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26/04/15

ANIMA E ANIMUS
Prof. Michel Fillus

Mito do Andrógino Mito do Andrógino


Sua força era extraordinária e seu poder, imenso. E isso tornou-os
ambiciosos. E quiseram desafiar os deuses. Foram eles que ousaram
No início, a raça dos homens não era como hoje. Era diferente. Não havia escalar o Olimpo, a montanha onde vivem os imortais. O que deviam fazer
dois sexos, mas três: homem, mulher e a união dos dois. E esses seres os deuses reunidos no conselho celeste? Aniquilar as criaturas? Mas como
tinham um nome que expressava bem essa sua natureza e hoje perdeu ficar sem os sacrifícios, as homenagens, a adoração? Por outro lado, tal
seu significado: Andrógino. Além disso, essa criatura primordial era insolência era perfeitamente intolerável. Então...
redonda: suas costas e seus lados formavam um círculo e ela possuía
quatro mãos, quatro pés e uma cabeça com duas faces exatamente O Grande Zeus rugiu: Deixem que vivam. Tenho um plano para deixá-los
iguais, cada uma olhando numa direção, pousada num pescoço redondo. mais humildes e diminuir seu orgulho. Vou cortá-los ao meio e fazê-los
A criatura podia andar ereta, como os seres humanos fazem, para frente e andar sobre duas pernas. Isso com certeza irá diminuir sua força, além de
para trás. Mas podia também rolar e rolar sobre seus quatro braços e ter a vantagem de aumentar seu número, o que é bom para nós. E mal
quatro pernas, cobrindo grandes distâncias, veloz como um raio de luz. tinha falado, começou a partir as criaturas em dois, como uma maçã. E, à
Eram redondos porque redondos eram seus pais: o homem era filho do medida em que os cortava, Apolo ia virando suas cabeças, para que
Sol. A mulher, da Terra. E o par, um filhote da Lua. pudessem contemplar eternamente sua parte amputada. Uma lição de
humildade. Apolo também curou suas feridas, deu forma ao seu tronco e
moldou sua barriga, juntando a pele que sobrava no centro, para que eles
lembrassem do que haviam sido um dia.

Mito do Andrógino Mito do Andrógino


E foi aí que as criaturas começaram a morrer. Morriam de fome e de
desespero. Abraçavam-se e deixavam-se ficar assim. E quando uma das E esta é a nossa história. De como um dia fomos um todo,
partes morria, a outra ficava à deriva, procurando, procurando... inteiros e plenos. Tão poderosos que rivalizávamos com os
deuses. É a história também de como um dia, partidos ao meio,
Zeus ficou com pena das criaturas. E teve outra idéia. Virou as partes
reprodutoras dos seres para a sua nova frente. Antes, eles copulavam viramos dois e aprendemos a sentir saudades. E é a razão dessa
com a terra. De agora em diante, se reproduziriam um homem numa busca sem fim do abraço que nos fará sentir de novo e uma vez
mulher. Num abraço. Assim a raça não morreria e eles descansariam. mais, ainda que só por alguns momentos (quem se importa?), a
Poderiam até mesmo continuar tocando o negócio da vida. Com o tempo emoção da plenitude que um dia, há muito tempo, perdemos.
eles esqueceriam o ocorrido e apenas perceberiam seu desejo. Um
desejo jamais inteiramente saciado no ato de amar, porque mesmo
derretendo-se no outro pelo espaço de um instante, a alma saberia, ainda
que não conseguisse explicar, que seu anseio jamais seria
completamente satisfeito. E a saudade da união perfeita renasceria, nem
bem os últimos gemidos do amor se extinguissem.

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Platão

•  Idéia primordial: bissexuado


•  Hermafrodita

•  Ser humano: corpo


•  Alma: feminina / espírito: masculino

Arquétipos

•  Ego da mulher: animus no inconsciente •  Anima: arquétipo do feminino no homem.

•  Ego do homem: anima no inconsciente •  Animus: arquétipo do masculino na mulher.

•  Anima/us: projetada e vivida através da identificação •  No início da vida: anima projetada na mãe ou na
com o sexo oposto. figura materna.
•  Projeções são retiradas a medida que se desenvolvem no
indivíduo. •  Na idade madura: na esposa e na companheira.
•  Atualização do arquétipo através das experiencias do
homem com as mulheres.

•  No final da vida: há o recolhimento das projeções –


anima é experimentada como um fator interno
(intrapsíquico).

•  Quando integrada à consciencia funciona como ponte


entre consciência e inconsciente.
•  INTERMEDIÁRIA: consc. X inconsc.

•  Primeira metade da vida: anima/us – incs

•  Segunda metade da vida: mulher reprimida e homem


reprimido irão aparecer sem serem chamados.

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Anima Animus
•  Fonte da vida •  Capacidade de reflexão

•  Autoconhecimento
•  Sentido
•  Discriminação
•  Existencia do homem
•  Logos amplo
•  Ilusões
•  Espiritualidade
•  Caprichos
•  Lado fálico da mulher
•  Fantasias •  Virilização excessiva
•  Explosões •  Agressividade

•  sensível •  teimosia

•  Integração da anima/us na consciência:


•  Desenvolvimento da personalidade
•  Novo relacionamento masc. e feminino
•  Papéis complementares X parceiros iguais.

Contos e Mitos

•  Anima: sereia, feiticeira, deusa, fada, animal, mulher. •  Propus o termo anima porque o mesmo deve designar algo de
específico para o qual o vocábulo alma é geral e vago. O fato que
se exprime no conceito de anima é um conteúdo sumamente
•  Animus: animal, demonio, heróis, príncipes. dramático do inconsciente. Nem de longe exprimiria seu caráter
Criminosos, feiticeiros, artistas. vital. O fator determinante das projeções e a anima, onde quer
que se manifeste, aparece personificada, mostrando desse modo
que ela possui todas as qualidades características de um ser
feminino. É uma produção espontânea do inconsciente. Não se
trata de uma figura substitutiva da mãe, pelo contrário: a
impressão de que as qualidades numinosas que tornam a imagem
da mãe tão poderosa originam-se do arquétipo coletivo de anima,
que se encarna de novo em cada criança do sexo masculino.
Assim como a mãe é o primeiro receptáculo do fator
determinante de projeções para o filho, assim também é o pai para
a filha. (JUNG, 2011, p.25, par. 25)

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•  Como a natureza aborrece o vácuo, assim nossa psique


entra em pânico diante do vazio. Enchendo o vazio, o
mais das vezes além do desejado, nós o preenchemos
com nós mesmos. Onde quer que se abra espaço, para
essa brecha se lança à projeção (HOLLIS, 2002, p.40)

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