ISSN: 1984-7688

Artigo de Revisão de Literatura

TOXINA BOTULÍNICA E ÁCIDO HIALURÔNICO: A

IMPORTÂNCIA DE CONHECER A ANATOMIA FACIAL

BOTULINUM TOXIN AND HYALURONIC ACID: THE IMPORTANCE OF

KNOWING THE FACIAL ANATOMY

Maryelle Martins Moura1; Letícia de Abreu Ferreira2; Rodrigo Rodrigues Barros3

1 Graduanda em Biomedicina. UniBH, 2022. Aluna do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH. Ituiutaba MG,
Unidade Federativa., maryellemartinsmoura@hotmail.com.
2. Graduanda em Biomedicina. UniBH, 2022. Aluna do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH. Ituiutaba MG,
Unidade Federativa., maryellemartinsmoura@hotmail.com
3. Doutor em Bioquímica e imunologia. UFMG, 2017. Professor adjunto do Centro Universitário de Belo Horizonte -
UniBH. Belo Horizonte, MG. rodrigo.barros@prof.unibh.br

RESUMO: A busca por uma pele mais jovem tem aumentado durante os últimos anos e com isso o aumento de
procedimentos estéticos injetáveis também cresceu, como os que utilizam toxina botulínica e ácido hialurônico. O
objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância do conhecimento anatômico e as principais intercorrências nos
procedimentos de harmonização facial dando ênfase nos procedimentos de toxina botulínica tipo A e preenchedores
com ácido hialurônico. A importância de se estudar esse tema é o aumento o número de procedimentos estéticos
e a necessidade de maior compreensão sobre as possíveis intercorrências pós procedimento. Foi realizado uma
revisão de literatura nas bases de dados Pubmed, Bvs, Scielo e google acadêmico, no mês de setembro a novembro
e as palavras-chave utilizadas na busca foram "Técnicas Cosméticas/efeitos adversos", "Preenchedores
Dérmicos/efeitos adversos", "Músculos Faciais", HOF, complications, injectabe, anatomia facial e preenchimento
dérmico. Concluiu-se que o profissional capacitado deve ter conhecimento de zonas de riscos para injetáveis com
propósito de HA, conhecimento profundo da anatomia neuromuscular, arterial e venosa (como ramos da artéria
carótida, áreas com extensas anastomoses vasculares) e reconhecer sinais e sintomas de complicações, manejos
para prevenção e tratamento destas.
Palavras-chaves: Toxina Botulínica; ácido hialuronico; anatomia facial.

ABSTRACT: The search for younger skin has increased in recent years and with that the increase in injectable
aesthetic procedures has also grown, such as those using botulinum toxin and hyaluronic acid. The objective of this
study was to demonstrate the importance of anatomical knowledge and the main complications in facial
harmonization procedures, emphasizing botulinum toxin type A procedures and fillers with hyaluronic acid. The
importance of studying this topic is the increase in the number of aesthetic procedures and the need for greater
understanding of possible complications after the procedure. A literature review was carried out in Pubmed, Bvs,
Scielo and academic google databases, from September to November, and the keywords used in the search were
"Cosmetic Techniques/adverse effects", "Dermic fillers/adverse effects", "Facial Muscles", HOF, complications,
injectabe, facial anatomy and dermal filler. It was concluded that the trained professional must have knowledge of
risk areas for injectables with the purpose of AH, in-depth knowledge of neuromuscular, arterial and venous anatomy
(such as branches of the carotid artery, areas with extensive vascular anastomoses) and recognize signs and
symptoms of complications , managements for their prevention and treatment.
Keywords: Botulinum Toxin; hyaluronic acid; facial anatomy.

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH.

Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
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botulínica tipo A e preenchedores com ácido

hialurônico através de uma revisão bibliográfica. Para
INTRODUÇÃO
tanto, faz-se necessário identificar o tipo de
A busca por uma pele mais jovem tem aumentado procedimentos faciais de toxina botulínica e
durante os últimos anos e com isso o aumento de preenchimento com ácido hialurônico; descrever
procedimentos estéticos injetáveis também cresceu anatomia facial e examinar os riscos e efeitos adversos
(BANDEIRA, 2019). Segundo a The Aesthetic Society da prática de harmonização facial sem o conhecimento
(2021) o número de procedimentos não cirúrgicos da anatomia.
aumentou 44% em 2021 em relação a 2020, sendo os
A importância de se estudar esse tema é que ele tem
principais procedimentos neurotoxinas e
grande relevância em nossa atualidade pelo fato que o
preenchimentos dérmicos, com objetivo de
número de procedimentos estéticos com propósito de
rejuvenescimento.
harmonização facial tem aumentado. Além disso, a
A harmonização facial é dos procedimentos estéticos estrutura da face é complexa e passível de várias
mais utilizados, com fins estéticos, para prevenir e complicações, por isso faz-se necessário um profundo
tratar o envelhecimento cutâneo. Seu principal objetivo conhecimento da anatomia facial e manejo das
é melhorar as proporções, contorno facial e a harmonia possíveis intercorrências pós procedimento.
do rosto (PIRES; RIBEIRO, 2021).
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Apesar de considerados seguros, complicações podem
1.1 TOXINA BOTULÍNICA
ocorrer após o tratamento. Com o aumento expressivo
das técnicas de preenchimento facial, é fundamental A toxina botulínica tipo A (TBA) é uma neurotoxina

que profissionais da área, tenham um amplo produzida através da bactéria Clostridium botulinum. A

conhecimento das estruturas do rosto antes de TBA é utilizada nas pessoas que querem retardar os

qualquer procedimento estético, desde os mais efeitos do envelhecimento facial, pois é indicada para

superficiais aos mais profundos, para evitar possíveis amenizar linhas de expressão, rugas profundas e

sequelas (KATO; MATAYOSHI, 2022). reposicionamento das sobrancelhas (SBD, 2021).

Os músculos da face são responsáveis pela mímica A TB age determinando a paralisia neuromuscular

facial e têm a peculiaridade de inserirem na pele. flácida transitória por meio do processo de denervação

“Assim, com a contração dessa musculatura, formam- química (VASCONCELLOS; SOTERO, 2019). A TB,

se as rugas de expressão ao longo do tempo.” além disso, pode ser diferenciada em oito sorotipos

(“Anatomia da face: conhecimento fundamental para nomeados como A, B, CB, C2, D, E, F e G.

procedimentos ... - SBCD”) Conhecer a anatomia da Comercialmente, estão disponíveis as toxinas tipo A e

face é necessário para os procedimentos de aplicação tipo B. Em estética facial, a TBA é a mais utilizada

da toxina botulínica, pois o menor dos erros pode gerar (SANTOS; MATTOS; FULCO, 2015)

sequelas na face (NASCIMENTO, 2021). Entretanto, “a injeção de qualquer substância na pele

Dessa forma o objetivo deste estudo é demonstrar a causa reações localizadas decorrentes do trauma. As

importância do conhecimento anatômico e as principais mais comuns são eritema, dor e equimose” (SANTOS,

intercorrências nos procedimentos de harmonização 2013; DAYAN, 2013). (“TOXINA BOTULÍNICA TIPO A

facial dando ênfase nos procedimentos de toxina E SUAS COMPLICAÇÕES NA ESTÉTICA FACIAL”)

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH.

Disponível em: www.unibh.br/revistas/exacta/
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Foram relatadas complicações leves que higroscópico, capaz de capturar grandes

poderiam ocorrer, como assimetrias, quantidades de água, como visto na
edema, cefaleia de baixa intensidade, cicatrização de feridas e na lubricação das
náuseas após a aplicação, ptose palpebral articulações. O AH é importante
leve, ptose das sobrancelhas, dor no local eliminador de radicais livres, e pode
de aplicação, acentuação das bolsas indiretamente estimular por ativação de
gordurosas em pálpebras inferiores e leve fibroblastos dérmicos alguma neo
queda da pálpebra inferior. Mais colagenogênese após a injeção, através
raramente, foram descritas complicações do estiramento mecânico da
graves, tais como diplopia, paralisia do derme (REQUENA et al., 2011 and
músculo reto lateral do olho, ptose CASEMIRO, 2017).
palpebral grave, muitas vezes
Além disso, AH é uma molécula já presente no
relacionadas à técnica inadequada de
aplicação (FERREIRA et al., 2009). organismo, responsável por atrair e reter a água ao seu
redor, promovendo o aumento do volume tecidual. É
Quando se tem alguma complicação a radiofrequência composto de unidades alternadas e repetitivas de ácido
proporciona um aumento de metabolismo local D-glicurônico e N-acetil-D glicosamina com
reparando o efeito ocasionado pela toxina repondo propriedades hidrofílicas (RBMC, 2020). Sendo que “o
mais rapidamente as proteínas degradadas AH, após ser injetado na pele, é metabolizado em
inicialmente pela mesma. Sendo usada como dióxido de carbono e água e então eliminado pelo
tratamento de recuperação dos movimentos. O DMAE fígado” (MATARASSO; SADICK, 2008, p. 2369)
aumenta a produção de acetilcolina, aumentando a
Quando, está na forma de gel injetável, ele é
contração muscular, podendo ser um dos produtos
considerado o tratamento com melhores resultados
utilizados para recuperação dos movimentos (SILVA, et
para correção de rugas, perda de contorno e reposição
al., 2019).
de volume facial (FERREIRA et al., 2009). Sua duração
varia de 6 a 18 meses isso depende da concentração,
Portanto, apesar do uso da toxina botulínica trazer
reticulação e profundidade da aplicação.
benefícios, com destaque ao rejuvenescimento facial,
ela é um procedimento que pode ocasionar leves Quando se relaciona AH com a estrutura facial, faz-se
complicações. necessário salientar que, na realização de
procedimentos estéticos, o conhecimento da anatomia
1.2 ÁCIDO HIALURÔNICO facial é “importante para minimizar os riscos de injeção
intravascular ou intravenosa de AH, assim evitando
O ácido hialurônico (AH) é o produto mais utilizado para
áreas com grandes vasos sanguíneos com o intuito de
preenchimento estético, por ser seguro e
prevenir reações inflamatórias, complicações
biocompatível. Assim, para identificar o uso do AH,
vasculares e formação de nódulos” (RBMC,2020).
para preenchimento estético, é preciso entender a
constituição dele. Pode ocorre, inclusive, rações transitórias, como dor,
edema, prurido, vermelhidão. As complicações não são
O Ácido Hialurônico é um polissacárido
glicosaminoglicano composto por frequentes e incluem necrose tecidual, edema
resíduos alternados do monossacarídeo persistente, granulomas e cegueira, podendo ser
ácido d-glucorónico e N-acetil-d-
glucosamina, ambos normalmente tratadas com injeção local da enzima hialuronidase”
presentes no corpo humano. É produzido (AGOSTINI; JALIL, 2018).
por fibroblastos dérmicos, células
sinoviais, células endoteliais, células Portanto, assim como a toxina botulínica o AH é
musculares lisas, células adventícias e
oócitos, e é liberado no espaço recomendado para procedimentos estéticos, mas pode
extracelular circundante. É um material
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apresentar reações adversas se não tiver Quando falamos sobre os procedimentos injetáveis
conhecimento da estrutura facial. como o AH, Hwang (2016) diz que “as áreas de maior
risco para injeção de ácido hialurônico são: glabela,
1.3 Anatomia Facial
testa, região nasal, sulco nasolabiais e têmporas, por
Tanto a toxina botulínica quando o ácido hialurônico,
serem regiões onde as artérias presentes tem
são compreendidos, neste trabalho como recursos para
comunicação direta com a artéria oftálmica.”
rejuvenescimento facial. Dessa forma, faz-se
necessário compreender a anatomia facial. Na figura
1, abaixo, é possível identificar as regiões da face, O local de ação da toxina botulínica é a junção

segundo Tamura (2013), neuromuscular e quase todos os músculos da face

podem ser tratados (Cavallini, 2019).

Músculos faciais: 1) frontal; 2) temporais; 3) corrugador

A face é dividida em 21 regiões onde
podem ser realizados preenchimentos: do supercilio; 4) próceros; 5) depressor supercilio; 6)
frontal, temporal, glabelar, supercílio, orbicular dos olhos; 7) nasal; 8) levantador do lábio
pálpebra superior, pálpebra inferior,
nasociliar, sulco nasojugal, sulco palpebral superior e da asa do nariz; 9) levantador do lábio
lateral, nasal, malar, zigomática, fossa superior; 10) zigomático menor; 11) zigomático maior;
canina, sulco nasolabial, lábio superior,
lábio inferior, bochecha, pré-auricular, 12) orbiculares dos olhos; 13) modíolo; 14) risório; 15)
sulco lábio-mentual, mentual, região platisma; 16) depressor do angulo da boca; 17)
mandibular posterior (borda anterior do
masséter até o ângulo da mandíbula) e depressor lábio inferior; e 18) mentoniano.
região mandibular anterior (entre o sulco
melolabial e a borda anterior do masséter)
( TAMURA, 2013).

Figura 1 – Divisão da face em 21 regiões onde pode

ser realizado procedimentos injetáveis. Frontal(1),
temporal(2), glabelar(3), supercílio(4), pálpebra
superior(5), pálpebra inferior(6), nasociliar(7), sulco
nasojugal(8), sulco palpebral lateral(9), nasal(10),
malar(11), zigomática(12), fossa canina(13), sulco
nasolabial(14), lábio superior(15), lábio inferior(16),
bochecha(17), pré auricular(18), sulco
labiomentual(19), mentual(20), região mandibular
posterior(borda anterior do masséter até o ângulo da
mandíbula) (21) e região mandibular anterior (entre o
sulco melolabial e a borda anterior do masséter).

(UBEL, 2019)

2 METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão da literatura. As

revisões são publicações amplas com a função de
discutir o desenvolvimento de um assunto sob pontos
de vista diferentes. Esse tipo de estudo constitui
basicamente da análise da literatura publicada em
artigos científicos, revistas impressas ou eletrônicas na
Fonte: Tamura (2013)
interpretação e análise crítica do autor, com o objetivo

de permitir ao leitor uma atualização do seu
conhecimento sobre um determinado tema
(MENEZES; DUARTE et al., 2019).
Para essa revisão, foi realizada uma busca por artigos,
dissertações e teses nas bases de dados Pubmed,
BVS, Scielo e Google Académico. Além da busca nas
bases de dados, também foram realizadas pesquisas
em site oficiais. As buscas ocorreram no mês de
setembro a novembro e as palavras-chave utilizadas na
busca foram "Técnicas Cosméticas/efeitos adversos",
"Preenchedores Dérmicos/efeitos adversos",
"Músculos Faciais", HOF, complications AND injectabe,
anatomia facial e preenchimento dérmico.
Como critério de inclusão dos materiais literários neste
estudo, definiu-se o período de publicação de 15 anos
pela possibilidade de poder ser encontrado um maior
número de artigos científicos sobre o tema. Além disso,
incluíram-se apenas artigos originais, disponibilizados
em português e inglês e sites oficiais. Como critérios de
exclusão, foram rejeitados os materiais literários que
não tinham relação direta com o tema proposto pelo
trabalho, artigos de revisão, estudos em animais, que
estavam em outras línguas ou em um período de tempo
maior do que o estipulado.
3 RESULTADOS
A busca nas bases de dados resultou em 15 artigos
associados ao tema abordado. A partir de então foi
realizada a leitura dos títulos, resumo e exclusão dos
artigos que não correspondiam ao tema proposto e em
duplicidade, levando ao número de 8 artigos que foram
utilizados para a construção da presente revisão.
Autor (Ano): Rassi e Santos (2012)
Título: Diplopia após injeção de toxina botulínica tipo A
para rejuvenescimento facial.
Principais Resultados: Foram realizados exames em
4 pacientes que apresentaram queixa de diplopia 4 dias
após a aplicação da TxBA para fins estéticos. Nas
5
medidas de ângulo do estrabismo em posições
diagnósticas todas apresentaram micro estrabismo
paralítico, sendo duas por déficit da função do músculo
oblíquo inferior que pode se explicar pela migração da
toxina pela glabela, pela proximidade e duas por déficit
de função de músculo reto lateral, sua migração
aplicada nas rugas periorbitárias pela proximidade
.Dentre as possíveis causas estão: local errado de
aplicação, volume maior que o necessário ou defeito do
septo orbitário e falta de orientação ao paciente.
Conclusão: Ainda há necessidade de uma futura
investigação para que possa determinar as verdadeiras
causas de diplopia quando à TxBA para fins estéticos,
evitando está complicação.
Autor (Ano): Isaac et al. (2012)
Título: Botox® após Botox® - uma nova abordagem no
tratamento da diplopia secundária ao uso cosmético de
toxina botulínica: relato de caso.
Principais Resultados: A intervenção e o seguimento
de dois pacientes com diplopia iniciaram 9 e 14 dias
após a aplicação de BTX-A para tratamento estético
facial de pés de galinha. Relataram desconforto e
dificuldade significativos em realizar suas atividades
diárias e laborais. Em ambos os casos encontramos
esotropia secundária à paresia do músculo reto lateral
provavelmente por difusão da BTX-A aplicada no
músculo orbicular no canto lateral.
Conclusão: Mais estudos são necessários para
confirmar a eficácia e segurança desta nova
abordagem terapêutica.
Autor (Ano): Almeida et al. (2017)
Título: Diagnóstico e tratamento dos eventos
Adversos do ácido hialurônico: recomen- dações de
consenso do painel de especia- listas da América Latin.
Principais Resultados: Foram estabelecidos
possíveis diagnósticos de cada etapa pós
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procedimento, EAs de início imediato, precoce e tardio.
Além disso, com base na literatura e experiência
clínica, recomendou-se clorexidina para antissepsia e
relatadas regiões de risco áreas irrigadas pelos ramos
internos da artéria carótida, anastomoses vasculares,
artéria supraocular e áreas nas quais as artérias
emergem do forame craniano. Analisou também
Conclusão: complicações são baixas, além de serem
temporárias e reversíveis. E em quase todos os
eventos adversos são devidos a erros técnicos do
profissional.
Toxina botulínica se classifica como segura e eficaz.
Autor (Ano): Kapoor et al. (2022)

regiões de alto risco que são sulco nasolabial, região Título: Anatomia da testa: um guia de injeção para
glabelar e dorso nasal. tratamento de preenchimento da testa.

Conclusão: Criou-se recomendações para diagnóstico Principais Resultados: Deve-se ter cuidado para não
e tratamento das intercorrências ao momento de início injetar nos vasos sanguíneos, pois podem ter
imediato, precoce e tardio. O painel também propôs complicações como necrose e perda da visão, para isso
Etip como nova designação para um “edema tardio requer treinamento de injetáveis e conhecimento
intermitente persistente” ocorrendo na localização do anatômico da camada arterial e tecidual. O
agente de preenchimento ou em suas adjacências. conhecimento da localização e profundidade correta
Foram definidas agente de preenchimento ou em suas dos vasos sanguíneos, com base na anatomia facial é
adjacências. Foram definidas recomendações com necessária para segurança.
finalidade de prevenir relacionadas aos locais de
Conclusão: Conhecer essa mudança na anatomia das
ocorrência mais comum.
camadas de tecido durante o
Autor (Ano): Tamura (2013)
estado comprimido pode ajudar a injeção de
Título: Topografia facial das áreas de injeção para preenchimento no plano correto do tecido da testa.
preenchimentos dérmicos e riscos associados. Assim, a “anatomia de pinça” pode atuar como um guia
de injeção para injeção de preenchimento e
Principais Resultados: São descritos na literatura 21
possivelmente ajudar a evitar uma injeção inadvertida
regiões onde são realizados os preenchimentos e
nos vasos sanguíneos.
detalhar a os riscos de cada região.

Conclusão: O conhecimento da anatomia facial

permite o profissional realizar os procedimentos com
segurança, correlacionar diversas áreas de risco e
analisá-las isoladamente pode ser útil ao profissional.
Autor (Ano): Cavallini et al. (2022)
Título: Toxina Botulínica Tipo A: Eventos Adversos e
Gestão
Principais Resultados: Local de aplicação é junção
neuromuscular e quase todos músculos podem receber
a toxina. Requer um bom conhecimento da anatomia
da face e logica de diluição.
Autor (Ano): Mckee et al. (2019)
Título: Rejuvenescimento eficaz com ácido hialurônico
Preenchimentos: Conceitos Avançados Atuais
Principais Resultados: O AH é um dos preenchedores
mais seguros atualmente, complicações são raras
porem podem incluir dor por lesão nervosa,
comprometimento venoso e linfático, hematomas por
lesão de vaso, necrose, se o fluxo arterial se juntar com
o sistema oftalmológico pode causar cegueira.
Conclusão: É necessário o conhecimento da anatomia
para evitar complicações, seu conhecimento deve

incluir localização e profundidade do tecido alvo e das
estruturas vitais. Além disso as injeções independentes
de local devem ser aplicadas em pequenas alíquotas e
distribuída de forma controlada, reduzindo as chances
de evento arterial. Conhecimento dos tratamentos
adjuvantes devem ser de conhecimento profissional e
sempre ter hialuronidase para resgate da área afetada.
Autor (Ano): Bravo et al (2020)
Título: Reversal of lip ischemia with local heat after
filling with Hyaluronic Acid
Principais Resultados: A anatomia vascular é
complexa e os profissionais devem conhecê-la, eles
também devem saber reconhecer os sinais e sintomas
de um quadro de isquemia e ter o manejo de
recomendações nesses casos.
Conclusão: Conhecer a localização e distribuição dos
principais vãos da face são essenciais para todos os
profissionais que trabalham na área. O riso de embolia
é maior quando o produto é aplicado
profundamente em tecidos para aumento de volume e
quando são usadas agulhas. O tratamento começa
com diagnostico e aplicação de hialuronidade e
aspirina oral. Todos aplicadores devem
conhecimento de algoritmo terapêutico
comprometimento vascular
DISCUSSÃO
Este estudo realizou uma revisão de literatura sobre a
importância do conhecimento anatômico
procedimentos injetáveis com o propósito
harmonização facial, o que satisfaz os objetivos
propostos inicialmente pelo trabalho que era realizar
uma revisão da literatura com base em materiais
bibliográficos publicados nos últimos 15 anos sobre o
tema.
De acordo com Cavallini (2022) os efeitos adversos
graves, transitórios e leves da toxina botulínica são
raros, o local de ação desta é a junção neuromuscular
7
e quase todos os músculos da face podem ser tratados.
Uma boa anamnese deve ser realizada para diminuir
os riscos, observar as anormalidades individuais dos
pacientes e regiões tratadas, é importante ter um
conhecimento profundo da anatomia e como lidar com
manejo e complicações possíveis nos procedimentos
injetáveis de ácido hialurônico e toxina botulínica,
elaborar um plano de aplicação das regiões e manter
distância entre as áreas para diminuir os riscos
acidentais.
Dessa forma, os autores Cavallini et al. (2022), Rassi e
Santos, (2012), Isaac et al. (2012) concordam que cada
região da face tem seus músculos alvos e seus riscos.
Por exemplo, a diplopia ocorre por uma migração de
solução da toxina botulínica para músculos não-alvo
como os extraoculares (músculo oblíquo inferior ocorre
em uma pequena depressão logo atrás da rima orbitária
lateral ao ducto lacrimal, reto lateral pela migração da
toxina aplicada nas rugas periorbitárias). Essas
mais paralisias podem ocorrer por técnica inadequada, local
de aplicação errada, difusão de toxina por defeito de
septo orbitário que a permite alcançar os músculos
extraoculares ou infiltração de grandes volumes. Porém
ter quase todos os eventos adversos são devidos a erros
de técnicos do profissional (CAVALLINI et al., 2022;
RASSI; SANTOS, 2012; ISAAC et al, 2012).
No estudo de Almeida et al. (2017) foi realizado em São
Paulo um painel multidisciplinar para tratar e identificar
EAs relacionadas ao AH, foram definidas as
complicações em início imediato e início tardio, como
em hipersensibilidade, edema não relacionado a
na hipersensibilidade, infecções, hematomas e equimose,
eritema persistente, alterações na pigmentação,
sobrecorreção, necrose (isquemia) e lesões pápula
pustulosas; comprometimento vascular, nódulos,
angioedema, eritema e telangiectasia também foram
usados para descrever EAs.
Segundo Kapoor et al, (2022) para diminuir as taxas de
complicações como necrose e perda da visão, deve-se

colocar os preenchedores nos planos corretos e longe
das artérias, o conhecimento de localização e precisão
de profundidade dos principais vasos, com base na
anatomia facial, torna o processo seguro e eficaz.
Portanto, atesta que as zonas de riscos são região
nasolabial, glabelar e dorso nasal, pois são áreas
irrigadas pelos ramos internos da artéria carótida,
artéria infraorbitária com artéria angular e áreas das
artérias que emergem o forame craniano (ALMEIDA et
al., 2017).
Bravo et al (2020) a isquemia é uma consequência rara,
porém ocorre como resultado da injeção direta a uma
artéria ou como resultado de uma compressão ou lesão
vascular. Neste estudo foi injetado 1,5ml de ácido
hialurônico no contorno labial, após 16 horas a paciente
encaminha fotos para avaliação com presença de
oclusão vascular. Fizeram compressas mornas e
massagem no local. E tiveram reversão do caso sem
uso de hialuronidase ou anticoagulantes.
O conhecimento vascular da face e o e conhecimento
dos principais sinais e sintomas de um quadro de
complicações é essencial para reversão, além do
conhecimento do manejo recomendado. Ao se deparar
com obstrução vascular, o profissional deve seguir o
protocolo de reconhecimento, e é recomendado
compressas mornas, massagem local estes podem
ajudar na distribuição do material. Conclui-se que é
necessário o conhecimento da localização
distribuição dos principais vasos da face, o risco de
isquemia é maior quando a aplicação é por meio de
agulha e aumento de volume. Se for necessário pode-
se usar hialuronidase para reversão, porém nesse caso
não foi preciso. Dessa forma, os autores Almeida et al
(2017); Tamura (2013) e Mckee et al (2019) relatam em
seus estudos as áreas de risco da aplicação de AH.
Na região frontal é delimitada, pois tem alto risco de
anastomose na artéria temporal com artéria
supraorbital e artéria supratroclear, mesmo quando a
agulha está diretamente no osso. Além disso a
8
aponeurose do músculo frontal (glabela) começa ao
nível da borda do couro cabeludo.
Região da glabela, os autores discordam da aplicação
de preenchedores neste local, Tamura (2013) não
aconselha injetar produtos para preenchimentos na
região da glabela, devido a possibilidade de embolia
arterial e/ou amaurose. Mckee et al. (2019) relatam que
as artérias supraorbital e supratroclear seguem o
peritónio ao nível da borda supraorbital e glabela,
tornando a aplicação vulnerável a risco, porém se a
agulha for colocada no periósteo, a injeção medial ao
sulco é mais segura. Já Almeida et al. (2020) relata que
para injetores experientes a aplicação na glabela com
agulha intradérmica ou supra periosteal pode ser
considerada.
Na região temporal apresenta riscos devido a presença
da artéria temporal superficial, além dos nervos e veias.
A artéria temporal pode levar a necrose, e embolização
do produto como em outras áreas pelo risco de
anastomose. Tamura (2013) e Mckee et al. (2019) diz
que na região temporal a aplicação de AH deve ser
supraperiosteal no osso com uma agulha ou
subcutânea com uma microcânula, está é a forma mais
segura, pois ao injetar no osso o ácido tende a se
espalhar para a cavidade subcutânea. Almeida et al.
(2017) e Tamura (2013) concordam que aplicação
supra periosteal é recomendada nesta região.
e A artéria nasal dorsal situa no tecido subcutâneo, sob a
pele e o músculo, essa região é de grande risco para
cegueira, pois tem ramos que se anastomosam com as
artérias infraorbital e angular ocasionando cegueira
(TAMURA, 2013; Almeida et al, 2020). Dessa forma, é
mais seguro permanecer exatamente na linha média e
no periósteo/pericôndrio ao redefinir a raiz ou o dorso
nasal (MCKEE et al., 2019).
Comparados os estudos, concordam o risco de
anastomose e cegueira desta região. Pacientes com
histórico de cirurgia nasal não devem realizar este

procedimento pois, pode alterar a vascularização nasal
aumentando os riscos de acidentes vasculares.
Região nasolabial tem menor frequência de aplicação,
pois tem risco de embolização ou compressão da
artéria devido grande capacidade de produto ou por
técnica inapropriada. Tende de levar em consideração
a anatomia e sua análise, pois os principais vasos são
as artérias angulares e artéria labial superior que
podem ser comprometidas apela porção do sulco
nasolabial (TAMURA, 2013).
Portanto compreende-se que os principais resultados
obtidos nos materiais literários encontrados evidenciam
que o profissional capacitado deve ter conhecimento de
zonas de riscos para injetáveis com propósito de HA,
conhecimento profundo da anatomia neuromuscular,
arterial e venosa (como ramos da artéria carótida, áreas
com extensas anastomoses vasculares) e reconhecer
sinais e sintomas de complicações, manejos para
prevenção e tratamento destas.
Dessa maneira, a contribuição deste trabalho para a
literatura é que através dessa revisão foi possível
realizar uma atualização sobre um tema tão importante
em nossa sociedade apresentado as informações mais
relevantes publicadas sobre ele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo demonstrar a
importância do conhecimento anatômico e as principais
intercorrências nos procedimentos de harmonização
facial dando ênfase nos procedimentos de toxina
botulínica tipo A e preenchedores com ácido
hialurônico através de uma revisão bibliográfica.
Os principais resultados obtidos nos estudos foram que
a toxina botulínica e o ácido hialurônico são eficazes
para o rejuvenescimento, mas que há riscos de
sequelas e, portanto, é preciso conhecimento da
anatomia facial pelos profissionais que realizam esses
procedimentos.
9
Dessa forma, pode-se concluir que o profissional
capacitado deve ter conhecimento de zonas de riscos
para injetáveis com propósito de HA, conhecimento
profundo da anatomia neuromuscular, arterial e venosa
(como ramos da artéria carótida, áreas com extensas
anastomoses vasculares) e reconhecer sinais e
sintomas de complicações, manejos para prevenção e
tratamento destas.
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