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30/03/2020

CONTEÚDO DA LIVE REALIZADA DIA 30/03/2020


VAMOS DESENVOLVER IDEIAS A PARTIR DA ANÁLISE DA MP 927

A MP Foi publicada em 22-03-2020 em edição extra no domingo, dispõe


sobre medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade
pública.
O estado de calamidade foi reconhecido pelo Decreto 06 de 20-03-2020.
Conhecer a ligação deste Decreto com a duração das concessões e os
prazos da MP 927 é importante porque está diretamente ligado a
existência do estado de calamidade pública.
Ao cessar o estado de calamidade publica cessam as concessões e
começam a contar prazos definidos na MP 927.
Exemplo: foram suspensos os exames ocupacionais, exceto o demissional
e conforme a MP os exames suspensos serão realizados no prazo de
sessenta dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade
pública.

1 - A MP dispõe sobre as medidas trabalhistas que poderão ser adotadas


pelos empregadores para preservação do emprego e da renda e para
enfrentamento do estado de calamidade pública.

Se aplica durante o estado de calamidade pública, e para fins trabalhistas


constitui hipótese de força maior, nos termos do disposto no art. 501 da
CLT.

Durante o estado de calamidade pública o empregado e o empregador


poderão celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir a
permanência do vínculo empregatício, que terá preponderância sobre os
demais instrumentos normativos, legais e negociais respeitados os limites
estabelecidos na Constituição.

2 - Para enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes do estado de


calamidade pública e para preservação do emprego e da renda, poderão
ser adotadas pelos empregadores, dentre outras, as seguintes medidas:

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30/03/2020

OBSERVA-SE AQUI SUGESTÃO DO GOVERNO DE ORDEM LÓGICA PARA A GESTÃO DA EMPRESA


SE ORGANIZAR PARA O ENFRENTAMENTO DA SITUAÇÃO.

I - O Teletrabalho;

REALMENTE USANDO A LOGICA É O PRIMEIRO PASSO ADOTAR O TELETRABALHO PARA AS


ATIVIDADES DE GESTÃO E ADMINISTRATIVAS DA EMPRESA. CONECTAR AS PESSOAS E
GARANTIR QUE AS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS TENHAM CONTINUIDADE E ASSIM
PLANEJAR E REALIZAR OUTRAS ESTRATEGIAS QUE POSSAM DAR CONTINUIDADE NA EMPRESA.

NO NOSSO CASO JÁ PRATICAR HOME OFFICE EM CASOS ESPECIFICOS E TER OS


PROCEDIMENTOS AJUDOU MUITO. TEVE QUE MULTIPLICAR PARA 100% DA EQUIPE.

TER O INVENTARIO DE POSTOS DE TRABALHO DE CADA TRABALHADOR: SE TEM MESA,


CADEIRA, COMPUTADOR, INTERNET.

DEFINIR E INSTALAR APLICATIVOS DE CONTROLE, DE USO DIARIO PARA AS ATIVIDADES E PARA


VIDEO CONFERENCIAS PARA REUNIÕES DENTRO DA POLITICA DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO DA EMPRESA.

ORIENTAR A EQUIPE E ENVIAR EMAIL COM 48 HORAS DE ANTECEDENCIA POR ESCRITO OU


POR MEIO ELETRONICO COMUNICANDO AO TRABALHADOR A ADOÇÃO DE TELETRABALHO.

A GESTÃO DEVE ACOMPANHAR DIARIAMENTE O CONTROLE GERAL DE ATIVIDADES, AS


ATIVIDADES DISTRIBUIDAS PARA A EQUIPE, OS CONTATOS DOS CLIENTES, REALIZAR REUNIÕES
PRE-AGENDADAS VIA ZOOM PARA ALINHAMENTOS E ORIENTAÇÕES E DAR CONTINUIDADE NO
PLANEJAMENTO COM BASE NAS LIÇÕES APRENDIDAS DIARIAMENTE.

O art. 4º diz que durante o estado de calamidade pública o empregador


poderá, a seu critério, alterar o regime de trabalho presencial para o
teletrabalho e poderá determinar o retorno ao regime presencial,
independe da existência de acordos individuais ou coletivos, dispensados
o registro prévio da alteração no contrato individual de trabalho.

Isso significa que está dispensado de envio de arquivo eSocial de Alteração


Contratual.

O artigo 4º também trata da responsabilidade pela aquisição, pela


manutenção ou pelo fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da
infraestrutura necessária e adequada à prestação do teletrabalho, e
reembolso de despesas arcadas pelo empregado serem previstas em

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contrato escrito, firmado previamente ou no prazo de trinta dias, contado


da data da mudança do regime de trabalho.

Na hipótese de o empregado não possuir os equipamentos tecnológicos e


a infraestrutura necessária e adequada à prestação do teletrabalho, o
empregador poderá fornecer os equipamentos em regime de comodato e
pagar por serviços de infraestrutura, que não caracterizarão verba de
natureza salarial;

Ou na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato de que


trata acima o período da jornada normal de trabalho será computado
como tempo de trabalho à disposição do empregador.

Ainda define que o tempo de uso de aplicativos e programas de


comunicação fora da jornada de trabalho normal do empregado não
constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso,
exceto se houver previsão em acordo individual ou coletivo.

Para estagiários e aprendizes fica permitida a adoção do regime de


teletrabalho nos mesmos termos acima.

II - a antecipação de férias individuais;

PODEM SER ANTECIPADAS AS FÉRIAS COM PERIODO AQUISITIVO EM ANDAMENTO E TAMBÉM


FÉRIAS FUTURAS.

O PAGAMENTO SERÁ ATÉ O 5º DIA UTIL SUBSEQUENTE AO INICIO DAS FÉRIAS E O TERÇO
CONSTITUCIONAL PODERÁ SER PAGO ATÉ 20-12-2020. O EMPREGADOR DEVE COMUNICAR
COM 48 HS DE ANTECEDENCIA POR ESCRITO OU POR MEIO ELETRONICO, COM A INDICAÇÃO
DO PERIODO A SER GOZADO PELO EMPREGADO.

Não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos; e


poderão ser concedidas por ato do empregador, ainda que o período
aquisitivo a elas relativo não tenha transcorrido.

Adicionalmente, empregado e empregador poderão negociar a


antecipação de períodos futuros de férias, mediante acordo individual
escrito.

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Os trabalhadores que pertençam ao grupo de risco do coronavírus serão


priorizados para o gozo de férias, individuais ou coletivas.

O empregador poderá suspender as férias ou licenças não remuneradas


dos profissionais da área de saúde ou daqueles que desempenhem
funções essenciais, mediante comunicação formal da decisão ao
trabalhador, por escrito ou por meio eletrônico, preferencialmente com
antecedência de quarenta e oito horas.

O empregador poderá optar por efetuar o pagamento do adicional de um


terço de férias após sua concessão, até a data em que é devida a
gratificação natalina. 20/12/2020.

O eventual requerimento por parte do empregado de conversão de um


terço de férias em abono pecuniário estará sujeito à concordância do
empregador.

O pagamento da remuneração das férias poderá ser efetuado até o quinto


dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias.

Na hipótese de dispensa do empregado, o empregador pagará,


juntamente com o pagamento dos haveres rescisórios, os valores relativos
às férias.

III - a concessão de férias coletivas;

AS FÉRIAS COLETIVAS TEM UM RITO A SER SEGUIDO TEM QUE


COMUNICAR SECRETARIA DO TRABALHO, SINDICATO, DEVE CONTEMPLAR
A EMPRESA TODA OU SETORES, MAS A MP FACILITA AS COLETIVAS.

Durante o estado de calamidade pública o empregador poderá, a seu


critério, conceder férias coletivas e deverá notificar o conjunto de
empregados afetados com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito
horas, não aplicáveis o limite máximo de períodos anuais e o limite
mínimo de dias corridos previstos na CLT.

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Fica dispensadas a comunicação prévia ao órgão local do Ministério da


Economia e a comunicação aos sindicatos representativos da categoria
profissional.

IV - o aproveitamento e a antecipação de feriados;

A EMPRESA PODE POR EXEMPLO COMUNICAR AO TRABALHADOR QUE


CONFORME PREVISTO NA MP 927 DEVE DESCANSAR 02 DIAS XXXXXX POR
CONTA DA ANTECIPAÇÃO DE FERIADOS 09/07, 07/09. NO DIA DESTES
FERIADOS HAVERA TRABALHO NORMAL.

Os empregadores poderão antecipar o gozo de feriados não religiosos


federais, estaduais, distritais e municipais edeverão notificar, por escrito
ou por meio eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados com
antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, mediante indicação
expressa dos feriados aproveitados.

Os feriados a que se refere o caput poderão ser utilizados para


compensação do saldo em banco de horas.

O aproveitamento de feriados religiosos dependerá de concordância do


empregado, mediante manifestação em acordo individual escrito.

V - o banco de horas;

18 MESES PARA OCORRER A COMPENSAÇÃO QUE SERÁ FEITA CONFORME


DEFINIÇÃO DO EMPREGADOR PODENDO SER POR EXTENSÃO DA
JORNADA DE TRABALHO EM ATÉ DUAS HORAS DIARIAS.

Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, ficam


autorizadas a interrupção das atividades pelo empregador e a constituição
de regime especial de compensação de jornada, por meio de banco de
horas, em favor do empregador ou do empregado, estabelecido por meio
de acordo coletivo ou individual formal, para a compensação no prazo de

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até dezoito meses, contado da data de encerramento do estado de


calamidade pública.

A compensação de tempo para recuperação do período interrompido


poderá ser feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que
não poderá exceder dez horas diárias.

A compensação do saldo de horas poderá ser determinada pelo


empregador independentemente de convenção coletiva ou acordo
individual ou coletivo.

VI - a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde


no trabalho;

Exames médicos

Durante o estado de calamidade pública fica suspensa a obrigatoriedade


de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e
complementares, exceto dos exames demissionais.

Os exames serão realizados no prazo de sessenta dias, contado da data de


encerramento do estado de calamidade pública. IMAGINA COMO VAI SER
A CORRERIA .

Na hipótese de o médico coordenador do PCMSO considerar que a


prorrogação representa risco para a saúde do empregado, o médico
indicará ao empregador a necessidade da realização.

O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame médico


ocupacional mais recente tenha sido realizado há menos de 180 dias.

Treinamentos

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Durante o estado de calamidade fica suspensa a obrigatoriedade de


realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais empregados,
previstos em NR de segurança e saúde no trabalho.

Os treinamentos serão realizados no prazo de noventa dias, contado da


data de encerramento do estado de calamidade pública.

Durante o estado de calamidade os treinamentos poderão ser realizados


na modalidade de ensino a distância e caberá ao empregador observar os
conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades sejam
executadas com segurança.

CIPA

CIPA ATUAL MANTIDA E PROCESSOS ELEITORAIS EM CURSO SUSPENSOS


as comissões internas de prevenção de acidentes poderão ser mantidas
até o encerramento do estado de calamidade pública e os processos
eleitorais em curso poderão ser suspensos.

VII - o direcionamento do trabalhador para qualificação; e

CAPÍTULO VIII (REVOGADO)

Essa opção de suspensão existe na CLT artigo 476A

DO DIRECIONAMENTO DO TRABALHADOR PARA QUALIFICAÇÃO

Art. 18. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o


art. 1º, o contrato de trabalho poderá ser suspenso, pelo prazo de até
quatro meses, para participação do empregado em curso ou programa de
qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador,
diretamente ou por meio de entidades responsáveis pela qualificação,
com duração equivalente à suspensão contratual.

§ 1º A suspensão de que trata o caput:

I - não dependerá de acordo ou convenção coletiva;

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II - poderá ser acordada individualmente com o empregado ou o


grupo de empregados;

III - será registrada em carteira de trabalho física ou eletrônica.

É UMA SUSPENSÃO PARA QUALIFICAÇÃO

§ 2º O empregador poderá conceder ao empregado ajuda


compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de
suspensão contratual nos termos do disposto no caput, com valor definido
livremente entre empregado e empregador, via negociação individual.

§ 3º Durante o período de suspensão contratual para participação


em curso ou programa de qualificação profissional, o empregado fará jus
aos benefícios voluntariamente concedidos pelo empregador, que não
integrarão o contrato de trabalho.

§ 4º Nas hipóteses de, durante a suspensão do contrato, o curso ou


programa de qualificação profissional não ser ministrado ou o empregado
permanecer trabalhando para o empregador, a suspensão ficará
descaracterizada e sujeitará o empregador:

I - ao pagamento imediato dos salários e dos encargos sociais


referentes ao período;

II - às penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor; e

III - às sanções previstas em acordo ou convenção coletiva.

§ 5º Não haverá concessão de bolsa-qualificação no âmbito da


suspensão de contrato de trabalho para qualificação do trabalhador de
que trata este artigo e o art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

VIII - o diferimento (SIGNIFICA ADIAMENTO) do recolhimento do


Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.

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DO DIFERIMENTO DO RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA DO


TEMPO DE SERVIÇO fica suspensa a exigibilidade do recolhimento do FGTS
pelos empregadores, referente às competências de março, abril e maio de
2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020, respectivamente.

Os empregadores poderão fazer uso da prerrogativa prevista


no caput independentemente do número de empregados; do regime de
tributação; da natureza jurídica; do ramo de atividade econômica; e da
adesão prévia.

O recolhimento das competências de março, abril e maio de 2020 poderá


ser realizado de forma parcelada, sem a incidência da atualização, da
multa e dos encargos.

O pagamento das obrigações referentes às competências mencionadas


será quitado em até seis parcelas mensais, com vencimento no sétimo dia
de cada mês, a partir de julho de 2020.

Para usufruir da prerrogativa o empregador fica obrigado a declarar as


informações, até 20 de junho de 2020, nos termos do disposto no inciso IV
do caput do art. 32 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e no Decreto
nº 3.048, de 6 de maio de 1999, observado que:

I - as informações prestadas constituirão declaração e


reconhecimento dos créditos delas decorrentes, caracterizarão confissão
de débito e constituirão instrumento hábil e suficiente para a cobrança do
crédito de FGTS; e

II - os valores não declarados, serão considerados em atraso, e


obrigarão o pagamento integral da multa e dos encargos devidos nos
termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990.

Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, a suspensão prevista no


art. 19 ficará resolvida e o empregador ficará obrigado:

I - ao recolhimento dos valores correspondentes, sem incidência da


multa e dos encargos devidos nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº

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8.036, de 1990, caso seja efetuado dentro do prazo legal estabelecido


para sua realização; e

II - ao depósito dos valores previstos no art. 18 da Lei nº 8.036, de


1990.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, as eventuais


parcelas vincendas terão sua data de vencimento antecipada para o prazo
aplicável ao recolhimento previsto no art. 18 da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 22. As parcelas de que trata o art. 20, caso inadimplidas, estarão
sujeitas à multa e aos encargos devidos nos termos do disposto no art. 22
da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 23. Fica suspensa a contagem do prazo prescricional dos débitos


relativos a contribuições do FGTS pelo prazo de cento e vinte dias,
contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória.

Art. 24. O inadimplemento das parcelas previstas no § 1º do art. 20


ensejará o bloqueio do certificado de regularidade do FGTS.

Art. 25. Os prazos dos certificados de regularidade emitidos


anteriormente à data de entrada em vigor desta Medida Provisória serão
prorrogados por noventa dias.

Parágrafo único. Os parcelamentos de débito do FGTS em curso que


tenham parcelas a vencer nos meses de março, abril e maio não
impedirão a emissão de certificado de regularidade.

OUTRAS DISPOSIÇÕES EM MATÉRIA TRABALHISTA

Art. 26. Durante o de estado de calamidade pública a que se refere o


art. 1º, é permitido aos estabelecimentos de saúde, mediante acordo
individual escrito, mesmo para as atividades insalubres e para a jornada
de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso:

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I - prorrogar a jornada de trabalho, nos termos do disposto no art. 61


da CLT; e

II - adotar escalas de horas suplementares entre a décima terceira e a


vigésima quarta hora do intervalo interjornada, sem que haja penalidade
administrativa, garantido o repouso semanal remunerado nos termos do
disposto no art. 67 da CLT.

Art. 27. As horas suplementares computadas em decorrência da


adoção das medidas previstas nos incisos I e II do caput do art. 26 poderão
ser compensadas, no prazo de dezoito meses, contado da data de
encerramento do estado de calamidade pública, por meio de banco de
horas ou remuneradas como hora extra.

Art. 28. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data


de entrada em vigor desta Medida Provisória, os prazos processuais para
apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos administrativos
originados a partir de autos de infração trabalhistas e notificações de
débito de FGTS ficam suspensos.

Art. 29. Os casos de contaminação pelo coronavírus (covid-19) não


serão considerados ocupacionais, exceto mediante comprovação do nexo
causal. ARTIGO 486 CLT

Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou


definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade
municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade,
prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo
do governo responsável.

Nesta modalidade, em tese, se demonstrada a paralisação


temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de
autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela
promulgação de lei que impeça que a atividade seja exercida,
empregador poderá rescindir o contrato de trabalho por
motivo de força maior, ficando desobrigado ao recolhimento da

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multa fundiária de 40%, sendo que esta, ficará à encargo do


governo responsável.

Analisando a CLT mais afundo, vemos a hipótese de força


maior e seus efeitos:

Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento


inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a
realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força
maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar
substancialmente, nem for suscetível de afetar, em tais
condições, a situação econômica e financeira da empresa não
se aplicam as restrições desta Lei referentes ao disposto neste
Capítulo.
Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a
extinção da empresa, ou de um dos estabelecimentos em que
trabalhe o empregado, é assegurada a este, quando
despedido, uma indenização na forma seguinte:
I - Sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478;
II - Não tendo direito à estabilidade, metade da que seria
devida em caso de rescisão sem justa causa;
III - Havendo contrato por prazo determinado, aquela a que
se refere o art. 479 desta Lei, reduzida igualmente à metade.
Em uma primeira análise do Artigo 501, entende-se como força
maior todo acontecimento inevitável em relação à vontade do
empregador e para a realização do qual este não concorreu
direta ou indiretamente.
Ou seja, enquadra-se evidentemente no nosso cenário atual,
onde o fechamento de empresas se deu unicamente por conta

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de imposição municipal ou estatal pelo risco de disseminação


do novo coronavirus.

Dispõe sobre medidas trabalhistas


NA PARTE PREVIDENCIARIA TEMOS A LEI 8213 LEI DE
BENEFICIOS DA PREVIDENCIA SOCIAL

Artigo 20 da Lei nº 8.213 de 24 de Julho de 1991

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se


desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista


nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.

Brasil é região endêmica faz não enquadrar e apenas aqueles


obrigados a trabalhar área da saúde e atividades essenciais enquadrará.

Art. 30. Os acordos e as convenções coletivos vencidos ou vincendos,


no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor

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desta Medida Provisória, poderão ser prorrogados, a critério do


empregador, pelo prazo de noventa dias, após o termo final deste prazo.

Art. 31. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data


de entrada em vigor desta Medida Provisória, os Auditores Fiscais do
Trabalho do Ministério da Economia atuarão de maneira orientadora,
exceto quanto às seguintes irregularidades:

I - falta de registro de empregado, a partir de denúncias;

II - situações de grave e iminente risco, somente para as


irregularidades imediatamente relacionadas à configuração da situação;

III - ocorrência de acidente de trabalho fatal apurado por meio de


procedimento fiscal de análise de acidente, somente para as
irregularidades imediatamente relacionadas às causas do acidente; e

IV - trabalho em condições análogas às de escravo ou trabalho


infantil.

CAPÍTULO XI

DA ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO DO ABONO ANUAL EM 2020

Art. 34. No ano de 2020, o pagamento do abono anual de que trata


o art. 40 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao beneficiário da
previdência social que, durante este ano, tenha recebido auxílio-doença,
auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão
será efetuado em duas parcelas, excepcionalmente, da seguinte forma:

I - a primeira parcela corresponderá a cinquenta por cento do valor


do benefício devido no mês de abril e será paga juntamente com os
benefícios dessa competência; e

II - a segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total


do abono anual e o valor da parcela antecipada e será paga juntamente
com os benefício da competência maio.

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Art. 35. Na hipótese de cessação programada do benefício prevista


antes de 31 de dezembro de 2020, será pago o valor proporcional do
abono anual ao beneficiário.

Parágrafo único. Sempre que ocorrer a cessação do benefício antes


da data programada, para os benefícios temporários, ou antes de 31 de
dezembro de 2020, para os benefícios permanentes, deverá ser
providenciado o encontro de contas entre o valor pago ao beneficiário e o
efetivamente devido.

CAPÍTULO XII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 36. Consideram-se convalidadas as medidas trabalhistas


adotadas por empregadores que não contrariem o disposto nesta Medida
Provisória, tomadas no período dos trinta dias anteriores à data de
entrada em vigor desta Medida Provisória.

Art. 37. A Lei nº 8.212, de 1991, passa a vigorar com as seguintes


alterações:

“Art. 47.
..........................................................................................................

................................................................................................................
........

§ 5º O prazo de validade da certidão expedida conjuntamente pela


Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e pela Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional do Ministério da Economia, referente aos tributos
federais e à dívida ativa da União por elas administrados, será de até
cento e oitenta dias, contado data de emissão da certidão, prorrogável,
excepcionalmente, em caso de calamidade pública, pelo prazo
determinado em ato conjunto dos referidos órgãos.

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DECRETO LEGISLATIVO
Nº 6, DE 2020
Reconhece, para os fins do
art. 65 da Lei
Complementar nº 101, de
4 de maio de 2000, a
ocorrência do estado de
calamidade pública, nos
termos da solicitação do
Presidente da República
encaminhada por meio da
Mensagem nº 93, de 18 de
março de 2020.
O Congresso Nacional decreta:

Art. 1ºFica reconhecida, exclusivamente para os fins do art. 65


da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, notadamente para as
dispensas do atingimento dos resultados fiscais previstos no art. 2º da Lei
nº 13.898, de 11 de novembro de 2019, e da limitação de empenho de
que trata o art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a
ocorrência do estado de calamidade pública, com efeitos até 31 de
dezembro de 2020, nos termos da solicitação do Presidente da República
encaminhada por meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020.
Art. 2ºFica constituída Comissão Mista no âmbito do Congresso
Nacional, composta por 6 (seis) deputados e 6 (seis) senadores, com igual
número de suplentes, com o objetivo de acompanhar a situação fiscal e a
execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à
emergência de saúde pública de importância internacional relacionada ao
coronavírus (Covid-19).
§ 1º Os trabalhos poderão ser desenvolvidos por meio virtual,
nos termos definidos pela Presidência da Comissão.
§ 2º A Comissão realizará, mensalmente, reunião com o
Ministério da Economia, para avaliar a situação fiscal e a execução
orçamentária e financeira das medidas relacionadas à emergência de

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saúde pública de importância internacional relacionada ao coronavírus


(Covid-19).
§ 3º Bimestralmente, a Comissão realizará audiência pública
com a presença do Ministro da Economia, para apresentação e avaliação
de relatório circunstanciado da situação fiscal e da execução orçamentária
e financeira das medidas relacionadas à emergência de saúde pública de
importância internacional relacionada ao coronavírus (Covid-19), que
deverá ser publicado pelo Poder Executivo antes da referida audiência.
Art. 3ºEste Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua
publicação.
Senado Federal, em 20 de março de 2020.
SENADOR ANTONIO ANASTASIA
Primeiro Vice-Presidente do Senado Federal, no exercício da Presidência

Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 927, DE 22 DE MARÇO DE 2020

Dispõe sobre as medidas trabalhistas para


enfrentamento do estado de calamidade
pública reconhecido pelo Decreto Legislativo
nº 6, de 20 de março de 2020, e da
emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente do coronavírus
(covid-19), e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da


Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

CAPÍTULO I

DAS ALTERNATIVAS TRABALHISTAS PARA ENFRENTAMENTO DO ESTADO DE


CALAMIDADE PÚBLICA E DA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA
INTERNACIONAL DECORRENTE DO CORONAVÍRUS (COVID-19)

Art. 1º Esta Medida Provisória dispõe sobre as medidas trabalhistas que poderão ser
adotadas pelos empregadores para preservação do emprego e da renda e para enfrentamento
do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de
2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do

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coronavírus (covid-19), decretada pelo Ministro de Estado da Saúde, em 3 de fevereiro de


2020, nos termos do disposto na Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.

Parágrafo único. O disposto nesta Medida Provisória se aplica durante o estado de


calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020, e, para fins
trabalhistas, constitui hipótese de força maior, nos termos do disposto no art. 501 da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943.

Art. 2º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregado e
o empregador poderão celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir a permanência do
vínculo empregatício, que terá preponderância sobre os demais instrumentos normativos,
legais e negociais, respeitados os limites estabelecidos na Constituição.

Art. 3º Para enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes do estado de


calamidade pública e para preservação do emprego e da renda, poderão ser adotadas pelos
empregadores, dentre outras, as seguintes medidas:

I - o teletrabalho;

II - a antecipação de férias individuais;

III - a concessão de férias coletivas;

IV - o aproveitamento e a antecipação de feriados;

V - o banco de horas;

VI - a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho;

VII - o direcionamento do trabalhador para qualificação; e

VIII - o diferimento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.

CAPÍTULO II

DO TELETRABALHO

Art. 4º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador
poderá, a seu critério, alterar o regime de trabalho presencial para o teletrabalho, o trabalho
remoto ou outro tipo de trabalho a distância e determinar o retorno ao regime de trabalho
presencial, independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos, dispensado o
registro prévio da alteração no contrato individual de trabalho.

§ 1º Para fins do disposto nesta Medida Provisória, considera-se teletrabalho, trabalho


remoto ou trabalho a distância a prestação de serviços preponderante ou totalmente fora das
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias da informação e comunicação
que, por sua natureza, não configurem trabalho externo, aplicável o disposto no inciso III do
caput do art. 62 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1943.

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§ 2º A alteração de que trata o caput será notificada ao empregado com antecedência


de, no mínimo, quarenta e oito horas, por escrito ou por meio eletrônico.

§ 3º As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, pela manutenção ou


pelo fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação do teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância e ao reembolso de despesas
arcadas pelo empregado serão previstas em contrato escrito, firmado previamente ou no prazo
de trinta dias, contado da data da mudança do regime de trabalho.

§ 4º Na hipótese de o empregado não possuir os equipamentos tecnológicos e a


infraestrutura necessária e adequada à prestação do teletrabalho, do trabalho remoto ou do
trabalho a distância:

I - o empregador poderá fornecer os equipamentos em regime de comodato e pagar por


serviços de infraestrutura, que não caracterizarão verba de natureza salarial; ou

II - na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato de que trata o inciso I, o


período da jornada normal de trabalho será computado como tempo de trabalho à disposição
do empregador.

§ 5º O tempo de uso de aplicativos e programas de comunicação fora da jornada de


trabalho normal do empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de
sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou coletivo.

Art. 5º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a


distância para estagiários e aprendizes, nos termos do disposto neste Capítulo.

CAPÍTULO III

DA ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS INDIVIDUAIS

Art. 6º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador
informará ao empregado sobre a antecipação de suas férias com antecedência de, no mínimo,
quarenta e oito horas, por escrito ou por meio eletrônico, com a indicação do período a ser
gozado pelo empregado.

§ 1º As férias:

I - não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos; e

II - poderão ser concedidas por ato do empregador, ainda que o período aquisitivo a elas
relativo não tenha transcorrido.

§ 2º Adicionalmente, empregado e empregador poderão negociar a antecipação de


períodos futuros de férias, mediante acordo individual escrito.

§ 3º Os trabalhadores que pertençam ao grupo de risco do coronavírus (covid-19) serão


priorizados para o gozo de férias, individuais ou coletivas, nos termos do disposto neste
Capítulo e no Capítulo IV.

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Art. 7º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador
poderá suspender as férias ou licenças não remuneradas dos profissionais da área de saúde
ou daqueles que desempenhem funções essenciais, mediante comunicação formal da decisão
ao trabalhador, por escrito ou por meio eletrônico, preferencialmente com antecedência de
quarenta e oito horas.

Art. 8º Para as férias concedidas durante o estado de calamidade pública a que se


refere o art. 1º, o empregador poderá optar por efetuar o pagamento do adicional de um terço
de férias após sua concessão, até a data em que é devida a gratificação natalina prevista
no art. 1º da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

Parágrafo único. O eventual requerimento por parte do empregado de conversão de um


terço de férias em abono pecuniário estará sujeito à concordância do empregador, aplicável o
prazo a que se refere o caput.

Art. 9º O pagamento da remuneração das férias concedidas em razão do estado de


calamidade pública a que se refere o art. 1º poderá ser efetuado até o quinto dia útil do mês
subsequente ao início do gozo das férias, não aplicável o disposto no art. 145 da Consolidação
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

Art. 10. Na hipótese de dispensa do empregado, o empregador pagará, juntamente com


o pagamento dos haveres rescisórios, os valores ainda não adimplidos relativos às férias.

CAPÍTULO IV

DA CONCESSÃO DE FÉRIAS COLETIVAS

Art. 11. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador
poderá, a seu critério, conceder férias coletivas e deverá notificar o conjunto de empregados
afetados com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, não aplicáveis o limite
máximo de períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos previstos na Consolidação das
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

Art. 12. Ficam dispensadas a comunicação prévia ao órgão local do Ministério da


Economia e a comunicação aos sindicatos representativos da categoria profissional, de que
trata o art. 139 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1943.

CAPÍTULO V

DO APROVEITAMENTO E DA ANTECIPAÇÃO DE FERIADOS

Art. 13. Durante o estado de calamidade pública, os empregadores poderão antecipar o


gozo de feriados não religiosos federais, estaduais, distritais e municipais e deverão
notificar, por escrito ou por meio eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados com
antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, mediante indicação expressa dos feriados
aproveitados.

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§ 1º Os feriados a que se refere o caput poderão ser utilizados para compensação do


saldo em banco de horas.

§ 2º O aproveitamento de feriados religiosos dependerá de concordância do empregado,


mediante manifestação em acordo individual escrito.

CAPÍTULO VI

DO BANCO DE HORAS

Art. 14. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, ficam
autorizadas a interrupção das atividades pelo empregador e a constituição de regime especial
de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em favor do empregador ou do
empregado, estabelecido por meio de acordo coletivo ou individual formal, para a
compensação no prazo de até dezoito meses, contado da data de encerramento do estado de
calamidade pública.

§ 1º A compensação de tempo para recuperação do período interrompido poderá ser


feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que não poderá exceder dez horas
diárias.

§ 2º A compensação do saldo de horas poderá ser determinada pelo empregador


independentemente de convenção coletiva ou acordo individual ou coletivo.

CAPÍTULO VII

DA SUSPENSÃO DE EXIGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM SEGURANÇA E SAÚDE


NO TRABALHO

Art. 15. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa
a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares,
exceto dos exames demissionais.

§ 1º Os exames a que se refere caput serão realizados no prazo de sessenta dias,


contado da data de encerramento do estado de calamidade pública.

§ 2º Na hipótese de o médico coordenador de programa de controle médico e saúde


ocupacional considerar que a prorrogação representa risco para a saúde do empregado, o
médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização.

§ 3º O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame médico ocupacional


mais recente tenha sido realizado há menos de cento e oitenta dias.

Art. 16. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa
a obrigatoriedade de realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais
empregados, previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho.

§ 1º Os treinamentos de que trata o caput serão realizados no prazo de noventa dias,


contado da data de encerramento do estado de calamidade pública.

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§ 2º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, os treinamentos


de que trata o caput poderão ser realizados na modalidade de ensino a distância e caberá ao
empregador observar os conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades sejam
executadas com segurança.

Art. 17. As comissões internas de prevenção de acidentes poderão ser mantidas até o
encerramento do estado de calamidade pública e os processos eleitorais em curso poderão ser
suspensos.

CAPÍTULO VIII

DO DIRECIONAMENTO DO TRABALHADOR PARA QUALIFICAÇÃO

Art. 18. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o contrato de
trabalho poderá ser suspenso, pelo prazo de até quatro meses, para participação do
empregado em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo
empregador, diretamente ou por meio de entidades responsáveis pela qualificação, com
duração equivalente à suspensão contratual.

§ 1º A suspensão de que trata o caput:

I - não dependerá de acordo ou convenção coletiva;

II - poderá ser acordada individualmente com o empregado ou o grupo de empregados; e

III - será registrada em carteira de trabalho física ou eletrônica.

§ 2º O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem


natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do disposto no caput,
com valor definido livremente entre empregado e empregador, via negociação individual.

§ 3º Durante o período de suspensão contratual para participação em curso ou


programa de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios voluntariamente
concedidos pelo empregador, que não integrarão o contrato de trabalho.

§ 4º Nas hipóteses de, durante a suspensão do contrato, o curso ou programa de


qualificação profissional não ser ministrado ou o empregado permanecer trabalhando para o
empregador, a suspensão ficará descaracterizada e sujeitará o empregador:

I - ao pagamento imediato dos salários e dos encargos sociais referentes ao período;

II - às penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor; e

III - às sanções previstas em acordo ou convenção coletiva.

§ 5º Não haverá concessão de bolsa-qualificação no âmbito da suspensão de contrato


de trabalho para qualificação do trabalhador de que trata este artigo e o art. 476-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

CAPÍTULO IX

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DO DIFERIMENTO DO RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE


SERVIÇO

Art. 19. Fica suspensa a exigibilidade do recolhimento do FGTS pelos empregadores,


referente às competências de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e
junho de 2020, respectivamente.

Parágrafo único. Os empregadores poderão fazer uso da prerrogativa prevista


no caput independentemente:

I - do número de empregados;

II - do regime de tributação;

III - da natureza jurídica;

IV - do ramo de atividade econômica; e

V - da adesão prévia.

Art. 20. O recolhimento das competências de março, abril e maio de 2020 poderá ser
realizado de forma parcelada, sem a incidência da atualização, da multa e dos encargos
previstos no art. 22 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.

§ 1º O pagamento das obrigações referentes às competências mencionadas


no caput será quitado em até seis parcelas mensais, com vencimento no sétimo dia de cada
mês, a partir de julho de 2020, observado o disposto no caput do art. 15 da Lei nº 8.036, de
1990.

§ 2º Para usufruir da prerrogativa prevista no caput, o empregador fica obrigado a


declarar as informações, até 20 de junho de 2020, nos termos do disposto no inciso IV
do caput do art. 32 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e no Decreto nº 3.048, de 6 de
maio de 1999, observado que:

I - as informações prestadas constituirão declaração e reconhecimento dos créditos


delas decorrentes, caracterizarão confissão de débito e constituirão instrumento hábil e
suficiente para a cobrança do crédito de FGTS; e

II - os valores não declarados, nos termos do disposto neste parágrafo, serão


considerados em atraso, e obrigarão o pagamento integral da multa e dos encargos devidos
nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 21. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, a suspensão prevista no art. 19


ficará resolvida e o empregador ficará obrigado:

I - ao recolhimento dos valores correspondentes, sem incidência da multa e dos


encargos devidos nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990, caso seja
efetuado dentro do prazo legal estabelecido para sua realização; e

II - ao depósito dos valores previstos no art. 18 da Lei nº 8.036, de 1990.

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Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, as eventuais parcelas vincendas terão


sua data de vencimento antecipada para o prazo aplicável ao recolhimento previsto no art. 18
da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 22. As parcelas de que trata o art. 20, caso inadimplidas, estarão sujeitas à multa e
aos encargos devidos nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 23. Fica suspensa a contagem do prazo prescricional dos débitos relativos a
contribuições do FGTS pelo prazo de cento e vinte dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória.

Art. 24. O inadimplemento das parcelas previstas no § 1º do art. 20 ensejará o bloqueio


do certificado de regularidade do FGTS.

Art. 25. Os prazos dos certificados de regularidade emitidos anteriormente à data de


entrada em vigor desta Medida Provisória serão prorrogados por noventa dias.

Parágrafo único. Os parcelamentos de débito do FGTS em curso que tenham parcelas a


vencer nos meses de março, abril e maio não impedirão a emissão de certificado de
regularidade.

CAPÍTULO X

OUTRAS DISPOSIÇÕES EM MATÉRIA TRABALHISTA

Art. 26. Durante o de estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, é permitido
aos estabelecimentos de saúde, mediante acordo individual escrito, mesmo para as atividades
insalubres e para a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso:

I - prorrogar a jornada de trabalho, nos termos do disposto no art. 61 da Consolidação


das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e

II - adotar escalas de horas suplementares entre a décima terceira e a vigésima quarta


hora do intervalo interjornada, sem que haja penalidade administrativa, garantido o repouso
semanal remunerado nos termos do disposto no art. 67 da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

Art. 27. As horas suplementares computadas em decorrência da adoção das medidas


previstas nos incisos I e II do caput do art. 26 poderão ser compensadas, no prazo de dezoito
meses, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública, por meio de banco
de horas ou remuneradas como hora extra.

Art. 28. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória, os prazos processuais para apresentação de defesa e recurso no
âmbito de processos administrativos originados a partir de autos de infração trabalhistas e
notificações de débito de FGTS ficam suspensos.

Art. 29. Os casos de contaminação pelo coronavírus (covid-19) não serão considerados
ocupacionais, exceto mediante comprovação do nexo causal.

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Art. 30. Os acordos e as convenções coletivos vencidos ou vincendos, no prazo de


cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, poderão ser
prorrogados, a critério do empregador, pelo prazo de noventa dias, após o termo final deste
prazo.

Art. 31. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória, os Auditores Fiscais do Trabalho do Ministério da Economia atuarão
de maneira orientadora, exceto quanto às seguintes irregularidades:

I - falta de registro de empregado, a partir de denúncias;

II - situações de grave e iminente risco, somente para as irregularidades imediatamente


relacionadas à configuração da situação;

III - ocorrência de acidente de trabalho fatal apurado por meio de procedimento fiscal de
análise de acidente, somente para as irregularidades imediatamente relacionadas às causas do
acidente; e

IV - trabalho em condições análogas às de escravo ou trabalho infantil.

Art. 32. O disposto nesta Medida Provisória aplica-se:

I - às relações de trabalho regidas:

a) pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, e

b) pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; e

II - no que couber, às relações regidas pela Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de


2015, tais como jornada, banco de horas e férias.

Art. 33. Não se aplicam aos trabalhadores em regime de teletrabalho, nos termos do
disposto nesta Medida Provisória, as regulamentações sobre trabalho em teleatendimento
e telemarketing, dispostas na Seção II do Capítulo I do Título III da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452.

CAPÍTULO XI

DA ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO DO ABONO ANUAL EM 2020

Art. 34. No ano de 2020, o pagamento do abono anual de que trata o art. 40 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, ao beneficiário da previdência social que, durante este ano,
tenha recebido auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-
reclusão será efetuado em duas parcelas, excepcionalmente, da seguinte forma:

I - a primeira parcela corresponderá a cinquenta por cento do valor do benefício devido


no mês de abril e será paga juntamente com os benefícios dessa competência; e

II - a segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual e o


valor da parcela antecipada e será paga juntamente com os benefício da competência maio.

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Art. 35. Na hipótese de cessação programada do benefício prevista antes de 31 de


dezembro de 2020, será pago o valor proporcional do abono anual ao beneficiário.

Parágrafo único. Sempre que ocorrer a cessação do benefício antes da data


programada, para os benefícios temporários, ou antes de 31 de dezembro de 2020, para os
benefícios permanentes, deverá ser providenciado o encontro de contas entre o valor pago ao
beneficiário e o efetivamente devido.

CAPÍTULO XII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 36. Consideram-se convalidadas as medidas trabalhistas adotadas por


empregadores que não contrariem o disposto nesta Medida Provisória, tomadas no período
dos trinta dias anteriores à data de entrada em vigor desta Medida Provisória.

Art. 37. A Lei nº 8.212, de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 47. ..........................................................................................................

........................................................................................................................

§ 5º O prazo de validade da certidão expedida conjuntamente pela Secretaria Especial


da Receita Federal do Brasil e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da
Economia, referente aos tributos federais e à dívida ativa da União por elas administrados, será
de até cento e oitenta dias, contado data de emissão da certidão, prorrogável,
excepcionalmente, em caso de calamidade pública, pelo prazo determinado em ato conjunto
dos referidos órgãos.

.................................................................................................................” (NR)

Art. 38. A Lei nº 13.979, de 2020, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º ........................................................................................................

......................................................................................................................

§ 6º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e


da Infraestrutura disporá sobre a medida prevista no inciso VI do caput.

§ 6º-A O ato conjunto a que se refere o § 6º poderá estabelecer delegação de


competência para a resolução dos casos nele omissos.

........................................................................................................” (NR)

Art. 39. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de março de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

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Paulo Guedes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 22.3.2020 - Edição extra- L

NOTA TÉCNICA SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 927/2020

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (MPT), no exercício das suas


atribuições estatuídas no art. 127 da Constituição da República de 1988 e
nos arts. 5º, III, “e”, 6º, XX, 83, V, e 84, caput, da Lei Complementar nº
75/93, expede a presente Nota Técnica sobre a Medida Provisória nº
927/2020. Objeto desta Nota Técnica: Medida Provisória nº 927, de 22 de
março de 2020, que “dispõe sobre as medidas trabalhistas para
enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus
(covid-19), e dá outras providências”.

1) Introdução

A MP 927/2020 altera a legislação trabalhista durante o período da


calamidade pública, em razão da pandemia do coronavírus, reconhecida
até 31 de dezembro de 2020, pelo Decreto Legislativo nº 6/2020.
Compreende-se a necessidade de se propor medidas para enfrentar esse
momento excepcional, preservando empregos, rendas e empresas.

Sempre com o escopo de contribuir para o debate e para o


aperfeiçoamento da norma e medidas propostas, o Ministério Público do
Trabalho se junta aos esforços de todos entes e registra que identificou
equívocos jurídicos em alguns de seus dispositivos, que podem vir a
prejudicar o adequado enfrentamento da atual crise vivenciada, tanto no
aspecto normativo, quanto no aspecto consequencial.

Inicialmente, cabe destacar que a Convenção nº 144 da Organização


Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, prestigia consulta
tripartite entre representantes do governo, empregadores e

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trabalhadores (art. 2º, item 1 c/c art. 5º, item 1, “b”) em caso de edição de
normas sobre assuntos relacionados com as atividades da OIT, hipótese da
MP 927/2020.

Assim, o diálogo social, ainda que de modo célere e desburocratizado,


poderá se constituir em instrumento importante para se alcançar os
objetivos da norma.

2) Dos limites jurídicos do acordo individual escrito (art. 2º)

O art. 2º da MP 927/2020 prevê que “durante o estado de calamidade


pública a que se refere o art. 1º, o empregado e o empregador poderão
celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir a permanência do
vínculo empregatício, que terá preponderância sobre os demais
instrumentos normativos, legais e negociais, respeitados os limites
estabelecidos na Constituição”.

Autoriza-se, assim, que o acordo escrito entre empregado e empregador


se sobreponha às convenções e acordos coletivos e até mesmo à lei,
ressalvados apenas os limites constitucionais.

O Ministério Público do Trabalho tem total sensibilidade com a situação


gravíssima por que passa o Brasil - e boa parte do mundo - diante da
pandemia de COVID-19.

Contudo, entende que mesmo esse quadro excepcional não pode


autorizar a inversão do ordenamento jurídico para que as negociações
entre trabalhador e empregador estejam acima de normas coletivas e da
própria lei.

No plano jurídico, é importante frisar que o art. 7º, caput, da Constituição


Federal, ao elencar os direitos fundamentais de trabalhadores urbanos e
rurais, admite a previsão de outros direitos por meio de leis, tratados e
atos infralegais, desde que “visem à melhoria de sua condição social”.

Como consequência, acordos coletivos ou individuais apenas podem


prevalecer sobre as leis quando mais benéficos do que estas e não violem
disposições de ordem pública, a exemplo das relativas à saúde e
segurança no trabalho.

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Observa-se que o patamar atribuído ao trabalho humano pela ordem


constitucional é tão elevado, que ela erigiu o “valor social do trabalho” a
fundamento da República Federativa do Brasil, a “valorização do trabalho
humano” a uma das bases da Ordem Econômica (art. 170, caput) e o
“primado do trabalho” a base da Ordem Social (art. 193).

Além disso, consagrou os princípios da “justiça social” (arts. 173 e 193) e


da “prevalência dos direitos humanos” (art. 4º, II).

A Constituição também prevê os direitos fundamentais à “irredutibilidade


do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo” (art. 7º, VI)
– não admitindo acordos individuais para esse fim –, ao “reconhecimento
dos acordos e convenções coletivas de trabalho” (art. 7º, XXVI) e à
sindicalização (art. 8º).

Lei ou medida provisória, por conseguinte, não podem autorizar supressão


de convenções ou acordos coletivos mediante ajustes individuais entre
patrões e empregados, sob pena de inconstitucionalidade.

3) Da segurança e saúde no trabalho (arts. 3º, VI, e 17)

Há equívoco na permissão genérica concedida pelo art. 3º, VI, da MP nº


927/2020, para suspensão, por iniciativa dos empregadores, “de
exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho”.

As normas regulamentadoras da saúde, segurança, higiene e conforto no


ambiente de trabalho são de ordem pública, ou seja, inafastáveis pela
vontade das partes, e imprescindíveis para a prevenção de doenças e
acidentes, bem como para a garantia de condições minimamente dignas
de trabalho.

Entre os riscos por elas evitados, destacam-se, justamente, os biológicos, a


exemplo de exposições ocupacionais ao coronavírus.

Em período de pandemia, por conseguinte, a observância de regras de


saúde deve ser fortalecida, uma vez que o seu afastamento indiscriminado
terá como poderá ter como repercussão o aumento do número de óbitos
e de adoecimentos de trabalhadores, sobretudo nos serviços de saúde,
que podem receber pacientes acometidos pela COVID-19.

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A referida previsão da medida provisória, se mantida, pode violar direitos


fundamentais consagrados na Constituição da República, dentre os quais
os direitos à vida, segurança, saúde, função social da propriedade, bem-
estar social e redução dos riscos inerentes ao trabalho, estatuídos nos
seus arts. 5º, caput, III e XXII, 6º, 7º, caput e XXII, 170, 193 e 196.

Ofende, igualmente, o princípio da prevenção, consignado nos arts. 225 e


200, VIII, da Constituição, os quais preveem a responsabilidade de todos,
inclusive do Poder Público, quanto à garantia de um meio ambiente
equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, nele compreendido o
meio ambiente do trabalho.

O dever de manutenção do meio ambiente laborativo seguro e saudável,


com condições justas e favoráveis de trabalho, decorre também da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 (arts. III e XXIII), assim
como de grande quantidade de tratados internacionais ratificados pelo
Estado Brasileiro, a exemplo do Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais da ONU, de 1966 (arts. 7°, caput e “b”, e
12, 2, “b”), do Protocolo de San Salvador (art. 7, “e”) e da Convenção nº
155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual versa sobre
“segurança e saúde dos trabalhadores”. O art. 3º, VI, da MP 927/2020,
nesse sentido, padece de inconstitucionalidade.

Em última análise, deve ter sua aplicabilidade restrita às medidas


expressamente indicadas nos arts. 15 a 17 da MP, não se admitindo a
suspensão generalizada de exigências administrativas em segurança e
saúde no trabalho.

Quanto ao mencionado art. 17, especificamente, este dispõe que “as


comissões internas de prevenção de acidentes poderão ser mantidas até o
encerramento do estado de calamidade pública e os processos eleitorais
em curso poderão ser suspensos”.

Nesse caso, deve ser conferida interpretação restritiva, pois a manutenção


da própria Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) - que tem
papel central na orientação, fiscalização e cobrança de medidas protetivas
contra doenças e acidentes no meio ambiente de trabalho e está prevista
na Constituição da República (art. 10, II, “a”, do ADCT) – não pode ser tida

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como uma faculdade do empregador. Deve-se entender que o dispositivo


faculta a ele somente a postergação de eleições da CIPA e, assim, a
permanência dos seus membros atuais por período posterior à duração
dos mandatos, até que o processo eleitoral venha a ser retomado,
mantendo-se a obrigatoriedade da comissão.

4) Do teletrabalho (art. 4º, caput e § 5º)

O caput do art. 4º estabelece a possibilidade de o empregador alterar o


regime de trabalho da modalidade presencial para a de teletrabalho,
trabalho remoto ou outra forma de trabalho à distância, mas também
possibilita que ele convoque o trabalhador a retornar às atividades
presenciais sem qualquer formalidade ou garantia quanto à cessação do
risco que motivou o afastamento do labor presencial. Recomenda-se,
entretanto, que se esclareça, no caput do art. 4º, que a convocação para
retorno às atividades presenciais deve ser condicionada à cessação das
medidas de contenção previstas em leis ou decretos das autoridades
sanitárias, ou, caso se trate de atividade essencial, na hipótese de ser
imprescindível a prestação do trabalho de forma presencial.

Além disso, o § 5º do art. 4º, ao prever que “o tempo de uso de aplicativos


e programas de comunicação fora da jornada de trabalho normal do
empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de
sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou coletivo”,
incorre em risco de tolerância de jornadas de trabalho com duração muito
superior aos limites constitucionais.

Veja-se que, ao dispor, genericamente, que o uso de aplicativos e


programas de comunicação não configura jornada ou tempo à disposição,
não se está garantindo devidamente o direito ao repouso do trabalhador.

Evidente que, na modalidade de teletrabalho ou trabalho à distância, o


controle realizado pelo empregador se dá também por meio de aplicativos
de mensagens, como Whatsapp, Telegram, Skype, e-mail, dentre outros. O
empregado, ao receber as mensagens, permanece alerta, à disposição
para responder, realizar a tarefa solicitada e prestar contas do andamento
das atividades, havendo que se respeitar a duração do trabalho disposta
no art. 7º, XIII, Constituição da República.

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5) Do limite à antecipação das férias (art. 6º, § 2º)

O art. 6º, § 2º, da MP 927/2020, prevê que “empregado e empregador


poderão negociar a antecipação de períodos futuros de férias, mediante
acordo individual escrito”.

Não estabelece, porém, nenhum limite para essa antecipação. A


Constituição Federal estabelece, como direito fundamental dos
trabalhadores, o “gozo de férias anuais remuneradas” (art. 7º, XVII). Os
fundamentos que norteiam tal direito têm base biofisiológica, pois as
férias visam a resguardar a energia física e mental do trabalhador,
econômica, já que o empregado descansado tem melhores condições de
produzir mais, com melhor eficiência e qualidade, e social, visto que
possibilitam o estreitamento de vínculos familiares e comunitários.

É certo que o período de gozo de férias é aquele melhor atenda aos


interesses do empregador e que a gravidade da situação vivenciada no
país exige a adoção de medidas excepcionais.

A antecipação das férias para possibilitar que o trabalhador obedeça às


determinações sanitárias de isolamento social e confinamento residencial
é uma opção viável para respeito às medidas de contingenciamento com
manutenção dos vínculos de emprego.

Não é razoável, porém, a ausência de qualquer limitação à possibilidade


de antecipação de férias de períodos futuros mediante acordo individual
escrito, conforme §2º do art. 6º da MP, já que a periodicidade anual está
intrinsicamente ligada a esse direito, permitindo que cumpra suas
finalidades.

Desse modo, entende-se, com base em juízo de proporcionalidade, que


deve ser admissível a antecipação de férias, considerando-se o
reconhecimento do estado de calamidade pública até 31 de dezembro de
2020, mas com limites que também preservem a necessidade de gozo
anual de férias para os períodos futuros.

6) Dos limites para jornadas de profissionais de saúde (art. 26)

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O Ministério Público do Trabalho entende que vivemos um momento


excepcional decorrente da pandemia e reconhece a necessidade de maior
atuação e intervenção dos profissionais de saúde.

Todavia, por força do 7º, XIII, da Constituição da República, e,


principalmente, em razão de risco de adoecimentos, acidentes e mortes
por exaustão desses profissionais, assim como do risco de erros, com
danos aos pacientes, entende importante observar os limites legais de
duração das jornadas de trabalho e do gozo dos intervalos para descanso
em favor dos profissionais de saúde, eis que o elastecimento das jornadas,
mediante prorrogação

(I) e escalas de horas suplementares

(II), na forma da MP 927/2020, ensejará situações de graves prejuízos aos


profissionais da saúde submetidos a jornadas extenuantes de trabalho,
mas também à prestação dos serviços de saúde à coletividade, cuja
qualidade é imprescindível para a contenção da pandemia.

7) Do afastamento da configuração da COVID-19 como doença


ocupacional (art. 29)

No seu art. 29, a MP nº 927/2020, estipula que “os casos de contaminação


pelo coronavírus (covid-19) não serão considerados ocupacionais, exceto
mediante comprovação do nexo causal”.

Essa redução pode prejudicar principalmente profissionais da saúde, já


que teriam o ônus de comprovar a origem exata da fonte de
contaminação pelo coronavírus, mesmo que estejam diariamente
expostos a esse risco em seu ambiente de trabalho.

Cumpre destacar que o art. 169 da CLT determina a emissão da


comunicação de acidente do trabalho (CAT) mesmo em caso de suspeita
de relação causal entre a doença e o trabalho, justamente porque há
hipóteses em que o risco está fortemente presente na atividade. A MP
afasta essa previsão da CLT.

Ademais, a não emissão de CAT em caso de suspeita de nexo entre o


trabalho e adoecimentos gera subnotificação e prejudica estatísticas e o

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monitoramento das doenças no ambiente laborativo e,


consequentemente, dificulta o planejamento de medidas preventivas de
contaminações, violando os arts. 5º, caput, III e XXII, 6º, 7º, caput e XXII,
170, 193, 196, 200, VIII, e 225 da Constituição. Em caso de manutenção
integral das regras definidas pelos arts. 29 e 26 (comentado acima),
poder-se-ia, indiretamente, desestimular atendimentos médicos e
prejudicar a prestação de serviços de saúde durante os períodos de
quarentena ou isolamento.

8) Da p rorrogação de normas coletivas a critério do empregador (art. 30)

O art. 30 da MP 927/2020 dispõe que normas coletivas podem ser


prorrogadas a critério exclusivo do empregador.

As relações coletivas de trabalho têm como principais atores os sindicatos


de trabalhadores e as empresas e suas representações sindicais, que
personificam interesses setoriais da economia e das categorias
profissionais, instrumentalizados, essencialmente, nas convenções e
acordos coletivos de trabalho.

Por essa razão, a Constituição da República não apenas assegurou, como


direito fundamental, o reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho (art. 7º, XXVI), mas também estabeleceu a
obrigatoriedade da participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho (art. 8º, VI).

Em meio à pandemia, o fomento à negociação coletiva como instrumento


para garantia de emprego e mitigação da transmissão do novo coronavírus
não pode ser descartado para fins de atingimento de soluções criativas
para problemas econômicos e sanitários setoriais.

A redação do art. 30, desestimula a negociação coletiva, facultando aos


empregadores, unilateralmente, a prorrogação da vigência de normas
coletivas potencialmente anacrônicas, bem como viola o comando
constitucional que determina a obrigatoriedade da participação dos
sindicatos nas negociações coletivas e seus instrumentos normativos
resultantes, motivo pelo qual tal dispositivo deve ser suprimido ou
modificado para se adequar ao ordenamento jurídico.

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9) Da restrição à atuação da fiscalização federal trabalhista (art. 31)

O art. 31 da MP 927/2020 restringe a atuação da fiscalização federal


trabalhista em temas essenciais nesse contexto da pandemia.

Nos seus termos, por 180 dias contados da data de entrada em vigor da
MP 927/2020, os auditores-fiscais do Trabalho não poderão impor multas
para a grande maioria de infrações trabalhistas detectadas, devendo agir,
como regra, de maneira orientativa, salvo quanto aos aspectos da falta de
registro de empregados (e, ainda assim, somente a partir de denúncias),
situações de grave e iminente risco, acidentes de trabalho fatais (e não,
por exemplo, acidente de trabalho graves, que ensejem mutilações,
amputações ou internamento hospitalar) e para ocorrências de trabalho
escravo contemporâneo ou de trabalho infantil.

Observa-se, assim, que a disposição do art. 31 da MP 927/2020 pode


colidir com a ordem constitucional pela supressão de competências
essenciais da atividade de fiscalização trabalhista nesse momento, tais
como situações agravadas pelo estado de calamidade pública,
especialmente em atividades essenciais à contenção da epidemia e que
demandarão fiscalização com autuação e adoção de medidas cautelares,
para garantir, por exemplo, a adoção de medidas de controle de riscos
ocupacionais, o uso efetivo dos equipamentos de proteção individual, e a
inibição da prática de jornadas de trabalho extenuantes.

10) Conclusão

Por todo o exposto, o Ministério Público do Trabalho entende que a


norma em comento pode ser aperfeiçoada e, para tanto, oferece os
presentes argumentos jurídicos e fáticos que alicerçam o seu
posicionamento, sem prejuízo de nova manifestação em relação aos
demais dispositivos da Medida Provisória 927/2020.

Brasília, 28 de março de 2020.

ALBERTO BASTOS BALAZEIRO Procurador-Geral do Trabalho MÁRCIO


AMAZONAS CABRAL DE ANDRADE Secretário de Relações Institucionais
TADEU HENRIQUE LOPES DA CUNHA Coordenador Nacional
Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho

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ANA LUCIA STUMPF GONZALEZ Vice Coordenadora Nacional


Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e
Eliminação da Discriminação no Trabalho CAROLINA DE PRÁ CAMPOREZ
BUARQUE Vice-Coordenadora Nacional Coordenadoria Nacional de
Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho ITALVAR FILIPE DE PAIVA
MEDINA Vice-Coordenador Nacional Coordenadoria Nacional de
Erradicação do Trabalho Escravo LUCIANA MARQUES COUTINHO
Documento assinado eletronicamente por múltiplos signatários em
28/03/2020, às 23h09min40s (horário de Brasília). Endereço para
verificação:
https://protocoloadministrativo.mpt.mp.br/processoEletronico/consultas/
valida_assinatura.php?m=2&id=4581563&ca=5ATCK19R5BXGHZC4
Ministério Público da União Ministério Público do Trabalho Procuradoria-
Geral do Trabalho Vice Coordenadora Nacional Coordenadoria Nacional
de Combate à Exploração do Trabalho.

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