A representação é a legitimação para agir por conta de outra pessoa, conferida por lei ou contrato. O representante deve provar sua qualidade e os limites de seus poderes, sob pena de responder pessoalmente por atos que os excedam. Negócios jurídicos celebrados pelo representante com ele mesmo podem ser anulados se houver conflito de interesses e se a lei ou o representado não autorizarem.
Descrição original:
Apresentação de slides utilizada na disciplina de Direito Civil - Parte Geral sobre tema "Representação" no Direito Civil.
A representação é a legitimação para agir por conta de outra pessoa, conferida por lei ou contrato. O representante deve provar sua qualidade e os limites de seus poderes, sob pena de responder pessoalmente por atos que os excedam. Negócios jurídicos celebrados pelo representante com ele mesmo podem ser anulados se houver conflito de interesses e se a lei ou o representado não autorizarem.
A representação é a legitimação para agir por conta de outra pessoa, conferida por lei ou contrato. O representante deve provar sua qualidade e os limites de seus poderes, sob pena de responder pessoalmente por atos que os excedam. Negócios jurídicos celebrados pelo representante com ele mesmo podem ser anulados se houver conflito de interesses e se a lei ou o representado não autorizarem.
É a legitimação para agir por conta de outra pessoa, que nasce da lei ou do contrato. Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
A norma jurídica confere Poderes conferidos por negócio jurídico
poderes. específico: o mandato.
• Pai/mãe - filho menor (arts. Art. 653 do Código Civil:
115, 1.634, V, e 1.690) “Opera-se o mandato quando alguém recebe • Tutor – pupilo (art. 1.747, I) de outrem poderes para, em seu nome, • Curador – curatelado (art. praticar atos ou administrar interesses. A 1.774). procuração é o instrumento do mandato”. • Atividade obrigatória, instituída em razão da necessidade de se atribuir a alguém a função de cuidar dos interesses das pessoas incapazes. Portanto, supre a falta de capacidade do representado e tem caráter personalíssimo, sendo indelegável o seu exercício.
• Também é possível a representação legal de pessoas capazes em
algumas situações: sindicatos, para a celebração de acordos coletivos; do síndico com relação aos condomínios em edificações ou edilícios; do administrador da massa falida; do inventariante com relação ao espólio. • Finalidade: permitir o auxílio de uma pessoa na defesa ou administração de interesses alheios. • Ocorre mediante outorga de procuração, que é o instrumento do mandato, pela qual uma pessoa investe outra no poder de agir em seu nome. • Pode ser revogada a qualquer tempo pelo representado. • Todas as pessoas capazes podem dar procuração mediante instrumento público ou particular. • A atuação do representante vincula o representado. Os poderes de representação podem ser absolutos ou relativos.
No primeiro caso, em razão da representação, o representado
não pode praticar o negócio jurídico diretamente.
No segundo, a representação não inibe a prática do negócio
jurídico pelo próprio representado. Os poderes de representação podem ser, também, amplos ou limitados.
Os poderes relativos costumam ser limitados pelos termos do
instrumento de outorga.
Em qualquer caso, porém, mesmo no de poderes absolutos, são
eles limitados pela anulabilidade dos assim chamados "negócios consigo mesmo", uma metáfora para designar as relações negociais em que uma das partes é também representante da outra parte. Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. COBRANÇA DE DÍVIDA JÁ PAGA. RESPONSABILIDADE DO MANDATÁRIO INEXISTENTE. RESPONSABILIDADE DO MANDANTE POR ATO DO MANDATÁRIO. CULPA IN ELIGENDO. APELO CONHECIDO E PROVIDO. O mandatário, haja vista atuar em nome do mandante, não responde por eventuais danos causados a terceiros. O mandatário só será responsável por eventual indenização se comprovada a sua negligência por ato próprio ou, ainda, se advertido previamente sobre a falta de higidez da cobrança, nela prosseguir. Configurado o nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo Autor e a conduta do Banco, resta patente o dever de reparação civil. Responde o mandante pelos atos do mandatário dentro do limites dos poderes a ele deferidos, em decorrência da culpa in eligendo. Apelo conhecido e provido. (TJRN, 2010.002296-6, 29/03/2011,1ª Câmara Cível) AÇÃO ORDINÁRIA DE RESTITUIÇÃO DE VALORES. COMPRA DE IMÓVEL. IMPOSSIBILIDADE DE EFETIVAÇÃO DO REGISTRO. MANDATO EXCEDENTE. ART. 1313 DO CÓDIGO CIVIL. RECURSO DESPROVIDO. Se o mandatário contraria as instruções do mandante, excedendo os limites do mandato, fica obrigado para com terceiro que contratou acerca do mesmo objeto, eximindo- se o mandante de responsabilidade. A procuração específica, destinada à formalização de negócio de compra e venda e à lavratura da escritura, impede que o mandatário exceda seus poderes e venda o imóvel para terceiro de forma concomitante. Em assim agindo, há evidente responsabilidade deste perante o adquirente prejudicado com o negócio que, por outro lado, não pode imputar à mandante a responsabilidade pela impossibilidade de registro da escritura, já que a mesma não pode prever a atitude desleal praticada pelo mandatário. (TJSC, Apelação Cível n. 1999.005875-1, de Papanduva, rel. Des. Carlos Prudêncio, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 22-06-1999). • Necessidade de comprovação da qualidade de representante e da extensão dos poderes outorgados.
• Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com
quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
• Os negócios jurídicos realizados pelo representante são assumidos
pelo representado, aquele terá o dever de provar àqueles, com quem vier a tratar, a sua qualidade e a extensão dos poderes.
• A sanção para o excesso de atuação é a responsabilidade
pessoal do representante pelos atos excedentes. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CONDIÇÕES DA AÇÃO -LEGITIMIDADE ATIVA - TEORIA DA ASSERÇÃO -DENUNCIAÇÃO DA LIDE - DER/MG - NÃO CABIMENTO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - RETIRADA DE TERRA DE IMÓVEL RURAL-AUTORIZAÇÃO CONCEDIDA POR TERCEIRO -AUSÊNCIA DE PODERES DE REPRESENTAÇÃO - NULIDADE -DANOS MATERIAIS DEVIDOS - DANOS MORAIS - NÃO CONFIGURAÇÃO - MEROS ABORRECIMENTOS - INDENIZAÇÃO INDEVIDA. IV - Uma vez que a autorização para retirada de terra do imóvel do autor foi concedida por terceiro, que não era proprietário do imóvel, caberia à segunda apelante verificar se o terceiro tinha poderes de representação nos termos do art. 118 do Código Civil. V - Não provada a qualidade de representante do terceiro que autorizou a retirada de volume de terra do imóvel do autor, cabe à ré reparar o dano a ele causado. (Superior Tribunal de Justiça STJ - AREsp 925692 MG 2016/0123785-0) “No caso em exame, a segunda apelante não exigiu a prova da qualidade de representante do Sr. José Goulart de Moreira e muito menos a extensão dos poderes. Nesse contexto, a autorização concedida pelo Sr. José Goulart de Moreira é nula, motivo pelo qual cabe à segunda apelante reparar os danos causados ao autor/primeiro apelante.” Legal é o que decorre da lei, ou seja, aquele a quem a lei confere poderes para administrar bens e interesses alheios, como pais, em relação aos filhos menores.
Judicial é o nomeado pelo juiz, para exercer poderes de
representação no processo, como o inventariante, o síndico da falência, o administrador da empresa penhorada.
Convencional é o que recebe mandato com poderes
nele expressos, podendo ser em termos gerais ou com poderes especiais. • Quando o autor do negócio jurídico intervém com um duplo papel, sendo que uma das partes é ele mesmo, atuando em nome próprio, e outra é a pessoa por ele representada. • Quando o contratante é representante das duas partes por força de relações representativas distintas.
Há possibilidade da celebração do contrato consigo mesmo,
desde que a lei ou o representado autorizem a realização. Sem a observância dessa condição, o negócio é anulável. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. REQUERIDOS QUE TERIAM TRANSFERIDO PARA SI, MEDIANTE PROCURAÇÃO OUTORGADA PELOS REQUERENTES, IMÓVEL DE PROPRIEDADE DESTES ÚLTIMOS. DENÚNCIA DE AUSÊNCIA DE PAGAMENTO PELO IMÓVEL. PLEITO DE NULIDADE DA PROCURAÇÃO, DA ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA, E DAS RESPECTIVAS ANOTAÇÕES NO REGISTRO IMOBILIÁRIO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA E CONDENAÇÃO EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. INSURGÊNCIA DOS AUTORES. ARGUMENTO DE QUE A SENTENÇA FOI EMBASADA EM PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. INOCORRÊNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO DOTADO DE EVIDENCIAS DOCUMENTAIS SUFICIENTES QUE RECHAÇAM A TESE ESTAMPADA NA EXORDIAL. ALEGAÇÃO DE QUE O AUTOCONTRATO É PASSÍVEL DE NULIDADE, NOS TERMOS DO ART. 117 DO CC. IMPOSSIBILIDADE. PROCURAÇÃO QUE AUTORIZAVA AO OUTORGADO, DE FORMA EXPRESSA, A ALIENAÇÃO E A TRANSFERÊNCIA DO IMÓVEL LITIGADO PARA SI MESMO. DOCUMENTOS E CONTRATOS QUE DEMONSTRAM A REALIZAÇÃO, PELOS REQUERIDOS, DO RESPECTIVO PAGAMENTO AOS AUTORES. AUSÊNCIA DE PROVA DO ATO CONSTITUTIVO DO DIREITO RECLAMADO. ÔNUS QUE INCUMBIA AOS REQUERENTES, NOS TERMOS DO ART. 333, I, DO CPC/1973. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA NOS TERMOS DO ART. 80, II, DO CPC/2015. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0002943-45.2013.8.24.0113, de Camboriú, rel. Des. Rodolfo Cezar Ribeiro Da Silva Tridapalli, Quarta Câmara de Direito Civil, j. 28-02-2018). Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. • Havendo conflito de interesses com o representado, com pessoa que devia ter conhecimento desse fato, aquele ato negocial deverá ser declarado anulável. • Terceiro de boa-fé: responsabilidade do representante. • Prazo decadencial: 180 dias, contados da conclusão do negócio jurídico ou da cessação da incapacidade do representado. • Havendo conflito de interesses entre representado e representante, os atos negociais deverão, para ser válidos, ser celebrados por curador especial. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES (MENOR EXEQUENTE E GENITOR EXECUTADO). AUTOMÓVEL DADO COMO PARTE DO PAGAMENTO. BEM TRANSFERIDO PARA A PROPRIEDADE DA REPRESENTANTE DA INFANTE. PREJUÍZO À MENOR EVIDENCIADO. BEM QUE NÃO SATISFAZ A NATUREZA ALIMENTAR DA OBRIGAÇÃO. RENÚNCIA PARCIAL AOS ALIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO INDISPONÍVEL E PERSONALÍSSIMO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1.707 DO CÓDIGO CIVIL. NULIDADE DA SENTENÇA VERIFICADA. COLISÃO DE INTERESSES ENTRE A CRIANÇA E SUA REPRESENTANTE LEGAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 9º, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. NECESSIDADE DE NOMEAÇÃO DE CURADOR ESPECIAL. RECURSO PROVIDO. "'A representante legal do menor encontra, no Código Civil, expressa vedação para renunciar aos alimentos devidos à criança, constituindo-se tal liberalidade em escancarada afronta ao art. 1.707 do aludido Diploma. (AI n. 2008.043406-1, Rel, Des. Eládio Torret Rocha, j. em 15-3-2010)." (AC n.º 2011.088836-7, relª. Desª. Maria do Rocio Luz Santa Ritta, DJ de 8-5-2012). A teor do art. 9º, I, do Código de Processo Civil, "havendo conflito de interesses entre a genitora e o exequente, faz-se necessária a nomeação de curador especial a fim de proteger os interesses do menor. (AC n.º 2012.006148-3, rel. Des. Fernando Carioni, DJ de 13-3-2012). (TJSC, Apelação Cível n. 2012.027060-4, de Blumenau, rel. Des. Carlos Prudêncio, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 20-11-2012). APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DÉBITO ALIMENTAR. ACORDO ENTABULADO. HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL. AJUSTE QUE NÃO CONTEMPLA A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DO MENOR. SÚMULA 309 DO STJ. CONFLITO DE INTERESSES ENTRE A REPRESENTANTE E O REPRESENTADO. NECESSIDADE DE NOMEAÇÃO DE CURADOR ESPECIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 9º, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA CASSADA. RECURSO PROVIDO. Não merece chancela judicial o acordo entabulado entre executado e representante do exequente que passa ao largo sobre os interesses do menor, em evidente prejuízo seu. Havendo conflito de interesses entre a genitora e o exequente, faz-se necessária a nomeação de curador especial a fim de proteger os interesses do menor. (TJSC, Apelação Cível n. 2012.006148-3, de Blumenau, rel. Des. Fernando Carioni, Terceira Câmara de Direito Civil, j. 13-03-2012).