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FURB - UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

DEET - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E TELECOMUNICAÇÕES


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

JEAN CARLOS FONTANA

REPOTENCIAÇÃO DE TRANSFORMADORES ATRAVÉS DA SUBSTITUIÇÃO DO


ÓLEO MINERAL ISOLANTE PELO ÓLEO VEGETAL ISOLANTE

BLUMENAU

2017
JEAN CARLOS FONTANA

REPOTENCIAÇÃO DE TRANSFORMADORES ATRAVÉS DA SUBSTITUIÇÃO DO


ÓLEO MINERAL ISOLANTE PELO ÓLEO VEGETAL ISOLANTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Elétrica do De-
partamento de Engenharia Elétrica e Telecomunica-
ções da FURB – Universidade Regional de Blume-
nau como requisito parcial à obtenção de grau de
Engenheiro Eletricista.

Prof. Dr. Sérgio H. L. Cabral – Orientador

BLUMENAU

2017
Ficha Catalográfica (Solicitar na Biblioteca)
JEAN CARLOS FONTANA

REPOTENCIAÇÃO DE TRANSFORMADORES ATRAVÉS DA SUBSTITUIÇÃO DO


ÓLEO MINERAL ISOLANTE PELO ÓLEO VEGETAL ISOLANTE

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para a


obtenção do grau de Engenheiro Eletricista pela
Banca examinadora formada por:

Aprovado em: ___/___/______.

_________________________________________________
Presidente: Prof. [Digite o nome do professor],[Digite o grau] - Orientador, [Digite a
IES]

_________________________________________________
Membro: Prof. [Digite o nome do professor],[Digite o grau], [Digite a IES]

_________________________________________________
Membro: Prof. [Digite o nome do professor],[Digite o grau], [Digite a IES]
Dedico este trabalho a Deus e a minha Família.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, por ter me dado saúde, força, conhecimento e a sa-


bedoria para superar todas as dificuldades encontradas ao longo desta jornada aca-
dêmica.

Aos meus pais, Cláudio D. S. Fontana e Tânia M. N. Fontana, por todo amor,
incentivo, compreensão e apoio incondicional que juntos moldaram meu caráter,
permitindo minha vitória nesta difícil e honrosa caminhada.

Aos meus demais familiares, por se fazerem presentes por meios de incenti-
vos e auxílios morais.

Ao meu orientador, Professor Doutor Sérgio H. L. Cabral, por todo o conheci-


mento, incentivo e disposição, que me guiaram com desenvoltura e integridade no
desenvolvimento deste trabalho.

A todos meus professores, que durante o curso me permitiram adquirir cada


vez mais conhecimento científico, tecnológico e filosófico, que serão levados para
resto da minha vida profissional.

À WEG, por ter dado meu primeiro emprego, dando a oportunidade de iniciar
a minha carreira como profissional e por permitir cada vez mais meu crescimento
pessoal e profissional. Por toda estrutura e conhecimento, que agregaram de forma
fundamental tanto na construção deste trabalho, como na minha formação acadêmi-
ca, influenciando diretamente na minha escolha em atuar na área de Sistemas de
Potência, especificadamente com Transformadores.

Ao meu chefe Sr. Alexandre Fanchin, por toda a força recebida, pelo interesse
nas pesquisas relacionadas a este trabalho e por todo material fornecido, que ajuda-
ram muito na elaboração deste trabalho.
A todos meus colegas de sala de aula, pelo companheirismo e pela parceria
ao longo desta jornada acadêmica, em especial aos futuros engenheiros Cleiton Po-
diatzki, Douglas Correia, Inácio Luft, Rodrigo Correia e Thiago Daniel Longo, que
para o resto vida, os levarei como verdadeiros irmãos.
Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso.
Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades.
Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los.
Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e
despidos de orgulho.

(Dalai Lama)
RESUMO

No atual sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica, está o


transformador como o equipamento mais importante. Ainda que, nos dias atuais, o
transformador seja fabricado com alta tecnologia, é constante a busca por novas
soluções visando sempre novos ganhos econômicos, ambientais e de segurança.
Devido aos altos níveis de tensão e potência aplicados ao sistema elétrico, os
transformadores requerem sistemas de isolamento com alto grau de eficiência e con-
fiabilidade.
Tradicionalmente, os transformadores são fabricados utilizando-se óleo mine-
ral como meios isolante e de arrefecimento. Apesar de apresentar um ótimo desem-
penho no arrefecimento, o óleo mineral, proveniente do petróleo, é altamente infla-
mável e não é biodegradável, podendo causar graves danos ao meio ambiente.
Como uma excelente alternativa ao óleo mineral, tem surgido o óleo vegetal,
que apresenta risco praticamente nulo quanto à propagação de fogo, é biodegradá-
vel e proveniente de recursos naturais.
Além de já ser empregado na fabricação de novos transformadores, o óleo
vegetal também tem sido utilizado para repotenciar transformadores fabricados com
óleo mineral. Neste trabalho, é demonstrado, através de um estudo de caso, como
esta tecnologia é uma maneira efetiva de aumentar a potência do transformador,
elevar a segurança contra fogo, retardar o envelhecimento térmico do isolamento
celulósico e diminuir o risco ambiental.
Ao longo deste trabalho, são explanadas as principais características do óleo
vegetal isolante e do óleo mineral isolante. Também é apresentado um comparativo
entre estes dois tipos de fluido isolante, bem como, as normas para suas corretas
aplicações em transformadores de potência.
ABSTRACT

In any existing power systems, the transformer is the most important equip-
ment. Thus, even though the transformer is manufactured with the highest technolo-
gy available, there is a constant search for new solutions towards economic, envi-
ronmental and safety improvements.
Due to its inherent operation under high levels of both voltage and power, the
transformer is designed in compliance with high standards of efficiency and reliability
of its insulation systems.
Traditionally, transformers are manufactured using the mineral oil as insulating
and cooling media. Despite its excellent cooling performance, petroleum-based min-
eral oil is highly flammable, is not biodegradable and can cause serious damage to
the environment.
Thus, as an excellent alternative to the mineral oil, the vegetable oil has aris-
en, which presents practically no risk in regard to the propagation of fire, is biode-
gradable and comes from natural resources.
Moreover, besides its increasing adoption in new transformers, vegetable oil
has also been used to allow re-rating refurbished transformers formerly filled with
mineral oil.
Thus, as it is shown along this work, through a study of case, this new tech-
nology of vegetable oil represents an effective way to increase the rated power of the
transformer as well as the raise safety against fire incidence, to delay the thermal
aging of the cellulosic insulation and reduce the environmental risks.
Throughout this work, the main characteristics of the insulating vegetable oil
and the mineral insulating oil will be explained and compared. In addition the set of
the main standards to be observed are also presented.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Composição da bobina de um transformador.............................. 28


Figura 2 - Circulação do óleo isolante no transformador............................. 29
Figura 3 - Ilustração da destilação fracionada do petróleo.......................... 30
Figura 4 - Biodegradação Aquática Aeróbia................................................ 37
Figura 5 - Pontos de Fulgor e Combustão................................................... 38
Figura 6 - Viscosidade do OVI em relação ao OMI...................................... 39
Figura 7 - Tempo de Impregnação em Relação à Temperatura e
Distância a ser Impregnada......................................................... 40
Figura 8 - Envelhecimento acelerado do papel kraft, em contato com OMI
e OVI............................................................................................ 41
Figura 9 - Envelhecimento acelerado do papel isolante a 170 °C............... 41
Figura 10 - Formação de borra em cobre quente.......................................... 43

Figura 11 - Variação do Ponto de Combustão e de Fulgor do Fluído


Envirotemp FR3 com Conteúdo de Óleo Mineral........................ 44
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características do OMI novo....................................................... 32


Tabela 2 - Valores de referência para OMI em uso...................................... 33
Tabela 3 - OVI novo...................................................................................... 34
Tabela 4 - Ensaios de tipo para OVI............................................................. 35
Tabela 5 - Procedimento recomendado para a substituição do óleo
mineral por óleo vegetal Envirotemp
FR3.............................................................................................. 45
Tabela 6 - Características do Transformador Selecionado.......................... 49
Tabela 7 - Dados Técnicos do Transformador Antes da Repotenciação…. 49
Tabela 8 - Dados Técnicos do Transformador Após a Repotenciação…..... 50
Tabela 9 - Limites máximos de elevação de temperatura em
transformadores com sistema de isolamento para altas
temperaturas................................................................................ 51
Tabela 10 - Elevação da temperatura máxima para sistemas de isolação
de óleo éster/celulose....………………………………………….. 51
LISTA DE ABREVIATURAS

MVA - Mega Volt-Ampére


kV - quilo volt
PCB - Bifenil Policlorado
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
OMI - Óleo Mineral Isolante
OVI - Óleo Vegetal Isolante
°C - Graus centígrados
FCTUC - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
ASTM - American Society for Testing and Materials
CP - Conteúdo Parafínico
IEC - International Electrotechnical Commission
ANP - Agência Nacional do Petróleo
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
ABB - Asea Brown Boveri
mg/kg - miligrama/kilograma
IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers
ONAN - Óleo Natural Ar Natural
ONAF - Óleo Natural Ar Forçado
Ip - Corrente Nominal Transformador após a repotenciação
Sa - Potência Nominal Transformador antes da repotenciação
V - Tensão Nominal Transformador
Ia - Corrente Nominal Transformador antes da repotenciação
A - ampére
Pccp - Perdas de curto-circuito após a repotenciação
Pcca - Perdas de curto-circuito antes da repotenciação
kW - quilo watts
Ptp - Perdas totais após a repotenciação
Po - Perdas a vazio
Zp - Impedância após a repotenciação
Za - Impedância antes da repotenciação
DmáxATp - Máxima Densidade de Corrente no Enrolamento de Alta
Tensão após a repotenciação
DmáxATa - Máxima Densidade de Corrente no Enrolamento de Alta
Tensão antes da repotenciação
A/mm² - Ampére por milímetro quadrado
DmáxBTp - Máxima Densidade de Corrente no Enrolamento de Baixa
Tensão após a repotenciação
DmáxBTa - Máxima Densidade de Corrente no Enrolamento de Baixa
Tensão antes da repotenciação
SUMÁRIO

1 CAPÍTULO 1 ................................................................................................25

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 25


1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 25
1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL ................................................................................ 25

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 25

2 CAPÍTULO 2 ................................................................................................26

2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 26


2.2 HISTÓRIA DOS FLUIDOS ISOLANTES DE TRANSFORMADORES .......... 26
3 CAPÍTULO 3 ................................................................................................28

3.1 CARACTERÍSTICAS DE UM LÍQUIDO ISOLANTE IDEAL .......................... 28


3.2 ÓLEO MINERAL ISOLANTE - OMI .............................................................. 30
3.3 ÓLEO VEGETAL ISOLANTE - OVI .............................................................. 33
4 CAPÍTULO 4 ................................................................................................36

4.1 COMPARATIVO OVI X OMI ......................................................................... 36


4.2 PROCEDÊNCIA ........................................................................................... 36
4.3 AMBIENTE ................................................................................................... 36
4.4 RESISTÊNCIA CONTRA FOGO .................................................................. 37
4.5 RIGIDEZ DIELÉTRICA ................................................................................. 38
4.6 VISCOSIDADE ............................................................................................. 38
4.7 IMPREGNAÇÃO ........................................................................................... 39
4.8 ENVELHECIMENTO .................................................................................... 40
4.9 TEOR DE ÁGUA........................................................................................... 42
4.10 PROCESSO DE OXIDAÇÃO........................................................................ 42
5 CAPÍTULO 5 ................................................................................................44

5.1 SUBSTITUIÇÃO DO OMI POR OVI EM TRANSFORMADORES USADOS 44


5.2 RECOMENDAÇÕES PARA A SUBSTITUIÇÃO DE ÓLEO .......................... 45
6 CAPÍTULO 6 ................................................................................................48

6.1 ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 48


6.2 SELEÇÃO DO TRANSFORMADOR ............................................................ 48
6.3 DADOS TÉCNICOS DO TRANSFORMADOR ANTES DA
REPOTENCIAÇÃO ...................................................................................... 49
6.4 DADOS TÉCNICOS DO TRANSFORMADOR APÓS A REPOTENCIAÇÃO50
6.5 CÁLCULO DA REPOTENCIAÇÃO .............................................................. 50
6.5.1 ACRÉSIMO DE POTÊNCIA ......................................................................... 52

6.5.2 PERDAS DE CURTO-CIRCUITO E PERDAS TOTAIS ............................... 52

6.5.3 IMPEDÂNCIA ............................................................................................... 53

6.5.4 DENSIDADE DE CORRENTE ..................................................................... 54

6.5.5 TEMPERATURA .......................................................................................... 54

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 59
ANEXO 1 – PROPRIEDADES ÓLEO MINERAL ISOLANTE ORION II - NYNAS .... 63
ANEXO 2 – PROPRIEDADES ÓLEO VEGETAL ISOLANTE ENVIROTEMP FR3 -
COOPER...................................................................................................... 65
25

1 CAPÍTULO 1

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A necessidade cada vez maior de sistemas elétricos mais confiáveis e mais


potentes, bem como as restrições ambientais, conduziu ao aumento do interesse
nas tecnologias de repotenciação de transformadores utilizando óleo vegetal.
Neste trabalho será apresentado um estudo de caso em que será calculada a
repotenciação de um transformador de potência trifásico 20 MVA, 69 kV, projetado e
fabricado com óleo mineral isolante, aplicável em linhas de transmissão. Após o cál-
culo, serão analisados os resultados obtidos e a viabilidade de se repotenciar um
transformador utilizando-se óleo vegetal isolante.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL

Analisar a viabilidade e o processamento da repotenciação de transformado-


res através da substituição do óleo mineral isolante pelo óleo vegetal isolante.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Pesquisar as principais características elétricas e químicas do óleo isolante


vegetal e do óleo isolante mineral.
 Estudo de Caso - Calcular a repotenciação de um transformador de potência
trifásico 20 MVA, 69 kV projetado e fabricado com óleo mineral, utilizando-se
óleo vegetal.
26

2 CAPÍTULO 2

2.1 INTRODUÇÃO

Os sistemas de isolamento de transformadores são avaliados sob o ponto de


vista econômico, ambiental e de segurança, através de análises do ciclo de vida to-
tal. Devido à alta eficiência inerente ao projeto de transformadores refrigerados a
óleo, tornou-se como foco principal nos novos desenvolvimentos a busca por melho-
rias das propriedades ambientais e de segurança dos fluidos isolantes.
Além de atender às características dielétricas e refrigerantes, o óleo vegetal
isolante apresenta diversas vantagens em relação ao óleo mineral isolante. Entre
elas, destacam-se os fatos de ser biodegradável e por ser proveniente de fonte re-
novável.
Nos últimos anos, tem-se aumentado o interesse em repotenciar transforma-
dores em serviço, que foram projetados e fabricados com óleo mineral isolante, atra-
vés da substituição do tipo de óleo, em que o óleo mineral isolante é substituído pelo
óleo vegetal isolante.
Este processo pode resultar em um significativo aumento de potência do
transformador. Entretanto, antes da substituição do tipo de óleo, faz-se necessário
um estudo do transformador que se deseja repotenciar, avaliando seus dados de
projeto e analisando economicamente a viabilidade da repotenciação.

2.2 HISTÓRIA DOS FLUIDOS ISOLANTES DE TRANSFORMADORES

O primeiro transformador de classe de distribuição foi construído em 1885,


nos Estados Unidos, empregando a tecnologia de isolação a seco, que tem o ar co-
mo refrigerante dielétrico.
Em 1882, o professor Elihu Thomsom idealizou a fabricação de transformado-
res utilizando óleo mineral como meio isolante e uma década depois, em 1892, a
27

empresa General Electric produziu a primeira aplicação reconhecida de óleo mineral


em um transformador [1].
A partir de 1929, o Bifenil Policlorado passou a ser utilizado como alternativa
ao óleo mineral devido à suposta vantagem de possuir um elevado ponto de com-
bustão. Entretanto, em 29 de janeiro de 1981, sua comercialização foi proibida no
Brasil pela Portaria Interministerial n° 19, em virtude de ser considerado um óleo al-
tamente contaminante.
Devido a uma série de regulamentações ambientais que surgiram em 1978,
nos Estados Unidos, a busca por um fluído com um elevado ponto de combustão e
que não agredisse o meio ambiente tornou-se foco dos principais pesquisadores na
área.
Nos anos 90, pesquisadores da Cooper, nos Estados Unidos, concluíram que
se poderia melhorar a estabilidade de oxidação, ponto de fluidez, permissividade e
viscosidade dos ésteres naturais, mantendo suas características de elevado ponto
de combustão e rápida degradação em contato com o meio ambiente.
A partir de então, diversos trabalhos foram desenvolvidos e publicados sobre
as vantagens e consequências do óleo vegetal como meio isolante e refrigerante de
transformadores.
Nos dias atuais, é notável uma crescente na fabricação de novos transforma-
dores com óleo vegetal. Há, também, uma procura cada vez maior de se obter novas
tecnologias que permitam aperfeiçoar o processo de repotenciação de transformado-
res utilizando óleo vegetal.
28

3 CAPÍTULO 3

3.1 CARACTERÍSTICAS DE UM LÍQUIDO ISOLANTE IDEAL

Nos transformadores, a resistência elétrica dos condutores das bobinas causa


aquecimento quando da passagem da corrente, e o calor assim gerado, juntamente
com o calor oriundo das perdas do núcleo, poderá acarretar na degradação térmica
do isolante sólido, comumente composto por verniz e papel aramida.
Por isso, a principal função do fluido isolante é a refrigeração das espiras do
condutor e do núcleo magnético. Quanto melhor for sua característica dielétrica, me-
nores terão de ser as distâncias de isolamento de projeto. Desta maneira, torna-se
possível reduzir a quantidade de material isolantes sólidos, como o papel aramida,
por exemplo. Quanto menor a quantidade de isolação, mais econômico e compacto
se tornará o projeto. Na Figura 1, a seguir, é apresentada uma vista de corte da
composição da bobina de um transformador, indicando a localização de seus princi-
pais componentes. A Figura 2 representa a circulação do óleo dentro do transforma-
dor, pelas aletas.

Figura 1: Composição da bobina de um transformador.

Fonte: MEYERS, KELLY & PARRISH, 1982.


29

Figura 2: Circulação do óleo isolante no transformador

Fonte: www.sigmatransformadores.com.br

Por esses fatores, os líquidos isolantes para transformadores devem possuir


essencialmente excelentes características de condutibilidade térmica e resistência
dielétrica. Também é muito importante que o líquido isolante tenha uma baixa visco-
sidade, tal que permita a sua rápida circulação entre as fontes de calor e o meio ex-
terno.
Ainda, durante a operação, estes líquidos estarão em contato com todos os
materiais presentes no interior dos equipamentos, e estes, não devem sofrer ataque
químico por parte do líquido isolante, de forma a não perder suas propriedades ori-
ginais, ou seja, devem ter uma baixa reatividade química.
É importante também, que os transformadores instalados em locais onde os
riscos de incêndio e explosões devem ser minimizados exigem a propriedade espe-
cial de resistência ao fogo, ou seja, o fluído deverá possuir um alto ponto de com-
bustão.
Este conjunto de propriedades é a base para a avaliação da qualidade e do
comportamento em serviço dos líquidos isolantes.
30

3.2 ÓLEO MINERAL ISOLANTE - OMI

O OMI é proveniente de combustíveis fósseis. Mais propriamente, pela desti-


lação do petróleo, correspondendo à fração entre 300 e 400 °C (óleos lubrificantes),
conforme demonstrado na Figura 3.

Figura 3: Ilustração da destilação fracionada do petróleo.

Fonte: FCTUC, 2009.

Este destilado pode ser de origem parafínica ou naftênica [2]. Trata-se de


uma combinação de compostos químicos, em que a maioria das moléculas é consti-
tuída por hidrocarbonetos e, em pequenas quantidades, por compostos que apre-
sentam nitrogênio, enxofre e oxigênio [3].
A classificação do OMI em parafínico ou naftênico é, normalmente, realizada
segundo a norma ASTM D2140, 2003, por meio de medidas de viscosidade, densi-
dade, índice de refração e pela correlação entre estes resultados em um diagrama
ternário, conforme exposto pela norma ASTM D2141, 1980 [4]. Alternativamente, a
31

classificação do OMI em parafínico ou naftênico pode ser realizada com a utilização


da técnica de espectroscopia, na região do infravermelho, pela determinação do seu
conteúdo parafínico. Óleos com CP inferiores a 50% são considerados naftênicos
enquanto que aqueles com CP iguais ou superiores a 56% são classificados como
parafínicos. Os óleos com valores de CP entre 50 e 56% são classificados, em geral,
como óleos intermediários [5].
Há mais de um século o OMI tem sido utilizado em transformadores. Nos dias
atuais, são encontrados milhares de transformadores imersos em óleo mineral, pre-
sentes em sistemas elétricos no mundo todo. Sua popularidade se deve à disponibi-
lidade em abundância e também ao seu baixo custo.
Ao desempenhar as suas funções com o transformador em operação, o OMI
tem tendência de perder qualidade de suas propriedades físicas, químicas e elétri-
cas, em face do seu envelhecimento, resultante da “fadiga” térmica, ação de oxigê-
nio e de materiais inerentemente presentes na construção do equipamento, como o
cobre [6]. As principais consequências são a deterioração das propriedades isolan-
tes e aceleração do processo de degradação da celulose. Além disso, ao entrar em
contato com o oxigênio do ar, ocorre uma lenta contaminação do OMI, originando
resíduos nas superfícies de refrigeração, elevando a temperatura em funcionamento
e encurtando a duração de sua vida útil, quando em operação. Para desacelerar o
processo de oxidação do óleo, acrescentam-se substâncias inibidoras de oxidação
[7].
Estima-se que a cada 10 °C de aumento na temperatura de operação, o tem-
po de vida útil do transformador cai pela metade [8].
O óleo mineral, na eventualidade de um derrame acidental, além de represen-
tar um potencial risco de incêndio, constitui uma ameaça ambiental, uma vez que
contamina o solo circundante, penetrando nos lençóis freáticos.
Visando minimizar estes problemas, novos fluidos isolantes têm sidos desen-
volvidos à base de ésteres vegetais. Chamados de óleos vegetais isolantes, apre-
sentam características biodegradáveis, vêm de fontes renováveis e de fluidos de
segurança.
O OMI novo, antes do contato com o equipamento, deverá atender as especi-
ficações da Resolução 36 da ANP, de 05.12.2008, para óleo naftênico e parafínico
[9]. A Tabela 1 apresenta alguns dos ensaios e valores limites presentes nesta reso-
lução.
32

Tabela 1: Características do OMI novo.


Valor especificado para óleo
Característica Unidade Método de ensaio
Naftênico Parafínico

Claro, limpo, isento de material em


Aspecto - VISUAL
suspensão ou sedimento

Cor - ABNT NBR 14483 1,0 máx.

Massa específica a 20°C kg/m³ ABNT NBR 7148 861 – 900 860 máx.

Viscosidade cinemática

20 °C 25,0 máx. 25,0 máx.


40 °C cSt ABNT NBR 10441 11,0 máx. 12,0 máx.
100 °C 3,0 máx. 3,0 máx.

Ponto de fulgor °C ABNT NBR 11341 140 mín.

Ponto de fluidez °C ABNT NBR 11349 - 39 máx. -12 máx.

Rigidez dielétrica

Eletrodo de disco kV ABNT NBR 6869 30 mín.


Eletrodo de calota kV ABNT NBR IEC 60156 42 mín.

Rigidez dielétrica a impulso kV ASTM D 3300 145 mín.

Fator de perdas dielétricas

25 °C 0,05 máx.
90 °C % ABNT NBR 12133 0,40 máx.
100 °C 0,50 máx.

Enxofre corrosivo - ABNT NBR 10505 Não corrosivo

Índice de neutralização mg KOH/g de óleo ABNT NBR 14248 0,03 máx.

Teor de água mg/kg ABNT NBR 10710 B 35 máx.

Bifenila policlorada (PCB) mg/kg ABNT NBR 13882 Não detectável

Cloretos e sulfatos - ABNT NBR 5779 Ausente

Aditivo inibidor de oxidação DBPC

Óleo não inibido Não detectável


Óleo com traços de inibidor % massa ABNT NBR 12134 A 0,08 máx.
Óleo inibido 0,33 máx.

Tensão interfacial a 25°C e/m ou dina/cm ABNT NBR 6234 40 mín.

Estabilidade à oxidação
Índice de neutralização mg KOH/g de óleo 0,40
Borra % massa ABNT NBR 10504 0,10
Fator de perdas dielétricas 20
%
a 90°C

Fonte: Adaptado da Resolução número 36 da ANP de 2008 (ANP, 2008).


33

Para o acompanhamento de OMIs em uso, normalmente são realizados os


ensaios de índice de neutralização, teor de água, fator de potência, rigidez dielétrica
e tensão interfacial. Estes ensaios permitem diagnosticar o estado em que se encon-
tra o OMI [10]. Na Tabela 2 estão apresentados valores limites de referência para
este tipo de óleo.

Tabela 2: Valores de referência para OMI em uso.

Característica Unidade Norm a ABNT Lim ite para uso

Índice de neutralização mg KOH.(g óleo) ⁻¹ NBR 14248 0,15 máx.

Teor de água ppm (mg/kg) NBR 10710 B 35 máx.

Fator de potência a 100 °C % NBR 12133 15,0 máx.

Rigidez dielétrica kV NBR 6869 30 min.

Tensão interfacial mN/m NBR 6234 20,0 min.

Fonte: Adaptado da ABNT NBR 10567, 2006 (ABNT, 2006)

3.3 ÓLEO VEGETAL ISOLANTE - OVI

O OVI é constituído por moléculas de triglicerídeos, caracterizados pela liga-


ção éster. É formulado a partir de óleo extraído de fontes renováveis, como semen-
tes e/ou grãos, e aditivos para melhoria de desempenho [11].
A partir da década de 1990, esta classe de fluidos isolantes, obtida de oleagi-
nosas foi desenvolvida para aplicação em transformadores, com o objetivo de se ter
um fluido ecologicamente correto, tendo como principais características a biodegra-
dabilidade e o fato de ser proveniente de fonte renovável. Além disso, o OVI apre-
senta ponto de combustão mínimo de 300 °C quando ensaiado conforme a norma
ABNT NBR 11341. [12].
Em meados de 1999, foram desenvolvidos óleos vegetais apropriados para
uso em equipamentos elétricos [13]. Os primeiros produtos comerciais de OVIs lan-
çados no mercado nacional foram o Biotemp e o Envirotemp FR3. Em 2003, foram
lançados, no mercado nacional, os óleos Biovolt [14].
34

No atual mercado brasileiro, o fluido Envirotemp FR3 é comercializado pela


Cooper Power Systems e fabricado pela Cargill, enquanto que o Biotemp é importa-
do da Suécia, pela ABB Brasil. Os óleos Biovolt são produzidos e comercializados
pela Mineraltec [15].
O OVI novo deverá estar de acordo com a norma ABNT NBR 15422:2015, ti-
tulada “Óleo vegetal isolante para equipamentos elétricos”. O OVI novo, quando en-
saiado segundo os métodos indicados na norma ABNT NBR 15422:2015, deve
apresentar características com valores limites especificados na Tabela 3.
35

Para o acompanhamento da real qualidade do OVI, a norma ABNT NBR


15422:2015 especifica alguns ensaios de Tipo a serem aplicados em uma pequena
quantidade de um mesmo lote de fabricação.
Na Tabela 4, são apresentados os ensaios de Tipo aplicados aos OVIs, bem
como os método de ensaios e os valores típicos que o resultados dos ensaios deve-
rá atingir.

Tabela 4: Ensaios de tipo para OVI


CaracterísticaS Unidade Método de ensaio Valor típico

Coef iciente de expansão térmica °C ASTM D 1903 0,0007 a 0,0008

Constante dielétrica a 25 °C - ABNT NBR 12133 3,1 a 3,3

Calor específico a 20 °C cal/g ASTM D 2766 0,45 a 0,60

Condutividade térmica cal/cm.s.°C ASTM D 2717 0,00035 a 0,00045

Enxofre corrosivo - ABNT NBR 10505 Não corrosivo


Prontamente
Biodegradabilidade - OECD 301B
biodegradável
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 15422, 2006.
36

4 CAPÍTULO 4

4.1 COMPARATIVO OVI X OMI

Neste capítulo, será abordado um comparativo das principais características


entre OMI e OVI.

4.2 PROCEDÊNCIA

O OMI é um produto derivado do petróleo, de fonte finita, obtido por hidroge-


nação catalítica e tratamento ácido.
O OVI é obtido a partir de oleaginosas, como girassol, soja, entre outros que
são fontes renováveis [16].

4.3 AMBIENTE

Quando em contato com o solo, OMI causa contaminação nos lençóis freáti-
cos e nos sistemas hídricos, em virtude de seu lento processo de biodegradação.
Em contrapartida, por ser formulado a partir de matérias-primas naturais, o OVI é
facilmente biodegradável no meio ambiente, sendo, portanto, uma excelente opção
para as empresas que se preocupam com a preservação do meio ambiente. Na Fi-
gura 4, observam-se uma considerável vantagem em prol do OVI quanto à taxa de
biodegradabilidade por dias decorridos.
37

Figura 4: Biodegradação Aquática Aeróbia

Fonte: Cooper Power Systems

4.4 RESISTÊNCIA CONTRA FOGO

Para que um fluído isolante seja considerado resistente contra fogo, este deve
apresentar valores de Ponto de Fulgor e Ponto de Combustão, acima de 300 °C.
Conforme demonstrado no gráfico da Figura 5, o OVI apresenta valores de Ponto de
Fulgor e Ponto de Combustão acima dos 300 °C, sendo assim, considerado um flui-
do isolante com uma excelente resistência contra fogo. Já o OMI apresenta valores
de Ponto de Fulgor e Ponto de Combustão muito abaixo dos 300 °C. Essa discre-
pância mostra que uma das principais vantagens do OVI, em relação ao OMI, é sua
segurança contra incêndios.
38

Figura 5: Pontos de Fulgor e Combustão

Fonte: Cooper Power Systems

4.5 RIGIDEZ DIELÉTRICA

A rigidez dielétrica do OVI é diferente da do OMI. O valor da rigidez dielétrica


depende de vários fatores como, além do próprio material em si, das dimensões
construtivas, do tipo da solicitação dielétrica em determinado ponto da bobina, seja
impulso, ou a frequência industrial.
Este dado é informado pelo fabricante na tabela técnica do material.
Nos anexos 1 e 2, podem ser vistos os dados de rigidez dielétrica do óleo mi-
neral isolante comercializado pela NYNAS, e do óleo vegetal isolante comercializado
pela COOPER, respectivamente.

4.6 VISCOSIDADE

A viscosidade e a curva característica de viscosidade x temperatura do OVI


são diferentes do OMI. Isso afeta a velocidade de circulação do óleo nos canais dos
enrolamentos e nos radiadores. Consequentemente, a capacidade de dissipação
39

térmica do transformador projetado para OMI é pior quando utilizado OVI. O gráfico
da Figura 6 apresenta a taxa de viscosidade versus temperatura.

Figura 6: Viscosidade do OVI em relação ao OMI

Fonte: WEG

4.7 IMPREGNAÇÃO

A impregnação do fluido isolante no isolamento sólido do transformador de-


pende de fatores tais como: efeito capilaridade, pressão externa, viscosidade e raio
médio do capilar.
Conforme demonstram os gráficos da figura 7, o tempo de impregnação do
OVI, para uma mesma temperatura, é maior que o OMI. Nota-se que os dois fluídos
possuem mesmo tempo de impregnação quando a temperatura do óleo vegetal é
mantida a 60 °C e a do óleo mineral a 20 °C.
40

Figura 7: Tempo de Impregnação em Relação à


Temperatura e Distância a ser Impregnada

Fonte: WEG

4.8 ENVELHECIMENTO

Recentes resultados de estudos de envelhecimento mostraram que o papel


isolante tem sua vida estendida na presença de óleos de base vegetal em compara-
ção aos transformadores isolados com óleo mineral [17]. A água presente no óleo
vegetal é consumida no processo de hidrólise do triacilglicerol (molécula do OVI)
gerando ácidos graxos livres de cadeia longa [18]. Este mecanismo de hidrólise fa-
vorece o deslocamento de mais moléculas de água do papel para o fluido isolante
para manter o equilíbrio químico, ou seja, indiretamente este deslocamento promove
a secagem do papel Kraft isolante e, consequentemente, a extensão da sua vida útil.
Na figura 8, é apresentado o resultado de uma análise de estudo acelerado
do papel isolante kraft, quando em contato com OVI e OMI. Nota-se que, na presen-
ça de OVI, a durabilidade do papel kraft é consideravelmente maior.
41

Figura 8: Envelhecimento acelerado do papel Kraft,


em contato com OMI e OVI.

Fonte: Cooper Power Systems

No gráfico da figura 9, é representado o envelhecimento do papel isolante, a


uma temperatura de 170 ºC. Observa-se que, após 1000 horas, o papel isolante na
presença de OMI, já se torna inutilizável.

Figura 9: Envelhecimento acelerado do papel isolante a 170 °C

Fonte: Cooper Power Systems


42

4.9 TEOR DE ÁGUA

A rigidez dielétrica do OMI e do OVI começa a diminuir quando a saturação


relativa de água no óleo atinge aproximadamente 50%. Para o OMI, 50% da satura-
ção à temperatura ambiente corresponde ao intervalo entre 30 a 35 mg/kg de água e
para o OVI, de 500 a 600 mg/kg de água [19]. Logo, a quantidade de água exigida
para saturar o OVI à temperatura ambiente é aproximadamente 20 vezes a do OMI
[20]. A umidade no OMI atua como agente catalisador na decomposição da celulose,
diminuindo, consequentemente, a vida útil do equipamento elétrico.

4.10 PROCESSO DE OXIDAÇÃO

Durante a utilização do óleo isolante no equipamento, este está naturalmente


sujeito a um processo de oxidação, formando ácidos como produtos finais da degra-
dação, que podem ser detectados por meio do índice de neutralização ou índice de
acidez.
No OMI, estes compostos são indesejáveis, pois agridem os materiais do
equipamento, principalmente o papel Kraft isolante, diminuindo, consequentemente,
a sua vida útil. Tais compostos podem, ainda, polimerizar e formar borra, que ao se
depositar na parte ativa ou nos trocadores de calor, dificulta a transferência de calor
para o meio ambiente [21].
Ao contrário do OMI, os produtos de oxidação do OVI não são nocivos ao pa-
pel Kraft isolante, e ainda, evitam a sua degradação precoce [22]. Na eventualidade
dos produtos de oxidação do OVI polimerizarem, esta polimerização não gera borra
ou depósitos sobre os materiais internos do transformador.
Na figura 10, pode ser observado a formação de borra em cobre quente. A
quantidade de borra no cobre em contato com OMI chega a ser 40 vezes maior que
o cobre em contato com OVI.
43

Figura 10: Formação de borra em cobre quente

Fonte: Cooper Power Systems


44

5 CAPÍTULO 5

5.1 SUBSTITUIÇÃO DO OMI POR OVI EM TRANSFORMADORES USADOS

A substituição de OMI por OVI num transformador pode ser uma maneira efe-
tiva de se ter um acréscimo de sua potência, aumentar a sua segurança contra fogo,
retardar o envelhecimento térmico do seu isolamento, diminuir o seu risco ambiental
e obter outros benefícios.
O fato do OVI ser totalmente miscível com o OMI, facilita a operação de subs-
tituição. Após a retirada do OMI do transformador, o óleo residual que permanece no
transformador não reduz o ponto de combustão do OVI para abaixo de 300 ºC, o
suficiente para ser considerado como um líquido resistente ao fogo. Contudo, a per-
centagem de óleo residual, contida no transformador, para satisfazer estas condi-
ções, deverá ser limitado no máximo aos 7 %, conforme se pode observar no gráfico
da Figura 11.

Figura 11: Variação do Ponto de Combustão e de Fulgor do Fluído


Envirotemp FR3 com Conteúdo de Óleo Mineral

Fonte: Cooper Power Systems


45

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA A SUBSTITUIÇÃO DE ÓLEO

De acordo com as orientações da Cooper Power Systems, antes de se fazer a


substituição do óleo, deve-se ser realizada uma inspeção visual para confirmar a
integridade de todos os selos e conexões aparafusadas. É importante avaliar o histó-
rico completo de manutenção e teste do transformador e do fluido isolante. Também
é importante fazer uma análise de umidade e gases dissolvidos no fluido isolante. Na
tabela 5, é possível visualizar o passo-a-passo do procedimento recomendado para
a substituição do óleo mineral pelo óleo vegetal Envirotemp FR3, comercializado
pela Cooper Power Systems.

Tabela 5: Procedimento recomendado para a substituição do


óleo mineral por óleo vegetal Envirotemp FR3.

Principais Passos Pontos Importantes Comentários


1. Acessar o equipa- Seguir regulamentos do proprietá- Verifique e confirme
mento. rio. Registrar todas as informações que o equipamento
da placa de identificação e deter- está desenergizado.
minar vácuo permitido no tanque.
2. Aterrar todos os Inclui transformador, bombas e Assegura descarga
equipamentos. tanques. completa.
3. - Realizar testes de Usar os procedimentos recomen- Deve ser realizado
resistência do isola- dados pelo fabricante do instru- com o fluido à tempe-
mento e fator de po- mento. Registrar a temperatura do ratura ambiente.
tência. fluido.

- Descarregar o Enrolamento de alta tensão e ca- Elimina qualquer car-


transformador. bos. ga capacitiva.

- Aterrar novamente Controla crescimento


o transformador. de carga estática.
4. Retirar amostras de Retirar amostra para análise do Fornece uma refe-
óleo. fluido e gases dissolvidos confor- rência das condições
me procedimentos ASTM. do transformador na
hora do reenchimen-
to.
5. Drenar o óleo. Se o transformador estiver reto ou Os radiadores devem
inclinado em relação ao dreno, ser drenados comple-
forçar a saída do óleo aplicando-se tamente removendo-
uma pressão positiva de 5 psig se os plugues de
com gás seco. De outra forma, dreno, após o nível
bombear o óleo através do dreno. de óleo estiver abaixo
46

do mesmo, se o tudo
de alimentação supe-
rior não estiver aces-
sível para lavagem
(veja passo 8).
6. Substituir todas as Apertar na compressão adequada, Guarnições envelhe-
guarnições imersas baseado na função do componen- cidas podem vazar
em óleo. te e material de guarnição. após o reenchimento.
7. Deixar gotejar por no Preferível por 2 horas. Aplicação Tempo de goteja-
mínimo ½ hora após de vácuo dentro do limite mecâni- mento mais longo é
drenagem. co do tanque irá acelerar o gote- vantajoso para redu-
jamento. zir o resíduo de óleo
mineral.
8. Lavar com fluido Utilize pressão mínima para evitar Temperatura do flui-
FR3 aquecido (~5% o desalojamento dos contaminan- do recomendada pa-
do volume do trans- tes. Lavar através de dreno. Asse- ra enxague é de 50 a
formador). gure-se de lavar os radiadores. 80°C.
Fechar dreno rapidamente.
9. Deixar gotejar por ½ Tempo de goteja-
hora. mento mais longo é
mais vantajoso.
10. Remover sedimentos Acesso pode ser alcançado remo- Minimiza o residual
do fundo do trans- vendo-se a válvula de dreno. do óleo mineral.
formador.
11. Aplicar vácuo dentro Iniciar enchimento através do dre- Temperatura mínima
do limite mecânico. no quando a pressão de referência do fluido – 50°C.
for atingida. Use filtros de 0,5µm.
Limitar pressão base
ao nominal do tan-
que.
12. Secar manta de ni- Trazer pressão para 2-3 psig.
trogênio.
13. – Aguardar antes de Preferível por 4 horas. Tempo de
repetir o teste de re- espera depende da temperatura
sistência do isola- de enchimento do fluido.
mento.

- Realizar teste de Se o valor (corrigido por tempera- Resistencia do isola-


resistência do isola- tura) diminuir, investigar a causa. mento pode diminuir
mento. devido a menor resis-
tividade do fluido
FR3. Fator de potên-
cia pode aumentar
devido a maior dissi-
pação do fluido FR3.

- Descarregar e Rea- Conforme item 3.


terrar.
14. Instalar etiqueta de Preencha a etiqueta com caneta
47

reenchimento. indelével.
15. Aguardar para ener- Preferível por 24 horas. Tempo de Permite a dissipação
gizar o equipamento. espera depende da temperatura das bolhas de ar.
de enchimento do fluido.
16. Retirar amostras do Verificar e manter pressão positi- Verifica se o equipa-
óleo. va. Retirar amostras conforme item mento está livre de
4. vazamentos. Refe-
rência para o novo
fluido.
17. - Energizar o equi-
pamento (sem car-
ga).

- Aguardar para apli- Mínimo de 3 horas.


car a carga.

- Conectar carga. Observar se há vazamentos no


equipamento.
18. Próximo dia, verificar Observar se há vazamentos no
pressão e tempera- equipamento ou sinais de proble-
tura do equipamento. mas.
19. Seguir programação Prestar bastante a atenção aos
e procedimentos das sinais de vazamentos de guarni-
normas de manuten- ções. Retirar amostras conforme
ção. item 4 após seis meses.
20. Monitorar pressão do Uma pressão constante de 0 psig,
tanque para confir- independente das alterações de
mar selagem do tan- temperatura, indica um vazamen-
que. to.
Fonte: COOPER Power Systems
48

6 CAPÍTULO 6

6.1 ESTUDO DE CASO

Este estudo de caso consiste em calcular a repotenciação de um transforma-


dor de potência trifásico 20 MVA, 69 kV projetado e fabricado com óleo mineral, utili-
zando-se óleo vegetal.
Para iniciar o processo de cálculo de repotenciação, inicialmente foi selecio-
nado um transformador com características gerais conforme o item 8.2, onde são
indicadas as características de projeto do transformador selecionado.
Na elaboração do cálculo de repotenciação, foram utilizados programas com-
putacionais internos da WEG. Por questões de confidencialidade, os mesmos não
serão revelados neste trabalho. Pelo mesmo motivo, também não será feito uma
estimativa de custo de material e mão de obra necessários para se fazer a repoten-
ciação.
Os dados técnicos do transformador antes a repotenciação serão apresenta-
dos no item 6.3. E quanto que os dados técnicos do transformador após a repotenci-
ação, serão apresentados no item 6.4. No item 6.5, são descritas importantes infor-
mações do cálculo de repotenciação.

6.2 SELEÇÃO DO TRANSFORMADOR

O transformador selecionado foi fabricado pela WEG, e possui as característi-


cas conforme Tabela 6, logo a seguir:
49

Tabela 6: Características do Transformador Selecionado


Tipo Transformador de Potência Trifásico
Potência Nominal ONAN 15 MVA
Potência Nominal ONAF 20 MVA
Tensão Primária 69 kV
Tensão Secundária 34,5 kV
Fluído Isolante Óleo Mineral - Orion II - NYNAS
Material dos Condutores Cobre
Isolamento dos Condutores Papel Kraft Termoestabilizado
Fonte: WEG.

6.3 DADOS TÉCNICOS DO TRANSFORMADOR ANTES DA REPOTENCIAÇÃO

Na tabela 7, são indicados os dados técnicos do transformador antes da repo-


tenciação. Estes valores foram obtidos do cálculo de projeto do transformador, fabri-
cado pela WEG.
50

6.4 DADOS TÉCNICOS DO TRANSFORMADOR APÓS A REPOTENCIAÇÃO

Na tabela 8, são indicados os dados técnicos do transformador após a repo-


tenciação. A troca de OMI por OVI permitiu um acréscimo de 20% de potência. Estes
valores foram obtidos do cálculo de repotenciação, elaborado com o auxílio de sof-
twares internos da WEG.

6.5 CÁLCULO DA REPOTENCIAÇÃO

A nova potência do transformador, após o processo de repotenciação, depende


basicamente da temperatura de funcionamento. Deve-se, impreterivelmente, atender
aos limites de temperatura impostos pelas normas IEC 60076, conforme tabela 9:
51

Tabela 9 – Limites máximos de elevação de temperatura em transformadores


com sistema de isolamento para altas temperaturas.

Fonte: Adaptado da Norma IEC 60076.

Segundo a norma IEC, o fato de um transformador com óleo vegetal possuir


limites de temperatura superiores a transformadores com óleo mineral, deve-se ao
upgrade de temperatura que o papel kraft, utilizado na isolação dos condutores, re-
cebe, quando em contato com fluidos à base de ésteres naturais, conforme indicado
na tabela 10, abaixo:

Tabela 10 – Elevação da temperatura máxima para sistemas de isolação de


óleo éster/celulose.

Fonte: Adaptado da Norma IEC 60076.


52

6.5.1 ACRÉSIMO DE POTÊNCIA

Após a análise de cálculo, foi possível aumentar em 20% a potência do trans-


formador, ou seja, passou de 15 MVA para 18 MVA em regime ONAN, e de 20 MVA
para 24 MVA em regime ONAF. Conforme apresentados na tabela 8, do item 8.4, os
limites de temperatura, após o incremento de potência, ficaram dentro do delimitado
pela norma IEC 60076.
Em consequência ao aumento de potência, o transformador também teve
acréscimo nos valores de perdas de curto-circuito, perdas totais, impedância, e den-
sidade de corrente.

6.5.2 PERDAS DE CURTO-CIRCUITO E PERDAS TOTAIS

O aumento das perdas de curto-circuito é proporcional ao quadrado do aumen-


to de corrente, que por sua vez, é proporcional ao aumento de potência de transfor-
mação.

Cálculo da corrente máxima com o acréscimo de 20% de potência de transfor-


mação:

,
= (1)

Onde:

= (2)

Logo, o aumento de corrente foi de 20%:

= ( x 1,2) (3)
53

Assim, tem-se que os novos valores de perdas de curto-circuito são:

= 1,2² (4)

= (102 1,2 ) (5)

= 146,88 (6)

As perdas totais após a repotenciação são a soma das perdas de curto-circuito


e as perdas a vazio:

= + (7)

= (146,88 + 16) (8)

= 162,88 (9)

6.5.3 IMPEDÂNCIA

O aumento da impedância, em porcentagem, é proporcional ao aumento de


corrente, que por sua vez, é proporcional aumento de potência. O valor da impedân-
cia em ohms permanece o mesmo.

Cálculo da impedância com o acréscimo de potência de transformação:

= x 1,2 (10)

= (12 x 1,2) (11)

= 14,4 % (12)
54

6.5.4 DENSIDADE DE CORRENTE

O aumento da densidade de corrente é proporcional ao aumento de corrente,


que por sua vez, é proporcional ao aumento de potência.

Logo, no enrolamento de AT:

á = á x 1,2 (13)

á = (3,302 x 1,2) (14)

á = 3,962 / ² (15)

E no enrolamento de BT:

á = á x 1,2 (16)

á = (3,282 x 1,2) (17)

á = 3,938 / ² (18)

6.5.5 TEMPERATURA

Os novos valores de temperaturas de operação do transformador, após a repo-


tenciação, obedecem os limites estabelecidos na norma IEC 60076, conforme de-
monstrado na tabela 9. O aumento de temperatura está ligado diretamente ao au-
mento de potência. Devido à complexidade e a inconfiabilidade de se calcular os
valores de temperatura de funcionamento de um transformador utilizando fórmulas
genéricas, foram utilizados programas computacionais internos WEG. Por questões
de confidencialidade os mesmos não serão revelados neste trabalho.
55

CONCLUSÃO

De acordo com o trabalho apresentado, pode-se concluir que a repotenciação


de transformadores em operação, através da substituição do óleo mineral isolante
pelo óleo vegetal isolante, é uma alternativa real quando se busca ter um acréscimo
de potência do transformador, prolongar avida útil do equipamento, aumentar a se-
gurança contra incêndios, entre outros benefícios.
Entretanto, destaca-se o fato de que, para ponderar a viabilidade deste pro-
cesso, faz-se necessário uma análise profunda do equipamento que se deseja repo-
tenciar, buscando informações de temperaturas de operação, densidade de corrente
e condições físicas do equipamento, especialmente do sistema de isolação.
Através das comparações das características dos fluidos isolantes, é possível
enfatizar que óleo vegetal possui diversas vantagens em relação ao óleo mineral.
Entre as principais, podemos afirmar que são o alto ponto de combustão, a biode-
gradabilidade e o modo em que absorve a água presente no papel isolante, aumen-
tando assim, a vida útil do equipamento.
Por outro lado, a maior objeção para se realizar a repotenciação, está na ca-
racterística de alto valor de viscosidade do óleo vegetal isolante. Em um transforma-
dor projetado para a utilização de óleo mineral isolante, os canais de óleo são meno-
res, o que por consequência, impede a circulação desejável do óleo vegetal entre as
bobinas. Outra desvantagem, é o maior tempo necessário para se impregnar no ma-
terial isolante sólido.
No estudo de caso elaborado neste trabalho, o fato do transformador origi-
nalmente ter uma baixa densidade de corrente e ter os valores das temperaturas de
operação dentro do tolerado, permitiu-se um acréscimo de 20% de potência, somen-
te com a substituição do óleo mineral isolante pelo óleo vegetal isolante. Como con-
sequência do acréscimo de potência, aumentaram-se os valores de perdas, impe-
dância e temperatura.
Deseja-se que os estudos das características e comportamentos do OVI se-
jam cada vez mais constantes, afim de tornar definitivamente o OVI como principal
fluído isolante do setor elétrico. Sugere-se um estudo do comportamento do OVI du-
rante os ensaios de impulso atmosférico.
56
57

REFERÊNCIAS

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[2] - LIPSTEIN SHAKHNOVICH, 1970 e CLARK, 1962
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[5] - NYNAS, 2004
[6] - PAIXÃO, 2006
[7] - LUZ JÚNIOR, GUIMARÃES NETO, MOITA NETO, 2005
[8] - IEC 60076-7 – Loading guide for oil-immersed power transformers
[9] - MÔNICA BUFFARA CECATO STOCCO
[10] - TULIO, 2008
[11] - ABNT NBR 15422:2015 – 3.1
[12] - ABNT NBR 15422:2015 – 3.2
[13] - LEWAND, 2004
[14] - WILHELM, 2008
[15] - WILHELM, TULIO e UHREN, 2009
[16] - Wilhelm et al., 2006
[17] - Claiborne e Cherry, 2006
[18] - Rapp et al, 2001; Rapp et al, 2002 e Rapp et al, 2005
[19] - California Environmental Protection Agency, 2003
[20] - IEEE, 2008
[21] - Granato, Levy e Tulio, 2001
[22] - Rapp et al, 2005
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62
63

ANEXO 1 – PROPRIEDADES ÓLEO MINERAL ISOLANTE ORION II - NYNAS


64
65

ANEXO 2 – PROPRIEDADES ÓLEO VEGETAL ISOLANTE ENVIROTEMP FR3 -


COOPER

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