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Journal of Physical Education

Volume 90, Número 1 (2021)

CORPO EDITORIAL

Editor-Chefe Honorário
General de Brigada Ernesto de Lima Gil, Chefe do Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx)
Coordenador Geral
Coronel Renato Souza Pinto Soeiro (MS), Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx)
Editor-Chefe
Profa. Dra. Lilian C. X. Martins, Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx) e Centro de Capacitação Física do
Exército (CCFEx)
Editor-Chefe-Adjunto
Profa. Dra. Danielli Braga de Mello, Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx)

Conselho Editorial

Profa. Dra. Adriane Mara de Souza Muniz Coronel R/1 Luciano Vieira (MS)
Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) – RJ, Brasil Windermere / FL, Estados Unidos da América
Prof. Dr. Aldair José de Oliveira Profa. Dra. Maria Cláudia Pereira
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – RJ, Colégio Militar de Brasília (CMB) – DF, Brasil
Brasil Coronel R/1 Mauro Guaraldo Secco (MS)
Profa. Dra. Cíntia Mussi Alvim Stocchero Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) – RJ, Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Profº. Dr. Rafael Guimarães Botelho
Grande do Sul (IFRS) – RS, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Profa. Dra. Eliziane Cossetin Vasconcelos de Janeiro (IFRJ) – RJ, Brasil
Universidade Federal de Sergipe (UFS) – SE, Brasil

Corpo Consultivo
Prof. Dr. Maurício Gattás Bara Filho, Universidade Federal Profa. Dra. Patrícia dos Santos Vigário, Centro Universitário
de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora / MG, Brasil Augusto Motta, Brasil
Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti, Universidade São Judas Prof. MS. Michel Moraes Gonçalves, Instituto de Pesquisa
Tadeu e Universidade paulista - São José do Rio Pardo / SP, da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Brasil
Brasil Profa. Dra. Lucilene Ferreira, Universidade Sagrado Coração
Profa. MS Cíntia Ehlers Botton, Universidade Federal do Rio (USC), Brasil
Grande do Sul (UFRGS), Rio Grande do Sul / RS, Brasil Sra. MS Michela de Souza Cotian, Instituto de Pesquisa da
Profa. Dra. Christy Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Brasil
Profº. Dr. Rafael Guimarães Botelho Prof. MS Marco Antonio Muniz Lippert, Instituto de
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Brasil
de Janeiro (IFRJ), Arraial do Cabo / RJ, Brasil Prof. Dr. Antonio Alias, Universidad de Almeria (UAL),
Profa. Dra. Izabela Mocaiber Freire, Universidade Federal Espanha
Fluminense (UFF), Niterói / RJ, Brasil Prof. Dr. Marcos de Sá Rego Fortes, Instituto de Pesquisa da
Prof. Dr. Aldair José de Oliveira, Universidade Federal Rural Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Brasil
do Rio de Janeiro (UFFRJ), Instituto de Educação, Profa. Dra. Miriam Raquel Meira Mainenti, Escola de
Departamento de Educação Física e Desportos (DEFD), Educação Física do Exército (EsEFEx), Brasil
Seropédica / RJ, Brasil Prof. Dr. Runer Augusto Marson, Instituto de Pesquisa da
Prof. Dr. Guilherme Rosa, Grupo de Pesquisas em Exercício Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Brasil
Físico e Promoção da Saúde – Universidade Castelo Branco Profa. Dra. Ângela Nogueira Neves, Escola de Educação
(UCB), Rio de Janeiro / RJ, Brasil Física do Exército (EsEFEx), Brasil
Ten Cel (Prof Dr) Samir Ezequiel da Rosa, Instituto de Prof. MS Leandro de Lima e Silva, Centro de Capacitação
Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), Rio de Física do Exército (CCFEx) e Instituto de Educação Física e
Janeiro, Brasil Desportos (IEFD) da Universidade do Estado do Rio de
Prof. MS Guilherme Bagni, Universidade Estadual Paulista Janeiro (UERJ), RJ, Brasil
Julio de Mesquita Filho (UNESP), Rio Claro / SP, Brasil Coronel R/1 Luciano Vieira (MS), Windermere / FL, Estados
Prof. Dra. Ana Elizabeth Gondim Gomes, Universidade de Unidos da América
Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza / CE, Brasil

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Journal of Physical Education
Volume 90, Número 1 (2021)

APOIO ADMINISTRATIVO

Ten Cel Eduardo de Motta Maia Sampaio


Major Raney Martins de Almeida
2º.Sargento Gabriele Gomes Augusto

EXPEDIENTE

A Revista de Educação Física / Journal of Physical Education é uma publicação para divulgação científica do Exército Brasileiro, por
meio do Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx) e da
Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx).
Sua publicação é trimestral e de livre acesso sob licença Creative Commons, que permite a utilização dos textos desde que
devidamente referenciados.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

Revista de Educação Física / Journal of Physical Education


Centro de Capacitação Física do Exército
Av. Joaõ Luís Alves, S/Nº - Fortaleza de São João – Urca
CEP 22291-090 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil.

FICHA CATALOGRÁFICA

Revista de Educação Física / Journal of Physical Education. Ano 1 nº 1 (1932)


Rio de Janeiro: CCFEx 2021
v.:Il.
Trimestral.
Órgão oficial do: Exército Brasileiro
ISSN 2447-8946 (eletrônico)
ISSN 0102-8464 (impresso)
1. Educação Física – Periódicos. 2. Desportos. 3. Psicologia. 4. Cinesiologia/Biomecânica.
4. Epidemiologia da Atividade Física. 5. Saúde. 6. Metodologia em Treinamento Físico.
7. Medicina do Esporte e do Exercício. 8. Neurociência. 9. Nutrição.

INDEXAÇÕES Fotos da Capa:


Arquivo da Comissão de Desportos
 LATINDEX do Exército (CDE) - Presença do
General de Exército André Luis
 Portal LivRe! Novaes de Miranda, Chefe do
 Portal Periódicos CAPES Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx), integrante da
 Sumários.org equipe de orientação do Exército
entre os anos de 1985 e 1991.
 DIADORIM
 IRESIE Adaptado do folder dos V Jogos
Mundiais Militares (2011). Disponível
 CiteFactor.org em: www.eb.mil.br

 Google Acadêmico Arquivos dos autores do artigo “Perfil


 DOAJ Sociodemográfico e iniciação
esportiva na corrida Orientação no
Brasil: um estudo transversal”,
contido nesta edição.

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Volume 90, Número 1 (2021)

EDITORIAL

Caro leitor,

É com imensa satisfação que apresento mais um volume da Revista de Educação


Física/Journal of Physical Education, ao mesmo tempo que externo meu orgulho em trabalhar com
uma equipe que assegura, pela competência de seus Editores de Seção, Editora Chefe e de seus
articulistas, a qualidade da revista mais antiga na área da educação física no Brasil.

Na presente edição, foram apresentados artigos que tratam de assuntos das subáreas de
Aspectos Metodológicos do Treinamento Físico Esportivo e Fisiologia do Exercício.

Em Aspectos Metodológicos do Treinamento Físico Esportivo, os artigos originais foram:


“Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força sobre capacidades físicas e
motoras durante 24 semanas de treinamento”, apresentando desenho experimental e longitudinal,
avaliou os efeitos do treinamento de força, aplicando-se três modelos distintos de periodização (
linear, ondulatória semanal; e ondulatória diária sobre as seguintes qualidades físicas: força
(submáxima e de resistência) de membros superiores, força submáxima e potência de membros
inferiores ; flexibilidade; agilidade; e força de resistência abdominal.

O artigo intitulado “Efeito agudo de quatro diferentes protocolos de aquecimento com Foam
Rolling (rolo de espuma) sobre desempenho no treinamento de força de membros inferiores: um estudo
experimental”, comparou o efeito agudo de quatro diferentes protocolos de aquecimento com e sem
o uso do foam rolling, sobre os músculos agonistas e antagonistas em membros inferiores, em relação
ao desempenho no treinamento de força.

O artigo “Perfil sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação no Brasil: um


estudo transversal”, descreveu as características sociodemográficas do atleta brasileiro da Orientação
e examinou a temporalidade do início nessa prática esportiva.

Publicamos, também, um resgate histórico e metodológico do artigo “Corrida de Orientação:


montagem de percursos e métodos para treinamento de equipes”, que apresentou métodos de
preparação física para atletas de alto rendimento e técnicas de montagem de percurso.

Em Fisiologia do Exercício o artigo original apresentado verificou o efeito da idade relativa em


nadadores do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste (2017). E, ainda, publica-se
uma revisão integrativa que examinou a correlação entre sinal eletromiográfico de superfície e a
produção de força em idosos.

Como Diretor do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), desejo aos
nossos leitores um agradável mergulho nos diversos artigos deste volume e reafirmo o compromisso
dos nossos militares e civis de servir ao Exército e ao Brasil.

Renato Souza Pinto Soeiro – Cel Art QEMA


Diretor do IPCFEx
SUMÁRIO
v 90 n 1 (2021)

Aspectos Metodológicos do Treinamento Físico e Esportivo

Original
6
Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força sobre
capacidades físicas e motoras durante 24 semanas de treinamento
Effects of Different Periodization Models in Strength Training on Physical and Motor Skills
during 24 Weeks of Training
Déborah de Araújo Faria, Michel Moraes Gonçalves, Sérgio Eduardo Nassar, Euzébio de
Oliveira
Republicação 24
Corrida de Orientação: montagem de percursos e métodos para treinamento de equipes
[15-30]
– Republicação de 1991 – um resgate histórico e metodológico
Orienteering Running: Setting Up Courses and Methods for Team Training – 1991
Republication – A Historical and Methodological Retrieval
André Luis Novaes de Miranda, Oscar Portela Charbel
Original 26
Efeito agudo de quatro diferentes protocolos de aquecimento com Foam Rolling (rolo de
espuma) sobre desempenho no treinamento de força de membros inferiores: um estudo
experimental
Acute Effect of Four Different Warm-Up Protocols Using Foam Rolling (Foam Roller) on
Lower Limb Strength Training Performance: An Experimental Study
Fernando Simões, Fernanda Cheskys, Ana Carolina Chiesa, Felipe Bastos Cabral, Humberto
Miranda
Original 35
Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação no Brasil: um estudo
transversal
Sociodemographic Profile and Initiation in Orienteering Running in Brazil: A Sectional
Study
Fábio Solagaistua de Matos, Gustavo de Rezende Corrêa

Fisiologia do Exercício

Original
45
Há efeito da idade relativa em nadadores do campeonato mundial de esportes aquáticos
de Budapeste 2017?
Is There a Relative Age Effect of Swimmers Who Participated in The 2017 Budapest World
Aquatics Championship?
Mário Augusto Silva Lemos, Everton Rocha Soares, Géssyca Tolomeu de Oliveira, Renato
Melo Ferreira
Revisão
Relação entre sinal eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos: uma 53
revisão integrativa
Relationship between Surface Electromyographic Signal and Strength Production in
Elderly: An Integrative Review
Ezequiel Soares da Silva, Liebson Henrique Bezerra Lopes, Romeu Holanda da Silva, Glêbia
Alexa Cardoso, Adalberto Veronese da Costa
6 Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 1, 6-23

Artigo Original
Original Article
Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de
força sobre capacidades físicas e motoras durante 24 semanas de
treinamento
Effects of Different Periodization Models in Strength Training on
Physical and Motor Skills during 24 Weeks of Training
Déborah de Araújo Faria1,2,3,4,6 PhD; Michel Moraes Gonçalves1,2,5 MSc; Sérgio Eduardo Nassar3 PhD;
Euzébio de Oliveira3 PhD
Recebido em: 26 de setembro de 2020. Aceito em: 26 de março de 2021.
Publicado online em: 29 de junho de 2021.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2693

Resumo
Introdução: Periodização é a manipulação adequada das
variáveis metodológicas do treinamento de força (TF), para Pontos Chave
proporcionar o aumento progressivo das diferentes
manifestações de força muscular. Os modelos mais utilizados - Estudo experimental
no TF são a periodização linear e a ondulatória. longitudinal com 24 semanas
Objetivo: Avaliar os efeitos de 24 semanas de treinamento de duração.
aplicando três modelos distintos de Periodização em TF: - Houve aumento significativo
Linear (PL), Ondulatória Semanal (POS) e Ondulatória Diária
(POD) sobre: força (submáxima e de resistência) de membros em força submáxima de MMSS
superiores (MMSS), força submáxima e potência de membros nos três modelos de
inferiores (MMII) e sobre outros componentes da aptidão periodização.
física (flexibilidade, agilidade e força de resistência
- Houve aumento significativo
abdominal).
Métodos: Estudo experimental, longitudinal, com amostra em força submáxima de MMII
por conveniência, do qual participaram 29 pessoas de ambos nos três modelos de
os sexos, alocados aleatoriamente nos grupos. Os testes periodização.
foram realizados pré e pós-intervenção. Realizou-se ANOVA
(two-way) de medidas repetidas.
Resultados: Houve aumento significativo em força
submáxima de MMSS nos três modelos de periodização: PL (p<0,001), a POS (p=0,002) e POD (p=0,001).
Houve, também, aumento significativo em força submáxima de MMII com PL (p=0,002), POS (p<0,001) e
com POD (p=0,001). Não foram encontradas diferenças significativas intergrupos em nenhum teste e
momento.
Conclusão: Em indivíduos sem experiência em treinamento, 24 semanas de TF proporcionaram ganhos
em diferentes manifestações de força, independente do modelo de periodização (PL, POS ou POD). A PL e a
POS parecem ser melhores para proporcionar ganhos em potência de MMII no salto horizontal.

Palavras-chave: treinamento resistido; musculação; métodos de treinamento físico; planejamento de treinamento físico.

§ Autor correspondente: Michel Moraes Gonçalves – e-mail: michel_fitness@hotmail.com


Afiliações: 1Escola de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil;
2LADTEF-Laboratório de Desempenho, Treinamento e Exercício Físico, Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, Rio de

Janeiro, Brasil; 3Faculdade de Educação Física, Universidade Federal do Pará – UFPA, Castanhal, PA, Brasil; 4 Laboratório de
Estudo do Desempenho Humano – LEDEHU, Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Manaus, AM, Brasil; 5 Escola de
Educação Física do Exército – EsEFEx, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 6 Faculdade de Educação Física, Centro Universitário do
Norte – UNINORTE, Manaus, AM, Brasil.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força 7

Abstract
Introduction: Periodization is the accurate manipulation of
methodological variables of strength training (ST) to provide Key Points
a progressive increase in the different manifestations of
- Longitudinal experimental
muscle strength. The most used models in ST are linear and
undulatory periodization. study lasting 24 weeks.
Objective: Evaluate the effects of 24 weeks of training by - There was a significant
applying three different models of ST periodization: Linear increase in upper limb
Periodization (LP), Weekly Undulating Periodization (WUP)
and Daily Undulating Periodization (DUP) on: upper limb
submaximal force in the three
(UL) strength (submaximal and endurance), submaximal periodization models.
strength and power of the lower limbs (LL) and on other - There was a significant
components of physical fitness (flexibility, agility and
increase in submaximal
abdominal endurance strength).
Methods: Experimental, longitudinal study, with a strength of the lower limbs in
convenience sample, in which 29 people of both sexes the three periodization models.
participated, randomly allocated to the groups. Tests were
performed pre- and post-intervention. ANOVA (two-way) of
repeated measures was performed.
Results: There was a significant increase in submaximal strength of the UL in the three periodization
models: LP (p<0.001), the WUP (p=0.002) and DUP (p=0.001). There was also a significant increase in
submaximal strength of the LL with LP (p=0.002), WUP (p<0.001) and with DUP (p=0.001). No significant
intergroup differences were found in any test and time.
Conclusion: In individuals without training experience, 24 weeks of TF provided gains in different
manifestations of strength, regardless of the periodization model (LP, WUP or DUP). PL and WUP seem to
be better at providing LL power gains in the horizontal jump.

Keywords: strength training; bodybuilding; physical training methods; physical training planning.

Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de


força sobre capacidades físicas e motoras durante 24 semanas de
treinamento

Introdução redução do volume, dispostos ao longo dos


ciclos de treinamento (4). O modelo
A manipulação adequada das variáveis ondulatório caracteriza-se por preconizar
metodológicas no consideradas no alterações frequentes no volume e
planejamento do treinamento de força (TF) intensidade de treinamento, sejam estas
proporciona o aumento progressivo das semanais, por ciclos ou até mesmo diárias
diferentes manifestações de força muscular (4). Observa-se uma vasta gama de estudos
(força máxima, potência, hipertrofia, e referentes à temática de periodização e
resistência) (1). A periodização do comparação entre seus diferentes modelos
treinamento, parte integrante do (5–8), sendo que o período mais
planejamento, tem por objetivo projetar frequentemente de aplicação da intervenção
ações e realizar ajustes específicos com de até 16 semanas de treinamento. Outro
vistas à otimização do desempenho físico e fator observado nos estudos sobre
à prevenção do excesso de treinamento (2). periodização é que as variáveis mais
Em estudos prévios referentes à analisadas são força máxima e submáxima
periodização, observa-se que os modelos (6–8), ressaltando que, na prática, tanto em
mais investigados são o linear (ou treinamento físico quanto em desempenho
tradicional) e o modelo de periodização não
linear (ou ondulatório) (3). O primeiro
caracteriza-se por constantes incrementos
da carga de treinamento com concomitante
8 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

esportivo, ações musculares que exijam o


emprego de força máxima não é muito Key Points
frequente. Tal observação indica que a 10RM: 10 Repetições Máximas
funcionalidade muscular está mais
1RM: 1 Repetições Máximas
relacionada com a força submáxima (9) o
que ressalta a relevância de se estudar a ABD: Teste Abdominal (Supra) em
aplicação de diferentes métodos de 1min
treinamento no desenvolvimento de força. FBR: Teste de Flexão de Braços
Adicionalmente, o TF pode contribuir para IL: Illinois Agility Test
aprimorar outras valências componentes da L10RM: 10 Repetições Máximas no
aptidão física como: velocidade, agilidade, Leg Press 45º
equilíbrio, coordenação, potência e MMII: membros inferiores
flexibilidade, além de melhorar o
MMSS: membros superiores
desempenho motor (10). Observar uma
PL: Periodização Linear
lacuna na literatura quanto à utilização de
diferentes modelos de periodização sobre POD: Periodização Ondulatória Diária
diferentes capacidades físicas em períodos POS: Periodização Ondulatória
maiores que três meses, o que justifica a Semanal
relevância de se estudar o tema. Um estudo S10RM: 10 Repetições Máximas no
experimental utilizando um período de 24 Supino Reto
semanas de intervenção, demonstrou que SHO: salto horizontal
um protocolo de periodização do tipo SHRN: Shuttle Run Test
ondulatória diária promove maiores ganhos
SJT: Sargent Jump Test
em força de membros inferiores, enquanto
para favorecer o aumento de potência de TF: treinamento de força
membros inferiores, a periodização do tipo
ondulatória semanal mostrou-se mais
intervenção: a) Periodização Linear (PL);
eficiente (11) .
Periodização Ondulatória Semanal (POS); e
O presente estudo examinou os efeitos de
c) Periodização Ondulatória Diária (POD).
24 semanas de treinamento aplicando três
Os critérios de inclusão foram: não ter
modelos distintos de periodização em TF:
experiência com TF e não apresentar
periodização linear, periodização
histórico de lesões osteomioarticulares. Os
ondulatória semanal e periodização
critérios de exclusão foram: possuir
ondulatória diária sobre força submáxima e
limitação funcional para a realização dos
força de resistência de membros superiores
exercícios propostos; possuir qualquer
(MMSS) e sobre força submáxima e
condição médica que pudesse impedir a
potência de membros inferiores (MMII) e
realização das condições experimentais.
explorar os efeitos sobre outros
Além desses, foi considerada perda
componentes da aptidão física
amostral os indivíduos que tivessem mais
(flexibilidade, agilidade e força de
de 25% de ausência no decorrer do
resistência abdominal).
treinamento e que faltassem três sessões
seguidas de treinamento no decorrer das 24
Métodos semanas. Caso houvesse alguma ausência
Desenho de estudo e amostra em alguma das sessões, a sessão de
O presente estudo foi do tipo treinamento era reposta às quartas-feiras ou
experimental longitudinal, com período de aos sábados.
intervenção de 24 semanas. A amostra foi Aspectos éticos
por conveniência, com alunos de graduação
O projeto foi submetido ao comitê de
do curso de Educação Física da
ética em Pesquisa sob o protocolo CAAE
Universidade Federal do Pará (UFPA). Os
70890717.3.0000.0018, conforme
participantes foram distribuídos
aleatoriamente nos três grupos de
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força 9

resolução 466/2012 do Conselho Nacional vertical utilizou-se o Sargent Jump Test


de Saúde para pesquisa com seres humanos. (SJT) (15). Os dedos da mão direita do
executante são marcados com giz, para a
Variáveis de estudo
marcação inicial do teste. O participante
As variáveis dependentes principais
realiza a extensão do braço direito acima da
foram: força submáxima de membros
cabeça, lateralmente à parede e os pés
superiores (MMSS) e de membros
totalmente apoiados no chão, marcando na
inferiores (MMII), força de resistência de
parede o ponto mais alto que pôde ser
MMSS e potência de MMII. As variáveis
alcançado. Depois da marcação inicial, o
dependentes secundárias foram: força de
executante realiza um salto vertical, durante
resistência abdominal, flexibilidade e
o qual é permitido flexionar livremente
agilidade. A variável independente foi a
MMII e MMSS, de forma a proporcionar o
intervenção experimental, composta por
maior impulso vertical possível, indicando
três modelos de periodização do
assim, o ponto final do salto. A medida da
treinamento de força: PL, POS e POD.
altura máxima alcançada com a execução
Idade, massa corporal, estatura foram as
do salto se dá pela diferença entre os dois
covariáveis utilizadas para caracterização
pontos marcados na parede, sendo
da amostra.
realizadas três tentativas de salto, com
Força submáxima de membros superiores intervalo de recuperação de 45 segundos
(MMSS) e membros inferiores (MMII) entre as tentativas. De acordo com a
Para se avaliar a força submáxima metodologia do teste, considera-se como
utilizou-se o Teste de 10 Repetições valor final, a maior marca obtida dentre as
Máximas (RM) (12): no Supino Reto três tentativas (15).
(S10RM) para MMSS e no Leg Press 45º Para avaliar a potência de MMII em
(L10RM) para MMII, descritos em detalhes deslocamento horizontal utilizou-se o teste
em procedimento experimental. do salto horizontal (SHO) (16). No teste, o
salto horizontal é realizado partindo-se de
Força de resistência de membros
uma linha na posição ortostática e com os
superiores (MMSS)
pés paralelos, aproximadamente na largura
Para se avaliar a força de resistência de
dos ombros. Ao comando de “iniciar”, o
MMSS utilizou-se o Teste de Flexão de
executante realiza o salto flexionando os
Braços (FBR) (15,16). O participante
joelhos e balançando os braços, para tentar
deveria se posicionar em decúbito ventral,
obter o máximo de impulso à frente. A
com as mãos apoiadas no solo, com uma
distância foi medida com uma trena de fibra
distância de 10 a 20 cm a partir da linha dos
de vidro de 25m, a partir da linha inicial até
ombros, com os dedos voltados para frente.
o ponto do calcanhar mais próximo. De
O posicionamento das mãos sobre o solo
acordo com a metodologia do teste,
não deve ser acima da linha dos ombros e,
realizam-se três tentativas, sendo
na posição inicial do movimento, o rosto
considerado a maior marca obtida (16).
deve permitir um alinhamento adequado
entre o tronco e as pernas (13). A aplicação Flexibilidade
do teste para o sexo feminino é modificada Para se avaliar a flexibilidade foi utilizado
apenas pelo apoio dos joelhos sobre o solo. o teste Sentar e Alcançar(17), seguindo a
Os demais procedimentos são realizados padronização canadense para os testes de
para ambos os sexos. Registra-se o número avaliação da aptidão física do Canadian
máximo de repetições corretas em um Standardized Test of Fitness (18). O teste é
minuto (14). realizado numa caixa medindo 30,5 cm x
30,5 cm x 30,5 cm com uma escala de 26,0
Potência de membros inferiores (MMII)
cm em seu prolongamento, sendo que o
Para avaliar a potência de MMII, foram
ponto zero se encontra na extremidade mais
utilizados dois testes: deslocamento vertical
próxima do participante e o vigésimo sexto
e deslocamento horizontal. Para avaliar a
centímetro coincide com o ponto de apoio
potência de MMII em deslocamento
dos pés. Os participantes realizaram os
10 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

testes descalços e, na posição sentada, mesma forma. O cronômetro, no qual é


deveriam encostar os pés na caixa com os mensurado o tempo de movimento, é
joelhos estendidos. Com ombros parado após o participante colocar o
flexionados, cotovelos estendidos e mãos segundo cone atrás da linha inicial. São
sobrepostas deve ser executada a flexão do realizadas três tentativas, com intervalo de
tronco à frente devendo o participante tocar um minuto entre as mesmas, sendo
o ponto máximo da escala com as mãos. escolhida aquela com o tempo mais
Foram realizadas três tentativas, sendo satisfatório (19).
considerada apenas a melhor marca. O Illinois Agility Test (IL) preconiza
Força de Resistência abdominal corrida com mudança de posição e direção.
O teste é configurado com quatro cones que
Para avaliar a força de resistência
formam a área de agilidade, 10 metros de
abdominal utilizou-se o Teste Abdominal
comprimento, 5 metros de largura. Quatro
(Supra) em 1min (ABD) (17). O
cones são posicionados em cada canto da
participante posiciona-se em decúbito
área do teste e quatro cones no centro da
dorsal com os joelhos flexionados a 90
área de teste a 3,3 metros de distância entre
graus e com os braços cruzados sobre o
eles. O participante inicia o teste deitado no
tórax. O avaliador fixa os pés do
solo, em decúbito ventral com as mãos ao
participante ao solo. Ao sinal o participante
nível do ombro e cotovelos flexionados, ao
inicia os movimentos de flexão do tronco
lado do cone de partida. Ao sinal do apito, o
até tocar com os cotovelos nas coxas,
participante levanta-se e corre o percurso no
retornando à posição inicial (não é
caminho definido no menor tempo possível.
necessário tocar com a cabeça no
O teste é finalizado quando o participante
colchonete a cada execução). O avaliador
cruza a linha de chegada e quando nenhum
realiza a contagem em voz alta. O
dos cones são derrubados (20).
participante deve realizar o maior número
de repetições completas em um minuto. O Medidas Antropométricas
resultado é expresso pelo número de Para caracterização da amostra foram
movimentos completos realizados em um tomadas as medidas antropométricas
minuto (18). estatura e massa corporal.
Agilidade Intervenção
Para avaliar a habilidade motora A variável independente foi a intervenção
agilidade, foram utilizados dois testes: o que foi composta por três modelos distintos
Shuttle Run Test (mudança abrupta de de periodização propostos para o TF: PL,
direção em 180º)(19) e Illinois Agility Test POS e POD.
(corrida com mudança de direção e Foram realizadas quatro sessões
posição)(20). O Shuttle Run Test (SHRN) semanais, sendo que o treinamento foi
preconiza realizar mudança abrupta de parcelado, sendo uma prescrição de
direção em 180º. O teste consta de duas treinamento para MMSS e uma prescrição
linhas paralelas traçadas no solo, com de treinamento para MMII. As sessões de
distância de 9,14 metros entre elas. Dois treinamento tiveram uma duração média de
cones são colocados a 10 centímetros da 45 minutos. A estruturação da intervenção
linha externa e separados entre si por um experimental no TF segundo os modelos de
espaço de 30 centímetros. Ao sinal de um periodização apresenta-se no Quadro 1.
comando o participante em ação
simultânea, corre à máxima velocidade até Procedimento experimental
os dois cones dispostos equidistantes da Os participantes foram divididos
linha de saída à 9,14 metros. Lá chegando, aletoriamente em três grupos sendo: grupo
pega um deles e retorna ao ponto de partida, PL (n=7), grupo POS (n=6) e grupo POD
depositando esse cone atrás da linha. Em (n=6). Foram realizadas 6 visitas ao
seguida, sem interromper a corrida, vai à laboratório antes do início das 24 semanas
busca do segundo cone, procedendo da de treinamento sendo destinadas à
Rev Ed Física / J Phys Ed – Insira aqui o título curto do artigo 11

PERIODIZAÇÃO LINEAR (PL)


SEMANAS Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
PARC. A MMSS PARC. B MMII PARC. A MMSS PARC. B MMII
PRÉ TESTES
2ª a 7ª 3 x 12–15RM Descanso 3 x 12–15RM
8ª TESTES
9ª a 15ª 4 x 4–5RM Descanso 4 x 4–5RM
16ª TESTES
17ª a 23ª 3 x 8–10RM Descanso 3 x 8–10RM
24ª TESTES
PERIODIZAÇÃO ONDULATÓRIA SEMANAL (POS)
SEMANAS Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
PARC. A MMSS PARC. B MMII PARC. A MMSS PARC. B MMII
1ª, 4ª, 7ª, 11ª, 14ª, 18ª, 21ª 3 x 12–15RM Descanso 3 x 12–15RM
2ª, 5ª, 9ª, 12ª, 15ª, 19ª, 22ª 4 x 4–5RM Descanso 4 x 4–5RM
3ª, 6ª, 10ª, 13ª, 17ª, 20ª, 23ª 3 x 8–10RM Descanso 3 x 8–10RM
PRÉ, 8ª, 16ª, 24ª TESTES
PERIODIZAÇÃO ONDULATÓRIA DIÁRIA (POD)
SEMANAS Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
PARC. A MMSS PARC. B MMII PARC. A MMSS PARC. B MMII
1ª,4ª,7ª, 11ª, 14ª, 18ª, 21ª 3 x 12–15RM Descanso 3 x 8–10RM
2ª, 5ª, 9ª, 12ª, 15ª, 19ª, 22ª 4 x 4–5RM Descanso 3 x 12–15RM
3ª, 6ª, 10ª, 13ª, 17ª, 20ª, 23ª 3 x 8–10RM Descanso 4 x 4–5RM
PRÉ, 8ª, 16ª, 24ª TESTES
Quadro 1 – Intervenção experimental em treinamento de força (TF) segundo modelos de periodização: periodização linear (PL), periodização
ondulatória semanal (POS) e periodização ondulatória diária (POD)
PARC.: parcelamento; MMSS: membros superiores; MMII: membros inferiores; RM: repetições máximas.
12 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

familiarização tanto com os exercícios Na terceira visita foram realizados os


como com os testes de 10 repetições retestes de 10RM.
máximas. O Quadro 2 apresenta o Entre as visitas, houve um intervalo de
fluxograma do protocolo experimental. recuperação de 48 horas. O intervalo de 48
Durante a primeira visita ao laboratório horas também foi aplicado entre o reteste de
foi feita uma explanação do procedimento 10RM e o início da sessão de treinamento.
experimental e assinatura do TCLE. A cada oito semanas esses testes foram
Quarenta e oito horas após a última sessão reaplicados para avaliar a aptidão física e
de familiarização, foi realizada a primeira reajustar a intensidade do treinamento dos
visita da semana de testes para mensurar a participantes. Desta forma, as avaliações
massa corporal (kg) e a estatura (m). A foram realizadas antes do início das sessões
mensuração da massa corporal (kg) foi de treinamento (pré), na semana 8, na
realizada em uma balança digital de marca semana 16, e ao final das 24 semanas (pós),
Toledo 2096 PP (São Bernardo do Campo, totalizando assim quatro avaliações no
SP, Brasil) enquanto a altura (cm) foi decorrer das 24 semanas (11) (Quadro 1).
realizada em um estadiômetro da marca Sessões de Treinamento
Wiso (Florianópolis, SC, Brasil). Estas
Após o intervalo de 48 a 72 horas do
variáveis foram medidas apenas no período
reteste de 10RM foi dado início às sessões
pré-experimental para caracterização do
de treinamento. Cada participante foi
grupo, bem como foram aplicados os testes
alocado aleatoriamente em um dos grupos
de Sentar e alcançar (flexibilidade) ,
experimentais (PL, POS e POD) e realizou
Sargent Jump Test e Salto horizontal
um total de 96 sessões no decorrer das 24
(potência de MMII), Flexão de braços
semanas. A duração do intervalo de
(força de resistência de MMSS), Teste de
recuperação (IR) entre séries e exercícios
abdominal supra 1 min (força de resistência
utilizados foram de acordo com a
abdominal), Shuttle Run e Illinois Agility
recomendação do American College of
Test (agilidade).
Sports Medicine (22), ou seja: para
Na segunda visita foram realizados os Resistência Muscular Localizada (RML)
testes de 10 repetições máximas (10RM), sessenta segundos entre as séries e
Supino reto e Leg Press 45º. Após a sessão exercícios, para hipertrofia muscular 90
de familiarização com os exercícios segundos, e para força muscular foi dado
propostos (supino reto e leg press 45º), um IR de três minutos. Os exercícios para
todos os sujeitos realizaram uma sessão de membros superiores, utilizados no
familiarização com o protocolo do teste de parcelamento A, foram supino reto com
10RM com 48 horas de intervalo entre as barra, voador, tríceps na polia, puxada pela
sessões. Em um dia foi executado o frente, remada sentado e rosca direta na
primeiro teste de 10RM, após 48 horas de polia. Os exercícios para membros
intervalo, um segundo teste de 10RM inferiores, utilizados no parcelamento B,
ocorreu para verificar se houve foram mesa flexora, agachamento no Smith
reprodutibilidade entre teste-reteste. A Machine, Leg Press 45º, flexão plantar na
maior carga alcançada entre os dois dias foi máquina em pé e abdominal.
considerada a 10RM pré-treinamento. Os
sujeitos não realizaram nenhum exercício Análise estatística
no intervalo entre os dois dias de teste. O Os valores foram expressos em média e
teste de 10RM teve no máximo cinco desvio padrão. A análise da normalidade na
tentativas com cinco minutos de intervalo distribuição dos dados foi feita a partir do
entre as mesmas e 10 minutos entre os teste de Shapiro-Wilk. Foi aplicada uma
exercícios. Caso um dos exercícios ANOVA (one-way) para analisar a
apresentasse necessidade da sexta tentativa, diferença significativa entre os grupos no
o mesmo foi testado novamente em outro
dia após 48 horas de intervalo (21).
Rev Ed Física / J Phys Ed – Insira aqui o título curto do artigo 13

Quadro 2 – Fluxograma do protocolo experimental para comparação dos efeitos de três métodos distintos de periodização em treinamento de
força (TF): Periodização Linear (PL); Periodização Ondulatória Semanal (POS); e Periodização Ondulatória Diária (POD)
FLEX: teste de sentar e alcançar (flexibilidade); SJT: Sargent Jump Test (potência de membros inferiores (MMII) em deslocamento vertical); SHO: salto horizontal (potência de MMII em
deslocamento horizontal); FBR: teste de flexão de braços (força de resistência de membros superiores (MMSS)); ABD: Teste de abdominal de 1 minuto (força de resistência abdominal); SHRN:
Shuttle Run (agilidade: direção); IL: Illinois Agility Run (agilidade: direção em deslocamento); S10RM: teste de 10 repetições em carga máxima no supino reto (força submáxima de MMSS);
L10RM: 10 repetições máximas no Leg press 45º (força submáxima de membros inferiores (MMII)).
14 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

momento Pré e a ANOVA (two-way) de diferenças significativas no período pré


medidas repetidas com pos hoc de comparado à semana 16 (p = 0,011); pré
Bonferroni foi aplicada para analisar as comparado ao período pós (p = 0,004) e
diferenças entre os diferentes momentos de semana 8 se comparada ao período pós (p =
testes (Pré, semana 8, semana 16 e Pós) nos 0,021). No grupo POD, foram observadas
diferentes modelos de periodização. O valor diferenças significativas no período pré
alfa utilizado para todas as etapas de comparado ao pós (p = 0,050).
análises experimentais foi de p ≤ 0,05. A Quanto à flexibilidade, houve diferença
versão 22.0 do SPSS software for Mac significativa apenas para o grupo POS do
(SPSS Inc., Chicago, IL, USA) foi aplicada período pré para a semana 8 (p = 0,023).
em todas as análises estatísticas. Em agilidade, foram observadas
diferenças significativas em mudança
Resultados abrupta de direção (Shuttle Run Test) no
Dos 45 convidados para participar do grupo PL: do período pré para o período pós
estudo houve uma perda de 26 (p = 0,003) e da semana 8 para o período
participantes, pelo critério de exclusão de pós (p = 0,006); no grupo POS: foram
mais de 25% de ausência às sessões de observadas diferenças significativas na
treinamento. Assim, a amostra foi composta semana 8 para o período pós (p = 0,038); e
por 19 participantes (9 mulheres e 10 no grupo POD: foram observadas
homens). As características dos voluntários diferenças significativas apenas do período
estão apresentadas na Tabela 1. pré para o pós (p=0,020).
Os resultados das avaliações nos Em força submáxima de MMSS, o grupo
diferentes momentos de testes para os três PL apresentou diferenças significativas do
grupos apresentam-se na Tabela 2. Não período pré para a semana 8 (p<0,001); do
foram encontradas diferenças entre os período pré para a semana 16 (p=0,003); do
grupos no momento pré-intervenção em período pré para o período pós (p<0,001);
força submáxima de MMSS (p=0,256), e da semana 8 para a semana 16 (p=0,027); da
MMII (p=0,887), força de resistência de semana 8 para o período pós (p=0,003). No
MMSS (p=0,426), potência de MMII em grupo POS, foram observadas diferenças
deslocamento vertical (p=0,352) e em significativas do período pré para a semana
deslocamento horizontal (p=0,478), nem 8 (p=0,003); do período pré para a semana
em agilidade de direção (p=0,410) e em 16 (p=0,006); do período pré para o período
agilidade de direção com deslocamento pós (p=0,002); da semana 8 para o período
(p=0,285), em flexibilidade (p=0,676), e pós (p=0,007); da semana 16 para o período
nem em força de resistência abdominal pós (p=0,007). Para o grupo POD foram
(p=0,560). Não foram encontradas observadas diferenças significativas do
diferenças significativas intergrupos (PL, período pré para a semana 8 (p=0,007); do
POS e POD) em nenhum momento (Pré- período pré para a semana 16 (p=0,002); do
Intervenção, Semana 8, Semana 16 e Pós- período pré para o período pós (p=0,001);
Intervenção), em nenhum dos testes. da semana 8 para a semana 16 (p = 0,009);
A Tabela 3 apresenta os resultados de da semana 8 para o período pós (p=0,002) e
força de resistência, flexibilidade e da semana 16 para o período pós (p=0,014).
agilidade Média dos momentos intragrupos. Em força submáxima de MMII, o grupo
Em força de resistência abdominal, no PL apresentou diferenças significativas do
grupo PL foram observadas diferenças período pré para a semana 8 (p=0,014); do
significativas no período pré comparado à período pré para a semana 16 (p=0,006); do
semana 16 (p = 0,050); pré comparado ao período pré para o período pós (p=0,002);
período pós (p = 0,009); semana 8 se da semana 8 para o período pós (p=0,009) e
comparada ao período pós (p = 0,001); da semana 16 para o período pós (p=0,015).
semana 16 se comparada ao período pós (p No grupo POS, foram observadas
= 0,004). No grupo POS, foram observadas diferenças significativas do período pré
Rev Ed Física / J Phys Ed – Insira aqui o título curto do artigo 15

Tabela 1 – Caracterização da amostra e distribuição dos participantes pelos grupos de


intervenção: Periodização Linear (PL), Periodização Ondulatória Semanal (POS) e
Periodização Ondulatória Diária (POD) (n=19)
Grupo Idade Massa corporal Altura
(anos±DP) (kg±DP) (m±DP)
PL 23 ± 3,20 59,70 ± 4,20 1,66 ± 0,05
POS 24 ± 2,10 65,10 ± 8,70 1,69 ± 0,10
POD 23 ± 1,70 65,80 ± 3,90 1,70 ± 0,10
PL: Periodização Linear; POS: Periodização Ondulatória Semanal; POD: Periodização Ondulatória Diária; kg: quilograma;
m: metro.

Tabela 2 – Força submáxima de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII) e


potência de MMII em deslocamento vertical e horizontal segundo modelo de periodização de
treinamento de força (TF) (n=19)
Avaliações Momentos Periodização Periodização Periodização
Linear (PL) Ondulatória Ondulatória
(n = 7) Semanal (POS) Diária (POD)
(n = 6) (n = 6)
Força Pré 23,14 ± 9,73 29,16 ± 14,86 35,16 ± 13,02
submáxima Semana 8 25,71 ± 9,70* 36,50 ± 17,08* 39,16 ± 13,02*
MMSSa Semana 16 31,00 ± 13,16*& 40,16 ± 17,90* 46,50 ± 15,12*&
Pós 33,00 ± 12,75*& 43,16 ± 18,96*&£ 49,50 ±
13,64*&£
Força Pré 114,57 ± 59,11 126,66 ± 55,73 127,00 ± 38,75
submáxima Semana 8 138,85 ± 74,35* 144,66 ± 57,22 164,33 ± 43,73*
MMSSIIb Semana 16 162,28 ± 81,50* 169,33 ± 200,00 ±
66,71*& 50,99*&
Pós 192,00 ± 208,33 ± 233,00 ±
85,60*&£ 61,12*&£ 57,15*&£
Potência MMII Pré 0,34 ± 0,07 0,39 ± 0,13 0,43 ± 0,09
desloc. Semana 8 0,41 ± 0,09 0,44 ± 0,15 0,44 ± 0,13
Verticalc Semana 16 0,39 ± 0,05 0,48 ± 0,14 0,44 ± 0,08
Pós 0,38 ± 0,06 0,51 ± 0,15 0,44 ± 0,10
Potência MMII Pré 1,45 ± 0,39 1,69 ± 0,41 1,66 ± 0,34
desloc. Semana 8 1,54 ± 0,35* 1,85 ± 0,45* 1,87 ± 0,44
Horizontald Semana 16 1,61 ± 0,31* 1,88 ± 0,48* 2,01 ± 0,52
Pós 1,58 ± 0,32* 1,88 ± 0,45* 1,82 ± 0,26
Teste S10RM: 10 repetições máximas no supino reto; bTeste L10RM: 10 repetições máximas no Leg press 45º;
a

SJT: Sargent Jump test; dSHO: salto horizontal. *Diferença significativa com relação ao período pré; &
c

Diferença significativa com relação à semana 8; £ Diferença significativa com relação à semana 16.
16 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

Tabela 3 – Média e desvio padrão dos momentos intragrupos nos testes de Força de Resistência,
Flexibilidade e Agilidade
Avaliações Momentos Periodização Periodização Periodização
Linear (n = 7) Ondulatória Ondulatória
Semanal (n = 6) Diária (n = 6)
Força de Pré 19,42 ± 10,69 25,00 ± 8,22 19,00 ± 6,22
resistência Semana 8 22,00 ± 5,62 26,00 ± 5,72 26,33 ± 8,16
MMSSa Semana 16 23,57 ± 4,82 31,66 ± 7,60* & 31 ± 6,92*
Pós 27,42 ± 6,57*& 34,16 ± 7,62* &£ 33,33 ± 7,44*&
Força de Pré 24, 57 ± 12,50 30,16 ± 7,35 29,33 ± 8,91
resistência Semana 8 29,85 ± 6,93 30,50 ± 7,68 34,83 ± 11,85
abdominal b
Semana 16 31,71 ± 12,85* 34,83 ± 7,16* 34,66 ± 6,25*
Pós 37,14 ± 10,10* &£ 37,16 ± 9,10* & 36,83 ± 9,47*
Flexibilidade c Pré 31,28 ± 6,73 28,5 ± 4,49 28,16 ± 8,95
Semana 8 30,64 ± 5,22 33,08 ± 3,90* 30,58 ± 9,59
Semana 16 31,35 ± 6,70 35,00 ± 7,70 31,75 ± 11,27
Pós 29,32 ± 6,92 36,00 ± 7,56 32,00 ± 10,2
Agilidade Pré 19,01 ± 2,32 17,44 ± 1,74 17,44 ± 2,03
(mudança Semana 8 19,23 ± 1,87 18,61 ± 2,07 18,12 ± 1,59
direção e Semana 16 19,17 ± 1,10 19,09 ± 2,23 18,21 ± 1,63
posição)d Pós 19,75 ± 1,63 18,22 ± 2,14 18,61 ± 1,59
Agilidade Pré 11,22 ± 1,37 10,55 ± 0,66 10,55 ± 0,77
(mudança Semana 8 11,32 ± 1,06 10,77 ± 1,06 10,15 ± 0,89
direção 180º) e
Semana 16 10,90 ± 1,02 10,60 ± 1,08 10,37 ± 0,90
Pós 10,52 ± 1,19*& 10,43 ± 1,11* & 10,03 ± 0,45*
a
FBR: teste de flexão de braços; b ABD – Teste de abdominal de 1 minuto; c FLX – teste de sentar e alcançar; d IL
– Illinois Agility Run; e SHRN – Shuttle Run. * Diferença significativa com relação ao período pré; & Diferença
significativa com relação à semana 8; £ Diferença significativa com relação à semana 16.

para a semana 16 (p=0,004); do período pré não foram observadas diferenças


para o período pós (p<0,001); da semana 8 significativas intragrupo, ou seja, nos
para a semana 16 (p=0,012) da semana 8 resultados entre os momentos. Em relação à
para o período pós (p=0,001); da semana 16 potência de MMII, em deslocamento
para o período pós (p=0,002). Para o grupo vertical, não se observou diferença
POD foram observadas diferenças significativa intragrupos para nenhum dos
significativas do período pré para a semana modelos de periodização.
8 (p=0,003); do período pré para a semana Em força de resistência de MMSS, o
16 (p=0,003); do período pré para o período grupo PL apresentou diferenças
pós (p=0,001); da semana 8 para a semana significativas do período pré para o período
16 (p=0,010); da semana 8 para o período pós (p=0,004) e da semana 8 para o período
pós (p=0,001) e da semana 16 para o pós (p=0,002). No grupo a POS, foram
período pós (p=0,001). observadas diferenças significativas do
Quanto à potência de MMII, em período pré para o período pós (p=0,039);
deslocamento horizontal, foram observadas da semana 8 para a semana 16 (p=0,025) da
diferenças significativas no grupo PL e no semana 8 para o período pós (p=0,007); da
grupo POS do período pré para a semana 8 semana 16 para o período pós (p=0,004).
(p=0,031; e p=0,001, respectivamente); do No grupo POD foram observadas
período pré para a semana 16 (p=0,024; e diferenças significativas do período pré
p=0,023) e do período pré para o período para a semana 16 (p=0,005); do período pré
pós (p=0,046; e p=0,015). Já no grupo POD
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força 17

para o período pós (p=0,008) e da semana 8 deslocamento vertical e houve aumento


para o período pós (p=0,046). significativo em potência de MMII em
deslocamento horizontal, em relação ao
Discussão desempenho no pré-teste em comparação
O principal achado do presente estudo foi aos testes nas semanas 8, 16 e pós teste,
que, em indivíduos inexperientes, após 24 tanto na PL, quanto na POS, o que não se
semanas de TF, houve aumento observou na POD (Tabela 2). Tais achados
significativo em força submáxima de podem ser explicados pelos diferentes
MMSS e MMII para os três modelos de padrões de ativação muscular promovidos
periodização que compuseram o pelos dois tipos de deslocamento (saltos
experimento (PL, POS e POD) (Tabela 2). vertical e horizontal. Comparando-se o salto
Estes achados corroboram estudos prévios horizontal com o salto vertical, na execução
que demonstraram que para sujeitos do primeiro há uma exigência maior nos
destreinados ou treinados músculos do quadril (34), sendo que
recreacionalmente(23), não houve diferença existem evidências de que o TF, mesmo não
em ganhos de força máxima na comparação específico, pode promover ganhos de força
da aplicação de diferentes modelos de nos músculos do quadril (35,36). Assim,
periodização (6,24). Outros autores pode-se inferir que o TF promoveu
encontraram resultados semelhantes mesmo possíveis ganhos de força no quadril o que
em sujeitos com características diferentes pode ter contribuído para os ganhos
como, atletas (25–27), indivíduos significativos em potência de MMII em
experientes em TF (28,29) e sedentários deslocamento horizontal, embora não
(30). explique por que o mesmo não ocorreu com
No presente estudo, os resultados em o grupo que treinou com POD. Isto ocorreu,
ganhos de força submáxima, observados em provavelmente, pela característica da
todos os modelos de periodização, estão em amostra, que teve mais facilidade em
linha com estudos em força máxima, pois, aprender o gesto motor do salto horizontal
há forte correlação entre força máxima e do que do salto vertical.
força submáxima (31). Além disso, em A ausência de ganhos significativos em
sujeitos destreinados, essa relação parece potência de MMII em deslocamento
ser ainda mais forte e aumentar a magnitude vertical com o TF, em nenhum modelo de
após um período de TF (32), sendo que, periodização aplicado difere do estudo que
funcionalmente, é mais importante comparou os resultados do TF utilizando
melhorar a capacidade de exercer força POD e PL, em 14 bombeiros jovens
contra cargas leves, ou seja, aumentar a (21,9±1,8 anos) do sexo masculino (37). Os
força submáxima (9). autores concluíram que ambas as
Destaca-se que, para sujeitos com periodizações proporcionaram ganhos em
experiência em TF, estudos indicam que a potência de MMII em deslocamento
periodização ondulatória parece apresentar vertical. O mesmo ocorreu em outro estudo,
vantagem sobre a linear em ganhos de força onde os autores observaram resultados
máxima (7,8). Porém, para indivíduos sem semelhantes com a aplicação de modelos
experiência em TF, como é o caso do POS e PL em 33 homens jovens (20,0±2,6
presente estudo, revisões sistemáticas não anos) com experiência em TF, sendo que
haver diferenças significativas entre os ambos os modelos de periodização de TF
modelos de periodização linear ou também proporcionaram ganhos em
ondulatório, corroborando nossos potência de MMII em deslocamento
resultados (4,33). vertical (38). Uma possível explicação para
Em relação aos ganhos de potência de a diferença dos resultados daqueles estudos
MMII, foram observados resultados com o nosso, está no teste de salto, devido a
distintos em deslocamento horizontal e protocolos de salto diferentes (Counter
deslocamento vertical: não foram Movement Jump e Sargent Jump Test), uma
encontrados ganhos significativos em
18 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

vez que o SJT é executado com o auxílio teste, pré-teste, semana 8, semana 16 e pós
dos braços, diferente do CMJ. teste (Tabela 3), sinalizando que há indícios
No presente estudo, todos os modelos de de uma possível vantagem do TF com
periodização proporcionaram ganhos em modelos de periodização ondulatória sobre
força de resistência de MMSS e de o modelo linear nos ganhos de flexibilidade
musculatura abdominal entre os testes pré e com o TF. Estudos que também mediram a
pós, após 24 semanas de TF (Tabela 3). flexibilidade após protocolos de TF por
Porém, nos grupos que treinaram com intermédio do teste de flexibilidade de
modelos ondulatórios, os ganhos sentar e alcançar encontraram resultados
significativos na força de resistência de semelhantes, ou seja, sem ganhos na PL
MMSS ocorreram com menos tempo de TF, (43), e com ganhos significativos nos
na semana 16. Em um estudo envolvendo modelos ondulatórios (44). Os benefícios
60 voluntários, 30 homens e 30 mulheres, do TF na flexibilidade estariam
estudantes universitários com experiência relacionados a adaptações no tecido
em TF, que realizaram TF para membros conjuntivo e amplitude de movimento
inferiores com periodização linear, linear articular (45). Parece haver vantagem nos
reversa ou POD, os autores não modelos ondulatórios sobre o linear
encontraram diferença significativa nos tradicional (46), embora os motivos ainda
ganhos de RML, medido pelo número de não estejam bem esclarecidos.
repetições de extensões de joelho em Em relação à agilidade, o TF não teve
dinamômetro isocinético, em nenhum dos efeito em mudança de direção em
grupos, após 6 semanas de treinamento, deslocamento independente do modelo de
porém, encontrou após 15 semanas (39). periodização. Além disso, houve perda
Em um estudo com 28 mulheres jovens e significativa no desempenho de agilidade
sedentárias, que realizaram TF com em mudança abrupta de direção, na PL e na
periodização linear ou POD, após 12 POD. Na PL, houve declínio entre o pré-
semanas de treinamento, os autores teste e o pós-teste, e entre a semana 8 e pós
observaram que ambos os grupos tiveram teste, na periodização linear; entre a semana
ganhos de RML em testes de números de 8 e pós teste, na POS; e entre o pré-teste e o
repetições em membros superiores e pós-teste na POD (Tabela 3). Tais achados
inferiores, e não houve diferença sugerem que o TF não influenciou ou até
significativa entre os grupos (30). Uma diminuiu a agilidade, sendo estes efeitos
possível explicação para as diferenças entre negativos observados mais rapidamente na
os resultados destes estudos com o nosso, é PL. Isso talvez tenha ocorrido porque, ao
que em ambos os trabalhos o programa de realizarem o teste na semana 8, os
TF foi específico para ganhos de resistência voluntários estavam encerrando o
muscular, composto por séries com 15, 20 mesociclo de força de resistência
ou 25RM. (endurance). A literatura indica que parece
Estudos prévios indicam que o TF pode não haver relação entre a agilidade e a força
proporcionar efeitos crônicos de melhora na de resistência de membros inferiores(47).
flexibilidade (40–42). Entretanto, neste Os achados do presente estudo estão em
trabalho não foi encontrada diferença concordância com outros estudos que
significativa entre os resultados nos apontaram que os ganhos de força
momentos pré e pós TF com PL, POS ou proporcionados pelo TF não parecem estar
POD no teste de flexibilidade de sentar e relacionados a ganhos em agilidade,
alcançar. Somente foi encontrada diferença independentemente do volume de
significativa no grupo POS entre os treinamento (48) ou se aplicado apenas em
resultados nos momentos pré-teste e na MMII ou em uma rotina de treinamento do
semana 8. Porém, apesar de não haver corpo todo (49). Apesar disso, existem
diferença significativa, o comportamento evidências que o TF de longo prazo pode
dos resultados de flexibilidade nos grupos proporcionar ganhos no desempenho em
POS e POD foi de ganho progressivo a cada
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força 19

agilidade em mudança abrupta de direção periodização. Todos os modelos de


(50). periodização aplicados neste estudo
proporcionaram ganhos de resistência
Pontos fortes e limitações do estudo
muscular, mas, os modelos ondulatórios
Um ponto forte do estudo foi o desenho
parecem proporcionar ganhos mais
de estudo: experimental, de caráter
rapidamente. Realizar apenas o TF parece
longitudinal. Isto porque a maioria dos
não influenciar na flexibilidade e, até
estudos prévios identificados examinaram a
mesmo, pode prejudicar a agilidade,
periodização em TF em períodos de duração
independente do modelo de periodização
entre 8 e 16 semanas de treinamento, e neste
adotado.
estudo, o período de intervenção foi de 24
Sendo assim, acreditamos que
semanas de TF, o que imprime maior
profissionais e pesquisadores de educação
robustez aos efeitos de longo prazo do
física e demais áreas da saúde podem se
treinamento físico.
beneficiar dos resultados deste estudo em
Outro ponto que ressalta a relevância do
relação à seleção do melhor modelo de
presente estudo foi que há escassez de
periodização de TF, de acordo com a
estudos que tenham comparado programas
valência física e motora a ser desenvolvida.
de TF com aplicação dos três modelos de
periodização: PL, POS e POD, sendo que a Declaração de conflito de interesses
maioria dos estudos envolve apenas dois Não há nenhum conflito de interesses em
dos modelos. Assim, estes resultados relação ao presente estudo.
constituem-se em importante contribuição
Declaração de financiamento
para preencher a lacuna no conhecimento
O presente trabalho foi realizado com
existente sobre o tema.
apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento
Apesar de ter havido uma fase de
de Pessoal de Nível Superior - Brasil
adaptação ao protocolo experimental, uma
(CAPES) - Código de Financiamento 001.
possível limitação do estudo foi a
capacidade de aprendizado de cada
Referências
voluntário, além da motivação individual
para realizar o TF. A ordem de execução 1. Garber CE, Blissmer B, Deschenes MR,
dos exercícios foi aleatória, sendo realizada Franklin BA, Lamonte MJ, Lee I-M, et
de acordo com a escolha do voluntário. al. American College of Sports Medicine
position stand. Quantity and quality of
Conclusão exercise for developing and maintaining
O presente estudo teve por objetivo cardiorespiratory, musculoskeletal, and
analisar os efeitos de diferentes modelos de neuromotor fitness in apparently healthy
periodização linear, ondulatória semanal e adults: guidance for prescribing exercise.
ondulatória diária no TF sobre a força Medicine and Science in Sports and
submáxima, potência, força de resistência, Exercise. [Online] 2011;43(7): 1334–
flexibilidade e agilidade em acadêmicos do 1359. Available from:
curso de educação física, iniciantes com a doi:10.1249/MSS.0b013e318213fefb
prática do TF. 2. Stone MH, Potteiger JA, Pierce KC,
Conclui-se que, para indivíduos sem Proulx CM, O’bryant HS, Johnson RL,
experiência, 24 semanas de TF et al. Comparison of the Effects of Three
proporcionaram ganhos em diferentes Different Weight-Training Programs on
manifestações de força, independente do the One Repetition Maximum Squat. The
modelo de periodização (PL, POS ou POD). Journal of Strength & Conditioning
A PL e a POS parecem ser melhores para Research. 2000;14(3): 332–337.
proporcionar ganhos em potência de MMII
no salto horizontal, mas não foram 3. Ullrich B, Pelzer T, Oliveira S, Pfeiffer
observados ganhos significativos no salto M. Neuromuscular Responses to Short-
vertical, independentemente do modelo de Term Resistance Training With
Traditional and Daily Undulating
20 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força

Periodization in Adolescent Elite 9. Ayllón FN, Jiménez A, Alvar BA,


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Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeitos de diferentes modelos de periodização em treinamento de força 21

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24 Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 1, 24,25, [15-30]

Artigo Original
Original Article

Corrida de Orientação: montagem de percursos e métodos para


treinamento de equipes – Republicação de 1991 – um resgate
histórico e metodológico
Orienteering Running: Setting Up Courses and Methods for Team
Training – 1991 Republication – A Historical and Methodological
Retrieval
André Luis Novaes de Miranda2; Oscar Portela Charbel§1
Recebido e Publicado em 1991.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2769

Resumo
Introdução: A corrida de orientação é uma corrida através
campo que se dá contra o relógio em percurso definido, Pontos Chave
marcados por postos de controle, pelos quais o participante
deverá obrigatoriamente passar. - Preparação física e técnica
Objetivo: O artigo teve por objetivo apresentar métodos de em corrida de orientação
preparação física e técnica, bem como apresentar técnicas de - Qualidades físicas do
montagem de percurso. praticante
Métodos: Foram consultados livros, artigos e técnicos - Técnicas de montagem de
especialistas na modalidade.
Resultados: Foram apresentados os seguintes tópicos: percursos
esforço físico; valências físicas do orientador; métodos de
treinamento; treinamento técnico; e técnicas de montagem
de percurso.
Conclusão: Espera-se ter contribuído para levar o esporte de corrida de orientação àqueles que ainda não
o conhecem, bem como consolidar os conhecimentos dos praticantes e técnicos.

Palavras-chave: corrida de orientação, treinamento esportivo, militares, métodos de treinamento físico.

Abstract
Introduction: The orienteering race is a race through the Key Points
field that takes place against the clock in a defined route, - Physical and technical
marked by checkpoints, which the participant must pass. preparation for orienteering
Objective: The article aimed to present methods of physical running
and technical preparation, as well as to present route
assembly techniques. - Physical qualities of the
Methods: Books, articles and technical experts in the practitioner
modality were consulted. - Race course assembly
Results: The following topics were presented: physical techniques
effort; physical skills of the advisor; training methods; techni-

Sobre os autores:§Autor correspondente: Oscar Portela Charbel – Instrutor da Escola de Educação Física do Exército
(EsEFEx) em 1991; André Luis Novaes de Miranda – Técnico da Equipe de Corrida de Orientação do Exército Brasileiro em
1991.
Afiliações:1Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx); 2Comissão de Desportos do Exército (CDE).
Rev Ed Física / J Phys Ed – Insira aqui o título curto do artigo 25

cal training; and course assembly techniques


Conclusion: It was expected to have contributed to taking the sport of orienteering running to those who
do not know it yet, as well as consolidating the knowledge of practitioners and coaches.

Keywords: orienteering running, sports training, military, physical training methods

Citação original: Miranda, A. L. N. de, & Charbel , O. P. (2021). Corrida de Orientação: montagem de percursos e métodos
para treinamento de equipes .Revista De Educação Física / Journal of Physical Education, 60(1): 15-30.
Recuperado de https://revistadeeducacaofisica.emnuvens.com.br/revista/article/view/2665 (Original work
published 27 de agosto de 1991).

Corrida de Orientação: montagem de percursos e métodos para


treinamento de equipes – Republicação de 1991 – um resgate
histórico e metodológico

Ilustração:
Folder de Instruções aos competidores da Corrida de Orientação nos V Jogos Mundiais Militares (2011), Rio de Janeiro.

Fonte: Exército Brasileiro


(http://www.eb.mil.br/o-
exercito?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=vie
w&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntr
yId=796009&_101_type=content&_101_groupId=16541&_101_urlTitle=conhe
ca-a-competicao-de-orientacao-dos-5-
jmm&inheritRedirect=true#.YNOpZehKjIU)
26 Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 1, 26-34

Artigo Original
Original Article
Efeito agudo de quatro diferentes protocolos de aquecimento com
Foam Rolling (rolo de espuma) sobre desempenho no treinamento de
força de membros inferiores: um estudo experimental
Acute Effect of Four Different Warm-Up Protocols Using Foam Rolling
(Foam Roller) on Lower Limb Strength Training Performance: An
Experimental Study
Fernando Simões2,3 Esp; Fernanda Cheskys2,3 Esp; Ana Carolina Chiesa2,3 Esp; Felipe Bastos Cabral1.2
MSc; Humberto Miranda§1,2,3 PhD
Recebido em: 04 de setembro de 2020. Aceito em: 26 de março de 2021.
Publicado online em: 29 de junho de 2021.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2683

Pontos Chave
- Não houve diferenças
Resumo
significativas entre os
Introdução: No treinamento de força, o aquecimento é
frequentemente utilizado na preparação do indivíduo para a protocolos de aquecimento em
atividade principal. Atualmente, o foam rolling (FR) tem sido relação ao desempenho no
utilizado como estratégia de aquecimento. volume de repetições de
Objetivo: O objetivo do estudo foi comparar o efeito agudo
membros inferiores.
de quatro diferentes protocolos de aquecimento com e sem o
uso do FR, sobre os músculos agonistas e antagonistas em - O protocolo de aquecimento
membros inferiores, em relação ao desempenho no específico na cadeira extensora
treinamento de força. com 50% da carga máxima não
Métodos: Estudo experimental do tipo transversal, com
melhorou o desempenho no
amostra por conveniência, constituído por 12 homens
adultos, fisicamente ativos, avaliados em 4 protocolos volume de repetições de
experimentais: 1) FR agonista – composto de 2 séries de 30 membros inferiores.
segundos de FR no quadríceps e um aquecimento específico - As diferentes aplicações de
na cadeira extensora com 50% da carga máxima.
Posteriormente, era realizado o protocolo de 4 séries até a Foam Rolling nos agonistas e
falha muscular voluntária na cadeira extensora; 2) FR antagonistas em membros
antagonista – era realizado o mesmo protocolo, porém, com inferiores parecem não causar
o FR aplicado nos isquiotibiais; 3) Protocolo combinado – o
interferência negativa no
FR era aplicado no quadríceps/isquiotibiais e,
posteriormente, o mesmo estímulo na cadeira extensora; 4) desempenho de repetições
Protocolo tradicional – era aplicado apenas o estímulo na múltiplas no treinamento de
cadeira extensora. As análises descritivas dos dados foram força.
apresentadas em média e desvio padrão, sendo aplicado o
teste ANOVA one-way para medidas repetidas.

§Autor correspondente: Humberto Miranda – e-mail: humbertomirandaufrj@gmail.com


Afiliações: 1LADTEF – Laboratório de Desempenho, Treinamento e Exercício Físico, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
RJ, Brasil; 2Escolha de Educação Física e Desportos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Pós-Graduação Lato
Sensu em Musculação e Treinamento – Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores 27

Resultados: Não houve diferenças significativas entre os protocolos em relação ao desempenho no


volume de repetições de membros inferiores.
Conclusão: De forma aguda, o FR aplicado tanto nos antagonistas quanto nos agonistas em comparação
com o aquecimento tradicional realizado diretamente na cadeira extensora não altera o desempenho no
treinamento de força.

Palavras-chave: manipulações musculoesqueléticas, treinamento de resistência, exercício de aquecimento.

Abstract
Introduction: Warm-up is often used to prepare the
individual for strength training the main activity. Nowadays, Key points
foam rolling (FR) has been used as a warm-up strategy.
- There were no significant
Objective: The aim of the study was to compare the acute
effect of four different warm-up protocols with and without differences between the warm-
the use of FR, on agonist and antagonist in the lower limbs’ up protocols regarding
muscles, in relation to performance in strength training. performance in the volume of
Methods: Experimental cross-sectional study, with a lower limb repetitions.
convenience sample, consisting of 12 physically active adult
men evaluated in four experimental protocols: 1) Agonist FR - The specific warm-up protocol
- consisting of two sets of 30 seconds of FR in the quadriceps in the extensor chair with 50%
and a specific warm-up in the chair stent with 50% of the of the maximum load did not
maximum load. Subsequently, the four series protocol was
improve the performance in
performed until voluntary muscle failure in the extensor
chair; 2) Antagonistic FR - the same protocol was performed, the volume of repetitions of the
however, with the RF applied to the hamstrings; 3) Combined lower limbs.
protocol – FR was applied to the quadriceps/hamstrings and, - The different applications of
subsequently, the same stimulus to the extensor chair; 4)
Traditional protocol - only the stimulus on the extension Foam Rolling in agonists and
chair was applied. Descriptive analyzes of data were antagonists in lower limbs do
presented as mean and standard deviation, and the one-way not seem to cause negative
ANOVA test for repeated measures was applied.
interference in the
Results: There were no significant differences between
protocols regarding performance in the volume of lower limb performance of multiple
repetitions. repetitions in strength training.
Conclusion: Acutely, the RF applied to both antagonists and
agonists compared to the traditional warm-up performed
directly on the extensor chair does not change performance in strength training.

Keywords: musculoskeletal manipulations, resistance training, warm-up exercise.

Efeito agudo de quatro diferentes protocolos de aquecimento com


Foam Rolling (rolo de espuma) sobre desempenho no treinamento de
força de membros inferiores: um estudo experimental

Introdução desempenho e reduzir os riscos de lesões(1-


3).
No treinamento de força (TF), o
Tradicionalmente, o aquecimento geral
aquecimento é frequentemente utilizado na
pode ser composto por uma atividade
preparação do indivíduo para a atividade
aeróbica de baixa-moderada intensidade e
principal. Os mecanismos envolvidos estão
em seguida são realizados exercícios
relacionados com o aumento de temperatura
específicos de acordo com a
corporal, maior mobilização de volume de
modalidade(3,4).
oxigênio, aumento de recrutamento motor e
A utilização do foam roller (FR) vem
preparação mental a fim de melhorar o
crescendo como componente da estratégia
28 Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores

de aquecimento específico em academias e Métodos


centros de treinamento. O método consiste
em uma automassagem sobre um Desenho de estudo e amostra
implemento, geralmente um rolo de O estudo do tipo experimental
espuma, com o objetivo de melhorar o transversal, com amostra por conveniência,
desempenho ou auxiliar na recuperação do qual participaram 12 indivíduos do sexo
muscular(5-8). masculino, conduzido em uma academia
Os resultados em relação a utilização localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro.
dessa técnica, são contraditórios. Peacock et Os critérios de inclusão adotados foram:
al.(9) avaliaram 11 homens fisicamente praticar regularmente TF há pelo menos 6
ativos em condições distintas de meses e tempo disponível para realizar os
aquecimento específico. Ambas realizavam testes. Os critérios de exclusão adotados
5 minutos de aeróbico no aquecimento geral foram: PAR-Q positivo, apresentar algum
e 5 minutos de alongamento dinâmico no tipo de lesão ou morbidade que
específico, com exceção do grupo impossibilite a realização dos testes e/ou
experimental que adicionou 30 segundos de utilizar qualquer recurso ergogênicos
FR nas musculaturas da região lombar, durante o período de realização dos
torácica, glúteos, isquiotibiais, panturrilha, protocolos
quadríceps e peitoral. Comparado à Aspectos éticos
condição controle, foi observado uma O projeto foi aprovado pelo Comitê de
melhora em todos os testes de desempenho Ética e Pesquisa da instituição, CAAE:
neuromuscular(9). Em contraste com esses 63129616.0.0000.5257, conforme
achados, Su et al.(10) não encontraram Resolução do Conselho Nacional de Saúde
diferenças significativas no desempenho de nº 580 de 22/03/2018.
força muscular quando utilizaram o FR
como estratégia de aquecimento. Foram Variáveis de estudo
avaliados 30 indivíduos, entre homens e A variável dependente foi o volume total
mulheres, que realizavam 30 séries de 30 de repetições de membros inferiores e a
segundos de FR, alongamento estático ou variável independente foi a aplicação de
dinâmico. Não foi encontrada diferença quatro diferentes protocolos de
significativa no pico de torque isocinético aquecimento preparatório para o
em nenhuma condição. Entretanto, apesar treinamento de força de membros
do FR não ter alterado o pico de torque, ele inferiores, com e sem o uso do FR, seguidos
foi superior nos testes de flexibilidade de treinamento na cadeira extensora. E
quando comparado às demais técnicas(10). covariáveis de caracterização da amostra:
Face aos resultados controversos idade, peso – em quilogramas (kg) e altura
presentes na literatura, observa-se que há – em centímetros (cm), tendo sido calculado
uma lacuna quanto a diferentes formas de se o Índice de Massa Corporal (IMC).
utilizar o FR como aquecimento, no sentido Desempenho no treinamento de força de
de compreender melhor a sua utilização nas membros inferiores
musculaturas e como isso afetaria no O desempenho no treinamento de força de
desempenho do exercício subsequente. O membros inferiores (variável dependente)
presente estudo pretende fornecer dados foi avaliado utilizando-se o volume total de
que possam contribuir para elucidar a repetições de exercícios realizados durante
utilização do FR prévio ao TF, pois, a a sessão de treinamento na cadeira
literatura encontra-se inconclusiva. extensora, e é calculado pelo produto do
O objetivo do estudo foi comparar o número total de repetições pela carga
efeito agudo de quatro diferentes protocolos levantada na cadeira extensora.
de aquecimento com e sem o uso do FR,
sobre os músculos agonistas e antagonistas
em membros inferiores, em relação ao
desempenho no treinamento de força.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores 29

Protocolos de treinamento com foam era solicitado que os indivíduos


rolling (FR) (rolo de espuma) mantivessem a rotina habitual. Além disso,
A variável independente foi a aplicação os participantes do estudo realizaram os
de quatro diferentes protocolos de protocolos experimentais no mesmo horário
treinamento com FR ou sem FR e a cadeira do dia durante as visitas.
extensora. Os protocolos foram os No primeiro dia, os participantes
seguintes: 1)Protocolo FR Agonista realizavam a familiarização dos
(FRAG): aplicação do FR nos músculos procedimentos, o preenchimento do termo
quadríceps somado ao aquecimento de compromisso livre e esclarecido
específico, seguido do treinamento de força (TCLE), o PAR-Q e as medidas
realizado na cadeira extensora; 2) Protocolo antropométricas (balança de bioimpedância
FR Antagonista (FRAN): aplicação do FR – OKOK.INTERNATIONAL version:
nos músculos isquiotibiais somado ao v1.5.9.2). Ainda na primeira visita, era
aquecimento específico, seguido do realizado o teste de 10 repetições máximas
treinamento de força realizado na cadeira (10RM) na cadeira extensora.
extensora; 3) Protocolo FR Combinado O teste de 10RM(11) constituiu-se do
(FRC): aplicação do FR nos músculos seguinte: na cadeira extensora foram
quadríceps (agonistas) e nos isquiotibiais realizadas 3 tentativas, com intervalo de 3 a
(antagonistas) somado ao aquecimento 5 minutos entre as tentativas. A carga inicial
específico, seguido do treinamento de força era estimada de acordo com o peso
na cadeira extensora; e 4) Protocolo habitualmente utilizado pelos participantes.
Tradicional (PT): realização de O teste era interrompido no momento em
aquecimento específico sem o FR, seguido que o indivíduo executava o movimento
do treinamento de força na cadeira com a técnica incorreta ou quando ocorria
extensora. falha concêntrica voluntária na décima
Todos os protocolos realizavam um repetição. Após intervalo mínimo de 48
aquecimento específico na cadeira horas, realizou-se o reteste de 10RM para
extensora com 50% da carga de 10 RM em maior confirmação dos valores obtidos.
15 repetições com intervalo de 1 minuto. Para padronização do exercício cadeira
Nos protocolos com o FR, os exercícios extensora(12), o participante iniciava o
eram realizados em duas séries com o tempo movimento com o joelho flexionado a 90º e
de estímulo de 30 segundos de rolamento então realizava uma extensão completa até
para cada membro(10). O rolo de espuma 0º. Buscando minimizar os erros e
utilizado (Foam Roller – RUMBLE- padronizar os métodos, os pesquisadores
ROLLER) era feito de borracha e EVA, seguiram os seguintes itens: a) Os
medindo 14 centímetros de largura, 14 indivíduos foram instruídos em relação ao
centímetros de altura e 33 centímetros de protocolo de teste e os movimentos a serem
comprimento. O participante exercia executados, antes do mesmo; b) O avaliador
pressão na musculatura alvo sobre o ficou atento durante a execução dos
equipamento posicionado no chão movimentos para corrigir o avaliado caso
realizando um rolamento sobre toda a área necessário; c) Estímulos verbais foram
de superfície do grupamento muscular. O utilizados, com o objetivo de motivar o
procedimento era feito sempre de maneira indivíduo a realizar o máximo esforço
unilateral e alternada. possível durante os testes, conforme
Procedimento experimental metodologia utilizada em estudos
prévios(12).
A coleta de dados foi composta por 6
visitas com um intervalo mínimo de 48 Nas demais sessões, foram realizados os
horas entre as sessões para evitar uma demais protocolos experimentais com
possível fadiga dos testes anteriores. Não entrada aleatória, através de sorteio.
houve controle nutricional durante os
procedimentos experimentais, no entanto
30 Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores

Protocolos Experimentais aplicado, com post hoc de Bonferroni para


Os protocolos foram executados com verificar o efeito da intervenção no volume
entrada aleatória, através de sorteio. Antes total de repetições de membros inferiores,
de cada protocolo, era realizado um sendo adotado o valor de p<0,05(13).
aquecimento específico na cadeira
extensora com 50% da carga de 10 RM em Resultados
15 repetições (1 minuto após o FR). Foram Participaram do estudo 12 homens. Os
realizadas 2 séries de 30 segundos de FR de resultados das variáveis de caracterização
forma unilateral e alternada nos 2 membros. da amostra (média ± desvio-padrão) foram:
Após isso, era realizados 4 séries de idade: 25,4 (±5,9) anos; altura: 180 (±0,05)
extensão de membros inferiores na cadeira cm; peso: 82,6 (±7,6) kg; IMC: 27,7 (±3,7)
extensora até a falha muscular com a carga kg/m2; e percentual de gordura: 18,9%
obtida no teste de 10 RM adotando um (±5,3%). A média do teste de 10 RM na
intervalo de 2 minutos entre as séries. Não cadeira extensora foi de 67,1kg (±6,3 kg).
foi aplicado o aquecimento com o FR no PT Os resultados do volume total de
(protocolo controle), apenas o aquecimento repetições de membros inferiores
específico na cadeira extensora. apresentam-se na Tabela 1.
Análise estatística Não foram verificadas interações
O tratamento estatístico foi realizado no significativas entre os protocolos sobre o
software Sigmaplot versão 11.0. volume total de repetições de membros
Inicialmente realizou-se o teste de inferiores (F=0,619; p=0,611).
normalidade e homocedasticidade (critério
Barlett) Shapiro-Wilk. O teste ANOVA
one-way para medidas repetidas foi

Tabela 1 – Desempenho no treinamento de força de membros inferiores segundo protocolo de


aquecimento utilizando foam rolling (FR) (n=12)
Variáveis FRAG FRAN FRC TR
Média (±DP) Média (±DP) Média (±DP) Média (±DP)
VTR (Kg) 7156,9 (±913,1) 7428,8 (±1282,4) 6558,4 (±2281,4) 7366,9 (±756,2)
Desempenho no treinamento de força foi avaliado pelo VTR: volume total de repetições = número total de repetições x carga
levantada (kg); DP: desvio-padrão; FRAG: foam rolling nos músculos agonistas; FRAN: foam rolling nos músculos
antagonistas; FRC: protocolo foam rolling combinado (aplicado nos antagonistas e nos antagonistas); TR: treinamento
tradicional – aquecimento na própria cadeira extensora, sem utilização do foam rolling.

Discussão melhoria do desempenho no TF, sendo que,


Os principais achados do estudo ao avaliar 15 homens com experiência
mostraram que a utilização do FR no prévia em TF, não foram observadas
aquecimento preparatório para o diferenças no volume total de treinamento
treinamento de força (TF) de membros durante a realização de quatro séries de
inferiores não influencia o desempenho exercícios de força, até a falha concêntrica
(volume total de repetições) durante a em exercício de agachamento(2). Os
sessão de treinamento (p=0,611). Estes autores concluíram que uma rotina de
resultados corroboram estudos prévios que aquecimento mais específica parece não
não encontraram diferença significativa no influenciar o desempenho de repetições
desempenho subsequente ao realizar uma submáximas, como também foi verificado
rotina de aquecimento específico com o no nosso estudo.
FR(14,15). Além disso, Ribeiro et al. (2), Macdonald et al.(15), também, não
não encontraram diferença significativa na encontraram diferenças significativas ao
realização de um aquecimento específico mensurar o desempenho da força muscular
tradicional (no próprio aparelho), em em contração voluntária máxima após
exercícios de membros inferiores, para utilizar o FR no aquecimento. A amostra
Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores 31

contou com 11 homens fisicamente ativos resultados também contrastam com as deste
que executaram 1 série de 1 minuto de FR, estudo, que pode ser devido ao exame de
na musculatura do quadríceps, o que grupamentos musculares distintos dos
resultou em um aumento na amplitude de avaliados no presente estudo, justificando a
movimento, porém, sem diferença em diferença entre os resultados.
contração voluntária máxima, taxa de EM relação ao IMC elevado da amostra
desenvolvimento de força e ativação 27,7 (±3,7) kg/m2, que seria classificado
muscular, quando comparadas com a como de sobrepeso, há algumas
condição controle, sem intervenção(15). A considerações a serem apresentadas. O IMC
literatura mostra que, apesar dos efeitos do é utilizado para classificar o estado
FR no desempenho neuromuscular serem nutricional em relação ao peso, todavia,
pequenos ou negligenciados, em alguns atletas e pessoas treinadas pode apresentar
casos, pode haver efeitos relevantes, como IMC considerado como sobrepeso ou
no aumento de amplitude de movimento ou obesidade que, frequentemente, não
na redução da sensação de dor muscular(16- corresponde à composição corporal desse
19). tipo de população. Isto se deve ao fato de
Já Franco et al.(20) encontraram que, nesse caso, valores de IMC acima de
resultados positivos com a utilização do FR 25 podem não representar o excesso de
na rotina de aquecimento. Nesse estudo, gordura, mas sim maiores valores de massa
foram avaliados 30 atletas universitários muscular, haja vista que esse índice não
(16 homens e 14 mulheres) separados em diferencia massa magra de gordura
um grupo experimental e outro controle. corporal(21). Assim sendo, é importante
Ambos os grupos realizavam 8 minutos de conduzir esse indicador somado à
aquecimento com corrida, porém o grupo composição corporal(21). No presente
experimental também realizava 1 série de estudo, embora a média do IMC dos
45 segundos de FR no quadríceps e participantes devesse ser classificada como
isquiotibiais. O grupo experimental teve sobrepeso, os valores do percentual de
melhora na amplitude de movimento do gordura (média de 18,9% ± 5,3%,) é
tornozelo e nos resultados dos testes do considerado como “razoável” segundo o
salto vertical, quando comparado ao grupo American College of Sports Medicine(22).
controle(20). Esses resultados contrastam Por conseguinte, um IMC apontando para
com os encontrados no presente estudo em peso elevado, neste estudo, pode estar
que não se observou diferença no relacionado a um maior percentual de massa
desempenho de força de membros muscular nos indivíduos(21).
inferiores no salto vertical. Tal diferença de Ainda que seja presente na literatura
resultados talvez seja atribuída à ausência estudos que apontem a influência do
de um aquecimento geral, como a corrida, aquecimento no desempenho em força(1,3),
que integrou o protocolo experimental de as diferentes aplicações de FR no presente
Franco et al.(20) e não foi aplicado neste estudo não causaram interferência negativa
estudo. no desempenho de repetições múltiplas no
Halpering et al.(7) encontram melhora na TF.
força muscular após a realização do FR em
Pontos fortes e limitações do estudo
14 indivíduos ativos (homens e mulheres)
Apesar da limitação por um número
que realizaram 3 séries de 30 segundos de
amostral reduzido, houve uma preocupação
FR ou alongamento estático na musculatura
em caracterizá-la de forma homogênea.
da panturrilha. Logo após, eram realizados
Além disso, a metodologia aqui utilizada é
os testes de contração voluntária máxima,
de fácil acesso e replicação. A
ativação muscular e amplitude articular do
recomendação para estudos futuros seria a
tornozelo. Ambas as intervenções
inclusão de um aquecimento geral em
melhoram a amplitude de movimento,
intensidades mais altas e outras estratégias
entretanto o FR levou a um aumento
aliadas ao FR no aquecimento específico.
significativo da produção de força(7). Os
32 Rev Ed Física / J Phys Ed – Aquecimento com Foam Rolling e força de membros inferiores

Recomenda-se que sejam conduzidos 439-454. Available from: doi:


estudos longitudinais a fim de esclarecer 10.2165/00007256-200333060-00005.
efeitos crônicos do aquecimento utilizando 4. Pinfold SC, Harnett MC, Cochrane DJ.
FR sobre o desempenho em força de The acute effect of lower-limp warm-up
membros inferiores. on muscle performance. Research in
Sports Medicine [Online] 2018; 26(4):
Conclusão 490-499. Available from: doi:
O presente estudo teve por objetivo 10.1080/15438627.2018.1492390
comparar o efeito agudo de quatro
diferentes protocolos de aquecimento com e 5. Behm DG, Wike J. Do self-myofascial
sem o uso do FR, sobre os músculos release devices release myofascia?
agonistas e antagonistas em membros Rolling mechanisms: A narrative review.
inferiores, em relação ao desempenho no Sports Medicine [Online] 2019; 49(8):
treinamento de força. As diferentes 1173-1181. Available from: doi:
aplicações de FR no presente estudo 10.1007/s40279-0109-01149-y.
parecem não causar interferência negativa 6. Paz GA, Maia MF, Santana H, Silva JB,
no desempenho de repetições múltiplas no Lima VP, Miranda H.
TF. Dessa forma, o FR pode ser uma Electromyographic analysis of muscles
alternativa interessante a ser adicionada na activation during sit-and-reach test
rotina de aquecimento específico sem adopting self-myofascial release with
prejudicar o desempenho em volume de foam rolling versus traditional warm up.
repetições de membros inferiores Journal of Athletic of Enhancement
subsequente. [Online] 2017; 6(1). Available from: doi:
Declaração de conflito de interesses 10.4172/2324-9080
Não há nenhum conflito de interesses em
relação ao presente estudo.
7. Halpering I, Aboodarda SJ, Button DC,
Declaração de financiamento
Andersen LL, Behm DG. Roller
Não houve financiamento para a massager improves range of motion of
realização da pesquisa. plantar flexor muscle without
subsequent decreases in force
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Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 1, 35-44 35

Artigo Original
Original Article
Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação no
Brasil: um estudo transversal
Sociodemographic Profile and Initiation in Orienteering Running in
Brazil: A Sectional Study
Fábio Solagaistua de Matos§1; Gustavo de Rezende Corrêa2 PhD
Recebido em: 7 de janeiro de 2021. Aceito em: 27 de abril de 2021.
Publicado online em: 30 de junho de 2021.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2711

Resumo
Introdução: A Orientação, praticada no Brasil desde os anos
70, encontra dificuldades na popularização e no aumento Pontos Chave
consistente de participantes em suas principais competições.
Nessa condição, torna-se um esporte subestimado no que diz - A média de idade dos atletas
respeito à busca por recursos financeiros e aspectos de de orientação foi de 39 anos.
visibilidade midiática, visto que possui um altíssimo grau de - A maioria possuía nível
atratividade envolvendo fatores físicos e cognitivos, tendo
superior e estava empregada e
como local de prática os cenários naturais que por si só
despertariam interesse instantâneo como acontece em vários pertencia a uma classe social
países do continente europeu. mais elevada em comparação
Objetivo: Descrever as características sociodemográficas com a população em geral.
do atleta brasileiro da Orientação e examinar a
- A maioria iniciou a prática do
temporalidade do início nessa prática esportiva.
Métodos: Estudo observacional, transversal, no qual foi esporte após os 21 anos de
utilizado um questionário online por meio do Formulários idade.
Google, contendo 68 perguntas. Participaram da pesquisa
638 atletas do Esporte Orientação, de ambos os sexos. Foram
realizadas análises estatísticas descritivas em termos de média, desvio padrão e porcentagem.
Resultados: Os praticantes, com a faixa etária variando dos 13 aos 77 anos(média 39,3 ±13,7), pertenciam
a uma classe social mais elevada, com formação acadêmica privilegiada e teve a iniciação no esporte após
os 21 anos de idade
Conclusão: Os praticantes de Orientação no Brasil fazem parte de uma faixa socioeconômica mais alta,
destoando da média da população nacional. Os resultados indicam que pode haver necessidade de
estratégias de desenvolvimento da modalidade que promovam a inclusão esportiva de pessoas de camadas
sociais de renda mais baixa.

Palavras-chave: corrida de orientação, características sociodemográficas, esporte.

Abstract
Introduction: Orienteering running is practiced in Brazil since the 70's. There are difficulties to
popularize and consistently increase the number of participants in its main competitions. Thus, it is a sport
undervalued about the search for financial resources and aspects of media visibility, in despite that it
presents a high degree of attractiveness involving physical and cognitive factors, and having as place of

§Autor correspondente: Fábio Solagaistua de Matos –– e-mail: fsolagaistua@gmail.com


Afiliações: 1Clube de Orientação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Fundação Técnico Educacional Souza
Marques.
36 Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação

practice natural scenarios, that by themselves would arouse


instant interest, as happens in several countries on the Key Points
European continent.
- Orienteering athletes’ mean
Objective: To describe the sociodemographic
characteristics of the Brazilian athlete in Orienteering
of age was of 39 years.
running and examine the temporality of the beginning of this - The majority had higher
sport. education and were employed
Methods: Observational, cross-sectional study, in which an and belonged to a higher social
online questionnaire was used through Google Forms,
containing 68 questions. A total of 638 athletes from Sport
class compared to the general
Orienteering, of both sexes, participated in the research. population.
Descriptive statistical analyzes were performed in terms of - The majority started
mean, standard deviation and percentage.
practicing the sport over 21
Results: Practitioners, with ages ranging from 13 to
77(mean 39±13,7) years old, belonged to a higher social
years old.
class, with higher education, and initiation in sport was over
21 years old.
Conclusion: Orienteering practitioners in Brazil are part of a higher socioeconomic group, which differs
from the average of the world population. The results indicate that there may be a need for development
strategies to promote sports inclusion for people from lower-income social strata.

Keywords: orienteering running, sociodemographic characteristics, sports.

Perfil Sociodemográfico na e iniciação esportiva em corrida de


Orientação no Brasil: um estudo transversal

Introdução A Orientação teve suas origens em um


exercício de treinamento militar e
Corrida de Orientação: Apresentação e desenvolveram-se muitas variações. A mais
aspectos históricos antiga e popular é a forma a pé,
Orientação é um esporte que, além do configurando-se na corrida de
preparo físico necessário à competição que Orientação(3).
envolve corrida, demanda grande atividade O termo "Orientação" foi introduzido em
cognitiva relacionada a processos de 1886 na Academia Militar Sueca
tomada de decisão(1). Sua realização requer Karlberg(3). Lá, passou do treinamento
habilidades de navegação usando um mapa militar para um esporte competitivo para
topográfico e uma bússola, sendo que no oficiais militares. A primeira competição
percurso há rota demarcada. Assim, o atleta civil foi realizada na Noruega em 1897(3).
escolhe sua própria estratégia para Os locais foram escolhidos em parte por sua
encontrar os pontos de controle, os quais beleza(3). O esporte ganhou popularidade
são marcados com precisão no mapa e no nos anos 30, com a invenção de bússolas
solo onde são representados por prisma baratas e confiáveis. Mais de 250 mil suecos
laranja e branco(2). É um esporte individual eram praticantes, em 1934, e a orientação se
e, nesse contexto, os atletas devem fazer seu espalhou para outros países como Finlândia,
percurso sem nenhuma assistência Suíça, União Soviética e Hungria. Após a
externa(3). Normalmente, a Orientação é Segunda Guerra Mundial, a modalidade
realizada em terrenos variados. Nas origens espalhou-se por toda a Europa e Ásia,
escandinavas, isso significava floresta, mas América do Norte e Oceania(3). Em 1961,
também é comum em área livre, pastagem, dez nações europeias fundaram a Federação
pântano e outros terrenos mistos. Com o Internacional de Orientação (International
passar dos anos, tornou-se comum a Orienteering Federation: IOF), que apoiou
realização de competições, também, em a fundação de muitas federações nacionais.
ambientes urbanos(4).
Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação 37

Durante esse tempo, a Orientação população que excede os 210 milhões de


permaneceu mais popular na Escandinávia, habitantes(13) apresenta menos de 20.000
sendo que desde 1965 é realizado, atletas filiados contados ao longo de toda
anualmente, o maior encontro internacional sua história(14).
da modalidade, o O-Ringen que conta com O objetivo do presente estudo foi
cerca de 20.000 concorrentes(5). descrever as características
Atualmente, a IOF possui 76 federações sociodemográficas do atleta brasileiro de
membros(6). Corrida de Orientação e examinar a
No Brasil, em 1970, militares viajaram à temporalidade do início nessa prática
Europa para observar competições e, a esportiva.
partir disso, organizaram as primeiras
competições militares no Brasil(7). Em Métodos
1983, alguns mapeadores nórdicos
Desenho de estudo e amostra
elaboraram mapas para realização de
eventos, contribuindo para o Pesquisa observacional, transversal e
desenvolvimento do esporte entre exploratória, de metodologia quali-
brasileiros. Em seguida, o Serviço quantitativa, para a qual foi desenvolvida
Geográfico do Exército Brasileiro, uma entrevista estruturada. sendo que o
objetivando promover o esporte, organizou método escolhido para análise de conteúdo
uma competição com 14 entidades civis e teve como base os conceitos de Bardin(15).
militares(8). Também nesse ano, o XVII A pesquisa contou com o apoio da CBO e
Campeonato Mundial Militar de Orientação foram convidados para participar todos os
foi realizado em Curitiba, no estado do atletas federados (aproximadamente dois
Paraná(9). mil atletas com cadastro ativo).
Compreendendo o discurso científico como
No final da década de 1980, realizou-se
forma de problematizar o senso comum e
uma campanha de promoção do esporte em
propor perspectivas de reflexão e ação, é
todo o território brasileiro. A partir disso,
possível compreender a pesquisa como
vários clubes foram fundados, sendo base
meio de construir conhecimento e que uma
para as federações regionais e competições
investigação se destina a resolver um
abertas ao público civil. Somente em 1996
problema(16). Porém, há uma ordem de
começou o processo de fundação da
prioridade em que a ciência se faz, por meio
Confederação Brasileira de Orientação
de pesquisa e com metodologia.
(CBO), confirmado três anos depois(8).
O critério de inclusão foi ser filiado à
Em 1992, a corrida de Orientação foi
CBO no ano de realização da pesquisa
incluída como disciplina no curso de
(2020). Os critérios de exclusão foram: não
Educação Física da Universidade Federal
ter participado de nenhuma prova oficial
do Rio de Janeiro, e em 2004, inserida no
nos últimos 2 anos, anteriores a pesquisa; e
projeto social Sou Feliz. Em 1999, a CBO
não assinalar o concordo (botão no
desenvolveu, através da Política Nacional
formulário online), aceitando os termos da
para o Desenvolvimento do Esporte
pesquisa informados no Termo de
Orientação (PNDO), uma proposta
Consentimento Livre e Esclarecido
pedagógica, o Projeto Escola da Natureza,
(TCLE).
que preconizava a presença da Orientação
nos currículos escolares, em todos os Aspectos éticos
níveis(10). O estudo foi avaliado, quanto aos
Corrida de Orientação atualmente aspectos éticos da pesquisa envolvendo
seres humanos, e aprovado pelo Comitê de
Na atualidade, observa-se que, em
Ética da Escola de Medicina Souza
comparação com a Suécia, país de origem
Marques, sob o protocolo CAAE
da modalidade, com uma população de
33730120.0.0000.5239 Para os atletas
aproximadamente 10 milhões(11), em
menores de idade, foi necessário que os
2018, contava com 75.000 atletas
federados(12), enquanto o Brasil, com uma
38 Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação

responsáveis enviassem um Termo de Resultados


Assentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Participaram da pesquisa 638 atletas do
Instrumento Esporte Orientação, sendo 28,21% do sexo
Para a coleta de dados foi desenvolvido feminino (n=180) e 71,79% do sexo
um questionário online por meio do masculino (n=458), com a faixa etária
Formulários Google que se apresenta de variando dos 13 aos 77 anos (M=39,3 ±
forma integral no Apêndice 1. O 13,7). A maioria declarou-se católica
questionário buscou investigar o perfil (49,12%) e heterossexual (94,05%)(Tabela
sociodemográfico, a iniciação esportiva e 1).
aspectos de consumo relacionados aos Dos cerca de 2.000 orientistas elegíveis
eventos esportivos dos participantes e foi para participar do estudo, 752 (37,6%)
composto 68 perguntas. A primeira questão praticantes responderam ao questionário.
perguntava se o atleta possuía mais de 18 Depois de aplicados os critérios de
anos de idade, se tinha lido o TCLE e se exclusão, dados de 23 atletas foram
concordava em participar da pesquisa ou, retirados por serem menores de idade e não
sendo menor de 18 anos, se o seu terem apresentado o TCLE assinado pelos
responsável o autorizava a participar da responsáveis, dois convidados não
pesquisa. As demais questões foram concordaram em participar da pesquisa e 89
distribuídas nos seguintes grupos de atletas foram retirados do estudo pelo
informações: características sociodemo- critério de exclusão de não competir há mais
gráficas – Questões: 2-21 (religião, de dois anos. Assim, a amostra foi composta
orientação sexual, estado civil, filhos, por 638 participantes, que contavam com
escolaridade, profissão, etnia, renda, média de idade de 39,3 (±13,7) anos, sendo
residência, estado onde reside, se possui que a faixa etária que apresentou maior
veículo automotor e se é portador de número de atletas foi a de 35 a 50 anos
deficiência física); perfil complementar – (Tabela 1). A maioria dos participantes era
Questões 22-25 (informações de hábitos de cor branca (61,29%), seguida de parda
alimentares e de lazer) – (características de (32,60%) que, juntos, somavam 93,7%.
atleta). e outras informações relacionadas à Também a maioria exercia atividade
corrida de Orientação) – Questões 26-30 e profissional no meio civil (65,37%) e
33-68, deste último bloco de perguntas, começou a praticar o Esporte Orientação
fizeram parte deste estudo apenas as após os 21 anos de idade (68,5%) e possuía
questões 33 (Q33) e 43 (Q43). A Q33 pelo menos um filho (59,56%).
pergunta em que meio conheceu o esporte e Aproximadamente, metade dos
a Q43 pergunta o que mais lhe desagradou entrevistados (50,63%) conheceu a
em sua primeira prova de Orientação? Orientação no meio civil (Q33) (Figura 1B).
(independente do resultado) . A maioria dos atletas declarou que o que
Utilizou-se para a variável sexo somente mais desagradou em sua primeira
as categorias masculino e feminino, participação foi possuir pouco
seguindo a caracterização da própria conhecimento acerca do esporte (Q43)
modalidade. (Figura 1A).
Meio em que conheceu o esporte; 1C-
Procedimento experimental
Distribuição dos orientistas brasileiros por
O questionário foi aplicado durante o região da Federação, em negrito o número
período de isolamento social decorrente da absoluto de respondentes, por região e entre
pandemia COVID-19 e buscou alcançar o parênteses a proporção percentual no total
maior número de pessoas possível. de entrevistados ; 1D– Número de
Análise estatística residentes na mesma casa.
Foram realizadas análises estatísticas A distribuição geográfica dos praticantes
descritivas em termos de média, desvio está localizada, majoritariamente, nas
padrão e porcentagem. A margem de erro regiões litorâneas do Brasil (Figura 1C).
para o tamanho amostral foi de 3,7%..
Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação 39

Apenas 35% dos atletas residiam Tabela 1 – Características sociodemo-


sozinhos e a maioria apresentava de 2-4 gráficas da amostra e idade de início da
pessoas na residência (Figura1D). prática do Esporte Orientação entre atletas
A Figura 2 exibe a distribuição dos dados brasileiros federados (N=638)
de renda, estado civil, escolaridade e casa
própria. A maior parte dos atletas possuía Variáveis n %
renda pessoal entre 1-8 salários-mínimos Idade
(73,04%) (Figura 2A), era de casados ou em 13 aos 20 anos 79 12,38
união estável (60,35%)(Figura 2B), possuía 21 aos 35 anos 167 26,17
curso superior (45,77%) (Figura 2C). A 35 aos 50 anos 248 38,87
maioria dos orientistas entrevistados era Acima de 50 anos 144 22,57
possuidora de casa própria (68,03%) Sexo
(Figura 2D). Feminino 180 28,21
Masculino 458 71,79
Discussão Etnia
Amarela/Asiática 5 0,78
Até onde se sabe, este foi o primeiro
Branca 391 61,29
estudo a investigar o perfil
Parda 208 32,60
sociodemográfico de atletas de Orientação
Preta 31 4,86
no Brasil, o destaca sua relevância. Os
Indígena 3 0,47
principais achados foram que a maioria dos
Profissão
atletas percebiam renda pessoal entre 1-8
Militar 221 34,63
salários-mínimos (73,04%), a tempo-
Professor 78 12,22
ralidade do início da prática demonstrou ser
Estudante 55 8,62
tardia (após os 21 anos de idade) (68,50%) Outras 284 44,53
e a escolaridade dos atletas foi, predo- Crença Religiosa
minantemente, de nível superior (45,77%). Agnóstico/Ateu 83 13
Outro resultado importante foi que a Católica 316 49,12
proporção de atletas que conheceram o Evangélica 109 17,1
esporte no meio civil foi semelhante aos que Outra 252 52,05
o conheceram no meio militar . Prefiro não 37 5,8
A renda pode ser considerada como um Orientação Sexual
possível fator limitante para a propagação Bissexual 16 2,5
do esporte é o nicho econômico que tem Heterossexual 600 94,05
Homossexual 16 2,5
alcançado, sendo seus praticantes
Prefiro não 6 0,95
pertencentes às classes mais altas, em Praticantes na
especial à classe A, já que 26,96% possuem 1 384 384
renda pessoal superior a oito salários- 2 178 178
mínimos, e se considerada a renda familiar, 3 53 53
esse número sobe para 44,67%, enquanto a Mais de 3 23 3,6
renda média do cidadão brasileiro é Filhos
ligeiramente superior a dois salários- 0 258 40,44
mínimos(13). 1 125 19,59
A alta condição financeira do orientista 2 177 27,74
também foi relatada em estudo sueco 3 62 9,72
mostrando que trabalhadores de colarinho Mais de 3 16 2,51
Idade de início na
branco e altos executivos compõem 59% da Menos de 10 anos 15 2,35
população(24). Em estudo semelhante, 10-15 anos 66 10,34
dessa vez realizado na Austrália, também 16-20 anos 120 18,81
foi destacado o alto posicionamento 21-34 anos 253 39,66
profissional dos orientistas daquele país, 35-50 anos 154 24,14
refletindo também no nível educacional dos Mais de 50 anos 30 4,7
40 Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação

Figura 1 – 1A– Descrição dos fatores que desagradaram na primeira participação; 1B– Meio
em que conheceu o esporte; 1C- Distribuição dos orientistas brasileiros por região da
Federação, em negrito o número absoluto de respondentes, por região e entre parênteses a
proporção percentual no total de entrevistados ; 1D– Número de residentes na mesma casa.

Figura 2 – 2A - Renda individual (salários-mínimos); 2B - Estado Civil (porcentagem); 2C -


Escolaridade; 2D - Percentual de indivíduos que possuem, ou não, casa própria.
41 Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação

praticantes acima dos 24 anos, onde apenas 13% de cidadãos nessa


65%dos orientistas possuem ao menos uma condição(13). Comparando com os
graduação(25). orientistas brasileiros com 24 anos ou mais,
Quanto à temporalidade da iniciação no nosso público é mais seleto que o
desporto, os resultados mostraram ser australiano, pois, 81,29% possuem ao
tardia, dados semelhantes aos do estudo de menos uma graduação. Sendo assim, as
Koukoris(19), realizado com o público classes menos favorecidas podem encontrar
grego praticante de Orientação, em que mais dificuldade para o conhecimento do
75,6% dos praticantes tiveram o primeiro esporte e consequente adesão à modalidade,
contato com a Orientação após os 19 anos. ficando estes muitas vezes restritos aos
A comparação com a Grécia é justificada programas sociais, voltados para o esporte,
pelo fato de também ser um país em encontrados em baixa escala pelo território
desenvolvimento na Orientação, tendo nacional.
iniciado as suas atividades no ano de 1997. Os projetos escolares podem não
Enquanto no Brasil, a proporção de atletas necessariamente implicar na afiliação das
que iniciaram sua participação na crianças nas federações estaduais ou na
modalidade antes dos 10 anos de idade foi CBO, ficando restrita à atividade
de 2,35%, na Suécia, país com mais tradição pedagógica sem o intuito de inserção nas
na modalidade, 19,1% dos praticantes competições.
iniciaram com 6 anos e 81,2% iniciaram O conceito de que o esporte Orientação
antes dos 21 anos(20). possui uma natureza militar deve ser
A iniciação tardia prejudica a qualidade revisto, com base nos nossos dados, que
na formação de atletas de alto nível. apresentam que aproximadamente metade
Segundo Celestino e colegas, diversos dos praticantes do Brasil conheceu o esporte
autores estipularam a necessidade de uma em ambiente civil, quebrando paradigmas
prática acumulada de pelo menos 10 anos de que se trata de um esporte militar,
para que um alto nível de performance seja respeitando o histórico de sua inclusão no
alcançado, sendo que esse início deve ser Brasil(17). Tal fato, pode ser decorrente da
durante a infância(21). Por se tratar de um criação dos clubes de Orientação, das
esporte onde o desenvolvimento técnico e Federações estaduais e da CBO, todas essas
tático de alto nível é complexo. Palmer, em entidades civis. Soma-se a isso a formação
1984 disse estar convencido que a base de profissionais de Educação Física, que
técnica tem que ser trabalhada antes dos 16 introduziram no ambiente escolar, após
anos(22), assim como Martland definiu as contato com o esporte em instituições de
prioridades na montagem de um programa ensino superior. A inclusão da Orientação
técnico para meninos e meninas dos 13 aos como disciplina em universidades foi fator
15 anos(23). No contexto da iniciação contribuinte e de alta relevância para
tardia, há que se considerar a falta de um disseminação.
programa específico para introdução Com o interesse de conhecer o perfil do
esportiva para adultos, já que os livros praticante de Orientação no Brasil, esta
estrangeiros apresentam abordagem para pesquisa mostrou que mesmo com a
iniciantes crianças. Nesse contexto, há uma população brasileira sendo de maioria
preocupação de que muitos feminina(13), a modalidade não se
atletas/praticantes em potencial podem apresenta da mesma maneira, muito
deixar de fazer parte do esporte por conta de provavelmente por influência de sua origem
experiências negativas, principalmente no ambiente militar brasileiro.
ocasionadas pela falta de um conhecimento Em relação a orientação sexual e crença
técnico do esporte mais aprofundado. religiosa, a representação dos atletas de
Quanto ao nível de escolaridade, a Orientação no Brasil equivale-se à
maioria dos entrevistados tinha curso representação da população brasileira(13).
superior e/ou pós-graduação, resultado que Em relação à etnia, a população brasileira,
difere da população brasileira que apresenta segundo os dados da Pesquisa Nacional por
42 Rev Ed Física / J Phys Ed – Perfil Sociodemográfico e iniciação esportiva na corrida Orientação

Amostra de Domicílios (PNAD), realizada Conclusão


em 2019(18), 42,7% dos brasileiros se O objetivo do presente estudo foi
declararam como brancos, 46,8% como descrever as características sociode-
pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como mográficas do atleta brasileiro de Corrida
amarelos ou indígenas. Entre os orientistas, de Orientação e examinar a temporalidade
a maioria declarou-se branca (61,29%), do início nessa prática esportiva . Os
seguida de parda (32,6%), assim, a resultados mostraram que o perfil do
representação étnica do orientista apresenta praticante de Orientação no Brasil pouco se
distinção em relação a população brasileira. assemelha ao perfil da sociedade brasileira.
Quanto ao fator que mais desagradou o Mostramos que o desporto é praticado,
participante em sua primeira competição, predominantemente, por classe social mais
aproximadamente a metade dos elevada e a iniciação tardia no esporte são
entrevistados relatou que possuíam pouco fatores que podem estar associados ao nível
conhecimento do esporte. Muitos atletas de escolaridade dos praticantes, já que o
têm o seu primeiro contato com a fomento ao esporte parece ter focalizado
Orientação em um campeonato oficial, o alunos universitários. Outros estudos
que denota a falta de estrutura de fomento à devem investigar estratégias para que a
iniciação esportiva da corrida de Orientação iniciação esportiva da corrida de Orientação
por parte das entidades administrativas e de se dê ainda na infância (idade escolar).
prática.
Em relação à distribuição geográfica dos Agradecimentos
atletas por região no Brasil, os achados do Agradecemos aos participantes deste
presente estudo mostram convergência com estudo e ao Grupo de Pesquisa do COUFRJ
a distribuição da população brasileira, pela confecção do questionário.
sendo as maiores concentrações de atletas Declaração de conflito de interesses
correspondentes às regiões mais populosas Não há nenhum conflito de interesses em
do Brasil. De semelhante modo, a maioria relação ao presente estudo.
dos praticantes da Orientação possuía casa
própria (68,03%), assim como 66,4% na Declaração de financiamento
população brasileira(13), em uma Estudo conduzido sem financiamento.
proporção bastante semelhante.
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Artigo Original
Original Article
Há efeito da idade relativa em nadadores do campeonato mundial de
esportes aquáticos de Budapeste 2017?
Is There a Relative Age Effect of Swimmers Who Participated in The
2017 Budapest World Aquatics Championship?
Mário Augusto Silva Lemos1; Everton Rocha Soares2 PhD; Géssyca Tolomeu de Oliveira3 MSc; Renato
Melo Ferreira§4 PhD
Recebido em: 20 de janeiro de 2021. Aceito em: 28 de maio de 2021.
Publicado online em: 29 de junho de 2021.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2715

Resumo
Introdução: O efeito da idade relativa (EIR) pode ser
entendido como a diferença na idade cronológica de Pontos Chave
indivíduos nascidos no mesmo ano de seleção, bem como
pelas vantagens maturacionais em relação a seus pares - Observou-se efeito da idade
nascidos no mesmo ano, o que parece favorecer o relativa (EIR) em provas de
desempenho para determinadas categorias esportivas. velocidade.
Objetivo: Verificar a presença do EIR em nadadores - Observou-se EIR segundo a
participantes do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos
Budapeste 2017.
etapa competitiva
Métodos: Estudo seccional retrospectivo, que utilizou (eliminatória x semifinal).
dados secundários, do qual fizeram parte 983 atletas de - Não se observou EIR segundo
natação. O critério de inclusão foi integrar os 30 melhores o sexo.
atletas de cada prova do campeonato mundial de 2017. Foi
realizado o teste qui-quadrado com análise de proporção 2x2
com correção de Bonferroni entre cada quartil.
Resultados: Os resultados mostraram que não foi verificado EIR ao se analisar o sexo, porém observou-
se tal efeito segundo tipos de prova (velocidade; p=0,02) e etapas da competição (eliminatória e semifinal;
p=0,01).
Conclusão: Concluiu-se que houve EIR em nadadores de provas de velocidade e nos participantes das
fases eliminatórias e semifinais. Sugere-se que outros estudos sejam desenvolvidos considerando os
campeonatos subsequentes a fim de que esse efeito seja observado.

Palavras-chave: efeito da idade relativa, atletas, natação.

Abstract

Introduction: The relative age effect (RAE) can be understood as the difference in the chronological age
of individuals born in the same year of selection, as well as by the maturational advantages in relation to
their peers born in the same year, which seems to favor the performance for certain sports categories.
Objective: To verify the presence of the RAE in swimmers who participated in the 2017 Budapest World
Aquatics Championship.
Methods: Retrospective sectional study, which used secondary data of 983 swimming athletes that was

§Autor correspondente: Renato Melo Ferreira – e-mail: renato.mf@hotmail.com


Afiliações: 1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Ouro Preto; 3Universidade Federal de Juiz de
Fora; 4Universidade Federal de Ouro Preto.
46 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeito da idade relativa em nadadores do mundial de 2017

integrate the 30 best athletes from each event of the 2017


world championship. The chi-square test was used with 2x2 Key Points
proportion analysis with Bonferroni correction between each
quartile. - There was relative age effect
Results: The results showed that the RAE was not verified (RAE) in sprint events.
when analysing the sex, but this effect was observed - RAE was observed in the
according to types of competition (sprint events; p=0.02) and second competitive stage
competition phases (preliminaries and semi-final; p=0.01).
Conclusion: It was concluded that there was RAE in (preliminaries x semi-final).
sprinters and in the participants of the preliminaries and - No RAE according to sex was
semi-final phases. It is suggested that further studies be observed.
developed considering subsequent championships to
observe this effect.

Keywords: relative age effect, athletes, swimming.

Há efeito da idade relativa em nadadores do mundial de esportes


aquáticos de Budapeste 2017?

Introdução não apresentam, o que pode interferir no


número de oportunidades ao longo do
A diferença relacionada à idade desenvolvimento atlético, ou seja, o jovem
cronológica de indivíduos pertencentes a atleta de destaque terá mais chances de se
uma mesma categoria esportiva e as desenvolver frente aos seus pares; o efeito
consequentes vantagens obtidas por eles Pygmalion refere-se às expectativas dos
terem nascido antes do que seus pares, no treinadores / professores em relação aos
mesmo ano de seleção, é denominado efeito atletas; e o efeito Galatea refere-se às
da idade relativa (EIR)(1). Observa-se que expectativas subsequentes dos indivíduos
indivíduos mais avançados em termos sobre si mesmos, quando comparados aos
maturacionais tendem a apresentar maior demais atletas de sua categoria.
tamanho corporal, desempenho físico e
Parma e Penna(7), a fim de avaliar a
cognitivo, do que seus pares etários,
presença do EIR no voleibol brasileiro de
principalmente na adolescência(2,3,4).
elite, analisaram a distribuição trimestral
O EIR está presente nas mais diferentes dos nascimentos dos atletas ranqueados nas
modalidades esportivas, tanto nos esportes Superligas masculina e feminina. Foi
coletivos, como futebol(5,6) e voleibol(7), observado EIR somente para os atletas do
quanto nos individuais como tênis (8), sexo masculino e com predominância para
triatlo(9), lutas(10,11) e natação(12), os nascidos no 1º trimestre do ano. Em outro
contudo apresenta maior magnitude nos estudo realizado com atletas olímpicos de
esportes individuais(13). Ao se considerar triatlo, participantes dos Jogos olímpicos de
atletas nascidos nos meses iniciais, os Londres 2012, Werneck et al.(9)
mesmos podem apresentar melhor identificaram maior predominância de
rendimento esportivo se comparados a atletas homens nascidos nos 1º e 2º quartis
atletas nascidos nos meses finais do mesmo (28,3±4,2 anos de idade), tendência essa
ano(14,15). De acordo com Hancock et não observada para as mulheres (27,7±4,1
al.(16), existem efeitos sociais que se anos de idade). Nesse estudo, observou-se
relacionam com o EIR, conhecidos como ainda relação significativa entre o semestre
efeito Matthew, Pygmalion e Galatea(16). de nascimento e a conquista de medalhas.
No efeito Matthew, ilustra-se as Ao analisar, especificamente a natação,
circunstâncias em que os indivíduos alguns estudos foram conduzidos com o
começam o desenvolvimento, apresentando intuito de verificar a existência do EIR em
vantagens motoras que seus pares etários atletas jovens, onde Costa et al.(15) ao
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeito da idade relativa em nadadores do mundial de 2017 47

considerarem os 50 melhores nadadores vez que todos os atletas competem em


portugueses, de 12 a 18 anos, nos principais condições maturacionais similares (pós-
eventos individuais no ano de 2010, púberes)(20).
observaram que quando os atletas são Estudos sobre o EIR podem ajudar na
analisados a partir das datas de nascimento, compreensão de aspectos que favorecem o
em cada trimestre, o EIR parece existir desempenho esportivo na natação e,
apenas para meninas de 12 anos e meninos também, podem auxiliar as pessoas
de 12 a 15 anos. Tais resultados, envolvidas no processo de treinamento de
corroboram em parte com os encontrados jovens atletas e, com isso, reduzir o
anteriormente por Ryan(17) que, ao avaliar abandono precoce da prática esportiva(21),
o EIR em nadadores de ambos os sexos, favorecendo que um número maior de
identificou tal efeito somente para as jovens seja elegível para avançar em suas
meninas a partir dos 12 anos. Estes carreiras, disputando provas de nível
resultados, supracitados, instigam a nacional e internacional. Pois, um processo
necessidade, também, de se investigar, não de seleção precipitado pode deixar de lado
somente jovens atletas, mas também, atletas atletas promissores, que não foram
adultos, pois pode-se observar o cenário selecionados enquanto jovens, diminuindo
esportivo atual de determinada modalidade. o potencial de equipes adultas(1).
Costa et al.(12), analisaram a presença do O objetivo deste estudo foi examinar o
EIR em nadadores participantes do EIR em nadadores adultos participantes do
Campeonato Mundial de Esportes Campeonato Mundial de Esportes
Aquáticos de 2013 (22,9±3,4 anos de Aquáticos Budapeste 2017.
idade), considerando em sua análise o sexo,
tipos de provas e excelência esportiva. Ao Métodos
considerarem o grupo total de atletas
analisados não foi observado o EIR, Desenho de estudo e amostra
contudo ao se considerar os tipos de prova, Esta pesquisa se caracteriza por ser de
ou seja, a especificidade dos nadadores, natureza quantitativa e descritiva. Foram
observou-se tal efeito atletas que avaliados 983 nadadores, sendo 567
participaram das provas de 200 e 400 homens e 416 mulheres, com idade de
metros nado livre(12). 23,1±3,3 anos. O critério de inclusão na
A categorização da natação competitiva é amostragem foi a seleção dos atletas que
realizada pela idade cronológica e busca figuraram até os 30 primeiros colocados em
homogeneizar a disputa entre os atletas, cada uma das provas de natação disputadas
onde a mudança de uma categoria para outra no Campeonato Mundial de Esportes
acontece na mudança de ano. Contudo, é Aquáticos de Budapeste 2017. Tal critério é
natural encontrar nadadores competindo a similar ao adotado em estudo anterior (12),
mesma prova com a diferença de quase um já que a delimitação de se avaliar os 30
ano simplesmente porque ainda não melhores se dá pela tentativa de avaliar os
comemoraram o aniversário, pois, atletas com Índice A do campeonato,
indivíduos que nascem no mesmo ano reduzindo a chance de incluir na
competitivo são agrupados e distribuídos na amostragem atletas com índices B e/ ou
mesma categoria. No entanto, nas convidados.
categorias infantil e juvenil, esta Aspectos éticos
distribuição dos atletas em categorias pode Este trabalho utilizou dados públicos e
promover certa desigualdade, devido a seguiu os mesmos procedimentos éticos
possibilidade de haver diferentes estágios adotados em estudos anteriores na
de maturação entre esses indivíduos(18,19). natação(10,12) e atletismo(22), e, além
Em adultos, foco do presente estudo, é disso, adotou-se os preceitos éticos
possível identificar essa característica – apontados na Resolução n° 510/16 quanto à
indivíduos de diferentes idades competindo utilização de dados públicos.
entre si; contudo, isto não é relevante, uma
48 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeito da idade relativa em nadadores do mundial de 2017

Procedimento experimental que o Q4 (mais velhos) apresentou menor


As datas de nascimento, sexo, prova e proporção entre os velocistas (21,46%) e
desempenho esportivo, por meio dos entre os integrantes das etapas eliminatórias
resultados, foram extraídos do site oficial da (21,43%) e semifinais (18,75%).
Federação Internacional de Natação Foi observado maior percentual de atletas
(http://www.fina.org/) e foram nascidos no Q1, Q2 e quartis Q3, com-
posteriormente tabulados em planilha de parados ao Q4 para a maioria das análises,
Excel. Em relação a análise do desempenho exceto ao considerar as mulheres e o grupo
dos atletas, foram considerados os atletas de atletas fundistas.
participantes das eliminatórias, os
semifinalistas (quando necessário), os Discussão
finalistas e os medalhistas, a partir do Considerando-se as especificidades da
critério de inclusão. Para além, fora natação, observou-se EIR no tipo de prova
conduzida análise de atletas participantes de velocidade (50 e 100 metros) (p=0,02),
provas de fundo (800 e 1500 metros), meio sendo que o Q4 apresentou menor
fundo (200 e 400 metros) e velocidade (50 contingente de atletas em comparação com
e 100 metros). As datas de nascimento os demais tipos de provas. Maglischo(24)
(dia/mês/ano) foram agrupadas em quartis, apontou correlação significativa entre
sendo que: 1º quartil (Q1: janeiro, fevereiro potência e velocidade nas provas de
e março), 2º quartil (Q2: abril, maio e natação, pois, em menores distâncias, os
junho), 3º quartil (Q3: julho, agosto e atletas utilizam, predominantemente, o
setembro) e 4º quartil (Q4: outubro, sistema energético anaeróbico, executando
novembro e dezembro). movimentos com maior velocidade, o que é
Análise estatística revertido em desempenho. Dessa forma,
Foi realizado o teste de qui-quadrado (χ2) durante as etapas de formação esportiva
para a comparação da distribuição nos alguns atletas podem ter sido preferidos por,
quartis de nascimento dos nadadores. Os naquele momento, terem se destacados
valores esperados foram calculados durante as competições em relação a outros
assumindo igual distribuição de nadadores, já que as capacidades acima
nascimentos em cada quartil do ano(12). destacadas apresentam relação direta com a
Também foi conduzida análise de maturação(1). Ao analisar provas de meio-
proporção 2x2 com correção de Bonferroni fundo e fundo não foram identificadas
entre cada quartil para encontrar possíveis diferenças significativas (p>0,05), este
diferenças. Utilizou-se o software SPSS resultado se difere do estudo de Costa et
19.0 para Windows e nível de significância al.(12), o qual avaliaram o EIR nos
de 5%. participantes do campeonato mundial de
2013 (n=1028), com média de idade de 22,9
Resultados anos (± 3,4), que identificou o efeito apenas
no tipo de prova de meio-fundo.
Fizeram parte do estudo 983 nadadores,
Foram encontradas diferenças nas etapas
sendo 567 homens (57,68%) e 416
eliminatória (p=0,01) e semifinal (p=0,01).
(42,32%) mulheres, com média de idade de
Com relação a fase eliminatória, a análise
23,1 (±3,3) anos. Na Tabela 1, constam os
de proporção identificou que os atletas
resultados referentes à distribuição dos
nascidos no Q4 foram sub-representados
quartis de nascimento dos atletas, bem
quando comparados ao Q1 (p=0.0017) e ao
como as análises comparativas para avaliar
Q3 (p=0.0020). Na fase semifinal, os atletas
o EIR segundo sexo, tipo de prova, etapa da
do Q1 foram sub-representados quando
competição e conquista de medalhas. O EIR
comparados aos nadadores nascidos no Q1
foi observado para o tipo de prova, com
(p=0.0012). Já ao analisar os medalhistas,
diferenças significativas no tipo de prova
em específico, observou-se que não houve
velocidade (p=0,02) e nas etapas
diferença entre os quartis, embora ela tenha
eliminatórias e semifinais (p=0,01), sendo
sido marginal ao nível de
Rev Ed Física / J Phys Ed – Insira aqui o título curto do artigo 49

Tabela 1 – Análise da representatividade dos nadadores nascidos nos diferentes quartis (Q)
do ano competitivo
Característi Q1 Q2 Q3 Q4 Total X2 P
ca n n n n n
(%) (%) (%) (%) (%)
Geral 255 250 258 220 983 3,730 0,29
(25,40) (25,43) (26,25) (22,38) (100,00)
Masculino 137 143 165 122 567 6,735 0,81
(24,16) (25,22) (29,10) (21,52) (100,00)
Feminino 118 107 93 98 416 3,481 0,32
(28,37) (25,72) (22,36) (23,56) (100,00)
Velocidade 289 256 282 226 1053 9,325 0,02
(27,45) (24,31) (26,78) (21,46) (100,00)
Meio-Fundo 154 149 157 118 578 6,706 0,08
(26,64) (25,78) (27,16) (20,42) (100,00)
Fundo 28 38 31 30 127 1,787 0,61
(22,05) (29,92) (24,41) (23,62) (100,00)
Eliminatória 471 445 470 378 1764 12,984 0,01
(26,70) (25,23) (26,64) (21,43) (100,00)
Semifinal 125 103 110 78 416 11,096 0,01
(30,05) (24,76) (26,44) (18,75) (100,00)
Final 68 75 78 51 272 6,441 0,09
(25,00) (27,57) (28,68) (18,75) (100,00)
Medalhistas 26 31 31 14 102 7,569 0,06
(25,49) (30,39) (30,39) (13,73) (100,00)
O efeito de idade relativa (EIR) foi examinado por quartis. Q1: Primeiro Quartil; Q2: Segundo Quartil; Q3: Terceiro Quartil;
Q4: Quarto Quartil; χ2: Qui-quadrado; P= p-valor resultado do teste estatístico.

significância (p=0,06). Revisitando Costa et para que as mesmas fossem desenvolvidas


al.(12), não foram encontradas diferenças adequadamente(25,26). Em conjunto essas
significativas para nenhuma das fases evidências fortalecem a necessidade de se
eliminatórias (p=0,078), enquanto para as avaliar o processo de seleção e possíveis
semifinais (p=0,311), finais (p=0,242) e os equívocos, Costa et al.(15) indicam que o
medalhistas (p=0,424). Ademais, ao EIR geralmente é mais latente no processo
considerar a porcentagem em relação a de desenvolvimento biológico (diretamente
distribuição dos quartis dos atletas que ligado ao processo de maturação), no
avançaram entre cada uma das fases da entanto, ao avaliar atletas mais velhos de
competição (fase eliminatória para alto nível, consegue-se avaliar o processo
semifinal; Fase semifinal para final e; Fase de seleção e identificar possíveis equívocos
final para medalhista), observa-se menor neste processo, mesmo em atletas mais
proporção de atletas entre os classificados velhos, onde EIR tem menor influência.
das eliminatórias para as semifinais Ao considerar o grupo total de nadadores,
(20,63%) e da final para se tornarem não foi identificado EIR (p=0,29). Em
medalhistas do Q4 (27,45%), em relação a análise por sexo, também não foi
comparação com os demais identificado EIR para o sexo masculino e
A sub-representação dos atletas nas fases feminino (p>0,05). Este resultado
eliminatórias e semifinais pode ser assemelha-se aos resultados de Werneck et
explicada já que atletas nascidos nos al.(9), os quais não identificaram o EIR para
últimos quartis dos anos de seleção podem o sexo feminino em triatletas (média de
ter sido preteridos nos anos iniciais da idade 27,7±4,1 anos). Contudo, o estudo
carreira esportiva por apresentarem apontou que EIR no sexo masculino (idade
desvantagens maturacionais ou até mesmo e 28,3±4,2 anos) foi identificado e este pode
por não terem tido condições adequadas interferir no desempenho, sugerindo
50 Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeito da idade relativa em nadadores do mundial de 2017

influência durante as etapas de formação abandono precoce de atletas que poderiam


esportiva. Beunen et al.(23) afirmam que alcançar carreira nacional e internacional.
para o sexo feminino, o processo Sugere-se que novos estudos possam ser
maturacional pode interferir no desenvolvidos em campeonatos
desempenho esportivo, pois algumas internacionais de categorias menores.
medidas e variações antropométricas
Declaração de conflito de interesses
(estatura e massa corporal) podem estar
Não há nenhum conflito de interesses em
interligadas diretamente às capacidades
relação ao presente estudo.
físicas.
Declaração de financiamento
Pontos fortes e limitações do estudo
Não se aplica.
Como pontos fortes desse trabalho,
destacam-se: 1- Identificação do EIR em
diferentes especificidades e fases de
Referências
competição; 2- Proporcionamento de uma 1. Musch J, Grondin S. Unequal
reflexão sobre o fenômeno e sua relação Competition as an Impediment to
existente entre a sazonalidade de se analisar Personal Development: A Review of
campeonatos e perceber o comportamento the Relative Age Effect in Sport.
do EIR; 3- Possibilidade de revisão dos Developmental Review. [Online]
critérios de seleção e treinamento de atletas, 2001;21(2): 147–167. Available from:
principalmente, em categorias de base, doi:10.1006/drev.2000.0516
focando em outras variáveis que não as
2. Malina RM. Physical growth and
relacionadas à maturação. Este estudo
biological maturation of young
apresentou como limitação avaliar somente
athletes. Exercise and Sport Sciences
os resultados das competições, deixando-se
Reviews. 1994;22: 389–433.
de considerar a história pregressa dos
nadadores em categorias anteriores aonde o 3. Malina RM, Bouchard C, Bar-Or O.
processo maturacional e seleção pode ter Crescimento, Maturacao e Atividade
sido mais latente, pois considerou-se apenas Fisica. 2 ed., São Paulo: Phorte; 2009.
atletas que chegaram a fase adulta e 784p
competiram em alto nível. Ao se identificar 4. Vaeyens R, Philippaerts RM, Malina
o EIR no processo de seleção, restringe-se a RM. The relative age effect in soccer:
seleção de possíveis jovens atletas no A match-related perspective. Journal
futuro, visto que atletas nascidos of Sports Sciences. [Online] Routledge;
anteriormente, podem apresentar maturação 2005;23(7): 747–756. Available from:
biológica mais avançada, se comparados doi:10.1080/02640410400022052
aos seus pares do mesmo ano de seleção.
5. Rabelo FN, Pasquarelli BN,
Conclusão Matzenbacher F, Campos FAD,
Este estudo teve como objetivo verificar Osiecki R, Dourado AC, et al. Efeito da
o EIR em nadadores participantes do idade relativa nas categorias do futebol
Campeonato Mundial de Esportes brasileiro: critérios de seleção ou uma
Aquáticos em Budapeste 2017. Observou- tendência populacional? Revista
se EIR em especificidade das provas e em Brasileira de Ciências do Esporte.
etapas da competição, constatando-se uma [Online] Colégio Brasileiro de Ciências
menor proporção de atletas nascidos no Q4 do Esporte; 2016;38: 370–375.
(atletas mais velhos), nas provas de Available from:
velocidade e nas fases eliminatórias e doi:10.1016/j.rbce.2016.01.001
semifinais. Uma das implicações práticas 6. Silva T, Garganta J, Brito J, Cardoso F,
deste estudo é proporcionar a treinadores Teoldo I. Influência do efeito da idade
informação para que, nas categorias de relativa sobre o desempenho tático de
base, possam se atentar para a existência jogadores de futebol da categoria sub-
deste efeito, evitando, dessa forma, o
Rev Ed Física / J Phys Ed – Efeito da idade relativa em nadadores do mundial de 2017 51

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Revisão
Review
Relação entre sinal eletromiográfico de superfície e a produção de força
em idosos: uma revisão integrativa
Relationship between Surface Electromyographic Signal and Strength
Production in Elderly: An Integrative Review
Ezequiel Soares da Silva§1,2; Liebson Henrique Bezerra Lopes1,2; Romeu Holanda da Silva3; Glêbia Alexa
Cardoso1,2 PhD; Adalberto Veronese da Costa1,2 PhD
Recebido em: 15 de fevereiro de 2021. Aceito em: 20 de março de 2021.
Publicado online em: 29 de março de 2021.
DOI: 10.37310/ref.v90i1.2749

Resumo
Introdução: A eletromiografia consiste no estudo, registro e
interpretação dos sinais elétricos emitidos pelas fibras musculares
ativas durante o processo de contração. Esta técnica abrange
Pontos Chave
aplicações clínicas e em pesquisas científicas. Com o crescimento - O envelhecimento varia de
da população idosa estudos relacionando a produção de força e a indivíduo para indivíduo.
técnica da eletromiografia tem sido realizado com o objetivo de - Observam-se diferentes
quantificar os parâmetros referente a essa capacidade física.
Objetivo: Apresentar uma revisão integrativa acerca da relação respostas fisiológicas e
entre o sinal eletromiográfico e a produção de força em idosos. anatômicas em idosos.
Métodos: Para a seleção dos artigos utilizou-se das bases de dados - Diferenças nessas respostas
PubMed, Scopus, Scielo, Web of Science e Lilacs, por meio do uso dos podem explicar a ausência de
descritores: “elderly AND electromyography AND muscle strenght“.
consistência na literatura
Resultados e Discussão: Na população idosa, os declínios nos
parâmetros fisiológicos e anatômicos tendem a se apresentar com quanto à linearidade da
maior frequência, tornando mais crítica a comparação quantitativa associação de EMG com força
devido a diferentes respostas, de individuo para individuo e entre muscular em idosos.
musculaturas diferentes o que pode inviabilizar a linearidade entre
produção de força e sinal EMG..
Conclusão: De acordo com a literatura, não há uma relação linear
entre a eletromiografia de superfície e a produção de força em idosos. Diferenças em fatores fisiológicos,
anatômicos e instrumentais podem explicar esse evento.

Palavras-chave: idosos, eletromiografia, força muscular.

Abstract
Introduction: Electromyography consists of the study, recording and interpretation of electrical signals emitted
by active muscle fibers during the contraction process. This technique covers clinical applications and scientific
research. With the growth of the elderly population, studies relating the production of strength and the
electromyography technique have been carried out with the objective of quantifying the parameters related to this
physical capacity.
Objective: To present an integrative review about the relationship between the electromyographic signal and
the production of strength in the elderly.

§Autor correspondente: Ezequiel Soares da Silva – e-mail: ezequielsds8@gmail.com


Afiliações: 1Programa de Pós-graduação em Saúde e Sociedade da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; 2Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. 3Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
54 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Methods: For the selection of articles, PubMed, Scopus, Scielo,


Web of Science and Lilacs databases were used, using the Key Points
descriptors: “elderly AND electromyography AND muscle strenght”.
- The aging process varies from
Results and Discussion: Initially, a total of 1.859 publications
were obtained, after careful evaluation the final sample consisted individual to individual.
of 13 articles. - Different physiological and
Conclusion: According to literature, there is no linear correlation anatomical responses are
of surface electromyography with strength production in the
observed in the elderly.
elderly. Differences in physiological, anatomical and instrumental
factors may explain the event. - Differences in those responses
may explain the lack of
Keywords: elderly, electromyography, muscle strength.
consistency in the literature
regarding the linearity in the
association of EMG with muscle
strength in the elderly.

Relação entre sinal eletromiográfico de superfície e a produção de força


em idosos: uma revisão integrativa

Introdução empregada nos estudos cinesiológicos e


neurofisiológicos dos músculos superficiais
A eletromiografia (EMG) consiste no por diversos profissionais da área da saúde
estudo, registro e interpretação dos sinais para diferentes objetivos como: análise da
elétricos emitidos pelas fibras musculares fadiga muscular, parâmetros de força e
ativas durante o processo de contração. Esses resistência dos músculos e identificação de
sinais são ocasionados pela diferença do fluxo doenças neuromusculares(5).
de íons através da membrana das células
O envelhecimento é um processo que
musculares. Tais sinais são apresentados em
acomete a todos os seres humanos, ao longo
forma de potenciais de ação (PA) originados
dos anos. Devido aos avanços na medicina, a
nas unidades motoras (UM), que são unidades
longevidade tem sido alcançada e, em
básicas de funcionamento do sistema
decorrência, a população de idosos tem
muscular, consistindo em um neurônio motor e
aumentado, independentemente da
nas fibras musculares por ele inervadas(1,2).
portabilidade ou não de doenças(6). Tal
A identificação desses sinais pode ser fenômeno pode ocorrer de forma lenta ou
realizada de duas formas, por meio do uso de rápida, trazendo consigo alterações
eletrodos intramusculares ou de superfície. O fisiológicas e funcionais acompanhadas de
EMG intramuscular é apontado como um alterações morfológicas fazendo com que
método clássico para averiguar propriedades atividades diárias, antes tida como fáceis, se
de UM de forma individualizada. Porém, essa tornem difíceis(7).
técnica provoca dor e estresse ao avaliado, por
Com isso estudos relacionando a produção
ser uma técnica invasiva e tornando difícil a
de força e a técnica da eletromiografia tem sido
medição da mesma UM de uma mesma pessoa
realizado com o objetivo de quantificar os
em diferentes ocasiões, e assim é um método
parâmetros referente a essa capacidade física.
de difícil reprodutibilidade(3). O EMG de
Em um estudo realizado anteriormente por
superfície representa a soma dos potenciais de
Noda et al. (8) que objetivaram realizar uma
ação e é uma técnica não invasiva que por meio
revisão com estudos que relacionavam a
da malha de eletrodos fixados à pele captam os
eletromiografia e diferentes variáveis presente
sinais elétricos de um determinado músculo
no exercício físico, os estudos utilizados
durante a contração(4).
apresentavam adultos como amostra. Porém,
A técnica da EMG abrange aplicações pouco se sabe sobre essa relação na população
clínicas e em pesquisas científicas. É
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 55

idosa, o que leva a problemática da presente Inicialmente, foi obtido um quantitativo total
revisão. Dessa forma o presente estudo teve de 1.859 referências, em seguida foi realizada
por objetivo apresentar uma revisão da uma triagem por título e por resumo nessa
literatura acerca da relação entre sinal determinada ordem. Posteriormente a essa
eletromiográfico de superfície e a produção de triagem foi feita a leitura dos artigos na íntegra
força em indivíduos idosos. para exclusão dos artigos que não estavam de
acordo com a proposta. Abaixo segue
Métodos fluxograma para identificação dos estudos
Trata-se de um estudo de revisão integrativa selecionados a partir das buscas nas bases de
da literatura, que tem como objetivo sintetizar dados (Figura 1).
estudos primários e divulgá-los de forma Posteriormente à seleção dos artigos, foi
abrangente para um maior aprofundamento feito um resumo organizado de seus conteúdos.
sobre o tema(9,10). A pergunta científica O processo de extração de dados dos artigos
norteadora do estudo foi: “Em indivíduos que passaram por triagem foi guiado por uma
idosos, o uso da técnica da eletromiografia ficha de análise padrão, elaborada em caráter
apresenta aplicabilidade na análise da prévio e empregada na avaliação dos estudos
produção de força ?”. A revisão foi conduzida recrutados em todas as estratégias de busca
por cinco pesquisadores, para elaborar o supracitadas.
presente artigo de revisão foram acessadas as
bases de dados PubMed, Scopus, Scielo, Web Resultados e Discussão
of Science e Lilacs. As buscas ocorreram no Na presente revisão integrativa, analisou-se
período de maio a junho de 2020, não foram treze artigos que atenderam aos critérios de
aplicados nenhum tipo de filtro durante as elegibilidade previamente estabelecidos, em
buscas nas bases de dados citadas. relação aos países onde os estudos foram
Para as buscas foram utilizados os termos: desenvolvidos, dois estudos foram realizados
elderly, electromyography e muscle strenght. na Austrália, um estudo realizado no Canadá,
Foi empregado o operador booleano AND para um estudo realizado na Dinamarca, um estudo
promover a combinação entre os três termos na Escócia, dois estudos nos EUA, dois
escolhidos, de maneira que se utilizou a estudos realizados na Inglaterra, um estudo
associação “elderly AND electromyography realizado na Irlanda e três estudos realizados
AND muscle strenght”. Os termos empregados no Japão.
foram selecionados considerando o Referente às características das amostras dos
vocabulário controlado para indexação de estudos, sete utilizaram apenas idosos na
artigos dos Descritores em Ciências da Saúde amostra tanto para grupos controle como
(DeCS) e do sistema Medical Subject intervenção. Seis estudos utilizaram idosos e
Headings (MeSH). outros grupos de faixas etárias diferentes.
Quanto aos critérios de inclusão, foram Dentre os estudos apenas dois foram realizados
selecionados artigos científicos primários com idosos que apresentavam alguma
escritos nas línguas portuguesa, inglesa ou patologia, as mesmas sendo a doença de
espanhola que tiveram a população idosa como Parkinson e a osteoartrite crônica unilateral do
amostra ou como parte da amostra, que quadril.
fizessem o uso da eletromiografia como um No quesito da prática experimental, dois
dos instrumentos de coleta de dados, foram estudos utilizaram apenas protocolos de
incluídos também artigos que utilizaram tanto contração dinâmica, dois utilizaram protocolos
protocolos de contração isométrica quanto de contração dinâmica e isométrica e nove
dinâmicas. Foram excluídos da revisão utilizaram apenas protocolos de contração
resultados que correspondiam a trabalhos de isométrica. Quanto ao delineamento
conclusão de curso (TCC, Dissertações, constatou-se, apenas um estudo com
Teses), duplicatas e aqueles que não estavam delineamento do tipo transversal e doze
dentro do delineamento metodológico desta ensaios clínicos randomizados.
revisão. A Tabela 1 apresenta a síntese dos artigos
incluídos na presente revisão integrativa.
56 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

No que concerne ao objetivo desta revisão utilizam como forma de alcançar medidas
que analisou a relação do sinal eletro- indiretas de produção de força na musculatura
miográfico de superfície e a produção de força esquelética(13). E alguns estudos já chegaram
em idosos, observou-se que dos 13 casos a relatar alguma linea-ridade(12,14,15).
analisados apenas nos estudos de Bazzucchi et Porém, afirmar que essa relação é diretamente
al.(11) e Watanable et al.(12) foi apontado proporcional, ou seja, que a relação sinal
haver uma relação linear entre a produção de EMG/força observa um aumento da amplitude
força e o sinal da eletromiografia de superfície. do sinal EMG na proporção em que a força
Em divergência a isto, 11 estudos em que não e/ou velocidade de contração muscular
se obteve uma relação diretamente aumenta, não é algo tão simples de descrever.
proporcional entre os parâmetros analisados Quando se faz necessário adquirir uma relação
nesta revisão. A relação entre o sinal quantitativa, diversas dificuldades
eletromiográfico e a produção de força inviabilizam resultados precisos, visto que o
muscular tem sido alvo de estudos que a sinal EMG é fruto de fatores fisiológicos,
anatômicos e técnicos.
.

Figura 1 – Fluxograma de seleção dos estudos


Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 57

Tabela 1: Sínteses dos artigos incluídos na revisão integrativa (n=13)

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Lamoureux et al. Investigar se houve um Contração voluntária máxima A análise dos padrões de O grupo mais velho mostrou uma
(2001) agravamento da capa- (CVM), força isotônica, ati-ativação muscular das LV, FR atividade iEMG significativamente
cidade neuromuscular de vação muscular dos extensores
e VM mostrou que a curva menor (p <0,001) a cada época de 100
idosos após a sétima do joelho. iEMG-tempo inicial foi milissegundos da curva iEMG-tempo. As
década de vida. diferente entre os dois grupos: diferenças na iEMG entre os dois grupos
O grupo antigo produziu variaram de 219% no primeiro intervalo
iEMG significativamente (início da contração a 100 milissegundos)
mais alta ( p <0,01) a cada a 379% no último intervalo (401 a 500
época de 100 milissegundos. milissegundos).
início da ativação muscular
em até 500 milissegundos em
comparação com o grupo
mais antigo.
Bazzucchi et al. (2004) Investigar as diferenças Torques isométricos, sinais As mulheres mais velhas As mulheres mais velhas apresentaram
entre oito mulheres (20- sEMG de BB e VL do membro foram, em média, 26% mais maiores flutuações de força com re-
31 anos) e oito mulheres dominante. fracas no torque da contração sistência e alterações na EMGs, apon-
(68-76 anos) em voluntária máxima (CVM) da tando para menos fadiga, especialmente
contração voluntária má- flexão de cotovelo (EF) (39,9 em alto nível de força, sem diferenças
xima flutuações de força, ± 8,4 Nm vs 54,0 ± 7,8 Nm; P entre as extremidades superior e inferior.
frequência média do < 0,05) e 22% mais fracas no
eletromiograma de super- torque CVM da extensão de
fície e velocidade de joelho (KE) (97,1 ± 19,4 Nm
condução das fibras mus- vs. 125,2 ⫾ 23,3 Nm; P < 0,05)
culares durante a flexão do que as mulheres jovens. A
isométrica sus-tentada do relação entre EF e KE MVC
cotovelo e a extensão do não diferiu entre as jovens
joelho, rea-lizadas com (0,44 ± 0,08) e as mulheres
intensidade de força mo- mais velhas (0,41 ± 0,04).
derada a alta.
58 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Ramsey et al. (2004) Comparar a cinemática, a Força ântero-posterior, médio- Não foram encontradas Pessoas com doença de Parkinson leve a
ativação muscular e a lateral e vertical, atividade diferenças significativas entre moderada exibem mecânica bilateral
produção de força entre elétrica dos músculos vasto os grupos para a frequência moderadamente alterada ao realizar uma
os pacientes de Parkinson lateral, vasto medial e is- mediana (LS ± 4,58, p > transferência de sentar-se em pé em
e os participantes sal- quiotibiais mediais. 0,05) ou a amplitude de pico comparação com seus pares saudáveis.
dáveis e com a mesma rmsEMG (LS ± 4,03, p >
idade durante as trans- 0,05) entre os membros
ferências de sentar e le- direito e esquerdo de qualquer
vantar. um dos músculos testados. Os
resultados não indicaram
diferenças significativas ( p >
0,05) na variabilidade de
mfEMG ou rmsEMG entre os
grupos.
Morse et al. (2005) Determinar a influência O torque de contração O torque isométrico da O aumento do volume muscular e a
de um programa de voluntária máxima isométrica, contração voluntária máxima ativação do músculo agonista são
treinamento resistido de torque específico dos músculos (CVM) na flexão plantar responsáveis quase inteiramente, e em
12 meses no volume ST foi estimado como a razão aumentou no grupo de partes iguais, pelo aumento da força
muscular, força, CVM / entre o torque voluntário treinamento de resistência de muscular produzida pelo treinamento
VOL, ativação agonista e máximo de PF (CVM) e o VOL corpo inteiro (TRN) em 20% resistido a longo prazo na terceira idade.
co ativação antagonista (CVC / VOL). A atividade (P <0,01) . A CVM de No entanto, a magnitude do aumento da
dos fatores plantares em eletromiográfica (EMG) do dorsiflexão não mostrou ativação pode depender do nível de
homens idosos. tibial anterior foi registrada alteração com o treinamento. ativação do agonista antes do início do
durante a realização de com- A ativação do flexor plantar treinamento.
trações isométricas máximas. foi aumentada em 9,2% após
o treinamento ( P <0,05) . A
coativação antagonista e o
torque de dorsiflexão
associado produzido durante
a flexão plantar perma-
neceram inalterados com o
treinamento.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 59

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Suetta et al. (2007) Examinar o efeito do Torque isométrico voluntário Não houve diferenças entre os O desuso leva a uma acentuada perda de
desuso unilateral a longo máximo de extensão do joelho, sexos. força e massa muscular em idosos. Além
prazo dos membros na atividade elétrica muscular. disso, a ativação neuromuscular e a RFD
CVM, área transversal do contrátil são mais afetadas pelo desuso a
músculo magro do qua- longo prazo do que pela força muscular
dríceps, taxa de desen- máxima, o que pode aumentar o risco
volvimento de força futuro de quedas.
contrátil, impulso, déficit
de ativação muscular, ati-
vidade neuromuscular
máxima e coativação
muscular antagonista em
homens idosos e
mulheres com osteo-
artrite crônica unilateral
do quadril.
Fujita et al. (2011) Esclarecer como a O torque da extensão de joelho, A porcentagem do EMGmax O nível de atividade do QF durante um
capacidade de geração de ativação muscular. do quadríceps femoral (QF% movimento de agachamento baseado na
força do quadríceps EMGmáx) não foi li- massa corporal é influenciado por sua
femoral (QF) está nearmente relacionado ao capacidade de geração de força.
associada à sua atividade KET em relação à massa
EMG de superfície du- corporal (KET / BM). A
rante um movimento de análise de regressão contínua
agachamento com base linear por partes mostrou que
na massa corporal. havia um ponto de
interrupção de 1,9 N · m · kg-
1
na relação entre as duas
variáveis. Em indivíduos com
KET / BM inferior a 1,9 N ·
m · kg −1 , QF% EMG máx
aumentou rapidamente à
medida que o KET / BM
diminuiu.
60 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Gault et al. (2013) Examinar em adultos Contrações isométricas dos
Força isométrica voluntária 12 semanas de LTW e DTW, em uma
mais velhos os efeitos da músculos extensores do joelho,
máxima do quadríceps intensidade auto selecionada,
caminhada em esteira atividade eletromiografica.
femoral foi semelhante em aumentaram o MVIF dos músculos ex-
(LTW) e caminhada em todos os momentos para a tensores do joelho.
declive (DTW) na Força LTW e a DTW (F(1,21) =
isométrica voluntária 0,03, p = 0,86, η 2 = 0,002).
máxima (MVIF), esta- A MVIF dos músculos
bilidade das contrações extensores do joelho au-
isométricas voluntárias mentou apenas após 12
submáximas e atividade semanas da LTW e DTW (F
eletromiográfica (EMG) (2,44) = 6,44, p = 0,003, η 2
durante as contrações = 0,24). A LTW resultou em
isso-métricas máximas e um aumento de 14 ± 6%
submáximas dos múscu- (linha de base: 340 ± 112 N,
los extensores do joelho. 12 semanas: 395 ± 130 N) no
MVIF e DTW provocou um
aumento de 5 ± 6% (linha de
base: 368 ± 128 N, 12
semanas: 388 ± 132 N )
melhoria (t (22) = -2,73, p =
0,01).
Siddiqi et al. (2016) Relatar a alteração asso- Força isométrica, atividade elé- Os resultados mostram uma O sEMG das coortes mais antigas
ciada à idade na Gaus- trica muscular. diminuição no Sg com o apresentou maior amplitude, mas não
sianidade da eletromio- aumento do nível de força, gaussianidade, o que foi especialmente
grafia de superfície indicando que o EMG é cada evidente nas contrações submáximas.
(sEMG) do músculo vez mais gaussiano em níveis
tibial anterior (AT). de força mais altos. A
diferença entre as duas faixas
etárias foi significativa. Am-
bas as coortes exibem força
máxima crescente de sua
EMGs com força, mas as
coortes mais antigas sempre
mantiveram maior potência
máxima do que os jovens.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 61

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Wu et al. (2016) avaliar simultaneamente Contração isométrica voluntária Os participantes mais velhos O envelhecimento levou a um grande
o efeito da idade nas máxima dos extensores do em ambos os sexos déficit na capacidade de realizar máxima
propriedades neuromus- joelho e dos flexores de joelho, grupos apresentaram níveis e rápida contração forte na musculatura
culares e mecânicas em rigidez músculo-articular da mais baixos de força muscular da articulação do joelho, com déficit mais
24 jovens e 20 mais articulação do joelho, arqui- do que seus colegas mais evidente no sexo masculino.
velhos do sexo masculino tetura muscular, atividade jovens para KE e KF com
e feminino. elétrica muscular. uma diferença mais acentuada
observada entre indivíduos
mais velho (OM) e indivíduos
mais jovens (YM) em relação
a OF e YF
Ema et al. (2017) examinar se o Contração voluntária máxima, Descobertas indicam que o A capacidade neuromuscular funcional
treinamento domiciliar de equilíbrio estático, espessura treinamento de elevação da pode ser aumentada pelo exercício
alta velocidade na pan- muscular do tríceps sural, panturrilha em casa, realizado domiciliar de elevação da panturrilha em
turrilha altera a taxa de ângulo de torção de MG, sem equipamento ou local homens idosos, o que pode proteger
desenvolvimento de tor- arquitetura MG, atividade especial, induz um aumento contra a perda de mobilidade com o
que (IDT) durante as con- elétrica muscular. substancial na capacidade de envelhecimento.
trações da flexão plantar geração rápida de força dos
e o desempenho do flexores plantares e nas
equilíbrio em homens ativações do tríceps sural.
idosos.
Gerstner et al. (2017) Investigar as diferenças comprimento do fascículo, força Os homens mais velhos foram Alterações relacionadas à idade na
relacionadas à idade na isométrica, sinais eletromio- mais fracos e apresentaram qualidade muscular, arquitetura e
taxa de flexão absoluta e graficos. menores valores absolutos e ativação muscular podem influenciar a
normalizada do normalizados posteriormente produção rápida de torque em intervalos
desenvolvimento do tor- de IDT quando comparados de tempo tardios desde o início da
que (IDT) nos inter-valos aos homens jovens. Os contração. Achados destacam fatores
de tempo inicial e tardio e homens mais velhos também neuromusculares específicos que
examinar as especi- apresentaram maior inten- influenciam as reduções relacionadas à
ficidades neurais e mus- sidade do eco (IE), menor idade na IDT, que demonstraram in-
culares. mecanismos que ângulo de penação (PA) e fluenciar significativamente a função e o
contribuem para essas menores valores de amplitude desempenho em adultos mais velhos.
diferenças. EMG posteriores. No entanto,
não houve diferenças nos
valores iniciais de amplitude
de IDT e EMG, tamanho do
62 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


músculo ou comprimento do
fascículo (FL) entre os gru-
pos.
Pion et al. (2017) Identificar possíveis dis- Capacidade funcional, massa Os índices de força e força, Modificações no sistema nervoso central
paridades nos perfis de corporal, estatura, massa magra declives de força descendente podem ser responsáveis pelas diferenças
força muscular e desen- dos membros inferiores, gasto para contração isométrica no estado funcional de idosos saudáveis.
volvimento de força em energético diário, força mus- voluntária máxima (CVM), Tarefas mais complexas e exigentes
homens idosos de alto e cular concêntrica máxima, si- velocidade da articulação do como as que requerem maior intensidade
baixo funcionamento e nais eletromiograficos. joelho (KV) e eletromiografia ou coordenação, podem esclarecer ainda
investigar fatores muscu- integrada (iEMG) durante a mais a diferença entre idosos saudáveis
lares e neurofi-siológicos avaliação de sentar e os com baixa e alta capa-cidade funcional.
que pudes-sem explicar parâmetros de capacidade
as dife-renças. funcional (FC) foram todos
significativamente (p <0,05)
mais baixos no grupo de
homens com baixa capa-
cidade funcional (LoFC) do
que no grupo de homens com
alta capacidade funcional
(HiFC). Por outro lado, não
foi observada diferença entre
os grupos em: massas magras
dos membros inferiores
(LLLM) e massa magra da
coxa direita (rTLM), exci-
tabilidade da coluna vertebral
(razão Hmax/Mmax), velo-
cidade de condução do
motoneurônio (CV), parâme-
tros de contração muscular e
fenótipo muscular.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 63

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


Watanabe et al. (2018) Esclarecer a contribuição A força durante a extensão Houve correlação sign- A diferença interindividual da força
do padrão de ativação isométrica do joelho, ativação ificativa entre força muscular muscular em idosos pode ser
neuromuscular para a eletromiografica. e o quadrado médio da raiz parcialmente explicada pela amplitude
força muscular no grupo (RMS),( r = 0,361, p = 0,001) EMG de superfície. O padrão de ativação
de idosos. em idosos. Espessura mus- neuromuscular também é um dos
cular ( r = 0,519, p <0,001), principais determinantes da força
RMS ( r = 0,288, p = 0,001) e muscular em idosos, além de indicador
RMS normalizado ( r = 0,177, do volume muscular.
p = 0,047) foram selecionados
como principais determi-
nantes da força muscular na
análise de regressão gradual
(r=0,664 no modelo sele-
cionado).
Siddiqi et al. (2016) Relatar a alteração Força isométrica, atividade Os resultados mostram uma O sEMG das coortes mais antigas
associada à idade na elétrica muscular. diminuição no Sg com o apresentou maior amplitude, mas não
Gaussianidade da eletro- aumento do nível de força, gaussianidade, o que foi especialmente
miografia de superfície indicando que o EMG é cada evidente nas contrações submáximas.
(sEMG) dos músculos vez mais gaussiano em níveis
tibial anterior (AT).. de força mais altos.A
diferença entre as duas faixas
etárias foi significativa. Am-
bas as coortes exibem força
máxima crescente de sua
EMGs com força, mas as
coortes mais antigas sempre
mantiveram maior potência
máxima do que os jovens.
Wu et al. (2016) Avaliar simultaneamente Contração isométrica voluntária Os participantes mais velhos O envelhecimento levou a um grande
o efeito da idade nas máxima dos extensores do em ambos os sexos grupos déficit na capacidade de realizar máxima
propriedades neuromus- joelho e dos flexores de joelho, apresentaram níveis mais e rápida contração forte na musculatura
culares e mecânicas em rigidez músculo-articular da baixos de força muscular do da articulação do joelho, com déficit mais
24 jovens e 20 mais ve- articulação do joelho, arquite- que seus colegas mais jovens evidente no sexo masculino.
lhos do sexo masculino e tura muscular, atividade elétrica para KE e KF com uma
feminino. muscular. diferença mais acentuada
observada entre indivíduos
64 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


mais velho (OM) e indivíduos
mais jovens (YM) em relação
a OF e YF
Ema et al. (2017) Examinar se o treina- Contração voluntária máxima, Descobertas indicam que o A capacidade neuromuscular funcional
mento domiciliar de alta equilíbrio estático, espessura treinamento de elevação da pode ser aumentada pelo exercício
velocidade na panturrilha muscular do tríceps sural, panturrilha em casa, realizado domiciliar de elevação da panturrilha em
altera a taxa de desen- ângulo de torção de MG, sem equipamento ou local homens idosos, o que pode proteger
volvimento de torque arquitetura MG, atividade especial, induz um aumento contra a perda de mobilidade com o
(IDT) durante as contra- elétrica muscular. substancial na capacidade de envelhecimento.
ções da flexão plantar e o geração rápida de força dos
desempenho do equi- flexores plantares e nas
líbrio em homens idosos. ativações do tríceps sural.
Gerstner et al. (2017) Investigar as diferenças Comprimento do fascículo, Os homens mais velhos foram Alterações relacionadas à idade na
relacionadas à idade na força isométrica, sinais eletro- mais fracos e apresentaram qualidade muscular, arquitetura e
taxa de flexão absoluta e miograficos. menores valores absolutos e ativação muscular podem influenciar a
normalizada do normalizados posteriormente produção rápida de torque em intervalos
desenvolvimento do de IDT quando comparados de tempo tardios desde o início da
torque (IDT) nos aos homens jovens. Os contração. Achados destacam fatores
intervalos de tempo homens mais velhos também neuromusculares específicos que
inicial e tardio e examinar apresentaram maior influenciam as reduções relacionadas à
as especificidades neurais intensidade do eco (IE), idade na IDT, que demonstraram
e musculares. menor ângulo de penação influenciar significativamente a função e
mecanismos que (PA) e menores valores de o desempenho em adultos mais velhos.
contribuem para essas amplitude EMG posteriores.
diferenças. No entanto, não houve
diferenças nos valores iniciais
de amplitude de IDT e EMG,
tamanho do músculo ou
comprimento do fascículo
(FL) entre os grupos.
Pion et al. (2017) Identificar possíveis dis- Capacidade funcional, massa Os índices de força e força, Modificações no sistema nervoso central
paridades nos perfis de corporal, estatura, massa magra declives de força descendente podem ser responsáveis pelas diferenças
força muscular e desen- dos membros inferiores, gasto para contração isométrica no estado funcional de idosos
volvimento de força em energético diário, força voluntária máxima (CVM), saudáveis. Tarefas mais complexas e
homens idosos de alto e muscular concêntrica máxima, velocidade da articulação do exigentes como as que requerem maior
baixo funcionamento e sinais eletromiograficos. joelho (KV) e eletromiografia intensidade ou coordenação, podem
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 65

Autores (Ano) Objetivos Parâmetros analisados Resultados Conclusões


investigar fatores muscu- integrada (iEMG) durante a esclarecer ainda mais a diferença entre
lares e neurofisiológicos avaliação de sentar e os idosos saudáveis com baixa e alta
que pudessem explicar as parâmetros de capacidade capacidade funcional.
diferenças. funcional (FC) foram todos
significativamente (p <0,05)
mais baixos no grupo de
homens com baixa capa-
cidade funcional (LoFC) do
que no grupo de homens com
alta capacidade funcional
(HiFC). Por outro lado, não
foi observada diferença entre
os grupos em: massas magras
dos membros inferiores
(LLLM) e massa magra da
coxa direita (rTLM), exci-
tabilidade da coluna vertebral
(razão Hmax / Mmax),
velocidade de condução do
motoneurônio (CV),
parâmetros de contração mus-
cular e fenótipo muscular.
Watanabe et al. (2018) Esclarecer a contribuição A força durante a extensão Houve correlação A diferença interindividual da força
do padrão de ativação isométrica do joelho, ativação significativa entre força muscular em idosos pode ser
neuromuscular para a eletromiografica. muscular e o quadrado médio parcialmente explicada pela amplitude
força muscular no grupo da raiz (RMS),( r = 0,361, p = EMG de superfície. O padrão de ativação
de idosos. 0,001) em idosos. Espessura neuromuscular também é um dos
muscular ( r = 0,519, p principais determinantes da força
<0,001), RMS ( r = 0,288, p = muscular em idosos, além de indicador
0,001) e RMS normalizado ( r do volume muscular.
= 0,177, p = 0,047) foram
selecionados como principais
determinantes da força
muscular na análise de
regressão gradual ( r = 0,664
no modelo selecionado).
66 Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos

Na população idosa os declínios nos Por último, e não menos importante, estão os
parâmetros fisiológicos e anatômicos tendem a procedimentos pré e pós-registro da EMG que
se apresentar com maior frequência(16-21), merecem destaque. Nos procedimentos pré-
tornando mais crítica a comparação registro, o de maior relevância é o tratamento
quantitativa devido a diferentes respostas, de da pele através da tricotomia. Esse
individuo para individuo e entre musculaturas procedimento visa reduzir a impedância da
diferentes(18,19,22) o que pode inviabilizar a pele para uma melhor captação do sinal
linearidade entre produção de força e sinal eletromiográfico(30,31). Nos procedimentos
EMG. pós-registro é quando ocorre o tratamento do
Em um dos estudos incluídos nesta revisão, sinal eletromiográfico por meio da aplicação
Ramsey et al.(23) apontaram que indivíduos de conversores e filtros com intuito de obter
acometidos com Parkinson apresentam uma um sinal mais limpo e real para posteriormente
significativa perda de massa muscular e de ser analisado com melhor clareza. A relevância
força, com exibição de uma mecânica bilateral dos procedimentos instrumentais está
moderadamente alterada, ao realizar uma incorporada à metodologia de todos os estudos
transferência de sentar para ficar em pé em incluídos nesta revisão.
comparação com seus pares saudáveis. No De maneira geral, as explicações para os
entanto, mesmo com a capacidade da produção resultados conflitantes dos estudos podem
de força acometida não houve diferença estar relacionadas com a capacidade de
significativa na ativação muscular entre os recrutamento das UM nos diferentes níveis de
grupos. No estudo de Suetta et al. (24) em que força, a velocidade de contração, o
investigaram idosos com osteoartrite crônica, a comprimento muscular, o volume muscular e
ativação muscular e a taxa contrátil de da ativação muscular voluntária máxima para
desenvolvimento de força foram mais afetadas se obter uma frequência de disparos
pelo desuso em longo prazo do que força considerada satisfatória.
muscular máxima, acarretando aumento de Pontos fortes e limitações do estudo
risco de quedas em idosos.
Um ponto forte do estudo foi a temática
Outro fator de grande relevância que deve relacionada a fisiologia do envelhecimento e
ser levado em consideração durante os estudos seus efeitos ao sistema neuromuscular, sendo
relacionados à EMG e à produção de força é o que foi encontrada divergências na literatura.
nível de ação sinérgica de outros grupos Sendo esta, a contribuição do presente estudo
musculares e a ativação de músculos anta- para o conhecimento. Uma limitação do estudo
gonistas ao movimento realizado, o que podem foi que uma metanálise poderia identificar com
alterar diretamente os resultados da muscu- mais precisão a relação entre sinal
latura a qual está sendo inves-tigada(25,26). eletromiográfico e produção de força em
Os protocolos envolvidos no estudo da EMG e idosos.
produção de força também são parâmetros que
merecem atenção. Estudos apontam que o Conclusão
protocolo de contração isométrica apresenta
A relação entre o sinal eletromiográfico de
uma melhor fide-dignidade comparada a um
superfície e a produção de força em indivíduos
protocolo de contração dinâmica. Isso pode ser
idosos apresenta algumas divergências na
explicado pelo fato de que na contração
literatura. Porém grande parte dos estudos
dinâmica o processo de encurtamento e
mostram uma tendencia a uma relação não
estiramento muscular pode ocasionar o desli-
linear. Essa não linearidade pode ser explicada
zamento das fibras sobre o posicionamento dos
por diferenças em fatores fisiológicos,
eletrodos e, também, o CrossTalk, que é o
anatômicos e instrumentais. Para estudos
registro e/ou a comunicação de musculaturas
futuros faz-se necessária atenção na amostra
vizinhas ou entre os eletrodos(27-29). Isso
selecionada, observando se os idosos possuem
reforça o porquê da maioria dos estudos
ou não patologias, se são ou não ativos
incluídos nesta revisão usarem protocolos de
fisicamente e aplicar os mesmos protocolos de
contração isométrica em sua metodologia.
contração em todos os grupos e estudos.
Rev Ed Física / J Phys Ed – Eletromiográfico de superfície e a produção de força em idosos 67

Apesar desses resultados, a eletromiografia da espinha por meio da dinamometria e da


de superfície, quando em conjunto com outros eletromiografia. Fisioterapia em Movimento
meios de avaliação, é uma ferramenta válida [Online]. 2005;18(4):77-87. Available from:
quando se pretende realizar estudos referentes https://periodicos.pucpr.br/index.php/fisio/artic
aos processos fisiológicos, nas funções le/view/18650/18068
biomecânicas que ocorrem na musculatura 6. Willig MH, Lenardt MH, Caldas CP. A
esquelética, durante o cotidiano da vida diária longevidade segundo histórias de vida de idosos
como na prática de exercícios físicos. longevos. Revista Brasileira de Enfermagem
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Agradecimentos doi: 10.1590/0034-7167.2015680418i
Agradecer a Coordenação de Aperfei-
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Educação Física (LADA/FAEF) pelo apoio. 32. Available from: doi: 10.6020/1679-
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Declaração de conflito de interesses
O estudo não possui nenhum conflito de 8. Noda DKG, Junior GV, Marchetti P. Surface
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of force. Rev CPAQV - Cent Pesqui Avançadas
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As principais listas de checagem a
realização do trabalho, poderá ser feita
serem seguidas, correspondentes aos tipos de
menção especial na seção Agradecimentos
(Ver e baixar o Modelo/Template). estudo, são as seguintes:
• Ensaios clínicos randomizados
Considera-se a quantidade de 6 (seis)
um número aceitável de autores. No caso de controlados (ECR): Consolidated Standards of
Reporting Trials (CONSORT). Tais estudos
um número maior de autores, deverá ser
enviada uma carta explicativa ao Editor deverão ter sido registrados em base de dados
conforme as recomendações SCIELO e LILACS
descrevendo a participação de cada um no
trabalho. confira:
http://espacio.bvsalud.org/boletim.php?articl
Para todos os manuscritos linguagem
não discriminatória, é obrigatória. Termos eId=05100440200730 . O número de registro
sexistas ou racistas não devem ser utilizados. deverá constar ao final do Resumo / Abstract.
Tabelas, equações ou arquivos de • Revisões sistemáticas e meta-análises:
imagem deverão ser incorporados ao texto, no diretrizes e orientações: PRISMA.
local apropriado. • Estudos observacionais em
Durante o processo de submissão, o epidemiologia: Strengthening the Reporting of
autor correspondente deverá declarar que o Observational Studies in Epidemiology
manuscrito em tela não foi previamente (STROBE).
publicado (excetuando-se o formato • Qualidade de pesquisas via Web:
Resumo/Abstract), e que o mesmo não se Improving the Quality of Web Surveys: The
Checklist for Reporting Results of Internet E-
encontra sob apreciação de outro periódico,
Surveys (CHERRIES).
nem será submetido a outro jornal até que a
decisão editorial final seja proferida. Ilustração de capa
Os manuscritos devem ser compilados Solicita-se aos autores que enviem
na seguinte ordem: uma ilustração de capa (colorida) que reflita a
1. Página Título (inserida em pesquisa científica em tela para compor a
documentos suplementares) versão eletrônica do artigo e possivelmente a
2. Resumo capa do volume em que for publicado. Não é
3. Palavras-chave item obrigatório e é sem custo adicional, assim,
4. Corpo do texto os autores são encorajados enviar esta imagem
5. Agradecimentos representativa de seu trabalho. Esta imagem
6. Declaração de conflito de interesses deverá ter uma resolução de 1200 dpi.
7. Declaração de financiamento Modelos
8. Referências Recomenda-se fortemente a utilização
9. Apêndices (conforme o caso) do Modelo (template) formatado. Formate seu
artigo inserindo-o no respectivo documento
modelo de seu tipo de estudo.
Revista de Educação Física / Journal of Physical Education iii

Lista de checagem pré-submissão Declarações:


A fim de reduzir a possibilidade de o • Você incluiu as declarações necessárias
seu manuscrito vir a ser devolvido, confira: em matéria de contribuição, interesses,
Informações sobre o(s) autor(es): compartilhamento de dados e aprovação
• Você forneceu detalhes de todos os seus ética?
coautores? Listas de checagem para a descrição de
• As informações inseridas no Sistema pesquisa científica:
Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) são • Você seguiu as diretrizes apropriadas para
as mesmas constantes na Página título o relato de seu tipo de estudo?
manuscrito? • Você forneceu os três Pontos-Chave em
Manuscrito comprimento e formatação: destaque de seu trabalho (na Página Título)?
• Você verificou se o seu manuscrito não Permissões:
excede as quantidades limite para a contagem • Você já obteve do detentor dos direitos de
de palavras, número de tabelas e / ou figuras, voltar a usar qualquer material publicado
e número de referências? anteriormente?
• Conferiu se o seu resumo está no formato • A fonte foi devidamente citada?
correto? Revisores:
• Todas as seções estão em espaço duplo? • Você forneceu os nomes dos
• Você inseriu os números de linha colaboradores preferenciais e não
contínuos na margem esquerda? preferenciais?
• Você inseriu números de página no Manuscritos revisados:
rodapé à direita? • Você já forneceu tanto uma cópia
• A página título foi devidamente elaborada marcada quanto uma cópia limpa do seu
e anexada separadamente em Documentos manuscrito?
Suplementares? • Você forneceu uma carta ao Editor
Tabelas: respondendo ponto por ponto as questões e
• Você já incorporou todas as tabelas no comentários do revisor e do editor? (Baixe no
texto principal? site o Formulário de Avaliação utilizado pelos
• Todas as tabelas foram citadas no texto? revisores).
• Você forneceu titulos e legendas Itens obrigatórios na submissão:
adequados? 1. Página de título
• Tabelas longas foram enviadas como Deverá conter:
apêndices? • Título completo com, no máximo, 150
Figuras: caracteres com espaços
• As figuras foram preparadas • Título resumido com, no máximo, 75
(preferencialmente em cores) e com a caracteres com espaços
resolução apropriada? • Contagem de palavras do Resumo
• Foram fornecidas em formato aceitável e • Contagem de palavras do Corpo do texto
são de qualidade suficiente? • Citar 3 (três) pontos de destaque
• Você inseriu todas as figuras no texto (em referentes aos resultados do estudo em
locais apropriados)? contribuição ao conhecimento
• Todas as figuras foram citadas no texto? • Nomes completos, titulação, e-mails dos
• Você forneceu legendas apropriadas para autores e afiliações dos autores
as figuras? • Palavras-chave (até cinco) para fins de
Referências: indexação
• Todas as referências foram citadas no • Indicação do autor correspondente
texto? • Contatos: endereço postal, números de
• Citações e referências foram inseridas de telefone do autor correspondente
seguindo o estilo Vancouver of Imperial College • Financiamento e instituições
of London? patrocinadoras (se for o caso)
Documentos Suplementares e apêndices: • Declaração de Conflito de Interesses
• Os documentos suplementares foram Por favor, note que o endereço de e-mail do
fornecidos em formato aceitável? autor correspondente será normalmente
• Foram citados no texto principal? exibido no artigo impresso (PDF) e no artigo
iv Revista de Educação Física / Journal of Physical Education
online. Baixe o Modelo (template) da Página cada vez mais propensos a iniciar sua pesquisa
Título. usando Google Acadêmico™, em vez começar
Para preservar o anonimato durante o por pontos de partida tradicionais como
processo de revisão por pares, a Página Título bibliotecas físicas e/ou periódicos impressos.
deverá ser submetida em Documentos Os termos das palavras-chave podem ser
Suplementares. diferentes do texto real usado no título e no
resumo, mas devem refletir com precisão do
A importância do título do trabalho
que se trata o artigo.
O título e resumo que você fornece são
4. Corpo do texto
muito importantes para os mecanismos de
Os textos deverão ser produzidos em
busca na internet; diversos dos quais indexam
formato Word 2003 ou mais recente, utilizando
apenas estas duas partes do seu artigo. Seu
fonte tipo Times New Roman, tamanho 12
título do artigo deve ser conciso, preciso e
pontos, com margem de 3 cm do lado
informativo. Leia mais em Otimizando a
esquerdo, em espaço duplo. O texto poderá
visibilidade do seu artigo na internet.
conter títulos e subtítulos, margeados à
2. Resumo
esquerda. Os títulos deverão ser em negrito e
Para todos os tipos de artigo, o resumo
apenas com a primeira letra maiúscula.
não deve exceder 250 palavras e deve
sintetizar o trabalho, dando uma clara Subtítulos deverão ser destacados apenas em
indicação das conclusões nele contidas. Deve itálico. Se necessário, o segundo nível de
subtítulo, deverá ser apenas sublinhado.
ser estruturado, com as seções: Introdução,
Métodos, Resultados e Conclusão. Artigos de Devem ser evitados níveis excedentes a estes.
Revisão apresentarão as seções: Introdução, Por favor, baixe o Modelo (template) referente
Discussão e Conclusão. Os Modelos devem ser ao seu tipo de artigo, e insira seu trabalho no
utilizados. formato específico.
Artigos em língua portuguesa As seções que estruturam
obrigatoriamente deverão apresentar o obrigatoriamente os diferentes tipos de artigos
Resumo em ambas as línguas: português devem ser consultadas na seção Tipos de
(Resumo) e inglês (Abstract). Em nenhum caso Artigos.
ultrapassando a contagem de palavras limite. Todos os demais detalhes devem ser
3. Palavras-chave consultados na seção Estilo e formatação.
O manuscrito deve ter de 3 a 5 5. Agradecimentos
Agradecimentos especiais. Os
palavras-chave. É de fundamental importância
homenageados devem consentir em ser
que os autores, revisores e editores
mencionados.
empreguem todos os esforços para garantir
6. Declaração de conflito de interesses
que os artigos sejam encontrados online, com
Seção obrigatória no artigo. Declarar se
rapidez e precisão e, de preferência, dentro das
existe algum tipo de conflito de interesses
três principais palavras-chave indicadas. Nesse
entre autores e/ou instituições quanto à
contexto, a utilização adequada das palavras-
publicação do artigo. Seção obrigatória a
chave é de fundamental importância. Por
figurar após o corpo do texto (utilize os
favor, para escolha suas palavras-chave
Modelos).
consultando os Descritores em Ciências da
7. Declaração de financiamentos
Saúde da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)
Seção obrigatória do artigo. Declarar a
e/ou o Mesh Terms. Deve-se ter todo o cuidado
instituição patrocinadora do estudo. Seção
para escolher as palavras-chave porque o uso
obrigatória a figurar antes das referências
de palavras-chave adequadas ajuda a
(utilize os Modelos).
aumentar as possibilidades do artigo vir a ser
8. Referências
localizado e, por conseguinte, citado; há forte
Mantenha suas referências atualizadas
correlação entre resultados exibidos online e
verificando estudos mais recentes no tema e,
subsequente citações em artigos de periódicos
também, faça uma busca em nossos arquivos,
(leia mais sobre isso em Otimizando a
se faça a citação. Os autores são responsáveis
visibilidade do seu artigo na internet). Os
pela exatidão das referências citadas e devem
mecanismos de busca na Internet são os
ser conferidas antes de se submeter o
principais pontos de partida. Os alunos estão
manuscrito. O número máximo de citações é
Revista de Educação Física / Journal of Physical Education v
de 40 referências; excetuando-se artigos de no Medline, então ele deve ser escrito por
revisão. Os autores deverão respeitar este extenso.
limite. A Revista de Educação Física / Journal Por favor, note que, se as referências
of Physical Education utiliza o estilo de não estiverem de acordo com as normas, o
referências bibliográficas Vancouver - Imperial manuscrito pode ser devolvido para as devidas
College London (veja os exemplos abaixo). O correções, antes de ser remetido ao editor para
estilo está disponível no gerenciador de entrar no processo de revisão.
referências gratuito Zotero, que funciona Exemplos de citação na lista:
diretamente no Mozilla Firefox. Primeiro deve- Artigos de periódicos
se instalar o aplicativo, instalar o plugin para 1. Dunn M. Understanding athlete
seu editor de texto e depois baixar o respectivo wellbeing: The views of national sporting and
estilo. Note que os títulos dos periódicos e player associations. Journal of Science and
livros são apresentados em itálico e o DOI (veja Medicine in Sport. [Online] 2014;18: e132–
baixo), se disponível, deve ser incluído. e133. Available from:
doi:10.1016/j.jsams.2014.11.118
Citações no texto
2. Bize R, Johnson JA, Plotnikoff RC.
Ao fazer uma citação no texto, caso
Physical activity level and health-related
haja mais de um autor, use a expressão "et al."
quality of life in the general adult population: a
após o nome do primeiro autor. As referências
systematic review. Preventive Medicine.
devem ser numeradas sequencialmente
[Online] 2007;45(6): 401–415. Available from:
conforme forem surgindo ao longo do texto. As
doi:10.1016/j.ypmed.2007.07.017.
referências citadas em figuras ou tabelas (ou
Livros
em suas legendas e suas notas de rodapé)
1. Åstrand P-O. Textbook of work
devem ser numeradas entre parênteses, de
physiology. 4th ed. Champaign, IL: Human
acordo com o local no texto onde essa tabela
Kinetics; 2003.
ou figura, na primeira vez em que for citada. Os
2. Kenney WL, Wilmore J, Costill D.
números de referência no texto devem ser
Physiology of Sport and Exercise. 5th ed.
inseridos imediatamente após a palavra (sem
Champaign, IL - USA: Human Kinetics; 2012.
espaçamento entre as palavras) antes da
642 p.
pontuação, por exemplo: "(...) outro(6)", e não
Citações eletrônicas
"(...) outro (6)". Onde houver mais de uma
Websites são referenciados por URL e
citação, estas devem ser separadas por vírgula,
data de acesso. Esta última, muito importante,
por exemplo: (1,4,39). Para as sequências de
pois os sites podem ser atualizados e as URLs
números consecutivos, dar o primeiro e o
podem mudar. A data de "acessado em" pode
último número da sequência separadas por um
ser posterior à data de aceitação do artigo.
hífen, por exemplo, (22-25). Caso se trate de
Artigos de periódicos eletrônicos
um livro, as páginas deverão ser referidas.
1. Bentley DJ, Cox GR, Green D, Laursen
A lista de referências PB. Maximising performance in triathlon:
As referências devem ser numeradas applied physiological and nutritional aspects of
consecutivamente na ordem em que são elite and non-elite competitions. Journal of
mencionadas no texto. Somente os trabalhos Science and Medicine in Sport / Sports Medicine
publicados ou no prelo devem ser incluídos na Australia. [Online] 2008;11(4): 407–416.
lista de referências. Comunicações pessoais ou Available from:
dados não publicados devem ser citados entre doi:10.1016/j.jsams.2007.07.010
parênteses no texto com o nome(s) da(s) Digital Object Identifier (DOI)
fonte(s) e o ano. A DOI é uma rede que foi criada para
Na lista de referências, caso uma identificar uma propriedade intelectual em
citação refira-se a mais de 3 autores, listar os 6 ambiente on-line. É particularmente útil para
primeiros e adicionar "et al.”. Utilize um espaço os artigos que são publicados on-line antes de
apenas entre palavras até ao ano e, em aparecer na mídia impressa e que, portanto,
seguida, sem espaços. O título da revista deve ainda não tenham recebido os números
estar em itálico e abreviado de acordo com o tradicionais volume, número e páginas
estilo do Medline. Se o jornal não está listado referências. Assim, o DOI é um identificador
permanente de todas as versões de um
vi Revista de Educação Física / Journal of Physical Education
manuscrito, seja ela crua ou prova editada, on- pois, muitas vezes, podem ocorrer erros
line ou na impressão. É requerida a inclusão do contextuais referentes às especificidades de
DOI na lista de referências sempre que houver. cada área.
9. Apêndices Destaca-se que artigos em língua
Tabela muito extensas, figuras e outros inglesa ganham maior visibilidade no meio
arquivos podem ser anexados ao artigo como acadêmico científico internacional, portanto, a
apêndices, em arquivos separados, conforme o produção científica neste formato é
caso. fortemente encorajada.
3. Formatação textual
Estilo e formatação
O texto deve ser processado no
1. Estilo de redação formato Word, com fonte do tipo Times New
O texto deve ser elaborado em estilo Roman, 12 pontos, em espaço duplo, com
científico, sucinto e de fácil leitura (leia mais margem de três centímetros (3 cm) no lado
em Estilo científico de redação). São esquerdo, com cabeçalhos e rodapés seguindo
desejáveis: um título informativo, um resumo o formato contido nos modelos (templates).
conciso e uma introdução bem escrita. Os Note, por exemplo, que o único elemento no
autores devem evitar o uso excessivo da voz rodapé é o número de página que deve ser
passiva e empregar desnecessariamente localizado ao final da página, à direita. Os
abreviaturas produzidas dentro do próprio números das linhas deverão ser inseridos no
texto. Tal será aceito no caso de abreviatura documento principal (configura-se no Word,
que se refere à(s) variável (eis) objeto de no menu <Layout da Página>). Não utilize notas
estudo. As considerações quanto aos aspectos de rodapé, a menos que sejam absolutamente
éticos da pesquisa envolvendo seres humanos necessárias. O manuscrito deverá ter a
devem constar ao final da seção Métodos (use seguinte estrutura: Introdução, Métodos,
os modelos/templates). As figuras e tabelas Resultados, Discussão e Conclusões, sendo
devem ser utilizadas para aumentar a clareza aceitos subtítulos. Para elaboração de artigos
do artigo. Por favor, considere, em todos os consulte a seção Tipos de artigo e para
momentos, que seus leitores não serão todos formatar seu artigo de acordo com o respectivo
especialistas em sua disciplina. modelo, baixe-o (download) em Modelos
2. Idioma (templates).
O manuscrito deve ser em português Os autores devem fazer todos os
do Brasil ou em inglês. Este último pode ser esforços para assegurar que os manuscritos
britânico ou americano, todavia, o texto deverá sejam apresentados da forma mais concisa
ser padronizado não se admitindo mistura de possível. Idealmente, o corpo principal do texto
idiomas. Todos os artigos deverão apresentar o não deve exceder 4.000 palavras, excluindo-se
Resumo em português e o Abstract em inglês. as referências. Manuscritos mais longos podem
Autores cuja língua nativa não seja o ser aceitos a critério do respectivo Editor de
inglês deverão submeter seu trabalho à Seção, a quem os autores deverão enviar em
revisão/tradução prévia de um revisor nativo e Documentos Suplementares carta-justificativa
enviar em documentos suplementares o que deverá acompanhar textos com volume
certificado da respectiva tradução, excedente de palavras. Consulte no item Tipos
assegurando a correção textual e a qualidade de artigos a quantidade de palavras para cada
da produção, a fim de garantir credibilidade tipo.
internacional aos conteúdos apresentados. O estilo da redação científica
Alguns exemplos de sites que oferecem caracteriza-se fundamentalmente por clareza,
esse tipo de serviço são Elsevier Language simplicidade e correção gramatical. A clareza
Services e Edanze Editing. Existem, ainda, na redação é obtida quando as ideias são
diversos outros sites que oferecem esses apresentadas sem ambiguidade, o que garante
serviços; nenhum dos quais de a univocidade (característica do que só pode
responsabilidade desta revista, sendo que a ser interpretado de uma única forma); a clareza
responsabilidade de revisão textual idiomática está relacionada com o domínio de
é encargo dos respectivos autores. conhecimento que se tem de determinado
Recomenda-se aos autores que revisem seus assunto. Para mais detalhes sobre o Estilo
trabalhos após a tradução/revisão idiomática, científico de redação (clique aqui).
Revista de Educação Física / Journal of Physical Education vii
Tipos de artigos Revisões de livros referem-se àqueles
Leia as instruções que se seguem e, em fora de edição (Fora da Imprensa), contêm não
seguida, baixe o respectivo Modelo (template) mais que 6.000 palavras, e têm a seguinte
para seu trabalho. A contagem de palavras não estrutura: Introdução, Desenvolvimento e
inclui o Abstract, nem Tabelas e Referências. Conclusão.
• Artigos Originais Em Aspectos Históricos da Educação
Os artigos originais conterão no Física
máximo 4.000 palavras, e terão a seguinte • Historiografia, Pesquisa Histórica e
estrutura: Introdução, Métodos, Resultados, Memória
Discussão e Conclusão. Historiografia, pesquisa histórica e
• Artigos de Revisão memória são tipos de artigos que não contêm
Os artigos de revisão poderão ser do mais de 6.000 palavras, e têm a seguinte
tipo revisão sistemática com metanálise, estrutura: Introdução, Métodos, Resultados e
revisão sistemática sem metanálise ou revisão Discussão.
integrativa e revisão narrativa. Conterão no Modelos (templates)
máximo 6.000 palavras e, conforme o caso, Junto às seções principais
terão a seguinte estrutura: Introdução, componentes do manuscrito, devem figurar as
Métodos, Resultados e Discussão, e Conclusão. seções Pontos Fortes e Limitações do Estudo,
A seção Resultados e Discussão compõe-se de Declaração de Conflito de Interesse e
uma integração dos resultados com a discussão Declaração de Financiamento, sendo seções
dos achados. Consulte o artigo Revisão obrigatórias.
sistemática x revisão narrativa (1) para maior IMPORTANTE: Artigos fora da
compreensão. formatação, estipulada nestas instruções,
1. Rother ET. Systematic literature poderão ser imediatamente excluídos da
review X narrative review. Acta Paulista de consideração para publicação.
Enfermagem. [Online] 2007;20(2): v – vi. Tabelas e figuras
Available from: doi:10.1590/S0103- As tabelas e as figuras
21002007000200001 [Accessed: 31st March (preferencialmente coloridas) devem ser
2015] incluídas no texto do manuscrito e numeradas
• Estudo de Caso e Breve Relato com algarismos arábicos em ordem sequencial
Os estudos de caso e breves relatos (ex.: Tabela 1, Tabela 2, e assim por diante). Os
conterão no máximo 2.500 palavras, e terão a títulos das tabelas devem precedê-las,
seguinte estrutura: Introdução, Métodos, enquanto que as legendas das figuras devem
Resultados, Discussão e Conclusão. ser inseridas abaixo delas. Os detalhes das
• Comentários especificações para as figuras estão explicadas
Comentários são publicados a convite em detalhes a seguir.
do editor-chefe da Revista de Educação Física
Tabelas
/ Journal of Physical Education. Este tipo de
As tabelas devem ser autoexplicativas,
artigo apresenta a análise de cientistas e outros
com título informativo posicionado acima da
especialistas sobre temas pertinentes ao
tabela, claro e conciso. Maiores detalhes
escopo revista. Devem conter no máximo
podem ser colocados em legendas. As
1.200 palavras e o resumo. Comentários
unidades de linha e coluna devem ser sem
poderão ser submetidos à revisão por pares, a
linhas verticais ou horizontais, à exceção da
critério do Editor.
linha com cabeçalhos dos dados (títulos de
Outros tipos de artigos em Gestão
colunas), do corpo principal da tabela, e ao final
Desportiva
do corpo da tabela. Confira os Modelos.
• Notas de Pesquisa
Notas de pesquisa artigos relatam Figuras
teste de desenvolvimento de projeto e análise Cada figura deverá ser enviada em
de dados, não contêm mais que 4.000 palavras, duas versões. A versão colorida deverá ser
e têm a seguinte estrutura: Introdução, inserida normalmente no texto com as
Métodos, Resultados e Discussão, e Conclusão. respectivas legendas das figuras (abaixo da
• Resenha de Livro figura). Adicionalmente, em Documentos
Suplementares, deverá ser enviada a versão
viii Revista de Educação Física / Journal of Physical Education
em preto e branco, cujo arquivo deverá ser estudo seja informações de domínio público,
nomeado com a sigla “pb” ao final (Exemplo: como em dados estatísticos populacionais ou
“Fig1 pb.jpg”), ambas versões (no texto - outra, a aprovação ética formal deverá ser
colorida e em documentos suplementares - em obtida para confirmar que houve a devida
preto e branco) deverão ter resolução mínima consideração das questões relacionadas à
de 300 dpi. Fotografias, desenhos e mais de um ética. Da mesma forma, no caso de análises de
gráfico, em uma mesma figura, devem ser dados retrospectivas, tais como aqueles
referidos como Figura 1, Figura 2 e assim por produzidos por meio de dados de
diante. Devem ser numerados na ordem em monitoramento de longo prazo de atletas ou
que aparecerem no texto. Diagramas e de outras categorias profissionais em que
desenhos devem ter formato digital (.jpg ou sejam realizados testes de aptidão física, a
.jpeg). aprovação quanto à ética envolvendo seres
Para a versão impressa da revista, o humanos deverá ser obtida.
padrão das figuras é preto e branco. Portanto, A declaração sobre a aprovação ética
por favor, produza suas figuras e imagens em deve ser feita ao final da seção Métodos e o
preto e branco da melhor forma possível número de registro da aprovação obtida, caso
(confira a resolução e o formato de seus haja um, deverá ser incluído.
arquivos) para que ilustre e informe Avaliação por pares (duplo cego)
adequadamente ao leitor do que se trata. O processo de análise e apreciação dos
Por favor, assegure-se que a resolução artigos é realizado por especialistas (mestres e
de cada arquivo está dentro do estabelecido. O doutores) das diversas áreas do conhecimento
total de Figuras e/ou Tabelas de um manuscrito integrantes do escopo da revista, com o
não excederá a quantidade de 4 (quatro). Para anonimato dos autores e dos pareceristas
artigos estudo de caso, breve relato e ("avaliação duplo cega"). Assim, o manuscrito
comentário esta quantidade é de no máximo 2 não deve incluir nenhuma informação que
(duas). identifique claramente os autores ou suas
Adicionalmente, encorajamos os afiliações, as quais constarão somente na
autores a enviarem imagens (fotografias) página título que é enviada separadamente ao
ilustrativas do trabalho de pesquisa a que se artigo. Por favor, certifique-se de remover das
refere o artigo. Veja o item Ilustração da Capa. propriedades do seu documento Word itens
Considerações sobre ética em pesquisa que identifiquem os autores.
envolvendo seres humanos As informações sobre os autores e
A Revista de Educação Física / Journal autor correspondente deverão ser enviadas em
of Physical Education aceita apenas trabalhos arquivo à parte intitulado Página Título.
que tenham sido conduzidos em conformidade Consulte o Modelo (Template) disponível.
com os mais altos padrões de ética e de
proteção dos participantes. Os princípios
Termos e nomenclaturas
Termos e nomenclaturas devem
norteadores constam da Resolução nº 466 do
respeitar o Sistema Internacional para
Conselho Nacional de Saúde do Ministério da
símbolos, unidades e abreviaturas.
Saúde, publicada em 12 de dezembro de 2012,
Os cientistas têm buscado aumentar a
a qual abrange princípios mundiais sobre o
comparabilidade dos estudos e, também, a
tema incluindo a Declaração de Helsinque, os
confiabilidade. Nesse contexto, os termos e
quais oferecem maior proteção tanto aos
constructos a serem utilizados pelos autores
voluntários quanto aos pesquisadores na
devem preferencialmente valer-se daqueles já
condução de pesquisas científicas envolvendo
existentes e bem estabelecidos na literatura.
seres humanos ou informações sobre estes.
Os autores devem considerar os termos
Todo o trabalho experimental envolvendo
constantes no Guia para Atividades Físicas do
seres humanos deverá estar em conformidade
Centro de Controle de Doenças dos Estados
com os requisitos estipulados e, conforme o
Unidos (1), no qual os cientistas buscaram
caso, com as leis do país em que o trabalho foi
padronizar conceitos e terminologias. Alguns
realizado. O manuscrito deve conter uma
exemplos de conceitos e definições constantes
declaração de que o estudo foi aprovado por
no Guia mencionado são:
um comitê de ética reconhecido ou por um
• Atividade física:
conselho de revisão. Ainda que o objeto de
Revista de Educação Física / Journal of Physical Education ix
• Atividade física regular e letras de músicas, pode ser possível sem a
• Exercício permissão formal dos autores desde que
• Esporte devidamente citados os trabalhos e destacados
• Exercício aeróbico entre aspas.
Além disso, para mensurar o nível de Submissão eletrônica de artigos
atividade física, a literatura sugere que sejam A submissão de artigos científicos para
utilizados instrumentos já existentes, que a Revista de Educação Física / Journal of
utilizam com padronização do gasto calórico Physical Education do Centro de Capacitação
em METs (equivalente metabólico) pelo Física do Exército é feita exclusivamente pelo
Compêndio de Atividades Físicas de Ainsworth Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
et al. (2). Os mais utilizados são o Questionário (SEER). Novos usuários devem primeiro
de Baecke (3) e o International Physical Activity cadastrar-se no sistema. Uma vez conectado
Questionnaire – IPAQ (4). (“logado”) no site, as submissões devem ser
Referências: feitas por meio do centro para o Autor.
1. Department of Health and Human Na submissão, os autores devem
Services D. Physical activity guidelines for selecionar a seção relevante em relação ao seu
Americans. Okla Nurse. 2009;53(4): 25. artigo.
2. Ainsworth BE, Haskell WL, Whitt MC, Os autores devem manter uma cópia
Irwin ML, Swartz AM, Strath SJ, et al. de todos os materiais enviados para consulta
Compendium of physical activities: an update posterior. Os trabalhos submetidos à Revista
of activity codes and MET intensities. Medicine serão arbitrados anonimamente por
and Science in Sports and Exercise. 2000;32(9 especialistas reconhecidos na matéria; pelo
Suppl): S498–S504. menos dois desses árbitros estarão envolvidos
3. Baecke JA, Burema J, Frijters JE. A neste processo. Em caso de avaliações
short questionnaire for the measurement of conflitantes, o Editor de Seção normalmente
habitual physical activity in epidemiological buscará uma avaliação mais independente.
studies. American Journal of Clinical Nutrition. Como o Jornal opera uma política de revisão
1982;36: 936–942. por pares anônima, por favor, assegure-se de
4. Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, que foram retiradas das propriedades de seu
Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. manuscrito as informações de identificação do
International physical activity questionnaire: autor. Se você estiver enviando um manuscrito
12-country reliability and validity. Medicine revisto e tiver usado o controle de alterações,
and science in sports and exercise. [Online] por favor, certifique-se de que todos os
2003;35(8): 1381–1395. Available from: comentários são anônimos, a fim de garantir o
doi:10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB seu anonimato. No decorrer do processo de
[Accessed: 5th July 2012] avaliação, por favor, destaque suas alterações
de texto utilizando a cor de fonte vermelha.
Reprodução de material com direitos
Durante a submissão, os autores são
autorais protegidos (copyright)
obrigados a indicar três possíveis revisores
Se seu artigo contém qualquer
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material, por exemplo, texto, figuras, tabelas,
poderão ou não ser requisitados; não devem
ilustração ou vídeos que já foram publicados
ter sido informados de que foram nomeados
em outros lugares, é necessário obter
nem podem ser membros de instituições dos
permissão do detentor do direito autoral
autores. A nomeação do revisor fica a critério
(copyright) para reutilizá-los; pode ser o editor
do Editor de Seção e, pelo menos um dos
ao invés do autor. Nesse caso, devem ser
árbitros envolvidos na revisão do artigo, será
incluídas as declarações de permissão nas
independente das indicações.
legendas. Cabe ao autor para a obtenção de
Os manuscritos podem ser
todas as permissões antes da publicação e é o
apresentados em formato .doc ou .docx. Todas
único responsável por quaisquer taxas que o
as versões do trabalho serão guardadas
titular do direito de autor venha a cobrar para
durante o processo de avaliação.
reutilização.
Em caso de submissão inadequada, ou
A reprodução de pequenos trechos de
seja, que não atenda as normas de publicação
texto, em sua forma literal, exceto os de poesia
da Revista, os autores terão 30 dias para
x Revista de Educação Física / Journal of Physical Education
reeditar sua submissão, após o que, o submissão, o artigo é considerado como uma
manuscrito será sumariamente arquivado. nova submissão.
Durante o processo Editorial, caso se
Declaração de cessão de direitos
faça necessário, os editores poderão solicitar
autorais revisões textuais que tornem a produção clara
Para garantir a integridade, difusão e
e concisa, visando a mais elevada qualidade
proteção contra violação de direitos autorais
científica.
dos artigos publicados, durante o processo de
submissão do artigo, você será solicitado a Política de acesso ao artigo
atribuir-nos, através de um acordo de A Revista de Educação Física / Journal
publicação, o direito autoral em seu artigo. of Physical Education não cobra taxas para
Assim, todo material publicado torna-se submissão nem para publicação de artigos,
propriedade da Revista de Educação Física / sendo que a política de acesso da Revista é livre
Journal of Physical Education que passa a e os textos podem ser utilizados em citações,
reservar os direitos autorais. Desta forma, desde que devidamente referenciados, de
nenhum material publicado por esta revista acordo com a licença Creative Commons.
poderá ser reproduzido sem a permissão desta
por escrito. http://www.revistadeeducacaofisica.com/
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pelos demais autores.
Decisões editoriais
Aceito: Esta decisão implica que o
artigo não sofrerá ajustes de conteúdo, apenas
pequenas alterações editoriais.
Revisões requeridas: Esta definição
implica que pequenos ajustes ainda são
necessários para que o artigo avance até o
aceite.
Submeter a nova rodada: Esta
definição implica que o artigo necessita ser
amplamente editado afim de que uma
avaliação mais aprofundada seja realizada por
parte dos revisores. Comumente esta decisão é
tomada em casos nos quais o artigo possui
mérito devido ao desenho experimental mas
precisa avançar bastante na redação afim de
efetivamente transmitir com qualidade os
achados do estudo.
Rejeitar: Esta decisão é adotada para
os estudos os quais os revisores não verificam
inovações suficientes no desenho
experimental ou na justificativa de sua
realização. A tomada desta decisão não impede
uma nova submissão do artigo uma vez que os
autores consigam contemplar os
questionamentos dos revisores por meio de
uma carta respondendo a todos os
questionamentos apontados pelos revisores e
pelo editor de seção. No caso de uma nova
Indexações

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