Você está na página 1de 97

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola Superior de Ciências do Desporto

(ESCIDE)

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas nas Escolas


Secundárias Públicas no Município da Matola.

Elisa Luís Artur

Maputo, Maio de 2019


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola Superior de Ciências do Desporto

(ESCIDE)

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas nas Escolas


Secundárias Públicas no Município da Matola.

Autora:

Elisa Luís Artur

Supervisor:

Prof. Doutor Jorge Michel Ruiz Cañizares

Maputo, Maio de 2019


DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Elisa Luís Artur declaro por minha honra que esta monografia nunca foi
apresentada, parcial ou integralmente, em nenhuma instituição para obtenção de
qualquer grau académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal,
estando indicadas no texto e nas referências bibliográficas as fontes utilizadas

A Candidata

_________________________________

(Elisa Luís Artur)

i
DEDICATÓRIA

Dedico em primeiro lugar aos meus pais por sempre terem batalhado para que eu
progredisse, independentemente dos obstáculos.

Ao meu parceiro pelo apoio incondicional e suporte sempre que precisei, a sua
existência torna a minha vida mais real, a razão mais forte da vida.

ii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pois sem ele nada disso teria sentido ou valor. Que me fortaleceu
em todos os momentos, desde o início desta caminhada me dando sabedoria, para que
hoje nesse grande dia, eu pudesse ter a oportunidade de mostrar tudo o que sei. Aos
meus pais Luís Artur e Jacinta António pelo amor, incentivo, apoio, educação e valores
que me passaram e que levarei por toda a minha vida. Amo muito vocês!

Agradeço ao meu orientador Prof. Doutor Jorge Michel Ruiz Cañizares a confiança que
depositou nas minhas dúvidas, inseguranças e reflexão crítica. Agradeço a magnitude
da sua presença nos momentos mais difíceis vividos no processo deste trabalho.
Agradeço o olhar lúcido, rigoroso, exigente e de questionamento atento com que me
indicou novos caminhos de explicabilidade que me fizeram aceder à construção de
uma progressiva compreensão inteligível.

Agradeço especialmente ao meu esposo Ricardo Neves, que incansavelmente foi um


pilar na minha formação, nas noites calmas, chuvosas, trovejantes e  vendavais, ele
não enfraqueceu, esteve sempre pronto para me ajudar esperando-me todos os dias
voltar da faculdade, para ele vai o meu grande abraço, somos companheiros para
sempre, e por ter me ajudado tantas vezes na realização deste trabalho com palavras
de incentivo e coragem. Aos meus filhos: Tamires Neves e Ricardo Júnior que me
deram força e nunca dormiam antes de eu chegar a casa.

Aos meus companheiros (colegas) de turma na faculdade em especial ao Felicio, Alda,


Firmina e Vânia pelo companherismo, amizade, conquistas e por tudo que vivemos
dentro e fora do espaço académico, pois aprendi e dividí experiências que para mim
foram muito importante.

Aos alunos das escolas secundária de Nkobe, Liberdade, e Matola e os responsáveis


das instalações desportivas, que contribuíram para a realização deste trabalho e que
com eles aprendi muitas coisas. Muito obrigado!

Por fim, agradeço a todos os que ao longo do tempo tive a oportunidade de conhecer e
me relacionar. Destaco e relembro com alegria, aqueles com quem construí uma sólida
amizade.

iii
RESUMO

O presente trabalho se desenvolve em torno do Processo de Gestão de Manutenção


das Instalações Desportivas nas Escolas Secundárias Públicas no Município da Matola.
Para pesquisa deste tema se teve o estudo bibliográfico prévio do âmbito nacional e
internacional sobre o assunto. Constituiu objectivos: geral: Analisar a Gestão de
Manutenção das Instalações Desportivas nas Escolas Secundárias Públicas no
Município da Matola e os específicos Analisar a Actuação do Sector Desportivo no
Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas nas Escolas e Avaliar
a Gestão das Instalações Desportivas das Escolas Públicas no Município da Matola. A
pesquisa foi qualitativa, e análise de dados foi com a utilização dos programas de
informática SPSS e Excel. Esta pesquisa teve como grupo alvo os responsáveis pela
gestão das instalações desportivas nas escolas, neste caso os professores de
educação física e os alunos. Constatamos como resultados que todas as instalações
desportivas analisadas são classificadas como instalações desportivas de Base-
formativa, na qual o tipo de tecto é descoberto, isto é, as mesmas apresentam
deficiências mínimas ou grandes, o que é agravado por não existirem manutenções
preventivas. Há maior disponibilidade de infra-estruturas para a modalidade de futebol
e basquetebol do que para as outras modalidades e quase não existe infra-estruturas
para a modalidade de atletismo apesar de ser uma das modalidades prioritárias do
país. Sendo o desporto uma prática social cada vez mais generalizada pelo mundo,
tornando-se um dos fenómenos sociais mais importantes da actualidade e está inserido
directamente na vida do cidadão, onde os seus benefícios em uma óptica de melhorar
a qualidade de vida e o bem-estar da população são cada vez mais reconhecidos.
Nessa perspectiva, constatamos ainda, que as construções, das
instalações/equipamentos das escolas, nas últimas décadas ainda não se resolveram
de forma significativa nas diversas escolas, onde as escolas não possuem instalações
específicas, para vários tipos de actividades físicas desportivas e as que existem são
muito antigas apresentando um estado elevado de degradação.

Palavras-chave: Gestão, Instalações desportivas, gestão de manutenção das


instalações desportivas, Instalações desportivas nas escolas.

iv
ABSTRACT

The present work is developed around the Process of Management and Maintenance of
Sports Facilities in Public High Schools. In order to research this topic, we have had a
previous bibliographic study of the national and international scope on the subject. The
objectives were: general: Analyze the Management of Maintenance of Sports Facilities
in Public High Schools in the Municipality of Matola and the specifics Analyze the
Performance of the Sports Sector in the Process of Management of Maintenance of
Sports Facilities in Schools and Evaluate the Management of Sports Facilities in
Schools In the Municipality of Matola. The research was qualitative, and data analysis
was with the use of SPSS and Excel computer programs. This research had as target
group those responsible for the management of sports facilities in schools, in this case
physical education teachers and students. We find that all sporting facilities analyzed
are classified as Basic Formative sports facilities, in which the type of roof is discovered,
that is, they have minimal or large deficiencies, which is aggravated by the lack of
preventive maintenance. There is greater availability of infrastructures for soccer and
basketball than for other modalities and there is almost no infrastructure for athletics
although it is one of the priority modalities of the country. Since sport is a social practice
that is becoming more widespread in the world, becoming one of the most important
social phenomena today and is directly inserted in the life of the citizen, where its
benefits in terms of improving the quality of life and well- being of the population are
increasingly recognized. In this perspective, we also note that the constructions of the
school facilities / equipment in the last decades have not yet been resolved in a
significant way in the different schools, where the schools do not have specific facilities
for various types of physical and sports activities are very old presenting a high state of
degradation.

Keywords: Management, Sports facilities, maintenance management of sports


facilities, Sports facilities in schools

Índice

v
DECLARAÇÃO DE HONRA...............................................................................................i
DEDICATÓRIA...................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS........................................................................................................iii
RESUMO...........................................................................................................................iv
ABSTRACT........................................................................................................................v
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................................vii
ÍNDICE DE GRÁFICOS...................................................................................................viii
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1.1. PROBLEMATIZAÇÃO................................................................................................3
1.2. OBJECTIVOS:............................................................................................................3
1.2.1. Objectivo geral.........................................................................................................3
1.2.2. Objectivos específicos.............................................................................................3
1.3. Perguntas de pesquisa...............................................................................................4
1.4. ÁREA DE ESTUDO....................................................................................................4
1.5. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5
1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO...................................................................................6
2. GESTÃO DESPORTIVA NO PROCESSO DE MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES
DESPORTIVAS NAS ESCOLAS.......................................................................................8
2.1. GESTÃO DESPORTIVA............................................................................................8
2.2. INSTALAÇÃO DESPORTIVA...................................................................................11
3. GESTÃO E MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS..........................18
3.1. GESTÃO E MANUTENÇÃO.....................................................................................18
3.1.1 Tipologia de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas.......................20
3. 2 GESTÃO DE INSTALAÇÃO DESPORTIVA............................................................22
3.3.1. Tipologia de Gestão de Instalação Desportiva.....................................................24
3.4. GESTÃO DE INSTALAÇÃO DESPORTIVA EM MOÇAMBIQUE............................29
3.5. GESTÃO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS NAS ESCOLAS.............................30
3.6. IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DESPORTIVA NAS ESCOLAS...............................32
4. METODOLOGIA..........................................................................................................33
4.1. ABORDAGEM DE ESTUDO....................................................................................33

vi
4.2. POPULAÇÃO ALVO E AMOSTRAGEM..................................................................33
4.3. TÉCNICAS DA PESQUISA......................................................................................35
4.4. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO ESTUDO........................................................36
4.5. PROCESSAMENTO DOS DADOS..........................................................................37
4.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO.....................................................................................38
4.7. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DA MATOLA................................................38
4.7.1. Localização e principais características................................................................38
4.7.2. Aspectos sociais de desenvolvimento do Município da Matola............................39
4.8. RESULTADOS DE PESQUISA................................................................................41
4.8.1 Classificação das Instalações Desportivas existentes nas Escolas......................41
4.8.2. Quanto ao Tipo......................................................................................................41
4.8.3. Quanto ao Sector...................................................................................................43
4.8.4. Quanto a Cobertura...............................................................................................44
4.8.5. Quanto a Modalidade............................................................................................45
4.8.6 Qualidade e uso das Instalações Desportivas.......................................................47
4.8.7 A Conservação das Instalações Desportivas.........................................................54
4.8.8. Gestão das Instalações Desportivas nas Escolas Públicas.................................61
5. CONCLUSÕES............................................................................................................66
5.1. RECOMENDAÇÕES................................................................................................67
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................68
Apêndices........................................................................................................................73

vii
LISTA DE ABREVIATURAS

CNID Carta Nacional das Instalações Desportivas

CRM Constituição da República de Moçambique

ESG Ensino Secundário Geral

IMAP Instituto de Magistério Primário

MAE Ministério da Ministério de Administração Estatal

MJD Ministério da Juventude e Desportos

MM Município da Matola

SPSS Programa Estatístico para Ciências Sociais

ÍNDICE DE GRÁFICOS

viii
No de Descrição Página
Item
GRÁFICOS
Gráfico 1 Resultado do inquérito sobre tipo das instalações existentes 41
nas escolas
Gráfico 2 Resultado do inquérito sobre as Actividades desportivas 45
praticadas nas escolas
Gráfico 3 Resultado do inquérito sobre as condições para a prática das 47
actividades desportivas nas escolas
Gráfico 4 Resultado do inquérito sobre avaliação da qualidade das 50
instalações desportivas nas escolas
Gráfico 5 Resultado do inquérito sobre avaliação do uso das instalações 52
desportivas
Gráfico 6 Resultado do inquérito sobre avaliação da conservação das 54
instalações desportivas nas escolas
Gráfico 7 Resultado do inquérito sobre existência de programa para 57
conservação das instalações desportivas nas escolas
Gráfico 8 Resultados do inquérito sobre o nível de conservação das 59
instalações desportivas
Gráfico 9 Resultados do inquérito sobre a gestão e manutenção das 62
instalações desportivas
Gráfico10 Resultados do inquérito sobre a responsabilidade pela 64
manutenção das instalações desportivas

ix
1. INTRODUÇÃO

Na actualidade a prática desportiva têm vindo a ganhar uma acrescida importância na


nossa sociedade, assistindo-se à sua afirmação em diversas áreas e à conquista de
espaço nas mais diversas políticas locais, regionais, nacionais, assim como
internacionais, e para a sua massificação é preciso a criação de infra-estruturas para a
prática de todo o tipo de actividades desportivas em quase todo o território nacional
com o principal enfoque para as escolas.

É na mesma senda, que autores como Da Costa (2005) afirmam que a prática
desportiva necessita de lugares apropriados criados de acordo com os princípios,
regras e aspirações desportivas e designou a esses lugares de Instalações
desportivas. Assim, Cunha (2007) concebe as instalações desportivas como sendo
locais específicos para a prática de exercícios físicos, que assume um lugar na
sociedade ao proporcionar uma utilidade a população de um determinado local, bem
como a implementação da sua estrutura física num determinado território. Associando-
se as ideias de Constantino (1999) as instalações desportivas são indispensáveis para
o desenvolvimento desportivo e devem atender as necessidades da comunidade, isto
é, instalações são uma questão nuclear na intervenção dos materiais de
desenvolvimento desportivo local.

Em Moçambique, a Educação Física e o Desporto estão consagrados na CRM, no


artigo 93.º, n.ºs 1 e 2, como um direito para os cidadãos. Para tornar este direito uma
realidade, e o mais abrangente possível, houve a necessidade de descentralizar a
administração do sistema desportivo 1. Assim, a construção das instalações desportivas
nas escolas e a sua reabilitação é da responsabilidade do Governo e este por sua vez
atribui ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano o poder de controlo das
instalações desportivas nas escolas bem como as actividades físicas praticadas pelos
alunos, o Ministério não dispõe de gestores específicos encarregados pelas instalações
desportivas, sendo obrigadas as escolas a atribuir função de gestor das instalações

1
Assembleia da República de Moçambique. (2004). Constituição da República de Moçambique de 22 de
Dezembro de 2004. Publicada no Boletim da República, 1.ª Série, n.º 51, 1 – 97.
desportivas aos professores de educação física afectados nas escolas secundárias no
Município da Matola.

A razão para que tenhamos decidido concentrar-nos em determinar melhor não só as


competências que lhes estão actualmente conferidas neste domínio, mas também em
que medida, às instalações desportivas são consideradas imprescindíveis para um
normal e correcto desenvolvimento das actividades físicas e desportivas curriculares e
extracurriculares dos alunos da rede de escolas do ensino secundário público, e como
estão preparadas para as assumir.

Da análise e reflexão efectuada sobre os pontos referidos resultou num conjunto de


questões e interrogações, que se constituiu como o núcleo indutor da realização do
trabalho, e subsequente definição, dos principais objectivos que vão nortear a
realização da componente empírica deste nosso estudo. De acordo com Pina (1998)
apesar das construções realizadas nesta última década, a problemática das instalações
das nossas escolas ainda não se resolveu de forma significativa: para além de serem
muitas as escolas sem quaisquer instalações específicas, em muitos outros casos, as
que existem são muito antigas apresentando um estado elevado de degradação.

Na verdade, são diversas as evidências de que as instalações desportivas no nosso


país se têm implantado de forma desajustada e insuficiente, por forma a definir uma
tipologia de instalações, que permita uma utilização diversificada, ao longo do dia, por
um número alargado de usuários, entre eles os estudantes, corpo administrativo da
escola bem como a população circunvizinha.

O presente estudo enquadra-se no contexto da Gestão Desportiva, concretamente no


âmbito das instalações desportivas utilizadas intencionalmente no sistema escolar
público no Município da Matola, no sentido de verificar a sua conformidade com as
exigências inerentes à realização das diferentes actividades físicas e desportivas
curriculares e extra-curriculares dos seus alunos.

2
1.1. PROBLEMATIZAÇÃO

As instalações desportivas revelam a expressão desportiva de uma comunidade no


espaço ou território, de forma institucionalizada e permanente Cunha (2007). De acordo
com o contexto em análise, consideram-se as instalações desportivas escolares como
imprescindíveis para um normal e correcto desenvolvimento das actividades físicas e
desportivas (curriculares e extra-curriculares).

Neste estudo, não recusamos a constatação de Pina (1997), citado por Baptista (2001)
ao afirmar que, apesar das construções realizadas nestas últimas décadas, a
problemática das instalações/equipamentos das escolas ainda não se resolveu d forma
significativa pois, para além de serem inúmeras as escolas sem quaisquer instalações,
em muitas situações, as que existem apresentam graus de degradação.

Corroboramos com a ideia de falta de instalações desportivas como também


equipamentos nas escolas. Portanto, as Escolas Secundárias no Município da Matola
dispõem de instalações desportivas para realização das actividades físicas e as
mesmas encontram-se em má conservação, pisos com fendas e áreas de apoio em
estado avançado de degradação constituindo deste modo o desconforto para os
usuários das mesmas, é com esta constatação que pretendemos desenvolver a nossa
temática. Pelo que, surge a seguinte problemática: Como se caracteriza a Gestão de
Manutenção das Instalações Desportivas nas Escolas Secundárias Públicas no
Município da Matola?

1.2. OBJECTIVOS:

1.2.1. Objectivo geral

Analisar a gestão de manutenção das instalações desportivas nas Escolas Secundárias


Públicas no Município da Matola.

1.2.2. Objectivos específicos

1. Analisar a actuação do sector desportivo no processo de gestão de manutenção das


instalações Desportivas nas escolas;
3
2. Avaliar a gestão das instalações desportivas das escolas públicas no Município da
Matola.

1.3. Perguntas de pesquisa

1. Quais são as tendências do processo de Gestão de Manutenção das Instalações


Desportivas nas Escolas?

1.2. Como é que se classificam as Instalações Desportivas nas Escolas Públicas no


Município da Matola?

2. Que avaliação se faz sobre a gestão das instalações desportivas das escolas
públicas no Município da Matola?

1.4. ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo enquadra-se no âmbito da Gestão Desportiva, área que ascende


como um possível instrumento que tenta resolver, ou pelo menos ajudar os estigmas
do desporto moderno como defende Pires e Sarmento (2001). No mesmo diapasão, a
gestão desportiva deve ser elaborada com base nos indicadores do levantamento e
análise da situação desportiva actual que identifica a prática desportiva das
populações, as várias formas em que é manifestada a sua actividade física e as
condições disponíveis para a sua prática.

Face a essa exposição, é evidente que, o funcionamento de uma instalação desportiva,


requer um conjunto de normas e regras que devem ser seguidas por todos os
utilizadores, isto é, a existência das mesmas (normas e regras) numa instalação
desportiva, contribui para a existência de um espírito de harmonia e satisfação de todos
os intervenientes nesse espaço desportivo, ficando clara a responsabilidade de cada
interveniente.

Na perspectiva de Cunha (2007) com a existência de novos paradigmas da prática


desportiva na sociedade contemporânea e a exigência de qualidade dos espaços para
a sua prática, levaram-nos a proceder a uma reflexão e estudo sobre as rotinas
existentes a nível de pessoal qualificado e de gestão desses espaços. Assim, ao
4
assemelhar uma instalação desportiva a um espaço de desenvolvimento desportivo,
pretendemos perceber a concepção que os agentes responsáveis das instalações
podem possuir acerca da adequabilidade do espaço as finalidades atribuídas as
mesmas instalações.

De uma forma geral, pretendemos com a realização do estudo caracterizar a gestão de


manutenção das instalações desportivas das escolas secundárias, de modo a
promover o desenvolvimento das práticas desportivas no âmbito das instituições
escolares e das intenções dos indivíduos que as constituem, focalizando o estado das
instalações desportivas escolares como uma das condicionantes dessa mesma prática
desportiva.

1.5. JUSTIFICATIVA

As motivações que presidiram à escolha do tema do presente trabalho são de natureza


diversa. Em primeiro lugar, a prática técnico-profissional desenvolvida em diferentes
instituições desportivas e no estágio profissional em 2017, constatou-se que são
poucos os gestores das organizações desportivas formadas na área desportiva, e estes
por sua vez não implementam as modelos de gestão desportivas nas respectivas
organizações.

Em segundo lugar, a pertinência de estudo deve-se ao facto de ser estudante de curso


Gestão Desportiva, e no passado ter participado nos jogos escolares no ensino
Primário e Secundário nas modalidades de futebol e atletismo, onde os jogos eram
realizados em campos e pavilhões degradados sob risco de contrair lesões,
desconforto para os espectadores visto que estes campos não dispunham de bancadas
e balneários.

Em terceiro lugar, o interesse em estudar este tema surgiu de uma inquietação que
encontramos nas consultas das obras, onde verificamos que há escassez de estudos
no âmbito da gestão desportiva das instalações nas Escolas Secundárias Públicas
Municipais, contudo, pretendemos dar um contributo nesta temática. Já que a
manutenção e conservação da instalação, se toma importante não só a sua edificação,

5
mas sobretudo a sua manutenção diária através de pequenos arranjos, limpeza,
higiene e capacidade funcional do material e equipamento. A diversidade cultural,
integrando outras instalações para actividades culturais e de lazer.

O estudo será importante para a sociedade Moçambicana, na medida em que irá


influenciar na criação do plano de desenvolvimento desportivo, sua massificação,
criação e manutenção das infra-estruturas desportivas por parte do Ministério da
Educação de Desenvolvimento Humano nas escolas não só da cidade da Matola, mas
de todo o país.

Com a realização desta pesquisa, irá consciencializar os responsáveis das instalações


desportivas a tomar medidas para permitir a boa gestão de manutenção, a utilização
plena das instalações e garantir a segurança na prática desportiva. Será pertinente
também, analisar se a gestão efectuada permite a rentabilização dos espaços
existentes, assim como permitir o acesso à prática desportiva a todos os alunos. Outro
aspecto importante é saber que tipo de gestão de manutenção poderá ser adoptado
nessas instalações desportivas para suprir certos problemas que podem advir da má
conservação das infra-estruturas implantadas nas Escolas Secundárias Públicas no
Município da Matola.

1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO

No que concerne à estrutura da presente pesquisa, é composta por quatro (4) capítulos
onde:

No primeiro capítulo, encontramos a introdução onde fazemos a apresentação do


estudo do desenho teórico, encontramos também a justificativa e relevância do estudo.

No segundo capítulo, a Gestão Desportiva no processo de Manutenção das Instalações


Desportivas nas escolas, onde é caracterizada as matérias e temáticas relacionadas
com a gestão de manutenção, tipologia de gestão, instalações desportivas, tipologias
de instalações desportivas, gestão de instalações desportivas.

6
No terceiro capítulo apresenta-se o conceito e descrição da Gestão e Manutenção das
Instalações Desportivas.

No quarto capítulo, apresentamos a descrição de forma detalhada da metodologia que


será utilizada para a composição do respectivo estudo, caracterização da amostra
utilizada e do Município da Matola, instrumentos para a recolha dos dados e aos
procedimentos para a respectiva análise. Por último, fazemos a conclusão, através do
parâmetro anterior evidenciamos as principais conclusões do nosso estudo e as
recomendações e apresentadas as referências bibliográficas e os anexos.

7
2. GESTÃO DESPORTIVA NO PROCESSO DE MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES
DESPORTIVAS NAS ESCOLAS.

Nesta secção, passaremos a apresentar os diferentes pontos de vista de alguns


pensadores, sobre determinados conceitos integrantes desta pesquisa, cuja
transversalidade assegura uma apropriação do seu âmago e tratamento posterior por
parte do leitor da forma que melhor lhe convier.

2.1. GESTÃO DESPORTIVA

Há certamente tantas definições diferentes de gestão desportiva como autores que


escreveram sobre o assunto e gestores que a praticam. Estas diferenças surgem por
uma variedade de razões. Por vezes surgem a partir do debate sobre se a gestão é
uma arte ou uma ciência, outras vezes reflectem os diferentes pontos de vista a partir
dos quais este assunto é abordado e outras vezes ainda resultam dos diferentes
propósitos a que a definição se destina. Achamos pertinente inicialmente falar de
gestão de uma forma generalizada e posteriormente falar especificamente da gestão
desportiva.

Assim, o conceito de gestão é central neste trabalho, pelo que é relevante ser
abordado. De um modo geral e superficial, é possível constatar que as definições
apresentadas sobre gestão se distanciam uma da outra, no entanto uma análise mais
perspicaz permite encontrar algumas diferenças. Por mais subtis que sejam, essas
diferenças são relevantes, na medida em que constituem a base para a exclusão e
inclusão de determinados aspectos da realidade onde ocorre o processo de gestão.

De acordo com Faria (1985), a gestão pode ser entendida como a capacidade de se
atender os objectivos determinados, ou o grau em que um sistema realiza aquilo que
dele se espera, ou ainda, de atender os objectivos determinados, ou o grau em que um
sistema realiza aquilo que dele se espera. Trata-se aqui da compreensão da
organização enquanto uma entidade sistémica.

Já Houaiss citado por Schutz (2016) define gestão enquanto o conjunto de normas e
funções cujo objectivo é disciplinar os elementos de produção e submeter a

8
produtividade a um controle de qualidade, para a obtenção de um resultado eficaz, bem
como uma satisfação financeira. Esta definição coloca a enfâse na capacidade
racionalização dos meios para a realização de fiz, o que pode ser entendido com base
no conceito de eficácia patente nessa definição.

Enquanto a definição acima destaca a componente financeira, outros autores como


Drucker (1981) destacam a participação dos recursos humanos, mas sobre liderança
de um gestor. Este autor afirma que a gestão é um processo em busca e se alcançam
resultados de uma organização (bens, serviços, etc) com o esforço dos outros
(organizar, coordenar, dirigir o trabalho dos outros). Neste sentido, a função de uma
gestão é planificar, organizar, dirigir e controlar.

Este último autor define esses quatro processos que integram a gestão da seguinte
maneira: a planificação é processo de determinar antecipadamente o que deve ser feito
e como deve ser feito; organizar e estabelecer relações formais entre as pessoas e e
os recursos, para atingir objectivos do plano, definir que deve fazer o quê e quando
deve fazer, afectar os recursos e meios as pessoas e aos grupos; direccionar é o
processo de determinar, influenciar, afectar, o comportamento dos outros por meios da
motivação, liderança, comunicação; controlo, é a concatenação dos blocos anteriores
para que melhor sejam realizadas as etapas de planeamento, organização e direcção,
de modo que tudo saia como previsto. Drucker (1981)

Para Maximiano (2000) gestão é então o processo que visa atingir as metas e os
objectivos da organização, de forma eficaz (atingir o objectivo externo à organização) e
eficiente (já atingido com os menores custos e utilizando os menores recursos internos
possíveis), através de: i) planeamento; ii) organização; iii) liderança e iv) controlo dos
recursos disponíveis. Na mesma reflexão encontramos Finger (1997) gestão é um
processo de organização de recursos visando a obtenção de uma finalidade com
eficácia (doing the right things) e eficiência (doing this right), ou seja, é o processo de
tomar e colocar em prática decisões sobre objectivos e utilização de recursos.

Os recursos humanos, financeiro, materiais, são, na verdade componente da gestão


não mutuamente exclusivos, podendo ser integrados numa única definição. Segundo

9
Giles e Stansfield (1980), gestão é uma actividade complexa, envolvendo a
combinação e a coordenação de recursos humanos, físicos e financeiros, para que se
produzam bens ou serviços que sejam simultaneamente procurados e que possam ser
oferecidos a um preço que possa ser pago, tornando ao mesmo tempo agradável e
aceitável o ambiente de trabalho de todos os envolvidos.

Vários elementos podem ser destacados nesta última definição cuja extensão tem a
função de mostrar a complexidade do conceito e da realidade a qual se refere. Giles e
Stansfield (1980) afirmam que a sua definição mostra que gestão é um conceito sem
limites rígidos, podendo depender da organização, bem como da delegação. Neste
sentido, ao contrário do que defende Drucker (1981), a gestão não pode somente ser
exercida sobre responsabilidade de um gestor. A sua complexidade sugere a
possibilidade de participação de outros actores na posição de delegados, assim como
não.

Diante das definições acima expostas, fica evidente que a gestão é então o processo
que visa atingir as metas e os objectivos da organização, de forma eficaz (atingir o
objectivo externo à organização) e eficiente (objectivo interno à organização que
pretende que o objectivo externo – eficácia - seja atingido com os menores custos e
utilizando os menores recursos internos possíveis), através de: i) planeamento; ii)
organização; iii) liderança e iv) controlo dos recursos disponíveis.

No que concerne a Gestão desportiva pode ser entendida como a aplicação dos
princípios de gestão a organizações desportivas. Usando a definição de Bateman e
Snell (1996), gestão desportiva é o processo de trabalhar com pessoas e recursos
materiais para realizar objectivos de organizações desportivas, de maneira eficaz.

Em contrapartida encontramos a definição de Pires (1996); Guerrero & Gómez (2004).


Gestão desportiva é um processo de intervenção entre agentes envolvidos com o
desporto e os recursos disponíveis (humanos, materiais, económicos, instalações
desportivas, mediante parâmetros de eficácia e eficiência.

10
A gestão desportiva pode ser definida como a soma de operações técnicas, comerciais
e de marketing que se desenvolvem para conseguir um grau máximo de funcionamento
e uma maior optimização na entidade desportiva, Cansino (1991).

O interesse pelos processos de gestão desportiva é devido não só ao seu valor


económico, mas também à sua dimensão política. As escolas públicas devem entender
o desporto como um verdadeiro serviço público que é prestado aos munícipes, pelo
que é indispensável uma adequada estrutura orgânica e técnica de suporte com os
respectivos meios humanos, técnicos e materiais (Constantino, 1999).

2.2. INSTALAÇÃO DESPORTIVA

Instalação desportiva é uma estrutura natural ou artificial previamente preparada para


garantir a sua utilização em termos desportivos. De acordo com Correia et al (2000) as
instalações desportivas são vistas como todos os espaços de acesso público,
organizado de forma a permitir a prática de actividades desportiva, independentemente
do tipo de prática desportiva porque qualquer indivíduo necessita de condições para
realizar e é então aqui onde surgem as instalações desportivas.

Sobre o conceito de instalação desportiva, Sousa (2013), defende que é o espaço


edificado ou conjunto de espaços resultantes de construção fixa e permanente,
organizados para a prática de actividades desportivas, que incluem as áreas de prática
e as áreas anexas para os serviços de apoio e instalações complementares. É uma
área de intervenção seja, do Ministério da educação, das entidades privadas e bem
como através do município expressamente referenciada e enquadrada na lei, quer no
âmbito das suas competências próprias, quer em regime de colaboração com o Estado
e outras entidades Sousa (2013).

Já para Cunha (2007) concebe as instalações desportivas como locais específicas para
a prática de exercício físico, assumem um lugar próprio na sua sociedade, quer na
utilidade que proporcionam a população de um determinado local, quer da
implementação da sua estrutura física num território. Na mesma linha do pensamento
do autor, as instalações desportivas são responsáveis por identificar dentro do espaço

11
urbano, os locais destinados a prática desportiva e as actividades desportivas que se
desenvolvem naquele território, a função dessas instalações é oferecer de forma
continuada a possibilidade de uma prática desportiva. (Ibidem:28).

Diferentemente de Parlebas (1981), citado por Cunha (2007) as instalações desportivas


sistematizam as práticas desportivas num determinado espaço, bem como os
comportamentos dos seus intervenientes e aumentam as relações entre participantes
no fenómeno desportivo através das respectivas práticas. Portanto, as instalações
desportivas revelam a expressão desportiva de uma comunidade no espaço ou
território, de forma institucionalizado e permanente.

Diante destas definições propostas, podemos afirmar que a Instalação desportiva é


uma estrutura natural ou artificial previamente preparada para garantir a sua utilização
em termos desportivos. E ainda, pode-se definir a instalação desportiva como um
espaço edificado ou conjunto de espaços resultantes de construção fixa e permanente,
organizados para a prática de actividades desportivas, que incluem as áreas de prática
e as áreas anexas para os serviços de apoio e instalações complementares
(arrecadações, balneários, bancadas, etc.).

2.3. TIPOLOGIA E A CLASSIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS NAS


ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DA MATOLA.

Os equipamentos desportivos, ou instalações desportivas, são os espaços de acesso


público organizados para a prática de actividades desportivas. De um modo geral, os
equipamentos colectivos onde se realizam actividades desportivas podem ser
agrupados em duas dimensões globais: os espaços naturais ou adaptados e os
equipamentos propriamente ditos, que correspondem aos espaços construídos ou
artificial como defende Constantino (1992).

Salienta o autor que, os espaços naturais ou adaptados entendem-se como aqueles


que para determinada prática ou actividade não é necessária a construção ou arranjo
material. Como pode-se observar nos seguintes exemplos: os passeios pelas matas ou

12
florestas, a utilização de um rio ou lagoa para actividades de remo ou vela, a utilização
de uma montanha pelos alpinistas ou o uso de um terreno acidentado para Motocross.

De acordo com os exemplos enunciados, os espaços naturais ou adaptados podem


ainda ser categorizados em dois níveis: os espaços verdes naturais e os espaços
aquáticos naturais. Contudo, os espaços construídos ou artificializados são
caracterizados como espaços essencialmente edificados e destinados à prática de
diversas modalidades desportivas e, portanto, aqueles que obrigam o maior dispêndio
de meios financeiros e materiais para a sua execução, manutenção e gestão Baptista
(2001). Dada a grande variedade de actividades e de diferentes níveis de prestação, há
necessidade de subdividir a categoria dos espaços construídos, de acordo com as suas
funções e fins.

Deste modo, de acordo com os autores citados, estes tipos de espaços, encontram-se
tipologicamente divididos em: i) instalações de Base, que podem ser recreativos ou
formativos e; ii) instalações Especiais, que por sua vez podem ser especializadas ou de
espectáculo. Contudo, face a estas tipologias considera-se que as instalações
desportivas requerem um gestor que entenda e actue em diversas áreas da instalação,
este estudo se faz propício para compreender se esta diversidade é encontrada na
actuação deste profissional, se o mesmo mostrar ter uma formação adequada para o
exercício da função, abordando as diferentes frentes de actuação que um gestor de
instalações desportivas pode exercer sua função.

1) Instalações Desportivas de Base

Na concepção de Sarmento (2009) estas instalações são aquelas destinadas a uma


prática desportiva essencial ou básica que permite uma preparação elementar ou uma
educação de base e que, futuramente, garantem o acesso a práticas mais
especializadas ou de rendimento. Alguns exemplos deste tipo de instalações são: as
pistas de atletismo, os pavilhões desportivos polivalentes ou as piscinas cobertas e ao
ar livre, entre outros. Sendo assim, como também já foi referido, este tipo de
equipamentos pode desdobrar-se em recreativos ou formativos.

13
a) Instalações Desportivas de Base Recreativa

São instalações de base recreativa as que se destinam a actividades desportivas com


carácter informal ou sem sujeição a regras imperativas e permanentes, no âmbito das
práticas recreativas, de manutenção e de lazer activo, Sarmento (2009). Destinam-se à
ocupação dos tempos livres, por todos os escalões da população, segundo o chamado
desporto para todos, sendo exemplo piscinas e salas de desporto não normalizadas ou
os circuitos de manutenção tais como:

• Recintos, pátios, mini-campos e espaços elementares destinados a iniciação aos


jogos desportivos, aos jogos tradicionais e aos exercícios físicos;

• Espaços e percursos permanentes, organizados e concebidos para evolução livre,


corridas ou exercícios de manutenção, incluindo o uso de patins ou bicicletas de
recreio;

• Salas e recintos cobertos, com área de prática de dimensões livres, para actividades
de manutenção, lazer, jogos recreativos, jogos de mesa e jogos desportivos não
codificados;

• As piscinas cobertas ou ao ar livre, de configuração e dimensões livres, para usos


recreativos, de lazer e de manutenção.

Olhando para a definição trazido por Sarmento (2009) nos conduzem a uma
compreensão unívoca do termo, isto é, entendemos que as instalações de base
recreativa são as que se destinam a actividades desportivas com carácter informal. E
este conceito ajuda-nos a perceber o foco da realização do nosso estudo, visto que, na
base do estudo exploratório realizado percebemos que num universo significativo das
escolas visitadas apresentam essas características. Adoptamos esta tipologia como o
foco do nosso estudo.

b) Instalações Desportivas de Base Formativa

Para Baptista (2001) são instalações formativas as instalações concebidas e


destinadas para a educação desportiva de base e actividades propedêuticas de acesso
14
a disciplinas desportivas especializadas, para aperfeiçoamento e treino desportivo,
cujas características funcionais, construtivas e de polivalência são ajustadas aos
requisitos decorrentes das regras desportivas que enquadram as modalidades
desportivas a que se destinam.

No mesmo diapasão, o autor define as instalações desportivas como sendo aquelas


focalizadas para actividades organizadas por grupos para treino ou competição,
colocando como exigências fundamentais a polivalência de utilização, conjugadas para
o exercício de actividades desportivas e afins, o elevado grau de integração ajustado
aos programas e objectivos da educação desportiva no âmbito do ensino e das
actividades de formação desenvolvidas no quadro do associativismo desportivo como
são os caso dos pavilhões desportivos, das pistas de atletismo ou das piscinas
normalizadas. Como podemos observar abaixo:

• Grandes campos de jogos, destinados ao futebol, râguebi e hóquei em campo;

• Pistas de atletismo, em anel fechado, ao ar livre e com traçado regulamentar;

• Pavilhões desportivos e salas de desporto polivalentes;

• Pequenos campos de jogos, campos polidesportivos, campos de ténis e ringues de


patinagem, ao ar livre ou com simples cobertura;

• Piscinas, ao ar livre ou cobertas, de aprendizagem, desportivas e polivalentes.

2) Instalações Desportivas Especiais

As instalações desportivas Especiais, como o próprio nome indica, são destinadas a


uma prática desportiva que exige infra-estruturas próprias e de uso exclusivo, ou seja,
sem a polivalência e compatibilidade de práticas exigidas para as instalações
desportivas de Base. Assim, estas instalações desportivas Especiais podem ser de
dois tipos:

a) Instalações Desportivas Especializadas

15
De acordo com a perspectiva de Sarmento (2005) são instalações desportivas aquelas
concebidas e organizadas para a prática de actividades desportivas monodisciplinares,
em resultado da sua específica adaptação para a correspondente modalidade ou pela
existência de condições naturais do local, e vocacionadas para a formação e o treino
da respectiva disciplina. Na mesma linha do pensamento, o autor afirma que essas
instalações estão destinadas a uma prática desportiva e recreativa de modalidades
particulares, exigindo espaços especiais, como é o caso dos campos de golfe, os
campos de tiro ou de instalações para desportos náuticos. Pode-se evidenciar os tipos
de instalações especializadas da seguinte maneira:

• Pavilhões e salas de desporto destinado e apetrechados para uma modalidade


específica;

• Salas apetrechadas exclusivamente para desportos de combate;

• Piscinas olímpicas, piscinas para saltos e tanques especiais para actividades


subaquáticas;

• Pistas de ciclismo em anel fechado e traçado regulamentar;

• Instalações de tiro com armas de fogo;

• Instalações de tiro com arco;

• Pistas e infra-estruturas para os desportos motorizados em terra;

• Instalações para a prática de desportos equestres;

• Pista de remo e de canoagem e infra-estruturas de terra para apoio a desportos


náuticos;

• Campos de golfe.

b) Instalações Desportivas Especiais para o Espectáculo Desportivo

16
Para Sarmento (2005) são instalações desportivas especiais para o espectáculo
desportivo as instalações permanentes, concebidas e vocacionadas para acolher a
realização de competições desportivas. Porém, estas instalações têm como função a
realização de competições de alto nível nacional e internacional, com capacidade para
receber público e comunicação social.

Consideram-se instalações desportivas especiais para o espectáculo desportivo,


designadamente, as seguintes:

• Estádios;

• Pavilhões multiusos desportivos;

• Estádios aquáticos e complexos de piscinas olímpicas;

• Hipódromos;

• Velódromos;

• Autódromos, motódromos, kartódromos e crossódromos;

• Estádios náuticos.

Ao longo de nossa pesquisa constatamos a existência de vários espaços, de


propriedade escolar, usados para a prática desportiva sem que, entretanto, tais
espaços apresentem o piso especificamente trabalhado para fins desportivos. Desta
forma, afirmamos que as instalações desportivas são consideradas como um factor
básico para o desenvolvimento desportivo e fundamental para a realização da prática
desportiva.

Percebe-se que as instalações desportivas são fundamentais para as práticas


desportivas, pois, sem eles, a prática torna-se uma actividade obsoleta e impossível.
Diante dessa exposição, associamo-nos nas ideias de Sarmento (2002: 18) ao reforçar
que essa importância ao dizer que “a prática de actividades físicas pressupõe, como
primeira condição, a existência de locais apropriados à sua efetivação”. Assim, as

17
instalações desportivas são espaços qualificados que oferecem condições materiais e
efectivas para que o Desporto aconteça.

3. GESTÃO E MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS

Neste capítulo iremos tratar de gestão e manutenção das instalações desportivas,


primeira discutiremos o conceito de GM (Gestão e Manutenção), de seguida a tipologia
de Gestão de Manutenção e a gestão de instalações e sua tipologia.

3.1. GESTÃO E MANUTENÇÃO

Para entender o conceito de Gestão da Manutenção, temos que analisar as ideias de


Nepomuceno (1999) segundo a qual, o gerenciamento da manutenção surgiu com o
objectivo da melhoria constante dos processos das empresas ou instituição, como
forma de sempre estar se mantendo competitivo no actual cenário económico. Na
mesma ordem de ideia, a manutenção deixou de ser apenas uma área de reparos
emergenciais nos equipamentos e passou a ter uma importância significativa na
estratégia para a tomada de decisões e o alcance dos objectivos.

Um dos pilares para a sistematização do processo de gerenciamento da manutenção, é


um plano bem estruturado da manutenção, onde deve constar todas as informações e
metas da empresa em relação ao escopo do seu processo. É com base nesses
pressupostos arrolados acima que, Nepomuceno (1999) afirma que a gestão de
manutenção pode-se definir como sendo um conjunto das acções destinadas a
assegurar o bom funcionamento das máquinas e instalações, garantindo que são
intervencionadas nas oportunidades certas e com o alcance certos, isto é, de acordo
com as boas práticas técnicas e exigências legais, de forma a evitar a perda de função
ou redução do rendimento e, no caso de tal acontecer, que sejam repostas em boas
condições de operacionalidade com a maior brevidade, e tudo a um custo global
optimizado.

Não fugindo da definição proposta por Nepomuceno (1999) encontramos Cunha (2007)
que concebe a gestão de manutenção como sendo um conjunto de procedimentos e
intervenções realizados frequentemente nas instalações e seus apetrechos, visando

18
sempre garantir e manter o conforto, funcionalidade, higiene e segurança dos usuários,
para além de prolongar a vida útil da instituição. E essas ideias são corroboradas por
Françolin (2011) ao defender que a gestão de manutenção é a garantia da
funcionalidade dos equipamentos e instalações, atendendo assim a um processo de
serviço com qualidade, segurança, e preservação do meio ambiente e ao respectivo
custo associado.

As abordagens acima supracitadas pelos autores, encontramos uma definição diferente


defendida por Cabral (2009) que concebe a gestão da manutenção como sendo uma
abordagem ordenada e sistemática ao planeamento, organização, monitorização e
avaliação de actividades de gestão e seus custos. Onde, com um bom sistema de
gestão da manutenção, aliado a elementos do staff de gestão capazes e
conhecedores, pode prevenir problemas a nível de saúde, segurança e impacto
ambiental, assegurar uma maior longevidade e melhor funcionalidade de um bem e
contribuir para uma diminuição dos custos de operação e aumentar a qualidade de
vida. (Ibidem).

Em contrapartida, encontramos a definição de Pinto (2002) segundo a qual, a gestão


da manutenção diz respeito a todas as actividades de gestão que determinam os
objectivos, a estratégia e as responsabilidades respeitantes à manutenção, e que os
implementam por diversos meios tais como o planeamento, o controlo e supervisão da
manutenção e a melhoria de métodos na organização, incluindo os aspectos
económicos.

Portanto, de acordo com Xenos (2004:9) gestão da manutenção tem como principal
finalidade, chegar ao método que melhor se adeque ao tipo de maquinaria presente no
processo da empresa ou instituição. Contudo, para se alcançar esse método ideal, é
necessário a colecta de dados referentes ao monitoramento dos equipamentos, como
por exemplo: a frequência de quebra, os tipos mais comuns de falhas e os custos
gerados com a manutenção. Esse plano necessita estar sempre em melhoria contínua,
alcançando assim, algumas vantagens.

19
De forma geral, a gestão de manutenção deve ser vista como sendo um meio pelo qual
deve assegurar que sejam cumpridos todos objectivos de manutenção em causa
garantindo que todos os procedimentos propostos são cumpridos. No entanto, os
objectivos de uma manutenção podem ser distintos, quer se trate de uma manutenção
industrial ou de uma manutenção de infra-estruturas, isto é, de um lado, uma requer a
garantia de funcionamento contínuo de todos os equipamentos, maximizando o seu
rendimento e reduzindo os seus custos, de outro lado, foca-se na organização da
manutenção, baseada nas exigências legais e ambientais que minimizem o consumo
energético, o impacto ambiental e assegurem todas as condições de usabilidade e
higiene da infra-estrutura ou instalações desportivas.

3.1.1 Tipologia de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas

A gestão da manutenção pode adoptar diferentes critérios para intervir nos


equipamentos, normalmente referidos como tipos de manutenção. Sendo assim, Brito
(2003) considera que existem dois tipos de manutenção base, ou seja, a manutenção
planeada e a não planeada. Quando a manutenção é planeada é feita com o intuito de
prevenir a ocorrência de avarias, logo designa-se por preventiva podendo esta ser
sistemática, preditiva ou condicionada e Tecnico-Juridica, enquanto a manutenção não
planeada diz respeito à situação em que ocorrem avarias no equipamento, designando-
se por manutenção curativa ou correctiva e paliativa como defende Brito (2003).

1) Manutenção Preventiva ou Planeada

A manutenção preventiva consiste em realizar as acções e providências antes que as


avarias ocorram e evitando-as, visto que, a manutenção é efectuada em intervalos de
tempo pré-determinados ou de acordo com critérios prescritos Farinha (2004). Este tipo
de manutenção obedece a um programa previamente estabelecido, em que o objectivo
é evitar a ocorrência de avarias ou mau funcionamento, equilibrar a carga de trabalho,
compatibilizar as intervenções com o plano de prestação de serviço e dos
equipamentos nas instalações desportivas. (Ibidem).

20
Assim, para Lins (2009) este tipo de manutenção pode ser visto como menos prática,
do ponto de vista financeiro, mas deve ter-se em conta que o custo de parar o
equipamento ou sistema em condições programadas pode ser bem mais vantajoso do
que uma grande paragem por falha ou erros na manutenção de instalações
desportivas. Diante disso, a manutenção preventiva pode ser dividida em:

2) Manutenção Preditiva: Este tipo de manutenção, consiste no acompanhamento


periódico de equipamentos ou máquinas através de dados recolhidos por meio de
monitorização ou inspecções, bem como avalia o tempo de vida útil dos componentes
das máquinas e equipamentos com as condições durante um período de tempo como
defende Xenos (2014). É realizada pelos proprietários do equipamento com o objectivo
de antecipar a necessidade de recorrer a serviços de manutenção.

3) Manutenção Tecnico-Juridica: Para Xenos (2014) afirma que é um tipo de


manutenção que previne o esgotamento de matérias-primas, uma preservação e
protecção ambiental, segurança dos profissionais, equipamentos e património. Abrange
temas como o bem-estar do doente para que estejam reunidas todas as condições
necessárias para que a prestação dos cuidados de saúde corra da melhor forma.

4) Manutenção Sistemática: Este tipo de manutenção consiste em manter o


funcionamento do equipamento de acordo com as características do fabricante, sendo
aplicado na maioria a órgãos sensíveis, módulos de desmontagem e revisões de
máquinas, Piedade (2012). Contudo, este tipo de manutenção obedece a um programa
que se destina a ser executado periodicamente, sendo os intervalos medidos numa
determinada unidade de tempo ou outro parâmetro que traduza o funcionamento do
equipamento.

5) Manutenção Não planeada ou Correctiva

Para Piedade (2012) este tipo de manutenção corresponde à mais antiga de todas as
manutenções, assim como à mais utilizada em equipamentos e sistemas. Assim, é
conhecida por acções reactivas ou não planeadas necessárias para o restabelecimento

21
do funcionamento do equipamento em questão. A manutenção não planeada ou
correctiva pode ainda ser dividida em:

a) Manutenção Curativa: consiste na reparação efetuada após o diagnóstico de


forma definitiva, isto é, deixando o equipamento a funcionar sendo a preparação de
trabalho efetuada após análise da avaria e quando a urgência da reparação o permite,
Piedade (2012).

b) Manutenção Paliativa: neste tipo de manutenção, a reparação acontece apenas


de forma provisória. Assim, esta manutenção é feita por utilizadores do equipamento
próximo do problema, minimizando os riscos até que um profissional competente
consiga reparar por completo o problema em causa, Piedade (2012). No caso das
escolas secundárias muitas vezes é feita pelos trabalhadores para que o equipamento
não fique inutilizado até à chegada dos técnicos externos que asseguram a sua
resolução definitiva.

Diante dessa tipologia da manutenção, podemos afirmar que a manutenção é um dos


processos que fazem parte da gestão das instalações desportivas, na qual é
fundamental, pois é mediante a manutenção das instalações que se busca conservar
os investimentos feitos desde sua construção.

3. 2 GESTÃO DE INSTALAÇÃO DESPORTIVA

É reconhecido o aumento de exigência dos parâmetros de construção de instalações


colectivas nos últimos anos. Actualmente, os principais vectores são a qualidade e
multifuncionalidade dos serviços e instalações disponibilizados.

Na óptica de Constantino (1999) afirma que, independentemente do modelo de gestão


adoptado, a gestão das instalações desportivas deve procurar estabelecer um
equilíbrio entre as receitas e as despesas e adoptar uma política de gestão ajustada à
realidade socioeconómica da organização, tendo em atenção as necessidades dos
utilizadores e actividades a oferecer. Deve ainda garantir um serviço de qualidade
cumprindo os parâmetros de eficiência, eficácia e economia.

22
Diante desse pressuposto, segundo Constantino (1999) a gestão de instalações
desportivas é entendida como sendo um conjunto que possuem como objectivo a
optimização social, desportiva ou económica das instalações desportivas, levando-se
em consideração aos objectivos diferentes para cada tipo de modelo de gestão nos
sectores publico e privado.

Torna-se evidente que a gestão de instalações, por si só, deve ser determinada ao
mesmo tempo que a escolha do próprio equipamento, e do seu modelo de
funcionamento, isto é, a combinação das diferentes variáveis de análise, permitirá a
opção pelo modelo de gestão como defende Lair (2000). Também as instalações
devem ser construídas próximos das escolas ou outros serviços essenciais, pois só
desse modo satisfazem plenamente as necessidades dos cidadãos que não podem
investir em clubes privados, para a realização das suas actividades desportivas.

Na mesma linha do pensamento de Moustard (2009) corrobora com Lair (2000) ao


afirmar que estas instalações devem depender de uma instituição pública que responde
às necessidades de determinada categoria de cidadãos que não serão
obrigatoriamente associados de nenhuma colectividade. Contudo, a forma como é feita
a gestão de instalações deve ser diferente de país para país, mesmo que as questões
de fundo sejam as mesmas.

Portanto, a gestão das instalações desportivas é importante na medida em que para o


sucesso de uma organização é necessário a intervenção de um gestor, usando todos
os recursos financeiros e humanos fazendo todo o acompanhamento na construção e
manutenção de instalações desportivas não apenas nos recintos escolares que serão
analisadas, mas quase todo território nacional para permitir a massificação de
desporto.

Os autores acima citados são da opinião de que, a gestão das instalações desportivas
deve ser um objectivo fundamental para os gestores desportivos, na medida em que
eles precisam de trabalhar afincadamente com todos os recursos humanos e materiais
para atingir os objectivos das organizações desportivas, de maneira eficaz e manter

23
todas as instalações desportivas em bom estado e criar condições para a construção
de outros recintos desportivos com vista a massificar a prática do desporto.

3.3.1. Tipologia de Gestão de Instalação Desportiva

As instalações desportivas, locais específicos para a prática de exercício físico,


assumem um lugar próprio na sua sociedade, quer na utilidade que proporcionam à
população de um determinado local, quer da implementação da sua estrutura física
num território. De acordo com Sarmento (2006) gestão de uma instalação desportiva
contempla a gestão funcional, a gestão orçamental, a gestão de manutenção e a
gestão financeira, directa e mista.

Neste sentido, deve-se fazer menção as ideias defendidas por Gallardo e Jiménez
(2004) ao afirmarem que existem grandes diferenças entre os grandes municípios e os
pequenos municípios, logo muitas vezes é difícil optar por um tipo de gestão ou outro,
não existe um modelo ideal para garantir a eficácia na gestão das instalações
desportivas.

Segundo a proposta de Sarmento (2006) seguem tipologias da Gestão de Instalações


Desportivas:

1) Gestão Orçamental

Neste tipo de gestão, entende-se que uma gestão de instalação desportiva deve
possuir um plano orçamental que deverá ser elaborado com base numa previsão das
receitas e despesas como defende Silva (2007). Assim, essa previsão de receitas
resulta do diagnóstico dos custos de manutenção e conservação da instalação
englobando os custos do pessoal trabalhador e as verbas utilizadas na promoção da
instalação e das actividades oferecidas (publicidade).

Partilhando da mesma opinião, Lopes (2012) defende que deve ser feita uma previsão
dos consumos, uma previsão das receitas e uma previsão das despesas. Na medida
em que, é necessário elaborar, analisar um orçamento que vise a aquisição de material

24
necessário para as actividades e manutenção das instalações, equipamento de apoio à
gestão administrativa, material e produtos de limpeza, entre as necessidades.

Fica evidente que, é importante existir uma previsão dos consumos, das receitas e das
despesas. Só assim é possível analisar a situação financeira real e permite elaborar um
orçamento para a aquisição de material necessário para as actividades, manutenção e
conservação das instalações.

Para este tipo de gestão, é efectuado pela previsão das receitas feita com base nas
ofertas dos serviços e actividades da instituição e a previsão das despesas é feita com
base nos custos de conservação/ manutenção, afetação de pessoal e marketing.

2) Gestão Financeira

Na perspectiva de Constantino (1992) a gestão financeira deve ser realizada com dois
objectivos essenciais: planificar as actividades de forma a garantir fundos disponíveis
para a sua manutenção e fazer controlo da aplicação dos fundos disponíveis. Contudo,
para garantir uma gestão financeira eficaz é necessário ter como objectivo principal a
rentabilidade da instalação e não se esquecendo de direccionar as actividades para as
necessidades da população, visando o desporto para todos.

Colaborando com as ideias de Batista e Andrade (2005) atribuem uma elevada


importância à gestão financeira, uma vez que a existência de estabilidade financeira
deve constituir um dos principais objectivos de uma organização desportiva. Para tal, é
necessário definir uma missão que garanta o equilíbrio financeiro, tendo em vista uma
mudança de atitude que conduza a uma acção preventiva de carácter permanente.

Ao analisar as ideias dos autores acima citados, pode-se concluir que a existência de
estabilidade financeira tem que se assumir como um vector principal no cumprimento
da missão de uma organização desportiva sem fins lucrativos e que a gestão financeira
tem que ter como objectivos a planificação e actividades e serviços desportivos de
forma a garantir os fundos disponíveis para a manutenção da instalação e controlo
desses fundos.

25
Para efectuar uma gestão financeira, deve existir uma previsão dos consumos, das
receitas e das despesas. Só assim é possível analisar a situação financeira real e
permite elaborar um orçamento para a aquisição de material necessário para as
actividades, manutenção e conservação das instalações.

3) Gestão de Material

Para Sarmento (1999) a gestão de material é obrigatório por uma lei, onde sustenta
que cada instalação desportiva possua um livro de manutenção em que conste uma
listagem completa e detalhada dos equipamentos desportivos e seus fornecedores,
registos das reparações e das principais acções, de manutenção efetuadas, registo de
reclamações e acidentes. Caso as instalações desportivas de uso público possuam
balizas de futebol, de andebol e equipamentos do basquetebol, esta área da gestão
deve garantir que estes cumpram as regras de segurança.

A utilização dos materiais e equipamentos tem como objectivo a rentabilização do


investimento efectuado e manter a qualidade do serviço, e a segurança dos seus
utilizadores é necessária uma manutenção adequada. A rentabilidade e a gestão
correcta e controlada do material desportivo passa pela existência de um ficheiro
individual ou inventário, que é um elemento dinâmico em constante actualização, desde
o momento de aquisição até ao ato de dar baixa no efectivo, Sarmento (1999). Neste
inventário deverão constar os seguintes dados: data de aquisição, empresa
fornecedora, características técnicas, limitações técnicas, cuidados de limpeza,
cuidados de manutenção, avarias (data, tipo e causa) e reparações (data, tipo,
entidade responsável e data de entrega).

Portanto, o controlo da gestão passa por fiscalizar a aquisição dos equipamentos


existente, verificar a reposição do material e manutenção da qualidade dos
equipamentos.

4) Gestão de Actividades e/ou Serviços

Atendendo às diferentes áreas em que a gestão desportiva atua, a gestão de


actividades ou serviços deve estar em conformidade com o referido anteriormente: ir ao

26
encontro da procura desportiva da população, estarem adaptados à realidade
económica e social da sociedade tendo como objectivo a rentabilidade social e
desportiva da instalação.

Esta gestão deve planificar e estruturar todas as modalidades a serem praticadas, os


horários disponíveis para a sua prática tendo também em atenção a faixa etária dos
utilizadores e avaliação do impacto ambiental Lopes (2012). Todas as actividades
devem constar no plano anual de actividades previamente elaborado e este por si só
deve constar no plano de desenvolvimento desportivo da instalação.

5) Gestão de Qualidade e Excelência

Sustentada pela revisão de literatura podemos dizer que as instalações para a prática
desportiva devem visar uma gestão de qualidade e excelência nos serviços prestados.

Segundo Gallardo e Jiménez (2004) consideram que também deve ser implementado
um sistema de gestão de qualidade dos serviços desportivos. Este sistema contribui
principalmente para a melhoria do serviço, para a melhoria da gestão, para a melhoria
da imagem e principalmente para a melhoria dos resultados obtidos em função dos
objectivos definidos.

Em súmula evidenciamos que intervenção autárquica do município de Matola deverá


direccionar a prestação dos serviços desportivos escolares para uma gestão de
qualidade. Assim permitirá um maior acesso à prática desportiva, uma maior taxa de
participação e consequentemente uma maior rentabilidade dos espaços disponíveis e
imagem perante os munícipes.

Assim, este tipo de gestão, não deve ser dirigido maioritariamente para a construção de
instalações desportivas, mas sim na realização de uma intervenção consciencializada
na gestão eficaz e rentabilização dos equipamentos adequados à realidade existente,
de acordo com as necessidades e satisfação da população. Existe uma rentabilização
das instalações desportivas com a prática desportiva, porém a sua maioria não é
realizada de forma organizada.

27
6) Gestão Directa

Este modelo foi o primeiro a ser utilizado onde a gestão Directa a gestão de
equipamentos é garantida exclusivamente pelo pessoal da Administração Local. A
prestação de serviços pelo seu próprio pessoal permite à administração local um maior
controlo do orçamento, avaliando com maior facilidade a rentabilidade financeira, a
eficácia e qualidade do serviço prestado.

Este tipo de gestão pode ser realizado por duas formas distintas: ou integrada nos
serviços desportivos do próprio município - sendo a própria entidade local a integrar o
serviço de gestão de equipamentos desportivos municipais na sua estrutura orgânica, a
prestar o serviço a assumir e controlar toda a gestão, determinando o pessoal
necessário para uma eficaz prestação do serviço e a financiá-lo com base no
orçamento municipal; ou com órgão especial de administração – criando um organismo
destinado exclusivamente a esta função, por exemplo, uma empresa municipal
Constantino (1999).

As autarquias ou municípios devem adoptar políticas desportivas que visem a


promoção e acessibilidade ao desporto a todos os seus munícipes e não apenas
procurar a rentabilidade financeira da instalação. É necessário criar estratégias que
visem a diminuição dos custos e permita a sustentabilidade do equipamento desportivo.

7) Gestão Mista

Neste modelo de gestão a entidade proprietária divide com outra entidade a gestão do
equipamento. Mesmo existindo em uma das partes uma gestão directa é também
necessário a realização de um protocolo entre as duas entidades, cumprindo o regime
jurídico.

Temos como exemplo de Gestão Mista, as instalações de propriedade pública


inseridos nos estabelecimentos de ensino em que a direcção da escola se
responsabiliza pela gestão durante o período de uso escolar e no horário pós-escolar é
garantida pela outra entidade (associativa ou municipal). Neste caso específico, o
modelo de gestão obtém razoáveis índices de eficácia, contudo nem sempre é fácil

28
atingir o equilíbrio por parte das duas entidades, nos domínios do suporte de custos de
manutenção Constantino (1999).

Diante das exposições feitas sobre a gestão das instalações desportivas, fica evidente
que a gestão das Instalações desportivas é uma tarefa complexa para os gestores,
uma vez que eles terão uma série de funções a desenvolver que vão desde assegurar
recursos necessários para a concepção e funcionamento da instalação até a
coordenação de pessoas. Por isso, a gestão das instalações desportivas é um assunto
de vital importância, pois com a popularização da prática desportiva tornou-se
necessário encontrar alternativas para disponibilizar um melhor serviço desportivo a
sociedade, adoptando tipologia de gestão que atenda a as necessidades população

Deste modo, as tipologias de gestão cumprem seu papel de indicar caminhos a serem
seguidos, a aplicação de uma modelo ou outro só alcançara êxito se for realizado um
estudo prévio da realidade social e política que melhor se enquadre. O que importa de
fato é que a instalação e sua gestão cumpra o papel de atender de maneira agradável
as necessidades da comunidade onde ela esta inserida.

3.4. GESTÃO DE INSTALAÇÃO DESPORTIVA EM MOÇAMBIQUE

Temos algumas análises sobre a gestão das instalações desportivas nalgumas partes
de Moçambique. Paipe (2013) descreve um cenário do município da Beira em que as
associações desportivas não possuem instalações próprias para a realidade das suas
actividades, o que condiciona para que tenham de recorrer a cedência de terceiros,
como é o caso da Universidade Pedagógica, só para citar um exemplo.

Ainda assim, Paipe (2013) entende que o facto de procurar-se usar maioritariamente os
pavilhões polivalentes faz com que haja uma concorrência entre as várias associações
desportivas, tais como de basquetebol e voleibol. Este cenário revela uma escassez de
instalações desportivas com capacidade de atender as reiais necessidades do país,
considerando os desafios que são impostos na contemporaneidade.

Mirione (2013) afirma que em termos gerais da gestão das instalações desportivas em
Moçambique, observa-se uma distribuição desigual entre as províncias. Por exemplo,

29
enquanto até 2013 a Cidade de Nampula contava com 50 instalações esportivas, a
Cidade de Maputo já contava com 129 instalações até 1980. Dentre o número de
instalações na primeira cidade, 46% eram destinadas à prática do futebol, enquanto em
Maputo, até 1980, a maior parte eram campos polivalentes.

Esta disparidade mostra que, enquanto nalgumas cidades do país continua a se


privilegiar mais o futebol como actividade prioritária, noutras a preocupação é elevar as
restantes modalidades desportivas ao nível do futebol. No entanto, de um modo geral,
de acordo com Mirione (2013), o futebol continua sendo o desporto mãe, devido a sua
capacidade de mobilizar as massas.

O Diploma Ministerial nº 134/2006 de 26 de Julho, estabelece os critérios para a


definição das modalidades prioritárias e entre os indicadores, as infra-estruturas estão
entre os 3 primeiros indicadores a ter-se em conta, tanto para a massificação
desportiva, o alto rendimento assim como a promoção da unidade nacional e redução
das assimetrias. Isso pode justificar-se pelo facto de o governo investir mais em termos
relativos em infra-estruturas da modalidade de futebol em relação as outras
modalidades.

Quanto a modalidade prioritária que é o Basquetebol, a disponibilidade de infra-


estruturas para a mesma na Cidade de Nampula é considerável ocupando em segundo
lugar em termos de disponibilidade. Mais de 1/3 de infra-estruturas desportivas na
Cidade de Nampula são campos de pequenos jogos.

3.5. GESTÃO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS NAS ESCOLAS

A escola é concebida como um espaço que embora tenha limites físicos concretos que
o delimitam, do ponto de vista relacional, está em contacto com o meio exterior, o que
torna relevante que a gestão das instalações desportivas escolares tome em
consideração, não somente a demanda interna, mas também a demanda exterior.

É neste sentido que Branco (1994) citado por Gomes (2005) afirma que na relação
entre a autarquia dentro da qual se encontra deve ser vista como sendo de
compromisso, pelo que, a gestão das instalações desportivas escolares deve ser feita

30
no sentido de mostrar capacidade de renovação, vontade e competência para integrar
a actividade física e desportiva no seu projecto educativo, pelo que, as suas
instalações devem ser polivalentes, não se limitando na única ou poucas actividades
desportivas.

A autarquia também tem o seu papel a desempenhar na gestão das instalações


escolares. Esta deve mobilizar e remover os obstáculos que podem constituir um
problema para a realização das actividades física, bem como assegurar o bom uso das
instalações que lhe são disponibilizadas pela escola.

Esta conjugação de esforços na gestão das instalações desportivas escolares revela-


se bastante relevante num contexto em que Teixeira (2000) aponta que o desporto
escolar se tem caracterizado, geralmente, por uma elevada desorganização e pela
ausência de projectos claros e bem definidos, o que favorece para que seja apenas
uma pequena parcela de alunos que se dedicam a actividade desportiva, por exemplo,
tem sido predominante a existência de instalações desportivas destinadas a estudantes
com deficiência.

De acordo com Teixeira (2000), deve ser papel da autarquia apoiar a gestão do
desporto escolar na criação de recursos que possibilitem a criação de espaços lúcidos
e áreas de jogo, melhoramento das instalações desportivas escolares e na oferta de
material técnico didáctico desportivo, virado para a orientação da realização das
práticas desportivas, do uso e da conservação das instalações desportivas.

No mesmo sentido, Gomes (2005), partindo da ideia da escassez de instalações


desportivas escolares, defende a necessidade de adopção de uma abordagem de
gestão que tenha como fundamento a cooperação e intervenção conjunta de todos os
actores internos e externos a instituição escolar, dentre eles, professores, alunos,
instrutores, contínuos e o pessoal da administração.

De acordo com Cunha (2007) citado por Azevedo (2009), no que diz respeito à
cobertura das instalações desportivas escolares, importante é garantir que permita o
aumento dessa constância de forma a ultrapassar os eventuais condicionalismos que

31
possam vir a ser impostos pelos rigores do clima. A identificação e o registo das
instalações desportivas contribuem para o reconhecimento do nível de equipamento
urbano das populações de um determinado território e da respectiva qualidade de vida
em matéria de Desporto.

3.6. IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DESPORTIVA NAS ESCOLAS

O desporto é uma prática assumida como relevante para qualquer indivíduo,


independentemente, do espaço onde se encontra Cunha (2007) citado por Azevedo
(2009).

Segundo Gomes (2005), a prática do desporto, especificamente, a educação física


assumem um papel bastante importante no 1º ciclo. Isto porque, é nestas idades que
se elaboram e fixam muitas das estruturas que vão condicionar a qualidade das
respostas motoras. Consequentemente, a carência de práticas desportivas tem
repercussões na saúde, na estruturação de novas capacidades motoras, de
sociabilização, do aperfeiçoamento do comportamento.

Entretanto, Gomes (2005), afirma que a actividade motora livre, de carácter lúdico, por
si só, não é suficiente para desenvolver aptidões físicas - motoras. Assim, é necessário
que a acção a realizar a este nível seja exercida por educadores pois só estes têm
competência para o fazer.

Por sua vez, Lopes e Fernando (2013), o desporto tem a sua relevância no
desenvolvimento dos alunos, pelo que cabe à gestão escolar encontrar melhores
soluções para valorizar a prática das actividades desportivas, quer ao nível interno,
quer a nível externo. Esta é uma exigência que deve ser cumprida, visto que, o
desporto contribui para a adaptação no meio escolar, desenvolvimento de relações
solidárias com o meio exterior.

32
4. METODOLOGIA

Nesta secção enunciaremos os procedimentos que serviram de orientação para o


desenvolvimento da presente investigação. Deste modo, desenvolveremos uma
descrição dos métodos que utilizaremos para a realização empírica do nosso estudo.

4.1. ABORDAGEM DE ESTUDO

Recorremos à abordagem de estudo misto, isto é, baseada na combinação da


qualitativa e quantitativa. A razão desta combinação reside no facto de procurarmos
estudar a teoria existente sobre o processo de gestão das instalações desportivas, e
além disso fazermos uma recolha de dados que permitiu valorizar tanto o contexto
institucional (escolar), assim como a perspectivas dos usuários dessas instalações
quanto ao processo de gestão.

Desta forma, a abordagem qualitativa foi utlizada para retratar o processo de gestão
das instalações desportivas do ponto de vista dos responsáveis das escolas
secundárias a seleccionar, incidindo sobre as suas políticas, seus procedimentos,
objectivos e resultados alcançados. O fundamental aqui é aprofundar a informação
disponível, considerando sempre que os dados ganham significado dentro do contexto
escolar.

A abordagem quantitativa foi aplicada para retratar o processo de gestão das


instalações desportivas do ponto de vista dos usuários, especificamente dos
estudantes, buscando, neste sentido, a sua representatividade numérica. No recurso
desta abordagem, o fundamental é analisar as tendências das variáveis numéricas em
torno da gestão, de modo a alcançarmos dados fiáveis.

4.2. POPULAÇÃO ALVO E AMOSTRAGEM

O estudo foi realizado no município da Matola, pelo que, considerou-se a população do


estudo as escolas secundárias deste município, basta que tenham instalações
desportivas de base recreativas. Em termos de tamanho, de acordo com MAE (2013), o
município da Matola possui um total de 53 escolas secundárias do Primeiro ciclo e do

33
segundo ciclo. A amostra foi feita as 3 escolas secundárias que são: Escola Secundária
da Matola, Escola Secundária de Nkobe e Escola Secundária de Liberdade que
constituem o foco do nosso trabalho. Assim, para a selecção das mesmas adoptou-se
uma amostragem aleatória simples, considerando que todas as escolas têm as
mesmas possibilidades de serem escolhidas, basta que apresentem propriedade da
população de estudo. Seleccionamos 40 alunos (masculinos e femininos) e 3
responsáveis pela gestão das instalações desportivas das escolas, onde foram
inquiridos. Tanto para os responsáveis bem como os alunos, recorreu-se a uma
amostra por acessibilidade, o que permitiu trabalhar com aqueles informantes aos
quais for possível ter acesso no momento da realização do trabalho de campo.

Desta maneira, ao recorremos a uma amostra por acessibilidade, é pelo facto de que
todos os alunos das escolas seleccionadas podem ser inquiridos independentemente
das suas características particulares, como turno, nível de escolaridade, usuários ou
não das instalações desportivas. Neste sentido, no momento do trabalho de campo,
dirigimo-nos a escolas e interpelar os alunos que estejam trajados de uniforme escolar,
solicitando para que respondam ao questionário.

No que se refere ao género dos entrevistados, num total de 40 alunos, 24 alunos


(corresponde a 60%) são do sexo Masculino e 16 alunos (correspondente a 40%) são
do sexo feminino. Relativamente, ao género dos entrevistados evidencia-se que os
dados mostram uma maioria do sexo masculino.

Os dados referentes as idades dos alunos inquiridos que apresentamos em intervalos


porque os entrevistados demostraram uma resistência em dizer a idade específica.
Desta forma, num total de 40 alunos de todas as escolas em análise é constituída por
inquiridos com idade compreendidas entre o intervalo etário de 16 a 19 anos de idade,
representando um total de 20 alunos (correspondente a 50%). De forma crescente, a
seguir temos os intervalos de 20 a 23 anos com 16 alunos inquiridos (que corresponde
a 40% da amostra). Com uma menor representatividade percentual dentro da amostra
está um intervalo de 24 a 27 anos com 3 alunos inquiridos (corresponde a 10%).

34
A maioria dos nossos entrevistados frequenta a escola secundária de Nkobe, na qual é
representada por 14 (35%) dos inquiridos. Enquanto a escola secundária da liberdade
aparece de seguida com 13 (32,5%) dos entrevistados e os restantes 13 (32,5%) dos
inquiridos são da escola secundária da Matola.

Relativamente ao nível académico podemos constatar que da amostra inquirida, o


ensino secundário do I° ciclo representada por 19 alunos, dividindo em três classes,
onde a 8ª classe é representada por 2 alunos inquiridos. A 9ª classe com maior
percentagem que é representada por 11 dos entrevistados e os restantes 6 que
representam a 10ª classe, visto que, ambas classes do I° ciclo correspondem a uma
frequência de 19 alunos inquiridos.

Verificamos também que o nosso grupo alvo é constituído por alunos do II° ciclo,
juntando as duas classes corresponde a 21. Conforme o gráfico, identificamos que 10
estão a frequentar a 11 a classe e os restantes 11 dos entrevistados frequentam a 12 a
classe. Desta forma, o maior número de alunos foi composto por alunos da 9 a classe,
que corresponde aos 11 e os alunos da 12 a classe da nossa amostra.

Nenhum dos responsáveis das instalações possuem formação específica em gestão


desportiva, nem a entidade para quem trabalham proporcionou alguma formação
relacionada com a gestão desportiva. Neste contexto Paipe (2013) concluiu que existe
pouca qualificação técnica dos recursos humanos envolvidos no processo de gestão
desportiva.

4.3. TÉCNICAS DA PESQUISA

A recolha de dados é feita com base em três técnicas: o levantamento bibliográfico


como técnico secundário, a entrevista semi-estruturada e questionários, como técnicas
principais.

Neste trabalho, o levantamento bibliográfico é usado para obter informação referente


aos modelos de gestão, conceitos de gestão e resultados de outros estudos que
servem para conceber o nosso quadro teórico-conceptual e fazer a discussão dos
dados. Desta forma, são identificados livros, artigos, manuais com informação

35
relevante sobre essas questões. Usamos também a observação directa que permitiu-
nos acompanhar “in loco” a prática das actividades desportivas e verificar o estado das
instalações desportivas nas escolas em estudo.

Para a recolha dos dados, utilizou-se a observação directa que consistiu em ver,
perceber e interpretar de forma clara o comportamento e estado das instalações
desportivas nas escolas em estudo e foi possível com a permissão dos responsáveis
das mesmas, que foi complementada com uma entrevista, onde elaborou-se uma ficha
de observação e um roteiro baseado nas instituições desportivas e das infra-estruturas.
A ficha de observação foi complementada com uma guia de entrevista submetida aos
responsáveis das instalações desportivas para apurar dados adicionais como o nome
da infra-estrutura, o proprietário e os usuários.

Para este trabalho a entrevista semi-estruturada é usada para recolher informação


referente a gestão das instalações escolares junto dos responsáveis das escolas
seleccionadas, considerando a situação privilegiada para fornecer essa informação.
Assume-se, como ponto de partida, algumas perguntas que reflectem os objectivos do
estudo, no entanto, reservam-se espaço para novas perguntas sejam realizadas no
curso da conversa, de modo a aprofundar novas informações que forem emergindo no
trabalho de campo.

O questionário é administrado directamente junto dos estudantes das escolas


seleccionadas e apresenta maioritariamente perguntas fechadas, isto é, com
alternativas, e algumas abertas, ou seja, sem alternativas de respostas, deixando a
liberdade do inquirido formular livremente a sua resposta. A elaboração do questionário
é em função das variáveis operacionalizadas no modelo de gestão adoptado neste
trabalho.

4.4. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO ESTUDO

Quanto aos procedimentos técnicos do estudo, foi bibliográfico e estudo de campo.


Considera-se bibliográfica porque uma parte da informação com a qual trabalhamos
tem suporte bibliográfico, isto é, é recolhida em artigos científicos e livros/obras,

36
principalmente as que tenham retratado a questão do processo de gestão no geral e
gestão de manutenção das instalações desportivas no particular. Mesmo porque a
elaboração do questionário e do protocolo de entrevista tem como base os modelos de
gestão retratada na revisão da literatura.

Considera-se estudo de campo porque grande parte da pesquisa realizada é suportada


por dados que serão recolhidos directamente do contexto natural onde se realiza o
processo de gestão e instalações desportivas. Desta forma, o campo de estudo serão
as escolas a serem seleccionadas como casos de estudo, onde foram identificados
informantes-chave que facilitarão informação primária. O estudo de campo permitiu-nos
confrontar os dados bibliográficos com dados empíricos da realidade concreta das
escolas no contexto Moçambicano.

4.5. PROCESSAMENTO DOS DADOS

Para o processamento dos dados recolhidos, foram usadas as técnicas estatísticas e a


análise do conteúdo.

Os dados recolhidos com base no questionário foram organizados através da tabulação


como forma de permitir a contagem e a construção de categorias. A tabulação foi
acompanhada de apresentação gráfica como forma de permitir diferentes perspectivas
de leitura dos dados. Deste modo, recorremos ao uso das percentagens e das
frequências para a leitura destes dados.

Realizou-se a organização dos dados quantitativos com recurso ao pacote informático


Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)2. O uso do programa consistiu,
numa primeira fase, na construção de uma base de dados na qual se definiu as
categorias de perguntas e repostas a partir das questões e opções do questionário
feito. Assim, as categorias se referiam ao perfil socio demográfico dos inquiridos e o
seu posicionamento quanto aos indicadores definidos, o que permitiu ter um maior
controlo da informação.

2
O SPSS (Statistical Package for Social Sciences ou traduzido em português como Pacote Estatístico para Ciências
Sociais) é uma aplicação de tratamento estatístico, de dados, capaz de tornar a análise estatística de dados.

37
Para análise dos dados recolhidos com base nas entrevistas recorremos a análise do
conteúdo, tendo como base as categorias construídas a partir dos dados quantificados,
assim as respostas foram interpretadas tomando como base homogeneizadora e de
relevância as categorias construídas com os dados dos questionários mais
aprofundadas com base nos dados das entrevistas.

Fica evidente que, foi feito a análise de dados recolhidos mediante o questionário, que
permite a construção de categorias. Depois foi realizada a interpretação, combinando
os dados já escritos aos dados recolhidos, tomando em consideração as entrevistas
como forma de estabelecer uma apresentação lógica dos resultados, ou seja,
possibilitar a confrontação de diversas ideias discutidas pelos outros autores sobre a
temática.

4.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Tivemos facilidade em identificar o nosso grupo-alvo, mas não deixamos de enfrentar


algumas situações que constrangeram a realização do trabalho. A primeira situação
encontrada relaciona-se com número inferior de instalações desportivas nas escolas
secundárias no Município da Matola e os existentes não se consegue cientificamente
aplicar as normas e regras recomendadas pela literatura.

Outro constrangimento foi a ausência de profissionais da gestão do desporto para uma


entrevista de recolha de dados e falta de indicadores de levantamento e análise das
instalações desportivas existente nas escolas Secundárias Públicas no Município da
Matola.

4.7. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DA MATOLA

4.7.1. Localização e principais características

O Município da Matola localiza-se no Sul de Moçambique e é capital da Província de


Maputo. Ocupa uma área de 375km 2 e tem como limites físicos o distrito de Moamba a
Norte e Noroeste, o Distrito de Marracuene a Norte e Nordeste, a cidade de Maputo a
Este e Sudeste, Boane e Katembe a Sul e Sudoeste. Tem como coordenadas:

38
Longitude – 25º40’ N e 25º45’ S; e, Latitude – 32º34’ W e 32º46’ E. A cidade da Matola
têm o estatuto administrativo de Distrito e subdivide-se em três unidades
administrativas autárquicas – os Distritos Urbanos (ou Postos Administrativos) – que
albergam, no seu conjunto, 41 bairros/povoações.

De acordo com os Censos de 1997, o Município da Matola tem 427.000 habitantes


(52% dos quais são mulheres), sendo, por isso, a segunda cidade mais populosa do
país e classificada como de nível “C”.

4.7.2. Aspectos sociais de desenvolvimento do Município da Matola

No que diz respeita à Educação, este sector é um dos mais sensíveis no município,
dado que a maior parte da população é jovem e encontra-se em idade escolar. A rede
escolar (oficial) no Município da Matola é constituída por:

 76 Escolas do EP1 (1ª à 5ª classe), com o total de 91.416 alunos (47.304


Mulheres), agrupados em 1659 turmas (347 ao ar livre); assistidos por um total
de 1400 professores (810 M);
 83 Escolas do EP2 (6ª e 7ª classes), com o total de 25.087 alunos
(12.634 M), agrupados em 473 turmas (123 do Curso Nocturno); assistidos por
um total de 523 professores (152 M);
 55 Escolas do ES (8ª à 10ª classe), com um total de 12.017 alunos (5940
M), agrupados em 222 turmas (89 do Curso Nocturno); assistidos por um total
de 287 professores (48 M);
 24 Escola de ESG (11ª e 12ª classes), com um total de 1220 alunos (590
M), agrupados em 36 turmas (18 do Curso Nocturno); assistidos por um total de
47 professores (6 M);
 1 Escola do Ensino Técnico – IMAP (Instituto do Magistério Primário),
com um total de 666 alunos (342 M), agrupados em 24 turmas (8 do Curso
Nocturno); assistidos por um total de 45 professores (15 M);
 1 Escola Industrial/Comercial, com um total de 1499 alunos (441 M),
agrupados em 43 turmas; assistidos por um total de 4017 professores. No

39
Ensino Particular, há cerca de 3698 alunos (15 escolas) no EP1 e 780 alunos (6
escolas) no EP2.

Quanto à Saúde, a Matola conta com: 8 Centros de Saúde, entre os quais 4 com
maternidades; 5 Postos de Saúde; 1 Hospital Geral na Machava, especializado no
tratamento da tuberculose. Para cada Centro de Saúde há, em média, 53.083
habitantes; e, por cada Posto de Saúde, 84.932. Estão ao serviço da saúde 156
funcionários.

Em termos de cobertura, a rede sanitária da Matola é menor do que a cobertura média


nacional. No que respeita o aprovisionamento em Água, a rede principal que distribui a
água à cidade da Matola está ligada à rede geral que abastece a cidade de Maputo. Os
bairros urbanizados e alguns semi-urbanizados possuem uma rede completa de
abastecimento domiciliário. Esta rede também abastece as zonas industriais
localizadas nas principais vias de acesso.

O Município da Matola (MM) possui dois depósitos de água (Matola-sede e Machava).


Alguns bairros não urbanizados dispõem de fontanários da rede geral de
abastecimento. Finalmente, em relação ao Saneamento, na zona urbanizada e semi-
urbanizada, o sistema funciona através de fossas sépticas familiares. No entanto, nas
zonas rurais, a grande maioria ainda utiliza latrinas. A drenagem de águas pluviais e o
tratamento dos lixos não têm tido a resposta mais adequada, o que é um factor
acrescido de inúmeros problemas de saúde (epidemias) junto da população.

4.8. RESULTADOS DE PESQUISA

Para facilitar na interpretação dos dados são apresentadas seguidamente algumas das
características dos inquiridos envolvidos nesta pesquisa, indicadas pela percentagem.

40
Segundo Sampieri, Collado e Lúcio (2006) análise depende de alguns factores, tais
como o nível de medição das variáveis e o interesse do pesquisador. Para analisarmos
os dados recolhidos usamos alguns subtópicos, facilitando assim na sua interpretação,
apresentamos estes subtópicos em quatro secções: classificação das instalações
desportivas nas escolas, qualidade e uso das instalações desportivas, a conservação
das instalações desportivas e a gestão das instalações desportivas das escolas.

4.8.1 Classificação das Instalações Desportivas existentes nas Escolas

As instalações desportivas artificiais foram classificadas, de acordo com quatro grandes


grupos de variáveis: tipo, sector, cobertura e modalidade. Assim, em primeiro lugar
serão classificadas quanto ao tipo (Grandes Campos; Pequenos Campos; Salas de
Desporto e Instalações Especiais), quanto ao sector (Federado ou
Recreação/Formação), Cobertura (espaço coberto ou descoberto) e quanto à
Modalidade (tipo de modalidades que a instalação possibilita: instalações desportivas
de base recreativas ou formativas, especializadas ou monodisciplinares e especiais).

4.8.2. Quanto ao Tipo

Relativamente a este parâmetro de destacar que o maior número de instalações se


reparte por Pequenos Campos ou Mini-Campos e Pavilhões, representando
respectivamente, 16 e 13 da frequência que respondeu sobre os tipos dos espaços
desportivos existentes nas escolas. Como podemos observar no gráfico que se segue:

41
Recinto Mini-campos Pavilhões

4
6
8

7 4
3
1
Esc o l a S ec u n d ár i a d e N k o b e Esc o l a Sec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a L i b er d ad e

Gráfico 1: Resultado do inquérito sobre tipo das instalações existentes nas escolas.
Fonte: Adaptação própria

Neste gráfico questionamos os alunos sobre a existência de instalações desportivas


nas escolas em análise. Todavia, num total de 40 inquiridos nas três escolas
encontramos os seguintes resultados:

Na escola secundária de Nkobe, onde inquirimos 14 alunos, 7 dos quais responderam


que as instalações existentes na escola são recintos, 6 responderam que o tipo de
instalações desportivas são mini-campos e o restante 1 aluno respondeu que o tipo de
instalação na escola é pavilhão.

Na escola secundaria da Matola, entrevistamos 13 alunos, onde 3 dos quais


responderam que o tipo de instalação existe na escola é do tipo recinto, 6 alunos
responderam que existe instalações desportivas os mini-campos e os restantes 4
alunos responderam que o tipo existente instalação desportiva é o pavilhão.

No que concerne a escola secundária de Liberdade, 13 alunos entrevistados, 1 aluno


respondeu que a instalação desportiva existente na escola é o recinto, outros 4 alunos
responderam que a instalação existente é o mini-campo e os restantes 8 alunos
responderam que a instalação predominante é o pavilhão.

Totalizando os alunos de todas as escolas em estudo, representados por 40 alunos a


maior que corresponde a 16 afirmaram que as instalações existentes nas escolas são
os mini-campos, 13 afirmam que as instalações existentes são os recintos para prática

42
de certas modalidades desportivas, e os restantes 11 alunos responderam que as
instalações existentes são os pavilhões.

Diante dos dados oferecidos pelo gráfico, encontramos também os depoimentos dos
responsáveis das instalações que comungam da mesma ideia que as instalações
existentes nas escolas são mini-campos. Assim, podemos observar no seguinte
depoimento:

“O tipo de instalação predominante na escola é do tipo mini-campos, visto que, estes


pequenos campos de jogos visam a realização de práticas desportivas diversificadas,
caracterizando-se, portanto, pela sua polivalência: o mesmo espaço pode apresentar
balizas de Andebol e cestos de Basquetebol, pontos de fixação para redes de Voleibol.
Devido a esta polivalência permitem diversas práticas em equipas ou individualmente.”
(Entrevista 1, do responsável das instalações desportivas)

Diante dos dados acima apresentados, podemos nos associar a ideia de Almeida
(2012) defende que as instalações desportivas continuem o suporte para a procura e
satisfação da oferta da prática desportiva no cumprimento das atribuições e
competências às autarquias locais nestes domínios. O questionário aplicado no
levantamento directo nas instalações permitiu o levantamento das informações mais
pertinentes.

4.8.3. Quanto ao Sector

Esta variável define-se a partir das dimensões desportivas, considerando-se dois


grandes sectores:

a) Sector Federado - pertence a este sector todos os recintos desportivos que por
possuírem dimensões estandardizadas ou aproximadas, permitem realizar
competições de carácter oficial.
b) Sector de Formação ou Recreação - pertencem a este sector todas as
instalações desportivas onde não se podem realizar provas oficiais, mas que
permitem a prática de actividades relacionadas com a área da formação ou
ensino bem como com o lazer e o recreio.

No que concerne a este parâmetro, o maior número de instalações destina-se à


Recreação/Formação como podemos observar nas tipologias das instalações, como é

43
o caso de pequenos campos ou mini-campos, recintos e pavilhões. E não registámos
instalações do sector federado, a saber Grandes Campos, Sala de Desporto e Piscina.

4.8.4. Quanto a Cobertura

No que se refere a cobertura, permite classificar as instalações quanto ao tipo que


possuem da seguinte maneira:

a) Instalações Cobertas - são as instalações desportivas que funcionam em locais


fechados. Pertencem a este grupo os pavilhões, ginásios e salas de desporto e
ainda as piscinas cobertas.
b) Instalações Descobertas - são as instalações desportivas que funcionam ao ar
livre. Pertencem a este grupo os seguintes tipos: grandes campos de jogos,
pequenos campos de jogos, espaços para atletismo, circuitos de manutenção e
piscinas descobertas.

Diante desta tipologia, no que se refere as escolas em estudo existem os dois tipos de
instalações, como podemos observar nos trechos abaixo como defendem os
responsáveis das mesmas:

“As instalações existentes classificam em cobertas e descobertas. Onde a coberta é o pavilhão e


as descobertas são campos de futebol, 2 campos de basquetebol, campo de voleibol e pista de
atletismo”. (entrevista 2, responsável das instalações, da escola secundaria da Matola).

“Aqui as instalações são descobertas, são 3 instalações desportivas na escola, onde encontramos
campo de futebol, 2 campos de basquetebol.” (entrevista 2, responsável das instalações da escola
secundaria da Liberdade).

Relativamente a este parâmetro verificámos, na nossa observação directa que mais de


metade das instalações das escolas em estudo não possui cobertura como é o caso
dos pequenos Campos para prática de futebol, basquetebol e voleibol. De outo lado
encontramos instalações desportivas são cobertas como é o caso de pavilhões para
pratica de basquetebol e voleibol.

Observa-se que as instalações desportivas escolares têm um uso elevado em


actividades escolares, e que as instalações mais usadas são os campos polivalentes
descobertos e os campos de futebol que, apesar de não possuírem cobertura,

44
apresentam boas condições para a prática desportiva em relação ao piso e à restante
infra-estruturas.

4.8.5. Quanto a Modalidade

De acordo com a classificação definida anteriormente, no que diz respeito às


instalações descritas em função do tipo de modalidades, considerando-se Instalações
Desportivas de Base Recreativas ou Formativas.

As Instalações Desportivas de Base Formativa estão destinadas à educação desportiva


de base e para as actividades que garantam o acesso a níveis de actividade física
especializada.

Em relação à tipologia das instalações tal como no nosso estudo, Paipe, (2013) e
Costa (2010) constataram que a maioria das instalações desportivas é classificada
como Instalações Desportivas de Base, com maior incidência nas Instalações
Desportivas de Base-Formativa. No gráfico que se segue, apresentamos os dados
sobre a prática das actividades desportivas nas escolas em estudo.

Escola Secundária de Nkobe Escola Secundária da Matola Escola Secundária da Liberdade

4
3

7
1 3
4 4
3
2
1
F u t eb o l B asq u et eb o l An d eb o l Vo l ei b o l A t l e ti s m o C am i n h ad a

Gráfico 2: Resultado do inquérito sobre as modalidades desportivas praticadas nas escolas


Fonte: Adaptação própria

45
De acordo com o gráfico acima apresentado, questionamos sobre as modalidades
praticadas a nível das escolas e podemos remeter esta problemática para o conjunto
de modalidades que são preferencialmente praticadas no município da Matola. Desta
maneira, apresentamos os dados de acordo com as escolas em estudo.

Na escola secundária de Nkobe, com uma amostra de 14 alunos num total de 40


inquiridos, foram questionados sobre as modalidades praticadas, 7 alunos
responderam que a modalidade praticada é o futebol, outros 4 alunos responderam que
a modalidade prática é basquetebol, 2 deles responderam que se praticava o andebol e
o ultimo afirmou que a modalidade praticada é voleibol.

A escola secundaria da Matola, constituída por 13 alunos como nossa amostra, 3


alunos responderam que a modalidade praticada é o futebol, 4 responderam que tem-
se praticado o basquetebol, 3 responderam que pratica-se o voleibol e os restantes 3
responderam que se pratica o atletismo apesar do chão não permitir a pratica da
mesma,

Já na escola secundária de Liberdade, com amostra de 13 alunos, 5 dos alunos


responderam que pratica-se o basquetebol, 4 responderam que a modalidade é a
caminhada, 3 dos quais responderam que tem-se praticado o voleibol e o último aluno
respondeu que pratica-se o andebol.

Diante dos dados, assumindo que a prática desportiva escolar tende a fomentar a
prática em outros níveis mais avançados dos quadros competitivos (por exemplo ao
nível federado), verificamos que as modalidades desportivas mais praticadas nas
escolas são o Futebol, o Basquetebol e voleibol. Mesmo as modalidades “alternativas”
encontradas no âmbito do Desporto Escolar, é praticada a caminhada como sendo os
casos da Ginástica Desportiva.

Em relação às modalidades praticadas nas instalações verificamos que existe uma


grande variedade, uma vez que em 13 dos entrevistados afirmaram que pratica-se o
basquetebol, 10 há prática do futebol, 7 pratica-se voleibol, outros 4 afirmaram que
tem-se feito as caminhadas e os restantes 6 alunos divididos em três afirmaram que
pratica-se atletismo e andebol. Assim, podemos verificar que o gráfico acima nos
46
mostra como está apresentada a distribuição das modalidades, em instalações que as
promovem.

Nesta ordem de ideias, encontramos os depoimentos dos responsáveis das instalações


desportivas nas escolas estudadas.

“O que tem se verificado nas nossas escolas, nas aulas de educação física tem
praticado o futebol e basquetebol porque existe campos para se praticar esse tipo de
desporto.” (Entrevista 3, do responsável das instalações da escola Nkobe)

“Os campos de futebol são o que temos demais, assim pratica-se o futebol e por vezes
usamos a mesma instalação para o atletismo. São várias modalidades que praticamos
aqui na nossa escola.” (Entrevista 3, do responsável das instalações da escola de
Liberdade).

Os depoimentos acima expostos, verificamos que os responsáveis das instalações


desportivas nas escolas afirmam que são várias as modalidades que se praticam, a
partir do futebol, basquetebol bem como o atletismo. Apesar de considerarmos que
existe um grande leque de actividades praticadas, verificamos que na sua maioria as
instalações desportivas apenas promovem uma a duas modalidades como é o caso de
basquetebol e futebol.

De acordo com Almeida (2012), as instalações desportivas constituem a estrutura de


suporte à procura e à oferta de serviços desportivos, recreio ou lazer, sem as quais não
é possível o exercício efectivo destas actividades. Neste sentido, Matos (2000)
encontrou resultados similares em que as escolas eram os que detinham um maior
número de instalações desportivas, com predominância para campos de futebol. No
mesmo estudo, o autor concluiu que as instalações desportivas existentes nas escolas
eram insuficientes para satisfazer a demanda desportiva das comunidades.

4.8.6 Qualidade e uso das Instalações Desportivas

Nesta secção apresentamos dados sobre o uso das instalações desportivas nas
escolas públicas no município da Matola. Partimos do pressuposto de que, em
Moçambique a utilização dessas instalações era fortemente marcada pela segregação
racial e socioeconómica como defende Mendes (1995).

47
De acordo com os dados de campo, percebemos que existe vários condicionamentos,
de ordem económica, cultural e social que impeçam ou limitem o uso das instalações
desportivas, tais como a falta de hábitos desportivos, a condição sócio-económica, o
problema de transporte e outros.

Neste sentido, o gráfico apresentado de seguida ajuda-nos a caracterizar as condições


das instalações que compõem parte principal do corpus documental do nosso estudo.
Assim, apresentamos da seguinte maneira:

Excelente para a prática Boa para a prática Má para a prática

4 2
5

6
8 5

5
2 3
Esc o l a Sec u n d ár i a d e Nk o b e Esc o l a Sec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a L i b er d ad e

Gráfico 3: Resultado do inquérito sobre as condições da prática das actividades desportivas nas escolas
Fonte: Adaptação própria

Com base nesse gráfico, os alunos foram questionados sobre as condições para
prática das actividades desportivas nas escolas. Num total de 40 inquiridos, onde estão
divididos em escolas da seguinte maneira: Escola secundária de Nkobe com 14 alunos,
escola secundária da Matola com 13 alunos e a escola de Liberdade com 13 alunos.

Começamos com a escola secundária de Nkobe, dos 14 alunos inquiridos, 8 dos quais
responderam que as condições para prática de actividades desportivas são boas, 4
afirmaram que há más condições para prática de actividades e os 2 responderam que
há excelentes condições para a prática de actividades desportivas.

Já para a escola secundária da Matola, com 13 inquiridos, 6 alunos responderam que


existe condições boas para prática de actividades, 5 afirmaram que as condições para
prática de actividades são excelentes e os restantes 2 responderam que existe más
condições para prática das actividades desportivas nas instalações.

48
Por último temos a escola secundária de Liberdade, com 13 alunos inquiridos, onde 5
responderam que as condições para prática de actividades são boas, 5 responderam
que as condições são más, e os restantes 3 responderam que as condições para
prática das actividades são excelentes.

Como podemos observar no gráfico 3, os dados demonstram que dentre os 40


inquiridos, a maior parte deles (19 alunos) afirma que as condições para a prática das
actividades desportivas são boas, de seguida encontramos 10 dos inquiridos afirmaram
que as condições para prática das actividades são excelentes e por último
encontramos as más condições para a prática das actividades desportivas com 12.
Podemos observar que para a prática das actividades desportivas são mais apontadas
as condições boas e excelentes.

Olhando para o gráfico acima exposto, podemos afirmar que as infra-estruturas


desportivas constituem sem dúvida, um factor decisivo do desenvolvimento da prática
de actividades físicas e desportivas. Desta forma, conforme Sancho (2004), o
planeamento da construção de tais infra-estruturas deverá ter sempre presente às
necessidades da sociedade e não apenas aos desejos do poder público. Desta forma
podemos também observar nos depoimentos que se seguem:

“Como pode observar as nossas instalações estão em óptimas condições para praticar
as actividades desportivas. Os campos apresentam boas condições para praticarmos o
basquetebol, voleibol e futebol, não há motivos de queixa.” (Entrevista 4, do responsável
das instalações da escola secundaria de Nkobe).

“Olha, não posso dizer que esta tudo bem. O pavilhão precisa de ser reabilitado porque
o chão já não está em óptimas condições, no campo de futebol já não tem balizas e
esperamos que os serviços distritais disponibilizem algum material ou orçamento para a
reabilitação.” (Entrevista 4, do responsável das instalações da escola secundaria da
Matola).
De acordo com os depoimentos acima transcritos, apresentam dois pontos
fundamentais. De um lado, os responsáveis afirmaram que as instalações apresentam
boas condições para prática de actividades desportivas e por outro lado, as instalações
não apresentam as condições básicas para a continuidade da prática das actividades
físicas.

49
As reflexões de Da Costa (2005) afirmam que a prática desportiva necessita de lugares
apropriados, criados de acordo com os princípios, regras e aspirações desportivas que
se pode designar por instalação desportiva. Desta forma, associamos nas ideias do
mesmo autor ao afirmar que as instalações desportivas devem ser vistas como sendo
locais específicas para a prática de exercício físico, assumindo um lugar próprio na sua
sociedade, quer na utilidade que proporcionam à população de um determinado local,
quer da implementação da sua estrutura física num território.

No gráfico 6 que se segue, os alunos foram questionados sobre a avaliação da


qualidade das instalações desportivas existentes nas escolas e os resultados obtidos
encontram-se referenciados no gráfico a seguir:

Excelente Boa Má

2
3
3
7

9 10
4

2
Esc o l a Sec u n d ár i a d e N ko b e Esc o l a S ec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a L i b er d ad e

Gráfico 4: Resultado do inquérito sobre avaliação da qualidade das instalações desportivas nas escolas
Fonte: Adaptação própria

Neste gráfico questionamos os nossos inquiridos sobre a avaliação da qualidade das


instalações, baseando-se nas escolas que constituíram a nossa amostra. A escola
secundária de Nkobe com amostra de 14 alunos inquiridos, 9 dos quais avaliam a
qualidade das instalações desportivas excelentes, 3 afirmaram que a qualidade das
instalações é boa e os 2 restantes responderam que há má qualidade das instalações
desportivas.

50
Para os inquiridos da escola secundária da Matola, com 13 alunos, 7 responderam que
há má qualidade de instalações, 4 afirmaram que a qualidade das instalações para
prática de actividades é boa, e os outros 2 responderam que existe uma excelente
qualidade de instalações desportivas.

Quanto a escola secundária de Liberdade, com 13 alunos inquiridos, 10 responderam


que as instalações desportivas têm uma excelente qualidade para prática de
actividades, e os restantes 3 responderam que as instalações têm uma boa qualidade
para prática das actividades.

De acordo com os dados obtidos, a maior parte dos inquiridos avaliam como sendo
excelente a qualidade das instalações nas escolas, representando 21 num total de 40
alunos dos quais trabalhamos; os 10 dos alunos avaliam a qualidade de instalações
como sendo boa, e os restantes 9 afirmaram que a qualidade das instalações é má ou
muito ruim. De acordo com o gráfico percebe-se que, mais que metade dos
pesquisados avaliam a qualidade das instalações desportivas como excelente
demostrando que as instalações desportivas ainda podem melhorar bastante. Supõe-
se que as instituições em questão precisam apenas incentivar seus os alunos e a
sociedade sobre a importância da conservação das instalações desportivas.

De acordo com os dados de campo, tanto a informação obtida nos alunos bem como
nos responsáveis das instalações comunga a mesma ideia do qual as instalações
desportivas têm uma excelente qualidade de modo a ser praticada algumas
modalidades desportivas ou físicas. Como podemos observar no seguinte depoimento:
“Para mim, as instalações desportivas apresentam qualidade para ser praticada
alguma actividade desportiva. Mas o que se tem notado os alunos e a comunidade em
geral não fazem o uso devido das instalações desportivas existentes.” (Entrevista 5,
responsável das instalações desportivas da escola secundaria de Liberdade).

No âmbito de uma gestão de qualidade e excelência apuramos que as instalações


desportivas em análise, desenvolvem a sua gestão nesse sentido. Da mesma forma,
nenhuma aplica o modelo de gestão de excelência e qualidade referido no nosso
estudo, visto que, verificamos que apenas uma das instalações mostrou interesse em

51
iniciar esse processo de gestão. Já de seguida apresentamos os dados sobre
avaliação do uso das instalações desportivas das escolas em estudo, como podemos
ver:

Tende a melhor Tende a manter-se Tende a diminuir

5 5

10

8 8
1
2
Esc o l a S ec u n d ár i a d e N k o b e Esc o l a S ec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a L i b er d ad e

Gráfico 5: Resultado do inquérito sobre avaliação do uso das instalações desportivas


Fonte: Adaptação própria

Nesta secção questionou-se sobre o uso das instalações desportivas na instituição. Do


total de 40 alunos inquiridos, cerca de 13 alunos inquiridos, na escola secundária da
Matola, 10 responderam que o uso das instalações desportivas tende a diminuir, 2 dos
alunos afirmaram que o uso das instalações tende a melhorar e o ultimo respondeu que
o uso de instalações tende a manter-se.

Como mostram os dados no gráfico, na escola secundária de Nkobe, numa amostra de


14 alunos, 8 responderam que o uso das instalações na escola tende a melhorar, 5 dos
alunos tendem a manter-se e o único aluno respondeu que o uso das instalações tende
a diminuir. Quanto a escola secundária da Liberdade, num universo de 13 alunos
inquiridos, 8 dos quais responderam que o uso das instalações tende a manter-se e os
restantes 5 inquiridos responderam que o uso das instalações desportivas tende a
diminuir na escola em estudo.

Como podemos observar no gráfico, identificou-se que 16 dos alunos inquiridos


afirmaram que o uso das instalações desportivas nas escolas tende a diminuir, 14 dos

52
alunos responderam que o uso das instalações desportivas tende a manter-se e os
restantes 10 alunos inquiridos afirmaram que o uso de instalações desportivas tende a
melhor. Neste trecho, procederemos à avaliação qualitativa das instalações desportivas
das escolas públicas, na qual os indicadores que julgamos relacionados à prática
segura de actividades desportivas é interferente no uso das instalações. Os indicadores
propostos foram: a existência ou ausência de iluminação, a existência ou ausência de
vestiários, e o estado do piso. Foi incluída, nesta análise, a avaliação dos períodos de
uso e a percentagem de utilização pelos principais usuários.

Os responsáveis das instalações desportivas foram questionados sobre avaliação do


uso das instalações responderam que, “durante o meio da semana, grande parte das
instalações são usadas apenas em actividades escolares apenas para a realização de
actividades ligadas aos jogos desportivos escolares, que se acontecem aos sábados
de manhã.”

Podemos perceber que, a presença ou ausência de iluminação numa dada instalação


pode aumentar ou diminuir a frequência de uso da mesma, assim como poderá
aumentar ou diminuir a segurança da prática de determinadas modalidades em certos
períodos do dia. Vários critérios podem ser utilizados para avaliar uma instalação
quanto à iluminação, no entanto, optamos apenas por considerar a presença ou a
ausência da mesma. No trabalho feito pelo Ribeiro (1999) conclui que
aproximadamente 3/4 do parque desportivo escolar não possuem iluminação eléctrica,
o que significa que o uso e a exploração plena desses recintos, principalmente no
período nocturno, são inviáveis. Observa-se que, das poucas instalações iluminadas, a
maior parte são ginásios e pavilhões e que as instalações sem iluminação são
constituídas por espaços improvisados e campos de futebol.

Conclui-se que as instalações das escolas públicas, apesar de se encontrarem


disseminadas pelos bairros, não servem à comunidade. Na medida pelo qual, as
instalações desportivas das escolas públicas representam um potencial subutilizado
pela comunidade, principalmente aos finais de semana. A baixa qualidade das
instalações desportivas escolares (constatada pela quantidade reduzida de instalações

53
iluminadas e pelo mau estado do piso) comprometem a exploração plena da
capacidade horária destas instalações (verificou-se que a comunidade possuía um
tempo de utilização maior nas instalações iluminadas e nas instalações com melhor
piso).

4.8.7 A Conservação das Instalações Desportivas

Nesta secção procuramos analisar a conservação das instalações desportivas nas


escolas em estudo. Para percebermos o funcionamento e conservação de qualquer
instalação desportiva, é necessário fazermos um diagnóstico inicial das características
principais no sentido de facilitar a compreensão de outras informações recolhidas.

De seguida vamos apresentar dados referente avaliação da conservação das


instalações desportivas nas escolas. No gráfico que se segue, apresentamos dados
sobre avaliação da conservação das instalações desportivas nas escolas como
podemos observar:

Escola Secundária de Nkobe Escola Secundária da Matola Escola Secundária da Liberdade

2
7 6
2

2 2
6
4 3 2
1
Ex c el en t e Boa Má P essi m a

Gráfico 6: Resultado do inquérito sobre avaliação da conservação das instalações desportivas nas
escolas.
Fonte: Adaptação própria

Neste gráfico procuramos questionar os alunos sobre avaliação da conservação das


instalações desportivas nas escolas. Na escola secundária de Nkobe, a maioria dos
alunos representados por 6 afirmaram que a conservação das instalações desportivas

54
é boa, 4 afirmam que a conservação das instalações é excelente, outros 3
responderam que a conservação das instalações é tida como má, e o restante 1
respondeu que a conservação das instalações é péssima.

Olhando para o gráfico, observa-se que a escola secundária da Matola, com 13 alunos
inquiridos, 7 dos quais responderam que a conservação das instalações é excelente,
os restantes 6 alunos divididos em 2, responderam que as instalações desportivas são
(2) boas, (2) más e (2) péssimas.

Para escola secundária de Liberdade, com uma amostra de 13 alunos, 6 responderam


que a conservação das instalações desportivas é má, 3 responderam que as
instalações desportivas apresentam uma excelente conservação, e os restantes 4
divididos em 2, responderam que as instalações desportivas apresentam uma (2) boa e
(2) péssima conservação.

De acordo com os dados obtidos, a maior parte dos inquiridos avaliam como sendo
excelente a conservação das instalações desportivas nas escolas em estudo,
representando 14 num total de 40 alunos dos quais trabalhamos. Outros a11 avaliaram
como sendo má, 10 dos inquiridos avaliam como sendo boa a conservação das
instalações desportivas nas escolas, e os restantes 5 avaliam a conservação das
instalações desportivas como péssimas. De acordo com o gráfico percebe-se que, a
maioria dos pesquisados avaliam as instalações desportivas nas escolas como
excelentes, demostrando que as instalações ainda podem melhorar bastante.

De acordo com os dados do campo, a maioria dos alunos afirmaram que existe uma
excelente conservação de instalações. Assim, as ideias supracitadas não comungam
com as dos responsáveis desportivos, na qual as responsáveis instalações desportivas
afirmaram que as mesmas se encontram em mau estado de conservação, não
possibilitando o desenvolvimento integral da prática das actividades físicas e
desportivas de acordo com as metas estabelecidas. Nesta senda, podemos verificar
essa posição dos responsáveis das instalações desportivas nos seguintes
depoimentos:

55
“As instalações desportivas não apresentam uma qualidade desejada, perigando a
segurança dos alunos e não há conforto para a prática de modalidades desportivas.”
(Entrevista 6, responsável das instalações desportivas da escola secundaria da Matola).

“Quase todas instalações desportivas nas escolas apresentam um mau estado, não
somos nós só, o que tenho verificado é que as mesmas apresentam algum defeito. Já
observei algumas escolas a nível do município, verifiquei que as instalações estão
degradadas.” (Entrevista 6, Responsável das instalações desportivas da escola
secundaria da Liberdade).

De acordo com os depoimentos acima, verificamos que os responsáveis das


instalações afirmaram que as mesmas não apresentam condições favoráveis de
conservação, contrariando assim, os depoimentos dos alunos das escolas em análise.
Ainda nessa ordem ideias, todos os responsáveis pelas instalações responderam que
as mesmas se encontram em mau estado de conservação, não possibilitando o
desenvolvimento integral da prática das actividades físicas e desportivas. Os
responsáveis procuram sugerir que, as principais intervenções necessárias que mais
podem ser apontadas são: implementação de equipamentos e instalações de
climatização, melhoria dos balneários e arranjo nas tubagens da circulação da água.

Na perspectiva de Calão (2003) afirma que, consciente que existem várias infra-
estruturas em péssimo estado de conservação, algumas inactivas e outras
abandonadas, o estudo considerou importante registar todos os recintos, pela sua
efectiva existência e atendendo a que os próprios resultados obtidos poderão apontar
para a necessidade de uma intervenção específica nalguma tipologia de recintos, por
exemplo de requalificação ou mesmo extinção. Desta forma, no gráfico a seguir
trouxemos os dados sobre a existência de um plano/programa de
conservação/melhoria das instalações desportivas na escola em estudo como podemos
observar.

56
Escola Secundária de Nkobe Escola Secundária da Matola Escola Secundária da Liberdade

11

1 5
6 1
5 1
2 1
1
Si m Não Não ex i st e Não sab e

Gráfico 7: Resultado do inquérito sobre existência de programa para conservação das instalações
desportivas nas escolas.
Fonte: Adaptação própria

Com base nos dados oferecidos pelo gráfico 7, foram questionados os alunos das três
escolas sobre um programa de conservação das instalações desportivas. Todavia, na
escola secundária da Matola no universo de 13 alunos, dos quais 11 responderam que
não existe programa para conservação/ melhoria das instalações desportivas, os
restantes 2 responderam que não existe (1) e não sabem (1) da existência de um
programa de conservação das instalações.

Na escola secundária de Nkobe, com 14 alunos que constituem a nossa amostra, 6


responderam que não existe um programa de conservação de instalações, 5 afirmaram
que existe um programa de conservação de instalações, 2 responderam que não existe
programa de conservação e o ultimo respondeu que não sabe se existe um programa
de conservação ou melhoria das instalações desportivas na escola.

No que concerne a escola secundária de liberdade, dos 13 alunos entrevistados, 6


responderam que não existe um plano ou programa de conservação de instalações, 5
responderam que não sabem se existe um plano de conservação das instalações
desportivas escolares e os restantes 2 afirmaram que existe um programa para
conservação e outro afirmou que não existe um programa para a conservação das
instalações desportivas.

57
Neste gráfico procuramos questionar aos alunos, sobre a existência de um programa
de conservação ou melhoria das instalações desportivas nas escolas. Todavia, a
maioria dos alunos das escolas em estudo representados por uma amostra de 23
entrevistados afirmaram que não há existência de um plano/programa de
conservação/melhoria das instalações desportivas, 6 afirmam que há existência de
programa de conservação/melhoria de instalações desportivas, restantes 7 dos
inquiridos responderam que não sabem da existência de programa de conservação de
instalações desportivas e os restantes 4 alunos responderam que não existe programa
de conservação das instalações desportivas escolares.

De acordo com os dados recolhidos no campo de estudo, a maior percentagem dos


alunos afirmou que há existência de programa de conservação instalações desportivas,
nesse pressuposto os responsáveis das instalações desportivas também foram
unânimes ao responder o seguinte:

“Na escola não há programa específico para a conservação de instalações desportivas,


tudo o que acontece é que inventamos alguns programas para a conservação dos
equipamentos” (entrevista 7, responsável das instalações das escolas secundaria de
Matola e Liberdade).

“Aqui temos sensibilizado os alunos a conservar os lugares onde praticam as actividades


físicas. Procuramos incutir nos alunos que devem preservar as instalações e os
materiais desportivos para que não se estraguem e fazerem o bom uso dos mesmos. Só
assim, as coisas ficam conservadas.” (entrevista 7, responsável das instalações das
escolas secundaria de Nkobe).

De acordo com este depoimento do responsável das instalações, associamo-nos na


ideia de Cunha (2007) afirma que como em qualquer outra área, as instalações
desportivas ou as entidades responsáveis pela sua gestão ou conservação devem
possuir um plano de desenvolvimento desportivo da instalação onde esteja definido a
sua visão e missão de acordo com as políticas desportivas da sociedade em que estão
inseridas. Os seus objectivos devem estar definidos de acordo com as necessidades
da população.

De acordo com os dados, pode-se concluir que a comunicação interna, no que toca ao
uso das instalações desportivas possibilita a melhoria das infra-estruturas das escolas
de modo a se praticar as actividades desportivas, pois através do feedback das

58
informações, é promovido o debate entre os alunos e os responsáveis das instalações
que contribui para o bom uso das instalações nas escolas em análise.

Olhando para os dados do gráfico, trouxemos uma abordagem que sustenta a ideia
segundo a qual a comunicação interna é importante, mas que possa trazer certas
vantagens. Segundo Brum (2003) existem dois caminhos para o sucesso da
comunicação interna: a informação, o qual a autora considera mais importante, e o
segundo caminho é a integração, partindo da premissa que ninguém é feliz num
ambiente que não se sente a vontade. Por isso, para que a comunicação interna ocorra
com sucesso, é preciso que os elementos que a compõe sejam percebidos de forma
positiva pelos seus integrantes. No gráfico que se segue apresentamos o nível da
conservação das instalações desportivas das escolas em análise como podemos
observar:

Tendem a melhorar Mentem-se as mesmas Tendem à degradação

2 3
8
3
9

4 7

2 2
Esc o l a Sec u n d ár i a d e N ko b e Esc o l a Sec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a
L i b er d ad e

Gráfico 8: Dados sobre o nível de conservação das instalações desportivas.


Fonte: Adaptação própria

Quando foram questionados os alunos sobre o nível de conservação das instalações


desportivas nas escolas em estudo, apresentamos os seguintes resultados: na escola
secundária da Matola com 13 alunos inquiridos, 9 dos alunos afirmaram que a
conservação das instalações desportivas tem-se mantido na mesma, 2 responderam
que tendem-se a degradar, e os restantes 2 responderam que tendem a melhorar.

59
Enquanto na escola secundária de Nkobe, com 13 alunos inquiridos, 8 responderam
que o nível de conservação de instalações tende a se degradar, 4 dos alunos
responderam que as instalações tendem a manter-se na mesma e os restantes 2
alunos afirmaram que as instalações desportivas na escola tendem a melhorar.

Para a escola secundária de Liberdade, numa amostra de 13 alunos, 7 responderam


que as instalações desportivas tendem a melhorar, outros 3 responderam que o nível
de conservação de instalações tende a melhorar e os restantes 3 responderam que a
conservação das mesmas tende a degradar-se.

Neste gráfico procuramos trazer a opinião de cada um dos alunos acerca do nível de
conservação das instalações desportivas, de modo a tornar o ambiente desportivo
agradável nas escolas em análise. Todavia, a maioria dos alunos representados por 16
afirmaram que o nível de conservação das instalações desportivas tende-se a se
manter nas mesmas situações desde a sua construção, 13 afirmam que as instalações
desportivas tendem a degradar-se, os restantes 11 responderam que as instalações
desportivas tende a melhorar e torna a prática desportiva num ambiente agradável.

Quando questionamos os responsáveis das instalações desportivas sobre o nível de


conservação foram unânimes em responder que: “A conservação das instalações
desportivas, tem-se mantido na mesma caso exista algum problema no piso
procuramos remendar o buraco. Procuramos sempre as instalações em bom estado
para se pratique as actividades desportivas nas aulas de educação física.”
(responsáveis das instalações desportivas das escolas em estudo).

Olhando para os dados acima tanto dos alunos bem como dos responsáveis das
instalações, associamo-nos nas ideias de Cunha (2007) o processo de manutenção
das instalações é concebido em dois campos fundamentais de desempenho, onde a
primeira é a “Manutenção Contínua” que caracteriza-se pelas pequenas intervenções
que acontecem antes e depois de cada actividade, assim, mantendo a instalação
sempre em estado de prontidão e ajuste para a próxima utilização. Já a “Manutenção
Periódica”, ocorre as reposições e substituições necessárias, além de acções de

60
carácter mais correctivo de reparos e remodelações do ambiente as actividades
desenrolam.

Portanto, é necessário estabelecer uma política de intervenção para a manutenção das


instalações desportivas através de agentes profissionalizados da área desportiva, uma
vez que as necessidades de melhoramento das instalações mais recentes recaem
sobre a escolha dos materiais adequados à prática desportiva.

4.8.8. Gestão das Instalações Desportivas nas Escolas Públicas

A gestão tem passado por grandes transformações, deixando de ser realizada de forma
empírica e ganhando a cada dia a necessidade de agregar competências. Na vertente
de Sarmento (2007) a gestão deve ser entendida como um estudo profundo e
sistemático da realidade sempre em busca de soluções e estratégias que visem
antecipar problemas e criar novas oportunidades.

Portanto, para garantir uma gestão eficaz é necessário ter como objectivo principal a
rentabilidade da instalação não esquecendo de direccionar as actividades para as
necessidades da população e visando o desporto para todos.

No gráfico que se segue apresentamos os dados sobre a gestão e manutenção das


instalações desportivas nas escolas em análise, como podemos observar:

Escola Secundária de Nkobe Escola Secundária da Matola Escola Secundária da Liberdade

13 1
9

9
2 1 3
1 1
Esp er a se est r ag ar p ar a F az assi st ên c i a p ar a D ei x a ap en as q u e se Não sab e
ar r an j ar n ão se est r agar est r ag u e

Gráfico 9: Dados sobre a gestão e manutenção das instalações desportivas


Fonte: Adaptação própria

61
Nesse gráfico questionamento sobre a gestão e manutenção das instalações
desportivas. Assim, tivemos o seguinte resultados: a escola secundaria de Liberdade,
com uma amostra de 13 alunos inquiridos, dos quais responderam que espera-se que
as instalações se estraguem para arranjar.

Para a escola secundária de Nkobe, dos 14 inquiridos, 9 dos quais responderam que
deixa-se apenas que se estrague para gerir e manter as instalações desportivas, 3
responderam que não sabem se existe uma gestão e manutenção das instalações e os
restantes 2 alunos responderam que para a gestão e manutenção procura-se fazer
assistência para não se estragar e esperam para que se estrague para arranjar.

Já a escola secundária da Matola, com 13 alunos inquiridos, 9 responderam que não


sabem se existe uma gestão e manutenção de instalações desportivas na escola, 2
responderam que espera-se que se estrague para arranjar de modo que faca a gestão
e manutenção das instalações e os 2 restantes responderam que procura-se fazer
assistência para não se estragar e deixam-se estragar para arranjar.

Ao observamos para os dados da figura 8 podemos tecer algumas considerações


quanto a gestão e manutenção das instalações desportivas nas escolas. De acordo
com este gráfico, a maior parte dos inquiridos afirmaram que não sabem se existe uma
gestão de manutenção das instalações desportivas a nível das escolas em análise, os
outros afirmaram que deixam apenas se estragarem para se fazer uma manutenção
das mesmas e os restantes inqueridos afirmaram que os responsáveis das instalações
esperam para que as mesmas se estraguem.

Com base nos dados oferecidos pelo gráfico 8, foram questionados os alunos sobre a
gestão e manutenção das instalações das escolas em estudo. Num universo de 16 dos
inquiridos responderam que os responsáveis das instalações esperam com que as
mesmas se estraguem, 12 dos inquiridos responderam que não sabem da existência
de uma gestão e manutenção das instalações desportivas, outros 10 responderam que
deixam apenas se estragarem para se fazer uma manutenção das mesmas, os
restantes 2 responderam que fazem assistência para não se estragarem as instalações
62
desportivas. De seguida apresentaremos os depoimentos dos responsáveis das
instalações desportivas sobre a gestão e manutenção das mesmas:

“A gestão das instalações desportivas é feita por professores de Educação Física das
próprias escolas que, através de um sistema de rotatividade, vão assegurando o
funcionamento das respectivas estruturas. Em outras escolas quem usa a instalação, é
responsável pela mesma durante esse mesmo período de utilização.” (Entrevista 8, do
responsável das instalações desportivas da escola secundária de Nkobe).

No que se refere às instalações desportivas, as formas de gestão praticadas são


diversas tendo em conta as características técnicas dos espaços desportivos. Em
qualquer dos casos, verifica-se a prevalência da gestão a cargo das unidades
orgânicas das direcções distritais de educação no Município, no que diz respeito aos
pavilhões e aos campos para a prática de futebol. Para Pedroso (2010), a gestão das
Instalações desportivas é uma tarefa complexa para os gestores, uma vez que eles
terão uma série de funções a desenvolver que vão desde assegurar recursos
necessários para a concepção e funcionamento da instalação até a coordenação de
pessoas.

Por isso, a gestão das instalações desportivas é um assunto de vital importância, pois
com a popularização da prática desportiva tornou-se necessário encontrar alternativas
para disponibilizar um melhor serviço desportivo a sociedade, adoptando modelos de
gestão que atenda as necessidades da população como defende Pedroso (2010). Para
obter uma gestão eficiente da instalação desportiva é importante desenvolver acções
de apoio aos intervenientes directos (jogadores, utilizadores, técnicos) e indirectos
(público em geral e comunicação social) usufruindo de meios disponíveis para o
atendimento geral e específico dos diferentes grupos. Promover a segurança e acesso
directo aos primeiros socorros, controlar a qualidade na limpeza e contratar recursos
humanos com formação adequada. Como estratégia de manutenção de suas
instalações desportivas, algumas escolas estabeleceram convénios com clubes
desportivos que as utilizam, em troca da reabilitação das mesmas. Segundo opinião do
responsável pela Educação na cidade de Matola, as escolas públicas, além de
problemas ocasionados pela difícil situação financeira, debatem-se com questões de
segurança em suas instalações. Na opinião do dirigente, esses dois factores

63
contribuem para que alguns directores escolares fechem suas instalações escolares à
comunidade.

De seguida apresentamos os resultados sobre a responsabilidade da manutenção das


instalações desportivas nas escolas em estudo. Dai que, apresentamos no gráfico que
se segue:

Sim Não Um pouco

2
4 3

11
9 10

1
Esc o l a Sec u n d ár i a d e Nk o b e Esc o l a Sec u n d ár i a d a Mat o l a Esc o l a S ec u n d ár i a d a L i b er d ad e

Gráfico 10: Dados sobre a responsabilidade pela manutenção das instalações desportivas.
Fonte: Adaptação própria
No gráfico acima referenciado percebe-se que num total de 40 inquiridos, na escola
secundária de Nkobe, 11 dos quais afirmam que não se sentem responsáveis pela
manutenção das instalações desportivas, 2 responderam que sentem um pouco
responsáveis pala manutenção das instalações desportivas e o ultimo afirmou que se
sente responsável pela manutenção das instalações desportivas.

Para a escola secundária de Liberdade, dos 13 entrevistados, 10 dos quais


responderam que não se sentem na responsabilidade na manutenção das instalações,
e os restantes 3 alunos responderam que se sentem um pouco responsáveis na
manutenção de instalações na escola. Por último encontramos a escola secundária da
Matola, com uma amostra de 13 alunos, 9 dos quais responderam que não se sentem
responsáveis na manutenção de instalações desportivas e os restantes 4 responderam
que se sentem um pouco responsáveis na manutenção de instalações desportivas na
escola em estudo.

64
No gráfico acima referenciado percebe-se que num total de 40 inquiridos, foram
questionados sobre se sentiam responsáveis pela manutenção das instalações
desportivas, a maioria dos alunos que corresponde a 30 inquiridos afirmaram que não
se sentem responsáveis pela manutenção das instalações desportivas nas escolas, os
outros 9 responderam que se sentem um pouco responsáveis na manutenção de
instalações desportivas nas escolas em estudo e ultimo aluno respondeu que sente
responsável na manutenção das instalações na escola.

Esses dados reforçam ainda a nossa ideia de que precisa-se fazer muito mais para
resolver os problemas detectados ligados a gestão e manutenção das instalações
desportivas, e que é preciso tirar pleno proveito dos contributos essenciais que uma
boa comunicação interna proporciona tanto na vida dessa instituição como no
desempenho dos responsáveis das instalações desportivas.

Na perspectiva de Ribeiro (2011) afirma que as instalações desportivas devem sempre


ser mantidas em boas condições sanitárias e de higiene, até mesmo porque a própria
natureza de muitas actividades realizadas dentro das instalações exige um cuidado
maior no processo de manutenção.

Portanto, podemos então entender a manutenção como o conjunto de acções e


cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente das
instalações, equipamentos, maquinarias. Esses cuidados envolvem a conservação,
adequação, readequação, substituição, conservação e também a prevenção.

65
5. CONCLUSÕES

Ao longo do nosso estudo foram emergindo, com naturalidade, inúmeras conclusões.


Contudo, no sentido de relevar as que consideramos fulcrais para o estudo em
questão, destacamos as que de seguida se apresentam.

Existem fundamentos teóricos que permitem obter informações conceptuais avaliadas


cientificamente relacionadas com o processo de Gestão das Instalações Desportivas
nas Escolas, no que, permite fazer as análises das questões obtidas durante a recolha
de dados.

Depois de feita a classificação das Instalações Desportivas nas Escolas Secundárias


Públicas do Município da Matola podemos afirmar que as escolas deste município têm
instalações desportivas de diferentes tipologias, onde a maioria são instalações
descobertas e minoria cobertas e o tipo de instalações predominante nas Escolas
Secundárias do Município da Matola são os mini-campos.

Quanto ao Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas das


Escolas Secundárias Públicas no Município da Matola podemos afirmar que existem
muitas dificuldades visto que, não existe plano de gestão, não existe gestor
especificamente para as instalações existentes, tendo estas por sua vez estando na
sua maioria na responsabilidade dos professores de educação física, como resultado
dos factores mencionados as instalações encontram-se em má conservação.

66
5.1. RECOMENDAÇÕES

Após a realização do nosso estudo, julgamos ter condições para sugerir algumas
recomendações que consideramos poderem ser implementadas, ou que deverão
mesmo ter efeito, num futuro próximo, para dar seguimento a um processo de
requalificação, qualitativo e quantitativo da prática desportiva.

Uma das recomendações que são sugeridas é a pertinência de se dar continuidade no


estudo, no que diz respeito a Gestão das Instalações Desportivas nas Escolas.

Fazer acção para aplicar um sistema de Gestão de Manutenção das Instalações


Desportivas nas Escolas Secundárias no Município da Matola de modo a melhorar as
instalações Desportivas.

67
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, J. (2012). Planeamento e programação de instalações desportivas


municipais. In Bento, J. & Constantino J. (coord.), Desporto e Municípios: Políticas,
práticas e programas. Lisboa, Visão e Contextos, Edições e Representações, Lda. Pp.
147-173.

AZEVEDO, A. M. T. (2009). As instalações Desportivas Escolares no Conselho de


Viseu. Porto: Universidade de Desporto, Universidade do Porto.

BAPTISTA, F. (2001). As instalações desportivas e as actividades físicas e desportivas


dos alunos do ensino público obrigatório do Concelho de Braga. Porto: F. Baptista.
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto.

BRITO, M. (2003). Manutenção. Portugal: PRONACI.

CONSTATINO, J.M (1999). A gestão de equipamentos desportivos, Revista desafios.


Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras.

CONTRERAS M. (2012), Historia de la Gestion del deporte en Espana. In BENTO, J. e


CONSTANTINO. J (coords) Desporto e Municípios, Políticas, Práticas e Programas.
Lisboa: Visão e Contextos, Edições e Representações Lda.

CORREIA, J. (2009), Políticas Públicas e Desenvolvimento do Desporto, In BENTO, J.


e CONSTANTINO. J. (coords) Desporto e o Estado, Ideologias e Práticas: Edições
Afrontamento, Lda. Porto.

CABRAL, José Paulo Saraiva. (2009).“Gestão da Manutenção de Equipamentos,


Instalações e Edifícios”, LIDEL.

CUNHA, L. M. (2007), Os Espaços do Desporto. Uma Gestão para o Desenvolvimento


Humano. Coimbra: Almedina.

68
DA COSTA, C. (2005). Analise das Instalações Desportivas Cobertas, Autarquias do
Município de Braga. Porto: Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de
Desporto da Universidade do Porto.

FARINHA, J. M. (2004). Uma Abordagem Termológica da Manutenção dos


Equipamentos. Tese de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

FRANÇOLIN, M. D. (2001). A Gestão da Manutenção de Equipamentos em uma


Instituição Pública. Dissertação de Mestrado apresentada na Escola Nacional de Saúde
Publica, Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro.

RIBEIRO, E. R. (2001). A Segregação Social e as Actividades Desportivas no Contexto


Histórico Colonial de Moçambique. Conexões: Revista da Faculdade de Educação
Física da UNICAMP, Campinas, 1 (1), 61-70.

FARINHA, J. M. (2004). Uma abordagem termológica da manutenção dos


equipamentos hospitalares. Tese de Mestrado, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto.

FINGER A P. (1997). A gestão universitária no Brasil – in gestão das universidades –


novas abordagens. Curitiba: Champagnat.

GOMES, I. S. P. (2005). A racionalização de equipamentos desportivos como factor


promocional de actividade físico/desportiva: O caso do Parque Municipal de Paredes.
Coimbra: Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação
Física.

GUERRA, I. (2006). Pesquisa qualitativa e análise de conteúdo: sentidos e formas de


uso. São João do Estoril: Principia.

LAIR, Yves (2000). Seminário: Equipamentos Desportivos, Novas Perspectivas de


Gestão. Montemor - o - Novo: A.M.D.E.

LINS, F. E. (2009). Modelo Multicritério para Priorização de Equipamentos Hospitalares


para Manutenção Programada. Tese de Mestrado, Recife.

LOPES, H. e FERNANDO, C. (2013). A importância do desporto no desenvolvimento


das crianças e jovens. Universidade da Madeira

69
MAXIMIANO, António C. A. (2000). Teoria geral da administração: da escola científica
à competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas.

MIRIONE, D. C. (2013). A disponibilidade de infra-estruturas desportivas na cidade de


Nampula. Buenos Aires: EFDeportes.com.

MOUSTARD, R. (2009). A gestão das piscinas públicas no concelho de Matosinhos.


Porto: Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade do Desporto da Universidade
do Porto.

PIEDADE, V. (2012). Manutenção Centrada na Fiabilidade. Tese de Mestrado, Pomar.

PEDROSO, C., MENEZES, V., & SARMENTO, P. (2011). Gestão de equipamentos


esportivos: Análise dos equipamentos do Recife-PE. Conexões: Revista da Faculdade
de educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 9, n.2, p. 18-48, Maio/Ago. 2011.

PAIPE, G. P. (2013). Políticas Públicas Desportivas e Gestão do Desporto Municipal:


estudo de caso do Município da Cidade da Beira, Moçambique. Porto: Universidade do
Desporto, Faculdade de Desporto.

PINTO, C. V. (2002). Organização e Gestão da Manutenção. MONITOR.

PONTES, E. A. S. (2014). O desporto em África: para uma geoestratégia do Desporto


Angolano. Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana.

NEPOMUCENO, L. X. (1999). Técnicas de manutenção Preditiva. Vol. 1. São Paulo:


Edgar Blücher.

SARMENTO, J. (1997). A interdependência na gestão de instalações – a


Interdependência como Factor de Gestão. Consult. 10 Jun 2018, disponível em
http://forumolimpico.org/?q=node/299.

SARMENTO, J. (2005). Instalações Desportivas – Qualidade de Gestão. Consult. 10


Jun 2018. disponível em http://forumolimpico.org/?q=node/301.

70
SARMENTO, J. P. (2006). As Instalações Desportivas em Portugal - Noção da
rentabilidade: financeira, social, política e alto rendimento. In Congresso do Desporto
12 de Dezembro de 2005 a 19 de Fevereiro de 2006. – Tema: Um compromisso
nacional. Consult. 25 de Junho de 2018, disponivel em:
http://www.congressododesporto.gov.pt/ficheiros/Porto10Dez_PedroSarmento.pdf

SOBRAL, F. (1998) Introdução à Educação Física,5ª Ed., Lisboa: Livros Horizonte.

TEIXEIRA, M. (2000). O consumo de serviços desportivos. Revista Horizonte, pp. 3-


11.

XENOS, H. G. (2004). Gerenciando a manutenção produtiva: o caminho para eliminar


falhas nos equipamentos e aumentar a produtividade. Nova Lima: INDG Tecnologia e
serviços.

71
Documentos e Legislação Consultada

República de Moçambique, Ministério da Juventude e Desportos: Estratégia Nacional


Revitalização do Desporto, Maputo, 2005.

Lei n0 2/97 de 18 de Fevereiro publicada no Boletim da República, I série nº 7, 2º


Suplemento, 1997, a qual determina o quadro jurídico-legal para a implantação das
Autarquias Locais.

72
Apêndices

73
GUIÃO DE ENTREVISTA

Entrevista para os responsáveis de instalações desportivas

Análise do Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas e


sua Implementação nas Escolas Secundárias Públicas do Município da Matola.

O presente Guião de entrevista é destinado à obtenção de informação relevante nas


Escolas Secundárias Públicas do Município da Matola, com o objectivo de analisar a
gestão de manutenção das instalações desportivas.

A seguir são apresentadas as questões que devem ser respondidas pelos


entrevistados, sendo que a confidencialidade e o anonimato são questões éticas
asseguradas no tratamento de toda a informação facultada. Assim, agradece-se
antecipadamente pela sua participação e pede-se para que responda as perguntas
com o máximo de clareza e sinceridade possível.

I. Classificação das instalações desportivas da escola

1. Quanto ao tipo

Que tipos de instalações desportivas existem na escola?

R:____________________________________________________________________

2. Quanto ao sector

Que sectores de instalações desportivas existem na escola?

R:____________________________________________________________________

3. Quanto a cobertura

Qual é que classificam as instalações desportivas quanto a cobertura?

R:____________________________________________________________________

74
4. Quanto a modalidade

Para que modalidades foram concebidas as instalações desportivas?

R:___________________________________________________________________

5. Quanto a conservação

Em que estado de conservação encontram-se as instalações desportivas?

R:__________________________________________________________________

6. Quem são os usuários das instalações desportivas existentes na escola?

R:___________________________________________________________________

7. Quais são os equipamentos existentes nas instalações desportivas da escola?

R:___________________________________________________________________

8. Qual são as condições apresentadas pelas instalações desportivas da escola


em termos de: qualidade de serviço; segurança; higiene; impacto ambiente;
conforto?

R:____________________________________________________________________

II. Gestão de manutenção das instalações desportivas da escola

1. Existe na escola um regulamento ou políticas que definem os procedimentos


adoptados para garantir o funcionamento das instalações desportivas? Caso
sim, quais?

R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

75
2. Quando realizar a manutenção das instalações desportivas na escola, qual são
os objectivos que pretendem alcançar?

R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Quem são as pessoas envolvidas na conservação das instalações desportivas


da escola? (Quais são as suas responsabilidades?)

R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. Quais são os aspectos que tomam em consideração na conservação das


instalações desportivas na escola?

R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Quais são as dificuldades que têm encontrado para melhorar o funcionamento


das instalações desportivas da escola?

R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6. Na sua opinião, as instalações desportivas da escola têm apresentado o nível de


funcionamento previsto ou desejado?

R:____________________________________________________________________

7. Em situações em que se deparam com mau funcionamento ou baixo rendimento


das instalações desportivas da escola quais são as medidas tomadas?

R:____________________________________________________________________

76
8. Que dificuldades encontram na conservação e melhoramento das instalações
desportivos da escola?

R:_________________________________________________________________
___

9. Que acções realizam para superar essas dificuldades?


R:______________________________________________________________
________________________________________________________________
____________
10. Tem se realizado manutenção nas instalações desportivas? Caso sim com que
frequência?
R:______________________________________________________________
________________________________________________________________
_________
11. Na sua opinião, os procedimentos que adoptam para a manutenção da
instalações desportivas na escola permitem alcançar os objectivos pretendidos?
(Justifique)
R:______________________________________________________________
________________________________________________________________
____________

77
INQUÉRITO

INQUÉRITO PARA ANÁLISE DA GESTÃO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS DE


RECREAÇAO

“Análise do Processo de Gestão de Manutenção das Instalações Desportivas e sua


Implementação nas Escolas Secundárias Públicas do Município da Matola”

O presente inquérito é elaborado no âmbito da realização de um estudo como meio do


cumprimento do requisito necessário para a conclusão do nível de licenciatura no curso de
Gestão Desportiva. O estudo tem como objectivo analisar a gestão de manutenção das
instalações desportivas nas Escolas Secundárias Públicas do Município da Matola. Este
inquérito tem a finalidade de obter dados junto de alunos de escolas secundárias no
município da Matola, pelo que, solicita-se a sua colaboração no sentido de preencher as
perguntas que se seguem com clareza e sinceridade, assegurando que toda a informação
facultada será tratada com confidencialidade, apenas para fins académicos e reservando o
anonimato das fontes.

O inquérito apresenta, maioritariamente, alternativas para as perguntas colocadas a serem


seleccionadas pelos inquiridos, sendo deve-se seguir os seus procedimentos para o seu
preenchimento:

 Ler com atenção as questões para ter a certeza que compreendeu a questão
colocada.
 Prestar atenção a informação em frente a cada pergunta para saber se pode ou não
escolher mais que uma alternativa.
 Assinalar com “x” no número referente a alternativa de resposta seleccionada.
 Assinalar com “x” visível para facilitar a visibilidade da alternativa escolhida.
 Coloca um círculo no “x” da resposta que queira rejeitar depois de ter seleccionado.
 Especificar as respostas nas questões em que se abre espaço para outras respostas
para além das alternativas apresentadas.
 Consultar ao investigador qualquer esclarecimento necessários quanto às

78
modalidades preenchimento do questionário.

NB: embora seja importante, ao inquirido é reservado o direito de não responder as


questões que não quiser responder, assim como de abandonar o preenchimento do
questionário quando quiser, assegurando que nenhum meio coercivo será usado para força-
lo a agir de modo contrário.

Agradece-se antecipadamente a sua compreensão e participação do estudo.

A- DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS

A.1. (Entrevistador: por favor preencha sem perguntar) Género do respondente?


Masculino
Feminino

A.2. Entrevistador, enquadre a idade do respondente nos intervalos abaixo indicados.


De 12 a 15 anos
De 16 a 19 anos
De 20 a 23 anos
De 24 a 27 anos
De 28 a 31 anos
Não respondeu

A.3. Qual a escola em que está a estudar? (Entrevistador: por favor preencha sem perguntar)

A.4. Que classe está a frequentar actualmente? (Entrevistador: por favor, assinale apenas
uma opção)
8ª classe
9ª classe
10ª classe
11ª classe

79
12ª classe
Não respondeu

B- QUANTO AO USO DAS INSTALAÇOES DESPORTIVAS

B.1. Pratica alguma actividade desportiva na escola? (Entrevistador: assinale apenas uma
opção)
Sim
Não -
Não respondeu

B.2. Que actividades desportivas pratica na escola? (Entrevistador: por favor, pode assinalar
mais de uma opção)
Basquetebol
Futebol
Andebol
Voleibol
Atletismo
Natação
Ginástica
Caminhada
Outras (Especifique):

B.3. Com que frequência pratica actividades desportiva na escola? (Entrevistador: por favor,
assinale apenas uma opção)
Todos os dias
Aos finais de semana
Semanalmente
Mensalmente
Anualmente

B.4. Com que interesse pratica actividades desportivas na escola? (Entrevistador: por favor,
pode assinalar mais de uma opção)
Lazer
Manter o corpo físico
Desenvolver habilidades desportivas
Brincadeira/divertimento
Outros (Especifique):

B.5. Encontra condições necessárias para a prática da actividade desportiva que deseja

80
na escola? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Sim
Poucas
Não
Não respondeu

B.6. Porquê não prática actividades desportivas na escola? (Entrevistador: por favor, pode
assinalar mais de uma opção)
Não gosta
Não tem interesse pelo desporto
Não tem tempo
Não encontra instalações desportivas para a actividade que gostaria de praticar
As instalações desportivas não estão em condições
Outras (Especifique):
Não respondeu

C- QUANTO A CONSERVAÇÃO DAS INSTALAÇOES DESPORTIVAS

C.1. Quais são as instalações existentes na escola que conhece? (Entrevistador: por favor,
pode assinalar mais de uma opção)
Recintos
Pátios
Mini-campos
Pista de corrida
Pavilhões
Área para jogos tradicionais
Outras (Especifique):

C.2. Na sua opinião, as condições apresentadas por essas instalações desportivas


permitem uma boa prática de actividades desportivas na escola? (Entrevistador: por favor,
pode assinalar mais de uma opção)
Excelente para a prática
Boa para a prática
Má para a prática
Péssima para a prática

C.3. Como é que avalia a qualidade das instalações desportivas da escola? (Entrevistador:
por favor, pode assinalar mais de uma opção)
Excelente
Boa

81

Péssima

C.4. Como é que avalia o estado de conservação das instalações desportivas da escola?
(Entrevistador: por favor, pode assinalar mais de uma opção)
Excelente
Boa

Péssima

D- QUANTO A GESTÃO DAS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS DA ESCOLA

D.1. Tem conhecimento da existência de um plano/programa de conservação/melhoria


das instalações desportivas na escola? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma
opção)
Sim
Não
Pouco
Não existe
Não sabe

D.2. Existem na escola campanhas que visam ensinar aos estudantes que praticam
desporto de forma como usar e conservar as instalações desportivas? (Entrevistador: por
favor, assinale apenas uma opção)
Sim
Não
Não sabe

D.3. Desde que entrou para escola, viu alguma mudança feita nas instalações desportivas
na escola? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Sim
Não
Poucas
Não sabe

D.4. Em que consistiram essas mudanças nas instalações desportivas na escola?


(Entrevistador: por favor, pode assinalar mais de uma opção)
Introdução de novos equipamentos

82
Renovação dos equipamentos existentes
Melhoria na segurança dos desportistas
Melhoria na higiene
Melhoria do conforto dos equipamentos

D.5. Desde a sua entrada para escola, qual é a tendência do nível de conservação das
instalações desportivas da escola? (Entrevistador: por favor, pode assinalar mais de uma
opção)
Tendem a melhorar
Mentem-se as mesmas
Tendem à degradação
Não sabe

D.6. Porquê é que acha que as instalações na escola assumem esse sentido?
(Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
A escola investe em novos equipamentos
A escola procura conservar o equipamento existe
A escola não faz nenhuma manutenção

D.7. Não sua opinião, como é que a escola lida com a gestão e manutenção das
instalações desportivas existentes? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Espera se estragar para arranjar
Faz assistência para não se estragar
Deixa apenas que se estrague
Não sabe

D.9. Qual é a sua opinião em relação a forma como a escola lida com a manutenção das
instalações desportistas existentes? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Excelente
Bom
Mau
Péssimo

D.10. Sente-se responsável pela manutenção das instalações desportivas da escola?


(Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Sim
Não
Um pouco
Não respondeu

83
D.11. Porquê tem esse sentimento em relação à manutenção das instalações desportivas
da escola? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma opção)
Não se identifica com elas
São da responsabilidade apenas da escola
Não é incluso no processo de manutenção
Não apresenta condições que vale a pena conservar
Outro (Especifique):

D.12. Qual é a avaliação que faz da sua prestação desportiva deste que começou a fazer
uso das instalações desportivas da escola? (Entrevistador: por favor, assinale apenas uma
opção)
Tende a melhor
Tende a manter-se
Tende a diminuir
Não sabe

PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO

O presente protocolo tem como objectivo fazer a observação directa e descrever o


estado da manutenção das instalações desportivas das escolas secundárias no
Município Matola.

1. Identificação Geral

2. Tipo de Instalação

84
1.Grandes campos [ ] 2. Pequenos Campos [ ] 3. Pistas de atletismo [ ]

1. Quanto a cobertura

1 Cobertas [ ] 2. Descobertas [ ]

2. Quanto ao sector

1.Recreação [ ] 2. Formação [ ] 3. Especiais para espetáculo desportivo [ ]

5. Tipo de Piso

1.Pelado [ ] 2.Relva sintética [ ] 3.Relva natural [ ] 4.

6. A instalação desportiva possui sinalética? Caso sim, quais são?

_________________________________________________________________

7. Estado de conservação da instalação

_____________________________________________________________________

8.Há sinais de manutenção?

_____________________________________________________________________

9. As instalações possuem área de apoio?

______________________________________________________________________

10. Estado do conforto das instalações desportivas.

______________________________________________________________________

11. Higiene das instalações desportivas.

______________________________________________________________________

12. Sistema de acesso e vias de evacuação.

_____________________________________________________________________

13. Segurança e iluminação.

85
86

Você também pode gostar