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Universidade Estadual Paulista - UNESP

“Júlio de Mesquita Filho”


Faculdade de Ciências
Departamento de Educação Física

A importância da preparação tática no


desempenho técnico em equipes de voleibol

Alexandre Kolbe

Bauru – 2006
Alexandre Kolbe

A importância da preparação tática no


desempenho técnico em equipes de voleibol

Monografia apresentada ao
Departamento de Educação Física da
Faculdade de Ciências da Universidade
Estadual Paulista – UNESP - “Júlio de
Mesquita Filho”, campus de Bauru, para
conclusão parcial do curso de
Licenciatura Plena em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Milton Vieira do Prado Júnior

Bauru – 2006
Dedico este trabalho aos meus pais,Ana
Maria e Edwin Kolbe, pois me ajudaram desde
o princípio, com todo apoio de dedicação.
Também agradeço a todos que me ajudaram
nesses 4 anos de faculdade, entre eles meus
irmãos Marcos e Matias.
AGRADECIMENTOS

Queria começar agradecendo minha família, mãe, pai, irmãos, avó, tio, tia,

primos, todos aqueles que de alguma maneira, ou me distraindo quando voltava

pra casa, ou me ligando, ou somente conversando comigo pelo computador, me

deram tranqüilidade, conselhos, carinho e dinheiro para continuar na batalha. Com

isso ajudaram a deixar marcado esses 4 anos na minha memória.

Outra pessoa que também preciso destacar aqui, é meu professor e

orientador Milton, ele com toda sua paciência, dedicação e acima de tudo

inteligência me ajudou muito nesse processo, ainda mais nos últimos meses.

Logicamente, o pessoal da República Teuku não poderia faltar. Marcelo,

Caião, Renzo, Tiago (BIXO), Cabrito, Lucão e o Piruka (Otavio). Convivemos 3

anos, com muita alegria, festa, diversão, e alguns arranca rabos!Mas sempre com

muito respeito..e algumas latinhas de cerveja!

Não posso esquecer do pessoal que conviveu comigo esses 4 anos na

faculdade, o pessoal da sala. Após muitas festas, churrascos, aniversários,

reuniões e tudo mais sempre um tentava ajudar o outro no que podia. Não quero

citar um por um, pois não quero esquecer de ninguém, mas com certeza todos

foram muito importante para mim.

Por fim, agradecer a todos meus amigos, pois sempre estavam a

disposição quando eu precisava. E também a algumas pessoas que infelizmente

não tenho mais contatos, mas que sabem que me ajudaram e muito.

Muito obrigado a todos que me ajudaram! Faculdade: VALEU, FOI BOM,

ADEUS!
Sumário

LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................................... i

LISTA DE QUADROS..................................................................................................... ii

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... iii

RESUMO ........................................................................................................................ iv

1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................1

2 – OBJETIVO..........................................................................................................4

3 – REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................5

3.1 – O jogo de voleibol..................................................................................... 5

3.2 – Os fundamentos e as técnicas do voleibol ................................................9

3.3 – Os sistemas táticos .................................................................................13

3.4 – As categorias, o nível técnico dos jogadores e os sistemas de jogo...... 16

3.5 – Estudo realizado enfocando o voleibol ....................................................18

4 – METODOLOGIA ..............................................................................................21

4.1 – Sujeitos ......................................................................................................21

4.2 – Procedimentos ...........................................................................................21

4.3 – Análise de dados ........................................................................................22

5 – RESULTADO E DISCUSSÃO .........................................................................23

6 – CONCLUSÃO...................................................................................................35

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................37
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação do número de pontos no set das equipes perdedoras,

masculino e feminino..........................................................................................23

Gráfico 2 – Porcentagem das variações de ataque............................................30

Gráfico 3 – Porcentagem dos acertos e erros na defesa....................................31


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Média de pontos e desvio padrão nas habilidades ataque, saque e

bloqueio................................................................................................ 24

Quadro 2 - Identificação dos sistemas táticos utilizados pelas equipes masculinas

e femininas........................................................................................... 26

Quadro 3 – Comparação da média e desvio padrão do total de ocorrências e os

erros entre as equipes vencedoras e perdedoras, por técnica......... 28


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama com as dimensões da área de jogo de uma equipe. ...............7

Figura 2 – Posição dos jogadores na quadra..............................................................8

Figura 3 – Ilustração dos fundamentos e técnicas envolvidas em um rally do jogo

de voleibol............................................................................................... 13
RESUMO

O voleibol, atualmente vem se tornando um esporte cada vez mais popular e


transformando numas das paixões nacionais. Desta forma, o interesse em
conhecer as características do jogo e de seus praticantes vem aumentando entre
os professores, técnicos e pesquisadores da área. Nosso estudo tem por objetivo
analisar a organização tática de equipes de voleibol, masculino e feminino, em
uma competição em nível regional do Estado de São Paulo. Além disso, relacionar
a tática com o desempenho técnico dos jogadores da equipe. Analisamos 20 sets,
destes 10 foram com equipes masculinas e 10 com equipes femininas na
categoria sub - 21. Para facilitar a comparação, separamos em dois grupos, os
vencedores e os perdedores. Comparando os erros totais das estatísticas
analisadas, encontramos diferença significativa, anotando que as equipes
vencedoras erram menos. Ao compararmos cada estatística, encontramos
algumas diferenças significantes, são elas: equipes vencedoras realizaram mais
recepções e mais saques e também obtiveram menor erro nos levantamentos e
nos bloqueios. Quanto ao sistema tático, a maioria das equipes utilizou o sistema
5x1 com líbero. Observando que muitos técnicos utilizam o sistema 5x1 por ele ser
utilizado em equipes de alto nível, a análise dos fundamentos técnicos é de vital
importância para o melhor desempenho da equipe, tanto físico, técnico ou tático.
1 – INTRODUÇÃO

A Educação Física Escolar nos possibilita praticar várias atividades, jogos e

brincadeiras. Com ela podemos desenvolver habilidades motoras e capacidades

físicas, fundamentais para o desenvolvimento global dos seres humanos. Esta

atividade também, de preparar os seres humanos para a prática de habilidades

específicas, como por exemplo, a prática desportiva.

A Educação Física sempre fez parte das vivências pessoais durante a fase

escolar o que me levou a escolher esta área como futura profissão. As

modalidades esportivas sempre foram as atividades de preferência tanto para a

prática pessoal como para acompanhar competições em nível amador, juvenil e

profissional dos esportes, principalmente o vôlei, o futebol e o basquete.

Com a prática e o conhecimento teórico adquirido durante a formação,

conseguimos ampliar os conhecimentos sobre a aprendizagem, aperfeiçoamento

e treinamento dos diferentes esportes. O voleibol, por tê-lo praticado, foi a

modalidade que mais identifiquei e será o foco deste estudo.

O voleibol, atualmente vem se tornando um esporte cada vez mais popular

e transformando-se numas das paixões nacionais. Desta forma, o interesse em

conhecer as características do jogo e de seus praticantes vem aumentando entre

os professores, técnicos e pesquisadores da área.

As questões que surgem quando queremos estudar o voleibol é: como o

jogador tem evoluído na sua habilidade técnica e na preparação física? Quais

modificações surgiram na tática do jogo? Como ocorre o processo de

aprendizagem desta modalidade?


Quando iniciamos a investigação em uma modalidade encontramos autores

tais como Ribeiro (2004), Bojikian (1999) e Borsari (2001), que apresentam

claramente o histórico do esporte, o objetivo, a dinâmica do jogo, as alterações

que ocorreram nos últimos anos, tanto em nível técnico e tático quanto da

preparação física dos jogadores de voleibol. Neste estudo estaremos enfocando

prioritariamente a organização tática desta modalidade.

A preparação tática é definida por Ribeiro (2004) como o comportamento

adotado por uma equipe em um determinado momento do jogo. Sendo que esta

pode ser dividida em tática individual e coletiva, que necessita de um ótimo

desempenho técnico dos jogadores em relação aos fundamentos do jogo de

voleibol: saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa.

Entendendo que este tipo de preparação envolve a definição do

posicionamento dos jogadores em quadra em ações de ataque e defesa, podemos

afirmar que ao assistirmos um jogo estamos constantemente observando este

confronto tático das equipes, sempre com o objetivo de colocar a bola na quadra

adversária, finalizando um ponto, objetivo principal desse esporte.

A evolução técnico-tática de uma equipe não surge de imediato. Dentro do

processo pedagógico do ensino deste esporte verificamos que a evolução tática

esta diretamente associada ao desempenho técnico dos jogadores. Portanto uma

equipe com jogadores, com baixo nível técnico, não poderá utilizar sistemas

táticos mais complexos, visto que tais sistemas dependem da precisão e

constância no nível de execução dos jogadores, o que não verificamos nos

aprendizes.
Fruto desta preocupação a questão que surge para o estudo é: quais são

os sistemas táticos utilizados por diferentes equipes? A escolha do sistema tático

da equipe está de acordo com o nível de desempenho dos jogadores?

Estimulados por estas questões decidimos ir a campo para analisar a

organização tática das equipes, masculinas e femininas, participantes de uma

competição oficial da Secretária de Esportes e Cultura do Estado de São Paulo. A

partir da análise da filmagem dos sets, observamos os sistemas ofensivos e

defensivos, bem como relacionamos ao resultado da equipe no set observado,

vencedor ou perdedor. Assim, pudemos também relacionar com o desempenho

técnico dos jogadores da equipe e se estes estavam condizentes com a meta da

organização tática.
2 - OBJETIVO

O presente estudo teve por objetivo analisar a organização tática de

equipes de voleibol, masculino e feminino, em uma competição em nível regional

do Estado de São Paulo. Além disso, relacionar a tática com o desempenho

técnico dos jogadores da equipe.


3 - Revisão de Literatura

3.1 – O jogo de voleibol

Como diz Bojikian (1999), o voleibol surgiu na Associação Cristã de Moços

de Holyoke, Massachussets-EUA através do diretor da divisão de Educação Física

William G. Morgan. A idéia era proporcionar a prática de atividade física para um

grupo de pessoas, sem contato físico.

Borsari (2001), relatando a criação do esporte voleibol aponta que para

William Morgan, o basquete é um esporte de muito contato físico e seus alunos,

que já eram de idade mais avançada, precisavam de uma atividade mais suave,

porém, com muita movimentação. Inspirado no tênis, foi colocada uma rede com

altura de 1,83m e os jogadores teriam que tocar a bola por cima da rede, com

movimentos de voleio (RIBEIRO, 2004). Para que todos executassem o saque, foi

determinado um rodízio, o qual aplicava que todos deveriam passar pela zona de

saque onde este seria efetuado (BORSARI & SILVA, 1975).

Para a difusão do esporte, foram feitas apresentações formais e também

começaram a praticá-lo em recintos abertos. A introdução do jogo de voleibol em

alguns países, pelos militares, também ajudou para que todos o conhecessem

(RIBEIRO, 2004).

Com toda esta difusão, começaram a surgir Federações que serviram para

organizar o desporto, para que estas instituições regulamentassem e criassem

regras e competições oficiais.


Porém, com a criação de competições, o objetivo do jogo foi alterando

(SHONDELL, 2005). No início da prática, o objetivo era manter a bola em jogo,

através de voleio, o máximo tempo possível. Com as competições, o objetivo

passou a ser colocar a bola no chão do time adversário marcando ponto e assim,

criando a disputa entre as equipes. Com esta alteração tornou-se fundamental

para uma equipe a preparação técnica do jogador e a elaboração de estratégias

táticas coletivas para que se ganhe o ponto, ou seja, foram sendo criadas jogadas

para fazer o ponto. Isso implicou em uma evolução tanto técnica como tática

(RIBEIRO, 2004).

Borsari (2001) argumenta que a partir desta fase de prática do esporte

foram definidas regras visando difundir a prática por todos os continentes. Estas

regras, algumas mantidas até os dias de hoje, caracterizam o esporte voleibol. Por

exemplo, a definição da área de jogo, do número de jogadores em quadra e o

número de toques/voleio na bola que é permitido pela equipe.

A área de jogo é de 18 metros de comprimento por 9 metros de largura,

dividida ao meio em seu comprimento por uma rede. Portanto, a área de jogo de

uma equipe consiste em 9 metros de comprimento e de largura. Sendo que, no

comprimento existe uma linha demarcada três metros afastados da rede, que

define: a zona de ataque e a zona de defesa (GUILHERME, 1979 e BORSARI &

SILVA, 1975). Tais dimensões podem ser observadas na Figura 1.


3

m
e Área de ataque
t
r
o
s

m
e
t Área de defesa
r
o
s

Figura 1 – Diagrama com as dimensões da área de jogo de uma equipe.

Para que se tenha um maior desempenho dos jogadores e estes consigam

o objetivo de fazer o maior número de pontos na partida, foi definido que o número

máximo de jogadores em quadra seriam seis (6), e que eles poderiam dar no

máximo três (3) toques para passar a bola ao adversário. Estes jogadores foram

distribuídos da seguinte forma na área de jogo: três jogadores na área de ataque e

três jogadores na área de defesa. O posicionamento é definido inicialmente e a

cada disputa de ponto estes jogadores realizam a troca de posição no sentido

horário (SOUZA, 1996). A Figura 2 demonstra esta disposição dos jogadores,

numerada de 1 a 6 no sentido anti-horário


Figura 2 – Posição dos jogadores na quadra

O objetivo do jogo é fazer com que a bola toque o solo da quadra adversária

marcando um ponto. O jogo é subdividido em “sets” de 25 pontos. Atualmente, em

competições oficiais o jogo deverá disputado em melhor de 5 sets, onde os 4

primeiros são marcados até 25 pontos corridos (sem vantagem) e o 5º set até 15

pontos também em pontos corridos, tendo que haver sempre a vantagem de 2

pontos pelo menos para que uma equipe vença o set (RIBEIRO, 2004). Para jogos

não oficiais ou dependendo das regras da competição é possível observamors

jogos de 3 sets, sendo que os dois primeiros serão de 25 pontos e, se necessário,

haverá um set de desempate de 15 pontos, seguindo os mesmos critérios de

pontuação dos jogos de 5 sets.

Para melhor alcançar o objetivo do jogo, é necessária também uma boa

execução dos fundamentos e das técnicas específicas do esporte. (RIBEIRO,

2004). Assim, no próximo tópico estaremos descrevendo os fundamentos e

relacionando os mesmos com a forma de aplicação na técnica do esporte.


3.2 – Os Fundamentos e as Técnicas do voleibol

A American Sport Educacion Program (ASEP) (1999) aponta que os

fundamentos do jogo são o: saque, manchete, toque, cortada e bloqueio. O saque

além de colocar a bola em jogo pode ser utilizado como uma tática individual do

atleta dependendo do seu nível de habilidade ou da equipe que esta enfrentando e

por isso pode ser um caminho eficaz para um time marcar pontos rapidamente. Há

três tipos de saque, o saque por baixo, por cima e o saque viagem, que se

diferencia do saque por cima por ser feito em suspensão (RIBEIRO, 2004).

A manchete normalmente é usada para recepcionar saques e defender

ataques e para recuperar bolas que estejam abaixo da linha da cintura do jogador.

Normalmente é vista como uma técnica de transição entre a defesa e a

preparação do ataque. Portanto, sendo bem executada favorecerá, o ataque, pois

proporcionará ao levantador uma boa qualidade no passe favorecendo-o no

levantamento (RIBEIRO, 2004).

O toque, passe por cima da cabeça, é usado em bolas altas e lentas. É

também utilizado por levantadores por ser um mais preciso do que a manchete. A

cortada é a finalização do ataque, normalmente é por ela que a equipe consegue

marcar seu ponto (ASEP, 1999).

O bloqueio tem duas funções, pode ser tanto de ataque como de defesa, ou

seja, o bloqueio é utilizado para impedir que o atacante adversário consiga

executar o ataque, fazendo com que a bola retorne para a quadra do atacante.

Esta habilidade também pode ser considerada como uma ação defensiva no qual

ele servirá para amortecer um ataque facilitando a defesa de seu time (ASEP,

1999).
Esses fundamentos são extremamente importantes e, na maioria das

vezes, exaustivamente treinados para que as técnicas do voleibol sejam

executadas da melhor maneira possível e, assim, o objetivo da equipe seja

alcançado.

,As técnicas do voleibol são saque, recepção, levantamento, ataque,

bloqueio, cobertura, defesa e contra-ataque. Na verdade, essas técnicas estão

relacionadas com os fundamentos do jogo. O saque é utilizado para dificultar a

recepção adversária, para que o passe não seja executado de forma correta,

fazendo com que a ação de ataque também saia prejudicada. As principais

características do saque no voleibol moderno são: precisão, potência, regularidade

e irregularidade da trajetória. (RIBEIRO, 2004).

Na recepção, o fundamento mais utilizado é a manchete, por ter que

suportar uma força maior provinda do saque, estes vindo muitas vezes abaixo da

linha da cintura. Por ser o primeiro passe, a qualidade da recepção influirá

decisivamente na construção do ataque. Desta forma, o treinamento

individualizado desta habilidade, combinado com o saque e o levantamento, é de

extrema importância para a preparação de uma equipe e seu desempenho no jogo

(RIBEIRO, 2004).

No levantamento, o principal fundamento utilizado pelo levantador é o

toque, por ser mais eficiente e muito mais preciso. Para que este seja efetuado de

maneira correta, existem princípios como o domínio da técnica do toque e suas

variações (BOJIKIAN, 1999). Além disso, o levantador tem que realizar

deslocamentos rápidos a fim de conseguir uma boa postura diante da bola e a

manutenção do equilíbrio do corpo em qualquer circunstância, para que não


comprometa a execução do levantamento, que normalmente é realizado a partir

de um salto, visando aumentar a velocidade do jogo. Rocha (2000), em seu

estudo, ao destacar a importância do saltar, notou que o levantador, devido a sua

função no jogo, é o componente da equipe que mais executa o salto como forma

de preparação do ataque.

O ataque consiste no golpe decisivo, aquele que normalmente decide o

“rally”, e tem como principal golpe a cortada. Porém, identificamos nas equipes

variações quanto à execução deste fundamento visando dificultar a defesa da

equipe adversária e colocar a bola no chão (BORSARI & SILVA, 1975).

Taticamente, esta técnica pode ser utilizada com um golpe suave, a bola largada,

que visa enganar o defensor adversário. Para Rocha (2000), o saltar é o

componente decisivo na execução desta habilidade, pois adquirir uma boa altura e

de forma equilibrada é fundamental.

O bloqueio consiste em formar uma barreira próxima e acima da rede,

contra o ataque adversário (BORSARI & SILVA, 1975). O bloqueio e o ataque

realizam um jogo à parte, com o bloqueador lutando contra a velocidade, a força e

a imaginação do atacante, e tentando superá-lo em uma situação adversa. Esta

técnica pode ser realizada individualmente, em dupla ou por três jogadores.

Jogadores estes que estão na zona de ataque e assim, podem saltar próximo a

rede e buscar interceptar a bola atacada pelo adversário (ROCHA, 2000;

BORSARI, 2001).

O contra-ataque surge através de uma boa defesa ou de uma ação de

cobertura eficaz, estes sendo feitos, a equipe terá a oportunidade de abrir

vantagem no placar, por ter recuperado a posse de bola e na transição voltar a


atacar a equipe. São jogadas rápidas e que proporcionam uma emoção maior ao

jogo.

Ribeiro (2004) confirma a importância da defesa, pois constata que cada

vez que a equipe realiza uma defesa, o adversário deixa de conquistar um ponto e

sua equipe tem a oportunidade de fazer o seu. Conceituando, podemos afirmar

que a defesa é uma ação executada pelos jogadores sobre a bola com a

finalidade de impedir que esta, atacada pelo time adversário, caia no campo da

equipe defensora ou de recuperar as bolas atingidas com imperfeições por um

jogador, vindas diretamente deste ou da rede.

A cobertura será realizada pelos jogadores que não participarem do

bloqueio. Eles ficarão responsáveis pelas bolas que possam passar pelo bloqueio,

assim tendo uma importância muito grande o posicionamento destes que a

executarão.

Antes de discutirmos as variações dos sistemas táticos, precisamos

entender que em partidas de voleibol, as jogadas acontecem de uma forma cíclica.

(RIBEIRO 2004). Na Figura 3 está demonstrada a dinâmica de um “rally”, disputa

de um ponto no voleibol, nomeando cada componente e a ordem de surgimento

dos fundamentos e técnicas do jogo.

Caberá o treinador estimular a prática desses fundamentos dentro desta

dinâmica, visando o desenvolvimento técnico de seus atletas, bem como iniciar a

organização tática da equipe.


Figura 3. Ilustração dos fundamentos e técnicas envolvidas em um rally do jogo
de voleibol.

3.3 - Os Sistemas táticos

Os sistemas de jogo são 6x0, 5x1 com infiltração e líbero, 4x2, 4x2 com

infiltração e 3x3. Baiano (2005) comenta que esses sistemas, muitas vezes

chamados de sistemas de ataques, leva em consideração a forma com a qual os

atacantes e o(s) levantador(es) distribuem-se e dividem-se em quadra. “O sistema

será escolhido de acordo com as qualidades individuais dos jogadores, nível de

voleibol praticado e pretensões táticas” (BORSARI & SILVA, 1975 p. 84).


Baiano (2005) afirma que cada sistema tem sua característica. No sistema

6x0, todos farão a função tanto de levantadores como de atacantes ou defensores.

Fica evidente nesta proposta que o nível de habilidade entre os jogadores é

semelhante. Normalmente é utilizado no início da aprendizagem visando, que

todos os jogadores vivenciem todas as funções do jogo e também, porque os

jogadores não possuem um nível ótimo de desempenho. Assim, através da

variabilidade da prática, como propõe Schmidth (1993), os alunos conseguirão

apreender os fundamentos do jogo. Provavelmente os jogadores terão pouca

efetividade na cortada e utilização do bloqueio.

No sistema 3x3 há três levantadores e três atacantes posicionados de

forma intercalada. Para a aplicação deste sistema, é necessário um nível de

aprendizagem pelos praticantes maior do que a do sistema 6x0, por ser um pouco

mais complexo. Neste, o nível de habilidade é pouco diferenciado, pois já há uma

especificidade um pouco maior por já ter atletas com a função somente de

levantar e outros com função de atacar. Também tem que haver um entrosamento

entre os atletas para que as jogadas sejam efetuadas com sucesso.

No 4x2 simples há dois levantadores, que se colocam nas posições

diagonais da quadra, mais quatro atacantes (GUILHERME, 1979). Nele podemos

qualificar zonas de responsabilidades predeterminadas, em que podemos verificar

distintamente as funções dos quatro atacantes e dos dois levantadores. Com esse

sistema, há sempre um levantador na rede juntamente com dois atacantes, tendo

pelo menos um destes últimos com uma habilidade maior. Normalmente além da

diferenciação entre os cortadores e levantadores, também ocorre a especificação

entre os cortadores de ponta e meio.


Devido a uma complexidade mais elevada, este é aplicado com atletas de

nível habilidoso maior, provendo assim uma performance melhor. Por ter somente

dois levantadores, há uma especificidade maior nos atletas, não tendo mais a

visão do sistema 6x0, e sim, um maior aproveitamento individual.

No 4x2 com infiltração também há dois levantadores e eles também se

posicionam em diagonal. No entanto, o levantador que está na zona de ataque se

tornará disponível para o ataque e o que estiver na zona de defesa infiltrará, ou

seja, passará da zona em que ele está para a zona de ataque para efetuar o

levantamento. Com um nível de complexidade maior que os outros, esse sistema

é muito utilizado por jogadores mais habilidosos e treinados. Precisa ter uma

sintonia entre os atletas para que as jogadas tenham efetividade. O nível de

habilidade dos atletas deve ser muito grande, e o entrosamento entre eles tem que

ser quase que perfeito, para que as jogadas tenham efetividade.

O sistema 5x1 com infiltração, o mais utilizado hoje em dia, é uma junção

dos sistemas 4x2 simples com 4x2 com infiltração. Apesar de ter apenas um (1)

levantador, ele atua, quando está na zona de ataque, igual aos levantadores do

sistema 4x2 simples e quando está na zona de defesa igual ao sistema 4x2 com

infiltração (BAIANO, 2005). Devido as evoluções técnicas e táticas das equipes, foi

introduzido o líbero, um jogador específico para a defesa. Este jogador não pode

atacar e sacar, fazendo o rodízio somente na área de defesa e também não há

limite de substituição para ele. É o mais complexo dos sistemas e assim necessita

de jogadores habilidosos e bem treinados. É utilizado em equipes de alto nível.


3.4 - As categorias, o nível técnico dos jogadores e os sistemas de jogo.

Para dar equilíbrio entre as equipes e manter um mínimo de igualdade

foram criadas categorias dividindo os participantes por idade. Como afirma

Schmidt e Wrisberg (2001), as pessoas diferem em diversas maneiras, dentre

elas: a idade, o nível de habilidade, características corporais, entre outras.

Segundo Souza (1996), as categorias são: Pré-Mirim, Mirim, Infantil,

Infanto-juvenil, Juvenil e Adulto e elas condizem com a visão de rendimento dos

aprendizes. Assim, devemos planejar a aprendizagem do esporte respeitando as

características do indivíduo e partindo dos fundamentos mais simples para os

mais complexos.

O processo de aprendizagem motora busca, com a prática, a melhora da

execução dos fundamentos, ou seja, torná-los habilidoso. Para Schmidth (1993),

uma pessoa habilidosa consegue atingir sempre o mesmo resultado final, com a

máxima certeza e o mínimo gasto de energia. No caso do voleibol seriam os

jogadores que conseguem ter uma boa performance no levantamento, cortada,

recepção, saque, bloqueio e cobertura.

Para Magill (1984), um iniciante não consegue perceber as informações

relevantes para executar a tarefa motora, bem como organizar um padrão de

resposta eficiente às demandas do ambiente. Somente a partir da prática um

indivíduo vai aprendendo a habilidade até automatizá-la. Assim, é fundamental

organizar a prática visando a melhora nas habilidades básicas, para

posteriormente iniciarmos a preparação tática referente ao jogo.


A partir do conhecimento da habilidade dos jogadores, que tem relação com

os fundamentos, podemos pensar na utilização dos sistemas táticos de jogo para

uma melhor eficiência do time e como estes podem ser implantados nas diversas

categorias.

Muitos profissionais utilizam, o sistema 5X1 com líbero, para a organização

tática de seu time, quer seja nas equipes de treinamento ou mesmo em equipes

nas escolas. Provavelmente, isto ocorre por verem através da televisão o sucesso

que a seleção nacional faz com a aplicação deste sistema. Porém, será que este é

o melhor sistema para categorias menores, nas quais o desenvolvimento

cognitivo, motor e sensório-motor ainda não está completamente desenvolvido?

Não deveríamos nos preocupar com o desenvolvimento dos jogadores para que

eles possam ser mais completos nas categorias acima?

Para Sturm (2005), pode-se escolher o sistema ofensivo mais adequado

para a equipe a partir de sua habilidade física, nível de habilidade, conhecimento e

experiência. Avaliando sua eficácia por meio de estatística para identificar o modo

mais inteligente e eficiente de jogar ofensivamente

Hanson (2005), comenta que para um melhor desempenho de sua equipe

deve primeiro se perguntar quais os pontos fortes dela. Achando estas respostas,

deverá trabalhar em cima deles, para que a performance seja cada vez melhor.

Portanto, é importante utilizarmos diferentes estratégias táticas dependendo da

faixa etária, nível de aprendizagem e habilidade técnica.


3.5 - Estudo realizado enfocando o voleibol

Bojikian (1986) em seus estudos sobre voleibol, apontou que a prática de

voleibol tem como característica o metabolismo anaeróbio alático, sendo este bem

trabalhado, a condição dos atletas melhora, ajudando num todo, tanto no sistema

defensivo e ofensivo. Assim, a melhora na condição física dos atletas influenciará

o desempenho técnico e a participação dos mesmos no sistema tático empregado

pela equipe.

Outro autor que faz referências ao voleibol é Báfero (1990). Em seu estudo,

ele demonstra o efeito de dois tipos de treinamento no desempenho do passe e

manchete de atletas de voleibol. Utilizou a Prática Maciça, na qual o atleta executa

sessões práticas de determinada habilidade em dias consecutivos; e a Prática

Distribuída, na qual o atleta faz a pratica da habilidade em dias alternados. O autor

concluiu que não houve diferença entre os grupos, no entanto os dois grupos se

beneficiaram da prática.

Percebemos também que com a melhora de uma habilidade específica, o

passe/manchete, por exemplo, a atuação coletiva e a tática da equipe são

beneficiadas. Com certeza, a melhora de um fundamento irá interferir na execução

do outro. Assim, é esperado que, com a melhora no passe, por exemplo, aumenta

a probabilidade do ataque ser mais efetivo como afirmam Rocha e Barbanti

(2004).

Mais um fator de extrema importância para a melhora da tática da equipe é

a comunicação, Brandão (1996) estudou três elementos básicos na Seleção

Brasileira de Voleibol: as atividades, os papéis e as relações interpessoais;


buscando entender o funcionamento de um determinado grupo. A autora concluiu

que dois papéis têm relevância dentro de um grupo esportivo, o de capitão e o

técnico. As ligações emocionais positivas das pessoas que desempenham estes

papéis com os demais membros da equipe aumentam o grau de poder e respeito

do ocupante do papel, permitindo que eles transmitam informações para o grupo,

por exemplo, numa situação de queda de desempenho de um atacante, o capitão

e/ou o técnico criam uma jogada alterando o sistema tático ofensivo durante um

rodízio visando recuperar o potencial de ataque.

Segundo Moreno (1987), que estudou a incidência do ataque para um

melhor posicionamento da defesa, o melhor defensor deverá estar situado na

posição 5, defesa esquerda no fundo da quadra. Visto que, a maior incidência de

ataque deve ocorrer nesta posição, já que é comprovado que os ataques na

entrada da rede e saída de rede são os mais utilizados.

Ramos et al (2004) apontam a importância da habilidade do levantador na

distribuição das jogadas de ataque. Ao analisar as equipes finalistas da superliga

masculina de voleibol 2002/2003, percebeu que mesmo com situações parecidas

da defesa, a equipe vencedora obteve diferença significativa nos levantamentos

que foram concluídos em ataques perfeitos, a partir das jogadas. Percebemos

então que essa técnica individual auxiliou bastante a equipe vencedora, pois

possibilitou melhores condições de ataque, contribuindo assim com seu sistema

tático empregado.

Galdino (2000) realizou um estudo referente ao saque tipo tênis no voleibol,

chegando a conclusão que quanto mais treinado o atleta, melhor sua precisão no

mesmo. Indica também, que o saque deve ser visto como o primeiro ataque da
equipe. Assim, ficou comprovada a sua importância na tática ofensiva/defensiva

de uma equipe, visto que, com um bom saque, o passe adversário é prejudicado,

facilitando a leitura do ataque adversário favorecendo a ação do bloqueio ou da

recuperação da bola para um eventual contra-ataque.


4 - METODOLOGIA

4.1 – Sujeitos

Participaram do presente estudo, 10 equipes masculinas e 10 femininas de

voleibol, inscritas nos Jogos Regionais de Bragança Paulista, pertencentes à

Quarta Região Esportista do Estado de São Paulo, entre os dias 23 e 29 de julho

de 2006, com jogadores nascidos até 1985.

4.2 - Procedimentos

Os jogos que compuseram a amostra foram escolhidos aleatoriamente na

tabela da competição. Eram jogos melhor de 3 sets e foram filmados em cada jogo

a organização tática das equipes em um set, também escolhido aleatoriamente a

ordem de filmagem das equipes.

A filmagem foi realizada pelos próprios pesquisadores de um ângulo da

arquibancada do ginásio onde era possível visualizar meia quadra e a

movimentação de todos os jogadores da equipe. Vale ressaltar que nem os atletas

nem os técnicos foram informados sobre a filmagem com o objetivo de não tentar

modificar a organização tática da equipe no jogo.

Analisamos 20 sets, 10 de equipes masculinas e 10 de equipes femininas,

com 10 equipes ganhadoras (5 masculinos e 5 femininos) e 10 equipes

perdedoras (5 masculinos e 5 femininos). Foi filmado em cada set apenas uma

equipe portanto, existiram situações onde conseguimos a filmagem apenas de

uma das equipes dentro de um jogo.


4.3 - Análise de dados

A análise será qualitativa através da filmagem visando detectar os sistemas

de defesa, recepção, ataque, bloqueio e levantamento. As equipes foram

comparadas em percentual de acertos e erros entre vencedores e perdedores,

masculinos e femininos.

Realizamos também, a análise quantitativa identificando o número de

eventos (técnica) ocorridos no set pelos jogadores da equipe. Ainda calculamos o

percentual de acertos e erros de cada equipe, comparando equipes perdedoras e

vencedoras do set. Outra forma de comparação é através da média,desvio

padrão, escores mínimos e máximos. Para verificarmos se houve diferença

significativa entre os escores observados nas equipes vencedoras e perdedoras e

entre os sexos foi aplicado teste estatístico T Student com nível de significância

p<0,05.
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a análise das filmagens dividimos os escores obtidos em dois grupos:

equipes vencedoras e equipes perdedoras.

Gráfico 1 - Comparação do número de pontos no set das


equipes perdedoras, masculino e femino.

30
24
25 22 23
20 equipe 1
20 18
equipe 2
pontos

14 14
15 equipe 3
11
8 equipe 4
10
6 equipe 5
5

0
masculino feminino
equipes

A primeira forma de comparação é o número de pontos realizados pelas

equipes. Entre as vencedoras somente uma equipe masculina vencedora é que

fez 26 pontos, ou seja, foi para o desempate no set, visto que a regra atual do

voleibol aponta set de 25 pontos, sendo que quando as equipes empatam em 24

pontos, vencerá o set a equipe que abrir uma diferença de 2 pontos conforme

aponta Ribeiro (2004).

No Gráfico 1 estão representados os escores obtidos pelas equipes

perdedoras, masculinas e femininas. Verificamos que, as equipes perdedoras


masculinas obtiveram em média 13±3,74 pontos no set, inferior a média das

equipes femininas 19±7,41, o que nos levou a concluir que os jogos femininos

foram mais equilibrados e com maior número de “rallys”. Vale destacar que duas

equipes, uma masculina e uma feminina realizaram menos de 10 pontos,

demonstrando inferioridade ou física, ou técnica, ou tática ou as três juntas em

relação às demais. Bojikian (1999), Rocha (2000) e Ribeiro (2004) apontam que o

nível de preparação de uma equipe é fundamental para um bom desempenho no

jogo. Assim, quando observamos o rendimento das equipes perdedoras podemos

sugerir ampliar o treinamento dos fundamentos, das táticas e das técnicas

envolvidas no jogo de voleibol.

Em relação aos pontos conquistados pelas equipes dividimos no Quadro 1

como eles foram obtidos em relação as técnicas do jogo: ataque, saque e

bloqueio; tanto nas equipes vencedoras como perdedoras.

Quadro 1 – Média de pontos e desvio padrão nas habilidades ataque,


saque e bloqueio.

MÉDIA E DP DOS PONTOS


Vencedores Perdedores
Masculino Feminino Masculino Feminino
Ataque 13 ± 1,58* 10,2 ± 1,64* 3,8 ± 2,39* 6,4 ± 2,07*
Saque 1,2 ± 1,1 2,2 ± 2,77 0,2 ± 0,45 2 ± 2,35
Bloqueio 1,8 ± 1,3 2,4 ± 1,82 1,4 ± 1,14 2,4 ± 1,95
* p<0,05, existe diferença significativa.

Observamos que ocorreu na maioria das técnicas analisadas a

superioridade na marcação de pontos das equipes vencedoras em relação as


perdedoras. Somente no bloqueio feminino a média de pontos conquistados foi

semelhante entre as equipes.

Fica evidente que a ação do ataque é a que mais obteve ponto durante os

sets analisados, para todas as equipes. Quando comparamos a média de pontos

do ataque entre os sexos, verificamos que nas equipes vencedoras os homens

obtiveram média maior do que as mulheres (13±1,58 e 10,2±1,64,

respectivamente). Porém, esta tendência é inversa nas equipes perdedoras, onde

as equipes femininas superaram as masculinas no número de pontos obtidos em

média no ataque (6,4±2,07 e 3,8±2,39, respectivamente). Este dado confirma o

maior equilíbrio nos jogos femininos.

Quando aplicamos o teste T Student entre os escores de pontuação por tipo

de fundamento entre equipes vencedoras e perdedoras, verificamos diferença

significativa com p<0,05 apenas para o fundamento ataque.

Ainda observamos que a média de pontos de saque masculinos das

equipes vencedoras é maior com relação às equipes perdedoras, 1,2±1,1 e

0,2±0,45 respectivamente, porém não foi comprovada uma diferença significativa

entre eles. Já com o bloqueio, não percebemos diferença nem quanto a

quantidades de ocorrências do fundamento nem com relação à marcação de

pontos.

Analisando o sistema tático das equipes identificamos que o 5x1 com líbero

é o sistema predominante nas equipes. Pode-se ocorrer isso pois a maioria das

pessoas tem a imagem do sistema utilizado pelas equipes de alto nível, por

exemplo: o utilizado pelas seleções nacionais que é, atualmente, o sistema 5X1


com líbero. No Quadro 2 estão apresentados os dados referentes ao sistema

tático predominante no set nas equipes.

Quadro 2 - Identificação dos sistemas táticos utilizados pelas equipes


masculinas e femininas.

5x1 com 5x1 sem 4x2


Equipes líbero líbero infiltração 4x2
Perdedores Vencedores

A X
B X
E X
FEMININO

G X
H X
C X
D X
F X
I X
J X
80,00% 20,00%
Perdedores Vencedores

A X
B X
F X
MASCULINO

H X
I X
C X
D X
E X
G X
J X
66,00% 34,00%

Quando analisamos as equipes dividindo por sexo, 80% das equipes

femininas e 66% das equipes masculinas utilizaram o sistema com líbero.

Portanto, 20% das equipes femininas e 34% das equipes masculinas utilizaram o

sistema 5X1 tradicional.


Quando comparamos o sistema tático utilizado entre equipes vencedoras e

perdedoras, verificamos que apenas 10% (uma equipe masculina) das equipes

vencedoras não utilizaram o sistema com líbero. Já nas equipes perdedoras o

índice aumentou para 40% das equipes que não utilizaram o líbero, ou seja,

apresentaram um sistema tático inferior ao utilizado pelas grandes equipes.

Ao analisar todas as equipes observadas verificamos que 75% das equipes

utilizaram o sistema tático 5X1 com líbero e 25% o sistema 5X1.

A priori, verificamos que o sistema tático influenciou o desempenho das

equipes levando à vitória a maioria das equipes que utilizaram o sistema tático de

jogo mais evoluído segundo Baiano (2005). Para o autor, o sistema 5x1 com líbero

é o mais eficiente porque, além de priorizar o ataque, ele se preocupa também

com a recuperação da bola na defesa e a melhora na recepção do saque. Assim,

a figura do líbero é introduzida na área de defesa exatamente para aumentar a

eficiência da equipe.

Reforçando esta idéia e nos possibilitando compreender mais os dados

encontrados, Borsari e Silva (1975) argumentaram que o sistema empregado por

uma equipe deve ter como base as qualidades e nível técnico dos jogadores.

Portanto, as diferenças encontradas, principalmente nas equipes perdedoras,

sinalizam para a diferença de habilidade dos jogadores entre as equipes

vencedoras e perdedoras.

Foram observadas 2 alterações no sistema tático das equipes em

momentos do set analisado, ocorridas em duas equipes vencedoras. Uma equipe

masculina alterou seu sistema momentaneamente do 5X1 sem líbero para o 4X2

com infiltração. Já a equipe feminina jogou parte do set sem a presença do líbero,
porém no sistema 5X1. Inicialmente não era esperada esta variação em equipes

de bom nível técnico, visto que são sistemas táticos menos eficientes. Porém, nos

chama a atenção que foram em duas equipes vencedoras que tais alterações

ocorreram.

Segundo Borsari e Silva (1975), uma outra forma de visualizarmos as

alterações táticas em uma equipe durante um jogo pode ser uma opção tática do

treinador, dependendo do nível do adversário ou desequilíbrio técnico

momentâneo de algum jogador de sua equipe. Porém, estas mudanças sinalizam

que as equipes possuem um bom nível técnico e estão bem preparadas

taticamente. Assim, as alterações observadas são explicadas devido à opção do

técnico em determinado momento do set. Tais dados reforçam a idéia de Brandão

(1996) sobre a importância da liderança dentro da equipe do treinador e capitão

influenciando e modificando a organização tática dos jogadores para a obtenção

do melhor desempenho da equipe.

Quadro 3 – Comparação da média e desvio padrão do total de ocorrências e os


erros entre as equipes vencedoras e perdedoras, por técnica.

Vencedores Perdedores
TOTAL ERROS TOTAL ERROS
Ataque 26,9 ± 10,05 4,8 ± 4,21 25,6 ± 8,9 5,4 ± 2,5

Defesa 15,6 ± 5,27 3 ± 1,56* 17,6 ± 6,54 6,3 ± 2,5*

Recepção 14,4 ± 5,97* 1,8 ± 1,69 21,3 ± 2,31* 3,4 ± 1,84

Levantamento 25,3 ± 7,93 1,3 ± 1,77 26,6 ± 7,91 2,6 ± 1,17

Saque 23,2 ± 1,81* 2,7 ± 1,25 16,9 ± 6,51* 2,9 ± 1,1

Bloqueio 7,6 ± 2,22 1,1 ± 1,29* 7,5 ± 2,72 2,4 ± 1,43*


No Quadro 3, estão apresentadas a média das ocorrências e dos erros das

técnicas do jogo das equipes vencedoras e perdedoras. Quando comparamos os

dois grupos, , agrupando todos os fundamentos, verificamos que não obtivemos

diferença significativa entre as ocorrências observadas.

Porém, quando aplicamos o test t Student aos escores de erros entre os

dois grupos, verificamos diferença significativa, ou seja, as equipes perdedoras

erraram mais que as equipes vencedoras.

Isto é explicado segundo Magill (1984) e Schimidt (1993) devido ao não

desenvolvimento das habilidades motoras, assim, quando o desempenho é

inconstante aumenta o número de erros podendo afirmar que as pessoas não

atingiram o estágio automatizado de aprendizagem das habilidades do jogo. Por

outro lado, as equipes vencedoras possuem um padrão de habilidade

característicos dos indivíduos habilidosos, que repetem a habilidade com mínimo

esforço e máximo desempenho.

Ainda comparando os dois grupos, dividimo-os por estatísticas,

comparando primeiramente o ataque. No Gráfico 2 observamos que no grupo de

vencedores, as equipes variaram mais seus ataques, tendo um percentual de

bolas de tempo, por exemplo, bem maior com relação ao grupo dos perdedores,

13,01% e 7,81%, respectivamente. Afirmando o que diz Ribeiro (2004), enquanto

evolução técnica e tática, variações e criações de jogadas foram surgindo para um

melhor desempenho. Com isso percebemos que uma maior variação de ataque

condiz com uma equipe mais evoluída tanto tática como tecnicamente.
Gráfico 2 - Porcentagem das variações de ataque

70,00%
60,00%
62,83%
Porcentagem

50,00% 60,55%
40,00% Vencedores
30,00% 24,22% Perdedores
20,00% 13,01% 13,75%
7,81%10,41%7,42%
10,00%
0,00%
po

da

s
o

ro
nd
m

ut
Fu
Te

/S

O
da
tra
En

Tipos de Ataque

Apesar do número médio e a variação de ataques estarem próximos entre

os grupos, a quantidade de pontos marcados por este fundamento nas equipes do

grupo dos vencedores teve uma diferença significativa para aqueles do grupo dos

perdedores. Assim, justifica encontrarmos um maior percentual de ataques

convertidos em pontos, 39,41% contra 19,92%. O que reforça a idéia de Rocha e

Barbanti (2004) demonstrando a importância do ataque acoplado ao levantamento

para uma equipe ser vencedora.

Observando as estatísticas de defesa, apesar da maioria das equipes

perdedoras (60%) utilizarem o sistema com líbero com o intuito de ter uma defesa

mais efetiva, encontramos diferença significativa, entre a média de erros, entre as

equipes vencedoras e perdedoras. Fica demonstrado que o sistema tático

empregado pelos treinadores das equipes perdedoras não esta de acordo com as

habilidades técnicas de suas atletas e pode ter interferido no desempenho da


equipe. Isto reforça a idéia de Baiano (2005). Para o autor o sistema com líbero é

o mais complexo e depende de ótimo nível técnico dos jogadores. Assim,

podemos afirmar que o grupo dos vencedores teve um melhor aproveitamento na

defesa cometendo menos erros, como observamos no Gráfico 3.

Podemos explicar também devido à má colocação do melhor jogador

defensivo, pois como afirma Moreno (1987), a maior incidência de ataque é na

posição 5, logo, é vantajoso deixar um jogador de habilidade técnica elevada

neste fundamento nesta posição. Isto pode ter ocorrido na equipe vencedora e

não nas perdedoras, inclusive por não utilizarem esse sistema.

Gráfico 3 - Porcentagem dos acertos e erros na


defesa

70,00 66,19
62,87
60,00
Porcentagem

50,00
33,81 37,13
40,00 Vencedores
30,00 Perdedores
20,00
10,00
0,00
corretas erradas

Analisando a recepção quanto ao número total de ocorrências no set, temos

que o grupo dos perdedores efetuou mais recepções, sendo significativamente

diferente, quando comparado com as equipes vencedoras. Observamos isso

quando vemos a média dos grupos, tendo 14,4 ± 5,97 recepções para as equipes
do grupo dos vencedores e 21,3 ± 2,31 recepções para as equipes do grupo dos

perdedores. Isto pode ser explicado, pois a posse de bola, no saque, foi maior nas

equipes que venceram. Além disso, observamos maior número de erros neste

fundamento para as equipes perdedoras, demonstrando portanto, baixa eficiência

ou conseqüência de um ótimo desempenho no saque da equipe vencedora, como

propõe Galdino (2000).

Uma das habilidades fundamentais para essa habilidade é a manchete,

como cita Ribeiro (2004). Um estudo efetuado por Báfero (1990) indica que

treinamentos maciços, com fundamentos treinados em dias consecutivos e

treinamentos distribuídos, treinados em dias alternados melhoram o desempenho

nesse fundamento, sendo uma estratégia importante e determinante para que as

equipes executem para melhorar suas recepções.

Como já era esperado, no fundamento de saque, logicamente temos um

número maior de eventos para as equipes do grupo dos vencedores, sendo

significativamente diferente do grupo dos perdedores, tendo uma média de saque

maior, também foi observado que há uma correlação entre a quantidade de saque

efetuado durante o set no número de pontos obtidos neste mesmo set r=0,95.

Podemos explicar isto quando lembramos de Galdino (2000), que afirma que

atletas com melhor técnica, conseguem efetuar um saque mais preciso, ajudando

com a tática, pois, um saque bem colocado, dificultaria o passe adversário. Além

disso, segundo ASEP (1999), dificultar a recepção a partir do saque favorecendo o

bloqueio de sua equipe é um fundamento importante para o sistema defensivo.

No bloqueio vimos que quanto ao número de pontos e ao número de

eventos não há diferença entre os grupos. No entanto quando comparamos os


erros no fundamento, vimos que existe essa diferença significativa. Assim,

percebemos que as equipes ganhadoras erraram menos, mas pelo nível de

pontuação obtida, ambas as equipes necessitam ampliar o treinamento deste

fundamento. Talvez esses erros cometidos pelas equipes perdedoras possam

estar relacionados a falta de preparo no metabolismo anaeróbio alático

(BOJIKIAN, 1986) ou no padrão de saltar (ROCHA, 2000).

Quando correlacionamos os fundamentos, temos que, a relação entre o

ataque e o levantamento é muito alta, r=0,92, ou seja significativa entre estas duas

variáveis. O maior número de ataque reflete também o maior número de acertos

no levantamento. Podemos ainda comparar essa relação com o estudo realizado

por Ramos et a. (2004) que explica justamente a influencia direta do levantador no

ataque, concluindo que levantadores mais técnicos propiciaram mais ataques

convertidos em pontos, sendo assim importantíssimo para a equipe com um todo.

Relacionando o ataque com a defesa, a defesa com o levantamento e a

recepção com o levantamento, embora não encontramos uma correlação

significativa entre os escores, percebemos uma tendência de relação entre as

variáveis (r=0,64, r=0,63 e r=0,61, respectivamente). Ou seja, é o aumento no

número correto de recepção aumenta a possibilidade de levantamento, bem como

a defesa de uma cortada da equipe adversária possibilita uma nova armação

tática ofensiva, levantamento e ataque. Reforça a idéiam da dinâmica do jogo que

deve ser apreendida, treinada e utilizada na organização tática de uma equipe

conforme defende Ribeiro (2004).

Moreno (1987) encontrou o aumento das chances de defesa a partir do

posicionamento do melhor jogador no sistema defensivo na posição 5.


Provavelmente na maioria das situações das equipes que jogavam com líbero,

estes se posicionaram nessa região da quadra. Báfero (1990) destaca a

importância do treinamento da recepção a partir de exercícios de passe/manchete

para a melhor obtenção de escores positivos no sistema de ataque, levantamento

ataque. Tais estudos explicam as tendências de correlações observadas.

Outra correlação que fizemos, foi entre os pontos obtidos pelos ataques e o

total de pontos da equipe no set analisado. Encontramos uma correlação positiva

com r=0,87. Assim sendo, percebemos que quanto mais pontos fizermos no

ataque, maior a chance da equipe ganhar o set. Assim, reforça a idéia da

importância do saltar durante o jogo, bem como da manutenção do desempenho

do atleta nesta variável (ROCHA, 2000).

Matsushigue (1996) argumentou a importância da preparação física,

especificamente do condicionamento aeróbio para a melhora no desempenho do

ataque. Portanto, este tipo de treinamento deve ser priorizado nos atacantes. Por

outro lado, Bojikian (1986) relata que o sistema anaeróbio alático é o que

prevalece nas ações durante o jogo de voleibol em função do tempo de duração

do “rally” e das pausas. Mesmo com a controvérsia, em relação ao sistema

energético utilizado, o treinamento dos jogadores deve ser planejado envolvendo

os dois sistemas energéticos.

O dado reforça a idéia de que o fundamento ataque, suas variações e

componentes físicos, técnicos e táticos, necessitam ser treinados visando a

obtenção do sucesso da equipe. Tais dados são semelhantes aos encontrados por

Ribeiro (2004) e Rocha (2000).


6 - CONCLUSÃO

A partir do objetivo proposto podemos concluir que os sistemas táticos

influenciam o desempenho da equipe e que para algumas equipes este não foi

introduzido como base nas características físicas e técnicas dos jogadores. Isto

fica evidenciado quando comparamos os resultados dos jogos e os escores de

desempenho das técnicas do jogo, tanto para as equipes femininas como para as

masculinas.

Identificamos diferença significativa quando comparado o número total de

erros dos fundamentos (ataque, bloqueio, saque, recepção, defesa e

levantamento) das equipes vencedoras com as equipes perdedoras. Também

encontramos diferenças significativas entre os escores dos seguintes fundamentos

separadamente: recepção, saque, defesa e bloqueio. Visto que as equipes

vencedoras obtiveram um menor número de ocorrências nos fundamentos saque

e recepção e um menor número de erros em relação à defesa e bloqueio, quando

comparada as equipes perdedoras.

Tais resultados são semelhantes à literatura que apontam a importância da

eficiência da tática nas equipes vencedoras e sua correlação com a preparação

física, técnica e psicológica dos jogadores de voleibol. Observamos claramente

correlações positivas entre a recepção e o levantamento, levantamento e ataque e

defesa e levantamento nas equipes vencedoras, ou seja, quanto melhor um

fundamento melhor desempenho no outro. Todos os resultados reforçam a idéia


da necessidade da automatização nos fundamentos e suas combinações

específicas nas situações de uma partida.

O que foi observado é que na maioria das equipes o sistema 5x1 com

líbero, o mais complexo, foi utilizado. Porém, concluímos que para obtenção de

resultados com a organização da equipe neste sistema tático, mais complexo, as

equipes deverão ter níveis ótimos de execução nos fundamentos do jogo.

Desta forma, indicamos que para as equipes perdedoras a necessidade de

melhor desenvolvimento das habilidades técnicas, enquanto isso, deveriam

repensar a aplicação do sistema 5x1 com líbero. Provavelmente a influência da

mídia no modelo de equipes de alto nível influencia a aplicação deste sistema.

Porém, os técnicos devem avaliar as características de seus atletas para planejar

o treinamento técnico e a partir deste definir o sistema tático adequado para sua

equipe.

Após todo este estudo, posso concluir que as diversas formas de

treinamento e de todos os seus componentes, físico, técnico e tático, são de

extrema importância para o desempenho tático da equipe. No entanto, necessita-

se de mais estudos referentes aos sistemas táticos, e suas aplicações em equipes

com habilidades técnicas e táticas diferentes.


6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALEXANDRE KOLBE

PROF. DR. MILTON VIEIRA DO PRADO JR.

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