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° 98 Abril-Junho 1974
Vol. XLVIII - REVISTA DE HISTÓRIA - Ano XXV
ARTIGOS
(Continuação).
FRITZ PINKUSS
do Curso de Hebraico da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de
São Paulo .
CAPITULO V.
FILOSOFIA MEDIEVAL.
Quando no mundo atual se fala em filosofia religiosa, o primeiro
pensamento é dirigido ao problema do relacionamento entre a reli-
gião positiva, revelada, e as ciências, argumentando-se que as duas
não têm nada em comum, ou quase nada, por colocarem-se em ca-
madas diferentes do conhecimento humano . A filosofia medieval
não conhece esta problemática . A sua pergunta é se as "verdades
reveladas' 'são capazes de ser alcançadas igualmente pela razão. Pa-
ra exemplificar: o Decálogo foi revelado; será que a razão do homem
chega pelo raciocínio à concepção da ética dos dez mandamentos?
— No fundo existe a convicção de que a razão e a revelação não
são mutuamente exclusivas, e os seus produtos têm de ser idên-
ticos .
A esta premissa junta-se outra: o caráter personalista do credo
iudaico, com a Lei oferecida para ser cumprida, por meios explica-
tivos e aplicativos, não se presta bem a reflexões filosóficas, nem à
construção de um tal sistema . Prática e ensino são a sua força, não
a especulação.
"O povo judaico não chegou por força própria ao pensamen:
to filosófico. Recebeu a filosofia de fora, e a história da mes-
— 322 —
(6) . — Ibidem.
(7). — Ibidem, pág. 22.
— 327 —
A MÍSTICA.
DEUS
4, <— I
REVELAÇÃO
I l
l l
Rabinos, estudo e 4, Filosofia Mística
cumprimento da Torá <— —> pureza do a busca entusiástica
Ensinamento de Deus e da fé.
(Continua) .
(21) . — Ibidem.