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Salmo 73 Hino Inicial: 35 Tu És Fiel Senhor

Hino Final: 392 – Bem Junto à Cristo


Quem Foi Asafe na Bíblia?

No hebraico significa coletor ou recolhedor. Asafe era filho de Baraquias, filho de Levi (1Cr
6:39-43). Foi levita, salmista, profeta e encarregado da música sacra, nos dias do rei Davi e
Salomão. salmo 73

Teve notoriedade quando foi escolhido para entoar louvores ao Senhor, na transposição da
arca da casa de Obede-Edom para Jerusalém, juntamente com Etã e Hemã, liderando a
adoração (1Cr 15:16-19).

O instrumento que ele tocava era os címbalos, instrumento de percussão (1Cr 16: 5).

Salmista

Os salmos 50, 73-83 são atribuídos a Asafe.

Encarregado da Música Sacra

Foi nomeado pelo rei Davi para ser o líder principal da adoração que seria realizada
diariamente no lugar onde a arca foi alojada, em Jerusalém (1Cr 16: 4, 5). Foi um dos líderes,
na adoração, quando o templo de Salomão foi inaugurado e o templo se encheu da Glória do
Senhor (2Cr 5: 12-14).

Profeta

Seus salmos estão cheios da proclamação dos juízos de Deus (salmo 73: 17-20 e Salmo 83).

Memorável

Os chamados “filhos de Asafe” eram um grupo de levitas que foram influenciados pelo legado
deixado por Asafe, ou seus descendentes que exerciam a mesma atividade seguindo o seu
modelo. O que sabemos é que a expressão “filhos de Asafe” é uma prova do quanto Asafe
“marcou” a sua época.

Asafe tornou-se célebre, memorável, tanto que em tempos posteriores, foi lembrado pelo rei
Ezequias, como levita e profeta (2Cr 29:30 e Ne 12:4).
O Notável Salmo de Asafe – Salmo 73

Para que possamos entender melhor o Salmo 73, veja a seguinte ilustração:

Um dia, quatro homens cegos de nascença, que nunca haviam visto a luz do dia, decidiram ir
ao zoológico. Quando eles chegaram diante de um elefante, o guia do zoológico permitiu que
cada um tocasse no animal.

O primeiro segurou a cauda do animal e disse: o elefante é como uma corda grande. O
segundo abraçou uma das patas, e disse: o elefante é como um grande tronco de árvore. Já o
terceiro tocou o lado do elefante e disse: O elefante é realmente um grande muro. Por último,
o quarto tocou a tromba, e disse: elefante é como uma cobra enorme.

A verdade é que nenhum deles conseguiu descrever o que de fato seria um elefante. Isso
porque cada um olhou a partir de um único lado, de uma única perspectiva, a partir de um
ponto apenas. E nós somos especialistas nisso. Em olhar as coisas apenas por um lado.

Eu pergunto: De que lado, de que ângulo, de que maneira, de que perspectiva, de qual lugar
você está analisando e observando tudo o que está acontecendo na sua vida hoje? Pergunto
isso porque não são raras às vezes em que situações adversas e contraditórias nos levam a
fazer uma leitura errada da nossa vida, pois tendemos a olhar para apenas um lado da história.

O salmo 73, o salmo de Asafe, um dos principais cantores em Israel nos dias de Davi, cuja idade
devia oscilar entre os 60 e os 70 anos quando escreveu o Salmo, homem dedicado e líder do
coro, relata o conflito, o dilema, quando, em um determinado momento, seu autor passa a
olhar a vida a partir de um único ângulo, de um único lado da história. Ele olha o mundo e
percebe que está tudo errado e confuso demais para ele.

Ler Salmo 73:1-16

E qual era seu o dilema?

Por que o justo sofre, enquanto o ímpio prospera? Por que coisas boas acontecem com
pessoas más e coisas más acontecem com pessoas boas? Porque homens santos como
Jeremias, Isaías, João Batista, Estevão e o apóstolo Paulo são martirizados enquanto homens
ímpios como Herodes e Nero governam o mundo? Por que aqueles que escarnecem de Deus
se tornam ricos e desfrutam dos prazeres deste mundo e aqueles que são fiéis a Deus passam
por dificuldades?
No
A fim de tentar entender um pouco esse dilema, do salmo 73, veremos, primeiro, em que
Asafe acreditava sobre Deus.

I – A Educação Religiosa de Asafe (Vs. 1) – Lei da Justa Retribuição

“Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.” (V.1)

1 – Asafe, como todo judeu, tinha sua fé alicerçada na bondade de Deus. Para ele, Deus era o
Deus de Israel e era bom para os israelitas que eram puros de coração. Este era o chão sólido
que os pés de Asafe estavam firmados.

2 – Não é assim que acreditamos também? Esperamos que a nossa fidelidade, a nossa
dedicação, santificação, abnegação e renúncia seja retribuída com bênçãos por Deus. E é o
fundamento da nossa compreensão de Deus também. Sabemos que Deus é bom, que Deus
nos ama, que nos escolheu, que nunca nos abandonará, que cuidará de nós e nos abençoará
se formos fies a Ele.

Esta também era a fé de Asafe. Ele cresceu ouvindo que Deus era bom para os justos, porém,
ao olhar em volta, parece que a realidade do mundo está em desacordo com o que havia
aprendido e acreditado.

No entanto, subitamente, ele começa a colocar em dúvida essa bondade de Deus. Apesar de
ter crido na justiça e misericórdia do Senhor durante toda a existência, houve um dia no qual
pressentiu estar pisando no terreno da apostasia. Ele disse: “Quanto a mim, porém, quase me
resvalaram os pés“ (v.2).

Asafe percebeu que seus pensamentos o estavam guiando a um caminho escorregadio. Na


realidade, ele descobriu que faltou muito pouco para que abandonasse a fé. salmo 73

No verso 3, Asafe nos dá a razão da sua “quase queda”: “Pois eu invejava os arrogantes, ao ver
a prosperidade dos perversos.“.

II – Três coisas que Asafe invejou dos ímpios?

1 – A Saúde dos Ímpios

“Para eles não há preocupações, seu corpo é sadio e nédio“ (v.4)


Asafe inveja o perfeito estado de saúde dos homens maus. A questão era a seguinte: “Por que
alguns conhecidos mauricinhos gozam de perfeita saúde durante toda a vida ao passo que
muitos homens de Deus morrem de câncer no auge do ministério sagrado?” Parece que, para
Asafe, os homens maus e prósperos nunca ficam doentes. salmo 73

2 – Não Há Fardo no Trabalho

“Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens” (v.5)

Ir trabalhar em um ônibus lotado, metrô abarrotado é coisa que não faz parte do mundo de
alguns magnatas aproveitadores. Eles desfrutam é de boa vida, sombra e água fresca.

3 – A Vida É um Sucesso

“e prosperam no mundo; aumentam em riquezas” (v.12b)

Asafe se perturbou ainda com a constatação de que a vida dos perversos é normalmente um
sucesso. Não têm contas vencidas nem cartão de crédito estourado. Nenhum aperto financeiro
lhes impossibilita curtir férias. Aliás, são economicamente tranquilos, pois só “…aumentam
suas riquezas” (v.12).

III – Sete características dos ímpios?

1 – Soberbos

“Daí a soberba que os cinge como um colar” (v.6a)

Asafe concluiu que os homens sem Deus exibem a sua soberba “como um colar”. Quando o
homem não tem o temor de Deus no coração, dá status ser soberbo e falar de grandes
realizações com a boca cheia de arrogância. Somente quando o temor de Deus está no coração
é que a soberba não é o sentimento natural de uma pessoa. salmo 73

2 – Violentos

“A violência os envolve como manto” (v.6b)

A violência os envolve como um “manto protetor”. São violentos pois sendo assim estão
seguros. Ninguém mexe com eles. Mandam e desmandam. Eles contratam outros ímpios para
tirar satisfação com quem cruzar o seu caminho.
3 – Glutões

“Os olhos saltam-lhes da gordura” (v.7)

Asafe percebeu que os homens perversos adoram fartura. Concluem seus atos de maldade em
uma mesa farta. Sua filosofia não passa de “comamos e bebemos porque amanhã
morreremos.”

4 – Fantasiosos

“Do coração brotam-lhes fantasias” (v.7b)

Estão sempre inventando novas formas de pecar. O seu coração é um laboratório de maldade.

5 – Maliciosos no falar

“Motejam e falam maliciosamente “(v.8)


Criticam

Nas rodas de amigos eles falam coisas com sentido duplo. Há sempre uma ponta de maldade
naquilo que dizem. Esse é o comportamento de homens que enriquecem sem os princípios de
Deus na alma.

6 – Irreverentes

“Contra os céus desandam a boca” (v.9)

Também não faltam em nossos dias homens que se enriquecem falando aberrações contra os
céus. Tomam o nome de Deus em vão. Contam piadas sobre Deus e sua obra.

7 – Difamadores

“A sua língua percorre a terra” (v.9b)

Falam com orgulho dos seus casos amorosos, e tais notícias percorre a terra. Falam do da
direta e também falam do da esquerda. Falam do que viram e do que não viram.

IV – Ao contemplar a vida do ímpio, a visão de Asafe ficou cego:

1 – Deus se preocupa com a vida moral dos homens


“E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?” (v.11)

Em razão de todo esse luxo e prosperidade dos ímpios, a mente, sem esclarecimento da
verdade, deduz que Deus não está preocupado com as particularidades da vida moral dos
homens, já que permite o sucesso dos ímpios e arrogantes.

a) Esse é o pensamento Deísta. Acredita que Deus criou o mundo e o deixou ao acaso. Ele
pouco se importa com as escolhas dos homens.

b) Por esse motivo que Asafe achou que havia perdido o seu tempo, fugindo da aparência do
mal, negando a mundo, renunciando a carne, pois, segundo o pensamento, Deus não se
importa com o que as pessoas fazem ou deixam de fazer. Ele diz:

“Na verdade, que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na
inocência.” (v.13)

c) Mas Deus se importa, pois ele disse: “Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1.16).
Vs 14-16

E mais: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus
12.14) Não temos uma vida de comamos, bebamos e amanhã morramos... 1 Co
15:32, temos uma vida nova nos esperando.

2 – Teologia do Sofrimento Asafe estava cego. Assim como nossa ilustração.

“Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã” (v.14)

A inveja impediu Asafe de ver a teologia do sofrimento. Na realidade, principalmente nos dias
atuais, poucas pessoas consideram tal verdade. Estamos em tempos de êxtase espiritual,
cristianismo da prosperidade e fórmulas espirituais para se conseguir o que quer. O
importante é ser feliz, conquistando tudo quanto desejar. Aqui não há lugar para o sofrimento
e para a pobreza material.

Não há problema em almejar um emprego melhor e melhorar financeiramente, o problema é


correr tanto atrás do dinheiro ao ponto de colocá-lo em primeiro lugar e a vida com Deus ficar
para depois.

Aonde entram as provações do justo? O sofrer por Cristo? O levar a cruz? As marcas do
evangelho? O espinho na carne que nos põe no lugar que Deus quer?
Mas, mesmo passando pela crise em que estava, Asafe não deixou de ir ao templo. E foi lá que
teve a sua visão mudado pela operação do Espírito de Deus em sua vida.

Ler Salmo 73:17-20

V – AS VERDADES QUE ASAFE PERCEBEU NO TEMPLO (V. 17-28) 20

1 – Ele Viu o Futuro desastroso do Ímpio Salmo 73 – 17-20

“Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.” (v.17)

2 – O ímpio pode ter muitas felicidades aqui, mas toda a sua alegria acabará na morte, em uma
eternidade sem Deus. Asafe vê que a situação deles é precária e desesperadora e percebe que
não há motivos para sentir inveja deles, pois:

3 – O próprio Deus os põe em lugar escorregadio – v.18;


Deus não coloca ninguém em condição ruim. Passivo divino. As pessoas
buscam tanto as coisas do mal que não conseguem largar mais, aí se
perdem. "Bebeu tanto que morreu" cheirou tanto que morreu" etc
4 – Serão lançados em destruição – v.18;

5 – Serão consumidos de terrores – v.19.

Asafe não sentiu inveja deles porque


6 – Viu que a destruição dos ímpios será REPENTINA:

Asafe tinha pensado que Deus estava sendo injusto por não punir os ímpios de imediato. Mas
é que Deus nem sempre ajusta as contas no mesmo dia. Deus parece estar dormindo (v. 20).
Mas Deus não dorme. Deus dá corda ao homem. Mas um dia Deus despertará e a ruína do
ímpio será repentina e completa.

7 – Se pudéssemos participar dos últimos momentos de vida de uma pessoa que viveu longe
de Deus

Ela “usufruiu” dos prazeres e das facilidades do pecado durante toda a sua vida! É drástico
imaginar, mas pense no fim dessa pessoa. A morte chegou de súbito. Ela sente que está
morrendo… escorregando da estrada da vida para o desfiladeiro da morte. É o fim. Resta-lhe
somente o terror, pavor e desespero. Angustias infernais lhe envolvem.
CONCLUSÃO

1 – O importante não é o que as pessoas têm, mas o que elas são diante de Deus. Nada
adianta ser bem-sucedido aqui, mas não saber aonde vai passar a eternidade.

2 – As provações que nos sobrevêm mudam as nossas prioridades. Sentimos vontade de


buscar o que é eterno e imaterial. De alguma forma a dor nos leva para mais perto do Senhor.
Passamos pela prova mais íntimos de Deus do que quando entramos nela.

3 – O bem supremo na vida não é a prosperidade, nem a ausência de dor, mas a proximidade
de Deus.

4 – O grande propósito de Deus neste tempo presente não é enriquecer o crente ou


empobrecer o descrente, mas manter na sua presença pessoas dependentes Dele como eu e
você. Onde o verdadeiro próspero na vida é o que toma posse da comunhão com Deus.

A decisão de Asafe e também a sua decisão:

Salmo 73:26, 28

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