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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2021.0000497616

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração Cível


nº 1013084-66.2015.8.26.0506/50000, da Comarca de Ribeirão Preto, em que são
embargantes LIZETE CARMEM ALBERICI ROBERTO e EDVALDO TARGA
ROBERTO (ESPÓLIO ), é embargado ITAÚ UNIBANCO S/A.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 12ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão:Rejeitaram
os embargos. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores JACOB VALENTE


(Presidente) E TASSO DUARTE DE MELO.

São Paulo, 28 de junho de 2021.

CERQUEIRA LEITE
relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº: 37.813


EDEC.Nº: 1013084-66.2015.8.26.0506/50000
COMARCA: Ribeirão Preto
EBTE. : Lizete Carmem Alberici Roberto
EBDO. : Itaú Unibanco S/A.
INTER. : Edvaldo Targa Roberto (espólio)

Embargos de declaração - Oposição pela apelante, sob o


fundamento de erro material, contradição, obscuridade e
omissão Voto coerente, claro e completo ao negar
provimento ao recurso da apelante Prescrição para o caso
concreto trienal, em se tratando de pretensão revisional e de
enriquecimento sem causa com base no art. 206, § 3º, inciso
IV, do Código Civil, cognoscível de ofício - Prudência do
juízo de permitir manifestação prévia aos demandantes,
conforme o art. 487, parágrafo único, do novo CPC, c.c. os
arts. 9º e 10 do mesmo estatuto - Silêncio do demandante a
quem a prescrição aproveita não interpretado como renúncia
- Embargos de declaração rejeitados.

Inconformada com o voto condutor do


acórdão que negou provimento ao recurso de apelação, a
apelante opõe embargos de declaração sob o fundamento de
erro material, contradição, obscuridade e omissão,
expondo que a ação é revisional e a prescrição para o
caso é de 10 anos, mas o voto trilhou o entendimento de
que a prescrição é trienal e refutou o argumento de que o
réu renunciou à prescrição, faltando dizer que houve
violação ao art. 141 do novo CPC. Em seguida, tece
considerações sobre os abusos que maculam o contrato de
financiamento, apurados em estudo contábil e, também, no
laudo pericial, daí o erro material a ser sanado e as
obscuridades e omissões a serem suprimidas.

Diante do teor dos embargos de declaração,


na forma do art. 1.023, § 2º, do novo CPC deu-se
oportunidade de manifestação ao réu, que veio a fls.
549/550.

É o relatório.

Nenhum vício contamina o voto condutor do


acórdão, sendo manifestamente infringente a oposição dos
embargos de declaração como se o voto contivesse erro

Embargos de Declaração Cível nº 1013084-66.2015.8.26.0506/50000 - 2


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material, contradição, obscuridade e omissão.

A renúncia à prescrição - disse-o o voto


há de se expressa e não implícita. No silêncio, não se
pode admitir que houve renúncia a quem a prescrição
aproveita.

Por isso, o voto rejeitou a arguição de


sentença "extra petita" ao pronunciar a prescrição e
lembrou que o juízo de primeiro grau, antes de prolatar a
sentença e conhecer, de ofício, da prescrição ao amparo
do art. 487, parágrafo único, do novo CPC, teve a
prudência de permitir manifestação prévia aos demandantes
nos moldes dos arts. 9º e 10 do mesmo estatuto.

Ato contínuo, o voto fundamentou a


prescrição trienal, com base no art. 206, § 3º, inciso
IV, do Código Civil, ao se referir à pretensão ao
ressarcimento do enriquecimento sem causa contada do
vencimento da última prestação do mútuo de financiamento
imobiliário. A prescrição é prejudicial do mérito.

A circunstância de ser decenal a


prescrição da ação revisional de contrato não colide ou
contradiz a prescrição trienal da pretensão ao
ressarcimento do enriquecimento sem causa cognoscível de
ofício pelo juiz. O prazo menor se sobrepõe.

Diante do exposto, rejeitam-se os embargos


de declaração.

CERQUEIRA LEITE
Relator

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