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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE

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LIÇÃO 03 - ACABE E O PROFETA ELIAS - 3º TRIMESTRE 2021


(1Rs 16.29,30; 17.1-7; 18.17-21)

INTRODUÇÃO
Nesta lição destacaremos algumas das principais informações sobre Acabe, um dos reis de Israel. Num período tão
difícil, Deus levantou o profeta Elias a fim de se contrapor aos pecados do monarca e da nação. Conheceremos um pouco
mais este importante profeta e, por fim, veremos que a atuação de Elias no tempo de Acabe é uma figura da missão da Igreja
de Cristo na sociedade.

I – INFORMAÇÕES SOBRE ACABE

1.1 Seu nome e origem. Acabe, do hebraico “'Ah'ãv”, significa: “irmão do pai”. Era filho do ímpio rei Onri, pertencente ao
Reino do Norte, Israel, com a sua capital em Samaria. Acabe se tornou um dos piores reis que a dinastia do Reino do Norte
teve, superando seu próprio pai: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os
que foram antes dele” (1Rs 16.30-33; ver 21.25,26).

1.2 Seu reinado e casamento. O reinado de Acabe durou aproximadamente 22 anos (1Rs 16.31; 874 a.C. - 853 a.C.). No
começo de seu reinado, uma profecia de 500 anos relativa à reconstrução de Jericó foi cumprida (1Rs 16.34; cf. Js 6.26). A
reconstrução de Jericó foi um dos sinais da decadência religiosa de Israel durante o reinado de Acabe. Josué havia condenado
qualquer tentativa nesse sentido (Js 6.26). Acabe, além de repetir os pecados de seus antecessores, casou-se com Jezabel,
filha do rei de Sidom, em decorrência de uma aliança política: “E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados
de Jeroboão, filho de Nebate ), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios [...]” (1Rs 16.31).

1.3 A sua decadência espiritual e moral. Incitado por Jezabel (1Rs 21.25) oficializou o culto a Baal (1Rs 16.31; 21.26).
Acabe erigiu um templo a Baal em Samaria (1Rs 16.32) e, como os capítulos subsequentes revelam, estabeleceu ali centenas
de falsos profetas, além dos sacerdotes que ministravam perante os bezerros nos altos e nos bosques (1Rs 16.33). Durante
esse período, muitos profetas do Senhor foram mortos (1Rs 18.4), de modo que, comparadas ao pecado de Acabe, as
transgressões de Jeroboão foram secundárias: “Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau
aos olhos do SENHOR [...]” (1Rs 24.25-a). Cometeu várias atrocidades, dentre elas o assassinato de Nabote (1Rs 21.15-16),
de forma que a expressão “a casa de Acabe” tornou-se padrão para se referir a reis perversos (2Rs 8.27; 2Cr 21.6), o que
ocasionou o levante do profeta Elias, a fim de confrontar os pecados de Acabe e de sua esposa Jezabel (1Rs 18.18).

II – QUEM FOI O PROFETA ELIAS


De repente, Elias surge nas páginas da Bíblia (1Rs 17.1). Como podemos ver, o texto não faz referência aos seus
ascendentes, o que contrariava os costumes dos hebreus. Em virtude disso, alguns críticos pensam que personagens assim
(sem nenhum registro genealógico) eram fictícias. No entanto, os apóstolos e o próprio Jesus Cristo fizeram referência a
Elias, dando provas da sua real existência (Rm 11.2; Tg 5.17; Lc 4.26). Vejamos algumas informações acerca deste profeta:

2.1 Nome. O nome desse profeta é composto por dois nomes divinos: “El e Yah”. O primeiro significa “Deus”, e o segundo
é uma abreviação do nome de Yahweh. Portanto o nome de Elias no hebraico é: “Elyahu” que significa: “Jeová é Deus”.
Como podemos ver, o próprio nome de Elias era uma espécie de proclamação de sua mensagem “...Vive o SENHOR Deus
de Israel...” (1Rs 17.1). Foi denominado pela maioria dos estudiosos como o “profeta do fogo” (1Rs 18.24,38).

2.2 Lugar de origem e período que profetizou. Quanto a terra natal do profeta Elias, as Escrituras nos dizem: “Então Elias,
o tisbita, dos moradores de Gileade” (1Rs 17.1-a). O adjetivo “tisbita” indica que ele era natural de Tisbe, que, segundo
alguns historiadores, ficava em Gileade, entre os rios Jarmuque e Jaboque, na Transjordânia (MOODY, sd, p. 58). Como
Elias profetizou durante o reinado de Acabe e parte da estão de Acazias, podemos concluir que ele exerceu seu ministério no
período 874 a 852 a.C.

2.3 Características pessoais. Os registros bíblicos pouco falam sobre o histórico pessoal e sobre a família de Elias. Apesar
disso, algumas informações podem ser verificadas: (a) vestia-se de uma maneira diferenciada (2Rs 1.8); (b) era um homem
dotado de grande autoridade espiritual, pois, caso contrário, não teria acesso ao rei (1Rs 17.1; 18.15,16); (c) era fisicamente
forte, visto que correu adiante do carro de Acabe, desde o monte Carmelo até a entrada de Jezreel (1Rs 18.42-46); (d)
cultivava a prática da oração (1Rs 17.20; 18.36-38; 18.42-46; Tg 5.17,18); (e) sua fragilidade humana ficou evidente por seu
desencorajamento diante das ameaças de morte por Jezabel (1Rs 19.1-4; Tg 5.17-a).
2.4 Vocação e tarefa. Elias é considerado como homem de Deus e profeta (1Rs 17.24; 19.10,14; 2Rs 1.9). Seu ministério
foi marcado por operações miraculosas, tais como: (a) cessação da chuva por três anos e meio (1Rs 17.1); (b) multiplicação
da farinha e azeite para seu sustento, da viúva e do seu filho (1Rs 17.14-16); (c) ressurreição do filho da viúva (1Rs 17.20-
23); (d) retorno da chuva (1Rs 18.1; 41-45); (e) fez cair fogo do céu (2Rs 1.10); (f) foi elevado ao céu num redemoinho (1Rs
2.11). Elias foi o instrumento de Deus para fazer o Reino do Norte (Israel-Samaria) se voltar para o Senhor, a fim de que o
cativeiro Assírio fosse evitado.

III – A ATUAÇÃO DE ELIAS NO REINO DO NORTE


A Bíblia nos mostra que a monarquia foi instituída alguns séculos após a morte de Moisés (I Sm 8.5-7). Ele profetizou
o surgimento do rei entre os hebreus (Dt 17.14) e, direcionado por Deus, estabeleceu os requisitos para um homem assentar-
se no trono real. O rei deveria: (a) ser escolhido pelo Senhor e não ser estrangeiro (Dt 17.15); (b) não acumular riquezas e
mulheres (Dt 17.16,17); (c) ter uma cópia da Lei sempre ao seu lado para lembrar-se dos estatutos do Senhor (Dt 17.18,19).
Apesar destas recomendações, boa parte dos reis de Israel procederam impiamente, nos âmbitos político, social e religioso.

3.1 O profeta Elias e a questão política de seu tempo. Às vezes, os profetas serviam como conselheiros do rei. Natã, Gade
e Isaías figuram como conselheiros reais (2Sm 7.2,3; 24.18,19; Is 37.21-35). Além disso, vemos profetas repreendendo
monarcas pelos seus pecados. Um deles foi Elias (1Rs 18.17,18). Por não ser aceito pelo ímpio Acabe, o profeta do Senhor
fora acusado de ser um perturbador (1Rs 18.17). Elias, porém, denunciou ao rei quem realmente estava causando perturbação
em Israel: “Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai [...]” (1Rs 18.18).

3.2 O profeta Elias e a questão social. A justiça social recebeu importante destaque na Lei do Senhor. Ela versa sobre a
generosidade para com os necessitados (Dt 24.14); sobre as obrigações do patrão para com os assalariados (Dt 24.15) e sobre
o respeito aos direitos do estrangeiro, do órfão e da viúva (Dt 24.17) dentre outras coisas (Êx 22.22; Dt 23.24,25; Dt 15.1-
18). Na contramão de tudo isso, Acabe e Jezabel planejaram possuir a vinha de Nabote criminosamente. Ele tinha uma vinha
junto ao palácio real e, mesmo recebendo uma proposta vantajosa de Acabe, não a vendeu (1Rs 21.2). O casal, então, tramou
contra o inocente, acusando-o de blasfemar contra Deus e contra o rei. Nabote foi punido com a morte (1Rs 21.10-14), e
Acabe apoderou-se de sua vinha (1Rs 21.14-16). Essa injustiça cometida pelo casal não ficou impune, pois Deus ordenou
que o profeta Elias lhes dirigisse uma árdua mensagem (1Rs 21.17-23).

3.3 O profeta Elias e a questão religiosa. Como já vimos, o rei Acabe tomou Jezabel por esposa, uma mulher pagã e idólatra
(1Rs 16.31). Ao rei faltavam convicções religiosas. Ele permitiu que Jezabel estabelecesse a adoração pagã em larga escala.
Israel ficou repleto de sacerdotes e profetas de Baal (1Rs 18.22). Os profetas de Jeová foram perseguidos e, alguns deles,
mortos (1Rs 18.4). As ações de Acabe e Jezabel influenciaram negativamente a nação. Em dado momento, o profeta
exclamou: “[...] deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei,
e buscam a minha vida para ma tirarem” (1Rs 19.10). Como profeta principal de sua época, Elias recebeu a árdua missão
de restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (1Rs 18.30).

IV – A MISSÃO DE ELIAS UMA FIGURA DA MISSÃO DA IGREJA


A missão profética da igreja é definida pela palavra grega: “kerigma”, que é traduzida por “pregação” (Rm 16.25;
1Co 1.21; 2Tm 2.17; Tt 1.3), e “proclamação” (Lc 4.18; 1Ts 2.9 – ARA). É a tarefa exercida pela Igreja de Cristo após a sua
ascensão (Mt 28.19-20; Mc 16.15; At 1.3-5). A Igreja: proclama o reino de Deus (Mt 28.19-20; Mt 4.17; Mc 1.15; 16.15);
denuncia o pecado e chama os homens ao arrependimento (At 2.38; 3.19), e expõe a mensagem profética de Deus,
outrora exposta pelos profetas do AT (Hb 11.13; Rm 16.25), os quais vislumbravam a revelação plena, Cristo Jesus (Hb
10.1cf. Rm 16.26; 1Co 2.7; Ef 1.9; 3.3,4,9; 5.32; 6.19).

CONCLUSÃO
Os tempos de extrema apostasia durante o reinado de Acabe exigiam um homem como Elias. Assim como o profeta
tisbita, o Senhor tem capacitado sua Igreja para a execução de sua principal tarefa: a proclamação do Evangelho.

REFERÊNCIAS
● ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
● CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
● GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
● STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
● SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia. CPAD

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