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BS “D

‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬ ‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Ano-6 N-283
Shabat Mebarechim Shalom! Parashá Hhayê Sarah – 25 de Mar-Hheshvan de 5773 (10/11/2012)
‫א֧ת‬
ֹ ‫מ‬
ֵ ‫ְר ֨ ַ ע‬ ֩ ‫מ ֵ֔ענ ִי אֶ ֶרץ‬ָ ְ ‫דנ ִ ֣י‬
ֹ ֲ‫ל ׃ א‬ֽ ‫מ ֥ר‬
ֹ ‫הם לֵא‬ָ֖ ‫ב ָר‬ְ ‫פר ֛ ן אֶ ת־‬ ְ ‫ע‬ ֶ ‫ַו ֧ ַעַן‬
‫בֽר׃‬ ָ
ֹ ְ‫ך ק‬ ֖ ְ‫מֽת‬
ֵ ‫מה־הִ ֑וא וְאֶ ת־‬
ַ ‫ְך‬ָ ֖ ‫בֽינ‬
ֵ ‫ֶֽ קֶ ל־ ֶ ֛סֶף ֵינ ִ ֥י‬
“E Efron respondeu a Abraham, dizendo-lhe: ‘Meu senhor, escuta-me: uma terra de 400 siclos
de prata, ente mim e ti, o que representa? Enterra tua morta!’.” (Bereshit 23:14-15)
O Alter de Kelm ZTK"L toma nota da mudança de postura de Efron no caso da gruta de Machpelá. Como ele
poderia ir tão rápido da posição de insistir que Abraham tomasse a caverna de graça para a de aceitar uma grande soma
de prata por ela (e muito acima do valor de mercado do campo)? A Torah acrescenta, ainda, que o dinheiro era um
“bom” dinheiro também. Isso significa que este dinheiro era aceitável em qualquer país conhecido, o qual Efron
‘agarrou’ sem protestar. Rashi comenta: “Ele disse muito e nem sequer fez um pouco (do que ele prometeu)...”. Sobre
essa postura de Efron, podemos entender melhor se a compararmos com um famoso caso contado por nossos sábios.
Certa vez, houve um acirrado debate entre o Rambam (Maimônides) ZTK"L e os filósofos de seu tempo. Os filósofos
sustentavam que a natureza de um animal poderia ser mudada e que este animal poderia ser transformado de uma
besta/fera numa criatura refinada. O Rambam sustentava que a natureza de um animal não poderia ser, intrinsecamente,
alterada. Um desafio foi feito, e os filósofos iniciaram o treinamento de um gato para servir como garçom, para provar
sua teoria. Quando chegou o dia marcado, uma reunião enorme foi preparada e todos esperavam ansiosamente para
assistir a este evento histórico. E todos foram surpreendidos ao ver um gato aparecer como um garçom, bem trajado e
segurando uma jarra de vinho pronto para ser servido. Aparentemente, os filósofos tinham provado sua teoria e
vencido o desafio. Os olhos de todos se voltaram para o sábio judeu, esperando sua reação. Calmamente, o Rambam
trouxe uma pequena caixa contendo um rato vivo, que, ao ser solto, foi logo correndo pelo chão da sala do rei. Para
surpresa geral, o jarro de vinho fora derrubado e lá se ia o “garçom” correr atrás de sua presa. E a decepção estava
estampada na face de todos... Efron é como o gato acima. Ele era capaz de agir com generosidade externamente, mas o
“cheiro” de uma grande soma de dinheiro dominou e fez ressurgir sua real natureza. Saiu o “Sr. Generoso”! “Posso ser
generoso amanhã.” Imagine se Efron soubesse que seus feitos seriam, para sempre, lidos por gerações como lições de
“como não se deve ser”. O que ele teria feito de diferente? À medida que escrevemos a história de nossas próprias
vidas, faríamos bem em aprendermos com o erro de Efron. (Do site “www.revach.net” [seção Quick Vort – Parashá Hhayê Sarah])
Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Resumo da Parashá – Hhayê Sarahh / Livro Bereshit (Gênesis) 23:1 – 25:18
Sarah falece aos 127 anos de idade e é enterrada na gruta de Machpelá em Hhebron, comprada por Abraham
de Efrón, o Hhitita, por 400 Shekalim de prata (400 é o valor numérico de Ain Rá – olho “mau”, conforme o Midrash
Rabá, o que indicava que tipo de pessoa era Efrón). O servo de Abraham, Eli’ezer, é enviado, carregado de presentes –
ele viajou com 10 camelos – a Hharan para encontrar uma esposa para Itshhak. No poço da aldeia, Eli’ezer reza a D-us
por um sinal de quem seria a “eleita”: quando as jovens vierem para o poço, ele pedirá por água para beber; aquela que
oferecer água para ele e também para seus camelos será a destinada a Itshhak. Ribkah, a filha de Betuel, aparece no
poço e dá de beber a Eli’ezer e seus camelos, sendo aprovada no “teste”. Eli’ezer dá a ela jóias valiosas, o que chama a
atenção de Laban, irmão de Ribkah. Eli’ezer é trazido para a casa de Betuel, onde ele relata os eventos ocorridos e se
identifica como servo de Abraham. A família de Ribkah resiste em deixá-la partir, mas ela aceita ir com Eli’ezer para a
terra de C’naan. Eles encontram Itshhak rezando no campo (instituição da Minhhá – reza da tarde). Itshhak se casa
com Ribká, ama-a e se consola pela perda de sua mãe. Abraham se casa com Keturah (Hagar), e é pai de mais seis
filhos, mas Itshhak é designado como seu único herdeiro. Abraham morre aos 175 anos de idade e é enterrado ao lado
de Sarah pelos seus dois filhos mais velhos, Itshhak e Ishmael (que havia feito Teshubá). (Adaptado de A Parashá em uma Casca
de Noz e Torah-mail) Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana: A Grandeza de Eli’ezer
Nesta Parashá, a Torah fala da busca por uma noiva para Itshhak, uma tarefa que Abraham atribuiu ao seu
fiel servo, Eli’ezer. Nossos Hhachamim ensinam que Eli’ezer tinha uma filha, que ele desejava e esperava casar com
Itshhak. Afinal, quem seria uma candidata mais adequada para tornar-se nora de Abraham? Eli’ezer foi discípulo de
Abraham por setenta anos, um estudioso e professor dedicado, que, como os Sábios descrevem, “tirou água” dos
mananciais infinitos de sabedoria de seu mestre e transmitiu esta sabedoria para os outros. Era natural de se supor que
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ele fosse ganhar a distinção de unir-se à família de Abraham, sendo sua filha escolhida como esposa para Itshhak. No
entanto, Abraham informou Eli’ezer que sua filha não poderia casar-se com Itshhak... Eli’ezer descendia de C’náan,
que foi amaldiçoado por seu avô, Noahh, e este estigma impedia que sua descendência se juntasse à família abençoada
de Abraham. Podemos imaginar a decepção de Eli’ezer ao ouvir esta resposta de Abraham. Mas Abraham não apenas
recusou-se a casar Itshhak com a filha de Eli’ezer, como também atribuiu a Eli’ezer a tarefa de encontrar a noiva certa!
Eli’ezer, servo fiel e discípulo dedicado de Abraham Abinu, tinha razão para sentir-se menosprezado... No entanto, ele
executou sua missão com fidelidade e maestria, rezando a D-us para ajudá-lo a empregar todas as técnicas que podia
para ganhar uma resposta favorável por parte da família de Ribkah. Abraham tinha-lhe dito que, se a jovem adequada
se recusasse a vir casar com Itshhak, então Eli’ezer estaria dispensado de sua missão... Ele poderia facilmente ter-se
dirigido à família de Ribkah sem fazer qualquer esforço para garantir o seu consentimento, de modo que ele voltaria a
Canaã sem uma pretendente para Itshhak, caso em que Abraham poderia repensar sua decisão e permitir que Itshhak
casasse com a filha de Eli’ezer. Em vez disso, Eli’ezer fez todos os esforços para garantir o sucesso de sua missão,
para que ele voltasse para Canaã com a noiva ideal para Itshhak. Eli’ezer aprendeu essa qualidade de Abraham. Como
lemos na Parashá Vaierá, Abraham rezou em favor de Abimelech, o rei de Guerar, que foi punido por seqüestrar
Sarah. Apesar da dor que Abimelech havia infligido sobre Abraham e sua esposa, este, não obstante, rezou em favor de
Abimelech e se sentiu preocupado com seu bem-estar. Eli’ezer observou isso e seguiu o exemplo de Abraham. Mesmo
que ele se tivesse sentido menosprezado, mesmo que ele pudesse ter uma queixa válida, ele pôs de lado seus interesses
e executou sua missão de boa fé. Por esta razão, a Torah trata longamente da história de Eli’ezer, para que possamos
ganhar inspiração deste episódio, e trabalhemos no sentido de implementar estas lições importantes em nossas próprias
vidas. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
Louvores a Abraham
Quando Abraham faleceu, todos os grandes povos dentre as nações enlutaram-se. “Ai do mundo, que perdeu
seu líder, e ai do navio que perdeu seu capitão!” Durante sua vida, Abraham rezara por mulheres estéreis, e estas
engravidaram; pelos doentes, e ficaram curados; até navios navegando no longínquo oceano foram salvos, pelo mérito
de Abraham... Apesar de o mundo inteiro negar a existência de D-us, Abraham conseguiu ser o único em sua crença, e
afirmar a Onipotência de D-us. Por causa disso foi chamado de Abraham “Ha'ibri” (o hebreu), significando o homem
que permanece de um lado (eber = lado), enquanto o mundo inteiro unia forças contra ele. Quando Abraham morreu,
D-us louvou-o da seguinte maneira: “Abraham era um Tsadik tão grande que, se não fosse por ele, Eu não teria criado
o Céu e a Terra”. Por dois mil anos após a Criação do Mundo, D-us estava aborrecido com as pessoas que adoravam
ídolos. Quando Abraham nasceu, D-us se alegrou, pois Abraham ensinou a dezenas de milhares de pessoas a servirem-
No. Abraham sabia como curar doentes com diversos tipos de remédios (segulot). Acima de tudo, curava aqueles cuja
“mente estava doente”, os que não acreditavam em D-us. Ele os ensinava a acreditar no Criador. Abraham foi posto à
prova por D-us dez vezes e superou todas elas. Compreendeu e seguiu a Torah muito antes da Outorga da Torah,
ensinando-a a seus filhos. Não houve um dia sequer, em toda a sua vida, em que não realizou um ato de santificação do
Nome Divino (Kidush Hashem). (chabad.org.br) Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Pérolas da Parashá:
A Torah declara: “E a vida de Sarah foram 120 anos e 7 anos. Estes foram os anos da vida de Sarah”. Por
que a Torah, que não ‘desperdiça’ palavras (escrevendo palavras a mais), acrescentou um versículo aparentemente
repetitivo: “Estes foram os anos da vida de Sara”? Rashi, o grande comentarista da Torah, nos explica que a mensagem
por trás desta frase aparentemente repetitiva é que todos os anos da vida de Sarah foram igualmente bons. Mas, como é
possível se dizer isto? Por muitos anos, ela não teve filhos, sofreu fome e foi para o exílio, foi seqüestrada pelo Faraó
do Egito e mais tarde por Abimelech, o rei dos Filisteus! Isto são anos bons? Nossos sábios explicam que Sarah tinha o
atributo de constantemente dizer: “Isto também é para o bem!” Mesmo aqueles eventos que outras pessoas poderiam
considerar como sendo ruins, Sarah estava consciente que provinham do Todo-Poderoso e, portanto, ela era capaz de
avaliá-los sob uma ótica positiva. A qualidade da vida de uma pessoa não depende das situações exteriores. Há pessoas
cujas vidas parecem correr de maneira suave. No entanto, elas tendem a considerar pequenas frustrações como
tragédias e, assim sendo, encaram suas vidas em termos negativos. O ideal da Torah é estarmos conscientes de que o
propósito de nossas vidas é aperfeiçoarmos nosso caráter. Toda situação que se descortina é uma oportunidade de
crescimento espiritual. Sara tinha o pleno domínio desta virtude. Portanto, ao final de sua vida, que foi constantemente
dedicada ao crescimento espiritual, pode-se dizer que todos seus anos foram bons. Esta é uma lição bastante importante
para nós. Vejamos as possibilidades de crescimento que se apresentam em todos os eventos de nossas vidas e, ao
aparecer uma situação difícil, perguntemo-nos: “Como posso tornar-me uma pessoa melhor através disto que está me
acontecendo agora?”. (Baseado nos comentários de Rashi.) Por Hhazan Mair Simantob Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah e Renee bat Sarita.
Em memória e elevação das almas de Diana Douek Bat Simha, Fortuné Beniste Nigri Bat Habibe, Jamile Cohen Bat Adon, Ibrahim Chabetai
Levy Ben Zakie, Aslan Saad Nigri Ben Sarina e Foreta Nigri Bat Malka.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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