O documento discute a identidade de Cristo e sua vida de oração e devoção a Deus como o modelo para os cristãos. Ele analisa a cena do batismo de Jesus em Lucas 3 onde os céus se abrem e Deus declara "Tu és o meu Filho amado". Isso confirma a identidade de Jesus como o Filho de Deus, assim como a tentação de Jesus no deserto o testa sobre sua identidade, assim como Adão foi testado no Éden.
O documento discute a identidade de Cristo e sua vida de oração e devoção a Deus como o modelo para os cristãos. Ele analisa a cena do batismo de Jesus em Lucas 3 onde os céus se abrem e Deus declara "Tu és o meu Filho amado". Isso confirma a identidade de Jesus como o Filho de Deus, assim como a tentação de Jesus no deserto o testa sobre sua identidade, assim como Adão foi testado no Éden.
O documento discute a identidade de Cristo e sua vida de oração e devoção a Deus como o modelo para os cristãos. Ele analisa a cena do batismo de Jesus em Lucas 3 onde os céus se abrem e Deus declara "Tu és o meu Filho amado". Isso confirma a identidade de Jesus como o Filho de Deus, assim como a tentação de Jesus no deserto o testa sobre sua identidade, assim como Adão foi testado no Éden.
Precisamos recuperar a história da devoção. Quando a igreja começou
a orar? Quem inspirou a igreja a orar? O que caracteriza a devoção cristã bíblica? Pensando nessa questão percebemos que existem dois livros no novo testamento que ensinam isso, o Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, ambos escritos por Lucas, no primeiro trata sobre Jesus, como centro de toda a exposição, já em Atos vemos a igreja protagonizando com o auxílio do Espírito Santo tudo aquilo que a palavra de Deus foi sendo anunciada, por uma igreja que aprendeu, em primeiro lugar a orar, que foi aprendido com Jesus. Quando pensamos sobre pessoas com vida de oração e devoção, ao Senhor, imaginamos logo monges, pastores e padres importantes na história, mas acho apropriado voltarmos a fonte inicial disso tudo, Jesus Cristo. E encontramos nele o primeiro modelo de vida de oração e devoção, que não repercutiu apenas nele, nos seus discípulos (os apóstolos), mas em toda a história da igreja. Se oramos hoje, e da forma como deveríamos orar, seguiremos o padrão estabelecido por Jesus e transmitido por seus apóstolos. De todos os evangelhos o evangelho de Lucas é aquele que mais apresenta Jesus em sua devoção e sua prática de oração. E com isso podemos entender o que Jesus desfruta a partir dessa vida de oração e devoção, que ele mesmo estabeleceu e ensinou com seu próprio exemplo e vida.
Lucas 3: 21-23, 38; Lucas 4: 1-4
É um texto que caracteriza o começo do ministério de Jesus na terra,
como ele inaugura a obra de redenção, o que foi o ministério dele de salvação para aqueles que são seus, o seu povo, como é dito nesse evangelho. As pessoas precisam de uma voz que diga o que, e quem elas são, e confirme sua resposta, para confirmar suas identidades diante dos outros, e é isso que vemos na passagem de Lucas 3:21-23, A identidade de um cristão não é garantida pelo seu discurso, podemos dizer repetidas vezes que somos cristãos, mas não é isso que nos faz ser cristão. Existe um outro testemunho poderoso, e este não vem de nós, e é esse o que nós precisamos para ser quem somos. Já parou para imaginar quando Moisés recebe a missão de Deus para a sua vida, e tem que declarar ao povo que Deus o enviou para os libertar do cativeiro egípcio, mas como o povo iria confiar nele? Se lermos com atenção a passagem de Êxodo 3: 13,14, Moisés pergunta: “Quando chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus de seus antepassados m enviou a vocês, e eles perguntarem: ‘qual o nome dele?’ o que lhes direi?”, então disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”. A pergunta de Moisés está na preocupação de saber quem lhe garante essa identidade de autoridade para cumprir essa missão diante dos israelitas, pois somente o seu testemunho seria insuficiente, era preciso de algo externo a ele. E assim como foi com Moisés, veremos isso também com Jesus. Percebam como começa o ministério de Jesus, é com o batismo, e interessante como a cena do batismo é construída. No versículo 21, vemos que muitos haviam sido batizados, e Jesus também. O batismo já havia ocorrido, e Lucas acrescenta algo, que só ele percebeu, um comportamento de Jesus, e acho necessário dar atenção aquele comportamento, que era orar. Isso é importante para nós porque Lucas quer que seu leitor saiba quem em todos os momentos importantes de seu ministério Jesus estava orando, ou, orava, é uma ênfase de Lucas mostrar a devoção de Jesus em todos os momentos de sua vida. A leitura dessa passagem também apresenta mais informações. Apresenta que enquanto ele orava os céus se abriram, e o Espírito Santo desceu sobre ele, a voz do Pai ecoou dos céus confirmando a todos os que estavam presentes ali quem era Jesus, inclusive para o próprio Cristo. É uma cena muito bonita, apresenta no evangelho a trindade, é a cena que mostra o céu se abrindo diante do oficio de Jesus sendo realizado em gesto de extrema obediência, Jesus está ali em obediência a Deus se submetendo ao Batismo de João Batista, e em oração os céus se abrem, desce o Espírito Santo como testemunha em forma de pomba, sobre um declaração que será feita pelo Pai a respeito de Jesus, sobre quem ele é. Não é Jesus que diz quem ele é, mas o céus se abrem para que Deus, o Pai, diga. E o Pai não fala apenas para Jesus, Ele fala para todos os que estavam ali, e é declarado: “Tu és o meu filho amado; em ti me agrado”. A primeira confissão feita por Deus é que Jesus é o seu filho. Só conseguimos entender a relevância disso quando vemos o cenário maior (sua relação com o todo), e os detalhes importantes, que já foram comentados, que é o mundo saber a identidade de quem é Jesus, o filho de Deus que ele se agrada. Em todo começo, ou, recomeço Deus está presente. Todos os começos têm uma origem, e essa é Deus. Ele cria o mundo falando, e redime o mundo falando. E o primeiro movimento redentor de Deus, na nova criação em Cristo Jesus, começa com a declaração divina sobre a identidade de Jesus. Quem primeiro revela ao mundo quem é Jesus é o próprio Deus. Chegou a hora de vemos o todo. Logo depois dessa passagem vemos a mudança no formato de narrativa de Lucas, que deixa de ser um relato de acontecimentos, para ser um relato de genealogia. E isso é estranho pois normalmente as genealogias são postas logo no inicio dos livros, mas aqui Lucas interrompe sua narrativa para mostrar ela, então o que ele quis contar com isso? Que a partir do batismo tudo se faz novo, o batismo de Jesus começa a nova criação, é o recomeço de toda a criação. E vale destacar que as genealogias normalmente começam dos parentes mais antigos até os mais novos, mas aqui está invertida. Vale reparar que com isso Lucas revela primeiramente com o batismo, e depois vem para um relato “Jesus tinha cerca de trinta anos de idade quando começou seu ministério. Ele era considerado filho de José, filho de Eli, [...]”, e vemos essa genealogia regredir até o versículo 38, onde diz: “[...] filho de Enos, filho de Seth, filho de Adão, filho de Deus.”. Não são essas informações aleatórias e sem sentido, Lucas quer demonstrar algo, que é mostrar que a nova criação está sendo estabelecida com o começo do ministério de Jesus (batismo e declaração divina), e faz a genealogia contando quem as pessoas achavam que era Jesus, fazendo dessa forma uma conexão com Adão, o primeiro homem, conectando um filho de Deus a outro filho de Deus. Será que Lucas então está comparando dois homens de um lado Jesus, o homem-Deus, e do outro Adão, o primeiro homem, nosso pai? Parece que sim. Vemos isso claramente com o que vem depois disso, um foi tentado no Jardim do Éden, e o outro foi tentado no deserto. Deus criou o mundo e tudo o que existe com o seu falar, Ele criou um jardim que colocou no Éden, e nele colocou o homem, sua criação, e fazendo isso Deus coloca o homem, representado em Adão em um estado. O estado probatório, onde Adão estaria sobre um teste de fidelidade a Deus. A fidelidade de Adão estava sujeita a sustentabilidade de sua identidade, saber quem ele é, e se gloriar e render glórias em saber quem Deus quer que ele. O estado probatório está ali para que adão possa rejeitar, em primeiro lugar, todas as tentações que levam ele a ser quem ele não é, e assumir a identidade que Deus atribuiu a ele, então ele tem que aprender a viver naquele jardim confiando naquilo que Deus quer que ele seja, e não na vontade de ser o que ele quiser ser. Existem 3 demandas em nossas vidas, 1) Ser aquilo que os outros querem que sejamos; 2) Ser aquilo que queremos ser; E existe uma constante briga entre as duas primeiras demandas com uma terceira, e essa briga vem desde o Éden, quando achamos que estamos sempre tendo que atender uma demanda de provar algo, e esquecemos da terceira e mais importante de todas: 3) Ser aquilo que Deus diz que somos. Sempre que partimos do pressuposto de querer ser algo, esquecemos que já somos algo, ou seja, nos enxergamos como nada. E se existe algo que satanás plantou desde o Éden é o questionamento de nossa identidade, e ela faz isso nos fazendo admirar o que não somos, despertando o desejo de ser aquilo e nunca seremos. Jesus também esteve de baixo de um estado probatório. Diferente de Adão que esteve em um jardim, ambiente que não era hostil ao homem, rico em alimentos e água, ambiente de perfeita harmonia e vida, e fartura, diferente de Jesus esteve em um deserto, ambiente hostil, sem nenhum recurso para alimento e água, ambiente de desarmonia e morte, muito pouco. Mas, o mais curioso é a presença da testemunha do batismo guiando Jesus para o deserto, onde seria tentado pelo diabo, que assim como Adão, tentaria fazê-lo questionar a palavra que determina a identidade dita por Deus sobre quem ele era, “Se és o filho de Deus [...]”. Quando a serpente tenta a mulher, percebemos que houve algo anterior, Deus havia feito um pacto com Adão de como ele deveria se portar, e Adão tinha total clareza quanto a isso, e passou isso para Eva, que não estava presente (não existia), e sabe da existência desse pacto, porque o homem falou para a mulher, e quando a serpente tenta Eva, apesar dela ter conhecimento desse pacto, ela fica em dúvida, “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?’ [...] Certamente não morrerão! Deus sabe, que no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como deuses, serão conhecedores do bem e do mal”. O interessante é que satanás sempre coloca em check a palavra de Deus, é como se a força de alguém dependesse não da confiança que tem de si mesma, mas na confiança do que Deus disse, e satanás sabe que quando perdemos confiança na palavra de Deus, procuramos nos confirmar por nós mesmos, e ai está a nossa derrota, nosso fracasso está em acreditamos mais em quem nós mesmos do que no que a palavra diz quem somos. Adão que esteve em um jardim, ambiente que não era hostil ao homem, rico em alimentos e água, ambiente de perfeita harmonia e vida, e fartura, não resistiu a tentação de desejar ser o que ele não era, por tanto ser como Deus, algo impossível para ele. Jesus esteve em um deserto, ambiente hostil, sem nenhum recurso para alimento e água, ambiente de desarmonia e morte, muito pouco, resistiu, somente o filho de Deus pode ser tentado nesse ambiente, e ninguém mais poderia ser tentado, porque somente aquele que pode transformar pedra em pão, água em vinho pode fazer porque é o criador de tudo. Quando lemos Lucas 23: 35-46, durante a crucificação vemos mais uma vez Jesus sendo tentado da mesma forma, do começo ao fim do ministério, seja satanás, fariseus, o povo, criminosos, seja mais quem for, vai questionar Jesus sobre quem Deus disse que ele era. Voltando a tentação do deserto, vemos a resposta de Jesus ao questionamento de satanás, “Se és o filho de Deus, manda está pedra se transformar em pão.”, Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem.”, complementando esse relato com o que diz em Mateus, “[...] Mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.”, Jesus tinha acabado de ouvir quem ele era, e agora o discurso de Deus estava sendo colocado em check, mas algo salvou Jesus, salvou Jesus de cair na duvida de quem ele de fato era, e o que salvou Jesus foi a palavra de Deus, que para ele era o mais importante, e isso era a maior confirmação que Jesus necessitava, para seguir do começo ao fim confiando na palavra de Deus. A oração é algo que nos coloca sensíveis para ouvir e acatar a voz de Deus, a oração é uma resposta a palavra de Deus, e a melhor oração é aquela que começa pela leitura bíblica, para que possamos orar a agenda de Deus, para orarmos não o que queremos orar, mas o que precisamos orar. Quando oramos o que queremos, oramos dizendo a Deus aquilo que queremos ser e ter, quando lemos a palavra de Deus e depois oramos, oramos por aquilo que precisamos ser, mas não conseguimos sozinhos. A cada momento decisivo da vida de Jesus ele estava orando, e ao fim de cada oração algo acontecia. Conclusão
A pergunta mais importante que devemos fazer é como desejamos
começar. Porque não podemos andar o caminho de Jesus, sem ter a identidade de Jesus. A viagem nesse caminho é para peregrinos, povo que não é daqui, um povo que tem sua origem em Deus, e que é determinado pela palavra de Deus. A identidade de Cristo são para que foram marcadamente identificados com a palavra de Deus, que não nasceram do sangue, mas foram gerados pela palavra da verdade, porque é assim que Deus cria e recria a sua criação, é falando. Sua palavra cria vida, cria inícios, sua palavra recria, sua palavra recria inícios, e perdoa. Então é na palavra de Deus que devemos começar, e nela encontramos nossa identidade. O Espírito de Deus, que é o mesmo Espírito de Cristo, que confere suas identidades, foi nos dado por Deus, e que passa a habitar em nós, transmitindo vida, aplicada em nós pela obra de cristo feita na cruz, naqueles que tem fé em Jesus e em sua palavra, e que nos faz inclinar e desejar as coisas que são de Deus, e a ser mais como Jesus. Por isso nos gloriamos nas provações, pois produz perseverança na palavra de Deus, e a perseverança o caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança, e a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, transformando de pedra em carne, por meio do Espírito Santo, sua identidade, que nos concedeu.