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Apostila

Fotos: Pixabay
Módulos:

Identificação
das Espécies

Apresentação

Preparo do
O curso sobre Plantas Aromáticas solo e vaso
e Condimentares tem como
objetivo trazer informações
botânicas, de cultivo, colheita e
processamento de algumas
espécies em linguagem
simplificada, de fácil acesso a
todos.
Propagação
e cultivo
Esta apostilha é um compilado de
todo material disponibilizado no
Ambiente Virtual de Aprendizagem
e tem o objetivo de auxiliá-lo na
retenção do conhecimento e servir
de material de consulta, mesmo
após a finalização do curso.
Cuidados e
Sugerimos que você faça o colheita
download e o salve em uma pasta
específica sobre o curso para que
esteja sempre a mão quando
precisar consultá-lo.

Bons estudos!

Processamento
Fotos: Pixabay

Introdução
As hortaliças fazem parte de um grupo bastante diversificado, com plantas que se
caracterizam em sua grande maioria por não serem lenhosas, apresentarem folhas
tenras, ciclo de produção curto sendo geralmente cultivadas em pequenas áreas
(Filgueira, 2007). A principal contribuição das hortaliças na dieta das pessoas é como
fonte de vitaminas, sais minerais e fibras. São alimentos coloridos e saborosos, e que
podem ser consumidos crus, na forma de saladas e sucos, cozidos ou acompanhando
carnes. Fazendo parte desse grupo, estão as plantas aromáticas e condimentares
que diferem das hortaliças convencionais por apresentarem aroma e/ou perfume,
capazes de sensibilizar nosso olfato, sendo que algumas ainda são consideradas
medicinais.

O que confere a esse grupo de plantas essa característica são os óleos essenciais,
um grupo de substâncias produzidas pelo metabolismo secundário, que podem estar
alocados e distribuídos por toda a planta, ou apenas em algum de seus órgãos, sejam
as folhas, flores, casca ou raiz. Para exemplificar a presença de óleos essenciais na
raiz temos o vetiver; no caule, a canela; nas folhas, a hortelã, o manjericão, o boldo;
na flor, a camomila; nas sementes, o cominho e a erva-doce; nos tubérculos o
gengibre. Além do aroma, os óleos essenciais possuem princípios ativos que lhes
conferem diferentes atividades biológicas e por isso, permitem seu uso em diversos
setores industriais.

Levando em consideração que as plantas aromáticas, condimentares e medicinais se


diferenciam em função de sua finalidade, uso principal e ainda quanto à sua
composição química é importante sabermos distinguir suas denominações e
utilidades. Assim, temos: Plantas Aromáticas (PA): se caracterizam por produzirem e
armazenarem em estruturas especializadas, óleos essenciais; Plantas Condimentares
(PC): plantas utilizadas no preparo de alimentos, que por suas características
organolépticas, dão sabor, aroma e cores aos alimentos; Plantas Medicinais (PM):
espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos.
Na alimentação humana, são utilizadas para enfatizar, de maneira especial, o sabor e
o aroma de outros alimentos, pois atuam como temperos e, tendo em vista que o
sabor é um dos principais parâmetros de qualidade da alimentação, essas espécies
podem melhorar o sabor de um mesmo alimento que antes não agradava. Com isso,
uma nova forma de preparo, com adição de um condimento, amplia a probabilidade
de aceitação e consumo, diversificando ainda as opções de preparo dos alimentos.

Por apresentarem algum tipo de atividade biológica, podem ser utilizadas também
como medicinais, em diferentes formas de uso perpetuadas pela humanidade, para o
restabelecimento do equilíbrio corporal, sendo hoje base de muitos medicamentos
fitoterápicos desenvolvidos pela indústria farmacêutica.

As plantas aromáticas, condimentares e medicinais e seus derivados são utilizados


ainda pelas indústrias de cosméticos e perfumaria, de higiene pessoal, de produtos de
limpeza, de aromaterapia, dentre outras, como componentes de seus produtos.

Na natureza, essas plantas têm a capacidade de atrair polinizadores bem como repelir
pragas e proteger contra doenças e por isso, podem ser utilizadas em cultivos
consorciados com outras espécies hortícolas. Observando essas capacidades, muitas
espécies têm sido estudadas pela indústria bioquímica para o desenvolvimento de
produtos naturais com atividade inseticida, bactericida, fungicida, dentre outras, para
uso na agricultura, um exemplo disso é o óleo de neen.

Diante da amplitude de usos e dos benefícios que estas plantas trazem, este curso
tem como objetivo trazer informações botânicas, de cultivo e de processamento de
algumas espécies aromáticas e condimentares em linguagem simplificada, de fácil
acesso a todos.
Fotos: Pixabay

Módulo 1 – Identificação das Espécies

Algumas espécies de plantas aromáticas e condimentares apresentam grande


semelhança entre folhas e flores, ou seja, elas têm formato e coloração
bastante parecidas. Algumas delas podem inclusive ter o mesmo aroma. Essas
semelhanças podem ocorrer tanto entre plantas do mesmo gênero ou família
como entre plantas de gêneros e famílias totalmente diferentes. O que pode
causar um impacto muito grande na hora da comercialização, seja para
consumo da planta fresca ou para o setor industrial, que pode beneficiá-las
para comercialização de condimentos secos ou para obtenção de óleos
essenciais.

Além dessas semelhanças, outro fator que pode aumentar a confusão é que
muitas delas são conhecidas pelos mesmos nomes populares, que sofrem
grande influência regional. Por isso, é muito importante sabermos, além do
nome científico, algumas características da planta que será cultivada para uma
identificação correta da espécie. Agora, vou tentar ajudar você a identificar e
diferenciar algumas dessas plantas. E lembre-se, a correta identificação das
plantas permitirá o plantio das espécies de interesse e evitará a mistura das
folhas, seja para consumo próprio ou para comercialização das folhas frescas
ou secas, o que agregará valor ao produto.
Hortelã e menta são nomes populares usados para chamar espécies de um
mesmo gênero, o Mentha. No Brasil existem mais de 25 espécies naturais deste
gênero, mas as mais comuns são a Mentha piperita L., a Mentha spicata L., a Mentha
arvensis L. e Mentha x villosa, que podem ser facilmente confundidas, pois possuem
folhas e flores muito semelhantes. Dessas quatro espécies, as que podem ser mais
facilmente confundidas são Mentha piperita conhecida por a hortelã ou hortelã-
pimenta e a Mentha spicata, conhecida popularmente por menta ou menta de jardim,
pois suas folhas são muito parecidas, no entanto, as folhas da hortelã são mais
arredondadas e levemente ásperas enquanto que as da menta são mais alongadas e
mais lisas.

Mentha arvensis conhecida por hortelã-japonesa apresenta folhas mais arredondadas


e de coloração verde-azulada, o que a difere facilmente da hortelã e da menta de
jardim e a Mentha x vilosa conhecida por hortelã-rasteira ou hortelão-de-panela possui
folhas rugosas com muitos pelos, o que a diferencia facilmente das demais. A correta
identificação das espécies é necessária principalmente quando levamos em
consideração seu uso. A hortelã é mais utilizada como alimento e condimento,
principalmente em massas e carnes. Já a menta e a hortelã-japonesa são muito
utilizadas pela indústria de alimentos e bebidas como aromatizante de doces, geleias,
bebidas, dentre outros produtos. Os óleos essenciais dessas três espécies são
utilizados pelas indústrias farmacêutica e de cosméticos. Já a hortelã-rasteira é muito
utilizada pela medicina tradicional pela sua ação digestiva, tônica, expectorante,
antisséptica e vermífuga.

Mentha piperita Mentha Spicata

Mentha arvensis Mentha x vilosa


Fotos: Paula Rodrigues
Capim-limão e citronela

O capim-limão, também conhecido como capim-cidró, erva-cidreira, que muita gente


conhece por capim-cidreira, e a citronela pertencem ao mesmo gênero, mas, pela
grande semelhança do formato de suas folhas, também são frequentemente
confundidas. Porém as folhas da citronela são mais largas e mais verdes que as do
capim-limão, que são mais estreitas e de coloração mais fosca. Se você colocar uma
do lado da outra perceberá facilmente. Outra diferença entre elas é a coloração das
bainhas das plantas, a do capim-limão é de coloração verde e a da citronela, roxa.
Mas, se você ainda estiver com dúvidas, basta cheirá-las. A citronela tem um cheiro
que lembra eucalipto e produtos de limpeza enquanto o capim-limão tem um cheiro
mais adocicado, parecido com o da erva-cidreira, fato que também pode gerar alguma
confusão.
Fotos: Paula Rodrigues

Capim-limão

Citronela
Erva-cidreira

Agora, vamos falar da erva-cidreira, que é o nome popular de três espécies


diferentes, Lippia alba, Melissa officinalis e Aloysia triphylla. Uma das características
que distingue facilmente essas espécies é o porte das plantas, mas elas também
apresentam diferenças quanto ao formato das folhas e coloração das flores. Lippia
alba, que ainda é conhecida por erva-cidreira de arbusto, camará e outros nomes,
dependendo da região de ocorrência, é um arbusto que pode chegar até a um metro e
meio de altura, com ramos finos e longos e folhas no formato de lança com as bordas
serreadas e ápice agudo e ainda apresenta flores de coloração azul-arroxeada. Já a
Melissa officinalis, que é também conhecida por melissa ou cidrilha e ainda por
melitéia é uma planta que forma touceiras de até 60 cm de diâmetro, com folhas
ovais, de coloração verde-clara brilhante e denteadas. E Suas flores são
esbranquiçadas. Além de ser confundida com a Lippia alba, a melissa pode ainda ser
confundida com a hortelã, pois suas folhas são bem parecidas. Aloysia triphylla,
também conhecida por cidró, é um arbusto de pequeno porte, porém, pode atingir até
três metros de altura, com o caule bastante ramificado e lenhoso; as folhas são em
forma de lança, finas e lisas. Também estão dispostas em número de três ou quatro
por nó, o que a diferencia facilmente das demais. Como essas plantas podem ter usos
parecidos a correta identificação é muito importante. As folhas e inflorescências,
secas ou frescas, da erva-cidreira são utilizadas para o preparo de chás e infusões e
seu óleo essencial é utilizado na aromaterapia e no preparo de águas perfumadas
para a aromatização de interiores. Já as folhas secas de melissa podem ser utilizadas
como condimento e para o preparo de chá, sendo muito utilizadas na medicina
tradicional, por apresentar atividade calmante. Seu óleo essencial é utilizado na
aromaterapia, pelas indústrias de alimentos e bebidas e pela indústria farmacêutica.
As folhas secas do cidró são utilizadas como condimento ou em infusões enquanto
que as frescas são consumidas em saladas e sobremesas, podendo ainda ser
utilizadas como aromatizante em geleias, azeites, vinagres e ainda em bebidas
perfumadas

Lippia alba Melissa officinalis Aloysia triphylla

Fotos: Paula Rodrigues


Boldos

Temos ainda os boldos. No Brasil, os mais comuns são o boldo-brasileiro ou boldo-de-


jardim (Plectrantus barbatus), o boldo de folha pequena ou boldo miúdo (Plectrantus
ornatus), ambos do mesmo gênero Plectrantus e ainda o boldo-baiano (Vernonia
condensata). As principais diferenças entre as duas espécies primeiras espécies
estão relacionadas ao porte da planta e as folhas. O boldo-miúdo é uma planta
rasteira que apresenta folhas suculentas e arredondadas, enquanto que o boldo-de-
jardim é um arbusto com folhas mais finas, ovaladas com a borda denteada. A terceira
espécie é conhecida por boldo-baiano ou boldo verdadeiro, uma árvore que pode
chegar a 4 metros de altura, cujas folhas são lisas e não possuem pelos na superfície,
o que a difere facilmente das outras duas espécies comentadas.

Fotos: Paula Rodrigues

Boldo-brasileiro Boldo miúdo

Boldo-baiano
Orégano, Manjerona e Poejo

Por último, falaremos do orégano, da manjerona e do poejo que, apesar de terem


nomes diferentes, apresentam folhas e hábito de crescimento muito parecidos. O
orégano e a manjerona pertencem ao mesmo gênero – Origanum, enquanto o poejo
pertence ao gênero das mentas. Então, uma dica muito fácil para diferenciar o poejo
do orégano e da manjerona é cheiro das folhas, pois seu aroma é mentolado e bem
forte. Agora, as principais diferenças entre o orégano e a manjerona são o tamanho,
as folhas, a cor das flores e o aroma. As folhas da manjerona são mais ásperas que
as do orégano e com uma textura mais firme e levemente aveludada, já as folhas do
orégano são maiores, com três a quatro centímetros de comprimento. São ainda
ovaladas com a extremidade pontiaguda enquanto as da manjerona são
arredondadas. A coloração das flores do orégano pode variar entre branco, rosa ou
roxo e até mesmo uma mistura entre elas, já as da manjerona são de coloração
rosada ou branco esverdeadas. O aroma do orégano é mais forte e pungente que o
da manjerona, e se intensifica nas folhas secas.
Fotos: Paula Rodrigues

Orégano Manjerona

Poejo
Essas foram algumas dicas de como identificar algumas plantas aromáticas que
podem ser facilmente confundidas. Nos próximos capítulos traremos mais
informações sobre as características dessas e de outras plantas aromáticas e
condimentares.
Foto: Pixabay

Módulo 2 – Preparo do solo e escolha dos vasos

O cultivo de plantas aromáticas difere em alguns aspectos daqueles utilizados


tradicionalmente na produção convencional de outras hortaliças, pois além da
produtividade, a concentração e o perfil químico dos ingredientes com propriedades
aromáticas – óleos essenciais e as características nutricionais sejam preservadas,
principalmente quando sua utilização se destina à saúde humana. Neste sentido, o
cultivo deve ser feito preferencialmente em sistemas agroecológicos de produção, que
dispensam o uso de insumos químicos e sintéticos e utilizam práticas de controle
alternativo de pragas e doenças, adubos de origem orgânica. Podem ser citados os
estercos de gado e de aves, os compostos orgânicos, húmus de minhoca e bokashi e,
quando cultivadas diretamente no solo, as práticas de adubação verde e rotação de
culturas, assim como demais tipos de policultivos são recomendados.

Para cultivarmos plantas aromáticas e condimentares em ambientes menores, como


casas e apartamentos, aspectos como a incidência de sol e o espaço que temos
disponível para disposição dos vasos é muito importante, uma vez que algumas
espécies, como o alecrim e a hortelã precisam de muito tempo de exposição ao sol.
Outras, como o manjericão, o capim-limão e o boldo-brasileiro, precisam de vasos
maiores para terem seus crescimentos favorecidos.
Dessa maneira, para a escolha dos recipientes que serão utilizados para o plantio
devemos levar em consideração o porte que as plantas podem atingir, ou seja, as de
maior tamanho devem ser cultivadas em recipientes maiores e, as de menor tamanho,
em recipientes menores. Lembrando que para a reutilização de recipientes, como
baldes e garrafas plásticas por exemplo, os mesmos devem ser furados em sua parte
inferior para permitir a drenagem da água. Na Figura 1, exemplificamos alguns
tamanhos de vasos que podem ser utilizados. No menor (Figura 1A), podem ser
cultivadas plantas a salsinha, a cebolinha, o coentro e o tomilho. Já no de tamanho
intermediário (Figura 1B), podemos plantar o alecrim, a sálvia, o orégano e a
manjerona e, no de maior tamanho que apresenta capacidade para 15 L de solo
(Figura 1C), podem ser cultivados, por exemplo, gengibre, açafrão, manjericão,
gerânio, dentre outras.

Figura 1. Recomendação de tamanhos de vasos para o cultivo de plantas aromáticas e


condimentares. Fotos: internet

O solo pode ser preparado por meio da mistura homogênea de terra vegetal (que
pode ser comprada em hipermercados ou estabelecimentos agropecuários) ou de
barranco (retirada diretamente de terrenos) com algum tipo de adubo orgânico. Esse
adubo pode ser o esterco de gado, de galinha, composto orgânico, húmus de minhoca
e bokashi. Sugerimos a proporção de 2 medidas de terra para uma do esterco de
gado ou ½ medida do esterco de galinha, de composto orgânico, húmus de minhoca
ou bokashi. A terra a ser utilizada deve estar limpa de impurezas, como pedras,
pedaços de galhos, plásticos e qualquer outro material que prejudique o
desenvolvimento das plantas.

No caso de hortas comunitárias (Figura 2), onde o cultivo pode ser feito diretamente
no chão, em canteiros ou covas, sugere-se a aplicação de 1,5 a 3,0 kg/m2 de esterco
de aves, tortas vegetais ou húmus de minhoca e de 3,0 a 5,0 kg/m2 para esterco de
bovinos, equinos ou composto orgânico para a adubação dos canteiros e em
cobertura. Já para o uso em covas, sugere-se a aplicação de 2 kg por cova de esterco
de bovinos ou composto orgânico, em covas de 40 x 40 x 40 cm de largura,
comprimento e profundidade, e de 0,5 a 1 kg por cova para covas de 20 x 20 x 20 cm.
No caso de se usar esterco de aves, tortas vegetais ou húmus de minhoca (Figura 3),
a quantidade deve ser reduzida pela metade.
Figura 2. Horta Comunitária Santa Rita IV implantada sob uma linha de transmissão de
energia da Eletrosul, no bairro Tatuquara, na região Sul de Curitiba. Foto: Jéssica Maes
- Gazeta do Povo.

Figura 3. Minhocário. Foto: Revista Globo Rural


Adubos Orgânicos

Além da adubação convencional, a utilização de adubos orgânicos pode ser uma


estratégia adotada para o cultivo de melão. Adubos orgânicos são resíduos utilizados
na agricultura e que contêm elevados teores de componentes orgânicos, como
lignina, celulose, lipídios, graxas, carboidratos óleos e, principalmente, nutrientes. O
carbono é o elemento principal existente nestes compostos, mas, destaca-se,
também, a presença de N, P, K, Ca, Mg e micronutrientes. A adubação orgânica pode
ser definida como a deposição de resíduos orgânicos de diferentes origens sobre o
solo com o objetivo de melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do
mesmo. Em termos gerais, os adubos orgânicos podem ser agrupados em:

a) Origem animal (esterco de aves, ovinos e caprinos, bovinos e outros animais);


b) Origem vegetal (adubos verdes e coberturas mortas);
c) Resíduo urbano (lixo sólido e lodo de esgoto);
d) Resíduos industriais (cinzas e outros);
e) Compostos orgânicos (compostagem e vermicompostagem);
f) Biofertilizantes (enriquecidos ou não);
g) Adubos orgânicos comerciais.

A adubação orgânica apresenta importantes vantagens: a) aumenta a matéria


orgânica do solo, b) melhora a estrutura do solo, c) aumenta a capacidade de
retenção de água para as plantas, d) aumenta a infiltração da água da chuva, e)
aumenta a CTC, f) complexa ou solubiliza alguns elementos químicos tóxicos ou
essenciais às plantas (Fe, Zn, Mn, Cu, Co, Mo), g) diminui os efeitos tóxicos do Al e,
h) aumenta a atividade microbiana do solo.

Os resíduos orgânicos geralmente contêm uma pequena fração mineral (solúvel em


água, ácidos diluídos ou soluções salinas), enquanto a maior parte é constituída de
compostos orgânicos, os quais devem ser transformados enzimaticamente, para
tornar os nutrientes disponíveis às plantas. Este processo é denominado de
mineralização, sendo influenciado de acordo com o suprimento de oxigênio, com as
características do material orgânico e com as condições ambientais. Considerando
que a relação C/N da microbiota decompositora de resíduos no solo apresenta valor
aproximado de 10:1, e que sejam liberadas duas moléculas de CO2 para cada
carbono incorporado à biomassa microbiana, a mineralização de N pode ocorrer com
a adição de resíduos com relação C/N menor que 30:1. Esta relação de C volatilizado
e C incorporado à biomassa pode, entretanto, ser muito variável, dependendo
principalmente da temperatura, do suprimento de oxigênio e da umidade.

A composição físico-química dos estercos tem grande variação. A quantidade de


nutrientes, especialmente de N, P2O5 e K2O, está diretamente relacionada com o
teor de massa seca dos estercos. O esterco é considerado sólido se a matéria seca
for maior que 20%, pastoso se for de 8% a 20% e líquido se for menor de 8%. O teor
de nitrogênio, fósforo e potássio está diretamente relacionado com alimentação e
tamanho dos animais, e com parâmetros fisiológicos. O N é a característica principal
que é usada na recomendação de adubação, em função de ser o nutriente que as
plantas mais necessitam. O aproveitamento da urina nos estábulos ou pocilgas é
fundamental porque, em média, 50% do N existente nos dejetos animais é
proveniente da mesma.

A distribuição do esterco no solo merece alguns cuidados, os quais estão


relacionados com os horários de aplicação no solo e sua incorporação ou não. Os
horários para a aplicação devem ser até 10h da manhã, principalmente em dias
quentes ou à tardinha. O esterco não incorporado ao solo pode perder, em média,
30% do nitrogênio.

As fontes de matéria orgânica podem apresentar teores bastante diferenciados de N,


P2O5 e K2O. No cálculo da quantidade de nutrientes contidos em uma tonelada de
esterco sólido, ou 1.000 L de esterco líquido, deve-se considerar a concentração de
nutrientes na matéria seca e o índice de eficiência de liberação do nutriente, da forma
orgânica para a mineral, no primeiro e segundo ano.

Vale salientar que os adubos orgânicos constituem uma excelente fonte para o aporte
de microelementos, via de regra, não contemplados nas formulações químicas
convencionais que se limitam aos macroelementos.

Para maiores informações acesse:

Adubação no sistema orgânico de produção de hortaliças


(https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/758609/adubacao-no-
sistema-organico-de-producao-de-hortalicas);

Adubação alternativa
(https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/100051/adubacao-
alternativa);

Fabricação de composto orgânico:


(http://videoaula.rnp.br/v.php?f=/embrapa-dti/compostagem/compostagem.xml
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPH-2009/34479/1/cot_53.pdf).
Foto: Pixabay

Módulo 3 – Propagação e cultivo

A propagação de plantas aromáticas e condimentares pode ser feita por sementes,


que caracteriza a propagação sexuada, ou por partes da própria planta, cujo processo
chamamos de propagação vegetativa e caracteriza o meio assexuado de reprodução
ou propagação. O tipo de propagação depende de cada planta, existindo algumas que
são propagadas exclusivamente por sementes e outras vegetativamente e há ainda
aquelas que podem ser propagadas pelos dois meios.

Quando utilizamos sementes, estas devem ser plantadas diretamente no solo em


covas ou sulcos de no máximo 1,0 cm de profundidade, que devem ser levemente
cobertas com terra após o plantio. Essa profundidade é recomendada por permitir que
a semente consiga romper a camada de terra após a germinação e assim emitir seus
primórdios foliares. Maiores profundidades podem dificultar esse processo e levar a
nova plântula à morte. A mesma recomendação vale para o plantio em bandejas ou
outros recipientes para a produção de mudas.

A propagação vegetativa, que utiliza partes da planta para o plantio direto ou para o
preparo de mudas, pode ser feita por estaquia, divisão de touceiras, estolões, rizomas
ou bulbos. Nos próximos cards e vídeos especificaremos cada tipo, relacionando-os à
algumas plantas aromáticas.
Estaquia

O processo de estaquia consiste na coleta de partes aéreas (ramos) da planta matriz,


preferencialmente durante a fase vegetativa, nas estações de primavera e verão.
Estacas coletadas no período de florescimento geralmente não apresentam um bom
índice de pegamento (morrem). As estacas devem ser coletadas de plantas matrizes
adultas, vigorosas (fortes), sem sintomas de doenças e nas horas mais frescas do dia.
Seu comprimento pode variar de 10 a 30 cm, conforme a planta, observando sempre
a presença de no mínimo dois ou três nós. As estacas podem ser apicais ou de
ponteiro (ponta da planta - A) herbáceas (ramas mais grossas um pouco - B), semi-
lenhosas ou lenhosas (ramas grossas - C) dependendo da espécie (Figura 1) sendo
que as herbáceas e lenhosas devem ser coletadas com algumas folhas na parte
superior. Casos estas sejam muito grandes, podem ser cortadas ao meio.

Figura 1. Tipos de estacas apicais: A - apical ou de ponteiro, B - hebácea, C - semi-lenhosa,


D - lenhosa. Foto: Dijalma Barbosa da Silva

No momento do plantio, dois terços da estaca deve ser enterrado e para evitar que
elas sejam plantadas de “ponta a cabeça”, sugere-se cortar o “pé da estaca” na forma
de bisel para evitar confusões na hora do plantio (Figura 1) e sempre observar o
sentido de crescimento das folhas. Depois de plantadas, deve-se apertar bem o solo
em torno da estaca para evitar a formação de bolsões de ar. O pegamento da estaca
ocorre geralmente quando se observa a formação de ramificações secundárias nos
brotinhos que ficaram acima do solo.
Dicas
- Utilize uma tesoura de poda ou mesmo uma comum para cortar as
estacas, mas caso não as tenha, utilize uma lamina afiada.

- Caso as estacas não sejam plantadas na hora, elas devem ser


envolvidas com papel toalha ou jornal umedecido e acondicionadas
em saco plástico para o transporte até o local do plantio ou
conservadas em geladeiras por um curto período de tempo.

- As estacas podem ainda ser pré-enraizadas em água. Para isso,


basta coloca-las em um recipiente com água por um período de 7 a 10
dias, que dependerá da espécie. E lembre-se sempre de borrifar água
para manter uma boa umidade e evitar que as estacas sequem
rapidamente e com isso reduzam a chance de pegamento.

Divisão de Touceira

No processo de divisão de touceiras os perfilhos, que são os ramos laterais que se


desenvolvem e brotam a partir das gemas de crescimento que se localizam abaixo da
superfície do solo, são destacados da planta matriz (que está plantada) (Figura 2). Os
perfilhos, que serão suas mudas, são morfologicamente idênticos a planta e deverão
ser plantados diretamente no vaso ou no chão. Antes de plantá-lo é necessário fazer
uma limpeza na muda, que consiste no corte parcial das folhas, porém sem
comprometer as gemas de crescimento situadas em sua base e, na retirada do
excesso de raízes, quando houver necessidade.

Figura 2. Perfilhos de capim-limão. Foto: Dijalma Barbosa da Silva


Estolões

Os estolões, também chamados de estolhos, são um tipo de caule que se


desenvolvem e crescem horizontalmente no solo, que possuem de espaço em
espaço, gemas de crescimento radiculares e caulinares que tem a capacidade de
formar, ao mesmo tempo, raízes e folhas e assim, originar novas plantas (Figura 3).
Para preparar as mudas, os estolões devem ser cortados em segmentos de 10 a 20
cm e plantados horizontalmente em sulcos de 1,5 a 2,0 cm de profundidade e, quando
plantados em canteiros, o espaçamento de plantio (Tabela 1) deve ser observado a
fim de possibilitar o adequado desenvolvimento da cultura.

Figura 3. Estolões de hortelã. Foto: Dijalma Barbosa da Silva

Rizomas

Na propagação por rizomas (Figura 4), normalmente não é necessária a formação de


mudas em viveiro. Os rizomas são retirados da planta matriz (planta que já está
plantada) e plantados diretamente nos vasos ou em covas no chão, no espaçamento
e profundidade recomendados para a espécie. Rizomas muito grandes podem ser
divididos em duas ou mais partes, observando o número mínimo de duas a três
gemas (olhos) por unidade, e devem ser plantados com as gemas apontadas para
cima.

Figura 4. Rizoma de gengibre.

Foto: Dijalma Barbosa da Silva


Bulbilhos

De forma semelhante aos rizomas, os bulbilhos de alho (Figura 5) e bulbos de cebola,


devem ser destacados e separados individualmente para plantio local definitivo, que
deve ser feito em covas cuja profundidade varia de acordo com o tamanho dos bulbos
e bulbilhos, mas, em geral, não ultrapassa 4 cm. Importante lembra que os bulbos e
bulbilhos devem ser plantados em com as gemas caulinares, parte mais fina,
apontadas para cima, uma vez que é por onde as novas folhas serão emitidas.

Figura 5. Bulbilhos de alho. Foto: Dijalma Barbosa da Silva

Na Tabela 1 apresentamos a forma usual de propagação de algumas plantas


aromáticas e condimentares.
Tabela 1. Formas de propagação de algumas espécies aromáticas e condimentares.

Planta Propagação Observações


Plantio em sacos plásticos ou diretamente no
Açafrão Rizomas
campo em covas rasas.
Utilizar estacas apicais ou herbáceas, de ponteiros
Alecrim Estacas
com aproximadamente 15 cm.
Utilizar estacas de ponteiro ou semi-lenhosas com
aproximadamente 15 cm, contendo no mínimo 4
gemas. Também podem ser propagadas por
Alfavaca Estacas ou sementes
sementes e essas devem ser distribuídas
superficialmente sobre o substrato porque a
exposição à luz favorece a germinação.
Utilizar estacas de ponteiro ou semi-lenhosas com
aproximadamente 15 cm, contendo no mínimo 4
gemas. Também podem ser propagadas por
Alfavacão Estacas ou sementes
sementes e essas devem ser distribuídas
superficialmente sobre o substrato porque a
exposição à luz favorece a germinação.
Utilizar estacas de ponteiro de ramos jovens com
aproximadamente 15 cm, com pelo menos 5 gemas
e 3 pares de folhas na parte terminal da estaca. As
Arruda Estacas ou sementes
sementes devem ser distribuídas superficialmente
sobre o substrato porque a exposição à luz favorece
a germinação.
Utilizar estacas de ponteiro de ramos jovens com
Boldo aproximadamente 20 - 30 cm, com pelo menos 2
Sementes e/ou estacas pares de folhas cortadas ao meio.
Utilizar estacas semi-lenhosas com 15 cm, deixando
Boldo de
Estacas 2 pares de folhas cortadas ao meio na parte
jardim
terminal.
Plantar as sementes diretamente nos canteiros e
fazer raleio (tirar o excesso de plantas) após a
Camomila Sementes germinação ou fazer mudas em sementeiras ou
bandejas, pois dessa forma coloca-se uma ou duas
sementes por célula da bandeja.
Separar os perfilhos com diâmetro superior a 1,5 cm
Capim
Divisão de touceiras e cortar as folhas ao meio, a uma altura de 20 cm e
limão
podar as raízes.
Continuação Tabela 1

Planta Propagação Observações


Separar os perfilhos e cortar as folhas a
Citronela Divisão de touceiras uma altura de 20 a 30 cm da base e podar
as raízes.
Fazer as mudas em viveiro ou plantio direto
Cominho Sementes
em canteiros.
Utilizar estacas lenhosas e semi-lenhosas
Erva-cidreira Estacas
com 15 a 20 cm e 3 gemas.
Utilizar estacas de ramos não lenhosos
Aloísia Estacas com 15 - 20 cm e 5 pares de folhas
cortadas ao meio.
Produzir mudas em sementeiras e
Erva-doce Sementes bandejas ou fazer o plantio direto em
canteiros com posterior raleamento.
As sementes podem ser colocadas em
bandejas, tubetes, saquinhos plásticos ou
Funcho Sementes similares para germinação e depois que as
mudas estiverem crescidas (cerca de 10 a
15 cm) levar para o campo ou vaso..
Plantio diretamente no campo ou em sacos
Gengibre Rizomas plásticos. Rizomas grandes podem ser
divididos, preservando de 2 a 3 gemas.
Utilizar estacas de ponteiro com 10 - 15
Gerânio Estacas
cm, com 2 a 3 pares de folhas.
Utilizar estacas de ponteiro com 10 - 15 cm
com 2 a 3 pares de folha ou estolões com
Hortelã/Menta Estolões ou estacas
15 a 25 cm. Os estolões podem ser
plantados diretamente no campo.
Utilizar estacas de ponteiro com 15 - 20 cm
Lavanda Estacas
e com 3 - 5 pares de folhas.
Utilizar estacas de ponteiro com 5 - 10 cm,
Losna Estacas ou sementes com 2 - 3 pares de folhas ou estacas com
15 - 20 cm de comprimento.
Utilizar estacas semi-lenhosa com 20 a 30
cm, com 4 pares de folhas. O uso de
Louro Estacas ou sementes
hormônio promove maior taxa de
pegamento.
Continuação Tabela 1

Planta Propagação Observações

As sementes devem ser semeadas


superficialmente no canteiro e depois
Macela Sementes
desbastadas. Podem ser formadas mudas em
viveiro.
Utilizar estacas de ponteiro com 15 - 20 cm e 2
Malva Sementes ou estacas
- 3 pares de folhas.
Utilizar estacas de ponteiro com 10 - 15 cm e 3
- 4 pares de folhas. As sementes devem ser
Manjericão Sementes ou estacas
semeadas em sementeiras, bandejas, tubetes,
saquinhos plásticos ou similares.
Sementes, estacas ou Utilizar estacas de ponteiro com 15 cm e 3 - 4
Manjerona
divisão de touceiras pares de folhas cortadas ao meio ou touceiras.
Utilizar estacas de ponteiro com 10 cm e com
3 - 5 pares de folha cortadas ao meio. As
Melissa Estacas ou sementes sementes devem ser semeadas em
sementeiras, bandejas, tubetes, saquinhos
plásticos ou similares.
Utilizar estacas de ponteiro com 15 cm e 3 - 4
pares de folhas cortadas ao meio ou touceiras.
Sementes, estacas ou
Orégano As sementes devem ser semeadas em
divisão de touceiras
sementeiras, bandejas, tubetes, saquinhos
plásticos ou similares.
Utilizar estacas de ponteiro com 5 cm e 2 - 3
Poejo Estacas ou estolões
pares de folhas ou estolões com 10 - 15 cm.
Sementes, estacas e Utilizar estacas de ponteiro com 10 – 15 cm e
Sálvia
divisão de touceiras 3 pares de folhas. Não utilizar estacas floridas.
Utilizar estacas de ramos não lenhosos com 10
Sementes, estacas e
Tomilho a 15 cm, desbastando as folhas inferiores e
divisão de touceiras
mantendo as folhas do ponteiro.
Separar os perfilhos e cortar as folhas a uma
altura de 30 a 50 cm da base. Pode-se fazer o
Vetiver Divisão de touceiras
plantio direto no campo ou as mudas no
viveiro.
Para a maioria das hortaliças cultivadas e algumas plantas aromáticas como a
salsinha, cebolinha o alho, a cebola e o manjericão, as épocas de plantio já são bem
definidas. Entretanto, para espécies menos cultivadas, essa informação não é
consensual, sendo sugerido que o plantio seja feito durante o período chuvoso de
cada região que geralmente coincide com a primavera e verão. Essas estações
proporcionam condições de temperatura e umidade mais favoráveis ao pegamento e
estabelecimento das estacas, bem como para o crescimento e desenvolvimento das
plantas.

No entanto, algumas plantas têm especificidades de clima diferentes como camomila


e o alho, que devem ser plantadas no outono e inverno e, preferencialmente, nas
regiões de clima mais frio, enquanto que outras espécies como a cebolinha, salsa,
coentro e sálvia podem ser plantadas durante todo ano.

Na Tabela 2 são apresentadas sugestões de épocas de plantio e espaçamentos para


as espécies contempladas. Variações na data de plantio e nos arranjos de plantas
poderão ocorrer em função das condições climáticas locais, porte da planta, sistema
de cultivo e uso de irrigação.

Tabela 2. Espaçamento e época de plantio sugeridos para o cultivo algumas plantas


aromáticas e condimentares.

Nome da planta Espaçamento (m) Época de plantio Observações

Açafrão 0,50 x 0,50 Setembro a Outubro Plantio em covas

Alecrim 1,00 x 0,60 Setembro a Novembro Plantio em covas

Alfavaca 0,60 x 0,25 Setembro a Novembro Plantio em canteiros

Alfavacão 1,00 x 1,00 Setembro a Novembro Plantio em covas

Arruda 0,50 x 0,30 Setembro a Novembro Plantio em canteiros

Boldo 2,00 x 2,00 Setembro a Outubro Plantio em covas

Boldo de jardim 1,00 x 0,50 Setembro a Dezembro Plantio em covas

Camomila 0,50 x 0,15 Março a Junho Plantio em canteiros


Continuação Tabela 2

Plantio em covas, direto no campo ou


vasos quando os perfilhos forem
Capim limão 1,00 x 0,50 Setembro a Janeiro pequenos

Citronela 1,50 x 1,30 Setembro a Janeiro Plantio em covas, direto no campo

Cominho 0,25 x 0,14 Setembro a Fevereiro Plantio em canteiros

Erva cidreira 0,50 x 0,50 Setembro a Novembro Plantio em covas/canteiros

Aloísia 0,80 x 0,40 Outubro a Fevereiro Plantio em covas

Erva doce 0,80 x 0,40 Setembro a Outubro Plantio em canteiros

Funcho 1,20 x 0,80 Setembro a Novembro Plantio em covas

Plantio em covas/canteiros, direto no


Gengibre 1,00 x 0,40 Agosto a Outubro
campo

Gerânio 0,50 x 0,50 Março a Abril Plantio em canteiros

Hortelã/Menta 0,60 x 0,30 Setembro a Novembro Plantio em canteiros

Lavanda 1,00 x 0,50 Setembro a Fevereiro Plantio em covas/canteiros

Losna 0,50 x 0,40 Setembro a novembro Plantio em covas/canteiros

Louro 12,0 x 7,00 Setembro a outubro Plantio em covas

Macela 0,30 x 0,30 Julho a outubro Plantio em canteiros

Malva 0,70 x 0,50 Setembro a outubro Plantio em canteiros

Manjericão 0,60 x 0,40 Setembro a Novembro Plantio em covas

Manjerona 0,60 x 0,30 Setembro a Novembro Plantio em covas/canteiros

Fevereiro a Março e Setembro


0,30 x 0,30 Plantio em canteiros
Melissa a Outubro

Orégano 0,50 x 0,20 Setembro a Novembro Plantio em canteiros

Poejo 0,20 x 0,20 Setembro a Outubro Plantio em canteiros

Sálvia 0,60 x 0,40 Setembro a Outubro Plantio em covas/canteiros

Tomilho 0,50 x 0,30 Setembro a Outubro Plantio em canteiros

Vetiver 0,90 x 0,30 Setembro a Outubro Plantio em covas


Fotos: Pixabay

Módulo 4 – Cuidados e colheita

Os cuidados com as plantas são necessários em todas as etapas, desde o preparo do


solo, a escolha de onde cultivá-las, até seu processamento pós-colheita. No entanto,
temos que estar atentos a alguns tratos culturais, durante a fase de produção, que
são fundamentais para o melhor desenvolvimento das plantas e é sobre isso que você
vai aprender neste capítulo sobre irrigação, controle de pragas e doenças, podas e
colheita.

A irrigação

As plantas aromáticas e condimentares bem como as demais hortaliças requerem


irrigações quase que diárias. Em casa, podemos pensar que irrigar as plantas seja
mais fácil, e realmente é, pois como elas estão mais próximas e geralmente em
menor número, quando comparamos a um plantio comercial ou a uma horta
comunitária.

Mesmo assim, devemos observar e levar em consideração alguns fatores para não
exagerarmos na irrigação. O tempo e a quantidade de água dependem principalmente
das condições climáticas, tipo de solo, espécie e fase do ciclo da planta e do
recipiente em que elas foram plantadas.
Recomenda-se irrigações diárias para as plantas que estão nas fases iniciais de
desenvolvimento e para as folhosas, que é o caso da maioria das plantas aromáticas
e condimentares; para as aromáticas e condimentares e outras hortaliças de frutos e
de raízes, as irrigações podem ser a cada 2 a 3 dias. No entanto, algumas delas
como o alho, requerem um regime de irrigação que varia com o ciclo da cultura e,
para saber mais acesse: https://www.embrapa.br/hortalicas/alho/irrigacao.

Em média, você pode aplicar a quantidade de 4 a 10 litros de água por metro


quadrado de canteiro e de 3 a 5 litros por vaso como referência para vasos com mais
de 20 litros de solo (vasos grandes). Recomendamos molhar com mais frequência e
com menor volume quando as plantas estão ainda pequenas e na fase de pegamento
depois do transplantio, e com menor frequência e maior volume quando elas já
estiverem maiores e com raízes bem desenvolvidas. Se o solo for mais arenoso, a
irrigação deve ser mais frequente e com menor volume de água. Já os solos mais
argilosos necessitam de irrigações menos frequentes com maior volume em cada
aplicação. Em dias mais quentes e ensolarados deve-se fazer irrigações mais
frequentes, principalmente se o plantio for em vaso e, nas estações mais fria a
irrigação deve ser reduzida. Nos plantios caseiros ou em hortas compartilhadas em
prédios, é possível utilizar regadores, mangueira com esguicho, gotejadores ou
microasapersores ou qualquer outro recipiente. Já em plantios maiores, como em
hortas comunitárias, recomendamos o uso de sistema de irrigação como o
gotejamento, microaspersão, dentre outros.

Dica
Para saber o volume de água que deve ser colocado nas plantas,
despois de encher o vaso com o solo, basta adicionar, aos poucos, um
volume conhecido de água e, quando a água começar a pingar é o
ponto que chamamos de capacidade de campo do solo, quando ele
está completamente cheio de água e nos diz o volume de água que
cabe no vaso. Deste modo, após a primeira irrigação, podemos colocar
diariamente, metade ou até mesmo 1/4 desse volume, dependendo
das condições climáticas e do tipo de solo. Por exemplo, se 200 ml são
suficientes para encharcar todo o solo, podemos usar diariamente 100
ml ou 50 ml de água, volume que será suficiente para o
desenvolvimento das plantas sem que o solo fique encharcado.
Outro fator importante é a qualidade da água, que é de fundamental importância para
a boa saudabilidade dos produtos. Por isso, a sua natureza física, química e biológica
deve ser observada. No caso de sistemas de irrigação, a presença de partículas
sólidas pode provocar entupimentos nos filtros, gotejadores, microaspersores. Águas
contaminadas por efluentes não tratados (esgotos domésticos e industriais) e até
mesmo por animais mortos em caixas d’água podem transmitir doenças para as
plantas e também para o homem, principalmente as causadas por protozoários,
helmintos, bactérias, fungos e vírus. Desta forma, os mananciais de água devem estar
sempre protegidos, preferencialmente pela vegetação nativa e, no caso de nossas
casas, as caixas d’água devem estar sempre bem fechadas.

A água é o principal constituinte das células vegetais e por isso é essencial em todas
as etapas do desenvolvimento das plantas. Sua falta reduz o crescimento, retarda o
desenvolvimento e diminui a produtividade, enquanto que o excesso juntamente com
o calor favorece a maior incidência de doenças, como as causadas por fungos e
bactérias, que provocam manchas, amarelecimento e causam podridão nas folhas e
no sistema radicular, deprecia a qualidade dos produtos e aumenta os custos de
produção.
Pragas e doenças

Considera-se praga qualquer organismo vivo (insetos, ácaros, fungos, bactérias,


vírus, nematoides e plantas infestantes) que, em algum momento, causa danos e
prejuízo econômico às culturas. Apesar de muitas espécies de plantas aromáticas e
condimentares serem bastante resistentes ao ataque de pragas e doenças por
possuírem compostos voláteis, alguns com função repelente comprovada
cientificamente, e serem utilizadas no controle e prevenção de pragas e doenças de
outras plantas cultivadas, por meio do cultivo consorciado ou da aplicação de seus
extratos, estas espécies também podem ser atacadas por pragas e doenças,
principalmente quando cultivadas em maior escala. A ocorrência de pragas e doenças,
além de causarem redução na produtividade, podem causar alterações nos
compostos químicos.
Dentre as doenças, as que podem causar mais danos às plantas aromáticas e
condimentares são as causadas por fungos, como o míldio e o oídio (Figura 1 A e B).
Outros exemplos de doenças fúngicas são as ferrugens, que atacam o capim-limão, é
a ferrugem e as mancha-foliares, como a alternaria no alho (Figura 1C).

Figura 1. A: Aspecto de
uma planta de hortelã
atacada por oídio; B:
Detalhe da incidência do
fungo nas folhas; C:
Capim-limão com
incidência de ferrugem.
Fotos: Lenita L. Haber

C
Os sintomas do oídio e o míldio são semelhantes, caracterizando pelo surgimento de
um bolor pulverulento, de coloração branca a acinzentada, no entanto, o oídio
aparece na superfície superior das folhas enquanto que o míldio aparece na inferior.
Já a ferrugem causa manchas amareladas que evoluem para uma coloração mais
alaranjada, com aspecto ferruginoso e as manchas-foliares podem variar em
coloração, forma e tamanho, dependendo do agente causador e da espécie. No
entanto, iniciam com uma coloração branca ou amarelada, podendo evoluir para
marrom, preto e arroxeada (no caso da alternaria no alho) seguido do secamento da
mancha e da folha. Se acontecer alguns desses sintomas, arranque as partes
afetadas e elimine da área para que não contaminem outras partes das plantas.
As doenças de plantas causadas por vírus são caracterizadas por cloroses
(amarelecimento) e mosaicos nas folhas e partes novas das plantas. Estas partes
ficam enrugadas e com diversas tonalidades que variam de amarelo a verde escuro.
Geralmente são doenças que após serem detectadas não existe controle e, portanto,
como prevenção é realizado o controle de vetores, em geral insetos como pulgões,
mosca-branca e tripes.
Em relação às pragas, a ocorrência de lagartas (Figura 2), pulgões e ácaros,
vaquinhas e outros insetos é frequente.

Figura 2. A: Ataque de lagarta em plantas de hortelã; B: Detalhe do dano causado em


decorrência da alimentação da lagarta. Fotos: Débora Albernaz.

Como estas plantas começam a fazer parte do nosso dia a dia, sendo cultivadas em
nossas casas, em áreas comunitárias de prédios, e ainda em sistemas agroecológicos
em uma escala maior de produção, não se pode fazer uso de defensivos agrícolas
convencionais, devendo o controle e a prevenção ser realizados com métodos
alternativos e práticas integrativas. Abaixo sugerimos algumas práticas alternativas:

C
✓ Catação manual: retirada os insetos e seus ovos ou lagartas das folhas atacadas.
As folhas com sintomas de doenças também podem ser retiradas manualmente e
eliminadas da área de plantio;

✓ Uso de armadilhas adesivas: instalação, em diferentes pontos da horta, de placas


ou garrafas plásticas descartáveis do tipo “pet” ou ainda de pedaços de tábuas
pintadas de amarelo para atração de pulgões e moscas-brancas ou pintadas de
azul para atração de tripes. Estas armadilhas atrativas devem ser revestidas com
uma camada de cola ou graxa incolor para retenção dos insetos;

✓ Plantas repelentes em cultivo consorciado: cultivo em volta da horta ou dentro do


canteiro, em fileiras ou em covas alternadas de coentro (Coriandrum sativum),
tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha spp.), calêndula
(Calendula officinalis), mastruz (Chenopodium ambrosioides), artemisia (Artemisia
sp.) e arruda (Ruta graveolens) liberam substâncias voláteis que repelem os
insetos sugadores adultos, mantendo-os afastados; a cebolinha (Allium fistulosum)
e o manjericão (Ocimum basilicum) repelem vaquinhas e pulgões; a erva-doce
(Pimpinella anisum) repele as traças; o coentro (Coriandrum sativum) repele ácaros
e pulgões; a salsa (Petroselinum crispum) repele insetos de modo geral; o tomilho
(Thymus vulgaris) repele percevejos e pulgões; a hortelã (Mentha spp.) repele as
borboletas; a losna (Artemisia absinthium) repele lesmas e lagartas

✓ Calda de farinha de trigo e água: quando pulverizada sobre as plantas mata os


insetos por asfixia. Com o passar do tempo a calda seca ao sol, formando uma
camada branca de pó que cobrirá os insetos e pela ação do vento esta película é
gradativamente removida das folhas.

✓ Leite de vaca cru a 5%: pulverizar a solução nas plantas;

✓ Inseticidas alternativos: pulverização de extrato de pimenta, alho e sabão neutro;


uso de óleo vegetal de soja ou algodão para cozinha, misturado em água e sabão
dissolvido ou detergente neutro; pulverização de preparações caseiras de folhas e
de sementes de nim (Azadirachta indica). Também existem vários produtos
comerciais à base de óleo de sementes de nim.

Aplique uma vez por semana até ver que houve melhora.

C
As receitas dos inseticidas alternativos estão descritas na publicação “Circular
Técnica 80 - Recomendações para o controle de pragas em hortas urbanas”, que está
disponível na página da Embrapa:

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/783033

na “Circular Técnica 120 - Diagnose e controle alternativo de doenças em alface, alho,


cebola e brássicas”

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/957550

“Circular “Técnica 121 - Diagnose e controle alternativo de doenças em tomate,


pimentão, curcurbitáceas e cenoura”

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/957546?mode=full

Outra dica é cobrir o solo com palha ou aparas de grama ou folhas secas. Até as
plantas espontâneas que cresceram em volta das suas plantas aromáticas podem ser
usadas para cobrir o solo, se não estiverem com sintomas de doenças. Arranque-as e
deite-as para se decomporem ali mesmo, formando essa palhada. Cobrir o solo ajuda
a proteger as plantas de gotas de chuva que disseminam as estruturas reprodutivas
de fungos e bactérias. Cobrir o solo ainda proporciona melhor conforto térmico para
as plantas, reduz a necessidade de irrigação e aumenta a vida do solo.

C
Podas e colheita
As podas são tratos culturais necessários principalmente quando cultivamos plantas
consorciadas, a fim de não causarem sombreamento de uma planta sobre outra. São
necessárias ainda para eliminação de folhas ou ramos mais velhos, que geralmente
se caracterizam por folhas amareladas e estão dispostas na parte mais baixa das
plantas ou nas folhas mais externas, como no caso as sálvia, da salsinha e do
coentro, favorecendo o desenvolvimento da planta e prevenindo focos de doenças.

As podas podem ainda coincidir com a época da colheita, que deve ser realizada no
momento de maior produção de biomassa, seja de flores, frutos, rizomas e
substâncias bioativas, dependendo da finalidade de uso. No nosso dia a dia, podemos
ir colhendo à medida da necessidade de consumo.

Para a maioria das espécies produtoras de óleos essenciais, o ponto de colheita é


determinado pelo início do estágio de florescimento. Muitas espécies propiciam mais
de uma colheita por ciclo e, para garantir um bom rendimento das colheitas
subsequentes, devem-se evitar cortes muito baixos que comprometam as brotações
basais da planta. Na Tabela 1 são apresentadas a época de colheita e as partes das
plantas a serem colhidas. Variações na data de colheita das plantas poderão ocorrer
em função das condições climáticas locais, data de plantio, sistemas de cultivo e
irrigação.

Tabela 1. Época de colheita e as partes das plantas a serem colhidas.

Início da
Nome da Parte da
colheita
planta planta Observações
(meses)*
A colheita deve ser realizada no período seco
Açafrão Rizomas 7a8 quando as folhas das plantas começam a
murchar.
A colheita deve ser realizada em dias
Ramos, e ensolarados e quentes para obtenção de maior
Alecrim 6a8
folhas teor de óleo essencial, e de preferência no
período da manhã.
Ramos e A colheita deve ser realizada em dias
Alfavaca 3a4
folhas ensolarados.
A colheita deve ser realizada em dias
Ramos e ensolarados e quentes, preferencialmente, por
Alfavacão 4a5
folhas volta do meio dia para obtenção de maior teor de
óleo essencial.
Ramos e Os ramos devem ser colhidos a 15 cm do solo,
Arruda 4a5
folhas em dias quentes e ensolarados.
A colheita deve ser realizada antes do estádio de
Boldo Folhas 6a8 florescimento. CPode-se coletar até 50% das
folhas da planta a cada vez.
Continuação tabela 1

Início da
Nome da Parte da
colheita
planta planta Observações
(meses)*
Colher antes do florescimento. Eliminar as
Boldo de
Folhas 6a8 inflorescências para obtenção de maior produção
jardim
de folhas.
Iniciar a colheita em plena floração colhendo
Camomila Flores 4a5
apenas os capítulos florais.
A colheita deve ser feita em dias ensolarados no
Capim-limão Folhas 6a8
período de 9:00 as 11:00 horas a 15 cm do solo.
A colheita deve ser feita em dias ensolarados no
Citronela Folhas 4a5 período de 9:00 as 11:00 horas a uma altura de
15 - 20 cm do solo.
Iniciar a colheita quando os frutos atingirem uma
Cominho Frutos 3a4
coloração verde-acinzentada.
A colheita deve ser feita em dias ensolarados no
Ramos e
Erva-cidreira 3a4 período de 9:00 as 11:00 horas a uma altura de
folhas
15 -20 cm do solo.
Ramos e A colheita deve ser feita em dias ensolarados no
Aloísia 3a4
folhas período de 10:00 as 12:00 horas.
Iniciar a colheita quando os frutos atingirem uma
Erva-doce Frutos 3a4
coloração verde-acinzentada.
Iniciar a colheita quando os frutos atingirem uma
Funcho Frutos 5a6
coloração verde-acinzentada.
Iniciar a colheita na época seca após a parte
Gengibre Rizomas 7 a 10
aérea da planta começar a secar.
Cortas as plantas a uma altura de 20 cm do solo
Gerânio Folhas 6a8
e destacar as folhas.
A colheita deve ser feita em dias ensolarados no
Ramos e
Hortelã/Menta 3a4 período de 9:00 as 11:00 horas a 10 cm do solo,
folhas
evitando-se dias nublados ou chuvosos.
Colher quando metade das flores estiverem
Lavanda Flores 3a4 abertas na maior parte das inflorescências da
planta.
A colheita deve ser feita antes do florescimento
Ramos e
Losna 6a8 em dias ensolarados no período de 9:00 as 11:00
folhas
horas.
Ramos e Os cortes devem ser efetuados no verão ou início
Louro 18 a 24
folhas do outono.
A colheita deve ser iniciada logo após a abertura
Macela Flores 5a6
das flores entre 9:00- 10:00 horas.

C
Continuação tabela 1

Início da
Nome da Parte da
colheita
planta planta Observações
(meses)*
Folha, Colher a planta toda no estádio de florescimento
Malva flores e 5a6 e separar folhas, flores e raízes.
raízes
A colheita deve ser realizada no início do estádio
Ramos e
Manjericão 3a4 de florescimento a 20 cm do solo, no período da
folhas
manhã após a secagem do orvalho.
Ramos e Colher os ramos a 10 - 15 cm do solo no início da
Manjerona 4a5
folhas floração.
Ramos e A colheita deve ser feita em dias ensolarados a
Melissa 5a6
folhas partir das 10:00 horas a 10 cm do solo.
Ramos e Cortes acima do segundo conjunto de folhas.
Orégano 4a5
folhas
Ramos e Colher a 5 cm do solo, preferencialmente, no
Poejo 3a4
folhas período da manhã.
Ramos e Colher os ramos a 15 cm do solo e separar as
Sálvia 5a6
folhas folhas.
Ramos e Colher os ramos a 10 cm do solo.
Tomilho 5a6
folhas
Colher as raízes a uma profundidade de 30 a 35
cm, retirar o excesso de terra. As raízes devem
Vetiver Raízes 15 a 18
ser armazenadas por 3 a 6 meses antes da
extração do óleo.

De maneira geral, a colheita dessas plantas deve ser feita em dias ensolarados e
secos, no período da manhã, após a evaporação do orvalho. Não é recomendável
realizar a colheita durante períodos prolongados de chuvas. Isto dificulta e atrasa o
processo de secagem, além de propiciar condições favoráveis para a deterioração e
perda do produto. As irrigações devem ser interrompidas às vésperas das colheitas, o
que aumenta concentração de substâncias aromáticas.

Na colheita, devem-se usar ferramentas apropriadas para cada tipo de planta,


considerando a parte a ser colhida. Tesouras de poda, cutelos, facões, enxadas,
enxadões, dentre outros, devem estar limpas e isentas de qualquer tipo de
contaminação. Em plantio comerciais, entre a colheita de uma espécie e outra, as
ferramentas devem ser limpas e sanitizadas. Deve-se evitar a colheita de partes
secas ou mortas, bem como das atacadas por insetos e doenças. O material colhido
não deve ter contato com o solo e nem ser compactado nos recipientes de coleta, que
devem ser secos, limpos e apropriados para o transporte rápido até o local do
beneficiamento. C
À medida que se diminui o tempo entre a colheita e o consumo das plantas “in natura”
preserva-se a qualidade, pois problemas de contaminação por fungos ou bactérias
são minimizados. O mesmo se aplica às plantas que serão submetidas ao processo
de secagem, pois quanto maior o tempo entre a colheita e a secagem, maior será a
degradação dos princípios ativos, o que consequentemente comprometerá a
qualidade do produto final, seja da planta seca ou dos óleos essenciais.

Outro fator que pode influenciar a qualidade das plantas é a temperatura durante o
armazenamento. Em geral, quanto mais elevada a temperatura, menor deve ser o
tempo de armazenamento, pois a maioria dos fatores que levam a perdas
quantitativas e qualitativas são acelerados com o aumento da temperatura, que está
diretamente relacionada à respiração das plantas.

C
Fotos: Pixabay

Módulo 5 – Processamento

Por definição conceitual, a partir do momento em que se colhe e corta a planta para
consumo ocorre o processamento. Porém, a complexidade desse processamento irá
depender de uma série de fatores que envolvem desde as características naturais
(partes a serem consumidas) até o objetivo de seu consumo.

Dessa maneira, vamos começar a organizar o processamento pensando na parte da


planta a ser utilizada (folhas, ramos, cascas e raízes), visto que existem espécies em
que determinado sabor ou aroma é extraído com maior eficiência em uma parte
específica do que em outra. E mesmo essas partes se diferenciam por serem mais ou
menos tenras, mais ou menos grossas, ou mais ou menos carnudas, no caso de
algumas raízes. Por isso a importância da separação.

Dando continuidade a essa proposta, vamos subdividir as partes da planta de acordo


com a forma de consumo, ou seja, se in natura, desidratada ou como óleo essencial,
para podermos aumentar a vida útil do produto, obtendo o melhor do seu sabor,
aroma ou suas outras funcionalidades, como a ação medicinal, por exemplo.

O consumo in natura é mais simples de execução. Passa pela colheita, limpeza,


sanitização, preparação dos maços, embalagem e, caso não seja para consumo
doméstico, passa também pela comercialização. Da colheita até a fase de
sanitização os processos são comuns entre as etapas do processamento in natura (A)
e desidratado/óleo essencial (B), mas depois seguem caminhos diferentes. Quando o
C
objetivo do processamento for a desidratação e/ou a obtenção dos óleos essenciais
teremos algumas etapas a mais, conforme mostraremos a seguir e apresentamos na
Figura 1.
Figura 1. Processo de colheita e pós-colheita de espécies aromáticas e condimentares:
(A) para consumo “in natura”; (B) para desidratação e obtenção de óleos essenciais.
Fonte: Adaptado de Clemente e Haber (2013).

Descrição das etapas:

A colheita já foi abordada e consiste na retirada da parte a ser utilizada observando a


sanidade da planta, eliminando as partes deterioradas. As partes aptas para uso
seguirão para a etapa de lavagem, que deverá ser realizada em água corrente e
potável para retirada de terra das raízes e demais impurezas que estejam nas plantas.
A sanitização, a etapa seguinte, é muito importante para a eliminação de
microrganismos que podem promover o apodrecimento mais rápido da planta e
daqueles que possam ser prejudiciais à saúde humana. Apresentamos uma receita
simples para auxiliar nesse cuidado. Trata-se da utilização de cloro livre (solução de
hipoclorito) que pode ser usado para sanitizar qualquer hortaliça. As soluções de
hipoclorito de sódio comerciais são as mais comuns, no entanto é importante dar
bastante atenção à concentração do cloro livre, que pode varia de 5% a 20% e se ela
é recomendada para sanitização de frutas e hortaliças e nunca utilizar a água
sanitária para a limpeza de casas. Para a sanitização de frutas e hortaliças,
recomenda-se a utilização de soluções com concentrações finais entre 50 e 200 ml/L.
Vejamos o exemplo abaixo, considerando 150 ml/L como concentração final:
C
Se o produto possuir concentração de 10% de cloro livre, serão necessários 1,5 ml da
solução de hipoclorito para o preparo de 1 L de solução sanitizante, como
demonstrado a seguir nas equações:

Na consulta mais aprofundada do livro “Plantas aromáticas e condimentares: uso


aplicado à horticultura” apresentamos uma tabela com maiores especificações e
aplicações para esse procedimento.

Dando sequência às etapas, vamos abordar o preparo dos maços, que são muito
importantes para separação das quantidades, principalmente com foco no comércio in
natura. Esse processo é empírico, não havendo determinações de tamanho, peso ou
volume, sendo variável em função da disponibilidade e da demanda do produto e
região. Na Figura 2 observamos os maços de cebolinha, salsinha, arruda e
manjericão.

Figura 2. Maços de cebolinha, salsinha, arruda e manjericão preparados para


comercialização. Fotos: Paula Rodrigues
C
Dependendo do destino do produto, a embalagem é necessária para fins de
comercialização. Seja com rótulos identificando marcas ou não, tanto para os
produtos in natura quanto para os produtos desidratados e para os óleos essenciais.
As embalagens além de possibilitarem a melhor identificação e apresentação do
produto ao consumidor, o protegem de danos e de contaminações. Na Figura 3
trazemos um exemplo de comercialização de alecrim (A) e manjericão (B) embalados.

Figura 3. Alecrim e manjericão embalados para comercialização. Fotos: Paula Rodrigues

As embalagens são mais ou menos elaboradas de acordo com o nível de tecnificação


do produtor e sua capacidade de atender mercados específicos. Podemos encontrar
as hortaliças aromáticas apenas amarradas em maços nas feiras livres ou em
embalagens diferentes tipos de embalagens, personificadas com a marca do produtor
e demais informações sobre o produto, inclusive em alguns casos, com
rastreabilidade. Os produtos desidratados necessitam, normalmente, de maiores
investimentos adotando embalagens mais elaboradas que podem ser de plástico ou
vidro (Figura 4), que além de protegerem o produto, aumentam sua vida útil; enquanto
que os óleos essenciais precisam ser envasados em frascos de vidros e
preferencialmente de cor âmbar (cloração marrom) para preservar suas
características físico-químicas (Figura 4). Deve-se ter atenção com o
acondicionamento de algumas plantas aromáticas desidratadas e embaladas em
embalagens plásticas, pois se mantidas muito próximas os aromas podem se
misturar.

C
A B

Figura 4. Plantas aromáticas e condimentares em embalagens de vidro e plásticas para


comercialização (A e B) e óleos essenciais em frascos âmbar (C). Fotos: Paula Rodrigues
e Carla Timm.

A desidratação ou secagem de plantas aromáticas e condimentares têm se tornado


mais frequente tanto para agregar valor ao produto que seguirá para o comércio como
tempero ou chá aumentando sua vida de prateleira, quanto para compor mais uma
etapa na obtenção do óleo essencial. No entanto, essa é uma das etapas mais
críticas da cadeia produtiva e deve ser realizada o mais rápido possível após a
colheita, isso porque a alta unidade presente nas folhas, flores, raízes ou cascas,
juntamente a temperatura do ambiente podem favorecer o ataque de fungos e
bactérias que, além de danificar as plantas causam ainda, redução dos teores dos
princípios ativos presentes nos óleos essenciais, comprometendo a qualidade do
produto final.

Quando se trabalha com mais de uma espécie aromática, atenção redobrada deve ser
dada para o acondicionamento das plantas antes e principalmente após a secagem,
pois depois de secas elas ficam com coloração e aparência bastante parecidas, o que
pode favorecer misturas indesejáveis (Figura 5). C
Figura 5. Aspecto de algumas plantas aromáticas e condimentares depois de submetidas
ao processo de secagem. Foto: Paula Rodrigues.

A secagem pode ser realizada de maneira natural, através de estruturas simples em


regiões de clima quente e baixa umidade como no Nordeste, ou de maneira artificial,
através de estufas e secadores. Para a secagem natural, as partes colhidas deverão
ser colocadas sobre panos, ripados, telhas de alumínio ou redes, estendidos em local
arejado, sem umidade, abrigadas do sol direto e com proteções de tela laterais para
impedir a entrada de insetos e roedores (Figura 6).

Figura 6: Exemplos de secadores usados para secagem natural de plantas aromáticas e


condimentares. Fotos: Alexis Nehemy.
C
Na secagem artificial são utilizados secadores elétricos com circulação forçada de ar
e controle de temperatura. Este processo de secagem é mais rápido e geralmente
utilizado para grandes quantidades de plantas. A temperatura do ar de secagem pode
variar entre 35 e 70ºC dependendo da parte da planta e do conhecimento da
substância ativa de interesse. Plantas que contenham substâncias voláteis, como os
óleos essenciais, devem ser secas em temperaturas de até 40ºC para evitar que
essas substâncias sejam volatilizadas. Já plantas que contenham, por exemplo,
alcaloides e taninos, podem ser secas em temperaturas mais elevadas. Existem no
mercado pequenos secadores elétricos que são eficientes para a secagem de
pequenos volumes, conforme mostra a Figura 7.

Figura 7. Secadores elétricos com circulação forçada de ar e controle de


temperatura. Fotos: Paula Rodrigues e André Generoso.

A opção de construção de um secador também é atrativa e de baixo custo. A Embrapa


disponibiliza uma opção de construção de um secador de alimentos muito eficiente no
link:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/183393/1/DOC-130-construcao-
secador.pdf C
Independente de qual opção for utilizada, abaixo estão descritas algumas condições
estabelecidas para um adequado processo de secagem de plantas aromáticas e
condimentares:

- o secador deve ser mantido com seu interior sempre limpo, arejado, sem muita
entrada de luz solar;

- ter atenção às temperaturas máximas de secagem, para cada parte da planta, de 30


a 35ºC para folhas e flores aromáticas, 40ºC para folhas e flores não aromáticas e
65ºC para raízes e cascas;

- não revolver folhas e flores;

- montar camadas de folhas com no máximo 5 cm de espessura;

- secar uma espécie de cada vez no secador;

- retirar o excesso de água após a higienização;

- não secar diretamente ao sol as folhas e flores

No final do processo de secagem, que pode durar de 2 a 15 dias dependendo da


parte do vegetal, haverá uma redução no peso das plantas em função da perda de
água, variável conforme o material vegetal (Tabela 1), podendo permanecer com
cerca de 1/3 a 1/4 do peso do material vegetal fresco. O teor de umidade ideal para
melhor conservação, embalagem e armazenamento é de 5 a 10% para folhas, flores e
galhos floridos e de 12 a 20% para sementes, cascas e raízes.

Tabela 1. Redução do peso (%) de partes de plantas aromáticas e condimentares em


condições de secagem.

Parte da planta Redução do peso (%)

Folhas 20 – 75
Flores 40 – 65
Cascas 25 – 80
Raízes 15 – 80

Antes de falarmos de comercialização, vamos tratar um pouco da extração dos


óleos essenciais, que pode ocorrer tanto a partir de plantas frescas como das
secas que, nesse caso, possibilitam a obtenção de um rendimento maior. Os óleos
essenciais, que são misturas de substâncias químicas voláteis, geralmente
odoríferas e líquidas, de fácil evaporação e, normalmente, possuem essência
(perfume), insolúveis ou pouco solúveis em água, podem ser extraídos de
diferentes partes das plantas, podendo ser obtidos por três processos: destilação
por arraste a vapor d´água, destilação com vaporC água-vapor e hidrodestilação.
Conforme já mencionamos, os óleos essenciais podem ser extraídos de diferentes
partes, o que irá variar de acordo com a espécie, conforme mostra a Tabela 2.
Tabela 2. Continuação Espécies aromáticas e condimentares regulamentadas para
comercialização com fins terapêuticos e medicinais, com a parte utilizada para
extração dos óleos essenciais.

Nomenclatura popular e botânica Partes utilizadas

Açafrão Raiz
Alecrim Folhas
Alfavaca Folhas
Alfavacão Folhas
Arruda Folhas e ramos

Boldo, Boldo nacional, falso boldo Folhas

Boldo verdadeiro, Boldo-baiano Folhas

Camomila Flores
Capim limão Folhas
Cidró Folhas e ramos
Citronela Folhas
Cominho Frutos
Erva-cidreira Folhas e ramos
Erva-doce, anis Frutos
Funcho Frutos
Gengibre Raiz
Gerânio Folhas
Hortelã Folhas
Menta Folhas
Hortelã-japonesa Folhas

Hortelã-rasteira Folhas
Lavanda Flores
Losna Folhas e ramos
Louro Folhas
Macela Flores
Manjericão Folhas
Manjerona Folhas
Malva Folhas e frutos
Melissa Folhas e ramos
Orégeno Folhas
Poejo Folhas
Sálvia Folhas
Tomilho Folhas e ramos
Vertiver C Raiz

Fonte: Adaptado de Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 2010.


Abaixo descrevemos suscintamente os processos de extração e obtenção dos óleos
essenciais:

1. O processo de destilação por arraste a vapor d’água é amplamente utilizado na


extração de óleos essenciais, em especial em escala industrial. O equipamento
empregado possui quatro compartimentos: uma caldeira para a geração do vapor
d’água, uma dorna de aço inox onde é colocado o material vegetal a ser extraído, um
condensador e o vaso separador. O processo consiste basicamente em submeter o
material vegetal à ação do vapor d’água de maneira contínua, fazendo com que o óleo
essencial seja vaporizado e arrastado junto com o vapor d’água para um
condensador, onde a mistura será resfriada e o óleo essencial e a água retornarão a
fase líquida. A mistura é recebida em um vaso separador, de maneira que o óleo
essencial seja separado.

2. Na extração por destilação com água-vapor, a matéria-prima e a água ficam


armazenadas no mesmo recipiente, porém a planta fica apoiada sobre uma tela
perfurada na parte superior e a água, em ebulição, na parte inferior. O vapor saturado
em baixa pressão passa pelo material vegetal arrastando o óleo essencial. As demais
etapas do processo são similares à destilação por arraste a vapor d’água.

3. No processo de hidrodestilação, o material vegetal fica constantemente imerso na


água fervente durante o processo de extração. As demais etapas do processo
(condensação e separação de fases) são similares à destilação por arraste a vapor
d´água. De acordo com estudos descritos na literatura, este processo pode ocasionar
a decomposição de substâncias presentes nos óleos essenciais sensíveis à hidrólise
ou polimerização, resultando em óleos essenciais de menor qualidade. Na Figura 8
podemos observar os três equipamentos para extração.

C
Figura 8. Equipamentos de extração de óleos essenciais: A. destilação por arraste a vapor
d’água; B. destilação com água-vapor; C. hidrodestilação. Fotos: Nelson Marques e Lenita
Haber.

Logo após a extração, os óleos essenciais são incolores ou ligeiramente amarelados,


no entanto, alguns apresentam coloração diferenciada, como o de camomila, que é
azul. As substâncias que constituem os óleos essenciais e dão a cor e o aroma são
resultantes de um metabolismo especializado das plantas, que chamamos de
metabolismo secundário das plantas. E assim como o rendimento, podem variar em
função do tipo e idade planta, da variedade, do estágio fisiológico (reprodutivo e
vegetativo); de fatores de clima, solo e local de plantio e ainda de fatores de
processamento pós-colheita e armazenamento.
C
A comercialização das plantas aromáticas para utilização como temperos e chás
ocorre de maneira muito expressiva com produtos in natura, ocorrendo em feiras,
mercados, sacolões, quitandas e outros pontos de venda e em função da
perecibilidade da maioria das plantas, deve ocorrer o mais rapidamente (colhe,
prepara e vende). Por isso também a desidratação é uma vantagem, pois além de
agregar valor ao produto, permite uma vida de prateleira maior. A indústria de
temperos para uso culinário absorve grande volume das plantas aromáticas e
condimentares e contribui para diversificar as possibilidades de combinações para o
sabor dos alimentos. Outra opção de venda é para farmácias de manipulação,
indústrias de cosméticos e perfumaria, farmacêutica, de produtos de limpeza, dentre
outras, dando uma nova dimensão de ampliação e diversificação de renda.

Quando especificamos o processamento para a produção dos óleos essenciais,


entramos em um mercado mais elaborado, atrativo e crescente. No entanto, é preciso
estar atento, pois cada óleo essencial possui critérios próprios para a manutenção da
qualidade. O conjunto destes critérios constitui a norma de qualidade, que varia de
acordo com o uso e o mercado (medicinal, alimentos, sabores e fragrâncias, dentre
outros). As normas e especificações são elaboradas por autoridades nacionais e
internacionais de normalização, farmacopeias, códigos alimentares, etc., e publicadas
por organizações como a International Standards Organization (ISO), IFRA
(International Fragance Association) e o IOFI (International Organization of the Flavor
Industry), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), dentre outras instituições.

C
Equipe
Carla Alessandra Timm – Suporte Técnico
Débora de Farias Albernaz Vieira - Conteudista
Fernanda Oliveira do Nascimento - Gestora
Flávia Maria Vieira Teixeira - Conteudista
Henrique Martins Gianvecchio Carvalho - Gestor
Lenita Lima Haber - Conteudista
Nara Lúcia Souza Ribeiro Trindade - Conteudista

Contato
hortalicas.eventos@embrapa.br
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