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ASSOCIAÇÃO DE TOXINA BOTULÍNICA E FIOS

DE POLIDIOXANONA NA REGIÃO GLABELAR


Association of botulinium toxin and polydioxanone threads
in the glabellar region

Weider de Oliveira Silva1


Paula Stéffani de Aguiar Duarte2

1
Esp. em Harmonização Orofacial, Esp. e Me. em Implantodontia, Esp. em Dentística, Esp. em Prótese Dentária – ABO Taguatinga.
2
Esp. em Dentística – ABO Taguatinga, Esp. em Prótese Dentária – ABO Taguatinga.

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RELATO DE CASO
RESUMO
Nos últimos anos, verificou-se uma enorme evolução nas técnicas não invasivas
aplicadas ao rejuvenescimento facial. O conhecimento maior acerca das alterações ana-
tômicas envolvidas na ação do envelhecimento foi acompanhado por crescente avanço
na maneira de abordar estas alterações também pelo aumento de substâncias e tecno-
logias empregadas nesta abordagem. Com relação às inúmeras técnicas utilizadas para o
rejuvenescimento facial, atualmente, os fios de polidioxanona (PDO) e a toxina botulínica
vêm ganhando ênfase, especialmente quando usados nos tratamentos do terço superior
da face. Apresentamos ao longo deste artigo o caso de uma jovem que foi submetida ao
uso de fios de PDO e toxina botulínica, com o objetivo de diminuir as linhas de expressão
e rugas presentes na região frontal glabelar, a qual é uma região nitidamente conhecida
pelos riscos na utilização de ácido hialurônico.
Descritores: Rejuvenescimento facial, fios de sustentação e toxina botulínica.

ABSTRACT
In recent years there has been a huge evolution in non-invasive techniques applied
to facial rejuvenation. The greater knowledge about the anatomical changes involved in
the action of aging was accompanied by an increasing advance in the way of addressing
these changes also by the increase of substances and technologies used in this approach.
Regarding countless techniques used for facial rejuvenation, currently, the polydioxanone
threads (DOP) and botulinum toxin are gaining emphasis, especially when used in the tre-
atment of the upper third of the face. It is presented throughout this paper the case of a
young woman who was subjected to the use of DOP threads and botulinum toxin, with the
aim of reducing the expression lines and wrinkles present in the frontal glabellar region,
which is a region clearly known for the risks in the use of hyaluronic acid.
Descriptors: Facial rejuvenation, support threads and botulinum toxin.

Simmetria Orofacial Harmonization in Science. 2020; 1(4):14-21.


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INTRODUÇÃO
O envelhecimento facial sempre foi uma questão de grande interesse e estudo. Desde
muitos anos, profissionais da área de saúde, através de seus conhecimentos anatômicos,
buscam inúmeras técnicas para reduzir as desagradáveis rugas e linhas de expressão que,
com o passar do tempo, tornam-se razão de insatisfação pessoal. Com tantas técnicas e
procedimentos disponíveis no mercado para desestimular o envelhecimento e aprimorar
a qualidade da pele, é comum que em alguns casos sejam imprescindíveis às associações
de técnicas selecionadas pelo profissional que, em conjunto, apresentarão resultados mais
harmônicos e naturais para cada paciente.
Dentre as diversas possibilidades de tratamentos ofertados para a melhora da estética
facial, os fios de polidioxanona e a toxina botulínica têm sido preferência entre os profissio-
nais da aérea, por se tratarem de tratamentos minimamente invasivos, com poucos riscos
de complicações, mínimo tempo de afastamento das atividades laborais e eficazes em
corrigir a ptose e as rítides, características do envelhecimento. Além do mais, esse tipo de
associação tem sido alternativa satisfatória para o tratamento de rugas na região glabelar.
A glabela corresponde à região localizada entre as sobrancelhas e eminência me-
diana, na parte vertical do osso frontal. As rugas nessa região ocorrem devido à tração dos
músculos corrugador, prócero e orbicular do olho, e colaboram na expressão de censura
e preocupação. Apresentam-se quando os músculos tracionam as sobrancelhas medial e
inferiormente, como reação a luz solar intensa, e auxiliam na dificuldade visual1.
As técnicas de preenchimento com ácido hialurônico, comumente utilizadas em to-
das as áreas da face, especialmente apresentam riscos de complicações que podem ser
precoces ou tardias quando aplicadas na região da glabela, pois a mesma possui poucos e
pequenos vasos como nenhum outro tecido da face. Além do que, a circulação colateral da
região glabelar também é menos efetiva do que a de outras áreas1,2. Consequentemente,
a obstrução dessas micro artérias pode acontecer facilmente com injeções de materiais
usados para preenchimento. Reações granulomatosas infecciosas e não infecciosas também
são mais frequentes nessa região3. Há uma grande relação também à cegueira (amaurose)
após injeções de preenchimento na área da glabela, isso se deve a artéria central da retina
que se localiza na região e é frequentemente atingida nesse procedimento. Portanto, é
preciso ter cautela na utilização de preenchimento na região glabelar e, como alternativa,
utiliza-se a associação dos fios de bioestimulação associados à toxina botulínica.
Os fios bioestimuladores de sustentação de PDO, quando corretamente inseridos,
resultam num efeito de lifting mecânico que ficará parcialmente preservado devido ao
efeito estimulador da indução de colágeno. O fio de PDO é uma fibra sintética potente,
que se baseia em um filamento ou dois filamentos torcidos sólidos que se desfazem após
um determinado período no tecido.
Por outro lado, a toxina botulínica é uma exotoxina produzida pelo Clostridium botu-
linum, uma bactéria gram-positiva e anaeróbica. Existem oito sorotipos de bactérias (A, B,
C alpha, C beta, D, E, F e G) que produzem sete exotoxinas distintas. A toxina botulínica tipo
A é considerada a mais potente, mais específica e com maior duração, sendo, por isso, o
Silva WO, Duarte PSA.

sorotipo de preferência para uso clinico estético4,5. Seu mecanismo de ação se inicia após a
injeção intramuscular, que impede a liberação da acetilcolina na junção neuromuscular dos
músculos estriados, produzindo, assim, uma desnervação química e, consequentemente,
paralisia muscular5.

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RELATO DE CASO
RELATO DE CASO
Paciente do gênero feminino compareceu à clínica particular relatando como queixa
principal o desejo de melhorar a linha de expressão profunda entre as sobrancelhas, denomi-
nada de região de glabelar. Como essa é uma área perigosa para a injeção de preenchimentos,
resolvemos tratar o caso com a utilização da técnica de aplicação de toxina botulínica nas
rugas dinâmicas da face, causadas pela atividade muscular, associada à técnica de inserção
de fios absorvíveis indutores de colágeno. Para melhores resultados, foi delineado um plano
de tratamento para paciente dividido em duas etapas. Na primeira etapa, como mostra
a Figura 4, foi feita a aplicação de toxina, no terço superior da face, sendo dois pontos no
músculo frontal, com 2U de toxina cada, mais um ponto no músculo prócero, com 6U, e
mais três pontos no músculo corrugador, com 4U de toxina de cada lado. Nessa mesma
sessão clínica também foi utilizado ácido hialurônico na região de osso zigomático, onde a
região foi delimitada com três pontos de cada lado da face, sendo aplicadas duas seringas
de AH-Restylane (1 ml cada) de consistência D (Lift).

Figura 1 - Aspecto inicial. Figura 2 - Paciente franzindo a testa.

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Figura 3 - Ação dos músculos corrugadores e prócero. Figura 4 - Marcação dos pontos de toxina e de
preenchimento no malar.

Após um mês da primeira etapa, foi iniciada a segunda etapa com a inserção de 10
fios PDO na região da glabela e na região logo acima da sobrancelha com bioativos, onde
se localizam os músculos corrugadores, sendo a inserção realizada através de cânulas.
Em seguida as cânulas foram removidas e os fios foram cortados. É importante salientar
que os fios de polidioxanona, além de produzirem volume na região, são absorvidos pelo
organismo, induzindo a produção de colágeno.
Uma semana após a realização da segunda etapa foi constatada uma considerável
melhora no aspecto da pele da paciente, como mostram as Figuras 7 e 8.
Silva WO, Duarte PSA.

Figura 5 - Marcação dos pontos de inserção dos fios Figura 6 - Corte dos fios de PDO.
de PDO.

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RELATO DE CASO
Figura 7 - Aspecto final da pele da paciente. Figura 8 - Aspecto final da paciente sorrindo.

DISCUSSÃO
Com o advento da Odontologia contemporânea, houve o surgimento de novas técnicas
e materiais a encargo da estética, pois a direção da valorização da beleza tem se tornado
um propulsor para o desbravamento e avanço de novos rumos para a área odontológica6.
Por isso, a visão macro da Odontologia em observância para todo o conjunto orofacial além
dos dentes se torna concludente7.
Atualmente, os tratamentos estéticos faciais modernos são cada vez mais promisso-
res, trazendo equilíbrio, simetria e naturalidade à face, amenizando, assim, as marcas do
tempo. Entre eles, pode-se destacar o uso da toxina botulínica, dos preenchedores faciais
injetáveis e fios de polidioxanona.
O preenchimento facial é um procedimento estético injetável não cirúrgico utilizado
para tratar sulcos, rugas, corrigir cicatrizes e melhorar o contorno facial. Nessa categoria,
o material mais utilizado é o ácido hialurônico, que é uma molécula já presente no orga-
nismo, responsável por atrair e reter água ao seu redor, dando mais textura homogênea à
pele, viço e firmeza8.
Apesar de preenchedores faciais apresentarem um perfil de segurança muito favorável,
não existe nenhum preenchedor totalmente desprovido de riscos, e mesmo profissionais
experientes podem se deparar com reações imediatas, como eritema, sangramentos, no-
dulação e necroses9.
A utilização de ácido hialurônico na região glabelar é pouco indicado devido a maior
incidência de necrose nessa região, por compressão local ou injeção intra-arterial na artéria
supratroclear seus ramos, diminuindo suprimento sanguíneo. Nesse local, assim como na
região das têmporas, localizam-se artérias que podem estar anastomosadas e com fluxo
sanguíneo direcionado às artérias terminais, como a oftálmica e a retiniana. Reações gra-
nulomatosas infecciosas e não infecciosas também são mais recorrentes nessas regiões10,11.
O terço superior da face é considerado uma das áreas mais perigosas, em especial a região
da glabela, levando a efeitos colaterais graves, que podem sobretudo causar até cegueira.
Casos de cegueira (amaurose) foram descritos principalmente na glabela, provavel-
mente devidos à difusão retrograda do material injetado para a artéria oftálmica e seus
ramos de irrigação: artéria retiniana central e ciliar posterior curta12,13. Devido ao risco de

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se tratar a região da glabela com preenchedores surgiu à associação da toxina botulínica
com fios estimuladores.
O uso da toxina botulínica tipo A para tratamento cosmético teve autorização para ser
utilizado no Brasil no ano 2000, e de lá até hoje sua utilização vem crescendo a cada ano e
se consagrando como o procedimento mais usado nos EUA e Brasil14.
As rugas dinâmicas são motivadas pelas sucessivas contrações musculares e enve-
lhecimento da pele, somadas à perda de colágeno gerado por fibroblasto, sendo a base
da formação de tegumento, da elastina responsável pela elasticidade da pele e do ácido
hialurônico, responsável pela retenção hídrica da pele15.
A toxina botulínica do tipo A é um agente biológico produzido em laboratório como
substância líquida e estéril, que passa por processo de liofilização antes de ser comercializada,
derivada da bactéria Clostridium botulinum. Substância neurotóxica evidenciada por sua
eficiência em aplicações estéticas terapêuticas, preventivas, corretivas e não cirúrgicas16,17.
A atividade da TB-A no organismo humano se dá através de ações distintas e comple-
mentares que se ligam aos receptores terminais nos nervos motores, bloqueando o impulso
neuromuscular nos terminais nervosos, inibindo a liberação da acetilcolina quando injetada
intramuscular, acarretando relaxamento e/ou paralisia muscular localizada por denervação
química temporária5.
A utilização da toxina botulínica-A como tratamento cosmético é efetiva para restaurar,
corrigir e amenizar as imperfeições faciais18, sendo uma substância que atinge níveis altos
de segurança, resultando em satisfação ao paciente14.
Outra técnica muito utilizada atualmente é a associação da TB-A com fios de poli-
dioxanona no tratamento da região glabelar, pois os mesmos preenchem uma lacuna nos
procedimentos estéticos rejuvenescedores, uma vez que reposicionam os tecidos faciais,
suspendendo-os, o que raramente se consegue com outras técnicas não invasivas.
Os fios absorvíveis de PDO para lifting facial são utilizados não apenas para a “elevação”
tecidual, mas também para a indução de produção de colágeno19. É válido salientar que a
polidioxanona é um polímero monofilamentar sintético, não alergênico, não piogênico e
absorvível20, além de reter sua força por tempo mais prolongado que qualquer outro fio
absorvível disponível no mercado20.
Entretanto, o sucesso para o tratamento com esses fios está diretamente ligado ao plano
correto de inserção, sendo o plano celular subcutâneo (SMAS) o mais indicado. Caso seja
introduzido superficialmente poderá ser visível e doloroso e não irá estimular a produção
de colágeno. Por outro lado, caso seja introduzido profundamente poderá lesar artérias,
veias, nervos ou qualquer outra estrutura profunda da face. Portanto, é de fundamental
importância o conhecimento adequado da anatomia e técnica para o sucesso do tratamento.

CONCLUSÃO
Os procedimentos estéticos orofaciais são cada vez mais constantes nos consultórios
odontológicos e, para assegurar o sucesso do tratamento, é fundamental compreender a
relevância da etapa de avaliação estética, que engloba não apenas a queixa principal do
paciente, mas também a observação de fotos e vídeos do mesmo. Também se faz neces-
sário o devido conhecimento acerca da anatomia, dos materiais e das técnicas a serem
Silva WO, Duarte PSA.

empregadas individualmente em cada caso.


Assim, este trabalho elucidou uma alternativa de sucesso para tratamento da região
glabelar, com a utilização de fios de PDO juntamente com toxina botulínica, ao invés da
utilização de preenchimento com ácido hialurônico, uma vez que este produto apresenta
maior risco para esta região.

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E-mail do autor: weidersilva@hotmail.com Como citar este artigo:


Recebido para publicação: 27/04/2020 Silva WO, Duarte PSA. Associação de toxina botulínica e fios
Aprovado para publicação: 02/06/2020 de polidioxanona na região glabelar. Simmetria Orofacial Har-
monization in Science. 2020; 1(4):
DOI:

Simmetria Orofacial Harmonization in Science. 2020; 1(4):14-21.


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