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Análise Estrutural II

Aula 7: Estruturas Hiperestáticas


Simétricas
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Engenharia Civil
Bacharelado em Engenharia Civil
Docente: Bianca Alencar Vieira
E-mail: bianca.alencar.083@ufrn.edu.br
Simetria na análise das estruturas
Estruturas simétricas: estruturas que têm um plano de simetria,
plano que funciona como um espelho para a estrutura - uma parte da
estrutura que se reflete e a outra é um reflexo desta, e cuja
intersecção com o plano da estrutura dá origem ao eixo de simetria.

Uma estrutura se considera simétrica quando se verificam relativamente ao


eixo (plano) de simetria as seguintes condições:
• simetria de topologia (distribuição das barras);
• simetria na distribuição dos aparelhos de apoio;
• simetria na distribuição das libertações;
• simetria das propriedades mecânicas (E, ν);
• simetria das propriedades geométricas (I, A);
Artifícios Hiperestáticos para estruturas
elásticas e geometricamente simétricas
A simetria de uma estrutura hiperestática em relação a um plano
conduz a grandes simplificações em sua resolução.

Para uma estrutura elástica e geométrica simétrica:


➢ Carregamento simétrico
➢ Carregamento antissimétrico
➢ Carregamento assimétrico

Antissimetria é o inverso de simetria, que além de refletir, inverte a


imagem que simetricamente é refletida.
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
Caracterização do comportamento
O comportamento das estruturas simétricas com carregamento
simétrico se refere a três aspectos: deformada, reações nos apoios e
campo dos esforços.

s
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
• Reações de apoio: simétricas

s
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
• Campo dos deslocamentos: simétrico
Pontos sobre o eixo da simetria:
• rotações nulas (θ = 0);
s • deslocamentos perpendiculares ao eixo
da simetria nulos (u = 0);
• deslocamentos paralelos ao eixo de
simetria em geral não nulos (v ≠ 0).
s’
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
• Campo dos deslocamentos: simétrico

Pontos fora do eixo da simetria:


• rotações simétricas – rotação igual
s mas de sentido inverso da do seu
simétrico;
• deslocamentos perpendiculares ao
s’ eixo da simetria simétricas – iguais
mas de sentido inverso da do seu
simétrico;
• deslocamentos paralelos ao eixo de
simetria iguais e no mesmo sentido da
do seu simétrico.
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
• Campo dos esforços internos:

DMF: simétrico (em traçado) DEN: simétrico (em valor)


s s
Estruturas simétricas com carregamento
simétrico
• Campo dos esforços internos:

DEC: antissimétrico (em valor)

s
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
Caracterização do comportamento
O comportamento das estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico se refere a três aspectos: deformada, reações nos
apoios e campo dos esforços.

s
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
• Reações de apoio: antissimétricas

s
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
• Campo dos deslocamentos: antissimétrico
Pontos sobre o eixo da simetria:
• Rotações, em geral, não nulas (θ ≠ 0);
s s’ • deslocamentos perpendiculares ao eixo
da simetria, em geral, não nulos (u ≠ 0);
• deslocamentos paralelos ao eixo de
simetria nulos (v = 0).
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
• Campo dos deslocamentos: antissimétrico
Pontos fora do eixo da simetria:
• rotações – iguais e no mesmo sentido da
s s’ do seu simétrico;
• deslocamentos perpendiculares ao eixo
da simetria iguais – e no mesmo sentido
da do seu simétrico;
• deslocamentos paralelos ao eixo de
simetria iguais mas no sentido inverso da
do seu simétrico.
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
• Campo dos esforços internos:

DMF: antissimétrico (em traçado) DEN: antissimétrico (em valor)


s s
Estruturas simétricas com carregamento
antissimétrico
• Campo dos esforços internos:

DEC: simétrico (em valor)

s
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
Caso uma estrutura se encontre em alguma dessas situações, deixa
de ser preciso estudar a estrutura na globalidade.

Simplificações na análise
Estuda-se apenas metade da estrutura introduzindo simplificações
para simular o comportamento da outra metade podendo-se
extrapolar os resultados obtidos para toda a estrutura.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
a) Estrutura simétrica com carregamento simétrico
• Sendo conhecido o comportamento simétrico da deformada e dos
diagramas de esforços solicitantes, pode-se resolver somente
metade da estrutura, considerando o apoio correspondente às
condições de contorno geométricas existentes em s.

• Obtidos as reações de apoio e os diagramas de esforços solicitantes


para o modelo reduzido, basta levar em conta as características de
simetria (ou antissimetria) para obter as reações de apoio e os
diagramas de esforços solicitantes da estrutura completa.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
a) Estrutura simétrica com carregamento simétrico
o Caso em que o eixo de simetria “corta” uma seção da estrutura

s
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido Deve ser
considerada
metade da carga na
seção simétrica

Apoio que impede


us e θs e deixa vs
livre

Estrutura completa (g = 3) Modelo reduzido (g = 2)

Devido à simetria da estrutura e da solicitação foi possível diminuir o número de


hiperestáticos da estrutura de 3 para 2.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
a) Estrutura simétrica com carregamento simétrico
o Caso em que o eixo de simetria atravessa completamente uma
barra da estrutura

I, A
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido Deve ser
considerada
metade da carga na
seção simétrica

s s

C D C Apoio que
impede us e θs e
I, A I/2, deixa vs livre
A/2

A B E A B

Devido a simetria, esta barra não


possui nenhuma carga transversal
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido

s s

C
A/2
I/2,
A/2

A B A B

Devido a não
existência de
cargas transversais
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido

s s

C D C
A/2
I, A

A B E A B

Estrutura completa (g = 6) Modelo reduzido (g = 3)

Obs: O esforço normal na barra BS para o modelo completo será o dobro do


esforço normal obtido na barra analisando-se o modelo reduzido.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
b) Estrutura simétrica com carregamento antissimétrico

Novamente é possível trabalhar com um modelo reduzido e, uma


vez obtidos as reações de apoio e os diagramas de esforços
solicitantes deste modelo, basta levar em conta as características de
simetria (ou de antissimetria) para obter as reações de apoio e os
diagramas de esforços solicitantes da estrutura completa.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
b) Estrutura simétrica com carregamento antissimétrico
o Caso em que o eixo de simetria “corta” uma seção da estrutura

s
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido Deve ser
considerada
metade da carga na
seção simétrica

Apoio que impede


vs e deixa livres us
e θs

Estrutura completa (g = 3) Modelo reduzido (g = 1)

Devido à simetria da estrutura e da solicitação foi possível diminuir o número de


hiperestáticos da estrutura de 3 para 1.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
b) Estrutura simétrica com carregamento antissimétrico
o Caso em que o eixo de simetria atravessa completamente uma
barra da estrutura

I, A
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido Deve ser
considerada
metade da carga na
seção simétrica
s
s

C D C Apoio que
impede vs e
I, A I/2, deixa livres us e
A/2 θs

A B E A B

Devido a antissimetria da solicitação,


esta barra não possui nenhuma carga
axial
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido

s s

C
C
I/2
I/2,
A/2

A B A B

Devido a não
existência de
cargas transversais
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido

s s

C C
D
I/2
I, A

A B E A B

Estrutura completa (g = 6) Modelo reduzido (g = 3)

Obs: O momento fletor na barra BS para o modelo completo será o dobro do


obtido na barra analisando-se o modelo reduzido.
Artifícios do arranjo de cargas para o
modelo reduzido
Caso específico
Alguns sistemas estruturais têm dupla simetria. Neste caso, resolve-se
apenas um quarto da estrutura. Por exemplo, o quadro abaixo apresenta
dupla simetria cujo grau de hiperestaticidade é igual a 3, porém os seus
modelos reduzidos mostrados possuem grau de hiperestaticidade igual a 1.
Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico
Tendo-se uma solicitação assimétrica em relação ao eixo de
simetria da estrutura, pode-se dividi-la em duas parcelas: uma
simétrica e uma antissimétrica em relação a este eixo de simetria.

Desde que seja válida a sobreposição dos efeitos, o comportamento


de uma estrutura simétrica pode ser obtida através da soma dos
efeitos devidos à parcela simétrica e antissimétrica do
carregamento.
Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico
Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico

=
Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico

=
Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico
Resolução de estruturas simétricas
1) Identifique os planos de simetria da estrutura.

2) Divida os esforços concentrados nas seções de simetria e


aplique as metades nas seções imediatamente ao lado.

3) Se o carregamento for assimétrico, decomponha-o em dois: um


simétrico e outro antissimétrico.

4) Esboce a configuração deformada evidenciando os


deslocamentos e rotações no plano de simetria. A configuração
deve refletir a simetria ou antissimetria do carregamento que a
gerou.
Resolução de estruturas simétricas

5) Obtenha um modelo reduzido mediante cortes passando pelos


planos de simetria.

6) Determine o grau de hiperestaticidade da estrutura auxiliar.

7) Se ela for isostática, obtenha as reações e os esforços


solicitantes por equilíbrio.

8) Se ela for hiperestática, resolva através do método das forças.


Estrutura simétrica com carregamento
assimétrico
Exemplo: Resolver o pórtico bi-engastado submetido a um
carregamento assimétrico
Dúvidas?

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