-se as dúvidas sobre crase, o lugar dos pronomes, as vírgulas e o acento
circunflexo! Diante do erro, a caneta pára, emperra – pois não é uma caneta vulgar, de bomba ou pistão, mas uma
caneta atômica, sensível, radioativa, (E custa apenas 100 cruzeiros: a melhor caneta, do maior contrabando).
(MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. 2ª ed.
Rio de Janeiro. Record, 1996. p.22-23)
A expressão “todos os que vivem da pena, para pena, pela pena”, refere-se a:
(A) todos aqueles que querem uma caneta colorida.
(B) todos aqueles que têm o sentimento de pena.
(C) todos aqueles que têm a escrita como ofício.
(D) todos aqueles que compram em camelôs.

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6) Leia o texto abaixo.

PAISAGEM URBANA

São cinco horas da manhã e a garoa fina cai branca como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água
brilham em trilhos de ferro.
“Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um.
Um Homem quieto e parado é um poste, que espera o trem na estação quase vazia. [...]
A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Para a máquina, desce um branco,
uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um
cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem.
Um homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão
carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares
se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim... Outro Homem se foi. Um Homem está feliz.
FERNANDES, Maria ; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise, Linguagem e Pensamento. V. 4. São Paulo: FTD, 2000. p. 152. * Adaptado: Reforma Ortográfica.

Ao usar a expressão “homem-poste”, o autor sugere que o homem está


A) cansado de esperar o trem.
B) desligado da realidade.
C) observando o movimento.
D) preocupado com a mulher

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7) (SALTO – 2011). LEIA O TEXTO.

Retrato falado do Brasil


Sérgio Abranches

Comecei a aula com uma pergunta: "O que diferencia a questão social no Brasil e nos EUA?". Silêncio geral.
Imaginei que os alunos não tivessem lido o capítulo.
Afirmaram que sim. Foi só então que eu, imaturo, sem o olhar treinado para capturar atitudes e
comportamentos em pequenos gestos, percebi o constrangimento da turma.
O sinal, característico, que retive como lição das formas sutis do preconceito era o olhar coletivo de soslaio
para o único negro na sala. Dirigi-me a ele e denunciei: "Seus colegas estão constrangidos em falar de racismo na
sua frente".
Esta cena se repete toda vez que falo em público sobre a desigualdade racial no Brasil e há aquela pessoa
negra, solitária, na plateia. Recentemente, numa palestra para gerentes de um banco, havia uma jovem gerente
negra. Uma das raras mulheres e a única pessoa negra. Enfrentou duas correntes discriminatórias para estar ali: ser
negra e ser mulher. Os colegas se sentiam desconfortáveis porque eu falava do "problema dela". "Ela" não tinha
problema, claro. Era uma pessoa natural, do gênero feminino e negra. Nascemos assim. O problema é os outros
não quererem ver a discriminação. Essa inversão típica é que caracteriza a questão racial no Brasil. É como se os
negros tivessem um problema de cor, e não a sociedade o problema do preconceito.
(ABRANCHES, Sérgio. Retrato falado do Brasil. Veja, São Paulo, ano 36, n. 46, p. 27, nov. 2003.Adaptação.)

No trecho: "Ela" não tinha problema, claro. (último parágrafo), o termo entre aspas foi empregado para
demonstrar o preconceito
(A) do autor do texto.
(B) dos colegas da negra.
(C) da gerente negra.
(D) dos colegas negros.

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8) (2ª P.D – SEDUC-GO). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
A namorada
Manoel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Disponível em: http://www.releituras.com/manoeldebarros_namorada.asp. Acesso em 21/02/2013.

No trecho “O pai era uma onça,” a palavra destacada sugere que o pai era
(A) violento.
(B) esperto.
(C) rápido.
(D) rígido.

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Leia o texto abaixo para responder às questões 9 à 12.


(SAEMU – CE)
Poema
(Ivanei Nunes)
A corrupção veste terno e gravata
Discursa no plenário, engorda o próprio salário
É insensível com a fome e a miséria
Honestidade banida do seu dicionário.

A covardia usa fuzil AR-15


Assedia criança pobre, influencia a área nobre
Toma conta do morro, da favela
Infiltra-se no poder, na justiça, ela tudo pode

A indiferença anda pelas ruas


Esconde-se num pano, troca o carro todo ano
Não vê o verdadeiro valor da vida
Opta pelo lado animal e não pelo lado humano.

9) Em que oração, adaptada no texto, ocorre a personificação do político corrupto?


(A) Discursa no plenário.
(B) Opta pelo lado animal e não pelo humano.
(C) A corrupção veste terno e gravata.
(D) A indiferença anda pelas ruas.

10) O que a autora quer dizer com “engorda o próprio salário”?


(A) Os políticos aumentam, por conta própria, os seus salários.
(B) São obesos porque se alimentam com exageros.
(C) Seus salários precisam de reajustes.
(D) Todas estão corretas.

11) Quando a autora diz “A indiferença anda pelas ruas”, ela quer dizer que:
(A) As pessoas não são indiferentes às causas sociais.
(B) A sociedade não se compromete com os problemas do país.
(C) A população é solidária com o seu próximo.
(D) Nossos dirigentes estão atentos ao social.

12) Em “a covardia usa fuzil AR-15”, a expressão nos revela:


(A) É possível a covardia andar armada.
(B) A população amedrontada precisa se armar.
(C) As armas potentes são de uso restrito da polícia.
(D) Os traficantes se armam, espalhando terror pelas ruas.

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13) (SAEMU – CE). Leia o texto abaixo e responda.


(Imagem – Tudo é Linguagem)

Por trás de uma ironia bem-humorada, esses avisos cumprem uma exigência legal de nos revelar:

(A) Que sorrir com frequência faz bem à saúde.


(B) A tecnologia não exerce nenhum controle sobre nós.
(C) A rotina dos reality shows.
(D) Ser controlado com o auxílio da tecnologia já é uma realidade no cotidiano de muita gente.

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14) (SAEMU – CE). Leia o texto abaixo e responda.

Maia, um craque ximango que brilhou no futebol sanateno


( www.alenqueremos.com.br/esporte)

Na sua cidade ele era ídolo. Ainda garoto começou a brilhar como grande ponta-esquerda ofensivo. Foi
campeão ao pelo Aningal. Alenquer ficou pequena para seu futebol, veio para Santarém e brilhou no São
Raimundo, ganhando títulos e se revelando como um grande atleta polivalente, jogando na ponta e na lateral
esquerda.
Participou no início da campanha vitoriosa da Pantera no Intermunicipal de 1978. Em Roraima, defendeu o
Rio Negro. Teve o São Raimundo como seu primeiro e último time a defender em Santarém até pendurar as
chuteiras. Seu nome, Álvaro Maia de Souza, o Maia.

O termo “pendurar as chuteiras”, (último parágrafo) nos remete:


(A) Abandonar a carreira.
(B) Emprestar as chuteiras.
(C) Guardar as chuteiras.
(D) Deixá-las sempre penduradas.

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15) (SAEMU – CE). Leia o texto abaixo e responda.

Fragmento
(Carlos Drummond de Andrade)

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

A palavra “chama” destacada no texto nos revela:


(A) Um olhar profundo.
(B) A intensidade de uma ardente paixão.
(C) Um incêndio.
(D) Nenhuma está correta

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16) (Prova da cidade 2012). Leia o texto abaixo.

AS DUAS NOIVAS

O ônibus parou e ela subiu. Ele se encolheu, separando-se da outra, as mãos enfiadas entre os joelhos e
olhando para o lado – como se adiantasse, já tinha sido visto. A noiva sorriu, agradavelmente surpreendida:
Mas que coincidência!
E sentou-se a seu lado. Você ainda não viu nada – pensou ele, sentindo-se perdido, ali entre as duas. Queria
sumir, evaporar-se no ar. Num gesto meio vago, que se dirigia tanto a uma como a outra, fez a apresentação com
voz sumida:
— Esta é minha noiva...
— Muito prazer – disseram ambas.

Fonte: Sabino, Fernando. Obra Reunida. Volume III, Editora Nova Aguilar S.A. – Rio de Janeiro, 1996, p. 148.Com cortes.

No texto, a ironia está no fato de que as moças


A) se conheciam.
B) se cumprimentaram.
C) falaram ao mesmo tempo.
D) noivaram com o mesmo rapaz.

17) Leia a tirinha e responda:

LIMA, Lucas. Nicolau e seus queridos vizinhos. Araraquara: Enquadrinho, 2009. p. 66.

O que tornou esse texto engraçado foi o fato de o menino

A) sentar em um banco baixinho.


B) fazer um desenho de si mesmo.
C) usar a palavra “porta-retratos” com outro sentido.
D) conversar com o pássaro sobre porta-retratos

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18) A charge abaixo, publicada no jornal O Dia (PI) em 1 de abril de 2015, produz humor apoiada
numa figura de linguagem expressa graficamente, figura essa denominada:

a) metáfora;
b) metonímia;
c) hipérbole;
d) pleonasmo;

19) Leia o poema e responda:

“Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda.


Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
Fiquei sem poder chorar, quando caí.”

Nesse poema, as expressões sublinhadas correspondem ao uso de qual figura de linguagem?

a) hipérbole, intensificando, por meio de expressões exageradas, o relacionamento amoroso.


b) eufemismo, empregando termos como encostei-me e depus para amenizar a desilusão amorosa.
c) antítese, apresentando expressões de sentido oposto, como Sabendo bem e sem poder chorar, a fim de
realçar os sentimentos do eu lírico.
d) metáfora, empregando palavras com sentido que não lhes é comum, para mostrar a fragilidade dos
sentimentos da pessoa amada.

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20) Na frase: – Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram
tão pouco valor. –, a palavra paradoxo expressa ideia de

a) contradição.
b) padronização.
c) igualdade.
d) descontentamento.

21) Em relação às figuras de linguagem, assinale a alternativa que apresenta uma metonímia.
a) Ouço Mozart desde criança.
b) Ele esperou muito tempo por seu doce abraço.
c) Sua boca é um túmulo.
e) O ator famoso bateu as botas hoje.

22) Relacione as duas colunas:

I. Comparação;
II. Antítese;
III. Metonímia;
IV. Prosopopeia;
V. Metáfora;
VI. Hipérbole;
VII. Eufemismo

( ) "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo"


( ) "O pavão é um arco-íris de plumas"
( ) "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
( ) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono."
( ) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.”
( ) Eles morreram de rir daquela cena
( ) Aqueles olhos eram como dois faróis acesos.
( ) Às sete horas da manhã, a rua acordava.
( ) Aquelas crianças que choravam rios de lágrimas.

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