Você está na página 1de 2

Utilização de Produtos Florestais para a Produção de Energia 

 
É fato conhecido que o desenvolvimento da humanidade sempre esteve em
íntimo relacionamento com o aumento do consumo de energia e esta realidade não se
modificou atualmente. O modelo tecnológico, adaptado ao mundo moderno, apoiou-se
desde muito cedo no uso de energias não renováveis, especialmente carvão mineral, gás
natural e petróleo.  
Essa realidade tende a mudar, seja pelo esgotamento das fontes de energia não
renováveis, seja pela percepção dos malefícios causados ao meio ambiente e as possíveis e
prováveis consequências que nos atingirão a todos em data não muito distante. 
Entre as possíveis fontes de energia renovável podemos citar como as mais promissoras
– ainda de custo elevado atualmente – a eólica, a solar, e a da biomassa. Dentre estas, a de
menor custo em vista das tecnologias disponíveis, é a da biomassa vegetal ou florestal. 
O tema “Utilização de Energia de Florestas” não é novo. Só para se ter uma ideia,
há mais de 30 anos o Ministério da Agricultura lançou o livro “proposta de Utilização
Energética de Florestas e Resíduos Agrícolas" (Soares et al, 1984). 
De acordo com Juarez de Souza e Silva “Desde 1974, quando por ocasião da primeira
crise de petróleo, tem havido um crescente interesse na possibilidade do uso de fontes
alternativas de energia, para suprir outras fontes mais convencionais (principalmente o óleo
diesel) na secagem de produtos agrícolas. É sabido que é a operação que sem sombra de
dúvidas mais consome energia no processo de produção.” (Souza e Silva, 1982). 
No contexto atual é praticamente impossível falar de energia – neste caso, a energia
proveniente de produtos florestais – sem falar de mudanças climáticas, sustentabilidade,
desmatamentos, produtividade e mercado. 
Um dos trabalhos mais completos que tratam de produção de energia a partir da
biomassa vegetal é a “dissertação de mestrado em ciências florestais” pela Universidade de
Brasília, escrita por Fabrícia Conceição Menez Mota no ano de 2013. Neste trabalho ela trata
da análise da cadeia produtiva de carvão vegetal a partir de florestas de eucalipto. 
Fabrícia Conceição, citando Brito (Brito, 1990) afirma que “O carvão vegetal foi o
grande responsável pelo surgimento da indústria siderúrgica no Brasil. 
O padrão de transformação de madeira em carvão, no Brasil, tradicionalmente tem
sido feito com a utilização de fornos tipo rabo-quente (Mota, 2013). A construção desse tipo
de forno é bastante simples e existe um manual que trata apenas deste assunto. 
Este tipo de forno é, na verdade, uma evolução dos fornos de muito menor
rendimento e muito mais prejudiciais à natureza, conhecidos como trincheira, bacurau ou
carvoeira (Barcelos, 1999). 
Um pensamento talvez controverso diz respeito à produtividade. A produtividade pode
ser benéfica à natureza, pois, por exemplo, neste caso, um forno que produz mais carvão com
menor quantidade de lenha, significa, per se, menos árvores cortadas e menor quantidade de
uso da terra. 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
Mota, F. C. M. (2013) Análise da Cadeia Produtiva do Carvão Vegetal Oriundo
de Eucaliptus  sp.  no Brasil. Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais.
Publicação PPGEFL.DM – 201-2013 Departamento DE Engenharia Florestal, Universidade de
Brasília – UnB, Brasília/DF. 2013. 169p. 
Soares R. P. Proposta de Utilização Energética de Florestas e Resíduos
Agrícolas. CENAGRI-DF. 1984. 
Barcelos N. D. E. (Adaptado). Manual de Construção e Operação do Forno Rabo-
Quente. Ibama. Natal-RN. 1999. 
Roos, W. Construction of Simple Kiln. GATE
(Deutsche Zentrum Fur Entwicklungstechnologien). Germany. 1984. 

Você também pode gostar