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A leitura
Nessa fase de leitura, inicia-se com a leitura inicial ou cursiva para adquirir uma
compreensão geral, sem despender muita atenção aos detalhes. A leitura do
texto como um todo providenciará um significado orientador. Se o leitor
conseguir sintetizar o texto em somente uma sentença é porque conseguiu
uma compreensão inicial do que se é dito no texto.
Análise
São várias as teorias ou paradigmas que orientam a leitura analítica. Tomando
como ponto de partida a hermenêutica fenomenológica, o objetivo é encontrar
significados sem esperar achar uma única verdade fundamental. Isso é devido
à consciência de possíveis significados em um processo contínuo entre os
limites do dogmatismo e da zetética. Deve-se duvidar tanto do que se
interpretou quanto confiar nas interpretações possíveis. De acordo com Palmer
(1969), na hermenêutica fenomenológica deve-se “deixar as coisas se
manifestarem como elas são, sem forçá-las com as nossas próprias categorias.
Isso implica em uma reversão da direção usual. Não somos nós que
apontamos para o que as coisas são; ao contrário, as coisas se mostram para
nós”. A hermenêutica exige a intersubjetividade do investigador. E, para isso,
ele deve alcançar a distância interpessoal a partir do objeto de estudo.
A crítica textual, ou baixa crítica, tenta reconstruir o texto caso não haja uma
versão definitiva. São glosadas as variantes para decidir quais possuam maior
legitimidade. Em tempos de plágio digital, é a hora de jogar o texto no Google
ou algum programa de análise textual. Outra parte da crítica textual é a alta
crítica ou crítica de redação. Nela se busca determinar a autoria, autenticidade,
local e tempo da composição. A determinação de autoria pode ser auxiliada por
usos de colocações, vícios de linguagem, comparação com outros textos de
mesma procedência e notar outras idiossincrasias. Questiona-se: existem
motivos para duvidar da honestidade do texto ou do autor? Conhecer o autor é
fazer uma introspecção em seus motivos, seus vieses, seu estilo e suas ideias.
SAIBA MAIS
ADLER, Mortimer; VAN DOREN, Charles. How to Read a Book. New York,
Simon and Schuster, 1972.
HEIDEGGER, Martin. Being and Time. New York: Harper & Row, 1972.
GADAMER, Hans George. Truth and Method. New York: Continuum, 2000.
GADAMER, Hans George. “Hermeneutics and Social Sciences”. in Cultural
Hermeneutics, 1975.
PALMER, Richard. Hermeneutics: Interpretation Theory in Schleiermacher,
Dilthey, Heidgger, and Gadamer. Evanston: NUP, 1969.
RICOEUR, Paul. Interpretação e Ideologias. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1977.
RICOEUR, Paul.Teoria da Interpretação. Lisboa: Ed. 7O, 1987.