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POLÍCIA MILITAR

DA BAHIA
Subcomando-Geral - n.º 174 - de 17 de setembro de 2020

SEPARATA

195 Anos servindo a sociedade

BGO
o
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a. PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO ESPECIAL DE


FORMAÇÃO DE TENENTES AUXILIARES – CFTAPM

(Aprovação de Projeto)

1. INTRODUÇÃO

Inserida no contexto da segurança pública brasileira nos termos


constitucionais consignados no art. 144, § 5º, à Policia Militar da Bahia (PMBA)
bem como às dos demais estados federativos, cabe “[...] a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública” (BRASIL, 1988) sendo que, as outras
competências institucionais foram estabelecidas pela sua Lei de Organização
Básica.

Diante disso, cabe ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da PMBA


promover conhecimento de forma abrangente e contínua, oferecendo ensino,
aprimoramento e capacitação de qualidade para seus agentes. Dessa maneira, à
medida que a Corporação fomenta ações formativas, automaticamente os serviços
externos passam a ser melhor realizados, reforçando uma imagem positiva perante
a sociedade, já que passa a atender os seus anseios.

Atrelado a isto, as discussões nacionais sobre a reforma da previdência


e a consequência para os militares estaduais, como a perda de prerrogativas
anteriormente adquiridas, favoreceu a criação de um novo Quadro na PMBA: o
Quadro Especial de Tenentes Auxiliares Policiais Militares (QETAPM), voltado
para profissionais com 27 (vinte e sete) ou mais anos de efetivo serviço e ocupantes
da graduação de subtenente, conforme prevê a Lei Estadual n.º 14.186, de 15 de
janeiro de 2020, ato do seu nascedouro. É nesse viés que nasce e se fundamenta

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o Curso de Formação de Tenentes Auxiliares (CFTA), que deve estar pautado


nos princípios e valores da Corporação, em destaques, a disciplina, o respeito à
hierarquia e aos símbolos nacionais.

A missão da Academia de Policia Militar (APM) é, portanto, entregar à


Corporação tenentes aptos para o exercício das funções inerentes ao seu posto,
preferencialmente as atividades operacionais, em consonância aos princípios éticos
e às políticas organizacionais.

2. PERFIL DO CURSO

2.1 JUSTIFICATIVA

Com a criação do QETAPM, emergiu a necessidade de elaboração do


projeto pedagógico para a formação dos policiais ingressantes nesse novo Quadro.
O Curso de Formação de Tenentes Auxiliares, como assim é chamado, se
fundamenta no dever institucional de proporcionar aos subtenentes que optarem
pelo ingresso nesse quadro a habilitação necessária à progressão na carreira, ou
seja, a promoção a Tenente PM, último posto desse Quadro.

Dessa maneira, o presente documento tem como objetivo nortear as práticas


pedagógicas atinentes ao CFTA, estabelecendo as diretrizes que serão seguidas
na sua implementação e funcionamento, habilitando os subtenentes à futura
promoção (Lei n.º 7.990/01; Lei n.º 20.890/14), coroando a sua dedicação ao
longo da carreira na bicentenária milícia de bravos. Seguindo esse passo, a referida
grade curricular buscará potencializar a inserção desse profissional no contexto
educacional, socioeconômico e político da sociedade baiana, possibilitando-lhe,
a coordenação (preferencialmente) de ações operacionais à frente de frações de
tropa.

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O Projeto Pedagógico do CFTA foi elaborado levando-se em consideração


a legislação vigente visando a oferta de um curso que primará pela formação
qualitativa desse profissional para atuar em diversos campos de abrangência. O
documento inicia-se com a descrição do perfil da Unidade de Ensino que abrigará
o curso em questão, segue com a apresentação dos dados gerais e sua organização
pedagógica, incluindo as concepções teórico-metodológicas. Avança com a
apresentação da estrutura curricular, a descrição dos instrumentos para avaliação
de aprendizagem e encerra-se com a descrição do Aspirantado.

2.2 BREVE HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Criação em 1935, pelo Comandante-Geral à época, o Cel EB Liberato de


Carvalho, do Centro de Instrução Militar (CIM), face às ações do banditismo em
solo baiano, mediante Portaria publicada no Boletim n.º 162, de 18 de julho de
1935, em caráter provisório, sendo ratificada a sua criação pelo Governo do
Estado através do Decreto Estadual n.º 9731, publicado no dia seguinte. Este
Centro funcionou inicialmente no Quartel de São Lázaro, sob a Direção do Maj
PM Arlindo Gomes Pereira.

Em 1940, este Centro passou a denominar-se Centro de Instrução Técnico


Profissional (CITP), passando a ter 03 (três) Escolas: a Escola de Candidato a
Oficial (ECO), a Escola de Graduados e a Escola de Especialistas.

Em 1948, por meio do Decreto n.º 14.093, de 1º de setembro deste ano,


o CIPT ganhou a denominação de Centro de Instrução da Polícia Militar (CIPM),
permanecendo a ECO sem alterações funcionais.

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Em 21 de dezembro de 1957, através do Decreto Lei n.º 993, foi criado o


Departamento de Instrução, que passou a funcionar na Vila Policial Militar do
Bomfim (VPMB), tendo em seu organograma a Escola de Formação de Oficiais
(EsFO) - antiga ECO, e a Escola de Formação de Graduados (ESFaG),
culminando com a extinção daquele Centro.

Em 1972, por meio do Decreto n.º 22.902, de 15 de maio, a Escola de


Formação de Oficiais passou a ser denominada de Academia da Polícia Militar
(APM);

AAPM foi devidamente reconhecida pelo Regulamento Geral da Policia


Militar (RGPM), aprovado e divulgado em 1987.

Em 2004, o Cel PM Antônio Medeiros de Azevedo, foi escolhido como


patrono da APM, por ato de concessão do Comandante-Geral daquele período,
Cel PM Antônio Jorge Ribeiro de Santana, através da Portaria n.º 024, de 09 de
junho de 2004, em reconhecimento à sua trajetória na área educacional da
Corporação, bem como por ter sido o Comandante que formou as primeiras
turmas de Oficiais – Aspirantes no período de 1939 a 1951.

2.3 MISSÃO INSTITUCIONAL

Promover a formação, a capacitação e a especialização de Oficiais da


Polícia Militar da Bahia e coirmãs, bem como de outras instituições da área da
Segurança Pública, em convênio de cooperação técnica (art. 35, II, alínea “a”,
DGE 2016-2019).

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2.4 BASES LEGAIS

Lei Estadual n.º 14.186, de 15 de janeiro de 2020, que cria o Quadro


Especial de Tenentes Auxiliares;

Decreto n.º 1.331, de 07 de julho de 1992, que aprova o Regulamento da


Academia de Polícia Militar;

Decreto n.º 19.698, de 02 de setembro de 2020, que regulamenta o ingresso


no Quadro Especial de Tenentes Auxiliares Policiais Militares – QETAPM e o
Curso de Formação de Tenentes Auxiliares (CFTA PM);

Diretriz Geral de Ensino da PMBA (DGE) – 2016/2019, publicada no


Suplemento Legislação, Jurisprudência e Normas Gerais (LJNG) n.º 001, de 22
de janeiro de 2016, que traça as diretrizes e ações sistematizadas a serem adotadas
no âmbito educacional da Corporação;

Portaria n.º 007- CG/08, publicada na Separata ao BGO n.º 024, em 11 de


fevereiro de 2008, que traz os critérios para planejamento e fiscalização das
atividades de ensino;

Portaria n.º 040 – CG/08, publicada no BGO n.º 198, em 23 de outubro de


2008, que esclarece as normas e critérios para indicação de policiais militares a
cursos, estágios e treinamentos;

Portaria n.º 069 - CG/11, publicada em BGO n.º 159, de 19 de agosto de


2011, que regula a atuação dos Subtenentes no âmbito da PMBA;

Portaria n.º 024 – CG/17, publicada no BGO n.º 053, de 16 de março de


2017, que regulamenta o estágio dos Aspirantes-a-Oficial PM

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Normas para Planejamento de Condutas da Educação (NPCE 2020),


publicada em Separata ao BGO n.º 001, de 02 de janeiro de 2020, que norteia o
planejamento, conduta e o ensino na PMBA por meio da fiscalização dos eventos
educacionais e pedagógicos desenvolvidos pelos órgãos de execução,
subordinados tecnicamente ao IEP.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Habilitar o policial militar, na condição de Subtenente, para o exercício do


oficialato do Quadro Especial de Tenente Auxiliares Policiais Militares propiciando,
preferencialmente, a compreensão do labor das atividades operacionais no âmbito
da Corporação.

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Proporcionar aos novos oficiais do QETAPM a aquisição dos


conhecimentos voltados para as atividades de policiamento ostensivo nas questões
que envolvem postura, relacionamento, promoção dos direitos humanos, ética e
cidadania na sociedade dentro do limite específico de suas áreas de atuação;

Possibilitar ao 1º Ten QETAPM conhecimentos culturais, científicos e


específicos da atividade policial militar, tendo como dimensão as competências
cognitivas, operativas e atitudinais;

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Desenvolver a capacidade de resolver com competência os imprevistos


que atinjam o serviço operacional que estejam sob comando ou por iniciativas
próprias;

Capacitar para gerir equipes operacionais;

Utilizar a tecnologia moderna e avançadas, como ferramenta de eficiência,


eficácia e efetividade na prestação de serviços;

Conhecer os principais tipos de feitos investigatórios no âmbito da


Corporação.

4 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

4.1 CARGA HORÁRIA

O curso possuirá 720 (setecentos e vinte) horas/aula.

4.2 DURAÇÃO DO CURSO

O curso será executado em 05 (cinco) meses, ou seja, em 20 semanas


letivas.

4.3 QUANTIDADE DE VAGAS

A ser definido de acordo aos interesses da Administração Pública.

4.4 PÚBLICO

O CFTA será constituído Alunos-a-Oficial oriundos da carreira das Praças,


unicamente dos ocupantes da graduação de Subtenente PM, que deverá contar,

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com no “[...] mínimo, 27 (vinte e sete) anos de efetivo serviço na data de publicação
do edital de abertura do processo seletivo e ser aprovado nos exames de saúde
física e mental e teste de aptidão física” (Art. 51-A, § 2º, da Lei n.º 14.186/
2020).

4.5 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

A indicação e matrícula dos policiais militares para o curso estará


condicionada aos termos estabelecidos em edital específico, amparada pela
legislação atual a época.

4.5 SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO

O curso será coordenado pela APM, segundo os moldes da DGE 2016-


2019.

5 DESENHO CURRICULAR E METODOLOGIA DE ENSINO

A abordagem pedagógica da APM reconhece a necessidade de promoção


contínua e progressiva da autonomia do estudante, e elege, portanto, a abordagem
tradicional, o sócio cognitivismo e o trabalho colaborativo para a construção do
conhecimento como pressupostos educativos que subsidiam e definem o processo
de aprendizagem. Por certo, esse processo acontecerá em ambientes de salas de
aula, auditórios e em espaços destinados às instruções práticas, além dos espaços
extraclasses quando necessários para a construção coletiva do conhecimento.

A matriz curricular do CFTA foi construída seguindo as áreas temáticas


previstas na Matriz Curricular Nacional (MCN), publicada pela Secretaria

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Nacional de Segurança Pública (SENASP), em 2014 - referencial teórico-


metodológico que trata sobre a formação e capacitação dos profissionais da área
de segurança pública, que traz em seu bojo propostas de ações formativas
norteadas pela prática profissional reflexiva e princípios da autonomia intelectiva,
permitindo repensar o currículo e sua organização, bem como os tempos e espaços
que pudessem privilegiar a aprendizagem, seus diferentes tipos e recursos, com o
intuito de melhorar a qualificação desses profissionais.

Além da MCN, o CFTA foi pedagogicamente estruturado levando-se em


consideração a estrutura didática do Curso de Formação de Oficiais Auxiliares
(CFOA), em razão da similaridade do público. Redimensionou-se os componentes
curriculares devido ao tempo previsto para execução do evento pedagógico
priorizando disciplinas da área temática – Conhecimentos Jurídicos, visando à
operacionalidade, devido ao perfil profissiográfico almejado, conforme se vê no
Quadro1 a seguir:

Quadro 1 – Matriz Curricular do CFTA

MÓDULO ÁREAS TEMÁTICAS DISCIPLINAS CARGA


Introdução ao Estudo do Direito e Direito à Segurança Pública 30
Direitos Humanos e Polícia Comunitária 30
Conhecimentos Jurídicos
Prática Penal 45
Legislação PM 30
Tiro Policial I 30
Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública
Policiamento Ostensivo Geral 30
Valorização do Profissional e Saúde do Trabalhador Psicologia aplicada à Segurança Pública 15
Ordem Unida I 15
Cultura, Cotidiano e Prática Reflexiva
Responsabilidade, Chefia e Liderança 30
I Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública Comunicação Social 15
Violência, Crime e Controle Social Sociologia da Violência 15
SUBTOTAL DA CARGA HORÁRIA DAS DISCIPLINAS CURRICULARES 285
Defesa Pessoal 15
Gestão de Material e Logística 15
Atividades Complementares Atividades de Inteligência 15
Técnicas de Abordagem 30
Educação Física 30
Total de Carga Horária das Atividades Complementares 105
SUBTOTAL MÓDULO I 390

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MÓDULO ÁREAS TEMÁTICAS DISCIPLINAS CARGA


Modalidade de Gestão e Conflitos e Eventos Críticos Prevenção, mediação e resolução de conflitos 30
Leis Especiais Aplicadas 30
Conhecimentos Jurídicos
Feitos Investigatórios 30
Tiro Policial II 30
Funções, Técnicas e Procedimentos emSegurança Pública Policiamento emEventos Especiais 15
Policiamento de Trânsito 15
Sistemas, Instituições e Gestão Integrada emSegurança Pública Gestão PMe de Pessoas: Funções Administrativas emUnidades Operacionais 15
Violência, Crime e Controle Social Psicopatologia Criminal 15
Comunicação, Informação e Tecnologias emSegurança Pública Gestão da informação no âmbito da PMBA 15
II
Cultura, Cotidiano e Prática Reflexiva OrdemUnida II 15
SUBTOTAL DA CARGA HORÁRIA DAS DISCIPLINAS CURRICULARES 210
Defesa Pessoal 15
Polícia Científica 15
Atividades Complementares Técnicas de Abordagem 30
Educação Física 30
Estágio Supervisionado 30
Atividades Complementares 120
SUBTOTAL DA CARGA HORÁRIA DOMÓDULOII 330
CARGA HORÁRIA TOTAL DOCURSO 720

Fonte: Elaboração própria (2020).

O curso foi dividido em 02 (duas) unidades didáticas (módulos), que


contemplam uma semana de latência entre os períodos para a realização das
verificações finais de aprendizagem. Os componentes curriculares – Tiro Policial
e Ordem Unida – serão ministrados nos dois módulos, em decorrência de suas
importâncias: o conhecimento quanto ao manuseio e preservação do armamento
e o exercício da liderança nos ritos militares.

Em termos pedagógicos, a APM buscou associar a experiência técnica-


militar na formação de oficiais e trouxe como concepção epistemológica nas suas
diretrizes pedagógicas a conciliação de princípios filosóficos, teóricos e
metodológicos contemporâneos pautados na Teoria da Prática Profissional
elaborada por Donald Schon e na Teoria da Aprendizagem Significativa proposta
por Ausubel. Enquanto a primeira defende a ideia da reflexão antes, durante e
após a sua ação como aspecto elementar à autonomia intelectiva (concepção

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pedagógica referenciada na MCN), o segundo tem como foco a problematização


do processo de ensino-aprendizagem e considera a experiência de vida do discente
como ponto de partida para a aprendizagem (AUSUBEL, 2000; MOREIRA,
2006; PELIZZARI et. al., 2002).
O pensamento de Schön pode ser entendido como a busca pela articulação
entre a teoria e prática, ou seja, o fazer e o pensar. Para tanto, ele dizia que o
profissional precisava apresentar a competência artística, denominada pelo autor
de artistry. O referido autor usa o termo professionalartistry “[...] para designar
as competências que o profissional revela em situações únicas e de conflito,
[...] que pode ser expressado através da observação e da reflexão sobre a
ação” (DORIGON E ROMANOWSKI, 2008, p.06).
A epistemologia da prática se embasa nos conceitos de conhecimento na
ação e reflexão na ação. O conhecimento na ação é o componente que está
diretamente relacionado com o saber-fazer: é espontâneo, implícito e surge na
ação, ou seja, um conhecimento tácito. Todavia, as experiências pelas quais os
sujeitos passam, sejam elas agradáveis ou não, contém um elemento não esperado.
Nessa situação, o sujeito pode reagir colocando a situação de lado ou tentando
resolvê-la por meio da reflexão e suas formas: reflexão na ação, reflexão sobre a
ação e reflexão sobre a reflexão na ação.
Por sua vez, a teoria da aprendizagem significativa que atravessa
transversalmente essa concepção curricular, é um processo através do qual um
novo conhecimento se relaciona aos conhecimentos prévios, de maneira não
arbitrária e não literal, provocando mudanças na estrutura cognitiva dos estudantes,
o que permite a ampliação, avaliação e reconfiguração dessa informação
transformando-a em uma nova. Parte-se, portanto, da experiência dos futuros
Alunos-a-oficial, firmando o compromisso de produzir um conhecimento
socialmente relevante para o exercício profissional como tenente da PMBA.
Delimitados tais aspectos, a matriz curricular proposta para o CFTA
contemplará o ementário a seguir, conforme apresentado no Quadro 2 a seguir:

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Quadro 2 – Ementário do CFESPECIALTA


DISCIPLINA EM ENTA

Noções de D ireito. Fenôm eno Jurídico. Fontes do Direito. Teoria da Norm a Jurídica. Noções gerais sobre o
Introdução ao Estudo do Direito e Direito à Segurança
vínculo jurídico.
Pública Diferentes concepções de segurança pública. Atores que com põem o sistem a de
segurança pública e a justiça crim inal.
Introdução ao Direito Internacional Público e Privado. História do D ireito internacional. Codificação
internacional do Direito. Ordem jurídica internacional. Fundam entos do Direito Internacional. Introdução
aos D ireitos Hum anos. Proteção Internacional dos Direitos Hum anos. Tópicos sobre policiam ento
Direitos Hum anos e Policiam ento Com unitário
com unitário: princípios e filosofia. Interação com o suporte da segurança cidadã. Identificação dos
problem as sociais locais, análise da com unidade, lideranças e grupos relevantes. Sensibilização para a
im plantação
Juizado do Conselho
Especial Crim inal. Com unitário
Boletim de Segurança.
de ocorrência, Term o Circunstanciado (TCO). Estatuto da Criança e do
Leis Especiais Aplicadas Adolescente. Contravenções penais. Lei de abuso de autoridade. Lei de Tortura. Lei que trata do tráfico e
uso de drogas ilícitas.
Princípios do direito processual penal. Fontes do direito processual penal. Crimes m ilitares em tempo de
paz (contra autoridade ou disciplina m ilitar, contra o serviço m ilitar, a pessoa, o patrim ônio e a
Prática Penal
adm inistração militar). Crim es m ilitares em tem po de guerra. Prática de Inquérito Policial Militar. Auto de
prisão em flagrante. Prisão adm inistrativa.
Processo e procedimento. Legislação aplicável. Sindicância. Processo D isciplinar Sum ário. Processo
Feitos Investigatórios Administrativo D isciplinar. Processo de Reparação de Danos. Normas de elaboração. Procedimentos
obrigatórios.
Organização PMErros com
com etidos
base nasna apuração federal
legislações de um feito investigatório.
e estadual. Estatuto,Contraditório
organização eampla
básica e defesa.
serviços afins.
Legislação PM
Legislação de pessoal, m aterial e financeira.
Revisão dos procedim entos de autoproteção. Estudo de equipamentos balísticos: coletes, capacetes e
Tiro Policial I e II escudos. Exercício real de tiro com a pistola, semiautomática cal. .40”. Exercício real de tiro com a
subm etralhadora autom ática, cal..40”.
Am paro legal para busca pessoal em locais de eventos públicos e eventos privados. Porte de arm a de fogo
em locais de eventos. Principais ações crim inosas em eventos. Planejam ento de segurança realizado pela
Policiam ento em Eventos Especiais PM (antes, durante e depois). Ação dos policiais m ilitares em ocorrências. Especificidades: policiam ento
no gramado, escolta das delegações e torcedores visitantes. Protocolo de atuação em praças desportivas.
Estatuto do torcedor. Gerenciam ento de crises em eventos.
Código de Trânsito Brasileiro, com ênfase nas infrações e crim es de trânsito. Resoluções atinentes às
Policiam ento de Trânsito
ocorrências. Aspectos técnicos e legais da atuação policial m ilitar.
Aspectos Doutrinários da Abordagem Policial. Técnicas de Busca. Técnicas de Emprego de Algemas na
Policiam ento Ostensivo Geral Abordagem Policial. Técnicas de Abordagem : a pessoas a pé, a veículos de passeio, m otocicletas ou
sim ilares. Técnicas de abordagens em ergenciais. Pontos de abordagem.
Conceitos básicos de Psicologia. Principais teorias: Behaviorista, H umanista, Gestaltista, Psicanalítica.
Psicologia aplicada a segurança pública Construção social do desvio e da crim inalidade. Interacionismo sim bólico. Teoria dos rótulos. Teoria do
autocontrole. Ação racional e crim inalidade. Em oções. Frustrações.
Aspectos fundam entais no com ando de tropa. Habilidades individuais e coletivas, com e sem arm a.
Ordem Unida I e II Form aturas Militares. Guardas Fúnebres. O oficial como instrutor de Ordem Unida. Liderança, poder e
autoridade. O papel do líder. M anuseio da espada nas form aturas e guardas.
Relação de m útua dependência: pessoas e Em presa/Organização; Evolução histórica da administração de
recursos hum anos; responsabilidade de linha x função de staff; processos de gestão de pessoas
Gestão de Pessoas
(recrutam ento, seleção, treinam ento e desenvolvimento, remuneração, avaliação de desem penho,
benefícios, higiene e segurança no trabalho).
O crime como problem a social. O crim e com o problem a sociológico. Teoria do controle social.
Arqueologia da violência. O Ethos Guerreiro. Aspectos da violência policial. A m odernização das polícias.
Sociologia da Violência
Padrões de policiam ento e aspectos do trabalho policial. A política da polícia. Dilem as do controle
dem ocrático da violência.
Crim inogênese e crim inologia – pressupostos, perspectivas, valores e ética. Criminoso – aspectos
biológicos, psicológico, sociais. Condições jurídicas. Levantam ento, pesquisas e acompanham entos.
Psicopatologia Criminal
Agentes e papéis de contenção. O criminoso, o crim e e a criminalidade – base biopsicosocial. Incidência
crim inal, conglom erados urbanos, a massa e o êxodo rural.
Atividade policial no cotidiano: administração de conflitos, controle da violência, controle da
Prevenção, m ediação e resolução de conflitos
crim inalidade. Políticas públicas e governamentais de segurança.
Comunicação e com portam ento pessoal/social. A arte de falar em público. Com unicação organizacional e
Com unicação Social cultura organizacional. Assessoria de im prensa: doutrina institucional e m ídias sociais. Relacionam ento
com a mídia.
Tecnologia da Inform ação: SEI, SIGIP, RH Bahia. Docum entação técnica. Redação Oficial. Gram ática
Gestão da Informação no âmbito da PM BA
aplicada à redação policial-militar. Em prego dos pronomes e utilização de abreviaturas.

Fonte: Elaboração própria (2020).

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6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

As atividades complementares são de caráter obrigatório, propiciam ao


aluno um conjunto de oportunidades que se refletirão, de forma direta e decisiva,
no desenvolvimento das competências requeridas, tendo em vista uma prática
tecnicamente correta, organizacionalmente eficaz e politicamente responsável, no
exercício da profissão. As atividades complementares possuem, também, um
caráter integrador entre a graduação, a pesquisa e a extensão, fazendo com que
ações estejam em sintonia com as funções do futuro profissional.

Serão desenvolvidas fora do ambiente das salas de aula, devendo ser


apoiadas pelos espaços de treinamento, com o objetivo de complementar a
formação global do Aluno-a-Oficial, podendo ser promovidas por demanda de
disciplina ou pela coordenação do curso.

As atividades ligadas diretamente aos currículos e programas de cada


disciplina, constam do Quadro 3 a seguir:

Quadro 3 – Atividades Complementares


Atividades Complementares Carga Horária
Defesa Pessoal 30
Gestão de Material e Logística 15
Atividades de Inteligência 15
Técnicas de Abordagem 60
Educação Física 60
Polícia Cientifica 15
Chefia e liderança 15
Estágio Supervisionado 30

Fonte: Elaboração própria (2020).

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7. SISTEMA DE AVALIAÇÃO E REGRAS DE APROVAÇÃO

As avaliações dos níveis de aprendizagem serão realizadas em consonância


com o previsto nos art. 110 a 137 do RAPM c/c DGE 2016-2019, nos seguintes
termos:

Verificação Imediata (VI): aplicadas no início ou final das aulas como


mecanismo de avaliação processual;

Verificação Corrente (VC): são tarefas executadas na classe e fora dela,


durante o ano letivo, com o objetivo de valorizar o estudo, constituindo-se em
provas ou trabalhos, individuais ou de equipe que, realizados na base de pesquisa,
da experimentação ou da simples aplicação de conhecimentos ou habilidades,
serão apresentados sob as formas oral, escrita, gráfica ou de execução material
(art. 118, II, RAPM).

Verificação Final (VF): provas individuais escritas, gráficas ou práticas,


realizadas no decorrer do ano letivo ou quando da conclusão da carga horária da
matéria em oportunidades e condições fixadas pela Direção da APM, sendo
elaboradas e arquivadas pela Seção Técnica de Ensino.

Nessas verificações de aprendizagem, o docente observa a capacidade do


discente em analisar situações concretas e hipotéticas tendo em vista a ênfase na
formação para atuação no campo operacional. Além disso, será necessário que o
discente se auto avalie e busque a sua melhoria contínua. Portanto, é de fundamental
importância que os Alunos-a-Oficial sejam estimulados à reflexão e avaliação dos
procedimentos realizados, bem como perceber as discrepâncias e distorção do
que deveria ser aprendido, o saber-ser e o saber-fazer, levando-o a adquirir uma
identidade profissional mais acurada.

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Para cada componente curricular serão realizadas verificações de


aprendizagem, ou seja, uma avaliação regular aplicada nas disciplinas dos cursos
de formação, aperfeiçoamento e especialização, que seguirá as especificações
publicadas no RAPM: a) disciplinas com até 30h – somente uma verificação final
e; b) disciplinas com carga horária acima de 30h – uma verificação corrente e
uma verificação final.

MFM = (VF X 2) + VC

3
MFM: Média Final da Matéria
VF: Verificação Final
VC: Verificação Corrente

Sobre a VC e a VF, cabe alguns esclarecimentos:

A nota para aprovação por disciplina do curso deverá ser igual ou superior
a 5,0 (cinco);

A VC terá peso 1 (um) e a VF peso 2 (dois), sendo que ambas seguirão as


instruções contidas no RAPM e Plano Geral de Ensino;

A VC poderá ser realizada fora da classe sempre que o professor julgue


necessário, submetendo o aluno a avaliação oral, apresentando a confirmação ou
retificação da nota atribuída (art. 118, RAPM);

A disciplina Educação Física será avaliada qualitativamente atribuindo-se


conceitos e não graus em notas.

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Dessa feita, com vista à elaboração das VC e VF, os professores e


instrutores deverão preencher e enviar à Seção Técnico-Pedagógica e Recursos
Educacionais (STPRE), no início de cada fase do ano letivo, as questões com os
seus respectivos gabaritos a serem anexados ao banco de dados de verificações
da unidade de ensino, conforme o Art. 133 do RAPM (BAHIA. PMBA, 1992).
Ainda de acordo com o RAPM, Art. 136, caso a VF após a correção:

[...] alcance em uma ou mais turmas, índice superior a


40% (quarenta por cento) de graus abaixo de 5 (cinco)
ou 60% (sessenta por cento) de graus acima de 8,90
(oito inteiros e noventa décimos), será o resultado
considerado anormal, devendo ser realizada dentro de
2 (dois) dias úteis, Pesquisa de Resultado Anormal
(PRA), sob o encargo de uma comissão composta de
01 (um) presidente e 02 (dois) membros, dentre os
Oficiais nomeados para lecionar na APM, mediante
designação do Comandante e Diretor de Ensino do
Estabelecimento.(BAHIA.PMBA, 1992, p. 291).

O RAPM junto com o Plano Geral de Ensino da APM norteará a avaliação


de desempenho, como requisito de habilitação escolar do aluno mediante
aproveitamento escolar nas diferentes matérias, sendo apurado em graus obtidos
nas verificações, com sentido classificatório e seletivo, constituindo então nas
aptidões morais, intelectuais e físicas.

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7.1 PROVA DE 2ª CHAMADA

A verificação substitutiva ou 2ª Chamada é a avaliação realizada quando ao


discente falta de forma justificada, segundo o Art. 70, §3ª, I-V, da DGE – 2016/
2019 a uma das VC e uma VF, conforme Art. 66, da DGE – 2016/2019
(BAHIA.PMBA, 2016) e em caso extremo, a recuperação. A realização de
verificação de 2ª chamada obedecerá às instruções do Plano Geral de Ensino,
conforme Art. 126, §1º, RAPM. (BAHIA.PMBA, 1992).

7.2 RECURSOS PARA CORREÇÃO DE PROVA E/OU QUESTÕES

Com relação a revisão de questões será balizada da seguinte maneira: quando


o Aluno-a-Oficial considerar que foi prejudicado em umas das verificações “[...]
poderá apresentar recurso administrativo, devidamente fundamentado, à
coordenação do curso da unidade de ensino que repassará ao docente responsável
pela disciplina. [...]”, conforme o Art. 69, DGE 2016-2019 (BAHIA.PMBA,
2016, p. 58), esse recurso deverá ser preenchido em formulário próprio, em até
24 (vinte e quatro) horas após a aplicação da VC e/ou VF.

Caso o Instrutor da disciplina não reconsidere a questão alvo do recurso,


poderá o discente requerer junto à Coordenação Geral que outro docente da
referida disciplina, faça uma nova correção, desde que pertença a estrutura da
PMBA, conforme orientação do parágrafo único, do artigo mencionado acima.

7.3 RECUPERAÇÃO

A Verificação de Recuperação ou VR “[...] é a avaliação única aplicada em


caso de não obtenção da média nas avaliações correntes e imediatas”, de acordo
com o Art. 66, IV, DGE – 2016/2019 (BAHIA.PMBA, 2016, p.55), ocorrendo
em consonância com as demais atividades do curso. Contudo, seguirá os seguintes
critérios:

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Não será concedido ao Aluno-a-Oficial direito a realização de exame de


recuperação caso tenha sido reprovado em 25% das matérias cursadas;

Só poderão ser realizados após a conclusão da média e, no mínimo, 72h


(setenta e duas horas) depois, que o mesmo tome conhecimento oficial dos graus
que lhe foram atribuídos;

Em caso de aprovação na Recuperação, será atribuído ao aluno o grau


mínimo de aprovação na respectiva matéria.

7.4 DA APROVAÇÃO, REPROVAÇÃO E CONCEITO

Quanto à aprovação e reprovação, serão de acordo ao previsto nas


legislações de ensino vigente, assim definidas:

Será considerado aprovado no CFTA o discente que atingir a média final


5,0 (cinco);

Obtiver a frequência mínima de 75 % (setenta e cinco por cento) da carga


horária de cada disciplina;

A média final do curso, que definirá a classificação final dos Alunos-a-Oficial,


será feita com base na média ponderada das notas de todas as disciplinas que
integram a matriz curricular.

MFC= M1 + M2 [...] + M3

X (2)
Termos:
MFC: Média Final do Curso
M1: Média da Disciplina A
M2: Média da Disciplina B
M3: Média da Disciplina Y
X: Quantidade de disciplinas

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Fica estabelecido o Quadro abaixo, de acordo ao disposto no Art. 124 do


RAPM (BAHIA.PMBA, 1992), para conversão dos graus em conceito nas
verificações, assim como no conceito final do aluno no curso. Observe o Quadro
4 a seguir.

Quadro 4 – Equivalência entre notas e conceito

NOTA CONCEITO
0 a 4,9 I (Insuficiente)
5 a 6,69 R (Regular)
6,7 a 8,39 B (Bom)
8,4 a 10,00 MB (Muito bom)

Fonte: Elaboração própria, adaptada do Art. 124 (BAHIA.PMBA, 1992).

7. PERFIL DO EGRESSO

De acordo com o perfil que consta do Catálogo Nacional de Cursos


Superiores de Tecnologia (versão 2010), o profissional de segurança pública deve
estar preparado para atuar nas áreas de política, gestão, planejamento e técnicas
operacionais, no âmbito do sistema de segurança pública, fundamentado nos
princípios da cidadania, dos Direitos Humanos e da cultura da paz em relação às
atividades de prevenção e enfrentamento das conflitualidades contemporâneas.

O egresso do CFTA estará apto a atuar nas atividades finalísticas da


Corporação. Consoante os princípios filosóficos e pedagógicos do curso,
destacam-se as seguintes características:

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Capacidade de se relacionar: ser capaz de trabalhar em grupo mediante


cooperação, solidariedade e responsabilidade;

Exercício de liderança: reconhecer-se como líder da sua equipe de serviço


nas atividades operacionais;

Valorização da busca do conhecimento: compreender a importância de


ampliar e atualizar o conhecimento e a prática da vida, do mundo e da profissão
de forma permanente;

Postura ética, senso de responsabilidade social e de justiça: compreender


e utilizar os códigos éticos, políticos e normativos da profissão policial militar
como eixo condutor da prática profissional tendo consciência do impacto de suas
ações;

Capacidade de comunicação: utilizar corretamente a linguagem – com


clareza, precisão e propriedade – fluência verbal e escrita, como forma
preponderante de negociação, mediação e tomada de decisão (análise individual
e coletiva);

Conhecer e utilizar a legislação, a jurisprudência, a doutrina jurídica e


técnico-policial, para fundamentação da sua atuação no campo da Segurança
Pública;

Capacidade de tomada de decisão e de negociação: ser capaz de avaliar


riscos e escolher soluções adequadas, observando sua implementação, assumindo
responsabilidade pelas consequências e resultados.

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8. DESLIGAMENTO DO CURSO

Em conformidade com os padrões estabelecidos pelas normas de ensino


vigentes no âmbito da PMBA, o desligamento do discente ocorrerá nas seguintes
situações descritas pela DGE-2016/2019, em seu art. 70, onde se lê:

[...] I - O discente solicitar o desligamento do curso; II -


for reprovado nas verificações de ensino
definitivamente;III - for condenado por crime doloso a
pena privativa de liberdade;IV - ingressar a praça no
mau comportamento;V - ser submetido ao conselho de
ética e ser declarado como indigno para permanecer na
Corporação. [...] (BAHIA.PMBA, 2016, p.58).

9. CONCLUSÃO DO CURSO

Serão considerados concluintes que obtiveram a média necessária para


aprovação nas avaliações estabelecidas nesse plano de curso bem como, cumprirem
a carga horária mínima de cada disciplina, conforme prevê os Arts. 70, § 2º e 75,
da DGE 2016/2019 (BAHIA.PMBA, 2016).

Todos farão jus ao certificado de conclusão do curso que será entregue na


solenidade de encerramento. Todavia, ao primeiro colocado ainda será conferida
a medalha Dionísio Cerqueira, conforme o Art. 78, DGE 2016/2019
(BAHIA.PMBA, 2016). Quanto ao critério de desempate, em caso de médias
iguais, utilizar-se-á o critério de antiguidade na graduação anterior.

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10 ASPIRANTADO

O estágio, mais conhecido como Aspirantado, é regulado pela Portaria n.º


024 – CG/2017 (BAHIA.PMBA,2017) e pode ser compreendido como atividade
curricular supervisionada que compõe o processo de formação do Aspirante-a-
Oficial, integrante das dimensões do ensino, pesquisa e extensão, constituído por
ações que o discente articula os conhecimentos adquiridos no curso com a prática
efetiva em unidades policiais. O Art. 1º da Portaria n.º 024 -CG/17 apresenta
como objetivos:

I - propiciar ao Aspirante-a-Oficial PM o exercício das


funções e missões inerentes ao posto de 1º Tenente PM,
em Unidades Operacionais PM da Bahia;II - vivenciar
a rotina de uma OPM, participando direta e
progressivamente de cada uma das seções e funções
previstas para o oficial subalterno; III - adquirir
experiências práticas de comando de tropa e tomada
de decisões [...]. (BAHIA.PMBA, 2017, p. 2091).

O Aspirantado terá duração de 03 (três) meses, período de interstício


segundo o Art. 134, § 2º, alínea “g”, do EPM (BAHIA.PMBA, 2001), posto que
o Aspirante é uma praça especial, devendo seguir a previsão curricular, conforme
o Art. 3º da Portaria n.º 024 – CG/2017 (BAHIA.PMBA, 2017, p. 2091), tendo
como premissa habilitá-los à promoção de 1º Ten QETAPM. Durante esse
processo de consolidação do aprendizado teórico, iniciado após a conclusão do
curso e declaração de Aspirantes por ato do Comandante-Geral da PMBA, o
Aspirante-a-Oficial PM deverá desempenhar todas as funções administrativas e
operacionais exercidas pelo Oficial Subalterno nas diversas Seções da OPM em
que estiver/for lotado, seguindo o cronograma, conforme Quadro 5 a seguir:

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Quadro 5– Cronograma do Aspirantado

ESTÁGIO ÁREA DE ATUAÇÃO DURAÇÃO CARGA HORÁRIA


OPERACIONAL E
1ª FASE 01 MÊS 160
ADMINISTRATIVAS
OPERACIONAL E
2ª FASE 01 MÊS 160
ADMINISTRATIVAS
3ª FASE OPERACIONAL 01 MÊS 160

TOTAL 480

Fonte: Elaboração própria (2020).

Distribuído em 03 (três) fases totalizando 480h (quatrocentos e oitenta

horas), o estágio apresenta como premissa a complementação do ensino,

particularmente no que concerne à adaptação do futuro policial militar às

peculiaridades de uma UOp (Unidade Operacional), seja nas funções

administrativas quanto operacionais. Na parte administrativa, o recém declarado

Aspirante passará por todas as Seções que compõem uma Companhia

Independente ou Batalhão, conforme prevê a Lei n.º 13.201, de 09 de dezembro

de 2014, que reorganizou a PMBA (BAHIA.PMBA, 2014). Nessa oportunidade,

ainda desempenharão a função de Coordenador de Área em turnos diurno e

noturno, como a maioria já o fazem, mas ostentando uma nova patente com novas

responsabilidades.

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Para cumprir as fases do Aspirantado, caberá à APM elaborar a Nota de


Instrução (NI) para instrumentalização e operacionalização do estágio em
conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo IEP, designar oficiais de ligação
alocando-os por Comando Regional e realizar reuniões de acompanhamento ao
final de cada uma delas, de acordo com o Art. 13, I – IV, da Portaria n.º 024 –
CG/2017 (BAHIA.PMBA, 2017, p.2094), com a presença dos Comandantes,
Aspirantes e Oficiais de Ligação.

Segundo o Art. 7º, §3º, da Portaria n.º 024 – CG/17, o Comandante da


UOp deverá: “[...]produzir o Relatório Final sobre o Aspirante-a-Oficial PM,
atribuindo o conceito final e enviando-os conforme cronograma estabelecido na
referida Nota, para a Comissão de Promoção com cópia para a APM.”
(BAHIA.PMBA, 2017, p. 2092). O conceito regular é o mínimo para conclusão
do estágio e habilitação à promoção. Os demais casos como gestação, conceito
insuficiente, gozo de férias ou circunstâncias omissas seguirão o previsto na Portaria
reguladora.

Por fim, cabe ressaltar ainda que, segundo o Art. 12, da Portaria n.º 024 –
CG/2017, o cumprimento do estágio não implica promoção imediata ao posto de
1º Tenente QETAPM (BAHIA.PMBA, 2017), sendo necessário ao Aspirante-
a-Oficial QETAPM o tê-lo cumprido efetivamente, bem como preenchido os

requisitos legais previsto na Lei de Promoção da Corporação.

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REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva


cognitiva. Lisboa: Paralelo, 2000.

BAHIA. Lei Estadual n.º 14.186, de 15 de janeiro de 2020. Dispõe sobre


a criação do Quadro Especial de Tenentes Auxiliares. Diário Oficial do. Estado
da Bahia. Salvador: EGBA, DOE. nº 22821.

BAHIA. Lei Estadual n.º 7990/01. Estatuto dos Policiais Militares. Dispõe
sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia. Diário Oficial do
Estado da Bahia. Salvador: EGBA.

BAHIA.POLICIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Diretriz Geral de


Ensino (DGE) – 2016/2019. Dispõe sobre as ações sistematizadas à organização
da educação nos níveis infantil, fundamental, médio, técnico profissional médio e
técnico profissional superior, visando a formação do homem e profissional de
polícia nos aspectos físicos, intelectual, afetivo e moral. Salvador: Legislação,
Jurisprudência e Normas Gerais – LJNG n.º 001, de 22 de janeiro de 2016.

BAHIA. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Portaria n.º 040 –


CG/08. Estabelece procedimentos referentes à indicação de policiais militares
candidatos aos cursos, estágios ou treinamentos promovidos pela PMBA ou por
outras Instituições e dá outras providências. Bahia, 2008. Salvador: BGO n.º
198, de 23 de outubro de 2008.

BAHIA. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Portaria n.º 007 –


CG/08. Dispõe sobre os critérios de planejamento, controle e fiscalização das
atividades de ensino na PMBA e na elaboração de diretrizes da política institucional

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de educação para as organizações subordinadas ao Departamento de


Ensino.Salvador: BGO n.º 24, de fevereiro de 2011.

BAHIA. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Portaria n.º 024 –


CG/17. Regula o Estágio dos Aspirante QOPM nas UPO da Capital e do
Interior.Salvador: BGO n.º 53, de 16 de março de 2017.

BAHIA.POLÍCIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Normas para o


planejamento e conduta de ensino (NPCE 2020). Norteia o planejamento,
conduta e o desenvolvimento na Polícia Militar da Bahia, no ano de 2019,
regulando sua organização através da coordenação e supervisão dos eventos
pedagógicos desenvolvidos pelos Órgãos de Execução de Ensino (OEE): APM,
CFAP e BEIC, subordinados tecnicamente ao IEP, com base na DGE 2016/
2019.Salvador: Separata ao BGO n.º 02, de janeiro de 2020.

BAHIA.POLÍCIA MILITAR DA BAHIA(PMBA). Portaria n.º 069 -


CG/11. Regula o emprego dos Subtenentes no âmbito da Corporação e dá outras
providências. BGO n.º 159, de 11 de agosto de 2011.

BRASIL, Constituição da República Federativa do. Brasília, DF:
Senado Federal. Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Matriz Curricular Nacional


para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública.
Brasília: Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2014.

DORIGON, Thaisa; ROMANOWSKI, Joana P. A reflexão em Dewey e


Schön. Revista Intersaberes, Curitiba, ano 3, n. 5, p. 8 - 22, jan/jul, 2008.

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SEPARATA

DUARTE NETO, João Henrique. Epistemologia da prática: influências


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COMANDANTE-GERAL

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