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Análise quantitativa do tratamento de pacientes com rugas dinâmicas faciais utilizando

toxina botulínica tipo “A” em uma clínica de biomedicina estética em Vitória da


Conquista-Bahia

Quantitative analysis of the treatment of patients with dynamic facial wrinkles using
botulinic toxin type “A” at an aesthetic biomedicine clinic in Vitória da Conquista-Bahia

Análisis cuantitativo del tratamiento de pacientes con arrugas faciales dinámicas


utilizando toxina botulínica tipo "A" en una clínica de biomedicina estética en Vitória
da Conquista-Bahia

Amanda Mendonça de Morais; Igor Romeiro dos Santos; Luita Nice Café Oliveira
Schifino.

1) Graduanda em Biomedicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).


2) Mestrando em Ciências Ambientais (Recursos Naturais do Cerrado) pela Universidade
Estadual de Goiás (UEG). Biomédico. E-mail igor.romero@gmail.com
3) Mestra em Biologia e Biotecnologia de Microrganismos pela Universidade Estadual de
Santa Cruz (UESC). Biomédica. Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).

Contato
R. Duarte Peixoto, 259, Manhuaçu – MG, 3690-000 Telefone: (33) 3331-1214.

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Análise quantitativa do tratamento de pacientes com rugas dinâmicas faciais utilizando
toxina botulínica tipo “A” em uma clínica de biomedicina estética em Vitória da
Conquista-Bahia

Quantitative analysis of the treatment of patients with dynamic facial wrinkles using
botulinic toxin type “A” at an aesthetic biomedicine clinic in Vitória da Conquista-Bahia

Análisis cuantitativo del tratamiento de pacientes con arrugas faciales dinámicas


utilizando toxina botulínica tipo "A" en una clínica de biomedicina estética en Vitória
da Conquista-Bahia

Resumo

Introdução: Boa parte das pessoas procuram as clínicas de biomedicina estética com o
propósito de retardar o envelhecimento cutâneo. As rugas dinâmicas faciais estão entre as
maiores queixas, causadas pela perda da elasticidade provocando atrofia e fragilidade. O
aparecimento das rugas é um processo natural com o avanço da idade, mas também são
causadas pela radiação solar, alimentação inadequada, tabagismo, alcoolismo e poluição
ambiental. A forma de tratamento evidenciada no mercado estético é a aplicação da toxina
botulínica tipo A, sendo o Botox®, produzida pelo laboratório Allergan Inc, de maior
destaque. Objetivo: Analisar quantitativamente o tratamento de pacientes com rugas
dinâmicas faciais com toxina botulínica tipo A em uma clínica de biomedicina estética na
cidade de Vitória da Conquista-Bahia. Método: Os critérios metodológicos de obtenção dos
dados envolveram a análise de 50 fichas dos pacientes, onde foram coletadas informações
referentes ao gênero, faixa etária (idade), região superior facial de uso da toxina botulínica
tipo A e quantidade de unidades biológicas (U) administradas. Resultados e Discussão: As
mulheres continuam sendo as principais consumidoras da toxina botulínica tipo A, além disso,
há elevadas procuras por pessoas de 30 a 60 anos (dos 43 pacientes nesta faixa etária, cinco
homens e 38 mulheres), sendo a região orbicular dos olhos com maiores aplicações, e a
utilização de 50U desta toxina em uma parte considerável dos pacientes como procedimento
padrão. Conclusão: A toxina botulínica tipo A tem sido bastante utilizada na clínica de
biomedicina estética, no tratamento de rugas dinâmicas, com o intuito de melhorar o aspecto
facial e trazer expressões mais joviais.

Descritores: Biomedicina estética; Rugas dinâmicas; Toxina botulínica.

Abstract

Introduction: Most people look for aesthetic biomedicine clinics to delay skin aging.
Dynamic facial wrinkles are among the biggest complaints caused by loss of elasticity causing
atrophy and fragility. It is a natural process with advancing age, but also caused by solar
radiation, improper diet, smoking, alcoholism and environmental pollution. The form of
treatment evidenced in the aesthetic market is the application of botulinic toxin type A, being
Botox®, produced by the Allergan Inc laboratory, most prominent. Objective: To
quantitatively analyze the treatment of patients with dynamic facial wrinkles with botulinic

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toxin type A at an aesthetic biomedicine clinic in the city of Vitória da Conquista-Bahia.
Method: The methodological criteria for obtaining data involved the analysis of 50 patient
records, which collected information regarding gender, age, upper facial region of botulinic
toxin type A use and number of biological units (U) administered. Results and Discussion:
Women continue to be the main consumers of botulinic toxin type A, in addition, there are
high demands by people aged 30 to 60 years (out of 43 patients in this age group, five men
and 38 women), and the orbicular region of the eyes with larger applications, and the use of
50U of this toxin in a considerable part of the patients as standard procedure. Conclusion:
Botulinic toxin type A has been widely used in the clinic of aesthetic biomedicine, in the
treatment of dynamic wrinkles, in order to improve facial appearance and bring more youthful
expressions.

Descriptors: Aesthetic Biomedicine; Dynamic wrinkles; Botulinic toxin.

Resumen

Introducción: La mayoría de las personas buscan clínicas de biomedicina estética para


retrasar el envejecimiento de la piel. Las arrugas faciales dinámicas se encuentran entre las
mayores quejas causadas por la pérdida de elasticidad que causa atrofia y fragilidad. Es un
proceso natural con la edad avanzada, pero también causado por la radiación solar, la dieta
inadecuada, el tabaquismo, el alcoholismo y la contaminación ambiental. La forma de
tratamiento evidenciada en el mercado estético es la aplicación de toxina botulínica tipo A,
siendo Botox®, producida por el laboratorio Allergan Inc, la más destacada. Objetivo:
Analizar cuantitativamente el tratamiento de pacientes con arrugas faciales dinámicas con
toxina botulínica tipo A en una clínica de biomedicina estética en la ciudad de Vitória da
Conquista-Bahia. Método: Los criterios metodológicos para obtener datos incluyeron el
análisis de 50 registros de pacientes, que recopilaron información sobre sexo, edad, región
facial superior del uso de toxina botulínica tipo A y número de unidades biológicas (U)
administradas. Resultados y discusión: Las mujeres continúan siendo las principales
consumidoras de la toxina botulínica tipo A, además, las personas de 30 a 60 años tienen una
gran demanda (de 43 pacientes en este grupo de edad, cinco hombres y 38 mujeres) y la
región orbicular de ojos con aplicaciones más grandes, y el uso de 50U de esta toxina en una
parte considerable de los pacientes como procedimiento estándar. Conclusión: La toxina
botulínica tipo A se ha utilizado ampliamente en la clínica de biomedicina estética, en el
tratamiento de arrugas dinámicas, para mejorar la apariencia facial y brindar expresiones más
juveniles.

Descriptores: Biomedicina estética; Arugas dinámicas; Toxina botulínica.

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1 INTRODUÇÃO
A toxina botulínica do tipo A é caracterizada como uma substância neurotóxica, com
grande importância no mercado de beleza atual, já que possui eficiência em aplicabilidades
estéticas terapêuticas, preventivas e corretivas não cirúrgicas (SANTOS, 2013). As rugas, que
podem ser tratadas com a toxina, são causadas normalmente por contrações repetitivas dos
músculos faciais e também pelo envelhecimento do tegumento associado a fatores externos
(MONTEIRO, 2009).
Tendo em vista que 80% dos casos de rugas são potencializados pelo sol, outros
fatores estão associados como alimentação inadequada, poluição ambiental, tabagismo e
alcoolismo (NOGUEIRA, 2016). Classificam-se as rugas entre superficiais e profundas. As
rugas superficiais têm origem pelo envelhecimento cronológico e não pela exposição ao sol,
já as rugas profundas são causadas pela exposição ao sol. Além disso, as rugas podem ser
dinâmicas, sendo evidente na movimentação dos músculos da face; estáticas, quando
aparecem mesmo na ausência dos movimentos repetitivos; e gravitacionais, gerada pela
flacidez do envelhecimento facial (NOGUEIRA, 2016).
A toxina botulínica tipo A é conhecida popularmente como Botox®, licenciado pelo
laboratório Allergan Inc, sendo a marca mais comercializada e utilizada no Brasil. É
produzida pela bactéria chamada Clostridium botulinum, gram-positiva e anaeróbica, sendo
obtida no meio laboratorial (SPOSITO, 2010) em oito diferentes sorotipos (A, B, C1, C2, D,
E, F e G) (RIBEIRO et al., 2014), sendo que a toxina do tipo A garante alta potência e
eficiência, com uma elevada duração na utilização estética (PORTELLA, 2004).
A forma cristalina da toxina botulínica tipo A foi introduzida na prática médica em
1980 (SCOTT, ROSEMBAUM e COLLINS, 1973) para tratamento de estrabismo. Foi a
partir desse ano que evidenciaram várias outras indicações, como para o blefaroespasmo,
espasmos faciais e espasticidade (SCHANTZ, JOHNSON, 1992), e em usos estéticos só na
década seguinte. A toxina botulínica tipo A tem o efeito paralítico (TALARICO FILHO et al.,
2008) devido à inibição da acetilcolina na junção neuromotora que causa o enfraquecimento
da contração muscular (GIMENEZ et al., 2010).
No âmbito estético possui aplicabilidade no tratamento de assimetrias faciais, marcas
de expressão, hiperidrose nas mãos, pés, axilas, face e região inguinal e em tratamento de
sorriso gengival (SILVA, 2009). Como método de rejuvenescimento pode amenizar rugas
frontais, estabilizar a ponta nasal, rugas peribucais, rugas mentuais, lábios caídos, rugas

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glabelares, elevação de sobrancelhas, rugas periorbitrais, rugas nasais, bandas plastimais e
rugas encontradas no colo (RUIZ, NETO e TOLEDO, 2011).
Quando não se obtém os resultados esperados, a falha da ação tóxica pode ser
transitória pelo fato da aplicação no tratamento não ser eficaz (BENECKE, 2012), ou
permanente, de modo que nem mesmo a primeira aplicação e as seguintes causam efeito
clínico desejado (GIMENEZ et al., 2010). Indica-se um intervalo de tempo (a maior possível)
entre as aplicações, sempre partindo de uma avaliação individualizada (RODRIGUES et al.,
2009).
O Botox® é apresentado como uma substância estável, liofilizada em albumina e em
frasco estéril (SPOSITO, 2004). Nestas últimas duas décadas, essa técnica para redução das
linhas de expressão, tem ganhado popularidade por ser relativamente não invasiva e acessível
quando comparada a outros procedimentos (SANTOS, 2013), além de apresentar rara resposta
imunológica (NOGUEIRA, 2016).
Qualquer paciente com atividade muscular excessiva, persistente e focal, pode
beneficiar-se do uso da toxina botulínica independentemente da causa (NAUMANN e
MOORE, 2003). No uso clínico, administra-se a toxina botulínica do tipo A ou toxina
botulínica do tipo B através de injeções intramusculares, em músculos ou glândulas, sendo
que a do tipo B só é utilizada quando há falha de resposta na do tipo A (NEY e JOSEPH,
2007).
Em tratamentos das linhas de expressões faciais, o procedimento deve ser realizado
através de injeções intramusculares, e os resultados são de acordo com as doses usadas, tendo
em vista que para obter um resultado satisfatório e duradouro não se deve trabalhar com
subdoses (SPOSITO, 2004). As doses recomendadas para as aplicações estéticas variam de 1
a 5U (Unidade) por ponto por músculo, dependendo da intensidade da força e da massa
muscular. A dose total por procedimento em estética varia, podendo ir até 100 a 150U
(unidade biológica) em média. Nas regiões média e inferior da face normalmente as doses são
menores variando entre 1 a 3U por ponto por músculo, já na região superiores as doses são
mais elevadas (LACORDIA, JANUÁRIO e PEREIRA, 2011).
As aplicações de toxina botulínica tipo A devem ser evitadas em mulheres grávidas;
em pessoas que possuem problemas psiquiátricos e transtornos emocionais, como os pacientes
dismórficos que podem vir a ficar insatisfeitos; em casos de hipersensibilidade ou alergias à
classe da toxina botulínica; em pacientes com esclerose lateral amiotrófica, miastenia gravis,
esclerose múltipla e síndrome de Eaton Lambert, devido à transmissão neuromuscular
patológica destas enfermidades, que agravam os efeitos sistêmicos da aplicação (FULTON,

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1998). Há também restrições em interações medicamentosas que podem interferir na
transmissão neuromuscular ou neuroglandular, com isso não é recomendado realizar as
aplicações quando estiver fazendo usos de aminoglicosídeos, ciclosporinas, penicililamina,
quinidina, sulfato de magnésio, lincosamidas e aminoquinolonas (MAIO e OLIVEIRA,
2011).
Dentre as causas para falhas nos resultados, as mais comuns são erros na aplicação
(MATARASSO, 1998), por seleção de pacientes em algumas das situações citadas acima, ou
por administração errônea nos músculos; falhas na preparação, armazenamento ou transporte
do material; expectativas irreais; hipertrofia muscular (após aplicações repetidas o músculo
torna-se mais resistente ao tratamento); e formação de anticorpos que impedem a toxina de
funcionar (MAIO e OLIVEIRA, 2011).
O objetivo do estudo foi analisar quantitativamente o tratamento de pacientes com
rugas dinâmicas na região superior da face com toxina botulínica tipo A em uma clínica de
biomedicina estética na cidade de Vitória da Conquista (a 518 km da capital Salvador), no
estado da Bahia, Brasil.

2 MÉTODO
2.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizada uma pesquisa descritiva, com análise quantitativa. A pesquisa descritiva
tem como foco conhecer a realidade estudada, trazendo uma nova visão do acervo já
existente. Os dados foram esquematizados de forma quantitativa, para medir os resultados da
investigação, gerando dados (NOGUEIRA, 2016).

2.2 LOCAL DE ESTUDO


O estudo foi desenvolvido em Vitória da Conquista, no interior do estado da Bahia, em
um consultório de biomedicina estética, tendo auxílio de uma biomédica esteta na coleta dos
dados.

2.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO


A coleta dos dados se concretizou por meio de 50 (cinquenta) prontuários com dados
cadastrais e tratamentos realizados em pacientes que procuraram a clínica entre os meses de
fevereiro a julho (um semestre) de 2019 com queixas de rugas dinâmicas na região superior

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da face, onde a terapêutica utilizada foi a toxina botulínica tipo A. Para realização da
pesquisa, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o número de registro 3.505.750.

2.4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS


Levaram-se em consideração quatro critérios de avaliação:
1. Realização do procedimento em relação ao gênero;
2. Faixas etárias (idades) que mais utilizam o procedimento;
3. Verificação de em qual região da parte superior facial a toxina botulínica tipo A é
mais aplicada;
4. Quantificação de unidades biológicas (U) de toxina botulínica tipo A mais
administrada nos pacientes.

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA


Foram realizadas análises de estatística descritivas e inferenciais utilizando o
programa Microsoft Office Excel 2007, gerando gráficos e quadro.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Bastos (2016) a beleza tem se tornado algo marcante para o ser humano na
sociedade contemporânea. Os recursos estéticos têm atingido não apenas a classe alta e classe
média alta, mas também a classe média e classe média baixa, pelos preços acessíveis. A
popularização dos procedimentos estéticos entre homens e mulheres acontece em decorrência
da busca pelo retardamento do envelhecimento e devido à procura incessante pela satisfação
corporal. Com o desenvolvimento da indústria dos cosméticos, os meios midiáticos investem
em anúncios com a beleza moderna, principalmente para as mulheres. Historicamente, as
mulheres foram instigadas a se adequar nos padrões de beleza. Já os homens, passaram a se
preocupar com a beleza imposta pela indústria há mais ou menos três décadas.
O estudo apontou, que de fato, as mulheres ainda procuram mais aplicações da toxina
botulínica tipo A do que os homens, onde do público pesquisado 90% foi constituído por
mulheres e 10% por homens, do total de 50 pacientes avaliados entre os meses de fevereiro a
julho de 2019, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1 – Quantidade de pacientes que realizaram o procedimento por gênero declarado

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5

45

Mulheres Homens
Fonte: Os autores.

Com relação às faixas etária, dividiram-se em quatro categorias, sendo elas: indivíduos
de 20 a 29 anos, de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos, de 50 a 60 anos. De 20 a 29 anos, 7 (sete)
pacientes realizaram o procedimento (14%); de 30 a 39 anos, 20 pacientes realizaram o
procedimento (40%); de 40 a 49 anos, 4 (quatro) pacientes realizaram o procedimento (8%); e
de 50 a 60 anos, 19 pacientes realizaram o procedimento (38%), como mostra o gráfico 2.
Constatou-se que indivíduos entre 30 a 39 anos e 50 a 60 são os que mais procuram a
aplicação da toxina botulínica tipo A, corroborando com a ideia de Aguiar, Camargo e
Bousfield (2017) que realizaram um levantamento de dados com 100 mulheres, de meia-idade
(de 30 a 60 anos), sendo público-alvo de preocupação com o rejuvenescimento.

Gráfico 2 – Quantidade de pacientes por faixa etária (idade) que realizaram o


procedimento estético

25

20

15

10

0
20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 60 anos

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Fonte: Os autores.

Em diferenças da realização do procedimento por gênero, dos 5 (cinco) homens, 2


(dois) tinham entre 30 a 39 anos (40%) e 3 (três) possuíam de 40 a 49 anos (60%). Já das 45
mulheres, 7 (sete) tinham entre 20 a 29 anos (15,55%), 18 tinham entre 30 a 39 anos (40%), 1
(uma) tinha entre 40 a 49 anos (2,22%), e 19 tinham entre 50 a 60 (42,22%), como mostra o
gráfico 3.
Para Carreiro et al. (2012), pacientes jovens, normalmente a partir da terceira década
de vida começam a ter os primeiros sinais do envelhecimento, com mudanças de cor na pele e
rugas visíveis. As rugas dinâmicas classificam-se em três graus, partindo da descrição de
Lapiere e Pierrard, sendo o grau I caracterizado pelas rugas de expressão, não tendo alterações
dermoepidérmicas; o grau II é caracterizado pelas rugas finas e onduladas, pelo adelgamento
dermoepidérmica; e o grau III é caracterizado pelas rugas gravitacionais, alterando as
estruturas dermoepidérmicas e musculares.
Dentre os homens, houve maiores aplicações entre 40 a 49 anos; e entre as mulheres
houve maiores aplicações de 30 a 39 anos e 50 a 60 anos. Ou seja, pessoas de 30 a 60 anos
(meia-idade) são as que mais procuram o procedimento estético, confirmando as ideias de
Carneiro et al. (2012). Evidencia-se que essa faixa etária está mais preocupada em mostrar
menos os efeitos do envelhecimento recorrendo à toxina botulínica tipo A.

Gráfico 3 – Quantidade de paciente por faixa etária (idade) e gênero declarado que
realizaram o procedimento estético

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20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 60 anos

Homens Mulheres
Fonte: Os autores.

Dentre as regiões da parte superior facial da aplicação da toxina botulínica tipo A


dividiram-se em 7 categorias, mediante uma, duas ou três regiões realizadas: terço superior da
face, região orbicular dos olhos e glabela (três regiões); terço superior da face e glabela (duas
regiões); terço superior da face e região orbicular dos olhos (duas regiões); região orbicular
dos olhos e glabela (duas regiões); apenas terço superior da face (uma região); apenas região
orbicular dos olhos (uma região); apenas glabela (uma região). 35 pacientes realizaram o
procedimento no terço superior da face, região orbicular dos olhos e glabela (três regiões)
(70%), 2 (dois) pacientes realizaram no terço superior da face e glabela (duas regiões) (4%), 1
(um) paciente realizou no terço superior da face e região orbicular dos olhos (duas regiões)
(2%), 1 (um) paciente realizou na região orbicular dos olhos e glabela (duas regiões) (2%), 1
(um) paciente realizou apenas no terço superior da face (2%), 7 (sete) pacientes realizaram
apenas na região orbicular dos olhos (14%) e 3 (três) pacientes realizaram apenas na glabela
(6%), constatando que os pacientes necessitavam da aplicação nas três regiões para um
resultado facial satisfatório, como mostra o gráfico 4.

Gráfico 4 – Quantidade de pacientes que realizaram o procedimento estético por


categorias

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40

35

30

25

20

15

10

0
Terço Terço Terço Região Apenas terço Apenas Apenas
superior da superior da superior da orbicular dos superior da região glabela
face, região face e face e região olhos e face orbicular dos
orbicular dos glabela orbicular dos glabela olhos
olhos e olhos
glabela

Fonte: Os autores.

A quantidade individual por região facial pode ser observada no quadro 1, mostrando
que a região mais tratada foi a região orbicular dos olhos. Tal resultado pode ser justificado
pela escrita de Tamura e Odo (2011) ao afirmarem que as rugas palpebrais dinâmicas são as
principais queixas dos pacientes nas clínicas estéticas, sendo causadas pela hiperatividade do
músculo orbicular da pálpebra, utilizando a toxina botulínica tipo A para conter a contração,
bloqueando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular. Outros problemas também
recorrentes são os famosos “pés de galinha”.

Quadro 1 – Quantidade de pacientes que realizaram o procedimento por região


anatômica
Região de aplicação Quantidade de pacientes que realizaram
nesta região anatômica
Terço superior da face 39
Região orbicular dos olhos 44
Glabela 41
Fonte: Os autores.

Dos 5 (cinco) homens que realizaram o procedimento, 2 (dois) entre 30 a 39 anos


realizaram no terço superior da face, região orbicular dos olhos e glabela (3 procedimentos), e
dentre 3 (três) entre 40 a 49 anos, 2 (dois) realizaram no terço superior da face, região

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orbicular dos olhos e glabela (3 procedimentos) e 1 (um) apenas na região orbicular dos olhos,
conforme o gráfico 5. Constata-se que nos homens a região de maior aplicação foi a região
orbicular dos olhos (total = terço superior da face em 4 (quatro) homens, região orbicular dos
olhos em 5 (cinco) homens e glabela em 4 (quatro) homens).
O estudo de Tamura e Odo (2011) aponta os efeitos da toxina botulínica A nas rugas
da região orbicular dos olhos, como sendo uma das áreas faciais de maiores queixas, onde
foram avaliados 530 pacientes em clínicas privadas das autoras entre 2001 a 2007, em que
80% dos pacientes obtiveram melhora total logo na primeira sessão. Dentre esses pacientes,
os homens (10%) também estavam inseridos como utilizadores do procedimento estético.

Gráfico 5 – Quantidades de homens que realizaram o procedimento estético por faixa


etária (idade) e região anatômica por categoria

2,5

1,5

0,5

0
20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 60 anos

Terço superior da face, região orbicular dos olhos e glabela


Apenas região orbicular dos olhos
Fonte: Os autores.

Das 45 mulheres que realizaram o procedimento, entre 20 a 29 anos, 2 (duas)


realizaram no terço superior da face, região orbicular dos olhos e glabela (3 procedimentos), 1
(uma) realizou no terço superior da face e glabela (2 procedimentos), 2 (duas) realizaram
apenas na região orbicular dos olhos e 2 (duas) realizaram apenas glabela (total=7). Entre 30 a
39 anos, 12 mulheres realizaram no terço superior da face, região orbicular dos olhos e
glabela (3 procedimentos), 1 (uma) realizou no terço superior da face e glabela (2
procedimentos), 1 (uma) realizou no terço superior da face e região orbicular dos olhos (2
procedimentos), 1 (uma) realizou na região orbicular dos olhos e glabela (2 procedimentos), 1

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(uma) apenas no terço superior da face e 2 (duas) apenas região orbicular dos olhos
(total=18). Entre 40 e 49 anos, 1 (uma) mulher realizou apenas na região orbicular dos olhos
(total=1). Entre 50 a 60 anos, 17 mulheres realizaram no terço superior da face, região
orbicular dos olhos e glabela (3 procedimentos), 1 (uma) mulher realizou apenas na região
orbicular dos olhos e 1 (uma) mulher realizou apenas na glabela (total=19), conforme o
gráfico 6. Constata-se que a região nas mulheres de maior aplicação foi também a região
orbicular dos olhos (total = terço superior da face em 35 mulheres, região orbicular dos olhos
em 39 mulheres, e glabela em 37 mulheres).
Nunes (2010) afirma que os primeiros efeitos, principalmente na região orbicular dos
olhos, sendo uma das regiões mais tratadas, são percebidos entre a 3ª e 7ª semana de aplicação
da toxina botulínica tipo A. A resposta orgânica do paciente depende de três aplicações
consecutivas já que se pode notar um realinhamento das linhas faciais e eliminação das rugas.

Gráfico 6 – Quantidades de mulheres que realizaram o procedimento estético por faixa


etária (idade) e região anatômica por categoria

20
15
10
5
0
20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 60 anos

Terço superior da face, região orbicular dos olhos e glabela


Terço superior da face e glabela
Terço superior da face e região orbicular dos olhos
Região orbicular dos olhos e glabela
Apenas terço superior da face
Apenas região orbicular dos olhos
Apenas glabela
Fonte: Os autores.

A toxina botulínica tipo A é dividida em unidades biológicas (U) definidas pela dose
letal. As doses costumam variar mediante a região a ser tratada e com as características
específicas de cada paciente (SPOSITO, 2004; SPOSITO, 2010). Para verificação das
unidades de toxina botulínica tipo A no tratamento das rugas dinâmicas faciais na clínica em
estudo, observa-se o gráfico 7, que apresenta a quantidade de toxina botulínica tipo A

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utilizada nos pacientes por categorias de unidades biológicas (U), onde infere-se que
houveram 11 pacientes utilizando 50U de toxina botulínica tipo A mediante protocolo (1º
lugar), 6 (seis) pacientes utilizando 35U de toxina botulínica tipo A mediante protocolo (2º
lugar), e 4 (quatro) pacientes utilizando 20U de toxina botulínica tipo A mediante protocolo
(3º lugar).

Gráfico 7 – Quantidades de toxina botulínica tipo A utilizadas por categorias

14
12
10
8
6
4
2
0
9-19 U 20-29 U 30-39 U 40-49 U 50-59 U 60-69 U 70-79 U 80-89 U

Quantidade de toxina botulínica tipo A utilizadas nos pacientes por


categorias de unidades biológicas (U)

Fonte: Os autores

Os dados atestam que o protocolo terapêutico mais utilizado para o tratamento foram
50U por paciente (média=18,8U). Podem ser aplicadas até 100U de toxina botulínica tipo A
Botox®, produzida pelo laboratório Allergan Inc, e até 150U, no caso de toxina botulínica
tipo A Dysport®, produzida pelo laboratório Ipsen, mediante avaliação do profissional. Além
disso, existem outras marcas conhecidas no mercado como a Prosygne® do laboratório
Cristália (NOGUEIRA, 2016).
No Brasil, em 2000 o Botox® foi aprovado para rugas dinâmicas, em 2003 a
Dysport® foi aprovada para rugas dinâmicas, em 2005 a Prosygne® foi aprovada para rugas
dinâmicas (RIBEIRO et al., 2014). Desde então, vêm sendo bastante utilizadas já que as
injeções reduzem a gravidade das linhas hipercinéticas, e como o estudo exposto por Ribeiro
et al. (2014) aponta que 537 pacientes que realizaram uso atingiram de 60% a 95% de sucesso
em todas as variáveis de eficácia avaliadas. Para Sposito (2009) um estudo com 100 pacientes
tratados com toxina botulínica tipo A entre 2 (dois) a 4 (quatro) anos para correção de rugas

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dinâmicas da face com doses mais altas promoveram excelentes resultados em 94% dos
pacientes, garantindo índice elevado de satisfação.

5 CONCLUSÃO
O estudo reafirma que as mulheres continuam fazendo mais uso da toxina botulínica
tipo A no tratamento de rugas dinâmicas faciais do que os homens. Dentre as faixas etárias
que mais procuraram a clínica de biomedicina estética pesquisada, bem como as clínicas
nacionais, compreendem entre 30 a 60 anos (meia-idade), fato justificado pelo início do
aparecimento das rugas e, portanto, maior preocupação estética. Dentre as regiões estudadas,
a região orbicular dos olhos denota maiores aplicações do procedimento, pelas queixas das
rugas palpebrais e pelos populares “pés de galinha”. Por fim, houve maiores aplicações de
50U de toxina botulínica tipo A nos pacientes, inferindo ser um protocolo bastante aceito na
clínica em questão.

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