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Joades Lima Pereira

A morte é um dia que vale a pena viver

COARI
2021
BIOGRAFIA DA AUTORA

Médica, formada pela USP com residência em geriatria e gerontologia


no hospital das clínicas em FMUSP. Fez pós-graduação em psicologia –
Intervenções em luto pelo Instituto 4 estações de psicologia.

É especialista em cuidados paliativos pelo instituto Pallium e


universidade Oxford. É sócia fundadora da associação casa do cuidar, prática e
ensino em cuidados paliativos. Presidiu a instituição por mais de cinco anos,
organizando e ministrando aulas nos cursos de formação multiprofissionais.

1. INTRODUÇÃO
Está obra traz uma visão sobre a vida, mas não uma visão abstrata. Ela
nos faz refletir que a vida é curta, mas que mesmo assim, tem valor, sentido e
um significado, mesmo que frente a uma morte iminente. A autora, D.r. Ana
Claudia Quintana Arantes, traz também uma reflexão que mesmo próximo a
morte, há motivos para buscar um novo sentido, valor ou significado para vida.
Assim como também traz, o valor dos cuidados paliativos, que vão
fornecer assistência a família e ao paciente durante toda a doença, facilitando
assim que haja um certo alívio durante o período que durar a enfermidade e
também uma certa qualidade de vida ao paciente e a toda sua família.
2. O INÍCIO DE UMA JORNADA
Desde a infância a autora já tinha uma percepção sobre a morte no
mínimo diferente das outras pessoas. Mais tarde, o então ingresso na
faculdade de medicina trouxe certas percepções sobre tal assunto,
principalmente com o seu primeiro caso terminal na enfermaria do hospital
universitário. Ali, percebeu que os pacientes em fase terminal, assim como
qualquer ser humano, demonstravam medo da morte, medo de estar e morrer
sozinhos em um leito de hospital.
A autora mostra uma empatia emocional muito forte frente a seu primeiro
paciente, pois percebe que naquela situação não há palavras para amenizar
tanto sofrimento. Tal empatia é vista quando a autora nem mesmo conseguiu
examinar o paciente, pois teve medo de causar ainda mais dor a este.
Quando se estar com uma doença terminal como: HIV, câncer, doenças
crônicas, doenças degenerativas, seja jovem, criança ou idosos, a única opção
na maioria das vezes é esperar pelo fim iminente, pois são poucos os que se
importam com os pacientes neste estado.
Durante sua caminhada acadêmica, a autora, percebeu que não se
falava nada sobre a morte, assim como não se aprendia a cuidar de pessoas
em fase terminal, e isso, aos seus olhos era frustrante.
3. O ESTUDO DA AUTORA SOBRE OS CUIDADOS PALIATIVOS
Já reconhecida por seus estudos a respeito dos cuidados paliativos, a
autora começou a atender seus pacientes em suas casas, o que foi de grande
importância, pois a grande maioria dos profissionais que vão atender os
pacientes terminais em suas residências, não tem o conhecimento sobre os
cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos englobam diversas coisas como: assistência, feita
por uma equipe multidisciplinar que vai auxiliar os familiares e o paciente a ter
uma melhor qualidade de vida durante o período que venha a durar a doença,
assim havendo prevenção e alívio do sofrimento tanto para o paciente como
para os familiares. Existem vários tipos de cuidados paliativo, estes abrangem
desde medicamentos até a integração de aspectos psicológicos, sociais e
espirituais.
Que fique claro, o estudo sobre os cuidados paliativos feito pela autora
foram realizados durante anos de sua carreira, o que no início causou sérios
problemas psicológicos o que a levou a pedir demissão, e assim, perceber que
antes de cuidar de um paciente, o médico deve cuidar de si mesmo.
A vontade de não decepcionar as pessoas que tanto precisavam da
autora, fez com que as outras áreas da sua vida como: financeira, vida social,
saúde, vida pessoal entrassem em um verdadeiro colapso. Até que a autora
teve uma epifania: posso cuidar do sofrimento dos outros, pois estou cuidando
do meu.
4. DIFERENÇAS DE CLASSES SOCIAIS, MAS DESTINOS IGUAIS.
A autora, no curso da obra, considera-se privilegiada, pois trabalha em
dois extremos. Trata pacientes com situações socioeconômicas totalmente
diferentes. De um lado, pacientes bem nascidos, com situação financeira
estável e do outro lado pessoas não bem financeiramente e em certos casos
até moradores de rua, mas todos, seres humanos que apesar de não terem
muita semelhança, compartilham o mesmo destino.
O que fica claro, durante a leitura desta obra, é que apesar da diferença
entre essas pessoas, o sofrimento é o mesmo, ambas têm medo da morte. O
que diferencia esses dois grupos sociais, que a autora menciona, é que a
pessoa com mais recursos financeiro tem uma experiencia com a morte
totalmente diferente, pois por ter recursos maiores, estas pessoas acham que
podem recuperar sua saúde comprando remédios caros, melhores tratamentos,
melhores médicos, mas não existe dinheiro no mundo que as salve da morte
quando chegada a hora. As pessoas com mais oportunidades na vida, tem em
geral, vários arrependimentos frente a morte. Já as outras, em geral não, pois
entendem que fizeram o melhor que podiam.
Arrependimentos são muito comuns durante a vida, mas são bem
recorrentes para aqueles que se encontram frente a morte quase certa, devido
várias lembranças de sua trajetória, o que os faz questionarem suas escolhas,
começa neste momento a fase do ¨se¨. O que não leva a lugar nenhum, nada
muda escolhas feitas no passado, pois na época em que estas decisões foram
tomadas, até então, eram tidas como corretas.
Vale ressaltar também que o fato de ver um desses pacientes em estado
terminal em um hospital e este estiver só, não nos da o direito de fazer um
prejulgamento, pois somos frutos de nossas escolhas e atitudes, o que se faz
no curso da vida, determina suas companhias no final desta.
5. CONCLUSÃO
Portanto, a analise desta obra, trás um profundo conhecimento de como
é a abordagem dos cuidados paliativos na vida dos pacientes, isto de uma
forma prática. Além de trazer uma visão diferenciada sobre a morte e sobre a
compreensão que se deve ter no decorrer desta caminha.
Assim como trás também uma serie de casos concretos vivenciados
pela autora, sua visão deste mundo tão pouco falado e debatido durante o
curso de medicina e menos ainda no decorrer da profissão, afinal, nem todos
tem a capacidade e paciência de conversar sobre a morte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, A. C. Q. A morte é um dia que vale a pena viver – abr. 2017

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