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Tecnologia da Soldagem

1º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário Geral
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Apresentação


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 3
Diretor da EEUFMG Ementa 3
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
Objetivos de aprendizagem 3
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Estruturação 4
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães Processos de Soldagem 5
Supervisão de área
Fundamentos de Soldagem 71
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel Comunicação e relações humanas 122
Mendes de Almeida Carvalho
Informatica básica 146
Matemática 202
Instrutores Colaboradores
Arthur Electo

César Romero Afonso Goulart Júnior

João Paulo Faria

Lara Alves Rachid

LarissaCoelho

Matheus Pires

Túlio Duarte

Victor Horta Miranda


Apresentação
Ementa
A seguinte apostila tem por finalidade auxiliar na capacitação dos trabalhadores que se
envolvem com a área da Soldagem, fornecendo embasamento teórico sobre a matéria
técnica de soldagem.

Objetivos da Aprendizagem
As disciplinas aqui tratadas tem como objetivo dar todo o suporte do conhecimento básico
para sua utilização nas matérias técnicas, além do conteúdo básico nos tratamos com
disciplinas de formação complementar que consideramos fundamentais para sua formação
como profissional - independente da área de atuação- sendo eles os conteúdos de
Informática e Comunicação e Relações Humanas que vão contribuir tanto para sua vida
profissional quanto pessoal!

As matérias técnicas aqui tratadas tem a finalidade de construir um conhecimento sólidos


dos fundamentos da soldagem por meio do entendimento físico e químico de cada
processo, além de ensinar sobre os processos comumente utilizados no mercado,
apontando as suas característica com o objetivo desenvolver a capacidade de discussão e
senso critico sobre o processo de soldagem. Ao longo de todo esse processo será sempre
mantida a relação entre a teoria aprendida e as aplicações práticas dentro do laboratório.
Finalmente, e esperado que os estudantes diplomados tenham capacidade de
desenvolver, compreender e aplicar todos os conhecimentos aprendidos em sala de aula
na indústria.

Esperamos que esse conteúdo seja muito útil ao longo do seu aprendizado e
desenvolvimento!
Bons estudos!

Todas as sugestões para melhora desse material são muito bem vindas, para dar
sugestões procure pelo instrutor responsável pela matéria ou deixe sua opinião na
secretaria do CIPMOI.
Estruturação
Este livro faz parte de uma sequencia de quatro apostilas complementares que buscam
dar sequencia as unidades introduzidas ao longo dos quatro bimestres, por cada uma das
matérias lecionadas no curso, tendo cada uma delas temas relevantes para a sua
aprendizagem. Estas unidades são chamadas Unidades Temáticas. Os assuntos ou temas
das unidades podem estar relacionados entre si e cada uma delas tem começo, meio e fim
e ocupa, aproximadamente, de 16 a 20 paginas do livro-texto. Todas as Unidades
Temáticas tem a mesma estrutura editorial interna. Dada a importância dessa forma de
organização da Unidade, você encontra a seguir uma apresentação explicativa dessa
estrutura.

Estrutura editorial da Unidade Temática


Um começo de conversa - e a apresentação geral da unidade, na qual o aluno será
informado do que vai se tratar e de quais os objetivos de aprendizagem que se pretendem
alcançar.
Objetivo de aprendizagem - tópico gerador - o aluno devera ser chamado a refletir sobre
o tema da unidade e terá oportunidade de identificar o que já sabe sobre o assunto. Parte
do pressuposto que quase todos nos sabemos algo a respeito de quase tudo, e que a
melhor maneira de aprender coisas novas e partir daquilo que já sabemos sobre o
assunto. E importante se viver a experiencia de descobrir o que se sabe.
Em busca da informação - e nesta seção que os pontos mais importantes do conteúdo
da unidade serão desenvolvidos. Parte-se do pressuposto que, para ser um bom
profissional, o aluno precisa conhecer bem o conteúdo da unidade. Tudo o que for
apresentado neste tópico será coerente com os objetivos indicados em “Um começo de
conversa” e precisa fazer sentido de acordo com aquilo que o aluno já sabe. Nem sempre
o conteúdo apresentado nesta seção vai confirmar o que o aluno já conhece. Pode ser que
o resultado da “busca de informações” seja, exatamente, mostrar que o conhecimento
prévio sobre o assunto e equivocado. Este conteúdo pode levar a dar a esse
conhecimento prévio um novo significado. Podem-se apresentar exercícios de menor
complexidade que o aluno possa fazer individualmente e em casa.
Colocando o conhecimento em pratica - nesta seção, o aluno devera encontrar
atividades, exercícios, leituras, propostas de reflexão, enfim, aquilo que for pertinente para
aplicar os conhecimentos que foram adquiridos. Algumas atividades devem ser em grupo e
outras individuais.
Recapitulando - nesta seção da Unidade Temática, e apresentada uma síntese do que foi
examinado, que poderá ser complementado com um texto, ou alguma atividade que
cumpra o objetivo de sistematizar o que foi aprendido.
Para saber mais - Bibliografia - o aluno sempre pode saber mais. Por isso, aqui são
indicados livros, artigos, filmes e outros meios que apresentem conteúdo relevante para o
tema desenvolvido na unidade.
Prática de Laboratório - Instruções para a aula pratica a ser realizada no laboratório.
Processos de Soldagem
1º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais Sumário
Reitor Unidade 1: Introdução a Soldagem 7
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
1.1 Formação da junta soldada 9
Vice-reitor
1.2 Vantagens 13
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.3 Desvantagens 14
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1.4 Terminologia e simbologia da soldagem 14

Diretor da EEUFMG Unidade 2: OFW 19


Prof. Cícero Murta Diniz Starling
2.1 Fundamentos 20
Vice- Diretor da EEUFMG
2.2 Vantagens 22
Prof. Luiz Machado
2.3 Desvantagens 22
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.4 Equipamentos 23

Supervisão de área 2.5 Consumíveis 26

Prof. Alexandre Queiroz Bracarense 2.6 Técnica Operatória 28


2.7 Aplicações Industriais 31
Carolina Martins Abreu

Gabriel Mendes de Almeida Carvalho


Unidade 3: OFC 36
3.1 Fundamentos 37
Instrutores Colaboradores 3.2 Vantagens 37

Arthur Electo de Moura Lima 3.3 Desvantagens 37


3.4 Equipamentos 38
César Romero Afonso Goulart Júnior
3.5 Consumíveis 40
Matheus Pires Oliveira
3.6 Técnica Operatória 40
Túlio Antonio Duarte
3.7 Aplicações Industriais 40

Unidade 4: SMAW 45
4.1 Introdução a eletricidade 47
4.2 Fundamentos 50
4.3 Vantagens 51
4.4 Desvantagens 51
4.5 Equipamentos 52
4.6 Consumíveis 56
4.7 Técnica Operatória 60
4.8 Aplicações Industriais55 63

Tecnologia da Soldagem ‹nº› CIPMOI 2020


Unidade 1: Introdução
a Soldagem
Um começo de conversa

Os processos de soldagem utilizados atualmente tiveram suas técnicas desenvolvidas


desde os primórdios das civilizações. A brasagem e o forjamento já eram utilizados muito
antes dos processos que hoje abordamos como soldagem existirem. Na Idade Média e
Antiguidade sua função principal era a produção de armas e outros instrumentos cortantes,
onde já havia uma preocupação com o material e consequentemente, propriedades físicas
do objeto, como tenacidade, durabilidade, resistência mecânica, dureza, etc.
Entretanto, com o passar dos tempos a soldagem perdeu espaço para outros processos,
como a parafusagem, rebitagem e a fundição. Apenas com o surgimento e
desenvolvimento das técnicas de soldagem a arco elétrico e soldagem a combustão voltou
a assumir seu lugar no mercado em conjunto com a crescente demanda da fabricação e
utilização de aço em chapas e estruturas.
Em 1885, Nikolas Bernados e Stanislav Olszewsky obtiveram a primeira patente de um
processo de soldagem com um arco elétrico estabelecido entre a peça e um eletrodo de
carvão. Cerca de 5 anos depois, N. G. Slavianoff e Charles Coffin, desenvolveram a
soldagem a arco elétrico com eletrodo nu. Em 1907, Oscar Kjellberg concretiza a patente
do eletrodo revestido, na época, a base de cal, com a função única de estabilizar o arco.
Desde então os processos vêm sendo desenvolvidos e novos métodos têm surgido na
pesquisa e na indústria, movimentados pela demanda industrial crescente. Atualmente
mais de 50 processos de soldagem têm utilização industrial importante, de forma a tornar a
soldagem o mais relevante método de união dos metais. compreensão da unidade serão
revisadas algumas características do processo GMAW.

Figura 1.1: Soldagem oxigás de oleoduto, Islândia, 1930.

Fonte: http://www.vancouversun.com/Glenbow+Archive/9816188/story.html

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Objetivos da Aprendizagem

Este capítulo tem como objetivo introduzir conceitos importantes ao bom entendimento da
soldagem, visando proporcionar ao aluno condições fundamentais para o entendimento
dos processos e fenômenos físico-químicos que envolvem a união de metais por
soldagem.

Em busca de informações

A união de materiais é uma das etapas mais importantes do processo de desenvolvimento


de maquinas e equipamentos. Rebitagem, colagem, parafusagem e soldagem são alguns
dos métodos usados para unir dois ou mais materiais. No inicio do século passado,
principalmente durante os períodos de guerra, ocorreu um grande avanço na tecnologia
dos processos de soldagem, o que proporcionou a construção de grandes estruturas de
forma mais rápida e econômica. Hoje podemos afirmar que é possível realizar a soldagem
de quase todos metais ou ligas, isso se deve a melhor compreensão dos profissionais da
soldagem a respeito dos processos e fenômenos metalúrgicos que os envolve. A seguir
serão mostrados os princípios da união de materiais por soldagem.

Figura 1.2: Processo de Soldagem SMAW.

Fonte: http://viacarreira.com/curso-de-tecnico-em-soldagem-225647/

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Formação da junta Soldada
Diferente da rebitagem ou da parafusagem, em que o que mantém os metais unidos são
as forças macroscópicas de atrito entre o rebite e os próprios materiais, o que mantém
dois materiais unidos nos processos de soldagem são as forças das ligações químicas
entre os átomos dos metais, a qual chamamos de forças microscópicas. Segundo a
termodinâmica, há uma tendência dos átomos da superfícies de um material se ligar
espontaneamente com átomos da superfície de outros metais, porém, para que tal
fenômeno venha a ocorrer, esses átomos necessitam estar a uma distância muito próxima
entre si, cerca de milhares de vezes menor que a espessura de um fio de cabelo para que
os dois materiais possam se ligar ao serem aproximados. Esse fenômeno é observado ao
pressionar dois blocos de gelo, ao retirar a pressão será notado que os dois blocos se
uniram, em outras palavras, os átomos da superfície de um bloco de gelo se uniram aos
átomos da superfície de outro bloco de gelo, formando uma “junta de solda”. Esse
processo é representado pela figura abaixo:

Figura 1.3: União por Soldagem

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

Embora esse fenômeno possa ser notados com dois blocos de gelo, sabemos que ao
aproximar e pressionar com as mão dois metais uma junta de solda não é formada. Isso
ocorre porque não foi possível aproximar o suficiente os átomos das superfícies metálicas,
devido a presença de óxidos nas superfícies e de uma rugosidade elevada.
Rugosidade é uma medida das variações do relevo de uma superfície. Cada processo de
fabricação confere ao metal uma rugosidade superficial, como mostrado na tabela abaixo:

Tabela 1.1: Rugosidade para diferentes formas de acabamento.

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Mesmo as superfícies mais bem retificadas e polidas apresentam uma rugosidade que
impossibilitam a aproximação suficiente dos átomos a uma outra superfície. Apenas alguns
poucos pontos de contato entre átomos são formados, o que não garante a resistência da
solda nem a união dos materiais. A figura abaixo ilustra a rugosidade de uma superfície.
Mesmo uma superfície com um acabamento cuidadoso apresenta irregularidades da
ordem de 50 nm (5x10-8 m) de altura, isto é, cerca de 200 camadas atômicas.

Figura 1.4: Rugosidade

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

Outra questão que impede a união de dois metais por contato é a formação de óxidos na
superfície dos mesmos. Grande parte dos metais em contato direto com o oxigênio tendem
sofrer oxidação, formando, portanto camadas de óxidos em suas superfícies, essas
camadas de óxidos são um obstáculo ao contato direto entre átomos de duas superfícies
metálicas.
Para contornar tais obstáculos, duas tecnologias diferentes foram desenvolvidas para
soldar metais, as quais chamaremos de soldagem por fusão e soldagem por compressão.
Soldagem por Pressão (ou por deformação)
Nos processos de soldagem por pressão, dois materiais são pressionados (compressão)
sobre altas pressões, provocando deformação plástica na superfície desses materiais,
diminuindo a rugosidade superficial e proporcionando o contato direto entre átomos
metálicos, possibilitando a formação de uma junta. Em geral, a aplicação de alta pressão é
acompanhada da aplicação de calor na região da junta. A figura abaixo ilustra esse
processo:

Figura 1.5: Soldagem por Pressão.

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
São vários os processos de soldagem por pressão, dentre eles destacam-se a soldagem
por forjamento, por ultrassom, por fricção, por difusão, por explosão, entre outros.

Soldagem por fusão


São processos que provocam a fusão localizada de metais através da aplicação de calor,
os átomos dos metais se ligam facilmente no estado líquido e quando a região de mistura
de metais líquidos é resfriada, o metal fundido se solidifica e as ligações entre os metais
permanecem, formando dessa forma uma solda, como mostra a figura 1.3 . Esse processo
pode ser realizado com ou sem a presença de um metal de adição.
A soldagem por fusão engloba um grande número de processos com diferentes
características. Dentre eles tem-se soldagem com eletrodo revestido, TIG, MIG/MAG, a
plasma, a arco submerso, oxigás, com arame tubular, entre outros.
Também serão estudados nesta apostila outros processos como brasagem, oxicorte e
corte a plasma. As imagens abaixo ilustram alguns dos diversos processos de soldagem
existentes e que veremos ao longo do curso de tecnologia soldagem do CIPMOI.

Figura 1.5: Soldagem Subaquática. Figura 1.6: Soldagem por Resistência.

Fonte: https://www.fugro.com/pt- Fonte:


br/servicos/integridade-dos-ativos- https://asmtreinamentos.com.br/cursos/qualificac
maritimos/servicos-irm/servicos-de-mergulho . ao-em-soldagem-por-resistencia/.

Figura 1.7: Brasagem de Circuito eletônico. Figura 1.8: Soldagem Robotizada.

Fonte: https://www.robots.com/articles/what-are -the-


Fonte: https://athoselectronics.com/como-soldar/.
advantages-of-robot-welding-over-manual-welding .

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.10: soldagem por Arco
Figura 1.9: Soldagem TIG.
Submerso

Fonte:
Fonte: alusolda.com.br/detalhes-importantes-
www.amelhormaquinadesolda.com.br/solda-
no-processo-de-solda-tig/
arco-submerso/

Figura 1.11: Processo Oxicorte Figura 1.12: Soldagem Oxi-gás

Fonte: www.eutectic.com.br/equipamentos- Fonte: www.eutectic.com.br/equipamentos-corte-


corte-termico-macaricos.html termico-macaricos.html

Figura 1.13: Soldagem por fricção. Figura 1.14: Peça soldada por exploxão

Fonte: www.mecanicaindustrial.com.br/621-
Fonte: www.ufrgs.br/lamef/
soldagem-por-explosao

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
O esquema abaixo mostra alguns dos vários tipos de processos de soldagem existentes.

Figura 1.15: Esquema representativo dos processos de soldagem e suas classificações..

Fontehttp://www.cpscetec.com.br/cpscetec/arquivos/apostila_soldagem.pdf

1.2 Vantagens

Algumas das vantagens da soldagem são:


• É o principal processo usado na união permanente de peças metálicas, permitindo
montagens com rapidez, segurança e economia de material,
• Pode ser utilizada para unir ligas metálicas de tipos e espessuras variados com um
grande número de processos à disposição,
• É um processo muito versátil, pois suas aplicações vão desde o chão de fábrica até o
campo, com diferentes níveis de qualidade,
• Dispensa mecanismos para impedir vazamento na união de tubulações

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.3 Desvantagens

Algumas das desvantagens da soldagem são:


• Forma uma união permanente, portanto não deve ser utilizada em juntas que
necessitam ser desmontadas.
• Geralmente utiliza calor e/ou pressão sobre a peça e certos materiais podem ser
fragilizados por essas condições.
• Uma falha pode se propagar através de uma união feita por soldagem, e não se
propagaria numa união por parafusagem ou rebitagem.
• Alguns materiais apresentam difícil soldabilidade, o que pode exigir condições especiais
de soldagem.

1.4 Terminologia e Simbologia

Para um bom entendimento dos fantásticos processos e fenômenos físico-químicos que


envolvem os processos de soldagem é primeiro necessário entender alguns símbolos e termos
de extrema importância. O bom entendimento desses conceitos é fundamental para o
profissional da soldagem, então fique ligado:
• Solda ou Cordão de Solda: É o resultado do processo de soldagem;
• Metal Base: É a peça ou material que está sendo soldado;
• Metal de Adição ou Metal de Solda: É o material adicionado no processo de soldagem
para formação do cordão de solda;
• Poça de Fusão: É a região em estado líquido fundida pela fonte de calor;
• Penetração: É a distância da superfície original da peça ao ponto em que termina a fusão.

Figura 1.16: Esquema representativo de Processos de Soldagem por Fusão..

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Juntas: Região entre as duas peças que serão unidas. Existem 5 tipos de juntas: De topo,
de ângulo, de canto, sobreposta e aresta. Em juntas de topo e de ângulo é possível ter
penetração total ou parcial.

Figura 1.17: Tipos de Juntas.

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

Chanfros: Aberturas feitas nas peças a serem soldadas para garantir o preenchimento de
material por toda a espessura da peça.

Figura 1.18: Tipos de Chanfros..

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

• S: Nariz,
• f: Abertura da raiz, folga ou fresta,
• B: Bisel, angulação de um elemento da junta,
• a: ângulo do Chanfro
• Regiões de uma junta soldada: Metal Base, ZTA (Zona termicamente afetada) e Zona
Fundida

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.19: Regiões de uma Junta soldada

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

Posição de Soldagem: É a posição da peça a ser soldada. Pode ser Plana, Horizontal,
Vertical, Sobre cabeça, etc.

Figura 1.20: Posições de Soldagem

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1) O que é soldagem?
2) Em que situações a soldagem é melhor do que outros processos de união de
materiais?
3) Em que situações a soldagem é pior do que outros processos de união de materiais?
4) O que é uma junta? Dê 3 exemplos de juntas.
5) O que é um chanfro? Dê 3 exemplos de chanfros.
6) O que é posição de soldagem? Dê 3 exemplos de posições.
7) O que é ZTA?

Recapitulando

Nesse capítulo foram introduzidos os conceitos do processo FCAW. Vale lembrar que é um
processo que assemelha muito ao processo GMAW e muitas vezes eles são confundidos.
Entretanto, a diferença entre entre os processos é clara: O GMAW utiliza arame sólido
maciço como arame eletrodo, enquanto o FCAW utiliza arame tubular preenchido com
fluxo. Além disso, o processo de soldagem a arco elétrico com arames tubulares possui
algumas variações ao utilizar arames especiais como o metal cored, que aumenta a taxa
de deposição de metal no cordão e o autoprotegido que dispensa o uso de gases de
proteção.

Para saber mais

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.


Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

• Abertura da raiz, folga ou fresta. Youtube. 13 Mar. 2011. 21min. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=vaowprWqa8A (Soldagem: Telecurso 2000).f:

• Soldagem FCAW. Verner. Youtube. 21 dez.2012. 4min17s. Disponível em:<


https://www.youtube.com/watch?v=k7M7dhR27i4>. Acesso em: 12 mai. de 2020.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Prática de laboratório

• No laboratório, os alunos terão acesso a máquina de solda para efetivamente


praticarem os processos de soldagem, para segurança de todos e manutenção da
organização do laboratório algumas regras devem ser seguidas.
• Normas do laboratório:
• Para segurança dos alunos é obrigatório:
• Uso de calçado fechado com solado de borracha, preferencialmente bota de segurança
para soldador (proibido tênis esportivo);
• Uso de calça comprida jeans e camiseta com manga;
• Manter o cabelo sempre preso (para cabelos grandes);
• Retirada de adornos pessoais como relógio, pulseira, aliança, anel, colar, corrente, etc.
• É obrigatório o uso de todos os EPIs durante as aulas;
• Os alunos que vierem de chinelo, sandália, shorts ou camisa sem manga não poderão
participar das aulas práticas;
• Ao início das aulas deve-se:
• Dirigir a sala teórica onde deixará seus materiais e retirará os adornos pessoais;
• Pegar os EPIs no respectivo armário, assinar a lista de presença;
• Vestir todos os EPIs e dirigir-se para cabine.
• Ao final das aulas deve-se:
• Desligar todas as máquinas e disjuntores;
• Fechar todos os cilindros de gás;
• Realizar 5S (Organização e Limpeza) na cabine e na sala;
• Dobrar e organizar os EPIs e guarda-los no armário correspondente;
• Os alunos que deixarem cabines sujas, ferramentas e EPIs fora dos armários estarão
sujeitos a punições.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: OFW

Um começo de conversa

A soldagem a gás oxicombustível (Oxifuel Gas Welding – OFW), ou simplesmente


soldagem a gás, é um processo de soldagem por fusão no qual a coalescência (união) dos
metais é obtida pelo aquecimento com uma chama gerada por um gás combustível
(geralmente acetileno) em conjunto com um comburente (oxigênio). Nesse processo pode-
se utilizar metal de adição e, nesse caso, ele também é fundido na operação.

Figura 2.1: Processo OFW.

Fonte: https://www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

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Objetivos da Aprendizagem

Este capítulo visa proporcionar ao aluno sólido conhecimento no que se refere ao


processo de soldagem oxicombustível, introduzindo conceitos fundamentais para o
entendimento do processo, bem como os materiais usados, técnica operatória e
aplicações.

Em busca de informações

2.1 Fundamentos

A soldagem oxigás ainda tem sua importância na modernidade. Apesar de ter uma baixa
produtividade e uma fonte de calor não tão potente quando comparada aos processos de
soldagem a arco elétrico, esse processo ainda e muito usado em pequenas oficinas, na
realização de reparos e soldagem de materiais finos, devido ao seu baixo custo e
versatilidade. Para compreender o processo por trás da soldagem a gás é necessário
entender primeiro alguns conceitos físico-químicos como fusão, combustão e
coalescência.
Fusão: Transição da fase sólida para a fase líquida de uma substância ou mistura.
Exemplos: Gelo se transformando em água. Sorvete passando do estado sólido para o
estado líquido, parafina de uma vela acesa.

Figura 2.2: Fusão de Cubo de Gelo.

Fonte:www.universiaenem.com.br/

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Combustão: Queima; Reação química na qual se produz calor a partir de um combustível
e um comburente, iniciada por uma faísca ou outra fonte de calor. Exemplos: Carvão,
fogão à gás (combustível: butano), motor automotivo (combustível: gasolina, álcool ou
diesel), vela.
Coalescência: Fusão; Junção ou união do que estava separado; Aumento do volume da
gota de um líquido por meio do contato com outras. Exemplos: Gotas de chuva que se
unem quando estão escorrendo no vidro de um carro, bolhas de gás que se unem na
superfície de um refrigerante.

Figura 2.3: Fusão de Cubo de Gelo.

Fonte: https://digichem.org/2014/11/16/veja-a-combustao-de-
um-fosforo-em-camera-lenta-de-novo/

Figura 2.4: Fusão de Cubo de Gelo.

Fonte: https://www.definicionabc.com/ciencia/coalescencia.php

Sabe-se então que o processo de soldagem a gás utiliza o calor da combustão para
produzir a fusão dos metais a serem unidos. A união acontece por meio da coalescência
das peças.
Durante a operação, a mistura de combustível e oxigênio é queimada, gerando a chama.
O calor da chama na ponta do maçarico é usado para fundir o metal de base e formar a
poça de fusão. O metal de adição, quando utilizado, é colocado na própria poça de fusão,
e também se funde devido à alta temperatura concentrada naquele local. A operação
normalmente é manual e o soldador movimenta o maçarico de forma a obter uma fusão
uniforme e progressiva, enquanto alimenta o metal de adição, se for o caso.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.5: Fusão de Cubo de Gelo.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfalkAL/trabalho-processos-iii-
soldagem-por-oxigas

2.2 Vantagens

• Excelente controle sobre a entrada de calor e sobre a temperatura da peça soldada;


• Soldagem possível em todas as posições;
• Não necessita de energia elétrica, pode ser utilizado em ambientes externos, altamente
portátil;
• Equipamento simples, de baixo custo e que pode ser utilizado em outras operações
(dobramento, desempeno, pré-aquecimento, pós-aquecimento, brasagem e corte a
gás);
• Possíveis materiais para soldar: Aços, particularmente os de baixo carbono, e a maioria
dos metais não ferrosos (Alumínio, cobre).

2.3 Desvantagens

O processo é adequado à soldagem de chapas finas, tubos de pequeno diâmetro e


soldagem de reparo. Para soldagem de outras peças ele é um processo muito lento
quando comparado às outras opções no mercado;
• Grande ZTA devido à pouca concentração da chama;
• Baixa Taxa de Deposição;
• Manuseio de Gases Perigosos;
• Exige habilidade do soldador;
• Necessita de reposição dos gases utilizados.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.4 Equipamentos Figura 2.6: Equipamento de Soldagem OFW.

Os equipamentos usados na soldagem a gás


são:
• Cilindros de Oxigênio e de Gás
Combustível;
• Reguladores de pressão;
• Mangueiras;
• Maçarico ou tocha de soldagem;
• Bicos.

Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfalkAL/tra
balho-processos-iii-soldagem-por-oxigas

Os cilindros de gás geralmente são portáteis ou transportáveis sobre carrinhos. Também


podem ser fornecidos através de uma tubulação proveniente de uma instalação
centralizada. Os cilindros costumam ser tubos de aço sem costura que suportam pressões
de até 150 a 200kgf/mm² e com capacidade para armazenar entre 1 e 10m³.
O oxigênio é o elemento comburente e necessita de um cuidado especial em seu
armazenamento, pois, sob pressão, pode reagir com óleo ou graxa. Portanto, cilindros,
manômetros e outras peças que tem contato direto com o oxigênio nunca devem ser
lubrificados e sempre devem estar limpos e armazenados preferencialmente afastados dos
combustíveis.
O oxigênio é um gás comburente, inodoro, insípido e incolor. Pode ser obtido
industrialmente por liquefação e destilação do ar, por reações químicas ou pela eletrólise
da água, sendo mais comum o uso do primeiro. Geralmente o cilindro de oxigênio tem a
cor verde ou preta e o de acetileno a cor vermelha.
Por sua vez, o acetileno geralmente é o elemento combustível utilizado, e também exige
cuidado em seu manuseio, já que em pressões elevadas ele pode entrar em combustão
devido a um fenômeno chamado de detonação. Para evitar isso, os cilindros de acetileno
são construídos com uma massa porosa em seu interior, feita a base de carvão, cimento
especial e asbesto, embebida em acetona. O cilindro deve sempre estar na posição
vertical para evitar que o acetileno arraste partículas de acetona que podem afetar a
chama e consequentemente a qualidade do trabalho.
O acetileno pode ser obtido pela reação da água com o carbureto de cálcio. Ele pode ser
produzido no local de uso ou pode ser armazenado em cilindros misturado em acetona
líquida. Os cilindros podem armazenar até 11kg de gás a uma pressão de cerca de 17,6
bar. Devido à alta instabilidade, o acetileno gera risco de explosão em pressões elevadas,
portanto a linha de distribuição deve ser mantida em pressões inferiores a 1,5bar

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Cuidados no manuseio dos cilindros de gases:
Oxigênio:
• O oxigênio não pode entrar em contato com graxa, óleo ou matéria gordurosa.
• O cilindro não deve sofrer impactos violentos.
• O transporte do cilindro deve ser realizado com seu capacete de proteção.
• Não eleve ou transporte cilindros utilizando cabos de aço ou eletroimã.
• Não utilizar o cilindro deitado.
• Não utilizar oxigênio para aeração, limpeza de máquinas, roupa, pele, etc.
• Utilizar mangueira verde ou preta para distribuição e conexões com rosca à direita.
Acetileno:
• Não transportar o cilindro deitado (aguardar de 36 a 48 horas para estabilização).
• A pressão máxima da rede não pode ultrapassar 1,5 bar.
• O transporte do cilindro deve ser realizado com seu capacete de proteção.
• Não eleve ou transporte cilindros utilizando cabos de aço ou eletroímã.
• Não utilizar o cilindro deitado.
• Não utilizar canalização de Cobre (formação de Acetileto de Cobre, explosivo).
• Consumo máximo de Acetileno: 1000 litros/hora
• Não usar até pressão zero.
• Utilizar mangueira vermelha para distribuição e conexões com rosca à esquerda.
para um valor adequado a operação, cujo nome é pressão de trabalhoO gás combustível
mais apropriado deve ter alta temperatura de chama e baixa reatividade química com o
metal de base e o metal de adição. Por essas características o acetileno é mais
comumente utilizado, entretanto também existem outras opções como butano, propano,
metano e etileno.
É importante ressaltar que o acetileno pode formar compostos explosivos ao entrar em
contato com cobre, mercúrio ou prata e por isso as tubulações utilizadas são de ferro ou
aço. Os bicos do maçarico são de cobre, mas não oferecem perigo, pois a pressão e o
tempo de contato são insuficientes para reação.
Todo cilindro deve ser armazenado na posição vertical em locais frescos, ventilados,
limpos e secos. Choques mecânicos violentos devem ser evitados.
O gás armazenado nos cilindros pode ser liberado através do regulador de pressão.
Esse componente pode ser de um estágio ou de duplo estágio, e sua função é, como seu
próprio nome sugere, regular a pressão do gás que será liberado pelas mangueiras.
Como o cilindro armazena o gás a uma pressão muito elevada, é necessária a presença
do regulador de pressão para reduzir essa pressão .

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Após passar pelas respectivas mangueiras, os gases chegam ao maçarico.
Curiosamente maçarico é o nome vulgar de várias espécies de aves da família
Scolopacidae, que designa aves de médio porte, patas altas, bico longo e plumagem
acastanhada e branca. O bico característico dessas aves foi o que deu origem ao nome do
maçarico de soldagem.
Enfim, o maçarico recebe o oxigênio e o combustível, ambos puros, e realiza a mistura
desses gases na proporção, no volume e na velocidade adequados à chama desejada. A
proporção determina o caráter oxidante, neutro ou carburante da solda.
No maçarico, se a velocidade de saída for maior que a de combustão, a queima pode ser
extinta. Se a velocidade de saída for menor que a de combustão, a chama ocorrerá no
interior do bico (engolimento de chama), podendo danificar o maçarico.
Os bicos do maçarico, também chamado de extensões, são intercambiáveis e de diversos
tamanhos. A escolha do bico a ser utilizado deve ser feita com base na espessura da peça
a ser soldada.

Figura 2.7: Esquema de Maçaricos.

Fonte: www.ebah.com.br/content/ABAAAe2Z0AB/apostila-soldagem?part=2.

Para evitar o retrocesso da chama são usadas as válvulas corta- chama, estas são
dispositivos que permitem a passagem de ar apenas em uma direção, e são instaladas
entre o maçarico e os cilindros para evitar que a chama seja engolida até o cilindro, o que
poderia provocar uma grande explosão, a figura abaixo mostra um exemplo de válvula
corta - chama.

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Figura 2.8: Válvula Corta Chama.

Fonte:
docente.ifsc.edu.br/anderson.correia/MaterialDidatico/Eletromecanica/Modulo_2/Processos_de_Soldagem.

2.5 Consumíveis

• Gases: Gás comburente (Oxigênio) e gás combustível (Acetileno, propano, metano,


hidrogênio ou outros),
• Metais de adição, se utilizados,
• Fluxos de soldagem, se utilizados.
Uma condição importante para soldas de boa qualidade é a remoção de óxidos superficiais
das peças metálicas, em sua preparação para a soldagem. Como a formação de óxidos é
quase instantânea, isso só é realizado efetivamente com fluxos. Portanto, em algumas
operações de soldagem, a utilização do fluxo é recomendada.

Figura 2.9: Aplicação de Fluxo de soldagem.

Fonte:
docente.ifsc.edu.br/anderson.correia/MaterialDidatico/Eletromecanica/Modulo_2/Processos_de_Solda
gem.

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Existem outros comburentes além do oxigênio, mas não são encontrados na atmosfera
normal. Quimicamente, é possível obter combustão tendo como combustível hidrogênio
imerso numa atmosfera de cloro, que seria o comburente, produzindo uma chama amarela
esverdeada. Contudo o único comburente utilizado na soldagem a gás é o oxigênio.
Os combustíveis já foram abordados na sessão de equipamentos, nos tópicos sobre
cilindros.
Os metais de adição são usados para preencher a junta e melhorar as propriedades do
metal de base quando necessário. Eles são vendidos comercialmente na forma de varetas
com diversos diâmetros e devem ser selecionados com base na quantidade de metal a se
depositar, na espessura das chapas e das propriedades mecânicas ou composição
química desejadas. Quando a solda não utiliza nenhum metal de adição ela é chamada de
autógena.

Figura 2.10: Varetas de adição.

Fonte: http://www.fourwheeler.com/how-to/154-0903-tig-welding-tips-for-dummies/photo-08.html.

Geralmente cada processo tem o metal de adição apropriado para ser utilizado.
Entretanto, é comum ver soldadores utilizarem varetas de TIG no processo oxigás uma
vez que elas são mais fáceis de serem encontradas no mercado.
Apesar de se assemelhar ao processo oxigás por utilizar o mesmo equipamento, o
processo de brasagem não funde o metal de base e portanto não deve ser confundido com
este.

Figura 2.11: Processo de Brasagem com Metal de Adição.

Fonte: www.alusolda.com.br/conteudo/fluxo-materiais-de-adicao-e-tecnicas-na-solda-oxiacetilenica.htll
.

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Abaixo é apresentada a nomenclatura, segundo a AWS, para varetas de solda
Oxigás:

Figura 2.12: Norma AWS A5.2 – Aço Carbono

Fonte: www.alusolda.com.br/conteudo/fluxo-materiais-de-adicao-e-tecnicas-na-solda-oxiacetilenica.htll
.

2.6 Técnica operatória


Inicialmente realiza-se a abertura dos cilindros de gases e regulagem das pressões de
trabalho. Essa regulagem deve ser realizada com os registros do maçarico abertos e a
pressão de trabalho é determinada com base no maçarico e bico utilizados. Então, realiza-
se o acendimento por meio de um acendedor ou gerador de fagulha, posicionando-o à
frente do bico, e gerando a centelha.
Após o acendimento da chama deve-se regulá-la para obter a forma desejada. A chama
oxiacetilênica contém duas reações, que geralmente ocorrem simultaneamente durante o
processo e que são definidas pelas equações químicas descritas abaixo.
Cone interno azulado (dardo):
𝐶2 𝐻2 + 𝑂2 → 2𝐶𝑂 + 𝐻2 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟
Envoltório externo difuso (penacho):
4𝐶𝑂 + 2𝐻2 + 3𝑂2 → 4𝐶𝑂 + 2𝐻2 𝑂 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟
Com base na sua forma e característica, a chama também é dividida em 4 tipos:
Acetilênica: Cor amarela brilhante, com liberação de fuligem;
Redutora ou Carburante: Dardo intermediário, penacho grande;
Neutra: Dardo pequeno e penacho grande, ruído suave;
Oxidante: Dardo pequeno e pontiagudo, penacho pequeno, ruído estridente.

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Figura 2.13: Tipos de chama

Figura 2.12: Norma AWS A5.2 – Aço Carbono

Fonte: http://www.brazilweldsdicasparasoldagem.com/2015_10_01_archive.html

Tabela 2.1: Parâmetros de soldagem OFW.

Fonte: http://www.brazilweldsdicasparasoldagem.com/2015_10_01_archive.html

Para formar a poça de fusão, aproxima-se a ponta do dardo à peça, num ângulo de 45° a
60°. Depois, se inicia o deslocamento da chama com velocidade adequada, distância
constante da chama até a peça e com o metal de adição sendo depositado na poça de
fusão, sem permitir que sua ponta saia da região do penacho, para evitar a contaminação
pelos óxidos da atmosfera.

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Figura 2.14: Soldagem de Frente.

Fonte:
https://docente.ifsc.edu.br/anderson.correia/MaterialDidatico/Eletromecanica/Modulo_2/Processos_de_
Soldagem/Soldagem%20a%20G%C3%A1s.pdf

Existem dois tipos de sentidos possíveis na movimentação da tocha durante a soldagem:


• Soldagem a ré (ou soldagem para trás): Produz um cordão estreito com maior
penetração, permitindo velocidade mais alta e soldagem de peças mais espessas;
• Soldagem para frente: Produz um cordão mais raso, e é mais adequada para chapas
de até 3mm de espessura.

Figura 2.15: Soldagem de Ré.

Fonte:
https://docente.ifsc.edu.br/anderson.correia/MaterialDidatico/Eletromecanica/Modulo_2/Processos_de_
Soldagem/Soldagem%20a%20G%C3%A1s.pdf

Além do sentido de movimento longitudinal que pode ser para frente ou para trás,
também é necessária a realização de um movimento transversal, responsável por gerar
o tecimento, que permite a realização de cordões mais largos.
Ao final da soldagem, recomenda-se diminuir o tamanho da chama e fechar primeiro o
acetileno e depois o oxigênio, para evitar a produção de fuligem, cujas partículas podem
entupir os bicos. Terminando o serviço é necessário fechar as válvulas dos cilindros de
gases, as mangueiras devem ser esvaziadas e os registros do maçarico então devem ser
fechados.

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Figura 2.16: Técnica de Soldagem de Ré e a Frente.

Fonte:
https://docente.ifsc.edu.br/anderson.correia/MaterialDidatico/Eletromecanica/Modulo_2/Processos_de_
Soldagem/Soldagem%20a%20G%C3%A1s.pdf
2.7 Aplicações Industriais
A soldagem a gás gera baixa quantidade de calor (10W/mm²) quando comparada aos
processos que utilizam o arco elétrico (300W/mm²). Devido a isso, esse processo tem
baixa produtividade e consequentemente tem um uso industrial muito restrito. Já no caso
de soldagem de chapas finas e tubos de pequeno diâmetro a chama é muito útil, já que
possui um bom controle do calor cedido à peça. Além disso, também é utilizada em
brasagem e soldagem de reparo.

Figura 2.17: Soldagem a Gás com Metal de Adição.c

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

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Colocando o conhecimento em prática

1. O que é fusão? Dê 3 exemplos de situações em que ela ocorre.


2. O que é combustão? Além da faísca necessária para iniciar a combustão, quais são os outros
dois componentes necessários para que ela ocorra?
3. O que é coalescência? Dê um exemplo de situação em que ela ocorre.
4. Cite o nome de um combustível e um comburente utilizados na soldagem oxigás.
5. Porque é importante sempre utilizar o cilindro de acetileno na posição vertical, e nunca na
horizontal?
6. Cite o nome dos 5 equipamentos necessários para realizar a soldagem oxigás.
7. Qual é a função do regulador de pressão? O que é pressão de trabalho?
8. Onde ocorre a mistura do combustível com o comburente?
9. O que ocorre se a velocidade de saída dos gases for maior do que a de combustão? E se for
menor?
10. Para regular a pressão de trabalho, por meio do regulador de pressão, é importante ter um
cuidado com os registros de gás do maçarico. Nesse momento, é importante deixar os registros
do maçarico abertos ou fechados? Por quê?
11. Qual o nome das 4 formas de chama na soldagem oxigás? Qual delas geralmente é ideal para
soldagem?
12. A chama oxiacetilênica possui duas formas: O “dardo” e o “penacho”. Porque a chama possui
essas duas formas diferentes?
13. Para soldagem de chapas finas é mais indicado utilizar soldagem a ré ou soldagem para frente?
14. Cite 2 vantagens e 2 desvantagens da soldagem oxigás quando comparada a outros processos
de soldagem.
15. Cite 2 outras operações que podem ser realizadas com o mesmo equipamento que é utilizado
na soldagem a gás.
16. Faça um esquema de perfil de um processo de soldagem a gás e nomeie no esquema: Poça de
Fusão, Metal de base, Solda, Chama, Maçarico, Gás oxigênio e Gás combustível.
17. de soldagem? Dê 3 exemplos de posições.
18. O que é ZTA?

Recapitulando

O processo Oxigás gera calor para a fusão dos metais por meio da combustão, que é a
queima que ocorre com um combustível (acetileno) e um comburente (oxigênio). Os gases
necessários são armazenados em cilindros, e por meio dos reguladores de pressão,
mangueiras e válvulas corta-chama chegam seguramente ao maçarico.
Com uma faísca na ponta do bico a chama acetilênica é acesa e então deve ser regulada
entre carburante, neutra e oxidante de forma a deixar o dardo e o penacho nas formas
ideais. A solda pode ser realizada para frente ou para trás, autógena ou com metal de
adição.

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A soldagem a gás tem baixo custo de equipamento e consumíveis apesar da necessidade
de reposição dos gases. É ideal para soldagem de chapas finas e operações que
necessitem de um bom controle do calor cedido à peça. Seu equipamento também pode
ser utilizado para outros processos como oxicorte, pré-aquecimento e brasagem.
Entretanto o processo é considerado muito lento, especialmente para parâmetros
industriais e portanto geralmente é mais comum em pequenas oficinas.

Para saber mais

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG,
2014.
• Fusão de Gelo. Without A Lab. Youtube. 13 dez.2017. 4min48s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=uwMpdB7pOxA >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Combustão. O estudante. Youtube. 18 dez.2015. 4min40s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=dfOHvV3q460 >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Coalescência, câmera lenta. John . Youtube. 07 jun.2018. 1min41s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=y8Cwn1oLBKY >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Produção de acetileno. Alex Amorin. Youtube. 15 dez.2019. 1min31s. Disponível
em:< https://www.youtube.com/watch?v=k7M7dhR27i4>. Acesso em: 7 jun. de 2020.

Prática de laboratório

Para realizar solda com maçarico deve-se inicialmente verificar se as mangueiras,


reguladores e o maçarico não estão danificados e se não há vazamentos.
1) Inicialmente deve-se abrir os reguladores de pressão dos cilindros;
2) Abrir o acetileno;
3) Acionar a faísca de ignição (utilizar acendedor adequado);
4) Então se acenderá uma chama acetilênica, que é bastante fuliginosa;

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Figura 2.18: Chama carburante

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

5) Abrir o oxigênio lentamente e regular na chama adequada ao material a ser soldado;

Figura 2.19: Tipos de Chama

Chama neutra

Chama Carburante/Redutora

Chama Oxidante

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

Após estabilizada, a chama acetilênica se torna redutora, ideal para soldagem de metais
como Alumínio e Níquel, aumentando mais o oxigênio chegaremos a chama neutra,
identificada quando o penacho se iguala com o cone interno, essa é chama mais utilizada,
para metais como Aço baixo carbono, cobre, ferro fundido e Aço inoxidável. Aumentando
ainda mais o oxigênio chegaremos a chama oxidante, identificada pelo pequeno cone
interno e pelo “barulho de sopro” que há nessa chama, utiliza principalmente para corte,
solda de bronze.
6) Com o maçarico já em chama adequada, posiciona-se a caneta nas peças a serem
soldadas para a formação da poça de fusão.

Figura 2.20: Posicionamento da Toche

45º< Ø<60º 1< X<3mm

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

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Mantenha a caneta inclinada entre 45 e 60 graus a uma distância entre 1 e 3mm da peça.
A medida que se formar a poça de fusão vá avançando com a caneta formando um cordão
uniforme. Pode-se adicionar metal de adição (chapas acima de 3 mm) ou não (Soldagem
autógena).
Importante lembrar como foi explicado anteriormente que a maneira na qual se posiciona o
maçarico irá influenciar no cordão. Puxando para chapas mais grossas, maior velocidade,
maior penetração e empurrando para chapas de até 3mm.

Figura 2.21: Corpo de Prova

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

7) Após realizar todas as soldas desejadas, deve-se extinguir a chama fechando


primeiramente o registro de acetileno;
8) Fechar registro de oxigênio;
9) Fechar os dois registros dos cilindros;
10) Realizar a purga na caneta para esvaziar as mangueiras (abrir ambos registros na
caneta);
11) Enrolar as mangueiras adequadamente.

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Unidade 3: OFC

Um começo de conversa

O oxicorte, ou o corte a gás (Oxifuel Gas Cutting – OFC), é um processo no qual o corte
do metal é obtido pela reação do oxigênio puro com o metal (oxidação), a alta temperatura,
adquirida a partir de uma chama gerada por um oxigênio e um gás combustível. Esse
processo pode ser auxiliado por fluxos ou pós metálicos que facilitam a oxidação.

Figura 3.1: Processo OFC

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/oxicorte-definicao-e-equipamentos-do-processo-de-corte

Objetivos da Aprendizagem

Este capítulo visa proporcionar ao aluno sólido conhecimento no que se refere ao


processo de soldagem oxicombustível, introduzindo conceitos fundamentais para o
entendimento do processo, bem como os materiais usados, técnica operatória e
aplicações.

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Em busca de informações

3.1 Fundamentos

O corte de metais é uma pratica continua na vida de um profissional da indústria metal


mecânica, uma das técnicas usadas nessa operação é o corte oxi gás, que aproveita do
fato de que a maioria dos metais são oxidados instantaneamente quando submetidos a
certas condições
No processo oxicorte o metal a ser cortado é aquecido por uma chama até a temperatura
de ignição e a seguir, ele é exposto a um jato de oxigênio de alta pureza. Devido a isso
inicia-se a oxidação do metal, que produz calor suficiente para fundir o óxido formado, que
é expulso pelo jato de oxigênio. O calor gerado durante o corte é suficiente para dar
continuidade ao processo.

3.2 Vantagens

O processo é versátil, podendo cortar peças finas, até peças com 1500mm de espessura,
sendo usado na desmontagem e preparação de peças;
• Processo ideal para corte de peças de aço carbono;
• Custo inicial relativamente baixo;
• Simples, fácil de manusear e altamente portátil;
• Não requer energia elétrica, permitindo uso em campo.

3.3 Desvantagens

• O processo não é ideal para corte de peças resistentes a oxidação. (Alumínio, Aço
INOX, Ferro fundido);
• A profundidade do corte é limitada por até onde o oxigênio é capaz de oxidar a peça;
• Necessita de reposição de Gases;
• Risco de explosão.

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Figura 3.2: Processo OFC

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/oxicorte-definicao-e-equipamentos-do-processo-de-corte

3.4 Equipamentos

Os equipamentos utilizados são os equivalentes aos já citados na soldagem a gás,


diferenciando-se apenas pelo tipo de bico, próprio para operações de corte. O maçarico de
corte possui as partes essenciais a um maçarico de solda a gás e, além disso, tem uma
tubulação extra para o oxigênio de corte, dotada de uma válvula de acionamento rápido
(gatilho). Abaixo são listados os equipamentos necessários para o processo:
• Cilindros de Oxigênio e de Gás Combustível;
• Reguladores de pressão;
• Mangueiras;
• Maçarico ou tocha de soldagem;
• Bicos.
O bico deve possuir uma cabeça cortadora e ser apropriado para o corte. O furo central é
destinado ao jato de oxigênio concentrado enquanto os 6 furos que o circundam servem
para pré-aquecimento da peça, que inicia a reação oxidante. Sua escolha deve ser feita
com base na espessura da chapa que será cortada.

Figura 3.3: Bico e Maçarico de Corte

Fonte: http://www.harris-brastak.com.br/produtos/equipamentos/macaricos-de-corte-manual/

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Figura 3.4: Esquema de Maçarico de Corte

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/oxicorte-definicao-e-equipamentos-do-processo-de-corte

Os equipamentos utilizados são os equivalentes aos já citados na soldagem a gás,


diferenciando-se apenas pelo tipo de bico, próprio para operações de corte. O maçarico de
corte possui as partes essenciais a um maçarico de solda a gás e, além disso, tem uma
tubulação extra para o oxigênio de corte, dotada de uma válvula de acionamento rápido
(gatilho).
O bico deve possuir uma cabeça cortadora e ser apropriado para o corte. O furo central é
destinado ao jato de oxigênio concentrado enquanto os 6 furos que o circundam servem
para pré-aquecimento da peça, que inicia a reação oxidante. Sua escolha deve ser feita
com base na espessura da chapa que será cortada.

Tabela 3.1: Exemplos de diâmetros de bicos, consumos de gases e velocidade de corte para aços
carbono

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/oxicorte-definicao-e-equipamentos-do-processo-de-corte

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3.5 Consumíveis

• Gases: Gás Comburente e oxidante (Oxigênio de pureza elevada) e gás combustível


(Acetileno, Propano, metano ou outros),
• Fluxos ou pós: Geralmente utilizados em materiais especiais que são resistentes à
oxidação (Aço INOX, Ferro Fundido, Bronze, Alumínio).
O Oxigênio deve ser de alta pureza, superior a 99,5%. Um decréscimo de 1% na pureza
do oxigênio pode levar a um decréscimo de até 15% na velocidade de corte e a um
aumento de até 25% no consumo de oxigênio.
O combustível geralmente utilizado é o acetileno, mas outros gases mais baratos podem
ser utilizados, especialmente em chapas mais longas, para reduzir o custo.
Fluxos geralmente são utilizados para retirada de óxidos que deixam o corte convencional
ineficaz, como por exemplo nos aços inoxidáveis.

3.6 Técnica operatória

A técnica operatória é semelhante à de soldagem oxigás. O processo diferencia-se


principalmente na utilização do gatilho, que inicia o corte quando é acionado.
Após regulagem da chama, aplica-se a chama sobre a peça até que ela fique rubra (pré-
aquecimento). Geralmente utiliza-se a chama neutra. Nesse momento o gatilho é
acionado, liberando o jato de oxigênio puro, iniciando o processo de corte por oxidação.
Quando o jato atravessar a peça, inicia-se o movimento do maçarico para frente, dando
continuidade ao corte. A velocidade do movimento do maçarico dependerá da espessura
do material que está sendo cortado.
Ao final do corte, o jato de oxigênio é interrompido e a chama de preaquecimento é extinta,
como na soldagem a gás.
A velocidade de corte influencia diretamente no acabamento da peça, bem como excesso
de oxigênio pode gerar rebarba.

3.7 Aplicações Industriais

O corte a gás tem diversas aplicações em vários segmentos. Ele é utilizado tanto na
fabricação quanto na montagem e desmontagem de peças. Maçaricos manuais podem
cortar chapas de até 350mm de espessura. Entretanto existem maçaricos especiais que
podem cortar chapas de até 2000mm.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. O que é oxidação? Cite dois exemplos em que ela ocorre.


2. Qual a diferença entre o equipamento utilizado no oxicorte e o utilizado na soldagem a
gás?
3. Explique como ocorre o corte no processo de oxicorte.
4. Que tipo de material dificilmente é cortado por meio do oxicorte? O que pode ser
utilizado para possibilitar o corte?
5. Cite uma vantagem e uma desvantagem do oxicorte quando comparado a outros
processos de corte.

Recapitulando

O oxicorte é um processo que gera o corte a parte da oxidação da peça em altas


temperaturas. A oxidação é gerada pelo jato de oxigênio de alta pureza, enquanto o
aquecimento é dado pela chama advinda da combustão da mesma forma que no oxigás.
Os equipamentos e a técnica do processo se assemelham muito ao processo oxigás,
variando apenas pelo maçarico que tem um gatilho para o jato de oxigênio e o bico que
tem formato e geometria diferenciados.
O processo é versátil em termos de espessuras aplicáveis, portátil, de fácil manuseio e
baixo custo. Entretanto o processo não é ideal para peças resistentes à oxidação e
necessita de cuidado no manuseio do equipamento devido aos riscos de explosão.

Para saber mais

MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.


Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
Processo de Oxicorte. Gas & Welding. Youtube. 12 mai.2016. 1min41s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=ktZmnAPTW04 >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
Oxi-Corte. Emerson Daza. Youtube. 9 mai.2012. 1min31s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=GwSFVHc5Kvo >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
Corte com Propano. Rafael Quirós. Youtube. 15 fev.2018. 4min14s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=7Bn4HbKEyyE >. Acesso em: 7 jun. de 2020.

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Prática de laboratório

Para realizar corte com maçarico deve-se inicialmente verificar se as mangueiras,


reguladores e o maçarico não estão danificados e se não há vazamentos.
1.Inicialmente deve-se abrir os reguladores de pressão dos cilindros. Tenha em mente que
a proporção de acetileno para oxigênio deve ser de 1 para 2,5. No maçarico do laboratório
utilizamos 2 l/min de acetileno para 5 l/min de oxigênio. Em maçaricos industriais
mecanizados pode-se utilizar por exemplo 8l/min de acetileno para 20 l/min de oxigênio.
Sempre mantendo a proporção de 1 l/min de acetileno para cada 2,5 l/min de oxigênio.
2. Abrir o acetileno;
3. Acionar a faísca de ignição (utilizar acendedor adequado).
4. Então se acenderá uma chama acetilênica, que é bastante fuliginosa;
Figura 3.5: Chama carburante

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

5. Abrir o oxigênio lentamente e regular na chama neutra. Antes de abrir o oxigênio a


chama será acetilênica e muito fuliginosa, abrindo lentamente o oxigênio chegaremos na
chama carburante, onde ainda há mais acetileno na relação estequiométrica. Continuando
abrindo lentamente o oxigênio, o penacho diminuirá até se igualar ao cone interno. Nesse
momento teremos uma chama neutra, que é adequada para o pré aquecimento do corte;

Figura 3.6: Chama carburante

Chama carburante

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

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Figura 3.7: Chama Neutra

Chama neutra

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

6. Com o maçarico já em chama neutra, posiciona-se a caneta na peça a ser cortada para
o pré aquecimento;
7. Após a peça atingir a coloração rubra (avermelhada), pressiona-se o gatilho para liberar
o jato de oxigênio, nesse momento passará a ser uma chama oxidante, que cortará o
material através da oxidação do mesmo, posicione a caneta de maneira a evitar que os
respingos atinjam as mangueiras de gás e o próprio operador;

Figura 3.8: Corte OFC

Fonte: www.acoeferroguilherme.com.br/servicos-de-oxicorte-em-sp/
8. O corte se iniciará e deve-se deslocar a caneta na direção desejada.
Atenção para não deslocar a caneta muito rápido, pois pode haver projeção de metal
líquido no operador.
E se deslocar muito lento a próxima área a ser cortada vai se resfriar e será necessário
novamente o pré-aquecimento;
9. Aproximar a caneta da próxima superfície a ser cortada, com o gatilho solto, realizar o
pré-aquecimento, pressionar o gatilho, deslocando na direção desejada;
10. Após realizar todos os cortes desejados, deve-se extinguir a chama fechando
primeiramente o registro de acetileno;
11. Fechar registro de oxigênio;
12. Fechar os dois registros dos cilindros;
13. Realizar a purga na caneta para esvaziar as mangueiras (abrir ambos registros na
caneta);
14. Enrolar as mangueiras adequadamente.

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Figura 3.9: Corpo de Prova para Corte

Fonte: www.achrnews.com/articles/126300-air-fuel-or-oxy-fuel-for-soldering-and-brazing

Conte a Plasma
Para realizar o corte a plasma deve-se inicialmente verificar se os cabos, mangueiras,
tocha e fonte não estão danificados. E se não há vazamentos de gás e cabos elétricos
desencapados;
Inicialmente deve-se montar a tocha de corte como mostrado abaixo;

Figura 3.10: Componentes de uma Tocha Plasma

Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-92242015000400501&lng=en&nrm=iso

1. É muito importante a montagem correta da tocha para garantir o contato elétrico e a


vedação do jato de plasma. O eletrodo deve estar livre pois quando pressiona-o ele
deve estar livre.
2. Conectar a fonte de corte na tomada e a mangueira de gás na rede de ar comprimido;
3. Após conectados deve-se ligar a fonte e ajustar a vazão de gás e a corrente a ser
utilizada; Deve-se regular a corrente em função da espessura a ser e a vazão ideal
para corte indicada no painel .

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Figura 3.11: Fonte de Corte a Plasma

Fonte: https://www.extinsolda.com.br/fonte-corte-plasma-balmer-maxxicut-60-c-tocha.html#.XtuuUkVKjIU

4. Conectar o cabo terra a peça a atentando-se que o mesmo deve estar protegido de
respingos;
5. Passar a tocha por trás do corpo para proteger a mesma de respingos;
6. Posicionar a tocha sobre a peça a ser cortada;
7. Soltar a trava de segurança;
8. Pressionar o gatilho expulsando o jato de plasma;
9. Deslocar a tocha na direção de corte, com o gatilho pressionado;
10. Repetir a partir do passo 5 para outras superfícies;
11. Após finalizado o corte deve-se desligar a fonte da tomada e a rede de ar comprimido;
12. esmontar a tocha e guardar os componentes;
13. Enrolar as mangueiras e cabos.

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Unidade 4: SMAW

Um começo de conversa

A soldagem a arco com eletrodos revestidos (Shielded Metal Arc Welding – SMAW) é um
processo que produz a coalescência de metais pelo aquecimento destes com um arco
elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico revestido e a peça que está sendo
soldada. A soldagem com eletrodos revestidos foi o principal processo de soldagem usado
industrialmente até os anos 60. Desde então sua importância tem diminuído conforme o
desenvolvimento de outras tecnologias.

Figura 4.1: Soldagem SMAW.

Fonte:arcsol.com.br/MMASMAW-Eletrodo-Revestido

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Objetivos da Aprendizagem

Esta unidade tem por objetivo mostrar os fundamentos e as diferentes variações possíveis
dos processos de soldagem com eletrodo revestido, proporcionando ao aluno
conhecimento teórico e pratico do processo de soldagem a arco elétrico mais comum nos
dias atuais.
.
Em busca de informações

4.1 Introdução a Eletricidade

Antes de iniciar os estudos a respeito da soldagem a arco elétrico o aluno precisa ter claro
em sua mente conceitos básicos de eletricidade. Esses serão apresentados a seguir:
Tensão (V): Medida em Volts (V). Também chamada de diferença de potencial elétrico
(ddp) e de força eletromotriz. É a força que impulsiona os elétrons. Exemplo: A rede
elétrica normalmente tem uma tensão de 110V, 220V, 380V ou até 440V para ambientes
industriais.

Figura 4.2: Esquema de circuito presente no dia a dia.

Fonte: www.citisystems.com.br/energia-eletrica/

Corrente (I): Medida em Amperes (A). Deslocamento de elétrons que ocorre devido à uma
tensão. Na soldagem, ela pode ser contínua ou pulsada e direta, indireta ou alternada.
Exemplo: Quando uma pessoa se coloca sobre uma tensão ela leva um choque. Esse
choque é o efeito que a corrente gera enquanto passa pelo seu corpo. Altas correntes
passando pelo coração podem gerar uma parada cardíaca.

Figura 4.3: Esquema de circuito elétrico

Fonte:www.infoescola.com/fisica/tensao-eletrica/

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Resistência (R): Medida em Ohms (Ω). É o que relaciona a corrente e a tensão por meio
da equação V=RI. A resistência indica o quão difícil é de passar corrente por um meio. Se
a resistência for alta, será necessária uma força maior para superá-la, ou seja, uma tensão
maior para que haja a passagem de corrente.

Figura 4.4: Desenho ilustrativo da relação entre tensão, corrente e resistência.

Fonte: www.embarcados.com.br/tensao-corrente-e-resistencia-eletrica

Resistividade: Mede quanta resistência um material tem à passagem de corrente. Seu


valor é utilizado para calcular a resistência elétrica de um cabo condutor.

Equação 4.1: Resistividade.

Figura 4.5: Cabo elétrico para soldagem.

Fonte: www.shopdomecanico.com.br/produto/maquina-de-solda-inversora-mma-zx7-400-220v-completa-
com-cabos-weld-vision

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Fonte: Aparelho que fornece os parâmetros elétricos (tensão e corrente) ideais para a
soldagem. Pode ser de corrente constante ou de tensão constante. Exemplo: Fonte para
soldagem com eletrodo revestido, MIGMAG, plasma etc. As fontes podem ser somente
para um processo ou podem ser multiprocessos.

Figura 4.6: Fonte de soldagem SMAW

Fonte: https://www.fg.com.br/fonte-solda-mig-smashweld-250a---esab/p

Arco Elétrico: É resultante da ruptura dielétrica de um gás que produz uma descarga de
plasma, decorrente de um fluxo de corrente em um meio normalmente isolante. Exemplo:
Quando as nuvens no céu se chocam, elas adquirem polaridade negativa, enquanto o solo
terrestre tem polaridade geralmente positiva. Se essa polarização for suficientemente
grande ela criará uma grande tensão entre o solo e as nuvens e isso acarretará na ruptura
dielétrica do ar, gerando um pico de corrente entre o céu e a terra, que é o raio. Esse
fenômeno é um arco elétrico natural.

Figura 4.9: Fenômeno natural do arco elétrico e um Arco elétrico produzido por bobinas.

Fonte: http://obviousmag.org/contemporassico/2017/meu-nome-e-raio.html

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4.1 Fundamentos
A partir dos conceitos de eletricidade, pode-se compreender os fenômenos que envolvem
o eletrodo revestido. A grande quantidade de energia gerada pelo arco elétrico produz o
calor necessário para a fusão dos metais.
O eletrodo metálico tem um revestimento que tem diversas funções no processo que são
exploradas diferentemente dependendo do material utilizado para produzi-lo.

Figura 4.10: Esquema de soldagem SMAW

Fonte: http://www.plasmac.com.br/blog/como-fazer-uma-boa-solda-eletrica-eletrodo-revestido.php

Figura 4.11: Detalhe aproximado de uma soldagem por eletrodo revestido

Fonte: wwwo.metalica.com.br/aco-inox-outros-processos-de-soldagem

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4.3 Vantagens

• Custo relativamente baixo e equipamento simples quando comparado a outros


processos,
• Versatilidade de aplicações devido ao grande número de revestimentos possíveis,
• Não necessita de fluxos ou gases externos,
• Possibilidade de uso em locais de difícil acesso ou abertos, sujeitos à ação de ventos

Figura 4.12: Soldagem com eletrodo revestido em campo

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABkm8AI/soldagem-tubulacoes?part=4

4.4 Desvantagem

• Baixa produtividade devido à baixa taxa de deposição de material e baixo fator de


ocupação do soldador, geralmente inferior a 40%;
• Necessidade de um treinamento específico para o soldador;
• Dependendo do revestimento utilizado a operação pode gerar um grande volume de
fumos e gases, danosos à saúde do soldador;
• Difícil soldar materiais com menos de 2mm de espessura;
• Exige limpeza a cada passe;
• Necessidade de cuidados especiais no armazenamento dos eletrodos, especialmente
os do tipo básico.

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Figura 4.13: Forno para armazenamento de eletrodos revestidos

Fonte: https://http2.mlstatic.com/estufa-para-1000-kgs-de-eletrodo-revestido-D_NQ_NP_873-
MLB4722675837_072013-F.webp

4.5 Equipamentos

• Fonte de energia (ou máquina de soldagem);


• Cabos;
• Porta-eletrodos;
• Ferramentas (picadeiras, escova de aço, etc);
• EPI.

Figura 4.14: Equipamentos utilizados na soldagem com eletrodo revestido

Fonte: serralherianaveia.blogspot.com.br/2012/06/conheca-as-diferencas-entre-os.html

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As fontes de energia utilizadas são do tipo corrente constante, pois nesse tipo de fonte as
variações de posicionamento durante a execução do cordão de solda, devido ao controle
do soldador ser manual, tem menos influência no resultado da solda.

Figura 4.15: Fonte de soldagem multiprocessos

Fonte: https://www.centraldasferramentas.com.br/maquinadesoldamultiprocessomig-tig-
eletrodo-esabwarrior500i/p

A tensão em vazio, ou seja, a tensão existente nos bornes de saída da máquina quando
não há fornecimento de corrente, é da ordem de 50V a 100V. Valores mais elevados
podem facilitar a abertura do arco na soldagem com corrente alternada, mas representam
um risco maior para o soldador. Após abertura do arco, a tensão cai para a tensão de
trabalho, que varia entre 17V e 36V.
Na decisão de compra do equipamento de soldagem é importante considerar o baixo fator
de ocupação do soldador, característico desse processo. Se a intenção é que o soldador
trabalhe com uma corrente de até 300A, é desnecessário comprar uma fonte que tenha
100% de ciclo de trabalho para essa corrente, pois a compra seria de um equipamento
superdimensionado.
Os porta-eletrodos tem a função de prender o eletrodo e passar a corrente para ele. Seu
cabo deve ser bem isolado para minimizar o risco de choque elétrico para o operador e
para diminuir riscos de problemas de superaquecimento é ideal manter as garras limpas e
em boas condições. Cada porta-eletrodo tem a capacidade de portar até um certo
diâmetro de eletrodo e o peso do porta-eletrodo aumenta conforme o valor de corrente
máxima permissível. Por isso é indicado que o soldador trabalhe sempre com o porta-
eletrodo mais leve possível, para diminuir a fadiga do operador.

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Figura 4.16: Porta eletrodos.

Fonte: https://m.dutramaquinas.com.br/p/porta-eletrodos-capacidade-300a-35-13-001-300

Os cabos têm a função de conduzir a corrente elétrica da fonte ao porta-eletrodos e da


peça à fonte. Devem ser flexíveis e possuir uma camada de material isolante, que seja
resistente a abrasão e a sujeira. O material do cabo em que se conduz corrente pode ser
de cobre ou de alumínio. Na escolha dos cabos devem ser consideradas a corrente de
soldagem, o ciclo de trabalho da máquina e o comprimento total dos cabos do circuito.
Utilizar cabos inadequados podem causar superaquecimento, perdas de energia elétrica,
variações na qualidade da solda e até mesmo a própria ruptura dos cabos.

Figura 4.17: Esquema de soldagem com eletrodo revestido

Fonte: www.sitedasoldagem.com.br/conceito%20basico

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Figura 4.18: Picadeira e escova de aço utilizadas na remoção da escória e limpeza
da peça
.

Fonte: https://www.sumig.com/pt/produto/detalhe/picadeira

Tabela 4.1: Diâmetros recomendados para cabos de soldagem


.

Fonte: Desconhecida.

Uma das variações do processo de soldagem com eletrodos revestidos é a soldagem por
gravidade. A partir de um equipamento de mecanização é possível realizar soldas de topo
ou filete, nas quais o porta-eletrodos desliza lateralmente e verticalmente por meio de um
suporte especial.

Figura 4.19: Esquema de soldagem por gravidade

Fonte:: www.ebah.com.br/content/ABAAAAmPkAB/processos-fabricacao-apostila

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4.6 Consumíveis
Eletrodo Revestido
O eletrodo revestido é composto de duas partes: A alma e o revestimento.
A alma é uma vareta metálica que pode ser fabricada a partir de trefilação ou de fundição.
Ela é o componente que transmite a corrente elétrica necessária para a geração do arco
elétrico e simultaneamente fornece metal de adição para enchimento da junta. A alma
geralmente possui diâmetro variando entre 1,5mm a 8mm e é recoberta por uma mistura
de diferentes materiais, formando uma camada de revestimento no eletrodo.

Figura 4.20: Exemplos de fieiras utilizadas no processo de trefilação

Fonte: http://www.sonycdies.com.br/sonyc-dies-fieira-nucleo-metal-duro.html

Figura 4.21: Desenho esquemático da fieira

Fonte: http://mmborges.com/processos/Conformacao/cont_html/trefilacao.htm

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O revestimento tem diversas possibilidades de formulação, fazendo com que o processo
de soldagem por eletrodo revestido seja um processo versátil no que se refere aos metais
e ligas soldáveis e também quanto para as características desejadas no cordão de solda.
As principais funções do revestimento são: Estabilizar o arco elétrico, ajustar a composição
química do cordão, adicionando elementos de liga e/ou eliminando impurezas, proteger a
poça de fusão e o metal de solda contra a contaminação pela atmosfera por meio da
geração de gases e da camada de escória e conferir características operacionais,
mecânicas e/ou metalúrgicas ao eletrodo e à solda.
O eletrodo ideal cumpriria perfeitamente todas essas funções, contudo este eletrodo não
existe. Sendo assim, existem diversos tipos de eletrodos comercializados, cada um
especializado em uma ou mais dessas funções.
Principais tipos de revestimento:
• Rutílico: Contém rutilo (TiO2), são facilmente manipulados e produz uma escória
abundante, densa e de fácil destacabilidade. Podem ser utilizados em CC e CA e em
qualquer posição. Produz um cordão de bom aspecto, com média ou baixa penetração,
mas tem baixa resistência à fissuração a quente. São eletrodos de grande
versatilidade.
• Básico: Contém carbonato de cálcio e fluorita que geram uma escória que além de
proteger a solda, reduz o risco de trincas de solidificação por meio da dessulfuração.
Produz soldas com baixo teor de hidrogênio, reduzindo as chances de ocorrência de
fissuração e fragilização. Tem penetração média e cordão com boas propriedades
mecânicas, indicado para aplicações de alta responsabilidade. São altamente
higroscópicos e requerem cuidados especiais de armazenamento e secagem. A
secagem é de aproximadamente 350ºC, com tempo de no mínimo 1 hora, sendo
realizável no máximo duas vezes de acordo com a norma.
• Celulósico: Contém celulose e outros componentes orgânicos que geram maior
quantidade de gases que protegem o metal líquido. Produz pouca escória e tem um
arco mais violento, com mais respingos e mais penetração. O cordão não tem um
aspecto tão bom, mas suas propriedades mecânicas são boas, exceto pela
possibilidade de fragilização por hidrogênio. São mais utilizados fora da posição plana,
principalmente em soldagem circunferencial de tubulações e em passes de raiz. Devido
a sua elevada penetração e à grande perda por respingos não é adequado para
enchimento de chanfros.
• Pó de ferro: Revestimentos de diferentes tipos podem conter adições de pó de ferro.
Durante a soldagem o pó é fundido e incorporado na poça de fusão, causando um
melhor aproveitamento de energia do arco e estabilizando-o um pouco mais. Além
disso, o revestimento se torna mais resistente ao calor permitindo o uso de correntes
mais elevadas, gerando, portanto, um aumento significativo na taxa de deposição. Por
outro lado, quanto maior a adição de pó de ferro, maior será a poça de fusão e
consequentemente o seu controle durante a soldagem.
• Oxidantes: Contém óxido de ferro que produz uma escória oxidante, abundante e de
fácil destacamento. O metal depositado possui baixos teores de carbono e outros
elementos de liga devido a oxidação causada pela grande concentração de oxigênio,
portanto não é adequado para aplicações de responsabilidade. É pouco utilizado, mas
existe um interesse em estudar sua aplicação na soldagem subaquática. Possui baixa
penetração e boa aparência.

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Ácidos: Contém óxido de ferro, manganês e sílica e produz uma escória ácida abundante,
porosa e de fácil remoção. A penetração é média e sua taxa de fusão é elevada, criando
uma poça de fusão volumosa, limitando sua aplicação à posição plana e horizontal. São
pouco utilizados devido a chance de formação de trincas na solidificação, mas geram um
cordão com boa aparência.
Classificação dos eletrodos:
O sistema de classificação de eletrodos utiliza um conjunto de números e letras que
fornecem várias informações a respeito dos eletrodos.
A letra E, que inicia a nomenclatura indica que o consumível é um eletrodo. Se fosse uma
letra R, seria uma vareta de adição. Os próximos 2 ou 3 números indicam o limite de
resistência à tração do material depositado pelo eletrodo na unidade de ksi (1000psi,
aproximadamente 6895kPa). O próximo algarismo indica as posições de soldagem nas
quais aquele eletrodo pode ser utilizado, enquanto o último indica o tipo de revestimento
do eletrodo e suas características operacionais.

Figura 4.22: Esquema explicativo do sistema de classificação de eletrodos revestidos

Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/soldagem-eletrodo-revestido-edificacoes-aws

Tabela 4.2: Significado do último dígito de acordo com a norma AWS

Fonte: Apostila ESAB.

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Tabela 4.3: Eletrodos e parâmetros de soldagem

Fonte: Desconhecida.

Fabricação dos eletrodos


A fabricação dos eletrodos revestidos começa a partir das matérias-primas: minerais e
compostos que serão utilizados no revestimento, em geral na forma de pó, arame para a
fabricação da alma e o ligante. Esses materiais passam por testes em laboratório para
garantir a qualidade do eletrodo.
O material do revestimento passa por um processo de pesagem e então é misturado, de
acordo com a formulação desenvolvida pelo fabricante, formando a mistura a seco. Então
é adicionado o ligante à mistura seca, formando a mistura úmida. Enquanto isso, o arame
metálico passa pelo processo de trefilação e corte, alcançando o diâmetro e comprimento
desejado no qual a mistura úmida é prensada, formando o eletrodo revestido.
Por fim, o eletrodo úmido é levado ao forno para secagem e cura do revestimento. Após a
secagem, é identificado, classificado e embalados para armazenamento e distribuição.
Alguns eletrodos passam por um teste de qualidade final, para confirmar a confiabilidade
do lote.

Figura 4.23: Esquema do processo de fabricação do eletrodo revestido

Fonte: Autoria Própria.

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Cuidados especiais com os eletrodos
O uso e armazenamento inadequados dos eletrodos revestidos podem gerar diversos
danos. Choques, quedas ou dobras no eletrodo podem gerar perda de parte do
revestimento, deixando-os inadequados para aplicações de responsabilidade. A absorção
de umidade também pode comprometer o desempenho do eletrodo, especialmente dos
eletrodos básicos, que têm baixo teor hidrogênio. Umidade excessiva pode acarretar num
arco instável, com formação de respingos e porosidades.
Pelo problema da umidade, os eletrodos revestidos devem ser recebidos em embalagens
herméticas e devem logo serem armazenados em estufas controladas, com umidade
relativa do ar inferior a 50% e temperatura acima da ambiente.
Caso os eletrodos sejam expostos à umidade em períodos superiores a 2 horas eles
devem passar por um processo de ressecagem para poderem voltar ao armazenamento e
serem utilizados em suas plenas condições.

4.7 Técnica Operatória


As principais variáveis que devem ser consideradas durante a operação de soldagem com
eletrodo revestido são: Tipo e diâmetro do eletrodo, tipo, polaridade e valor da corrente de
soldagem, tensão, comprimento do arco elétrico, velocidade de soldagem, técnica de
manipulação do eletrodo e sequência de deposição.
A própria seleção do eletrodo determinará a faixa de corrente em que ele pode ser
utilizado. A seleção do diâmetro do eletrodo deve levar em consideração a espessura do
material a ser soldado, a posição de soldagem e o tipo de junta. Um diâmetro inadequado
levará a uma poça de fusão maior ou menor do que a desejada.
Para soldagem fora de posição (posição diferente da posição plana) é recomendável
utilizar eletrodos de menor diâmetro do que na posição plana para facilitar o controle da
poça de fusão. Na soldagem em chanfro, as dimensões também devem ser consideradas,
pois o diâmetro do eletrodo deve permitir que ele penetre até a raiz da junta, evitando falta
de penetração.
Para cada tipo de eletrodo existe uma faixa de corrente de soldagem para cada diâmetro
de alma. Correntes inferiores à mínima podem gerar aquecimento e fusão insuficientes
para a solda, enquanto correntes superiores à máxima podem gerar um superaquecimento
do revestimento, prejudicando-o. Quanto maior for o diâmetro do eletrodo maior será a
faixa de corrente a ser utilizada e consequentemente maior será a poça de fusão e a taxa
de deposição.
Assim como já citado na escolha do eletrodo, para soldagens na posição plana é ideal
utilizar correntes próximas do valor máximo permitido, enquanto para posições vertical e
sobrecabeça é mais adequado trabalhar com correntes próximas do limite inferior, com
objetivo de ter um melhor controle da poça de fusão.
A corrente de soldagem é o principal valor que controla o volume da poça de fusão e a
penetração de solda no metal de base. Quanto mais elevada for a corrente, maior será a
penetração e largura do cordão de solda. Entretanto, correntes com valores acima do ideal
produzem poças de fusão de grandes dimensões e difícil controle, além de poderem
causar a degradação do revestimento, respingos excessivos e perdas de resistência
mecânica e tenacidade da solda.

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Figura 4.24: Variação na forma do cordão de acordo com a técnica operatória utilizada

Fonte: https://weldguru.com/smaw-tips-techniques/.

A corrente escolhida deve respeitar a faixa de corrente para o eletrodo que está sendo
utilizado.
É possível utilizar 3 polaridades na soldagem com eletrodo revestido:
• Inversa (CC+): Produz maior penetração,
• Direta (CC-): Maior taxa de fusão do eletrodo,
• Alternada (CA): Resultados intermediários.

Figura 4.25: Efeito da corrente no tamanho da poça de fusão

Fonte: https://weldguru.com/smaw-tips-techniques/.

Para calcular o ciclo de trabalho equivalente da máquina para a corrente que está sendo
utilizada é possível utilizar a equação abaixo em que Ct representa ciclo de trabalho e I
representa a corrente.

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A tensão no arco pode variar de 17V a 36V e é proporcional ao diâmetro do eletrodo, à
corrente de soldagem e ao comprimento do arco.
O comprimento do arco é controlado diretamente pelo soldador e basicamente depende
de sua experiência e habilidade. A manutenção da estabilidade do comprimento do arco é
essencial para obtenção de uma solda aceitável. Um comprimento muito pequeno pode
causar um arco intermitente, com interrupções frequentes ou até mesmo sua extinção,
quando o eletrodo se une à peça. Arcos mais curtos tendem a ter cordões estreitos com
concavidade pronunciada. Já os arcos muito longos perdem direção e concentração,
gerando respingos e tendo uma proteção ineficiente, que pode gerar porosidade. O
comprimento correto do arco depende do diâmetro do eletrodo, do tipo de revestimento, do
valor de corrente e da posição de soldagem. Orienta-se manter o comprimento do arco
entre 0,5 e 1,1 vezes o diâmetro da alma do eletrodo.
A velocidade de soldagem deve manter o arco elétrico sempre um pouco adiante da
poça de fusão. Valores elevados acarretam em cordões estreitos com baixa penetração,
com aspecto ruim, com mordeduras e escória de difícil remoção. Valores muito baixos
causam um cordão mais largo, com penetração e reforços excessivos.
Na abertura do arco o eletrodo deve ser encostado rapidamente na superfície da peça,
numa região a ser fundida e próxima ao início do cordão, e rapidamente afastado até
alcançar uma distância da peça próxima ao valor adequado do comprimento do arco, e
então direciona-se o eletrodo rapidamente para o ponto de início do cordão.
Durante o processo de soldagem, o soldador deve fazer três movimentos principais:
Movimento de mergulho: É o avanço do eletrodo em direção à poça de fusão para
compensar a fusão do eletrodo com o objetivo de manter o comprimento do arco
constante,
Movimento de translação: É o movimento do eletrodo e do arco ao longo da junta, com
uma velocidade uniforme (velocidade de soldagem),
Movimento de tecimento: É um deslocamento lateral do eletrodo em relação ao
movimento de translação com objetivo de obter um cordão mais largo, garantir a fusão das
paredes do chanfro e controlar a poça de fusão, tornando mais suave o ciclo térmico de
soldagem.
Existem vários padrões de tecimento, porém esse movimento não deve ser superior a três
vezes o diâmetro do eletrodo, para não aumentar demais a energia de soldagem. É
comum que soldadores em treinamento pratiquem o desenho do tecimento sem utilizar o
eletrodo com arco aberto para apenas depois tentarem o movimento durante o processo
de soldagem.
O posicionamento correto do eletrodo influencia diretamente no processo de soldagem,
evitando que a escória flua diretamente para a poça de fusão, prevenindo assim inclusões
de escória, facilitando a observação da poça de fusão pelo soldador e controlando a
distribuição de calor na peça.
Figura 4.26: Padrões de tecimento de soldagem

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
92242014000400005

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Figura 4.27: Posicionamento do eletrodo em diferentes posições de soldagem

Fonte: https://docplayer.com.br/24928584-Smaw-soldagem-por-eletrodos-revestidos.html

Assim como na soldagem oxigás é possível ter a soldagem a ré (puxando) ou soldagem


a frente (empurrando). Na primeira há mais penetração pois o calor está sendo
direcionado para uma região da peça que já está aquecida (eletrodo apontando para o
cordão). Na segunda, há menos penetração pois o calor está sendo direcionado para uma
região menos aquecida, que ainda irá ser soldada.
Para reiniciar a soldagem (após trocar o eletrodo ou para iniciar um novo passe), a
escória deve ser removida com uso da picadeira e da escova de aço manual ou
esmerilhadeira. A dificuldade de remoção da escória dependerá do revestimento utilizado,
da geometria do cordão de solda, do movimento realizado e das dimensões do chanfro,
caso seja utilizado. A facilidade de remoção da escória pode ser um fator determinante na
escolha do eletrodo ideal para uma aplicação. Para evitar inclusões que podem
comprometer a qualidade da solda, é necessário realizar a remoção completa da escória.

4.8 Aplicações Industriais


A soldagem a arco com eletrodos revestidos é usada na fabricação e montagem de
diferentes equipamentos e estruturas, no campo e na oficina. Geralmente é utilizado
manualmente, contudo existe uma variação mecanizada do processo que tem sido
utilizada pela indústria, que é a soldagem por gravidade.
A soldagem manual pode ser utilizada em uma grande variedade de materiais, desde aços
carbonos, de baixa, média e alta liga, aços inoxidáveis, ferros fundidos, alumínio, cobre,
níquel e ligas desses materiais.
Metais de baixo ponto de fusão, como chumbo, estanho e zinco e materiais muito reativos,
como titânio, zircônio, molibdênio e nióbio, geralmente não são soldáveis com eletrodos
revestidos.

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Esse processo é largamente utilizado na manutenção de equipamentos e estruturas, além
de também poder ser utilizado na manutenção de estruturas submersas, em soldagem
subaquática, em ambientes molhados ou secos. Sua ampla utilização se deve à grande
versatilidade do processo, tanto em ligas soldáveis quanto em faixas de espessuras
aplicáveis e devido ao baixo custo relativo do processo e de seus equipamentos.
Por outro lado, o nível da qualidade da solda realizada por meio do eletrodo revestido
depende fortemente da habilidade do soldador, exigindo um profissional com habilidade e
concentração, que só são adquiridos com muito treino e experiência. Por isso a formação
de mão-de-obra pode ser demorada e onerosa, e ainda assim, um bom soldador
trabalhando com equipamento adequado não necessariamente produzirá uma solda de
qualidade caso não estiver totalmente concentrado e empenhado na operação.

Figura 4.28: Grades e portões. Figura 4.29: Soldagem de tubulação em Campo.

Figura 4.30: Soldagem subaquática. Figura 4.31: Soldagem de Navios.

Fonte: https://www.pinterest.de/pin/844706473828748062/?autologin=true

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Colocando o conhecimento em prática

1. Cite 3 vantagens e 3 desvantagens do processo de soldagem por eletrodo revestido


quando comparado a outros processos de soldagem.
2. Cite 2 funções da alma do eletrodo revestido.
3. Cite 4 funções do revestimento do eletrodo revestido.
4. Cite os 3 equipamentos necessários para o processo SMAW (excluindo ferramentas,
EPI’s e consumíveis).
5. Explique a diferença entre Tensão em Vazio e Tensão de Trabalho.
6. Indique as 3 principais funções do porta-eletrodo.
7. Explique o que é fator de ocupação do soldador. Como ele se relaciona com a
produtividade do processo?
8. O que é o ciclo de trabalho de uma máquina?
9. Considere uma máquina com ciclo de trabalho de 20% para 100A num processo com
50% de ocupação do soldador, que está soldando com uma corrente de 100A. Existe
algum problema nessa situação? Por quê?
10. Considere uma máquina com ciclo de trabalho de 100% para 100A num processo
com 40% de ocupação do soldador, que está soldando com uma corrente de 100A.
Existe algum problema nessa situação? Por quê?
11. Na soldagem por gravidade porque é necessário que o suporte não seja posicionado
paralelamente à peça?
12. Cite o nome de cada um dos componentes do processo SMAW enumerados na figura
abaixo

13. Durante um processo de soldagem, o soldador percebe que sua poça de fusão não
está tão profunda quanto o desejado. Cite 5 parâmetros que ele pode alterar para
resolver esse problema, e explique como alterá-lo para aumentar a profundidade da
poça de fusão.
14. Em que situação é vantajoso utilizar um valor de corrente próximo do valor mínimo
para o eletrodo que está sendo utilizado? E em que situação é vantajoso utilizar um
valor próximo do máximo?
15. Quais são as consequências de utilizar uma corrente acima do valor máximo indicado
para o eletrodo que está sendo utilizado? E as consequências de utilizar uma abaixo
do valor mínimo?
16. Cite quais são os 3 movimentos realizados no processo SMAW, e explique cada um
deles.

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17. Cite quais são os 5 tipos de revestimento estudados. Cite uma vantagem e uma
desvantagem de cada um deles.
18. Como o posicionamento do eletrodo revestido durante o processo de soldagem pode
afetar o resultado do cordão?
19. Explique o que indica cada caractere da norma AWS estudada (AWS E XXXYZ).
20 Classifique o tipo dos eletrodos a seguir e indique os tipos de corrente em que cada
um deles pode ser soldado, de acordo com a norma AWS: E6010, E6011, E6012,
E6013, E6020, E7014, E7018, E7024 e E7048.

21. Se uma máquina tem ciclo de trabalho de 100% a 120A, qual é o ciclo de trabalho que
ela possui operando a 150A?

Recapitulando

O processo de soldagem com eletrodos revestidos utiliza como fonte de calor para fusão
das peças um arco elétrico estabelecido entre o eletrodo e a peça, provido pela fonte de
soldagem. A energia do arco funde o metal de base e a alma do eletrodo que juntos
formam o cordão de solda, podendo estar acompanhado de alguns componentes do
revestimento. O revestimento tem diversas funções no processo como a proteção da poça
de fusão e a estabilização do arco elétrico. O processo exige que a escória seja removida
ao final de cada operação.

Figura 4.32: Esquema de soldagem com eletrodo revestido

Fonte: tadeuelieser.blogspot.com.br/2010/05/como-vimos-soldagem-de-uma-peca-pelo.html

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O SMAW é extremamente versátil, tendo aplicação em diversos materiais e tendo uma
gama diversificada de consumíveis para serem utilizados, expandindo as possibilidades do
processo. Além disso ele pode ser levado a campo, por não ser afetado pela ação de
ventos, mas necessita de energia elétrica, diferentemente do oxigás.
O seu custo é relativamente baixo comparado a outros processos, entretanto devido a sua
baixa produtividade existem processos mais eficientes, em termos de taxa de deposição,
que são utilizados industrialmente. Os eletrodos exigem cuidado especial em seu
manuseio, especialmente se forem do tipo básico, e o processo exige uma capacidade
elevada do soldador para que a solda resulte em uma boa qualidade
Durante a aplicação é importante se preocupar com os parâmetros do processo que tem
influência direta sobre o resultado. Tensão e corrente devem ser regulados e o tipo de
eletrodo e seu diâmetro devem ser escolhidos. A posição do eletrodo, posição de
soldagem, velocidade de soldagem, o movimento do soldador e outros parâmetros devem
ser levados em consideração durante o processo

Para saber mais

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG,
2014.
• Eletrodo Revestido – Dicas para iniciantes parte 1. Messias Carvalho. Youtube. 7
nov.2015. 19min37s. Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=jAjSfKSi8i4>.
Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Eletrodo Revestido – Dicas para iniciantes parte 2. Messias Carvalho. Youtube. 13
nov.2015. 44min09s .Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=x8KSMpqI
ldo>. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Eletrodo Revestido – Aplicação em uma obra. Messias Carvalho. Youtube. 21 jan.
2019. 36min10s .Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=IEC-Bjy7MV8>.
Acesso em: 7 jun. de 2020,
• Super câmera Lenta. Yusuke Urameshi. Youtube. 10 mai.2011. 2min. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=rBWnZ4TkU4w >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• How Arc Welding Works. Edilson. Youtube. 12 jan .2016. 1min50s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=TeBX6cKKHWY >. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Soldagem Subaquática com Eletrodo Revestido. Curso de Vela e Travessias Oceân
icas Mistralis. Youtube. 8 jun.2016. 1min41s. Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?v=CHo3xD1DlYY>. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Soldaagem por gravidade. Roberto Luiz. Youtube. 18 jul.2013. 1min03s. Disponível
em:< https://www.youtube.com/watch?v=zvkGJoCIo5Y>. Acesso em: 7 jun. de 2020.
• Stick Welding Rods.weldingtipsandtricks. Youtube. 12 dez.2011. 5min51s. Disponível
em:< https://www.youtube.com/watch?v=fWQXIjE5cz4>. Acesso em: 7 jun. de 2020.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Prática de laboratório

1. Para realização de solda com eletrodos revestidos deve-se inicialmente escolher o tipo
de fonte a ser utilizado.
Lembre-se que em fontes do tipo transformador, utiliza-se corrente alternada na saída.
Estas proporcionam uma penetração intermediária e uma menor estabilidade de arco. Na
prática elas são utilizadas por terem menor custo comparadas a uma fonte de corrente
contínua de mesma capacidade e são mais indicadas em situações onde longos
cabeamentos serão utilizados devido ao menor efeito joule em corrente alternada.
Exemplo: Fabricação de navios. Nessas fontes conectar o porta eletrodo e o cabo terra em
qualquer uma das saídas não haverá diferença.
Em fontes do tipo retificador ou inversor, utiliza-se corrente contínua na saída. Essa se
subdivide em corrente contínua inversa (CC+) e corrente contínua direta (CC-). Na maioria
das situações deseja-se ter uma maior penetração, nesse caso colocaremos o porta
eletrodo no positivo e o cabo terra no negativo utilizando corrente contínua inversa CC+.
Porém para a soldagem de chapas finas é interessante termos uma baixa penetração para
evitar que a chapa se fure, nesse caso optamos pela corrente contínua direta CC- onde o
porta eletrodo será conectado no negativo e o cabo terra no positivo.
2. Após definido o tipo de corrente, vamos definir o tipo de eletrodo a ser utilizado. Para
serviços de serralheria em geral utilizar E6013 (rutílico) cujo principal vantagem é a
estabilidade do arco e facilidade de soldagem. Para serviços de maior responsabilidade,
como manutenção industrial, estruturas metálicas, fabricação naval, utilizar E7018 (básico)
cujo principal vantagem é baixo teor de hidrogênio garantindo melhor qualidade do metal
de solda; necessária secagem para garantir propriedades mecânicas. Para passes de raiz
utilizar E6010 (celulósico) cujo principal vantagem é a alta penetração.
Espessura do eletrodo depende da espessura da chapa a ser solda (tamanho da poça de
fusão) e da capacidade da máquina a ser utilizada.
3. Ajuste da corrente de soldagem a ser utilizada
Tabela 4.3: Faixa de corrente

Fonte: www.esab.com.br/br/pt/education/blog/como_identificar_eletrodo_corrente_correta_soldagem.cfm

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Existe uma faixa de corrente a ser utilizada para cada espessura e tipo de revestimento, o
ajuste fino é feito de acordo com a posição de soldagem e até as condições ambientes
podem influenciar.
Para um valor médio pode-se utilizar: 𝐼 = 𝜙 − 1 . 50
Onde: 𝐼 é a corrente de soldagem e 𝜙 é o diâmetro da alma do eletrodo em mm.
4. Conectar o cabo terra na peça ou na bancada. Garantir um bom contato elétrico.
5. Realizar abertura do arco conforme indicado.

Figura 4.33: Técnica de abertura do arco

Fonte: https://docplayer.com.br/24928584-Smaw-soldagem-por-eletrodos-revestidos.html

6. Após aberto o arco deve manter o comprimento de arco pequeno para garantir a
estabilidade do processo. Deslocar eletrodo na direção desejada, para preenchimentos de
chanfros utilizar técnica de tecimento.

Figura 4.34: Tecimento.

Fonte: https://docplayer.com.br/24928584-Smaw-soldagem-por-eletrodos-revestidos.html

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Figura 4.35: Corpo de provas

Fonte: https://docplayer.com.br/24928584-Smaw-soldagem-por-eletrodos-revestidos.html

Referências bibliográficas

[1] MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

[2] OKUMURA, T., TANIGUCHI, C.. LTC, Rio de Janeiro, 1982. Engenharia de Soldagem
e Aplicações

[3] CARY, H. B. Modern Welding Technology. 4ª edição, Prentice-Hall, Upper Saddle


River, USA, 1998.

70
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Fundamentos de
Soldagem
1º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1 - Segurança na Soldagem 73
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Regras de segurança relativas ao local de trabalho 74
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 EPIs 77
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 EPCs 79
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Unidade 2 - Introdução à Química Geral 82
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.1 Modelos atômicos 83
Supervisão de área
2.2 Classificação periódica 86
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel
2.3 Ligações Químicas 90
Mendes de Almeida Carvalho

Unidade 3 - Desenho Técnico 95


Instrutores Colaboradores
3.1 Desenho Técnico 96
César Romero Afonso Goulart Júnior

Lara Alves Rachid 3.2 Identificação de Vistas 97

3.3 Cotas 105

Unidade 4: Planejamento para execução de um Projeto 112


4.1 Projeto 113

4.2 Documentação de Projeto 116

4.3 Seleção de Materiais 117

4.4 Elementos Estruturantes do Texto Científico 118

72
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1 - Segurança
na Soldagem
Um começo de conversa

A soldagem é um dos processos de fabricação mais utilizados na indústria. Graças à sua


versatilidade e os diversos processos de soldagem e aplicações existentes, acaba sendo
amplamente utilizada e requisitada. No entanto é uma atividade que apresenta riscos aos
envolvidos devido ao calor, fumaça, ruídos, poeira e projeção de materiais gerados. É
muito importante que os soldadores entendam esses riscos e saibam os cuidados e ações
a serem tomadas para reduzir as possibilidades de haver um acidente. Nesta unidade
serão apresentados quais os riscos, os EPC e EPI que devem ser utilizados para reduzir
os danos à saúde do soldador e quais as medidas a serem tomadas em um ambiente de
soldagem e corte térmico para a prevenção de acidentes.

Objetivos da Aprendizagem

Todo profissional envolvido nos trabalhos de soldagem deve estar consciente das
atividades desempenhadas como também, conhecer os riscos decorrentes da utilização
dos equipamentos manuseados para a execução dessas atividades. É indispensável que
esse profissional se preocupe em adotar medidas de saúde e segurança capazes de
minimizar acidentes, permitindo o desempenho de seu trabalho de forma segura e eficaz.

Em busca de informações

Os acidentes na soldagem são causados, principalmente, pela falta de atenção, pelo uso
incorreto ou o não uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual), por toda a equipe
envolvida no processo.

A maior parte dos acidentes podem ser prevenidos, para isso devemos ter total
conhecimento da maneira correta de utilização dos equipamentos disponíveis.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Regras de segurança relativas ao local de trabalho

Incêndios e explosões
O calor e os respingos produzido por arcos elétricos podem causar incêndios e explosões
se não forem tomadas as devidas precauções. Então, antes de realizar procedimento de
soldagem ou corte, deve-se:
• Eliminar possíveis causas de incêndios – locais onde se solde ou corte não devem
conter líquidos inflamáveis (tintas, gasolina, solvente, etc), sólidos combustíveis (papel,
materiais de embalagem, madeira, etc) ou gases inflamáveis (propano, metano,
acetileno, hidrogênio, etc).
• Instalar barreiras contra o fogo e respingos – quando a operação de soldagem e corte
não puder ser realizada em lugares específicos, devem ser instaladas barreiras para
que os respingos não atinjam os objetos ao redor.

Figura 1.1. Soldagem utilizando barreira de proteção

Fonte adaptado: https://www.schoolroomdividers.com/products/welding-screens/

• Ter equipamentos contra incêndios instalados - conhecer o local de trabalho e saber


onde os equipamentos se encontram para que em caso de incêndio, o mesmo seja
controlado rapidamente.

• Nunca soldar, cortar ou realizar qualquer operação a quente em uma peça que não
tenha sido adequadamente limpa, pois as substâncias na superfície da peça podem
gerar gases inflamáveis e tóxicos.

Ventilação
O local de trabalho deve possuir ventilação adequada de forma a eliminar os gases,
vapores e fumos usados, além daqueles gerados pelos processos de soldagem e corte
que podem ser prejudiciais à saúde.

Áreas confinadas – a realização de corte e soldagem em áreas fechadas deve ser feita
com o uso equipamento específico de ventilação e sempre com o uso de máscaras
especiais.

74
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.2- Proteção respiratória

Fonte:https://www.honeywellsafety.com/BR/Training_and_Su
pport/Prote%C3%A7%C3%A3o_Respirat%C3%B3ria__Fuja
_do_Assassino_Silencioso.aspx

Metais tais como o aço galvanizado, o aço inoxidável, o cobre, ou que contenham zinco,
chumbo, berílio ou cádmio nunca devem ser soldados ou cortados sem que se disponha
de uma ventilação forçada eficiente. Nunca se deve inalar os vapores produzidos por estes
materiais.

1.1.1 Regras específicas de segurança corporal


Regras para a proteção da visão
Os arcos elétricos de soldagem ou corte emitem raios ultravioletas e infravermelhos.
Exposições de longa duração podem provocar queimaduras graves e dolorosas na pele e
danos permanentes na vista.

Para soldar ou cortar, é necessário o uso de máscara com vidro ou dispositivo de


opacidade adequado ao processo e à aplicação prevista. A tabela abaixo orienta quanto à
opacidade recomendada para a proteção em função do processo e da faixa de corrente
utilizada. Como regra geral, sempre inicie a soldagem com uma opacidade alta e reduza
em seguida, ajustando para uma opacidade menor até que se tenha uma visão adequada
da área de soldagem, sem problema para os olhos.

Escolha usar óculos de segurança com protetores laterais quando for soldar, cortar, goivar,
remove a escória de um cordão de solda ou esmerilhar alguma peça, pois partículas
metálicas, respingos e fagulhas podem atingir os olhos em diversos ângulos. Nos
processos semiautomáticos ou automáticos, pontas de arame podem ferir gravemente, é
recomendado usar os óculos de segurança inclusive por baixo da máscara de soldar ou de
qualquer protetor facial.

Qualquer pessoa dentro de uma área de soldagem ou corte, num raio de 20 m, deve estar
adequadamente protegida - A irradiação de um arco elétrico tem grande alcance e as
partículas metálicas e respingos podem voar por grandes distâncias.

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Tabela 1.1 - Opacidade de lente

Fonte: APOSTILA SOBRE O PROCESSO DE SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO – 2007,


GETSOLDA

Regras para proteção da pele


Devido à emissão de raios ultravioletas e infravermelhos, arcos elétricos queimam a pele
da mesma maneira que o sol, porém mais rápido e com maior intensidade. Os operadores,
e em particular pessoas sensíveis à exposição ao sol, podem sofrer queimaduras na pele
após breve exposição a um arco elétrico. Os respingos de solda e as fagulhas são outras
fontes de queimaduras. Seguir as recomendações abaixo para garantir uma proteção
segura contra a irradiação de um arco elétrico e os respingos.

• Não deixar nenhuma área de pele descoberta - Não arregaçar as mangas da camisa
ou do avental.

• Usar roupa protetora resistente ao calor: gorro, jaqueta, avental, luvas e perneiras.
Roupa de algodão ou similares constitui uma proteção inadequada, pois além de ser
inflamável, ela pode se deteriorar em função da exposição às radiações dos arcos
elétricos.

• Usar calçado de cano longo e estreito - Não usar sapatos baixos e folgados nos quais
respingos e fagulhas podem penetrar.

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Figura 1.3- Condições inseguras de soldagem

Fontes: https://slideplayer.com/slide/10464580/ ;
https://www.gograph.com/clipart/flash-burn-gg57751379.html ;
https://www.canstockphoto.es/escoria-escombros-5362102.html

1.2 EPIs
Aventais: Os aventais de modelo simples são os mais utilizados, eles têm como objetivo
principal a proteção do tórax e a parte superior das pernas, são indicados na execução de
pequenos trabalhos de bancadas. Outro modelo de avental é aquele que apresenta
mangas agregadas, devido ao seu formato eles possuem uma maior proteção em relação
ao modelo simples, além de protegendo também os braços, ombros e parte das costas.
Sua aplicação é indicada para maioria dos trabalhos realizados pelo soldador. Os aventais
devem ser desprovidos de bolsos para evitar que respingos entrem. O soldador nunca
deve guardar fósforos ou isqueiros nos bolsos da roupa. As botinas de segurança,
preferencialmente, devem ter uma cobertura, geralmente feita do mesmo material das
perneiras para proteção contra respingos da solda.

Mangas: Utilizadas em conjunto com aventais de modelo simples, estas vestimentas têm
a finalidade de proteger somente os braços do soldador.

Polainas (perneiras): Também conhecidas como perneiras para soldador, podem


apresentar-se de diversas formas ou modelos, ele é utilizado para proteger parte das
pernas e dos pés do usuário.

Luvas de cano longo: As luvas podem ser consideradas uma das partes mais
importantes da vestimenta do soldador, todo o manuseio das peças e acessórios deve ser
realizado com elas. Este EPI tem finalidade de proteger as mãos de possíveis
queimaduras, cortes, bem como isolante contra descargas elétricas. Seus modelos podem
variar quanto às necessidades dos serviços. Luvas de vaquetas são mais flexíveis, porém
menos resistentes luvas de raspas de couro com reforços na palma da mão são usadas
para trabalhos maiores.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Toucas : A Touca utilizada pelo soldador geralmente é fabricada em algodão ou brim, tem
por finalidade proteger a cabeça, orelhas e pescoço dos respingos projetados durante a
execução da soldagem.

Óculos de proteção: Sabemos que os olhos são uma das partes mais sensíveis do nosso
corpo. O uso de óculos de proteção incolor para soldadores deve ser constante, mesmo
quando se utiliza máscaras de proteção. Isso se deve, pois respingos e projeções que
passam por cima da máscara podem atingir os olhos. Existem no comércio óculos de
proteção com várias tonalidades de cores: amarelo, preto, entre outros, caso sejam
usados durante a soldagem eles podem aumentar a luminosidade do Arco elétrico e/ou
não proteger adequadamente, provocando lesões graves aos olhos do soldador.

Botas de segurança (bico de aço): Em determinados serviços realizados por soldadores


o manuseio de grandes peças, chapas pesadas, bem como o risco de incidentes com
peças no piso são eminentes. Devido a isso a utilização de botas de segurança com
biqueira de aço se torna indispensável.

Máscaras para soldador: Em geral as máscaras de proteção são feitas em fibra de vidro,
fibra prensada ou de plástico, elas têm um visor no qual se coloca o vidro neutralizador e
os vidros protetores. Usa se para proteger o rosto e evitar queimaduras. Existem máscaras
de diversos tipos e para diferentes aplicações, são as principais aquelas com:

• Com suporte para cabeça;

• Com lente de auto escurecimento (cristal líquido).

Figura 1.4- EPI adequados para


soldagem.
Fonte adaptado de:
https://pt.slideshare.net/fccardoso/seg
urana-na-soldagem-epi

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Lentes para soldagem: A escolha da lente adequada, depende do processo de soldagem
utilizado, elas possuem extrema importância para que usuário não sofra lesões na visão.
As lentes podem apresentar tonalidades nas cores verde ou cinza com opacidades variadas
em função do processo e amperagem (Tabela 1). As lentes escuras devem ser protegidas
com lentes incolores, preservando-as, visto que as lentes incolores possuem um custo
bem menor que às escuras e podem ser facilmente trocadas.

1.3 EPCs
Equipamentos de Proteção Coletiva têm como finalidade garantir a segurança e
integridade física dos funcionários. Entre eles podemos listar alguns específicos para as
áreas de soldagem:

Extintores de incêndio: De acordo com a NBR 12693 – Sistemas de proteção por


extintores de incêndio - um extintor é um aparelho manual utilizado para combater os
princípios e focos de fogo, cada tipo contém um determinado agente extintor que
apresentará melhor desempenho para determinado material.

Figura 1.5 - Extintores de incêndio.

Fonte: https://projunior.com.br/combate-a-incendio-os-diferentes-tipos-de-extintores/

Cortinas inactínicas: Para proteger as pessoas ao redor e o ambiente de radiações e


respingos, são utilizados biombos de material não inflamável, ou cortinas próprias para
essa aplicação. As cortinas vêm ganhando espaço na indústria pelo fato delas
favorecerem a visibilidade do trabalho realizado pelo soldador sem afetar a saúde visual
das pessoas próximas. Suas cores podem variar conforme a aplicação.
Definição de actínico: Diz-se das radiações que provocam uma ação química (raios
ultravioleta).

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.6- Cortinas inactínicas

Fonte: http://www.carbografite.com.br/produto/carbografite/cortina-de-solda-

Sistemas de extração de gases: Sempre que viável, a captação na fonte é o método


mais eficiente de aspiração e remoção de fumos de solda, minimizando a exposição aos
gases nocivos. Os componentes necessários para conseguir uma captação na fonte
adequada são um exaustor e uma coifa ou bocal captor bem posicionado. Com um coletor
de gases adequado e um soldador consciente que posiciona a proteção de modo correto,
consegue-se um ambiente de trabalho limpo e seguro.

Figura 1.7- Exaustor

Fonte: https://img.directindustry.com/pt/images_di/photo-g/22204-9847078.jpg

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. O que significa EPI e EPC? Qual é a diferença entre eles?


2. Por que um soldador deve utilizar EPI? Uma pessoa que está próxima ao soldador
necessita de algum equipamento especial de proteção? Por quê?
3. Cite 5 EPI necessários para realizar atividades de soldagem e a função de cada um
deles.

Recapitulando

Nesta seção estudamos sobre as precauções e atitudes que devemos ter durante o
procedimento de soldagem. Nesse contexto foram abordados os conhecimentos
relacionados à segurança no local de trabalho, segurança corporal, EPI e EPC.

Para saber mais

• Apostila Regras para Segurança em soldagem, goivagem e corte ao arco elétrico.


• Classificação dos equipamentos elétricos e eletrônicos quanto à proteção contra os
choques elétricos -NBR6151 (1990).
• Estabelecimento de segurança aos efeitos da corrente elétrica percorrendo o corpo
humano - NBR6533 (1981).
• Cabos flexíveis com cobertura para máquinas de soldar a arco - NBR8762 (1985).
• Sistemas de proteção por extintores de incêndio - NBR12693 (1993).
• Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio -NBR9441 (1986).
• Prevenção de acidentes em espaço confinado - NBR12246 ((1992).
• Níveis de ruído para conforto acústico - NBR10152 (1987).
• Identificação de gases em cilindros - NBR12176 (1992).
• Segurança de instalações de ar comprimido - NB 222 (1971).
• Capacete de segurança para uso na indústria - NBR8221 (1983).
• Luvas de segurança - NB 122 (1966).
• Calçado de proteção - NBR12561 (1992).

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2 - Introdução
à Química Geral
Um começo de conversa

Alguma vez você já se questionou sobre sua origem? Sim. As perguntas mais naturais que
surgem quando pensamos nesse assunto são as seguintes:

• De onde venho?

• Por que estou aqui?

• Para onde irei?

• Quem me originou? E para que?

• De que sou feito?


É da natureza humana tais questionamentos. As religiões procuram explicar as quatro
primeiras perguntas. Já a ciência tenta explicar última: de que somos feitos? A resposta a
essa pergunta encontra-se em uma parte da química que se chama constituição da
matéria ou estrutura da matéria, que passaremos a estudar agora.

Objetivos da Aprendizagem

A unidade Introdução a Química busca apresentar e discutir informações das ideias


primordiais da Química, como ela se desenvolveu durante os anos até a atualidade. Nesse
contexto, evidenciaremos os conceitos de átomos, modelos atômicos e ligações químicas.
Todos esses conteúdos são cruciais para entender perguntas como “Por que consigo
soldar aço com aço e não consigo soldar madeira e alumínio?”.

Em busca de informações

Em nosso cotidiano a Química está em toda parte. Você já pegou farinha, ovos, fermento,
óleo, açúcar, alguns pedaços de fruta, misturou todos esses ingredientes e após colocar no
forno obteve um bolo? Isto ocorreu devido a reações químicas que aconteceram. Bem,
este é só um dos milhares de exemplos da presença das reações químicas em nosso
cotidiano. Bora aprender mais?

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.1 Modelos atômicos

Na área acadêmica, um modelo é uma representação criada pelo homem, que procura
retratar um fato ou fenômeno.

Por exemplo, se uma pessoa lhe entregasse uma caixa opaca, fechada, com um objeto
dentro e lhe perguntasse qual é o objeto, o que você faria? Provavelmente você agitaria a
caixa para perceber o som produzido e a partir dele descreveria o objeto, seu formato, o
tipo de material de que é feito etc. Você acabou de criar um modelo que tenta retratar o
que acontece.

2.1.1 Modelos atômicos primitivos


O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) acreditava que se um pedaço de metal fosse
dividido em partes cada vez menores, acabaria chegando no final, a uma partícula
microscópica que não poderia ser mais dividida, mas que ainda apresentaria as
propriedades do metal. Essa partícula seria o “átomo”, que em grego significa “indivisível”.

2.1.2 Modelo atômico de Dalton (1803)


O modelo atômico de Dalton também conhecido por “bola de bilhar” tem os seguintes
postulados ou fatos admitidos para a elaboração de seu modelo:

1°Postulado: a matéria é formada por átomos indivisíveis e indestrutíveis.

2°Postulado: todos os átomos de um determinado elemento são idênticos quanto às suas


massas e às suas propriedades químicas.

3°Postulado: átomos de elementos diferentes possuem massas e propriedades diferentes.

4°Postulado: átomos de elementos diferentes se combinam em uma proporção fixa para


originar determinado composto químico.

5°Postulado: durante as reações químicas, átomos não são criados nem destruídos, mas
apenas rearranjados, formando novas substâncias.

6°Postulado: átomos de certo elemento químico não podem se converter em átomos de


outros elementos.

Figura 2.1- Bola de bilhar

Fonte: https://www.todamateria.com.br/modelo-atomico-de-
dalton/

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2.1.3 Modelo atômico de Thomson (1897)
O átomo de Dalton era neutro, ou seja, não possuía cargas elétricas. Como explicar,
então, a atração existente entre uma régua ou pente, que foi eletricamente polarizado pelo
atrito com lã ou no cabelo, e pequenos pedaços de papel?

Figura 2.2 - Atração entre pente polarizado e pequeno pedaço de papel

Fonte: http://minhasaulasdefisica.blogspot.com/2016/07/eletrizacao.html

Thomson, a partir de seus experimentos com os tubos de raios catódicos, criou um modelo
em que o átomo era formado por cargas positivas e negativas. Tal modelo foi chamado de
modelo “pudim de passas”. A massa desse pudim seria formada por uma esfera maciça
com carga positiva que estaria coberta por cargas negativas, representadas pelas passas.
Com esse modelo ele era capaz de explicar tais atrações citadas.

Para Thomson, o átomo era uma esfera positiva e eletricamente neutra, devido às cargas
negativas espalhadas por toda sua extensão. Com esse modelo, começava-se a admitir a
divisibilidade do átomo e a reconhecer a natureza elétrica da matéria.

Figura 2.3- Modelo atômico de Thomson

Fonte: Http://estruturadoatomolic2013iqunesp.blogspot.com.br/p/experimento-de-
thomson.html

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2.1.4 Modelo de Rutherford (1911)
Experimento de Rutherford

Figura 2.4- Experimento com raios catódicos.

Fonte: Http://agracadaquimica.com.br/category/quimica/page/10/

A partir destes resultados, concluiu que o átomo não era uma esfera positiva com elétrons
espalhados pela sua extensão, pôde-se afirmar que:

• O átomo é um enorme vazio;

• O átomo tem um núcleo muito pequeno e denso;

• O átomo tem núcleo positivo (+), já que partículas alfa desviavam algumas vezes;

• Os elétrons estão ao redor do núcleo (na eletrosfera) para equilibrar as cargas


positivas.

• O modelo atômico de Rutherford sugeriu então, um átomo com órbitas circulares dos
elétrons em volta do núcleo. Comparou o átomo com o Sistema Solar, onde os elétrons
seriam os planetas e o núcleo seria o Sol.

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Figura 2.5 - Modelo de átomo planetário

Fonte: Encyclopaedia Britannica, Inc.

2.2 Classificação periódica


A classificação periódica é uma forma de organização dos elementos químicos de modo a
evidenciar algumas semelhanças em suas propriedades físicas e/ou químicas. Vários
estudiosos tentaram criar um sistema de classificação dos elementos. O idealizador da
tabela utilizada atualmente foi Dmitri Mendeleev.

2.2.1 Classificação periódica atual


A tabela periódica moderna traz os elementos em ordem crescente de seus números
atômicos em linhas/fileiras (linhas horizontais), de modo que elementos com propriedades
químicas semelhantes fiquem nas mesmas colunas (linhas verticais).

2.2.2 Classificação periódica dos elementos quanto as propriedades


físicas
A divisão dos elementos químicos em metais e ametais foi a primeira forma de classificá-
los. Uma classificação muito comum, atualmente, divide os elementos nos seguintes
grupos: metais, ametais, gases nobres e hidrogênio.

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Figura 2.6 - Tabela periódica

Fonte adaptada: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica.pdf

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2.2.3 Metais
Os elementos metálicos têm propriedades bem típicas:

• Apresentam brilho característico – a superfície polida de um metal funciona como um


espelho;

• Bons condutores de calor, por isso a sensação de frio quando tocamos em um metal –
ele retira calor rapidamente da nossa pele;

• São sólidos em sua maioria;

• Possuem elevada condutividade elétrica - que geralmente diminui com o aumento da


temperatura;

• São dúcteis (facilmente transformados em fios finos) e

• Maleáveis (facilmente transformados em lâminas delgadas).

2.2.4 Ametais
Os ametais possuem propriedades opostas às dos metais. Os ametais típicos:

• não apresentam brilho metálico;

• não são bons condutores térmicos e;

• Não são bons condutores elétricos;

• Muitos elementos ametálicos são gasosos e mesmo aqueles que são encontrados na
forma sólida não apresentam elevadas ductilidades ou maleabilidades típicas dos
metais.

2.2.5 Gases Nobres


São elementos formadores do grupo 0, VIII A ou 18, possuem átomo com o octeto (à
exceção do He completo, e apresentam uma baixíssima reatividade química. Aparecem,
na natureza na forma de gases monoatômicos (um único átomo) e dificilmente formam
compostos, ou seja, se juntam com outro elemento. Já foram chamados de gases raros ou
gases inertes devido a essas características.

2.2.6 Hidrogênio
O hidrogênio apresenta uma química muito peculiar, não sendo conveniente enquadrá-lo
em nenhuma das classificações anteriores.

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2.3 Ligações Químicas
Por que os átomos estabelecem ligações químicas?

Qualquer ligação química só se estabelece entre dois átomos para formar moléculas, o
arranjo resultante se das iterações entre seus núcleos e seus elétrons apresentar energia
mais baixa que a energia total dos átomos sozinhos. Assim, podemos dizer que os átomos
se ligam para assumirem uma condição de mais baixa energia, chamada de condição
estável, através da doação ou compartilhamento de elétrons.

Conceitos fundamentais:
Ponto de fusão é a temperatura em que uma substância passa do estado sólido passa o
estado líquido.

Ponto de ebulição é a temperatura em que uma substância líquida passa para o estado
gasoso, à determinada pressão.

Estado físico: Estados físicos da matéria, estado sólido, estado líquido, estado gasoso.

Condutividade elétrica: Capacidade de os elétrons se moverem em um corpo.

Dureza: Capacidade de um material suportar ser riscado.

2.3.1 Ligação Iônica


A ligação iônica deve ser conceituada como sendo a elevação de estabilidade quando dois
átomos se ligam de forma que um deles perde elétrons e o outro ganha esses elétrons
formando íons ou átomos de cargas contrárias – cátion, íon positivo e ânion, íon negativo -
estando muito próximos eles originam uma molécula iônica neutra. A estabilidade dessa
reação é consequência do equilíbrio entre forças de repulsão e de atração. O simples fato
de átomos muito próximos perderem e ganharem elétrons originando os respectivos
cátions e ânions não proporciona a eles estabilidade, tem que ter balanceamento entre
essa troca. Conforme (Ligação iônica, 2008) normalmente esse tipo de ligação é feita entre
metais e ametais ou hidrogênio.

Figura 2.7- Ligação iônica

Fonte: Http://educacao.globo.com/quimica/assunto/ligacoes-quimicas/ligacao-ionica.html

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Propriedades de materiais que fazem ligação iônica:
• Temperatura de fusão e de ebulição elevadas em virtude de a ligação iônica ser forte
na maioria dos casos.

• A maioria dos compostos iônicos é sólida nas condições ambiente.

• Os sólidos iônicos são maus condutores devido à pouca movimentação dos íons nesse
estado.

2.3.2 Ligações Metálicas – mar de elétrons


Ligação entre dois átomos de metais. Podemos imaginar um cristal metálico, ou uma
junção de moléculas metálicas, como sendo uma rede formada por cátions metálicos na
qual os elétrons de valência - aqueles elétrons que estão na camada mais distante do
núcleo - podem se movimentar livremente nas três direções do cristal. Dessa forma, uma
maneira muito simples para descrever os metais é como um mar de elétrons, em que os
átomos metálicos perdem os seus elétrons de valência, que estão mais distantes e com
menor força de ligação com o núcleo. Tais elétrons permanecem confinados ao metal por
meio de atração eletrostática com os cátions do núcleo de cada átomo, que faz com que
eles fiquem uniformemente distribuído pela estrutura.
Figura 2.8- Estrutura cristalina

Fonte: http://www.trajanocamargo.com.br/wp-
content/uploads/2012/05/Estrutura_Cristalina_materialdeapoio1.pdf

Nenhum elétron da camada de valência está confinado a um cátion em específico, por


isso, esses elétrons apresentam grande mobilidade e são chamados de elétrons livres.
Isso também explica o caráter direcional da ligação metálica.

Figura 2.9- Ligação entre


moléculas de metais e
representação do mar de
elétrons

Fonte:
Http://saladeexplosoesthuanyjac
ob.blogspot.com.br/2013/11/

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Propriedades dos metais:
• São sólidos a temperatura ambiente.
• Possuem pontos de fusão que vão de médios a elevados.
• Bons condutores de eletricidade e calor.
• São brilhantes.
• São maleáveis e dúcteis.

2.3.3 Ligações Covalentes


Ligação covalente consiste na interação entre
dois átomos por meio do compartilhamento de
elétrons. Esse compartilhamento forma uma
ligação menos energética se comparada a
ligação iônica, contudo manterá os átomos, que
fazem tipo de ligação - mais estáveis se
comparado os mesmos isolados. A molécula de
O2 fornece o exemplo de ligação covalente.

Figura 2.10 - Ligação covalente de HCl

Fonte: Http://alunosonline.uol.com.br/quimica/polaridade-
das-ligacoes.html

Comparação entre compostos iônicos e covalentes:


Tabela 2.1 - Comparação entre compostos iônicos e covalentes

Fonte: Http://quimica-dicas.blogspot.com.br/2011/06/resumo-das-diferencas-entre-ligacao.html

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Definições
Postulado: O que se considera como fato reconhecido, como axioma, como verdade
indemonstrável, mas certa ou necessária.
Matéria: Tudo o que é tangível (pode ser “percebido, tocado”).

Colocando o conhecimento em prática


• O que é matéria?
• O que é um átomo?
• Qual foi o primeiro modelo atômico criado, quais eram as suas suposições feitas para
criar o modelo?
• Qual questão o modelo de Thomson tentou resolver?
• Desenhe um átomo baseado no modelo de Rutherford e dê os nomes de cada parte
desse átomo.
• Caracterize os metais e dê dois exemplos de átomos metálicos.
• Caracterize os ametais e dê dois exemplos de átomos ametálicos.
• Caracterize os gases nobres e dê dois exemplos de átomos de gases nobres.
• Caracterize o hidrogênio.
• Por que os átomos estabelecem ligações químicas?
• O que é uma ligação iônica? Dê um exemplo.
• O que é uma ligação metálica? Dê um exemplo.
• O que é uma ligação covalente? Dê um exemplo.
• O que são ligas metálicas?
• O que é ponto de ebulição?
• O que é ponto de fusão?
• O que é condutividade elétrica, qual elemento se movimenta para criar corrente?
• O que é dureza?

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Definições

Postulado: O que se considera como fato reconhecido, como axioma, como verdade
indemonstrável, mas certa ou necessária.
Matéria: Tudo o que é tangível (pode ser “percebido, tocado”).

Colocando o conhecimento em prática

1. O que é matéria?
2. O que é um átomo?
3. Qual foi o primeiro modelo atômico criado, quais eram as suas suposições feitas para
criar o modelo?
4. Qual questão o modelo de Thomson tentou resolver?
5. Desenhe um átomo baseado no modelo de Rutherford e dê os nomes de cada parte
desse átomo.
6. Caracterize os metais e dê dois exemplos de átomos metálicos.
7. Caracterize os ametais e dê dois exemplos de átomos ametálicos.
8. Caracterize os gases nobres e dê dois exemplos de átomos de gases nobres.
9. Caracterize o hidrogênio.
10. Por que os átomos estabelecem ligações químicas?
11. O que é uma ligação iônica? Dê um exemplo.
12. O que é uma ligação metálica? Dê um exemplo.
13. O que é uma ligação covalente? Dê um exemplo.
14. O que são ligas metálicas?
15. O que é ponto de ebulição?
16. O que é ponto de fusão?
17. O que é condutividade elétrica, qual elemento se movimenta para criar corrente?
18. O que é dureza?

Recapitulando

Nesta unidade aprendemos sobre os modelos atômicos, classificação periódica dos


elementos químicos, como os elementos químicos se ligam e posteriormente aplicamos
alguns dos conceitos aprendidos.

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Para saber mais

• CHANG, Raymond; GOLDSBY, K. A. Química. 11˚ edição. Porto Alegre: AMGH,2013.


• HEWITT, Paul G. Física conceitual. 12˚ edição. Bookman, 2015.

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Unidade 3 - Desenho
Técnico
Um começo de conversa

Nas indústrias, serralherias, nas construções, enfim, em todo lugar onde a engenharia
esteja envolvida, conceber formas e padrões para que várias pessoas compreenderam e
executem os projetos corretamente é fundamental. Uma ferramenta essencial para esse
entendimento é através da execução de desenhos técnicos. A partir deles é possível
identificar os parâmetros necessários para se fabricar um parafuso, uma estrutura
metálica, um eixo com as dimensões solicitadas.

Objetivos da Aprendizagem

Esta unidade tem como finalidade de desenvolver habilidades relacionadas a leitura e


concepção de desenhos técnicos na perspectiva da indústria metal mecânica.

Em busca de informações

Você já ouviu falar de linha tracejada, vista, escala, perspectiva, caligrafia técnica, folha A3,
cota? Esses elementos fazem parte de um desenho técnico. Nesta unidade aprenderemos
sobre esses conceitos e outros mais com a finalidade de capacitá-los a entender,
desenvolver e atuar em grandes projetos!

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3.1 Desenho Técnico

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de um objeto, dimensão e posição de uma junção de figuras de acordo com
as diferentes necessidades da área industrial, fabril e da arquitetura.

3.1.1 Axiomas Geométricos


Para dar sequência serão apresentados diversos conceitos fundamentais de geometria
para realização de um desenho, são chamados de noções primitivas da matemática e
servem de base para toda a geometria conforme (Ponto, 2019).
Figura 3.1- Definições da geometria

Fonte: Http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/nocoes-primitivas-geometria-ponto-reta-plano-
espaco.htm

Um ponto é uma representação infinitesimal em um plano ou espaço, usualmente


representamos o ponto com um “pingo” ou uma bolinha, mas é importante saber que isso
é apenas uma representação geométrica. Eles são a base para se formar as figuras
geométricas.
Retas são conjuntos de pontos compreendidos como linhas infinitas que não fazem
curvas.
Plano, assim como a reta, é a figura formada pela justaposição de pontos, o plano é um
objeto formado pelo enfileiramento de retas.

Figura 3.2- Representação de um "plano"

Fonte: Http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/nocoes-primitivas-geometria-ponto-reta-plano-
espaco.htm7

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Espaço, assim como o plano é uma justaposição de retas, contudo as dimensões de um
plano se estendem para mais direções se comparado ao plano, um plano tem duas
dimensões, enquanto o espaço que iremos lidar nessa apostila tem três dimensões. Pode-
se dizer que o espaço é o conjunto de planos colocados um sobre o outro, de modo que
dois planos não possuam nenhum ponto em comum, mas que estejam tão próximos a
ponto de serem confundidos.
Figura 3.3- Representação de espaço.

Fonte: Http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/nocoes-primitivas-geometria-ponto-reta-plano-
espaco.htm

3.1.2 Sólidos Geométricos – Definições


Figura 3.4- Representação de definições geométricas

Fonte: Http://matematicacinco.blogspot.com.br/2010/10/faces-vertices-e-arestas.html

Faces - são as superfícies planas que constituem um sólido.


Arestas - são os segmentos de reta que são a intersecção de duas faces vizinhas, ou que
se interceptam.
Vértices - são os pontos de encontro das arestas.

3.2 Identificação de Vistas


Em desenho técnico é necessário o conhecimento de algumas palavras do vocabulário
técnico utilizadas para se referir aos elementos de um desenho, além dos conceitos de
geometria vistos é necessário
Peça: corpo a ser desenhado, conjunto de figuras.
Plano de projeção: é o plano sobre o qual se projeta/desenha uma figura.
Projeção: representação da peça no plano definido.

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Figura 3.5 - Conceitos de geometria descritiva.

Fonte: Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico; SENAI - ES, 1996

3.2.1 Vistas Ortográficas


Existem seis tipos de vistas em um desenho técnico, elas representam a visão do objeto
em diferentes planos, de modo que seja possível através da junção desses desenhos em
duas dimensões reproduzir o objeto em três dimensões.

Figura 3.6 - Tipos de vistas

F – Vista frontal
E – Vista lateral esquerda
D – Vista lateral direita
I – Vista inferior
S – Vista superior
P – Vista posterior

Fonte: PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS - Prof. Regis de Castro Ferreira

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Figura 3.7- Representação das projeções ortográficas

Fonte: PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS - Prof. Regis de Castro Ferreira

3.2.2 Perspectiva Isométrica


O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas que têm o
mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°. Essas semiretas, assim
dispostas, recebem o nome de eixos isométricos. Cada uma das semi-retas é um eixo
isométrico, essas retas podem ser representadas em posições variadas, mas sempre
formando entre si ângulos de 120°. Neste curso, esses eixos serão representados sempre
na posição indicada na Figura 31. O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte
sempre, perpendicularmente ou paralelamente, dos eixos isométricos.
Figura 3.8 - Representação de eixo isométrico

Fonte: Apostila de desenho técnico UFPR --AGRONOMIA – CEG012 B - Márcio Fontana Catapan, Dr. Eng,
p.60

Exemplo
Figura 3.9- Perspectiva isométrica

=
Perspectiva isométrica Vistas ortográficas
Fonte: Apostila de desenho técnico UFPR --AGRONOMIA – CEG012 B - Márcio Fontana Catapan, Dr. Eng

99
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3.2.3 Tipos de Linhas
A norma NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos - classifica os tipos de linhas de
um desenho técnico quanto a sua utilização e representação. Na tabela abaixo se
encontra um resumo dos tipos mais comuns, contudo há regras quanto a relação entre a
razão da linha mais grossa e a mais fina, que não deve variar mais que 2, entre outras.

Tabela 3.1 - Tipos de linhas segundo a NBR-8403

Fonte: https://cursostarget.com/artigo/aplicacao-de-linhas-em-desenho-tecnico-nbr-8403

Hachuras
O conjunto de linhas estreitas dispostas em uma área do desenho técnico é conhecido
como hachura, ele pode servir tanto para identificar área de corte conforme normatizado
pela NBR 12298 (1995) quanto o tipo de material, neste último caso acompanhado de
legenda.
.

100
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Figura 3.10 – Disposição das linhas

Horizontal Vertical Inclinada / diagonal


Fonte: Desenho Técnico Mecânico I (SEM 0564) – FORTULAN CA (2017) - DTMI_aula01_introducao

• Hachuras de corte devem estar dispostas na diagonal formando 45˚ com as linhas
principais da figura;
• Hachuras em uma mesma peça devem ser feitas sempre na mesma direção;
• As hachuras, em uma mesma peça composta (soldada, rebitada, remanchada ou
colada), são feitas em direções diferentes conforme (NBR 12298, 1995).

Figura 3.11- Representação de uma peça composta

Fonte: NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico (ABR 1995).

3.2.4 Formatos padrões de folhas


A padronização das dimensões das folhas em brando ou pré-impressas para desenho
técnico deve seguir a normas da NBR 10068, onde são definidos os seguintes parâmetros:
• posição e dimensão da legenda;
• margem e quadro;
• marcas de centro;
• escala métrica de referência;
• sistema de referência por malhas;
• marcas de corte.

101
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Formato folhas – dimensões(mm)
Figura 3.12- Formato padrão das folhas serie A.

Fonte: Apostila de desenho técnico UFPR - Márcio Fontana Catapan

Legendas – dimensões (mm)


Legenda: lista explicativa das convenções gráficas adotadas em planta, mapa, que
permite a sua compreensão e utilização.

A norma que padroniza a legenda e os outros espaços para apresentação do desenho


técnico é a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico.

Figura 3.13 - Disposição da folha para desenho técnico

Fonte: Apostila Desenho mecânico I. Prof˚ Fernando. UFPR

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Tabela 3.2 - Dimensões de folhas padrões de desenho técnico.

Fontes adaptada: Apostila de desenho técnico UFPR - Márcio Fontana Catapan e NBR 10068

Dobras
A NBR 13142 padroniza como deve ser feita a dobra dos desenhos téncnicos de acordo
com o tamanho da folha utilizada, o objetivo é que todos os projetos fiquem ao final com o
tamanho de uma folha A4 mantendo a legenda visível.

Figura 3.14 - Dobramento de uma folha A0(a), A1 (b), A2 (c) e A3 (d)

(a)

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(b)

(c)

(d)

Fonte: https://docente.ifrn.edu.br/albertojunior/disciplinas/nbr-13142-dobramento-de-copia

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3.2.5 Caligrafia Técnica
Figura 3.15- Exemplo de caligrafia técnica.

Fonte: Https://www.dumonttreinamentos.com.br/caligrafia_tecnica

3.3 Cotas
Cotagem: É a indicação das medidas das peças em seu desenho. Ao cotar você deve
tentar imaginar se com as medidas representadas será possível fabricar a peça.

Figura3.16 - Representação de cotas

Fonte: Desenho Técnico Mecânico I (SEM 0564) – FORTULAN CA (2017) DTMI_aula05_cotas

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3.3.1 Escala
É uma relação que se estabelece entre as dimensões de um objeto em relação a
verdadeira grandeza e aquelas que ele possui em um desenho.
Figura 3.17 - Relações de escala

Fonte: Apostila de desenho técnico UFPR - Márcio Fontana Catapan

Um mesmo desenho pode ser representado em escalas diferentes conforme visto na


figura 3.18.

Figura 3.18 - Representação de escalas

Fonte: Apostila de desenho técnico UFPR --AGRONOMIA – CEG012 B - Márcio Fontana Catapan, Dr. Eng,
p.18

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. O que é um desenho técnico?


2. Qual o a finalidade e importância de um desenho técnico?
3. A partir das perspectivas isométricas, desenhe as respectivas vistas ortogonais.

107
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4. Construa a Perspectiva Isométrica das peças dadas.

108
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5. Correlacione as projeções ortogonais correspondentes a cada perspectiva.

109
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Fonte: (Apostila-Desenho-Tecnico-UFPR)

6. Desenhe a vista dada em uma escala 1:2

Escala 1:1

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Recapitulando

O conteúdo desta unidade abordou os conceitos fundamentais de desenho técnico:


identificação de perspectivas, linhas, escala, vistas ortográficas, caligrafia técnica e cotas.

Para saber mais

• NBR6402 – Execução de desenho técnico de máquinas e estruturas metálicas.


• NBR8402 – Caracteres para escrita em desenho técnico.
• NBR8403 – Aplicação de linhas em desenho técnico.
• NBR8196 – Desenho técnico e o uso de escalas.
• NBR10067 – Princípios gerais de representação de desenho técnico.
• NBR10068 – Folha de desenho Layout e dimensões.
• NBR10126 – Cotas em desenho técnico.
• NBR10583 – Apresentação da folha para desenho técnico.
• NBR13142 – Dobramentos das folhas.
• PAULI, Evandro Armini; ULIANA, Fernando Saulo. Mecânica: Leitura e Interpretação de
Desenho Técnico Mecânico. Espírito Santo: SENAI. Disponível em:
http://files.comunidades.net/mutcom/Senai_Leitura_e_interpreta__o_de_projetos1.pdf.
Acesso em 20 de mai. de 2020.
• FERREIRA, R. C. PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS.
• FORTULAN, Carlos Alberto. 0564 - DESENHO TÉCNICO MECÂNICO - Notas de Aulas
v.2017. USP.
• SILVA, L. P. M. Noções Primitiva de Geometria: ponto, reta, plano e espaço. Mundo
Educação. Disponível em: Http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/nocoes-
primitivas-geometria-ponto-reta-plano-espaco.htm. Acesso em 20 de mai. 2020.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4 -
Planejamento para
execução de um
Projeto
Um começo de conversa

Você já imaginou a quantidade e variedade de pessoas que participam da concepção e


execução do projeto de uma usina hidrelétrica, de um edifício, de uma planta industrial?
Certamente são muitas pessoas. Além disso, todos esses projetos têm um prazo para ser
realizado. Nesse contexto, como devemos nos organizar para que um projeto ocorra como
o esperado? A resposta é planejar para conceber bem!

Objetivos da Aprendizagem

A unidade Planejamento para execução de um Projeto tem como missão transmitir


conhecimentos relativos ao planejamento de um projeto e ferramentas que auxiliam nesse
processo até a sua completa realização. Os conceitos de projeto, as etapas que envolvem
o processo de engenhar e organizar os dados, documentação, pensamento de um
projetista e seleção de materiais.

Em busca de informações

Imagine que você é dono de uma serralheria e deseja que sua empresa se torne referência
no mercado. Certo dia, uma grande construtora pede um orçamento para confecção de
estruturas metálicas para cobrir dois ginásios poliesportivos. Você tem o projeto estrutural,
você conseguiria conceber um planejamento para execução do trabalho com os custos,
previsão de tempo e qual processo usaria para atender ao pedido da construtora?

Bem, o conteúdo deste capítulo espera dar um direcionamento para desafios como esse
citado no parágrafo anterior.

112
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.1 Projeto
Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado
exclusivo. O projeto é temporário por ter uma data prevista para iniciar e para terminar.
Figura 4.1- Esquema de projeto

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/50446/

4.1.1 Etapas de um projeto


É possível dividir um projeto em algumas etapas, sendo necessário seguir os diversos
passos descritos es cada uma delas, essas etapas estão descritas conforme (Etapas de
um projeto , 2017).

Figura 4.2 - Etapas de um projeto

Fonte: http://marcelojusta.blogspot.com/2016/09/quais-as-fases-do-gerenciamento-de.html

113
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Iniciação

Identificação de:
Identificação das - restrições; Autorização do
necessidades - premissas e projeto
- riscos.

Definição dos Designação das


Seleção do projeto
objetivos gerências do projeto

Estudo de Busca de
viabilidade alternativas

Planejamento

Desenvolvimento de
Ter o escopo do
Desenvolvimento de planos de
projeto alinhado às
orçamentos e gerenciamento de
atividades a serem
cronogramas comunicação, risco
programadas
e de qualidade

Refinamento dos Análise dos Elaboração do


objetivos resultados plano de projeto.

Programação das
competências
Sequenciamento de
necessárias e de
atividades; recursos operacionais
e financeiros

114
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Execução:

Cumprimento das Adaptação dos


Entrega de produtos
atividades planos às
intermediários
planejadas mudanças

Comunicação
Treinamento de Verificação da
integrada entre
pessoal operacional qualidade do projeto
participantes

Realizar as Monitoramento e Aprovação do


aquisições controle das resultado/produto
necessárias atividades final

Controle:

Acompanhamento paralelo
das etapas para garantir
que os objetivos do projeto
sejam alcançados

Final:

Entrega do
resultado/produto Comissionamento
final

Encerramento das Realocação da


atividades equipe

Preparo do material
de trabalho para
Avaliação
reutilização e
consulta

115
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.2 Documentação de Projeto
A documentação é o conjunto de todos arquivos e fontes contendo informações que
ajudem a tomar decisões, comuniquem decisões tomadas, registrem assuntos de
interesse da organização ou do indivíduo. Podem ser apresentados na forma escrita,
gráfica e oral.

O processo de projeto de engenharia é essencialmente um processo de coleta de


informação. No curso de um projeto de desenvolvimento você coleta, gerencia, organiza
informações, cria ideias, examina-as criticamente, toma decisões e a respeito dos
resultados obtidos de forma a compartilhar e transferir as conclusões, obtidas a partir
dessa análise, para que, por fim, elas sejam aplicadas na implementação do seu projeto.

Para ser útil, toda a informação deve ser colocada em uma forma que possa ser
compreendida e aplicada com precisão tanto por você mesmo quanto por outro usuário.
Ela deve ser comunicada utilizando a documentação (Mccahan, 2017).

4.2.1 Instruções de Engenharia


Exemplo
Como você diferencia instruções comuns de instruções de Engenharia?

Por exemplo, trataremos de um pedido para compra de um café. Uma instrução comum
seria “Você pode comprar um café para mim¿”, uma instrução de engenharia para o
mesmo pedido seguiria esse formato:

1. Você poderia ir à loja de café na esquina sudeste das ruas College e St. George, em
Toronto, Ontário.

2. Vá ao balcão de serviço.

3. Peça um café preto, torrado, de tamanho médio.

4. Pague ao caixa.

5. Vá ao balcão de condimentos e adicione 2cc de leite integral e 1g de açúcar.

6. Selecione o tamanho correto da tampa e a encaixe no lugar correto.

7. Me entregue o café em 10 minutos ou menos desde a hora da compra com menos de 1


cc de derrame em trânsito.

8. Local de entrega: rua St. George, edifício Bahen, 44, sala 1007.

Todos os valores +-10%, a menos que especificado de outra forma. (Mccahan, 2017)

A quantidade de instruções é muito maior e detalhada conforme visto, tudo isso para que a
tarefa seja executada exatamente da forma como é esperado. Esse é o motivo pelo qual
essa linguagem de instrução é utilizada para esse tipo de comunicação, ela deve ser bem

116
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
clara. Evitar erros é fundamental nas ações e serviços prestados na área de engenharia e
outros que possam gerar riscos à vida caso sejam executados de forma incorreta.

4.3 Seleção de Materiais


A seleção de material envolve a busca da melhor combinação de custo benefício entre
geometrias, propriedades dos materiais e custos do projeto.

Avaliação de materiais por parâmetros de qualidade


A escolha do melhor material que atenda a sua demanda pode ser feita de diferentes
maneiras. Será mostrada nessa apostila duas formas que podem ser utilizadas em
conjunto ou não.

A primeira delas consistem em especificar os requisitos, as qualidades, de maior


importância para o seu projeto, como por exemplo: ter uma dureza acima de X valor, ou
um custo de no máximo Y por m³. Além disso, é possível determinar pesos a esses
requisitos, seria como estabelece o quanto uma qualidade é mais importante para o
projeto em relação a outra. Feita as etapas acima, serão escolhidos materiais com
potencial de uso e comparadas as suas qualidades por meio de notas que dirão o quanto
aquele material está próximo dos requisitos daquele projeto. Esse exemplo é ilustrado na
tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Exemplo de processo de seleção de materiais

Ponderação de requisitos - Peso


5 – o requisito da peça é muito importante para o projeto;

4 – o requisito da peça é importante para o projeto;

3 – o requisito da peça é medianamente importante para o projeto;

2 – o requisito da peça tem importância fraca para o projeto;

1 – o requisito da peça tem importância muito fraca para o projeto;

0 – o requisito não importa para o projeto.

O material que apresentar a maior pontuação final será o mais indicado para se realizar o
projeto.

117
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
A segunda opção para seleção de materiais é por meio de gráficos. A partir dos gráficos
que quantificam as características de diversos materiais é possível delimitar os valores que
se enquadram nas especificações do projeto e escolher aqueles materiais que satisfazem
essas necessidades. Para isso é necessário um banco de dados com os diferentes
materiais e o valor das suas propriedades, tendo isso basta traçar linhas que delimitem os
valores mínimos ou máximos que o seu projeto exige.

Exemplo
Usaremos o diagrama da Figura 4.3 para determinar quais matérias possuem módulo de
elasticidade menor que 10GPa e custo menor que 10£/kg.

Figura 4.3 – Diagrama de modo de elasticidade por custo em libra

Fonte: http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/interactive_charts/stiffness-cost/NS6Chart.html

4.4 Elementos Estruturantes do Texto Científico


Título: é o identificador do texto que tem como característica ser constituído com a menor
quantidade de palavras capaz de descrever adequadamente o texto.
Resumo: é um texto sucinto de um longo texto de trabalho, geralmente de natureza
acadêmica, que é publicado isoladamente do texto principal e deve, portanto, fazer sentido
e ser compreensível e sem referência ao texto mais longo. Ele deve relatar fatos
essenciais deste último e não deve exagerar ou conter material que não esteja lá.
Palavras – chave: palavras que sintetizam a essência do texto (3 a 5 palavras).

118
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Introdução: Introdução significa o início ou o começo. É o ato ou efeito de introduzir.
É um texto breve que antecede uma obra escrita, e que serve para apresentá-lo ao
leitor, é o prefácio da obra. Responder as perguntas O que? / Quem? / Como? / Onde? /
Quando? / Motivo? / Quem?
Método: é o conjunto das normas básicas que devem ser seguidas para a produção de
conhecimentos que têm o rigor da ciência.
Insumos coletados: as técnicas de pesquisa processam os insumos coletados pelo
pesquisador. Esses insumos devem ser descritos na comunicação científica para que seja
possível a avaliação da adequação dos insumos e dos procedimentos empregados, bem
como repetir a replicação da pesquisa.
Referencial teórico: Referencial teórico faz parte dos trabalhos científicos e acadêmicos,
e consiste num resumo de discussões já feitas por outros autores sobre determinado
assunto, servindo como embasamento para o desenvolvimento de um tema específico.
Conclusão ou discussão dos resultados: conclusão é o ato de finalizar ou concluir uma
ideia, processo, texto, trabalho e demais atividades que requerem um término para uma
sequência de etapas.
Referências (e citações): As citações no texto estão diretamente vinculadas ao sistema
de organização das referências, colocadas no final dos trabalhos.

119
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. Qual é a importância da documentação de projetos de engenharia?


2. Escreva na forma de instruções de engenharia o procedimento de compra de um
chocolate que um amigo fará para você. Como você deve fazer o pedido?
3. Encontrar elementos estruturantes no texto e identificar as informações mais
importantes de cada elemento.
4. Conte a história de um projeto que você realizou e qual foi o procedimento escolhido.

Recapitulando

Finalmente, neste capítulo pode-se aprender um pouco mais sobre o que é um projeto e
suas respectivas etapas, documentação e forma de se pensar na engenharia, seleção de
materiais e como se escrever um texto científico.

Para saber mais

• BARBOSA, E. F. Concepção, Planejamento e Gestão de Projetos


Educacionais.Disponível em: Http://slideplayer.com.br/slide/50446/ . Acesso em 8 de
mai. 2020.
• Significados. Disponível em: https://www.significados.com.br/introducao/ . Acesso em 8
de mai. 2020.
• SORDI, José. Elaboração de Pesquisa Científica (Português) Capa Comum – 19 dez
2012.
• MCCAHAN, Susan; ANDRERSON, Philip; KORTSCHOT, Mark T. at al. Projetos de
Engenharia: Uma Introdução (Português) Capa Comum,10 set 2017.
• Desenho Técnico. Fábrica de Projetos. Disponível em:
http://www.fabricadoprojeto.com.br/category/projetos-fp/desenho-tecnico/ . Acesso em
8 de mai. 2020.

Referências Bibliográficas

• Etapas de um projeto . 8 de dezembro de 2017. Disponível em:


http://www.avellareduarte.com.br/contextos/definicao-de-projeto-2/etapas-de-um-
projeto/. Acesso em 19 de fev 2020.
• Ligação iônica. 16 de março de 2008. Disponível em:
http://www.soq.com.br/conteudos/ef/ligacoesquimicas/p1.php. Acesso em 19 de fev
2020.

120
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Mccahan, S. e. 2017. Projetos de Engenharia (1° ed.). Rio de Janeiro: LTC.
• NBR 12298. (1995). Representação de área de corte por meio de hachuras em
desenho técnico. ABNT.
• Ponto. 5 de novembro de 2019. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_(matem%C3%A1tica). Acesso em 19 de fev 2020.

121
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Comunicação e
Relações Humanas
1º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: A Importância da Disciplina 124
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Tipos de Linguagem 126
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Interpretação de Texto 126
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Interpretação de Linguagens Não Verbal e Mista 126
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.4 Currículo 127

Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 1.5 Entrevista de Emprego 127

Supervisão de área 1.6 Medo de Falar em Público 127

Prof. Antônio Augusto Moreira de 1.7 Conduzindo Relacionamentos 128


Faria

1.8 Ética no Ambiente de Trabalho 128

Instrutores Colaboradores 1.9 Liderança e Produtividade 128

Bruno Mateus Oliveira Silva 1.10 Redação 128

Catharina de Almeida Carvalhais


1.11 Introdução ao Cartão de Visitas 129
Gilson Junio Oliveira Andrade
1.12 Extras 129
Natalia Alves de Souza

Viviani Cristina de Oliveira


Unidade 2: Os Tipos de Linguagem 131
2.1 Linguagem Verbal 132

2.2 Linguagem Não Verbal 133

2.3 Linguagem Mista 135

Unidade 3: Interpretação de Texto 140


3.1 Dicas de Interpretação 141

3.2 Decifrando a Informação 142

3.3 Texto mais Complexo 143

123
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Importância
da Disciplina
Um começo de conversa

Muitos alunos do CIPMOI, quando ficam sabendo da disciplina Comunicação e Relações


Humanas imaginam que será algo chato e pouco útil, pois associam o assunto com a
disciplina escolar “Português”, que aborda temas como regras gramaticais, estudo das
palavras e redação. Porém, a disciplina Comunicação e Relações Humanas trata de temas
muito além disso. Alguns assuntos nessa disciplina serão um pouco parecidos com a
matéria tradicional “Português”, pois a comunicação dos seres humanos em uma
sociedade se dá, principalmente, por sua língua materna, no nosso caso o português
brasileiro, mas o foco é ir além destes limites.

Objetivos da Aprendizagem

Entender melhor sobre a disciplina a ser lecionada ao longo do ano letivo, tirando
possíveis dúvidas e compreendendo melhor a importância de uma boa comunicação no
dia a dia.

Em busca de informações

A comunicação humana é a ferramenta que possuímos para construir relacionamentos.


Ela nos oferece a possibilidade de gerar conhecimento, entendimento, aceitação,
comprometimento e ação. A comunicação é fundamental para o ser humano conhecer
pessoas, descobrir caminhos e oportunidades de troca e crescimento/evolução.
Na maioria das situações, estamos em contato com pessoas muito diferentes de nós.
Pessoas que nasceram em outras famílias, tiveram outra educação, fazem parte de outra
cultura, têm outra crença religiosa, enfim, têm uma visão de mundo diferente da nossa.
Este é um fato que não podemos esquecer quando nos comunicamos. O conteúdo que
falamos pode ser interpretado de forma diferente da que desejamos passar.

124
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Na maioria das situações, estamos em contato com pessoas muito diferentes de nós.
Pessoas que nasceram em outras famílias, tiveram outra educação, fazem parte de outra
cultura, têm outra crença religiosa, enfim, têm uma visão de mundo diferente da nossa.
Este é um fato que não podemos esquecer quando nos comunicamos. O conteúdo que
falamos pode ser interpretado de forma diferente da que desejamos passar.
Desta forma, para que a comunicação seja assertiva, temos que cativar as pessoas,
estabelecer laços empáticos, ter boa argumentação e transmitir confiança através de
nossa postura, gestos, voz, linguagem, ritmo de fala, dentre outros. Algumas pessoas tem
maior facilidade em comunicar-se do que outras, o que pode ser resolvido com estudo,
treino e dedicação. Essa disciplina foi pensada e elaborada pensando no seu
desenvolvimento pessoal.
Os assuntos abordados normalmente são pouco vistos nas escolas, seja no ensino
fundamental e médio, e utilizando de uma abordagem mais prática e voltada pro seu
crescimento pessoal e profissional. O processo de comunicação é uma arte e não existem
receitas prontas para uma interação eficaz. É importante que cada um faça a sua parte.
Vamos discutir temas muito importantes, com objetivo prático de aplicar os conhecimentos
no seu dia a dia, no trabalho, no seu círculo familiar e de amizades, visando sempre ser
pessoas melhores, profissionais melhores, com um maior nível de qualidade de vida, com
relacionamentos bons e duradouros.
Responda para si mesmo: você gostaria de alcançar esses objetivos? Se sim, aproveite
tudo que essa disciplina tem a oferecer. Se ainda não ficou claro a importância da
Comunicação e das Relações Humanas, dê uma chance para a disciplina e se mantenha
aberto aos aprendizados que ela trará pra sua vida.
A seguir serão apresentados alguns dos temas específicos que serão trabalhados nesta
disciplina. É válido ressaltar que pode haver mudanças ao decorrer do ano, e também
diferenças no conteúdo de acordo com o curso, pois cada um tem necessidades
específicas. Por exemplo, o curso de Mestre de Obras necessita de um foco maior em
liderança, então o foco nesse tema será maior para essas turmas do que para as outras de
outros cursos.
Se você não tem hábito de leitura, não se preocupe, isso é normal. Não se assuste com a
quantidade de textos, pois apesar do tamanho, são textos fáceis de ler e compreender,
deixando a leitura mais confortável. Leia sempre com calma e muita atenção, para
absorver o máximo possível do conteúdo. Se necessário, leia em voz alta para você
mesmo, essa prática ajuda a focar no que está sendo lido e melhora sua habilidade de
leitura e dicção.

125
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Tipos de Linguagem
Nesse tema será abordado a principal ferramenta desta disciplina: a linguagem, a base da
comunicação. Como ela é usada? De quais formas? Onde e quando? E afinal, por que
usamos linguagens? O objetivo desse conteúdo é mostrar a todos que a linguagem está
em todo o lugar e, através dela, nos comunicamos e transmitimos mensagens o tempo
todo e de incontáveis formas.
Pode parecer sem importância, mas o fato é que quanto mais uma pessoa estiver
consciente das linguagens ao seu redor, mais informações ela consegue reunir, e com
mais informações ela pode tomar decisões mais corretas e precisas.

1.2 Interpretação de Texto


Interpretação de texto está presente no nosso dia a dia, tanto pessoal quanto profissional.
Portanto, uma pessoa que não consegue interpretar bem um texto ou uma imagem, pode
acabar prejudicada, pois pode deixar escapar alguma informação importante ou entender
de forma errada.
Mas o que significa interpretar um texto? Basta saber o significado das palavras e das
frases? Ou deve-se ir além, descobrir o que o autor do texto queria dizer? Interpretar um
texto pode ser muito mais complicado do que parece, e para alcançar essa habilidade
devemos ir aos poucos, começando por interpretações de frases e parágrafos, e depois
avançar para textos mais complexos. Nas aulas relacionadas a esse tema será trabalhado
técnicas para conseguir interpretar melhor e mais rápido.
Além disso, será trabalhada interpretação de enunciados, questões, problemas que são
cobrados em provas e atividades avaliativas. Isso ajudará o(a) aluno(a) a se sair melhor
nas avaliações do curso, tanto nessa quanto nas outras disciplinas.

1.3 Interpretação de Linguagens Não-verbal e Mista


Além de interpretar textos e mensagens, também é fundamental saber interpretar imagens,
charges (tirinhas), gráficos, tabelas, e outros tipos de comunicação que não usam somente
texto. Para isso, deve-se desenvolver uma visão mais ampla da mensagem,
estabelecendo conexão entre a parte escrita e a não-escrita. Essas habilidades de
interpretação não são desenvolvidas imediatamente, é necessária a prática constante e
atenta. Por isso, durante as aulas, sempre trabalharemos com muitos exemplos práticos e
do dia a dia, não somente nesse assunto, mas em todos os outros durante o ano letivo.

126
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Currículo
O currículo é a ferramenta mais comum na hora de procurar um emprego, ou então de
divulgar o histórico e as competências de um profissional. No mercado de trabalho atual,
que está cada vez mais competitivo, as empresas com vagas recebem muitos currículos, e
rapidamente vários deles são descartados. Você sabe o motivo? Acha que já esteve entre
esses que nem foram chamados para entrevista?
Nas aulas sobre currículo você aprenderá tudo sobre esse documento extremamente
importante na trajetória profissional e pessoal. “O que deve conter num currículo? O que
não deve estar no currículo? Qual é o tamanho ideal? Como sei qual é o tipo de currículo
certo para a vaga que estou tentando?”, são alguns tópicos abordados nesse capítulo,
tanto na apostila quanto nas aulas.
E para os autônomos e empresários, o tema também é muito relevante, pois quem recruta
trabalhadores também deve saber como avaliar um currículo de outra pessoa. Caso haja
demanda da turma, também será trabalhado o tema “Carta de Apresentação”, que pode
ajudar quem trabalha como autônomo, sempre procurando clientes.

1.5 Entrevista de Emprego


De que adianta ter um bom currículo, mas não ser aprovado na entrevista de emprego?
Nas aulas sobre esse tema será discutido tudo a respeito de entrevistas, desde a
vestimenta adequada até estratégias para responder bem as perguntas mais usuais. Os
aprendizados nesse conteúdo são úteis para vários outros momentos da vida além de
entrevistas como, por exemplo, uma reunião de trabalho.

1.6 Medo de Falar em Público


Falar em público pode ser pior que um filme de terror para muitas pessoas, o que é
totalmente normal. É fundamental trabalhar esse tema na disciplina de Comunicação e
Relações Humanas, pois a oratória é uma ferramenta muito diferenciada entre os
profissionais. Aqueles que a dominam saem na frente, ganham promoções, ganham mais
clientes e negócios. Serão estudadas técnicas e dicas para se sair melhor numa situação
de fala ao público, para que em situações reais você sinta-se mais seguro e preparado.

127
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.7 Conduzindo Relacionamentos
Muitas pessoas dizem que é impossível uma pessoa mudar a maneira como ela é e se
relaciona. Mas isso não é verdade. Não é fácil mudar algo que foi sendo formado por anos,
desde seu nascimento, mas não é impossível. Esse capítulo irá instruí-los em como
conduzir da melhor forma seus relacionamentos interpessoais e intrapessoais.
Relacionamento interpessoal é tudo que podemos pensar a respeito de relacionamento
entre pessoas. Pai e filho. Amigo e amiga. Empresária e funcionário. Vendedor e cliente.
Policial e motorista parado na blitz. Professor e alunos. Político e eleitores. Cada relação
entre duas ou mais pessoas tem suas características específicas. Esse tema estará
presente em vários outros assuntos durante o curso, como “entrevista de emprego” e
“liderança”, por exemplo. Mas, nas aulas específicas sobre relacionamento interpessoal,
serão discutidas técnicas para se relacionar melhor, para fazer com que outras pessoas se
entendam sem discórdia, para influenciar pessoas (de uma maneira positiva), e para os
mais diversos usos na vida diária.

1.8 Ética no Ambiente de Trabalho


Você tem uma postura ética no trabalho? É responsável, comprometido, humilde e respeita
seus companheiros de trabalho? Profissionais éticos ganham maior credibilidade e
confiança, além de se tornarem exemplos para os demais. Nesse capítulo você aprenderá
como manter uma postura ética para o bom funcionamento da empresa e de suas relações
de trabalho.

1.9 Liderança e Produtividade


Liderança é um tema primordial para quem quer se destacar no mercado de trabalho. É
uma habilidade dominada por poucos e muito valorizada na maioria das profissões. Nas
aulas serão apresentados tudo que um líder precisa desenvolver para exercer uma boa
liderança, como ele deve se relacionar com seus liderados, como deve guia-los em direção
ao objetivo final e também, como desenvolver o senso de liderança.

1.10 Redação
Escrever uma redação pode ser protagonista dos piores pesadelos de algumas pessoas.
Saber colocar as ideias que temos na cabeça no papel é uma tarefa difícil para a maioria
das pessoas. Nesse capítulo, você aprenderá, sem pânico e de forma simples, como
construir uma boa argumentação para escrever uma redação dissertativa argumentativa,
modelo de redação proposto pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Você será
apresentado ao modelo básico e dicas de como redigir uma redação dentro dos critérios
exigidos pela banca corretora do exame.

128
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.11 Introdução ao Cartão de Visitas

O cartão de visitas é indispensável para todo profissional, pois é uma das formas mais
eficientes de apresentar as impressões da sua empresa. É uma maneira de divulgar seu
negócio indiretamente e de deixar a pessoa mais à vontade para entrar em contato,
pesquisar mais sobre a sua empresa e conhecer mais a fundo os serviços ou produtos que
ela oferece. Nesse capítulo você aprenderá como montar um bom cartão de visitas, com
dicas para sua elaboração.

1.12 Extras
Como a disciplina de Comunicação e Relações Humanas não se trata de assuntos
técnicos à profissão referente do curso, o instrutor tem liberdade em trabalhar temas
distintos dos apresentados na apostila da disciplina. Temas que ele considere relevantes e
que sejam uma demanda e de interesse da turma e/ou curso. Pode-se citar como
exemplo: economia doméstica, legislação, contratos, Dia do Trabalhador, entre outros.

129
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Existe algum tema que você gostaria muito de estudar ao longo do ano? Toda a turma
deve usar o fim da aula para compartilhar ideias que contribuirão para o desenvolvimento
de habilidades em comunicação ao longo do ano

Recapitulando

Tire suas dúvidas com o professor sobre alguma disciplina que será tratada ao longo do
ano. Você compreendeu o que será abordado em cada uma?

Referências Bibliográficas

A Importância da comunicação no dia a dia das pessoas. Disponível


em:<http://www.ndh.com.br/img/documentos/A%20import%C3%A2ncia%20da%20Comuni
ca%C3%A7%C3%A3o%20no%20dia%20a%20dia%20das%20pessoas%20docx.pdf>
Acesso em: 24 abr 2020

130
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Tipos de
Linguagem
Um começo de conversa

A comunicação é a base das relações humanas, por isso, quando má utilizada, ela pode
causar mal entendidos, acidentes, atrasos e impedimentos. Nesta unidade, iremos
aprender o que é linguagem e como a linguagem se manifesta. Assim, poderemos usar a
linguagem de maneira mais eficiente e eficaz possível para nossos objetivos.

Objetivos da Aprendizagem

O objetivo principal dessa unidade é definir o que é linguagem e suas aplicações. Além
disso, aprenderemos a deixar a linguagem simples e de fácil compreensão, sempre
seguindo a meta de passar uma informação ou manter uma comunicação.

Em busca de informações

Linguagem é processo comunicativo pelo qual indivíduos e/ou grupos interagem entre si. A
linguagem usa vários meio e formas para agir. Uma pessoa acenando para se despedir de
uma alguém é um exemplo de linguagem. Mas existem outros exemplos de linguagem,
todos encontram-se dentro de um tipo que vamos explicar melhor na unidade. Esses tipos
são divididos, essencialmente, em três: Linguagem verbal, não verbal e mista.
Estudaremos cada parte separadamente.

131
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.1 Linguagem Verbal

A linguagem verbal é aquela que se manifesta e estabelece a comunicação por meio de


palavras. As palavras são símbolos que isoladas e sem contexto não representam nada,
em primeira análise, mas que dentro da linguagem verbal tem função de código. A
linguagem verbal tem duas modalidades: Linguagem oral e linguagem escrita.
A Linguagem oral é a que até a Idade Moderna se usava exclusivamente quando o
interlocutor estava frente a frente com as pessoas e conversava com ela. Atualmente,
podemos usar a linguagem oral não só em conversas presenciais, mas também em
ligações, áudios de mensagens, vídeos, gravações, etc.
A linguagem escrita existe pela necessidade de levar comunicação em locais que o
emissor da mensagem pode ou não estar. A escrita não precisa que o escritor e o leitor
estejam ligados diretamente, pois as palavras escritas mantêm a comunicação. Para
realizar a comunicação por meio da linguagem verbal escrita foram criados símbolos que
representam a mensagem. Na língua portuguesa, por exemplo temos o alfabeto e as
pontuações como símbolos. Tudo isso para garantir que os símbolos cumpram a função de
emitir uma mensagem.
Abaixo temos uma bula e uma discussão que são dois exemplos de comunicação por
linguagem verbal.

Figura 2.1: Bula de Paracetamol

Fonte: https://vivamelhoronline.com/tag/bula-de-remedios/

132
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.2: Seis passos para mediar uma discussão no ambiente de trabalho.

Fonte: https://www.napratica.org.br/mediar-discussoes-no-ambiente-de-trabalho/

2.2 Linguagem Não Verbal

A linguagem não verbal como o nome sugere é aquela toda aquela comunicação que não
é verbal, ou seja, não é oral nem escrita. Compreende a expressão do pensamento por
meio de elementos comunicativos sem o uso de palavras, como: placas, figuras, gestos,
objetos, cores, ou seja, utiliza-se de simbologias textuais. A linguagem não verbal não tem
limites, então para melhor compreensão vamos focar em dizer que é toda linguagem que
não é oral nem escrita. Lembrando que a linguagem precisa ser processo comunicativo,
portanto alguma imagem, dança, música, etc. que não possui essa característica não é
linguagem.
Abaixo alguns exemplos de linguagem não verbal.
Língua Brasileira de Sinais – Libras – é uma das línguas oficiais do Brasil e tem como
principal função surdos se comunicarem.

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Figura 2.3: Língua Brasileira de Sinais

Fonte: http://desenvolveitaquera.com.br/2020/01/08/curso-de-libras-em-sao-paulo/

As placas de trânsito servem para indicar uma advertência, obrigação ou informação sobre
o trânsito em determinados locais.

Figura 2.4: Placas de Trânsito: fique atento a sinalização para chegar ao seu destino em segurança.

Fonte: https://icetran.com.br/blog/placas-de-transito/

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Expressões faciais também têm função de linguagem, pois passa informações sobre como
o emissor está se sentindo acerca de determinada informação.

Figura 2.5: A piada mais engraçada do mundo

Fonte: https://minutodosaber.com/2012/08/a-piada-mais-engracada-do-mudo/

2.3 Linguagem Mista


A linguagem mista, como o próprio nome indica, é a “mistura” da linguagem verbal e não-
verbal, ou seja, na mensagem emitida tem tanto elementos da linguagem verbal quanto da
não verbal.
A linguagem tem como objetivo comunicação, então juntar elementos verbais e não
verbais não faz perder essa função comunicação, ao contrário, pode até deixar a
comunicação mais eficiente.
A seguir veremos alguns exemplos de linguagem mista. Iniciando pela próxima figura, esta
é uma placa que adverte sobre a presença de câmeras no local. O sorriso é para chamar
atenção e o junto com texto informar sobre a câmera.

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Figura 2.6: Linguagem Mista

Fonte: https://www.goconqr.com/flashcard/9988054/flash-cards-de-linguagem-verbal-n-o-verbal-e-
linguagem-mista

Esta placa é sobre uma situação que pode trazer um acidente. Observe que as cores e o
desenho da caveira servem para chamar atenção, além do uso de palavras para reforçar a
mensagem que se deseja transmitir.

Figura 2.7: Linguagem Mista

Fonte: https://www.goconqr.com/flashcard/9988054/flash-cards-de-linguagem-verbal-n-o-
verbal-e-linguagem-mista

136
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Colocando o conhecimento em prática

Identifique os tipos de linguagem das imagens abaixo e explique quais delas exercem com
mais eficiência a função de manter uma comunicação.

Figura 2.8: Proibido Fumar

Fonte: https://www.kalunga.com.br/prod/placa-p-sinalizacao-12x12-proibido-fumar-
900ah-sinalize-pt-1-un/630379

Figura 2.9: Placa de proibido fumar

Fonte: https://www.sinalplast.com.br/produto/placa-proibido-fumar/

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Figura 2.10: Perigo – é proibido fumar

Fonte: https://enfoquevisual.com.br/collections/proibido-fumar/products/perigo-e-
proibido-fumar

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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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Mestre de Obras
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Recapitulando

A linguagem verbal é oral e escrita, enquanto linguagem não verbal é aquela que não é
oral ou escrita. A linguagem mista é composta por verbal e não verbal.

Referências Bibliográficas

Linguagem Verbal – É aquela que utiliza palavras. Disponível em:


https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/linguagem-verbal-e-aquela-que-utiliza-
palavras.htm. Acesso em: 10 maio 2020.

Linguagem Verbal. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/linguagem-verbal/.


Acesso em: 10 maio 2020.

Linguagem verbal e não verbal. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/redacao/linguagem-verbal-linguagem-nao-verbal.htm.
Acesso em: 10 maio 2020.

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Unidade 3:
Interpretação de Texto
Um começo de conversa

Entende-se que a leitura é uma troca entre os envolvidos no discurso, já a compreensão


da leitura é a atribuição de significado para essa troca e a interpretação é a habilidade de
guardar essa significação e transmitir posteriormente como informação. Todos os dias o
ser humano tem contato com palavras, enunciados, imagens e outras formas de texto, ou
seja, todas as pessoas aprendem a compreender e interpretar mensagens durante a vida,
mesmo que brevemente ou mais profundamente, porque o mundo é feito da transação de
informações.

Objetivos da Aprendizagem

Aprender e entender técnicas que auxiliem na interpretação de texto de forma a aprimorar


essa habilidade.

Em busca de informações

Ler é uma atividade muito importante para o sucesso individual, tanto na escola, quanto no
trabalho, a leitura em si é um dos pontos para chegar ao conhecimento, ainda que seja o
caminho, de nada vale somente ler, mas também é necessário compreender e interpretar a
mensagem dentro do texto. Dessa forma, considera-se também que o leitor, que recebe a
mensagem, e o texto, que emite a mensagem, são dois universos que somente se
encontram no momento da leitura, que é feita através de um meio que utiliza um código,
em que as informações estão inseridas.

140
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Figura 3.1: Fluxograma de Mensagem

Fonte: https://www.algosobre.com.br/redacao/dicas-de-interpretacao.htm

3.1 Dicas de interpretação de Texto


1. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
2. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim,
ininterruptamente. Procure, através do contexto, entender o sentido da palavra, se não
conseguir marque a palavra para procurar o sentido posteriormente;
3. Ler com atenção e cuidado para se entender o que o autor quis dizer;
4. Voltar ao texto tantas vezes quanto precisar;
5. Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
6. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes), se for necessário, para melhor
compreensão;
7. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais
completa;
8. Verificar, com atenção e cuidado, o que de cada questão está pedindo;
9. Cuidado com algumas palavras: não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira,
exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam
entender o que se perguntou e o que se pediu.

141
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3.2 Decifrando a Informação
A seguir veremos três significados diferentes da palavra saudade:

“substantivo feminino - sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa,


uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas (freq. us. tb.
no pl.).”
Saudade, segundo dicionário Google.

“Aquilo que deixei em São Paulo. Aquilo que meu coração jura ter largado por lá e sente
um aperto só de pensar. Um sorriso que eu não dou faz semanas. Um abraço que eu não
dou faz anos. É aquela vontade danada de entregar um beijo atrasado. Um show na
chuva.
A galeria de fotos do meu celular”
Saudade, segundo o escritor João Doederlein.

“A palavra saudade só existe em português.


Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência.”
Saudade, fragmento da música Tas a ver, de Gabriel o Pensador.

Mesmo que você nunca tenha visto nenhuma dessas definições da palavra saudade, com
certeza você conheceu esse sentimento e mesmo que sejam pessoas diferentes a
compreensão é muito semelhante. Ou seja, a interpretação do texto pode variar, mas não
pode ser tão diferente, para os falantes da mesma língua e/ou que tenham um
conhecimento básico sobre seu vocabulário.
Essa conexão com o assunto que é estabelecida pelo leitor quando precisa definir alguma
palavra ou responder alguma pergunta, acontece a partir do seu conhecimento de mundo
e o quanto ele sabe sobre a língua. Portanto, nossas experiências e conhecimento pessoal
podem facilitar a interpretação de algo, mas nunca devem sobrepor o que está sendo dito
no texto.

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3.3 Texto mais complexo
Agora iremos analisar a reportagem a seguir:
Seis pessoas são presas por práticas ilícitas no socorro às vítimas em Brumadinho
Por Agência Brasil, 15:37 / 05 de fevereiro de 2019
De acordo com o major Flávio Santiago, não é incomum pessoas agirem com má-fé para
se beneficiarem da solidariedade despertada em momentos como este.

Policiais militares de Minas Gerais detiveram ao menos seis pessoas em Brumadinho


(MG) por práticas ilícitas relacionadas ao socorro às vítimas do rompimento da barragem
da Mina Córrego do Feijão, no último dia 25. Entre os presos está um homem acusado de
se passar por policial federal para pedir telefones celulares e dinheiro que, segundo ele,
seriam usados pelas equipes de buscas ou para a compra de donativos.
Segundo o major Flávio Santiago, da assessoria da PM, o homem foi detido no centro de
Belo Horizonte. Ele já tinha antecedentes criminais por estelionato. Reconhecido por duas
de suas vítimas, está preso em caráter preventivo em uma unidade prisional da capital
mineira. Outros dois homens foram detidos por estarem usando drones em espaço aéreo
restrito às aeronaves das equipes de resgate, colocando em perigo os helicópteros do
Corpo de Bombeiros. Um dos detidos foi flagrado na chamada “área quente”, a área mais
afetada pelos dejetos que irromperam da barragem, e chegou a ficar algum tempo detido.
Outros dois homens foram detidos ao tentar saquear casas na zona rural de Brumadinho.
Após terem sido evacuadas devido à tragédia, as casas estavam vazias. Flagrados por
policiais militares, os acusados não conseguiram roubar nada.
O sexto preso é um homem que tentou se passar por uma das pessoas prejudicadas pela
tragédia, tentando se cadastrar para receber assistência do poder público e reparações da
mineradora Vale, dona da barragem da Mina Córrego do Feijão.
De acordo com o major Flávio Santiago, não é incomum pessoas agirem com má-fé para
se beneficiarem da solidariedade despertada em momentos como este. “Principalmente os
estelionatários. Eles percebem o sentimento de solidariedade e nadam de braçada,
contando histórias comoventes apenas para aplicar seus golpes”, disse o bombeiro à
Agência Brasil.
Segundo Flávio Santiago, outro problema constatado são os golpes aplicados pela
internet, por meio da divulgação de falsos pedidos de doações financeiras. “As pessoas
precisam estar atentas. Se houver algum tipo de pedido, isso será feito institucionalmente;
noticiado pela imprensa e nos espaços institucionais oficiais. Em caso de dúvidas, a
pessoa deve procurar o contato do órgão ou entidade e confirmar a informação”, alertou o
major.

143
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Colocando o conhecimento em prática

Responda às questões a seguir, com base no texto lido e analisado anteriormente:

1. Qual é a função do título em um texto e o parágrafo menor abaixo dele?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2. Quem é Flávio Santiago e qual é sua função dentro do texto?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3. Essa é uma reportagem retirada do jornal Diário do Nordeste, mas onde aconteceu o
fato noticiado? E por que o fato teve esse impacto?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

4. Quantas pessoas foram detidas na reportagem e por quê?

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5. Redija um pequeno texto sobre o que se trata a reportagem e sua importância, tente
não copiar muitas das informações que estão no texto.

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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Recapitulando

Atividade de revisão de conteúdo será proposta pelo professor

Referências Bibliográficas

Dicas de Interpretação. Disponível em:<https://www.algosobre.com.br/redacao/dicas-de-


interpretacao.html> Acesso em: 24 abr 2020

Seis pessoas são presas por práticas ilícitas no socorro as vítimas de Brumadinho.
Disponível em:<https://diariodonordeste.verdes-mares.com.br/editoriais/pais/online/seis-
pessoas-sao-presas-por-praticas-ilícitas-no-socorro-as-vitimas-de-brumadinho-1.2059314>
Acesso em: 24 abr. 2020

145
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Informática Básica
1º Bimestre
Sumário
Universidade Federal de Minas Gerais
Unidade 1: Conceitos básicos de computadores 148
Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
1.1: Conceitos básicos 149
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira 1.2: Componentes de entrada, processamento, 151
armazenamento e saída
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
Unidade 2: Programas, menus e campos de 156
Diretor da EEUFMG trabalho
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 2.1 Área de trabalho ou desktop 157
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 2.2 Menu iniciar 157

Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães
2.3 Programas e suas características 158

2.4 Aparência, ícones e painel de controle 160

Unidade 3: Arquivos, pastas e comandos 165


3.1 Pastas 166

3.2 Arquivos 166

3.3 Meu computador, windows explorer e lixeira 168

Unidade 4: Introdução à internet e redes de 174


computadores
4.1: Internet – rede mundial de computadores 176

4.2: World Wide Web – WWW 177

4.3: Servidores e Domínio 177

4.4: Endereço de web 178

4.5 Navegador da web (browser) 179

4.6 Tipos de sites 181

Unidade 5: O e-mail 189


5.1: E-mail - correio eletrônico 190

5.2: Utilizando o e-mail 194

5.3: Navegando entre as pastas 198

5.4: SPAM, phishing e segurança no e-mail 198

147
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Conceitos
básicos de
computadores
Um começo de conversa

Máquinas de datilografar, armários de arquivos, calculadoras com registro. Essas são


apenas algumas das coisas que foram substituídas pelo computador. Hoje em dia o
computador está ligado a praticamente todas as atividades possíveis. Em uma obra, por
exemplo, alguém usou um computador para desenhar as plantas de construção. Com
certeza os registros de material e despesas da obra estão guardados em um computador.
Quando o trabalhador sai para tomar um cafezinho, a padaria não utiliza mais uma
máquina registradora, mas um computador para marcar o produto comprado, quanto foi
pago e ainda calcular quanto de troco deve ser devolvido. Transferir dinheiro de uma conta
para outra antigamente demorava quase 6 horas. Uma hora indo até o banco, duas de fila,
mais um para ir até outro banco e mais duas horas de fila. Com um computador e internet
fazer pagamentos, transferir dinheiro e ainda saber quanto você gastou no churrasco da
semana passada não demora mais que 15 minutos.
Os computadores estão em todos os lugares. Mais cedo ou mais tarde, todos nós teremos
que sentar na frente de um computador, seja para trabalhar ou se divertir. Dessa forma,
para que o computador seja uma máquina que facilita nossa vida (e não o contrário),
devemos “entrar de cabeça” na era digital e iniciarmos o quanto antes nossa “inclusão
digital”.

Objetivos da Aprendizagem

Ao longo do curso mergulharemos no mundo dos computadores, para que juntos,


possamos ter mais intimidade com essas máquinas que dominam o mundo, principalmente
na área profissional. Neste bimestre daremos o primeiro passo: aprenderemos sobre a
estrutura física e digital de computador, além de conceitos de internet e e-mail. Vamos
juntos!

148
Mestre de Obras CIPMOI 2020
Em busca de informações

É sempre difícil explicar em poucas palavras o que é um computador. Contudo a melhor


explicação que podemos dar sobre ele é:
“O computador é uma máquina capaz de realizar diversas tarefas automáticas, processar
e armazenar dados e informações.”

Figura 1.1: Foto do primeiro computador digital


construído da década de 40, o ENIAC

Fonte: A história do ENIAC, o primeiro computador do mundo. Disponível


em: https://tecnoblog.net/56910/eniac-primeiro-computador-do-mundo-
completa-65-anos/. Acesso em 18 de maio de 2020

1.1 Conceitos básicos

Alguns termos e palavras para entendermos melhor o universo dos computadores:

1.1.1 Esquema do computador

Hardware: É a parte física do computador, composta de peças, fios, chips, placas, etc.
Exemplos: HD, Drive de DVD, Impressora, mouse e teclado.
Software: São os programas. Eles são o que tornam os computadores úteis e capazes de
realizar as mais diversas tarefas que desejarmos. Exemplos: Calculadora, Word, Excel e
PowerPoint.

1.1.2 Tipos de computadores

Microcomputadores: Computadores residenciais e pessoais. Também


chamados de ‘PC’ (Personal Computer) ou Desktop. Por muito tempo, foi o
tipo de computador mais utilizado.

149
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Notebooks: Computadores portáteis. Normalmente mais caros que os
microcomputadores, mas de funções e utilidades semelhantes. Sua principal
diferença em relação ao PC é a presença de bateria que possibilita a
portabilidade. É nesta categoria que se encontram os netbooks (voltados
para o uso da internet) e ultrabooks (mais poderosos que os notebooks
comuns).
Smartphones: São celulares com tecnologias avançadas, possuindo
programas e um sistema operacional (serão discutidos nos próximos
tópicos). Nos últimos anos, sua popularidade aumentou bastante e hoje o
número de vendas de smartphones já supera dos microcomputadores.
Tablets: Nova geração de computadores portáteis. Mais finos, são muitas
vezes a fusão do notebook com os celulares. Apesar da praticidade de
locomoção e armazenamento costumam ser mais limitados, sem tantas
utilidades práticas, que o notebook ou o microcomputador.

1.1.3 Funcionamento dos computadores

A forma como os computadores funcionam é bem simples. Ele recebe uma informação,
processa, e devolve um resultado. Em outras palavras, utilizando os programas e
aplicativos adequados, o computador pega as informações que fornecemos para ele,
transforma-as, realizando aquela operação que queremos e nos devolve tudo pronto. Por
exemplo, a função calculadora ou editor de texto. Digitamos os números e o símbolo da
operação que queremos que o computador realize. Internamente ele resolve a operação e
nos apresenta o resultado.
Resumindo o computador funciona sob três aspectos: Entrada, Processamento e Saída.

Figura 1.2: Funcionamento de um computador

Fonte: Autor desconhecido

O desenho acima pode representar o ato de uma pessoa digitar um texto em um editor.
Enquanto ela tecla as letras para compor o texto (entrada), o computador realiza um
processamento para que a pessoa consiga ver num dispositivo de saída, uma tela e/ou
impressora, o que ela digita.

150
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.2 Componentes de entrada, processamento, armazenamento e saída

Mouse: Auxilia na utilização do computador. Exibe um ponteiro na tela que


permite ‘apontar e marcar’ qualquer elemento selecionável da tela. Possui
dos botões principais: um à esquerda (com função de selecionar) e um à
direita (com função de abrir a caixa de opções do item ou ambiente). O
mouse possui geralmente dois a três botões. O apertar de um botão é deno-
minado click. O mouse possui um cursor com o qual o usuário apontará sobre certo
elemento na tela, cuja confirmação de uma ação é efetuada com um ou dois clicks sobre
um dos botões. O uso de um ou dois clicks sobre determinado botão pode variar
conforme o programa. Os mouses presentes em computadores portáteis são os
chamados mouses touchpad.

Teclado: Utilizado para entrada manual de dados ou comandos para os


mais diversos aplicativos e programas. O teclado do computador possui
teclas de caracteres normais, dispostos em uma ordem que facilita a
digitação, teclas de funções (ctrl, shift, capslock, etc.) e o teclado
numérico. Algumas teclas possuem dois símbolos.
Quando se deseja utilizar um símbolo que está na parte superior de determinada tecla,
utiliza-se o pressionamento da tecla SHIFT seguido da tecla desejada. Quando se deseja
estabelecer todas as letras maiúsculas, pressiona-se a tecla CAPSLOCK (que ativa uma
luz em alguns teclados). A tecla SHIFT também é utilizada para ativar apenas uma letra
maiúscula, caso a tecla CAPSLOCK esteja desativada. Para se utilizar o teclado numérico
auxiliar (situado no lado direito) deve-se ativar a tecla NUMLOCK (que ativa também uma
luz correspondente). O uso das teclas específicas como F1, F2,..., F12, são as chamadas
teclas de função e dependem do programa em uso. A tecla CTRL é denominada tecla de
controle que deve ser associada com outra tecla para funcionar, por exemplo: CTRL+P (é
um atalho para imprimir na maioria dos programas).

Drive de CD/DVD-ROM: Equipamento que lê e fornece para o computador os


dados armazenados em um CD ou DVD. Pode também ser um componente
de saída na medida em que alguns drives, além de ler, gravam informações
nos CDs/DVDs.
Webcam: Permite a captação de imagens pelo computador. Muito utilizado
em Vídeo-Chats (Vídeo-Conversas/Conferências) pela internet, possui um
microfone embutido. Alguns computadores portáteis possuem webcams
integrados à sua estrutura.
Caixas de som: São responsáveis por reproduzir sons de músicas e vídeos.
Microprocessador: Ele é o cérebro do computador. Muitas vezes, chamado
de apenas de processador, é responsável por manipular e processar os
dados, bem como gerar ordens de execução e gravação dos mesmos. O
microprocessador, ou o conjunto destes, de um computador também recebe o
nome de Unidade Central de Processamento (Central Processing Unit), ou
‘CPU’.
Memória - RAM: Também chamada de memória principal, ela é responsável
por armazenar temporariamente os dados e informações que foram ou serão
lidas ou manipuladas pela CPU. Tem ainda função de ler, gravar e recuperar
dados.

151
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Disco Rígido: Também chamado de Disco Magnético ou, simplesmente, ‘HD’
(Hard Disk). É a memória secundária do computador. Armazena de forma
permanente os dados e informações (arquivos e programas).
SSD: Novo dispositivo de armazenamento que está substituindo aos poucos
os antigos discos rígidos. Possui uma maior velocidade de leitura e gravação,
além de ser mais resistente a impactos. Porém, o HD ainda é muito mais
utilizado, devido a seu baixo custo se comparado ao SSD.
Placa-Mãe: Placa responsável por conectar todos os componentes do
computador, ou seja processador com memória RAM, disco rígido, entre
outros.
Monitor: Vídeo. Tela onde aparecem as imagens e informações do
computador.
Impressora: Imprime textos, desenhos, gráficos e diversos outros tipos de
documentos criados no computador. Pode também ser um dispositivo de
entrada/saída, uma vez que muitas impressoras são também scanners
(aparelhos que digitalizam documentos e os envia para o computador).
Modem: Componente de entrada/saída que converte sinal analógico em
digital e vice-versa, permitindo aos computadores se conectarem à Internet.
Estabilizador: Protege os componentes do computador das variações de
tensão da rede elétrica. Esse componente é encontrado na maioria dos
computadores.
Gabinete: Carcaça onde são instalados os componentes de processamento
do computador. Muitas vezes, ao dizermos CPU ou Computador, estamos
nos referindo ao gabinete. Nele também se instala as adaptações de fonte,
que alimentam com energia o computador, e o cooler que é um ventilador que
serve para refrigerar o computador.

1.2.1 Ligar e desligar o computador e outras funções

Ligar o computador:
• Quando necessário, conectar os componentes externos do computador (teclado,
mouse, monitor, impressora, etc.);
• Verificar os cabos de energia do PC (microcomputador);
• Verificar se a tensão ou “voltagem” está correta, 110 volts ou 220 volts;
• Caso todos os cabos estiverem conectados, ligar o estabilizador, caso tenha um. O
estabilizador possui um botão Liga/Desliga de acesso e identificação simples;
• Ligar o PC através do botão Liga/Desliga que se encontra no gabinete;
• Aguardar os procedimentos de inicialização do PC;
• Informar senha e nome do usuário, caso existam e quando for solicitado.

152
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Desligar o computador - Windows 7 e Windows XP
• O procedimento de desligar o PC é muito importante para preservar o equipamento e
as informações armazenadas nele, portanto, é muito importante acostumar-se a seguir
o procedimento de desligar;
• Clicar no botão Iniciar;
• Clicar na opção Desligar;
• Selecionar a opção Desligar/Desativar o computador;
• Aguardar a mensagem de desligar o computador, quando existir e somente então,
desligar apertando o botão Liga/Desliga do computador ou esperar o computador
desligar automaticamente;
• Desligar o estabilizador através do botão Liga/Desliga do estabilizador.

Windows XP Windows 7
Figura 1.3: Desligar o Figura 1.4: Desligar o Figura 1.5: Desligar o
computador Windows XP computador Windows 7 computador Windows 7

Fonte: Windows XP Fonte: Windows 7 Fonte: Windows 7

Desligar o computador - Windows 8


• No Sistema Operacional Windows 8, o botão Iniciar foi removido, e portanto é
necessário realizar outros passos para desligar o computador:
• Aproximar o mouse no canto inferior direito (perto de onde mostra a data) até que
apareça um conjunto de figuras;
• Clicar na figura da engrenagem;
• Clicar em Liga/Desliga;
• Por fim, clicar em Desligar.
Figura 1.6: Desligar o Figura 1.7: Desligar o
computador Windows 8 computador Windows 8

Fonte: Windows 8 Fonte: Windows 8

153
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Desligar o microcomputador - Windows 10
• No Sistema Operacional Windows 8, basta clicar no menu iniciar;
• No canto inferior esquerdo veremos um botão com o símbolo de desligar, basta clicar
nele;
• Escolha a opção de desligar o computador.

Figura 1.9: Desligar o


computador Windows 10
Figura 1.8: Desligar o
computador Windows 10

Fonte: Windows 10

Fonte: Windows 10

Outras funções do botão Desligar:


• Além da opção de desligar o computador, ao se clicar no botão “Desligar” no menu
iniciar, aparecem outras opções.
• Fazer Logoff: Encerra a sessão atual (fechando todos os programas), finalizando as
alterações realizadas e desconectando o usuário atual. Em seguida solicita as
informações para conectar um outro usuário;
• Trocar usuário: Altera os usuários do computador, sem com isso encerrar os programas
em execução;
• Reiniciar: Desliga rapidamente o computador, ligando-o imediatamente em seguida;
• Suspender: Mantém a sessão aberta (na memória) e coloca o computador em estado
de baixa energia;
• Hibernar: Salva a sessão e desliga o computador. Ao ligá-lo novamente a sessão é
reaberta;

154
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade 1:
Realize repetidas vezes (3 no mínimo) os corretos procedimentos de ligar e desligar o
computador. É importante repetir a atividade para memorizar os procedimentos corretos.
Realizar o ligamento e o desligamento correto de um computador evita a perda de dados e
informações e previne contra eventuais danos.
ATENÇÃO: Se essa é a primeira vez que você realiza esses procedimentos, peça para
que o instrutor ou alguém com bons conhecimentos de informática lhe ajude.
Atividade 2:
Pense em três tarefas realizadas pelo computador. Descreva como o esquema de
funcionamento do computador (entrada > processamento > saída) aparece nessas tarefas.
Atividade 3:
Pense em três tarefas realizadas pelo computador. Descreva os hardwares envolvidos
nessas tarefas, classificando-os em hardware de entrada, processamento,
armazenamento e saída.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• O que é Software, Hardware?
• Qual o esquema básico de funcionamento do computador?
• Em quais categorias se classificam os hardwares do computador? Dê exemplos.
• Como desligar corretamente o computador?
• Cite ao menos duas outras funções que o botão desligar possui e explique-as.

155
Mestre de Obras CIPMOI 2020
Unidade 2: Programas,
menus e campos de
trabalho

Um começo de conversa

Como vimos na unidade anterior um computador é formado de parte física, as peças, os


hardwares, e parte lógica virtual, os programas, os softwares. Quando falamos das peças
do computador e do seu esquema de funcionamento, estávamos falando quase que
apenas dos hardwares de um computador. Agora vamos falar um pouco sobre os
softwares. Na verdade, como existem inúmeros e diferentes softwares, é quase impossível
falar sobre cada um deles separadamente. O que faremos, de fato, é aprender a usar
alguns softwares, começando por aqueles que nos ajudam a melhorar e utilizar o
computador com maior facilidade e exatidão.

Objetivos da Aprendizagem

Vamos pensar um pouco sobre o que seria um computador que possuísse a parte física
(hardwares), mas não possuísse programas. Um computador apenas com peças é apenas
uma caixa cheia de fios e chips, mas incapaz de resolver e realizar tarefas para as
pessoas. O que permite a interação entre a máquina e as pessoas são os softwares. Um
dos softwares principais em um computador doméstico é o sistema operacional. O SO (ou,
no inglês, OS) é um programa que permite ao usuário entender e trabalhar com funções
básicas do computador, além de criar um caminho para que diferentes programas possam
“conversar” com a máquina. Nosso estudo se pautará no SO conhecido como Windows 7
e trabalharemos aprendendo como esse SO nos apresenta as funções do computador.

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Em busca de informações

2.1 Área de trabalho ou desktop

É a área principal da tela do Windows, é o local onde aparecem os ícones, também


chamados de atalhos. Com estes atalhos é possível executar programas, abrir pastas e
arquivos.
Pode ser personalizado, ou seja, modificado para se adequar ao gosto do usuário;
Quando o computador permanece muito tempo sem uso, ativa-se automaticamente a
proteção de tela, que impede que o monitor sofra desgastes e prejudique a imagem. Para
retornar ao uso normal, basta movimentar o mouse ou apertar alguma tecla do teclado
(recomenda-se as teclas direcionais: setas).

Figura 2.1: Tela inicial Windows 7

Fonte: Windows 7

2.2 Menu iniciar

É onde estão localizados todos os programas que estão instalados no computador.

Figura 2.2: Ícone menu iniciar Windows XP e 7

Fonte: Windows 7

Utilizando-se o mouse, clique no botão Iniciar ou aperte a tecla com o símbolo do Windows
no teclado;

Figura 2.3: Botão menu iniciar

Fonte: Autor desconhecido

157
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Para cada item listado, ao apontar o mouse e clicar uma vez com o botão esquerdo do
mouse, o item será executado;
Note que neste menu, alguns itens podem conter submenus.

Figura 2.4: Menu iniciar

Fonte: Windows 7

2.3 Programas e suas características

Programas, ou softwares, nos permitem realizar diversas tarefas com o computador, entre
elas: Digitar textos, criar planilhas, editar imagens e vídeos, criar apresentações, entre
outras tarefas. Cada programa possui características próprias, porém a maioria apresenta
semelhanças. As principais características comuns são mostradas abaixo:

2.3.1 Janelas

O programa é apresentado ao usuário em forma de uma ou mais janelas. Para


exemplificarmos uma janela, utilizaremos a janela de um aplicativo do Windows: ‘Bloco de
Notas’. Para abri−lo clique no botão Iniciar / Todos os Programas / Acessórios / Bloco
de Notas.
Figura 2.5: Janela bloco de notas

Fonte: Windows 7

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2.3.2 Barra de títulos

Esta barra mostra o nome do arquivo ('Sem Título', na imagem acima), ou com o que se
está trabalhando no programa, e também o nome do aplicativo (Bloco de Notas) que está
sendo executado na janela. Através desta barra, conseguimos mover a janela pela tela do
computador usando o mouse quando a mesma não estiver maximizada. Para isso, clique
na barra de título, mantenha o clique, arraste e solte o mouse. Assim, você estará
movendo a janela para a posição desejada. Depois é só soltar o clique.
Na Barra de Título encontramos os botões de controle da janela. Estes são:
• Minimizar: este botão oculta a janela da Área de trabalho e mantém o botão referente a
janela na Barra de Tarefas. Para visualizar a janela novamente, clique em seu botão na
Barra de tarefas.
• Maximizar/Restaurar: Este botão aumenta o tamanho da janela até que ela ocupe toda
a Área de Trabalho. Para que a janela volte ao tamanho original, o botão na Barra de
Título, que era o maximizar, alternou para o botão Restaurar. Clique neste botão e a
janela será restaurada ao tamanho original.
• Fechar: Este botão fecha o aplicativo que está sendo executado e sua janela. Esta
mesma opção poderá ser utilizada através do menu Arquivo/Sair.
Se os arquivos que estiverem sendo criados ou modificados dentro da janela não foram
salvos antes de fechar o aplicativo, o Windows emitirá uma tela de alerta perguntando se
queremos ou não salvar o arquivo, ou cancelar a operação de sair do aplicativo.

2.3.3 Barra de menus

Esta barra apresenta os menus do aplicativo. Através deles é possível realizar todas as
ações e ter acesso a todas as funcionalidades do programa. Por exemplo, no menu
Arquivo é possível salvar e imprimir o documento, bem como abrir um novo documento.
Cada menu tem sua funcionalidade específica, apresentando muitas vezes submenus.

2.3.4 Barra de rolagem

Ajusta na janela a área de exibição do documento, permitindo e facilitando a visualização


do trabalho que se está realizando.

2.3.5 Atalhos

A maioria dos programas possui atalhos para determinadas funções. Para isso, é preciso
apertar uma combinação de pelo menos duas teclas. Por exemplo, no Bloco de
Notas para se salvar o arquivo ao invés de ir em Arquivo -> Salvar, pode-se apertar ao
mesmo tempo as teclas Ctrl e S. Os atalhos podem variar em cada programa.

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Alguns dos principais atalhos são:
• Ctrl + C: Copia o item selecionado;
• Ctrl + X: Recorta o item selecionado;
• Ctrl + V: Cola o item que foi copiado ou recortado anteriormente;
• Ctrl + P: Imprime o documento que se está trabalhando;
• Ctrl + S: Salva o documento;
• Ctrl + O: Permite escolher um arquivo e então abri-lo no programa.

2.4 Aparência, ícones e painel de controle

2.4.1 Papel de parede e proteção de tela

Papel de Parede, é o “fundo” da área de trabalho. Tanto a imagem que compõem o fundo
de tela como outras características da área de trabalho podem ser modificadas. Passos
para personalização do Desktop:
• Clique com o botão direito do mouse em qualquer área livre do desktop;
• Aparecerá o menu de características do desktop. Nele há opções para alterar o
tamanho e organizar os atalhos da área de trabalho, bem como para alterar a
aparência do fundo de tela e criar novos ícones (atalhos para arquivos que também
serão criados).
• Selecionando a opção Propriedades, abrirá uma janela com diversas opções. São elas:
Temas, Área de Trabalho, Proteção de Tela, Aparência e Configurações.
• Temas: Permite alterar o estilo geral do desktop e das janelas em grupos pré-definidos
(forma, tamanho, letra);
• Área de Trabalho: Permite alterar o ‘plano de fundo’ (papel de parede), ainda sendo
possível buscar nos arquivos do computador uma nova imagem (como fotos e
desenhos). Ainda permite modificar o alinhamento do wallpaper, a cor do fundo de tela
e as propriedades dos ícones de alguns atalhos (‘Personalizar área de trabalho’);
• Proteção de tela: Permite modificar o estilo da proteção e suas configurações (tempo
de espera até ser ativado, letreiro digital, cores, etc.);
• Aparência: Permite uma alteração mais detalhada das janelas, sendo possível não só
mudar seu estilo, mas também suas cores e fonte de letras;
• Configurações: Permite modificar as propriedades de cores e nitidez do vídeo. Ajusta a
resolução da tela, o que por sua vez interfere no tamanho da mesma. As configurações
de resolução da tela devem sempre estar de acordo com as configurações do monitor.

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2.4.2 Ícones

• São os símbolos que representam os aplicativos;


• Utilizando-se do apontador (mouse), clica-se duas vezes com o botão direito para
executá-lo;
• Pode-se mover os ícones, mudar sua aparência ou apagá-lo da área de trabalho;
• Um ícone pode representar um arquivo de texto, música, foto, entre outros, e ainda
representar um programa (aplicativo). Você pode adicionar ícones na área de trabalho,
assim como pode excluí-los;
• Alguns ícones são padrões do Windows: Meu Computador, Meus Documentos, Meus
locais de Rede, Internet Explorer;
• Os ícones podem ser criados na própria área de trabalho, clicando com o botão direito
do mouse na área de trabalho, usando a opção NOVO/PASTA e está criado o ícone;
• Ao se clicar com o botão direito do mouse sobre um ícone, abre-se o menu do ícone;
• No menu do ícone podemos realizar ações sobre o ícone como abrir, abrir com, copiar,
imprimir, verificar, enviar para, excluir, etc. Aqui também encontra-se o submenu de
propriedades do ícone, onde é possível ver e alterar algumas de suas características.

2.4.3 Barra de tarefas

Figura 2.6: Barra de tarefas

Fonte: Windows 7

A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento, mesmo que
algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre
estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você esteja criando um texto em
um editor de texto e um de seus colegas lhe pede para você imprimir uma determinada
planilha que está em seu computador. Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas
salve o arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir. Não é preciso
esperar que a planilha seja totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte
para o editor de textos, dando um clique no botão correspondente na Barra de tarefas.

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A Barra de tarefas ainda apresenta ícones para inicialização rápida de alguns programas.
Por exemplo, o Media Player (Reprodutor de músicas e vídeos) e o Internet Explorer
(Navegador de internet).
Clicando com o botão direito do mouse sobre a Barra de tarefas, abre-se o menu onde é
possível ajustar a apresentação das janelas na tela ou ver e modificar as propriedades da
Barra de tarefas. No submenu ‘Propriedades’ é possível modificar as características da
Barra de tarefas (estilo, posição, apresentação dos botões, bloqueio), do menu Iniciar
(estilo, apresentação) e da Barra de ferramentas (área conjunta da Barra de tarefas onde
aparecem notificações de uso e configuração do computador).

Figura 2.7: Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar

Fonte: Windows 7

2.4.4 Painel de controle

O painel de controle permite que sejam feitas as configurações mais importantes dentro do
sistema operacional. Configurações de hardware como teclado, instalação de novos
componentes (periféricos), impressoras, configurações de áudio e vídeo, configurações de
componentes (periféricos) referentes a redes de computadores e configurações de
softwares como a instalação de novos programas e a configuração de perfis de usuário.

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Figura 2.8: Painel de controle

Fonte: Windows 7

Tabela 2.1: Funções painel de controle

Aparência e Temas Permite configuração de aparência de pastas, menus e área de trabalho.

Conexões de rede e Permite criar ou alterar uma conexão com uma rede local ou Internet.
Internet

Adicionar ou Permite adicionar, remover e alterar programas e componentes do Windows.


remover
Programas
Som, fala e Permite alterar e configurar esquemas de sons, alto falante e volume.
dispositivos de
áudio
Desempenho Permite ajustar efeitos visuais, liberar espaço e organizar itens no disco rígido,
e manutenção backup de dados e consultar informações básicas sobre o micro.

Impressoras e Permite adicionar e configurar uma impressora instalada.


outros itens de
hardware
Contas de Usuário Permite criar e gerenciar as contas dos usuários do sistema.

Data, hora, idiomas Permite alterar as configurações de data e hora do sistema e opções regionais
e dos programas.
opções regionais
Opções de Permite configurar o Windows para as necessidades visuais, auditivas e motoras
Acessibilidade do usuário.

Fonte: Melchior Melo

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Colocando o conhecimento em prática

Atividade 1:
Utilizando o mouse, acesse o Menu Iniciar e abra três programas diferentes. Tente
reconhecer em cada um onde se encontram as Barras de Título, Menus e Rolagem.
Atividade 2:
Utilizando somente o teclado, acesse o Menu Iniciar e abra três programas diferentes.
Identifique em cada um onde se encontram os botões de minimizar, maximizar e fechar.
Feche um dos programas, maximize outro e minimize o terceiro.
Atividade 3:
Após realizar a atividade 2, no programa que você realizou o comando de maximizar
observe como o desenho do botão se altera para a forma de restaurar. Acione este botão
repetidas vezes e observe a mudança do botão e explique com suas palavras qual a
diferença de ação entre as duas formas do botão. Procure na Barra de Tarefas o programa
que você minimizou na atividade 2 e recupere-o (abra-o novamente através do ícone da
barra de tarefas).

Recapitulando

Para fixar os conteúdos aprendidos nessa unidade tente responder com suas palavras:
• Onde ficam, nas janelas, as Barras de Título, Menus e Rolagem?
• Onde ficam os botões de minimizar, maximizar e fechar nas janelas?
• É possível alterar a aparência da sua Área de Trabalho no computador?
• O que é Papel de Parede e Proteção de Tela no computador?
• Para que serve a Proteção de Tela?
• Para alterar as configurações do computador, desde a aparência até os programas
instalados, onde o usuário deve ir?
• Como abrir o submenu de um ícone ou seção?

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Unidade 3: Arquivos,
pastas e comandos
Um começo de conversa

Todo o trabalho que você cria e salva no computador fica guardado na forma de um
arquivo. Você ter arquivos de textos, documentos, arquivos de planilhas, arquivos de
imagens, fotos, figuras, arquivos de vídeo (filmes, clipes), arquivos de áudio (música, mp3)
entre outros tantos. Como os arquivos são os trabalhos que você realiza no computador
eles podem ser alterados, copiados, apagados e salvos através do que chamamos de
comandos de arquivos.
Para facilitar ao usuário quando ele quer achar um arquivo que tenha criado, esses são
guardados dentro de diretórios no computador que chamamos de pastas. As pastas
também podem ser modificadas, de uma forma diferente dos arquivos, para facilitar a
organização do usuário quando este trabalha com seus arquivos no computador.

Objetivos da Aprendizagem

Imagine que na sua casa e no seu trabalho existem uma série de documentos, fotos e
planilhas que você precisa guardar. Antes de tudo você não pode simplesmente colocar
tudo junto dentro de uma caixa e colocar a caixa em algum canto escuro e pouco visitado
do armário (a não ser que você queira nunca mais achar nada).
Na hora de guardarmos nos “arquivos” em casa ou no trabalho uma boa prática de
organização é separar aqueles que são de um mesmo tipo. Guardamos os recibos juntos,
as fotos em álbuns, documentos em envelopes. Além disso tentamos identificar tanto os
arquivos quanto os lugares onde os colocamos. Escrevemos no recibo o nome “Abril” e
guardamos dentro do envelope que identificamos como “recibos de aluguel”. Escrevemos
“Filha na praia” no verso da foto e colocamos no álbum “Férias de Dezembro”.
Neste unidade você irá desenvolver a habilidade de organizar os documentos (Arquivos)
necessários para seus projeto ou até mesmo para a vida cotidiana. Para isso você
aprenderá a manusear arquivos, diretórios e pastas. Além disso, abordaremos como criar,
alterar e excluir uma pasta.

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Em busca de informações

3.1 Pastas

Uma coisa importante na organização de arquivos é avaliarmos quando e quantas vezes


vamos precisar mexer nos nossos arquivos de novo. Quando guardamos uma “Certidão de
Nascimento” no envelope de “Documentos”, sabemos que pouquíssimas vezes vamos
precisar mexer nele de novo e que é importante que ele fique em lugar segura para não
perder ou estragar. Sendo assim acabamos guardando esse envelope junto com vários
outros documentos parecidos em um lugar de mais difícil acesso, como em cima do
armário, no fundo de um baú. Agora se você vai guardar o orçamento de um projeto
elétrico que você está executando, você sabe que é importante que essa planilha esteja
em lugar fácil e rápido de você encontrar, até porque você precisará mexer nela e atualizá-
la quase todos os dias. Então acaba guardando a pasta com “Orçamentos da Obra” em
uma gaveta ou em um estrato em cima da mesa.
Essa mesma lógica de organização é utilizada nos computadores. É sempre importante
organizar bem seus arquivos em pastas e suas pastas em outras pastas ou diretórios
maiores para que nada se perca e tudo esteja ao alcance quando necessário. Logo,
podemos dizer que pastas nos computadores são locais que criamos para podermos
organizar melhor os arquivos que guardamos no computador. Alguns diretórios já existem
no Windows quando ligamos o computador, outros somo nós quem criamos, podem mudar
seu nome, local, ou mesmo apagando-os depois. Muitas vezes, para fazermos uma boa
organização precisamos criar pastas dentro de pastas, o que chamamos de subpastas.

3.1.1 Criando Pastas

Quando você quer criar uma pasta você primeiro escolhe o local onde essa pasta vai ficar.
Uma vez decidido isso você, usando o mouse, dá um click com o botão direito em espaço
vazio do local. No Menu que irá aparecer você vai com o ponteiro do mouse até a opção
“Novo” e, assim que abrir uma nova seção do menu com várias opções, click com o botão
esquerdo do mouse em “Pasta”.
Na pasta “Meus Documentos” vemos no lado esquerdo tarefas de arquivo e pasta, para
criar, click na opção criar uma pasta depois é só clicar com o botão direito na pasta,
nomear e na opção propriedades, configurar.

3.2 Arquivos
3.2.1 Copiando Arquivos

Copiar um arquivo é criar um arquivo idêntico ao copiado, ou seja, copia-se um arquivo


para obter as informações do mesmo em um outro arquivo. Os procedimentos para copiar
um arquivo são os seguintes:
• Clique com o botão direito do mouse no arquivo que deseja copiar;
• Selecione a opção COPIAR;

166
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Logo após, clique novamente com o botão direito do mouse no local onde deseja
armazenar a cópia do arquivo;
• Selecione a opção COLAR e então a cópia estará pronta para ser utilizada.

3.2.2 Salvando Arquivos


Salvar um arquivo é gravá−lo no disco rígido, pendrive ou CD para que não seja perdido
com a falta de energia . Lembrando que, quando criamos um arquivo, ele está
armazenado na memória RAM, por isso a necessidade de salvá−lo. Desta forma,
poderemos utilizá−lo posteriormente.
Quando criamos um arquivo no editor de texto ou em uma planilha eletrônica, estes
arquivos estão sendo guardados temporariamente na memória RAM. Para transferir eles
para o disco rígido, devemos salvá−los. A primeira vez que vamos salvar um arquivo,
temos que dar um nome para o mesmo e escolher uma pasta, um local no disco. Para
isso, execute os seguintes passos quando for salvar um arquivo pela primeira vez:
Clique no menu “Arquivo” e em seguida “Salvar como”. A seguinte tela será mostrada:

Figura 3.1: Caixa de diálogo “Salvar”.

Fonte: Microsoft Windows XP

A figura acima exibe a caixa de diálogo “Salvar Como” no Windows com uma barra de
navegação de pastas à esquerda da janela. Esta barra fornece atalhos para locais em seu
computador ou na rede como: as últimas pastas que foram acessados; a Área de
Trabalho (Desktop); A pasta Meus Documentos; Meu computador, que permite acesso
ao Disco Rígido, unidade de CD e pendrive, por último, a pasta Meus locais de Rede.
Ao salvar o arquivo pela primeira vez a caixa de diálogo aberta será a de “Salvar Como”,
permitindo escolher o local e o formato do arquivo que se deseja salvar.
Basta clicar no atalho Meus Documentos na esquerda da janela e selecionar a pasta que
será salvo o arquivo criado por você, ou se desejar, pode-se criar uma nova pasta onde se
deseja salvar esse arquivo.
Depois dos arquivos serem salvo pela primeira vez, o comando salvar apenas atualiza as
alterações.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
3.2.3 Movendo Arquivos
Há diferentes maneiras de mover um arquivo, ou seja, mudar o diretório de residência do
mesmo. Um modo mais simples seria o de apenas clicar no arquivo com o botão
esquerdo do mouse, segurar e arrastar para o local onde queira que o mesmo esteja.
Porém, há limitações para essa maneira de mover o arquivo, então aprenderemos outro
modo mais conhecido como “Recortar (CTRL+X) e Colar (CTRL+V)”. Passo a passo de
como mover um arquivo:
• Clique no arquivo com o botão direito do mouse, e selecione a opção RECORTAR
clicando com o botão esquerdo na mesma. Esta opção pode ser substituída se clicar
(selecionar) no arquivo e apertar logo em seguida CTRL+X;
• Logo em seguida, vá até a pasta ou diretório para o qual deseja que o arquivo seja
transferido no seu computador;
• Dentro do diretório, clique com o botão direito do mouse no local onde deseja que o
arquivo esteja e selecione a opção COLAR. Esta opção também pode ser substituída,
porém por apertar CTRL+V.
Caso seu desejo seja duplicar o arquivo, isso é, salvar uma cópia em outro local,
utilizamos o modo “Copiar(CTRL+C) e Colar(CTRL+V)”, explicado a seguir:
• Clique no arquivo com o botão direito do mouse, e selecione a opção COPIAR
clicando com o botão esquerdo na mesma. Esta opção pode ser substituída se clicar
no arquivo e apertar logo em seguida CTRL+C;
• Logo em seguida, vá até a pasta ou diretório para o qual deseja que o arquivo seja
duplicado no seu computador;
• Dentro do diretório, clique com o botão direito do mouse no local onde deseja que o
arquivo esteja e selecione a opção COLAR. Esta opção também pode ser substituída,
porém por apertar CTRL+V.

3.3 Meu computador, windows explorer e lixeira


3.3.1 meu computador e windows explorer
No Windows, tudo o que você tem dentro do computador – programas, documentos,
arquivos de dados e unidades de disco, por exemplo – torna−se acessível em um só local
chamado Meu Computador.
Quando você inicia o Windows, o Meu computador aparece como um ícone na Área de
Trabalho ou no menu iniciar.
O Meu computador é a porta de entrada para o usuário navegar pelas unidades de disco,
pendrive, HD externo ou qualquer outro dispositivo de arquivamento, até mesmo o celular.
Para que os arquivos de cada departamento não se misturem, utilizamos o Meu
computador para dividirmos o Disco em pastas que organizam os arquivos de cada um
dos departamentos.
Para poder abrir essas e qualquer outra pasta, é só dar dois clicks rápidos no ícone ou
atalho da pasta que se deseja.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.2: Janela do “Meu computador”.

Fonte: Microsoft Windows 10

O Windows Explorer tem funções parecidas com a do Meu Computador: Organizar o disco
e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança
no local dos arquivos. Enquanto o Meu Computador traz como padrão a janela sem
divisão, você observará que o Windows Explorer traz a janela dividida em duas partes.
Mas tanto no primeiro como no segundo, esta configuração pode ser mudada.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arquivos
para outras mídias (CD, DVD, Pendrive e celulares), apagar arquivos indesejáveis e muito
mais.
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu computador e todos
os arquivos e pastas localizadas em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para
copiar e mover arquivos.
O painel da esquerda é uma árvore de diretórios (pastas) hierarquizada que mostra todas
as unidades de disco, a Lixeira, a Área de trabalho (Desktop), também tratado como uma
pasta; O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de
maneira idêntica às janelas do Meu Computador.
No Meu Computador, como padrão ele traz a janela sem divisão, mas é possível dividi-la
também, clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas. Para abrir o Windows
Explorer (Windows + E), clique sobre o botão iniciar com o botão direito do mouse e
selecione a opção Explorar.
Preste atenção na tela, todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que contém
subpastas. As pastas que contêm um sinal de – (menos) indicam que já está aberta ou já
estamos visualizando as subpastas.

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3.3.2 Lixeira do Windows
A Lixeira, figura abaixo, é o local do especial do Windows. Ela fica na Área de trabalho,
mas pode ser acessada através do Windows Explorer. Para verificar o conteúdo da lixeira,
dê um duplo clique sobre o ícone e surgirá à janela, com programas, pastas, arquivos e
outros que foram excluídos (deletados).

Figura 3.3: Janela da lixeira.

Fonte: Microsoft Windows 10

Para jogar algo na lixeira basta clicar com o botão direto no objeto (ou apertar a tecla
Delete) e aparecerá a figura a seguir. Para confirmar a exclusão aperte sim. Ou se estiver
na área de trabalho clique no objeto mantenha o clique e arraste até a lixeira e solte.
Figura 3.4: Caixa de diálogo do comando excluir (delete).

Fonte: Microsoft Windows 10

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Ao Esvaziar a Lixeira, você estará excluindo definitivamente os arquivos do seu Disco
Rígido. Ou seja, os arquivos não poderão mais serem recuperados pelo Windows. Então,
esvazie a Lixeira somente quando tiver certeza de que não precisa mais dos arquivos ali
encontrados. A figura abaixo exibe o botão “Esvaziar Lixeira”.
• Abra a Lixeira por meio de um duplo clique sobre o ícone da lixeira.
• No menu principal, no canto esquerdo, clique em Esvaziar Lixeira.

Figura 3.5: Esvaziar lixeira.

Figura 3: Janela da Lixeira.

Fonte: Microsoft Windows 10

• Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri−la, para tanto, basta clicar com
o botão direito do mouse sobre o ícone da Lixeira e selecionar a opção Esvaziar
Lixeira.
Figura 3.6: Menu principal do ícone da lixeira.

Fonte: Microsoft Windows 10

171
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para confirmar pressione o botão sim da caixa de diálogo, de acordo com a figura abaixo.

Figura 3.7: Caixa de diálogo do comando excluir permanentemente (shift + delete).

Fonte: Microsoft Windows 10.

3.3.3 Recuperando Arquivos Excluídos

É possível recuperar os arquivos deletados que vão para a lixeira com estes simples
passos:
• Dê um duplo clique no ícone da Lixeira.
• No menu de opções que surgir, selecione os itens a serem recuperados.
• Clique com o botão direito e selecione a opção Restaurar. Ou apenas apertando o
botão do menu superior “Restaurar os itens selecionados”.
• Os itens serão restaurados no local de origem antes de terem sido eliminados.
Figura 3.8: Menu principal do ícone da lixeira.

Fonte: Microsoft Windows 10

172
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade 1:
• Abra o Bloco de Notas
• Digite um pequeno texto explicando com suas palavras “Qual o melhor local no
computador para se salvar um arquivo que você precisará usar todos os dias?”.
• Salve o seu arquivo no local que você descreveu em seu texto.
• Não se esqueça de dar um nome que identifique seu arquivo.
Atividade 2:
• Crie uma pasta no diretório “Meus Documentos”.
• Dê o nome de “Aula sobre Pastas e Arquivos” para essa pasta.
• Usando o comando de teclado “Ctrl + C” copie o arquivo da atividade 1 e cole a cópia,
utilizando o comando “Ctrl + V” na pasta que você criou.
Atividade 3:
• Utilizando o comando “Ctrl + X” recorte o arquivo da atividade 1 e cole, utilizando o
mouse e o menu do diretório, na Lixeira do Windows.
• Logo depois, retorne à pasta da atividade 2 e altere o nome do arquivo nessa pasta.
• Utilize o mesmo procedimento usado para mudar o nome de pastas.
• ATENÇÂO: em caso de dúvidas peça ajuda ao professor ou a um colega que já tenha
feito a atividade.

Recapitulando

Para fixar os conteúdos dessa unidade tente responder com suas palavras:
• O que são pastas e arquivos?
• Quais são as utilidades das pastas do computador?
• Como se faz para mudar o nome de um arquivo ou pasta?
• Como se faz para recuperar um arquivo que foi excluído indevidamente?
• O que é e que tipo de arquivos ficam no diretório chamado de Lixeira?

173
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4:
Introdução à internet e
redes de computadores
Um começo de conversa

Vamos pensar no que caracteriza uma rede, qualquer que seja. Uma rede é uma ligação
emaranhada, imagine aqui uma rede de pesca, de vários pontos. Usando um exemplo
bem prático, vamos pensar na rede elétrica de uma casa. Os fios ligam vários pontos de
energia, como luz, tomadas, chuveiros, etc., à uma central de distribuição de eletricidade.
De uma maneira ou outra todos os aparelhos elétricos da casa quando ligados à tomada
ou os pontos de luz, estão conectados com o quadro de distribuição de energia da casa.
Ampliando o pensamento, o quadro da casa está ligado a um poste de luz, onde várias
outras casas estão também ligadas. O poste está ligado a uma central regional de energia
que, por sua vez está ligada à usina geradora de energia elétrica. O que temos então é
uma grande rede elétrica onde inúmeros aparelhos, lâmpadas e residências estão ligadas
umas às outras para receberem eletricidade.
Imagine se ao invés de apenas enviar energia elétrica os fios da rede elétrica pudessem
também enviar textos, imagens, sons e outras informações tanto para um lado quanto para
o outro. Pense que ao invés de lâmpadas e chuveiros nas pontas da rede houvessem
aparelhos capazes de entender e mostrar para as pessoas todas essas informações que
são enviadas e recebidas. Se você pensou que esses aparelhos poderiam ser
computadores, então você já começou a entender bem o que é uma rede de
computadores.

Objetivos de aprendizagem

Atualmente tudo está conectado a uma rede de computadores e a maior e mais famosa
delas é a Internet – Rede Mundial de Computadores. Vamos entender um pouco mais
sobre como funciona uma rede de computador e como a Internet liga vários computadores
a um grande sistema de informações, diversão, serviços e utilidades.

174
Mestre de Obras CIPMOI 2020
Em busca de informações

Uma rede de computadores é composta basicamente de dois ou mais computadores


interligados, com a finalidade de trocar informações ou compartilhar recursos.
Os sistemas podem ser unidos por meio de cabos ou por meio de sinais sem fio (wireless).
A necessidade de conectar dois ou mais computadores para a troca de informações surgiu
na década de 1960 dada a necessidade de compartilhar informações militares em locais
diferentes com facilidade.
Atualmente, é muito difícil encontrar um computador que não trabalhe em rede, pois
inclusive nas casas que contam com um só sistema, este passa a formar parte de uma
rede mundial quando se conecta à internet.

Figura 4.1: Janela da Lixeira.

Fonte: Base Print Informática. Disponível em: www.baseprint.com.br/public/img/default/servicos-


informatica/home/redes-de-computadores.jpg Acesso: 06 de maio 2020

Uma das grandes vantagens de ligar dois, ou mais micros em rede é a possibilidade de
troca de arquivos sem a necessidade de usar mídias físicas (CDs, pendrives, cartões de
memória, etc.). Com o advento da rede fica muito fácil para o usuário passar informações
de uma máquina a outra.
Além disso, é possível compartilhar recursos entre os usuários de uma rede. Um exemplo
muito comum é o de impressoras compartilhadas. Se houver uma só unidade de
impressora em um escritório, ela pode ser conectada à uma rede interna do escritório para
que todos os funcionários da empresa possam imprimir seus documentos de seus
respectivos computadores. Isso significa um redução de custo considerável pois uma única
impressora vai atender um determinado grupo de funcionários.

175
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.1 Internet – rede mundial de computadores

A internet é um conjunto de várias redes de computadores conectadas mundialmente.


Imagine várias redes de uma empresa, redes de computadores de uma universidade, de
um serviço militar, ou de governo. Essas redes estão conectadas entre si por uma rede
maior e que engloba todas as outras, chamada de Internet. Com ela, é possível realizar a
troca de informações e realização de diversos tipos de comunicações à longa distância.
Ela é capaz de providenciar vários serviços muito úteis e importantes para os usuários.
Alguns exemplos são as caixas de correio eletrônico (e-mail) que permitem o envio
praticamente instantâneo de mensagens entre duas contas, redes de telefonia pela
internet (Skype, WhatsApp) que realizam videochamadas e chamadas de voz pela
internet, acesso de informações através de páginas da internet, dentre outros.

Figura 4.2: Aplicativos de celular que utilizam a internet.

Fonte: 75% dos brasileiros usam aplicativos de redes sociais em seus celulares. Disponível em:
https://tecnologia.ig.com.br/2018-11-27/aplicativos-redes-sociais.html. Acesso em 21 de maio de
2020

A internet está cada vez mais ampla e diversificada. Manter-se informado e saber como
utilizá-la corretamente é essencial para a vida moderna. Cada vez mais nossa vida
depende do conhecimento dessa ferramenta tanto para facilitar nossas atividades do dia a
dia, quanto para estudarmos, nos comunicarmos ou até mesmo para agendar consultas
médicas e pagar nossos impostos.
Para conectar-se à Internet, é necessário que você se ligue a uma rede que está
conectada na Internet. Essa rede à qual você se liga é fornecida pela sua operadora de
internet (Oi, Vivo, NET, Claro, Tim, entre outras). Para se conectar à Internet você liga o
seu computador à rede de provedores de acesso à Internet; isto é feito por meio de
modems instalados pela operadora em sua residência ou local de trabalho. Além disso, é
possível se conectar à internet através das redes móveis do nosso celular, contratando um
pacote de serviço da operadora.

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4.2 World Wide Web – WWW

A World Wide Web é a parte mais conhecida da internet. Ela consiste em uma coleção
global de documentos e recursos multimídia (Fotos, Vídeos, documentos, etc.) que estão
conectados entre si através de servidores e computadores. Esses documentos são
exibidos em nossos computadores como páginas da web.
Ela é chamada de Web (teia, do inglês) pois esses documentos que podemos acessar
online estão dispostos como uma teia de aranha, onde um ponto está conectado a vários
outros através de ligações entre os documentos.
As ligações entre as páginas da web são chamadas de hiperligações (ou apenas link, da
língua inglesa). Estas hiperligações são referências dentro de uma página da web que nos
levam a outras páginas. Ir de uma página à outra é a famosa ação de navegar na web,
pois estamos em um mar de informações propiciado pela rede da World Wide Web.
Um site da internet (também conhecido como website) consiste em um conjunto de várias
páginas da web. Na figura abaixo vemos um exemplo de um site bem famoso, o Wikipédia.
Além disso podemos notar os Hyperlinks (hiperligações) que estão grafadas em azul. Ao
passar o mouse em cima dessas palavras, geralmente, surge um sublinhado em baixo
delas ou outro efeito gráfico.

Figura 4.3: Pagina Web do Wikipédia.

Fonte: Microsoft Edge.

4.3 Servidores e domínio

Servidores são conjuntos de computadores que fornecem os dados do site à rede global.
Por exemplo, ao acessar uma página da web, um servidor envia os arquivos ao seu
computador para que então sejam exibidos.

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Cada página da web está em um domínio, como por exemplo www.google.com.br. Os
domínios foram criados a fim de facilitar a memorização de endereços de websites e
englobam uma mesma rede de computadores pertencentes ao site.
O endereço www.google.com.br é um domínio, ou seja, um conjunto de computadores que
compõe os servidores da empresa Google. Ao acessar essa rede, estamos ligando nosso
computador com os servidores da rede do Google, que nos enviam arquivos para que
possam ser exibidos em nossas máquinas.

Figura 4.4: Esquema de servidor

Fonte: Arquitetura Cliente-Servidor. Disponível em:


https://www.ctrlzeta.com.br/arquitetura-cliente-servidor/. Acesso em: 06 de
maio 2020

4.4 Endereço de web


Para acessar uma página da Web é necessário conhecer um caminho para acessar o
arquivo que queremos na internet. Os endereços de tais páginas na rede são
padronizados e chamados de URL (popularmente conhecido como links) ou simplesmente
endereço. Eles são dados da Seguinte forma:
www.google.com.br
• www. - Indica que o domínio pertence à WWW.
• google - indica o nome da empresa ou serviço que mantém o website
• .com - indica que o domínio é comercial
• .br - indica que o domínio encontra-se no brasil.
www.ufmg.br
• www. - Indica que o domínio pertence à WWW.
• ufmg - indica o nome da empresa ou serviço que mantém o website.
• .br - indica que o domínio encontra-se no brasil.

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Os Endereços podem pertencer a um subdomínio de um site. Um subdomínio é uma
seção específica de um website. O site abaixo nos leva para a seção de conteúdo em
português (pt.) do site Wikipédia.
pt.wikipedia.org
• pt. - Indica que o domínio pertence a um subdomínio da empresa ou serviço que
mantém o site
• wikipedia - indica o nome da empresa ou serviço que mantém o website
• .org - indica que o domínio é de uma organização. Geralmente usado por organizações
não governamentais.
Hoje em dia não é mais necessário digitar o www. antes dos sites para acessá-los. Ele é
adicionado automaticamente ao acessar um site.

4.5 Navegador da web (browser)


Agora que já sabemos os conceitos básicos da internet e como é dado um endereço de
uma página na World Wide Web, podemos começar a acessar a infinidade de recursos
que a rede dispõe.
Para acessar a web, é necessário um programa para que possamos realizar a navegação
pelos arquivos. Da mesma forma que utilizamos o Windows Explorer para acessar os
arquivos em nossos computadores, precisamos de um Navegador da Web (ou Browser)
para acessar e exibir corretamente os sites da internet. Utilizaremos para isto o Google
Chrome em nossas aulas para o acesso à WWW.
Através do nosso navegador, podemos acessar os sites com todos os recursos que foram
citados nas seções anteriores, tais como caixas de e-mail, acesso a arquivos,
comunicações telefônicas, dentre outros.
Para abrir o Google Chrome, clicamos duas vezes com o botão
esquerdo do mouse em seu ícone no desktop ou procuramos seu ícone no menu iniciar.
Ao abrir o navegador, a seguinte janela abrirá, como mostra a figura abaixo.

Figura 4.5: Ícone Google Chrome

Fonte: Microsoft Windows 10

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Figura 4.6: Navegador Google Chrome.

Fonte: Google Chrome.

Na barra longa, no topo da janela, encontramos a barra de endereços, onde inserimos o


endereço da Web que desejamos acessar. Nesta barra é possível visualizar o link da
página atual que estamos visitando.
Vamos testar juntos entrando no site da Wikipédia. A Wikipédia é uma enciclopédia gratuita
que pode ser acessada em diversas línguas e oferece milhares de páginas com todo o tipo
de conteúdo e informações de diversas áreas do conhecimento. O endereço da Wikipédia
em Português é pt.wikipedia.org.

• Escreva pt.wikipedia.org na barra de endereços e pressione a tecla


“Enter” em seguida para acessar a página da Wikipédia

É importante que saibamos alguns atalhos no Google Chrome para facilitar nossa
navegação na Web.
As setas à esquerda da barra de endereços permitem navegar mais facilmente pela web.
• Para voltar à página anterior que visitamos, apertamos a tecla para a esquerda.
• Para avançarmos à página que visitamos depois da atual, apertamos a tecla para a
direita .Caso a página atual seja a última visitada, essa seta não estará disponível
para uso.
Caso você necessite atualizar a página para ver novas atualizações, você precisa
recarregar a página. Usamos este recurso em sites de notícias, redes sociais, ou quando
uma página da web não foi carregada corretamente.
• Para recarregar a página atual, basta apertar o botão Atualizar.

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Caso desejemos salvar uma página da web que gostamos muito ou que possa ser útil,
podemos marcá-la como favorito, e o Google Chrome ira salvar o Endereço da Página da
Web para que ela possa ser acessada mais facilmente no futuro.
• Para Salvar a página nos favoritos, basta apertar o botão de estrela.
Mas atenção! O conteúdo da internet muda constantemente, então após um longo
período, pode ser que a página deixe de existir ou tenha seu conteúdo atualizado ou até
mesmo apagado.
Ao salvar um favorito, você será perguntado com qual nome você deseja salvar a página e
em qual pasta. Os favoritos são organizados em pastas do mesmo jeito que os arquivos
em um sistema operacional. Você pode organizá-los da maneira que entender, clicando
em “Editar...”

Figura 4.7: Salvando o site em favoritos no navegador Google Chrome.

Fonte: Microsoft Windows 10.

Para ver ou organizar os favoritos, clique com o botão esquerdo do mouse no menu
Opções no canto superior direito da tela e depois clique em Favoritos.

4.6 Tipos de sites


Na internet podemos encontrar diversos tipos de sites, sejam eles blogs, sites de
notícias, redes sociais, servidores de e-mail, dentre outros. Vamos falar um pouco
sobre cada tipo.

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4.6.1 E-mail – Correio Eletrônico

E-mail é um termo que vem do inglês, e sua tradução literal é correio eletrônico. O e-mail é
uma ferramenta extremamente difundida na internet nos dias atuais e diversos sites
utilizam ele para realizar cadastros ou entrar em contato direto com você.
Através do e-mail é possível receber e enviar mensagens quase instantaneamente. É
possível também enviar fotos, vídeos e arquivos anexados para o destinatário.
Existem diversos provedores de e-mail, ou seja, diversos sites que possibilitam criar uma
caixa de e-mails onde você pode receber e enviar as mensagens eletrônicas. No anexo
desta apostila encontramos um guia sobre criação de uma conta de e-mail no servidor do
Google Gmail.
Após ter feito o cadastro, cada pessoa pode receber e enviar e-mails através de um
endereço eletrônico, escolhendo um nome de usuário na forma de
NomeDoUsuario@provedor.com.br.

Exemplos de provedores de e-mail:


• Gmail (Google): gmail.com
• Outlook (Microsoft): outlook.com.br
• Yahoo Mail: mail.yahoo.com
Um exemplo de um endereço de e-mail do provedor Gmail é joaozinho@gmail.com.
Observação: acentos e caracteres especiais (“^” ; ”~” ; ”´” ; ”`”; “#” ; ”’”, entre outros) não
podem ser utilizados no nome de usuário.

Figura 4.8: Pagina inicial do servidor de e-mail Google Gmail.

Fonte: Microsoft Windows 10.

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4.6.2 Blogs ou Blogue
Blogs são sites normalmente utilizados para uso pessoal onde as pessoas escrevem sobre
assuntos do cotidiano, seus pensamentos, viagens, etc. Ele é disposto em pequenos
textos dispostos em ordem cronológica e de fácil atualização. O formato de blog já foi
muito popular. Com o advento das redes sociais seu uso declinou embora ainda seja
comum. Ainda, algumas pessoas conseguem tornar seus blogues rentáveis com a
publicação de propagandas em páginas do site.

Exemplos de Provedores de Blogs:


• Blogger (Google): blogger.com
• Wordpress: br.wordpress.com

4.6.3 Site de Notícias

Após a criação da internet, a velocidade de comunicação entre as pessoas aumentou


muito rapidamente e permitiu com que sites se especializassem na publicação de notícias,
atendendo à necessidade de fornecer informação de forma ágil e precisa.
Muitas vezes, por oferecerem outros tipos de conteúdo, os sites de notícias são chamados
de portais. Entretanto, também podemos encontrar portais para assuntos específicos,
como futebol, entretenimento, política, dentre outros.
Exemplos de Portais:
• uol.com.br - Portal UOL (Diversos tipos de Conteúdo)
• globo.com.br - Portal da Globo (Diversos tipos de Conteúdo)
Portais e Sites de Notícias:
• noticias.uol.com.br/ - Portal de Notícias do UOL
• g1.com.br - Portal de Notícias da Globo
• nexojornal.com.br - Jornal Nexo
• brasil.elpais.com/ - Jornal El País Brasil
• bbc.com/portuguese - Portal BBC Brasil
Portais de Futebol:
• esporte.uol.com.br - Portal de Esportes do UOL
• globoesporte.globo.com - Portal de Esportes da Globo
Portais de Tecnologia:
• tecmundo.com.br - Tecmundo
• olhardigital.com.br - Olhar Digital

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4.6.4 Redes Sociais

A comunicação entre pessoas com o surgimento da internet também teve sua alteração.
Hoje em dia, ao sairmos para festas, restaurantes ou até mesmo um barzinho,
vamos encontrar pelo menos uma pessoa mexendo no celular. Grandes são as chances
dela estar se comunicando através de uma rede social.
Esse tipo de site foi criado para criar laços de comunicação virtual, criando um ambiente
onde podemos criar publicações sobre acontecimentos de nossa vida, publicar fotos para
nossos amigos e família, vídeos, compartilhar pensamentos e links da internet. A diferença
de uma Rede Social para um Blogue é que a rede social é um único site onde, ao criarmos
uma conta, podemos decidir quais pessoas podem ver as suas publicações, adicionando-
as às como “amigos” ou seguindo a pessoa para que vejamos suas postagens. O blogue
na grande maioria das vezes é público, e qualquer um pode encontrar seu blogue através
de motores de Busca (vide seção 4.6)
Hoje em dia, as redes sociais evoluíram de tal forma a não serem utilizadas apenas para
contatos sociais. Muitas redes, como por exemplo o LinkedIn, podemos criar contatos
profissionais a fim de expor nossa experiência profissional, como um currículo online. Já
no GetNinja, cadastramos nossas habilidades (Mestre de Obras, Eletricista, Cadista,
Soldador, etc...) e podemos ser contratados por qualquer um que entre no site.
Importante: Cuidados nas Redes Sociais!
É muito importante que tenhamos cuidado ao compartilhar nossas informações na internet,
seja ela em blogues ou em redes sociais. Muitas vezes, pessoas mal intencionadas podem
utilizar, por exemplo, sua localização e rotina para realizar assaltos por exemplo. Ainda, é
importante que tenhamos cuidado para não entrarmos em sites duvidosos que podem
conter vírus de computador ou golpes. Devemos ter cuidado para não confundirmos
opinião com notícias nas redes sociais.
Por fim, é extremamente importante verificar as fontes de notícias que vemos na internet,
para não compartilharmos notícias falsas (fake news) ou boatos e rumores que não são
verdades. Caso não haja fonte, a notícia esteja mal escrita, datas estranhas e informações
absurdas, grandes chances são da notícia ser falsa. Sempre pesquise no Google as
informações e verifique se ela é verdadeira antes de sair enviando no WhatsApp para a
família toda os textos e notícias que chegam até você!
Exemplos de Redes sociais:
• Facebook: facebook.com.br
• Twitter: twitter.com.br
• LinkedIn: br.linkedin.com
• GetNinjas: getninjas.com.br
Redes Sociais Especializadas em envio de mensagens:
• WhatsApp: whatsapp.com
• Facebook Messenger: messenger.com (É necessário ter uma conta no Facebook)
• Telegram: web.telegram.org (Em inglês, alternativa para o WhatsApp)

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4.6.5 Ferramentas de Busca
Até aqui, podemos uma boa diversidade de conteúdos na internet. Mas para descobrir
cada vez mais, aumentar nossos conhecimentos e buscar informações, precisamos de
uma ferramenta que nos ajude a navegar melhor por entre as bilhões de páginas na
internet. Para isso, utilizamos os Motores de Busca.
Os motores são ferramentas que identificam as páginas e conteúdos da internet e as
salvam em um grande banco de dados. Esse banco de dados pode ser acessado pelos
usuários para realizar uma pesquisa em seu conteúdo, fornecendo a cada pesquisa os
links mais relevantes para o conteúdo que pesquisamos.
O Google é uma das ferramentas mais antigas e poderosas para busca na internet. Nele
podemos pesquisar mais conteúdos que desejamos saber mais sobre, pesquisar dúvidas
ou até mesmo a receita de bolo que nossas avós faziam antigamente. As possibilidades
são infinitas e os motores de busca são a porta de entrada para a imensidão da internet.
Para pesquisar, basta entrar em um dos motores de busca, escrever com o teclado um
termo de pesquisa na grande barra de escrita da página e apertar a tecla enter.

Exemplos de Motores de Busca:


Google: google.com.br
• Yahoo: yahoo.com.br
• Bing: bing.com.br
Vamos fazer uma pesquisa rápida no Google. Primeiro, abrimos o navegador e digitamos a
URL www.google.com.br.

Figura 4.9: Acessando o Google

Fonte: www.google.com.br

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em seguida, na barra central, digitamos um termo de busca. Em nosso exemplo, vamos
pesquisar CIPMOI. No caso do Google, conforme digitamos, sugestões de busca serão
fornecidas pelo motor. Essas sugestões normalmente são os termos mais pesquisados em
conjunto com a palavra que você pesquisou.

Figura 4.10: Pesquisa de um termo e sugestões fornecidas pelo Google

Fonte: www.google.com.br

Para realizarmos a pesquisa, basta apertar a tecla Enter ou clicar no botão Pesquisa
Google. O botão ao lado “Estou com sorte” direciona você diretamente para o primeiro
resultado da busca, que normalmente é o mais relevante para o termo pesquisado.

Figura 4.11: Pesquisa do termo CIPMOI no Google

Fonte: www.google.com.br

Ao pesquisar, uma lista de sites serão fornecidos em forma de lista. Em azul você pode
encontrar um link para a página referida, em verde a URL da página e logo abaixo de cada
resultado uma pequena descrição do conteúdo encontrado na página, de acordo com o
termo pesquisado.

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4.6.6 A Nuvem - Computação em Nuvem
Com certeza, alguma vez todos nós já ouvimos sobre a Nuvem na internet mas podemos
não entender o que ela realmente é ou como funciona. A computação em nuvem se refere
à utilização de servidores remotos para o armazenamento e execução de programas.
Calma que vamos explicar!
Em nosso curso de informática, nós iremos aprender a trabalhar no Pacote OpenOffice,
que contém um Editor de Textos (Writer), um Editor de Planilhas (Calc) e um Editor de
Apresentações (Impress). Para executar e utilizar esses três softwares, necessitamos de
uma máquina que os tenha instalados em sua memória. A ideia da Computação em
Nuvem é que através da internet, possamos utilizar programas, como por exemplo o
OpenOffice, sem que tenhamos a necessidade de instalá-los em nossos computadores.
Basta o acesso à internet para criar textos, planilhas e apresentações. Toda a execução do
programa é feita pelos servidores de um site, por isso servidores remotos, eles não estão
em nosso ambiente. É como se entrássemos em um site para fazer um texto. O
computador que vai “pensar” é o do site que estamos entrando.
Ainda, é possível utilizar armazenamento em Nuvem. Podemos salvar nossos arquivos em
um servidor remoto e acessá-los em qualquer computador ou dispositivo com internet. Um
exemplo é quando o professor de informática esquece o pendrive ou o computador em
casa. Caso a aula esteja salva em um site de armazenamento em nuvem, basta entrar em
um site e fazer o download do arquivo da aula.
Outro exemplo muito prático é do aluno que tem um trabalho de informática para entregar
amanhã, mas o computador dele pegou fogo. Para ele criar a apresentação, basta ele
entrar no Google Drive com o celular e criar a apresentação para o professor.

Exemplos de Sites de Computação em Nuvem:


• Google Drive - drive.google.com (Gratuito):
Através do google drive, podemos utilizar 15 GB de armazenamento na nuvem. Podemos
criar e editar arquivos de Texto, Apresentações e Planilhas em editores na nuvem, de
forma muito similar ao pacote Office. É necessário ter uma Conta Google (Gmail) para sua
utilização. A conta Google já dá o direito ao uso do Google Drive.
• Dropbox - www.dropbox.com (Gratuito):
É um site de Armazenamento em nuvem. Uma conta gratuita dá direito a 2 GB de
armazenamento.
• Office 365 - https://www.office.com/ (Serviço Pago):
É o pacote Office na nuvem oficial da Microsoft. Infelizmente para sua utilização deve-se
pagar uma taxa mensalmente. Possui maior compatibilidade da com a versão de software
do Office.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:

• Para que colocamos computadores em rede?


• Como acessar um site e como utilizar um navegador de internet?
• Como utilizar os recursos da internet para facilitar nossas vidas?
• Descreva com suas palavras o que é a Internet.
• Como acessamos um site na Internet? Quais tipos de sites podemos encontrar na
web?

• Quais cuidados devemos ter nas redes sociais?

• O que é a Nuvem e como podemos utilizá-la para facilitar nossas vidas?

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 5 – O e-mail

Um começo de conversa

Como vimos na unidade anterior, a Internet é uma rede evolucionária, que nos permite
fazer pesquisas, conhecer coisas novas, estarmos o tempo todo atualizados, realizar
serviços de utilidade pública como pagamentos de contas e enviar e receber
correspondências, ver filmes, ouvir músicas e muito mais.
Ainda assim, ninguém tem dúvidas que saber usar a internet hoje em dia é tão
indispensável quanto saber usar um computador, ou um telefone celular. Com base nisso
conheceremos agora como usar os alguns serviços que a Internet nos oferece e como
usá-la com segurança.

Objetivos de aprendizagem

Para começarmos bem essa unidade é importante que você tenha compreendido o
funcionamento da Internet e que para acessá-la usamos um programa que traduz as
informações que vem e são enviadas pela Internet. Neste ponto, saber utilizar um
navegador de forma básica é essencial para que continuemos nosso estudo. Iremos
aprender como criar contas de e-mail e como gerenciá-la.

189
Mestre de Obras CIPMOI 2020
Em busca de informações

5.1 E-mail - correio eletrônico

O e-mail é um dos recursos mais antigos e é um dos mais utilizado da Internet. Qualquer
pessoa que tenha um endereço na Internet pode mandar mensagens gratuitamente para
outras que também possuam uma caixa de e-mails. Não importa a distância a localização
da pessoa, basta o acesso à internet para que as mensagens possam ser acessadas. O e-
mail facilitou e agilizou a comunicação entre as pessoas. O envio de uma mensagem é
praticamente instantâneo. Caso fossemos enviar uma carta, dependendo da localização de
envio, ela pode demorar até meses para chegar ao destinatário.
Hoje, ter um endereço de e-mail é essencial para nossa comunicação, lazer e trabalho.
O utilizamos para realizar cadastros em outros sites, comunicar com nossos colegas de
trabalho, escola, dentre outras finalidades. No caso de uma conta de e-mail do Google
(Gmail), tê-la nos possibilita a utilização de diversas ferramentas de computação em
nuvem, como o Google Drive.

5.1.1 Estrutura de um endereço de e-mail

A mensagem de e-mail, possui destinatário, assunto (ou título) e a mensagem em si, de


forma muito similar a uma carta, porém no domínio digital. E é possível também enviar
fotos, vídeos e diversos tipos de arquivos juntamente com uma mensagem de e-mail.
Esses arquivos que são enviados em conjunto com a mensagem são chamados de
anexos.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estrutura: à esquerda do símbolo @
- chamado de arroba - fica o nome ou apelido do usuário, à direita fica o nome do
domínio/provedor que fornece o acesso à caixa de e-mails. Um exemplo fictício de e-mail
seria:
aluno@cipmoi.com.br (pronuncia-se “aluno arroba cipmoi ponto com ponto br”)
Atualmente, existem muitos provedores de e-mail na Internet. Os principais são o Gmail, o
Outlook - antigo hotmail, e o Yahoo. Cada provedor, conforme dito anteriormente, terá uma
terminação diferente:
• Gmail: NomeDeUsuario@gmail.com
• Hotmail/Outlook: NomeDeUsuario@hotmail.com ou NomeDeUsuario@outlook.com
• Yahoo: NomeDeUsuario@yahoo.com
Ainda, é possível que sites possuam um provedor próprio, então podemos encontrar e-
mails com as mais diferentes terminações, como por exemplo:
• Facebook: suporte@facebook.com
• G1: contato@g1.com.br

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
5.1.2 Criando uma conta de E-mail
Para criar uma conta de e-mail nos servidores/provedores que oferecem o
serviço gratuitamente é necessário preencher um pequeno cadastro. Nessa apostila,
vamos criar um endereço de e-mail do Gmail, mas o procedimento pode ser estendido
para os outros provedores visto que essa etapa é muito similar entre todos eles.
Primeiro abrimos nosso navegador, digitamos o endereço do www.gmail.com e apertamos
enter.

Figura 5.1: Página inicial do Gmail

Fonte: www.gmail.com

Em seguida, clicamos com o botão esquerdo do mouse em “Mais Opções” e em seguida


em “Criar Conta”

Figura 5.2: Detalhe “Mais opções”

Fonte: www.gmail.com

Na página seguinte, vamos preencher nossos dados em cada campo da tela. Coloque seu
Nome, e Sobrenome nos campos indicados

191
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
No campo seguinte, você deve escolher seu nome de usuário. Ele deve ser único,
exclusivo para você. Caso já exista um endereço de e-mail com o nome de usuário que
você colocou, a página irá informá-lo. É possível usar apenas letras, números e pontos
finais. Uma dica é usar as iniciais de cada letra do nome conforme o exemplo abaixo:

Figura 5.3: Criando e-mail

Fonte: www.gmail.com

• Nome: Joãozinho Fulano de Tal da Silva


• Usuário Sugerido: joaozinhoFTS@gmail.com

Caso já exista um usuário, coloque seu número favorito, ou um que você goste.

5.1.3 Criando uma senha

Em seguida, você deve criar uma senha para sua conta. Ela é secreta e não deve ser
passada para ninguém, visto que informações pessoais de sua conta podem tornar-se
comprometidas caso outra pessoa possua acesso à sua conta. A senha não deve ser
óbvia como “12345” ou “papagaio”. Utilize números e caracteres juntamente com sua
senha. Procure utilizar mais de uma palavra e misture letras maiúsculas, minúsculas e
símbolos. Observe os exemplos de boas senhas:

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Papagaio1Passaro
• Atletico()Churrasco7
• Cimento&brita&Agua3
• eletricidade#Fiacao
Observe que apenas é possível utilizar caracteres de a-z, A-Z, 0-9 e símbolos simples. “ç”
por exemplo não é permitido. Uma dica mais avançada é utilizar números no lugar de
algumas letras. Colocar o número 4 no lugar das letras “a”, o número 1 na letra “i” ou o
número 0 (zero) na letra “o” são boas opções. Observe os exemplos abaixo:
• papaga1o*Passar0 - observe que o “i” foi trocado por 1, e o “o” pelo número Zero (0)

Atletico()Churr4sco7 - observe que a letra “a” de churrasco foi trocada por um 4.

IMPORTANTE!

Seja criativo, mas lembre-se! Sua senha deve ser de fácil memorização e é
importante decorá-la. Ela deve ser secreta e NUNCA deve ser contada a ninguém.
Sua conta possui informações pessoais que não devem ser compartilhadas com
ninguém.
Em seguida, preencha no formulário sua data de nascimento, seu sexo, seu celular e caso
você já tenha, um endereço de e-mail com o qual você tenha acesso.
Figura 5.4: Privacidade e Termos

Fonte: www.gmail.com

É importante colocar seu número de celular ou um endereço de e-mail atual pois esses
serão os métodos com os quais você poderá recuperar sua senha caso a esqueça. Ao
colocar seu número de celular, será enviada uma mensagem ao seu número com um
código. Insira o código no campo seguinte e aperte a tecla :

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em seguida, será mostrada uma janela com os termos e condições de uso da conta
Google. Clique em “Concordo”.
Em seguida, você será direcionado para uma página de boas vindas. Leia todas as
informações e clique em “Prosseguir para Gmail”.
Pronto! Criamos nossa conta de e-mail! Agora, fomos direcionados para a página inicial do
Gmail. Caso apareça alguma janela de informações, é importante lê-la para entendermos
melhor o serviço com os quais criamos nossa conta. Assim podemos compreender melhor
a utilidade e como utilizar nossa conta de e-mail.

Figura 5.5: Boas-Vindas do Gmail

IMPORTANTE!

Fonte: www.gmail.com

5.2 Utilizando o e-mail

Chegamos agora à nossa caixa de entrada. Nessa página podemos ver nossos e-mails,
enviar e-mails e gerenciar nossa conta. Vamos aprender a abrir pastas, abrir, enviar e
apagar e-mails, dentre outros recursos.
Os e-mails são divididos automaticamente em 3 pastas pelo Gmail: “Principal”, “Social” e
“Promoções”. Clicando nas abas podemos visualizar os e-mails em cada categoria:

Figura 5.6: Pastas do Gmail

Fonte: www.gmail.com

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• “Promoções” - E-mails que o Gmail entender que sejam promoções ou relacionados à
compras, como e-mails do site americanas.com.br (site das Lojas Americanas)
• “Social” - E-mails que o Gmail entender que sejam relacionadas às suas redes sociais,
como Facebook, Twitter ou LinkedIn.
• “Principal” - Todos os outros e-mails.
• É importante verificar todas as abas de seu e-mail pois vez ou outra, um e-mail pode
ser classificado de forma errada e parar em uma aba diferente da que você esperaria
que ele chegasse!

5.2.1 Abrindo um E-mail

Para abrir um e-mail, clique em cima de um dos itens na lista.

Figura 5.7: Abrindo e-mail

Fonte: www.gmail.com

Para voltar à Caixa de entrada, utilize o botão na parte superior esquerda da


tela.

5.2.2 Escrevendo um E-mail

Para escrever um e-mail, clique no botão no canto esquerdo da tela. Uma


pequena janela como a indicada abaixo, será aberta à direita da tela.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.8: Enviar e-mail

Fonte: www.gmail.com

• Vamos entender o que é cada campo desta janela.


• Para - Aqui deve ser inserido o destinatário da mensagem, como por exemplo,
joaocipmoi@gmail.com
• Assunto - O título do e-mail, sobre o quê é a mensagem que está sendo enviada.
• Cc - “Com cópia”. Aqui deve ser inserido um endereço de e-mail com o qual uma cópia
do e-mail será enviada. Todos os destinatários vão saber para quem o e-mail foi
direcionado e para quem ele foi enviado como cópia.
• Cco - “Com Cópia Oculta”. Aqui deve ser inserido um endereço de e-mail com o qual
uma cópia do e-mail será enviada. Os endereços inseridos aqui não saberão para
quem a mensagem era destinada inicialmente nem para quem ela foi enviada com
cópia.
• Minimizar, maximizar ou fechar a janela do e-mail. (Caso você a fecha, ela
ficará salva na pasta “Rascunhos”)
• Formatar texto. Aprenderemos mais sobre isso no capítulo seguinte sobre Microsoft
Word.
• Inserir um anexo de seu computador. Aqui você pode enviar um arquivo de seu
computador com um limite de tamanho. Esse limite varia de acordo com o provedor.
• Inserir um anexo do Google Drive. Aqui você pode colocar o link para um arquivo
que esteja salvo em Nuvem em sua conta do Google.
• Inserir uma foto. Você pode enviar uma foto de seu computador ou colar o URL de
uma imagem na internet.
• Inserir um Link de uma página na web no texto do e-mail.
• Inserir um Emoticon/Emoji, uma carinha com sentimentos, uma figurinha.
• Excluir o rascunho. Caso você pressione o botão, a mensagem que você está
escrevendo será deletada e não será possível recuperá-la.

196
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para enviar um e-mail, sua mensagem deve conter pelo menos um destinatário, um
assunto e um texto. Para escrever o texto do e-mail, clique na parte central da janela e
digite sua mensagem. Ao fazer isso, clique no botão .
Você pode ver todos os e-mails enviados na pasta “Enviados” no canto esquerdo da tela.

5.2.3 Respondendo E-mails

Para responder um e-mail, clique no botão no canto superior direito de uma


mensagem que esteja aberta. Ao clicar nesse botão, uma caixa de texto será aberta
embaixo da tela para responder ao destinatário do e-mail. Caso você tenha pressionado o
botão e nada aconteça, role a tela para baixo o máximo possível. Lá será exibido o quadro
abaixo.
Figura 5.9: Enviando e-mail

Fonte: www.gmail.com

Para voltar à Da mesma forma que enviamos um e-mail, basta escrever a mensagem e,
caso queira ou necessite, insira anexos e formate o texto. Não é necessário colocar o
assunto quando respondemos e-mails. Para enviar, clique no botão

5.2.4 Encaminhando E-mails

Vez ou outra, necessitamos repassar uma mensagem que foi recebida por nós a outros
destinatários. Para isso, dizemos que vamos “encaminhar” o e-mail.
Para encaminhar uma mensagem, abra a mensagem que você deseja encaminhar. No
botão de resposta , clique na seta apontando para baixo . No menu exibido, clique
em Encaminhar

Figura 5.10: Encaminhando e-mail

Fonte: www.gmail.com

197
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Uma caixa similar à de resposta será exibida. Entretanto, já haverá um texto escrito, no
caso a mensagem a ser encaminhada. Basta escrever os destinatários e apertar o botão

Figura 5.11: Encaminhando e-mail

Fonte: www.gmail.com

5.3 Navegando entre as pastas


Figura 5.12: Pastas do Gmail

Diferentemente das abas, as pastas organizam os e-


mails da mesma forma que pastas em nosso
computador. No canto esquerdo da tela, podemos
ver as pastas com as quais nossa conta de e-mail é
organizada. Vamos falar dos mais importantes.
• Entrada – onde fica armazenado todo os e-mail
recebidos
• Com estrela - e-mails marcados com estrela na
sua caixa de entrada. Para marcar um e-mail com
estrela, clique no símbolo para que ele seja
visualizado também nessa pasta.
• Rascunhos - E-mails que começaram a ser
escritos mas não foram enviados
• Todos os e-mails - Todos os e-mails de sua caixa
de entrada, incluindo os das pastas Spam e
Lixeira
• Spam - E-mails suspeitos que sejam classificados
como “trotes”, golpes ou vírus de computador.
Vide seção 5.3.3
• Lixeira – e-mail que foram excluídos. Fonte: www.gmail.com

5.4 SPAM, phishing e segurança no e-mail

Infelizmente, nem todas as pessoas estão de forma bem intencionada na internet, existem
muitas ameaças.

198
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
5.4.1 SPAM

Spam são e-mails indesejados que chegam à sua caixa de e-mail sem que sejam
solicitados ao usuário. O Spam não traz nenhum dano físico para a sua máquina. No
entanto, uma caixa de e-mail com uma grande variedade de e-mail indesejáveis faz com
que o usuário perca um bom tempo de seu dia excluindo essas mensagens, e o torna
suscetível a cair em golpes, a baixar vírus ou roubar dados de seu computador.
Normalmente, os Spams são filtrados automaticamente, e enviados à pasta Spam.
Vez ou outra, um e-mail que não é spam pode ser classificado como, e cair nessa pasta.
Caso você esteja à espera de um e-mail e ele está demorando muito para aparecer na
caixa de entrada, verifique a sua caixa de Spam.

5.4.2 Phishing

Um termo muito comumente encontrado em caixas de entrada é o termo Phishing. Essa é


uma definição encontrada no site do antivírus avast:
“Phishing é uma maneira desonesta que cibercriminosos usam para enganar você a
revelar informações pessoais, como senhas ou cartão de crédito, CPF e número de contas
bancárias. Eles fazem isso enviando e-mails falsos ou direcionando você a websites falsos.

5.4.3 Segurança no E-mail

Devemos estar sempre atentos com nossa segurança no e-mail. Para saber se uma
mensagem é um SPAM ou uma tentativa de Phishing, o Avast recomenda alguns
pontos muito interessantes:
• Tenha bons hábitos online e não responda links adicionados a e-mails não solicitados
ou no Facebook.
• Não abra anexos contidos em e-mail que não foram solicitados.
• Proteja suas senhas e não revele-as a ninguém.
• Não forneça informações confidenciais a ninguém - no telefone, pessoalmente ou via e-
mail.
• Verifique a URL do website (o endereço do site). Em muitos casos de phishing, o
endereço de e-mail pode parecer legítimo, mas a URL pode estar com erro de grafia ou
o domínio pode ser diferente (.com quando deveria ser .gov).
• Mantenha seu navegador atualizado e utilize atualizações de segurança.

199
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
IMPORTANTE!

Gostaríamos de ressaltar para que você SEMPRE verifique os links que você vai entrar
antes de clicá-los. Basta posicionar o mouse em cima de um link e ver no canto inferior
direito da tela qual a URL que ela redireciona. Verifique a grafia e busque por erros de
digitação. Caso esteja em dúvida se o link é verdadeiro, pesquise no Google a pessoa e
instituição que supostamente lhe enviou o e-mail. Veja qual o site oficial deles e veja se as
URL coincidem.
Bancos normalmente não enviam e-mails para você, muito menos pedindo suas
informações ou pedindo para que você as atualize através de um link no e-mail. É muito
improvável que um desconhecido na internet diga que você ganhou um prêmio, um
desconto absurdo, ou até mesmo uma promoção com a qual você nunca participou.
Novamente, caso esteja em dúvida, pesquise no Google o site da instituição ou quem lhe
enviou o e-mail. Veja se os resultados são confiáveis. Sempre busque a fundo informações
caso você suspeite de uma mensagem em sua caixa de entrada.

Colocando o conhecimento em prática

• Atividade 1:

Você deverá enviar um e-mail ao professor de acordo com as instruções dadas em aula.
Fique atento para o Destinatário, Assunto e texto da mensagem.

• Atividade 2:
Agora que você já aprendeu a usar recursos da internet, escolha dois colegas de sala e
envie para eles um e-mail com uma mensagem legal e gentil. Procure um link de um site
interessante no Google e anexe ao e-mail.
• Atividade 3:
Agora que você recebeu dois e-mails de 2 colegas diferentes, encaminhe um dos e-mails
para o(a) professor(a) para que ele veja que seus alunos realmente aprenderam a mexer
em suas caixas de e-mail.
• Atividade 4:
Envie para seu professor(a) um e-mail alertando sobre as ameaças e perigos que
podemos encontrar nos e-mails. Cite três pontos importantes para nos prevenirmos dessas
ameaças. Caso necessário, utilize os links da apostila ou pesquise no google como se
prevenir.

200
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:

• Pesquise na Internet os conteúdos das unidades anteriores.


• Pesquise na Internet os conteúdos aprendidos em outras disciplinas.
• Refaça as pesquisas utilizando outros sites de buscas.
• Troque e-mails com seus colegas de sala.

ATENÇÃO: Não envie e-mails com “correntes”, mensagens, imagens e textos para
pessoas as quais você não tenha absoluta certeza que gostam desse tipo de e-mail. Não
prestar atenção nesse ponto pode fazer com que seus e-mails se tornem spams para
quem os recebe.

Para saber mais

O site do antivírus Avast contém muitas informações sobre as ameaças, perigos online,
curiosidades e como se prevenir contra elas. Acesse o link https://www.avast.com/pt-br/c-
online-threats para saber mais sobre as ameaças que podem nos afetar na internet.

Referências Bibliográficas

OBJETIVA, Apostilas. Noções de Informática. Tribunal Regional do Trabalho 20ª Região –


Sergipe. Disponível em: http://www.apostilasobjetivaapp.com.br/exemplos/trt_20_regiao_2
016/nocoes-de-informatica-caderno-1-exemplo.pdf Acesso em: 01 de jun. de 2020.
CIRIACO, Douglas. Guia completo: como usar o Gmail. Canal Tech. – Disponível em:
https://canaltech.com.br/internet/guia-completo-como-usar-o-gmail/. Acesso em: 01 de jun.
de 2020.
FUSTINONI, Diógenes Ferreira Reis. LEITE, Frederico Nogueira; FERNANDES, Fabiano
Cavalcanti. Informática básica para o ensino técnico profissionalizante. Brasília, DF:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília, 2012.

201
Mestre de Obras CIPMOI 2020
Matemática
1º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor Unidade 1: Conjuntos numéricos 205


Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Números Naturais 206
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Números Inteiros 206
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
1.3 Comparação de números inteiros 207
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.4 Números racionais 208
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 1.5 Números reais 209

Unidade 2: Operação com números naturais 212


2.1 Adição
214

2.2 Subtração
217

2.3 Multiplicação
Instrutores Colaboradores 220

Caio César 2.4 Divisão 223


Gean Teixeira
Unidade 3: Operações com números inteiros 229
Guilherme Oliveira

Rodrigo Cristiano
3.1 Adição 230

Thales Thomé Nogueira 3.2 Subtração 231


Diego Silva
3.3 Multiplicação e Divisão 233
Henrique Costa

Luíza Lopes Abreu Mappa


Unidade 4: Operações com números racionais 238
João Pedro Barreto
4.1 Introdução 239
Rebeca Nascimento Burini
4.2 Adição de números racionais positivos 240
André Guanaes Rosetti

Marcela Martins 4.3 Subtração de números racionais positivos 241

Allef Santos Pereira


4.4 Adição e subtração envolvendo números racionais 241
Victor Hugo Brum Biscaro negativos

Rodrigo da Costa Macedo 4.5 Multiplicação de números racionais 243

4.6 Divisão de números racionais 243

203
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor Unidade 5: Expressões Numéricas 249


Prof. Alessandro Fernandes Moreira
5.1 Prioridades durante a resolução 251
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
5.2 Resolvendo as expressões numéricas 253
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
Unidade 6: Frações 261
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
6.1 Definindo a Fração 262
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães
6.2 Como se leem frações 263

6.3 Representando um ou mais inteiros na forma de fração 264

6.4 Frações equivalentes 265

6.5 Interpretando a fração como uma divisão 266

Instrutores Colaboradores 6.6 Simplificação


267

Caio César 6.7 MMC


268
Gean Teixeira
6.8 Soma e Subtração de frações
270
Guilherme Oliveira
6.9 Multiplicação envolvendo fração
Rodrigo Cristiano 272

Thales Thomé Nogueira


6.10 Divisão envolvendo fração 273
Diego Silva

Henrique Costa
Unidade 7: Razão e Proporção 277

Luíza Lopes Abreu Mappa 7.1 Razão 278

João Pedro Barreto 7.2 Definição de Proporção 280

Rebeca Nascimento Burini


7.3 Propriedade das Proporções 281
André Guanaes Rosetti
7.4 Grandezas direta e Inversamente proporcionais 283
Marcela Martins
7.5 Exemplos 283
Allef Santos Pereira

Victor Hugo Brum Biscaro Unidade 8: Regra de Três 287


Rodrigo da Costa Macedo 8.1 Regra de Três Simples 288

8.2 Regra de Três Composta 291

204
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Unidade 1: Conjuntos
numéricos
Um começo de conversa

A matemática surgiu no período das antigas civilizações com a necessidade de se


realizar contagens. Com ela um pastor poderia, por exemplo, ter a noção do tamanho de
seu rebanho ao comparar suas ovelhas com os dedos de suas mãos ou com
agrupamentos de pedras.
A noção de contagem foi amadurecendo junto à humanidade. Com o surgimento e
desenvolvimento da agricultura e da pecuária, as civilizações tiveram necessidade de
medir suas colheitas e contar seus rebanhos, quantificando a natureza que lhes
abastecia. As primeiras representações destas quantidades por símbolos (números)
foram registradas no antigo Egito, na Suméria e na Babilônia, até que, por volta de 800
a.C., foi criado o sistema indo-arábico, o qual usamos até hoje.
Hoje em dia os números já se tornaram naturais para a gente. Sabemos intuitivamente o
que é um cachorro, meia maçã ou ainda, sabemos que se não pagarmos a conta do
banco podemos acabar com um saldo negativo. Existem vários “tipos” de números e
estes tipos são organizados em grupos que chamamos de conjuntos numéricos.

Objetivos da Aprendizagem

Um bom entendimento dos números pode facilitar grandemente o aprendizado da


matemática. A partir de uma introdução aos conjuntos numéricos espera-se que o aluno
aprenda a:

● Conhecer quais são os conjuntos numéricos e o que os caracterizam ;


● Saber identificar a qual conjunto certo número pertence;
● Ter noção de ordem e comparação entre números de mesmo conjunto ou de
conjuntos diferentes.

205
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

1.1 Números Naturais


Os Números Naturais são os números inteiros, positivos e maiores ou igual a 0 (zero). O
conjunto N abaixo representa os Números Naturais:
ℕ = {0,1,2,3,4,5,6, 7, 8, 9, 10, 11...}
Observe o número natural abaixo:
4876
O algarismo 6 representa as unidades; o número 7 representa as dezenas; o número 8
representa as centenas; e o número 4 representa os milhares. Logo o número natural
4876 possui 4 milhares, 8 centenas, 7 dezenas e 6 unidades, note que:
4876 = 4000 + 800 + 70 + 6
Lê-se quatro mil oitocentos e setenta e seis.

1.2 Números Inteiros


Quando você está devendo ao banco o seu saldo fica abaixo de zero. Este saldo não é
um número positivo e, portanto, não é um número natural. Os números menores que zero
recebem o nome de números negativos. O conjunto Z dos Números Inteiros é formado
por inteiros positivos e negativos, além do algarismo zero, estando representado logo
abaixo.
ℤ = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3 …}
Exemplo:
Quais dos seguintes números são naturais, inteiros ou nenhum dos dois?
• 1
• -2
• 3,14
• 28
• -695
Sabemos que apenas inteiros positivos e o zero são números naturais, logo 1 e 28 são
naturais. O conjuntos dos inteiros contém também números negativos e portanto -695, -2,
1 e 28 são inteiros. Percebemos então que qualquer número natural é um número inteiro
mas cuidado, nem todo inteiro (os negativos) é um número natural . Como 3,14 não é um
número exato não pertence a nenhum dos dois conjuntos.

206
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
1.3 Comparação de números inteiros
O estudo dos números negativos é de grande importância para a resolução de problemas,
tendo diversas aplicações no dia a dia.
Figura 1.1: Termômetros

Fonte: https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/noticias/3_graus_copia_0.jpg
Observe a imagem acima: Em qual dos dois locais o tempo está mais frio?
A comparação de dois números permite verificar qual deles é maior. Para isso, tomamos
como exemplo o extrato bancário:
Imagine que João retirou o seu extrato bancário em janeiro e visualizou o seguinte valor:
- R$50,00
Já em fevereiro João visualizou o seguinte valor:
- R$30,00
Qual dos dois números tem o maior valor?
Podemos responder à pergunta fazendo a seguinte reflexão: Em qual dos dois meses
João possui menos dinheiro?
Para números negativos, quanto maior o algarismo que acompanha o sinal negativo,
menor valor ele terá. No caso do extrato bancário, no mês de janeiro, João possui menor
valor do que em fevereiro (ele deve mais em janeiro).
Podemos concluir que:
• Números positivos são sempre maiores que zero.
• Números positivos são sempre maiores que números negativos.
• Números negativos são sempre menores que zero.
• Para números negativos, quanto maior o algarismo menor será o seu valor.
Exemplo:
Qual o maior número entre:
• 20 e 50
• -20 e -50
Sabemos que 50 é maior que 20 e, portanto, -50 será menor que -20 (você prefere dever
20 ou 50?).

207
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
1.4 Números Racionais
Você já aprendeu a lidar com números que representam quantidades inteiras. Esse tipo
de número é muito importante, mas será que só com eles é possível resolver qualquer
problema numérico?
Pense na seguinte situação: Você tem 5 litros de água para dividi-los, de forma igual, em
duas vasilhas. Quantos litros ficariam em cada vasilha?

Sabemos problemas como o anterior, houve a necessidade de se criar um outro conjunto


de números que considerasse também os que não são inteiros. Esse conjunto é
denominado Conjunto dos Números Racionais (ℚ). Mas o que é exatamente um número
racional?

que em cada vasilha deveriam ficar 2,5 litros. Mas vamos pensar um pouco mais sobre
esse número. O número 2,5 não é uma quantidade inteira. É fácil perceber que são dois
litros inteiros mais a metade de um litro.
Devido a Um número racional é qualquer número que pode ser encontrado através de
uma divisão entre números inteiros. Por exemplo o 2,5 encontrado no problema proposto
no início do capítulo é um número racional, pois pode ser encontrado dividindo-se 5 por 2.

Pergunta: Mas espere um pouco. O 3 pode ser encontrado dividindo o 12 por 4. Será que
o 3 é também um número racional? Mas eu achava que ele era inteiro.

Resposta: Sim, o três é um número racional, e é também um número inteiro. Não há


problemas em ser os dois. Na verdade, todos os números inteiros são números racionais.
Mas cuidado, nem todo número racional é inteiro, por exemplo o 2,5 é racional, mas não é
inteiro.
São exemplos de números racionais os números:

• 2,5 pois é resultado de 5 dividido por 2.


• 1,2 pois é resultado de 6 dividido por 5.
• 3 pois é resultado de 6 dividido por 2.
• 5 pois é resultado de 15 dividido por 3.
• 1,5 pois é resultado de 6 dividido por 4.
• 1,6 pois é resultado de 8 dividido por 5.

Problema: Pegue uma calculadora e faça a seguinte conta: 5 dividido por 9. Achou o
resultado estranho? Agora faça na calculadora a conta: 13 dividido por 11. Estranhou de
novo?
No primeiro caso apareceu o número 0,55555...

No segundo caso apareceu o número 1,181818...


Números desse tipo são chamados dízimas periódicas. As dízimas periódicas tem uma
parte que repete infinitamente depois da vírgula.

208
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Pergunta: As dízimas periódicas são números racionais?
Resposta: Sim, as dízimas periódicas são números racionais. Observe que a dízima
0.5555... foi obtida através da divisão de dois inteiros, no caso 9 e 5. Assim como
1,18181818... foi obtido dividindo 13 por 11.

Resumindo: Os números inteiros, os números com casas decimais finitas e as dízimas


periódicas são números racionais.

Pergunta: Então todos os números são racionais?

Resposta: Não, nem todos os números são racionais. Observe que nas dízimas
periódicas tem alguns números que vão repetindo infinitamente. Se não houver esse
conjunto de números que se repetem não se trata de uma dízima periódica, logo não é um
número racional.

Exemplos de números que não são racionais:


• 3.14159265359...
• 2.71828182846...
• 1.41421356237...

Os números que não são racionais, como os dos exemplos anteriores, fazem parte do
Conjunto dos Números Irracionais (I).

1.5 Números Reais


Todos os conjuntos vistos até agora estão contidos no Conjunto dos Números Reais (ℝ),
que pode ser visto também como a junção dos Número Racionais com os Números
Irracionais. A imagem a seguir nos ajuda a recapitular a unidade.

Figura 1.2: Conjunto numéricos

Fonte: https://www.infoescola.com/matematica/numeros-reais/

Os números Naturais (N) são números exatos e maiores ou iguais a zero.

Os números Inteiros (Z) são números exatos, positivos ou negativos, e o zero (e


compreende todo o conjunto dos Naturais).

209
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Os números Racionais (Q) são números que podem ser obtidos ao se dividir dois números
inteiros (e compreende todo o conjunto dos Inteiros).

O Conjunto dos Irracionais (I) abrange todas as dízimas não periódicas, ou seja, todos os
números não racionais.
O Conjunto dos Reais (R) é a união do conjunto dos racionais com o conjunto dos
irracionais, e abrange todos os outros conjuntos vistos.

Colocando o conhecimento em prática

1. Marque o maior número


a. -2 4 -5
b. 1 -3 -1
c. -2 -1 -3
d. -35 -25 -10
e. 1 3 -8
f. -13 -7 0
g. 2 3 -4

2. Quais dos números a seguir pertencem ao Conjunto ℕ? E ao conjunto ℤ?


a. 0
b. 7
c. 3,2
d. -8
e. 1,555...

3. Classifique as opções em racional ou irracional.


a. -2
b. 3,2222…
c. 3,141596…
d. 2,151515…
e. -12,76

4. Marque o menor número.


a. 2,37 -2,37 0
b. 1,23 1,24 1,3
c. -8 2,3 2,444…
d. -2,01 -2,1 2,7

210
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Gabarito

1. a) 4 b) 1 c) -1 d) -10 e) 3 f) 0 g) 3

2. Naturais (ℕ): a, b.

Inteiros (ℤ): a, b, d.
3. a) Racional b) Racional c) Irracional d) Racional e) Racional

4. a) -2,37 b) 1,23 c) -8 d) -2,1

211
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Unidade 2: Operações
com números naturais

Um começo de conversa

Existem 4 principais operações da matemática básica: adição, subtração, multiplicação


e divisão. Algumas mais, outras menos, mas todas estão presente no nosso dia a dia.
Seja quando estamos fazendo compras, seguindo uma receita, arrumando alguma
coisa, marcando o tempo... Nós sempre estamos fazendo contas. Além disso, esta é a
base de todo o resto que está por vir. Por isso, nesta unidade, tratamos um pouco
sobre como realizar essas operações utilizando o conjunto dos números naturais, para
que você solidifique bem a sua base e não tenha dificuldade em aprender todos os
próximos conteúdos.

Objetivos da Aprendizagem

O nosso objetivo é que, ao final desta unidade, você seja capaz de entender e fazer
uso das quatro operações para resolver os problemas que forem do seu interesse.
Para isso, você aprenderá métodos de resolução de operações e algumas de suas
propriedades. Lembramos que o conhecimento adquirido nesta unidade será de
extrema importância para as próximas, por isso é importante treiná-los e sentir-se
confortável e confiante quando for necessário.

11
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

2.1 Adição
A adição é uma das 4 operações básicas da matemática e ela pode ser feita com qualquer
tipo de número. Porém, nesta unidade, utilizaremos apenas números naturais, ou seja,
utilizaremos o conjunto N = {0 ,1 ,2 ,3 ,4 ,5 ,6 , ...}.

Existem várias formas de representarmos a soma, por exemplo:


Figura 2.1: Soma de dois números

Fonte: Acervo do autor


Porém, para números maiores, essa forma de estruturar a soma se torna inviável.
Dessa forma, criou-se um algoritmo, ou seja, uma maneira de fazer a conta, que é prática
e pode ser aplicada para quaisquer dois números somados independente de seu
tamanho. Para entender como ele funciona e como aplicá-lo, você antes deve saber o
que são “valores posicionais”. Veja a seguir:

Valor posicional é a ordem decimal que cada algarismo representa dentro de um número.
Por exemplo:
•Número 28 → Algarismos 2 e 8
Valor posicional → 8 unidades e 2 dezenas.
•Número 1324 → Algarismo 0, 1, 3, 2 e 4
Valor posicional → 4 unidades, 2 dezenas, 3 centenas e 1 unidade de milhar
•Número 356 → Algarismo 3, 5 e 6
Valor posicional → 6 unidade, 5 dezenas e 3 centenas
•Número 62 → Algarismo 6 e 2
Valor posicional → 6 dezenas e 2 unidades.

A partir dessa definição, fomos capazes de estabelecer o método da adição. Ele sugere
que podemos somar as ordens de dois números individualmente para chegar no resultado
final. Para fazer isso, estruturamos nossas operações colocando um número acima do
outro alinhando suas ordens da seguinte forma:

524
+ 32
556

Além disso, é importante sabermos que cada um dos números somados é chamado de
“parcela” e o resultado é chamado de soma. Observe abaixo um exemplo teórico.

PARCELA
+ PARCELA
SOMA

12
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
A soma deve ser feita por meio dos valores posicionais dos algarismos de cada número.
Primeiro, somamos as unidades, depois, as dezenas, em seguida, as centenas e, assim,
prosseguimos até finalizar a adição. Para auxiliá-lo neste início, faça uma tabela para que
fiquem bem divididos os valores posicionais de cada algarismo. Observe a soma de 654 e
124 a seguir:

Tabela 2.1: Soma de dois números

Centena Dezena Unidade


6 5 4
+ 1 2 4
Soma 7 7 8
Fonte: Acervo do autor

Assim, as somas dos valores posicionais são:


•Na coluna das unidades: 4 + 4 = 8
•Na coluna das dezenas: 5 + 2 = 7
•Na coluna das centenas: 6 + 1 = 7

Logo, o resultado dessa soma é 778, pois esse número é formado por sete centenas, sete
dezenas e oito unidades.

Façamos mais um exemplo.

Calcule a soma dos números 64283 e 3112.

Para isso, basta colocar um número sobre o outro e somar suas ordens. Veja:

64283
+ 3112

Assim, as somas dos valores posicionais são:


•Na coluna das unidades: 3 + 2 = 5
•Na coluna das dezenas: 8 + 1 = 9
•Na coluna das centenas: 2 + 1 = 3
•Na coluna das unidades de milhar: 3 + 4 =7
•Na coluna das dezenas de milhar 6 + 0 = 6

Logo, o resultado dessa soma é 67395, pois esse número é formado por seis dezenas de
milhar, sete unidades de milhar, três centenas, nove dezenas e 5 unidades. Observe que
um dos números somados não possui nenhum valor na ordem dezena de milhar. Nesse
caso basta colocar o algarismo 0 e continuar a operação normalmente.

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Caso especial de adição
O único caso especial da adição é aquele em que o resultado da soma dos valores
posicionais é igual ou maior a dez. Observe um exemplo a seguir com essa situação.
456
+ 126

Na adição 456 + 126, a soma dos algarismos das unidades será: 6 + 6 = 12, um número
maior que dez que é formado por uma dezena e duas unidades. Para resolver esse
problema, basta deslocar essa dezena na coluna específica das dezenas. Lembrando que,
na coluna das dezenas, 1 equivale a 10, 2 equivale a 20, e assim por diante. Portanto, na
adição do exemplo, colocamos duas unidades no resultado e somamos uma dezena à
coluna das dezenas. Isso é sinalizado da seguinte maneira:
1
456
+ 126
2
Depois disso, continua-se a adição normalmente. Mas lembre-se: ao somar os algarismos
da coluna das dezenas, deve-se adicionar a dezena do resultado da soma das unidades

1
456
+ 126
582
Para facilitar a sua visualização, você também pode fazer uso da tabela.

Tabela 2.2: Soma de dois números

Centena Dezena Unidade


1
4 5 6
+ 1 2 6
Soma 5 8 2
Fonte: Acervo do autor

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O mesmo procedimento deve ser feito quando acontecer em qualquer outra coluna, seja
ela a das dezenas, seja das centenas etc. Por exemplo, observe a adição 99999 + 9999.
1111
99999
+ 9999
109998

Na adição acima, a soma das unidades é 18. Colocamos o oito no resultado da coluna das
unidades e o um foi somado na casa das dezenas. A soma dos algarismos da casa das
dezenas é: 1 + 9 + 9, ou seja, os dois noves que já estavam lá mais o um que representa a
dezena vinda da coluna das unidades. Repetimos esse processo até a última soma. Na
última, colocamos o resultado independentemente de ser maior, igual ou menor que 10.

Tabela 2.3: Soma de dois números

Centen Dezena Unidad Centen Dezena Unidad


a de de e de a e
milhar milhar milhar

1 1 1 1
9 9 9 9 9
+ 9 9 9 9
Som 1 0 9 9 9 8
a
Fonte: Acervo do autor

Propriedades da adição

Existem propriedades da adição que podem facilitar os cálculos e ajudam a compreender


melhor essa operação. São elas:

• A adição é comutativa, ou seja: a + b = b + a. Isso quer dizer que, na soma de dois


números, tanto faz a ordem em que eles são somados.
• 10 + 20 = 20 + 10 = 30;

• Existe um número chamado elemento neutro, que é o zero na soma, com a seguinte
propriedade: a + 0 = a. Em outras palavras, a soma de um número com o elemento neutro
é o próprio número.
• 10 + 0 = 10

• A adição é associativa, ou seja, a + b + c = c + b + a. Isso quer dizer que, na soma de


três números, podemos escolher a ordem de somas, ou seja, podemos escolher quais
números serão somados primeiro e, depois, somar o outro ao resultado obtido;
•1+2+3=3+2+1

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2.2 Subtração

Assim como adição, a subtração é uma das 4 operações básicas da matemática e ela
pode ser feita com qualquer tipo de número. Porém, nesta unidade, utilizaremos apenas
números naturais, ou seja, utilizaremos o conjunto N = {0 ,1 ,2 ,3 ,4 ,5 ,6 ,...}.Ela
funciona da seguinte forma: para cada dois valores,. um é subtraído do outro, ou seja,
uma quantidade é retirada de outra, e o valor restante é o resultado dessa operação

Em uma subtração a – b = c, “a” é chamado de minuendo, “b” é chamado


de subtraendo e “c” é chamado resto ou diferença. O número “c” é o resultado da
subtração.

Existem algumas formas de representarmos a subtração, por exemplo:


Figura 2.2: Subtração de dois números

Fonte: Acervo do autor


Porém, para obtermos mais agilidade quando estivermos tratando de grandes números,
utilizaremos um método parecido com o da adição. Para usá-lo, devemos colocar o
número a ser subtraído sobre o outro, de modo que seus valores posicionais estejam
alinhados, isto é, unidade sobre unidade, dezena sobre dezena, e assim por diante.

Observe que, nesse algoritmo, o menor número sempre será subtraído do maior. Ou seja,
o maior número deve ser colocado acima do menor para realizarmos subtrações em cada
ordem. Primeiramente, subtraia os algarismos que representam as unidades, em seguida,
os algarismos das dezenas e assim por diante, até que não haja mais subtrações a serem
feitas. Para auxiliar na visualização das ordens, você pode utilizar uma tabela.

Observe o exemplo da subtração 521 – 310.

Tabela 2.3: Tabela de subtração de dois números

Centena Dezena Unidade


5 2 1
- 3 1 0
Diferença 2 1 1
Fonte: Acervo do autor

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Você também pode montá-la da seguinte maneira:
521
- 310

Observe que a diferença entre os algarismos das unidades é 1 - 0 = 1. Portanto, no


algoritmo, faremos:
521
- 310
1
Em seguida, partiremos para a diferença entre os algarismos das dezenas, que é:
2 – 1 = 1.
521
- 310
11
Depois, para os algarismos das centenas: 5 – 3 = 2.

521
- 310
211

Assim concluímos que 521 – 310 = 211.

Caso em que algarismos do maior número são menores

Existe a possibilidade de o minuendo possuir alguns algarismos menores do que o


subtraendo, como na subtração 1823 – 478. Nesse caso, os algarismos das unidades e
das dezenas são menores no minuendo.

Para resolver esse problema, observe o seguinte:

• 1 dezena = 10 unidades

• 1 centena = 10 dezenas

• 1 unidade de milhar = 10 centenas

Assim, no caso desse exemplo, para fazer a subtração dos algarismos da casa das
unidades, tomaremos uma dezena, transformando-a em 10 unidades e somaremos esse
valor ao algarismo da casa das unidades do minuendo.

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Assim, teremos:
1 13
1823
- 487

A subtração prosseguirá começando pela casa das unidades: 13 – 7 = 6.

1 13
1823
- 487
6
Observe que, agora, o algarismo da casa das dezenas é 1, que é menor que 8 do
subtraendo. Em razão disso, tomaremos uma das centenas do minuendo, transformando-
a em 10 dezenas e somaremos à única dezena que o minuendo possui.

Note que, na casa das dezenas, teremos agora: 11 – 8 = 3. Assim:

7 11 13
1823
- 487
36
Ao partir para a casa das centenas e unidades de milhar, não existem problemas, assim,
devemos realizar as subtrações normalmente.

7 11 13
1823
- 487
1336

Propriedade da subtração

•Existe um número chamado elemento neutro, que é o zero na subtração, com a seguinte
propriedade: a - 0 = a. Em outras palavras, a subtração de um número com o elemento
neutro é o próprio número.
•10 - 0 = 10

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2.3 Multiplicação

A multiplicação é a terceira das 4 operações da matemática básica. Ela é uma evolução


natural da adição, já que é definida de modo a representar a soma de determinado
número várias vezes. Por exemplo, é normal comprar muitas unidades de um mesmo
produto em lojas de material de construção. Caso compre oito produtos que custem R$
2,00, o total a ser pago será de R$ 16,00, pois somamos o valor R$ 2,00 oito vezes.
Sendo assim:

2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 = 16

Essa soma pode ser escrita na forma de multiplicação, representada pelo símbolo “x” ou
“·”.
2 x 8 = 2 · 8 = 16

Dessa maneira, somamos oito conjuntos de 2 reais cada. Nesse exemplo, os números 2
e 8 recebem o nome de fatores e essa operação deve ser lida da seguinte maneira:
duas vezes oito é igual a dezesseis.

Em outras palavras, multiplicação é uma maneira que facilita a soma de números iguais.
A imagem a seguir contém todos os resultados das multiplicações que envolvem os
fatores de 1 a 10. Perceba que, se escolher um número na primeira linha e um na
primeira coluna, onde eles se encontrarem na tabela, é o resultado da multiplicação dos
dois.

Figura 2.3: Tabela de tabuada

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-multiplicacao.htm

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Sabendo essas operações de multiplicação da tabela, podemos montar um algoritmo que
nos possibilitará resolver todas as multiplicações daqui para frente. Para explicar como ele
funciona, usarei um exemplo. Qual o produto da multiplicação de 18 vezes 234?

Primeiramente, monte a operação colocando um número acima do outro começando pelo


algarismo das unidades.

234
x 18

A segunda coisa a ser feita é multiplicar o algarismo da unidade do número debaixo por
cada um dos algarismos do número de cima. Da seguinte forma:

3 23 23
234 234 234
x 18 x 18 x 18
2 72 1872

(Momento 1) (Momento 2) (Momento 3)

Perceba que, a primeira operação (Momento 1) é 8 x 4 e resulta em 32. O que deve ser
feito é colocar o 2, referente à ordem das unidades, no resultado e o 3, referente à ordem
das dezenas, acima das ordem das dezenas da operação. Esse 3 que “subiu” para a
parte de cima, nós devemos somar ele quando realizarmos a operação seguinte
(Momento 2).

Em seguida multiplique 8 x 3 e some o número que subiu anteriormente (Momento 2) .


8 x 3 = 24 e 24 + 3 = 27

Então, coloque o 7 no resultado e “suba com o 2” para cima do primeiro número da


operação, como pode ser observado no “Momento 2”.

Agora, basta repetir o processo para o último algarismo, multiplicando 8 x 2 e somando 2.


Obtenha o resultado 18 e apenas o coloque no fim (Momento 3).

Finalizadas as multiplicações referentes ao algarismo 8, iniciaremos as multiplicações


referentes ao algarismo 1. Repare que esse número está na casa das dezenas, por isso, a
primeira multiplicação deve ser colocada também na casa das dezenas, logo abaixo de
1872. Para não deixar um espaço em branco, é usual colocar o 0 na ordem das unidades.
Observe:

234
x 18
1872
0

20

20
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Agora multiplique o algarismo 1 por todos os algarismos do outro número, da mesma
forma como foi feita anteriormente.

234 234 234


x 18 x 18 x 18
1872 1872 1872
40 340 2340

Perceba que realizamos as seguintes multiplicações e colocamos o resultado na última


linha da operação. 1 x 4 = 4; 1 x 3 = 3; 1 x 2 = 2;

Para finalizar, basta que façamos a soma dos números obtidos.

234
18x
1872
+ 2340
4212
Dessa forma, obtivemos que o resultado da multiplicação de 234 vezes 18 é igual à 4212.

Propriedades da multiplicação

•Comutatividade: A ordem dos fatores não altera o produto, isto é, a x b = b x a.


•Exemplo: 5 x 4 = 4 x 5

•Associatividade: A ordem em que três fatores são multiplicados é irrelevante, isto é, a x b


x c = c x b x a.
•Exemplo 1 x 2 x 3 = 3 x 2 x 1

•Existência de elemento neutro: O número 1 não altera o resultado de uma multiplicação


quando é um fator. Assim: a x 1 = a
•Exemplo 10 x 1 = 10

21
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2.4 Divisão
A divisão é a última das quatro operações básicas da matemática e é inversa à
multiplicação. Ela consiste em fracionar, ou seja quebrar um número e pode ter como
resultado um número inteiro ou um número decimal. Neste momento, lidaremos apenas
com divisões que tenham como resultado números inteiros positivos.

Assim, como as outras operações fundamentais da matemática, a divisão também está


muito presente em nosso cotidiano, por isso, é essencial conhecer bem esse processo, a
fim de adquirir prática e tornar esse cálculo mais ágil.

A divisão pode ser exata ou não. Por exemplo, se temos 5 laranjas e dividimos para 5
pessoas, cada pessoa terá 1 laranja e não sobrará nenhuma, assim, temos uma divisão
exata. Porém, se tivermos essas mesmas 5 laranjas e decidirmos dividir para 4 pessoas,
cada uma receberá 1 e ainda sobrará 1. Neste caso, dizemos que essa divisão possui
resto igual a 1 e, por isso, não é exata.

Para dividir pequenas quantidades podemos utilizar desenhos para nos auxiliar. Observe:

Figura 2.4: Divisão de dois números

Fonte: Acervo do autor

Neste caso, temos seis bolinhas que queremos dividir em dois grupos. Para fazer isso,
basta colocarmos cara hora uma bolinha em um grupo que, ao final, poderemos observar
que 6 dividido por 2 é igual a três, pois temos 3 bolinhas em cada grupo.

Porém, tal como métodos anteriores nesta unidade, este algoritmo não é viável para
grandes valores. Por isso, é importante conhecermos outras formas de realizarmos essa
operação.

22
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Uma forma interessante é o método da chave. Para isso, colocamos o valor que queremos
dividir (chamarei ele de P) e o número pelo qual ele será dividido (chamarei ele de d)
organizado da seguinte maneira:

P | d
Por exemplo,
94 | 2

Daqui em diante, iremos separar o número 94 e pensar nele por parte, da esquerda para a
direita. Ou seja, iniciaremos nossas operações pelo algarismo 9. para simbolizar isso,
basta colocarmos um pequeno traço logo acima dele. Observe:
9`4 | 2

Primeiramente, nós devemos pensar quantas vezes o número 2 precisa ser multiplicado
para chegar o mais próximo possível de 9 sem ultrapassá-lo.

O mais próximo que conseguiremos chegar de 9 será se multiplicarmos por 4 o número 2,


pois assim obteremos o número 8. Perceba que, se multiplicássemos pelo número
seguinte (5), o resultado dessa multiplicação será maior que 9, que não é o que queremos.

Então, podemos representar esse resultado assim:

9`4 | 2
1 4

O número 1 nesta posição simboliza que faltou uma unidade para chegarmos a 9. Já o
número 4 nos diz qual o valor multiplicamos o 2 para atingirmos o 9. Além disso, o 4
também é o primeiro algarismo do resultado da divisão.

Para continuarmos, devemos “descer” o algarismo seguinte do número que estamos


dividindo e “juntá-lo” ao que sobrou. Fazemos isso da seguinte forma:

9`4 | 2
4

14
Agora, devemos realizar o mesmo raciocínio anterior e descobrir quantas vezes devemos
multiplicar o 2 para obtermos o valor o mais próximo possível de 14. Perceba que 7 x 2 =
14, logo, representamos isso colocando o número 7 ao lado do 4 e o número 0 embaixo
do 14, já que não faltou nenhuma unidade para chegarmos ao número que queríamos
(14).

9`4 | 2
47
14
0
Como temos um resto menos que o número pelo qual estamos dividindo (2) e não temos
como “descer mais um número” (como fizemos com o 4), chegamos ao final da divisão.

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A leitura que nós podemos fazer disso é que ao dividirmos o número 94 por 2, temos
como resultado 47. Ou seja, essa divisão não deixa nenhum resto e, por isso, pode ser
considerada exata.

Além disso, temos alguns nomes importantes que devemos saber.


•Dividendo: número que será dividido. No exemplo, 94.
•Divisor: número que divide o dividendo. No exemplo, 2.
•Resto: valor que sobra ao final da divisão. No exemplo, 0.
•Quociente: resultado da divisão. No exemplo, 47.

Façamos mais um exemplo para fixação: divida o número 105 por 8.


Primeiramente, monte a operação.

105 | 8

Perceba que, dessa vez, não resolveria separar apenas o primeiro algarismo (que é 1)
para dividir como fizemos no exemplo anterior, pois a o passo seguinte seria dividir 1 por
8, o que neste momento do curso não é possível. Sempre que isso acontecer, você
deverá avaliar quantos algarismo são necessários ser separados para iniciar a divisão.
Basta que o número formado por esses algarismos seja maior que o divisor. Neste caso,
utilize os dois primeiros para formar o número 10 e inicie a divisão se perguntando
quantas vezes o número 8 deve ser multiplicado para chegar o mais próximo de 10, sem
ultrapassá-lo.

10`5 | 8

Perceba que 8 x 1 = 8 e 8 x 2 = 16. Dessa forma devemos colocar 1 no resultado, por ser
o número que, aos ser multiplicado por 8, mais se aproximaria de 10. Além disso, deve-se
colocar o número 2 abaixo do 10, pois faltaram 2 unidades para 8 x 1, chegar em 10.

10`5 | 8
2 1

Para continuarmos, devemos “descer” o algarismo seguinte do número que estamos


dividindo e “juntá-lo” ao que sobrou. Fazemos isso da seguinte forma:

10`5 | 8
1
2 5
Continuando a divisão, temos:
10`5 | 8
13
25
1
Como temos um resto menos que o divisor e não temos como “descer mais um número”
(como fizemos com o 5), chegamos ao final da divisão.

Logo, o quociente da divisão é 13 e a divisão não é exata pois possui resto 1.

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Colocando o conhecimento em prática

1. João foi ao supermercado e comprou R$ 115,00 em mercadorias. Quando retornou à


casa, ele viu que seu filho também havia ido ao mercado e comprado os mesmos
produtos. Quanto os dois gastaram juntos? A
a) R$ 230,00
b) R$ 115,00
c) R$ 215,00
d) R$ 460,00
e) R$ 62,00

2. Um fazendeiro mediu sua terra, de formato quadrado, para cercá-la inteiramente com
uma cerca de madeira. Quantos metros de cerca ele irá precisar sabendo que cada um
dos 4 lados iguais medem 142 metros?
a) 800 metros
b) 428 metros
c) 857 metros
d) 568 metros
e) 300 metro

3. Antônio possui R$ 5000,00 em sua poupança. Foi necessário fazer um reparo em seu
carro, pago com dinheiro da poupança, no valor de R$ 485,00. Depois, foram feitos outros
reparos em sua casa, também pagos com dinheiro da poupança, no valor de R$ 1800,00.
Ao final de todos esses reparos, quanto sobrou na poupança de Antônio?
a) R$ 2715,00
b) R$ 1725,00
c) R$ 1615,00
d) R$ 715,00
e) R$ 1700,00

25
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4. Um torneio agrupou 2450 pessoas na praça principal de uma cidade do interior de
Goiás. Dessas, 1289 eram do sexo masculino. Quantas pessoas estavam na praça
principal dessa cidade, para esse torneio, do sexo feminino?
a) 1000
b) 1051
c) 1059
d) 1149
e) 1161

5. Sabendo que um conjunto de parafusos custam 3 reais, calcule quanto custam 836
conjuntos iguais a esse.
6. Para comprar todo o equipamento de solda para 7 funcionários, um patrão dispõe de
R$4500,00. Sabendo que ele irá gastar R$600,00 por funcionário, quanto irá sobrar no
final das compras?
7. Um amigo de infância recebeu uma herança inesperada de R$34505,00, porém
precisou dividir esse dinheiro com outros 5 irmãos. Com quanto ele ficou após a divisão?
8. Você decidiu organizar-se melhor. Para isso, precisou dividir seu dia em 4 partes
iguais. Em uma delas você iria dormir, em outra trabalhar, em outra ficar com a família e
em outra estudar. Quanto tempo você irá gastar estudando?

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Gabarito

1. A

2. D

3. A

4. E

5. R$2508,00

6. R$300,00

7. R$7101,00

8. 6 horas

27
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Unidade 3: Operações
com números inteiros
Um começo de conversa

É comum em nosso dia a dia termos que fazer operações com dinheiro, por exemplo:
• Somar os salários de junho, julho e agosto;
• Quitar uma divida no banco;
• Dividir o pagamento de uma divida;
• Verificar o saldo de nossa conta;
• Dividir a conta de um restaurante com seus amigos.
Esses são exemplos de situações em que é comum trabalharmos com números
positivos, mas também com números negativos (como no caso das dividas). Além do
âmbito monetário, os números inteiros podem aparecer em diferente momentos da sua
vida, sendo assim, torna-se muito importante entender como é possível realizar as quatro
principais operações com esse conjunto numérico.

Objetivos da Aprendizagem

A partir desse capítulo você será capaz de realizar as quatro operações básicas (soma,
subtração, multiplicação e divisão) com os números inteiros e estará munido de um
conhecimento muito útil para resolução de problemas cotidianos.

229
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

3.1 Adição
A adição de números inteiros pode ser subdividida em 3 casos e, para melhorar a
explicação, veremos suas aplicações no dia a dia.
(1° caso) : Você consulta seu saldo bancário e verifica que deve 3 reais. Logo em
seguida, deposita 5 reais em sua conta. Qual o saldo final?
Matematizando esse exemplo, percebemos que temos a seguinte conta
-3 + 5 = ?
Perceba que a divida foi representada como sendo um número negativo (-3) e a
operação que estamos realizando é a soma de um número negativo com um positivo.
Para realizarmos a operação de adição, devemos sempre atentar se os algarismos têm o
mesmo sinal ou sinais opostos.
Nesse caso, temos algarismos de sinais opostos (um negativo e o outro positivo).
Para algarismos de sinais opostos devemos subtrair um do outro. O resultado terá o
mesmo sinal do algarismo de maior valor.

5–3=2
Como 5 é maior que 3 o resultado será positivo. Logo:

-3 + 5 = 2
Em outras palavras, o saldo final seria de 2 reais. Agora imagina essa situação com uma
pequena diferença:
(2° caso) : Você consulta seu saldo bancário e verifica que deve 5 reais. Logo em
seguida, deposita 3 reais em sua conta. Qual o saldo final?
Matematizando esse exemplo, percebemos que temos a seguinte conta
-5 + 3 = ?
Nesse caso, realizamos a subtração:
5–3=2
Entretanto, o algarismo que tem o sinal negativo (5) tem maior valor que o algarismo
positivo (3). Assim, o resultado deverá ser negativo:
-5 + 3 = -2

230
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Agora analise o próximo cenário:

(3° caso): Você possui uma divida de 4 reais em sua conta e, mesmo assim,
compra um produto de dois reais. Qual o seu saldo final?
Matematizando a situação, temos:

-4 + (-2) = ?

Perceba que já havíamos uma divida (-4) e somamos a ela uma nova divida (-2). Para
realizar a operação de termos com mesmo sinal, deve-se somar os termos e o
resultado terá o mesmo sinal dos termos.
Nesse caso, temos dois números negativos, logo:
4+2=6 -4 + (-2) = -6

3.2 Subtração
Para a subtração também temos três casos:

(1° caso): Você possui uma divida de 4 reais em sua conta e, mesmo assim,
realiza um saque de 5 reais. Qual o seu saldo final?

Matematizando a situação, temos


-4 - 5 = ?

Nesse caso, tínhamos uma divida (-4) e retiramos (subtraímos) 5 reais. Perceba que
esse caso é muito similar ao 3° caso da adição e sua resolução é muito parecida. Para
realizar a operação de termos com mesmo sinal, deve-se somar os termos. O resultado
terá o mesmo sinal dos termos.

4+5=9 -4 - 5 = -9
(2º Caso): Você possui 5 reais em sua conta e realiza um saque de 7 reais.
Qual o seu saldo final?

Matematizando a situação, temos

5–7=?
Nesse caso, temos algarismo de sinais opostos (+5) e (-7). Como visto anteriormente:
Para algarismos de sinais opostos devemos subtrair um do outro. O resultado terá o
mesmo sinal do algarismo de maior valor.

7–5=2
Como o 7 é maior que 5, preservamos o sinal negativo:

5 – 7 = -2

231
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
(3º Caso): Você possui uma divida de 4 reais em sua conta e paga 3 reais de sua
divida. Qual seu saldo final?

Observe que podemos encarar a situação acima de duas maneiras: você adicionou
(somou) 3 reais a sua conta ou você subtraiu uma divida de 3 reais (-3) de sua conta.
Matematizando o que foi dito temos:

-4 + 3 = ? Ou - 4 - (-3) = ?

A primeira operação é uma adição e a segunda é uma subtração, mas ambas


representam a mesma coisa.

Na adição, a operação fica da seguinte maneira:

- 4 + 3 = -1

Na subtração, devemos trocar o sinal do segundo termo, logo:

-4 – (-3) = -4 + 3

Após isso, realiza-se normalmente a operação:

- 4 + 3 = -1

Outros exemplos do 3º caso:

a) - 5 - (+ 3) = - 5 - 3 = -8

b) 9 - (-2) = 9 + 2 = 11

c) -6 - (-7) = -6 + 7 = 1

Vale ressaltar que quando utilizamos os números inteiros, a maneira que realizamos
adição e subtração não será definida apenas pelo operador entre os números (mais ou
menos), mas também pelo sinal dos números. Por isso, é muito importante que você
entenda o motivo pelo qual resolve-se a operação da maneira que é resolvida. Uma
estratégia eficiente é encarar um problema (independente de sua natureza) como sendo
um problema financeiro, pois assim você trabalhará com uma situação em que você
está habituado, até que você sinta-se confortável em resolver diretamente.

232
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
3.3 Multiplicação e Divisão

Para a multiplicação e divisão, temos que tomar cuidado apenas com o sinal do
resultado, pois a forma como é resolvida é idêntica a como resolvemos com números
naturais. Dessa maneira, estabeleceu-se uma regra dos sinais e ela é a seguinte:

• Números com sinais iguais, resultado é positivo. Números com sinais


opostos, o resultado é negativo.

Essa regra vale tanto para multiplicação quanto para divisão. Vejamos alguns exemplos
de aplicação dessa regra:

Exemplo 1: (-4) x 5 =

Para a multiplicação de números com sinais opostos, realizamos a multiplicação dos


algarismos e o resultado terá sinal negativo.

4 x 5 = 20 (-4) x 5 = -20

Exemplo 2: (-3) x (-8) =

Para a multiplicação de números com mesmo sinal, realizamos a multiplicação dos


algarismos e o resultado terá sinal positivo.

3 x 8 = 24 (-3) x (-8) = +24

Outros exemplos:

a) (-22) x 45 = -990

b) 32 x (-6) = -192

c) (-25) x (-7) = +175

d) (-15) x (-36) = +540

233
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Na divisão, o processo se repete:

Exemplo 3: 45 ÷ (-5) =

Para a divisão de números com sinais opostos, realizamos a divisão dos algarismos e o
resultado terá sinal negativo.

45 ÷ 5 = 9 45 ÷ (-5) = -9

Exemplo 4: (-135) ÷ (-3) =

Para a divisão de números com mesmo sinal, realizamos a divisão dos algarismos e o
resultado terá sinal positivo.

135 ÷ 3 = 45 (-135) ÷ (-3) = +45

Outros exemplos:
a) 140 ÷ 4 = *35

b) (-189) ÷ (-7) = +27

c) (-154) ÷ 11 = -14
d) 248 ÷ (-4) = -62

234
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Colocando o conhecimento em prática

1) Realize as operações abaixo: 2) Realize as operações abaixo:

a) – 7 + 4 = a) (-56) x 21
b) – 3 + 1 = b) 75 x (-3)

c) – 4 + 9 = c) 256 ÷ (-2)

d) – 5 + 6 = d) (-34) x (-5)
e) – 8 + (-3) = e) (-26670) ÷ (-42)

f) – 15 + (-5) = f) (-625) ÷ 25

g) – 2 – 6 =
h) 4 – 7
i) – 15 – 4

j) – 12 – (+3)
k) – 3 – ( - 5)

l) 5 – (+6)

3) Qual das alternativas abaixo fornece uma informação correta sobre as operações
de multiplicação e divisão?

a) Ao multiplicarmos ou dividirmos um número negativo por um positivo, o resultado


pode ser tanto positivo como negativo.

b) Ao multiplicarmos ou dividirmos um número negativo por um positivo, o resultado


é sempre negativo.

c) Ao multiplicarmos ou dividirmos um número negativo por um positivo, o resultado


é sempre positivo.

d) Ao multiplicarmos ou dividirmos um número negativo por um positivo, o resultado


é nulo.

e) Ao multiplicarmos ou dividirmos um número negativo por um positivo, não se


pode saber o sinal do resultado.

235
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4) Para encontrarmos o resultado de 200 - 740, podemos:

a) efetuar 740 + 200 e manter o sinal do resultado.

b) efetuar 740 + 200 e inverter o sinal do resultado.

c) efetuar 740 - 200 e manter o sinal do resultado.

d) efetuar 740 - 200 e inverter o sinal do resultado.

5) Indique o número inteiro com sinal que representa:

a) O saldo de gols de um time que marcou 23 gols e sofreu 30.

b) O saldo de gols de uma equipe após uma partida que perdeu de 7 a 1.

c) A temperatura final no congelador quando ela sai de −5 °C e aumenta 8 °C.

d) O saldo da conta quando se deposita 90 reais e saca-se 110 reais.

6) Carolina pegou o elevador no 3º subsolo (– 3) e desceu no 5º andar (+5). Quantos


andares percorreu?

7) Um avião encontra-se a uma altura de 2800 m, enquanto um submarino encontra-se


a uma profundidade de 780 m. Imagine o instante em que avião sobrevoa o mar de
modo que seja possível estabelecer uma reta vertical que vá do avião ao submarino.
Qual a distância entre eles nesse exato momento?

236
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Gabarito

1) 3) B

a) -3

b) -2
4) D
c) 5

d) 1
5)
e) -11

f) -20 a) -7 gols

g) -8 b) -6 gols
h) -3
c) +3 °C
i) -19
d) -20 reais
j) -15

k) 2
6) 8 andares
l) -1

2) 7) 3580 metros

a) -1176

b) -225

c) -128

d) 6,8

e) -635

f) -25

237
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Unidade 4: Operações
com números racionais
Um começo de conversa

No cotidiano temos contato com vários números que possuem vírgulas:


• A tarifa do ônibus é R$ 4,50;
• A balança indica que uma pessoa pesa 73,2 quilos;
• Uma garrafa tem 2,5 litros de refrigerante.
O uso do dinheiro representa o contato mais constante que temos com estes números.
Estamos sempre fazendo contas do dinheiro necessário para comprar algo, do troco que
devemos receber, entre outras coisas.
Esses números são os números racionais, que vimos na unidade 1.
Nesta unidade, vamos aprender como somar, subtrair, multiplicar e dividir números
racionais.

Objetivos da Aprendizagem

Com o conteúdo desta unidade você será capaz de somar, subtrair, multiplicar e dividir
números racionais. Com isto, terá todos os conhecimentos para realizar essas operações
básicas nas situações mais comuns do seu dia-a-dia.

238
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

4.1 Introdução

Como vimos na unidade 1, os números racionais são aqueles encontrados ao dividir um


número inteiro por outro. Essa divisão pode dar três tipos de resultado:
• Um número natural: quando dividimos 12 por 4, e obtemos 3;
• Um número inteiro, quando dividimos (-4) por 2, e obtemos (-2);
• Um número racional, quando dividimos 5 por 2, e obtemos 2,5.
Com isso, vemos que os números naturais e os números inteiros são também números
racionais. Você aprendeu a fazer as quatro operações básicas (soma, subtração,
multiplicação e divisão) com os números inteiros e naturais nas unidades 2 e 3. Nesta
unidade, você aprenderá a fazer essas quatro operações com números racionais que não
sejam naturais ou inteiros.
Uma característica importante dos números racionais é a presença da vírgula. Por
exemplo, temos os números 3,7; 0,84; -21,2; entre outros. Mas os números naturais e
inteiros também podem ser representados com vírgula:
• 20,0 é a mesma coisa que 20;
• -4,0 é a mesma coisa que -4;
• 5,00 é a mesma coisa que 5.
Veja que, quando temos um número natural ou inteiro, colocar uma vírgula à direita e
acrescentar zeros à direita da vírgula não muda o valor do número. Esta noção será útil
para realizar as operações básicas que vamos aprender a seguir.
De maneira similar, pode ser necessário colocar um zero à direita de um número que já
tem uma vírgula. Neste caso, colocamos o zero ao final do número. Por exemplo, 0,14 é o
mesmo que 0,140. Você provavelmente já faz isso no seu dia-a-dia, quer ver?
Ao usar uma calculadora para calcular quanto você deve pagar por três pastéis que
custam R$ 1,50 cada, você irá digitar 1,50 x 3, e a calculadora dá como resultado 4,5.
Como usamos dois algarismos depois da vírgula quando se trata de dinheiro, você sabe
que o preço dos três pastéis é R$ 4,50. Neste caso, você colocou um zero à direita da
vírgula, o que não altera o valor do número.
Os algarismos que vêm depois da vírgula compõem o que chamamos de casas decimais.
Por exemplo, no número 7,23, temos dois algarismos depois da vírgula, ou seja, duas
casas decimais.
No início da unidade 1 vimos, com o exemplo do número 4876, que os algarismos em um
número natural representam unidades, dezenas, centenas e milhares. Esses nomes são
válidos para os algarismos antes da vírgula. Para os algarismos depois da vírgula, temos
novos nomes. Estes nomes vão nos ajudar a fazer as operações corretamente. Veja a
imagem a seguir para conhecer estes nomes.

239
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Figura 4.1: Nomes das funções representadas pelos algarismos em um número racional.

unidades
dezenas décimos
centenas centésimos
unidades de milhar milésimos

4876,231
casas decimais
Fonte: Acervo do Autor.

Os nomes vistos na figura 4.1 serão utilizados nas explicações das operações básicas na
continuação dessa unidade.

4.2 Adição de números racionais positivos

A soma de números racionais positivos é bem parecida com a soma de números naturais.
Um ponto importante que devemos lembrar da soma de naturais é que, ao armar a conta,
colocamos unidade embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena, etc. Veja a conta a
seguir.
136
+423
559
Neste caso somamos a unidade 6 com a unidade 3, a dezena 3 com a dezena 2 e a
centena 1 com a centena 4.
Para a adição de números racionais, devemos fazer o mesmo. Devemos somar milésimos
com milésimos, centésimos com centésimos, décimos com décimos, etc. Para fazer isto,
basta colocarmos uma vírgula exatamente embaixo da outra. Veja a conta a seguir.

1,36
+4,23
5,59
Perceba que a conta é feita da mesma maneira que a soma de números naturais:
somamos 6 mais 3 para obter 9, 3 mais 2 para obter 5, e 1 mais 4 para obter 5. A vírgula
do resultado deve ser colocada exatamente embaixo da vírgula das parcelas que estão
sendo somadas.
No exemplo que acabamos de ver, os dois números tinham a mesma quantidade de casas
decimais. Ao somar números com quantidades de casas decimais diferentes, devemos ter
atenção para colocar as vírgulas uma abaixo da outra.
Aqui será útil o que vimos na introdução desta unidade sobre podermos colocar zeros
depois da vírgula. Veja as contas a seguir, onde vamos calcular 0,8 + 1,64 e 30 + 5,26.

0,80 0,80 30 00 30,00


+1,14 é o mesmo que +1,14 + 5,26 é o mesmo que + 5,26
1,94 1,94 35,26 35,26

240
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Quando é necessário elevar algum número, fazemos a soma da mesma forma, colocando
sempre uma vírgula embaixo da outra.
1
0,81
+1,64
2,45

4.3 Subtração de números racionais positivos


A subtração de números racionais positivos é feita de forma bastante parecida com a
subtração de números naturais. Aproveitaremos aqui tudo o que acabamos de aprender
sobre a adição de números racionais positivos e que também se aplica à subtração:
• Devemos colocar as vírgulas uma embaixo da outra ao armar as contas;
• Podemos colocar uma vírgula à direita de um número natural;
• Podemos colocar zeros à direita da vírgula ao final do número sem mudar o valor do
número.
• Quando é necessário tomar emprestado, fazemos a operação do mesmo jeito que
fazemos com números naturais, prestando atenção aos pontos mencionados acima.
Veja a seguir exemplos de contas de subtração de números racionais positivos.
7 11
2,87 7,5 12,81
-1,14 -3,4 - 1,64
1,73 4,1 11,17

7 10 7 10
3,80 é o mesmo que 3,80
-1,14 -1,14
2,66 2,66

4.4 Adição e subtração envolvendo números racionais negativos


A adição e subtração de números racionais com sinal negativo é feita de forma parecida
com a adição e subtração de números inteiros que vimos na unidade 3. A diferença está no
que aprendemos nesta unidade, principalmente com relação a colocar as vírgulas uma
abaixo da outra.
Vamos analisar primeiro o caso da adição envolvendo números racionais negativos.
Se os dois números que estamos somando tiverem o mesmo sinal, devemos fazer a soma
dos valores destes números e utilizar o sinal deles no resultado.
Por exemplo, vimos na parte da adição de números racionais a conta 0,81 + 1,64 = 2,45.
Assim, se os dois números sendo somados tiverem sinal negativo, teremos:
(-0,81) + (-1,64) = (-2,45).

241
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Para o caso de números com sinais diferentes, a adição se tornará, na verdade, uma
subtração, como vimos com os números inteiros. Para fazer a conta, vamos desconsiderar
temporariamente o sinal negativo dos números menores que zero. Faremos então a
subtração do maior número menos o menor, obtendo assim o resultado intermediário
(ainda sem o sinal correto, por isso não é o resultado final). O sinal do resultado final será
o mesmo sinal do maior número que usamos na conta.
Por exemplo: 4,57 + (-3,2).
Desconsiderando o sinal, o maior número é 4,57. O sinal desse número é positivo, então o
sinal do resultado será positivo. Fazemos então uma subtração: 4,57 – 3,2.

4,57
-3,20
1,37

Obtivemos o resultado intermediário de 1,37. Como vimos, o sinal do resultado é o mesmo


do número 4,57, ou seja, sinal positivo. Assim, o resultado final é 1,37.
Se tivermos dois números com o mesmo sinal, faremos a soma dos números e
utilizaremos o sinal que esses números têm.
Por exemplo: (-7,28) + (-3,10).
Desconsiderando o sinal, faremos a soma 7,28 + 3,10. O resultado dessa soma é 10,38.
Usamos então o sinal desses números, que é o mesmo para os dois, o sinal negativo.
Assim, o resultado da conta (-7,28) + (-3,10) é -10,38.
No caso da subtração, temos três casos possíveis:
• negativo menos negativo: (-4,2) – (-3,1) ;
• positivo menos negativo: 6,5 – (-2,9) ;
• negativo menos positivo: (-5,4) – 1,2.
Nos dois primeiros casos, como vimos na subtração de números inteiros, o sinal negativo
da subtração, junto com o sinal negativo do número, se torna um sinal positivo.
• (-4,2) – (-3,1) é o mesmo que -4,2 + 3,1
• 6,5 – (-2,9) é o mesmo que 6,5 + 2,9
Você já aprendeu nessa unidade como resolver essas duas contas. No caso da primeira,
ao desconsiderarmos o sinal, vemos que 4,2 é maior que 3,1. Assim, faremos a subtração
4,2 – 3,1, que dá 1,1 (resultado intermediário). O sinal a ser utilizado é o sinal do número
4,2, ou seja, o sinal negativo. Assim, a conta -4,2 + 3,1 tem como resultado -1,1.
No caso da segunda, temos uma adição de dois números positivos: 6,5 + 2,9 = 9,4.
O caso que falta para aprendermos é o de um número negativo menos positivo. Por
exemplo, temos a conta (-5,4) – 1,2. Veja que essa conta pode ser representada de outra
forma: (-5,4) + (-1,2), como vimos na unidade de números inteiros. Você já sabe resolver
essa conta: é uma adição de números de mesmo sinal. Devemos fazer a soma dos
números desconsiderando o sinal, e depois aplicar o sinal no resultado.
Assim, fazemos 5,4 + 1,2 = 6,6, e aplicamos o sinal das parcelas no resultado. Com isso,
temos (-5,4) + (-1,2) = -6,6.

242
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4.5 Multiplicação de números racionais
Para multiplicar números racionais, o processo é bem simples. Primeiramente,
desconsidere as vírgulas e faça as contas como você aprendeu a fazer na multiplicação de
números naturais e inteiros. Em seguida, conte o número de casas decimais (algarismos
depois da vírgula) que os dois números que você está multiplicando têm juntos. O
resultado deverá ter este mesmo número de casas decimais.
Por exemplo, imagine que você queira fazer a multiplicação 2,35 x 1,2.
Inicialmente, você desconsidera as vírgulas, ficando com a multiplicação 235 x 12.
Podemos armar esta multiplicação da forma a seguir.
11
235
x 12
470
+2350
2820

Temos assim um resultado intermediário de 2820. Devemos então contar quantas casas
decimais temos nos números que foram multiplicados. O número 2,35 tem dois algarismos
depois da vírgula, e o número 1,2 tem um algarismo depois da vírgula. Assim, o resultado
terá 2 + 1 = 3 casas decimais. Desta forma, o resultado final da multiplicação 2,35 x 1,2 é
2,820, ou simplesmente 2,82.
Ao fazer a multiplicação com números negativos, basta lembrar da regra dos sinais vista
na unidade de números inteiros: ao multiplicar dois números com mesmo sinal, o resultado
é positivo; ao multiplicar dois números com sinais diferentes, o resultado é negativo.
Exemplos:
(-2,1) x 1,5 = -3,15
(-7,3) x (-3,48) = 25,404
3,79 x 2,81 = 10,6499

4.6 Divisão de números racionais


A divisão de números racionais funciona de forma parecida com a multiplicação.
Inicialmente desconsideramos a vírgula, fazendo as contas como aprendemos na divisão
de números naturais e de números inteiros.
A diferença está em como colocar as casas decimais no resultado. Para vermos como
proceder, devemos nos lembrar que, em uma divisão, o dividendo é o valor que está sendo
dividido, e o divisor é o valor pelo qual o dividendo está sendo dividido.
Assim, na conta 35 ÷ 7, temos que 35 é o dividendo e 7 é o divisor.
Quando tivermos casas decimais no dividendo, devemos colocar no resultado o mesmo
número de casas decimais. Fazer isto é o que chamamos de andar com a vírgula para a
esquerda. Veja por quê no exemplo a seguir.

243
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Suponha que queiramos fazer a divisão 3,5 ÷ 7. Neste caso, primeiramente vamos ignorar
a vírgula:
35 ÷ 7 = 5.
Para chegarmos ao resultado da conta inicial, devemos acrescentar ao resultado o mesmo
número de casas decimais do dividendo, ou seja, 1 casa decimal. Com isto, o resultado de
3,5 ÷ 7 é 0,5.
3,5 ÷ 7 = 0,5

1 casa decimal no dividendo 1 casa decimal no resultado

Como vimos anteriormente, quando temos um número inteiro, podemos colocar uma
vírgula à direita sem modificar o valor do número. Assim, 5 é a mesma coisa que 5,0. Na
divisão do exemplo que acabamos de ver, havíamos encontrado o valor 5, e deveríamos
acrescentar uma casa decimal. Passamos assim de 5,0 para 0,50, ou, de forma mais
simplificada, de 5, para 0,5. Perceba que a vírgula andou um algarismo para a esquerda.
5 → 5, → 0,5

Ao andarmos com a vírgula, não devemos modificar os algarismos do número. Caso


andemos com a vírgula para algum lugar onde não haja algarismo, colocamos à esquerda
da vírgula o algarismo zero. Foi o que acabamos de fazer no exemplo acima. Veja mais
exemplos a seguir:
• No número 2,56, andar com a vírgula uma casa para a esquerda.
Neste caso, nosso número ficaria como ,256. Devemos então adicionar o 0 antes da
vírgula, obtendo 0,256.
• No número 15, andar com a vírgula duas casas para a direita.
Neste caso, o número ficaria 15 , sem acrescentarmos os zeros. Acrescentando os
algarismos, ficamos com 1500, que é o mesmo que 1500, ou ainda o mesmo que 1500,0.
• No número 3,14, andar com a vírgula uma casa para a direita.
Obteremos assim o número 31,4.
2,56 → 0,256 15, → 1500, 3,14 → 31,4

Continuando com a explicação da divisão, no caso de termos casas decimais no divisor,


devemos fazer o inverso. Depois de fazer as contas como se não houvesse vírgulas,
devemos reduzir no resultado o número de casas decimais do divisor, ou andar com a
vírgula para a direita.
Por exemplo, suponha que queremos calcular 15 ÷ 0,5. Fazendo as contas como se não
houvesse vírgulas:
15 ÷ 5 = 3.
Neste caso, o divisor tem uma casa decimal. Devemos então andar com a vírgula para a
direita uma vez. Sabemos que 3 pode ser representado por 3,0. Assim, ao andar com a
vírgula uma vez para a direita, chegamos ao resultado de 30.
3 → 3, → 30, → 30

244
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Neste caso, vimos que dividimos o 15 por outro número e obtivemos um resultado maior
do que 15. Isto é normal.
Imagine, por exemplo, que você queira saber quantas notas de 2 reais precisa para ter 10
reais. Você dividiria 10 por 2, e chegaria ao resultado 5, ou seja, 5 notas de 2 reais dá um
total de 10 reais.
Agora imagine que você quer saber quantas moedas de 50 centavos são necessárias para
ter 15 reais. Sabemos que 50 centavos é o mesmo que 0,50 reais. Logo, dividimos 15 por
0,50, o que dá 30 como resultado. Ou seja, precisamos de 30 moedas de 50 centavos
para ter 15 reais.
Por fim, se tivermos casas decimais tanto no divisor quanto no dividendo, devemos andar
com a vírgula dos dois jeitos que vimos acima.
Por exemplo, vamos fazer a divisão 2,56 ÷ 3,2.
Dividindo como se não houvesse vírgulas, temos:
256 ÷ 32 = 8
O dividendo tem duas casas decimais. Devemos então andar com a vírgula duas casas
para a esquerda:
8 → 0,08
Já o divisor tem uma casa decimal. Devemos então andar com a vírgula uma casa para a
direita:
0,08 → 0,8
Chegamos assim ao resultado: 2,56 ÷ 3,2 = 0,8.
Para dividir números racionais negativos, basta nos lembrarmos da regra dos sinais, como
vimos na multiplicação de números racionais. Se os dois números sendo divididos têm o
mesmo sinal, o resultado é positivo. Se os números têm sinais diferentes, o resultado é
negativo.
Exemplos:
1,24 ÷ 2 = 0,62
(-2,5) ÷ (-0,5) = 5
(-15,8) ÷ 4 = -3,95
512 ÷ (-1,6) = -320

245
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Colocando o conhecimento em prática

1) Realize as operações abaixo: 2) Realize as operações abaixo:

a) 7,2 + 3,5 = a) 1,3 x 4,5 =

b) 3,5 + 0,85 = b) 3,25 x 7,4 =

c) 8,15 – 2,27 = c) (-1,2) x 2,9 =

d) 27,32 – 2,5 = d) (-4,12) x (-1,5) =

e) - 5,3 + 2,4 = e) 3,7 x (-8) =

f) 7,86 + (-4,2) = f) 12,6 ÷ 3 =

g) -2,18 – (-3,17) = g) 4,5 ÷ 1,8 =

h) 5,14 – (-10,2) = h) (-3,96) ÷ 3 =

i) - 7,94 – 12,5 = i) 1,8 ÷ (-0,6) =

3) Marque a alternativa incorreta sobre operações com números racionais:

a) As contas 2,7 – (-1,2) e 2,7 + 1,2 são equivalentes.


b) O número de casas decimais de um número corresponde à quantidade de
algarismos depois da vírgula.

c) Para somar e subtrair números racionais, devemos armar a conta colocando uma
vírgula embaixo da outra.

d) Quando dividimos um número com duas casas decimais por um com uma casa
decimal (por exemplo 3,24 ÷ 1,8), obtemos um resultado com três casas
decimais.

4) Marque a alternativa incorreta sobre operações com números racionais:

a) Quando multiplicamos dois números racionais com sinais diferentes, o resultado


terá sinal negativo.
b) Colocar um zero ao final do número e antes da vírgula não muda o valor do
número.
c) Ao andar com a vírgula para a direita de um número racional positivo, o número
fica maior.

d) Números racionais com quantidade de casas decimais diferente um do outro


podem ser somados.

246
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
5) Preciso colocar arame farpado em volta de um terreno retangular que mede 0,2
km de largura e 0,3 km de comprimento. Quantos km de arame farpado devo usar?

6) A altura de uma casa era de 4,78 metros. Foi construído um 2º andar e a altura da
casa passou a ser de 7,4 metros. De quantos metros a altura inicial da casa foi
aumentada?
7) Um sacolão tinha em estoque 17,45 quilos de maçã no início do dia. Durante o dia
foram vendidos apenas 8,9 quilos de maçã. Quantos quilos de maçã o sacolão tinha
em estoque ao final do dia?

8) Para cobrir a distância entre duas cidades, um automóvel abastecido com


gasolina, consome 20 litros e abastecido com álcool, consome 28 litros. Sabe-se que
o preço da gasolina é R$ 2,60 e o preço do álcool é R$ 1,50. Qual será a economia
se for utilizado álcool?

9) O preço de uma corrida de táxi é formada de duas partes: uma fixa, chamada
“bandeirada”, e uma variável, de acordo com os quilômetros percorridos. Em Cuiabá
a bandeirada é de R$ 9,60 e o preço por quilômetro percorrido é de R$ 3,50. Quanto
pagará uma pessoa que percorrer de táxi 12 quilômetros?
10) A conta de um restaurante, que deu R$ 54,53, deve ser dividida igualmente para
sete pessoas. Quanto cada uma vai pagar?

11) Uma fábrica de óleo de soja vende seu produto em embalagens de 1,5 litros. Se
no dia anterior foram produzidos 46,5 litros de óleo, quantas embalagens são
necessárias para embalar toda a produção mencionada?

12) O saldo da conta de Júlio era de -14,80. Ainda assim, ele fez uma compra de
7,60. Qual será o saldo final da conta?
13) No mês de junho a gasolina e o álcool chegaram aos preços mais baixos do ano.
A gasolina foi vendida a R$ 2,67 e o álcool a R$ 1,38 o litro.

a) Calcule a diferença entre o preço da gasolina e o preço do álcool.


b) Calcule quanto gastou uma pessoa que abasteceu o seu carro com 45 litros de
gasolina.
c) Calcule quanto gastou um proprietário de um carro FLEX (bicombustível) que
abasteceu o seu carro com 20 litros de gasolina mais 20 litros de álcool.

d) Calcule com quantos litros de gasolina foi abastecido um carro cujo gasto foi de
R$ 93,45.

247
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Gabarito

1) 3) D

a) 10,7
4) B
b) 4,35
5) 1,0 km
c) 5,88
6) 2,62 metros
d) 24,82

e) -2,9 7) 8,55 quilos

f) 3,66
8) R$ 10,00
g) 0,99
9) R$ 51,60
h) 15,34

i) -20,44 10) R$ 7,79

2) 11) 31 embalagens

a) 5,85 12) -22,40 reais

b) 24,05 13)

a) R$ 1,29
c) -3,48
b) R$ 120,15
d) 6,18
c) R$ 81,00
e) -29,6 d) 35 litros

f) 4,2

g) 2,5

h) -1,32

i) -3

248
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Unidade 5: Expressões
Numéricas

Um começo de conversa

Expressões numéricas são conjuntos de números que sofrem operações matemáticas,


ou seja são sequências de duas ou mais operações que devem ser realizadas. As
operações que veremos envolvidas nas expressões são as básicas da matemática:
adição, subtração, multiplicação e divisão. Contudo, existem algumas regras a serem
seguidas para encontrar sempre um mesmo valor quando calculamos uma expressão
numérica. As chamadas prioridades das operações definem uma ordem que as
operações serão feitas.

As expressões númericas são muito utilizadas no cotidiano, sendo durante uma compra
no sacolão, no trabalho ou até mesmo em casa. Veremos que ela converte algumas
falas simples que temos para operações matemáticas

Objetivos da Aprendizagem

Ao final dessa unidade, o aluno será capaz de resolver equações numéricas de acordo
com as prioridades existentes. Ademais, com o aprendizado das expressões numéricas, o
aluno estará capacitado a interpretar soluções problemas, entendê-las matematicamente e
montar expressões para que elas seja resolvidas.

249
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

Uma expressão numérica é uma sequência de cálculos de operações de adição,


subtração, multiplicação e divisão simultaneamente. Tomemos como exemplo a
expressão numérica abaixo:

–64 ÷ (–8) x (–2) =

É possível resolvê-la de duas maneiras: primeiro efetuando a divisão e posteriormente a


multiplicação ou vice-e-versa, primeiro efetuando a multiplicação e posteriormente a
divisão. Observe abaixo esta expressão resolvida destas duas maneiras.

1ª MANEIRA:

–64 ÷ (–8) x (–2) =

8 x (–2) =

–16

2ª MANEIRA:

–64 ÷ (–8) x (–2) =

–64 ÷ 16 =

–4

Notamos que, de acordo com a ordem da resolução, o resultado se altera! Qual deles é
o correto, o primeiro ou o segundo? Apesar de diversos problemas matemáticos terem
diferentes modos de resolução, independentemente do caminho escolhido para se
resolver, o resultado deve ser sempre o mesmo. Das duas formas de resolução acima, a
correta é a primeira e o motivo de uma estar certa ou errada, será nosso assunto daqui
em diante.

Concluímos assim que, para resolver expressões numéricas, devemos obedecer a


algumas ordens de resolução, ou seja, qual operação resolveremos primeiro e quais
resolveremos em seguida.

250
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
5.1 Prioridades durante a resolução

Durante a resolução de uma expressão numérica, há uma ordem a ser seguida de


operações para serem feitas. Começamos sempre pela multiplicação e divisão e depois
passamos para a adição e subtração.

Para facilitar a compreensão, estabeleceremos três tipos de resolução para essas


expressões. Ou seja, na primeira prioridade, tem se uma situação mais completa na
qual contamos com 4 tipos de operações e com símbolos de ordenação, que parecem
ser algo complicado, mas veremos que nos orienta, de acordo com seus formatos, para
qual operação realizar primeiro. Já na segunda prioridade, temos 4 tipos de operações,
mas sem símbolos de ordenação. E na terceira prioridade, contamos apenas 2
operações, sendo a mais simples de ser resolvida.

Dessa forma, veremos que se tivermos uma expressão numérica para ser resolvida,
vamos pensar da seguinte forma:

1. Ela se encaixa nos tipos de equação da primeira prioridade?


Se a resposta for sim, seguimos o explicado nessa parte, mas se a resposta for não,
passamos para a segunda prioridade.

2. Ela se encaixa nos tipos de equação da segunda prioridade?


Se a resposta for sim, seguimos o explicado nessa parte, mas se for não, passamos
para a terceira prioridade que com certeza esse será o tipo de equação procurado e
já saberemos o que fazer.

PRIMEIRA PRIORIDADE:

Quando existem símbolos de ordenação de resolução, resolvemos primeiro as


operações que estão entre parênteses ( ), em segundo lugar as que estão entre
colchetes [ ] e, em terceiro lugar, as que estão entre chaves { }.

Exemplo 1:

Resolva a expressão: –3 x [2 x (–80 ÷ 8)] =

Neste exemplo, temos sinais que ordenam a expressão. Dessa forma, resolveremos
primeiro as operações que estão entre parênteses e posteriormente as que estão entre
chaves.

–3 x [2 x (–80 ÷ 8)] =

–3 x [2 x (–10)] =

–3 x (–20) = 60

251
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Exemplo 2:

Resolva a expressão: (–10 – 2) x (–8 + 5) – (–49 ÷ 7) =

Assim como no exemplo 5, resolveremos primeiro as operações que estão entre


parênteses. Observe que podemos resolver as operações que estão no interior de cada
parêntese separadamente ou as três de uma vez já que as operações que estão dentro
dos parênteses não interferem nas demais que estão de fora.

(–10 – 2) x (–8 + 5) – (–49 ÷ 7) =

–12 x (–3) – (–7) =

36 – (–7) = 43

SEGUNDA PRIORIDADE:

Quando existem tanto operações de adição e subtração como operações de


multiplicação e divisão, resolvemos primeiramente as operações de multiplicação e
divisão (na ordem em que elas aparecem) e depois as de adições.

Exemplo 3:

Resolva a expressão: –168 ÷ (–13) + 2 =

Neste exemplo, temos operações de divisão e adição. Note que, o parêntese presente
não possui nenhuma operação em seu interior: seu objetivo é apenas separar o sinal
negativo do número 13 do sinal de divisão que o precede. Dessa forma, resolvemos
primeiramente a divisão e posteriormente a adição.

–169 ÷ (–13) + 2 =

13 + 2 =

15

Exemplo 4:

Resolva a expressão: –2 – (–10) x 3 =

Assim como no exemplo 3, nesta expressão temos apenas operações de subtração e


multiplicação. Lembre-se que, como vimos anteriormente no capítulo de números
inteiros, o sinal negativo antes dos parênteses muda o sinal do interior dos parênteses.
–2 – (–10) x 3 =

–2 – (–30) =

–2 + 30 = 28

252
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TERCEIRA PRIORIDADE:

Quando temos apenas operações de multiplicação e divisão em uma expressão


numérica, resolveremos as operações da esquerda para direita, ou seja, na ordem que
elas aparecem.

Exemplo 5:

Resolva a expressão: –16 ÷ (–8) x (–2) x (–4) =

Na expressão numérica deste exemplo existem apenas operações de multiplicação e


divisão. Sendo assim, resolveremos estes cálculos, um de cada vez, na ordem em que
eles aparecem.

–16 ÷ (–8) x (–2) x (–4) =

2 x (–2) x (–4) =

–4 x (–4) = 16

Exemplo 6:

Resolva a expressão: 81 ÷ (–9) x (–2) ÷ 6 =

Da mesma forma que no exemplo 1, como existem apenas operações de multiplicação


e divisão, resolveremos estes cálculos, um de cada vez, na ordem em que eles
aparecem. 81 ÷ (–9) x (–2) ÷ 6 =

–9 x (–2) ÷ 6 =

18 ÷ 6 = 3

5.2 Resolvendo expressões numéricas

Já foi visto que durante a resolução de uma expressão numérica, há uma ordem a ser
seguida de operações para serem feitas. Começamos sempre pela multiplicação e
divisão e depois passamos para a adição e subtração. Agora, será dado alguns
exemplos de exercícios diretos e situações problemas resolvidos para que seja feito
pelo aluno ao acompanhar o raciocínio proposto.

253
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Exercício 1:
Resolva a expressão: 15 – 12 ÷ {–2 x [–10 + (–2) x (–4)]} =

Partindo dos tipos de equação numérica da primeira prioridade, nota-se que essa
equação se encaixa nela. Assim, temos que manter em mente a seguinte ordem de
resolução:

1º operações que estão entre parênteses ( )

2º operações que estão entre colchetes [ ]

3º operações que estão entre chaves { }

Contudo, lembrando sempre que se houver mais de uma operação dentro ou fora dos
símbolos de ordenação, manter a ordem das operações a seguir:

1º multiplicação e divisão

2º adição e subtração

Então, vamos lá...

15 – 12 ÷ {–2 x [–10 + (–2) x (–4)]} =

15 – 12 ÷ {–2 x [–10 + (8)]} =

15 – 12 ÷ {–2 x [–10 + (8)]} =

15 – 12 ÷ {–2 x (–2)} =

15 – 12 ÷ {–2 x (–2)} =

15 – 12 ÷ (4) =

15 – 12 ÷ (4) =

15 – 3 =

15 – 3 =

12

RESULTADO

254
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Exercício 2:
Resolva a expressão: 20 ÷ 4 + 3 x 6 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =
Partindo dos tipos de equação numérica da priemeira prioridade, nota-se que essa
equação não se encaixa nela. Assim, passamos para a segunda prioridade, na qual a
equação se encaixa. Logo, temos que manter em mente a seguinte ordem de resolução:

1º multiplicação e divisão

2º adição e subtração

Então, vamos lá...

20 ÷ 4 + 3 x 6 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 3 x 6 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 3 x 6 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 15 ÷ 3 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 5 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 5 – 27 ÷ 3 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 5 – 9 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 5 – 9 + 40 x 5 – 100 =

5 + 18 – 5 – 9 + 200 – 100 =

5 + 18 – 5 – 9 + 200 – 100 =

23 – 5 – 9 + 200 – 100 =

23 – 5 – 9 + 200 – 100 =

18 – 9 + 200 – 100 =

18 – 9 + 200 – 100 =

9 + 200 – 100 =

9 + 200 – 100 =

209 – 100 =

109

RESULTADO

255
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Exercício 3:

Joana comprou cinco latas de azeite a quatro reais cada, oito latas de leite em pó a três
reais cada e duas caixas de iogurte com seis iogurtes cada caixa, ao preço de um real
por iogurte. Pagou com uma nota de cinquenta reais e quer saber quanto irá receber de
troco.

1º Vamos então converter essa situação problema para uma expressão numérica,
primeiro pensando nas quantidades compradas:

Valor da compra = cinco latas de azeite x preço + oito latas de leite em pó x preço +
duas caixas de iogurte com seis iogurtes cada x preço

Valor da compra = 5 x preço + 2 x preço + 2 x 6 x preço

2º Agora vamos adicionar os preços de cada alimento comprado:

Valor da compra = 5 x 4 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1

3º Para saber quanto Joana irá receber de troco, precisamos retirar o valor da compra
do valor que ela pagou:

Troco recebido = Valor pago - Valor da compra

4º Substituir pelos informações que temos e contruímos, formando a expressão


numérica final para resolusão do exercício:

Troco recebido = 50 – (5 x 4 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1)

5º Por último, vamos resolver a expressão com base nas prioridades estabelecidas de
acordo com o tipo de equação que temos:

- Resolver o que está dentro do parênteses

- Resolver da esquerda para a direita

Troco recebido = 50 – (5 x 4 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1)

Troco recebido = 50 – (5 x 4 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1)

Troco recebido = 50 – (20 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1)

256
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Troco recebido = 50 – (20 + 2 x 3 + 2 x 6 x 1)

Troco recebido = 50 – (20 + 6 + 2 x 6 x 1)

Troco recebido = 50 – (20 + 6 + 2 x 6 x 1)

Troco recebido = 50 – (20 + 6 + 12)

Troco recebido = 50 – (20 + 6 + 12)


Troco recebido = 50 – (26 + 12)

Troco recebido = 50 – (26 + 12)

Troco recebido = 50 – 38
Troco recebido = 50 – 38

Troco recebido = 12
RESULTADO

257
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Colocando o conhecimento em prática

1) A respeito da resolução de expressões numéricas, assinale a alternativa correta:

a) As operações devem ser feitas na ordem em que aparecem.

b) É necessário calcular primeiro todas as operações no interior dos parênteses na


ordem em que elas aparecem.

c) A pessoa que realiza os cálculos escolhe a ordem mais oportuna para eles.
d) Não existe ordem para realização dos cálculos em uma expressão numérica.

e) As adições e subtrações são os últimos cálculos na lista de prioridades das


expressões numéricas.

2) Resolva as expressões abaixo:

a) –10 x (–2) + (–4) ÷ (–2) =

b) –7 + 3 – (–4) ÷ (–4) =

c) 100 ÷ [2 x (–20 ÷ 4 x 2)] =


d) 18 – 12 ÷ {–2 x [–10 + (–2) x (–4)]} =

e) (3 + 2) x (5 – 1) + 4 =

f) 20 ÷ 4 + 3 x 6 – 15 ÷ 3 =
g) 90 – [25 + (5 x 2 – 1) + 3] =

h) –5 + 80 ÷ {–4 + 2 x [15 ÷ (–15) + 3 – 4]} =

i) 50 – 2 x {7 + 8 ÷ 2 – [9 – 3 x (–5 + 4)]} =
j) –1 x (–12) x (–2) – [6 x (–4)] =

258
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
3) Uma professora do Ensino Fundamental propôs a seus alunos que escrevessem a
seguinte expressão numérica que oralmente ela citou:

“Ao número 66 adicionamos o número 33. Depois, multiplicamos o resultado por 2 e, por
fim, adicionamos 11.”
Qual a expressão numérica correta que representa essa citação?

4) Qual foi a mesada de Vanessa se ela ganhou 1 nota de R$50,00 da mãe e 4 notas de
R$ 10,00 do pai?

5) Os professores de determinada escola precisavam fazer a contagem dos alunos


vencedores dos jogos internos a fim de adquirir as medalhas para premiação. No sexto
ano, são 50 alunos no total. Apenas a quinta parte deles recebeu medalhas no vôlei, e a
metade recebeu medalhas no futebol. No sétimo ano, com 30 alunos, apenas as
meninas, que representam um terço dos alunos da sala, foram premiadas no vôlei e
todos os meninos foram premiados no futebol. Já no oitavo ano, foram 7 medalhas de
ouro, 4 de prata e 3 de bronze. Por fim, o nono ano não participou da competição.

Quantas medalhas foram compradas?

a) 79
b) 80

c) 78
d) 77
e) 81

259
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Gabarito

1) Letra E

2)
a) 22
b) -5
c) -25
d) 15
e) 24
f) 18
g) 53
h) -15
i) 52
j) 0

3) (66 + 33) x 2 + 11

4) 90

5) Letra A

260
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Unidade 6: Frações

Um começo de conversa

Vamos imaginar que um aluno do curso de Tecnologia da Soldagem está tentando


medir o comprimento da sua sala de aula do CIPMOI. Para isso, resolveu utilizar o
comprimento de seu passo.

Percebeu que não obteve um número exato de passos, então usou o comprimento do
seu pé para medir o pedaço que faltava. Ele obteve 12 passos e um pedaço de passo,
ou, medindo com o pé, 12 passos e 2 pés.

Observe na figura abaixo que dividindo o passo do aluno em 3 partes iguais o pé dele
representa uma dessas partes. Então, cada uma dessas partes pode ser representada
1
pela fração 3. Desse modo, podemos dizer que o comprimento da sala é de 12 passos e
2
do passo do aluno.
3
Figura 6.1: Passo

Fonte: Acervo do autor

O exemplo que acabamos de analisar nos mostra a aplicação da fração e a ideia que
ela transmite de representar um pedaço de um inteiro. Já estudamos a definição da
fração como um número racional, mas agora estudaremos mais à fundo suas
características e outras aplicações, como a que acabamos de descrever neste exemplo.

261
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Objetivos da aprendizagem
A fração faz parte constantemente de nosso cotidiano sem percebermos. Vamos ver
algumas situações em que ela aparece:
• Quando dizemos que estamos na metade do caminho de volta para casa,
queremos dizer que já percorremos uma parte (metade do caminho de volta) de
um inteiro (todo o caminho de volta);
• Quando dividimos uma mexerica com alguém significa que demos uma parte
(alguns gomos) de um inteiro (todos os gomos da mexerica);
• Quando comemos 2 fatias de uma pizza de 8 fatias, é o mesmo que dizer que
comemos uma parte (2 fatias) de um inteiro (todas as 8 fatias).
O lado matemático por trás dessas e outras situações cotidianas é o que vamos
aprender agora.

Em busca de informações

6.1 Definindo a fração


A fração é utilizada quando queremos indicar apenas parte de um todo. Ela é
expressa por um traço horizontal e dois números naturais; um abaixo do traço
chamado de denominador e um acima do traço chamado de numerador. O
denominador indica em quantas partes iguais o inteiro foi dividido, já o numerador
indica quantas partes do inteiro foram tomadas.
Veja o exemplo abaixo:
Figura 6.2: Definindo fração

Fonte: Acervo do autor


Observações:
• Para podermos utilizar a fração, o inteiro precisa, necessariamente, ter sido
dividido em partes iguais.
• O denominador de uma fração nunca pode ser 0.
Exemplo:
Após a aula de sexta à noite, alguns alunos de Mestre de Obras do CIPMOI saíram
para comer uma pizza de 8 fatias – todas as fatias de mesmo tamanho. Pediram
1
metade 4 queijos e metade calabresa. Então temos que 2 da pizza é de calabresa ( ou
4 1 4
da pizza) e 2 de quatro queijos ( ou 8 da pizza).
8

262
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Figura 6.3: Pizza inteira com 8 pedaços

Fonte: Acervo do autor

• Ao final da noite:
5 3
• Comeram 8 da pizza e sobrou 8 da pizza;
3 1
• Comeram 4 das fatias de calabresa e sobrou 4 das fatias de calabresa;
2 1 2
• Comeram das fatias de 4 queijos (ou delas) e sobrou das fatias de 4 queijos
4 2 4
1
(ou delas).
2
Figura 6.4: Pizza com 3 pedaços

Fonte: Acervo do autor

6.2 Como se leem as frações


Para fazer a leitura de uma fração, começamos lendo o número que está no
numerador e depois lemos o denominador seguindo as regras abaixo.

Tabela 6.1: Como ler frações

Fonte: Acervo do autor

263
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Exemplos:
1 1
= um meio = um doze avos
2 12
5
= cinco sextos 3
6 = três vinte avos
20
3
= três décimos 9
10
13
= nove treze avos
6.3 Representando um ou mais inteiros na forma de fração
As frações também podem representar inteiros e não apenas pedaços. Vamos voltar
ao exemplo 1 do tópico “Definindo a fração” para entender como isso funciona.
8
Antes de comerem a pizza, os alunos tinham 8 de pizza, ou seja, a pizza inteira.
Figura 6.5: Pizza inteira com 8 pedaços

Fonte: Acervo do autor 16


Se tivessem pedido duas pizzas, antes de comerem, teriam de pizza, ou seja, dois
8
inteiros de pizza.
Figura 6.6: Duas pizzas inteiras

Fonte: Acervo do autor


Quando temos uma fração que representa um ou mais inteiros e alguns pedaços,
podemos escrevê-la na forma chamada de mista. Escrevemos o número de inteiros
que temos com um número natural e em seguida a fração correspondente à
quantidade de pedaços que temos. Por exemplo, caso os alunos tivessem pedido
11 3
duas pizzas e comido 5 pedaços, teriam 8 de pizza, ou 1 8 (um inteiro e três oitavos)
de pizza escrevendo na forma mista.
Figura 6.7: Uma pizza inteira mais três pedaços

Fonte: Acervo do autor

264
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Para transformar a forma mista em apenas uma fração, precisamos multiplicar o
número que representa a parte inteira na forma mista pelo seu denominador, somar o
resultado com o numerador e, assim, obtemos o novo numerador da nossa fração. No
3
exemplo anterior, a forma mista era 1 8 , multiplicando 1 por 8 temos 8 fatias,
11
somando 8 com 3 temos 11 fatias no total. Nossa fração será, então, .
8

Observação: Aparentemente os números inteiros não possuem denominador, mas


todos eles possuem o 1 como denominador, apenas não o escrevemos. Então temos
2 17
2 = , 17 = , etc.
1 1

Exemplo:
Determine a parte fração que representa a parte pintada de cada item, considerando
que barra representa 1 inteiro.
5
• = ou 1
5
10
• = ou 2
5
3
• = 15

6.4 Frações equivalentes


Frações equivalentes são aquelas que representam uma mesma quantidade, um
mesmo número, mesmo estando escritas de maneiras diferentes.
Veja o exemplo abaixo:
Figura 6.8: Representações de frações em barras

Fonte: Acervo do autor


Mesmo que as frações acimas estejam escritas de formas diferentes, elas
representam a mesma parte da figura e por isso são frações equivalentes.
Podemos obter frações equivalentes através da multiplicação ou divisão do numerador
e denominador por um mesmo número natural. Por exemplo, vamos obter frações
1
equivalentes a 2 através deste método:
Figura 6.9: Achando frações equivalentes

Fonte: Acervo do autor

265
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Fração irredutível: quando não for mais possível utilizarmos a divisão do numerador
e denominador por um mesmo número natural para obtenção de uma fração
equivalente, por não existir um número que os dois são divisíveis ao mesmo tempo,
dizemos que essa fração é irredutível.
Exemplos de frações irredutíveis:
2
dois e três não possuem um divisor em comum e por isso não podemos obter
3
uma fração equivalente a esta por meio da divisão.
5
cinco e sete não possuem um divisor em comum e por isso não podemos
7
obter uma fração equivalente a esta por meio da divisão.
Exemplo 1:
5
Qual a fração equivalente a 8 de denominador 48?
5
Para chegarmos a uma fração equivalente a 8 com denominador 48 precisamos
utilizar o processo da multiplicação, já que 48 é maior que 8. Ao multiplicarmos 8 por 6
obtemos 48, então já sabemos que também precisaremos multiplicar o numerador 5
por 6 para o obtermos o numerador da fração equivalente de denominador 48. Nossa
30
fração equivalente será 48.

Exemplo 2:
5
Quais das seguintes frações são equivalentes à fração 8?
10 15 20 25 30
A) 16 B) 24 C) 16 D) 40 E) 56
5
As frações das letras A, B, D são equivalentes à fração 8, porque são as únicas que
multiplicando 5 e 8 por um mesmo valor conseguimos chegar exatamente no resultado
apresentado nas opções. Na letra A multiplicamos 5 e 8 por 2, na letra B multiplicamos
por 3, e na letra D multiplicamos por 5.

6.5 Interpretando a fração como uma divisão


Dizemos que uma fração expressa a divisão entre duas grandezas: a divisão do
numerador pelo denominador. Para entender melhor o que isso significa na prática,
vamos analisar o seguinte exemplo:

266
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Se distribuirmos 3 folhas de papel igualmente para 4 pessoas, cada uma delas
3
receberá 4 de folha:

É a mesma situação caso fossem distribuídas 20 folhas igualmente para 4 pessoas.


Cada uma receberia 5 folhas.

Exemplo :
Para fazer um exercício em sala de aula, a professora de Matemática deu 5 folhas a
Carlos, Antônio e José para que distribuíssem igualmente entre eles. Quanto papel
cada aluno recebeu?
A distribuição de 5 folhas entre 3 alunos pode ser indicada pela divisão 5 : 3, ou seja,
5 5 2
pela fração 3.Podemos expressar 3 na forma de fração mista e ficará como 1 3, ou
2
seja, cada aluno receberá uma folha inteira mais 3 de folha.

6.6 Simplificação
Como foi visto na seção anterior, duas frações podem ser escritas de formas
1 4
diferentes mas representar as mesmas quantidades, como no caso do exemplo 2 e 8.
1 4
Sendo assim se eu quiser representar metade de alguma coisa eu poderia usar 2 ou 8.
1
que estaria correto. Mas representar metade com a fração é mais simples que com
2
4
..
Não é mesmo? O que queremos agora é achar o jeito mais simples de representar
8
uma fração, ou seja, Simplificar.
Mas como é que se simplifica uma fração? Como, por exemplo, seria possível sair de
4 1
e chegar em 2?
8

É simples. Tem que encontrar um número que divida o numerador e o denominador


ao mesmo tempo e operar essa divisão.
Para nosso exemplo, precisamos encontrar um número que divida o 4 e que divida o 8
também. Você consegue pensar em algum número? O número 2 serve. Não é
mesmo?
Então vamos lá. Vamos dividir o numerador por 2. Quatro dividido por 2 dá 2, então o
numerador da nova fração fica sendo 2. Agora vamos dividir o denominador. Oito
dividido por 2 dá 4, então o denominador da nova fração dá 4. Sendo assim a nova
2
fração fica sendo 4.

267
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Exemplo: Desenhe agora um círculo e pinte nele a fração correspondente à que
2
obtivemos, ou seja, 4.

Você percebeu que a parte do círculo que você pintou também corresponde à metade
2
do círculo? Isso quer dizer que a fração 4 também corresponde à metade. Mas dá
2
para simplificar a fração ? Existe algum número que divide 2 e 4 ao mesmo tempo?
4
Existe sim. O número 2 divide 2 e 4. Vamos dividir o numerador; 2 dividido por 2 dá 1.
Dividindo o denominador 4 por 2 dá 2. Sendo assim o novo numerador fica sendo 1 e
1
o novo denominador fica sendo 2. Logo a fração a que chegamos é 2.

Toda a conta que fizemos pode ser resumida da seguinte forma:


4 4÷2 2 2÷2 1
= = = = 2.
8 8÷2 4 4÷2

Observação: No momento em que foi perguntado um número que divida o 4 e o 8 ao


mesmo tempo, você poderia ter respondido 4. Daria certo? Sim, daria. Vamos fazer
assim: O numerador da fração é 4, dividindo-o por 4, da 1. O denominador é 8,
dividindo-o por 4, dá 2. Sendo assim, o numerador da fração em que chegamos é 1 e
1
o seu denominador é 2, ou seja, chegamos em 2 em uma só etapa. Concluímos,
portanto, que existe mais de uma maneira de se chegar à mesma resposta em um
problema de simplificação. Você pode escolher qualquer número que divida o
numerador e o denominador ao mesmo tempo para simplificar.
Mas quando vou saber que a simplificação acabou? Quando você chegar em uma
fração em que não existe um número que divida o numerador e o denominador ao
mesmo tempo.

6.7 MMC – Mínimo múltiplo Comum

Antes de começar a aprender as operações com frações, precisamos aprender o


conceito e a operação de Mínimo Múltiplo Comum (MMC).
Vamos analisar cada uma dessas palavras. Primeiramente, o que é um múltiplo?
Simplificadamente múltiplos de um número são os números que dão para dividir por
ele.
Exemplos:
Os múltiplos de 2 são (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, ...)
Os múltiplos de 3 são (3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36, 39, ...)
Os múltiplos de 5 são (5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65, ...)
Mas e múltiplos comuns, o que são?
Os múltiplos comuns entre dois números, são como o próprio nome diz, os múltiplos
dos dois ao mesmo tempo.

268
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Exemplos:
Múltiplos comuns de 2 e 3
(6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54...)
Os Múltiplos comuns entre 4 e 6 são:
(12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 ...)
Os múltiplos comuns entre 8 e 12 são
(24, 48, 72, 96, 120, ...)
Os múltiplos comuns entre 3 e 5 são
(15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 120, ...)
Agora somos capazes de deduzir o que é um Mínimo Múltiplo Comum ou MMC. Se
trata do menor de todos os múltiplos comuns de dois ou mais números.
Dos exemplos anteriores temos:
O MMC de 2 e 3 é 6.
O MMC de 4 e 6 é 12.
O MMC de 8 e 12 é 24.
Sendo assim uma maneira de encontrar o Mínimo Múltiplo comum entre dois números
seria listar todos os múltiplos de um, todos os múltiplos do outro, ver quais são
comuns e escolher o menor destes.

Mas esse método dá muito trabalho. Será que tem uma forma mais fácil?
Sim, tem um método mais fácil. Na verdade, tem dois métodos. Iremos ver os dois e o
aluno escolhe qual acha melhor para usar.
O primeiro método consiste em fatorar os dois números ao mesmo tempo, e
multiplicar os valores encontrados. Coloca-se os dois números separados por uma
vírgula e prossegue-se dividindo esses números por outros maiores até se obter 1 nas
duas colunas. Após o 1 ser obtido nas duas colunas multiplica-se os fatores utilizados.
Exemplo:
Figura 6.10: MMC de 4 e 6

Fonte: Acervo do autor

269
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Outro método consiste em pegar o maior dos números de que se quer encontrar o
MMC, e verificar se ele é divisível pelo menor, caso seja o maior dos dois números já
é o MMC. Caso o maior dos dois números não seja divisível pelo menor, tenta-se o
dobro do maior número, caso ainda não seja divisível tenta-se o triplo, o quádruplo,
assim sucessivamente até encontrar um número que seja divisível pelo menor, o
número obtido nesse processo é o MMC.
Vamos calcular o MMC de 6 e 4 por esse método.
Primeiro passo: Verifica-se se o maior número é divisível pelo menor. Nota-se que 6
não é divisível por 4, logo 6 NÃO é o MMC
Segundo passo: Verifica-se o dobro de 6 é divisível por 4. Nota-se que 12 é divisível
por 4, logo 12 é o MMC.
Vamos calcular o MMC de 3 e 5 por esse método.
Primeiro passo: Verifica-se se o maior número é divisível pelo menor. Nota-se que 5
não é divisível por 3, logo 5 NÃO é o MMC
Segundo passo: Verifica-se o dobro de 5 é divisível por 3. Nota-se que 10 não é
divisível por 3, logo 10 NÃO é o MMC.
Terceiro passo: Verifica-se o triplo de 5 é divisível por 3. Nota-se que 15 é divisível por
3, logo é 15 é o MMC.

6.8 Soma e Subtração de frações

Para somarmos ou subtrairmos frações devemos primeiro colocá-las com o mesmo


denominador, ou seja, gerarmos frações equivalentes que tenham o denominador que
precisamos. Em seguida somamos somente os numeradores entre si e mantemos o
denominador igual.
Exemplo 1:
1 3
Calcule 8 + 2 + 5.

Para efetuar esta soma, devemos colocar as frações com o mesmo denominador, a
partir do MMC. O número 5 aparentemente está sem denominador, mas já sabemos
5 1
que o denominador de um número inteiro é sempre 1, logo, 5 = 1. A fração 8 já se
encontra na forma irredutível, então, não há como gerar uma fração equivalente a ela
3
com denominador 2. Já com 2 conseguimos obter uma fração equivalente a ela com
denominador 8, basta que multipliquemos seu numerador e denominador por 4 e
3 12
teremos assim 2 = 8 .

Constatamos que o único denominador comum a todos que é possível de chegarmos


5 40
é o 8. Transformando a fração 1 em uma equivalente com denominador 8 temos 8 . Já
podemos assim efetuar nossa soma:
3 1 12 1 40 53 5
+8+5= +8+ = =68
2 8 8 8

270
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Exemplo 2:
Depois de formar no curso de Eletricista no CIPMOI, Carlos arranjou um emprego
2 1
muito bom e resolveu usar 5 do seu primeiro salário para comprar um celular, 4 para
1
comprar brinquedos para os filhos e 5 para roupas. Verificou que ainda lhe restavam
150 reais. Quantos reais Carlos gastou?
Primeiro vamos descobrir a fração que corresponde ao gasto total somando todas as
frações de gastos:
Figura 6.11: Descobrindo o gasto total

Fonte: Acervo do autor


17 3
Se foi gasto do dinheiro, então sobrou dele, que, como dito no enunciado, vale
20 20
150 reais.
3
= 150 reais
20
1
= 150 : 3 = 50 reais
20
20
= 20 x 50 = 1.000 reais então, 1000 – 150 = 850
20

Logo, Carlos gastou 850 reais.


Exemplo 3:
1
Cleiton e Roberto trabalham juntos como pintores. Cleiton pintou de uma parede
2
1
enquanto Roberto pintou dela. Qual a fração que representa a parte da parede que
3
já está pintada?
1 1
Somando cada parte da parede que já está pintada, ou seja, somando 2 a 3, obtemos
a parte total que já foi pintada, mas primeiro precisamos deixá-las com o mesmo
denominador para poder somá-las. Ambas as frações podem gerar uma equivalente
com denominador 6:
1 3
= multiplicamos denominador e numerador por 3
2 6
1 2
= multiplicamos denominador e numerador por 2
3 6

1 1 3 2 5 5
Logo, 2 + = + = , então 6 da parede já está pintada.
3 6 6 6

271
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6.9 Multiplicação envolvendo fração
O resultado da multiplicação de frações é uma fração com o numerador igual ao
produto dos numeradores e com denominador igual ao produto dos denominadores.
Exemplo 1:
3 5
Calcule 𝑥 𝑥 2.
4 3
3 5 3 5 2 3𝑥5𝑥2 30
𝑥 𝑥 2=4 𝑥 𝑥 = 4 𝑥 3 𝑥 1 = 12
4 3 3 1

Exemplo 2:
A empresa de engenharia Qualidade nota 1.000 está construindo um novo prédio
3 2
comercial. Reservou 5 do terreno da área verde para plantar rosas e 3 deste espaço
seria para apenas para as de cor vermelha. Qual a fração do terreno total que as
rosas vermelhas ocupam?
2 3 2 3 2𝑥3 6
Precisamos calcular quanto vale 3 de 5. Isso será igual a 3 𝑥 = 3 𝑥 5 = 15.
5
6
Logo, 15 do terreno total será ocupado por rosas vermelhas.

Exemplo 3:
Após formarem no CIPMOI, os alunos resolveram fazer uma festa em comemoração.
Fizeram um orçamento, dividiram os custos igualmente para cada um e recolheram o
1 2
dinheiro. Gastaram 4 do total e, em seguida, 3 do que restou, ficando com 350 reais.
Qual foi o orçamento da festa?
1 3
Como gastaram 4 do que tinham, em um primeiro momento, sobrou 4.
2 2 3 2 3 6 1
Em seguida eles gastaram do que tinha sobrado, ou seja, de = 𝑥 = = 2.
3 3 4 3 4 12
1 1 1 2 3
Então eles gastaram ( 4 + 2 ) = (4 + ) = 4 do total que tinham inicialmente.
4
3 1 4 3 1
Se gastaram 4, logo, os 350 reais que sobraram correspondem a 4, porque − = 4.
4 4
1 4
Como 4 = 350, logo, 4 = 350 x 4 = 1.400 reais.

Portanto, o orçamento da festa foi de 1.400 reais.

Observações:
Assim como usamos a multiplicação para calcular o dobro de oito (2 x 8) ou o triplo de
1 2
um quinto (3 x 5), usamos também para calcular dois quintos de quatro (5 x 4), por
exemplo.

272
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Às vezes, na multiplicação de frações, podemos facilitar nossas contas dividindo ao
mesmo tempo numerador e denominador por um mesmo número que ambos sejam
divisíveis. Desse modo, evitamos contas com valores altos e diminuímos nossas
chances de erro. O resultado da nossa multiplicação não se alterará por isso, apenas
ficará na forma de uma fração equivalente à aquela que encontraríamos caso não
tivéssemos feito nenhuma alteração. Vejamos no exemplo a seguir como isso
funciona:

8 2 10 8 x 2 x10 160
x x = =
4 15 9 4 x 15 x 9 540

Ou

Dividimos 8 e 4 por 4, 15 e 10 por 5

6.10 Divisão envolvendo fração

Para realizar uma divisão entre dois valores, sendo um deles uma fração, mantemos o
primeiro valor do jeito que está, trocamos o sinal da divisão pelo de multiplicação, e
invertemos o segundo valor (passamos o seu numerador pro lugar do denominador, e
o denominador para o lugar do numerador). Depois das alterações feitas, efetuamos a
multiplicação e temos o resultado.
Exemplo 1:
3 2 3 5 3x5 15
• ∶5=4 x = =
4 2 4x2 8

3 9 10 x 9 90
• 10 ∶ = 10 x = = = 30
9 3 3 3
3 3 1 3
• ∶5= 𝑥 = 35
7 7 5

Exemplo 2:
Depois de arranjar o emprego dos sonhos após ter se formado no CIPMOI, José
2
Roberto comprou uma televisão de 58 polegadas. Deu entrada de 5 do valor e dividiu
o restante em 6 prestações iguais. Represente com uma fração a parte do valor do
aparelho que ele deverá pagar em cada prestação.

273
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2 3
José deu uma entrada de do valor total, então ficou faltando pagar do valor,
5 5
5 2 3
porque − = .
5 5 5
3
Ele dividiu o restante (5 do valor) em 6 prestações, então em cada uma delas ele
3
pagará ∶ 6.
5
3 3 6 3 1 3 1
∶ 6= ∶ = 𝑥 = = 10
5 5 1 5 6 30
1
Ele deverá pagar em cada prestação a fração de 10 do valor do aparelho.
3
Observação: O traço horizontal da fração é o que indica divisão. Por exemplo =3∶
3 4
7 3 4
4. Então quando temos uma situação assim 4 significa 7 ∶ 5.
5

274
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Colocando o conhecimento em prática

1) A associação de moradores Bairro Bom possui 900 integrantes. Realizaram uma


eleição para escolher o seu novo presidente e representaram o resultado da seguinte
maneira:

Os quadrados verdes são os votos para o candidato A, os azuis os votos do candidato


B, e o amarelo do candidato C.
a) Qual a fração correspondente aos votos de cada candidato? Como se lê cada uma
delas?
b) Quem ganhou a eleição?
c) Considerando que todos os integrantes votaram, quantos votos teve o candidato A?
E o candidato B? E o candidato C?

2) Os números 3/12 e 4/9 são representados por x e y da seguinte maneira: x = 3/12 e y


= 4/9. Determine:
a) x + y
b) x – y
c) x . y
d) 1 : x

3) Uma revendedora de automóveis oferece financiamento com 3 opções de prazo para


pagamento: 30 meses, 40 meses e 50 meses. Escreva esses prazos na forma de uma
fração mista, considerando o ano unidade de medida de tempo.

4) (ORM-RP) Joãozinho, que adora ler, em um dia leu 1/3 do seu livro preferido, “As
aventuras maluquinhas de Esmeraldo”. No dia seguinte leu 1/3 do que faltava. Qual
fração corresponde à parte não lida?

5) Depois de comemorar sua formatura no CIPMOI, Carlos foi curtir suas férias com a
família fazendo uma viagem. Iniciou o trajeto com o tanque do carro cheio. Na primeira
parada, calculou que havia gasto 1/4 do combustível. Na segunda parada, percebeu que
no percurso entre as duas paradas, o carro havia gasto metade do combustível que
sobrara na 1ª parada. Colocou, então, 30 litros de combustível para que o tanque ficasse
cheio novamente.
a) Qual a fração correspondente à quantidade de litros que havia no tanque na 1ª
parada?
b) Qual a fração correspondente ao combustível gasto no percurso entre a 1ª e 2ª
parada?
c) Qual a fração correspondente ao combustível gasto do início da viagem até a 2ª
parada?
d) Qual a fração correspondente ao combustível que havia no tanque na 2ª parada?
e) Quantos litros cabem no tanque do carro de Carlos?

6) Um reservatório de uma fábrica de tintas contém água até os seus 2/3. Se


colocarmos mais 36 litros de água, o reservatório ficará com 3/4 de sua capacidade.
Nesse reservatório cabem quantos litros de água?

275
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7) Simplifique as seguintes frações:
12
a) 60

60
b) 72

15
c) 6

8) Exercícios: Calcule o MMC entre:

a) 2e4
b) 6e8
c) 7E3
d) 12 E 15
e) 20 e 25

9) Exercícios:

a) 2/5 + 5/3
b) 3/8 + 5/12
c) 5/2 - 3/5
d) 5/3 – 3/4

Gabarito

1) a) candidato A = 3/6 (Três sextos) ou 1/2; candidato B= 2/6 ou 1/3 (um terço);
candidato C= 1/6 (um sexto);
b) candidato A
c) A=450; B= 300; C=150;

2) A = 25/36; B = -7/36; C = 12/108; D = 4;

3) 2 ½ meses; 3 3/9 meses ou 3 4/12; 4 1/6 meses;

4) 4/9

5) a) 3/4
b) 3/8
c) 5/8
d) 3/8
Ee) 48 L

6) 432 L

7) a) 1/5; b) 5/6; c) 5/2

8) a) 4; b) 24; c) 21; d) 60; e) 100;

9) a) 31/15; b) 19/24; c) 19/10; d) 11/12

276
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Unidade 7: Razão e
Proporção
Um começo de conversa

A palavra razão tem origem no latim ratio, que significa “divisão”, ela, juntamente com a
proporção, é usada desde a antiguidade e foram usadas por Tales de Mileto para
calcular a altura das pirâmides do Egito. Ademais, razão é uma divisão e juntamente
com a proporção são fundamentais no estudo de toda a matemática, pois, é uma
disciplina mais que essencial no estudo das porcentagens, na geometria, no estudo das
probabilidades, nas regras de três, na escala, entre inúmeros outros. Além disso, possui
muitas aplicações no cotidiano, desde a proporção de receitas culinárias, na divisão de
lucros de uma empresa e em diversas ocasiões da construção civil.

Objetivos da Aprendizagem

Assim, com o aprendizado dessa unidade, poderemos resolver problemas recorrentes


de nosso cotidiano e também da construção civil, como problemas relacionados à
escalas ou nas diferentes proporções entre o materiais para fazer o traço de cimento,
chapisco, reboco, entre outros. Ademais, no dia-a-dia poderemos calcular a proporção
dos ingredientes de uma receita, além de poder comparar outros tipos de grandezas.
Por fim, para se aventurar nessa importante unidade é essencial o contanto com as
frações, já que a razão em sua essência seja uma fração e para resolver os problemas
propostos precisaremos de suas propriedades.

277
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

7.1 Razão

Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido, contado e enumerado, como a massa,
comprimento, velocidade, altura e tempo.

Razão é a divisão entre duas grandezas quaisquer, e representa a relação entre elas.

Exemplos de Razão: Muitas grandezas que usamos diariamente são razões assim como
a velocidade, densidade, porcentagem, aceleração, corrente elétrica, o número π, entre
outros.
distância massa
velocidade = densidade =
tempo volume
velocidade carga
aceleração = corrente (i) =
tempo tempo
perímetro do círculo x
= x% =
diâmetro do círculo 100

Quando analisarmos duas grandezas pela razão, vamos analisar a divisão entre elas, por
exemplo:

Exemplo 1: Por mês, João tem um salário de R$ 2000,00, Carlos tem um salário de R$
1000,00 e Antônio é tem um salário de R$1500,00. Qual a razão entre o salário de João e
Carlos?
João 2000 2
= = = 2
Carlos 1000 1
A razão foi dois. Portanto, podemos concluir que o salário do João é duas vezes maior
que o salário de Carlos.

Atenção: É necessário manter a ordem da pergunta e da razão, vamos inverter!!! Vamos


analisar a razão entre o salário do Carlos e o salário de João:
Carlos 1000 1
= = = 0,5
João 2000 2
Desta vez, a razão foi de 0,5. Portanto, o salário de Carlos é 0,5 do salário de João, ou
seja, é a metade.

278
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Seguindo o mesmo raciocínio, vamos analisar outras razões. Qual a razão entre o
salário de João e Antônio?
João 2000 4
= = = 1, 33 
Antônio 1500 3

A razão foi de aproximadamente 1,33. Portanto, podemos concluir que o salário do João
é 1,33 vezes maior que o salário de Antônio.

Exemplo 2: Em uma sala de aula, temos 60 estudantes, 45 são mulheres e 15 são


homens. Qual a razão entre o número de mulheres e homens nessa turma?

Mulheres 45 3
= = = 3
Homens 15 1
A razão foi de três. Portanto, o número de mulheres na turma é três vezes maior que o
de homens. Abaixo está a razão inversa deste caso, ou seja, a razão entre os homens e
mulheres na turma.
Homens 15 1
= = = 0 , 33 
Mulheres 45 3

Exemplo 3: Num exame, 1200 candidatos disputam 400 vagas. Há quantos candidatos
para cada vaga nesse exame?
vagas 400 1
= = = 0 , 33 
candidatos 1200 3

Pela divisão acima vemos que a relação candidato/vaga é de 3 para 1, ou seja, existem
três candidatos para cada vaga disponível.

Exemplo 4: Numa partida de futsal, Pedro finalizou 12 vezes, e fez 3 gols. Nessas
condições qual o aproveitamento dele, em relação aos gols, nessa partida?

gols 3 1
= = = 0 , 25
chutes 12 4
O que o exemplo está pedindo é a razão entre o número de gols e as finalizações do
jogador, o chamado aproveitamento. Assim, podemos concluir que Pedro faz um gol a
cada quatro chutes, um rendimento de 0,25 ou 25%.

Importante: A razão é uma operação básica elementar, uma divisão, mas para
compreender o sentido do resultado, você deverá praticar e pensar a respeito do
resultado.

Continuando a matéria, vamos conversar sobre a proporção, uma ideia que está no
nosso cotidiano e que formalmente será a igualdade entre razões.

279
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
7.2 Definição de Proporção
Proporção é a igualdade entre razões, ou seja, se eu igualar duas ou mais divisões, eu
terei a proporção entre elas.

Exemplo 5: Num certo posto de combustível a cada 10 litros de gasolina que uma
pessoa compra ela ganha R$ 2,00 de desconto, podemos colocar esses dados em uma
tabela.
Tabela 7.1 : Tabela de desconto

Litros Desconto
10 R$ 2,00
20 R$ 4,00
30 R$ 6,00
40 R$ 8,00
50 R$ 10,00
Fonte: Acervo do Autor

Nesse caso podemos estabelecer uma proporção entre esses valores, veja abaixo:
desconto 2 4 6 8 10 1
= = = = = =
litro 10 20 30 40 50 5

Desse modo, podemos visualizar a proporção entre esses valores e constatar que a
cada cinco litros comprados a pessoa ganha um real de desconto.

Exemplo 6: A razão entre a altura de um galpão e o comprimento de sua sombra, no


meio da tarde, é de 16 para 4. Se a sombra é de 5 metros, qual é a altura do prédio?

Por definição, a proporção é a igualdade entre as razões, neste caso, temos duas:
Razão 1 = Razão 2
Altura do Galpão 16
Razão 1 = =
Comprimento da Sombra 4
Altura do Galpão y
Razão 2 = =
Comprimento da Sombra 5
16 y
=
4 5

165 = y4

80 = y  4
y= 20

280
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Como o valor da altura do galpão era desconhecido e era a resposta da pergunta,
chamamos de “Y”.

7.3 Propriedades das Proporções

Propriedade 1: O produto dos extremos é igual o produto dos meios, a chamada


multiplicação em “X” ou propriedade fundamental das proporções.

Vamos utilizar a proporção abaixo, retirada do caso 1, e mudar um pouco a forma de


representação. Desse modo, podemos visualizar melhor quais são os números dos
extremos e os do meio.
6  30 = 8  40
Meios

6  30 = 8  40

Extremos

6  40 = 30  8 = 240

Essa propriedade também é conhecida como multiplicação em “X” e será muito utilizada a
frente e em várias outras disciplinas da matemática.
6 8
=
30 40
6 8
=
30 40

6  40 = 30  8 = 240

Generalizando:

a c
=
b d

a d = bc

281
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Propriedade 2: Propriedade da soma, se somar os dois termos da primeira razão e dividir
pelo primeiro ou pelo segundo termo irá obter uma razão igual à soma dos dois termos da
segunda razão dividida pelo terceiro ou quarto termo.

Vamos novamente utilizar a proporção do caso 1, para demonstrar essa propriedade,


assim ficará mais fácil.
4 6
=
20 30
4 + 20 6 + 30 4 + 20 6 + 30
= =
4 6 20 30
A partir da primeira proporção conseguimos outras duas diferentes, isso é bastante útil na
resolução de alguns problemas.

Generalizando:
a c
=
b d

a +b c+d a +b c+d
= =
a c b d

Propriedade 3: Propriedade da diferença, análoga a propriedade da soma, apenas


colocamos o sinal de negativo no lugar

4 6
=
20 30
4 − 20 6 − 30 4 − 20 6 − 30
= =
4 6 20 30

Generalizando:
a c
=
b d

a −b c −d a −b c −d
= =
a c b d

282
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
7.4 Grandezas Direta e Inversamente Proporcionais
Grandezas diretamente proporcionais, são grandezas onde a variação de uma provoca
a variação de outra numa mesma razão. Se uma dobra a outra dobra, se uma triplica a
outra triplica, se uma é dividida a outra é dividida igualmente. Matematicamente, podemos
dizer que a divisão entre essas grandezas é uma constante. Desse modo, vamos
representar abaixo,
x
= constante
y

As grandezas x e y são diretamente proporcionais, se multiplicarmos x por dois, devemos


multiplicar y também por dois para manter a igualdade.

Um exemplo disso é a relação entre a velocidade e a distância percorrida por um carro,


em um determinado período de tempo. Nesse caso, quando aumentamos a velocidade
também aumentamos a distância percorrida pelo veículo, proporcionalmente, no mesmo
período de tempo.

Grandezas inversamente proporcionais, existem quando operações inversas são


utilizadas nas grandezas. Por exemplo, se dobramos uma das grandezas temos que dividir
a outra por dois, se triplicamos uma delas devemos dividir a outra por três e assim
sucessivamente. Matematicamente, podemos dizer que a multiplicação entre essas
grandezas é uma constante. Desse modo, vamos representar abaixo,

x  y = constante
As grandezas x e y são inversamente proporcionais, se multiplicarmos x por dois,
devemos dividir y por dois para manter a igualdade.

Um exemplo disso é a relação entre o tempo e a velocidade que um veiculo pode


percorrer em uma certa distância. Nesse caso, quando aumentamos a velocidade
diminuímos o tempo para percorrer a mesma distância, proporcionalmente.

7.5 Exemplos
Exemplo 7: Uma fábrica mantém jornadas de trabalho de 6 horas para seus funcionários
e, com essa jornada, a produção mensal é de 160 mil produtos. Quantas horas diárias
serão necessárias para elevar a produção para 240 mil produtos?

Para resolver esse problema podemos comparar duas razões, assim criando uma
proporção. As razões serão a divisão de horas trabalhadas por produtos, assim temos:

horas 6 horas V
Razão 1 : = Razão 2 : =
produtos 160.000 produtos 240.000

Dessa forma, temos as duas divisões, na Razão 2 colocamos o “V”, pois não sabemos o
valor do numerador. Agora, como as frações são iguais podemos igualá-las e formar uma
proporção.

283
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6 V
=
160.000 240.000

6240.000 = V160.000
1.440.000
= V
160.000

9 = V

Agora, usando a multiplicação em “X” podemos resolver a equação. Portanto, nas


mesmas condições a jornada de trabalho deverá ser de 9 horas para que os trabalhadores
fabriquem 240 mil produtos.

Exemplo 8: Qual é a velocidade de um automóvel que gasta duas horas em um percurso,


sabendo que gastaria 6 horas nesse mesmo percurso se estivesse a 30 km/h?

Para resolver esse problema faremos duas proporções novamente, dessa vez elas serão
de horas gastas dividida por velocidade. Veja abaixo.

hora 1 2 velocidade 1 v
Razão 1 : = Razão 2 : =
hora 2 6 velocidade 2 30

Observe que, aumentando a velocidade, o tempo gasto no percurso diminui, portanto,


essas grandezas são inversamente proporcionais. Para encontrar a velocidade do
automóvel, precisamos inverter uma das razões, ficará assim.

2 30
=
6 v
2 v = 306
306
v =
2
v = 90

Aplicando a propriedade fundamental das proporções podemos resolver o equação e


descobrimos a velocidade do veículo, 90 Km/h. Assim, a velocidade é maior pois o tempo
que o motorista percorre a mesma distância é menor.

284
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Colocando o conhecimento em prática

1) Uma torneira, funcionando sozinha, enche um reservatório em 3 horas. Uma outra


torneira, funcionando sozinha, enche o mesmo reservatório em 6 horas. Determine
em quantas horas as duas torneiras, funcionando juntas, enchem o tanque.

2) Três caminhões transportam 250 m³ de areia. Quantos caminhões iguais a esse


serão necessários para transportar 7000 m³ de areia?

3) Duas torneiras são utilizadas para encher um tanque vazio. Sabendo que sozinhas
elas levam 10 horas e 15 horas, respectivamente, para enchê-lo. Quanto tempo as
duas torneiras juntas levam para encher o tanque?

4) A quantia de R$ 1.280,00 deverá ser dividida entre 3 pessoas. Quanto receberá cada
uma, se a divisão for feita em partes diretamente proporcionais a 8, 5 e 7?

5) Em um empresa, 12 pessoas concorrem a uma vaga de secretário. A razão entre o


número de candidatos e o total de vagas é de 3/2. Quantas vagas estão sendo
oferecidas?

6) Durante um treino para uma corrida, Paulo percorreu 48 Km e Renato, 60 km, em


um mesmo intervalo de tempo. Qual a razão entre as distâncias percorridas por
Paulo e Renato nesse tempo.

7) Um pedaço de cortiça com volume de 18 cm³ tem massa igual a 4,32 g. Qual é a
densidade da cortiça?

8) Uma distribuidora de combustível mistura gasolina e álcool em volumes


proporcionais a 8 e 5 respectivamente. Em uma encomenda de um posto de
combustível foram usados 4800 L de gasolina. Quantos litros de álcool foram
misturados a esse volume de gasolina?

9) José está com más notas em Matemática. A ultima prova do ano terá 56 questões.
Para ser aprovado, da cada 8 questões ela deverá acertar, no mínimo, 5. Qual é o
menor número de questões que ele deverá acertar nessa prova?

10)Renato e Carla têm uma conta conjunta em uma caderneta de poupança que está
hoje com R$ 20.300,00. As quantias que Renato e Carla investiram estão na razão
de 2 para 5, nessa ordem. Qual é a quantia que cabe a cada um nessa caderneta,
hoje?

11)Maria está vendendo na feira saquinhos com 3 maças ao preço de R$ 5,00. Antônio
é dono de uma confeitaria e vai precisar de 30 maças para fazer algumas tortas.
Quanto Antônio vai gastar comprando de Maria as maças de que necessita?

285
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Gabarito

1) As duas, juntas, enchem o tanque em 2 horas.

2) 84 caminhões.

3) As duas juntas levam 6 horas para encher o tanque.

4) As pessoas deverão receber respectivamente R$512,00, R$320,00 e R$448,00.

5) Estão sendo oferecidas 8 vagas.

6) 48/60 ou 4/5

7) A densidade da cortiça é de 0,24 g/cm³

8) Foram misturados 3000 L de álcool.

9) Ele deverá acertar 35 questões, no mínimo.

10)Renato: R$ 5.800,00 Carla: R$ 14.500,00.

11)Antônio irá gastar R$ 50,00 para comprar as maças que necessita.

286
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Unidade 8: Regra de
Três
Um começo de conversa

Provavelmente a disciplina mais importante da matemática básica, a regra de três é


fundamental e extremamente importante para qualquer pessoa. As origens da regra de
três remonta a China antiga, a mais de 3000 anos, mas foi difundida no ocidente apenas
na Idade Média. Apesar de sua criação ser tão remota, as aplicações relativas à regra
de três são as mais variadas. Tratando da matemática utilitária, podemos dizer que a
regra de três é primordial a nossa vida, pois soluciona questões corriqueiras com muita
simplicidade e economia de tempo.

Objetivos da Aprendizagem

A regra de três é a análise das variações das grandezas, ou seja, é a proporção


matematicamente aplicada. Dessa forma, é o processo destinado a resolver problemas
que envolvam grandezas diretamente ou inversamente proporcionais. Assim, é muito
utilizada no cálculo de conversão de grandezas: velocidade, massa, volume,
comprimento, área, entre outros, porque podemos descobrir um único valor a partir de
outros disponíveis no problema. Por isso, pode ser aplicada em inúmeras situações do
dia-a-dia. Por fim, para o pleno entendimento dessa unidade é importante o
compreensão de Razão e Proporção, conteúdo mais que essencial para o aprendizado
das regras de três.

287
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Em busca de informações

8.1 Regra de Três Simples

A regra de três é um processo prático para resolver problemas através de proporções,


envolvendo duas grandezas diretamente ou inversamente proporcionais em que são
conhecidas três termos e se procura o valor do quarto termo. A regra de três é simples
quando envolve duas grandezas e composta quando envolve mais de duas. É preciso ter
certeza da proporcionalidade das grandezas para aplicar essa regra.

Exemplo 1: Em 4 horas, eu li 60 páginas de um livro. No mesmo ritmo, quantas páginas


eu lerei em 6 horas?

Primeiramente, para resolver o exercício, temos que identificar as grandezas envolvidas.


Nesse caso, são as horas e as páginas. Logo após, vamos armar o problema do seguinte
modo.
Horas Páginas
4 60
6 x
Agrupamos as grandezas em colunas, para facilitar a análise. Agora, verificamos se elas
são direta ou inversamente proporcionais. Elas são diretamente proporcionais, pois se
aumentarmos a quantidade de horas lendo, no mesmo ritmo a quantidade de páginas
lidas será maior. Agora, armamos o problema fazendo a seguinte proporção.

4 60
=
6 x
x 4 = 606
606
x =
4
x = 90
Resolvemos a equação com a propriedade fundamental da proporção. Portanto, em 6
horas lerei 90 páginas.

Exemplo 2: Se, em uma fábrica de automóveis, 12 robôs idênticos fazem uma montagem
em 21 horas, em quantas horas 9 desses robôs realizam a mesma tarefa?

As duas grandezas do problema são a quantidade de robôs na fábrica e a quantidade de


horas para fazer a montagem. Assim, vamos armar o problema e colocar os valores
necessários.

288
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Robôs Horas
12 21
9 x

Com o problema montado podemos analisar as grandezas. Se aumentarmos a


quantidade de robôs para esse serviço o trabalho será finalizado mais rápido, ou seja a
quantidade de horas será menor e vice-versa. Ou seja, essas grandezas são
inversamente proporcionais. Assim, antes de montar a proporção, precisamos inverter
uma das razões para resolver o problema.

9 21
=
12 x
x 9 = 2112
2112
x =
9
x = 28

Multiplicando em cruz resolvemos a equação. Portanto, 9 robôs farão o mesmo trabalho


em 28 horas. É preciso ficar atento e identificar corretamente se as grandezas são direta
ou inversamente proporcionais.

Exemplo 3: Para construir um muro de 17m² são necessários 3 trabalhadores, num certo
período de tempo. Quantos trabalhadores serão necessários para construir um muro de
51m² no mesmo período?

Passo 1: Encontre as grandezas, neste caso são “Área do muro” e “Nº de trabalhadores”.
Passo 2: Faça o seguinte quadro.
Tabela 8.1 : Tabela de trabalhadores

N° de Área do Muro
Trabalhadores (m²)
3 17
x 51
Fonte: Acervo do Autor
Perceba que colocamos como “x” o valor a ser encontrado. Uma dica, coloque a coluna
que estiver o “x” sempre na esquerda, será mais fácil desta forma.

Passo 3: Avalie se são grandezas diretamente proporcionais ou inversamente


proporcionais, neste exemplo, são diretamente proporcionais. Caso seja inversamente
proporcional, a fração SEM o “x” deverá ser invertida.

289
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Passo 4: Iguale as razões.
3 17
=
x 51
Passo 5: Resolva a expressão.
3  51 = x  17
153 = x  17

17  x = 153

153
x =
17

x = 9
Assim, será preciso 9 trabalhadores para construir o muro no mesmo período de tempo.

Exemplo 4: Um automóvel com velocidade de 80 km/h gasta 15 minutos em certo


percurso. Se a velocidade for reduzida para 60 km/h, que tempo, em minutos, será gasto
no mesmo percurso?

Passo 1: Encontre as grandezas, neste caso são “Velocidade” e “Tempo”.


Passo 2: Faça o seguinte quadro.
Tabela 8.2 : Tabela de tempo e velocidade

Tempo (Min) Velocidade (Km/h)


15 80
x 60

Fonte: Acervo do Autor


Passo 3: Avalie se são grandezas diretamente proporcionais ou inversamente
proporcionais, neste exemplo, são INVERSAMENTE proporcionais. Caso seja
inversamente proporcional, a fração SEM o “x” deverá ser invertida.

Passo 4: Iguale as razões. Lembre-se de inverter a segunda razão.


15 60
=
x 80

Passo 5: Resolva a expressão. 1580 = x 60


1200 = x 60
x 60 =1200
1200
x =
60
x = 20

Nesse mesmo percurso, se a velocidade for reduzida para 60 Km/h, será gasto 20 min.

290
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8.2 Regra de Três Composta

Como dito anteriormente, a regra de três composta é a regra de três que envolve mais
de duas grandezas. Nesse ponto vale relembrar que, duas grandezas são diretamente
proporcionais se, mantendo-se constantes as outras grandezas envolvidas, o aumento de
uma delas provoca aumento na outra e são inversamente proporcionais se o aumento de
uma delas provoca a diminuição da outra.

Exemplo 1: Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160 m³ de areia. Em 5 horas,


quantos caminhões serão necessários para descarregar 125m³?

Primeiramente, vamos identificar quais são as grandezas envolvidas nesse problema,


nesse caso são o tempo em horas, a quantidade de caminhões e o volume de areia em
m³. Assim, como estamos lidando com três grandezas, esse exercício envolve regra de
três composta. Organizando os dados do problema, ele fica assim.
Caminhões horas volume
20 8 160
x 5 125
Agora, vamos analisar a relação entre essas grandezas. Quando aumentamos o número
de caminhões o tempo requerido para o descarregamento diminui, ou seja, número de
caminhões e tempo são inversamente proporcionais. Por outro lado, quando aumentamos
o número de caminhões também aumentamos a capacidade de areia que pode ser
descarregada. Assim, número de caminhões e volume de areia são grandezas
diretamente proporcionais. Desse forma, podemos montar a equação, lembrando que as
razões das grandezas inversamente proporcionais devem ser invertidas.
20 160 5
= 
x 125 8
20 1605
=
x 1258
20 800
=
x 1000
1000  20 = x  800

100020
= x
800
25 = x
Por fim, serão necessários 25 caminhões para descarregar 125 m³ de areia em 5 horas.

Exercícios 2: Numa gráfica existem TRÊS impressoras que funcionam ininterruptamente,


10 horas por dia, durante 4 dias, imprimindo 240.000 folhas. Tendo-se quebrado umas das
impressoras e necessitando-se imprimir, em 6 dias, 480.000 folhas, quantas horas por dia
deverão funcionar ininterruptamente as duas máquinas restantes?

291
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Como explicado para a regra de três simples, os passos são quase os mesmos, vamos
comparar:
Passo 1: Encontre as grandezas, neste caso são quatro, “Impressoras”, “Tempo por dia”,
“dias” e “folhas”.
Tabela 8.3 : Tabela de impressoras

Horas por Impressora


Folhas Dias
dia s
10 3 240.000 4
x 2 480.000 6
Fonte: Acervo do Autor
Perceba que já coloquei como “x” o valor a ser encontrado. Uma dica coloque a coluna
que estiver o “x” sempre na esquerda, será mais fácil desta forma.

Passo 3: Avalie se são grandezas diretamente proporcionais ou inversamente


proporcionais. Você vai ter que fazer está comparação entre todas as grandezas e a
grandeza que está com o “x”, uma comparação de cada vez.

“Horas por dia” com “Impressoras” => Inversamente proporcional


“Horas por dia” com “Folhas” => Diretamente proporcional
“Horas por dia” com “dias” => Inversamente proporcional

Atenção: Caso seja inversamente proporcional, a fração SEM o “x” deverá ser invertida.

Passo 4: Iguale as razões, mas como agora são várias, de um lado da igualdade fica a
razão que você quer encontrar o valor e do outro lado o produto das razões.

10 2 240000 6
=  
x 3 480000 4
Perceba que foi invertido as razões que são inversamente proporcionais.

Passo 5: Resolva a expressão.

10 2 240000 6
=  
x 3 480000 4
10 2240000 6
= 
x 3480000 4
10 2880000
=
x 5760000
105760000 = 2880000 x

x = 20

Percebeu a semelhança? Agora é fazer os exercícios e fixar o conhecimento.

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Colocando o conhecimento em prática

1) Três caminhões transportam 200 m³ de areia. Para transportar 1600 m³ de areia,


quantos caminhões iguais a esse seriam necessários? R:24 caminhões 2) A comida
que restou para 3 náufragos seria suficiente para alimentá-los por 12 dias. Um deles
resolveu saltar e tentar chegar em terra nadando. Com um náufrago a menos, qual
será a duração dos alimentos?

2) Para atender todas as ligações feitas a uma empresa são utilizadas 3 telefonistas,
atendendo cada uma delas, em média, a 125 ligações diárias. Aumentando-se para 5
o número de telefonistas, quantas ligações atenderá diariamente cada uma delas em
média?

3) Um pintor, trabalhando 8 horas por dia, durante 10 dias, pinta 7.500 telhas. Quantas
horas por dia deve trabalhar esse pintor para que ele possa pintar 6.000 telhas em 4
dias?

4) Em uma disputa de tiro, uma catapulta, operando durante 6 baterias de 15 minutos


cada, lança 300 pedras. Quantas pedras lançará em 10 baterias de 12 minutos cada?

5) Dez guindastes móveis carregam 200 caixas num navio em 18 dias de 8 horas de
trabalho. Quantas caixas serão carregadas em 15 dias, por 6 guindastes, trabalhando
6 horas por dia?

6) Com a velocidade de 75 Km/h, um ônibus faz um trajeto em 40 min. Devido a um


congestionamento, esse ônibus fez o percurso de volta em 50 min. Qual a velocidade
média desse ônibus?

7) Sabendo que os números a, 12 e 15 são diretamente proporcionais aos números 28, b


e 20, determine os números a e b.

8) Uma tábua com 1,5 m de comprimento foi colocada na vertical em relação ao chão e
projetou uma sombra de 53 cm. Qual seria a sombra projetada no mesmo instante por
um poste que tem 10,5 m de altura?

9) Uma certa quantidade de suco foi colocada em latas de 2 litros cada uma, obtendo-se
assim 60 latas. Se fossem usadas latas de 3 litros, quantas latas seriam necessárias
para colocar a mesma quantidade de suco?

10)Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3


dessas impressoras produziriam 2000 desses panfletos?

11)Uma empresa tem 750 empregados e comprou marmitas individuais congeladas


suficientes para o almoço deles durante 25 dias. Se essa empresa tivesse mais
500empregados, a quantidade de marmitas adquiridas seria suficiente para quantos
dias?

293
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12)Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada
linha. Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o número de linhas por página e
para 40 o número de letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas condições,
determine o número de páginas ocupadas.

13)Se foram empregados 4 kg de fios para tecer 14 m de uma maquete de fazenda com
80 cm de largura, quantos quilogramas serão necessários para produzir 350 m de uma
maquete de fazenda com 120 cm largura?

14)Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m 3 de areia. Em 5 horas, quantos


caminhões serão necessários para descarregar 125m 3 ?

15)Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias.Quantos


carrinhos serão montados por 4 homens em 16 dias?

16)Uma gráfica possui 5 máquinas iguais que produziram juntas uma encomenda de
1.200 cartelas de adesivos em 4 horas. Essa gráfica recebeu uma encomenda de
1.300 cartelas desse adesivo, porém, 3 dessas máquinas não poderão ser utilizadas
por estarem em manutenção. Portanto, qual o tempo necessário para produzir essa
nova encomenda?

17)Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas horas levarão 10 torneiras
para encher 2 piscinas?

18)Uma equipe composta de 15 homens extrai, em 30 dias, 3,6 toneladas de carvão. Se


for aumentada para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair 5,6 toneladas de
carvão?

19)Vinte operários, trabalhando 8 horas por dia, gastam 18 dias para construir um muro
de 300m. Quanto tempo levará uma turma de 16 operários, trabalhando 9 horas por
dia, para construir um muro de 225m?

20)Um caminhoneiro entrega uma carga em um mês, viajando 8 horas por dia, a uma
velocidade média de 50 km/h. Quantas horas por dia ele deveria viajar para entregar
essa carga em 20 dias, a uma velocidade média de 60 km/h?

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Gabarito

1) 18 Dias

2) 75 Ligações

3) 16 Horas

4) 400 Pedras

5) 75

6) 60 km/h

7) a=21 e b= 16

8) 371 cm

9) 40 Latas

10)160

11)15

12)18

13)150

14)25 Caminhões

15)32 Carrinhos

16) 10,8 horas ou 10 horas e 50 min.

17)6 Horas

18)35 Dias

19)15 Dias

20)10 Horas por dia

295
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Referências Bibliográficas

RAMOS, Danielle de Miranda. "Propriedades da Proporção"; Brasil Escola. Disponível


em: <https://brasilescola.uol.com.br/matematica/propriedades-proporcao.htm>. Acesso em
15 de maio de 2020.

“Grandeza, Razão e Proporção” . Passei Web. Disponível em:


<https://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/matematica/algebra/grandeza
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“Grandezas Proporcionais” . Só Matemática. Disponível em:


<https://www.somatematica.com.br/fundam/grandeza.php>. Acesso em 15 de maio de
2020.

SILVA, Marcos Noé Pedro da . "Proporcionalidade entre Grandezas"; Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/proporcionalidade-entre-
grandezas.htm. Acesso em 15 de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. "Exercícios sobre as grandezas inversamente


proporcionais"; Exercícios de Matemática. Disponível em:
<https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-sobre-as-
grandezas-inversamente-proporcionais.htm#questao-5914>. Acesso em 17 de maio de
2020.

NOVAES, Jean Carlos. “Razão e proporção: Com exercícios resolvidos"; Matemática


Básica. Disponível em: <https://matematicabasica.net/razao-e-proporcao/>. Acesso em 17
de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. "Exercícios sobre as grandezas diretamente


proporcionais"; Exercícios de Matemática. Disponível em:
<https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-sobre-as-
grandezas-diretamente-proporcionais.htm>. Acesso em 17 de maio de 2020.

JHONNES – Números inteiros – Disponível em: <http://www.professorjhonnes.com/7ano>


Acesso em: maio de 2020.

STOODI – EXERCÍCIOS DE OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS – Disponível em:


<https://www.stoodi.com.br/exercicios/matematica/operacoes-com-numeros-inteiros/>
Acesso em: maio de 2020.

SÓ MATEMÁTICA – Leitura dos números decimais – Disponível em:


<https://www.somatematica.com.br/fundam/decimais/decimais3.php> Acesso em: maio de
2020.

GOUVEIA, Rosimar, “Expressões Numéricas”, Toda Matéria. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/expressoes-numericas/>. Acesso em 15 de maio de
2020.

296
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Referências Bibliográficas

SILVA, Marcos Noé Pedro da, “Problemas Envolvendo Expressões Numéricas”, Mundo
Educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/problemas-
envolvendo-expressoes-numericas.htm>. Acesso em 15 de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira, “Exercícios Sobre Problemas Envolvendo Expressões


Numéricas”, Mundo Educação. Disponível em:
<https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-sobre-
problemas-envolvendo-expressoes-numericas.htm>. Acesso em 15 de maio de 2020.

“Expressão numérica”, Clubes da Matemática a OBMEP. Disponível em:


<http://clubes.obmep.org.br/blog/probleminha-expressao-numerica/>. Acesso em 17 de
maio de 2020.

BIANCHINI, Edwaldo. Matemática Bianchini 6º ano. 7° Edição, São Paulo: Editora


Moderna, 2011.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. "Adição"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/matematica/adicao.htm. Acesso em 18 de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. "O que é multiplicação?"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-multiplicacao.htm. Acesso em
18 de maio de 2020.

LUIZ, Robson. "Divisão"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/matematica/divisao.htm. Acesso em 18 de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. "Subtração"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/matematica/subtracao.htm. Acesso em 18 de maio de 2020.

SILVA, Luiz Paulo Moreira. “Exercícios sobre adição"; Brasil Escola. Disponível em:
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-sobre-
adicao.htm. Acesso em 18 de maio de 2020.

Oliveira, Naysa Crystine Nogueira. “Adição de números naturais"; Mundo educação.


Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/adicao-numeros-
naturais.htm. Acesso em 18 de maio de 2020.

297
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2021
Tecnologia da Soldagem
2° Bimestre 2020
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário Geral
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Apresentação


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1
Diretor da EEUFMG Ementa 2
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
Objetivos de aprendizagem 3
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Estruturagao 4
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães Processos de Soldagem 5
Supervisão de área
Fundamentos de Soldagem 68
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel Mendes
Comunicagao e relagoes humanas 93
de Almeida Carvalho

Informatica basica 116


Matematica 145
Instrutores Colaboradores
Arthur Electo

César Romero Afonso Goulart Júnior

João Paulo Faria

Lara Alves Rachid

Larissa Coelho

Matheus Pires

Túlio Duarte

Victor Horta Miranda


Apresentação
Ementa
A seguinte apostila tem por finalidade auxiliar na capacitação dos trabalhadores que se envolvem
com a área da Soldagem, fornecendo embasamento teórico sobre a matéria técnica de soldagem.

Objetivos da Aprendizagem
As disciplinas aqui tratadas tem como objetivo dar todo o suporte do conhecimento básico
para sua utilização nas matérias técnicas, além do conteúdo básico nos tratamos com
disciplinas de formação complementar que consideramos fundamentais para sua
formação como profissional - independente da área de atuação- sendo eles os conteúdos
de Informática e Comunicação e Relações Humanas que vão contribuir tanto para sua
vida profissional quanto pessoal!
As matérias técnicas aqui tratadas tem a finalidade de construir um conhecimento sólidos
dos fundamentos da soldagem por meio do entendimento físico e químico de cada
processo, além de ensinar sobre os processos comumente utilizados no mercado,
apontando as suas característica com o objetivo desenvolver a capacidade de discussão e
senso critico sobre o processo de soldagem. Ao longo de todo esse processo será sempre
mantida a relação entre a teoria aprendida e as aplicações práticas dentro do laboratório.
Finalmente, e esperado que os estudantes diplomados tenham capacidade de
desenvolver, compreender e aplicar todos os conhecimentos aprendidos em sala de aula
na indústria.
Esperamos que esse conteúdo seja muito útil ao longo do seu aprendizado e
desenvolvimento!
Bons estudos!

Todas as sugestões para melhora desse material são muito bem vindas, para dar
sugestões procure pelo instrutor responsável pela matéria ou deixe sua opinião na
secretaria do CIPMOI.
Estruturação
Este livro faz parte de uma sequencia de quatro apostilas complementares que buscam
dar sequencia as unidades introduzidas ao longo dos quatro bimestres, por cada uma das
matérias lecionadas no curso, tendo cada uma delas temas relevantes para a sua
aprendizagem. Estas unidades são chamadas Unidades Temáticas. Os assuntos ou temas
das unidades podem estar relacionados entre si e cada uma delas tem começo, meio e
fim e ocupa, aproximadamente, de 16 a 20 paginas do livro-texto. Todas as Unidades
Temáticas tem a mesma estrutura editorial interna. Dada a importância dessa forma de
organização da Unidade, você encontra a seguir uma apresentação explicativa dessa
estrutura.

Estrutura editorial da Unidade Temática


Um começo de conversa - e a apresentação geral da unidade, na qual o aluno será
informado do que vai se tratar e de quais os objetivos de aprendizagem que se pretendem
alcançar.
Objetivo de aprendizagem - tópico gerador - o aluno devera ser chamado a refletir sobre
o tema da unidade e terá oportunidade de identificar o que já sabe sobre o assunto. Parte
do pressuposto que quase todos nos sabemos algo a respeito de quase tudo, e que a
melhor maneira de aprender coisas novas e partir daquilo que já sabemos sobre o
assunto. E importante se viver a experiencia de descobrir o que se sabe.
Em busca da informação - e nesta seção que os pontos mais importantes do conteúdo
da unidade serão desenvolvidos. Parte-se do pressuposto que, para ser um bom
profissional, o aluno precisa conhecer bem o conteúdo da unidade. Tudo o que for
apresentado neste tópico será coerente com os objetivos indicados em “Um começo de
conversa” e precisa fazer sentido de acordo com aquilo que o aluno já sabe. Nem sempre
o conteúdo apresentado nesta seção vai confirmar o que o aluno já conhece. Pode ser
que o resultado da “busca de informações” seja, exatamente, mostrar que o conhecimento
prévio sobre o assunto e equivocado. Este conteúdo pode levar a dar a esse
conhecimento prévio um novo significado. Podem-se apresentar exercícios de menor
complexidade que o aluno possa fazer individualmente e em casa.
Colocando o conhecimento em pratica - nesta seção, o aluno devera encontrar
atividades, exercícios, leituras, propostas de reflexão, enfim, aquilo que for pertinente para
aplicar os conhecimentos que foram adquiridos. Algumas atividades devem ser em grupo
e outras individuais.
Recapitulando - nesta seção da Unidade Temática, e apresentada uma síntese do que foi
examinado, que poderá ser complementado com um texto, ou alguma atividade que
cumpra o objetivo de sistematizar o que foi aprendido.
Para saber mais - Bibliografia - o aluno sempre pode saber mais. Por isso, aqui são
indicados livros, artigos, filmes e outros meios que apresentem conteúdo relevante para o
tema desenvolvido na unidade.
Prática de Laboratório - Instruções para a aula pratica a ser realizada no laboratório.
Processos de Soldagem
2º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário
Unidade 1-GTAW (TIG) 7
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Fundamentos 8
1.2 Vantagens 9
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1.3 Desvantagens 9

Diretor da EEUFMG 1.4 Equipamentos 9


Prof. Cícero Murta Diniz Starling
1.5 Consumíveis 16
Vice- Diretor da EEUFMG 1.6 Técnica Operatória 18
Prof. Luiz Machado
1.7 Aplicações Industriais 22
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães Unidade 2-Soldagem a Plasma 29
Supervisão de área 2.1 Fundamentos 30
2.2 Vantagens 31
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
2.3 Desvantagens 31
Carolina Martins Abreu
2.4 Equipamentos 31
Gabriel Mendes de Almeida Carvalho
2.5 Consumíveis 33

Instrutores Colaboradores 2.6 Técnica Operatória 34


2.7 Aplicações Industriais 35
Arthur Electo

Matheus Pires Unidade 3-Corte a Plasma 37


César Romero Afonso Goulart Júnior 3.1 Fundamentos 37

Lara Alves Rachid (2020) 3.2 Vantagens 38

Victor Horta Miranda (2020) 3.3 Desvantagens 38


3.4 Equipamentos 38
3.5 Consumíveis 40
3.6 Técnica Operatória 40
3.7 Aplicações Industriais 41

Unidade 4-GMAW (MIGMAG) 44


4.1 Fundamentos 44
4.2 Transferência Metálica 45
4.3 Vantagens 52
4.4 Desvantagens 53
4.5 Equipamentos 53
4.6 Consumíveis 58
4.8 Aplicações Industriais 65

Tecnologia da Soldagem 6 CIPMOI 2020


Unidade 1: GTAW (TIG)
Um começo de conversa

A soldagem a arco elétrico com eletrodo de tungsténio e proteção gasosa (Gas Tungsten
Arc Welding - GTAW ou Tungsten Inert Gas - TIG) é um processo que realiza a união de
peças metálicas por meio do aquecimento gerado por um arco elétrico, estabelecido entre
o eletrodo de tungsténio não consumível e as peças a serem unidas.
Uma nuvem de um gás inerte, ou de uma mistura de gases inertes, protege a poça de
fusão contra a contaminação pela atmosfera e a soldagem pode ser feita ou não com a
presença de metal de adição, que caso seja utilizado, é colocado diretamente na poça de
fusão.
Figura 1.1: Esquema do processo TIG a) com foco na poça de fusão e b) com foco no equipamento

Fonte: http://aneste.org/2-definico-de-soldagem.html?page=7 Acesso em:04/2020

Ponto de partida – Tópico gerador

• Gás inerte: Um gás inerte é qualquer gás que não é reativo em circunstâncias normais
(CNTP - Condições Normais de Temperatura e Pressão), ou seja, não realiza reações
químicas com os elementos a sua volta. De maneira geral, os gases inertes são os
gases nobres.

Tecnologia da Soldagem 7 CIPMOI 2020


• Gases nobres: São compostos pelos elementos da coluna 8A da tabela periódica.
Eles são mais estáveis quimicamente devido ao número de elétrons que compõem a
última camada de elétrons (camada de valência). Os elementos normalmente se
estabilizam com 8 elétrons na camada de valência, que é exatamente a propriedade
característica dos elementos da coluna 8A (Com exceção dos casos em que a camada de
valência é a primeira camada, como no caso do hélio, que se estabiliza com 2 elétrons
apenas). Dessa forma eles não precisam reagir com outros elementos para se estabilizar,
e tendem a manter-se inertes. Hélio, Neônio, Argônio e Xenônio são alguns exemplos.
Apesar de todos esses gases serem inertes apenas o Hélio e o Argônio têm aplicação na
soldagem. Os demais gases nobres têm outras aplicações, como por exemplo: fabricação
de lâmpadas.

Figura 1.2: Tabela periódica

Fonte: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica/ Acesso em:04/2020

Em busca de informações

1.1 Fundamentos
O processo GTAW utiliza o calor gerado pelo arco elétrico para realizar a fusão, e
consequentemente união de peças. O arco elétrico na soldagem TIG é bastante estável,
suave e produz, em geral, soldas com boa aparência e acabamento, que exigem pouca ou
nenhuma limpeza após a operação. É possível mecanizar o processo, mas geralmente ele
é manual.

O processo é caracterizado por um ótimo controle da poça de fusão e do calor transferido


pela peça. É aplicável a maioria dos metais e suas ligas, numa

Tecnologia da Soldagem 8 CIPMOI 2020


ampla faixa de espessuras, entretanto geralmente é utilizado na soldagem de metais não
ferrosos e em peças de pequena espessura, devido ao seu alto custo de equipamentos e
consumíveis e à baixa produtividade.

1.2 Vantagens
• Algumas das vantagens da soldagem GTAW são:
• Excelente controle da energia transferida para a peça, devido ao controle independente
da fonte de calor e da adição de metal de enchimento, semelhante ao que ocorre na
soldagem a gás,
• É possível realizar a soldagem autógena (sem metal de enchimento), uma vez que o
eletrodo é não consumível,
• Não produz grandes quantidades de fumos e gases, garantindo boa visibilidade para o
soldador,
• Arco estável, suave e que produz soldas com boa aparência e acabamento,
• Aplicável a maioria dos metais e suas ligas, numa ampla faixa de espessuras.

1.3 Desvantagens
• Algumas das desvantagens da soldagem são:
• Custo dos equipamentos e consumíveis é elevado,
• Produtividade baixa,
• Dependente de habilidade manual do soldador.

1.4 Equipamentos
• Cilindro de gás de proteção;
• Reguladores de pressão;
• Mangueiras e cabos;
• Fonte de energia;
• Tocha de soldagem e seus acessórios (Difusor de gás e bocal);
• Dispositivo de abertura do arco (geralmente acoplado à tocha);
• Eletrodo de Tungstênio;

Tecnologia da Soldagem 9 CIPMOI 2020


Figura 1.3: Equipamento de soldagem GTAW

Fonte: http://www.weldingcable.biz/welder_cable_selection.html Acesso em:04/2020

A fonte pode ser eletrônica ou convencional e é do tipo corrente constante, podendo ser
contínua, pulsada ou alternada. Geralmente as fontes para soldagem TIG abrangem uma
faixa de corrente entre 5A e 500A. A fonte TIG se assemelha a fonte utilizada para soldagem
com eletrodo revestido, mas geralmente possibilitam ajustes mais precisos de corrente e
podem ser equipadas com dispositivos para abertura do arco, temporizadores e válvulas
para controle do fluxo de gás, sistemas para refrigeração da tocha de soldagem, pedais para
controle de corrente, dentre outros.
Fontes mais simples, que não possuem a opção de utilizar corrente alternada não são
capazes de soldar alumínio e magnésio. Fontes mais completas geralmente tem a opção de
também utilizar corrente alternada ou corrente pulsada e regulagem de pré e pós purga.
Figura 1.4: Fonte multiprocessos

Fonte: https://www.brutatec.com.br/solda-inversora Acesso em:04/2020

A tocha de soldagem tem como função suportar o eletrodo de tungstênio e fornecer


passagem para o gás de proteção. Existem tochas refrigeradas pelo

Tecnologia da Soldagem 10 CIPMOI 2020


próprio gás de proteção ou com um sistema de refrigeração próprio. Elas possuem uma
pinça interna cuja função é segurar o eletrodo de tungstênio e proporcionar o contato elétrico
e possuem difusores de gás e bocais para o direcionamento do fluxo de gás que podem
ser cerâmicos ou metálicos e de diversos diâmetros. O diâmetro do bocal e do eletrodo
devem ser escolhidos com base na corrente utilizada e na espessura da peça a ser soldada.
Tanto os bocais quanto os difusores de gás se desgastam com o tempo de uso, e necessitam
de reposição com frequência, entretanto não são considerados consumíveis no processo.

Figura 1.5: Componentes da tocha GTAW

Fonte:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1345828042-kit-tocha-tig-wp171826-tn17-tn
18-hw26-e-tw350-_JM?quantity=1#position=22&type=item&tracking_id=2148ec96-70
66-47d7-82df-c83886421fd0 Acesso em:04/2020

O gás protetor é fornecido por meio de um ou mais cilindros de gases inertes, equipados
com reguladores de pressão e de vazão. Em situações em que diferentes misturas de gases
devem ser usadas com frequência, misturadores podem ser uma opção interessante, sendo
que eles podem ser comprados comercialmente ou construídos para a aplicação específica.

Tecnologia da Soldagem 11 CIPMOI 2020


Figura 1.6: Misturador de gases TIG

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAejuMAK/solda-soldagem-tig-
ufmg?part=2 Acesso em:04/2020

Como foi visto, na soldagem com eletrodos revestidos a abertura do arco é realizada
tocando o eletrodo na peça para estabelecer um curto-circuito. Já na soldagem com
eletrodos não consumíveis isso não é recomendado pois pode transferir material do
eletrodo para a peça e danificar o eletrodo, que geralmente é apontado antes da operação.
Para realizar a abertura do arco utiliza-se um ignitor de alta frequência.

Esse dispositivo gera um sinal de alta frequência e alta tensão, com valores em torno de
5kHz e 3kV, que produz a ionização da coluna de gás de proteção entre o eletrodo e a
peça, induzindo a abertura do arco. Em fontes eletrônicas também é possível realizar a
abertura do arco utilizando um mecanismo chamado de rampa de corrente, que permite
que o arco seja aberto tocando o eletrodo na peça com a corrente ainda em valor baixo, e
Figura 1.7: Ignitor de alta frequência.
então esse valor é elevado progressivamente até chegar na corrente de soldagem.

Fonte:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1462417723-ignitor-de-alta-frequncia-300a-para-maquina-de-solda-ti
g-_JM Acesso em:04/2020
O regulador de pressão tem a função de regular a vazão de gás desejada e informar a
quantidade de gás restante no cilindro. Valores típicos são 7L/min de vazão e 200kgf/cm 2
de pressão para um cilindro de 50L (quando novo). Normalmente possui dois manómetros
onde um informa a pressão interna do cilindro (quantidade de gás restante) e o outro a
vazão ou pressão de saída (regulável de acordo com tamanho do bocal e corrente a ser
utilizada).

Tecnologia da Soldagem 12 CIPMOI 2020


Figura 1.8: Regulador de pressão.

Fonte: https://casadosoldador.com.br/p/regulador-de-pressao-ri-30-argonio-famabras-860 Acesso em: 04/2020

Os cabos tem a função de transmitir a corrente de soldagem, devendo ter diâmetro


apropriado para a corrente de soldagem utilizada, e isolando o operador do risco de choque
elétrico.
As mangueiras são utilizadas para conduzir o gás ou mistura de gases inertes, e se for o
caso, liquido refrigerante da tocha de soldagem.
Figura 1.9: Líquido Refrigerante.

Fonte: https://www.binzel-abicor.com/BR/por/produtos/acessorios/welding-chemicals/liquidos-refrigerantes/
Acesso em: 04/2020

Líquidos refrigerantes são desenvolvidos com condutâncias muito baixas que reduzem
consideravelmente a corrosão elétrica de todas as partes metálicas do sistema de
refrigeração e, portanto, prolongam a vida útil dos sistemas de soldagem e corte refrigerados
a líquido. Caso seja utilizado água comum, a máquina funcionará, porém o o processo de
corrosão dos componentes será acelerado e eles terão vida útil reduzida.
Diferentemente do processo de soldagem com eletrodos revestidos, o processo GTAW utiliza
um eletrodo não consumível, e por isso ele é abordado na seção de equipamentos desse
capítulo. Entretanto, apesar de não ser um consumível no processo, o eletrodo de tungstênio
é desgastado durante o processo e principalmente durante sua afiação e por isso é uma
peça que exige reposição frequente devido ao desgaste.
Os eletrodos utilizados na soldagem TIG são de tungstênio e podem conter adição de
óxidos de cério, lantânio, tório, zircônio, entre outros. Sua função básica é conduzir corrente
elétrica para o arco elétrico. Para a execução da soldagem é necessário que os eletrodos
sejam apontados, esse processo é

Tecnologia da Soldagem 13 CIPMOI 2020


feito mecanicamente (abrasão) antes de se iniciar a operação de soldagem para garantir
melhores condições ao processo.
Figura 1.10: Eletrodos de tungsténio

Fonte: https://www.nationalwelding.com.au/welding-consumables/tungsten-electrodes/Acesso em: 04/2020


O eletrodo com adição de óxido de tório é muito utilizado para aplicações em corrente
contínua (CC-). Entretanto ele libera radioatividade durante a afiação, e, portanto, deve-se
utilizar máscara respiratória e lavar as mãos e braços após sua afiação.
Figura 1.11: Tipos de Eletrodos e suas aplicações.

Fonte: http://www.portosoldas.com.br/?grid_products=eletrodo-de-tungstenio-2-lantanio-ponta-azul Acesso em:


Os eletrodos de tungsténio puro tendem 04/2020
a ser utilizados com corrente alternada, como
será explicado na seção de técnica operatória, e em aplicações mais simples, devido ao
seu baixo custo. Para adquirir um arco mais estável e

Tecnologia da Soldagem 14 CIPMOI 2020


Os eletrodos de tungsténio puro tendem a ser utilizados com corrente alternada, como
será explicado na seção de técnica operatória, e em aplicações mais simples, devido ao seu
baixo custo. Para adquirir um arco mais estável e
um eletrodo mais durável, é recomendado utilizar eletrodos com adição de óxidos.
É necessário ter outro cuidado importante com os eletrodos de tungsténio em sua utilização
que é a preocupação com a posição de afiação correta do eletrodo. O eletrodo deve ser
afiado sempre seguindo o sentido de rotação do rebolo, e nunca transversalmente. Isso
porque as ranhuras radiais no eletrodo dificultam o movimento dos elétrons, prejudicando a
estabilidade do arco elétrico.

Figura 1.12: Forma correta e incorreta de afiação do eletrodo de tungsténio no processo TIG.

Fonte: http://www.dutramaquinas.blog.br/aprenda-a-instalar-sua-tig-boxer/
Acesso em:04/2020

Além disso também é importante levar em consideração o ângulo de ponta na afiação do


eletrodo. Quanto mais agudo for o ângulo de ponta do eletrodo maior será a área da poça de
fusão e menor será sua profundidade. Conforme o ângulo é aumentado, a espessura da
poça de fusão diminui e sua profundidade aumenta.

Tecnologia da Soldagem 15 CIPMOI 2020


Figura 1.13: Efeito da variação do ângulo de ponta do
eletrodo no processo TIG

Fonte:
http://guias.oxigenio.com/efeitos-da-afiacao-de-um-eletrodo-de-tungstenio-processo-
de-solda
1.5 Consumíveis Acesso em:04/2020

• Gás de Proteção;
• Metais de adição, se utilizados.
Os gases geralmente utilizados no processo de soldagem TIG são o Argônio (Ar), o Hélio
(He) ou uma mistura desses gases, cuja função no processo é ser o gás de proteção e
estabilizar o arco elétrico. É possível também utilizar Hidrogênio nas misturas, por
exemplo, para soldagem de aços inoxidáveis, e Nitrogênio para soldagem de cobre e
suas ligas. O gás deve ter pureza acima de 99% e a umidade também deve ser
controlada para que o processo seja executado com maior qualidade. Abaixo segue uma
comparação entreTabela
Ar e He:
1.1: Tabela comparativa entre Hélio(He) e Argônio(Ar)
Característica Argônio Hélio (He)
(Ar)
Custo Menor Maior
Estabilidade do arco elétrico Maior Menor
Consumo de gás Menor Maior
Tensões no arco elétrico Menores Maiores
Penetração na soldagem Menor Maior
Facilidade de abertura do arco elétrico Maior Menor
Velocidade de soldagem Menor Maior
Qualidade do efeito de limpeza de óxidos em Maior Menor
soldagem com corrente alternada

Tecnologia da Soldagem 16 CIPMOI 2020


Geralmente a mistura de gases selecionada é feita a partir do metal a ser soldado, da
posição de soldagem e da espessura das peças a serem unidas. Também deve-se levar
em consideração os parâmetros fornecidos nessa tabela para atender ao interesse do
operador. Por exemplo, para uma solda de custo mais baixo e que se deseja uma boa
estabilidade do arco, indica-se uma porcentagem maior de Argônio na mistura, enquanto
para soldas com maior velocidade de soldagem indicam-se misturas com maior
porcentagem de Hélio. Portanto é necessário balancear as necessidades do processo
para encontrar a mistura ideal.

O metal de adição é fornecido na forma de varetas na soldagem manual e na forma de


um fio enrolado em bobinas na soldagem mecanizada. Sua escolha é realizada a partir
das propriedades mecânicas desejadas para a solda, geralmente com composição
química próxima à do metal de base. Compatibilidade metalúrgica, parâmetros
operacionais e custo também devem ser considerados. O diâmetro da vareta é escolhido
em função da espessura das peças a serem unidas, da quantidade de material a ser
depositado e dos parâmetros de soldagem. Em alguns casos, também é possível utilizar
uma parte do metal de baseFigura
como1.14: Varetas de adição
metal de adição, desde que ele seja devidamente
cortado. O metal de adição geralmente é adicionado à frente da tocha de soldagem com a
vareta formando um ângulo de 15° com a peça.

Fonte: http://guias.oxigenio.com/escolhendo-vareta-material-ser-adicionado Acesso em:04/2020

Tecnologia da Soldagem 17 CIPMOI 2020


Figura 1.15:Nomenclatura de arames para Aço Carbono.

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e tecnologia.
Editora UFMG.

Tabela 1.2: Composição Química de Arames.


Classifies ç£o C Mn Si P S Ni Cr Mo V Cu

ER 70S-2 0.07 03-1.4 0,400.70

ER70S-3 0.060.15 0.9-1.4 0.450.75

ER70S-4 0.060,15 1.0-1.5 0.660.85 0.025 0.035 0.15 0.15 0.15 0.03 0.50

ER70S-6 0,060,15 1.4-1.8 0.80-1.15


E 70S-7 0.060,15 1.5-2.0 0.500.80

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e tecnologia.
Editora UFMG.

1.6 Técnica Operatória


Para realizar a soldagem é necessário primeiro preparar a peça realizando uma limpeza em
sua superfície. Essa limpeza, química ou mecânica, deve remover óleo, graxa, sujeira, tinta
ferrugem e outras contaminações existentes no metal de base. Antes de abrir o arco é
recomendado abrir a vazão de gás inerte por alguns segundos, realizando a pré-purga de
gás.

Para realizar a abertura do arco não se deve encostar o eletrodo na peça (caso possua
ignitor de alta frequência) ou no metal de adição. O arco deve ser aberto utilizando o ignitor
de alta frequência que é acionado por meio do gatilho acoplado à tocha. Na soldagem com
corrente contínua o ignitor é desligado após a abertura do arco. Na soldagem com corrente
alternada o ignitor permanece ligado, pois na inversão da polaridade a corrente se anula e
para manter a estabilidade do arco é necessário manter o ignitor ligado constantemente.

Caso utilizado uma tocha sem ignitor, deve-se abrir o registro de gás na tocha inicialmente,
encostar o eletrodo levemente na peça, levantar a tocha até estabilizar o arco (conhecido
como LIFT ARC).

Tecnologia da Soldagem 18 CIPMOI 2020


Figura 1.16: Técnica de abertura por Lift Arc.

Fonte: http://www.compressorpartsbd.com/big-blue-500pro.php Acesso em:04/2020 adaptado

Após a abertura do arco deixa-se a tocha imóvel por alguns instantes para que se forme a
poça de fusão. Quando o volume ou tamanho adequado for alcançado, o movimento de
translação (deslocamento da tocha) deve ser iniciado, e se for o caso, também o movimento
de tecimento e a adição de metal, que deve ser feita diretamente na poça de fusão.
Diferentemente do processo de soldagem com eletrodo revestido, não há necessidade do
movimento de mergulho, visto que o eletrodo não é consumível. Deve-se ter o cuidado de
não se retirar a ponta aquecida da vareta de adição, da nuvem do gás de proteção, para
evitar sua contaminação com o ar atmosférico.
Ao final da junta extingue-se o arco liberando o gatilho (2 tempos), ou pressionando-o
novamente (4 tempos). Recomenda-se realizar a pós-purga, mantendo a tocha posicionada
sobre o cordão e deixando o fluxo de gás inerte por alguns segundos após a finalização do
arco elétrico. Esse procedimento evita a contaminação do final da solda pela atmosfera
enquanto ela ainda está aquecida. É importante também manter a vareta de adição dentro do
alcance do gás de proteção para que ela também não contamine sua ponta.
A tocha pode ser inclinada em relação à direção de soldagem, para facilitar a visualização do
arco elétrico pelo soldador.
O comprimento do arco é a distância entre a ponta do eletrodo e a peça de trabalho e é
controlado pela mão do soldador. Mantendo os demais parâmetros constantes, a tensão é
diretamente proporcional ao comprimento do arco (maior comprimento de arco resulta em
maior tensão) e a penetração de solda é inversamente proporcional ao comprimento do arco
(maior comprimento de arco resulta em menor penetração). No entanto arcos muito curtos ou
muito largos favorecem a formação de descontinuidades, devido à sua instabilidade.
A corrente de soldagem é selecionada pelo soldador e definida na fonte de energia. Assim
como nos outros processos de soldagem a arco elétrico, quanto maior for o valor da corrente,
maior será a penetração da solda e maior será a largura da solda. O tipo e a polaridade de
corrente alteram a geometria do cordão de solda, e por isso devem ser considerados pelo
soldador.

Tecnologia da Soldagem 19 CIPMOI 2020


Tabela 1.3: Tabela esquemática sobre o efeito do tipo de corrente e polaridade na soldagem TIG.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAejuMAK/solda-soldagem-tig-
ufmg?part=2 Acesso em:04/2020

O efeito de limpeza de óxidos mostrado na figura acima consiste na remoção de


camadas superficiais de óxidos do metal de base, pela ação do arco elétrico, quando o
eletrodo é positivo. Nesse sentido a corrente inversa é vantajosa para soldagem de metais
muito reativos como alumínio, magnésio e titânio. Contudo, o processo acaba se tornando
muito insatisfatório termicamente, gerando um grande aquecimento do eletrodo e pouco
aquecimento da peça. Portanto a corrente inversa não deve ser utilizada, mas sim a
corrente alternada, que é capaz de alcançar um meio termo entre as duas polaridades de
corrente, tendo um balanço de calor melhor e conseguindo realizar a limpeza de óxidos da
peça.
Como o eletrodo de tungstênio tende a receber mais calor quando se utiliza corrente
alternada é recomendado o uso do eletrodo de tungstênio puro nesses casos, este possui
menor emissão de elétrons o que produz menor aquecimento do eletrodo durante o
processo, evitando fusão e desgaste excessivo do eletrodo.
Para soldagem de alumínio indica-se o uso do eletrodo com ponta arredondada, chamada
de "ponta abaulada”. Para isso deve-se deslocar o balanço AC da fonte para o máximo,
zerar a corrente e ir aumentando aos poucos. Se a fonte não possuir esse recurso,
coloque a tocha em polaridade CC+ e realize o procedimento, lembrando de retornar para
CC- antes de soldar.
A ponta deve possuir o mesmo diâmetro do eletrodo.

Tecnologia da Soldagem 20 CIPMOI 2020


Figura 1.17: Ponta abaulada do eletrodo.

Fonte: https://www.millerwelds.com/resources/article-library/ten-common-tig-problems-a-visual-guide Acesso


em:04/2020
Se o eletrodo está com aparência escura ou azulada, pode ser que o tempo de pós-purga
está muito baixo. Para evitar isto, aumente o tempo de pós purga e mantenha a tocha sobre
o cordão após extinção do arco.
Figura 1.18: Ponta azulada.

Fonte: Próprio autor

É importante ressaltar que na soldagem TIG a poça de fusão tem maior profundidade com
corrente direta (CC-) e menor profundidade com corrente alternada (CA) enquanto no
processo SMAW ocorre o contrário. Isso ocorre porque no SMAW, o eletrodo é consumível,
portanto o calor que é transferido ao eletrodo revestido é aproveitado, fundindo o eletrodo, e
adicionando material e profundidade à poça de fusão, enquanto na TIG o eletrodo é não
consumível e todo o calor transferido a ele é desperdiçado, apenas podendo danificar o
eletrodo ou gastar a energia necessária para o funcionamento do sistema de refrigeração.
Quanto mais elevada for a velocidade de soldagem menor serão a penetração de solda e a
largura do cordão. A eficiência e a produtividade também são maiores conforme a velocidade
aumenta, no entanto, se exagerada pode gerar descontinuidades no cordão.
A vazão de gás de proteção influencia diretamente na qualidade do cordão de solda. Se a
vazão for baixa o gás pode não proteger suficientemente a poça de fusão, gerando
porosidade na peça, e se for acima do necessário haverá um desperdício de gás,
encarecendo a operação.
Outros parâmetros que podem afetar a soldagem são o ângulo de ponta do eletrodo, a
distância do bocal a peça, tempos de pré-purga e pós-purga e nos casos de soldagem
mecanizada, posição e velocidade de alimentação do metal de adição. A escolha desses
parâmetros para uma dada operação de soldagem é feita em função do material a ser
soldado, da espessura das peças, da posição de soldagem e dos equipamentos disponíveis,
assim como o uso ou não do metal de adição.

Tecnologia da Soldagem 21 CIPMOI 2020


1.7 Aplicações
Industriais
O processo de soldagem GTAW é um dos mais versáteis em termos de espessuras e ligas
soldáveis, produzindo soldas de excelente qualidade. Entretanto, é um processo de alto
custo e baixa produtividade. Por isso geralmente é utilizado principalmente para união de
metais difíceis de serem soldados por outros processos ou em situações em que é
necessário um controle mais rigoroso do calor cedido à peça. Por ser um processo caro, é
adequado para situações em que a qualidade da junta produzida é mais importante do que
seu custo de produção. Figura 1.19: Exemplo de soldagem GTAW.

Fonte: (a)
https://www.portalltb.com.br/empresa.php?url=power-soldas-especiais-aluminio-inox-sorocaba#dadosempresa
(b) https://www.carthrottle.com/post/e66yd86/ Acesso em:04/2020

As principais aplicações industriais do TIG são costura e união de topo de tubos de aço
inoxidável, soldagem de alumínio, magnésio e titânio e em aplicações de peças leves ou de
alto nível de precisão, como na indústria aeroespacial e em passes de raiz.

Colocando o conhecimento em
prática
1. Cite quais são as vantagens e as desvantagens do processo TIG.
2. Cite 2 diferenças entre os processos GTAW e SMAW.
3. Qual a diferença entre os gases nos processos GTAW e OFW?
4. Por que é importante utilizar uma mistura de gases inertes no processo TIG?
5. Quais são as vantagens e desvantagens de utilizar uma mistura Ar-He com maior
percentual de Hélio?
6. Quais são os tipos de eletrodo de tungstênio geralmente encontrados no mercado?
7. Por que o eletrodo com adição de tório pode ser prejudicial à saúde?
8. O que é pré-purga e pós-purga?
9. Explique por que é possível soldar materiais como o Alumínio com corrente alternada e
não é possível com corrente direta.
10. Porque a inversão de polaridade tem efeitos diferentes sobre a profundidade da poça de
fusão nos processos SMAW e GTAW?
11. Em que situação é mais interessante utilizar o processo TIG do que os demais processos
estudados?

Tecnologia da Soldagem 22 CIPMOI 2020


12. Em que situação o processo TIG não é tão interessante, e é recomendado utilizar um
outro processo? Qual processo você utilizaria nesse caso?

Recapitulando

Nesse capítulo foram introduzidos os conceitos do processo GTAW, também conhecido como
TIG e seus principais elementos relevantes. Vale ressaltar a importância da escolha correta
da mistura de gases, do eletrodo e do metal de adição para a aplicação desejada. Também é
importante saber manipular corretamente o equipamento, utilizando a técnica operatória
correta, compreendendo como variar a intensidade da corrente, a polaridade da corrente, a
velocidade de soldagem, a afiação do eletrodo, o comprimento do arco elétrico e outros
parâmetros, para adquirir o efeito desejado sobre a solda.

Para saber mais

•MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.


Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
•Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_tIaGvN5AFQ (Processo de soldagem
TIG).
•Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=B7P3k4guDbA (TIG - Metalon em aço
inox 304).
•Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lPtNTGW4Xmw (TIG -Fabricação de um
tanque).
•Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z14uYeVdYVQ&t=355s (Soldagem TIG).
•Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qRMTEFgyF38 (TIG - Posição 6G).
•Disponível em:: https://www.youtube.com/watch?v=gL9hj5i0E6U (Soldagem TIG).

Links acessados em: 04/2020

Prática de Laboratório

No laboratório serão utilizados 2 modelos de máquinas TIG. Elas serão apresentadas abaixo:
1. Afiar os eletrodos conforme indicado acima.
2. Limpar as peças a serem soldadas.
3. Ligar o disjuntor da cabine, e certificar que a fonte de soldagem está desligada.
4. Deve-se abrir o cilindro de gás, apenas meia volta do registro é suficiente,
regular a vazão desejada.
5. Montar a tocha:

Tecnologia da Soldagem 23 CIPMOI 2020


Figura 1.20: Montagem da tocha.

Fonte: https://m.dutramaquinas.com.br/p/tocha-para-solda-tig-150-a-3-5-metros Acesso em:04/2020

5.1) Montar o difusor, pressionando-o sob a tocha.


Montar pinça, difusor e eletrodo sem o bocal na tocha, lembre-se que não há necessidade
de força, os componentes são frágeis, atenção ao alinhamento da rosca do difusor com a
tocha. Figura 1.21: Pinça da tocha.

Ressalto

Parte
cortada
Fonte: https://www.fg.com.br/pinca-32x50mm-tc213-para-tochas-tig-tn17-hw-26-w350-ttv222---vonder/p Acesso
em:04/2020

O ressalto da pinça deve ser a parte para fora do difusor.


5.2) Montar o porta-eletrodo e apertá-lo levemente.
5.3) Montar o bocal.
5.4) Afrouxar o porta eletrodo, posicionar o eletrodo, a apertar levemente até que o eletrodo
fique firme.
Após montando a tocha ligue a máquina na chave atrás da máquina (para ambos modelos).
Com a máquina ligada deveremos ajustar os parâmetros de soldagem. Para a CEA:

Tecnologia da Soldagem 24 CIPMOI 2020


Figura 1.22: Modelo de painel de maquina de solda com GTAW.

Selecionar
processo
de soldagem
Diâmetro do
eletrodo
Acionamento
do gatilho

Ciclo de soldagem

GTAW Corrente alternada com Ignitor de alta frequência

GTAW Corrente contínua com Ignitor de alta frequência

GTAW Corrente contínua lift arc


SMAW

2 tempos
4 tempos

■ Ciclo: permite ajustar uma 2§ corrente de


soldagem a ser ativada pressionando o gatilho

Pontos: Solda pontos por tempo pré


definido
Corrente de
soldagem

Pré Rampa de Pós purga


Rampa de
purga descida
subida

Tecnologia da Soldagem 25 CIPMOI 2020


Sinérgico
Rápido
Lento

No pulso sinérgico a máquina tenta encontrar um melhor pulso para as condições


encontradas.
Pulso rápido: Cone do arco mais concentrado para menor deformação em chapas finas.
Pulso lento: Ajuste de corrente de base e corrente de pico para otimizar a adição de metal
e melhor acabamento ("escama de peixe”).

Onda quadrada: otimiza balanço de energia. Arco mais estável nas tarefas comuns
Onda mista: Ideal para soldagens fora de posição, com maior velocidade e penetração
prolongando a vida do eletrodo.
Onda senoidal: Arco mais suave e silencioso.

Fonte: Próprio autor

Tecnologia da Soldagem 26 CIPMOI 2020


Figura 1.23: Modelo de painel máquina Kemppi multi processos.
Para a Kemppi

1. GTAW lift arc para inferior, ignitor para superior. Pressionando o botão ajusta-se o tipo de
corrente (CC- ou CA), pressionando ambos botões simultaneamente seleciona-se CC+.
2. Frequência para CA. Varia entre 50 e 200 Hz
3. Pós purga
4. Rampa de descida
5. Potenciômetro principal. Para ajuste da corrente e outros parâmetros quando
selecionados.
6.Opção para travar a máquina.
7. Ajuste da corrente para GTAW pulsado.
8. Ligar pulso.
9. Ajuste da corrente de base para pulso (%) e frequência.
10. Ajuste da corrente de início (Soft arc para GTAW e Hot start para SMAW).
11. Regulagem de 2a corrente. Semelhante a opção ciclo na CEA, só funciona com a tocha
no modo 4 tempos.
12. Pré purga.
13. Rampa de subida.
14. Opção de soldagem por pontos e ajuste do tempo.
15. 2 tempos ou 4 tempos.
16. 17. 18. 19. e 20. Não serão utilizados.
21. Seleção do processo SMAW.
22. Balanço AC.
Tecnologia da Soldagem 27 CIPMOI 2020
8. Após ajustada a máquina pressionar o gatilho e realizar as soldas desejadas.
9. No término da aula lembre-se de fechar os gases, desmontar as tochas
10. Limpar a cabine.

Fonte: Próprio autor

Tecnologia da Soldagem 28 CIPMOI 2020


Unidade 2: Soldagem a
Plasma
Um começo de conversa

A soldagem a arco plasma (Plasma Arc Welding - PAW) é um processo que produz a união
por fusão de duas peças por meio de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo de
tungstênio, não consumível, e a peça ou um bocal constritor.
Esse processo é semelhante ao TIG, mas se difere principalmente pelo fato de o arco estar
restringido por um bocal constritor, que limita o diâmetro e aumenta a intensidade da fonte
de calor.
Figura 2.1: Esquema de soldagem a plasma.

Fonte: http://www.soldagem.gelsonluz.com/2018/09/o-que-e-soldagem-plasma-paw.html Acesso em:04/2020

Ponto de partida – Tópico gerador

•Plasma: É um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, entretanto no qual certa
porção das partículas é ionizada. O arco elétrico sempre acontece acompanhado de um
material em estado de plasma, visto que as partículas ionizadas permitem a passagem de
corrente elétrica, possibilitando o arco.

Tecnologia da Soldagem 29 CIPMOI 2020


Portanto, é importante ressaltar que todos os processos a arco elétrico contêm a presença
do plasma, entretanto apenas esse que está apresentado nesta unidade é chamado de
soldagem a plasma.

Em busca de
informação
2.1 Fundamentos
O processo PAW utiliza o calor gerado pelo arco elétrico obtido entre um eletrodo não
consumível de tungstênio e a peça, semelhante ao que acontece no processo GTAW.
Entretanto o bocal constritor realiza um redirecionamento do arco, tornando-o mais
concentrado e, portanto, gerando um aporte térmico mais concentrado na peça. Logo, são
utilizados dois bocais nesse processo. O bocal constritor é o bocal interno, que serve para
restringir o arco elétrico e o bocal de proteção é o bocal externo, por onde passa o gás de
proteção.
São utilizados também 2 fluxos de gases, que podem ser iguais ou diferentes. O 1° circunda
o eletrodo e sai por um orifício no bocal constritor, na forma de um jato de gás fortemente
aquecido, chamado de gás de plasma. Esse gás deve ser inerte, e geralmente utiliza-se
Argônio. Esse gás será majoritariamente passado para o estado de plasma durante o
processo, permitindo o fenômeno do arco elétrico. O 2° passa por um bocal externo, o bocal
de proteção, que é concêntrico ao bocal constritor. Ele é chamando de gás de proteção e
pode ser um gás inerte ou uma mistura de gases.
A forma mais comum de utilizar o processo utiliza o arco transferido, no qual o arco é aberto
entre o eletrodo e a peça. Entretanto existe uma variação em que se utiliza o que é chamado
de arco não transferido. Nesse caso o arco é estabelecido entre o eletrodo e o bocal
constritor, transmitindo o calor à peça pelo gás de plasma. Essa variação pode ser utilizada
quando deseja-se diminuir a energia de soldagem e é capaz de transferir calor mesmo que a
peça não seja metálica. Normalmente o arco não transferido é utilizado apenas para iniciar o
Figura 2.2:da
arco elétrico afastado Esquema
peça, comparativo
uma vez que entre
é arco transferido
possível e arco
fechar não transferido.
o circuito com o próprio bocal
da tocha. Então quando a tocha se aproxima da peça o arco prefere passar pela peça,
devido a menor resistência, assim o arco se torna transferido.

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e tecnologia.
Editora UFMG.

Tecnologia da Soldagem 30 CIPMOI 2020


2.2 Vantagens
• O processo pode ser utilizado em qualquer posição de soldagem,
• Produtividade elevada devido à alta velocidade de soldagem e possibilidade de alta
penetração,
• Arco bastante estável, de alta intensidade. O cordão de solda é pouco afetado pela
distância da tocha de soldagem à peça (Standoff),
• O processo tem grande estabilidade e controle da fonte de calor, e por isso, com
operação e equipamentos apropriados, pode ser usado em peças de pequena
espessura (menores do que 1mm).

2.3 Desvantagens
• O equipamento da soldagem a plasma é mais complexo que os outros processos de
soldagem a arco, exigindo cuidados especiais e manutenção mais difícil,
• Custo elevado pode inviabilizar o processo,
• Processo extremamente difícil de ser realizado manualmente e por isso, geralmente,
exige mecanização.

2.4 Equipamentos
• Fonte de energia e cabos de energia,
• Tocha de soldagem a plasma e ignitor de alta frequência,
• Fonte de gás (Cilindros de gases e reguladores de pressão e mangueiras)
• Figurae2.3:
Sistema de refrigeração Equipamento
sistema de soldagem a plasma.
de controle,
• Eletrodo de tungstênio.

Tecnologia da Soldagem 31 CIPMOI 2020


A fonte utiliza é de corrente contínua ou pulsada. Geralmente são capazes de fornecer
correntes entre 100A e 500A. Para microplasma, de 0,1A até algumas dezenas de Ampéres.
As tensões necessárias para manter a descarga elétrica num arco a plasma são mais
elevadas do que as dos processos convencionais e por isso necessitam de equipamento
específico para o processo.
A tocha de soldagem a plasma suporta o eletrodo, fornecendo os gases de plasma e de
proteção e, por meio do bocal constritor, realiza a constrição do arco. Essas tochas
geralmente são refrigeradas para evitar superaquecimento. As tochas mecanizadas têm
capacidade maior do que as manuais, uma vez que o processo manual exige uma tocha de
peso reduzido para o manuseio do soldador. De qualquer forma é incomum encontrar
aplicações manuais desseFigura 2.4: Componentes
processo, de uma
exceto quando setocha
trataa do
plasma.
processo microplasma.

Fonte: https://pt.slideshare.net/MauricioPimentel/sup-3-artigocorteplasma Acesso em:04/2020

O bocal constritor tem a função de restringir a dispersão do arco elétrico. Devido a isso, ele
adquire uma forma alongada ou ovalada e é possível alcançar grandes velocidades de
soldagem. Isso resulta em soldas com zona termicamente afetada (ZTA) estreita e alta
produtividade.
O ignitor de alta frequência é semelhante ao utilizado no processo GTAW e pode ser
embutido na fonte de soldagem. Ele envia um sinal de alta tensão (5kV) e alta frequência
(5kHz), permitindo a ionização da coluna de gás entre o eletrodo e a peça, induzindo a
abertura do arco, sem que o eletrodo precise tocar a peça.

Tecnologia da Soldagem 32 CIPMOI 2020


Figura 2.5: Esquema indicando o centelhamento por alta frequência.

Fonte: https://pt.slideshare.net/MauricioPimentel/sup-3-artigocorteplasma Acesso em:04/2020


O equipamento para fornecimento de gás deve incluir o cilindro do gás de proteção, o cilindro
do gás de plasma, reguladores de pressão e vazão e finalmente as mangueiras pelas quais
os gases alcançam a tocha de soldagem. Em alguns casos é possível utilizar dois cilindros
do mesmo gás, quando o gás de proteção for igual ao gás de plasma. Em ambientes
industriais é possível encontrar um sistema de distribuição de gás mais elaborado que utiliza
um sistema de tubulação e reguladores de pressão que dispensa o uso dos cilindros para
armazenamento dos gases.
O sistema de controle permite o controle geral da máquina, ajustando variáveis
operacionais e acionando os equipamentos utilizados e os dispositivos auxiliares. Esses
dispositivos auxiliares são semelhantes aos usados na operação TIG, como alimentadores
de arame, sistemas de movimento, sistemas de oscilação do arco, etc. Como a soldagem a
plasma geralmente é mecanizada, o sistema de controle é imprescindível para o correto
funcionamento do processo.
O eletrodo de tungsténio são os mesmos utilizados na soldagem TIG. Normalmente são
apontados com um ângulo variando entre 20° e 60°. Assim como no processo GTAW, os
eletrodos de tungsténio são não consumíveis. Apesar disso, eles sofrem um desgaste
rapidamente e por isso é um equipamento que necessita de frequente reposição.

2.5 Consumíveis
• Gases: Gás de plasma e gás de proteção,
• Metais de adição, se utilizados.
O gás de plasma deve ser inerte em relação ao eletrodo e à tocha de soldagem, para evitar
sua contaminação e deterioração. Normalmente são utilizados argônio, hélio, nitrogénio e
suas misturas. Em certos casos é possível adicionar hidrogénio no início do processo
apenas, para facilitar a abertura do arco.
O argônio é o gás de plasma mais comumente utilizado, pois facilita a abertura do arco. É
utilizado na soldagem de aços carbono, aços de alta resistência, e metais reativos, como
titânio e zircônio. Nem sempre o argônio puro é a melhor solução, por isso frequentemente
são utilizadas misturas de gases.
Na soldagem com alta corrente é usual o gás de plasma e o gás de proteção serem os
mesmos. Na de baixa corrente é comum usar gases diferentes. Nesse caso o gás carbônico
(CO2) geralmente é utilizado como gás de proteção devido ao seu baixo custo.

Tecnologia da Soldagem 33 CIPMOI 2020


Os metais de adição, na soldagem a plasma, são os mesmos utilizados nas soldagens TIG e
MIG/MAG, sendo que podem ser obtidos na forma de varetas para processos manuais, ou de
fios enrolados em bobinas para processos mecanizados.

2.6 Técnica Operatória

Existem duas técnicas de soldagem a plasma:


• Fusão: Método tradicional de soldagem,
• Keyhole ou furo (Também utilizado na soldagem a LASER e por feixe de elétrons).

Figura 2.6: Esquema de soldagem a plasma (técnica keyhole).

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe_L0AD/relatorio-solda-eletrodo-revestido?part=3 Acesso em:


04/2020

A fusão normalmente é utilizada em soldagem manual e com fluxo de gás e corrente mais
baixos. A técnica "keyhole” é utilizada levando em consideração combinações especiais de
espessura do metal de base, fluxo de gás de plasma, corrente e velocidade de soldagem,
produzindo uma pequena poça de fusão que penetra totalmente a peça. Esse processo
opera no limite entre a solda e o corte. Devido à alta sensibilidade aos parâmetros
operacionais, essa técnica somente é viável em soldagem mecanizada.
É recomendável que se inicie a vazão do gás inerte alguns segundos antes de abrir o arco,
realizando a pré-purga do gás. A abertura do arco então é realizada com um ignitor de alta
frequência. Após isso deixa-se a tocha parada até a formação da poça de fusão e então
inicia-se o movimento de translação da tocha e, do tecimento e do metal de adição se for
necessário.
A adição do metal é feita na poça de fusão, geralmente à frente da tocha de soldagem,
formando um ângulo de aproximadamente 15° com a peça. A ponta da vareta não deve ser
retirada do gás inerte para evitar sua contaminação com a atmosfera. Em operações
mecanizadas são utilizadas bobinas de arame ao invés de varetas.
A maneira ideal de se extinguir o arco é desligando o circuito de soldagem através de uma
chave, mas mantendo o fluxo de gás inerte por alguns segundos,

Tecnologia da Soldagem 34 CIPMOI 2020


para impedir a contaminação da solda. Esse procedimento é chamado de pós-purga.
A corrente basicamente controla o volume da poça de fusão, assim como ocorre nos outros
processos de soldagem a arco. Correntes muito elevadas, contudo, geram uma poça de
fusão grande e de difícil controle, além de causarem mais respingos e perda de resistência
mecânica e tenacidade da solda. Além disso, para ajustar a corrente é necessário levar em
consideração a vazão do gás de plasma. O tipo de corrente mais utilizado é corrente
contínua com eletrodo negativo, mas outros tipos de corrente também são usados para
casos especiais.
O diâmetro do orifício do bocal constritor tem influência direta na concentração e
intensidade do arco. Devido a isso, os orifícios de tochas de corte a plasma, processo que
será visto na próxima unidade, tendem a ser menores que os de tochas de soldagem.
Também é possível alterar o número e a disposição dos orifícios, para obter diferentes
distribuições de calor.
O comprimento do arco pode ser variado sem que existam grandes variações nos demais
parâmetros do processo. Como o arco tem um formato que se aproxima mais de um cilindro
do que de um cone, a distância entre a tocha e a peça (standoff) não tem tanta influência
quanto nos outros processos. Por isso na soldagem a plasma essa distância é um pouco
maior, permitindo uma melhor visibilidade da operação.
A vazão de gás de plasma, assim como a corrente, também define a penetração do cordão
de solda. Quanto maior a vazão, maior a penetração, sendo que em vazões elevadas, esse
parâmetro é muito sensível, devendo ser ajustado precisamente, especialmente nos
processos que utilizam "keyhole”.

2.7 Aplicações Industriais


A soldagem a plasma pode ser utilizada em qualquer posição, tem velocidade elevada e tem
uma razão de penetração por largura do cordão maior. É eficiente para materiais de má
soldabilidade ou em aplicações de alta produtividade ou alta precisão dimensional, como por
exemplo, na fabricação de tubos com costura de parede fina de alumínio, titânio ou aço
INOX.
Colocando
Esse processo o conhecimento
tem alta estabilidade em prática
do arco, que permite soldagem de peças com espessura
inferior a 1mm, difíceis de serem soldadas por outros processos a arco.

1. Qual o material do eletrodo geralmente utilizado na soldagem a plasma?


2. Qual a principal diferença entre o processo TIG e a soldagem a plasma?
3. Quais são os dois tipos de gases utilizados no processo PAW? Qual a função de cada um?
4. Para que serve o ignitor de alta frequência?
5. Qual a diferença entre o arco transferido e o arco não transferido? Qual a vantagem de se
utilizar cada um deles?
6. Cite duas vantagens e duas desvantagens do processo PAW, quando comparada a outros
processos de soldagem.

Tecnologia da Soldagem 35 CIPMOI 2020


7. Explique como funciona a técnica "keyhole”. Porque ela só pode ser utiliza
mecanizadamente?
8. O que é pós-purga e pré-purga?
9. Qual é a vantagem de se utilizar um gás de plasma inerte?
10. Qual a função do bocal constritor?
11. O que é standoff? Porque ele influencia pouco o resultado da soldagem a plasma?
12. Faça um esquema mostrando um processo de soldagem a plasma em perfil e nomeie no
esquema: Eletrodo de tungstênio, bocal constritor, bocal de proteção, gás de plasma, gás
de proteção, metal de adição, arco elétrico, poça de fusão e solda.

Recapitulando

O processo de soldagem a plasma, também conhecido como Plasma Arc Welding (PAW),
se assemelha muito ao processo GTAW (TIG). A principal diferença entre esses dois
processos é que o PAW tem o bocal constritor, que restringe o arco, concentrando-o e
consequentemente centralizando a energia em forma de calor, emitida pelo plasma. O
processo pode ser utilizado com arco transferido e arco não transferido, pode ser utilizado
com técnica de fusão comum e com a técnica keyhole e também existem versões do
processo com pequenos níveis de corrente, chamados de microplasma.

Para saber
mais
• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.
Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=n2sFnNNE-2o (Soldagem a plasma
CNC)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CvDyJglWdtY (Soldagem a plasma
robotizada)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SFnETMnrdHI (Microplasma)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=588EJInHLsc (Plasma Arc Welding)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jo376zPns8I (Plasma Welding)
Links acessados em: 04/2020

Tecnologia da Soldagem 36 CIPMOI 2020


Unidade 3: Corte a
Plasma
Um começo de conversa

O processo de corte a plasma (Plasma Arc Cutting - PAC ou Plasma Cutting - PC) foi
introduzido em 1955, substituindo o corte por serra, por prensa, por tesoura e com chama no
corte de metais não ferrosos e aços INOX. Seu princípio de funcionamento é o mesmo da
soldagem a plasma.
Figura 3.1: Processo de Corte a Plasma.

Fonte: http://hausmans.com/plasma-cutting/ Acesso em:04/2020

Em busca de informação
3.1 Fundamentos
O processo de corte a plasma tem o mesmo embasamento do que o processo de soldagem
a plasma. Ele surgiu na década de 50, sendo utilizado para cortar os materiais que não
podiam ser cortados pelo processo OFC, como o aço inoxidável, o alumínio e o cobre. O
processo possui maior velocidade de corte do que o OFC ao cortar chapas metálicas finas.

Tecnologia da Soldagem 37 CIPMOI 2020


Figura 3.2: Esquema do processo de corte a plasma.
Eletrodo

Bico

Capa

Arco Plasma

Fonte: https://pt.slideshare.net/MauricioPimentel/sup-3-artigocorteplasma Acesso em:04/2020


O jato de plasma funde e expulsa o metal de base com grande eficiência, resultando em uma
superfície com excelente acabamento, boa precisão dimensional, pouca distorção e pequena
zona termicamente afetada. O corte pode ser realizado de forma manual ou mecanizada,
com velocidade relativamente elevada, em linha reta ou em curva, conseguindo cortar peças
de até 40mm de espessura.

3.2 Vantagens
• Arco bastante estável, de alta intensidade, permitindo maior liberdade de operação ao
soldador no corte manual,
• Tem a energia calorífica muito concentrada, gerando pouco calor além da região de corte
e portanto, tendo uma ZTA menor do que em outros processos de corte,
• Alta produtividade,
• Bom acabamento,
• Corta materiais especiais como aço inoxidável e alumínio.

3.3 Desvantagens
• Equipamento mais complexo que o do oxicorte, exigindo cuidados especiais e possuindo
uma difícil manutenção,
• Custo elevado,
• Não aceita grandes desalinhamentos entre juntas, devido ao arco estreito,
• Não corta chapas muito espessas (até cerca de 2 pol ou 50mm).

3.4 Equipamentos
• Fonte de energia e cabos de energia,
• Tocha de corte a plasma e ignitor de alta frequência,
• Fonte de gás (Cilindros de gases e reguladores de pressão e mangueiras)
• Sistema de refrigeração e sistema de controle,

Tecnologia da Soldagem 38 CIPMOI 2020


• Eletrodo não consumível.
• As fontes de energia apresentam uma tensão em vazio mais alta do que as de
soldagem, na faixa de 120V a 400V. A corrente de saída varia entre 10A e 1000A.
Esses valores devem ser ajustados conforme a tocha, a técnica escolhida, o material
e sua espessura, e a velocidade de corte.
Figura 3.3:Fonte para o Corte a Plasma.

Fonte: https://www.esab.com.br/br/pt/products/plasma/plasma-cutting-handheld/cutmaster-40.cfm Acesso


em:04/2020

As tochas de corte podem ter um ou mais orifícios e diferentes diâmetros, sendo utilizáveis
em corte manual ou mecanizado. Geralmente as tochas manuais são mais leves e possuem
um botão para acionar o arco elétrico e a passagem de gás e as tochas para corte
mecanizado são as de maior capacidade e mais pesadas assim como na soldagem a
plasma. Figura 3.4:Tocha manual e tocha mecanizada.

Fonte: (a)
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1101887696-tocha-plasma-manual-hypertherm-pmx45-t45v-6m-_J
M (b) https://www.fg.com.br/tocha-plasma-reta-pm1000-1250-1650-com-cabo76m/p Acesso em:04/2020
As fontes de gás são semelhantes às de soldagem a plasma, podendo ser redes de
distribuição com encanamento e reguladores de pressão ou armazenamento em cilindros.
Entretanto no corte existem uma maior variedade de gases que podem ser utilizados, como
será abordado na próxima seção, que trata dos consumíveis.
O sistema de controle inclui dispositivos eletrônicos para realizar e monitorar o processo
com segurança. Inclui relés, temporizadores, reguladores de vazão de gás, dispositivos de
segurança, etc. Em alguns casos também pode ser utilizado um sistema de refrigeração
para arrefecimento da tocha.

Tecnologia da Soldagem 39 CIPMOI 2020


No corte a plasma é comum utilizar eletrodo de cobre ao invés de tungsténio, visto que o
eletrodo de cobre (Cu) oferece uma alta condutividade térmica, que é mais desejada nesse
processo. O eletrodo pode ser de cobre porque ele consegue manter o arco estável, assim
como o tungsténio, mas tem um preço mais acessível. Como nesse processo utilizam-se
gases que podem conter a presença de oxigênio, o eletrodo oxida-se com o tempo de uso e
necessita ser trocado com frequência ainda mais alta. Também é possível utilizar eletrodos
de tungstênio (W), mas seu uso não é economicamente interessante. É importante ressaltar
que, apesar de seu desgaste exigir elevada taxa de reposição, o eletrodo não é considerado
um consumível noFigura
processo.
3.5: Bocal constritor e eletrodo para corte a plasma.

Fonte: (a) https://www.servimig.com.br/bocal-100a-220047-hypertherm-powermax-1650.html (b)


https://www.fg.com.br/eletrodo-para-plasma-p--pm45/p Acesso em:04/2020

3.6 Consumíveis

• Gases:

A escolha do gás para corte a plasma é determinada pelo equipamento e material a ser
cortado. Alguns exemplos são ar comprimido (78% N2, 21% O2, 1% outros gases), argônio,
hidrogênio e nitrogênio. Para cortes de aços-carbono é ideal utilizar misturas
nitrogênio-oxigênio. No corte de não ferrosos e aço INOX, geralmente utilizam-se misturas
Ar-H (Argônio eOperatória
3.7 Técnica hidrogênio) ou N-H (Nitrogênio e hidrogênio).

O procedimento para o corte é o mesmo utilizado na soldagem a plasma. Primeiro os


parâmetros são ajustados, então abre-se o arco e desloca-se a tocha ao longo da linha de
corte, mantendo uma distância constante entre a tocha e a peça, e, enfim, desliga-se o arco.
Figura 3.4: Corte a plasma mecanizado.

Fonte: http://www.atlargegraphics.com/cnc-plasma Acesso em:04/2020

Tecnologia da Soldagem 40 CIPMOI 2020


As variáveis operacionais mais importantes são corrente, velocidade de corte, fluxo de gás
de plasma e "standoff” (distância do bocal até a peça). O standoff geralmente varia entre
6mm e 16mm. Velocidade menores resultam, de maneira geral, em superfícies com melhor
acabamento. O tipo de tocha e o número, diâmetro e disposição dos orifícios também são
relevantes.
Essas variáveis devem ser determinadas em função o material e da sua espessura. As
indicações do fabricante devem ser levadas em consideração na escolha desses parâmetros.

3.8 Aplicações Industriais


O corte a plasma pode ser usado na maioria dos metais comerciais. Em muitos casos há
uma vantagem considerável em relação ao oxicorte, particularmente com cortes longos e de
muitas peças.
O processo é aplicável a aços carbono de até 50mm de espessura e aços inoxidáveis e
alumínio de até 250mm de espessura. Também é possível obter bons resultados no corte de
magnésio, de cobre e de algumasFigura 3.5: Corte
de suas ligas.a plasma.

Fonte: https://www.fabricatingandmetalworking.com/2013/03/in-the-market-for-a-cnc-plasma-cutting-machine/
Acesso em:04/2020

Colocando o conhecimento em prática

1. Cite 2 vantagens e 2 desvantagens do corte a plasma quando comparado a outros


processos de soldagem.
2. Por que a fonte de energia utilizada na soldagem a plasma não pode ser a mesma
utilizada no corte a plasma?
3. Quais as principais diferenças entre o corte a plasma e a soldagem a plasma?
4. Porque o standoff tem pouca influência no arco no processo de corte a plasma?

Tecnologia da Soldagem 41 CIPMOI 2020


5. Se o operador está tentando cortar uma peça espessa e não está conseguindo realizar o corte, que
ajuste ele deve fazer na fonte para conseguir aumentar a penetração do plasma?

Recapitulando

O corte a plasma é um processo de corte versátil que é comumente utilizado em operações


manuais e em operações mecanizadas. Seu princípio de funcionamento se assemelha muito
ao processo de soldagem a plasma, entretanto é mais comum ver a utilização de eletrodos
de cobre e ar comprimido como gás de proteção e de plasma. O arco elétrico é muito
estável, o corte é de excelente qualidade e o processo tem alta produtividade. Entretanto o
equipamento é mais caro e mais complexo do que o de oxicorte.

Para saber mais

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.


Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xtleufQ7Vto&list=PLN9wKrz3JfqUBjxV9z
nnBKC5IfpKUA94b (Corte a plasma - Telecurso 2000).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8Yhhehes_NE (Dicas de corte a
plasma manual - ESAB).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GHkBEmYYIPo (Corte a plasma
-Lincoln).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qs7ZEFomGTQ (Ferramenta de corte
a plasma circular).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5dSthVdxDto (Corte a plasma).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=d66U9Z1r840 (Corte a plasma).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3XdRBD_eeCo (Corte a plasma
mecanizado).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aVgKKDPlDBQ (Corte a plasma
comparado a oxicorte - Hypertherm Mexico).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KQSTXSsVaqE (Corte a plasma dicas
de fácil entendimento).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XBv8_FVl-Rc (Corte a Plasma CNC).
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HuIZsKfo2qU (Corte a Plasma
Manual).
Prática de Laboratório
Links acessados em: 04/2020
Para realizar o corte a plasma deve-se inicialmente verificar se os cabos, mangueiras, tocha
e fonte não estão danificados. E se não há vazamentos de gás e cabos elétricos
desencapados;
1. Inicialmente deve-se montar a tocha de corte como mostrado abaixo;

Tecnologia da Soldagem 42 CIPMOI 2020


É muito importante a montagem correta da tocha para garantir o
contato elétrico e a vedação do jato de plasma. O eletrodo deve
estar livre pois quando o pressiona ele deve estar livre.

Componentes de uma tocha de plasma

2. Conectar a fonte de corte na tomada e a mangueira de gás na rede de ar comprimido;


3. Após conectados deve-se ligar a fonte e ajustar a vazão de gás e a corrente a ser
utilizada; Deve-se regular a corrente em função da espessura a ser e a vazão ideal para
corte indicada no painel.

Figura 3.5: Fonte de corte a plasma.

Indicador de gás

4. Conectar o cabo terra a peça a atentando-se que o mesmo deve estar protegido de
respingos;
5. Passar a tocha por trás do corpo para proteger a mesma de respingos;
6. Posicionar a tocha sobre a peça a ser cortada;
7. Soltar a trava de segurança;
8. Pressionar o gatilho expulsando o jato de plasma;
9. Deslocar a tocha na direção de corte, com o gatilho pressionado;
10. Repetir a partir do passo 5 para outras superfícies;
11. Após finalizado o corte deve-se desligar a fonte da tomada e a rede de ar comprimido;
12. Desmontar a tocha e guardar os componentes;
13. Enrolar as mangueiras e cabos.

Tecnologia da Soldagem 43 CIPMOI 2020


Unidade 4: GMAW
(MIGMAG)
Um começo de conversa

A soldagem a arco com proteção gasosa (Gas Metal Arc Welding - GMAW) é um processo
em que a união dos metais é produzida pelo aquecimento destas com um arco elétrico
estabelecido entre um eletrodo metálico nu, consumível, e a peça de trabalho. A proteção do
arco e da região de solda pode ser realizada por meio da vazão de gás inerte (Metal Inert
Gas - MIG) ou de gás ativo (Metal Active Gas - MAG).
Figura 4.1: Esquema de soldagem MIGMAG.

Fonte: http://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_mig_mag_gmaw.cfm
Acesso em: 04/2020

Em busca de informação
4.1 Fundamentos
O processo GMAW se caracteriza por ser um processo semiautomático, sendo que a
alimentação de arame é feita mecanicamente, por meio de um alimentador motorizado,
enquanto o soldador inicia o arco elétrico, movimenta a tocha ao longo da junta e interrompe
o arco elétrico. Com o arame sendo alimentado continuamente, o arco elétrico é mantido
aberto independente da movimentação

Tecnologia da Soldagem 44 CIPMOI 2020


do soldador. O calor gerado pelo arco então é utilizado para fundir o arame eletrodo e as
peças a serem unidas.

Figura 4.2: Desenho esquemático de uma soldagem GMAW.

Fonte: http://www.eutectic.com.br/equipamentos-soldagem-mig-mag.html
Acesso em: 04/2020

A soldagem pode ser realizada para várias espessuras e o diâmetro do eletrodo geralmente
varia de 0,6 a 2,4 mm. O processo MAG geralmente é utilizado para metais ferrosos,
geralmente utilizando CO2 enquanto o processo MIG pode ser utilizado tanto para soldagem
de metais ferrosos quanto de não ferrosos, como alumínio, cobre, magnésio, níquel e suas
ligas.
A GMAW é utilizada na fabricação e manutenção de equipamentos e peças metálicas, assim
como na recuperação e no recobrimento de superfícies metálicas. Assim como o processo de
soldagem por arame tubular, tem tido um grande crescimento em sua utilização no mercado
mundial nos últimos anos. Isso se deve ao seu caráter semiautomático.
4.2 Transferência Metálica
Como a soldagem é MIGMAG é um processo cujo eletrodo é consumível, o metal fundido na
ponta do eletrodo se transfere para a poça de fusão. No caso desse processo, a forma em
que essa transferência ocorre tem grande importância no processo, afetando diversos
parâmetros, como a estabilidade do arco, a quantidade de gases absorvida pelo metal
fundido, a quantidade de respingos e a possibilidade de aplicar o processo em diversas
posições.

Tecnologia da Soldagem 45 CIPMOI 2020


Existem basicamente 4 formas de transferência de metal de adição para a peça:
• Transferência por curto-circuito,
• Transferência globular,
• Transferência por "spray”, por aerossol ou por pulverização,
• Transferência controlada.

Figura 4.3: Transferência por curto-circuito.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe2Z4AH/apostila-soldagem?part=5

A transferência por curto-circuito ocorre quando são utilizados baixos valores de tensão
e corrente, normalmente é utilizado para soldagem fora de posição ou para peças de
pequena espessura, pois nesses casos é necessário que haja menos energia envolvida no
processo. Uma gota de metal se forma na ponta do eletrodo e seu diâmetro vai
aumentando até tocar na poça de fusão, quando os dois líquidos coalescem, devido à
tensão superficial.

Tecnologia da Soldagem 46 CIPMOI 2020


Figura 4.4: Esquema de transferência por curto-circuito

Fonte: SCOTTI, Américo; PONOMAREV, Vladimir; LUCAS, William. A scientific application oriented
classification for metal transfer modes in GMA welding. Journal of Materials Processing Technology, v.
212, n. 6, p. 1406-1413, 2012. (adaptado)
Esse modo de transferência tem grande nível de respingos devido à instabilidade do arco.
Portanto é recomendável uma seleção mais cuidadosa dos parâmetros de soldagem e um
ajuste de indutância na fonte de energia, para que os curtos-circuitos ocorram de forma
suave, com um valor máximo de corrente limitado durante o curto-circuito, e com a ponta do
eletrodo parcialmente mergulhada na poça de fusão. Até certo limite, a estabilidade do arco
aumenta conforme a frequência de curto-circuito é aumentada.
Figura 4.5:Comparação entre as transferências metálicas na soldagem MIGMAG.

Fonte: http://www.dutramaquinas.blog.br/solda-mig-mag-modos-de-transferencia-metalica/ Acesso em: 04/2020

A transferência globular ocorre com valores intermediários de tensão e corrente de


soldagem, resultando num arco mais estável do que a transferência por curto-circuito.
Entretanto, isso a torna mais caótica e imprevisível. O diâmetro médio das gotas transferidas
tende a diminuir conforme a corrente é aumentada, mas em geral é maior do que o diâmetro
do eletrodo. O nível de respingos nessa transferência é relativamente elevado e como a
queda das gotas em direção à

Tecnologia da Soldagem 47 CIPMOI 2020


poça de fusão depende da ação da gravidade, essa forma de transferência é adequada
apenas para a posição plana.

Figura 4.6: Esquema de transferência globular

Fonte: SCOTTI, Américo; PONOMAREV, Vladimir; LUCAS, William. A scientific application oriented classification
for metal transfer modes in GMA welding. Journal of Materials Processing Technology, v. 212, n. 6, p.
1406-1413, 2012. (adaptado)
Conforme se eleva mais a corrente de soldagem, o diâmetro médio das gotas de metal
líquido que são transferidas à peça diminui, até alcançar a corrente de transição, que é
uma pequena faixa de valores em que a transferência está entre globular e spray. Como essa
faixa de transição é muito pequena, essa transição é considerada abrupta. A faixa de
transição pode ser observada no gráfico abaixo, como a linha vertical entre a transferência
globular e a transferência por "spray”. Acima da faixa de transição a transferência passa a ser
por "spray”, também chamada de aerossol.

Essa transferência somente ocorre para determinados gases ou mistura de gases de


proteção e nela o arco é bastante estável, com praticamente uma inexistência de respingos e
um cordão de solda suave e regular. No outro gráfico abaixo também é possível observar o
efeito da corrente de transição sobre o volume das gotas e sobre o número de gotas que
ocorrem na transferência metálica, realizando a passagem abrupta de transferência globular
para transferência por spray.

Tecnologia da Soldagem 48 CIPMOI 2020


Figura 4.7: Gráfico Tensão x Corrente comparando as diferentes transferências de metal.

Fonte: https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/Prat_Transf_Metal.pdf Acesso


em:04/2020

Figura 4.8: Gráfico comparativo entre o número de gotas e volume das gotas em função da corrente

Tecnologia da Soldagem 49 CIPMOI 2020


Figura 4.9: Comparação entre as transferência de metal na soldagem MIGMAG.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg3dwAK/soldagem-inoxidavel-2015

Figura 4.10: Transferência globular

Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe2Z4AH/apostila-soldagem?part=5

Tecnologia da Soldagem 50 CIPMOI 2020


Na transferência por “spray” é transferido um grande número de gotas metálicas que são
pequenas de diâmetro menor do que do eletrodo. Essas gotas sofrem ação de várias forças
de origem eletromagnética que superam a força gravitacional e, portanto, esse processo
poderia ser aplicado em qualquer posição de soldagem. Contudo, devido à alta intensidade
de corrente é difícil utilizá-la em chapas finas e fora de posição devido ao grande volume da
poça de fusão. É importante ressaltar que só é possível alcançar a transferência com certos
gases de proteção. O arco formado é bastante estável, praticamente não há ocorrência de
respingos e o cordão obtidoFigura 4.11:
é suave e Transferência
regular. por spray.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1lvfrfFEiXs Acesso em:


04/2020
Figura 4.12: Esquema de transferência por spray.

Fonte: SCOTTI, Américo; PONOMAREV, Vladimir; LUCAS, William. A scientific application oriented classification
for metal transfer modes in GMA welding. Journal of Materials Processing Technology, v. 212, n. 6, p.
1406-1413, 2012. (adaptado)

Tecnologia da Soldagem 51 CIPMOI 2020


Figura 4.13: Corrente mínima para soldagem com aerossol.

Fonte: https://pt.slideshare.net/saitama32/soldagem-mig-mag-apostila Acesso em: 04/2020

Com fontes eletrônicas é possível obter outros modos de transferência pela introdução de
perturbações controladas na corrente de soldagem ou na alimentação de arame. Essas
alterações visam manter uma transferência controlada de metal de adição com as
características desejáveis da transferência por "spray”, mas com níveis mais baixos de
corrente média, permitindo a soldagem de chapas finas e fora da posição plana.
Normalmente nesses casos é utilizada a transferência pulsada, que se aproxima da globular,
porém mais estável e uniforme, gerando pulsos de corrente em dois níveis, sendo um abaixo
da faixa de transição e outro acima da faixa de transição. Na corrente baixa a gota se forma
e cresce na ponta do arame, e na corrente alta a gota é transferida para a poça de fusão. A
desvantagem desse processo é que ele dificulta ainda mais a parametrização e otimização
do processo, pois coloca uma variável a mais na fonte de energia, que é o pulso da corrente.

4.3 Vantagens
• Alta produtividade e taxa de deposição,
• Alto fator de ocupação de soldador,

Tecnologia da Soldagem 52 CIPMOI 2020


• Versatilidade dos tipos de materiais e espessuras aplicáveis,
• Não existência de fluxos de soldagem,
• Exige menos habilidade do soldador.
• Soldagem em todas as posições,
• Permite maiores velocidade de soldagem do que no processo SMAW,
• Possibilidade de cordões mais longos sem interrupção,
• Limpeza mínima necessária após soldagem,
• Processo de fácil robotização.

4.4 Desvantagens
• Maior sensibilidade à variação dos parâmetros elétricos, equipamento mais complexo,
• Maior custo,
• Menos portátil do que o processo SMAW,
• Dificuldade de soldagem em locais de acesso restrito (chanfros estreitos) devido ao
tamanho da tocha de soldagem (o bocal necessita estar próximo da poça de fusão para
realizar a proteção gasosa),
• O arco deve estar protegido de correntes de ar,
• Maior necessidade de manutenção,
• Menor variedade de consumíveis.

4.5 Equipamentos
• Fonte de energia e cabos de energia,
• Alimentador de arame,
• Tocha de soldagem,
• Fonte de gás protetor (Cilindro, regulador de pressão, mangueiras),
Figura 4.14: Equipamentos no processo MIGMAG.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe LOAD/relatorio-solda-eletrodo-revestido Acesso em:04/2020

No processo GMAW, para manter o comprimento do arco constante mantemos a


velocidade de alimentação constante e a fonte permite variações

Tecnologia da Soldagem 53 CIPMOI 2020


nos parâmetros de soldagem, de modo a manter o consumo aproximadamente constante.

Figura 4.15: Esquema de equipamento básico para soldagem GMAW.

Fonte: https://docplayer.com.br/14704844-Apostila-de-treinamento-mig-mag-gmaw.html Acesso em:04/2020

Para tal utiliza-se fonte de tensão constante e um alimentador de arame com velocidade
constante. Esse equipamento tende a manter o comprimento do arco estável. Pode-se
observar que variações no comprimento do arco geram grandes alterações na corrente de
soldagem, de forma que o comprimento do arco se mantenha constante e o processo esteja
em condição de equilíbrio. Figura 4.16: Fontes GMAW.

Fonte: https://www.fg.com.br/fonte-solda-mig-smashweld-250a---esab/p Acesso em:04/2020

Geralmente as fontes são do tipo transformador-retificador e é possível ajustar seu valor de


saída entre 18V e 50V.

Tecnologia da Soldagem 54 CIPMOI 2020


Figura 4.17: Equipamentos no processo
MIGMAG. UNIOADf 01
REERiCERAÇAO

GASOE
PROTEÇÃO AUMCNTAOOR
DE
ARAME

TOCH
A

TON IT

Fonte: http://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo soldagem mig mag gmaw.cfm Acesso


em: 04/2020
Os alimentadores de arame normalmente são acionados por um motor de corrente contínua
e fornecem arame a uma velocidade constante ajustável. Não existe qualquer dependência
entre o alimentador e a fonte, contudo é necessário ajustar ambos conjuntamente para que o
processo funcione corretamente. O arame é movido por um conjunto de roletes de
alimentação (2, 3 ou 4 roletes), que o passam por um tubo conduíte até chegar à tocha.
Cada rolete é ideal a um diâmetro de arame, devendo ser substituído ou ajustado caso a
espessura de arame seja trocada. Existem fontes com alimentador embutido e outras com o
alimentador externo.
Vale ressaltar que a taxa de alimentação do arame tem sido um grande problema para
processos de soldagem semiautomáticos como GMAW e FCAW (a ser estudado na próxima
unidade). Vários fatores podem alterar a velocidade do arame, como dobras ou curvas no
tubo conduíte e variações no diâmetro do arame ou no furo do bico de contato. Além disso,
arames de diâmetro pequeno ou de material macio podem ser flambados entre os roletes de
alimentação e na entrada do tubo conduíte, interrompendo a alimentação. Esses e outros
problemas, como acúmulo de detritos no conduíte e desgaste do bico podem resultar em
uma solda irregular.

Tecnologia da Soldagem 55 CIPMOI 2020


Figura 4.18: Alimentador de arame para GMAW.

Fonte: https://labsolda.ufsc.br/publicacoes/graduacao/2016_tcc_arthur.rodrigues.pdf Acesso em: 04/2020

A tocha de soldagem é um dispositivo de suporte, que sustenta o bico de contato, que


conduz corrente elétrica até o eletrodo e que contém um bocal para direcionar o gás protetor
e um gatilho de acionamento. O bico de contato é um tubo à base de cobre, com diâmetro
interno ligeiramente superior ao diâmetro do arame e serve como contato elétrico deslizante.
Geralmente deve ter um diâmetro ligeiramente maior do que o arame (cerca de 0,2mm).
Frequentemente o bico se suja de respingos e deve ser limpo com uma lima circular.
Figura 4.19: Tocha de soldagem GMAW.

Fonte:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-805091849-tocha-mig-mag-khbr-400-5m-arame-tubular-binzel-brinde-_J
M Acesso em: 04/2020
Figura 4.20: Bicos de contato e bico de contato sujo de
respingos.

Fonte: http://cigsoldas.com.br/manutencao-preventiva-tocha-mig/ Acesso em: 04/2020

Tecnologia da Soldagem 56 CIPMOI 2020


O bocal pode ser de cobre ou de material cerâmico e seu diâmetro deve ser compatível com
a corrente e o gás utilizados no processo. Ele serve para direcionar o fluxo de gás para o
arco e a poça de fusão e deve ser compatível com a vazão e a corrente. O gatilho energiza
o circuito de soldagem e aciona a alimentação de arame e uma válvula solenoide que libera
o fluxo de gás de proteção. As tochas podem ser refrigeradas por um líquido refrigerante,
mesmo utilizado nas tochas GTAW, ou pelo próprio gás de proteção.

Figura 4.21: Desenho esquemático de tocha GMAW.

Fonte: http://www.oximig.com.br/arquivos/fotos/banner_1506436124.pdf Acesso em: 04/2020

Figura 4.22: Exemplo de tocha GMAW com sistema de refrigeração.

Fonte:
https://www.abrasegcomercial.com.br/maquinas-acessorios/tochas-soldagem-mig-mag/tochas-mig-mag/tocha-m
ig-mag-mb501-d-az-3m-034-0067.html Acesso em: 04/2020
A fonte de gás consiste em um cilindro de gás ou mistura de gases que serão utilizados para
proteger a poça de fusão, além dos dispositivos auxiliares,

Tecnologia da Soldagem 57 CIPMOI 2020


como mangueiras e reguladores de pressão. Em grandes indústrias são utilizadas uma
central única de gás e uma tubulação que leva o gás até o posto de trabalho.

Figura 4.23: Cilindro de gás.

Fonte: https://oxichamagases.com.br/product/cilindro-mistura-solda-mig-aco-carbono/ Acesso em: 04/2020

4.6 Consumíveis
• Arame,
• Gás de proteção,
• Líquido antirrespingos.
Os arames para soldagem são metais ou ligas metálicas com propriedades físico-químicas e
mecânicas bem controladas. Quando a composição química, dureza e dimensões do produto
não atendem ao padrão de qualidade podem ser geradas falhas na alimentação de arame,
instabilidade do arco e descontinuidades no cordão.

Figura 4.24: Arames para soldagem GMAW.

Fonte:https://www.sumig.com/pt/blog/post/como-escolher-o-diametro-correto-do-arame-mig Acesso em:


04/2020

Tradicionalmente os arames de aço, tanto para soldagem MIGMAG quando para soldagem a
arco submerso, processo que será estudado futuramente, são cobreados. Isso confere um
melhor contato elétrico e protege o arame da corrosão, caso a espessura mínima seja
atendida. Os arames podem vir desde em pequenos rolos de 250g, para máquinas portáteis,
até em tambores de 350kg, que são utilizados na indústria pesada. A forma mais comum de
se encontrar é em bobinas de 15kg.

Tecnologia da Soldagem 58 CIPMOI 2020


Figura 4.25: Tambores de arames.

Fonte: http://www.ufjf.br/profab/files/2016/09/Arames-tubulares.pdf Acesso em: 04/2020

Os arames para soldagem de aços, em geral, podem ser inteiramente metálicos, sendo
chamados de arames sólidos, ou podem ser do tipo tubular, constituídos de uma camada
metálica cilíndrica com um enchimento interno de fluxo. Os arames tubulares preenchidos
com fluxo serão estudados mais a fundo no próximo capítulo.

Figura 4.26: Nomenclatura de metais de adição para aços baixo carbono.

Fonte: http://www.ufjf.br/profab/files/2016/09/Arames-tubulares.pdf Acesso em: 04/2020

Tecnologia da Soldagem 59 CIPMOI 2020


Tabela 4.1: Tabela com os requisitos de composição química para o tipo de arame ou metal de solda

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e


tecnologia. Editora UFMG.

Tabela 4.2:Tabela indicando a classificação dos materiais de base e arames sólidos

Tecnologia da Soldagem 60 CIPMOI 2020


Tabela 4.3: Tabela indicando a classificação dos materiais de base e arames sólidos

Tabela 4.4: Tabela indicando a classificação dos materiais de base e arames sólidos.

Os gases utilizados na soldagem MIGMAG podem ser misturas variadas e isso afeta
diretamente as características operacionais do processo como a transferência de metal, a
penetração, a largura e o formato do cordão, a velocidade de soldagem, o custo de operação
entre outras. Os gases inertes puros geralmente são utilizados para soldagem de matais não
ferrosos, como alumínio, magnésio e titânio.
Para soldagem de ferrosos é comum adicionar gases ativos que melhoram ligeiramente a
estabilidade do arco e a transferência de metal, além de reduzir o custo do processo. Apesar
do CO2 (dióxido de carbono) ser inerte a temperatura ambiente, na temperatura alcançada
no arco elétrico ele se separa em CO e O, tornando-se ativo. Geralmente o CO2 produz altas
quantidades de respingos quando comparados a gases inertes, porém produz uma maior
penetração. Misturas de CO2 e Argônio (Ar) frequentemente são utilizadas na soldagem de
aços carbono e aços baixa liga na busca de um ponto ideal com

Tecnologia da Soldagem 61 CIPMOI 2020


poucos respingos e boa penetração. Em metais não ferrosos adicionar Hélio ao Argônio
eleva a penetração.
Figura 4.27: Gases e misturas usados na soldagem MIGMAG.

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e


tecnologia. Editora UFMG.
Figura 4.28: Influência da mistura de gases na forma do cordão

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e


tecnologia. Editora UFMG.

O líquido antirrespingo pode ser fornecido em embalagens aerossol e geralmente é


aplicado sobre o bocal e o bico de contato, formando uma camada fina do produto. Algumas
vezes também pode ser utilizado sobre o metal de base, entretanto é necessário cuidado,
pois líquidos hidrogenados podem formar descontinuidades de soldagem e líquidos com
silicone podem dificultar posterior pintura da peça.
4.7 Técnica Operatória

No processo MIGMAG, devido à ausência do movimento de mergulho que existe no


processo de soldagem com eletrodo revestido, o soldador necessita de menos habilidade
manual para produzir uma solda de qualidade. Contudo é mais trabalhoso ajustar os
parâmetros da máquina para otimizar a soldagem.
Para abrir o arco elétrico deve-se aproximar a tocha da peça e acionar o gatilho de disparo,
alimentando o arame e o gás de proteção e energizando o circuito elétrico. A abertura do
arco se dá pelo toque do arame eletrodo na peça.

Tecnologia da Soldagem 62 CIPMOI 2020


Então o soldador deve aguardar a formação da poça de fusão para iniciar o movimento de
translação ao longo da junta, com velocidade uniforme e fazendo o movimento de tecimento,
se necessário.
Ao final da operação, o gatilho da tocha é solto, interrompendo a corrente elétrica, a
alimentação de arame e o fluxo de gás, extinguindo o arco elétrico.
As principais variáveis no processo GMAW são tensão, corrente, polaridade da corrente,
velocidade de translação, vazão de gás protetor, diâmetro do eletrodo e o stick-out
(distância do bico de contato até a peça).
O diâmetro do eletrodo deve ser escolhido com base na espessura do metal de base, na
posição de soldagem e em outros fatores que possam influenciar o tamanho da poça de
fusão e/ou a quantidade de calor cedida à peça. Para cada diâmetro de arame existe uma
corrente mínima e uma máxima que devem ser respeitadas para que o arco apresente boas
condições de operação. Esses valores mínimo e máximo indicam qual é a faixa de corrente
Figura 4.29: Faixas de corrente correspondentes para cada diâmetro de eletrodo para cada material.
ideal para cada eletrodo.

Fonte: Modenesi, P. J., Marques, P. V., & Bracarense, A. Q. (2005). Soldagem-fundamentos e


tecnologia. Editora UFMG.

Normalmente, a corrente utilizada é corrente contínua com polaridade inversa (eletrodo


positivo), o que resulta em maior penetração e melhor estabilidade do arco elétrico.
Geralmente a corrente alternada e contínua direta não são utilizadas em arames maciços.
A tensão de soldagem afeta o comprimento do arco, o modo de transferência do metal e o
formato do cordão. Altas tensões geram mais respingos e cordões de solda mais largos
enquanto as baixas favorecem a transferência por curto-circuito e maior instabilidade do arco.
A tensão de soldagem deve ser escolhida com base na corrente de soldagem e no gás de
proteção.

Tecnologia da Soldagem 63 CIPMOI 2020


O stick-out é definido como a distância entre a extremidade do bico de contato da tocha e a
extremidade do arame em contato com o arco. Contudo, como esta distância é de difícil
medição é comum considerar o stick-out como a distância da extremidade do bico de contato
à peça. Quanto maior for essa distância, maior será o aquecimento do arame por efeito Joule
e menor será a corrente necessária para fundir o arame.
A vazão de gás protetor deve proporcionar uma proteção eficiente contra a contaminação
da solda pela atmosfera. Em geral, quanto maior for a corrente maior será a poça de fusão e,
consequentemente, sua área superficial, exigindo um aumento na vazão de gás. Vazões
pequenas podem gerar falta de proteção que pode levar ao aparecimento de porosidades e
deterioração das propriedades da solda. Por outro lado, vazões elevadas podem causar
depressões na poça de fusão e gerar irregularidades no cordão, além de elevar o custo da
operação. Para soldagem em curto-circuito um valor prático de vazão é de 10 vezes a
espessura do arame eletrodo, para transferência spray 17 vezes.
A velocidade de soldagem influencia a energia de soldagem e, dessa forma, a quantia de
calor cedida à peça. Velocidades baixas elevam o custo da operação podem gerar problemas
metalúrgicos devido ao alto nível de energia transferida à peça. Velocidades altas reduzem a
penetração, o reforço e a largura do cordão e, caso excessivas, provocam o aparecimento de
mordeduras e falta de fusão e/ou de penetração.
Assim como nos outros processos já estudados, o sentido de soldagem influencia no
cordão de solda. Na solda a ré há uma maior penetração e um cordão mais estreito enquanto
na solda a frente háFigura
uma 4.34:
menor penetração
Influência e um
do sentido de cordão menos
soldagem na poçaestreito.
de fusão.

Fonte: http://www.halversoncts.com/97-welding-procedures.html Acesso em: 04/2020

Tecnologia da Soldagem 64 CIPMOI 2020


Figura 4.35: Ângulo de trabalho normal para soldagem de filete.

Fonte: https://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_mig_mag_gmaw.cfm Acesso em:


04/2020

4.8 Aplicações Industriais

A soldagem MIGMAG é um processo versátil em termos de ligas soldáveis e espessuras de


material, podendo ser utilizado em todas as posições. A soldagem com gases inertes pode
ser aplicada na soldagem de não ferrosos e aços inoxidáveis enquanto a com gases ativos é
amplamente usada para diversos tipos de aços.
Devido ao caráter semiautomático do processo sua produtividade é bastante elevada, sendo
quase sempre uma alternativa viável à soldagem com outros processos. Além da união de
peças metálicas, também pode ser utilizado para recuperação e revestimento de peças
metálicas.
O processo tem sido extensivamente utilizado na indústria automobilística, com adaptação
para mecanização completa do processo por meio de robôs, na indústria ferroviária e na
fabricação de equipamentos de médio e grande porte, como pontes rolantes, vigas,
escavadeiras, tratores e outros.Figura 4.36: Aplicação GMAW.

Fonte: https://www.sumig.com/pt/blog/post/como-escolher-o-diametro-correto-do-arame-mig Acesso em:


04/2020

Tecnologia da Soldagem 65 CIPMOI 2020


Colocando o conhecimento em prática

1. Cite 3 vantagens e 3 desvantagens do processo de soldagem por eletrodo revestido


quando comparado a outros processos de soldagem.
2. Cite 2 vantagens e 2 desvantagens do processo GMAW.
3. Qual a principal diferença entre o processo MIG e o processo MAG?
4. Cite alguns gases comumente utilizados no processo MIG.
5. Cite alguns gases comumente utilizados no processo MAG.
6. Quais são as 4 formas de transferência de metal de adição para a peça na soldagem
GMAW? Quais são as principais características e aplicações de cada uma delas?
7. O que é corrente de transição?
8. O que acontece com o volume das gotas da transferência metálica quando se eleva a
corrente de soldagem?
9. O que acontece com o número de gotas da transferência metálica quando se eleva a
corrente de soldagem?
10. Desenhe um gráfico que mostre a relação entre o volume das gotas e o número de gotas
e a corrente de soldagem (lembre-se da corrente de transição).
11. Cite 2 diferenças entre os eletrodos dos processos SMAW e GMAW?
12. Cite 2 diferenças entre o processo GMAW e o processo GTAW?
13. Porque o processo GMAW é considerado um processo semiautomático?
14. Para que serve o conduíte?
15. O que é o bico de contato?
16. Porque o processo SMAW é melhor do que o GMAW em chanfros estreitos?
17. Por que no processo de soldagem GMAW existe um controle intrínseco automático do
comprimento do arco?
18. O que é stick-out? Como ele afeta as características de soldagem?
Recapitulando

O processo GMAW utiliza a energia do arco elétrico, aberto entre um arame eletrodo e o
metal de base, para gerar o calor necessário para fundir as peças e então uni-las, realizando
a solda. A qualidade da solda é garantida pela proteção gasosa que pode ser de um gás
inerte ou gás ativo. O processo tem diversas aplicações na indústria, sendo um processo
com produtividade elevada e com possibilidade de fácil robotização e mecanização. É
importante ressaltar as diferentes transferências metálicas que ocorrem nesse processo e
seu impacto nos parâmetros de soldagem.

Tecnologia da Soldagem 66 CIPMOI 2020


Para saber
mais
• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.
Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7AtmicYrank&index=8&list=WL (Curso
de Solda MIGMAG)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VFpLqEUZ1Ng (Inserindo o arame
MIGMAG no sistema de alimentação - Belgo Bekaert)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8jqBslNrkG0 (Ajuste da pressão dos
roletes de alimentação - Belgo Bekaert)
• Disponível em:https://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_1383761429&fe
ature=iv&src_vid=7MLVnd0b_CU&v=0gAxFewEVGk#t=16m12s (Como montar uma
máquina MIG - Brazil Welds)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7MLVnd0b_CU (como regular o arame
GMAW - Brazil Welds)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5HFBFK2h_Ow&list=WL&index=2
(solda MIG na produção - Brazil Welds)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OqpfnXwHPYs&list=WL&index=1
(Solda MIGMAG spray vs curto circuito - Brazil Welds)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1lvfrfFEiXs (MIGMAG modo spray
-LABSOLDA)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=46Wriwnimzo&index=6&list=WL (Solda
em tubulação MIG
• Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=0-p6yjffrvo&index=7&list=WL&t=263s (Como soldar
MIGMAG com cordão escamado - MG Soldas Industriais)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nKy23H5_2vI (MIG fabricação de
cadeiras)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1hzsMRVtMeA (Solda
automatizada no duto)
• Disponível em: de
Prática https://www.youtube.com/watch?v=ZYjhA2pDwyM
Laboratório (Trefilação de
arame)
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2tHYrsKE_Oc (Trefilação de arame)
A prática de laboratório será abordada na próxima unidade do livro texto, visto que serão
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=49Iv0kYm-cA (Máquina para
feitos juntos (FCAW).
fabricação de arames de construção)

Tecnologia da Soldagem 67 CIPMOI 2020


Fundamentos de
Soldagem
2° Bimestre 2020
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
Unidade 1 - Terminologia e Simbologia de Soldagem 70
Pró-reitoria de Extensão da UFMG 1.1 Recapitulando - o que e soldagem? 71
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Terminologia
71
Diretor da EEUFMG 1.3 Caracterfsticas do cordão de solda
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 75
1.5 Simbologia
Vice- Diretor da EEUFMG 77
Prof. Luiz Machado Unidade 2 - Documentação de Processos de Soldagem
Coordenação Geral 2.1 EPS 87
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães
2.2 RQPS 88
Supervisão de área
89
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel Mendes de
Almeida Carvalho

Instrutores colaboradores
Cesar Romero Afonso Goulart Junior
Lara Alves Rachid (2020)

69
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Terminologia
e Simbologia de
Soldagem
Um começo de conversa

Sabe-se que a soldagem se encontra presente em diversas esferas do nosso cotidiano, na


cadeira que nos sentamos, no carro que dirigimos, no ginásio onde jogamos futebol, enfim,
ela se encontra por toda parte. Para que seja possível fabricar todos esses componentes
com êxito em qualquer parte do mundo, os projetos de soldagem devem seguir algumas
convenções e normas. Nesse contexto entra a importância da simbologia e terminologia de
soldagem. Esses termos indicam graficamente que tipo de soldagem deve ser aplicada no
processo de fabricação, além de outras características peculiares a cada sistema.

Objetivos da aprendizagem

Nestes capítulos serão apresentadas informações gerais sobre simbologia e terminologia de


soldagem. Será abordado aspectos gerais de diversos processos de soldagem,
características dos cordões de solda, os tipos de junta e chanfros mais utilizados. Portanto,
será discutido quando deve-se utilizar cada tipo de configuração de junta, chanfro e
acabamento evidenciando as características desejadas de cada processo de soldagem.

Em busca de informação

Os temas abordados são fortemente baseados na norma AWS (American Welding Society)
além de grandes nomes globais na área de soldagem como Kobelco, ESAB e DEMET
UFMG.

70
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Recapitulando - o que e
soldagem?
A Soldagem e o processo de união de materiais (particularmente os metais) mais importante
do ponto de vista industrial sendo extensivamente utilizada na fabricação e recuperação de
peças, equipamentos e estruturas. - definição da AWS (American Welding Society).

1.2 Terminologia
• Soldagem (welding): Processo de união de peças ou deposição (pode ser feito por
fusão ou pressão, neste curso trataremos daqueles processos de soldagem
relacionados a fusão).
• Solda (weld): E o produto da soldagem.
• Metal base: peça que passara pelo processo de soldagem. Quando possível utiliza-se
peças mais fáceis de se soldar, ou seja, peças que tenham melhor soldabilidade.
• Metal de adição: material depositado sobre o metal base no processo de soldagem ou
brasagem pelo fenômeno da fusão. A escolha desse metal depende do metal base, da
junta que sofrera o processo de soldagem e qual a sua aplicação. O metal de adição
compatível com a sua aplicação e, em geral, especificado por normas, as duas agendas
normatizadoras mais famosas são: America Welding Society (AWS) e a International
Organization for Standardization (ISO).
• Poça de fusão: região em que o material se encontra fundido durante o processo de
soldagem.
• Penetração: distância entre a superfície do metal base e a parte inferior da zona
fundida.
• Escoria (slag): Resíduo não metálico proveniente da dissolução do fluxo ou
revestimento, além de impurezas não metálicas na soldagem e brasagem.
Figura 1.1 - Representação da soldagem com
eletrodo.

Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

71
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.2.1 Transferência de calor no metal base
• Zona fundida: parte do cordão de solda em que houve a fusão dos metais de base e,
se houver, metal de adição.
• Zona termicamente afetada (ZTA): também conhecida como zona afetada pelo calor,
e a região do metal base que teve alteração nas suas propriedades físicas devido o
aumento da temperatura, mesmo que essa região não tenha fundido, sua
microestrutura sofreu modificações, ao longo do curso será apresentado os conceitos
de microestrutura dos aços e a importância da sua compreensão para a qualidade da
solda.
• Cobre junta ou mata junta: peça colocada no fundo da solda durante o processo de
soldagem com o objetivo de conter a solda. Ele pode ser removido ou não apos o
cordão pronto. [1]
Figura 1.2 - Representação das regiões de um cordão de
solda
Zona Termicamente Zona
Fundida (ZF) Afetada (ZTA)

Cobre

Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

1.2.2 Juntas
As juntas são os locais onde ocorrem o processo de soldagem entre duas peças, são as
intercessões, o encontro, entre as peças. A posição do conjunto vai determinar o tipo de
junta. [1]

72
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.3 - Tipos de
juntas

Fonte adaptado: http://www.tpub.com/steelworker1/16.htm

Penetrarão - junta
Penetração total: ocorre quando a zona fundida do cordão de solda atravessa toda a
espessura de pelo menos um dos componentes da junta.
Penetração parcial: acontece quando a zona fundida do cordão de solda não atravessa
totalmente a espessura de um dos componentes da junta. [2]
Figura 1.4 - Exemplo de penetração na
junta

Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

1.2.3 Chanfros
Os chanfros são cavidades criadas nas superfícies das peças que serão unidas -também
pode ser definido como “recipiente” onde o cordão de solda será formado.

73
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Tipos de chanfros
Figura 1.5 - Tipos de chanfros mais
utilizados.

Fonte:
http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

Figura 1.6 - Aplicação dos


chanfros.

Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

74
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Elementos do chanfro
Figura 1.7 – Elementos de um chanfro

S = nariz
f = folga
r = raio de chanfro
a = ângulo de chanfro
P = ângulo do bisel

Fonte: http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo10/CAPIT5.pdf

1.3 Características do cordão de solda

Figura 1.8 - Terminologias para a solda de topo (a esquerda) e solda em ângulo (a


direita)

Fonte: http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo10/CAPIT5.pdf

• Raiz (rooty): parte verticalmente mais profunda do cordão de solda.


• Face (face): superfície oposta a raiz do cordão de solda - interface do cordão de
solda com o ambiente.
• Passe (pass): Uma única operação de soldagem no sentido de progressão ao longo
de uma junta. Uma solda pode ser obtida por um ou vários passes.
• Camada (layer): Conjunto de passes localizados em uma mesma altura no chanfro.
• Reforço (reinforcement): distancia vertical entre a superfície do metal de base e o
ponto mais alto do cordão de solda
• Margem (toe): linha de interface entre o cordão de solda e o metal de base.

75
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1. 9 - Representação da execução de uma solda de vários
passes

Fonte: http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo 10/CAPIT5.pdf

Figura 1.10 - Terminologia de um cordão de


solda

Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf

1.4 Posições de soldagem


Figura 1.11 - Posições de soldagem para solda de
topo

Fonte:https://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_eletrodo_revestido_mma_s
maw.cfm

76
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Posições chapas (QW-121 - Qualificação por soldagem)

QW-121.1 Posição plana 1G Chapa na posição horizontal plana com o metal


de solda depositado por cima.
QW-121.2 Posição Horizontal 2G Chapa na posição vertical plana com o eixo da
solda horizontal.
QW-121.3 Posição Vertical 3G Chapa na posição vertical plana com o eixo da
solda vertical.
QW-121.4 Posição Aérea 4G Chapa na posição horizontal plana com o metal
de solda depositado por baixo.

Posições de tubos QW-122

QW-122.1 Posição plana 1G Tubo com o seu eixo horizontal e gira-se o tubo
durante a soldagem de modo que a solda metal
e depositada por cima.

QW-122.2 Posição Horizontal 2G Tubo com o seu eixo vertical e o eixo da solda na
horizontal plana. O tubo nao deve ser girado
durante a soldagem.

QW-122.3 Múltiplas Posições 5G Tubo com o seu eixo horizontal e com o chanfro
de soldagem na posição vertical plana. A solda
deve ser feita sem girar o tubo.

QW-122.4 Múltiplas Posições 6G Tubo com o seu eixo inclinado a 45 graus para
horizontal. A soldagem deve ser feito sem girar o
tubo.

Norma AWS (traduzida)

1.5 Simbologia
A simbologia de soldagem diz respeito a representação gráfica de todas as informações que
são necessárias ao desenvolvimento do trabalho dos profissionais da área.

Símbolos
Os símbolos são desenhos que representam orientações para o processo de soldagem;
indicam a geometria das juntas, as dimensões e o angulo do chanfro, a abertura de raiz, o
comprimento da solda, o local de trabalho, entre outras informações.

77
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.5.1 Simbologia de soldagem
Figura 1.12- Elementos de um símbolo de soldagem

Fonte: http://juniorsoldagem.blogspot.com.br/2012/11/simbologia-da-soldagem-um-soldador-
deve.html

Figura 1.13- Tipos básicos de


solda

Fonte: http://principo.org/definico-de-soldagem.html

78
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Aplicações
Figura 1.14- Exemplos de aplicações de simbologia da soldagem

Fonte:
http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/simbologia-de-soldagem/287-simbol
ogia-de-soldagem-simbolos-basicos.html

79
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Tabela 1.1- Exemplos de aplicações de simbologia da
soldagem

Fonte: https://blogpuneet.files.wordpress.com/2013/09/welding-symbols.jpg

80
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Tipos de acabamento
• C - Rebarbamento (chipping);
• G - Esmerilhamento (grinding);
• H - Martelamento (hammering);
• M - Usinagem (machining);
• R - Laminação (rolling);

Tabela 1.2 - Exemplos de simbologia de acabamento

81
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
82
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
83
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em pratica
1. O que determina o tipo da junta?
2. Quando devo fazer um chanfro?
3. Quais as diferenças entre os tipos de chanfros? Por que existem tantos?
4. Relacione a simbologia com o desenho adequado.
Figura 1.15- Exemplos

Fonte: www.auburn.wednet.edu/.../Exercise%209%20welding%20symb

5. Desenhe o(s) cordão(ões) de solda e as respectivas juntas, baseando-se nos desenhos e


simbologia dados.
Figura 1.16 - Exemplos

Fonte: https://pt.scribd.com/document/72704716/IS-N1-SIMBOLOGIA-DA-SOLDAGEM-1

84
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
6. A partir dos desenhos das soldas faça a representação da junta e da respectiva
simbologia. Figura 1.17 - Exemplos

Fonte:https://pt.scribd.com/document/72704716/IS-N1-SIMBOLOGIA-DA-SOLDAGEM-1

7. A partir da imagem do cordão de solda, represente, simbolicamente, a solda mostrada.

Figura 1.18- Exemplos

Fonte:https://pt.scribd.com/document/72704716/IS-N1-SIMBOLOGIA-DA-SOLDAGEM-1

85
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
8. A partir da representação simbólica do cordão de solda, faça um desenho que represente
o cordão de solda.
Figura 1.19- Exemplos

Fonte:https://pt.scribd.com/document/72704716/IS-N1-SIMBOLOGIA-DA-SOLDAGEM-1

Recapitulando
Nesta seção estudamos sobre as simbologias e terminologias de soldagem mais utilizadas e
o contexto que elas estão inseridas. Também foram vistos diversos exemplos da sua
aplicação pratica.

Para saber mais


• Terminologia. Disponível em :<http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/
terminologia.pdf> Acesso em 2019.
• Terminologia de Soldagem. Disponível
em:<http://wwwo.metalica.com.br/terminologia-da-soldagem>. Acesso em 2019.
• “UNISANTA”. Disponível em:<http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo10/CAPIT5.pdf> Acesso
em 2019.
• “KOBELCO” Disponível em :<http://www.kobelco-welding.jp/portuguese/educationcenter/
references/references02.html> Acesso em 2019.

86
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2:
Documentaçao de
Processos de
Soldagem
Um começo de conversa
Algum dia você já parou para pensar como que foi dimensionado o processo de fabricarão
por soldagem de uma Ferrari 488 Spider? Ou como se faz uma correta manutenção
utilizando soldagem em uma plataforma de petróleo? Bom, neste capítulo falaremos sobre a
validação de procedimentos de soldagem.

Objetivos da aprendizagem
Certamente, quem trabalha diariamente com soldagem de materiais de grande
responsabilidade utiliza a Especificação de procedimento de Soldagem (EPS) como
diretriz de trabalho. Se caso nunca ouviu falar desse procedimento de trabalho, não se
preocupe, este e um dos objetivos deste capítulo. Este procedimento e o que define quais
são os parâmetros de soldagem que devem ser adotados na união de um determinado
material. Portanto, esta EPS precisa ser validada. O documento responsável por fazer esta
validação e o Registro de Qualificação de Procedimento de Soldagem (RQPS). Logo,
iremos entender melhor sobre esses documentos, nessa unidade.

Em busca de informação
Este capítulo foi fortemente embasado em dados de importantes federações na área de
soldagem como a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, teses de doutoramento e
norma de soldagem AWS.

87
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.1 EPS
A EPS, Especificação do Procedimento de Soldagem, e um documento técnico que estabelece
todos os itens importantes, que devem ser considerados na união de peças por soldagem. A EPS
contem limites ou faixas de parâmetros como tipo de corrente, espessura do metal de base, tipo de
metal de base, etc. Um procedimento de soldagem e válido somente dentro dos limites nele
especificados. [1]
Figura 2.1 - Exemplo de EPS

Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem | - FBTS - Este texto complementar e parte
integrante do material on-line disponibilizado para o Curso de Inspetor de Soldagem.

88
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.2 RQPS

Em relação a responsabilidade de execução e de inspeção do processo de soldagem, ha


ainda a necessidade de criação de um documento de validação dos profissionais e demais
variáveis envolvidas no processo, assim como do produto da soldagem. Esses documentos
são chamados de Registro de Qualificarão de Procedimento de soldagem (RQPS) e
Registro de Qualificarão do Soldador (RQS). Então aliado a elaboração da EPS, ha a
necessidade em conjunto, de uma RQPS. [1]
O documento RQPS visa:
• Qualificar os profissionais nos processos (parâmetros);
• Qualificar os profissionais nas posições de soldagem a ser adotadas;
• Qualificar os profissionais nas posições de soldagem a ser adotadas;
• Validar parâmetros da EPS.
Figura 2.2- Exemplo de
RQPS

89
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
90
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118458/000738478.pdf?sequence=1

91
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em pratica

Utilizando o modelo de EPS acima, preencha-o baseando-se nos parametros utilizados em


uma das praticas de laboratorio.

Recaptulando
Nesta unidade aprendemos sobre a serventia de uma EPS, como ela e dimensionada e,
posteriormente validade por um RQPS.

Para saber mais


• G. Luiz, “Soldagem,” Disponível em:
https://gelsonluz.com/procedimento-de-soldagem-eps/. Acesso em 2019.
•“TORK”. Disponível em: <
https://laboratorios-tork.com.br/servicos/testes-em-materiais/qualificacao-de-procedimento
-de-soldagem-e-soldador/> Acesso em 25/03/2020.

Referências Bibliográficas
[1] P. V. Marques, P. J. Modenesi e A. Q. Bracarense, Soldagem Fundamentos e Tecnologia,
3° ed., Belo Horizonte: Ufmg, 2011.

[2] P. J. Modenesi, "Terminologia Usual de Soldagem e Simbolos de Soldagem," Belo


Horizonte, 2008.

92
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Comunicação e Relações
Humanas
2º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Currículo 95
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 O que é um currículo e para que ele serve? 95
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Como elaborá-lo? 96
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Quais são os erros mais comuns? 96
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Unidade 2: Entrevista de Emprego 100
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.1 Tópicos iniciais 100
Supervisão de área
2.2 Perguntas usualmente realizadas em uma 102
entrevista de emprego
2.3 Perguntas feitas para enganar o candidato 104

Prof. Antônio Augusto Moreira de Faria


2.4 Principais erros 106

Instrutores Colaboradores
Unidade 3: Medo de falar em público 110
Bruno Mateus Oliveira Silva

Catharina de Almeida Carvalhais Referências Bibliográficas 114


Gilson Junio Oliveira Andrade

Natalia Alves de Souza

Viviani Cristina de Oliveira

94
Mestre de Instalador
Desenhista
Eletricista Obras
Tecnologia Cadista para Construção
Predial
da Soldagem Civil
de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 1: Currículo

Um começo de conversa

A frase “Me envie o seu currículo” costuma dar calafrios em quem está à procura de
emprego. Você já passou por essa situação? Nesta unidade, aprenderemos como elaborar
um bom modelo de currículo, já que a elaboração e a apresentação desse documento são
partes essenciais no processo de recrutamento e seleção. O formato e as informações
que constam no currículo ditam o destino do profissional em um processo seletivo: a lista
de melhores candidatos ou a lata de lixo.

Objetivos da Aprendizagem

Aprender elaborar um currículo que forneça os dados importantes a um recrutador.

Em busca de informações

1.1 O que é um currículo e para que ele serve?

O curriculum vitae, também abreviado para CV ou apenas currículo, é um documento que


relata as informações pessoais, a trajetória educacional e/ou acadêmica e as experiências
profissionais de uma pessoa, objetivando demonstrar suas habilidades e competências.
De modo geral, o currículo é a forma que muitas empresas usam para selecionar
candidatos para uma entrevista de emprego, através do perfil pessoal descrito no
documento. Assim, um currículo bem apresentado e redigido é um passo importantíssimo
para garantir uma vaga no mercado de trabalho.

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1.2 Como elaborá-lo?

Primeiramente, é preciso imaginar o que o recrutador estará procurando em um


candidato. Além disso, é necessário ter boa apresentação visual, ser objetivo e de fácil
compreensão, isto é, deve-se deixar claro o interesse do trabalhador, destacar as
qualificações que o habilitam a ocupar o cargo em questão, demonstrar os resultados
e contribuições nas empresas onde atuou e enfatizar os pontos fortes do candidato ao
emprego. Abaixo segue o resumo das informações que deve conter no seu currículo:
(Escrever o nome na primeira linha do currículo).

Endereço residencial completo


Dados de contato (telefones residencial, para recados e celular e e-mail)
Dados Pessoais (Ex: brasileiro, casado, 30 anos).
Objetivo Profissional (lista resumida e clara de suas expectativas profissionais). Ex.:
gerente da área industrial.
Resumo de Qualificações (habilidades voltadas para a posição ou empresa objetivada):
Formação Escolar (curso, ano de formação e instituição – quanto mais recente fora
conclusão, mais completa deverá ser a descrição); Cursos (cursos de aperfeiçoamento
mais recentes que completem a sua formação ou objetivo); Idiomas (mencionar idiomas
nos quais tenha fluência).
Experiência Profissional (mencionar empresas em que atuou nos últimos dez anos,
com as datas de entrada e saída, seguindo a ordem da mais recente para a mais
antiga, citando os cargos, as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos sempre
de maneira objetiva; evite analisar, apenas informe).

1.3 Quais os erros mais comuns?

Muitas pessoas cometem erros fatais na hora de elaborar um currículo, fazendo com
que o recrutador nem mesmo considere seu nome para a entrevista. Confira 7 erros
fatais no currículo:
● Gramática e Ortografia: Currículos com erros de português dificilmente passam
pela triagem dos selecionadores. Segundo pesquisas realizadas pela Catho
Online, um a cada quatro currículos é descartado por estes motivos.

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● Objetivo profissional: Não é indicado informar mais de um cargo em que deseja
atuar. O currículo sempre deve ser focado para a vaga que está se candidatando.
Caso contrário, o selecionador terá a impressão de o candidato não tem um
objetivo definido.
● Dados pessoais: Manter informações desatualizadas, como telefone e e-mail,
impede/dificulta o contato do recrutador, o que pode descartar uma oportunidade
de emprego.
● Documentos: Não confunda a área de Recrutamento de uma empresa com
Departamento Pessoal. Números de documentos, tais como RG, CPF e Título de
Eleitor são totalmente irrelevantes na decisão de se contratar ou não um
candidato, por isso não é necessário que estes dados sejam mencionados no
currículo.
● Extensão: Currículos pouco extensos são mais apreciados pelas empresas, não
apenas por suas poucas páginas, mas sim pelo trabalho intelectual de lógica e
de síntese empregados em sua produção – currículos com mais de duas páginas
normalmente são considerados extensos. Para profissionais em início de
carreira, inclusive, o recomendável é uma página.
● Salário: Informações como o salário anterior e a pretensão salarial devem ser
tratadas preferencialmente no momento da entrevista. Colocar um valor no
currículo pode fazer com que o candidato perca oportunidades de trabalho e a
possibilidade de negociar uma faixa salarial ou benefícios melhores.
● Desligamento das empresas: Razões e justificativas para assuntos desta
natureza são tópicos para serem discutidos em entrevistas e jamais devem ser
mencionados no currículo.

Observe, na próxima página, um currículo elaborado no modelo proposto:

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Rodrigo Magalhães Pedroso Dias
Brasileiro, solteiro, 29 anos

Rua Castor de Afuentes Andradas, 109 Pampulha – Belo Horizonte/MG

CEP 30.000-000

Telefone: (31) 8888-9999 / E-mail: rodrigoaug@gmail.com.br

OBJETIVO
Atuar na área de construção civil na função de encarregado de obra.

FORMAÇÃO ESCOLAR
● Escola Estadual João da Silva - Ensino Médio (concluído) – dezembro de 2002.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
● 2010 até hoje – Prefeitura de Belo Horizonte
Cargo: Encarregado de obra.
Principais Atividades: Coordenar a construção e reforma de postos de
saúde. Leitura dos projetos e gestão de pessoas.
● 2001-2008 – MRVEngenharia
Cargo: Pedreiro
Principais atividades: Executar trabalhos de alvenaria, concreto e outros materiais
seguindo desenhos, esquemas e especificações, utilizando processos e
instrumentos adequados, para construir, reformar ou reparar prédios e obras
similares.
● 1998-2001 – Patrimar Engenharia
Cargo: Assistente de pedreiro
Principais atividades: Executar tarefas auxiliares no canteiro de obras: escavar
valas, transportar e/ou misturar materiais, arrumar e limpar obras e montar e
desmontar armações, e observando as ordens, para auxiliar a construção ou
reforma de prédios. Preparar mistura para argamassa, transportar carrinhos com
massa.

QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS
● Universidade Federal de Minas Gerais (Escola de Engenharia) - Curso Intensivo
de Preparação de Mão de Obra Industrial (CIPMOI) – Curso de Mestre de Obras
(510h) – em andamento.
● Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) Curso de Qualificação em
Acabamento (90h)
– concluído.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
● Premiado com o título de melhor funcionário do ano de 2003.
● Disponibilidade para mudança de cidade ou estado.
● CNH A e B.

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Colocando o conhecimento em prática

Após todas as dicas dadas, está na hora de produzir o seu currículo atualizado. De
preferência, entregue o seu currículo digitado e impresso, caso não tenha como fazer
desse modo pode entregar manuscrito, contanto que siga o modelo.

Recapitulando

Para fixar o que foi visto nesta unidade, tente responder as questões abaixo:
1) Como se deve preparar um currículo?
2) Quais são os erros mais comuns?

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Unidade 2: Entrevista
de Emprego
Um começo de conversa

Após estudarmos as formas iniciais de contato e comunicação daqueles que estão à


procura de emprego com os que o estão ofertando, veremos nesta unidade o que
acontece quando o empregador se interessa por suas qualificações profissionais e o
convida para a próxima etapa rumo à contratação: a entrevista de emprego.

Objetivos da Aprendizagem

Aprender os objetivos de uma entrevista de emprego e como se comportar diante esta


situação.

Em busca de informações

2.1 Tópicos Iniciais

Todo mundo sabe que a entrevista de emprego é muito importante para a conquista do
emprego visado. Ela é a segunda etapa que o empregador possui para conhecer melhor
o candidato ao emprego por ele ofertado e é nela que o candidato pode falar sobre seus
objetivos e qualificações, a fim de convencer o entrevistador de que ele é o profissional
mais habilitado para o serviço; tudo isso “cara a cara”.
Embora a maioria das entrevistas de emprego siga a mesma estrutura, é sempre válido
relembrar algumas regras básicas que podem ajudar a conseguir aquela tão sonhada
vaga de emprego. Por isso, fique atento aos tópicos abaixo e garanta o seu sucesso na
próxima entrevista.

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➔ Com que roupa eu vou?

Ao longo da vida aprendemos que uma pessoa não pode ser medida apenas pela
aparência. Porém, você pode não ter a chance de mostrar para o seu futuro empregador
que apesar de sua camisa amarrotada você é um excelente profissional. Em uma
entrevista de emprego, a aparência é sim muito importante e pode destruir ou aumentar a
credibilidade de um profissional.
Para as mulheres é importante adotar um modelo que não seja curto, decotado,
transparente ou justo demais. Além da roupa, unhas e maquiagem discretas e um salto
médio também são detalhes que fazem a diferença. Para os homens, nada como uma
barba bem-feita e cabelos cortados. Procure se informar se existem exigências quanto
aos trajes, pois em muitas empresas o jeans pode não ser adequado em uma entrevista.

➔ O primeiro contato

Firmeza. Esta é a impressão que qualquer pessoa precisa transmitir durante um processo
seletivo. Apertos de mão "molengas" e postura curvada transmitem uma imagem de
insegurança e de falta de dinamismo. O cumprimento é o primeiro contato, por isso tenha
um aperto de mão firme, olhe nos olhos e adote uma postura correta.

➔ A hora da verdade

É comum que o entrevistador inicie o processo de seleção pedindo que seus candidatos
se apresentem, ou seja, falem um pouco sobre si e o que esperam caso sejam
contratados. O ideal é que esta apresentação seja breve, pois se houver a necessidade
de explicar mais afundo sobre algo, certamente o entrevistador irá pedir os detalhes.
Muitas pessoas se enganam em achar que o candidato mais falante será o escolhido.
Contar a história da vida inteira, interromper os outros candidatos (e até mesmo o
entrevistador) ou tentar aparecer a qualquer custo não é um comportamento adequado.
Seja objetivo nas respostas, diga apenas o que será importante, de forma clara e direta.
Nunca é demais lembrar que mentir sobre uma característica ou formação profissional em
uma entrevista está terminantemente proibido.

No mais, estar calmo é essencial. Afinal, a voz trêmula, palavras embaralhadas ou outro
sintoma provocado pelo nervosismo e ansiedade podem atrapalhar qualquer profissional
na hora de uma entrevista. É comum e humano ficar apreensivo, portanto é bom fazer
uma simulação da entrevista em frente ao espelho ou com um amigo antes do grande dia,
isso ajuda muito.

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➔ O que fazer depois da entrevista?

É muito educado e útil enviar um e-mail de agradecimento para a empresa ou para a


pessoa responsável no dia seguinte à entrevista (independentemente de ter sido ou não
contratado!). Educado, pois foi uma oportunidade concedida pela empresa e útil, pois isto
fará com que você seja lembrado em meio a tantos outros candidatos.

2.2 Perguntas usualmente realizadas em uma entrevista de emprego

1. Fale sobre si.


Esta pergunta é quase obrigatória em uma entrevista de emprego e deverá ser muito bem
praticada para uma resposta sucinta, direta e, acima de tudo, que valorize o seu perfil
profissional.
2. Quais são seus objetivos a curto prazo? E a longo prazo?
Seja específico e tente aproximar, de alguma forma, os seus objetivos aos da própria
empresa. Respostas como "ganhar bem" ou "aposentar-se" são totalmente proibidas.
3. O que o levou a enviar o seu curriculum a esta empresa?
Aproveite esta deixa para demonstrar que fez o seu "trabalho de casa" e fale sobre a
atividade da empresa e a forma como o posicionamento desta a torna uma empresa de
elevado interesse para qualquer profissional. Naturalmente, para responder a esta
pergunta, é preciso fazer previamente uma pesquisa sobre a empresa. Vá ao site
institucional, faça pesquisas usando mecanismos de busca, leia revistas da especialidade
e converse com pessoas que trabalham ou já trabalharam lá.

4. Qual foi a decisão mais difícil que tomou até hoje?


O que é pretendido com esta questão, é que os candidatos sejam capazes de identificar
uma situação em que tenham sido confrontados com um problema ou dúvida, e que
tenham sido capazes de analisar alternativas e consequências e decidir da melhor forma.

5. O que procura num emprego?


As hipóteses de resposta são várias: desenvolvimento profissional e pessoal, desafios,
envolvimento, participação num projeto ou organização de sucesso, contribuição para o
sucesso da sua empresa, etc.

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6. Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos?
Um "não" a esta pergunta pode destruir por completo as suas hipóteses de ser o
candidato escolhido, demonstre-se capaz de trabalhar por prazos e dê exemplos de
situações vividas em trabalhos anteriores.

7. Dê-nos um motivo para o escolhermos em vez dos outros candidatos.


Esta é sempre das perguntas mais complicadas, mas o que se espera é que o candidato
saiba "vender" o seu produto. Isto é, deverá focar-se nas suas capacidades e valorizar o
seu perfil como o mais adequado para aquela função e a forma como poderá trazer
benefícios e lucros para a empresa.

8. O que você faz no seu tempo livre?

Seja sincero, mas, sobretudo, lembre-se que os seus hobbies e ocupações demonstram
não só a capacidade de gerir o seu tempo, preocupações com o seu desenvolvimento
pessoal e facilidade no relacionamento interpessoal.

9. Quais são as suas maiores qualidades?


Aponte aquelas características universalmente relacionadas com um bom profissional:
Proatividade, empenho, responsabilidade, entusiasmo, criatividade, persistência,
dedicação, iniciativa e competência.

10. E pontos negativos/defeitos?


Naturalmente que a resposta não poderá ser muito negativa, pois serão poucas as
hipóteses para um profissional que diga ser desorganizado, desmotivado ou pouco
cumpridor dos seus horários. Assim, o truque é responder partindo daquilo que
normalmente é considerado uma qualidade, mas agravando-o de forma a parecer um
"defeito". Ou seja, exigente demais, perfeccionista, muito auto-crítico, persistente demais,
etc.

11. Que avaliação faz da sua última (ou atual) experiência profissional?
Não se queixe e, em caso algum, critique a empresa e respectivos colaboradores. Diga
sempre alguma coisa positiva, ou o ambiente de trabalho ou o produto/serviço da
empresa. Se começar a apontar defeitos ao seu emprego anterior correrá o risco de o
entrevistador achar que o mesmo pode acontecer no futuro em relação à empresa em
foco.

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12. Até hoje, quais foram as experiências profissionais que lhe deram maior
satisfação?
Seja qual fora sua escolha, justifique bem os motivos. Tente mencionar as mais recentes
e que sejam mais adequadas aos seus objetivos profissionais.

2.3 Perguntas feitas para enganar o candidato

1. Por que você está sem trabalho há tanto tempo? Por que você foi demitido?
Essa pergunta é uma tentativa de descobrir se há algo errado com você que a sua antiga
empresa ou empregadores já descobriram. O entrevistador pode estar tentando
determinar se os temas de recessão ou cortes no orçamento foram usados para despejar
alguns funcionários, incluindo você.

2. Se você está trabalhando, como você consegue tempo para as entrevistas?


A real pergunta por trás dessa é: “Se você está traindo seu chefe atual, por que você não
vai me enganar mais tarde?” Ela pretende colocar ênfase sobre por que você está
mentindo para o seu atual chefe para poder realizar entrevistas de emprego. Se outras
entrevistas são sugeridas, a melhor forma de lidar com esse problema é sugerir que
outros testes ou entrevistas sejam feitos fora do seu horário normal de trabalho.

3. Como você se preparou para esta entrevista?


A intenção desta pergunta é decifrar o quanto você realmente se preocupa com o trabalho
ou se você está simplesmente improvisando. Além de explicar como você se preparou
para a ocasião mostre que você está focado. Revele o seu conhecimento da indústria,
empresa ou departamento, fazendo perguntas e comentando informações recentes.

4. Você conhece alguém que trabalha para nós?


Esta é uma pergunta complicada, porque a maioria dos entrevistados acredita que
conhecer alguém na empresa é sempre uma coisa boa. Na verdade, dependendo do tipo
de profissional que é o seu conhecido é melhor que você não fale nada. O entrevistador
provavelmente vai associar características e a reputação do seu amigo com os seus
méritos.

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5.Onde você realmente gostaria de trabalhar?
Determinar a área que você pretende trabalhar pode fechar algumas portas dentro da
empresa. Nunca mencione um cargo, mas apenas a área para a qual você está se
propondo a trabalhar. Destaque apenas que você é perfeito para o trabalho e que você se
dedicará muito se conseguir o emprego.

6.O que incomoda você sobre colegas ou patrões?


Não caia nesta armadilha. A intenção desta pergunta é destrinchar se você vai ter
dificuldade para trabalhar com outras pessoas ou pode ter problemas e afetar a sua
produtividade.

7.Você pode descrever como você resolveu um problema de trabalho ou na escola?


Essa é uma das mais básicas indagações em uma entrevista. O que o entrevistador
realmente quer é uma visão sobre como sua mente funciona.

8. Você pode descrever uma situação de trabalho ou na escola em que você estragou
tudo?
Este é um campo minado. Uma questão dentro desta questão é se você aprende com
seus erros ou continua repetindo os mesmos. Da mesma forma, o entrevistador pode
estar tentando visualizar se você é muito autoconsciente ou não para assumir a
responsabilidade por suas falhas.

9. Como é esta vaga em relação às outras que você está se candidatando?


Na verdade, o que eles querem descobrir é como você lida com a competitividade do
mercado de trabalho. A dica é simples e clara: não fique comparando as oportunidades,
veja quais são as qualidades e defeitos de cada uma delas e coloque os pesos na
balança.

10. Se você ganhasse na loteria, você ainda trabalharia?


Evidentemente, esta pergunta é um pouco boba. Mesmo assim, é outra oportunidade para
ressaltar a sua motivação e ética no trabalho. Reconhecer que você ficaria feliz de ganhar
na loteria é importante, mas mostre que você continuaria procurando um trabalho
significativo, pois enfrentar desafios e alcançá-los o faz feliz.

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2.4 Principais erros

1. Chegar atrasado
"Chegar atrasado numa entrevista, além de desorganização, demonstra que o candidato
não está dando o devido valor à entrevista. A displicência com o horário mostra que você
não priorizou tal compromisso em sua agenda. Além disso, fazer uma pessoa esperar é
falta de respeito. Tempo é um recurso escasso, logo, deve ser bem aproveitado. Caso
você, por algum motivo, atrase na entrevista, informe imediatamente o entrevistador.
Verifique se é possível passar um candidato na sua frente, ou, se necessário, remarque a
entrevista. Se você chegou no horário, mas tem compromisso para mais tarde o ideal é
avisar o entrevistador de antemão. Não faça a entrevista na correria para não se sentir
pressionado. Isso pode prejudicar seu desempenho." – Wander Mendes, professor e
consultor na área de Gestão de Pessoas e Planejamento Estratégico da FGV-PR
(Fundação Getúlio Vargas do Paraná).

2. Usar roupas informais demais


"Hoje em dia, os jovens são muito despojados. Na faculdade, não há nada de mal nisso.
Agora, para a entrevista de emprego, não custa melhorar um pouco o visual. Isso não
quer dizer que todo candidato a estágio ou jovem recém-formado deva vestir terno e
gravata ou, no caso das meninas, terno e scarpin. É preciso saber escolher a roupa e
adequar o vestuário a cada tipo de empresa. Uma agência de publicidade, por exemplo,
permite um visual mais informal. Agora, se a entrevista é para uma instituição financeira, é
óbvio que o candidato terá de seguir a regra básica: esporte fino. Lembre-se: o que deve
prender a atenção do entrevistador é o seu conteúdo e não a 'embalagem', portanto,
jamais vá para a entrevista de chinelo, regata, roupa decotada, barriga aparecendo, saia
curta ou short." - Marisa Silva, consultora de Recursos Humanos da Career Center.

3. Não saber nada sobre a empresa ou o setor


"É muito comum que os candidatos partam para a entrevista de emprego sem saber sobre
a empresa em questão ou sobre o setor em que ela está inserida, quando na verdade, ele
deveria estar munido do maior número de informações possível. Se a empresa de
recrutamento não divulgar qual é a companhia que está em busca de candidatos, ela
deverá, ao menos, informar sobre o setor. Tem mais chance de sucesso o candidato que
sabe se posicionar na entrevista porque domina o assunto trabalho, em detrimento
daquele que não se deu ao trabalho de pesquisar mais sobre a empresa em questão.
Sempre repito isso para meus alunos: informação nunca é demais." - Jaqueline
Mascarenhas, consultora de carreira do Ibmec Minas Gerais.

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4. Expressar-se mal, com gírias e frases sem sentido
"O discurso mais adequado para uma entrevista é aquele em que o candidato consegue
ser objetivo, responder as perguntas do entrevistador, expor seu ponto de vista quando é
convidado a fazer isso e perguntar, com tato, detalhes sobre a vaga. No meio do caminho,
porém, é muito comum que os candidatos façam uso de gírias e regionalismos na hora de
tirar suas dúvidas. O linguajar é um detalhe importante, dependendo das expressões
utilizadas, o discurso demonstra certa imaturidade do candidato. O ideal é responder as
perguntas com calma, ter tempo para pensar e expor suas idéias com tranqüilidade. Este,
aliás, é outro problema grave de muitos discursos. Tem candidato que fica tão nervoso na
hora da entrevista que dispara a falar e quando percebe já mudou de assunto e não
respondeu à pergunta do entrevistador. Isso é muito ruim, já que o ritmo da entrevista é
um fator importante." - Marco Túlio Rodrigues Costa, professor de Aspectos
Comportamentais Éticos de Gestão de Pessoas da FGV-BH (Fundação Getúlio Vargas de
Belo Horizonte).
5. Mentir sobre suas qualificações
"Mentir na entrevista é o mesmo que dar corda para se enforcar. Inventar cursos,
referências e pequenos sucessos colocam o candidato numa situação vulnerável porque,
caso seja contratado, terá de sustentar essa inverdade por muito tempo. E como diz o
ditado: mentira tem perna curta, assim seu deslize será descoberto e o prejuízo será bem
maior. Uma vez que seu superior descobrir que você não tem as habilidades destacadas
na entrevista, perceberá que seu perfil não atende às necessidades da empresa, e mais,
que errou ao apostar em sua seleção. Ao ser contratado, o indivíduo precisa ter claro que
convenceu o recrutador de possuir determinadas competências e ao mentir, não só estará
provando que não as tem como atestará sua falta de caráter ao faltar com a verdade. Isso
deixará o recrutador descontente duas vezes e poderá resultar em demissão
comprometendo, inclusive, futuras recomendações." - Gustavo G. Boog, diretor da Boog
Consultoria.

6. Falar mal do emprego ou do chefe anterior


"Mesmo que esteja com raiva da empresa ou do chefe antigo, jamais fale mal deles na
entrevista de emprego. Essa atitude é vista com maus olhos por 99,9% dos recrutadores.
Na entrevista de emprego, o recrutador não está interessado em ficar por dentro de
'pendengas' cujas pessoas e razões ele simplesmente desconhece. Seu objetivo é
investigar de que maneira seu perfil profissional e suas qualificações poderão ser úteis
para a empresa. Caso você vá logo partindo para o discurso de que estava infeliz no
emprego anterior porque seu chefe o perseguia, além de desviar o foco da entrevista,
estará levantando questões que podem levar o recrutador a repensar sua contratação.
Afinal, numa situação de conflito, é preciso avaliar a parcela de culpa de ambas as partes.
Além disso, falar mal da empresa ou do antigo chefe revela uma postura antiética de sua
parte, pois se tratam de segredos e detalhes de um negócio do qual você não faz mais
parte. Mas, atenção: isso não quer dizer que você deva mentir, e sim, contornar a
situação. Uma boa saída é dizer que saiu da empresa por estar em busca de novos
desafios profissionais." - Maria Bernadete Pupo, gerente de Recursos Humanos da Unifeo
e professora da FAC FITO.

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7. Disputar espaço com o entrevistador
"Para disfarçar o nervosismo, tem muita gente que acaba partindo para o ataque e
disputando espaço com o recrutador durante a entrevista. Para driblar a insegurança, ele
acaba querendo fazer pose de sabido a fim de triunfar sobre o recrutador. Isso tudo,
porém, é muito mais que previsível para quem trabalha com Recursos Humanos. Aí, das
duas uma: ou você perde a vaga porque o recrutador percebe sua insegurança por meio
de uma postura imatura de quem está na defensiva, ou acaba sendo eliminado pela
prepotência e o excesso de arrogância que esse comportamento demonstra. Por isso, não
entre numa disputa direta com o recrutador. Espere, escute e, aí sim, faça suas
considerações, sempre com humildade." - Mariá Giuliese, diretora-executiva da Lens
Minarelli e especialista em análise e aconselhamento de carreira.
8. Vangloriar-se de suas conquistas pessoais
"Na hora de 'vender seu peixe' ponha o ego de lado e não em primeiro lugar. O discurso
não pode estar recheado de "eu fiz"; "eu consegui"; "eu conquistei"; e "eu realizei".
Quando você coloca todas as conquistas em primeira pessoa pode soar presunçoso para
o entrevistador. Até porque, na maior parte das empresas, os projetos e as realizações
não são fruto do trabalho individual, mas sim, de uma equipe. Na hora de destacar seus
feitos, procure valorizar sua participação em um projeto de sucesso implementado por
uma equipe, e à partir disso, destaque como foi sua atuação para que ele fosse bem-
sucedido. Lembre-se: egocentrismo não é uma característica admirada pelos
contratantes. Para não cair nessa, vale treinar na frente do espelho. Olho no olho, com
segurança no discurso. Um pouco de bom humor também ajuda. Existe uma tese que diz:
quando você sorri, se desarma internamente e se torna mais receptivo." - Irene Ferreira
Azevedo, professora de Liderança da BBS (Brazilian Business School).

9. Não perguntar nada durante a entrevista


"Não é porque você está fazendo uma entrevista que sua participação na conversa deve
se limitar a responder o que o entrevistador pergunta. Por timidez ou insegurança, muita
gente sai com dúvida da entrevista e isso é ruim. Caso o recrutador não mencione, é sua
obrigação perguntar detalhes sobre a rotina de trabalho e benefícios. Porém, isso não
significa que você deve incorporar o perguntador chato. Caso a explicação sobre a vaga
não tenha sido suficiente para esclarecer suas dúvidas, pergunte com bastante delicadeza
novamente: 'Desculpe-me, não ficou muito claro para mim'. Agora, se mesmo assim
restarem dúvidas, deixe para outra ocasião. Perguntar sobre o salário não é uma coisa
ruim, desde que você não se preocupe só em saber quanto será a remuneração. Procure
se informar sobre outros detalhes para não mostrar que está interessado só no dinheiro." -
Cristiane Cortez, consultora de carreira do IBTA Carreiras.

10. Demonstrar desequilíbrio emocional


“O candidato pode até ter o perfil ideal para a vaga, mas se deixará tensão dominá-lo no
momento em que precisa deixar claro suas qualificações, sua chance pode ir por água
abaixo. O desequilíbrio emocional demonstrado pela insegurança e o nervosismo pode
dizer ao recrutador que você não está pronto para assumir uma grande responsabilidade.
Por isso, evite cometer erros como: levar um acompanhante para esperá-lo após a
entrevista, inflar seu discurso com comentários negativos ou colocar-se em uma posição
de vítima frente adversidades. Se você tem um bom currículo e suas características
correspondem ao perfil da vaga, não há motivo para se preocupar."

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Colocando o conhecimento em prática

Você está à procura de emprego e achou um anúncio que lhe interessa bastante. Após
enviar seu currículo, a empresa liga para marcar uma entrevista de emprego. Nessa
situação, imagine as seguintes hipóteses eas resolva da melhor forma possível:

• Que roupa usar?


• Qual tipo de linguagem é o adequado para a situação?
• E se o entrevistador não informar o salário? Como fazer?

Recapitulando

Para fixar o que foi visto nesta unidade, tente responder as questões abaixo:
1) O que vestir em uma entrevista de emprego?
2) Como deve se comportar em uma entrevista de emprego?

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Unidade 3: Medo de
Falar em Público
Um começo de conversa

Você já deve saber o quanto a comunicação é essencial a nossa vida, pois ela é base das
relações humanas. Uma das formas que utilizamos no processo de comunicação é a fala
em público, modalidade linguística que para muitos indivíduos gera medo. Nesta unidade,
tentaremos entender um pouco mais sobre esse tipo de comunicação e as formas que
dispomos para driblar esse medo.

Objetivos da Aprendizagem

Aprender a lidar com situações em que é necessário falar em público.

Em busca de informações

O medo é um mecanismo natural de defesa. Desde os tempos primitivos, quando as


pessoas viam um raio caindo, elas fugiam com receio de serem atingidas. Falar em
público, assim como a queda de um raio antigamente, provoca uma descarga do
hormônio adrenalina em nosso organismo. Como não podemos correr diante de uma
plateia, ficamos com as pernas tremendo, as mãos suando, o coração batendo mais forte
etc.
Muitas vezes, esses sinais de ansiedade e nervosismo são provocados por:
1) Falta de autoconhecimento;
2) Falta de conhecimento sobre o assunto;
3) Falta de prática no uso da palavra em público.

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Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Além disso, a reação do público é o que mais perturba durante uma apresentação. O ideal
seria que todos os presentes ficassem bem quietinhos e atentos para o que você vai
dizer. Mas não! Sempre tem um que tosse, o outro que boceja, outro que cochicha sem
parar com o vizinho do lado (será que ele está falando mal da minha apresentação?). Há
aquele que se levanta no meio da palestra e sai (está fugindo da minha apresentação,
quem sabe ofendido por alguma coisa que eu disse?).

Como lidar com isso?


Em primeiro lugar, convença-se do seguinte: a plateia não está contra você. Quem boceja
certamente teve problemas em casa, com o filho pequeno, e não dormiu direito; ele não
está entediado com a sua apresentação - apenas está com sono. Quem cochicha como
companheiro do lado deve ter se lembrado de uma coisa urgente para dizer, ou não se
conteve em fazer uma piadinha.
Se alguém se levantou no meio de sua apresentação e saiu, tire da cabeça de que essa
pessoa está promovendo uma revolta contra a sua exposição. Pode ser que esse alguém
simplesmente precise ir ao banheiro.
Numa apresentação, encare seu público de frente. Não fixe o olhar num ponto só, ou
numa pessoa só, para não dar impressão de estar se dirigindo a algumas pessoas em
especial. Ao contrário, procure se movimentar enquanto fala, olhando sempre para todos
os lados da plateia.
E cuidado especialmente com a postura. Não olhe muito para cima, porque pode dar ideia
de arrogância. Também não olhe para o chão, porque pode dar impressão de fraqueza.

Você tem segurança sobre o assunto de que vai falar?


Este é o ponto importante de uma apresentação, porque as pessoas perceberão
facilmente se você não estiver bem preparado e a possibilidade de não se concentrarem
no que você diz é grande.
Não se esqueça de estar bem preparado, de ensaiar e de estar aberto às críticas que
poderão ajudá-lo a melhorar.

DICAS
Reinaldo Polito, professor da arte do bem falar em público (oratória) lista abaixo os dez
principais conselhos para você ter sucesso nas apresentações em público e falar com
segurança e desembaraço.

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Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1) Prepare-se para falar e tenha domínio do assunto. Assim como você não iria para a
guerra munido apenas com balas suficientes para acertar o número exato de inimigos
entrincheirados, também para falar não deverá se abastecer com conteúdo que atenda
apenas ao tempo determinado para a apresentação. Saiba o máximo que puder sobre a
matéria que irá expor. Isto é, se tiver de falar 15 minutos, saiba o suficiente para discorrer
pelo menos 30 minutos. Não se contente apenas em se preparar sobre o conteúdo, treine
também a forma de exposição.

2) A naturalidade pode ser considerada a melhor regra da boa comunicação. Se você


cometer alguns erros técnicos durante uma apresentação em público, mas comportar- se
de maneira natural e espontânea, tenha certeza de que os ouvintes ainda poderão
acreditar nas suas palavras e aceitar bem a mensagem. Entretanto, se usar técnicas de
comunicação, mas apresentar-se de forma artificial, a plateia poderá duvidar das suas
intenções. Respeite seu estilo de comunicação. Você vai se sentir seguro e suas
apresentações serão mais eficientes.

3) Não confie na memória, leve um roteiro como apoio. Algumas pessoas memorizam
suas apresentações palavra por palavra imaginando que assim se sentirão mais
confiantes. A experiência demonstra que, de maneira geral, o resultado acaba sendo
muito diferente. Se você se esquecer de uma palavra importante na ligação de duas
ideias, talvez se sinta desestabilizado e inseguro para continuar. O pior é que ao decorar
uma apresentação você poderá não se preparar psicologicamente para falar de improviso
e ao não encontrar a informação de que necessita, ficará sem saber como contornar o
problema. Use um roteiro com as principais etapas da exposição, e frases que contenham
ideias completas. Assim, diante da plateia, leia a frase e a seguir comente a informação,
ampliando, criticando, comparando, discutindo, até que essa parte da mensagem se
esgote.

4) Use uma linguagem adequada. Uma escorregadinha na gramática aqui, outra ali, talvez
não chegue a prejudicar sua apresentação. Entretanto, alguns erros grosseiros poderão
ser fatais.

5) Saiba quem são os ouvintes. Cada público possui características e expectativas


próprias, e que precisam ser consideradas em uma apresentação. Procure saber qual é o
nível intelectual das pessoas, até que ponto conhecem o assunto e a faixa etária
predominante dos ouvintes.

6) Tenha começo meio e fim. Anuncie o que vai falar, fale e conte sobre o que falou.
Depois de cumprimentar os ouvintes e conquistá-los com elogios sinceros, ou mostrando
os benefícios da mensagem, diga qual tema vai abordar. Assim, a plateia acompanhará
seu raciocínio com mais facilidade, porque saberá aonde deseja chegar. Em seguida,
transmita a mensagem, sempre facilitando o entendimento dos ouvintes. Se, por exemplo,
deseja apresentar a solução para um problema, diga antes qual é o problema.

112
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
7) Tenha uma postura correta. Evite apoiar-se apenas sobre uma das pernas e procure
não deixá-las muito abertas ou fechadas. É importante que se movimente diante dos
ouvintes para chamar mais sua atenção, mas esteja certo de que o movimento tem algum
objetivo, como por exemplo, destacar uma informação, reconquistar parcela do auditório
que está desatenta, etc. Caso contrário é preferível que fique parado. Cuidado com a falta
de gestos, mas seja mais cauteloso ainda com o excesso de gesticulação. O semblante é
um dos aspectos mais importantes da expressão corporal, por isso dê atenção especial a
ele. Verifique se ele está expressivo e coerente com o sentimento transmitido pelas
palavras. Por exemplo, não demonstre tristeza quando falar em alegria. Evite falar com as
mãos nos bolsos, com os braços cruzados ou nas costas. Também não é recomendável
ficar esfregando as mãos, principalmente no início, para não passar a ideia de que está
inseguro ou hesitante.

8) Seja bem-humorado. Nenhum estudo comprovou que o bom humor consegue


convencer ou persuadir os ouvintes. Se isso ocorresse os humoristas seriam sempre
irresistíveis. Entretanto, é óbvio que um orador bem-humorado consegue manter a
atenção dos ouvintes com mais facilidade. Se o assunto permitir e o ambiente for
favorável, use sua presença de espírito para tornar a apresentação mais leve,
descontraída e interessante. Cuidado, entretanto, para não exagerar, pois o orador que
fica o tempo todo fazendo gracinhas pode perder a credibilidade.

9) Use os recursos que estiverem à sua disposição. Esse estudo é impressionante: se


apresentar a mensagem apenas verbalmente, depois de três dias os ouvintes vão se
lembrar de 10% do que falou. Se, entretanto, expuser o assunto verbalmente, mas com
auxílio de um recurso visual, depois do mesmo período, as pessoas se lembrarão de 65%
do que foi transmitido.

10) Fale com emoção. Fale sempre com energia, entusiasmo, emoção. Se nós não
demonstrarmos interesse e envolvimento pelo assunto que estamos abordando, como é
que poderemos pretender que os ouvintes se interessem pela mensagem? A emoção do
orador tem influência determinante no processo de conquista dos ouvintes.

113
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Observe as imagens abaixo e responda: Quando falamos a um conjunto de pessoas,


quais são nossas reações mais comuns? Entregue a atividade em folha separada.

Referências Bibliográficas

CURRICULUM VITAE. JN Direito, 2015. Disponível em:


<h/ttps://www.jn.pt/artes/dossiers/portugues-atual/curriculum-vitae-4331240.html>. Acesso
em: 26 de mar de 2020.

ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO CURRÍCULO. Catho Comunicação, 2018. Disponível em:


<https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/dicas-emprego/curriculo/etapas-de-el
aboracao-de-um-curriculo/>. Acesso em dia: 26 mar 2020.

SETE ERROS FATAIS NO CURRÍCULO. Catho Comunicação, 2011. Disponível em:


<https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/dicas-emprego/confira-7-erros-fatais-n
o-curriculo/>. Acesso em dia: 26 mar 2020

BAPTISTA, Américo; CARVALHO, Marina; LORY, Fátima. O medo, a ansiedade e suas


perturbações. Centro de Estudos de Psicologia Cognitiva e da Aprendizagem, Centro de
Aconselhamento para Estudantes, Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona,
2005.

Entrevista de Emprego - Os detalhes que fazem a diferença. Disponível


em:<http://www.sobreadministracao.com/entrevista-de-emprego-os-detalhes-que-fazem-a-
diferenca/amp/>. Acesso em: 26 mar. 2020

As 12 Perguntas mais frequentes em uma entrevista de emprego. Disponível


em:<http://www.agenmoc.com.br/novo/novo_conteudo.php?id_conteudo=34&id_categoria
=11>. Acesso em: 26 mar. 2020

Perguntas feitas para enganar você na entrevista de emprego. Disponível


em:<https://www.hplcurriculos.com.br/perguntas-feitas-para-enganar-voce-na-entrevista-de
-emprego/>. Acesso em: 26 mar 2020

114
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Conheça os 10 erros fatais em uma entrevista de emprego. Guiame, 2011 Disponível
em:<http://admin.guiame.com.br/nova-geracao/geral/conheca-os-10-erros-fatais-em-uma-e
ntrevista-de-emprego.html>. Acesso em: 26 mar 2020

Dez dicas para falar bem público. Catho Educação Executiva, 2013. Disponivel em:
<https://www.catho.com.br/cursos/index.php?p=artigo&id_artigo=2199&acao=exibir>.
Acesso em: 1 de março de 2020

115
Mestre de Obras
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Informática Básica
2º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade1: Open Office Writer 118
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Barra de Menus 120
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Barra Lateral 120
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Abrindo um arquivo 120

Vice- Diretor da EEUFMG


Prof. Luiz Machado 1.4 Novo arquivo 121

Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 1.5 Salvando um arquivo 121

1.6 Imprimindo um arquivo 122

Unidade 2: Formatação de textos 124


2.1 Digitação e seleção de conteúdo 125
Instrutores Colaboradores

Melchior Melo 2.2 Fonte e tamanho do texto 126

Luiza Trindade
2.3 Alinhamento de texto 126
Lauren Batista

Gabriel Chaves
Unidade 3: Personalização e corretores 128
Luis Eduardo Brandão
3.1 Abrindo e personalizando textos 129
João Victor Miranda

Isabele Altoé Bissoli 3.2 Botões desfazer e refazer 130


Victor Plácido
3.3 Recortar, copiar e colar 130

3.4 Revisão ortográfica 131

Unidade 4: Outros Recursos 134


4.1 Galeria 135

4.2 Inserindo e formatando imagens 137

4.3 Inserindo tabelas 143

117
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Open Office
Writer
Um começo de conversa

Com a popularização do pacote Office da Microsoft, muitas empresas desenvolveram


programas que fossem páreo para esse grande império. Um dos que mais se destacaram
foi o Open Office, tanto pela performance similar quanto pelo preço, que no caso é um
programa totalmente gratuito.

Objetivos da Aprendizagem

Nesse capítulo veremos como utilizar o programa Open Office Writer, suas principais
ferramentas e utilizações. Aplicaremos suas utilidades em situações cotidianas com
atividades teóricas e práticas, para a familiarização e melhor entendimento do porquê esse
programa é tão utilizado. O objetivo último deste capítulo é deixar o aluno curioso para
complementar o seu estudo com pesquisas sobre os recursos, falados em sala ou não, e
com a utilização frequente das mesmas, deixando-o mais confortável com o programa

118
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

Para abrir o Open Office Writer, clique no botão Iniciar da barra de ferramentas. Em
seguida, clique em Programas, clique em Open Office e depois, sobre o aplicativo Open
Office Writer. Abrirá, então, a seguinte tela:

Figura 1.1: Início

Fonte: Open Office

Como nesse bimestre lidaremos com o Writer, que é um editor de texto, basta clicar no
ícone “Documento de texto” para acessá-lo. A imagem a seguir corresponde à tela inicial
do programa:
Figura 1.2: Interface Writer

Fonte: Open Office Writer

119
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Barra de menus

Dividido em abas temáticas, é onde se encontram as ferramentas para editar e formatar o


documento. Está localizada na parte superior da tela.

1.2 Barra lateral

Menu esquemático que apresenta quatro itens, que são:


• Propriedades: menu inteligente que se adequa ao que você está lidando. Por exemplo:
se você está editando um texto, ele traz itens de edição de texto, se estiver editando
uma imagem, traz um menu de edição de imagem, e assim por diante.
• Estilos e formatação: menu que traz estilos prontos de formatação, além de
ferramentas mais avançadas de formatação.
• Galeria: pacote de imagens contidos na biblioteca do programa, sendo divididas por
temas, como ambiente, finanças, escola e universidade etc.
• Navegador: ferramenta que permite 116a movimentação por itens específicos do
programa.

1.3 Abrindo um arquivo

Para abrir um arquivo que já existe, clique no botão arquivo, localizado na Barra de Menus
ou ctrl+O. Em seguida, clique em Abrir e uma tela como essa irá se abrir:

Figura 1.3: Menu abrir

Fonte: Open Office Writer

Navegue até encontrar o documento, clique nele e depois, em Abrir.

120
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Novo arquivo

É possível criar um arquivo em branco de duas formas. A primeira, e mais prática, é


clicando no botão ou em Arquivo e, em seguida, no botão Novo e depois em
documento de texto, abrindo uma nova janela no Writer.

1.5 Salvando um arquivo

Para salvar um arquivo pela primeira vez, clique no menu Arquivo / Salvar como. A
seguinte tela será mostrada para você definir o local e o nome do arquivo:

Figura 1.4: Menu salvar

Fonte: Open Office Writer

Depois que os arquivos já têm um nome, o comando salvar só atualiza as alterações.

121
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.6 Imprimindo um arquivo

O comando para imprimir um documento é dado através no botão Arquivo, em seguida,


Imprimir. Uma tela de configurações da impressão irá abrir, semelhante a esta:

Figura 1.5: Menu imprimir

Fonte: Open Office Writer

Observe que, no lado esquerdo, o programa faz uma pré-visualização do que será
impresso, sendo possível navegar pelas páginas na Barra de Status. Já no lado direito,
aparece um menu onde deve ser selecionado a impressora, quais páginas serão
impressas, o tamanho do papel e o formato do texto. Após verificar se todas as
configurações acima estão corretas, aperte o botão Imprimir.

122
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

• Abra um novo arquivo e escreva algum texto. Salve-o;


• Faça alguma modificação e salve criando um novo arquivo e preservando o original;
• Abra no Writer, algum arquivo existente;
• Clique em imprimir e observe as configurações de impressão

Recapitulando

• Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Qual a diferença entre Salvar e Salvar como?
• Ao imprimir um arquivo, qual a diferença entre a orientação tipo retrato e tipo
paisagem?
• Qual as vantagens do menu propriedades da barra lateral?

123
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Formatação
de textos
Um começo de conversa

Já existia no Sistema Operacional da Microsoft um software capaz de editar textos. Esse


era o Bloco de Notas. Contudo existe uma série de coisas importantes a documentos que
o Bloco de Notas não era capaz de fazer (como organizar o espaço do texto na folha de
papel, usar tamanhos diferentes de letras e fontes variadas). Foi para suprir essa falta de
funcionalidades que editores de texto mais robustos foram

Objetivos da Aprendizagem

Enquanto o Bloco de Notas é apenas um editor de textos, o Writer é um formatador de


documentos. Isso significa, basicamente, que o Bloco de Notas apenas serve para se
digitar textos sem se preocupar com o formato que isso assumirá quando impresso. No
Bloco de Notas não há como adequar tipos de letras diferentes (fonte), tamanhos, acertar
o alinhamento do texto no papel, colocar efeitos nos textos ou imagens estáticas.
Todas essas funcionalidades que o Bloco de Notas não possui, o Writer agrega. Isso é o
que chamamos de formatar um documento. Resumidamente, podemos dizer que formatar
um documento é ajeitar ele ao papel de forma que se saiba sua aparência quando
impresso e se possa também acrescentar outros efeitos para a impressão.
Para deixar ainda mais claro, o Bloco de Notas trabalha com o texto em fundo branco,
contínuo, limitado apenas pelas propriedades do computador em armazenar a informação
em sequência. Já no Writer o texto é escrito em “uma folha de papel”. Existe limitações de
margem, linhas, parágrafos. Existe mudança de páginas! É possível configurar o Writer
para que você elabore seus documentos em diferentes tipos de folhas, como A4, A3, A2,
carta, entre outros.
.

124
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 Digitação e seleção de conteúdo

Tratando-se de uma ferramenta de textos, a digitação é parte fundamental nesse


processo. A maioria dos caracteres que usaremos (letras, números, pontuação e
acentuação), estará disponível nas teclas do teclado.
Durante a escrita do texto, não é preciso clicar Enter toda vez que uma linha acabar. o
Writer tem uma ferramenta chamada “quebra de linha”, que passa automaticamente para a
linha de baixo. Note também que ao final do texto digitado aparece um símbolo como esse
: . Ele é chamado de ponto de inserção e indica a partir de onde o texto será digitado.
Você pode movê-lo para qualquer lugar do texto, basta clicar na palavra desejada ou
utilizar as setas do teclado.

Figura 2.1: Teclas e atalhos

Fonte: Autor Desconhecido

Para selecionar um trecho, seja para apagá-lo ou mudar sua configuração, também
utilizaremos o ponto de inserção. Posicione o ponto de inserção no começo do trecho que
deseja selecionar e, como o botão esquerdo do mouse pressionado, arraste até o final.
Note que esse trecho ficará em destaque. Caso deseje selecionar o texto todo, use a
combinação Ctrl+A no teclado.

125
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.2 Fonte e tamanho do texto

Como comentado anteriormente, o Writer permite que você formate o texto como desejar,
isso é, mude sua forma. Essas mudanças podem ser feitas antes ou depois de escrever.
Nesse último caso, é preciso selecionar o texto.
Para alterar os aspectos do texto, localize na Barra de Menu na aba Página Inicial a
seguinte seção:
Figura 2.2: Menu de texto barra superior

Fonte Open Office Writer

Perceba que na barra lateral, o menu propriedades se transformou num menu semelhante
a este. Pode-se usar qualquer uma das duas opções.
Figura 2.3: Menu de texto barra lateral

Fonte Open Office Writer

Nesse é possível mudar o tamanho, cor, tipo de letra (Fonte), bem como dar destaque nas
opções Negrito, Itálico e Sublinhado. No primeiro campo de opções está a lista de Fontes,
note que a forma de cada uma é mostrada na própria escrita do seu nome. Logo a direita,
está o campo onde é possível determinar o tamanho da letra. Os botões abaixo também
servem para aumentar e diminuir a letra.
Na parte central da imagem, vemos o botão de Negrito , que deixa as letras mais
grossas. Ao lado está o Itálico , que inclina as letras e por fim, o de Sublinhar , que faz
um traço fino embaixo do texto. No canto inferior direito dessa seção, é possível escolher a
cor do fundo do texto (efeito semelhante ao da caneta marca-texto) e a cor da letra .

2.3 Alinhamento de texto

O alinhamento do texto é o espaço entre as linhas e o recuo do parágrafo e é importante


para deixar o texto organizado e mais fácil de ler. Existem algumas opções no menu
superior do programa.
Figura 2.4: Alinhamento de texto

Fonte Open Office Writer


Inicialmente, o texto digitado ficará alinhado à margem esquerda da página, como é
mostrado na opção em destaque . Para mudar essa configuração, basta selecionar uma
das seguintes opções:

126
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Alinhado à esquerda: o texto fica alinhado à margem esquerda, deixando a margem
direita irregular.
Centralizado: o texto fica no meio da página.
Alinhado à direita: o texto fica alinhado à margem direita, deixando a margem
esquerda irregular.
Justificado: o texto fica alinhado às margens esquerda e direita ao mesmo tempo,
preenchendo toda a linha.
O tamanho do recuo do parágrafo também é ajustável pelos seguintes botões:
Diminui o tamanho do recuo
Aumenta o tamanho do recuo (também é possível fazer pela tecla Tab)

Recapitulando

Para fixar os conteúdos aprendidos nessa unidade tente responder com suas palavras:

• O que é fonte, no Writer?


• O que é tamanho no Writer?
• Onde estão os recursos que permitem alterar fonte e tamanho das letras nos
documentos?
• Qual a utilidade de se ter disponível várias fontes diferentes?
• Como realizar a seleção do texto (trechos e o texto completo)?
• Como escrever um único documento, mas que apresente diferentes tamanhos de letras
e diferentes fontes?
• Para que serve o alinhamento?
• Onde se encontra o recurso para escolher, alterar, ou personalizar o alinhamento no
Writer?

127
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 3:
Personalização e
Corretores
Um começo de conversa

Todo o trabalho que você cria e salva no computador fica guardado na forma de um
arquivo. Você ter arquivos de textos (documentos), arquivos de planilhas, arquivos de
imagens (fotos, figuras), arquivos de vídeo (filmes, clipes, cenas), arquivos de áudio
(música, mp3) entre outros tantos. Como os arquivos são os trabalhos que você realiza no
computador eles podem ser alterados, copiados, apagados e salvos através do que
chamamos de comandos de arquivos.
Para facilitar ao usuário quando ele quer achar um arquivo que tenha criado, esses são
guardados dentre de diretórios no computador que chamamos de pastas. As pastas
também podem ser modificadas (de uma forma diferente dos arquivos) para facilitar a
organização do usuário quando este trabalha com seus arquivos no computador.

Objetivos da Aprendizagem

Imagine que na sua casa e no seu trabalho existem uma série de documentos, fotos e
planilhas que você precisa guardar. Antes de tudo você não pode simplesmente colocar
tudo junto dentro de uma caixa e colocar a caixa em algum canto escuro e pouco visitado
do armário (a não ser que você queira nunca mais achar nada).
Na hora de guardarmos nos “arquivos” em casa ou no trabalho uma boa prática de
organização é separar aqueles que são de um mesmo tipo. Guardamos os recibos juntos,
as fotos em álbuns, documentos em envelopes. Além disso tentamos identificar tanto os
arquivos quanto os lugares onde os colocamos. Escrevemos no recibo o nome “Abril” e
guardamos dentro do envelope que identificamos como “recibos de aluguel”.
Escrevemos “Filha na praia” no verso da foto e colocamos no álbum “Férias de
Dezembro”.
Outra coisa importante é avaliarmos quando e quantas vezes vamos precisar mexer nos
nossos arquivos de novo. Quando guardamos uma “Certidão de Nascimento” no envelope
de “Documentos”, sabemos que pouquíssimas vezes vamos precisar mexer nele de novo
e que é importante que ele fique em lugar segura para não perder ou estragar. Sendo
assim acabamos guardando esse envelope junto com vários outros documentos parecidos
em um lugar de mais difícil acesso (em cima do armário, no fundo de um baú).

128
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Agora de você vai guardar o orçamento de um projeto elétrico que você está executando,
você sabe que é importante que essa planilha esteja em lugar fácil e rápido de você
encontrar, até porque você precisará mexer nela e atualizá-la quase todos os dias. Então
acaba guardando a pasta com “Orçamentos da Obra” em uma gaveta ou em um extrato
em cima da mesa.
Essa mesma lógica de organização é utilizada nos computadores. É sempre importante
organizar bem seus arquivos em pastas e suas pastas em outras pastas ou diretórios
maiores para que nada se perca e tudo esteja ao alcance quando necessário.

Em busca de informação

3.1 Abrindo e personalizando textos


Tente deixar o texto abaixo com a mesma formatação, utilizando os recursos já aprendidos
nas unidades anteriores. Configure o recuo das linhas para 2cm, o texto deve atender as
configurações abaixo e escrito com a fonte Verdana tamanho 14:

SONETO DA FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág.
96.

129
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
3.2 Botões desfazer e refazer
Desfazer e Refazer são botões muito utilizados durante a edição de um texto, dessa
maneira iremos aprender a função de cada um:
Desfazer: Quando cometemos um erro, durante a digitação ou formatação de um texto,
utilizamos esse botão para desfazer essa ação. Ele desfaz, e volta ao que era antes da
modificação, pode ser utilizado para as últimas 99 ações. Essa função, no Writer também
pode ser utilizada apertando as teclas Ctrl+Z ao mesmo tempo.
Refazer: Só podemos usar esse botão, caso tenhamos usado anteriormente o botão
desfazer. Ele retorna ao modo anterior à utilização do comando desfazer. Essa função no
Writer também pode ser utilizada apertando as teclas Ctrl+R ao mesmo tempo. Vamos
fazer um teste!
Siga o passo-a-passo abaixo:
1. Abra OpenOffice Writer
2. Escolha a fonte Arial tamanho 12
3. Digite a frase: “Testando a funcionalidade dos botões Desfazer e Refazer.”
4. Selecione a frase e mude sua cor para azul.
5. Agora clique no botão Desfazer
6. Note que o texto perdeu a configuração anterior e não está mais azul.
7. Clique no botão Refazer
8. Perceba que o texto voltou a ficar azul.

3.3 Cortar, copiar e colar


Agora aprenderemos as funções Cortar, Copiar e Colar do Writer. Essas funções são tão
utilizadas no dia a dia das pessoas que usam computadores, que elas são incorporadas
aos navegadores de Internet e em outros programas também.
Cortar: Para cortar o conteúdo de um documento do Writer, basta selecioná-lo e
apertar o botão Cortar. Essa ação também pode ser feita utilizando o atalho Ctrl+X. Ao
cortar algo você retira o conteúdo de um lugar, como se estivesse recortando uma imagem
de uma revista.
Copiar: Para copiar o conteúdo de um documento do Writer, basta selecioná-lo e
apertar o botão Copiar. Essa ação também pode ser feita utilizando o atalho Ctrl+C. Ao
copiar algo você está duplicando aquele conteúdo, como se você tirasse um xerox de uma
revista.
Colar: O botão colar só pode ser utilizado após os botões Cortar ou Copiar terem sido
utilizados. Dessa maneira o conteúdo recortado ou copiado será colado onde você indicar
com o cursor do mouse. Essa ação também pode ser feita utilizando o atalho Ctrl+V.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Vamos fazer um teste! Siga o passo-a-passo abaixo:

1. Abra OpenOffice Writer


2. Escolha a fonte Arial tamanho 12
3. Digite a frase: “Testando a funcionalidade dos botões Recortar, Copiar e Colar”.
4. Selecione a frase. Clique no botão Copiar, ou use o atalho Ctrl+C.
5. Tire a seleção do texto e no final da frase crie uma nova linha com o botão Enter e em
seguida clique no botão Colar, ou o atalho Ctrl+V.

Perceba que a frase digitada foi duplicada!


6. Agora selecione o seguinte trecho: “Recortar, Copiar e Colar”.
7. Clique no botão Cortar, ou use o atalho Ctrl+X.
8. Crie agora uma terceira linha e com o cursor nela clique no botão Colar, ou o atalho
Ctrl+V (Perceba que o conteúdo selecionado foi movido de lugar)

3.4 Revisão Ortográfica

A Revisão Ortográfica do OpenOffice Writer tem como finalidade verificar se o nosso texto
não possui erros de ortografia, que normalmente são gerados por erros de digitação. Para
acessar essa funcionalidade basta irmos ao Menu Principal e clicar no ícone Verificação
Ortografia (F7):

Vamos entender o funcionamento da Verificação Ortográfica praticando? Abra o Writer e


vamos digitar o texto abaixo observando aos erros que estão escritos:
“Nessa seção iremos aprende como utilizar o corretor ortográfico do Microsoft Office
Word!”
Agora vá ao Menu Principal, clique no ícone Verificação Ortográfica. Ao clicar no ícone,
aparecerá a janela a seguir:

131
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.1: Menu de revisão ortográfica

Fonte Open Office Writer

Quando uma palavra digitada no Writer, aparecer sublinhada de vermelho, significa que
está escrita de maneira incorreta. É possível corrigi-la selecionando a palavra correta, que
no caso do exemplo é “nessa”.
Caso queira fazer uma correção sem abrir a janela de revisão ortográfica, basta clicar com
o botão esquerdo sobre a palavra e aparecerão sugestões de correção. Também é
possível adicionar palavras ao dicionário do Writer, para o caso de a palavra estar escrita
de maneira correta e o computador acusar um erro.

Colocando o conhecimento em prática


Digite o parágrafo a seguir. Em seguida formate o texto da maneira que se se pede:

OPEN OFFICE WRITER


O Writer é um poderoso editor de textos, utilizado em diversos países. Criado por uma
comunidade de desenvolvedores, ele desempenha uma grande importância nas empresas,
instituições de ensino e repartições públicas e nos ajuda em nossas simples atividades acadêmicas.
Neste programa podemos fazer o nosso currículo, convites de aniversário ou de casamento,
etiquetas, fazer um livro, colocar sumários, cartas, boletins escolares, enfim muita coisa. É um
programa com diversas funcionalidades e rica de opções para editarmos e formatarmos nossos
documentos.
.
1.Faça as mesmas formatações de Negrito, Itálico e Sublinhado no parágrafo;
2.Formate o título para tamanho 16, escolha a fonte Arial e a cor de sua preferência;
3.A fonte do corpo do texto deve ser Arial tamanho 12;
4.Faça o parágrafo do texto utilizando a régua com 1,5cm;
5.Utilize o alinhamento justificado para o parágrafo e centralizado para o título.

132
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Recapitulando

Para fixar os conteúdos dessa unidade tente responder com suas palavras:

• Como utilizar e para que serve o Revisor Ortográfico?


• Como e para que utilizar os recursos de recortar, copiar e colar no Writer?
• Você conseguiria personalizar todo um texto?
• Para que serve a ferramenta Pincel e como utilizá-la?

133
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4: Outros
Recursos

Um começo de conversa

Muitas pessoas acham que o Open Office Writer é um software simples e que se elas
desejarem fazer um documento mais elaborado será preciso um software melhor, pago e
mais complexo feito especialmente para profissionais da área.
Contudo, o Open Office Writer é um software de Código Aberto, gratuito e altamente
sofisticado. Sendo amplamente escolhido por inúmeras instituições. O Reino Unido, por
exemplo, adota o ODF (Open Document Format) para os seus documentos oficiais.
De maneira bem geral o Writer se organiza da seguinte forma: os recursos mais básicos e
mais utilizados estão mais acessíveis e são mais simples de serem utilizados de forma
que mesmo usuários iniciantes consigam usar com facilidade esses recursos. Já os
recursos mais avançados e mais profissionais são mais difíceis de serem encontrados e
utilizados, de forma que o usuário precisa ter um pouco mais de conhecimento para usar
com êxito esses recursos. Mais simples ou não, todos os recursos estão lá, disponíveis
para todos os usuários, cabendo a esse apenas procurar, experimentar, testar e aprender
a usar com qualidade.

Objetivos da Aprendizagem

Um documento cheio de efeitos possui um aspecto mais profissional que aqueles mais
simples. Para isso o Libre Office 6.4.2 disponibiliza inúmeros recursos que vão além do
texto e permitem melhorar os aspectos dos documentos. Um exemplo simples é essa
apostila. Ela poderia ser bem menos elaborada, com os títulos em negrito e centralizado
para diferenciar do restante do texto. Contudo para dar um aspecto mais profissional são
inseridas imagens, fontes diferentes, fundos coloridos e outros detalhes. Tudo isso é feito
no mesmo Writer que vocês estão trabalhando.

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Em busca de informação

4.1 Galeria

O Writer possui uma galeria com diversas imagens que podemos utilizar em nossos
documentos. Essa funcionalidade pode ser acessada clicando em Exibir, no Menu
Principal, e em seguida em Galeria. Ela aparecerá no canto direito da tela.
Figura 4.1: Barra lateral da Galeria

1º 2º 3º

Fonte: Open Office Writer


1. Abra o Writer;
2. Vá ao Menu principal e Clique em Exibir, e depois clique em Galeria;
3. Observe que ao lado direito aparecerá a barra lateral mostrada a cima;
4. Selecione o tema Ambiente em seguida escolha uma imagem
5. Clique com o Botão esquerdo do mouse e arraste a imagem até a página.
6. Redimensione a imagem (Mude o tamanho da imagem). Isso deve ser feito clicando
sobre a imagem e posicionando o mouse sobre as bordas da imagem conforme o
desenho abaixo
Para excluir uma imagem, basta clicar sobre ele e pressionar a tecla Delete.

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Figura 4.3: Barra lateral da Galeria

Figura 4.2: Imagem da galeria

Fonte Open Office imagens

Fonte: Open Office Writer

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Escreva o texto abaixo:
Animais de estimação
Os animais de estimação, também conhecidos como pets, são animais domesticados e
mantidos geralmente dentro de casa, sob a responsabilidade dos seus donos, ou
protetores. Os Pets mais populares em todo o mundo são os cães e os gatos. Embora
existam muitos outros, como roedores, aves, peixes. E também temos os menos
populares como coelhos, cobras, tartarugas e aranhas.
Formate o texto da seguinte maneira:
1. Centralize o título e o formate como negrito;
2. Utilize o sublinhado para grifar todos os animais listados;
3. Insira 4 imagens da galeria para ilustrar o texto.

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4.2 Inserindo e formatando imagens

O Writer pode inserir em seu documento imagens externas, sejam elas provindas do
seu computador ou da Internet. Essa funcionalidade pode ser acessada quando
clicamos no Menu Inserir, Figura, e escolhendo o botão de um arquivo.

Em seguida, uma janela será aberta na pasta Imagens da biblioteca de seu


computador. Você pode navegar através dela para qualquer pasta de seu computador
e selecionar arquivos de imagem com extensões PNG, JPEG, JPG, GIF, dentre
outros. Selecione a imagem que você deseja inserir no documento e clique em inserir.

Figura 4.4: Menu inserir imagem

Fonte: Open Office Writer

Redimensionando e Rotacionando Imagens

Para alterar o tamanho da imagem, clicamos e arrastamos com o mouse em uma das
bolinhas cinza ao redor da imagem. Com isso podemos alterar livremente seu tamanho
utilizando o mouse.

Figura 4.5: Edição de imagem

Fonte Open Office Imagens

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Ao inserir a imagem, você pode redimensionar a imagem da mesma forma que um
clip-art. Para rotacionar a imagem, segure e arraste a bolinha verde que encontra-se
acima da imagem selecionada.
Figura 4.6: Edição de imagem

Fonte Open Office Imagens

Formatação de Imagens

O Writer oferece diversas ferramentas de formatação para imagens em um texto. Ao


clicar em cima de uma imagem, será exibido na barra de menus a aba Ferramentas de
Imagem -Propriedades. Neste menu é possível alterar várias características da imagem
inserida.
Figura 4.7: Propriedades imagem

Fonte Open Office Writer

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Cortando Imagens

Para recortar uma imagem, clique em cima da imagem com o botão direito. Em seguida,
vá em Figura. Vai abrir uma janela como a seguinte, e clica em Recortar e altere as
dimensões pela “esquerda”, “direita” ,“superior” e “inferior”.

Figura 4.8: Menu redimensionamento de imagem

Fonte Open Office Writer

Pelo visualizador e as bordas que aparecem é possível ver até onde deseja que seja
cortado. Ao finalizar só clicar OK.
É Importante clicar em “Manter escala” para que a imagem não ficar distorcida e manter
sua escala original.

Figura 4.9: Resultado recorte imagem

Fonte Open Office Imagens

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Ajustes de Imagem

Podemos fazer correções de brilho e nitidez, alterar a cor da imagem, colocar efeitos
artísticos, dentre outros. Para isso clique em cima da imagem e ao lado esquerdo
aparecerá as Propriedades. Haverá o seguinte menu:
Figura 4.10: Menu ajustes de imagem

Fonte Open Office Writer

Na opção brilho, podemos definir a claridade da imagem. se queremos clareá-la ou


escurecê-la.
Em contraste, podemos definir a intensidade da proporção de cores brancas e pretas,
aumentando assim a diferença de cores na imagem.
Em Modo de cor, podemos aplicar um filtro na imagem que irá alterar suas cores.
Podemos aplicar escalas de cinza, de luz e de diversas cores.
As porcentagens são em relação as cores da imagem, podendo deixar com o tom
mais vermelho, azul ou verde. Assim como o tom médio.

Estilos de Imagem

Podemos alterar estilos com o qual a imagem está inserida, como por exemplo
colocando margens, arredondando bordas, etc. Para isso, clicando com o botão
direito, figura, bordas, é possível escolher o tipo de borda, posição, cor e a espessura
que deseja aplicar.
Figura 4.11: Menu estilos de imagem

Fonte Open Office Writer

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Organização da imagem

Neste menu, podemos organizar a imagem em conjunto com nosso texto. No botão
posição, conseguimos organizar nossa imagem de diversas formas em relação ao
texto escrito no documento.

Figura 4.12: Menu organização de imagem

Fonte Open Office Writer

Existem diversas opções de posicionamento. Podemos posicionar a imagem nos


cantos do texto, no centro da página. Ainda, após escolhermos um posicionamento
para a imagem, podemos arrastá-la de forma a fixar sua posição conforme desejemos
em nosso texto. Confira nos exemplos abaixo.

Posicionamento no canto superior esquerdo


Figura 4.13: Posicionamento imagem canto superior esquerdo

Fonte Open Office Writer

Posicionamento no canto superior direito


Figura 4.14: Posicionamento imagem canto superior direito

Fonte Open Office Writer

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Ainda no Menu de organização da imagem, podemos quebrar o texto de forma a se
adaptar ao formato da imagem. Nosso exemplo do coala é uma imagem oval. Vamos
clicar em quebra automática de Texto e selecionar a opção “Próximo” para
exemplificar.
Figura 4.15: Posicionamento imagem

Fonte Open Office Writer

Imagem alinhada à esquerda, como quebra automática de texto como próxima


Figura 4.16: Imagem alinhada à esquerda

Fonte Open Office Writer

Imagem alinhada à direita, como quebra automática de texto


como próxima
Figura 4.17: Imagem alinhada à direita

Fonte Open Office Writer

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4.3 Inserindo tabelas

O Writer permite também a utilização e inserção de tabelas em seus documentos.


Visto que o uso mais aprofundado de tabelas será dado no terceiro módulo do curso
do CIPMOI, não entraremos em detalhes na explicação desse assunto.

Para criarmos uma tabela, vamos no menu inserir na barra superior e clicamos no
botão “Inserir Tabela”. Ao clicarmos no botão, surgirá uma janela na qual é possível
colocar o nome da tabela e a quantidade de linhas e colunas, conforme a imagem
abaixo.
Figura 4.18: Inserindo tabela

Fonte Open Office Writer

O resultado, ao clicarmos, será uma tabela de 5 colunas com 3 linhas.


Figura 4.19: Tabela

Fonte Open Office Writer

Ao clicarmos dentro das células da tabela, da mesma forma que com imagens, será
aberto no menu à esquerda do programa, as “Ferramentas de Tabelas”.
Figura 4.20: Menu edição tabela

Fonte Open Office Writer

No menu podemos alterar o estilo da tabela, inserir ou alterar bordas da tabela,


grossura de seus traços, alterar a cor de fundo, adicionar mais linhas ou colunas à
tabela, dividir a tabela ou mesclar células, ajustar o tamanho das células/tabela ao seu
conteúdo, alinhamento em relação à vertical, e fórmulas.

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Recapitulando

Para fixar os conteúdos aprendidos nessa unidade tente responder com suas palavras:

• Como se insere uma imagem no Writer?


• Se eu quiser, posso rotacionar uma imagem?
• Como é o processo para se inserir uma imagem no meio do texto?
• Como se cria uma tabela? Eu posso inserir linhas e colunas depois da tabela ter sido
criada?

Referências Bibliográficas

• AZZI, MA. Open Office Writer. Assembleia Legislativa do estado de Minas Gerais, 2004.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/Apostila%20OpenOffice%20Writer.pdf
• http://aprendendofisica.pro.br/doc/OpenOffice.org_Writer_2.0.pdf

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Matemática
2º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais
Sumário
Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Geometria Plana 147
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Conceitos Iniciais 148
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Ângulos 151
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Polígonos 156
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.4 Área e Perímetro 158

Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 1.5 Quadrado 159

1.6 Retângulo 160

1.7 Triângulo 162

1.8 Trigonometria no triângulo retângulo 165

Instrutores Colaboradores 1.9 Teorema de Pitágoras 167


Caio César, Instrutor de Matemática
1.10 Teorema de Tales 168
Gean Teixeira, Instrutor de Matemática

Guilherme Oliveira, Instrutor de Matemática 174


1.11 Circunferência e Círculo
Rodrigo Cristiano, Gerente e Instrutor de
Matemática

Thales Thomé Nogueira, Instrutor de


Matemática Unidade 2: Escala 186
Diego Silva, Instrutor de Matemática
2.1 O conceito de razão 187
Henrique Costa, Instrutor de Matemática.

Luiza Lopes, Instrutora de Matemática.


2.2 O conceito de escala 187
João Pedro Barreto, Instrutora de
Matemática. 189
2.3 Aplicação individual
André Rosetti, Instrutor de Matemática
190
Marcela Martins, Instrutora de Matemática 2.4 Aplicação em grupo

Allef Santos, Instrutor de Matemática

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Unidade 1: Geometria
Plana
Um começo de conversa

A Geometria Plana corresponde a área da Matemática que estuda as figuras com duas
dimensões, isto é, aquelas que possuem altura e largura. Essas figuras são muito comuns
em nosso dia a dia e, por isso, é um assunto de grande importância. Algumas figuras
planas que aparecem em nosso dia a dia são: o quadro branco (que é um retângulo), uma
pizza (que é um círculo), a placa de “dê preferência” (que é um triângulo) etc. Dessa
forma, a Geometria Plana se encarrega de estudar e compreender o comportamento de
estruturas em um plano, a partir de conceitos iniciais como ponto, reta e plano.

Objetivos da Aprendizagem

Essa apostila tratará dos conceitos fundamentais da geometria, como o ponto, reta, plano
e espaço, bem como as características e propriedades das principais figuras planas. Será
discutido também os conceitos de área e perímetro em cada figura e alguns teoremas
matemáticos de extrema importância para resolução de problemas. Ao final da apostila,
você terá recursos suficientes para resolver as principais situações do dia a dia e estará
munido de ferramentas muito úteis para a escrita e leitura de projetos, por exemplo, seja
ele arquitetônico, mecânico ou elétrico.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

1.1 Conceitos iniciais

Para que se possa começar a estudar a geometria plana é necessário que alguns
conceitos estejam bem definidos, de maneira que seja possível utilizá-los para entender
outros conceitos mais elaborados. O ponto, a reta, o plano e o espaço são noções
indispensáveis e, por isso, serão os primeiros temas tratados nesta apostila.

PONTO

O ponto é um elemento utilizado para descrever uma localização geográfica. Define-se


o ponto como adimensional e sem forma, ou seja, não possui nenhuma dimensão. Para
entender melhor essa noção de dimensões imagine a seguinte situação:

• Você deseja falar para seu amigo em que local da cidade você está, para que
ele possa te encontrar. Então diz a ele que está na região da Pampulha. Apenas
com essa informação seu amigo não conseguirá te encontrar, uma vez que a
região da Pampulha há diversos lugares em que você pode estar. Para
enriquecer a informação você acrescenta que está na Avenida Antônio Carlos.
Apesar de melhorar a situação do seu amigo, ele ainda não sabe em qual parte
da Antônio Carlos que você se encontra. Por fim você adiciona que está em
frente a portaria da UFMG. Apenas com essa última informação, restringindo
sua localização a um ponto, que se torna possível para o amigo saber sua
localização real.

Conclui-se então, a partir desse experimento mental, que a maneira mais eficaz de
localizar geograficamente algo é utilizando um ponto no espaço, pois elementos que
possuem dimensões (como a área da Pampulha ou o comprimento da Avenida Antônio
Carlos) não descrevem com precisão localizações.

Uma vez que o ponto não possui dimensões, ele é algo estritamente teórico, ou seja, não
é possível ver um ponto na vida real, contudo, é comum representá-lo como um pequeno
círculo.

Representação:

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RETA

As retas são conjuntos de pontos que não fazem curvas. Como é possível alinhar infinitos
pontos um do lado do outro, a reta é um elemento infinito para as duas direções.

Representação: Sua representação é dada com setas nas extremidades para indicar que
são infinitas em suas duas direções.
Figura 1.1: Representação de diferente
retas

Fonte: acervo do autor

Uma vez que as retas são formadas por pontos alinhados, é possível medir a distância
entre esses pontos. Porém, uma vez que os pontos não possuem largura, não é possível
medir a largura de uma reta. Dessa maneira, conclui-se que a reta é um elemento
unidimensional (possui apenas comprimento).

Juntando os conceitos de Reta e Ponto é possível descrever duas variações das retas: a
Semi Reta e o Segmento de Reta.

Figura 1.2: Representação de Semi Reta e Segmento de Reta

Fonte: acervo do autor

Semi Reta: possui um ponto inicial que chamamos de origem, onde a semirreta começa,
mas não possui um ponto final, ela não tem fim;

Segmento de Reta: é a parte da reta compreendida entre dois pontos, possui ponto inicial
e ponto final, tem começo e tem fim.

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PLANO

O plano é um conjunto de retas alinhadas. O objeto formado por esse alinhamento de


retas é uma superfície plana que não faz curva e infinita para todas as direções.

Figura 1.3: Representação de plano

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/ponto-reta-plano-espaco.htm

Perceba agora que você poderia desenhar formas com duas dimensões (por exemplo um
quadrado). Dessa maneira, pode-se definir o plano como bidimensional, ou seja, possui
duas dimensões (comprimento e largura).

O plano é de extrema importância pois é nele que conseguimos definir todas as formas
geométricas planas que conhecemos. Entretanto, ainda há limitação quanto a sólidos
geométricos (como o cubo). Para entender melhor, faça a seguinte experiência:

• Pegue uma folha de papel e com uma caneta, desenhe um quadrado. Depois,
tente transformar esse quadrado em um cubo, adicionando profundidade ao
desenho.

Você perceberá com esse experimento que uma vez que tenta-se imprimir uma altura em
um plano (o papel), a caneta deixa de encostar no papel, pois o plano não possui a
terceira dimensão necessária.
Figura 1.4: Ilustração do experimento

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/ponto-reta-plano-espaco.htm

A partir da figura, pode-se notar que a única parte do cubo que está contida no papel é a
superfície inferior (o quadrado), enquanto que o resto do cubo permanece fora do plano.
Para os sólidos geométricos é necessário definir um outro conceito, o espaço.

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ESPAÇO

O espaço é o local onde toda a geometria do nosso curso acontece. É formado pelo
empilhamento de planos, que são colocados um sobre o outro até preencher todo o
espaço.
Uma maneira de visualizar isso é utilizando papel. Um papel pode ser entendido como
sendo um plano e, a medida que empilha-se muitos papéis ocupa-se cada vez mais
espaço.
O espaço é infinito para todas as direções e é tridimensional. Como o espaço envolve a
terceira dimensão, ele é suficiente para conter todo o cubo da figura anterior. É na terceira
dimensão que são construídas figuras que possuem largura, comprimento e profundidade.
Essas figuras vão ser discutidas de maneira mais aprofundada mais pra frente em nosso
curso.

1.2 Ângulos

Uma vez conhecido os conceitos iniciais de geometria plana, é possível utilizá-los para
definir outros conceitos, como os ângulos. O ângulo é a medida da abertura entre dois
segmentos de reta. Desse modo, existe um número que está relacionado com cada
abertura entre duas semirretas e, quanto maior a abertura, maior esse número.

Figura 1.5: Ilustração de um ângulo

Fonte: acervo do autor

A figura acima ilustra o conceito de ângulo. Percebe-se que as duas semi retas se
encontram no ponto A (vértice) e formam uma abertura. É importante notar que
independente do tamanho das semi retas, essa abertura permanece igual. Quanto a
nomenclatura usada, é usual que utilize-se pontos nomeados (nesse caso A, B e C) para
descrever o ângulo, sendo que o vértice deve ser a letra do meio e acompanhado de um
acento circunflexo.

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Uma vez que o ângulo não é uma medida de comprimento, mas sim de uma abertura, a
maneira de medi-lo é diferente da de comprimento.
Figura 1.6: Como medir um ângulo

Fonte: acervo do autor

A forma como medimos os ângulos pode ser entendido a partir da figura acima. Mantendo
a semi reta 1 parada e movendo a 2 no sentido anti-horário, a abertura fica cada vez
maior. Quando a semi reta 2 dá uma volta completa (coincidindo com a semi reta 1)
define-se que ela percorreu 360° (leia-se ° como graus). O instrumento utilizado para
medir ângulos é o transferidor.
Figura 1.7: Exemplo de transferidor

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-angulo.htm

Para utilizá-lo, coloque uma das semirretas sobre a primeira linha do transferidor, aquela
que aponta para o zero. Depois, coloque o ponto de encontro das semi retas no centro do
equipamento, que geralmente vem marcado nele. Feito isso, o ângulo a ser medido será o
número para onde a segunda semi reta aponta.
Figura 1.8: Exemplo de uso do transferidor

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-angulo.htm

Nesse caso, percebe-se que o ângulo é de 40°. O Grau é uma das maneiras de se medir
ângulos, entretanto não é a única. Outras maneiras de se medir é o radiano e o grado,
porém não iremos utilizá-los nessa apostila.

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Apesar de haver muitos ângulos, alguns são mais frequentes no nosso dia a dia e,
portanto, são considerados ângulos notáveis.

ÂNGULOS NOTÁVEIS

Um ângulo que nos rodeia a todo momento é o ângulo de 180°. Isso porque uma reta pode
ser entendida como a junção de duas semi retas a um ângulo de 180°, como mostra a
figura a seguir
Figura 1.9: Exemplo de ângulo de 180°

Fonte: acervo do autor

Devido a sua importância, ele também é conhecido como ângulo raso e pode ser usado
para resolver diversos problemas da matemática, como descobrir o valor de um ângulo
externo de um triângulo, além de outras coisas.

Exemplo: Sabendo que um dos ângulos internos do triângulo abaixo é 32°, qual será o
valor do ângulo externo referente a esse ângulo?

Figura 1.10: Exemplo de cálculo de ângulo externo

Fonte: acervo do autor

Para resolver esse problema basta perceber que a junção entre a linha tracejada com a
base do triângulo forma um ângulo de 180°. Sendo assim:

32°+ α° = 180°
α° = 180°-32°
α°=148°

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Outro ângulo de extrema importância é o de 90°, também conhecido como ângulo reto.
Esse ângulo é muito frequente na construção civil, em junções de duas paredes, em
móveis, dentre outros locais. Ele também é muito relevante no estudo da trigonometria,
como será visto mais à frente nessa apostila.

Figura 1.11: Exemplo de ângulo de 90°

Fonte: https://www.todamateria.com.br/angulos/

Como pode ser observado na figura, uma maneira de representá-lo é por meio de um
pequeno quadrado no local do ângulo.

Além dos ângulos já citados, outros três ângulos aparecem muito no estudo da
trigonometria. São eles: 30°,45° e 60°

Figura 1.12: Exemplo de ângulos de 30°, 45° e 60°

Fonte: https://www.todamateria.com.br/angulos/

Sua importância será mais explorada no estudo das relações trigonométricas.

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ÂNGULOS COMPLEMENTARES

Ângulos complementares são aqueles que quando somados medem 90°

Figura 1.13: Exemplo de ângulos de ângulos complementares

Fonte: https://www.todamateria.com.br/angulos/

Quando somados, 30° e 60° resultam em 90°, portanto, eles são considerados ângulos
complementares

ÂNGULOS SUPLEMENTARES

Ângulos suplementares são aqueles que quando somados medem 180°

Figura 1.14: Exemplo de ângulos de ângulos suplementares

Fonte: Acervo do autor

Percebe-se que quando soma-se 32° com α° resulta em 180°, portanto, α e 32° são
suplementares.

Tanto a noção de ângulos complementares quanto suplementares serão úteis na


resolução de problemas ao longo de todo o estudo da geometria.

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1.3 Polígonos

Polígonos são figuras geométricas planas (possuem comprimento e largura) e


fechadas, formadas por segmentos de reta que não se cruzam. A partir da figura abaixo
percebe-se que sempre que houver interrupções nos lados da figura, a mesma não pode
ser considerada um polígono.
Figura 1.15: Exemplo de figura fechada e não fechada

Fonte: Acervo do autor

Caso algum segmento de reta cruze com outro segmento de reta, a figura também não
pode ser considerada um polígono.

Figura 1.16: Exemplo de figura com segmentos de retas que se cruzam

Fonte: Acervo do autor

CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS

Os polígonos podem ser classificados de diversas maneiras e apenas uma classificação


não é suficiente para descrever por completo um polígono.

1. CONVEXO E NÃO CONVEXO

Sempre que for possível conectar dois pontos internos ao polígono e a linha cruzar um dos
lados, o polígono é classificado como não convexo. Caso isso não seja possível, o
polígono é classificado como convexo. Outra maneira de analisar é olhando os ângulos
internos, se todos forem menor que 180° o polígono é convexo, se pelo menos um for
maior que 180° o polígono é não convexo.

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Figura 1.17: Exemplo de polígonos convexos e não convexos

Fonte: acervo do autor

2. REGULAR E NÃO REGULAR

Caso o polígono tenha todos os lados e ângulos iguais, o mesmo recebe o nome de
regular. Se pelo menos um lado ou um ângulo não for igual, o mesmo é classificado
como não regular.

Figura 1.18: Exemplo de polígonos convexos e não convexos

Fonte: acervo do autor

3. QUANTO AO NÚMERO DE LADOS

A principal característica de um polígono é a quantidade de lados ou quantidade de


ângulos (sempre são iguais). Por esse motivo, essa característica irá definir o nome dado
ao polígono.
COMO NOMEAR:

Com exceção do triângulo e do quadrilátero, a formação da palavra é:


Número de lados + gono
Por exemplo, quando temos o polígono de cinco lados, automaticamente nos lembramos
do prefixo penta mais o sufixo gono: pentágono.

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Tabela 1.1: Tabela de nomenclatura dos polígonos.

Fonte: acervo do autor

Note que não é necessário decorar a tabela e sim entendê-la.

1.4 Área e Perímetro

Antes que possamos começar estudar cada polígono detalhadamente, é necessário que
esses dois conceitos estejam claros, pois aparecerão com frequência mais adiante. Ambos
reference a medidas que podem ser feitas em qualquer polígono, porém indicam coisas
diferentes. O perímetro é uma medida de comprimento (ou seja, 1 dimensão) e sua
unidade normalmente é cm ou m. Já a área é uma medida de um plano (ou seja, 2
dimensões) e sua unidade normalmente é cm² ou m².

PERÍMETRO
O perímetro é a medida equivalente a soma dos lados de um polígono. Portanto, se um
polígono possui 20 lados, por exemplo, seu perímetro será dado pela soma das medidas
dos 20 lados. Uma maneira de visualizar o que é o perímetro é imaginar qual deveria ser o
tamanho de um barbante de maneira que seja possível contornar, pelos lados, todo o
polígono. Esse tamanho será equivalente ao perímetro.

ÁREA
A área é o tamanho da superfície ocupada por uma figura geométrica. Seu cálculo é
mais complexo e varia de acordo com cada figura, mas os casos mais importantes serão
discutidos mais à frente. Uma maneira de visualizar o que é a área é imaginar quanto de
tinta seria necessário para pintar a figura, quanto maior a área, mais tinta deve ser usado e
vice-versa.

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1.5 Quadrado
O quadrado é um polígono convexo, regular e possui quatro lados. Por ter quatro lados,
ele é quadriláteros, porém devido a suas especificidades, nem todo quadrilátero é um
quadrado.
Figura 1.19: Exemplo de quadrado

Pela figura, percebe-se que todos os ângulos


internos são iguais a 90° e todos os lados são
iguais.

Fonte: acervo do autor

PERÍMETRO

O perímetro do quadrado é facilmente calculado, uma vez que todos seus lados são
iguais. A fórmula é a seguinte:

Perímetro = L + L + L + L = 4 L

Exemplo: Calcule o perímetro de um quadrado de lado (L) igual a 2

Perímetro = 2 + 2 + 2 + 2 = 4 x 2 = 8

ÁREA

O quadrado é o polígono em que tem a fórmula de área mais simples. Sua fórmula é a
seguinte:

Área = L x L = L²

Exemplo: Usando o mesmo quadrado do exemplo acima, sua área seria:

Área = 2 x 2 = 2² = 4

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PROPRIEDADES

● Sua diagonal vale L x


● As diagonais do quadrado se encontram nos seus pontos médios
● A soma dos ângulos internos do quadrado é igual a 360º

1.6 Retângulo
O retângulo é um polígono convexo e possui quatro lados. Por ter quatro lados, ele é
quadrilátero , porém, devido às suas especificidades, nem todo quadrilátero é um retângulo.
Sua principal diferença do quadrado é que ele pode ter os lados diferentes uns dos outros e,
caso os lados sejam iguais, ele também é um quadro e um retângulo ao mesmo tempo.
Percebe-se, então, que todo quadrado é um retângulo, porém nem todo retângulo é um
quadrado.

Figura 1.20: Exemplo de retângulo

Percebe-se que todos os ângulos internos


são iguais a 90º. Além disso, os lados
podem ser diferentes, mas aparecem em
pares opostos.

Fonte: acervo do autor

PERÍMETRO
O perímetro será a soma de todos os lados, porém, como os lados aparecem em pares,
pode-se escrever a fórmula de perímetro da seguinte maneira:

Figura 1.21: Exemplo de retângulo genérico

Perímetro = b+b+h+h = 2xb + 2xh = 2x(b + h)

Fonte: acervo do autor


Perceba também que, caso todos os lados sejam iguais, a fórmula se transformará na
mesma fórmula que a do quadrado.

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ÁREA

A área do retângulo é dada pela multiplicação do comprimento da base (b) pelo


comprimento da altura (h). Assim, a fórmula fica:

Área = b x h

Perceba de novo que, caso “b” seja igual a “h” a fórmula de área será igual a do quadrado.

PROPRIEDADES

● As diagonais do quadrado se encontram nos seus pontos médios

● A soma dos ângulos internos do quadrado é igual a 360º

● Suas diagonais podem ser calculadas pela seguinte fórmula


que será melhor entendida em “Teorema de Pitágoras”.

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1.7 Triângulos
Os triângulos são figuras geométricas que possuem três lados e três ângulos internos. Os
lados são segmentos de retas unidos nos vértices, como mostra a figura a seguir:

Figura 1.22: Exemplo de triângulo genérico

Fonte: acervo do autor

CLASSIFICAÇÃO
Os triângulos são classificados quanto aos lados em: triângulo equilátero, isósceles e
escaleno:
• Triângulo Equilátero: triângulo com todos os lados e ângulos internos de mesma
medida;
• Triângulo Isósceles: triângulo que possui dois lados e dois ângulos internos com
medidas iguais;
• Triângulo Escaleno: triângulo em que todas as medidas são diferentes;

Como mostrado na figura a seguir, utiliza-se a simbologia de traços posicionados em cima


dos lados de um triângulo para representar lados com medidas iguais, ou seja, o lado que
possuir apenas um traço é equivalente aos outros lados que possuem apenas um traço
também.

Figura 1.23: Exemplo de triângulos equilátero, isósceles e escaleno

Fonte: acervo do autor

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Os triângulos também são classificados quanto aos ângulos internos em: triângulo
retângulo, obtusângulo e acutângulo.
•Triângulo Retângulo: triângulo que possui um ângulo interno de 90°;
•Triângulo Obtusângulo: triângulo que possui um ângulo interno maior que 90°;
•Triângulo Acutângulo: triângulo que todos os ângulos internos são menores que 90°.

Figura 1.24: Exemplo de triângulos equilátero, isósceles e escaleno

Fonte: acervo do autor

PERÍMETRO
Para calcular o perímetro de um triângulo, basta somar todas as medidas de seus lados,
como mostra a figura abaixo:

Figura 1.25: Exemplo de triângulo genérico

Fonte: acervo do autor

Exemplo:

Figura 1.26: Exemplo de triângulo

PERÍMETRO = 3 + 3 + 10 = 16

Fonte: acervo do autor

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ÁREA
Para calcular a área de um triângulo, devemos multiplicar a altura do triângulo pela sua
base, como podemos ver na figura a seguir:

Figura 1.27: Exemplo de triângulo genérico

Fonte: acervo do autor


Exemplo:

Figura 1.28: Exemplo de triângulo

Fonte: acervo do autor

PROPRIEDADES GERAIS

Apesar de existir diferentes tipos de triângulos, existem propriedades que são comuns a
todos eles:
• A base pode ser definida como qualquer um dos lados de um triângulo para efeito de
cálculo da área do mesmo;
• A altura representa uma reta perpendicular à base que caminha até o vértice oposto;

Figura 1.29: Exemplo de triângulo genérico

Fonte: acervo do autor

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• A soma dos ângulos internos de um triângulo sempre resultam em 180º;

Figura 1.30: Exemplo de triângulo genérico com ângulos internos

Fonte: acervo do autor

• A soma dos ângulos externos de um triângulo sempre resultam em 360º.

Figura 1.31: Exemplo de triângulo genérico com ângulos externos

Fonte: acervo do autor

1.8 Trigonometria no Triângulo Retângulo

Para que possamos estudar algumas propriedades que são exclusivas do Triângulo
Retângulo, iremos adentrar um pouco em uma área da Matemática que estuda as relações
de proporcionalidade envolvendo os lados e ângulos desse triângulo, a Trigonometria.

Antigamente, os estudiosos utilizavam o conhecimento adquirido com a Trigonometria para


realizar cálculos ligados à Astronomia, determinando distâncias entre a Terra e os outros
astros do Sistema Solar. Atualmente, essa área também é de extrema importância para
diversas áreas, sejam elas da construção civil, da eletrônica, da medicina, da agronomia e
muitas outras.

Por meio do estudo da Trigonometria, pode-se calcular medidas dos lados e ângulos de
um triângulo, com essas ferramentas e a ajuda de teoremas e estudos, você será capaz
de calcular distâncias inacessíveis, como a altura de um prédio, distância entre dois rios, o
raio da terra, largura de uma represa, entre outras.

165
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Em outra unidade será tratado de forma mais completa esse tema, contudo, é necessário
ter o entendimento de algumas palavras que são utilizadas para descrever os lados do
triângulo retângulo, como cateto adjacente, cateto oposto e hipotenusa.
•A hipotenusa é sempre o lado oposto ao ângulo de 90°, ela é o maior lado do triângulo
retângulo;
•O cateto adjacente é sempre o lado que está em contato com o ângulo de referência,
formando-o;
•O cateto oposto é sempre o lado que não está em contato com o ângulo de referência,
mas sim, opõe-se a ele.

Observação: o ângulo de referência poderá ser qualquer um dos dois ângulos


menores que 90° que compõem o triângulo, como mostram as figuras a seguir:

CASO 1:

Figura 1.32: Exemplo de nomenclatura no triângulo retângulo

Fonte: acervo do autor

CASO 2:

Figura 1.33: Exemplo de nomenclatura no triângulo retângulo

Fonte: acervo do autor

166
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1.9 Teorema de Pitágoras
Os estudos trigonométricos possuem uma relação muito importante com o Teorema de
Pitágoras, sendo um dos assuntos mais aplicados na matemática, principalmente em
problemas envolvendo Geometria. O teorema recebeu esse nome em homenagem a
Pitágoras, um grande estudioso da Matemática e da Filosofia que viveu no período da
Grécia Antiga.
O Teorema de Pitágoras permite descobrir a medida desconhecida de um dos lados de um
triângulo retângulo quando já se conhece a medida dos outros dois lados dele.
Assim, o Teorema de Pitágoras afirma que, em um triângulo retângulo, o quadrado da
medida da hipotenusa é igual a soma dos quadrados das medidas dos catetos. A partir da
imagem a seguir, esse teorema pode ser descrito com uma fórmula geral:

Figura 1.34: Exemplo de triângulo retângulo genérico

Fonte: acervo do autor

Essa relação é amplamente utilizada no cotidiano de diversas áreas. Com o Teorema de


Pitágoras, pode-se calcular a parte diagonal de uma treliça de madeira para o telhado, já
que sua parte vertical forma um ângulo de 90º com a horizontal, como ilustra o exemplo
abaixo:

Figura 1.35: Exemplo de triângulo retângulo

Fonte: acervo do autor

Pela fórmula, obtemos:


Tendo como base que todas as medidas se encontram em metros, a parte diagonal
necessária para a construção do telhado é igual a 5 metros, ou seja, c = 5 .

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1.10 Teorema de Tales
Teorema de Tales é um dos mais antigos teoremas da matemática, atribuído ao filósofo,
matemático, engenheiro e astrônomo grego Tales de Mileto. Ademais, esse teorema diz
que um feixe de retas paralelas determina em duas transversais segmentos proporcionais.
Desse modo, para entender esse teorema precisamos falar um pouco sobre as retas
paralelas e transversais.
Retas Paralelas: Retas paralela são retas que não possuem pontos em comum, sendo
assim elas nunca se encontrarão (nunca terão um ponto em comum), lembrem-se que as
retas são infinitas. Ademais, quando temos um conjunto com mais de duas retas paralelas,
formamos um feixe de retas paralelas. Por fim, um feixe de retas paralelas bem comum
são as linhas dos cadernos que usamos diariamente.

Figura 1.36: Feixe de retas paralelas Figura 1.37: Feixe de retas paralelas cortada por uma transversal

Fonte: acervo do autor Fonte: acervo do autor

Retas Transversais: Retas transversais são retas que possuem apenas um ponto em
comum com outra reta. Nesse sentido, na figura a seguir a reta v é transversal a r, s, t e u.
Assim, no Teorema de Tales uma reta transversal ao feixe, intercepta todas as retas
paralelas do conjunto.

DEFININDO O TEOREMA DE TALES


Para usarmos as propriedades do teorema de tales precisamos de pelo menos duas retas
paralelas e transversais. A definição precisa do teorema é apresentada a seguir:
"Feixes de retas paralelas cortadas por segmentos transversais formam segmentos de
retas proporcionalmente correspondentes."

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Figura 1.38: Feixe de retas paralelas cortadas por duas transversais

Fonte: acervo do autor

Ou seja, o segmento a é proporcional a x, b é proporcional a y e c é proporcional a z. A


proporção pode ser expressa pelas divisões logo abaixo.

O teorema também aceita variações dessas proporções, como mostrado abaixo.

OBS: Fiquem atentos a ordem em que se expressa as divisões, pois a/b não é
proporcional a y/x.
Vamos explicitar essas proporções na figura a seguir:

Figura 1.39: Feixe de retas paralelas cortado por duas transversais

Fonte: acervo do autor

A figura acima ilustra bem a propriedades do teorema de tales, e apesar de estar fora de
proporção ainda conseguimos observar a semelhança dos segmentos.

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Exemplo 1: Calcule o valor de x, no feixe de retas paralelas cortado por duas transversais
abaixo:
Figura 1.40: Feixe de retas paralelas cortado por duas transversais

Fonte: acervo do autor

Desse modo, uma das maneiras de resolver esse problema é estabelecendo as seguintes
proporções.

Por fim, descobrimos que o valor de x é 16.

Exemplo 2: Nos meses de junho e julho de 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo FIFA.
Para esse evento, o governo federal realizou uma série de obras. Entre elas, o
asfaltamento das ruas ao redor dos estádios. A figura a seguir representa as ruas a e b
que foram asfaltadas. Sabendo que as retas r, s e t são paralelas e que as medidas das
ruas estão em quilômetros, determine o valor de x.
Figura 1.41: Desenho de Estádio de Futebol

Fonte: http://es.hellokids.com/c_21213/dibujos-para-colorear/deportes/futbol/estadio-de-futbol

Para resolver esse problema, podemos observar que se trata da aplicação do teorema de
tales, dessa forma vamos reescrever a figura pra ficar mais claro.

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Figura 1.42: Feixe de retas paralelas cortado por duas transversais

Fonte: acervo do autor

Agora, podemos observar bem as proporções e destacamos elas abaixo.

Km
Assim, chegamos ao resultado do problema e não se esqueça da unidade de medida.

APLICAÇÃO DO TEOREMA DE TALES EM TRIÂNGULOS


Em alguns casos, o teorema de tales pode ser aplicado em triângulos pois se traçamos
retas paralelas a uma das bases dos triângulos, obtemos um feixe de retas paralelas
cortada por duas transversais, assim podemos usar o teorema.
Figura 1.43: Triângulo e Triângulo cortado por duas retas paralelas

Fonte: acervo do autor

Dessa maneira, pegue o triângulo da esquerda e trace algumas retas, desse modo
poderemos ver claramente a aplicação do teorema e as proporções entre os segmentos.

Observação: Os triângulos não precisam ter os lados iguais (serem equiláteros) para o
teorema ser válido.

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Exemplo 1: Determine o valor de x, na seguinte figura, sabendo que o segmento BC é
paralelo ao segmento r.

Figura 1.44: Triângulo Retângulo

Fonte: acervo do autor


Para resolver o problema, devemos descobrir qual a proporcionalidade dos segmentos.
Assim, pelo teorema temos que os segmentos obedecem às seguintes proporções.

Assim, descobrimos que x=6,75. Por fim, vale lembrar que essa é apenas uma das formas
de chegar ao resultado, já que é possível estabelecer outras proporções.

Exemplo 2: Os raios de sol chegam à Terra paralelos. Sabendo disso e com auxílio da
figura abaixo, calcule a altura do poste.

Figura 1.45: Cachorro no gramado

Fonte:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_ufpr
_mat_pdp_almir_massuquetto.pdf

172
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Esse problema entra em assuntos como semelhança de triângulo e aplicação do teorema
de tales no triângulo. Assim, o problema é apresentado de outra forma na figura abaixo.
Figura 1.46: Triângulo Retângulo

Fonte: acervo do autor

Assim, podemos observar que o triângulo maior é semelhante ao triângulo menor, ou seja
as proporções entre seus lados são iguais. Desse modo, analogamente aos problemas
anteriores podemos concluir que:

Assim, obtemos a resposta h=2,25 m e não se esqueça da unidade de medida.

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1.11 Circunferência e Círculo
Agora vamos ver um pouca das figuras geométricas planas com formatos arredondados,
os círculos e as circunferências. Primeiramente, vamos destacar que essas figuras não
são consideradas polígonos, pois não são formadas por linhas retas. Prosseguindo,
apesar de parecerem sinônimos esses nomes se referem a figuras diferentes. Assim,
quando falamos em circunferência nos referimos apenas aos pontos externos da figura,
enquanto círculos nos referimos aos pontos externos e internos. Além disso, uma
circunferência seria um aro da bicicleta e o círculo uma pizza. Portanto, podemos dizer
que a circunferência está dentro do círculo e que em oposição a circunferência o círculo
tem área. Figura 1.47: Aro e Pizza

Fonte: http://www.moemabike.com.br/list_produtos.php?aux=mar&categoria=16&marca=189 e
https://espanol.peterpiperpizza.com/menu
Definição de Circunferência: Primeiramente, marque um ponto, que vamos chamá-lo de
centro, em seguida destacamos todos os pontos com a mesma distância r do centro da
figura, pronto temos uma circunferência. Além disso, vale lembrar que, quando falamos em
circunferência estamos nos referindo apenas a "borda" (ao conjunto de pontos em volta)
da figura, pois diferentemente de um círculo ela não tem área.
Figura 1.48: Circunferência, centro e Raio

Fonte: acervo do autor

Raio Medida que informa a distância entre o centro e um ponto qualquer da circunferência.
Diâmetro Medida relativa a duas vezes o raio da circunferência. Além disso, ela é a maior
medida possível no interior da circunferência, precisa passar pelo centro e toca os pontos
mais distantes no seu interior. A imagem abaixo ilustra bem as duas definições.
Figura 1.49 : Circunferência, Raio e Diâmetro

Fonte: acervo do autor

174
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Perímetro
Perímetro de um círculo ou comprimento é a medida do tamanho do contorno da figura.
Sua medida é dada pela fórmula a seguir:

C : comprimento ou perímetros
π : constante matemática PI, vale aproximadamente (3,141592...)
r : raio da circunferência

Área
A área de um círculo é calculada pela fórmula.

A: área
π: constante matemática PI, vale aproximadamente (3,141592...)
r: raio da circunferência

Número PI (π )
O número PI é a mais antiga constante matemática conhecida pelo homem e sua
pronúncia deriva da palavra grega “perímetro”. Ademais, calculada pela primeira vez por
Arquimedes é um número irracional, com infinitas casas decimais e não periódico. Além
disso, é uma das constantes mais usadas na matemática, pois auxilia muito no cálculo de
grandezas da circunferência, círculo e esfera. Por fim, para defini-la precisamos apenas
dividir o comprimento (perímetro) de qualquer circunferência pelo seu diâmetro
correspondente. Figura 1.50: Definição de PI

Fonte: acervo do autor

175
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Colocando o conhecimento em prática

1. Calcule o valor de x

a) b)

c)

2) Marque a alternativa correta:


a) O ângulo complementar de 32° é 68° e o suplementar é 148°.
b) O ângulo suplementar de 63° é 27° e o complementar é 117°.
c) O ângulo complementar de 24° é 66° e o suplementar é 155°.
d) O ângulo 33° é o suplemento de 57° e o complemento de 147°.
e) O ângulo 25° é o complemento de 65° e o suplemente de 155°.

3) Calcule a área e o perímetro de um quadrado de lado igual a:


a) 5 b) 8 c) 3,5 d) 4 e) 1

4) (ETEC – SP – 2009) O xadrez é considerado mundialmente um jogo de estratégias que


utiliza um tabuleiro quadrangular, conforme ilustra a figura a seguir. Considerando que
todos os quadrados que compõem o tabuleiro, pretos e brancos, possuem 3 cm de
lado, a área total dos quadrados pretos, em centímetros quadrados, é igual a
a) 9
b) 144
c) 288
d) 432
e) 576

176
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5) Joaquim planeja cercar e gramar uma área quadrada que herdou de seus avós. Para
construir a cerca, gastará R$ 73,00 por metro e, para plantar a grama, gastará R$ 39,90
por metro quadrado. Sabendo que o lote de Joaquim possui lado igual a 250 metros,
quanto ele gastará para gramá-lo e cercá-lo?
a) R$ 100.000,00
b) b) R$ 20.000,00
c) c) R$ 73.000,00
d) R$ 2.493.750,00
e) R$ 2.566.750,00

6) Calcule a área de um retângulo cujo comprimento é 45 metros e a largura é 38 metros.

7) Calcule o perímetro de um retângulo cujo comprimento é 25 metros e a largura é 12


metros.

8) Qual é o comprimento de um retângulo cuja largura mede 118 metros e a área total é de
472 m2?

9) Para o reflorestamento de uma área, deve-se cercar totalmente com tela os lados de
um terreno, exceto o lado margeado pelo rio, conforme a figura. Cada rolo de tela que será
comprado para confecção da cerca contém 48 metros de comprimento.

A quantidade mínima de rolos que deve ser comprada para cercar esse terreno é:
a) 6 b) 7 c) 8 d) 11 e) 12

177
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10) (Fac. Cultura Inglesa SP/2015) Uma pessoa possui um quarto retangular com 5 m de
largura por 6 m de comprimento e quer utilizar parte da área do quarto para fazer um
closet (pequeno cômodo usado como quarto de vestir), também retangular conforme
mostra a figura.

Sabendo que y corresponde a 1/4 do comprimento do quarto, para que a área do closet
seja de 4,5 m2, a largura x, em metros, deverá ser de:
a) 2,0. b) 2,5. c) 3,0. d) 3,5. e) 4,0.

11) Qual a medida dos perímetros dos triângulos abaixo?

12) Qual a medida da área dos triângulos abaixo?

178
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
13) Ufpe 96-Adaptada) Considere um triângulo equilátero de lado como mostra a figura a
seguir. Unindo-se os pontos médios dos seus lados obtemos 4 novos triângulos.

O perímetro de qualquer um destes quatro triângulos é igual a:

a) 5l / 2
b) l
c) 3
d) l/2
e) 3l / 2

14) (IBGE 2016 – Cesgranrio) Considere as seguintes definições:


1– Um triângulo é chamado de escaleno quando os seus lados possuem comprimentos
diferentes.
2– Um triângulo é chamado de isósceles quando há dois de seus lados com o mesmo
comprimento.
3– Um triângulo é chamado de equilátero quando todos os seus lados possuem o mesmo
comprimento.
De acordo com as definições apresentadas, um triângulo não é escaleno quando, e
apenas quando, ele
a) é isósceles.
b) é isósceles, mas não é equilátero.
c) não é isósceles.
d) não é equilátero, nem é isósceles.
e) não é equilátero.

179
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
15) Classifique os triângulos da imagem abaixo quanto aos seus ângulos internos:

16) Calcule o valor de x para cada um dos triângulos retângulos a seguir:

17) João quer utilizar o fundo de uma caixa de sapato para construir dois triângulos iguais
para brincar. Sabendo que a caixa possui as seguintes medidas (em metros) :

Qual será a área de cada um dos triângulos? E seus perímetros?

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
18) Deseja-se cercar uma floresta, onde será criada uma área de preservação ambiental,
com forma triangular, como mostra a figura abaixo:

Considerando todas as medidas em metro e sabendo que o metro de cerca custa


R$ 45,00, quanto custará para cercar a floresta?

19) (Fuvest-SP) Três terrenos têm frente para a rua A e para a rua B, como na figura. As
divisas laterais são perpendiculares à rua A. Qual a medida de frente para a rua B de cada
lote, respectivamente, sabendo que a frente total para essa rua tem 180 m?

a) 70, 60 e 35 m b) 80, 60 e 40 m c) 90, 70 e 50 m d) 90, 60 e 50 m

181
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
20) Calcule o valor de x, sabendo que as retas “e” “f” e “a” são paralelas.

a) 33

b) 39

c) 32

d) 35

e) 37,5

21) (Colégio Pedro II - 2012) Para melhorar a qualidade do solo, aumentando a


produtividade do milho e da soja, em uma fazenda é feito o rodízio entre essas culturas e a
área destinada ao pasto. Com essa finalidade, a área produtiva da fazenda foi dividida em
três partes conforme a figura.

Considere que AB = 500 m, BC = 600 m, CD = 700 m e HE = 1980 m. Nessas condições,


a medida do segmento é, em metros,

a) 665. b) 660. c) 655. d) 650. e) 645

22) (Fuvest–SP) A sombra de um poste vertical, projetada pelo sol sobre um chão plano,
mede 12 m. Nesse mesmo instante a sombra de um bastão vertical de 1 m de altura mede
0,6 m. Qual a altura do poste?

a) 20 b) 22 c) 24 d) 26 e) 28

182
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
23) (Cefet) O jardineiro Sr. Artur fez um canteiro triangular composto por folhagens e flores
onde as divisões são todas paralelas à base.

Sendo assim, as medidas x e y dos canteiros de flores são, respectivamente:

a) 30 cm e 50 cm.
b) 28 cm e 56 cm.
c) 50 cm e 30 cm.
d) 56 cm e 28 cm.
e) 40 cm e 20 cm.

24) A respeito das definições de círculo e circunferência e dos elementos dessas duas
figuras geométricas, assinale a alternativa correta.
a) As palavras “círculo” e “circunferência” são sinônimas, pois representam o mesmo
objeto.
b) Um círculo e uma circunferência diferem apenas pelo comprimento.
c) Um círculo e uma circunferência que possuem o mesmo raio também possuem o
mesmo comprimento.
d) O círculo é uma figura geométrica plana formada por todos os pontos cuja distância até
um ponto fixo, chamado de centro, é igual a uma constante chamada de raio.
e) A circunferência é uma figura geométrica plana formada por todos os pontos cuja
distância até um ponto fixo, chamado de centro, é menor que uma constante chamada de
raio.

25) Um círculo e um retângulo possuem mesma área. Sabendo que o retângulo possui
base igual a 100 cm e altura igual a 314 cm, qual é o raio do círculo (considere =3,14) ?

a) 10 cm b) 25 cm c) 50 cm d) 75 cm e) 100 cm

183
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
26) Em um motor há duas polias ligadas por uma correia, de acordo com o esquema
abaixo.

Se cada polia tem raio de 10 cm e a distância entre seus centros é de 30 cm, qual das
medidas abaixo mais se aproxima do comprimento da correia?
a) 122,8 cm b) 102,4 cm c) 92,8 cm d) 50 cm e) 32,4 cm

27) Um marceneiro recebeu uma encomenda de uma mesa redonda que deve acomodar 8
pessoas com um espaço de 60 cm para cada pessoa. Calcule, aproximadamente, o
diâmetro que a mesa deve ter (considere =3,14).

a) 122,8 cm b) 152,8 cm c) 192,8 cm d) 125,9 cm e) 132,4 cm

28) Considerando que uma pizza tradicional grande possui 35 cm de raio e uma pizza
tradicional pequena apresenta 25 cm, determine a diferença entre a área das duas pizzas
(considere =3,14) ?
a) 450·π cm b) 500·π cm c) 650·π cm d) 600·π cm e) 700·π cm

184
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Gabarito
19) Letra B.
1) a) 57° b) 65° c) 128°
20) Letra E
2) Letra E
21) Letra B
3)
22) Letra A
a) Área = 25 e Perímetro = 20
b) Área = 64 e Perímetro = 32
23) Letra D
c) Área = 12,25 e Perímetro = 14
d) Área = 16 e Perímetro = 16
24) Letra C
e) Área = 1 e Perímetro = 4
25) Letra E
4) Letra C
26) Letra A
5) Letra E
27) Letra B
6) Área = 1710
28) Letra D
7) Perímetro = 74

8) Comprimento = 4

9) 8 rolos

10) Letra C

11) 48 e 37, respectivamente

12) 87,5 e 144, respectivamente

13) Letra E

14) Letra A

15) Retângulo, Acutângulo e Obtusângulo,


respectivamente.

16) x = 5; x = 5; x = 25; x = 15.

17) Área = 30 e Perímetro = 30

18) Custo = R$ 1.620,00

185
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2019
Unidade 2: Escala

Um começo de conversa

Desde as primeiras civilizações, o ser humano tem a necessidade de representar o mundo


ao seu redor em alguma superfície para que consiga enxergar o que o seu olhar não
consegue alcançar.
Mesmo representando uma região muito pequena, achar um material que suporte um
desenho com as medidas reais do que se quer desenhar nunca foi possível e, muito
menos, viável. Imagine um mapa do seu bairro em tamanho real; todos estariam andando
e dormindo sobre um enorme papel, e seria impossível conseguir localizar qualquer local
nele. Por esse motivo surgiu a escala.
Para se fazer um mapa é necessário diminuir as medidas reais a um tamanho que seja
suficiente para garantir que a representação seja possível de se utilizar e transportar. A
função da escala é garantir que através das medidas na nossa representação (em uma
planta-baixa por exemplo) possamos ter a noção do exato valor dessas medidas na
realidade.

Objetivos da Aprendizagem

A escala já é algo conhecido, pelo menos de vista, por nós. Em algum mapa ou em algum
projeto ela já passou por nossas vidas. Seja medindo a distância entre duas cidades no
mapa para descobrirmos a distância em km entre elas, ou medindo o tamanho de uma
parede em alguma planta para conseguirmos localizar onde será feito algum trabalho. O
nosso objetivo ao estudar escalas é ser capaz de planejar projetos grandes em desenhos
menores estabelecendo uma relação de proporção entre eles.

186
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 O conceito de razão

Para entendermos o conceito de escala, precisamos entender primeiro o conceito de razão


na Matemática:
Razão é uma fração cujo numerador e o denominador são valores de uma mesma
natureza (ambos devem ser, por exemplo, pessoas, ou objetos, distâncias, etc) e que nos
possibilita comparar as quantidades do que o numerador representa em relação à
quantidade do que o denominador representa.

Para explicar a leitura de uma razão considere a fração


12 como exemplo. Podemos ler de três maneiras: “1 para 2”, ou “1 está para 2” ou “razão
de 1 para 2”.

Uma fração representa a divisão do numerador pelo denominador, e quando dividimos


uma grandeza pela outra estamos calculando qual parte do denominador que o numerador
representa. Como veremos na matéria de porcentagem, isso significa calcular qual a
porcentagem que o numerador representa do denominador.
Exemplo:
Na prova final do CIPMOI, um aluno errou 5 questões sendo que na prova haviam 20
questões. A partir desta informação conseguimos obter algumas razões:
● A razão entre o número de questões que o aluno errou e o número total de
questões é 520, que é equivalente à fração 14. Isso significa que, de cada 4
questões da prova, o aluno errou uma. Fazendo a divisão de 1 por 4 chegamos à
0,25, que significa que as questões erradas na prova valem a porcentagem de 25%
do total de questões;
● A razão entre o número de questões erradas e o número de questões acertadas é
515 que é equivalente à fração 13. Isso significa que, para cada questão errada
existem 3 que ele acertou.
2.2 O conceito de escala

Escala é a razão entre o comprimento de algo no desenho (ou em outro tipo de


representação) e o seu comprimento real. Então temos que:

Escala é igual ao número que expressa o comprimento no desenho dividido pelo número
que expressa o comprimento real

Lembrando que, para se fazer qualquer operação ou comparação, os números devem


sempre estar na mesma unidade de medida. Então, no caso da escala, se nos referirmos
à medida do desenho em centímetros então também devemos usar para a medida real o
centímetro; se nos referirmos em metros ao desenho então usaremos metro para a
medida real também, e assim funcionará para qualquer outra unidade de medida de
comprimento. A preferência é por sempre transformamos o número em uma unidade que
ele não fique na forma decimal.

187
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para explicar como é a leitura de uma escala vamos considerar como exemplo a escala
1:40. Lemos que 1 cm no papel corresponde a 40 cm reais, ou 1 mm no papel
corresponde a 40 mm reais; e assim funcionará com qualquer outra unidade de medida de
comprimento que acharmos mais conveniente para fazermos a leitura da escala.
Existem duas formas de representação de escalas:
1) Escala numérica: escrita na forma de fração. Podemos escrever de três maneiras
diferentes, como mostra o exemplo abaixo:
1250.000 ou 1 : 250.000 ou 1 / 250.000

Perceba que na escala numérica sempre deixamos o numerador igual a 1 para facilitar o
entendimento e cálculos.

1) Escala gráfica: representada por uma linha reta graduada, lembrando uma régua.

A distância entre o marco 0 e o 50 é 1 cm, indicando que 1cm no desenho equivale a 50


metros reais. Figura 2.1: Escala

Fonte: acervo do autor


A distância entre o marco 0 e o 3 é 1 cm, indicando que 1 cm no desenho equivale a 3km
reais.
Figura 2.2: Escala

Fonte: acervo do autor


Exemplo 1:
Um comprimento real de 18 m foi representado em um desenho por 9 cm. Qual foi a
escala utilizada?
Vamos colocar os dois valores na mesma unidade de medida: ambos em metros ou ambos
em centímetros. Como dito na matéria, vamos evitar transformações que gerem números
decimais. Sendo assim, passaremos 18 m para cm: 18 m = 1.800 cm.
Nossa escala então é 9 : 1800, mas, como sempre devemos deixar a medida do desenho
igual a 1 na escala, temos que dividir 9 por 9 e 1800 por 9 para chegarmos nesta
condição. Temos então a escala 1 : 200.
Exemplo 2:
Os alunos de curso de Desenhista Cadista do CIPMOI fizeram o desenho de uma sala
com 20cm de comprimento cuja medida real é 8m. Qual a escala do desenho?
Primeiro devemos colocar as duas medidas de comprimento na mesma unidade: ambos
em centímetros ou ambos em metros. Para evitarmos números decimais vamos utilizar o
centímetro como unidade. Temos então que 8m = (8 x 100) cm = 800 cm. Logo nossa
escala ficará:
Escala = 20cm 800 cm = 140
Lemos que 1cm no desenho corresponde a 40cm reais.

188
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Exemplo 3:
Em um mapa, mediu-se 5,5 cm a distância entre Brasília e João Pessoa. A escala do
mapa é 131.000.000. Qual a distância real em km entre as duas cidades?
Pela escala, sabemos que 1cm no desenho representa 31.000.000 cm reais ou 310 km, se
fizermos a conversão de cm para km. Logo, 5,5 cm no desenho correspondem a (5,5 x
310) km = 1.705 km. Então a distância real entre as duas cidades em km é de 1.705 km.
Exemplo 4:
O aluno do CIPMOI Sandro mora a 14 km de distância da UFMG. Em um mapa de escala
1 : 50.000 qual é a distância entre a casa de Sandro e a UFMG?
Utilizamos, geralmente, para medir distâncias em mapas o centímetro como unidade de
medida. Sendo assim, vamos transformar 14 km em centímetros e teremos 1.400.000 cm
de distância real entre a casa e a universidade. Pela escala, sabemos que a cada 1 cm no
desenho temos 50.000 cm reais, então para 1.400.000 cm reais temos (1.400.000 :
50.000) cm = 28 cm no desenho. A distância no mapa entre a casa e a universidade é de
28 cm.

Colocando o conhecimento em prática

2.3 Aplicação individual

1) O aluno Roberto, do curso de Desenhista Cadista do CIPMOI, desenhou a planta


de uma casa na escala de 1125.
A) O comprimento da sala foi representado por um segmento de 5,2 cm. Qual é o
comprimento real deste cômodo?
B) Os quartos medem 3 m por 4 m. Quais as medidas dos quartos na planta?
C) O terreno, na planta, mede 6,4 cm por 28 cm. Quais são as medidas reais desse
terreno, em metro?
1) (UFC-CE) A planta de um apartamento está confeccionada na escala 1 : 50. Então,
a área real, em m2, de uma sala retangular, cujas medidas na planta são 12 cm e 14
cm, é:
A) 24
B) 26
C) 28
D) 42
E) 54
1) Se fosse à pé para o trabalho, Cléber caminharia 1.500 m. Olhando no mapa,
percebeu que essa distância era de 7,5 cm no desenho. Qual a escala desse
mapa?

189
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.4 Aplicação em grupo

4) Os alunos de Desenhista Cadista estão fazendo um trabalho em que precisam desenhar


o terreno retangular de uma casa. Ele possui 15 m de frente por 20 m de fundo. Primeiro vão
fazer um rascunho em uma folha de papel de 28 cm de comprimento por 18 cm de largura,
usando a escala 1100. O desenho do terreno caberá na folha?
5) (Enem) A figura a seguir mostra as medidas reais de uma aeronave que será fabricada
para utilização por companhias de transporte aéreo. Um engenheiro precisa fazer o desenho
desse avião em escala de 1 : 150.

Para o engenheiro fazer esse desenho em uma folha de papel, deixando uma margem de 1 cm
em relação às bordas da folha, quais as dimensões mínimas, em centímetro, que essa
folha deverá ter?
A) 2,9 cm x 3,4 cm
B) 3,9 cm x 4,4 cm
C) 20 cm x 25 cm
D) 21 cm x 26 cm
E) 192 cm x 242 cm
3) Um mapa foi desenhado utilizando a escala abaixo:

Nele, a distância entre as cidades de São Paulo e Porto Alegre, em linha reta, é de 2 cm. Qual a
distância entre essas duas cidades em um mapa que apresenta a escala 1 : 20.000.000?

190
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Gabarito

a. 5850 cm
b. 0,26 cm e 0,35 cm
c. 7,2 m e 31 m

2. D
3. 1:20000
4. Sim
5. D
6. 4,4 cm

Referências Bibliográficas

MOREIRA, Luiz – O que é ângulo – Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-angulo.htm> Acesso em: fevereiro 2020.

GOUVEIA, Rosimar – Ângulos – Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/angulos/> Acesso em:


fevereiro 2020.

MOREIRA, Luiz – Ponto, reta, plano e espaço – Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/matematica/ponto-reta-plano-espaco.htm> Acesso em: fevereiro 2020.

GOUVEIA, Rosimar – Geometria Plana – Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/geometria-plana/ > Acesso em: fevereiro 2020.

MOREIRA, Luiz – O que é quadrado? – Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/matematica/o-que-e-quadrado.htm> Acesso em: fevereiro 2020.

GOUVEIA, Rosimar – Retângulo – Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/retangulo/> Acesso em:


fevereiro 2020.

MOREIRA, Luiz – Geometria Plana – Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/matematica/geometria-plana.htm> Acesso em: fevereiro 2020.

Autor Desconhecido – Teorema de Pitagoras – Disponível em:


<https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/teorema-de-pitagoras> Acesso em: fevereiro 2020.

GOUVEIA, Rosimar – Classificação dos triângulos – Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/classificacao-dos-triangulos/> Acesso em: fevereiro 2020.

BIANCHINI, Edwaldo, Matemática Bianchini 7° ano, 7ª ed., Moderna, 2016.

191
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Tecnologia da Soldagem
3º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário Geral
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Apresentação


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1
Diretor da EEUFMG Ementa 2
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
Objetivos de aprendizagem 3
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Estruturação 4
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães Processos de Soldagem 5
Supervisão de área
Fundamentos de Soldagem 43
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel Comunicação e relações humanas 75
Mendes de Almeida Carvalho
Informatica básica 88
Matemática 118
Instrutores Colaboradores
Arthur Electo

César Romero Afonso Goulart Júnior

João Paulo Faria

Lara Alves Rachid

LarissaCoelho

Matheus Pires

Túlio Duarte

Victor Horta Miranda


Apresentação
Ementa
A seguinte apostila tem por finalidade auxiliar na capacitação dos trabalhadores que se
envolvem com a área da Soldagem, fornecendo embasamento teórico sobre a matéria
técnica de soldagem.

Objetivos da Aprendizagem
As disciplinas aqui tratadas tem como objetivo dar todo o suporte do conhecimento básico
para sua utilização nas matérias técnicas, além do conteúdo básico nos tratamos com
disciplinas de formação complementar que consideramos fundamentais para sua formação
como profissional - independente da área de atuação- sendo eles os conteúdos de
Informática e Comunicação e Relações Humanas que vão contribuir tanto para sua vida
profissional quanto pessoal!

As matérias técnicas aqui tratadas tem a finalidade de construir um conhecimento sólidos


dos fundamentos da soldagem por meio do entendimento físico e químico de cada
processo, além de ensinar sobre os processos comumente utilizados no mercado,
apontando as suas característica com o objetivo desenvolver a capacidade de discussão e
senso critico sobre o processo de soldagem. Ao longo de todo esse processo será sempre
mantida a relação entre a teoria aprendida e as aplicações práticas dentro do laboratório.
Finalmente, e esperado que os estudantes diplomados tenham capacidade de
desenvolver, compreender e aplicar todos os conhecimentos aprendidos em sala de aula
na indústria.

Esperamos que esse conteúdo seja muito útil ao longo do seu aprendizado e
desenvolvimento!
Bons estudos!

Todas as sugestões para melhora desse material são muito bem vindas, para dar
sugestões procure pelo instrutor responsável pela matéria ou deixe sua opinião na
secretaria do CIPMOI.
Estruturação
Este livro faz parte de uma sequencia de quatro apostilas complementares que buscam
dar sequencia as unidades introduzidas ao longo dos quatro bimestres, por cada uma das
matérias lecionadas no curso, tendo cada uma delas temas relevantes para a sua
aprendizagem. Estas unidades são chamadas Unidades Temáticas. Os assuntos ou temas
das unidades podem estar relacionados entre si e cada uma delas tem começo, meio e fim
e ocupa, aproximadamente, de 16 a 20 paginas do livro-texto. Todas as Unidades
Temáticas tem a mesma estrutura editorial interna. Dada a importância dessa forma de
organização da Unidade, você encontra a seguir uma apresentação explicativa dessa
estrutura.

Estrutura editorial da Unidade Temática


Um começo de conversa - e a apresentação geral da unidade, na qual o aluno será
informado do que vai se tratar e de quais os objetivos de aprendizagem que se pretendem
alcançar.
Objetivo de aprendizagem - tópico gerador - o aluno devera ser chamado a refletir sobre
o tema da unidade e terá oportunidade de identificar o que já sabe sobre o assunto. Parte
do pressuposto que quase todos nos sabemos algo a respeito de quase tudo, e que a
melhor maneira de aprender coisas novas e partir daquilo que já sabemos sobre o
assunto. E importante se viver a experiencia de descobrir o que se sabe.
Em busca da informação - e nesta seção que os pontos mais importantes do conteúdo
da unidade serão desenvolvidos. Parte-se do pressuposto que, para ser um bom
profissional, o aluno precisa conhecer bem o conteúdo da unidade. Tudo o que for
apresentado neste tópico será coerente com os objetivos indicados em “Um começo de
conversa” e precisa fazer sentido de acordo com aquilo que o aluno já sabe. Nem sempre
o conteúdo apresentado nesta seção vai confirmar o que o aluno já conhece. Pode ser que
o resultado da “busca de informações” seja, exatamente, mostrar que o conhecimento
prévio sobre o assunto e equivocado. Este conteúdo pode levar a dar a esse
conhecimento prévio um novo significado. Podem-se apresentar exercícios de menor
complexidade que o aluno possa fazer individualmente e em casa.
Colocando o conhecimento em pratica - nesta seção, o aluno devera encontrar
atividades, exercícios, leituras, propostas de reflexão, enfim, aquilo que for pertinente para
aplicar os conhecimentos que foram adquiridos. Algumas atividades devem ser em grupo e
outras individuais.
Recapitulando - nesta seção da Unidade Temática, e apresentada uma síntese do que foi
examinado, que poderá ser complementado com um texto, ou alguma atividade que
cumpra o objetivo de sistematizar o que foi aprendido.
Para saber mais - Bibliografia - o aluno sempre pode saber mais. Por isso, aqui são
indicados livros, artigos, filmes e outros meios que apresentem conteúdo relevante para o
tema desenvolvido na unidade.
Prática de Laboratório - Instruções para a aula pratica a ser realizada no laboratório.
Processos de Soldagem
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Brasagem 7
Prof. Alessandro Fernandes Moreira 1.1 Fundamentos 8
1.2 Vantagens 9
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
1.3 Desvantagens 9
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.4 Equipamentos 10
Diretor da EEUFMG 1.5 Consumíveis 11
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.6 Técnica operatória 12
1.7 Aplicações industriais 13
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado Unidade 2: Soldagem a laser 14
17
Coordenação Geral 2.1 Fundamentos
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.2 Vantagens 17
2.3 Desvantagens 17
Supervisão de área 2.4 Equipamentos 17
2.5 Consumíveis 18
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense 18
2.6 Técnica operatória
2.7 Aplicações industriais 18
Carolina Martins Abreu

Gabriel Mendes de Almeida Carvalho Unidade 3: Soldagem a feixe de elétrons 20


21
3.1 Fundamentos
Instrutores Colaboradores 3.2 Vantagens 21
3.3 Desvantagens 21
Arthur Electo 3.4 Equipamentos 22
3.5 Consumíveis 22
Matheus Pires 3.6 Técnica operatória 22
3.7 Aplicações industriais 22
César Romero Afonso Goulart Júnior

Lara Alves Rachid (2020) Unidade 4: Soldagem subaquática 24


24
Victor Horta Miranda (2020) 4.1 Fundamentos
4.2 Soldagem hiperbárica a seco 25
4.3 Soldagem hiperbárica a úmido 25
4.4 Principais desafios da soldagem subaquática 26
4.5 Equipamentos 28
4.6 Técnica operatória 30
4.7 Vantagens 32
4.8 Desvantagens 32
4.9 Aplicações 33

Unidade 5: Automação em soldagem 35


35
5.1 Fundamentos
5.2 Características 37
5.3 Tipos de automação em soldagem 37
5.4 Dispositivos 38
5.5 Sistemas de soldagem automatizada 41

6
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Brasagem

Um começo de conversa

A Brasagem é um processo de união de peças metálicas, apesar de ser muito semelhante


à soldagem sua principal característica é não ter a fusão do metal base, a união por
brasagem é feita pela fusão do metal de adição que pode ser aquecido por diferentes
fontes de calor. Uma vez que o metal de base se funde ele vai preencher a junta entre as
duas peças por capilaridade, ou seja, o metal líquido vai percorrer os espaços vazios que
existem entre as superfícies a serem soldadas se aderindo a elas e unindo as duas partes.
A temperatura de fusão do metal de adição é importante para definir os tipos de processo
por Brasagem, eles podem ser divididos em três tipos (Bracarense, 2019):
• Brasagem ou Brasagem forte : o metal base não se funde e o material de adição tem
ponto de fusão acima de 450°C;
• Brasagem fraca ou Solda branda : o metal de base continua não sendo fundido,
contudo o metal de adição tem ponto de fusão abaixo de 450°C;
• Soldabrasagem: ocorre acima de 450°C, nesse tipo de junção há uma pequena fusão
do metal de base, devido a isso a ação da capilaridade não é necessária para que
ocorra a união, o material é depositado de forma semelhante ao processo de fusão

Figura 1.1: Brasagem

Fonte: https://www.mecanicaindustrial.com.br/90-o-que-e-brasagem/ Acesso em:05/2020

7
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Objetivo de aprendizagem

•Fonte de calor: O processo de brasagem se assemelha ao processo de soldagem,


ambos precisam de uma fonte de energia que gere calor suficiente para fundir o metal de
adição, limpeza da peça, etc. Enfatiza-se o uso de diferentes fontes de calor: por chama,
em forno, por indução, por resistência e por raios infravermelho.
•Metal de adição: Arame composto por materiais que agreguem à solda características
mecânicas semelhante às do metal base, como uma boa resistência, impermeabilidade
tendo o ponto de fusão menor do que o material base da peça. Além disso é necessário
que o processo seja feito com alguma proteção do local da união, ela pode ser feito por
meio de uma atmosfera adequada ou do uso de fluxos que vão dissolver as camadas de
óxido que podem ser formadas após a limpeza além de ajudar o metal de adição se aderir
ao metal base.
•Capilaridade: tendência que os líquidos apresentar de fluir através de corpos porosos
(Cardoso).

Em busca de informações

1.1 Fundamentos
A Brasagem é um processo de união que depende muito da capilaridade do metal de
adição quando ele está na fase líquida, para que o processo de preenchimento do espaço
entre as peças seja bem feito e o metal se una às duas peças é necessário que a
superfície entre elas esteja limpa, livre de óleos, poeira e outras impurezas, essa limpeza
pode ser feita utilizando produtos químicos ou de forma mecânica como é o caso do
esmerilhamento.

É importante que a distância entre as peças seja controlada, a distância entre as


superfícies não deve ser muito grande nem muito pequena, pois ela afeta o resultado final
da união. Se o espaçamento for muito pequeno, o preenchimento desse espaço será difícil
e lento, o metal de adição pode não conseguir penetrar em toda a junta o que pode
diminuir a resistência da peça. Caso o espaçamento seja muito grande o tempo para
depositar a quantidade de metal necessário será maior, a quantidade de calor fornecido
aumenta na região podendo surgir bolhas de gás e óxidos na solda tornando a junta
quebradiça, comprometendo a qualidade da união (Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler).

A proteção do processo é outro item fundamental para se ter um bom resultado, assim
como nos processos anteriores de soldagem visto ao longo do curso. Para proteção do
metal pode ser utilizados fluxos, atmosferas protetoras ou sem atmosfera: a vácuo.

Quando a proteção é feito por atmosferas protetoras é possível o uso de gases ativos,
inertes ou o vácuo. Esse procedimento tira a necessidade de limpeza após a operação,
pois a formação de óxido será mínima.

No caso em que a proteção é feita pelo uso de fluxo, os óxidos formados após a limpeza
serão dissolvidos no fluxo e expulsos da juntos para a periferia da junta durante a

8
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
deposição do metal de adição, os óxidos e o fluxo que foram expulsos da junta serão
removidos durante o processo de limpeza. Esse fenômeno de expulsão acontece, pois o
metal de adição tem maior fluidez e acaba empurrando o fluxo que leva consigo os óxidos
que tiverem sido formados, na figura 2 é possível notar essa região com fluxo ao longo das
bordas da junta.
Figura 1.2: Brasagem usando fluxo em pó e oxi-gás como fonte de calor.

Fonte:(Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler)

1.2 Vantagens
• Equipamento simples e de fácil manuseio;
• Usa baixas temperaturas, requer menor calor;
• Metal de adição fica com pouca tensão residual e ductilidade após solidificar
possibilitando usinagem da peça;
• Material de base continua com suas propriedades;
• A peça apresenta boa resistência mecânica para várias aplicações;
• Junta dois materiais com pontos de fusão diferentes;
• Pode unir materiais frágeis.

1.3 Desvantagens
• Equipamento simples e de fácil manuseio;
• Usa baixas temperaturas, requer menor calor;
• Metal de adição fica com pouca tensão residual e ductilidade após solidificar
possibilitando usinagem da peça;
• Material de base continua com suas propriedades;
• A peça apresenta boa resistência mecânica para várias aplicações;
• Junta dois materiais com pontos de fusão diferentes;
• Pode unir materiais frágeis.
• A peça toda deve ser aquecida.

9
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Equipamentos

Fonte de calor depende do método de aquecimento utilizado, sendo os mais importantes


industrialmente:
Brasagem por chama: maçaricos, pode ser feito por uma ou mais tochas, oxi-gás
(acetileno, gás de rua, propano, entre outros), uso obrigatório do fluxo, a Figura 3 ilustra o
processo para tubulação;

Figura 1.3: Brasagem por chama

Fonte: https://www.condornet.com.br/condor/pt/education/blog/o-que-e-brasagem.cfm Acesso em:05/2020

Brasagem em forno: forno a gás, a óleo ou elétrico (mais utilizado), podem ter atmosfera
controlada ou serem a vácuo. Muito usado quando o metal de adição pode ser colocado
previamente na junta, pode usar atmosfera controlada, é aplicável em grande escala
(Correia, 2017).
Brasagem por indução: fonte de energia elétrica e de uma bobina de indução, podem ter
refrigeração a água e sua geometria deve ser capaz de envolver a peça inteira.
Normalmente o metal de adição é colocado previamente no junta e a proteção é feita por
fluxo;

Figura 1.4: (a) Brasagem por indução como fonte de calor

Fonte: https://www.3mi.ind.br/solda-por-brasagem/ Acesso em:05/2020

10
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Brasagem por resistência: 1. semelhante a soldagem por resistência, utiliza
transformador, eletrodos de solda, porta eletrodos. O calor é obtido por efeito Joule (perda
de calor devido a passagem de corrente por uma resistência). Suas características vão
depender da forma, dimensão de material da peça. 2. utilizando eletrodos de carvão com
aquecimentos por corrente elétrica que passa do eletrodo para a peça. A proteção também
é feita por fluxo ou atmosfera protetora;
Brasagem por imersão em metal fundido: utiliza um forno para pré-aquecer as peças e
um cadinho para o metal de adição líquido, as peças são imersas no metal de adição
(Correia, 2017);
Brasagem por imersão em banho químico: a peça com metal de adição é imersa em
fluxo fundido e aquecido por resistência elétrica (Correia, 2017);
Brasagem por infravermelho: utiliza lâmpadas de quartzo de alta intensidade, pode usar
refletores para aumentar a concentração da radiação na junta. A proteção pode ser feita
por fluxo.
• Arame;
• Fluxo;

1.5 Consumíveis
Entre os materiais utilizados na Brasagem aqueles que estão sujeitos ao desgaste e
consumo ao longo do processo, fora os consumíveis gastos para cada tipo de fonte de
calor) são os:
• Arames;
• Fluxos, podem ser compostos de cloretos, fluoretos, fluoboratos, boratos, boórax, ácido
bórico, agentes umectantes e água, eles podem se apresentar na seguintes formas:
• Pó - pasta pode ser diluída e aplicada com um pincel na peça;
• Pó - pasta usada para submergir o arame/vareta aquecido;
• Vareta - são revestidas com a pasta, que penetra assim que a vareta é fundida..
• Gases para atmosfera protetora

Características do metal de adição e do fluxos são importantíssimos no resultado final,


para escolher o metal de adição adequado para a brasagem é preciso levar em
consideração qual o metal base, o método de aquecimento, o desenho da junta e a
proteção. Existem vários tipos de metais de adição dependendo da sua aplicação. Para
que haja uma boa capilaridade é importante que o metal de adição possua algumas
características gerais:
• Temperatura adequada;

11
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Molhabilidade: capacidade de expansão espontânea (se espalhar) na fase líquida
sobre uma superfície sólida;
• Boa fluidez para assumir o lugar do fluxo na junta
• Propriedades mecânicas compatíveis com a aplicação (resistência, tenacidade).
Naturalmente os metais formam óxidos quando interagem com a atmosfera (não
protetora), principalmente quando o metal está na fase líquida, prejudicando a qualidade
da soldagem e brasagem. Para evitar a formação de óxidos e facilidade de expulsão dos
mesmos durante a brasagem são utilizado os fluxos, existem vários tipos de fluxos que
serão adequados para cada aplicação. Contudo eles devem apresentar características
gerais:
• Viscosidade na temperatura de operação, vai ajudar com que ele ceda lugar para o
metal de adição no centro da junta;
• Baixa tensão superficial, para facilitar a molhabilidade (espalhamento) do metal de
base e o deslocamento do metal de adição para dentro da junta.

1.6 Técnica Operatória


Existem diversas técnicas operatória no processo de Brasagem, cada qual com suas
vantagens e desvantagens para aplicações específicas e uso de fontes de calos distintas.
Será tratado os passos para a operação técnica da brasagem por chama:

• Brasagem com adição de pó de fluxo e por chama: A primeira etapa da brasagem é


a aplicação do fluxo no arame de adição, para isso é necessário aquecê-lo e mergulhar
a vareta no fluxo em pó que irá se aderir, o segundo passo é o posicionamento
adequado das chapas, em seguida o aquecimento das peças e a deposição do metal de
adição junto com o fluxo e por fim a limpeza da chapa que pode ser feita com agentes
químicos ou mecanicamente.

Figuras 1.5: (a) Brasagem usando fluxo em pó (b) oxi-gás como fonte de calor.

Fonte: (Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler)

12
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.7 Aplicações Industriais
A brasagem é usada em três aplicações principais na indústria:

• Possibilita união de metais diferentes, de metal-cerâmica, metal-metal, entre outras;


• Possibilita a união de peças de pequena espessura que se deformariam ao serem
soldadas;
• Une materiais tratados termicamente, evitando a perda de suas propriedades, visto que
a temperatura de operação é mais baixa.

Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de Brasagem.


2. Cite 3 vantagens do processo de Brasagem. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo Brasagem. Detalhe cada uma delas.
4. Cite duas fontes de calor muito utilizadas industrialmente no processo de Brasagem?
5. A temperatura do processo é suficiente para fundir o metal base?
6. O que ocorre com a deposição ao aumentar a distância entre as peças?
7. O que ocorre com a deposição ao diminuir a distância entre as peças?
8. Quais são as funções do fluxo na operação de Brasagem?
9. Qual a importância da limpeza das superfícies em relação a união das peças?
10. Quais as consequências de uma solda realizada com calor exagerado?

Recapitulando

O processo de Brasagem possui uma grande utilidade em processos de união que


demandam baixa quantidade de energia (calor), esse processo não utiliza a fusão do metal
de base, apenas do metal de adição, que deve ser escolhido de acordo com as
propriedades das peças que serão unidas. Foi discutido que o mecanismo de
preenchimento da junção depende da propriedade de capilaridade do metal de adição no
estado líquido, juntamente com o correto espaçamento entre as peças e a limpeza das
mesma. Observa-se que assim como nos processos de soldagem a proteção da superfície é
importante para a qualidade da união evitando a formação de juntas quebradiças, para que
a proteção seja eficiente é necessário escolher um fluxo ou atmosfera protetora adequada.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para saber mais

• MODENESI, Paulo José; MARQUES, Paulo Villani; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem-fundamentos e tecnologia. Editora UFMG, 2014.
• Telecurso – Aula Brasagem Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=vu415j6xFpk
• Info Escola: https://www.infoescola.com/fisica/capilaridade/
• Mesquita, A., Neto, M., Farah, R. & Zeigler, S.(Diretores). (s.d.). Telecurso2000 [vídeo
aula]
• Correia, A.L., Soldagem por Brasagem: Processos, Aplicações e Técnicas. Santa
Catarina, Brasil, 2017.
Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Soldagem a
Laser
Um começo de conversa

A soldagem a Laser (LBW – Laser Beam welding) é um processo de soldagem em que a


fonte de calor é uma luz de alta intensidade, concentrada, e que é capaz de carregar
grande quantidade de energia. Essa energia transportada pelo laser é nada mais que uma
radiação que foi emitida, que foi estimulada e é controlada. Sendo assim, esse processo
de soldagem é caracterizado por ser um processo de alta intensidade, ou seja, por
fornecer grande quantidade de energia em pequenos tempos e através de uma pequena
área para as peças que serão soldadas. Como o Laser é uma fonte de energia
independente, esse processo é autógeno, ou seja, não é necessário o uso de metal de
adição. As Figuras 1 e 2 ilustram a aplicação do Laser para soldagem e corte.

Figura 2.1: Corte a Laser

Fonte: https://lid.joinville.ufsc.br/corte-a-laser/ Acesso em:0/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.2: Soldagem a Laser

Fonte: https://www.thefabricator.com/article/laserwelding/a-business-case-for-laser-welding-in-the-job-shop
Acesso em: 05/2020

Objetivo de aprendizagem

O LASER é uma sigla do inglês, que significa Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation, que, traduzindo, é a amplificação da luz através da emissão estimulada da
radiação. Sendo assim, o Laser é uma radiação concentrada produzida por um dispositivo.
Essa emissão de radiação ocorre quando os átomos de certos elementos químicos de
uma estrutura recebem alta quantidade de energia externa, capaz de os deixarem em um
estado excitado. Para liberar essa grande quantidade de energia recebida, essa estrutura
libera energia para o meio através de luz, que é dissipada através da luz. A Figura 3 ilustra
o processo de soldagem a Laser:
Figura 2.3: Ilustração da soldagem a Laser

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Formacao-do-cordao-de-SL-Fonte-Ribolla-Damoulis-
Batalha-2004_fig1_34416350 Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informação

2.1 Fundamentos

O Laser é uma fonte de energia que pode ser utilizada para fundir, furar e vaporizar
parcialmente o metal de base. Então, o Laser é uma ferramenta versátil e eficaz para ser
utilizada na fabricação de peças de diferentes geometrias, que incluem peças simples e
complexas. Além disso, podem ser utilizadas em diversos materiais, espessuras e de
materiais iguais ou diferentes, em alta velocidade. Como o Laser é muito concentrado, o
calor fica concentrado na região desejada e os efeitos térmicos são reduzidos, como o da
ZTA e de distorções térmicas (empenamento).

2.2 Vantagens
• Alta precisão;

• Soldagem autógena;

• Possibilidade de uso do Laser como soldagem, corte e gravação em peças metálicas;

• Aplicação em grande quantidade de materiais;

• Alta produtividade;

• Pouca distorção e ZTA reduzida.

2.3 Desvantagens
• Alto custo e complexidade do equipamento;
• Problemas devido a refletividade de superfícies, que podem causar danos nos
componentes ópticos do equipamento;
• Dificuldade para mudar-se o ponto focal;
• Baixa potência do equipamento – por isso, é limitado a pequenas espessuras;

2.4 Equipamentos
Os equipamentos desse processo incluem a fonte de energia e seus componentes
eletrônicos de controle, juntamente com seu sistema de refrigeração. Existem dois tipos de
Lasers que são usados para soldagem e corte: o de CO2 e o de Nd:YAG (“Neodymiun –
Yttrium Aluminum Garnet”). Lasers de CO2 necessitam de entrada contínua desse gás no
sistema e alta tensão na fonte para gerar o Laser. Já o Laser Nd:YAG é usado em
aplicações que exigem menores temperaturas, e seu equipamento consome menos
energia elétrica que o Laser de CO2.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
2.5 Consumíveis
• Gás CO2 para o Laser desse tipo;
• Uso de O2 para o corte a Laser em aços;
• Uso de Nitrogênio para o corte a Laser em metais não ferrosos.

2.6 Técnica Operatória


A técnica operatória do processo de soldagem a Laser envolve a energia do feixe,
distância focal, refletividade das peças e o ajuste de pulso. O processo pode ser
automático ou realizado manualmente, em que o feixe de luz é acionado por um gatilho na
tocha. A Figura 4 mostra uma fotografia do processo de soldagem manual e com o uso de
metal de adição. Quando se aumenta mais a energia (aumentando a potência ou a
frequência de pulso), pode ser capaz de furar a superfície e então usar o Laser para o
corte. No processo de corte a Laser, é comum utilizar-se uma fonte de gás para aumentar
a eficiência de corte. Frequentemente, é usado o gás oxigênio para o corte de materiais
ferrosos, que é capaz de promover a oxidação durante o corte e então permitir velocidades
de corte maiores. Já para materiais não ferrosos, o nitrogênio é frequentemente usado
como o gás de assistência. Com as máquinas desse processo, atualmente é possível
cortar chapas de aço carbono de até 20mm de espessura.
Figura 2.4: Soldagem a Laser manual com o uso de metal de adição
.

Fonte: https://www.manutencaoesuprimentos.com.br/soldagem-a-laser/ Acesso em: 05/2020

2.7 Aplicações Industriais


Esse processo de soldagem, corte e gravação são utilizados amplamente em aplicações
que exigem grande precisão dimensional da superfície de trabalho e das juntas soldadas
da chapas de pequena dimensão. Na indústria automotiva são utilizados Lasers de CO2
com o uso de robôs para movimentação da tocha. Além disso, o processo de corte pode
ser usado para a preparação de chanfros para posteriores soldagem por outros processos.
A Figura 5 mostra o uso de um robô para se realizar o corte.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.5: Uso de um robô para se realizar o corte a Laser

Fonte: https://www.messer-cs.com/pt/br/processos/corte-a-laser/corte-a-laser-em-chanfro/cabecote-de-
chanfro-a-laser/ Acesso em:05/2020

Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de soldagem a laser.


2. Cite 3 vantagens do processo LBW. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo LBW. Detalhe cada uma delas.
4. Quais são os parâmetros do processo?
5. Quais são as variações desse processo?
6. Dê exemplos de 3 aplicações práticas que são de grande importância a soldagem a
laser.

Recapitulando

Esse processo de soldagem utiliza a energia de uma luz concentrada de alta potência, que
na verdade, é uma radiação emitida e controlada. Esse processo é autógeno e é capaz de
gerar soldas de excelente qualidade metalúrgica e de acabamento. Além disso, o processo
pode ser utilizado em diferentes tipos de materiais, além da possibilidade de ser usado
para cortar peças metálicas e gravar nomes ou desenhos em peças metálicas também.
Seu principal problema é o alto custo do equipamento e a limitação da espessura das
chapas a serem soldadas e cortadas.

Para saber mais

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz.


Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• https://www.youtube.com/watch?v=HE3cF0BKQrY
• https://www.youtube.com/watch?v=q6He9H8yxUY
• https://www.youtube.com/watch?v=MpWbRFScYcc
• https://www.youtube.com/watch?v=J3tBMuAvZpo
Acesso em:05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 3: Soldagem a
feixe de elétrons
Um começo de conversa

A soldagem por feixe de elétrons é um processo de alta intensidade, pois gera uma grande
quantidade de energia em um curto espaço de tempo e em espaços estreitos, capaz de
ser aplicado a diferentes tipos de metais, juntas e espessuras. O processo é de alto custo
e exige o vácuo como o meio de proteção do ar ambiente e para direcionamento correto
do feixe de elétrons. A Figura 3.1 mostra a aplicação desse processo.
Figura 3.1: Soldagem por feixe de elétrons

Fonte: https://www.mecanicaindustrial.com.br/380-o-que-e-soldagem-por-feixe-de-eletrons/ Acesso em:


05/2020

Objetivo de aprendizagem

A soldagem por feixe de elétrons (EBW – Electron beam welding) foi desenvolvida
juntamente com a técnica do vácuo, no início da época de construções nucleares (anos
50), quando precisou-se soldar materiais que tem características reativas como o titânio e
zircônio, e encontraram diversos problemas, como a oxidação. A fonte de calor desse
processo de soldagem são elétrons que são acelerados a velocidades muito altas, de 30%
a 70 % da velocidade da luz. Essa energia cinética dos elétrons é transformada em calor
ao chocarem com a superfície metálica das peças a serem soldadas, gerando grande
quantidade de calor, que em grande quantidade, é capaz de fundir os metais. Já o vácuo
para a soldagem, é uma região com muita pouca matéria, ou seja, um local que não tem
nenhum tipo de elemento químico, seja oxigênio, nitrogênio, argônio, ou

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
qualquer outro elemento químico presente no ar. Um vácuo perfeito seria um local que não
tem nada, o que é impossível fisicamente. O vácuo necessário pare realizar-se esse
processo de soldagem é quantificado em torno de 0,13 a 133 mPa.

Em busca de informação

3.1 Fundamentos

A soldagem a Laser foi desenvolvida a partir de sistemas de aceleração de elétrons e


aplicada para gerar calor e então realizar-se processos de soldagem. Esse modo de
fornecimento de calor pode ser aplicado de forma controlada, e pode garantir alta
penetração em diversos tipos de metais e juntas de soldagem estreitas. A principal
limitação do processo é a necessidade de ser aplicado no vácuo, o que limita sua
aplicação em muitos sistemas. Além disso, esse processo não é aplicado de forma
manual, e dessa forma, toda a movimentação da tocha é realizada pelo próprio sistema.

3.2 Vantagens

• Alta penetração e largura da solda;


• Altas velocidades de soldagem
• Aplicável em grandes espessuras;
• Bom controle energético da fonte de calor
• Possibilidade soldar-se peças de pequenas espessuras e de chanfros estreitos
• Possibilidade de minimizar distorções e a ZTA
• Soldagem em quase todos os tipos de metais
• Soldas de alta qualidade e livres de oxidação
• Não necessita de cilindros de gases
• Soldagem automatizada
• Soldagem autógena

3.3 Desvantagens

• Alto custo e complexidade do equipamento – pode ser considerado o processo de


soldagem por fusão mais caro de todos.
• Necessidade de soldar-se em vácuo;
• Dificuldade de obter-se vácuo em grandes volumes.
• Emissão de raios X;
• Soldagem não aplicada de forma manual.

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3.4 Equipamentos

Os equipamentos desse processo incluem a fonte de energia e seus componentes


eletrônicos de controle. O sistema consiste também em um canhão de elétrons, câmera de
vácuo, bombas para produção de vácuo, lentes eletromagnéticas e sistemas para
movimentação das peças durante a soldagem. A Figura 2 ilustra como é o sistema de
soldagem EBW.
Figura 3.2: Equipamentos para soldagem EBW

Fonte: https://infosolda.com.br/artigos/processos-de-soldagem/1334-soldagem-por-feixe-de-eletrons Acesso


em: 05/2020

3.5 Consumíveis

• Não utiliza nenhum gás de proteção;


• Seu consumível é o metal de adição, caso seja necessário (soldagem autógena).

3.6 Técnica Operatória

A técnica operatória do processo de soldagem por feixe de elétrons é automatizada e


dessa forma, são necessárias preparações de sequências de soldagem, seja de
programação de um robô, ou mesmo o alinhamento de um simples carro de movimentação
longitudinal. Além disso, são necessários sistemas de geração de vácuo e sistemas de
controle de emissão de feixe de elétrons.

3.7 Aplicações Industriais

Esse processo de soldagem é considerado de alta intensidade e é capaz de produzir


soldas de alta qualidade, devido ao controle de penetração e largura da solda e à sua
confiabilidade quanto a proteção do contato com o ar, o que a torna uma boa opção para
situações específicas, como aplicações aeronáuticas.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de soldagem por feixe de elétrons.


2. Cite 3 vantagens do processo EBW. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo EBW. Detalhe cada uma delas.
4. Quais são os parâmetros do processo?
5. Quais são as variações desse processo?
6. Dê exemplos de 3 aplicações práticas que são de grande importância a soldagem a
laser.

Recapitulando

Esse processo de soldagem utiliza a energia do choque de elétrons em alta velocidade


com a superfície da peça, capaz de gerar grande quantidade de calor e efetuar soldas de
alta qualidade. Sua principal limitação é a necessidade de criação de vácuo, o que ajuda a
tornar o processo de soldagem EBW como o mais caro.

Para saber mais

• MODENESI, Paulo José; MARQUES, Paulo Villani; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem-fundamentos e tecnologia. Editora UFMG, 2014.
• https://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/processos/201-soldagem-
por-feixe-de-eletrons-caracteristicas-do-processo
• https://www.mecanicaindustrial.com.br/380-o-que-e-soldagem-por-feixe-de-eletrons/

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Unidade 4: Soldagem
Subaquática
Um começo de conversa

Afinal como são feitos os reparos de trincas nas turbinas dos grandes navios? Como são
feitos os reparos nas tubulações e estruturas presentes em alto mar? Bem, à primeira vista
essas questões despertam certa curiosidade. Nesse capitulo iremos falar sobre processos
de soldagem realizados em situações em que o metal a ser soldado se encontra
submersos por agua.

Objetivo de aprendizagem

Com o desenvolvimento da indústria do petróleo no último século e a descobertas de


novas jazidas de óleo e gás natural em alto mar, se fez necessário o desenvolvimento de
processos de soldagem que conseguissem atender as demandas por reparos nas
estruturas subaquáticas. Nesse capítulo, os objetivos são: Apresentar os diferentes
processos de soldagem subaquática, suas aplicações, técnicas e equipamentos, bem
como seus desafios no que se refere a qualidade da solda.

Em busca de informação

4.1 Fundamentos

A soldagem subaquática tem grande importância em aplicações em alto mar. Muitas vezes
os lugares onde a solda deve ser realizada estão a 10m, 100m, 300m ou até mais metros
abaixo do nível do mar, como consequência das altas profundidades ocorre também o
aumento da pressão, esta é uma variável importantíssima nos processos de soldagem
subaquática como veremos a seguir. Processos de soldagem realizados em ambientes
com alta pressão, como no fundo do mar, são denominados de soldagem hiperbárica. A
soldagem hiperbárica pode ser dividida em dois métodos: Soldagem hiperbárica a seco e
soldagem hiperbárica a húmido.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.2 Soldagem hiperbárica a seco

Nesse tipo de processo, tanto a região a ser soldada quanto o soldador não estão em
contato direto com a água. Isso ocorre porque o processo de soldagem é realizado dentro
de uma câmara metálica, geralmente de aço, em que toda a água é retirada adicionando-
se ar ou outra mistura de gases adequados ao processo de soldagem e a pressão no
local. A câmara é dimensionada de acordo com a geometria do local a ser soldado e
também com a necessidade de espaço para realização do procedimento.
Figura 4.1: Ilustração do processo de soldagem subaquática dentro da câmara de proteção.

Fonte: www.researchgate.net/publication/250166825_Underwater_Welding_-_A_Review Acesso em: 05/2020

4.3 Soldagem hiperbárica a úmido

Nem sempre é viável realizar o processo de soldagem a seco, visto que tal processo é
extremamente caro e depende das condições da estrutura a qual se quer soldar, portanto
partir da década de 70 foram desenvolvidos processos que permitissem soldar sem que se
tenha a necessidade de uma câmara pra separar a aguada da região de soldagem.

No processo de soldagem úmido o soldador e a peça a ser soldada estão envolvidos


diretamente pelo meio aquosos, não existindo nenhuma barreira física entre o meio e o
soldador.

O soldador utiliza um traje de mergulho e um capacete ao qual é acoplada a lente para


soldagem e também equipamento radiotransmissor, para facilitar a comunicação entre o
soldador e uma equipe de apoio. No capacete também são acoplados dispositivos para
respiração. Em situações em que se faz necessário o controle da temperatura corporal do
soldador, o traje também vem equipado com dispositivos que tem função de aquecer ou
resfriar.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 4.2: processo de soldagem hiperbárica a úmido

Fonte: www.bestweldinggear.com/everything-need-know-underwater-welding/ Acesso em:05/2020

4.4 Principais desafios da soldagem subaquática a úmido

Você já parou para pensar o que todos os processos de soldagens convencionais


aprendidos até aqui tem em comum? Uma coisa é certa, todos utilizam gases de proteção,
sejam eles ativos (reagem com os gases atmosféricos ou com a poça de fusão), como
CO2, ou inertes (protegem a poça de fusão, mas não reagem com metais ou outros
elementos presentes nela), como He e Ar. Experimente soldar sem a presença desses
gases de proteção, o resultado provavelmente será desastroso, com uma solda de
péssima qualidade e cheia de poros.

Dois dos principais contaminantes são oxigênio e nitrogênio, que estão presentes em
abundancia na forma de gases na atmosfera. Dentro da agua também há oxigênio e
hidrogênio. Na verdade, uma molécula de agua é formada por dois átomos de hidrogênio
e um de oxigênio, ligados conforme a figura 3.
Figura 4.3: Molécula de agua

Fonte: https://www.shutterstock.com/video/clip-29270107-big-h2o-water-molecule-isolated-on-
white?irgwc=1&utm_medium=Affiliate&utm_campaign=Admitad%20Shutterstock%20Coupons&utm_source=
1247623&utm_term=4e9e670e6362c5899a69b71fc19346b9 Acesso em: 05/2020

Durante o processo de soldagem subaquática as moléculas de agua são aquecidas devido


a alta temperatura do arco elétrico. Como consequência desse processo de aquecimento
as ligações entre os átomos da molécula de agua se quebram, liberando hidrogênio e
oxigênio na região de soldagem (figura 4), o oxigênio e hidrogênio liberados em
decorrência da quebra das moléculas de agua agem, portanto, como agentes
contaminantes da poça de fusão.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 4.4: Dissociação da agua em hidrogênio e oxigênio

Fonte: https://www.shutterstock.com/video/clip-29270107-big-h2o-water-molecule-isolated-on-
white?irgwc=1&utm_medium=Affiliate&utm_campaign=Admitad%20Shutterstock%20Coupons&utm_source=
1247623&utm_term=4e9e670e6362c5899a69b71fc19346b9 Acesso em: 05/2020
4.4.1 Contaminação por oxigênio
Aços estruturais possuem teor de Fe maior que 97% em sua composição química. O ferro
tende reagir com oxigênio, formando oxido de ferro, Fe2O3, essa transformação ocorre
lentamente a temperatura ambiente, como podemos observar na presença de ferrugem
em peças de aço. Entretanto, em altas temperaturas como as dos processos de soldagem,
essa transformação acontece muito mais rápido do que na temperatura ambiente, o que
faz com que se forme óxidos de ferro na região de soldagem com apenas alguns
segundos de contato do metal quente com o oxigênio, causando contaminação da solda.
Além da formação de óxidos o gás oxigênio em contato direto com a região de soldagem
favorece o aparecimento de porosidade, como observado na figura5 por essas razoes se
faz necessário manter o oxigênio longe do ferro durante os processos de soldagem.
Figura 4.5: Cordão de solda com porosidade elevada em decorrência da proteção inadequada da poça de
fusão.

Fonte: https://www.twi-global.com/technical-knowledge/job-knowledge/defects-imperfections-in-welds-
porosity-042 Acesso em: 05/2020

É fato que a proteção da poça de fusão é de extrema importância para a qualidade da


solda, independente do processo, mas como realizar essa proteção submerso por agua?
Bom, a principio poderíamos pensar em usar os gases de proteção, como nos processos
tradicionais, mas isso não funciona em baixo d’água, pois os gases liberados não se
concentram na região de interesse. A saída encontrada para esse tipo de problema é
realizar a proteção metalúrgica d poça de fusão.

Na proteção metalúrgica não são adicionados gases ao cordão de solda, mas sim,
elementos de liga. Estes possuem potencial de oxidação maior do que o do ferro (isto é, o
oxigênio se liga preferencialmente aos elementos de liga, deixando o ferro livre da
oxidação), logo os elementos de liga são sacrificados, impedindo o contato direto do
oxigênio com o ferro, melhorando de forma significativa a qualidade do cordão de solda.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.4.2 Contaminação por hidrogênio

Você provavelmente já ouviu falar das trincas de hidrogênio, que são comuns até mesmo
nas soldas fora d’água, os fatores que influenciam na formação de uma trinca de
hidrogênio são:
1. Presença de hidrogênio dissolvido no metal de solda;
2. Tensões residuais no material após a soldagem;
3. Formação de uma microestrutura martensitica;
4. Temperaturas menores que 150°C.

Durante o processo de soldagem subaquática os átomos de hidrogênio presentes na agua


conseguem se dissolver no metal de solda. Com o resfriamento rápido causado pelo
contato direto com agua, pode ocorrer durante a solidificação concentrações de tensão no
material e a formação de uma microestrutura martensítica, que é frágil e muito pouco
tenaz. O hidrogênio dissolvido permanece no metal sólido, podendo sair por meio de
mecanismo de difusão, horas depois do resfriamento. Quando o hidrogênio sai do metal
sólido, pode ocorrer micro trincas na estrutura do material, que se propagam formado as
tão faladas trincas e hidrogênio, ou trincas a frio mostrada na figura 6.

Figura 4.6: Trinca de hidrogênio

Fonte: http://engenheirodemateriais.com.br/2017/07/05/trincas-a-frio-ou-fissuracao-por-hidrogenio/ Acesso


em:05/2020

Para evitar as trincas de hidrogênio, podem ser realizadas operações de pós-aquecimento,


que garanta que o hidrogênio saia por difusão do metal solido. Pode também ser realizado
um pré-aquecimento, favorecendo a formação de uma microestrutura menos frágil.
4.5 Equipamentos

Soldagem subaquática seca


Os equipamentos de soldagem subaquática úmido são:

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1. Fonte de energia para a soldagem – 300 a 600 A CC

As fontes usadas são parecidas com as usadas fora d’água, disponham de valores de
tensão em vazio superiores àqueles encontrados em fontes comerciais. Devido ás
elevadas pressões encontradas nos sítios de soldagem, a queda de tensão ao longo da
coluna do arco assume valores mais altos do que aqueles encontrados no arco gerado em
superfície. Caso o limite de tensão em vazio da fonte seja limitado, poderão surgir
problemas de deposição, decorrentes da incapacidade de fusão do eletrodo, provocados
pela incapacidade de manutenção de um fluxo de corrente devido a elevada pressão
ambiente.

2. Cabos de soldagem, 2/0 a 4/0 com grampo de terra,

Os cabos devem ser adequadamente dimensionados de acordo com a corrente de


soldagem.

3. Câmara de Soldagem Seca/Habitat

A câmara de soldagem seca tem como função proteger o soldador e a estrutura a ser
soldada do contato direto com a agua. Sua forma e dimensões são variáveis de acordo
com a característica do local a ser soldado

4. Compartimento seco para armazenamento de eletrodos

Esses dispositivos são usados para evitar o contato do eletrodo com a agua durante o
mergulho.

5. Forno para armazenamento de eletrodos de soldagem

São importantes na manutenção da umidade dos eletrodos submersos.

6. Eletrodos de soldagem

Os eletrodos usados dependem das condições do ambiente de soldagem.

7. Isolantes térmicos

Importantes em altas profundidades para manter a temperatura ideal para realização do


processo de soldagem

Também são usados:

8. Cabos flexíveis para suporte de vida e comunicações;

9. Roupas e luvas protetoras a prova de fogo;

10. Máscara de soldagem ou suporte com as lentes de soldagem;

11. Analisadores de gás;

12. Equipamento de pré-aquecimento com termopares;

13. Iluminação para o soldador/mergulhador;

14. Medidores de tensão e corrente;

15. Câmera de televisão;

16. Ferramentas para trabalhos submersos.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Processo úmido
Além da fonte de soldagem 300 a 600 A CC, como no processo a seco, também são
usados:
1. Porta eletrodo
2. Sistema de transferência de eletrodos de soldagem
3. Suporte com as lentes de soldagem
4. Eletrodos de soldagem a prova d’água
5. Fonte de energia para a soldagem
6. Chave de faca unipolar – 400 A
7. Medidores de tensão e corrente
8. Cabos de soldagem, 2/0 a 4/0 com grampo de terra
9. Ferramentas para trabalhos submersos

4.5.1 Consumíveis
Nesse processo de soldagem os consumíveis são os mesmos usados nos processos
convencionais, eletrodo, arame, gases de proteção e em alguns casos elementos de liga
usados com a finalidade de proteção metalúrgica.

4.6 Técnica Operatória


4.6.1 Processo de soldagem a seco
Nos processos de soldagem subaquática a seco as fontes de soldagem aplicadas
geralmente são as mesmas dos processos convencionais . Os processos de soldagem
mais comumente utilizados para a soldagem subaquática a seco são: GTAW, SMAW e
FCAW. Para operações de passe de raiz geralmente se utiliza o GMAW, visto que
proporciona um arco elétrico mais estável em situações hiperbáricas. Os outros processos
são normalmente utilizados para o enchimento de soldas com chanfro ou para soldas de
filete, devido as altas taxas de deposição.

Soldagem com eletrodo revestido:

O processo de soldagem com eletrodo revestido é o mais largamente utilizado para


realização de reparos. Os eletrodos convencionais conseguem bons resultados com
profundidades de até 90 metros, a partir disso o arco elétrico se torna instável e também é
verificada uma mudança de composição química nos metais de solda depositados, logo se
faz necessário o desenvolvimento de eletrodos específicos de acordo com a profundidade
e material a ser soldado.

O processo com eletrodo revestido possui as seguintes vantagens e desvantagens:

30
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Vantagens:

• Necessidade de um equipamento relativamente simples;

• Processo com grande número de soldadores capacitados.

Desvantagens:

• Precauções necessárias para manter os eletrodos secos durante o percurso para a


câmara de soldagem;

• Câmara deve ser equipada com um forno para eletrodos;

• Instabilidade do arco a altas pressões;

• Fluidez excessiva do metal de adição a altas pressões.

Processo GTAW

Esse processo é adequado para realizar soldas autógenas por pontos. Dentre os
processos de soldagem convencional o Processo GTAW é o que proporciona maior
estabilidade do arco, mesmo a profundidades elevadas, graças a composição e o fluxo dos
gases que formam a camada de proteção da poça de fusão. No que se refere a
equipamentos, o Processo GTAW necessita de menos equipamentos quando comparado
com o processo de soldagem por arame tubular e mais equipamentos do que o processo
com eletrodo revestido.

Processo de Soldagem por Arame Tubular

Nesse processo o número de equipamentos utilizados é maior do que no Processo GTAW


e eletrodo revestido. Para profundidades de até 60 metros são usados geralmente arames
tubulares convencionais, obtendo resultados satisfatórios. Arames tubulares especiais são
feitos para profundidades maiores, sendo empregados em profundidades de até 300
metros
4.6.2 Processo de soldagem a úmido
Os processos de soldagem subaquática a úmido são semelhantes aos processos de
soldagem convencionais realizados fora da agua, porém esses processos apresentam
alguns problemas causados pela presença da agua e alta pressão, tornando-se necessário
realizar adaptações nos processos. .

Eletrodo revestido

O processo de soldagem a húmido com eletrodo revestido é semelhante ao processo


tradicional, sendo o método mais usado para soldagem subaquática úmida, visto que
desde a década de 70 tem-se investido no desenvolvimento de eletrodos para esse tipo de
processo.

O grande número de soldadores qualificados e a praticidade de se realizar reparos


estruturais tornam esse processo vantajoso. Os eletrodos para esse processo tem sua
camada externa envolvida por um material impermeável que garante que o revestimento
não ira diluir ao entrar em contato direto com agua. Os eletrodos utilizados mais
frequentemente para a soldagem subaquática são classificados pela AWS como E6013 e
E7014.

31
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
A amperagem, velocidade de soldagem e ângulo do eletrodo dependem da posição de
soldagem, se o cordão de solda está sendo depositado na raiz, para enchimento ou para
cobertura. Normalmente é utilizada corrente contínua com polaridade direta (eletrodo
negativo).

Soldagem com Eletrodo Tubular

Processos com eletrodos tubulares ainda estão sendo estudados. Nos Estados Unidos já
foram obtidos resultados positivos com esse tipo de processo. No Brasil também estão
sendo desenvolvidas pesquisas para melhorar a estabilidade do cordão de solda e diminuir
a alta porosidade resultante desse tipo de processo.

A soldagem subaquática tem grande importância em aplicações em alto mar. Muitas vezes
os lugares onde a solda deve ser realizada está a 10m, 100m, 300m ou até mais metros
abaixo do nível do mar, como consequência das altas profundidades ocorre também o
aumento da pressão, esta é uma variável importantíssima nos processos de soldagem
subaquática como veremos a seguir. Processos de soldagem realizados em ambientes
com alta pressão, como no fundo do mar, são denominados de soldagem hiperbárica. A
soldagem hiperbárica pode ser dividida em dois métodos: Soldagem hiperbárica a seco e
soldagem hiperbárica a húmido.

4.7 Vantagens

Processo a seco
• Variedade de processos que proporcionam bom resultado sob as circunstancias ideais,
pode ser usado SMAW;
• GMAW, FCAW ou GTAW;
• Possibilidade de pré aquecimento e pós aquecimento da solda;
• Em geral proporciona taxa de resfriamento menores ou iguais as da superfície,
evitando a formação de fase martensitica;
• o processo de deposição de metal não e afetado pelo contato direto da agua ou seus
produtos gasosos provenientes de seu aquecimento.
Processo a úmido
• Pode ser feita em regiões onde não é possível a montagem da câmara para o processo
a seco;
• De fácil uso em manutenções de emergência;
• Uso de equipamentos simples e leves;
• Baixo tempo e custo para realização do processo

32
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.8 Vantagens

Processo a seco
• Instalação de câmara limitada de acordo com a geometria e tamanho das estruturas da
área de trabalho;
• Instalação de câmara limitada pelo comprometimento da qualidade estrutural d área de
trabalho;
• Alto tempo e custo para realizar o trabalho.

Processo a úmido
• Porosidade acentuada;
• Menor ductilidade e maior dureza na ZAC (zona afetada pelo calor), causados pela alta
taxa de resfriamento induzida pelo meio aquoso existente ao redor da região de
soldagem;
• Aços com alto carbono equivalente são sujeitos a trincas induzidas pelo hidrogênio e a
um endurecimento da ZAC.

4.9 Aplicações

Quanto as aplicações do processo de soldagem subaquática podemos citar as principais


como sendo:
• Reparo de Estruturas Offshore
• Tubulações Submersas.
• Reparos em Instalações Portuárias
• Usinas Nucleares
• Usinas Hidroelétricas

Colocando o conhecimento em prática

1. Quais os dois diferentes tipos de soldagem subaquática? Explique suas diferenças.


2. Qual o processo de soldagem mais usado na soldagem subaquática a úmido? E quais
as vantagens desse processo?
3. Porque é mais difícil de obter uma boa qualidade da solda em processos
subaquáticos?
4. Explique o que é o método de proteção metalúrgica usado no processo de soldagem
subaquática.
5. Cite pelo menos três aplicações do processo de soldagem subaquática

33
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Nesta unidade aprendemos quais os tipos diferentes de processos de soldagem


subaquática, os processos de soldagem em uso e em fase de pesquisa e os desafios de
se soldar submerso por agua.

Para saber mais

• AMERICAN WELDING SOCIETY – ANSI/AWS D3.6-89 - Specification for Underwater


Welding – 1989.
• FIGUEIREDO, A.S., Soldagem Subaquática, Disponível
em:http://docplayer.com.br/20531705-Soldagem-subaquatica.html
• Soldagem submarina. Disponível em:http://www.invencoesbrasileiras.com.br/soldagem-
submarina/
• RAMOS, Ademilson, Soldagem subaquática: saiba mais sobre uma das profissões
mais perigosas do mundo. Disponível em:
https://engenhariae.com.br/curiosidades/soldagem-subaquatica-saiba-mais-sobre-uma-
das-profissoes-mais-perigosas-do-mundo
Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 5: Automação
em Soldagem
Um começo de conversa

Afinal como são feitos os reparos de trincas nas turbinas dos grandes navios? Como são
feitos os reparos nas tubulações e estruturas presentes em alto mar? Bem, à primeira vista
essas questões despertam certa curiosidade. Nesse capitulo iremos falar sobre processos
de soldagem realizados em situações em que o metal a ser soldado se encontra
submersos por agua.

Objetivo de aprendizagem

Com o desenvolvimento da indústria do petróleo no último século e a descobertas de


novas jazidas de óleo e gás natural em alto mar, se fez necessário o desenvolvimento de
processos de soldagem que conseguissem atender as demandas por reparos nas
estruturas subaquáticas. Nesse capítulo, os objetivos são: Apresentar os diferentes
processos de soldagem subaquática, suas aplicações, técnicas e equipamentos, bem
como seus desafios no que se refere a qualidade da solda.

Em busca de informação

5.1 Fundamentos

Automação é um sistema automático de controle pelo qual os mecanismos verificam seu


próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade
da interferência do homem. Automação é a aplicação de técnicas computadorizadas ou
mecânicas para diminuir o uso de mão-de-obra em qualquer processo, especialmente o
uso de robôs nas linhas de produção.

No âmbito da soldagem, o sistema automatizado exige capacidade de decisão quando as


variáveis externas e parâmetros durante a soldagem estiverem desajustados ou
interferindo negativamente; isso somente é possível graças a recursos sensoriais que
monitoram e informam o equipamento para que seja a tomada a decisão correta. Quando
se deseja automatizar, os níveis de evolução devem ser preferencialmente graduais para
que não ocorram frustações e comprometimento de investimentos.

35
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Um processo de soldagem é classificado como manual quando todas as atividades citadas
são executadas e controladas pelo soldador. No outro extremo, para que o processo de
soldagem seja classificado como automatizado, todas essas atividades devem ser
executas e controladas pela máquina.

Figura 5.1: Tipos de operação de soldagem.

Fonte: MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz. Soldagem Fundamentos e
Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

A nomenclatura automático significa que todas as funções ou etapas de uma operação são
realizados em sequência, através de meios mecânicos e/ou eletrônicos, sem ajunte
executado pelo soldador, com exceção de uma ocasional programação do equipamento. A
automação pode ser parcial, com algumas funções ou etapas executadas pelo soldador.
Definir um processo como semiautomatizado implica dizer que está faltando algo para que
o mesmo se tornar automatizado. O termo semiautomático é largamente usado, porém a
rigor, prefere-se o uso do termo semimecanizado (é mais adequado às características do
processo). Segue a classificação dos processos de soldagem revisada – Figura 5.2

36
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.2: Classificação dos processos de soldagem revisada.

Fonte: MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz. Soldagem
Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

O processo de soldagem por eletrodos revestidos é tradicionalmente manual, ou seja,


todas as atividades são executadas e controladas pelo soldador. No processo GMAW, o
soldador tem como função deslocar a tocha de soldagem, ficando somente a abertura do
arco e a alimentação do arame nu sob atribuição da máquina; este processo é
denominado como semimecanizado. No caso em que se faz o uso de um dispositivo para
movimentar a tocha de soldagem, o processo passa a ser denominado mecanizado. Por
fim, quando a tocha é capaz de alterar o direcionamento, seguir juntas e fazer correções
de forma automática, o processo é definido como automático.
5.2 Características
A finalidade da automação em processos, seja total ou parcial, é diminuir o custo de
manufatura, favorecendo o aumento da produtividade, melhorando a qualidade e a
confiabilidade do produto final (repetibilidade). Essas características são atingidas pela
redução ou eliminação de erros humanos. Um equipamento automatizado pode, em um
extremo, ser projetado para acomodar uma montagem simples ou uma família de
montagem similares (automação fixa), ou em outro extremo, pode ser flexível para ser
modificado rapidamente para executar uma operação similar sobre componentes ou
montagens diferentes (automação flexível).

5.3 Tipos de automação em soldagem

A automação fixa consiste no sistema de soldagem automático que tem como atributos
uma combinação de dispositivos de movimentação do arco (único ou múltiplo) e uma
plataforma de trabalho, projetados para atuar em sincronia e soldar uma família específica
de produtos. Os mecanismos auxiliares de fixação e manuseio do metal de base estão
frequentemente incluídos e podem ser ajustados em função da junta que será submetida
ao processo de soldagem. Em geral, esses sistemas possuem controles simples e não são
reprogramáveis com facilidade. Esses respectivos equipamentos movimentam-se de
forma simples e são dimensionados para reduzir o tempo de setup (montagem e
desmontagem) e o de soldagem. O operador, no âmbito do processo, somente carrega e
descarrega as peças em produção, objetivando uma maior produtividade. Emprega-se a
automação fixa em produção de larga escala de peças similares.

37
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Soldagem automatizada flexível é definida como um programa de controle computacional
ou numérico que substitui o posicionamento fixo e serviço sequencial da soldagem
automatizada fixa. Um robô industrial é o sistema automatizado flexível mais aplicado em
operações de manufatura. A operação com utilização de robôs pode ser simples, quando
as condições de soldagem são fixas e uma única sequência é usada em todas as
operações, ou complexa, se as condições são modificadas frequentemente em função da
configuração da junta. Esta última, exige atuação de vários sensores para retroalimentar e
corrigir o sistema, em função da peça em processamento. A automação flexível é
empregada quando se tem produção de grande diversidade de peças.

Ambos processos descritos são classificados como “mecanizados”, pois apesar de


executarem toda operação de soldagem sem a interferência de operadores e, até são
aptos realizarem ajustes de trajetórias quando necessário, não são capazes de detectar e
corrigir em tempo real um desvio do processo de soldagem, como por exemplo uma falta
de penetração. Entretanto, tratar um processo de soldagem robotizado como
semiautomatizado é bem aceito no ramo industrial.

Sistemas totalmente automatizados pra soldagem, chamados de automático com controle


adaptativo, se encontram na fase de pesquisa e desenvolvimento em escala de laboratório
e plantas piloto.

5.4 Dispositivos

Os dispositivos e manipuladores de automação mais usados na indústria são dirigidos


para os processos GTAW, GMAW, FCAW e principalmente SAW. No processo SMAW
sistemas de automação são raramente aplicados.

Aconselha-se realizar a soldagem na posição plana, pois é mais favorável no que diz a
respeito de melhores taxas de deposição por kg/h, como resultado tem-se menores
tempos de execução.

Os dispositivos tem como funções fixar a peça e promover movimentos que proporcionem
ao soldador ou operador a execução do cordão de solda de maneira mais eficaz e
eficiente.

Em um torno adaptado para soldagem pelo processo GTAW, põe-se uma peça com
geometria cilíndrica, como eixo, tubo ou flange, fixada entre duas placas; nesta situação, é
possível fazer duas soldas ao mesmo tempo, sincronizando o movimento de giro do torno
com o movimento do cabeçote de soldagem. Este equipamento pode ter várias funções.

A mesa posicionadora é um dispositivo muito relevante na fabricação de conjuntos


soldados, seja por meio de processos manuais, semiautomáticos, automatizados ou
robotizados. A mesa é um prato giratório que pode ser acoplado a um comando externo
com sincronismo. Muitos modelos são encontrados com uma vasta gama de peças.
Destacam-se o de mesa fixa na vertical e, o mais versátil, formado por conjuntos duplos
contrapostos, para soldagem de estruturas longas.

38
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.3: Mesa posicionadora.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

Os principais modelos de mesa giratória apresentam dois graus de movimentação: 45° e


90°. Existem modelos mais complexos que permite a movimentação da mesa em até 135°.
A capacidade de movimentação varia de um range de quilogramas até toneladas. Deve-se
ser ter cuidados especiais no manuseio de peças longas, pois a capacidade de
movimentação diminui com o aumento do comprimento. Sugere-se posicionar a peça na
mesa de modo que os centros de gravidade coincidam. O manual dos posicionadores
costumam conter essas informações.
Figura 5.4: Mesa giratória.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

O dispositivo mais comum é o que aplica pares de rolos para rotacionar peças cilíndricas.
É comum que este dispositivo trabalhe em conjunto com um manipulador de soldagem. O
rolo virador pode ter movimentação livre ou acionamento motor-redutor, com capacidade
que vão de 100kg até 300ton de peças em giro.

39
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.5: Rolo vibrador.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

A escolha de um manipulador de soldagem é feita em função com o número de eixos de


movimentação e com a proporção dos braços. O processos de soldagem em que os
manipuladores são amplamente aplicados são SAW, GMAW e FCAW.

Em manipuladores de quatro eixos, pode-se fazer ajustes no cabeçote através de um


sistema manual de três eixos providos de polias e fusos, porém é possível acoplar
regulagem automática.

Figura 5.6: Manipulador de 4 eixos

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

40
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Há sistemas mais simples, com menos graus de liberdade, e até sistema uniaxial, em que
o cabeçote se movimenta somente na horizontal. Esses sistemas atendem bem a
soldagem longitudinal de chapas finas.

5.5 Sistemas de soldagem automatizada

Com a finalidade de se automatizar processos manuais e semiautomáticos, desenvolveu-


se a soldagem automatizada. Os sistemas mais aplicados são a soldagem orbital e a
soldagem com chanfro estreito, também conhecido como narrow gap.

Aplica-se o sistema de soldagem orbital nos processos GTAW, GMAW, PAW e SAW.
Nesse contexto, o processo, a soldagem orbital é controlada pela fonte por meio de
microprocessadores e é composto por motor-redutores de corrente contínua; existem
sistemas mais sofisticados que contêm também motores de passo e controle automático
da tensão do arco.

Os principais parâmetros de soldagem orbital são: pré-purga, em que o gás de proteção é


liberado segundos antes da abertura do arco; corrente de soldagem inicial; tempo de
rampa de subida, que é o tempo no qual a corrente aumenta gradativamente em função do
tempo; corrente de soldagem; corrente final de soldagem; tempo de rampa de descida; e
pós-purga. No caso de corrente pulsada, as variáveis são corrente de base, tempo de
base, corrente de pico e tempo de pico.

Figura 5.7: Sistema de soldagem orbital.

Fonte: http://www.sps-soldagem.com.br/catalogo/07-08_Tartilope_V4.pdf
Acesso em: 05/2020

41
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

• Explique com suas palavras quando um robô para soldagem pode ser considerado um
sistema automático e quando pode ser considerado semiautomático considerando as
definições apresentadas na tabela I e II. Em que situação é considerado mecanizado?
• Dentro da classificação proposta, de um exemplo de um sistema semimecanizado
para soldagem com eletrodo revestido.
• Quais são as vantagens em se automatizar processos?
• Que outros tipos de posicionadores você acha que poderiam ser utilizados para
soldagem?

Recapitulando

A automação em soldagem visa executar o processo de união de materiais usando


temperatura com a menor intervenção humana possível. Essa atividade vem ganhando a
cada dia mais espaço. Os resultados esperados da automação são redução de custo,
aumento de produtividade e repetibilidade de processos de soldagem.

Referências Bibliográficas

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

42
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Fundamentos de
Soldagem
3º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor Unidade 1: Propriedade dos Materiais 45


Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Propriedades físicas 46
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1.2 Propriedades térmicas 46

Diretor da EEUFMG 1.3 Propriedades mecânicas 47


Prof. Cícero Murta Diniz Starling 50
1.4 Ensaios mecânicos
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Unidade 2: Metalografia 53
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.1 O que é metalografia 54
2.2 Macroscopia - metais 54
Supervisão de área
54
2.3 Microscopia - metais
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
55
2.4 Preparação
Carolina Martins Abreu

Gabriel Mendes de Almeida Carvalho


Unidade 3: Introdução aos metais – aço e ferro fundido 59
Instrutores Colaboradores
60
3.1 Aço e ferro fundido
César Romero Afonso Goulart Júnior 60
3.2 Classificação dos aços
Lara Alves Rachid 61
3.3 Diagrama ferro carbono
63
3.4 Diagrama TT
64
3.5 Influência dos elementos de liga
66
3.6 Tipos de fagulhas

Unidade 4: Tratamentos térmicos e termoquímicos 68

69
4.1 Tratamentos térmicos
4.2 Tratamentos termoquímicos 71

44
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1:
Propriedades dos
Materiais
Um começo de conversa

Todos sabem que tudo é formado por matéria. A matéria, que por sua vez é formada por
um conjunto de moléculas, apresenta propriedades distintas quando submetida ao
aumento e diminuição de temperatura, ela reage de forma diferente quando em contato
com outros tipos de moléculas ou elementos de natureza distinta. Para desenvolver um
projeto é necessário uma quantificação das propriedades dos materiais que serão
necessárias para o projeto a fim de se dimensionar custos, a escolha do material e
estimativa de vida útil do empreendimento. Portanto, nesse contexto, é necessário se
conhecer as propriedades dos materiais.

Objetivos da Aprendizagem

Tubulações, trocadores de calor e bombas são dispositivos que transportam fluidos com
uma finalidade, seja ela trocar calor ou movimentar um fluido de um local para outro. Você
tem alguma ideia de como os sistemas citados são dimensionados? De quais materiais
eles são fabricados? Pois então, saber os valores de condutividade térmica, ponto de
fusão, ponto de ebulição dos fluidos de trabalho é de suma importância para o
desenvolvimento desses projetos. Que tal conhecer um pouco mais sobre essas
grandezas?

Em busca de informações

O tema abordado está fortemente atrelado ao estudo de química, você irá notar que as
propriedades citadas aqui estão todas relacionadas quanto a composição daquele
material. Caso queira, você pode consultar o assunto sobre tipos de elementos, tipos de
ligações químicas e as propriedades delas, você vai notar a relação entre as propriedades
do materiais aqui apresentadas!

45
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Propriedades físicas
Propriedades físicas são aquelas propriedades que podem ser mensuráveis, cujos valores
descrevem o estado físico de um sistema [1] e que pode ser observada sem transformar
uma substância em outra. Ex: ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade.

Definições
Ponto de fusão: é a temperatura que uma substância passa do estado sólido para o
líquido.

Ponto de ebulição: é a temperatura que uma substância passa do estado líquido para o
gasoso.

Massa: é a quantidade de matéria contida em um corpo.

Volume: é o espaço ocupado por um corpo.

Densidade: a densidade de um corpo define-se como o quociente entre a massa e o


volume desse corpo. Desta forma pode-se dizer que a densidade mede o grau de
concentração de massa em determinado volume. [2]

1.1.1 Mudança de estado físico

As fases ou mudança de estado é nome dado ao fenômeno de mudança do estado de


agregação de suas moléculas. Matérias sólidas possuem moléculas mais unidas enquanto
a matéria no estado gasoso tem suas moléculas bem separadas.
Figura 1. 1 - Mudança de estado físico

Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica8/termologia/estado.html

1.2 Propriedades térmicas

Entende-se por “Propriedades Térmicas” a resposta de um material à troca de calor com o


meio.

46
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Definições
Calor específico: é a quantidade de calor necessária para que cada grama de uma
substância sofra uma variação de temperatura correspondente 1°C. [3]
Coeficiente de expansão térmica: é uma medida de variação unitária da grandeza de
uma de suas dimensões.
Condutividade térmica: é a grandeza que quantifica a habilidade dos materiais de
conduzir calor.

Fenômenos causados pela variação de temperatura


O que acontece quando fornecemos calor para um corpo?
• O volume (ou seja, altura, largura e profundidade) se altera;
• A sua temperatura aumenta;
• O calor pode ser transmitido;
• O material emite radiação (térmica);
• As transformações de fases podem ocorrer

Figura 1. 2 - Condutividade térmica e comportamento dos materiais.

Fonte: Materials-engeneeringscience.blogspot.com/2011/04/termal-properties.html.

1.3 Propriedades mecânicas


Resistência mecânica - pode-se conceituar como sendo a capacidade dos materiais de
resistir a esforços de natureza mecânica, como tração, compressão, cisalhamento, torção,
flexão e outros sem romper e/ou deformar-se. Porém, o termo resistência mecânica,
abrange na prática um conjunto de propriedades que o material deve apresentar,
dependendo da aplicação ao qual se destina. É muito comum para efeito de projeto
relacionar diretamente resistência mecânica com resistência a tração.

47
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Elasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se elasticamente. A
deformação elástica de um material, acontece quando o material é submetido a um
esforço mecânico e o mesmo tem suas dimensões alteradas, e quando o esforço é
cessado o material volta as suas dimensões iniciais.

Ductilidade e/ou Plasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se


plasticamente ou permanentemente antes de sua ruptura. A deformação plástica de um
material, ocorre quando o material é submetido a um esforço mecânico e o mesmo tem
suas dimensões alteradas, e quando o esforço é cessado o material permanece com as
dimensões finais.

Dureza – essa propriedade embora tenha mais de uma caracterização, tecnicamente a


definição mais utilizada é: Dureza é uma medida da resistência do material a deformações
plásticas localizadas. Associada a essa propriedade, temos a resistência ao desgaste e a
resistência a abrasão.

Resiliência – é a capacidade do material absorver e devolver energia sem deformação


permanente. Essa propriedade tem validade no campo elástico.

Tenacidade – é a capacidade do material de absorver energia antes de sua ruptura. Uma


outra definição para esse termo, é a capacidade que o material apresenta de resistir a
esforços de impacto. [4]

Tipos de esforços mecânicos


Figura 1. 3 - Esforços mecânicos

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/355366/

48
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Diagrama de tensão por deformação
É a curva que relaciona os valores de tensão com os de deformação de um material
através do ensaio de tração. Nele conseguimos identificar várias propriedades do material
como ductilidade, tenacidade, resiliência.

Figura 1. 4- Diagramas tensão-deformação: (a) esquemático para um aço baixo carbono, mostrando o tipo de
engenharia e verdadeiro; (c) a (f) esquemáticos para diferentes casos.

I- Comportamento elástico.
II- Escoamento e
deformação permanente
(deformação plástica).
III- Encruamento:
deformação permanente
com endurecimento,
deformação
aproximadamente
homogênea.
IV- Estricção: deformação
permanente localizada com
redução de diâmetro.

Fonte: https://www.scielo.br/pdf/si/v18n4/11.pdf

49
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Ensaios mecânicos
Ensaio de Tração
O ensaio de tração consiste em aplicar uma força
uniaxial no material, tendendo-o a alongá-lo até o
momento de sua fratura.[5]

Figura 1. 5 - Ensaio de tração

Fonte: https://pt.slideshare.net/felipecrosa9/aula-6-
propriedades-mecnicas

Ensaio de dureza
Esse ensaio visa medir a resistência de um material
à deformação, indentação ou penetração por meios
como abrasão, perfuração, impacto, arranhões e /
ou desgaste, medidos por testes de dureza como
Brinell, Knoop, Rockwell ou Vickers.

Figura 1. 6 - Durômetro Rockwell


Fonte: http://www.directindustry.com/pt/prod/leader-precision-
instrument-co-ltd/product-99497- 1021457.html

Ensaio de impacto Charpy


É um dos métodos para determinar a resistência e
sensibilidade dos materiais quando submetido a
uma certa carga de impacto. O objetivo principal é
medir a quantidade de energia absorvida pelo
material durante a fratura. [6]

Figura 1. 7 - Dispositivo de ensaio Charpy

Fonte: https://www.cursosguru.com.br/conheca-o-teste-de-
charpy-e-suas-vantagens/

50
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Ensaio de dobramento
Consiste em submeter um corpo de prova a uma deformação plástica por flexão.

Figura 1. 8 - Máquina de ensaio de dobramento

Fonte: https://afinkopolimeros.com.br/ensaios-fisicos-quimicos/

51
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. O que são propriedades físicas? Cite ao menos cinco exemplos.


2. Qual é a importância de conhecermos e entendermos as propriedades térmicas?
3. O que são propriedades mecânicas?
4. Para que serve o diagrama tensão-deformação?
5. Defina pelo diagrama tensão-deformação um material frágil e dúctil.
6. Cite os principais esforços mecânicos.
7. Cite três ensaios mecânicos e descreva um.

Recapitulando

Nesta seção viu-se sobre as propriedades físicas, térmicas e mecânicas dos materiais.
Além disso, foram apresentados os tipos de ensaios utilizados para definir os valores das
propriedades mecânicas citadas.

Para saber mais

• GONÇALVES, J. e MARTINS, M. Tecnologia dos Materiais I. Centro Federal de


Educação Tecnológica de Santa Catarina, jul 2008. Disponível em:
https://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/a/a1/Aru_suzy_apostila_tecnologia_dos_mater
iais.pdf . Acesso em 20 de mai de 2020.
• TRIGO, T. “Ensaio de tração,” Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/fisica/ensaio-de-tracao/. Acesso em 20 mai 2020.

52
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Metalografia

Um começo de conversa

A fabricação de objetos em aço é um processo que ocorre há alguns séculos. No último


século, em especial, deu-se um grande salto quanto ao entendimento da formação dos
aços e ao desenvolvimento de ligas e tratamentos térmicos. Um dos principais fatores que
se deve este progresso acelerado foi o entendimento e a padronização de normas de
metalografia.

Objetivos da Aprendizagem

No seu dia a dia, você já ouviu falar de aço temperado? De material encruado? De metal
forjado? De aço cementado? Bom, um dos meios para caracterizar os materiais conforme
as definições citadas é a através da metalografia.

Em busca de informações
Este capítulo foi inspirado nas práticas de metalografia aqui você vai encontrar as
definições de cada ensaio metalográfico, as etapas de preparação das peças para esses
ensaios e aprenderá sobre o maquinário utilizado para o mesmo.

53
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2.1 O que é metalografia

A metalografia é uma vertente da ciência dos materiais, que estuda a morfologia e a


estrutura dos materiais. A metalografia faz parte da área de materialografia que além do
estudo dos materiais metálicos compreende a plastografia (materiais plásticos ou
poliméricos) e a ceramografia (materiais cerâmicos). [7]

2.2 Macroscopia - metais

Consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica, segundo uma seção
plana devidamente polida em regra atacada por um reativo apropriado. O aspecto assim
obtido, chama-se macro estrutura. O exame é feito à vista desarmada ou com auxílio de
uma lupa. – ampliação máxima de dez vezes.

Figura 2. 1 - Macroscopia de um cordão de solda.

Fonte: Kou, SIndo

2.2 Microscopia – metais


Consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica na ordem de grandeza
menor de que 10−1 m. Geralmente é realizada com o auxílio de um microscópio.

Figura 2. 2 - Microscópio Óptico

Fonte:
https://www.medicalexpo.com/pt/prod/kern-
sohn/product-69008-664920.html

54
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Figura 2. 3 - MEV(Microscópio Eletrônico de Varredura)

Fonte: http://unisinos.br/itt/ittfuse/servicos/microscopia-eletronica-de-varredura

2.4 Preparação

Corte
A amostra a ser analisada deve ser cortada de forma a não sofrer alterações pelo método
de corte. Usa-se o método a frio, para o corte primário, ou seja, para se separar a porção
aproximada que será analisada. Na sequência, usa-se um equipamento denominado “Cut-
Off” ou cortadora metalográfica que faz um corte mais preciso, utilizando-se de um fino
disco abrasivo e farta refrigeração, a fim de não provocar alterações por calor na amostra.

Figura 2. 4 - Cortadora metalográfica

Fonte:
file:///C:/Users/larar/Pictures/Cortadora%20metalogr%C3%A1fica%20com%20gabinete%20inferior%20CM12
0%20_%20Teclago.html

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Embutimento
O processo de embutimento metalográfico pode ser dividido em dois grupos, embutimento
a quente no qual é utilizado baquelite e uma embutidora metalográfica e o embutimento a
frio que são utilizados dois produtos resina e catalisador, ambos os métodos visam obter a
amostra embutida para conseguir um bom resultado na preparação metalográfica.
Figura 2. 5 - Embutimento de baquelite

Fonte: https://www.alcrisa.com.br/molde_de_silicone_para_embutimento_a_frio_30mm/prod-3572225/

Lixamento
Para esse processo são utilizadas lixas do tipo “Lixa d’água”, fixadas em discos rotativos.
Normalmente inicia-se o lixamento com a lixa de granulometria 220, seguida pelas lixas
320, 400 e 600. Em alguns casos usa-se lixas mais finas que a lixa 600, chegando-se a
1000 ou 1200. Todo o processo de lixamento é feito sob refrigeração com água.

Polimento
A etapa do polimento é executada em geral com politriz metalográfica e panos especiais,
colados à pratos giratórios, sobre os quais são depositadas pequenas quantidades de
abrasivos. Estes abrasivos variam em função do tipo de metal que está sendo preparado.
Os mais comuns são, o óxido de alumínio (alumina) e a pasta de diamante. [8]

Figura 2. 6 - Politriz lixadeira


metalográfica.

Fonte:
https://img.alicdn.com/bao/uploaded/TB1T
BD_SFXXXXcgXpXXXXXXXXXX.jpg

56
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Ataque químico
O ataque químico evidência as
heterogeneidades presentes no material,
ou seja, alguma imperfeição ou diferença
de elementos químicos; pode também
evidenciar os contornos dos grãos das
estruturas cristalinas.

Figura 2. 7 - Ataque químico.


Fonte: https://www.struers.com/es-
ES/Knowledge/Etching#etching-how-to

Exemplos de microestruturas
Figura 2. 8 - Amostras metalográficas de aço AISI 1020, a) aumento de 100x e b) aumento 200 x.

Fonte: https://www.scielo.br/img/revistas/rmat/v20n2//1517-7076-rmat-20-02-00384-gf1.jpg

Figura 2. 9 - Aço AISI/SAE 1040,


constituído de ferrita (parte branca) e perlita
(coloração escura), aumento 800x.
Fonte:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/
10183/103825/000936621.pdf?sequence=1

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Colocando o conhecimento em prática

1. Defina microscopia e macroscopia.


2. Quais são as etapas de preparação de amostras de micrografia?
3. Que tipos de ácido são usados para fazer ataque de microestrutura? Cite pelo menos 4.
4. Compare a microestrutura de aço de médio carbono e um aço de baixo carbono

Recapitulando

Neste capítulo aprendemos sobre as etapas da metalografia dos aços.

Para saber mais

• HANGAI, Rene. “METALOGRAFIA VIA RAPIDA”. Youtube. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=BntPaxHJ1uc&t=8s . Acesso em 20 de mai de
2020.

• SCHWAB, Ing. e KARLSRUHE, Hochschule. “Metallography Part I - Macroscopic


Techniques”. Youtube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=fc8zrgYJCJw . Acesso em 20 de mai de 2020.

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Unidade 3: Introdução
aos metais – aço e
ferro fundido
Um começo de conversa

A utilização do ferro iniciou-se no fim da pré-história, porém de forma aleatória.


Posteriormente o domínio do ferro promoveu grandes mudanças na sociedade. A
agricultura se desenvolveu com rapidez por causa dos novos utensílios fabricados. A
confecção de armas mais modernas viabilizou a expansão territorial de diversos povos e
transformou a cultura mundial.

Finalmente, na primeira parte do século XX aços e ferros fundidos se tornaram os


principais materiais de construção mecânica.

Objetivos da Aprendizagem

Atualmente existem diversas empresas que atuam mundialmente. Como os projetos


desenvolvidos no Brasil podem ser interpretados na China? A resposta é devido a
padronização. Portanto, neste capítulo buscaremos abordar brevemente a nomenclatura
de aços e como cada elemento de liga influência nas propriedades de um aço.

Em busca de informações

Este capítulo foi inspirado em referências globais na área de Ciência dos Materiais. O livro
“Ciência e Engenharia de Materiais – William Callister” foi a referência chave para
formulação deste capítulo.

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3.1 Aço e ferro fundido
Aço é uma liga de Fe-C-R (outros metais) que apresenta Carbono acima de 0,008% e
abaixo de 2,11% em sua composição.

Ferro fundido é uma liga de Fe-C-R (outros metais) que apresenta carbono acima de
2,11% e abaixo de 6,7% em sua composição.

3.2 Classificação dos aços


Existe uma enorme gama de aços que se diferenciam entre si pela composição química
relacionada a elementos de liga, tipo de processamento etc.
Segue abaixo uma classificação abrangente dos tipos de aços. Embora ela englobe
grandes grupos de aço, ela não caracteriza todos.

Figura 3. 1 - Classificação SAE-AISI

Fonte: http://acosdovale.com.br/

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Tabela 3. 1- Lista normativa ABNT, AISI/SAE

Fonte: Material de apoio CEFET-SP, Prof. Caruso -


http://www.joinville.ifsc.edu.br/~paulosergio/Ciencia_dos_Materiais/Classificação%20d
os%20aços.pdf

3.3 Diagrama ferro-carbono


É um gráfico que relaciona as transformações de fase de aços e ferros fundidos em
função do percentual de carbono e da temperatura. Veremos um exemplo do diagrama
de fases da salmoura (água + sal).

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Figura 3. 2- Exemplo diagrama de fase da salmoura.

Fonte adaptado de: http://www.felipeb.com/cimat/dfs/dfs.htm

Figura 3. 3- Diagrama de fase FeC

Fonte: Calister

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Transformação de fase em aços
Ferrita: A ferrita ou ferrite, ou ferro alfa (α-Fe), é um termo de ciência dos materiais para o
ferro puro com estrutura cristalina cúbica de corpo centrado.
Cementita: 𝐹𝑒3 𝐶 é a estrutura em forma de cristal ortorrômbico. Contém 6,67% de
carbono e 93,33% de ferro.
Austenita: A austenita ou austenite, ou ferro gama (γ-Fe) é uma fase sólida, não
magnética, constituída de ferro na estrutura CFC.
Perlita: Agregado de ferrita e cementita
L (fase liquidus):condição que o material se encontra no estado físico líquido.

Figura 3. 4 - Evolução microestrutural do aço carbono comum.

Fonte: Calister

3.4 Diagrama TTT


Os diagramas de tempo-temperatura-transformação são gráficos de temperatura
versus tempo que caracterizam a transformação de fase de algum material em função
dos parâmetros previamente citados. São úteis para entender as transformações de
uma liga de aço a temperaturas elevadas.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3. 5 - Diagrama TTT de uma
liga Fe-C.

Fonte:https://www.passeidiret
o.com/arquivo/69330163/tecn
ologia-dos-materiais-
complementar

3.5 Influência dos elementos de liga


A adição de elementos de liga justifica-se, pois, muitas vezes pequenos acréscimos de
determinados componentes causam significativa melhora nas propriedades dos aços. As
características que levam ao emprego de tais elementos são:

Fósforo (P): em teores elevados, prejudica os aços tornando-os frágeis e quebradiços.

Enxofre (S): também é prejudicial pois além de frágeis torna os aços ásperos e
granulosos devido aos gases que produz na matriz metálica. Em alguns casos, é
conveniente a adição de enxofre em proporções de até 0,30%, o que torna o aço fácil de
usinar pois os cavacos destacam-se em pequenos pedaços, permitindo altas velocidades
de corte.

Carbono (C): é o mais importante devido à necessidade de haver carbonetos na estrutura


para conferir a dureza e a resistência necessárias à aplicação. Geralmente o teor de
carbono é elevado, situando-se entre 0,8 e 2%. Quando tenacidade é um fator importante
para a aplicação (tais como martelos e talhadeiras devido aos esforços de impacto),
emprega-se teores de carbono mais baixos (entre 0,5 e 0,7%C), tal como nos aços
resistentes ao choque.

Silício (Si): tem função desoxidante na fabricação do aço. Normalmente situa-se entre
0,10 e 0,30%, pois teores mais elevados tendem a favorecer a grafitização. Em alguns
poucos casos (aços resistentes ao choque) emprega-se silício elevado (1% ou 2%) para
fins de aumento de temperabilidade e aumento da resistência ao revenido sem que haja
abaixamento da linha Ms (favoreceria a austenita retida).

Manganês (Mn): atua também como desoxidante além de dessulfurante. É empregado em


teores inferiores a 0,5%. O manganês tem forte efeito na temperabilidade, porém a partir
de teores mais elevados (1,5%). Ele forma carbonetos menos estáveis que o ferro, não
contribuindo para a resistência ao revenido.

64
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Cromo (Cr): é o elemento adicionado com a função principal de elevar a temperabilidade,
pois é o que apresenta melhor relação custo/benefício. Além disso, o cromo forma
carbonetos endurecedores que são facilmente solúveis no tratamento de austenitização
que precede a têmpera.

Vanádio (V): atua como forte desoxidante (geralmente empregado em teores até 0,5%). O
vanádio tem forte efeito sobre a temperabilidade quando dissolvido na austenita.
Entretanto a sua função principal é a de atuar como estabilizador de grão pois o seu
respectivo carboneto é de difícil solubilização na austenita no tratamento de têmpera,
evitando que haja o crescimento da mesma. Em aços rápidos (devido ao emprego de corte
a quente), o teor de vanádio situa-se entre 1 e 2%.

Tungstênio (W): também atua como formador de carbonetos, favorecendo a obtenção do


pico de dureza secundária no tratamento de revenimento. Em teores inferiores a 1,5%
(mesmo com alto carbono) o tungstênio tem pequeno efeito no aumento de dureza. Em
teores próximos a 4% há aumento significativo da resistência ao desgaste, a ponto de
dificultar operações de retificação após a têmpera. Em teores de 12 a 20%, o tungstênio
eleva significativamente a dureza a quente (até 6000C) e, por isso, é empregado
frequentemente em aços rápidos (grupo W e/ou grupo T).

Molibdênio (Mo): tem efeitos similares ao tungstênio, tendo sido usado para substituí-lo.
O custo do molibdênio é maior, porém a quantidade empregada é menor (normalmente o
teor de molibdênio substitui duas vezes a quantidade de tungstênio. Por exemplo, 18% de
W equivalem a 6%Mo mais 5%W). A maioria dos aços rápidos emprega Molibdênio e
Tungstênio.

Cobalto (Co): tem a função principal de aumentar a dureza a quente dos aços rápidos,
apesar de não ser endurecedor. O cobalto aumenta a temperatura solidus, permitindo que
se empregue temperaturas mais elevadas de austenitização na têmpera. Isto permite
maior dissolução de carbonetos (dos outros elementos, tais como carbonetos de vanádio,
molibdênio e tungstênio, já que o cobalto por si só não é formador de carbonetos). O efeito
final do cobalto é o de aumentar a dureza no estado temperado (por elevar a dissolução de
outros elementos). Aços rápidos com 5 ou 10% são usados para obter maior velocidade
em corte contínuo (em corte intermitente há problema de quebra de ferramenta devido
elevada dureza e baixa tenacidade).

Alumínio (Al): tem efeito semelhante ao silício. devido a sua grande afinidade com o
oxigênio. Também é considerado desoxidante. Muitas vezes é utilizado nos aços a serem
nitretados, pois o alumínio tem também grande afinidade com o nitrogênio.

Boro (B): em quantidades que variam de 0,001% até 0,003%, o boro melhora a
temperabilidade e a resistência à fadiga.

Chumbo (Pb): em pequenas quantidades (0,2% até 0,25%), este elemento melhora a
usina- bilidade do aço, sem qualquer prejuízo às propriedades mecânicas

Nióbio (Nb): produz tamanho de grão fino; aumenta a resistência em temperatura


elevada; por ser um forte formador de carboneto pode diminuir o endurecimento do aço
por remoção do carbono da matriz. [9]

65
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3.6 Tipos de fagulha

Características de fagulhas de aço carbono com diferentes teores de carbono.

Tabela 3. 2 - Tipos de fagulha de acordo com o tipo de material.

Fonte:https://www.marvitubos.com.br/Antigo/fagulha_esmeril.htm

66
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Colocando o conhecimento em prática

1. Defina aço e ferro fundido.

2. Defina aço e ferro fundido a partir do diagrama FeC (desenhe o diagrama FeC para
fazer o exercício).

3. O que significa os dois últimos números na nomenclatura SAE de aços?

4. Quais são as possíveis vantagens de se adicionar cromo em uma liga metálica?

5. Quais são as quatro estruturas identificadas no diagrama TTT para aços carbono?

Recapitulando
Nesta unidade apresentou-se os principais da classificação dos aços, as suas fases
dependendo da temperatura e composição, Além da influência de cada elemento de liga
nas propriedades físicas das ligas de aço.

Para saber mais

• FITZPATRICK, Michael. Introdução à manufatura. 2013. AMGH Editora. Disponível em:


https://books.google.com.br/books?id=nSvkAwAAQBAJ&pg=PA124&lpg=PA124&dq=c
entelha+tipos+de+a%C3%A7o+fa%C3%ADsca&source=bl&ots=pFwpVREPng&sig=AC
fU3U3n0H7u84dSO-nSNG9nMdPi89AHqg&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwjKvouj8MXpAhWbIbkGHZyJC-
AQ6AEwDXoECAkQAQ#v=onepage&q=centelha%20tipos%20de%20a%C3%A7o%20f
a%C3%ADsca&f=false. Acesso em 20 de mai 2020.
• SIMONSEN, Roberto. Ensaio de Centelha. Escola SENAI. Disponível em:
http://claudemiralves.weebly.com/uploads/3/8/6/2/3862918/quadro_centelhas.pdf.
Acesso em 20 de mai 2020.

67
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4: Tratamentos
térmicos
Um começo de conversa

A humanidade há bastante tempo (aproximadamente 1000 a.C.), descobriu os metais e as


aplicações destes em seu cotidiano. Em seguida, aprendeu que, com aquecimento e
resfriamento desses metais, podia modificar suas propriedades mecânicas e metalúrgicas,
tornando-os mais duros, trabalháveis, moles, resistentes, frágeis, dentre outras
características. Atualmente esses processos são fundamentais na indústria.

Objetivos da Aprendizagem

Cada vez mais, os projetos de construção, transporte, mobilidade, siderurgia, mineração, e


saúde estão exigindo materiais com características específicas, sejam materiais
resistentes ao desgaste, corrosão, elevada resistência mecânica, entre outras. Um dos
métodos importantes na obtenção de mais de uma dessas propriedades para uma mesma
peça é através do uso de tratamentos térmicos e termoquímicos.

Em busca de informações

Este capítulo foi inspirado na área de Ciência dos Materiais. O livro “Tratamento Térmicos
das Ligas Metálicas, Chiaverini, V.” foi a referência chave para formulação deste capítulo.

68
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.1 Tratamentos térmicos
Os tratamentos térmicos são um conjunto de operações que têm por objetivo modificar as
propriedades dos aços e de outros materiais através de um conjunto de operações que
incluem o aquecimento e o resfriamento em condições controladas.

Objetivos
• Remoção de tensões internas • Melhora da resistência ao desgaste

• Aumento ou diminuição da dureza • Melhora da resistência a corrosão

• Aumento da resistência mecânica • Melhora da resistência ao calor

• Melhora da ductilidade • Melhora das propriedades elétricas e


magnéticas
• Melhora da usinabilidade

Fatores que definem o tratamento térmico


• Temperatura;
• Tempo;
• Velocidade de resfriamento;
• Atmosfera.

Principais meios de resfriamento


• Ambiente do forno (+ brando);
• Ar;
• Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb);
• Óleo;
• Água;
• Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos).

4.1.1 Principais tratamentos térmicos aplicados em aços


Recozimento
Tratamento térmico em que o metal sofre aquecimento controlado até atingir determinada
temperatura, permanece nessa temperatura por um certo tempo e sofre resfriamento
lento no próprio forno.

Os objetivos principais do recozimento são: remover tensões (devidas, muitas vezes, ao


processo de fundição ou ao de conformação mecânica, a quente ou a frio), diminuir a
dureza, melhorar a ductilidade, ajustar o tamanho dos grãos, regularizar a estrutura bruta
de fusão

69
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Normalização
Tratamento térmico em que o metal é aquecido acima da zona crítica com posterior
resfriamento uniforme ao ar até atingir a temperatura ambiente. É semelhante ao
recozimento, pelo menos quanto aos objetivos. A diferença reside no fato de que o
resfriamento é menos lento (ao ar), o que dá como resultado uma estrutura mais fina do
que a produzida no recozimento.

Têmpera
É o tratamento térmico mais importante dos aços, principalmente os que são utilizados em
construção mecânica. As condições de aquecimento são muito semelhantes às que
ocorrem no recozimento e na normalização. O resfriamento, entretanto, é muito rápido,
empregando geralmente meios líquidos para resfriar as peças. Este tratamento resulta em
modificações muito intensas nos aços, que levam a um grande aumento da dureza, da
resistência ao desgaste, da resistência à tração, ao mesmo tempo em que as propriedades
relacionadas à ductilidade sofrem uma apreciável diminuição. Além disso, tensões internas
são geradas em grande intensidade. Os inconvenientes causados por essas tensões
internas geradas, associadas à excessiva dureza e quase total ausência de ductilidade,
exigem um tratamento térmico posterior chamado revenido, que melhora a ductilidade e a
tenacidade. A têmpera é um processo bastante geral e pode ser aplicado a uma grande
variedade de aços.

Figura 4. 1 - Têmpera por indução Figuras 4. 2 - Têmpera por chama

Fonte:
https://pt.scribd.com/doc/19423295/TRA Fonte: ftpaluno.umc.br
TAMENTOS-TERMICOS-GERAL

70
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 4.3 - Têmpera por chama

Fonte:http://www.durochama.com.br/apostila.pdf

Revenimento ou Revenido
Revenimento é um processo feito após o endurecimento por têmpera. Peças que sofreram
têmpera tendem a ser muito quebradiças. A fragilidade é causada pela presença da
martensita. A fragilidade pode ser removida pelo revenimento. O resultado do revenimento
é uma combinação desejável de dureza, ductilidade, tenacidade, resistência e estabilidade
estrutural. As propriedades resultantes do revenimento dependem do aço e da temperatura
do revenimento.

Coalescimento ou Esferoidização
Tratamento térmico que objetiva a produção de uma estrutura globular ou esferoidal de
carbonetos no aço. É caracterizado pela melhora a usinabilidade, especialmente dos aços
alto carbono e facilita a deformação a frio.

4.2 Tratamentos termoquímicos


São procedimentos que visam alterar a composição química da superfície dos materiais.
Os tratamentos termoquímicos têm como objetivo aumentar a dureza e a resistência do
material ao desgaste de sua superfície, mantendo o núcleo dúctil e tenaz, assim como os
objetivos dos tratamentos térmicos.

71
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.2.1 Principais tratamentos termoquímicos aplicados em aços

Cementação
Cementação é o tratamento termoquímico que consiste em se introduzir carbono na
superfície do aço pelo mecanismo de difusão atômica com o objetivo de se aumentar a
dureza superficial do material.
Figura 4.3 – Cementação

Fonte: Calister

Nitretação
Nitretação é um tratamento termoquímico da metalurgia em que se promove
enriquecimento superficial com nitrogênio, usando-se de um ambiente nitrogenoso à
determinada temperatura, buscando o aumento da dureza do aço até certa
profundidade tendo em vista a difusão do nitrogênio.
Figura 4.4 – Nitretação

Fonte: Calister

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. Defina tratamento térmico.


2. Cite quais são os objetivos dos tratamentos térmicos e dê quatro exemplos práticos de
tratamento térmico.
3. Cite e explique dois tipos de tratamentos térmicos que visam reduzir dureza e um que
tem como finalidade aumentar a dureza do material.
4. Diferencie tratamento térmico de tratamento termoquímico.
5. Diferencie cementação de nitretação.

Recapitulando

.Neste capítulo foi visto sobre os diferentes tipos de tratamento térmico e termoquímicos
duas definições e diferenças .

Para saber mais

• “Ciência dos Materiais”. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_dos_materiais> Acesso em 27 de maio
de 2020.

Referências Bibliográficas

[1] Physical property, Wikipedia. Disponível em:


https://en.wikipedia.org/wiki/Physical_property. Acesso em 20 mai 2020.

[2] Densidade, Wikipédia, 07 abril 2020. Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Densidade.


Acesso em 20 maio 2020.

[3] SILAS, J., O que é calor específico?, Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-calor-especifico.htm. Acesso em 20
mai 2020.

[4] VALE, Í, Aula 01 - Introdução aos materiais de engenharia e propriedades. Disponível


em: https://www.passeidireto.com/arquivo/53799107/ok-aula-01-introducao-aos-materiais-
de-engenharia-e-propriedades-2018-2. Acesso em 20 de mai 2020.

73
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
[5] TRIGO, T., “Ensaio de tração,” Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/fisica/ensaio-de-tracao/. Acesso em 20 de maio 2020.

[6] Ensaio de Charpy mede a resistência dos materiais, CIMM, 01 out 2010. Disponível em:
https://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/7379-ensaio-charpy-mede-a-
resistencia-dos-materiais. Acesso em 20 de mai 2020.

[7] Metalografia, Wikipedia. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Metalografia#cite_note-M-1. Acesso em 20 mai 2020.

[8] ETAPAS DO PROCESSO DE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA


METALOGRAFIA, Teclago, 2016. Disponível em: https://www.teclago.com.br/veja-as-
etapas-do-processo-da-preparacao-de-amostras-para-metalografia/. Acesso em 20 mai
2020.

[9] A. P. Boieira e D. Beck, “Tecnologia dos Materiais,” Passo Fundo, 2007, p. 55.

74
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Comunicação e
Relações Humanas
3º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Redação 77
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Dicas para redação 77
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Entendendo as partes da redação 78
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling Unidade 2: Introdução ao Cartão de Visitas 83
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
2.1 O que é um cartão de visitas? 83

Coordenação Geral 2.2 Qual a importância dos cartões de visita? 84


Prof. Aldo Giuntini de Magalhães

Supervisão de área 2.3 Algumas regras para elaboração 85

Prof. Antônio Augusto Moreira de 2.4 Dicas para melhorar os relacionamentos 86


Faria

Instrutores Colaboradores

Bruno Mateus Oliveira Silva

Catharina de Almeida Carvalhais

Gilson Junio Oliveira Andrade

Natalia Alves de Souza

Viviani Cristina de Oliveira

76
Eletricista
TecnologiaInstalador Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Redação

Um começo de conversa

Muitas pessoas possuem propostas em relação a sua realidade de trabalhado, porém na


hora de expressar suas ideias e propor mudanças acabam tendo dificuldades. Por causa
disso, vamos aprender nessa unidade como criar uma redação dissertativa argumentativa.
Embora tenha um nome difícil, a redação dissertativo argumentativa basicamente
apresenta um raciocínio que busca defender um ponto de vista ou questionamento sobre
um determinado assunto.

Objetivos da Aprendizagem

Nos bimestres anteriores nos dedicamos a desenvolver comunicação e boas relações no


trabalho, agora vamos aprender criar uma redação dissertativa argumentativa, baseada
nesses conhecimentos. Como essa modalidade de texto visa convencer, vamos aprender
a usar opiniões e fatos na construção da argumentação.

Em busca de informações

1.1 Dicas para redação

1. Leia com atenção o tema proposto e tome cuidado para não fugir do tema.

2. Antes de escrever, defina sua ideia central, seu objetivo, estabeleça uma linha de
argumentação e uma conclusão.

3. Não escreva frases muito longas, seja direto.

4. Seja claro: evite usar palavras difíceis que possam prejudicar a compreensão de seu
texto.

5. Não use gírias.

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1.2 Entendendo as partes da redação

INTRODUÇÃO

A introdução de redação, geralmente, está dividida em duas partes: contextualização e


tese.

A contextualização é onde se apresenta o tema ao leitor. É possível começar definindo os


conceitos principais, fazendo um percurso histórico, fazendo alusão a algum
acontecimento recente. Há várias formas de se começar a redação, como quando
queremos começar um diálogo.

Depois, é interessante vir a tese, que é um recorte da realidade, uma forma de observar o
fenômeno. Ela pode ser já constituída de duas relações: causa e consequência é a dupla
de relações mais comum.

Exemplo de introdução

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Redação de CAROLINA MENDES PEREIRA

Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de
informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto,
com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por
empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as
notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura
atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal
manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e
merece um olhar mais crítico de enfrentamento.

DESENVOLVIMENTO

Nessa parte do texto, o autor deve criar os argumentos necessários para sustentar,
defender e convencer o leitor a respeito da tese proposta na introdução, de maneira coesa
e coerente.

Há uma seleção das ideias mais consistentes para fundamentar a ideia-central, por isso
certos aspectos e detalhes importantes podem servir para ampliar e explicar o ponto de
vista definido. Usam-se dois ou três parágrafos para essa parte. Assim, no
desenvolvimento fundamenta-se a tese, amplia-se o tema.

Existem muitos recursos linguísticos empregados para persuadir: dados ou fatos que
podem ser comprovados, verdades inquestionáveis, pronunciamentos de pessoas
renomadas, comparações, analogias, raciocínios constituídos de causa e consequência,
entre outros. É o que veremos a seguir:

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TIPOS DE ARGUMENTO

Para o prof. José Luís Fiorin, os tipos de argumentos são:

1. argumento de autoridade: se dá pela citação de autores e autoridades numa área de


saber. Argumentos feitos por meio de citações devem estar bem elaborados e ter ligação
com o tema, caso contrário, o texto ficará descosturado;

2. argumento baseado no consenso: se dá pelo uso de proposições aceitas como


verdadeiras. É preciso não confundir com lugar-comum, de validade discutível e, às vezes,
preconceituosa;

3. argumento baseado em provas concretas (fatos): podem ser estatísticos, dados


históricos, exemplos e têm de gerar conclusão adequada, compatível com os dados
apresentados;

4. argumento baseado em raciocínio lógico: baseia-se na relação lógica entre as


proposições, por exemplo, relação de causa e consequência. É preciso cuidado para evitar
problemas de tautologia e inversão;

5. argumento baseado na competência linguística: caracteriza-se pelo uso da variante


culta da língua ou um vocabulário adequado à situação de interlocução.

Procure observar como os textos são desenvolvidos por seus autores. Veja como ficam
desestimulantes se dizem o que já estamos cansados de ouvir, o que já é lugar-comum.
Observe como ficam interessantes se são construídos com dados recentes, se bem usam
a linguagem figurada, ou se embasam casos concretos.

Ao tentarmos construir nossos argumentos, percebemos o quanto conhecemos do assunto


em pauta. Jamais poderemos opinar e sermos convincentes se não dominarmos
suficientemente o assunto. Por isso, são tão importantes a leitura, a conversa, o debate e
a reflexão. Sem pensamento claro, não há argumentação!

Exemplo de desenvolvimento

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de


limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do
filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na
capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor
para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a
cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno
conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar
do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão
incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento
não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem
grupal.

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Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à
concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-
estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas
identidades. . Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante
interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais,
produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais
algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma
falsa sensação de livre-arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito
poderia assumir.

CONCLUSÃO

Depois de ter feito a introdução e desenvolvido o tema, é na conclusão de uma redação


que deve estar o resumo do que foi escrito, de maneira objetiva, fazendo uma conexão
com todo o texto.

A conclusão de uma redação corresponde ao parágrafo final, com poucas linhas, que
contém a reafirmação do raciocínio desenvolvido. Preferencialmente, possui uma proposta
de intervenção, ou seja, sugestão de solução ou minimização do problema.

Como se trata de finalizar o texto argumento, é necessário usar os as palavras conectivas.


Alguns exemplos de conectivos são: portanto, dessa forma, assim, logo, etc.

Exemplo de conclusão

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as
instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus
alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas
tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela
abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão,
cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e
adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos
novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas
da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e
demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma
sociedade emancipada.

As competências das redações do Enem:

Competência I: demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa

Competência II: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas
de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo

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Competência III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

Competência IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários


para a construção da argumentação

Competência V: elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando


respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural

Exemplo de Redação

• Tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”

Julia Mitie Oya, de 17 anos – São Paulo (SP)

O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os colonizadores,


escravos e imigrantes foram essenciais na construção da identidade nacional, e também,
trouxeram consigo suas religiões. Porém, a diversidade religiosa que existe hoje no país
entra em conflito com a intolerância de grande parte da população e, para combater esse
preconceito, é necessário identificar suas causas, que estão relacionadas à criação de
estereótipos feita pela mídia e à herança do pensamento desenvolvido ao longo da história
brasileira.

Primeiramente, é importante lembrar que o ser humano é influenciado por tudo aquilo que
ouve e vê. Então, quando alguém assiste ou lê uma notícia sobre políticos da bancada
evangélica que são contra o aborto e repudiam homossexuais, esse alguém tende a
pensar que todos os seguidores dessa religião são da mesma maneira. Como já disse
Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria certos esteriótipos que
tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes
errôneas, em suas mentes. Retomando o exemplo dos evangélicos, de tanto que são
ridicularizados por seus costumes e crenças na televisão e na internet e pelos jornais
destacarem a opinião de uma parte dos seguidores dessa religião, criou-se um modelo do
“típico evangélico”, que é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, infelizmente, foi
generalizado para todos os fiéis.

Além disso, percebe-se que certos preconceitos estão enraizados no pensamento dos
brasileiros há muito tempo. Desde as grandes navegações, por exemplo, que os
portugueses chamavam alguns povos africanos de bruxos. Com a vinda dos escravos ao
Brasil, a intolerância só aumentou e eles foram proibidos de praticarem suas religiões,
tendo que se submeter ao cristianismo imposto pelos colonos. É por isso que as práticas
das religiões afro-brasileiras são vistas como “bruxaria” e “macumba” e seus fieis são os
que mais denunciam atos de discriminação (75 denúncias entre 2011 e 2014).

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Portanto, é possível dizer que, mesmo existindo o artigo 208 do código penal, que pune os
crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito presente. Para combatê-la, é preciso
acabar com os estereótipos, ensinando desde cedo a respeitar todas as religiões. Então, o
governo federal deve deixar obrigatória para todos os colégios (públicos e privados) a
disciplina Ensino Religioso durante o Ensino Fundamental. Outro caminho é o incentivo
das prefeituras para que a população conheça as religiões como elas realmente são, e não
a imagem criada pela mídia nem aquela herdada desde a época colonial, promovendo
visitas aos centros religiosos, palestras e programas na televisão e no rádio.

Colocando o conhecimento em prática

A partir da leitura do tema e textos motivadores selecionados pelo professor, e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

Recapitulando

Leia novamente as dicas de redação bem como as competências desejadas pelo Enem e
busque treinar elaborando diferentes textos.

Referências Bibliográficas

Redação no Enem 2017: Cartilha do Participante. Disponível em:


<encurtador.com.br/ehqz9>. Acesso em: 05 maio 2020.
ROCHA, Sara Susane Ribeiro. A construção do texto dissertativo-argumentativo para
o ENEM em redação de alunos de escolas públicas. Disponível em:
<encurtador.com.br/bCDEK>. Acesso em: 05 maio 2020.
VIEIRA, Luana. Redação. Disponível em: <encurtador.com.br/bmLRY>. Acesso em: 05
maio 2020
Manual de Redação. Escola e Faculdade São Marcos. Alvorada, RS. Disponível em:
<encurtador.com.br/emMZ5>. Acesso em: 05 maio 2020.

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Unidade 2: Cartão de
Visitas
Um começo de conversa

Se você empreende ou pretende empreender, logo vai notar a importância de alguns


pontos cruciais, como criar um cartão de visita que permita a divulgação do seu trabalho e
sua empresa. Certas práticas e medidas facilitam a boa administração e dão maiores
chances de prosperidade ao negócio.

É muito importante e válido investir na comunicação online, mas muitos se esquecem que
um bom e velho aperto de mão pode ser a melhor das soluções em muitos casos.

Objetivos da Aprendizagem

O tradicional cartão de visita estabelece a ponte entre seu empreendimento e o parceiro


(investidor, fornecedor ou cliente) em potencial. Quer saber como fazer o seu? Nesta
unidade veremos algumas dicas importantes para elaborar bons cartões.

Em busca de informações

2.1 O que é um cartão de visitas?


O cartão de visitas é a representação da empresa que é entregue para um possível cliente
ou parceiro. Um bom cartão de visitas não deve ter apenas o contato da pessoa e o
logotipo da empresa, mas deve transmitir os valores que a empresa têm e filosofias que
prega.

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2.2 Qual a importância dos cartões de visita?
Mil compromissos e obrigações surgem quando se tem o próprio negócio, principalmente
no início das atividades ou em caso de expansão das operações. Na lista de afazeres do
empreendedor estão a contratação e a gestão de pessoas, o controle financeiro e a
definição dos procedimentos para fabricação de produto ou prestação de serviço.

Tais itens são apenas uma amostra do extenso rol de responsabilidades de quem deseja
empreender. Entre as tarefas, uma das mais importantes é mostrar sua empresa para o
mercado, criando canais de comunicação com os parceiros de forma direta e acertada.

1) Investimento a baixo custo

O consumidor assimila melhor a empresa pelo recurso visual do que quando ouve sua
propaganda no rádio.

2) Fortalecimento da marca

Como o procedimento envolve escolha de cor, modelo, recorte e letra, o item consolida a
identidade visual do seu negócio. Representações simbólicas, slogans e logotipos — já
utilizados, por exemplo, na fachada de sua empresa e nas etiquetas que acompanham os
produtos — podem ser propagados no cartão de visita, fortalecendo a marca.

3) Inclusão de muita informação

Além dos dados tradicionais (nome da empresa, endereço, contato via telefone e redes
sociais), a tecnologia trouxe novidades para o ramo: é possível incluir QR codes no cartão
de visita. Os códigos direcionam a pessoa para páginas na internet, como o site do
negócio, permitindo ao cliente maiores informações sobre o seu empreendimento.

4) Aumento da rede de contatos

Com um cartão de visitas disponível você verá o crescimento no número de parcerias e


vendas. Imagine: o QR-code direcionou o consumidor para a sua loja virtual, onde ele
efetuou uma compra. Ainda, aquele cartão de visita distribuído fisicamente entre clientes
pode colocar você em contato com um novo investidor que pode desejar abrir uma
franquia da sua empresa.

5) Boa impressão do empreendimento

Quando você coloca a identidade visual da sua empresa no papel e o distribui para as
pessoas, você profissionaliza a atividade. Elas têm a noção de uma estrutura empresarial
organizada, séria, comprometida e pronta para oferecer os melhores produtos e serviços.

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2.3 Algumas regras de elaboração
O cartão de visitas é a sua imagem profissional. Portanto, é esperado que você dedique o
mínimo de atenção no ato de entregar o cartão ou de planejar a confecção de um novo.

1) Profissionalize

Vá a uma gráfica e procure um designer, se necessário. Evite ao máximo usar cartões


impressos em casa. Caso você não tenha experiência em fazer cartões, o amadorismo
pode ficar evidente.

2) Seja básico

Nome completo, cargo ou profissão, telefone, fax, e-mail e site. Caso sua empresa tenha
um logotipo que representa a marca, não se esqueça de inclui-lo. Não há necessidade de
preencher todo o espaço do papel com outras informações. O objetivo do cartão de visitas
é facilitar a vida de quem quer encontra-lo.

3) Frente e verso

O cartão duplo pode ser prático para profissionais que precisam incluir outros dados ou a
logomarca de revendedores.

4) Apresentação

Uma recomendação é o uso de no máximo três cores na composição do cartão. Caso a


criação e cores faça parte da rotina da sua profissão, caso seja um designer, por exemplo,
a criatividade não deve ser medida. Lembre-se que a elaboração do design de um cartão
deve combinar com seu tipo de negócio.

O tipo de papel também deve ser levado em conta, utilize um de gramatura mais
resistente.

5) Revisão

Erros de português são inadmissíveis, então dedique um tempo para que nenhuma vírgula
saia errada. Ou peça auxílio a outras pessoas.

6) Armazenamento

Um porta cartão é bem vindo tanto para guardar cartões de visitas novos quanto para
arquivar os que você recebe ao longo de reuniões ou eventos de trabalho.

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2.4 Dicas para elaboração

Reflita: Tire um tempo para planejar os seus cartões de visita. Olhe para todos os cartões
de visita que você coletou durante todos esses anos e preste atenção em todos os
detalhes que inspiram você. Depois, incorpore-os no seu próprio modelo.

Individualidade: Seu cartão de visita deve dizer quem você é e o que você faz. Deve ser
pessoal e ser facilmente reconhecido como o seu cartão de visita.

Relevância: Quem está recebendo o seu cartão de visita? Crie o seu cartão de visita
pensando exatamente em quem estará recebendo-o e maximize o número de contatos
feitos.

Contexto: Seus cartões de visita foram feitos para entregar em reuniões de negócios,
deixar em mesas ou utilizar em eventos? Diferentes eventos requerem diferentes visuais
de cartão de visita. Atente-se nisso.

Impacto: Seus cartões de visita devem ser memoráveis. Eles devem despertar em seu
cliente ou contato interesse em saber mais sobre você ou seu negócio.

Qualidade: Seu cartão de visita deve causar uma boa impressão, tanto para os olhos
quanto para as mãos. Impressione os seus clientes entregando-lhes um cartão bonito e de
qualidade.

Detalhes: Assegure-se de que você colocou suas informações de contato de forma clara e
legível. Não polua com informações desnecessárias (ex.: todas as redes sociais que você
participa), mas tenha certeza de que os seus clientes conseguirão entrar em contato.

Mantenha seus cartões atualizados: Não entregue cartões de visita com informações
desatualizadas. Se você tem um novo produto ou serviço, coloque isso em seus cartões.
Se você utiliza-os como ferramenta de venda, faça pequenos pedidos de cartões e evite
desperdiçar dinheiro com pilhas de cartões com informações desatualizadas.

Apresente-os corretamente: Os japoneses tem uma etiqueta formal estabelecida para


manusear cartões de visita. Você não precisa ir tão longe, mas pense sobre a maneira
como irá entregar os seus cartões para um contato ou um potencial cliente.

Utilize-os: Não há motivo para fazer os cartões de visita mais bonitos do mundo se for
para deixá-los em uma mesa. Carregue sempre consigo um estoque de cartões de visita.
Você nunca saberá quem irá encontrar no caminho, então esteja sempre preparado.

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Colocando o conhecimento em prática

Você possui cartão de visitas? Avalie seu atual cartão, como ele pode te ajudar a melhorar
a divulgação do seu trabalho. Compartilhe suas experiências com os demais alunos da
turma.

Recapitulando

Liste os principais desafios do seu atual trabalho.

Referências Bibliográficas

A Importância de um bom cartão de visitas para sua empresa. Disponível


em:<https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-de-um-bom-cartao-de-visitas-
para-sua-empresa> Acesso em: 02 mai 2020

5 Dicas para montar seu cartão de visitas. Disponível


em:<https://guiaempreendedor.com/5-dicas-para-montar-seu-cartao-de-visitas/> Acesso
em: 02 mai. 2020

6 Regras para montar um cartão de visitas. Disponível


em:<https://exame.abril.com.br/carreira/6-regras-para-montar-um-cartao-de-visitas/2/>
Acesso em: 01. mai 2020

10 Dicas para fazer um excelente cartão de visita. Disponível


em:<https://www.criarcartao.com.br/blog/10-dicas-para-fazer-um-excelente-cartao-de-
visita> Acesso em: 01 mai 2020

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Informática Básica
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Introdução ao OpenOffice Calc 90
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Iniciando uma planilha 91
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Inserindo, excluindo e renomeando planilhas 91
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Inserindo, excluindo e renomeando células das 93
planilhas
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.4 Criando um novo arquivo, salvando e abrindo 94
arquivos já existente
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães
Unidade 2: Fórmulas 98
2.1 Fórmulas 99

2.2 Sobre fórmulas nos programas 103

Unidade 3: Funções 104


Instrutores Colaboradores
3.1 Funções 105
Melchior Melo

Luiza Trindade 3.2 Sobre funções no Calc 106

Lauren Batista
Unidade 4: Gráficos 111
Gabriel Chaves
4.1 Gráficos de colunas 112
Luis Eduardo Brandão

João Victor Miranda 4.2 Gráficos de linhas 112

Isabele Altoé Bissoli


4.3 Gráficos de pizza 113
Victor Plácido
4.4 Inserindo um gráfico 113

4.5 Configurando um gráfico 115

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Introdução
ao OpenOffice Calc

Um começo de conversa

Uma coisa importante nos trabalhos é a organização de informações. Podemos utilizar as


planilhas de várias formas: orçamentos, guardar contatos, cronogramas, listas, relatórios
entre outras. O software responsável pela formatação de planilhas que iremos utilizar é o
OpenOffice Calc. Enquanto o Writer é importante para criar documentos a serem
apresentados, dominar o Calc permite criar arquivos de análise de dados que serão
importantes para as gestões internas de trabalhos, projetos e empresas.
Até mesmo no cotidiano é possível dar um bom uso para o Calc. Você pode fazer um
controle de finanças bem completo através de uma planilha, organizar as tarefas diárias,
semanais, mensais e mesmo anuais. Acompanhar o andamento de afazeres, como obras
em sua casa, pagamento de contas, lugares para ir, etc.
Com essa ideia em mente, vamos explorar os recursos do Calc.

Objetivos da Aprendizagem

O OpenOffice Calc é um software responsável pelo manejo de planilhas eletrônicas, ou


seja, nele você pode efetuar cálculos, analisar informações e visualizar diversos dados,
além de explorar diversos recursos que serão vistos no decorrer deste bimestre.

90
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Em busca de informações

1.1 Iniciando uma planilha

Quando você cria uma nova planilha, a tela do computador é dividida em linhas e
colunas, formando uma grade. A interseção de uma linha e de uma coluna é chamada
de célula. As linhas são numeradas sequencialmente, as colunas são identificadas por
letras também sequenciais, cada célula pela linha e coluna que a forma.
Uma célula pode conter números, texto, fórmulas ou funções. A possibilidade de usar
fórmulas é o que diferencia um programa de planilha de uma calculadora ou Word.
Quando colocamos uma fórmula em uma célula, dizemos que o conteúdo desta célula,
deve ser calculado em função dos valores contidos em outras células.
Normalmente, uma planilha é criada em duas etapas. Primeiro você determina os itens
que deseja calcular e as fórmulas a serem usadas para fazer esse cálculo. Depois, na
fase de utilização da planilha, é preciso digitar os valores correspondentes a cada item,
os resultados serão calculados automaticamente.
Vamos aprender primeiramente como realizar operações básicas com o programa.

1.2 Inserindo, excluindo e renomeando planilhas

Figura 1.1: Página inicial do OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

91
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
No OpenOffice Calc, um arquivo, ou seja, uma pasta, pode conter várias planilhas
diferentes. Uma pasta de trabalho padrão apresenta, inicialmente, apenas uma
planilha.
Caso necessite de mais planilhas, você pode incluí-las clicando no botão “+” na aba
inferior. Também pode-se optar por clicar, com o botão direito, em cima do nome da
planilha e escolher a opção “’Inserir Planilha”. Observe na parte inferior da figura
abaixo a “Planilha 1”.

Figura 1.2: Aba de guias de planilhas

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Caso não necessite mais de uma planilha, você pode excluí-la, simplesmente
selecionando-as e utilizando os comandos: Clique com o botão direito do mouse
sobre a planilha e clique na opção “Excluir planilha...”:

Figura 1.3: Menu de abas de planilhas

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

É fundamental nomeá-las para melhor identificar e distinguir. Os nomes definidos pelo


programa não são bons identificadores para uma planilha. Para nomear a planilha,
utilize um dos seguintes comandos:
• Clique duplamente na guia da planilha que deseja renomear.
• Digite o nome da planilha e pressione a tecla ENTER.

92
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.3 Inserindo, excluindo e renomeando células das planilhas

Imagine que, durante a digitação de uma sequência de dados, algumas informações


foram esquecidas, ficando a tabela incompleta. Os dados podem ser introduzidos
posteriormente nos locais corretos, bastando para isso fazer a escolha adequada
entre as opções de inserção: Selecione o local adequado e clique com o botão direito
e escolha a opção “Inserir..”, Inserir Linhas na Planilha ou Inserir Colunas na Planilha.

Figura 1.4: Menu de abas de planilhas

Figura 1.5: Caixa de opção de “Inserir”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

De modo semelhante, é possível fazer a exclusão de colunas ou linhas, que tenham


sido introduzidas equivocadamente ou que não sejam mais necessárias.
O comando de exclusão de linhas ou colunas pode ser realizado do mesmo modo
que o de inserir. Seleciona-se as células desejadas para exclusão e depois clicando,
com o botão direito, escolhe-se a opção “Excluir...”, em seguida aparecerá as
opções de como excluir. Escolhe-se uma e o conteúdo será excluído.

Figura 1.6: Menu de seleção de células

Figura 1.7: Caixa de opção de “Inserir”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

93
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
A definição de tamanho é extremamente comum para as linhas e colunas. Porém,
no OpenOffice Calc, as linhas e colunas da planilha, que contêm títulos ou aquelas
que contêm células, de conteúdo formatado com um tipo de letra diferente podem
ter a altura modificada. Para alterar, a altura de uma linha ou largura de uma coluna,
faça o seguinte: aponte o mouse entre as linhas 1 e 2, clique e arraste para alterar a
altura da linha ou aponte o mouse entre as colunas A e B, clique e arraste para
alterar a largura da coluna.

1.4 Criando um novo arquivo, salvando e abrindo arquivos já


existentes

Criando um novo arquivo- Para criar um novo arquivo, clique no botão “Arquivo”,
no canto superior esquerdo da tela, abaixo do título do arquivo.

Ao aparecer o menu, escolha a opção “Novo”, em seguida escolha a opção


“Planilha” no novo menu. Para agilizar tudo isso podemos utilizar o atalho “Ctrl +
N”.

Figura 1.8: Criação de nova planilha, através


do Menu principal opção “Novo”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Salvando um arquivo- Para salvar um novo arquivo, clique no botão “Arquivo”,


porém desta vez utilize a opção “Salvar como...”. Outro método mais ágil é
através do atalho “Ctrl + Shif + S”.

94
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.9: Salvar planilha através do menu
principal ou atalho “Ctrl + Shift + S”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Em seguida, selecione o local no qual o arquivo deve ser salvo e o nome que o
arquivo receberá, através da tela anterior. Deixe o tipo de arquivo como “Planilha
ODF (*.ods)”. Este procedimento é o mesmo que utilizamos no OpenOffice Writer.
Não se esqueça de salvar o arquivo com um nome fácil de compreender e em
um local que você lembrará!

Figura 1.10: Caixa de diálogo de escolha de diretório.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Abrindo um arquivo- Para abrir um arquivo já existente, clique no botão
“Arquivo”, selecione a opção “Abrir...” ou através do atalho “Ctrl + O”.

Figura 1.11: Abrindo arquivo através do


menu principal ou “Ctrl+O”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Em seguida, de acordo com a próxima imagem, selecione o local em que o


arquivo se encontra. Selecione-o na tela e clique na opção “Abrir”. Procedimento
análogo ao utilizado no Writer.

Figura 1.12: Caixa de diálogo de escolha de diretório e arquivo.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

96
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade 1:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se à
formatação apresentada;
• Faça alguma modificação nos valores da planilha e salve como um novo arquivo,
preservando o original;
• Abra algum arquivo existente;
• Clique em imprimir e observe as configurações de impressão.
Atividade 2:
• Tente elaborar sua própria planilha, formatando-a com fórmulas, condições e
gerando gráficos a partir dela. Sempre que necessário peça ajuda ao professor.
• Lembre-se que planilhas são extremamente versáteis, portanto, tente criar duas ou
mais planilhas diferentes, tanto no conteúdo como na forma e estrutura. Por
exemplo, monte um cronograma de atividades, utilizando fórmulas condicionais
para marcar atividades feitas e não feitas, e os recursos do Calc para agilizar seu
trabalho, analise e crie também uma planilha sobre orçamento de um trabalho,
utilizando fórmulas para calcular o gasto total.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Quais os tipos de dados podemos utilizar no OpenOffice Calc?
• O que são linhas? O que são colunas?
• Como renomear planilhas?
• Como inserir ou apagar, linhas e colunas, no Calc?
• Como salvar e abrir arquivos, no Calc?

97
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 2: Fórmulas

Um começo de conversa

Um dos recursos mais importantes no OpenOffice Calc é a utilização de Fórmulas para


facilitar nosso trabalho. Muitas vezes, quando estamos lidando com dados,
especialmente números, gostaríamos de realizar operações matemáticas para calcular
determinado valor, como média, entre outros.
Imagine uma planilha onde constam todas as notas das atividades avaliativas do CIPMOI
neste ano. Cada linha representa um aluno. Cada atividade avaliativa representa uma
coluna. O instrutor responsável por esta planilha vai desejar realizar a soma de todas as
atividades a fim de verificar se o aluno foi aprovado ou não. Ou seja, a soma de todas as
atividades deve ser superior a 60. Imagine que cada linha da planilha represente um
aluno. Para saber se ele foi aprovado ou não, será usada uma fórmula para calcular a
soma de todos os valores na linha deste aluno.
Com esta ideia em mente, vamos explorar esse recurso nos programas.

Objetivos da Aprendizagem

Nesse capítulo, vamos aprender como utilizar o processamento do computador a nosso


favor para realizar operações matemática simples no nosso dia a dia.

98
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 Fórmulas

Voltamos a relembrar: OpenOffice Calc e Microsoft Office Excel são softwares


responsáveis pelo manejo de planilhas eletrônicas, com dados e informações. Seu uso
permite ganhar eficiência e agilidade no computo de variáveis essenciais no dia a dia
como soma, média, mediana entre outras funções matemáticas.

Figura 2.1: Planilha Exemplo 1.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Quando abrimos o OpenOffice Calc , por exemplo, já aparece um desenho básico de


planilha na tela. Precisamos, então, organizar as informações em linhas e colunas e
determinar uma região para cada tipo de informação.
No layout, apenas definimos onde cada informação será colocada, mas ainda não a
digitamos. No nosso exemplo, vamos registrar o faturamento de cada um dos quatro
produtos, mês a mês. A partir dessas informações, calcularemos:
• O faturamento mensal de cada produto.
• O faturamento anual de cada produto.
A planilha tem espaços reservados tanto para as informações que serão digitadas
quanto para as que serão calculadas automaticamente.
As informações serão digitadas da célula B4 até a célula E15. Por exemplo, na célula
B4 digitaremos o faturamento do mês de janeiro correspondente a engrenagens; na
célula C4, o faturamento de janeiro de parafusos; na célula B5, o faturamento de
fevereiro de engrenagens, e assim por diante, até o faturamento de dezembro de
arruelas na célula E15. Observe na imagem abaixo a região em vermelho onde serão
inseridos os dados manualmente.

99
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.2: Planilha Exemplo 1.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

As informações da coluna F, indicada pela seta, sobre faturamento mensal total, e as


informações da linha 17, sobre o faturamento anual por produto, serão calculadas
automaticamente.
Primeiro, vamos escrever as fórmulas para calcular o faturamento total mensal (coluna
F). Esse faturamento é a soma dos valores vendidos de cada produto.
Assim, o faturamento total de janeiro (célula F4) será a soma do faturamento de cada
produto nesse mês (da célula B4 até a E4). Portanto, na célula F4 digitaremos a
seguinte fórmula:
F4 =B4+C4+D4+E4
Isso indica para o programa de planilha que o valor de F4 será a soma dos valores das
células B4, C4, D4 e E4.

100
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Figura 2.3: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula F4

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

A fórmula da célula F5 é muito parecida com a fórmula da célula F4 e o mesmo


acontece com todas as células, até F15.
F4 = B4+C4+D4+E4
F5 =B5+C5+D5+E5
F6 =B6+C6+D6+E6
...
F15 =B15+C15+D15+E15
Como seria bastante trabalhoso digitar essa mesma fórmula 12 vezes, vamos copiá-
la. Posicione o cursor sobre a célula F4.
Abra a guia Início e escolha o comando Copiar (CTRL + C); o computador copiará o
conteúdo de F4.
Selecione da célula F5 à F15. Para isso, clique sobre a célula F5 e, mantendo o botão
do mouse pressionado, arraste-o até a célula F15.
Pressione a tecla ENTER.
O programa percebe que a fórmula mudou de linha e altera o seu conteúdo: em vez
de copiar =B4+C4+D4+E4 para todas as linhas, ele adequará a fórmula para cada
linha. Assim, na célula F5 será escrito =B5+C5+D5+E5; na célula F6, =B6+C6+D6+E6
e assim por diante.
O procedimento para calcular o faturamento anual de cada produto é bastante
parecido com o anterior: o faturamento anual de engrenagens é a soma do seu
faturamento em cada mês. Na célula B17, poderíamos digitar a seguinte fórmula:

101
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
B17 =B4+B5+B6+B7+B8+B9+B10+B11+B12+B13+B14+B15

Figura 2.4: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

2.2 Sobre fórmulas nos programas

No OpenOffice Calc, podemos usar todas as operações matemáticas que você já


aprendeu em suas aulas de Matemática no CIPMOI. Todos os operadores básicos,
como Adição, Subtração, Multiplicação, Divisão, Exponenciação e Porcentagem
podem ser utilizados. Lembre-se que para aplicar uma fórmula numa célula, devemos
colocar antes de tudo, um sinal de “=” (igual) para que o programa entenda que se
trata de uma fórmula. Observe a tabela abaixo com os operadores do Calc e seu
exemplo.
Tabela 2.1: Tabela de operações aritméticas.
Operador aritmético Significado Exemplo

+ (sinal de mais) Adição =3+3

– (sinal de menos) Subtração =3–3


Negação =-3

* (asterisco) Multiplicação =3*3


/ (sinal de divisão) Divisão =3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 30%

^ (acento circunflexo) Exponenciação =3^3

Fonte:“https://support.office.com/pt-br/article/vis%C3%A3o-geral-de-f%C3%B3rmulas-no-Calc-
ecfdc708-9162-49e8-b993-c311f47ca173” Acesso em 30 de julho de 2018.

102
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se
à formatação e às fórmulas apresentadas.
• Busque realizar operações matemáticas utilizando as tabelas da seção 11.4 deste
capítulo.
• Agora, utilize as operações lógicas, também na seção 11.4 para comparar os
valores das células. Observe que os resultados são mostrados como
VERDADEIRO ou FALSO.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Como inserir fórmulas em uma planilha?
• Quais são as operações matemáticas que podem ser utilizadas?
• Quais são as operações lógicas que podem ser utilizadas?

103
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 3: Funções

Um começo de conversa

No último capítulo, aprendemos a utilizar as fórmulas do Calc. Aprendemos quais


operações matemáticas são possíveis de serem inseridas, aprendemos as operações
lógicas que podem ser utilizadas e realizamos um exemplo da utilização de fórmulas.
Entretanto, operações matemáticas grandes, como médias, soma de muitas células,
dentre outras podem se tornar muito complicadas para serem feitas utilizando apenas
fórmulas.
Para isso, o OpenOffice Calc, nos permite utilizar um outro recurso importante para facilitar
nossas vidas: as funções. Através delas, fórmulas que se apresentariam muito grandes e
custosas para a realização, podem ser feitas através de um simples comando e de sua
correta configuração e manejo.
Neste capítulo, seguiremos com o exemplo utilizado na Unidade 2, porém
acrescentaremos fórmulas ao seu uso.

Objetivos da Aprendizagem

Voltamos a relembrar: OpenOffice Calc é um software responsável pelo manejo de


planilhas eletrônicas, com dados e informações. Nesse capítulo, vamos entender como
aplicar funções pré-definidas pelo programa. E realizar juntos um exemplo de aplicação de
fórmulas no Calc.

104
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

3.1 Funções

No final da seção 2.1 da unidade anterior, estávamos a calcular o total de unidades


vendidas em um ano para cada produto (Engrenagens, Parafusos, Porcas e Arruelas).

Figura 3.1: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para tal, foi utilizada a seguinte fórmula:


B17 =B4+B5+B6+B7+B8+B9+B10+B11+B12+B13+B14+B15
Porém, quando a fórmula de soma for muito grande, usaremos a função SOMA do
OpenOffice Calc, que facilita o cálculo, somando todas as células especificadas.
Na célula B17, a fórmula será: B17 =Soma(B4:B15).
A notação B4:B15 indica que devem ser utilizadas todas as células no intervalo de B4 até
B15. Assim, essa fórmula irá somar os valores em todas essas células e exibir o resultado
na célula B17. Observe sua utilização na imagem a seguir:

105
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.2: Planilha Exemplo 1 com aplicação da função soma em B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

A seguir, precisamos copiar essa fórmula para as células de C17, D17 e E17. Podemos
usar o mesmo procedimento que foi descrito acima. O programa perceberá que elas
foram colocadas em outra coluna e ajustará as referências das colunas
automaticamente. Assim, após copiar a fórmula para a coluna C17, teremos
=Soma(C4:C15); na célula D17 aparecerá =Soma(D4:D15), e assim por diante.
Agora, nossa planilha está completa e basta digitar os valores unitários relativos a cada
mês e a cada tipo de produto, das linhas 4 a 15, das colunas B a E. O programa nos
dará, automaticamente, os valores da linha 17 e da coluna F.

3.2 Sobre funções no Calc

A rapidez é uma das grandes vantagens dos programas de planilha. Se você cometer um
erro ou quiser modificar o valor de uma célula, basta digitar o valor correto e todos os
outros valores serão atualizados automaticamente.
Funções de uma planilha são comandos mais compactos e rápidos para se executar
fórmulas. Com elas é possível fazer operações complexas com uma única fórmula. As
funções são agrupadas em categorias, para ficar mais fácil a sua localização. As funções
também facilitam o trabalho com planilhas especializadas. Por exemplo, um engenheiro
pode utilizar funções matemáticas para calcular a resistência de um material. Um
contador usará funções financeiras para elaborar o balanço de uma empresa. Entre as
diversas funções, destacam-se:
• Funções financeiras - Para calcular juros, rendimento de aplicações, depreciação de
ativos etc.
• Funções matemáticas e trigonométricas - Permite calcular raiz quadrada, fatorial,
seno, tangente etc.

106
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Funções estatísticas - Para calcular a média de valores, valores máximos e mínimos
de uma lista, desvio padrão, distribuições etc.
• Funções lógicas - Possibilitam comparar células e apresentar valores que não
podem ser calculados com fórmulas tradicionais.
A escolha de um ou outro tipo de função depende do objetivo da planilha. Por isso, a
Ajuda do programa de planilha é um valioso aliado. Ela contém a lista de todas as
funções do programa, normalmente com exemplo.
Para ilustrar, usaremos a função estatística MÉDIA e a função lógica SE em uma
planilha que controla a nota dos alunos de uma escola. Se a média for superior a 5, o
aluno é aprovado; caso contrário, é reprovado.
Na tela abaixo, as notas foram digitadas nas colunas de B até E e suas médias
colocadas na coluna F, com o auxílio da função MÉDIA. Essa função calcula a média
das células indicadas. Para aplicá-la:

Figura 3.3: Planilha Exemplo 2.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Digite a fórmula =Média(B3:E3) na célula F3. Ela indica o próximo passo a ser dado: o
cálculo da média das células de B3 a E3 (a média de B3, C3, D3 e E3).

107
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.4: Planilha Exemplo 2 com a função Média.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para que o programa indique se um aluno foi aprovado ou não, a média obtida por esse
aluno deve ser comparada com 5. Isso é feito digitando-se a fórmula
=Se(F3<5;”Reprovado”;”Aprovado”) na célula G3. Aprendemos o comando de
comparação na unidade anterior. Aqui, ele é usado dentro de uma função a fim de
configurá-la de forma a garantir seu funcionamento.
O conteúdo da célula G3 é determinado pela condição de teste F3<5. Ela exibirá o
“Reprovado” caso a condição F3<5 seja verdadeira, ou seja, se o aluno obtiver média
inferior a 5. Mostrará o valor “Aprovado” no caso de a condição F3<5 ser falsa, ou seja,
se o aluno obtiver uma média igual ou maior que 5.

Figura 3.5: Planilha Exemplo 2 com a aplicação de condição “SE”.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

108
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Segue abaixo uma lista das principais funções do Calc:

Tabela 3.1: Lista das principais funções do OpenOffice Calc.


=SE() Verifica se a condição desejada é verdadeira. Este teste incluem conferir qual valor é maior
entre duas células ou o resultado da soma de determinadas células

=E() Confere se dois testes lógicos são verdadeiros ao mesmo tempo


=OU() Confere se apenas um de dois testes lógicos é verdadeiro
=PROCV() Procura determinados valores em células específicas e retornar o valor de outra célula na mesma
linha
=PROCH() Procura um valor em uma linha e retorna o valor de outra célula na mesma coluna

=DIATRABALHOTOTAL() Calcula quantos dias existem entre duas datas e retorna apenas os dias da semana

=MÊS() Calcula quantos meses de diferença existem entre duas datas

=ANO() Retorna o ano em uma data


=HORA() Retorna apenas a hora de uma célula que contenha um horário

=MINUTO() Retorna apenas o minuto de uma célula que contenha um horário

=SEGUNDO() Retorna apenas o segundo de uma célula que contenha um horário

=HOJE() Retorna o dia atual (baseado no horário do sistema)


=AGORA() Retorna a hora atual (baseado no horário do sistema)
=MÉDIA() Calcula a média entre uma série de entradas numéricas

=MED() Encontra o valor do meio de uma série de células


=MODO() Analisa uma série de números e retorna o valor mais comum entre eles

=SOMA() Retorna a soma total entre os valores inseridos


=SOMASE() Adiciona os valores de um intervalo especificado apenas se elas passarem em um teste lógico

=MULT() Multiplica os valores do intervalo


=MÍNIMO() Retorna o menor número encontrado em um intervalo
=MÁXIMO() Retorna o maior número encontrado em um intervalo
=CONT.VALORES() Conta o número de células que não estão vazias no intervalo

=CONT.SE() Conta o número de células que passam em um teste lógico

Fonte: Visão geral de fórmulas no Excel, disponível em:” https://support.office.com/pt-


br/article/vis%C3%A3o-geral-de-f%C3%B3rmulas-no-Calc-ecfdc708-9162-49e8-b993-
c311f47ca173” Acesso em 30 de julho de 2018.

109
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se à
formatação e às funções apresentadas.
• Utilize em uma linha da tabela a fórmula SOMA() e divida pelo número de dados
utilizados. Compare seu valor com a utilização da função MEDIA().
• Utilize a função CONT.SE() tendo como condição a soma de números superiores a
50.

Recapitulando

• Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Como inserir funções em uma planilha do Calc?
• Por que algumas funções são mais práticas sendo que podemos utilizar fórmulas
para realizar os mesmos procedimentos no Calc?
• Quais são as operações lógicas que podem ser utilizadas?

110
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 4: Gráficos

Um começo de conversa

Nos últimos capítulos, aprendemos a trabalhar no Calc, utilizando seus recursos básicos,
suas fórmulas e funções. Nosso aprendizado, sobre o OpenOffice Calc está quase
completo, entretanto, ainda resta aprender um recurso muito importante: a obtenção de
gráficos no programa.
Visto que o OpenOffice Calc é um programa que lida com dados, é natural que
desejemos gerar gráficos a partir de determinados valores. Em uma planilha onde estão
os dados de vendas ao longo de um ano, um analista gostaria de verificar visualmente a
evolução das vendas nesse período, a forma mais prática é através da criação de um
gráfico com os dados da planilha.

Objetivos da Aprendizagem

Para finalizarmos nosso aprendizado sobre o OpenOffice Calc, vamos aprender a realizar
gráficos e formatá-los.

111
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

Gráficos são representações visuais utilizadas para exibir dados, o Calc fornece a
possibilidade de utilizar vários modelos, focaremos nos 3 mais utilizados.

4.1 Gráficos de colunas

Esse modelo de gráfico também é conhecido como “Gráfico de Barra”, eles são usados
para comparar quantidades ou mesmo demostrar valores pontuais de determinado
período. As colunas podem surgir horizontal ou verticalmente. Veja o exemplo a seguir:

Figura 4.1: Gráfico de Colunas ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.2 Gráficos de linhas

Esse modelo de gráfico também é conhecido como “Gráfico de Segmento”, ele é usado
para apresentar valores em determinado espaço de tempo. Sua finalidade é mostrar as
evoluções ou diminuições de algum fenômeno. Veja o exemplo a seguir:
Figura 4.2: Gráfico de Linha ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

112
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.3 Gráficos de pizza

Esse modelo de gráfico possui um formato circular, semelhante a uma pizza, também é
conhecido como “Gráfico de Setores”. Neste gráfico, os valores de cada categoria
estatística representada são proporcionais às respectivas frequências ou intensidade:

Figura 4.3: Gráfico de Linha ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.4 Inserindo um gráfico

Primeiramente, devemos criar uma tabela com os valores que se deseja criar o gráfico.
Usaremos como exemplo uma tabela sobre os gastos mensais de uma pessoa. Após
preencher os dados corretamente, selecione os valores conforme o exemplo a seguir:

Figura 4.4: Seleção de dados para a confecção de gráficos.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

113
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em seguida, clique na guia “Inserir”. Ao clicar na guia, escolha a opção “Gráfico...”:

Figura 4.5: Criação de gráfico através da opção “Inserir” e “Gráfico do menu principal.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

No menu “Assistente de gráficos” usaremos o gráfico do tipo barra:

Figura 4.6: Assistente de gráficos. Caixa de diálogo que permite escolher o tipo,
intervalo de dados entre outros parâmetros.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Escolha o estilo de colunas que você preferir, assim, o gráfico é gerado automaticamente.

Figura 4.7: Gráfico de Colunas.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

114
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
O gráfico se comporta como uma imagem. É possível movê-lo ou aumentá-lo como uma
imagem, observe a alteração:

Figura 4.8: Caixa de alteração de tamanho do gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.5 Configurando um gráfico

Ao clicar duas vezes, com o botão esquerdo, em cima do gráfico aparece um menu de
configurações do gráfico na aba superior. Neste menu é possível alterar o tipo de gráfico
escolhido, legenda, titulo, e os dados de linhas e colunas da tabela, que originou o gráfico
e também inserir mais dados.
Figura 4.9: Guia de Formatação de Gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Essa guia de Formatação de Gráfico permite:


• Selecionar um elemento específico do gráfico para modificação;
• alterar o tipo de gráfico;
• Alterar o título e legenda;
• terar o intervalo de dados;
• Marcar os eixos do gráfico;
• Ativar ou desativar as grades do gráfico.

115
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para inserir títulos no gráfico clicamos duas vezes sobre o gráfico, e em seguida
apertamos o botão direito do mouse. Ao mostrar o menu ilustrado na figura abaixo,
selecionamos a opção “Inserir títulos..”.
Quando aparecer a caixa de diálogo Título, fazemos a alteração desejada e apertamos
“Ok”.

Figura 4.11: Menu rápido do gráfico.


Figura 4.10: Menu rápido do gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para inserir legenda seguimos o mesmo procedimento usado para inserir o título. No
entanto ao criarmos o gráfico ela é gerada automaticamente.

116
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Escreva a tabela a seguir:

Figura 4.12: Tabela exercício

Fonte: Microsoft Office Excel

• Crie um gráfico de barras, para analisar o total vendido de cada produto;


• Crie um gráfico de pizza, para analisar a quantidade de produtos vendidos.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado, tente responder com suas palavras:


• O que são gráficos de barras, linhas e pizza?
• Explique o passo a passo para se criar um gráfico.
• Para que serve o grupo de guias intitulado ferramentas de gráficos?

Referências Bibliográficas

DALCERO, Leandro. OpenOffice Calc. Prefeitura de Petrópolis. Disponível em:


http://www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/openoffice_calc.pdf. Acesso em: 12 de
maio. de 2020.
MOLEIRO, Marcos. A. Apostila do BrOffice – Disponível em:
http://www.drh.uem.br/tde/apostila_BrOffice_3.3.x-TDE-Ver04.2011.pdf. Acesso em: 12
de maio. de 2020.

117
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Matemática
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida Unidade 1:Juros Simples e Compostos 120
Vice-reitor
Um começo de conversa 120
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Objetivos da aprendizagem 120


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
Em Busca de Informações 121
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
1.1 Revisão de porcentagem 121
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.2 Conceitos de Matemática Financeira 122
Coordenação Geral
1.3 Juros Simples 123
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães

1.4 Juros Compostos 124

Colocando o conhecimento em prática 127

Gabarito 128

Instrutores Colaboradores
Unidade 2: Custos de soldagem 129
2.1 Classificação dos custos 130
Caio César

Gean Teixeira 131


2.2 Como calcular
Guilherme Oliveira 134
2.3 Custo total
Rodrigo Cristiano
134
Thales Thomé Nogueira 2.4 Maneiras para aumentar a produtividade

Diego Silva

Henrique Costa Unidade 3: Média Aritmética 136


Luíza Lopes Abreu Mappa 137
3.1 Introdução
João Pedro Barreto
3.2 Média Aritmética Simples 137
Rebeca Nascimento Burini
3.3 Média Aritmética Ponderada 140
André Guanaes Rosetti

Marcela Martins

Allef Santos Pereira

Victor Hugo Brum Biscaro

119
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Juros
Simples e Compostos
Um começo de conversa

O conceito de juros é muito antigo, tendo sua existência observada desde as primeiras
civilizações, antes da criação do dinheiro, onde ele era aplicado sobre os produtos
agrícolas, entre outros. Ademais, desde então ele faz parte do cotidiano da nossa
sociedade pois é o principal negócio dos bancos e instituições financeiras, que
emprestam dinheiro aos clientes, para cobrar um “pouco” mais depois de certo tempo.
Assim, ele está presente em quase toda transação financeira que as pessoas fazem,
como o uso do cartão de crédito, empréstimos, investimentos, parcelamento de
produtos, etc. Os exemplos são inúmeros. Prosseguindo, não é preciso dizer que essa
é uma disciplina indispensável para qualquer pessoa que queira cuidar bem de seu
dinheiro e usá-lo a seu favor.

Objetivos da Aprendizagem

Essa é umas das disciplinas mais importantes da matemática do ensino básico. Pois,
possui inúmeras aplicações no cotidiano, principalmente no mercado financeiro. Dessa
forma, ele é uma ferramenta simples porém extremamente útil na vida das pessoas.
Assim, com seu auxilio, poderemos calcular qual investimento seria melhor em um certo
prazo, qual a melhor forma de comprar um produto, à vista ou a prazo, quanto
pagaríamos de juros se deixássemos de pagar a fatura do cartão de credito e qual a
melhor opção de empréstimo para uma determinada situação, além de outras situações
do cotidiano. Por fim, nessa unidade é recomendado o uso de calculadora, pois em
alguns cálculos, de potência por exemplo, ficaria bem complicado e demorado fazê-los
manualmente.

120
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

1.1 Revisão de porcentagem

A porcentagem é essencial no estudo dos juros e da matemática financeira no geral, por


isso vamos fazer uma revisão rápida e sucinta desse conteúdo.

Definição: Porcentagem é uma divisão por 100 e é representada pelo símbolo %.

x
x% =
100
Representações de porcentagem: A porcentagem pode ser representada de várias
maneiras, inclusive graficamente e listamos algumas formas, através do exemplo abaixo.
Figura 1.1: Representação de 10%

10
10
10% = = 0,1 =
100 90

Fonte: Acervo do autor


Cálculo de Porcentagem: Para calcular a porcentagem basta multiplicar o x% pelo valor
desejado, como exemplificado abaixo.

x%  valor = x% de valor = Resposta


Exemplo de cálculo de Porcentagem

10% 300 = 10% de 300 = 30

Lembre-se que o x% pode ser representado de várias maneiras, como representado


abaixo.

10
 300 = 0,1  300 = 10%  300 = 10% de 300 = 30
100

Aumento Percentual: Para calcular o aumento de x% em um determinado valor, basta


somar o valor a x% do valor.

valor + x%  valor= Resposta OU valor  (1 + x%) = Resposta

121
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Exemplo do cálculo de Aumento percentual: O valor de uma geladeira, que custava
R$ 800,00 reais, aumentou em 12%. Assim, qual o novo preço do produto?

800 + 12%  800 = 896 OU 800  (1 + 12%) = 896

Portanto, o novo preço da geladeira é R$ 896,00.

Desconto percentual: O Cálculo do desconto percentual é análogo ao aumento


percentual. Dessa forma, para calcular o desconto de x% em um determinado valor, basta
subtrair x% do valor de valor.

valor − x%  valor = Resposta OU valor  (1 − x%) = Resposta

Exemplo do cálculo de Desconto percentual: O valor de um ar-condicionado, que


custava R$ 1200,00 reais, está com desconto de 20%. Assim, qual o novo preço do
produto?

1200 − 20% 1200 = 960 OU 1200  (1 − 20%) = 960

1.2 Conceitos de Matemática Financeira

A matemática financeira é a parte da matemática que estuda a equivalência dos capitais


no tempo, ou seja, como seu dinheiro se comporta no decorrer do tempo. Desse modo, é
facilmente aplicável no cotidiano, como em empréstimos, parcelamento de produtos,
investimentos, cartão de crédito, entre outros. Dessa maneira, vamos apresentar abaixo
seus conceitos fundamentais.

Capital (C): Valor que está aplicado nesse momento, pode ser um investimento, dívida ou
empréstimo. Assim, no caso de um investimento é o valor atual que a pessoa tem na
aplicação, no caso da dívida é a dívida atual e no empréstimo, o valor que está devendo.

Taxa (i): Também chamada de taxa de juros, é o valor percentual pago pelo uso do
dinheiro, está sempre atrelada a um prazo. Por exemplo, em um empréstimo além do
valor que pegou emprestado a pessoa ainda paga a mais pelo aluguel do dinheiro. Por
fim, ele é sempre expressa em tempo, por exemplo ao ano, ao dia, ao mês.

Juros (J): Conceito muito atrelado à taxa de juros, corresponde ao valor obtido pelo
empréstimo do capital de acordo com uma taxa e em um determinado período, pode ser a
regime de juros simples ou compostos. Assim, é aquele valor que as pessoas pagam a
mais quando atrasam uma dívida, por exemplo a fatura do cartão de crédito.

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Montante (M): Montante equivale a soma entre o capital e os juros. Assim, no caso de um
investimento é o valor total que a pessoa retira depois de determinado tempo aplicado.

M =C+J
Tempo (t): Tempo é uma grandeza fundamental na matemática financeira, sempre
relacionado ao capital que está aplicado.

1.3 Juros Simples


Em um regime de Juros Simples, os juros são sempre calculados em relação ao capital
inicial, período a período. Dessa forma, o valor dos juros são constantes em cada período
de tempo.

Por exemplo, João aplica R$ 100,00 em um determinado investimento, a uma taxa de 5%


ao mês, durante 6 meses. Assim, quanto de juros o investimento renderá em cada mês?
Figura 1.2: Tabela de rendimento de juros simples

Mês (t) Capital (C) Juros Simples (J) Montante (M)


1° R$ 100,00 5% de 100 = 5 R$ 105,00
2° R$ 105,00 5% de 100 = 5 R$ 110,00
3° R$ 110,00 5% de 100 = 5 R$ 115,00
4° R$ 115,00 5% de 100 = 5 R$ 120,00
5° R$ 120,00 5% de 100 = 5 R$ 125,00
6° R$ 125,00 5% de 100 = 5 R$ 130,00
Fonte: Acervo do autor

Aqui percebemos que, como o investimento foi feito no regime de juros simples o
rendimento ao mês é sempre igual, pois a taxa de juros é sempre referente ao primeiro
capital investido, que no caso foi de R$ 100,00. Assim, a resposta da pergunta é R$ 5,00.

Fórmula para o cálculo dos juros simples: A seguir apresentamos a fórmula usada no
cálculo dos juros simples. J : Juros Simples
C: Capital
J = C i t i: Taxa
t : tempo

Assim, para calcular o montante podemos usar a seguinte fórmula, já apresentada.

M : Montante
M =C+J C: Capital
J : Juros

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Exemplo: João quer saber quanto receberá mantendo o seu dinheiro no investimento,
apresentado acima, na tabela, em 13 meses. Assim, esse problema poderia ser resolvido
fazendo a tabela e as contas manualmente até o 13° mês. Entretanto, uma maneira mais
fácil é usando a fórmula de juros simples com as informações disponibilizadas no
enunciado e é importante lembrar que x% = x/100.
Informações
C: R$ 100,00 5
i : 5% ao mês J = 100  13 = 65
100
t : 13 meses

Portanto, o investimento de João rendeu R$ 65,00 nos 13 meses que o capital foi
investido. O montante resgatado por ele é calculado abaixo.
Informações
C: R$ 100,00 M = 65 + 100 = 165
J : R$ 65,00

No final dos 13 meses João resgatará além dos R$ 100,00 inicias, R$ 65,00 de juros
atrelado ao investimento que no total será um montante de R$ 165,00.

1.4 Juros Compostos


O Juros composto é o mais comum no mercado financeiro e extremamente útil em
situações do cotidiano, por isso é imprescindível o seu aprendizado,.

No regime de juros compostos, ou capitalização acumulada, os juros são sempre


calculados em relação ultimo valor , período a período. Dessa forma, os juros são
crescentes em cada período de tempo, apesar da taxa ser constante o valor do montante
aumenta com o tempo, por isso o valor dos juros também aumenta.

Voltamos ao nosso amigo João que fez o mesmo investimento anterior, porém no regime
de juros compostos, o chamado juros sobre juros. Dessa forma, observe a tabela.

Figura 1.3: Tabela de rendimento de juros compostos

Mês (t) Capital (C) Juros Compostos (J) Montante (M)

1° R$ 100,00 5% de 100,00 = 5,00 R$ 105,00


2° R$ 105,00 5% de 105,00 = 5,25 R$ 110,25
3° R$ 110,25 5% de 110,25 = 5,5125 R$ 115,7625
4° R$ 115,7625 5% de 115,7625 = 5,788125 R$ 121,550625
5° R$ 121,550625 5% de 121,550625 = 6,07753125 R$ 127,62815625
6° R$ 127,62815625 5% de 127,62815625 = 6,3814078125 R$ 134,0095640625
Fonte: Acervo do autor

Informações: C: R$ 100,00 t : 6 meses i: 5% ao mês

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Analisando a tabela acima, podemos perceber que apesar da taxa de juros não variar o
valor dos juros aumenta, mês a mês, isso ocorre pois o valor sobre o qual o juros é
cobrado aumenta com o tempo. Ademais, analisando as duas situações, notamos que nos
primeiros meses os valores são bem próximos, porém com o tempo vão se distanciando.
Dessa forma, essa diferença foi gerada pelo fato de que, no sistema de juros compostos,
deve-se calcular os juros no fim de cada período, formando um capital sobre o qual se
calculam os juros do período seguinte, o que chamamos “juros sobre juros”.

Por fim, os Juros Compostos é o regime de juros que os bancos e demais instituições
financeiras praticam em suas transações. Dessa maneira, é preciso ficar atento ao uso do
cartão de crédito, empréstimos, financiamentos, entre outros. Pois, além de altas taxas de
juros, nesse regime os valores podem aumentar rapidamente.

Assim, como no início, João gostaria de calcular o valor do montante do investimento no


13° mês, entretanto fazer essa cálculo manualmente se torna inviável pra períodos de
tempo muito longos. Por isso, vamos apresentar uma fórmula para calcular isso
facilmente.

Fórmula para o cálculo dos juros composto: Essa expressão é análoga ao de aumento
percentual, entretanto aqui ela acontece varias vezes, por isso usamos potência.

M : Montante
M = C  (1 + i ) t C : Capital
J : Juros
i : Taxa

Lembre-se que aqui também é válido o uso da fórmula: M = C + J

O montante que João resgatará no final do período de 13 meses pode ser calculado pela
fórmula abaixo.
Informações
5 13
M = 100  (1 + ) = 188,56 C: R$ 100,00
100 i : 5% ao mês
t : 13 meses

Com o uso da equação, M = C + J, podemos calcular o juros do período, que foi de R$


88,56.

188,56 = 100 + J J = 88,56


Analisando os resultados anteriores, no regime de juros simples o valor do juros final foi
de R$ 65,00 e no regime de juros compostos de R$ 88,56, e isso ocorreu em um período
relativamente pequeno de investimento.

Exemplo: Tião quer saber quanto pagaria ao final de um ano se deixasse de pagar sua
fatura de cartão de crédito. Assim, sabendo que sua fatura é de R$ 1000,00 e a taxa de
juros cobrada pelo banco é de 9,79% ao mês , qual o valor que ele teria que pagar.

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Observação: A taxa de juros sempre deve estar de acordo com o tempo, se não estiver é
preciso converter a medida de tempo para se adequar a taxa. Assim, nesse exemplo,
devemos converter o ano para 12 meses, para ajustar a taxa de 9,79% ao mês.
Informações do problema

C: R$ 1000,00 i : 9,79% ao mês t : 1 ano ou 12 meses


M = C  (1 + i)t M =C+J
9,79 12 3067,28 = 1000 + J
M = 1000  (1 + )
100 J = 2067,28
M = 3067,28

Portanto, no fim de um ano, se a fatura não for paga, Tião terá que desembolsar R$
3067,28 para quitar sua dívida, R$ 2067,28 a mais, por contas dos juros. Assim, sempre
evite deixar de pagar a fatura, pois em pouco tempo a dívida aumenta bastante.

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Colocando o conhecimento em prática

1. O salário de Felipe é de R$ 2000,00 por mês e o de Renato corresponde a 85% do salário de


Felipe. Qual é o salário de Renato?

2. O salário líquido de Tiago é de R$ 1 100,00. Sabe-se que são descontados 17% do seu
salário para o pagamento de impostos. Qual é o salário bruto de Tiago?

3. Calcule o juros, simples, produzido por R$ 50000,00, durante 2 anos, a uma taxa de 2,5% ao
mês.

4. Em uma promoção, o preço de um celular passou de R$ 499,00 para R$ 399,00. Qual foi o
desconto nessa promoção?

5. O gerente de um Banco me emprestou R$ 7200000 por 60 dias à taxa de 8,2% ao mês.


Vencido esse prazo, quanto devo pagar ao banco?

6. Por quanto tempo uma pessoa deve aplicar o capital de R$ 10000,00 para que renda R$
4000,00 a uma taxa de 5% ao mês, em juros simples?

7. Uma pessoa faz um empréstimo de R$ 500 000,00 e, após 8 meses, paga o montante
(capita + juros) de R$ 980 000,00. Sabendo que o empréstimo foi a regime de juros simples,
qual a taxa do empréstimo?

8. Se uma mercadoria cujo preço é de R$ 200,00 for paga em 6 meses, com taxa de 20% ao
ano, quanto será pago de juros no sistema de juros simples?

9. Na compra de um imóvel, cujo valor à vista é de 120000,00, foi dada uma entrada de 20% e
o restante foi financiado em duas prestações mensais e iguais. Sabendo que a taxa de juros
foi de 18% ao mês, qual será o valor de cada prestação?

10. Quanto receberá de juros, no fim de um semestre, uma pessoa que investiu, a juros
compostos, a quantia de R$ 6 000,00 à taxa de 1% ao mês?

11. Calcule o montante produzido por R$ 5 000,00 aplicado à taxa de 6% ao bimestre, após um
ano, no sistema de juros compostos.

12. Uma dívida de R$ 700,00 foi contraída a juros compostos de 2% ao mês para ser quitada em
4 meses. Quanto deverá ser pago para quitar a dívida?

13. Carlos deixou R$ 800,00 aplicados por 3 anos em um fundo de investimento. Se o


rendimento médio desse fundo foi de 1% ao mês, quanto Carlos tinha ao final desse
período?

14. Um capital foi aplicado a juros compostos à taxa de 20% a.a., durante 3 anos. Se, decorrido
esse período, o montante produzido foi de R$ 864,00, qual foi o valor do capital aplicado?

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Gabarito

1. O salário de Renato é de R$ 1700,00.

2. O salário bruto de Tiago é de R$ 1325,30.

3. O juros produzido é de R$ 30000,00.

4. O desconto foi de aproximada 20%.

5. Devo pagar ao banco R$ 83808,00.

6. Deve aplicar o capital em 8 meses.

7. A taxa do empréstimo foi de 12% ao mês.

8. Serão pagos R$ 20,00 de juros.

9. O valor de cada prestação será de R$ 65289,00.

10. A pessoa receberá R$ 369,12 de juros.

11. O montante produzido é de R$ 7092,59.

12. Para quitar a dívida deverão ser pagos R$ 757,70.

13. Ao final do período Carlos tinha R$1144,62.

14. O valor do capital aplicado foi de R$ 500,00.

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Unidade 2 : Custo de
soldagem
Um começo de conversa

No mercado cada vez mais competitivo, todo tipo de vantagem pode fazer com que uma
empresa se sobressaia em relações as demais. Para isso, entender como funciona seus
custos e como isso está relacionado com a produtividade é algo crucial para aumentar a
competitividade da empresa. De acordo com um estudo realizado em 2002 pela AWS
(EUA) indicou que 57% das empresas não determinam os custos relacionados a
soldagem e 23% determinam de forma mínima.
Se entendemos o que influencia no custo da soldagem, podemos então tomar atitudes
para tornar o processo o mais otimizado possível e, consequentemente, diminuir o
custo. Dessa maneira, a margem de lucro pode ser maior ou então deixar o preço do
produto/serviço mais competitivo.

Objetivos da aprendizagem

O primeiro passo para conseguirmos calcular o custo na soldagem é entender quais são
esses custos. Podemos separá-los de uma maneira geral da seguinte forma:
• Mão de obra
• Consumíveis (metal de adição)
• Gases de proteção
• Equipamentos
• Energia
Obviamente, esses parâmetros podem alterar dependendo de cada caso e, por isso,
entender cada processo da solda irá auxiliar nessa classificação.

129
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 Classificação dos custos


Uma vez que os custos foram devidamente classificados, é preciso separar quanto cada
processo consome do total. Em outras palavras, a contribuição de cada tópico acima
não é igual para o custo final da soldagem, logo, é preciso entender quantos porcentos
do total cada item consome. O gráfico abaixo mostra a distribuição típica em soldagem
de aço C-Mn pelo processo MAG e exemplifica a ideia citada acima.
Figura 2.1: Percentual de custos nos diferentes setores

CUSTO NA SOLDAGEM
Gas Arame Energia
4% 7% 4%
Equipame
ntos
15%

Mão-de-
obra
70%
Fonte: Acervo do Autor

Nesse processo percebe-se que a mão de obra e os equipamentos são os maiores


influenciadores no valor final da solda. Uma maneira de economizar nesse caso seria
aumentando a velocidade de solda para economizar com o valor da mão de obra.
Mais uma vez, essa divisão não será sempre igual e, portanto, é necessário fazer essa
avaliação para cada caso. A tabela abaixo mostra essas diferenças em diversos setores.
Tabela 2.1: Percentual de custos nos diferentes setores

Fonte: Pesquisa realizada em 2002 pela aws (eua)

130
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
2.2 Como calcular
• Custo do metal de adição
O Custo do metal de adição, como o próprio nome sugere, é o valor gasto com o metal
utilizado para a solda. Nesse caso há dois parâmetros que influenciam muito no valor
final: a quantidade de metal depositado e a eficiência.
A quantidade de metal está relacionada ao volume soldado. Dessa maneira, usamos a
unidade kg/m, ou seja, a massa de metal depositado a cada metro soldado. Já a
eficiência é definida como sendo a razão entre a quantidade de metal depositado por
consumível. Em outras palavras, se a quantidade de metal depositada for muito próxima
a quantidade consumida, a eficiência é alta, mas se a quantidade de metal depositada
for pequena em relação a quantidade consumida, a eficiência é baixa.
Abaixo, a eficiências típicas dos processos ao arco:
• SMAW – eletrodos revestidos: 50~60%
• GMAW – arames sólidos: 95%
• FCAW – arames tubulares: 85%
• SAW – arco submerso: 99%
Entendendo esses dois parâmetros e sabendo o valor do material, podemos escrever a
seguinte fórmula para o custo do metal de adição (Cma):

𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑘𝑔/𝑚 × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚í𝑣𝑒𝑙 (𝑅$/𝑘𝑔)


𝐶𝑚𝑎 =
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜
Analisando essa fórmula, percebemos que há três maneiras de reduzir custos:
diminuindo a quantidade de metal depositado, utilizando um material mais barato ou
aumentando a eficiência de deposição. Vale ressaltar que em qualquer um desses
casos é necessário analisar se são medidas plausíveis.

• Custo da mão de obra


A mão de obra é a maior parcela do custo na soldagem, exceto em processos altamente
mecanizados e, portanto, tem grande potencial de redução de custos. Há quatro
principais maneiras de reduzir custos de mão de obra:
• Diminuindo o custo horário da mão de obra;
• Aumentando a taxa de deposição;
• Aumentando o ciclo de trabalho.
A primeira medida é relativamente simples de se entender. Se o valor pago por hora da
mão de obra for menor, o custo final também será menor. Já os outros dois, é
necessário que entendemos a definição de taxa de deposição e ciclo de trabalho.

131
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Taxa de deposição: Quantidade de metal depositado por unidade de tempo. Por
exemplo, a quantidade de kg de metal depositado por hora. Se aumentamos a taxa de
deposição significa que estamos depositando mais metal por unidade de tempo, logo, o
trabalho será efetuado em menos tempo.
Ciclo de Trabalho: Tempo de arco aberto por tempo total de trabalho expressa em
porcentagem. Uma porcentagem de 30%, por exemplo, significaria que 30% do tempo
trabalhado o arco estava aberto. Se aumentarmos o ciclo de trabalho, significaria que
estamos realizando mais solda por unidade de tempo, também contribuindo para a
redução do tempo de trabalho. Segue abaixo uma estimativa de ciclo de trabalho de
alguns processos.
• MMA: 10 ~ 30%;
• MIG/MAG e FCAW: 20 ~ 40%;
• SAW: 40 ~ 70 %.
Para o cálculo do custo da mão de obra (Cmo) utilizamos a seguinte fórmula:

𝐶𝑚𝑜 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 ℎ × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐻𝑜𝑟𝑎 (𝑅$/ℎ)


Ou seja, o custo será simplesmente o tempo gasto multiplicado pelo preço pago por
hora trabalhada. Caso queira calcular o tempo gasto a partir das definições a cima,
podemos utilizar também a seguinte fórmula:

𝑄𝑛𝑡𝑑 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 (𝑘𝑔/𝑚)


𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 (𝑘𝑔/ℎ) × 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

• Custo de gases de proteção


Nos processos MIG/MAG, FCAW, TIG e plasma utiliza-se gases de proteção. Sua
contribuição para o custo final varia de acordo com o consumo, a quantidade de metal
depositado e a taxa de deposição e eles se relacionam da seguinte forma:

𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑘𝑔/𝑚 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐿/ℎ × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 (𝑅$/𝐿)


𝐶𝑔𝑝 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 (𝑘𝑔/ℎ)
Analisando essa fórmula, percebemos que o custo dos gases de proteção (Cgp) pode ser
reduzido se fizermos as seguintes ações:
• Diminuir a quantidade de metal depositado;
• Diminuir consumo;
• Aumentar a taxa de deposição.
Em geral, o consumo de gases de proteção varia de 10 a 20 L/min.

132
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
• Custo de fluxos
O consumo de fluxo geralmente é função da quantidade utilizada de arame. Como,
nesse processo, praticamente não há perdas, o custo, CF, é dado por:

𝑘𝑔 𝑘𝑔𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑅$
𝐶𝑓 = 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜( ) × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜( )
𝑚 𝑘𝑔𝐴𝑟𝑎𝑚𝑒 𝑘𝑔
Exemplo:
Tabela 2.2: Consumo típico de kg fluxo neutro / kg de arame

Fonte: acervo do autor

Fonte: acervo do autor

• Custo de energia
O custo de energia, quando comparado aos demais custos, representa uma parcela
muito pequena. Por esse motivo, muitas vezes é desprezada. Entretanto podemos
facilmente calculá-la em função do consumo de energia do equipamento, da seguinte
forma:
𝑘𝑔 𝑘𝑊ℎ 𝑅$
𝐶𝑒 = 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎( ) × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜( )
𝑚 𝑘𝑔 𝑘𝑊ℎ
Vale ressaltar que existe diferença no consumo de energia em função do processo de
soldagem. Segue abaixo uma tabela que ilustra o consumo de diferentes produtos

Tabela 2.3: Consumo de diferentes produtos

Fonte: acervo do autor

Fonte: acervo do autor

133
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• Custo de equipamento
O custo de equipamentos pode representar grande parcela de custo total, caso os
processos sejam altamente mecanizados. Caso contrário, representará pequena parcela
se o processo for pouco mecanizado. Para sabermos quanto é gasto com o
equipamento (Ceq) basta utilizar a seguinte fórmula:

𝐶𝑒𝑞 = ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 ℎ × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜 (𝑅$/ℎ)


Vale lembrar que os equipamentos depreciam ao longo do tempo e, portanto, devemos
levar isso em consideração.

2.3 Custo Total

Após calcularmos todos os custos citados a cima, basta soma-los de maneira a se obter
o custo total da soldagem. Ou seja:
Custo Total = Cma + Cmo + Cgp ou Cf + Ce + Ceq + ...
Onde:
• Cma = Custo metal de adição
• Cmo = Custo mão-de-obra
• Cgp ou Cf = Custo gás de proteção ou Custo de fluxos
• Ce = Custo de energia elétrica
• Ceq = Custo equipamentos ou depreciação

2.4 Maneiras para aumentar a produtividade


De maneira geral, a melhor maneira de se aumentar a produtividade na soldagem é
reduzindo o tempo de soldagem, pois como foi visto, a mão de obra costuma ser a maior
fonte de custos. Porém, além disso, outros três aspectos são cruciais para o aumento da
produtividade:
• Redução na quantidade necessária de metal depositado;
• Aumento da taxa de deposição;
• Aumento do ciclo de trabalho.
Para reduzir a quantidade de metal depositado pode-se adotar uma ou mais ações a
seguir:
• Escolher o chanfro com menor área possível;
• Usar os processos de soldagem que promovem grande penetração;
• Considerar a penetração;
• Evitar Excesso;

134
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
• Utilizar soldas intermitentes sempre que possível;
• Utilizar chapas de menor espessura sempre que possível.
Para aumentar a taxa de deposição, pode-se adotar uma ou mais ações a seguir:
• Escolher o processo de soldagem e o consumível com elevadas taxas de
deposição;
• Usar correntes elevadas;
• Usar eletrodos com maiores diâmetros;
• Aumentar o “Stick-out”;
• Usar preferencialmente a posição de soldagem plana. Caso necessário usar
posicionadores;
• Mecanização.
E por fim, para o aumento do ciclo de trabalho, pode-se adotar uma ou mais ações a
seguir:
• Manter os equipamentos e consumíveis perto do local de trabalho
• Evitar “tempo de espera (Downtime)” (ex. troca de bobinas, ressecagem do
consumível)
• Escolha de consumíveis com fácil remoção de escórias
• Evitar respingos (Seleção do consumível / ajuste adequado de parâmetros)
• Mecanizar e/ou Robotizar
• Prevenir defeitos e re-trabalho
• Preparação de procedimentos de soldagem
• Organização
• Melhorar as condições de trabalho
• Treinamento dos soldadores
• Fácil acesso as juntas

135
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Unidade 3: Média
Aritmética
Um começo de conversa

Vez ou outra alguém da família precisa de trocar o aparelho celular. A primeira coisa
que a maioria das pessoas vai fazer é: pesquisar preços na internet! São vários
modelos, marcas, preços e tecnologias diversas. Além disso, com a internet, a
quantidade de opções de lojas que podemos pesquisar os preços aumentaram
bastante, afinal, agora podemos ter acesso a qualquer loja do Brasil com apenas um
clique.

Com tantas opções, os preços encontrados são variados. Alguns com preços muito
abaixo ou muito acima da maioria dos oferecidos no mercado. Com tantas variações
de preço, provavelmente você já escutou ou se fez a seguinte pergunta: " Qual é o
preço em média desse produto?". Em outras palavras, queremos saber o valor que os
preços da maioria dos celulares estão próximos. Claro que haverá celulares mais
caros e mais baratos que esse valor médio, mas o valor da maioria deles não estará
tão longe desse preço médio. O que não sabíamos até agora é como calcular para
obtermos o preço médio de fato de um produto ou do que mais quisermos calcular.

Como fazer esse cálculo é o que aprenderemos a seguir.

Objetivos da Aprendizagem

Saber o que é e saber calcular a média aritmética simples e a média aritmética


ponderada. Além disso, depois dessa unidade o aluno será capaz de identificar, em
cada caso, qual das duas médias utilizar.

136
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
3. Em busca de informações

3.1 Introdução

Existem vários tipos de médias como, por exemplo, a médias aritmética, a média
geométrica e a média harmônica. Neste curso, veremos a média aritmética, que é a
mais utilizada no dia a dia. A seguir, temos alguns exemplos de utilização da média no
nosso cotidiano:

• média salarial de uma empresa;

• média escolar;

• média de gols de um time;

• média de temperatura.

3.2 Média Aritmética Simples

A média aritmética é considerada uma medida “central”, ou seja, ela tenta resumir um
conjunto de dados em um único valor. Para calcularmos a média aritmética simples,
basta somar os todos os valores e dividir pela quantidade de valores que temos, isto é:

𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠


𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐴𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠

Agora que você sabe como calcular a média aritmética simples, que tal ver alguns
exemplos?

Exemplo 1:

Suponha que uma sala de aula tem 7 alunos, com as seguintes idades: 21, 35, 42, 57,
26, 38 e 64 anos. Qual é a média de idade desta sala?

Solução:
Como foi visto anteriormente,
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐴𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠

137
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Neste exemplo, temos 7 alunos. Ou seja, a “quantidade de valores” é igual a 7.

Assim, temos que:


18 + 35 + 42 + 57 + 26 + 38 + 64 280
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = = 40
7 7

Portanto, a média de idade desta sala de aula é de 40 anos.

Exemplo 2:

O time de futebol Artilheiros do CIPMOI participou de um campeonato e fez vários gols. A


seguir temos a tabela de gols por partida que o time fez. Calcule qual foi a média de gols
marcados por partida.

Tabela 3.1: Partidas e número de gols (exemplo 2)

Partidas Número de Gols


1ª partida 2
2ª partida 1
3ª partida 4
4ª partida 1
5ª partida 5

Fonte: Acervo do autor

Solução:

Neste exemplo, a média é igual a:


2+1+4+1+5 13
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = = 2,6
5 5

Portanto, a média de gols do time no campeonato é de 2,6 gols por partida.

Obs.: sabemos que não é possível fazer 2,6 gols em uma partida, porém a média nem
sempre dará um número inteiro, “completo”.

138
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Exemplo 3:

A média aritmética de cinco números é 13. Quatro desses números são 7, 8, 11 e


14. Qual é o quinto número?

Solução:

Neste exemplo, já temos o valor da média e queremos saber qual é o quinto


número. Como não conhecemos esse número, vamos chamá-lo de “?”. Utilizando a
fórmula da média, temos que:

𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠


𝑀é𝑑𝑖𝑎 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠
7 + 8 + 11 + 14 + ?
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 13
5

Somando os valores no numerador:


40 + ?
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 13
5

Passando o 5 multiplicando,
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = 40 + ? = 13 𝑥 5
40 + ? = 65

Passando o 40 subtraindo,
? = 65 − 40
? = 25

Portanto, o quinto número que queríamos achar é o 25.

139
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
3.3 Média Aritmética Ponderada
Além da média aritmética simples, existe também a média aritmética ponderada. Ela
é utilizada quando os números possuem pesos diferentes, ou seja, quando alguns
valores têm mais importância (valor) que outros.

Para calcularmos a média aritmética ponderada, primeiro multiplicamos os valores


pelos seus respectivos pesos. Depois, somamos os resultados das
multiplicações e dividimos pela soma dos pesos.

A fórmula, portanto, é a seguinte:

𝑝𝑒𝑠𝑜 1 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 1 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 2 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 2 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 3 + ⋯


𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 1 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 2 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 + ⋯

Agora que sabemos calcular a média aritmética ponderada, vamos ver alguns
exemplos.

Exemplo 4:

Luíza participou de um concurso, onde foram realizadas provas de Português,


Matemática, Biologia e História. A nota que Luíza tirou nas três provas, assim como
seus respectivos pesos, estão dispostos na tabela a seguir:

Tabela 3.2: Notas e Pesos (exemplo 4)

Prova Nota Peso


Português 8,0 3
Matemática 10,0 3
Biologia 5,0 2
História 7,0 2

Fonte: Acervo do autor

140
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Assim, temos que:
3 𝑥 8 + 3 𝑥 10 + 2 𝑥 5 + 2 𝑥 7
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 =
3+3+2+2
24 + 30 + 10 + 14 78
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = = = 7,8
10 10

Portanto, a média de Luíza no concurso foi 7,8.

Exemplo 5:

Um professor aplicou 3 provas durante o ano em uma escola em que a média é 7,0.
O peso dessas provas eram, respectivamente, 1, 2 e 3. Sabendo que Marcos tirou
8,0 na 1ª prova e 5,0 na 2ª prova, quanto ele precisa tirar na 3ª prova para ficar na
média?

Solução

Neste exemplo, sabemos quanto o aluno tirou em 2 provas e queremos saber


quanto ele precisa tirar na terceira para obter média (nota 7,0). Como não
conhecemos a 3ª nota, vamos chama-la de “n”.

Então, a média ponderada tem que ser igual a 7,0. Assim, temos que:
1𝑥8+2𝑥5+3𝑥𝑛
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = = 7,0
1+2+3

Realizando as multiplicações
8 + 10 + 3 𝑛
=7
6

Somando os termos do numerador,


18 + 3 𝑛
=7
6

“Passando” o 6 multiplicando,
18 + 3 𝑛 = 42

141
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
“Passando” o 18 subtraindo,
3 𝑛 = 42 − 18
3 𝑛 = 24

“Passando” o 3 dividindo,
24
𝑛= =8
3

Portanto, Marcos precisa tirar 8,0 na 3ª prova para atingir a média.

142
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Obs.: Os exercícios de média exigem interpretação para saber qual tipo de média
será utilizada em cada caso. Fique atento!

1) Calcule a média entre os números a seguir:


a) 3, 6 e 12

b) 4, 7, 5 e 16
c) 7, 9, 15, 23, 6 e 39

2) (PUC-RIO 2009) As notas de uma turma de alunos no teste de Matemática foram


10, 10, 9, 8, 8, 8, 7, 7, 4 e 2. Qual é a média da turma?
a) 8,5
b) 8,2
c) 8,0
d) 7,8
e) 7,3

3) (UFPB 2008) Uma atleta participou de três provas de uma determinada competição.
Suas notas foram, respectivamente, o dobro e o triplo da nota da primeira. Sabendo-se
que a média aritmética das três provas foi 28,6 pontos, é correto afirmar que a nota da
primeira prova foi:

a) 8
b) 9,2
c) 12
d) 14,3
e) 15

143
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
4) Em uma empresa, há 4 cargos: estagiário, assistente, gerente e presidente. Essa
empresa possui 2 estagiários, 7 assistentes, 2 gerentes e 1 presidente. O salário de
cada um dos cargos está presente na tabela a seguir:
Tabela 3.3: Cargos e salários (exercício 4)
Cargo da empresa Salário
Estagiário R$900,00
Assistente R$1.800,00
Gerente R$3.500,00
Presidente R$7.000,00
Fonte: Acervo do autor

Qual é a média salarial desta empresa?

5) Uma escola possui, por trimestre, 4 provas com pesos 2, 2, 3 e 4,


respectivamente. César, em um certo trimestre, tirou 7,0 na primeira prova, 8,0 na
segunda e 5,0 na terceira. Sabendo-se que a média trimestral foi 7,0, quanto ele
tirou na última prova?

6) Uma avaliação com seis questões foi realizada com os empregados de uma
pequena indústria. Os resultados foram apresentados em uma tabela. Observe:

Tabela 3.4: Número de acertos e frequência absoluta


Número de Frequência
Acertos Absoluta
0 2
1 4
2 9
3 22
4 10
5 8
6 4
Fonte: Acervo do autor

Calcule a média de acertos.

144
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
7) Brasil, Argentina e Chile resolveram disputar entre si as “Olimpíadas Escolares”.
Os resultados de cada país estão representados no gráfico a seguir:
Figura 3.1 – Resultados das Olimpíadas Escolares

Fonte: Acervo do autor

Sabendo-se que os pesos das provas de Matemática, Ciências e História são, 3, 2 e


2, respectivamente, determine a média de notas de cada país e responda qual país
ganhou as Olimpíadas Escolares.

Questões “desafio”

8) A média aritmética das notas dos alunos de uma turma formada por 25 meninas
e 5 meninos é igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos é igual a 6, a
média aritmética das notas das meninas é igual a:

a) 6,5 b) 7,2 c) 7,4 d) 7,8 e) 8,0

9) (FUVEST – 2016) Em uma classe com 14 alunos, 8 são mulheres e 6 são


homens. A média das notas das mulheres no final do semestre ficou 1 ponto acima
da média da classe. A soma das notas dos homens foi metade da soma das notas
das mulheres. Então, a média das notas dos homens ficou mais próxima de:

a) 4,3 b) 4,5 c) 4,7 d) 4,9 e) 5,1

145
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Gabarito

1)
a) 7
b) 8
c) 16,5

2) Letra E

3) Letra D

4) R$2.366,67

5) 8,0

6) 3,25, aproximadamente

7) Brasil – 8,14 (aprox.)


Argentina – 8,00
Chile – 7,86 (aprox.)

Campeão: Brasil

8) Letra B

9) Letra C

Referências Bibliográficas

GOUVEIA, Rosimar. “Matemática Financeira: Principais Conceitos e Fórmulas”; Toda


Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/matematica-financeira-
conceitos-formulas/>. Acesso em 26 de abril de 2020.

NOÉ, Marcos. “Matemática Financeira”; Brasil Escola. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/matematica/matematica-financeira.htm>. Acesso em 26
de abril de 2020.

“Juros Simples”. Infoescola. Disponível em:


https://www.infoescola.com/matematica/juros-simples/>. Acesso em 26 de abril de
2020.

GONÇALVES, Jean Piton.“A história da matemática comercial e financeira”. Só


Matemática. Disponível em:
https://www.somatematica.com.br/historia/matfinanceira.php Acesso em 26 de abril de
2020.

146
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
GIOVANNI, J. R.; CASTRUCCI, B. ; JR., J. R. G. A Conquista da Matemática: 4. ed. São
Paulo: Editora FTD S.A. 2005

ANDRINI, Álvaro; Praticando Matemática: 6ª Série. São Paulo: Editora do Brasil, 1989.

IEZZI, Gelson. OSVALDO, Dolce. DEGENSZAJN, David. PÉRIGO, Roberto. DE


ALMEIDA, Nilze. Matemática : ciência e aplicações, volume 3: ensino médio. 9ª Edição.
São Paulo : Saraiva, 2016.

SILVEIRA, Ênio. Matemática : compreensão e prática. 3ª Edição. São Paulo : Moderna,


2015.

MORI, Iracema. ONAGA, Dulce. Matemática: ideias e desafios, 7° ano. 18ª Edição. São
Paulo: Saraiva, 2015.

DANTE, Luiz Roberto. Projeto Teláris: matemática: ensino fundamental 2. 2ª Edição. São
Paulo: Ática, 2015

DANTE, Luiz Roberto. Matemática : contexto & aplicações . 2ª Edição. São Paulo : Ática,
2013

“Aula 7 – Média Aritmética Simples e Ponderada”. e-Tec Brasil.


Disponível em:
<http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/584/Aula_07.pdf?sequence=7&isAllow
ed=y>. Acesso em 9 de maio de 2020.

BIANCHINI, Edwaldo. Matemática Bianchini 7º ano. 7ª edição. Editora Moderna 2011.

SILVA, Marcos Noé Pedro da. "Média aritmética"; Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/matematica/media-aritmetica.htm>. Acesso em 9 de maio
de 2020.

GOUVEIA, Rosimar. “Média Aritmética”. Toda Matéria. Disponível em: <


https://www.todamateria.com.br/media/ >. Acesso em 9 de maio de 2020.

“Média Ponderada”. Só Matemática. Disponível em:


<https://www.somatematica.com.br/fundam/medias2.php >. Acesso em 9 de maio de
2020.

“Média Aritmética Simples e Ponderada: Exercícios resolvidos”. Gabarite. Disponível em:


<https://www.gabarite.com.br/dica-concurso/339-media-aritmetica-simples-e-ponderada-
exercicios-resolvidos>. Acesso em 9 de maio de 2020.

147
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Tecnologia da Soldagem
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida
Sumário Geral
Vice-reitor
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Apresentação


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 3
Diretor da EEUFMG Ementa 3
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
Objetivos de aprendizagem 3
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Estruturação 4
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães Processos de Soldagem 5
Supervisão de área
Fundamentos de Soldagem 43
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
Carolina Martins Abreu Gabriel Comunicação e relações humanas 75
Mendes de Almeida Carvalho
Informatica básica 88
Matemática 118
Instrutores Colaboradores
Arthur Electo

César Romero Afonso Goulart Júnior

João Paulo Faria

Lara Alves Rachid

LarissaCoelho

Matheus Pires

Túlio Duarte

Victor Horta Miranda


Apresentação
Ementa
A seguinte apostila tem por finalidade auxiliar na capacitação dos trabalhadores que se
envolvem com a área da Soldagem, fornecendo embasamento teórico sobre a matéria
técnica de soldagem.

Objetivos da Aprendizagem
As disciplinas aqui tratadas tem como objetivo dar todo o suporte do conhecimento básico
para sua utilização nas matérias técnicas, além do conteúdo básico nos tratamos com
disciplinas de formação complementar que consideramos fundamentais para sua formação
como profissional - independente da área de atuação- sendo eles os conteúdos de
Informática e Comunicação e Relações Humanas que vão contribuir tanto para sua vida
profissional quanto pessoal!

As matérias técnicas aqui tratadas tem a finalidade de construir um conhecimento sólidos


dos fundamentos da soldagem por meio do entendimento físico e químico de cada
processo, além de ensinar sobre os processos comumente utilizados no mercado,
apontando as suas característica com o objetivo desenvolver a capacidade de discussão e
senso critico sobre o processo de soldagem. Ao longo de todo esse processo será sempre
mantida a relação entre a teoria aprendida e as aplicações práticas dentro do laboratório.
Finalmente, e esperado que os estudantes diplomados tenham capacidade de
desenvolver, compreender e aplicar todos os conhecimentos aprendidos em sala de aula
na indústria.

Esperamos que esse conteúdo seja muito útil ao longo do seu aprendizado e
desenvolvimento!
Bons estudos!

Todas as sugestões para melhora desse material são muito bem vindas, para dar
sugestões procure pelo instrutor responsável pela matéria ou deixe sua opinião na
secretaria do CIPMOI.
Estruturação
Este livro faz parte de uma sequencia de quatro apostilas complementares que buscam
dar sequencia as unidades introduzidas ao longo dos quatro bimestres, por cada uma das
matérias lecionadas no curso, tendo cada uma delas temas relevantes para a sua
aprendizagem. Estas unidades são chamadas Unidades Temáticas. Os assuntos ou temas
das unidades podem estar relacionados entre si e cada uma delas tem começo, meio e fim
e ocupa, aproximadamente, de 16 a 20 paginas do livro-texto. Todas as Unidades
Temáticas tem a mesma estrutura editorial interna. Dada a importância dessa forma de
organização da Unidade, você encontra a seguir uma apresentação explicativa dessa
estrutura.

Estrutura editorial da Unidade Temática


Um começo de conversa - e a apresentação geral da unidade, na qual o aluno será
informado do que vai se tratar e de quais os objetivos de aprendizagem que se pretendem
alcançar.
Objetivo de aprendizagem - tópico gerador - o aluno devera ser chamado a refletir sobre
o tema da unidade e terá oportunidade de identificar o que já sabe sobre o assunto. Parte
do pressuposto que quase todos nos sabemos algo a respeito de quase tudo, e que a
melhor maneira de aprender coisas novas e partir daquilo que já sabemos sobre o
assunto. E importante se viver a experiencia de descobrir o que se sabe.
Em busca da informação - e nesta seção que os pontos mais importantes do conteúdo
da unidade serão desenvolvidos. Parte-se do pressuposto que, para ser um bom
profissional, o aluno precisa conhecer bem o conteúdo da unidade. Tudo o que for
apresentado neste tópico será coerente com os objetivos indicados em “Um começo de
conversa” e precisa fazer sentido de acordo com aquilo que o aluno já sabe. Nem sempre
o conteúdo apresentado nesta seção vai confirmar o que o aluno já conhece. Pode ser que
o resultado da “busca de informações” seja, exatamente, mostrar que o conhecimento
prévio sobre o assunto e equivocado. Este conteúdo pode levar a dar a esse
conhecimento prévio um novo significado. Podem-se apresentar exercícios de menor
complexidade que o aluno possa fazer individualmente e em casa.
Colocando o conhecimento em pratica - nesta seção, o aluno devera encontrar
atividades, exercícios, leituras, propostas de reflexão, enfim, aquilo que for pertinente para
aplicar os conhecimentos que foram adquiridos. Algumas atividades devem ser em grupo e
outras individuais.
Recapitulando - nesta seção da Unidade Temática, e apresentada uma síntese do que foi
examinado, que poderá ser complementado com um texto, ou alguma atividade que
cumpra o objetivo de sistematizar o que foi aprendido.
Para saber mais - Bibliografia - o aluno sempre pode saber mais. Por isso, aqui são
indicados livros, artigos, filmes e outros meios que apresentem conteúdo relevante para o
tema desenvolvido na unidade.
Prática de Laboratório - Instruções para a aula pratica a ser realizada no laboratório.
Processos de Soldagem
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Brasagem 7
Prof. Alessandro Fernandes Moreira 1.1 Fundamentos 8
1.2 Vantagens 9
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
1.3 Desvantagens 9
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.4 Equipamentos 10
Diretor da EEUFMG 1.5 Consumíveis 11
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.6 Técnica operatória 12
1.7 Aplicações industriais 13
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado Unidade 2: Soldagem a laser 14
17
Coordenação Geral 2.1 Fundamentos
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.2 Vantagens 17
2.3 Desvantagens 17
Supervisão de área 2.4 Equipamentos 17
2.5 Consumíveis 18
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense 18
2.6 Técnica operatória
2.7 Aplicações industriais 18
Carolina Martins Abreu

Gabriel Mendes de Almeida Carvalho Unidade 3: Soldagem a feixe de elétrons 20


21
3.1 Fundamentos
Instrutores Colaboradores 3.2 Vantagens 21
3.3 Desvantagens 21
Arthur Electo 3.4 Equipamentos 22
3.5 Consumíveis 22
Matheus Pires 3.6 Técnica operatória 22
3.7 Aplicações industriais 22
César Romero Afonso Goulart Júnior

Lara Alves Rachid (2020) Unidade 4: Soldagem subaquática 24


24
Victor Horta Miranda (2020) 4.1 Fundamentos
4.2 Soldagem hiperbárica a seco 25
4.3 Soldagem hiperbárica a úmido 25
4.4 Principais desafios da soldagem subaquática 26
4.5 Equipamentos 28
4.6 Técnica operatória 30
4.7 Vantagens 32
4.8 Desvantagens 32
4.9 Aplicações 33

Unidade 5: Automação em soldagem 35


35
5.1 Fundamentos
5.2 Características 37
5.3 Tipos de automação em soldagem 37
5.4 Dispositivos 38
5.5 Sistemas de soldagem automatizada 41

6
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Brasagem

Um começo de conversa

A Brasagem é um processo de união de peças metálicas, apesar de ser muito semelhante


à soldagem sua principal característica é não ter a fusão do metal base, a união por
brasagem é feita pela fusão do metal de adição que pode ser aquecido por diferentes
fontes de calor. Uma vez que o metal de base se funde ele vai preencher a junta entre as
duas peças por capilaridade, ou seja, o metal líquido vai percorrer os espaços vazios que
existem entre as superfícies a serem soldadas se aderindo a elas e unindo as duas partes.
A temperatura de fusão do metal de adição é importante para definir os tipos de processo
por Brasagem, eles podem ser divididos em três tipos (Bracarense, 2019):
• Brasagem ou Brasagem forte : o metal base não se funde e o material de adição tem
ponto de fusão acima de 450°C;
• Brasagem fraca ou Solda branda : o metal de base continua não sendo fundido,
contudo o metal de adição tem ponto de fusão abaixo de 450°C;
• Soldabrasagem: ocorre acima de 450°C, nesse tipo de junção há uma pequena fusão
do metal de base, devido a isso a ação da capilaridade não é necessária para que
ocorra a união, o material é depositado de forma semelhante ao processo de fusão

Figura 1.1: Brasagem

Fonte: https://www.mecanicaindustrial.com.br/90-o-que-e-brasagem/ Acesso em:05/2020

7
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Objetivo de aprendizagem

•Fonte de calor: O processo de brasagem se assemelha ao processo de soldagem,


ambos precisam de uma fonte de energia que gere calor suficiente para fundir o metal de
adição, limpeza da peça, etc. Enfatiza-se o uso de diferentes fontes de calor: por chama,
em forno, por indução, por resistência e por raios infravermelho.
•Metal de adição: Arame composto por materiais que agreguem à solda características
mecânicas semelhante às do metal base, como uma boa resistência, impermeabilidade
tendo o ponto de fusão menor do que o material base da peça. Além disso é necessário
que o processo seja feito com alguma proteção do local da união, ela pode ser feito por
meio de uma atmosfera adequada ou do uso de fluxos que vão dissolver as camadas de
óxido que podem ser formadas após a limpeza além de ajudar o metal de adição se aderir
ao metal base.
•Capilaridade: tendência que os líquidos apresentar de fluir através de corpos porosos
(Cardoso).

Em busca de informações

1.1 Fundamentos
A Brasagem é um processo de união que depende muito da capilaridade do metal de
adição quando ele está na fase líquida, para que o processo de preenchimento do espaço
entre as peças seja bem feito e o metal se una às duas peças é necessário que a
superfície entre elas esteja limpa, livre de óleos, poeira e outras impurezas, essa limpeza
pode ser feita utilizando produtos químicos ou de forma mecânica como é o caso do
esmerilhamento.

É importante que a distância entre as peças seja controlada, a distância entre as


superfícies não deve ser muito grande nem muito pequena, pois ela afeta o resultado final
da união. Se o espaçamento for muito pequeno, o preenchimento desse espaço será difícil
e lento, o metal de adição pode não conseguir penetrar em toda a junta o que pode
diminuir a resistência da peça. Caso o espaçamento seja muito grande o tempo para
depositar a quantidade de metal necessário será maior, a quantidade de calor fornecido
aumenta na região podendo surgir bolhas de gás e óxidos na solda tornando a junta
quebradiça, comprometendo a qualidade da união (Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler).

A proteção do processo é outro item fundamental para se ter um bom resultado, assim
como nos processos anteriores de soldagem visto ao longo do curso. Para proteção do
metal pode ser utilizados fluxos, atmosferas protetoras ou sem atmosfera: a vácuo.

Quando a proteção é feito por atmosferas protetoras é possível o uso de gases ativos,
inertes ou o vácuo. Esse procedimento tira a necessidade de limpeza após a operação,
pois a formação de óxido será mínima.

No caso em que a proteção é feita pelo uso de fluxo, os óxidos formados após a limpeza
serão dissolvidos no fluxo e expulsos da juntos para a periferia da junta durante a

8
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
deposição do metal de adição, os óxidos e o fluxo que foram expulsos da junta serão
removidos durante o processo de limpeza. Esse fenômeno de expulsão acontece, pois o
metal de adição tem maior fluidez e acaba empurrando o fluxo que leva consigo os óxidos
que tiverem sido formados, na figura 2 é possível notar essa região com fluxo ao longo das
bordas da junta.
Figura 1.2: Brasagem usando fluxo em pó e oxi-gás como fonte de calor.

Fonte:(Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler)

1.2 Vantagens
• Equipamento simples e de fácil manuseio;
• Usa baixas temperaturas, requer menor calor;
• Metal de adição fica com pouca tensão residual e ductilidade após solidificar
possibilitando usinagem da peça;
• Material de base continua com suas propriedades;
• A peça apresenta boa resistência mecânica para várias aplicações;
• Junta dois materiais com pontos de fusão diferentes;
• Pode unir materiais frágeis.

1.3 Desvantagens
• Limitada a resistência da união pela resistência do metal de adição;
• Temperatura de serviço tem que ser a de fusão do metal de adição;
• Pode ocorrer corrosão galvânica na junta, um metal corrói o outro ao entrarem em
contato elétrico no caso em que se utiliza fonte de calor com corrente elétrica;
• A peça toda deve ser aquecida.

9
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Equipamentos

Fonte de calor depende do método de aquecimento utilizado, sendo os mais importantes


industrialmente:
Brasagem por chama: maçaricos, pode ser feito por uma ou mais tochas, oxi-gás
(acetileno, gás de rua, propano, entre outros), uso obrigatório do fluxo, a Figura 3 ilustra o
processo para tubulação;

Figura 1.3: Brasagem por chama

Fonte: https://www.condornet.com.br/condor/pt/education/blog/o-que-e-brasagem.cfm Acesso em:05/2020

Brasagem em forno: forno a gás, a óleo ou elétrico (mais utilizado), podem ter atmosfera
controlada ou serem a vácuo. Muito usado quando o metal de adição pode ser colocado
previamente na junta, pode usar atmosfera controlada, é aplicável em grande escala
(Correia, 2017).
Brasagem por indução: fonte de energia elétrica e de uma bobina de indução, podem ter
refrigeração a água e sua geometria deve ser capaz de envolver a peça inteira.
Normalmente o metal de adição é colocado previamente no junta e a proteção é feita por
fluxo;

Figura 1.4: (a) Brasagem por indução como fonte de calor

Fonte: https://www.3mi.ind.br/solda-por-brasagem/ Acesso em:05/2020

10
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Brasagem por resistência: 1. semelhante a soldagem por resistência, utiliza
transformador, eletrodos de solda, porta eletrodos. O calor é obtido por efeito Joule (perda
de calor devido a passagem de corrente por uma resistência). Suas características vão
depender da forma, dimensão de material da peça. 2. utilizando eletrodos de carvão com
aquecimentos por corrente elétrica que passa do eletrodo para a peça. A proteção também
é feita por fluxo ou atmosfera protetora;
Brasagem por imersão em metal fundido: utiliza um forno para pré-aquecer as peças e
um cadinho para o metal de adição líquido, as peças são imersas no metal de adição
(Correia, 2017);
Brasagem por imersão em banho químico: a peça com metal de adição é imersa em
fluxo fundido e aquecido por resistência elétrica (Correia, 2017);
Brasagem por infravermelho: utiliza lâmpadas de quartzo de alta intensidade, pode usar
refletores para aumentar a concentração da radiação na junta. A proteção pode ser feita
por fluxo.
• Arame;
• Fluxo;

1.5 Consumíveis
Entre os materiais utilizados na Brasagem aqueles que estão sujeitos ao desgaste e
consumo ao longo do processo, fora os consumíveis gastos para cada tipo de fonte de
calor) são os:
• Arames;
• Fluxos, podem ser compostos de cloretos, fluoretos, fluoboratos, boratos, boórax, ácido
bórico, agentes umectantes e água, eles podem se apresentar na seguintes formas:
• Pó - pasta pode ser diluída e aplicada com um pincel na peça;
• Pó - pasta usada para submergir o arame/vareta aquecido;
• Vareta - são revestidas com a pasta, que penetra assim que a vareta é fundida..
• Gases para atmosfera protetora

Características do metal de adição e do fluxos são importantíssimos no resultado final,


para escolher o metal de adição adequado para a brasagem é preciso levar em
consideração qual o metal base, o método de aquecimento, o desenho da junta e a
proteção. Existem vários tipos de metais de adição dependendo da sua aplicação. Para
que haja uma boa capilaridade é importante que o metal de adição possua algumas
características gerais:
• Temperatura adequada;

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Molhabilidade: capacidade de expansão espontânea (se espalhar) na fase líquida
sobre uma superfície sólida;
• Boa fluidez para assumir o lugar do fluxo na junta
• Propriedades mecânicas compatíveis com a aplicação (resistência, tenacidade).
Naturalmente os metais formam óxidos quando interagem com a atmosfera (não
protetora), principalmente quando o metal está na fase líquida, prejudicando a qualidade
da soldagem e brasagem. Para evitar a formação de óxidos e facilidade de expulsão dos
mesmos durante a brasagem são utilizado os fluxos, existem vários tipos de fluxos que
serão adequados para cada aplicação. Contudo eles devem apresentar características
gerais:
• Viscosidade na temperatura de operação, vai ajudar com que ele ceda lugar para o
metal de adição no centro da junta;
• Baixa tensão superficial, para facilitar a molhabilidade (espalhamento) do metal de
base e o deslocamento do metal de adição para dentro da junta.

1.6 Técnica Operatória


Existem diversas técnicas operatória no processo de Brasagem, cada qual com suas
vantagens e desvantagens para aplicações específicas e uso de fontes de calos distintas.
Será tratado os passos para a operação técnica da brasagem por chama:

• Brasagem com adição de pó de fluxo e por chama: A primeira etapa da brasagem é


a aplicação do fluxo no arame de adição, para isso é necessário aquecê-lo e mergulhar
a vareta no fluxo em pó que irá se aderir, o segundo passo é o posicionamento
adequado das chapas, em seguida o aquecimento das peças e a deposição do metal de
adição junto com o fluxo e por fim a limpeza da chapa que pode ser feita com agentes
químicos ou mecanicamente.

Figuras 1.5: (a) Brasagem usando fluxo em pó (b) oxi-gás como fonte de calor.

Fonte: (Mesquita, Neto, Farah, & Zeigler)

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.7 Aplicações Industriais
A brasagem é usada em três aplicações principais na indústria:

• Possibilita união de metais diferentes, de metal-cerâmica, metal-metal, entre outras;


• Possibilita a união de peças de pequena espessura que se deformariam ao serem
soldadas;
• Une materiais tratados termicamente, evitando a perda de suas propriedades, visto que
a temperatura de operação é mais baixa.

Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de Brasagem.


2. Cite 3 vantagens do processo de Brasagem. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo Brasagem. Detalhe cada uma delas.
4. Cite duas fontes de calor muito utilizadas industrialmente no processo de Brasagem?
5. A temperatura do processo é suficiente para fundir o metal base?
6. O que ocorre com a deposição ao aumentar a distância entre as peças?
7. O que ocorre com a deposição ao diminuir a distância entre as peças?
8. Quais são as funções do fluxo na operação de Brasagem?
9. Qual a importância da limpeza das superfícies em relação a união das peças?
10. Quais as consequências de uma solda realizada com calor exagerado?

Recapitulando

O processo de Brasagem possui uma grande utilidade em processos de união que


demandam baixa quantidade de energia (calor), esse processo não utiliza a fusão do metal
de base, apenas do metal de adição, que deve ser escolhido de acordo com as
propriedades das peças que serão unidas. Foi discutido que o mecanismo de
preenchimento da junção depende da propriedade de capilaridade do metal de adição no
estado líquido, juntamente com o correto espaçamento entre as peças e a limpeza das
mesma. Observa-se que assim como nos processos de soldagem a proteção da superfície é
importante para a qualidade da união evitando a formação de juntas quebradiças, para que
a proteção seja eficiente é necessário escolher um fluxo ou atmosfera protetora adequada.

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Para saber mais

• MODENESI, Paulo José; MARQUES, Paulo Villani; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem-fundamentos e tecnologia. Editora UFMG, 2014.
• Mesquita, A., Neto, M., Farah, R. & Zeigler, S.(Diretores). (s.d.). Telecurso2000,Aula
Brasagem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vu415j6xFpk
• CARDOSO, Mayara, Capilaridade. Disponível em:
https://www.infoescola.com/fisica/capilaridade/
• Correia, A.L., Soldagem por Brasagem: Processos, Aplicações e Técnicas. Santa
Catarina, Brasil, 2017.
Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Soldagem a
Laser
Um começo de conversa

A soldagem a Laser (LBW – Laser Beam welding) é um processo de soldagem em que a


fonte de calor é uma luz de alta intensidade, concentrada, e que é capaz de carregar
grande quantidade de energia. Essa energia transportada pelo laser é nada mais que uma
radiação que foi emitida, que foi estimulada e é controlada. Sendo assim, esse processo
de soldagem é caracterizado por ser um processo de alta intensidade, ou seja, por
fornecer grande quantidade de energia em pequenos tempos e através de uma pequena
área para as peças que serão soldadas. Como o Laser é uma fonte de energia
independente, esse processo é autógeno, ou seja, não é necessário o uso de metal de
adição. As Figuras 1 e 2 ilustram a aplicação do Laser para soldagem e corte.

Figura 2.1: Corte a Laser

Fonte: https://lid.joinville.ufsc.br/corte-a-laser/ Acesso em:0/2020

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Figura 2.2: Soldagem a Laser

Fonte: https://www.thefabricator.com/article/laserwelding/a-business-case-for-laser-welding-in-the-job-shop
Acesso em: 05/2020

Objetivo de aprendizagem

O LASER é uma sigla do inglês, que significa Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation, que, traduzindo, é a amplificação da luz através da emissão estimulada da
radiação. Sendo assim, o Laser é uma radiação concentrada produzida por um dispositivo.
Essa emissão de radiação ocorre quando os átomos de certos elementos químicos de
uma estrutura recebem alta quantidade de energia externa, capaz de os deixarem em um
estado excitado. Para liberar essa grande quantidade de energia recebida, essa estrutura
libera energia para o meio através de luz, que é dissipada através da luz. A Figura 3 ilustra
o processo de soldagem a Laser:
Figura 2.3: Ilustração da soldagem a Laser

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Formacao-do-cordao-de-SL-Fonte-Ribolla-Damoulis-
Batalha-2004_fig1_34416350 Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informação

2.1 Fundamentos

O Laser é uma fonte de energia que pode ser utilizada para fundir, furar e vaporizar
parcialmente o metal de base. Então, o Laser é uma ferramenta versátil e eficaz para ser
utilizada na fabricação de peças de diferentes geometrias, que incluem peças simples e
complexas. Além disso, podem ser utilizadas em diversos materiais, espessuras e de
materiais iguais ou diferentes, em alta velocidade. Como o Laser é muito concentrado, o
calor fica concentrado na região desejada e os efeitos térmicos são reduzidos, como o da
ZTA e de distorções térmicas (empenamento).

2.2 Vantagens
• Alta precisão;

• Soldagem autógena;

• Possibilidade de uso do Laser como soldagem, corte e gravação em peças metálicas;

• Aplicação em grande quantidade de materiais;

• Alta produtividade;

• Pouca distorção e ZTA reduzida.

2.3 Desvantagens
• Alto custo e complexidade do equipamento;
• Problemas devido a refletividade de superfícies, que podem causar danos nos
componentes ópticos do equipamento;
• Dificuldade para mudar-se o ponto focal;
• Baixa potência do equipamento – por isso, é limitado a pequenas espessuras;

2.4 Equipamentos
Os equipamentos desse processo incluem a fonte de energia e seus componentes
eletrônicos de controle, juntamente com seu sistema de refrigeração. Existem dois tipos de
Lasers que são usados para soldagem e corte: o de CO2 e o de Nd:YAG (“Neodymiun –
Yttrium Aluminum Garnet”). Lasers de CO2 necessitam de entrada contínua desse gás no
sistema e alta tensão na fonte para gerar o Laser. Já o Laser Nd:YAG é usado em
aplicações que exigem menores temperaturas, e seu equipamento consome menos
energia elétrica que o Laser de CO2.

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2.5 Consumíveis
• Gás CO2 para o Laser desse tipo;
• Uso de O2 para o corte a Laser em aços;
• Uso de Nitrogênio para o corte a Laser em metais não ferrosos.

2.6 Técnica Operatória


A técnica operatória do processo de soldagem a Laser envolve a energia do feixe,
distância focal, refletividade das peças e o ajuste de pulso. O processo pode ser
automático ou realizado manualmente, em que o feixe de luz é acionado por um gatilho na
tocha. A Figura 4 mostra uma fotografia do processo de soldagem manual e com o uso de
metal de adição. Quando se aumenta mais a energia (aumentando a potência ou a
frequência de pulso), pode ser capaz de furar a superfície e então usar o Laser para o
corte. No processo de corte a Laser, é comum utilizar-se uma fonte de gás para aumentar
a eficiência de corte. Frequentemente, é usado o gás oxigênio para o corte de materiais
ferrosos, que é capaz de promover a oxidação durante o corte e então permitir velocidades
de corte maiores. Já para materiais não ferrosos, o nitrogênio é frequentemente usado
como o gás de assistência. Com as máquinas desse processo, atualmente é possível
cortar chapas de aço carbono de até 20mm de espessura.

. Figura 2.4: Soldagem a Laser manual com o uso de metal de adição

Fonte: https://www.manutencaoesuprimentos.com.br/soldagem-a-laser/ Acesso em: 05/2020

2.7 Aplicações Industriais


Esse processo de soldagem, corte e gravação são utilizados amplamente em aplicações
que exigem grande precisão dimensional da superfície de trabalho e das juntas soldadas
da chapas de pequena dimensão. Na indústria automotiva são utilizados Lasers de CO2
com o uso de robôs para movimentação da tocha. Além disso, o processo de corte pode
ser usado para a preparação de chanfros para posteriores soldagem por outros processos.
A Figura 5 mostra o uso de um robô para se realizar o corte.

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Figura 2.5: Uso de um robô para se realizar o corte a Laser

Fonte: https://cutt.ly/kyLsLjh Acesso em:05/2020

Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de soldagem a laser.


2. Cite 3 vantagens do processo LBW. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo LBW. Detalhe cada uma delas.
4. Quais são os parâmetros do processo?
5. Quais são as variações desse processo?
6. Dê exemplos de 3 aplicações práticas que são de grande importância a soldagem a
laser.

Recapitulando

Esse processo de soldagem utiliza a energia de uma luz concentrada de alta potência, que
na verdade, é uma radiação emitida e controlada. Esse processo é autógeno e é capaz de
gerar soldas de excelente qualidade metalúrgica e de acabamento. Além disso, o processo
pode ser utilizado em diferentes tipos de materiais, além da possibilidade de ser usado
para cortar peças metálicas e gravar nomes ou desenhos em peças metálicas também.
Seu principal problema é o alto custo do equipamento e a limitação da espessura das
chapas a serem soldadas e cortadas.

Para saber mais

• Equipamento de solda a laser. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=HE3cF0BKQrY
• Solda a Laser, Laser Oxitek. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=q6He9H8yxUY
• Telecurso 2000 Processos de Fabricacao 62 Corte com laser xvid. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=MpWbRFScYcc
• Soldagem autógena a LASER de grande penetração no LMP. Disponível
em:https://www.youtube.com/watch?v=J3tBMuAvZpo
Acesso em:05/2020

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Unidade 3: Soldagem a
feixe de elétrons
Um começo de conversa

A soldagem por feixe de elétrons é um processo de alta intensidade, pois gera uma grande
quantidade de energia em um curto espaço de tempo e em espaços estreitos, capaz de
ser aplicado a diferentes tipos de metais, juntas e espessuras. O processo é de alto custo
e exige o vácuo como o meio de proteção do ar ambiente e para direcionamento correto
do feixe de elétrons. A Figura 3.1 mostra a aplicação desse processo.
Figura 3.1: Soldagem por feixe de elétrons

Fonte: https://www.mecanicaindustrial.com.br/380-o-que-e-soldagem-por-feixe-de-eletrons/ Acesso em:


05/2020

Objetivo de aprendizagem

A soldagem por feixe de elétrons (EBW – Electron beam welding) foi desenvolvida
juntamente com a técnica do vácuo, no início da época de construções nucleares (anos
50), quando precisou-se soldar materiais que tem características reativas como o titânio e
zircônio, e encontraram diversos problemas, como a oxidação. A fonte de calor desse
processo de soldagem são elétrons que são acelerados a velocidades muito altas, de 30%
a 70 % da velocidade da luz. Essa energia cinética dos elétrons é transformada em calor
ao chocarem com a superfície metálica das peças a serem soldadas, gerando grande
quantidade de calor, que em grande quantidade, é capaz de fundir os metais. Já o vácuo
para a soldagem, é uma região com muita pouca matéria, ou seja, um local que não tem
nenhum tipo de elemento químico, seja oxigênio, nitrogênio, argônio, ou

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
qualquer outro elemento químico presente no ar. Um vácuo perfeito seria um local que não
tem nada, o que é impossível fisicamente. O vácuo necessário pare realizar-se esse
processo de soldagem é quantificado em torno de 0,13 a 133 mPa.

Em busca de informação

3.1 Fundamentos

A soldagem a Laser foi desenvolvida a partir de sistemas de aceleração de elétrons e


aplicada para gerar calor e então realizar-se processos de soldagem. Esse modo de
fornecimento de calor pode ser aplicado de forma controlada, e pode garantir alta
penetração em diversos tipos de metais e juntas de soldagem estreitas. A principal
limitação do processo é a necessidade de ser aplicado no vácuo, o que limita sua
aplicação em muitos sistemas. Além disso, esse processo não é aplicado de forma
manual, e dessa forma, toda a movimentação da tocha é realizada pelo próprio sistema.

3.2 Vantagens

• Alta penetração e largura da solda;


• Altas velocidades de soldagem
• Aplicável em grandes espessuras;
• Bom controle energético da fonte de calor
• Possibilidade soldar-se peças de pequenas espessuras e de chanfros estreitos
• Possibilidade de minimizar distorções e a ZTA
• Soldagem em quase todos os tipos de metais
• Soldas de alta qualidade e livres de oxidação
• Não necessita de cilindros de gases
• Soldagem automatizada
• Soldagem autógena

3.3 Desvantagens

• Alto custo e complexidade do equipamento – pode ser considerado o processo de


soldagem por fusão mais caro de todos.
• Necessidade de soldar-se em vácuo;
• Dificuldade de obter-se vácuo em grandes volumes.
• Emissão de raios X;
• Soldagem não aplicada de forma manual.

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3.4 Equipamentos

Os equipamentos desse processo incluem a fonte de energia e seus componentes


eletrônicos de controle. O sistema consiste também em um canhão de elétrons, câmera de
vácuo, bombas para produção de vácuo, lentes eletromagnéticas e sistemas para
movimentação das peças durante a soldagem. A Figura 2 ilustra como é o sistema de
soldagem EBW.
Figura 3.2: Equipamentos para soldagem EBW

Fonte: https://infosolda.com.br/artigos/processos-de-soldagem/1334-soldagem-por-feixe-de-eletrons Acesso


em: 05/2020

3.5 Consumíveis

• Não utiliza nenhum gás de proteção;


• Seu consumível é o metal de adição, caso seja necessário (soldagem autógena).

3.6 Técnica Operatória

A técnica operatória do processo de soldagem por feixe de elétrons é automatizada e


dessa forma, são necessárias preparações de sequências de soldagem, seja de
programação de um robô, ou mesmo o alinhamento de um simples carro de movimentação
longitudinal. Além disso, são necessários sistemas de geração de vácuo e sistemas de
controle de emissão de feixe de elétrons.

3.7 Aplicações Industriais

Esse processo de soldagem é considerado de alta intensidade e é capaz de produzir


soldas de alta qualidade, devido ao controle de penetração e largura da solda e à sua
confiabilidade quanto a proteção do contato com o ar, o que a torna uma boa opção para
situações específicas, como aplicações aeronáuticas.

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Colocando o conhecimento em prática

1. Defina brevemente o processo de soldagem por feixe de elétrons.


2. Cite 3 vantagens do processo EBW. Detalhe cada uma delas.
3. Cite 3 desvantagens do processo EBW. Detalhe cada uma delas.
4. Quais são os parâmetros do processo?
5. Quais são as variações desse processo?
6. Dê exemplos de 3 aplicações práticas que são de grande importância a soldagem a
laser.

Recapitulando

Esse processo de soldagem utiliza a energia do choque de elétrons em alta velocidade


com a superfície da peça, capaz de gerar grande quantidade de calor e efetuar soldas de
alta qualidade. Sua principal limitação é a necessidade de criação de vácuo, o que ajuda a
tornar o processo de soldagem EBW como o mais caro.

Para saber mais

• MODENESI, Paulo José; MARQUES, Paulo Villani; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem-fundamentos e tecnologia. Editora UFMG, 2014.
• Info solda, Soldagem por feixe de elétrons – Características do processo. Disponível
em: https://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/processos/201-
soldagem-por-feixe-de-eletrons-caracteristicas-do-processo
• Mecânica Industrial, O que é soldagem por feixe de elétrons. Disponível em:
https://www.mecanicaindustrial.com.br/380-o-que-e-soldagem-por-feixe-de-eletrons/
Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4: Soldagem
Subaquática
Um começo de conversa

Afinal como são feitos os reparos de trincas nas turbinas dos grandes navios? Como são
feitos os reparos nas tubulações e estruturas presentes em alto mar? Bem, à primeira vista
essas questões despertam certa curiosidade. Nesse capitulo iremos falar sobre processos
de soldagem realizados em situações em que o metal a ser soldado se encontra
submersos por agua.

Objetivo de aprendizagem

Com o desenvolvimento da indústria do petróleo no último século e a descobertas de


novas jazidas de óleo e gás natural em alto mar, se fez necessário o desenvolvimento de
processos de soldagem que conseguissem atender as demandas por reparos nas
estruturas subaquáticas. Nesse capítulo, os objetivos são: Apresentar os diferentes
processos de soldagem subaquática, suas aplicações, técnicas e equipamentos, bem
como seus desafios no que se refere a qualidade da solda.

Em busca de informação

4.1 Fundamentos

A soldagem subaquática tem grande importância em aplicações em alto mar. Muitas vezes
os lugares onde a solda deve ser realizada estão a 10m, 100m, 300m ou até mais metros
abaixo do nível do mar, como consequência das altas profundidades ocorre também o
aumento da pressão, esta é uma variável importantíssima nos processos de soldagem
subaquática como veremos a seguir. Processos de soldagem realizados em ambientes
com alta pressão, como no fundo do mar, são denominados de soldagem hiperbárica. A
soldagem hiperbárica pode ser dividida em dois métodos: Soldagem hiperbárica a seco e
soldagem hiperbárica a húmido.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.2 Soldagem hiperbárica a seco

Nesse tipo de processo, tanto a região a ser soldada quanto o soldador não estão em
contato direto com a água. Isso ocorre porque o processo de soldagem é realizado dentro
de uma câmara metálica, geralmente de aço, em que toda a água é retirada adicionando-
se ar ou outra mistura de gases adequados ao processo de soldagem e a pressão no
local. A câmara é dimensionada de acordo com a geometria do local a ser soldado e
também com a necessidade de espaço para realização do procedimento.

Figura 4.1: Ilustração do processo de soldagem subaquática dentro da câmara de proteção.

Fonte: www.researchgate.net/publication/250166825_Underwater_Welding_-_A_Review Acesso em: 05/2020

4.3 Soldagem hiperbárica a úmido

Nem sempre é viável realizar o processo de soldagem a seco, visto que tal processo é
extremamente caro e depende das condições da estrutura a qual se quer soldar, portanto
partir da década de 70 foram desenvolvidos processos que permitissem soldar sem que se
tenha a necessidade de uma câmara pra separar a aguada da região de soldagem.

No processo de soldagem úmido o soldador e a peça a ser soldada estão envolvidos


diretamente pelo meio aquosos, não existindo nenhuma barreira física entre o meio e o
soldador.

O soldador utiliza um traje de mergulho e um capacete ao qual é acoplada a lente para


soldagem e também equipamento radiotransmissor, para facilitar a comunicação entre o
soldador e uma equipe de apoio. No capacete também são acoplados dispositivos para
respiração. Em situações em que se faz necessário o controle da temperatura corporal do
soldador, o traje também vem equipado com dispositivos que tem função de aquecer ou
resfriar.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 4.2: processo de soldagem hiperbárica a úmido

Fonte: www.bestweldinggear.com/everything-need-know-underwater-welding/ Acesso em:05/2020

4.4 Principais desafios da soldagem subaquática a úmido

Você já parou para pensar o que todos os processos de soldagens convencionais


aprendidos até aqui tem em comum? Uma coisa é certa, todos utilizam gases de proteção,
sejam eles ativos (reagem com os gases atmosféricos ou com a poça de fusão), como
CO2, ou inertes (protegem a poça de fusão, mas não reagem com metais ou outros
elementos presentes nela), como He e Ar. Experimente soldar sem a presença desses
gases de proteção, o resultado provavelmente será desastroso, com uma solda de
péssima qualidade e cheia de poros.

Dois dos principais contaminantes são oxigênio e nitrogênio, que estão presentes em
abundancia na forma de gases na atmosfera. Dentro da agua também há oxigênio e
hidrogênio. Na verdade, uma molécula de agua é formada por dois átomos de hidrogênio
e um de oxigênio, ligados conforme a figura 3.

Figura 4.3: Molécula de agua

Fonte: https://cutt.ly/ByLajTS Acesso em: 05/2020

Durante o processo de soldagem subaquática as moléculas de agua são aquecidas devido


a alta temperatura do arco elétrico. Como consequência desse processo de aquecimento
as ligações entre os átomos da molécula de agua se quebram, liberando hidrogênio e
oxigênio na região de soldagem (figura 4), o oxigênio e hidrogênio liberados em
decorrência da quebra das moléculas de agua agem, portanto, como agentes
contaminantes da poça de fusão.

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Figura 4.4: Dissociação da agua em hidrogênio e oxigênio

Fonte: https://cutt.ly/ByLajTS Acesso em: 05/2020

4.4.1 Contaminação por oxigênio


Aços estruturais possuem teor de Fe maior que 97% em sua composição química. O ferro
tende reagir com oxigênio, formando oxido de ferro, Fe2O3, essa transformação ocorre
lentamente a temperatura ambiente, como podemos observar na presença de ferrugem
em peças de aço. Entretanto, em altas temperaturas como as dos processos de soldagem,
essa transformação acontece muito mais rápido do que na temperatura ambiente, o que
faz com que se forme óxidos de ferro na região de soldagem com apenas alguns
segundos de contato do metal quente com o oxigênio, causando contaminação da solda.
Além da formação de óxidos o gás oxigênio em contato direto com a região de soldagem
favorece o aparecimento de porosidade, como observado na figura5 por essas razoes se
faz necessário manter o oxigênio longe do ferro durante os processos de soldagem.
Figura 4.5: Cordão de solda com porosidade elevada em decorrência da proteção inadequada da poça de
fusão.

Fonte: https://www.twi-global.com/technical-knowledge/job-knowledge/defects-imperfections-in-welds-
porosity-042 Acesso em: 05/2020

É fato que a proteção da poça de fusão é de extrema importância para a qualidade da


solda, independente do processo, mas como realizar essa proteção submerso por agua?
Bom, a principio poderíamos pensar em usar os gases de proteção, como nos processos
tradicionais, mas isso não funciona em baixo d’água, pois os gases liberados não se
concentram na região de interesse. A saída encontrada para esse tipo de problema é
realizar a proteção metalúrgica d poça de fusão.

Na proteção metalúrgica não são adicionados gases ao cordão de solda, mas sim,
elementos de liga. Estes possuem potencial de oxidação maior do que o do ferro (isto é, o
oxigênio se liga preferencialmente aos elementos de liga, deixando o ferro livre da
oxidação), logo os elementos de liga são sacrificados, impedindo o contato direto do
oxigênio com o ferro, melhorando de forma significativa a qualidade do cordão de solda.

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4.4.2 Contaminação por hidrogênio

Você provavelmente já ouviu falar das trincas de hidrogênio, que são comuns até mesmo
nas soldas fora d’água, os fatores que influenciam na formação de uma trinca de
hidrogênio são:
1. Presença de hidrogênio dissolvido no metal de solda;
2. Tensões residuais no material após a soldagem;
3. Formação de uma microestrutura martensitica;
4. Temperaturas menores que 150°C.

Durante o processo de soldagem subaquática os átomos de hidrogênio presentes na agua


conseguem se dissolver no metal de solda. Com o resfriamento rápido causado pelo
contato direto com agua, pode ocorrer durante a solidificação concentrações de tensão no
material e a formação de uma microestrutura martensítica, que é frágil e muito pouco
tenaz. O hidrogênio dissolvido permanece no metal sólido, podendo sair por meio de
mecanismo de difusão, horas depois do resfriamento. Quando o hidrogênio sai do metal
sólido, pode ocorrer micro trincas na estrutura do material, que se propagam formado as
tão faladas trincas e hidrogênio, ou trincas a frio mostrada na figura 6.

Figura 4.6: Trinca de hidrogênio

Fonte: http://engenheirodemateriais.com.br/2017/07/05/trincas-a-frio-ou-fissuracao-por-hidrogenio/ Acesso


em:05/2020

Para evitar as trincas de hidrogênio, podem ser realizadas operações de pós-aquecimento,


que garanta que o hidrogênio saia por difusão do metal solido. Pode também ser realizado
um pré-aquecimento, favorecendo a formação de uma microestrutura menos frágil.

4.5 Equipamentos

Soldagem subaquática seca


Os equipamentos de soldagem subaquática úmido são:

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1. Fonte de energia para a soldagem – 300 a 600 A CC

As fontes usadas são parecidas com as usadas fora d’água, disponham de valores de
tensão em vazio superiores àqueles encontrados em fontes comerciais. Devido ás
elevadas pressões encontradas nos sítios de soldagem, a queda de tensão ao longo da
coluna do arco assume valores mais altos do que aqueles encontrados no arco gerado em
superfície. Caso o limite de tensão em vazio da fonte seja limitado, poderão surgir
problemas de deposição, decorrentes da incapacidade de fusão do eletrodo, provocados
pela incapacidade de manutenção de um fluxo de corrente devido a elevada pressão
ambiente.

2. Cabos de soldagem, 2/0 a 4/0 com grampo de terra,

Os cabos devem ser adequadamente dimensionados de acordo com a corrente de


soldagem.

3. Câmara de Soldagem Seca/Habitat

A câmara de soldagem seca tem como função proteger o soldador e a estrutura a ser
soldada do contato direto com a agua. Sua forma e dimensões são variáveis de acordo
com a característica do local a ser soldado

4. Compartimento seco para armazenamento de eletrodos

Esses dispositivos são usados para evitar o contato do eletrodo com a agua durante o
mergulho.

5. Forno para armazenamento de eletrodos de soldagem

São importantes na manutenção da umidade dos eletrodos submersos.

6. Eletrodos de soldagem

Os eletrodos usados dependem das condições do ambiente de soldagem.

7. Isolantes térmicos

Importantes em altas profundidades para manter a temperatura ideal para realização do


processo de soldagem

Também são usados:

8. Cabos flexíveis para suporte de vida e comunicações;

9. Roupas e luvas protetoras a prova de fogo;

10. Máscara de soldagem ou suporte com as lentes de soldagem;

11. Analisadores de gás;

12. Equipamento de pré-aquecimento com termopares;

13. Iluminação para o soldador/mergulhador;

14. Medidores de tensão e corrente;

15. Câmera de televisão;

16. Ferramentas para trabalhos submersos.

29
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Processo úmido
Além da fonte de soldagem 300 a 600 A CC, como no processo a seco, também são
usados:
1. Porta eletrodo
2. Sistema de transferência de eletrodos de soldagem
3. Suporte com as lentes de soldagem
4. Eletrodos de soldagem a prova d’água
5. Fonte de energia para a soldagem
6. Chave de faca unipolar – 400 A
7. Medidores de tensão e corrente
8. Cabos de soldagem, 2/0 a 4/0 com grampo de terra
9. Ferramentas para trabalhos submersos

4.5.1 Consumíveis

Nesse processo de soldagem os consumíveis são os mesmos usados nos processos


convencionais, eletrodo, arame, gases de proteção e em alguns casos elementos de liga
usados com a finalidade de proteção metalúrgica.

4.6 Técnica Operatória

4.6.1 Processo de soldagem a seco

Nos processos de soldagem subaquática a seco as fontes de soldagem aplicadas


geralmente são as mesmas dos processos convencionais . Os processos de soldagem
mais comumente utilizados para a soldagem subaquática a seco são: GTAW, SMAW e
FCAW. Para operações de passe de raiz geralmente se utiliza o GMAW, visto que
proporciona um arco elétrico mais estável em situações hiperbáricas. Os outros processos
são normalmente utilizados para o enchimento de soldas com chanfro ou para soldas de
filete, devido as altas taxas de deposição.

Soldagem com eletrodo revestido:

O processo de soldagem com eletrodo revestido é o mais largamente utilizado para


realização de reparos. Os eletrodos convencionais conseguem bons resultados com
profundidades de até 90 metros, a partir disso o arco elétrico se torna instável e também é
verificada uma mudança de composição química nos metais de solda depositados, logo se
faz necessário o desenvolvimento de eletrodos específicos de acordo com a profundidade
e material a ser soldado.

O processo com eletrodo revestido possui as seguintes vantagens e desvantagens:

30
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Vantagens:

• Necessidade de um equipamento relativamente simples;

• Processo com grande número de soldadores capacitados.

Desvantagens:

• Precauções necessárias para manter os eletrodos secos durante o percurso para a


câmara de soldagem;

• Câmara deve ser equipada com um forno para eletrodos;

• Instabilidade do arco a altas pressões;

• Fluidez excessiva do metal de adição a altas pressões.

Processo GTAW

Esse processo é adequado para realizar soldas autógenas por pontos. Dentre os
processos de soldagem convencional o Processo GTAW é o que proporciona maior
estabilidade do arco, mesmo a profundidades elevadas, graças a composição e o fluxo dos
gases que formam a camada de proteção da poça de fusão. No que se refere a
equipamentos, o Processo GTAW necessita de menos equipamentos quando comparado
com o processo de soldagem por arame tubular e mais equipamentos do que o processo
com eletrodo revestido.

Processo de Soldagem por Arame Tubular

Nesse processo o número de equipamentos utilizados é maior do que no Processo GTAW


e eletrodo revestido. Para profundidades de até 60 metros são usados geralmente arames
tubulares convencionais, obtendo resultados satisfatórios. Arames tubulares especiais são
feitos para profundidades maiores, sendo empregados em profundidades de até 300
metros

4.6.2 Processo de soldagem a úmido

Os processos de soldagem subaquática a úmido são semelhantes aos processos de


soldagem convencionais realizados fora da agua, porém esses processos apresentam
alguns problemas causados pela presença da agua e alta pressão, tornando-se necessário
realizar adaptações nos processos. .

Eletrodo revestido

O processo de soldagem a húmido com eletrodo revestido é semelhante ao processo


tradicional, sendo o método mais usado para soldagem subaquática úmida, visto que
desde a década de 70 tem-se investido no desenvolvimento de eletrodos para esse tipo de
processo.

O grande número de soldadores qualificados e a praticidade de se realizar reparos


estruturais tornam esse processo vantajoso. Os eletrodos para esse processo tem sua
camada externa envolvida por um material impermeável que garante que o revestimento
não ira diluir ao entrar em contato direto com agua.

31
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Os eletrodos utilizados mais frequentemente para a soldagem subaquática são
classificados pela AWS como E6013 e E7014.

A amperagem, velocidade de soldagem e ângulo do eletrodo dependem da posição de


soldagem, se o cordão de solda está sendo depositado na raiz, para enchimento ou para
cobertura. Normalmente é utilizada corrente contínua com polaridade direta (eletrodo
negativo).

Soldagem com Eletrodo Tubular

Processos com eletrodos tubulares ainda estão sendo estudados. Nos Estados Unidos já
foram obtidos resultados positivos com esse tipo de processo. No Brasil também estão
sendo desenvolvidas pesquisas para melhorar a estabilidade do cordão de solda e diminuir
a alta porosidade resultante desse tipo de processo.

A soldagem subaquática tem grande importância em aplicações em alto mar. Muitas vezes
os lugares onde a solda deve ser realizada está a 10m, 100m, 300m ou até mais metros
abaixo do nível do mar, como consequência das altas profundidades ocorre também o
aumento da pressão, esta é uma variável importantíssima nos processos de soldagem
subaquática como veremos a seguir. Processos de soldagem realizados em ambientes
com alta pressão, como no fundo do mar, são denominados de soldagem hiperbárica. A
soldagem hiperbárica pode ser dividida em dois métodos: Soldagem hiperbárica a seco e
soldagem hiperbárica a húmido.

4.7 Vantagens

Processo a seco
• Variedade de processos que proporcionam bom resultado sob as circunstancias ideais,
pode ser usado SMAW;
• GMAW, FCAW ou GTAW;
• Possibilidade de pré aquecimento e pós aquecimento da solda;
• Em geral proporciona taxa de resfriamento menores ou iguais as da superfície,
evitando a formação de fase martensitica;
• o processo de deposição de metal não e afetado pelo contato direto da agua ou seus
produtos gasosos provenientes de seu aquecimento.
Processo a úmido
• Pode ser feita em regiões onde não é possível a montagem da câmara para o processo
a seco;
• De fácil uso em manutenções de emergência;
• Uso de equipamentos simples e leves;
• Baixo tempo e custo para realização do processo

32
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.8 Vantagens

Processo a seco
• Instalação de câmara limitada de acordo com a geometria e tamanho das estruturas da
área de trabalho;
• Instalação de câmara limitada pelo comprometimento da qualidade estrutural d área de
trabalho;
• Alto tempo e custo para realizar o trabalho.

Processo a úmido
• Porosidade acentuada;
• Menor ductilidade e maior dureza na ZAC (zona afetada pelo calor), causados pela alta
taxa de resfriamento induzida pelo meio aquoso existente ao redor da região de
soldagem;
• Aços com alto carbono equivalente são sujeitos a trincas induzidas pelo hidrogênio e a
um endurecimento da ZAC.

4.9 Aplicações

Quanto as aplicações do processo de soldagem subaquática podemos citar as principais


como sendo:
• Reparo de Estruturas Offshore
• Tubulações Submersas.
• Reparos em Instalações Portuárias
• Usinas Nucleares
• Usinas Hidroelétricas

Colocando o conhecimento em prática

1. Quais os dois diferentes tipos de soldagem subaquática? Explique suas diferenças.


2. Qual o processo de soldagem mais usado na soldagem subaquática a úmido? E quais
as vantagens desse processo?
3. Porque é mais difícil de obter uma boa qualidade da solda em processos
subaquáticos?
4. Explique o que é o método de proteção metalúrgica usado no processo de soldagem
subaquática.
5. Cite pelo menos três aplicações do processo de soldagem subaquática

33
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Nesta unidade aprendemos quais os tipos diferentes de processos de soldagem


subaquática, os processos de soldagem em uso e em fase de pesquisa e os desafios de
se soldar submerso por agua.

Para saber mais

• AMERICAN WELDING SOCIETY. COMMITTEE ON WELDING IN MARINE


CONSTRUCTION. SUBCOMMITTEE ON UNDERWATER WELDING; AMERICAN
NATIONAL STANDARDS INSTITUTE; AMERICAN WELDING SOCIETY. TECHNICAL
ACTIVITIES COMMITTEE. Specification for Underwater Welding. American Welding
Society, 1989.
• FIGUEIREDO, A.S., Soldagem Subaquática, Disponível em:
http://docplayer.com.br/20531705-Soldagem-subaquatica.html
• Soldagem submarina. Disponível em:
http://www.invencoesbrasileiras.com.br/soldagem-submarina/
• RAMOS, Ademilson, Soldagem subaquática: saiba mais sobre uma das profissões
mais perigosas do mundo. Disponível em:
https://engenhariae.com.br/curiosidades/soldagem-subaquatica-saiba-mais-sobre-uma-
das-profissoes-mais-perigosas-do-mundo
Acesso em: 05/2020

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 5: Automação
em Soldagem
Um começo de conversa

Com o desenvolvimento da indústria demandas relativas ao aumento da produção e


redução dos custos surgiram. Como acelerar os processos de soldagem sem perder a
qualidade? A automação na soldagem permite aos soldadores, com o auxílio de
equipamentos, a realização do processo com maior eficiência e algumas formas disso ser
feito serão abordadas nesse capítulo.

Objetivo de aprendizagem

O aumento na produção com menor custo é interesse de qualquer profissional dono de


seu negócio, neste capítulo serão apresentadas diversos mecanismos que foram
desenvolvidos com o propósito de aumentar a produção facilitando o trabalho do soldador.

Em busca de informação

5.1 Fundamentos

Automação é um sistema automático de controle pelo qual os mecanismos verificam seu


próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade
da interferência do homem. Automação é a aplicação de técnicas computadorizadas ou
mecânicas para diminuir o uso de mão-de-obra em qualquer processo, especialmente o
uso de robôs nas linhas de produção.

No âmbito da soldagem, o sistema automatizado exige capacidade de decisão quando as


variáveis externas e parâmetros durante a soldagem estiverem desajustados ou
interferindo negativamente; isso somente é possível graças a recursos sensoriais que
monitoram e informam o equipamento para que seja a tomada a decisão correta. Quando
se deseja automatizar, os níveis de evolução devem ser preferencialmente graduais para
que não ocorram frustações e comprometimento de investimentos.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Um processo de soldagem é classificado como manual quando todas as atividades citadas
são executadas e controladas pelo soldador. No outro extremo, para que o processo de
soldagem seja classificado como automatizado, todas essas atividades devem ser
executas e controladas pela máquina.

Figura 5.1: Tipos de operação de soldagem.

Fonte: MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz. Soldagem Fundamentos e
Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

A nomenclatura automático significa que todas as funções ou etapas de uma operação são
realizados em sequência, através de meios mecânicos e/ou eletrônicos, sem ajunte
executado pelo soldador, com exceção de uma ocasional programação do equipamento. A
automação pode ser parcial, com algumas funções ou etapas executadas pelo soldador.
Definir um processo como semiautomatizado implica dizer que está faltando algo para que
o mesmo se tornar automatizado. O termo semiautomático é largamente usado, porém a
rigor, prefere-se o uso do termo semimecanizado (é mais adequado às características do
processo). Segue a classificação dos processos de soldagem revisada – Figura 5.2

36
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.2: Classificação dos processos de soldagem revisada.

Fonte: MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre Queiroz. Soldagem
Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

O processo de soldagem por eletrodos revestidos é tradicionalmente manual, ou seja,


todas as atividades são executadas e controladas pelo soldador. No processo GMAW, o
soldador tem como função deslocar a tocha de soldagem, ficando somente a abertura do
arco e a alimentação do arame nu sob atribuição da máquina; este processo é
denominado como semimecanizado. No caso em que se faz o uso de um dispositivo para
movimentar a tocha de soldagem, o processo passa a ser denominado mecanizado. Por
fim, quando a tocha é capaz de alterar o direcionamento, seguir juntas e fazer correções
de forma automática, o processo é definido como automático.

5.2 Características
A finalidade da automação em processos, seja total ou parcial, é diminuir o custo de
manufatura, favorecendo o aumento da produtividade, melhorando a qualidade e a
confiabilidade do produto final (repetibilidade). Essas características são atingidas pela
redução ou eliminação de erros humanos. Um equipamento automatizado pode, em um
extremo, ser projetado para acomodar uma montagem simples ou uma família de
montagem similares (automação fixa), ou em outro extremo, pode ser flexível para ser
modificado rapidamente para executar uma operação similar sobre componentes ou
montagens diferentes (automação flexível).

5.3 Tipos de automação em soldagem

A automação fixa consiste no sistema de soldagem automático que tem como atributos
uma combinação de dispositivos de movimentação do arco (único ou múltiplo) e uma
plataforma de trabalho, projetados para atuar em sincronia e soldar uma família específica
de produtos. Os mecanismos auxiliares de fixação e manuseio do metal de base estão
frequentemente incluídos e podem ser ajustados em função da junta que será submetida
ao processo de soldagem. Em geral, esses sistemas possuem controles simples e não são
reprogramáveis com facilidade. Esses respectivos equipamentos movimentam-se de
forma simples e são dimensionados para reduzir o tempo de setup (montagem e
desmontagem) e o de soldagem.

37
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
O operador, no âmbito do processo, somente carrega e descarrega as peças em
produção, objetivando uma maior produtividade. Emprega-se a automação fixa em
produção de larga escala de peças similares.

Soldagem automatizada flexível é definida como um programa de controle computacional


ou numérico que substitui o posicionamento fixo e serviço sequencial da soldagem
automatizada fixa. Um robô industrial é o sistema automatizado flexível mais aplicado em
operações de manufatura. A operação com utilização de robôs pode ser simples, quando
as condições de soldagem são fixas e uma única sequência é usada em todas as
operações, ou complexa, se as condições são modificadas frequentemente em função da
configuração da junta. Esta última, exige atuação de vários sensores para retroalimentar e
corrigir o sistema, em função da peça em processamento. A automação flexível é
empregada quando se tem produção de grande diversidade de peças.

Ambos processos descritos são classificados como “mecanizados”, pois apesar de


executarem toda operação de soldagem sem a interferência de operadores e, até são
aptos realizarem ajustes de trajetórias quando necessário, não são capazes de detectar e
corrigir em tempo real um desvio do processo de soldagem, como por exemplo uma falta
de penetração. Entretanto, tratar um processo de soldagem robotizado como
semiautomatizado é bem aceito no ramo industrial.

Sistemas totalmente automatizados pra soldagem, chamados de automático com controle


adaptativo, se encontram na fase de pesquisa e desenvolvimento em escala de laboratório
e plantas piloto.

5.4 Dispositivos

Os dispositivos e manipuladores de automação mais usados na indústria são dirigidos


para os processos GTAW, GMAW, FCAW e principalmente SAW. No processo SMAW
sistemas de automação são raramente aplicados.

Aconselha-se realizar a soldagem na posição plana, pois é mais favorável no que diz a
respeito de melhores taxas de deposição por kg/h, como resultado tem-se menores
tempos de execução.

Os dispositivos tem como funções fixar a peça e promover movimentos que proporcionem
ao soldador ou operador a execução do cordão de solda de maneira mais eficaz e
eficiente.

Em um torno adaptado para soldagem pelo processo GTAW, põe-se uma peça com
geometria cilíndrica, como eixo, tubo ou flange, fixada entre duas placas; nesta situação, é
possível fazer duas soldas ao mesmo tempo, sincronizando o movimento de giro do torno
com o movimento do cabeçote de soldagem. Este equipamento pode ter várias funções.

A mesa posicionadora é um dispositivo muito relevante na fabricação de conjuntos


soldados, seja por meio de processos manuais, semiautomáticos, automatizados ou
robotizados. A mesa é um prato giratório que pode ser acoplado a um comando externo
com sincronismo. Muitos modelos são encontrados com uma vasta gama de peças.
Destacam-se o de mesa fixa na vertical e, o mais versátil, formado por conjuntos duplos
contrapostos, para soldagem de estruturas longas.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.3: Mesa posicionadora.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

Os principais modelos de mesa giratória apresentam dois graus de movimentação: 45° e


90°. Existem modelos mais complexos que permite a movimentação da mesa em até 135°.
A capacidade de movimentação varia de um range de quilogramas até toneladas. Deve-se
ser ter cuidados especiais no manuseio de peças longas, pois a capacidade de
movimentação diminui com o aumento do comprimento. Sugere-se posicionar a peça na
mesa de modo que os centros de gravidade coincidam. O manual dos posicionadores
costumam conter essas informações.
Figura 5.4: Mesa giratória.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

O dispositivo mais comum é o que aplica pares de rolos para rotacionar peças cilíndricas.
É comum que este dispositivo trabalhe em conjunto com um manipulador de soldagem. O
rolo virador pode ter movimentação livre ou acionamento motor-redutor, com capacidade
que vão de 100kg até 300ton de peças em giro.

39
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 5.5: Rolo vibrador.

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

A escolha de um manipulador de soldagem é feita em função com o número de eixos de


movimentação e com a proporção dos braços. O processos de soldagem em que os
manipuladores são amplamente aplicados são SAW, GMAW e FCAW.

Em manipuladores de quatro eixos, pode-se fazer ajustes no cabeçote através de um


sistema manual de três eixos providos de polias e fusos, porém é possível acoplar
regulagem automática.

Figura 5.6: Manipulador de 4 eixos

Fonte: Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

40
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Há sistemas mais simples, com menos graus de liberdade, e até sistema uniaxial, em que
o cabeçote se movimenta somente na horizontal. Esses sistemas atendem bem a
soldagem longitudinal de chapas finas.

5.5 Sistemas de soldagem automatizada

Com a finalidade de se automatizar processos manuais e semiautomáticos, desenvolveu-


se a soldagem automatizada. Os sistemas mais aplicados são a soldagem orbital e a
soldagem com chanfro estreito, também conhecido como narrow gap.

Aplica-se o sistema de soldagem orbital nos processos GTAW, GMAW, PAW e SAW.
Nesse contexto, o processo, a soldagem orbital é controlada pela fonte por meio de
microprocessadores e é composto por motor-redutores de corrente contínua; existem
sistemas mais sofisticados que contêm também motores de passo e controle automático
da tensão do arco.

Os principais parâmetros de soldagem orbital são: pré-purga, em que o gás de proteção é


liberado segundos antes da abertura do arco; corrente de soldagem inicial; tempo de
rampa de subida, que é o tempo no qual a corrente aumenta gradativamente em função do
tempo; corrente de soldagem; corrente final de soldagem; tempo de rampa de descida; e
pós-purga. No caso de corrente pulsada, as variáveis são corrente de base, tempo de
base, corrente de pico e tempo de pico.

Figura 5.7: Sistema de soldagem orbital.

Fonte: http://www.sps-soldagem.com.br/catalogo/07-08_Tartilope_V4.pdf
Acesso em: 05/2020

41
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

• Explique com suas palavras quando um robô para soldagem pode ser considerado um
sistema automático e quando pode ser considerado semiautomático considerando as
definições apresentadas na tabela I e II. Em que situação é considerado mecanizado?
• Dentro da classificação proposta, de um exemplo de um sistema semimecanizado
para soldagem com eletrodo revestido.
• Quais são as vantagens em se automatizar processos?
• Que outros tipos de posicionadores você acha que poderiam ser utilizados para
soldagem?

Recapitulando

A automação em soldagem visa executar o processo de união de materiais usando


temperatura com a menor intervenção humana possível. Essa atividade vem ganhando a
cada dia mais espaço. Os resultados esperados da automação são redução de custo,
aumento de produtividade e repetibilidade de processos de soldagem.

Referências Bibliográficas

• MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre


Queiroz. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.
• Soldagem. Área Metalurgia. Vários autores. SENAI-SP; Edição: 1ª

42
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Fundamentos de
Soldagem
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor Unidade 1: Propriedade dos Materiais 45


Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Propriedades físicas 46
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges 1.2 Propriedades térmicas 46

Diretor da EEUFMG 1.3 Propriedades mecânicas 47


Prof. Cícero Murta Diniz Starling 50
1.4 Ensaios mecânicos
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
Unidade 2: Metalografia 53
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães 2.1 O que é metalografia 54
2.2 Macroscopia - metais 54
Supervisão de área
54
2.3 Microscopia - metais
Prof. Alexandre Queiroz Bracarense
55
2.4 Preparação
Carolina Martins Abreu

Gabriel Mendes de Almeida Carvalho Unidade 3: Introdução aos metais – aço e ferro 59
fundido
Instrutores Colaboradores
60
3.1 Aço e ferro fundido
César Romero Afonso Goulart Júnior 60
3.2 Classificação dos aços
Lara Alves Rachid 61
3.3 Diagrama ferro carbono
63
3.4 Diagrama TT
64
3.5 Influência dos elementos de liga
66
3.6 Tipos de fagulhas

Unidade 4: Tratamentos térmicos e termoquímicos 68

69
4.1 Tratamentos térmicos
4.2 Tratamentos termoquímicos 71

44
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1:
Propriedades dos
Materiais
Um começo de conversa

Todos sabem que tudo é formado por matéria. A matéria, que por sua vez é formada por
um conjunto de moléculas, apresenta propriedades distintas quando submetida ao
aumento e diminuição de temperatura, ela reage de forma diferente quando em contato
com outros tipos de moléculas ou elementos de natureza distinta. Para desenvolver um
projeto é necessário uma quantificação das propriedades dos materiais que serão
necessárias para o projeto a fim de se dimensionar custos, a escolha do material e
estimativa de vida útil do empreendimento. Portanto, nesse contexto, é necessário se
conhecer as propriedades dos materiais.

Objetivos da Aprendizagem

Tubulações, trocadores de calor e bombas são dispositivos que transportam fluidos com
uma finalidade, seja ela, trocar calor ou movimentar um fluido de um local para outro. Você
tem alguma ideia de como os sistemas citados são dimensionados? De quais materiais
eles são fabricados? Pois então, saber os valores de condutividade térmica, ponto de
fusão, ponto de ebulição dos fluidos de trabalho é de suma importância para o
desenvolvimento desses projetos. Que tal conhecer um pouco mais sobre essas
grandezas?

Em busca de informações

O tema abordado está fortemente atrelado ao estudo de química, você irá notar que as
propriedades citadas aqui estão todas relacionadas quanto a composição daquele
material. Caso queira, você pode consultar o assunto sobre tipos de elementos, tipos de
ligações químicas e as propriedades delas, você vai notar a relação entre as propriedades
do materiais aqui apresentadas!

45
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.1 Propriedades físicas
“Propriedades físicas são aquelas propriedades que podem ser mensuráveis, cujos valores
descrevem o estado físico de um sistema” (WIKIPEDIA, 2020a, tradução nossa) e que
pode ser observada sem transformar uma substância em outra. Ex: ponto de fusão, ponto
de ebulição, solubilidade.

Definições
Ponto de fusão: é a temperatura que uma substância passa do estado sólido para o
líquido.

Ponto de ebulição: é a temperatura que uma substância passa do estado líquido para o
gasoso.

Massa: é a quantidade de matéria contida em um corpo.

Volume: é o espaço ocupado por um corpo.

Densidade: “a densidade de um corpo define-se como o quociente entre a massa e o


volume desse corpo. Desta forma pode-se dizer que a densidade mede o grau de
concentração de massa em determinado volume.” (WIKIPEDIA,2020b)
1.1.1 Mudança de estado físico

As fases ou mudança de estado é nome dado ao fenômeno de mudança do estado de


agregação de suas moléculas. Matérias sólidas possuem moléculas mais unidas enquanto
a matéria no estado gasoso tem suas moléculas bem separadas.
Figura 1. 1 - Mudança de estado físico

Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica8/termologia/estado.html

1.2 Propriedades térmicas

Entende-se por “Propriedades Térmicas” a resposta de um material à troca de calor com o


meio.

46
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Definições
Calor específico: “é a quantidade de calor necessária para que cada grama de uma
substância sofra uma variação de temperatura correspondente 1°C.” (SILAS/ Brasil Esola)
Coeficiente de expansão térmica: é uma medida de variação unitária da grandeza de
uma de suas dimensões.
Condutividade térmica: é a grandeza que quantifica a habilidade dos materiais de
conduzir calor.

Fenômenos causados pela variação de temperatura


O que acontece quando fornecemos calor para um corpo?
• O volume (ou seja, altura, largura e profundidade) se altera;
• A sua temperatura aumenta;
• O calor pode ser transmitido;
• O material emite radiação (térmica);
• As transformações de fases podem ocorrer.

Figura 1. 2 - Condutividade térmica e comportamento dos materiais.

Fonte: Materials-engeneeringscience.blogspot.com/2011/04/termal-properties.html.

1.3 Propriedades mecânicas


Resistência mecânica - pode-se conceituar como sendo a capacidade dos materiais
de resistir a esforços de natureza mecânica, como tração, compressão, cisalhamento,
torção, flexão e outros sem romper e/ou deformar-se. Porém, o termo resistência
mecânica, abrange na prática um conjunto de propriedades que o material deve
apresentar, dependendo da aplicação ao qual se destina. É muito comum para efeito de
projeto relacionar diretamente resistência mecânica com resistência a tração.

47
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Elasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se elasticamente. A
deformação elástica de um material, acontece quando o material é submetido a um esforço
mecânico e o mesmo tem suas dimensões alteradas, e quando o esforço é cessado o material
volta as suas dimensões iniciais.

Ductilidade e/ou Plasticidade – é a capacidade que o material apresenta de deformar-se


plasticamente ou permanentemente antes de sua ruptura. A deformação plástica de um
material, ocorre quando o material é submetido a um esforço mecânico e o mesmo tem suas
dimensões alteradas, e quando o esforço é cessado o material permanece com as dimensões
finais.

Dureza – essa propriedade embora tenha mais de uma caracterização, tecnicamente a


definição mais utilizada é: Dureza é uma medida da resistência do material a deformações
plásticas localizadas. Associada a essa propriedade, temos a resistência ao desgaste e a
resistência a abrasão.

Resiliência – é a capacidade do material absorver e devolver energia sem deformação


permanente. Essa propriedade tem validade no campo elástico.

Tenacidade – é a capacidade do material de absorver energia antes de sua ruptura. Uma outra
definição para esse termo, é a capacidade que o material apresenta de resistir a esforços de
impacto. (VALLE, Aula 1 – introdução aos materiais de engenharia e propriedades, 2018, pg 21,
22, 23).

Tipos de esforços mecânicos

Figura 1. 3 - Esforços mecânicos

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/355366/

48
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Diagrama de tensão por deformação
É a curva que relaciona os valores de tensão com os de deformação de um material
através do ensaio de tração. Nele conseguimos identificar várias propriedades do material
como ductilidade, tenacidade, resiliência.

Figura 1. 4- Diagramas tensão-deformação: (a) esquemático para um aço baixo carbono, mostrando o tipo de
engenharia e verdadeiro; (c) a (f) esquemáticos para diferentes casos.

I- Comportamento elástico.
II- Escoamento e
deformação permanente
(deformação plástica).
III- Encruamento:
deformação permanente
com endurecimento,
deformação
aproximadamente
homogênea.
IV- Estricção: deformação
permanente localizada com
redução de diâmetro.

Fonte: https://www.scielo.br/pdf/si/v18n4/11.pdf

49
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.4 Ensaios mecânicos
Ensaio de Tração
“O ensaio de tração consiste em aplicar uma força
uniaxial no material, tendendo-o a alongá-lo até o
momento de sua fratura.” (TRIGO/ Info Escola, 2006
– 2020)
Figura 1. 5 - Ensaio de tração

Fonte: https://pt.slideshare.net/felipecrosa9/aula-6-
propriedades-mecnicas

Ensaio de dureza
Esse ensaio visa medir a resistência de um material
à deformação, indentação ou penetração por meios
como abrasão, perfuração, impacto, arranhões e /
ou desgaste, medidos por testes de dureza como
Brinell, Knoop, Rockwell ou Vickers.

Figura 1. 6 - Durômetro Rockwell


Fonte: http://www.directindustry.com/pt/prod/leader-precision-
instrument-co-ltd/product-99497- 1021457.html

Ensaio de impacto Charpy


“É um dos métodos para determinar a resistência e
sensibilidade dos materiais quando submetido a
uma certa carga de impacto. O objetivo principal é
medir a quantidade de energia absorvida pelo
material durante a fratura.“ (CIMM,2010)

Figura 1. 7 - Dispositivo de ensaio Charpy

Fonte: https://www.cursosguru.com.br/conheca-o-teste-de-
charpy-e-suas-vantagens/

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Ensaio de dobramento
Consiste em submeter um corpo de prova a uma deformação plástica por flexão.

Figura 1. 8 - Máquina de ensaio de dobramento

Fonte: https://afinkopolimeros.com.br/ensaios-fisicos-quimicos/

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Colocando o conhecimento em prática

1. O que são propriedades físicas? Cite ao menos cinco exemplos.


2. Qual é a importância de conhecermos e entendermos as propriedades térmicas?
3. O que são propriedades mecânicas?
4. Para que serve o diagrama tensão-deformação?
5. Defina pelo diagrama tensão-deformação um material frágil e dúctil.
6. Cite os principais esforços mecânicos.
7. Cite três ensaios mecânicos e descreva um.

Recapitulando

Nesta seção viu-se sobre as propriedades físicas, térmicas e mecânicas dos materiais.
Além disso, foram apresentados os tipos de ensaios utilizados para definir os valores das
propriedades mecânicas citadas.

Para saber mais

• GONÇALVES, J. e MARTINS, M. Tecnologia dos Materiais I. Centro Federal de


Educação Tecnológica de Santa Catarina, jul. 2008. Disponível em:
https://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/a/a1/Aru_suzy_apostila_tecnologia_dos_mater
iais.pdf . Acesso em 20 de mai. de 2020.
• TRIGO, T. Ensaio de tração, Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/fisica/ensaio-de-tracao/. Acesso em 20 mai. 2020.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Metalografia

Um começo de conversa

A fabricação de objetos em aço é um processo que ocorre há alguns séculos. No último


século, em especial, deu-se um grande salto quanto ao entendimento da formação dos
aços e ao desenvolvimento de ligas e tratamentos térmicos. Um dos principais fatores que
se deve este progresso acelerado foi o entendimento e a padronização de normas de
metalografia.

Objetivos da Aprendizagem

Este capítulo foi inspirado nas práticas de metalografia, aqui você vai encontrar as
definições de cada ensaio metalográfico, as etapas de preparação das peças e aprenderá
sobre o maquinário utilizado para esses ensaios.

Em busca de informações

No seu dia a dia, você já ouviu falar de aço temperado? De material encruado? De metal
forjado? De aço cementado? Bom, um dos meios para caracterizar os materiais conforme
as definições citadas é a através da metalografia.

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2.1 O que é metalografia

A metalografia é uma vertente da ciência dos materiais, que estuda a morfologia e a


estrutura dos materiais. “A metalografia faz parte da área de materialografia que além do
estudo dos materiais metálicos compreende a plastografia (materiais plásticos ou
poliméricos) e a ceramografia (materiais cerâmicos).” (WIKEPEDIA, 2020c)

2.2 Macroscopia - metais

Consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica, segundo uma seção
plana devidamente polida em regra atacada por um reativo apropriado. O aspecto assim
obtido, chama-se macro estrutura. O exame é feito à vista desarmada ou com auxílio de
uma lupa. – ampliação máxima de dez vezes.

Figura 2. 1 - Macroscopia de um cordão de solda.

Fonte: Kou, SIndo

2.3 Microscopia – metais


Consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica na ordem de grandeza
menor de que 10−1 m. Geralmente é realizada com o auxílio de um microscópio.

Figura 2. 2 - Microscópio Óptico

Fonte:
https://www.medicalexpo.com/pt/prod/kern-
sohn/product-69008-664920.html

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Figura 2. 3 - MEV(Microscópio Eletrônico de Varredura)

Fonte: http://unisinos.br/itt/ittfuse/servicos/microscopia-eletronica-de-varredura

2.4 Preparação

Corte
É a primeira etapa para obtenção da amostra a ser analisada. É necessário que o corte
não gere alterações físico químicas na peça. Para isso o corte é feito a frio, no primeiro
corte obtém-se um tamanho aproximado da amostra analisada. “Na sequência, usa-se um
equipamento denominado “Cut-Off” ou cortadora metalográfica que faz um corte mais
preciso, utilizando-se de um fino disco abrasivo e farta refrigeração, a fim de não provocar
alterações por calor na amostra.” (TECLAGO, 2016).

Figura 2. 4 - Cortadora metalográfica

Fonte:
file:///C:/Users/larar/Pictures/Cortadora%20metalogr%C3%A1fica%20com%20gabinete%20inferior%20CM12
0%20_%20Teclago.html

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Embutimento
O embutimento é a etapa que envolve pequenas amostras em um outro material, com o
intuito de se ter uma superfície maior para manejar a peça a ser estudada. “O processo de
embutimento metalográfico pode ser dividido em dois grupos, embutimento a quente, no
qual é utilizado baquelite e uma embutidora metalográfica; e o embutimento a frio, em que
são utilizados dois produtos: resina e catalisador[...]”. (TECLAGO, 2016).
Figura 2. 5 - Embutimento de baquelite

Fonte: https://www.alcrisa.com.br/molde_de_silicone_para_embutimento_a_frio_30mm/prod-3572225/

Lixamento
O lixamento é o processo de retirada das imperfeições superficiais da amostra, nele são
utilizadas “Lixa d’água”. “[...]Normalmente inicia-se o lixamento com a lixa de granulometria
220, seguida pelas lixas 320, 400 e 600. Em alguns casos usa-se lixas mais finas que a
lixa 600, chegando-se a 1000 ou 1200. Todo o processo de lixamento é feito sob
refrigeração com água.” (TECLAGO, 2016).

Polimento
A etapa do polimento é seguida do lixamentos, essa etapa é feita para o estudo da
micrografia “[...]com o uso de uma politriz metalográfica e panos especiais, colados à
pratos giratórios, sobre os quais são depositadas pequenas quantidades de abrasivos.
Estes abrasivos variam em função do tipo de metal que está sendo preparado. Os mais
comuns são, o óxido de alumínio (alumina) e a pasta de diamante.” (TECLAGO, 2016).

Figura 2. 6 - Politriz lixadeira


metalográfica.

Fonte:
https://img.alicdn.com/bao/uploaded/TB1T
BD_SFXXXXcgXpXXXXXXXXXX.jpg

56
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Ataque químico
O ataque químico evidência as
heterogeneidades presentes no material,
ou seja, alguma imperfeição ou diferença
de elementos químicos; pode também
evidenciar os contornos dos grãos das
estruturas cristalinas.

Figura 2. 7 - Ataque químico.


Fonte: https://www.struers.com/es-
ES/Knowledge/Etching#etching-how-to

Exemplos de microestruturas
Figura 2. 8 - Amostras metalográficas de aço AISI 1020, a) aumento de 100x e b) aumento 200 x.

Fonte: https://www.scielo.br/img/revistas/rmat/v20n2//1517-7076-rmat-20-02-00384-gf1.jpg

Figura 2. 9 - Aço AISI/SAE 1040,


constituído de ferrita (parte branca) e perlita
(coloração escura), aumento 800x.
Fonte:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/
10183/103825/000936621.pdf?sequence=1

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Colocando o conhecimento em prática

1. Defina microscopia e macroscopia.


2. Quais são as etapas de preparação de amostras de micrografia?
3. Que tipos de ácido são usados para fazer ataque de microestrutura? Cite pelo menos 4.
4. Compare a microestrutura de aço de médio carbono e um aço de baixo carbono

Recapitulando

Neste capítulo aprendemos sobre as etapas da metalografia dos aços.

Para saber mais

• HANGAI, Rene. Metalografia via rapida. Youtube, 2018. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=BntPaxHJ1uc&t=8s . Acesso em 20 de mai. de
2020.

• SCHWAB, Ing. e KARLSRUHE, Hochschule. Metallography Part I - Macroscopic


Techniques. Youtube, 2014. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=fc8zrgYJCJw . Acesso em 20 de mai. de 2020.

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Unidade 3: Introdução
aos metais – aço e
ferro fundido
Um começo de conversa

A utilização do ferro iniciou-se no fim da pré-história, porém de forma aleatória.


Posteriormente o domínio do ferro promoveu grandes mudanças na sociedade. A
agricultura se desenvolveu com rapidez por causa dos novos utensílios fabricados. A
confecção de armas mais modernas viabilizou a expansão territorial de diversos povos e
transformou a cultura mundial.

Finalmente, na primeira parte do século XX aços e ferros fundidos se tornaram os


principais materiais de construção mecânica.

Objetivos da Aprendizagem

Atualmente existem diversas empresas que atuam mundialmente. Como os projetos


desenvolvidos no Brasil podem ser interpretados na China? A resposta é devido a
padronização. Portanto, neste capítulo buscaremos abordar brevemente a nomenclatura
de aços e como cada elemento de liga influência nas propriedades de um aço.

Em busca de informações

Este capítulo foi inspirado em referências globais na área de Ciência dos Materiais. O livro
“Ciência e Engenharia de Materiais – William Callister” foi a referência chave para
formulação deste capítulo.

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3.1 Aço e ferro fundido
Aço é uma liga de Fe-C-R (outros metais) que apresenta Carbono acima de 0,008% e
abaixo de 2,11% em sua composição.

Ferro fundido é uma liga de Fe-C-R (outros metais) que apresenta carbono acima de
2,11% e abaixo de 6,7% em sua composição.

3.2 Classificação dos aços


Existe uma enorme gama de aços que se diferenciam entre si pela composição química
relacionada a elementos de liga, tipo de processamento etc.
Segue abaixo uma classificação abrangente dos tipos de aços. Embora ela englobe
grandes grupos de aço, ela não caracteriza todos.

Figura 3. 1 - Classificação SAE-AISI

Fonte: http://acosdovale.com.br/

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Tabela 3. 1- Lista normativa ABNT, AISI/SAE

Fonte: Material de apoio CEFET-SP, Prof. Caruso -


http://www.joinville.ifsc.edu.br/~paulosergio/Ciencia_dos_Materiais/Classificação%20d
os%20aços.pdf

3.3 Diagrama ferro-carbono


É um gráfico que relaciona as transformações de fase de aços e ferros fundidos em
função do percentual de carbono e da temperatura. Veremos um exemplo do diagrama
de fases da salmoura (água + sal).

61
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Figura 3. 2- Exemplo diagrama de fase da salmoura.

Fonte adaptado de: http://www.felipeb.com/cimat/dfs/dfs.htm

Figura 3. 3- Diagrama de fase FeC

Fonte: Calister

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Transformação de fase em aços
Ferrita: A ferrita ou ferrite, ou ferro alfa (α-Fe), é um termo de ciência dos materiais para o
ferro puro com estrutura cristalina cúbica de corpo centrado.
Cementita: 𝐹𝑒3 𝐶 é a estrutura em forma de cristal ortorrômbico. Contém 6,67% de
carbono e 93,33% de ferro.
Austenita: A austenita ou austenite, ou ferro gama (γ-Fe) é uma fase sólida, não
magnética, constituída de ferro na estrutura CFC.
Perlita: Agregado de ferrita e cementita
L (fase liquidus):condição que o material se encontra no estado físico líquido.

Figura 3. 4 - Evolução microestrutural do aço carbono comum.

Fonte: Calister

3.4 Diagrama TTT


Os diagramas de tempo-temperatura-transformação são gráficos de temperatura
versus tempo que caracterizam a transformação de fase de algum material em função
dos parâmetros previamente citados. São úteis para entender as transformações de
uma liga de aço a temperaturas elevadas.

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Figura 3. 5 - Diagrama TTT de uma
liga Fe-C.

Fonte:https://www.passeidiret
o.com/arquivo/69330163/tecn
ologia-dos-materiais-
complementar

3.5 Influência dos elementos de liga


A adição de elementos de liga em aços é justificada pela melhora nas propriedades
mecânicas. Dependendo de qual elemento e da quantidade empregada na fundição do
aço, as propriedades podem variar conforme descrito a seguir:

Fósforo (P): em teores elevados, prejudica os aços tornando-os frágeis e quebradiços.

Enxofre (S): também é prejudicial pois além de frágeis torna os aços ásperos e granulosos
devido aos gases que produz na matriz metálica. Em alguns casos, é conveniente a adição
de enxofre em proporções de até 0,30%, o que torna o aço fácil de usinar pois os cavacos
destacam-se em pequenos pedaços, permitindo altas velocidades de corte.

Carbono (C): é o mais importante devido à necessidade de haver carbonetos na estrutura


para conferir a dureza e a resistência necessárias à aplicação. Geralmente o teor de carbono
é elevado, situando-se entre 0,8 e 2%. Quando tenacidade é um fator importante para a
aplicação (tais como martelos e talhadeiras devido aos esforços de impacto), emprega-se
teores de carbono mais baixos (entre 0,5 e 0,7%C), tal como nos aços resistentes ao choque.

Silício (Si): tem função desoxidante na fabricação do aço. Normalmente situa-se entre 0,10 e
0,30%, pois teores mais elevados tendem a favorecer a grafitização. Em alguns poucos
casos (aços resistentes ao choque) emprega-se silício elevado (1% ou 2%) para fins de
aumento de temperabilidade e aumento da resistência ao revenido sem que haja
abaixamento da linha Ms (favoreceria a austenita retida).

Manganês (Mn): atua também como desoxidante além de dessulfurante. É empregado em


teores inferiores a 0,5%. O manganês tem forte efeito na temperabilidade, porém a partir de
teores mais elevados (1,5%). Ele forma carbonetos menos estáveis que o ferro, não
contribuindo para a resistência ao revenido.

64
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Cromo (Cr): é o elemento adicionado com a função principal de elevar a temperabilidade, pois
é o que apresenta melhor relação custo/benefício. Além disso, o cromo forma carbonetos
endurecedores que são facilmente solúveis no tratamento de austenitização que precede a
têmpera [...].

Vanádio (V): atua como forte desoxidante (geralmente empregado em teores até 0,5%). O
vanádio tem forte efeito sobre a temperabilidade quando dissolvido na austenita. Entretanto a
sua função principal é a de atuar como estabilizador de grão pois o seu respectivo carboneto é
de difícil solubilização na austenita no tratamento de têmpera, evitando que haja o crescimento
da mesma. Em aços rápidos (devido ao emprego de corte a quente), o teor de vanádio situa-se
entre 1 e 2%.

Tungstênio (W): também atua como formador de carbonetos, favorecendo a obtenção do pico
de dureza secundária no tratamento de revenimento. Em teores inferiores a 1,5%, (mesmo com
alto carbono) o tungstênio tem pequeno efeito no aumento de dureza. Em teores próximos a
4%, há aumento significativo da resistência ao desgaste, a ponto de dificultar operações de
retificação após a têmpera. Em teores de 12 a 20%, o tungstênio eleva significativamente a
dureza a quente (até 6000C) e, por isso, é empregado frequentemente em aços rápidos (grupo
W e/ou grupo T).

Molibdênio (Mo): tem efeitos similares ao tungstênio, tendo sido usado para substituí-lo. O
custo do molibdênio é maior, porém a quantidade empregada é menor (normalmente o teor de
molibdênio substitui duas vezes a quantidade de tungstênio. Por exemplo, 18% de W equivalem
a 6%Mo mais 5%W). A maioria dos aços rápidos emprega Molibdênio e Tungstênio.

Cobalto (Co): tem a função principal de aumentar a dureza a quente dos aços rápidos, apesar
de não ser endurecedor. O cobalto aumenta a temperatura solidus, permitindo que se empregue
temperaturas mais elevadas de austenitização na têmpera. Isto permite maior dissolução de
carbonetos (dos outros elementos, tais como carbonetos de vanádio, molibdênio e tungstênio, já
que o cobalto por si só não é formador de carbonetos). O efeito final do cobalto é o de aumentar
a dureza no estado temperado (por elevar a dissolução de outros elementos). Aços rápidos com
5 ou 10% são usados para obter maior velocidade em corte contínuo (em corte intermitente há
problema de quebra de ferramenta devido elevada dureza e baixa tenacidade).

Alumínio (Al): tem efeito semelhante ao silício devido a sua grande afinidade com o oxigênio.
Também é considerado desoxidante. Muitas vezes é utilizado nos aços a serem nitretados, pois
o alumínio tem também grande afinidade com o nitrogênio.

Boro (B): em quantidades que variam de 0,001% até 0,003%, o boro melhora a
temperabilidade e a resistência à fadiga.

Chumbo (Pb): em pequenas quantidades (0,2% até 0,25%), este elemento melhora a usina-
bilidade do aço, sem qualquer prejuízo às propriedades mecânicas

Nióbio (Nb): produz tamanho de grão fino; aumenta a resistência em temperatura elevada; por
ser um forte formador de carboneto pode diminuir o endurecimento do aço por remoção do
carbono da matriz. (BOIEIRA A. P e BECK D, 2007, p. 55).

65
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
3.6 Tipos de fagulha

Características de fagulhas de aço carbono com diferentes teores de carbono.

Tabela 3. 2 - Tipos de fagulha de acordo com o tipo de material.

Fonte: https://www.marvitubos.com.br/Antigo/fagulha_esmeril.htm

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Colocando o conhecimento em prática

1. Defina aço e ferro fundido.

2. Defina aço e ferro fundido a partir do diagrama FeC (desenhe o diagrama FeC para
fazer o exercício).

3. O que significa os dois últimos números na nomenclatura SAE de aços?

4. Quais são as possíveis vantagens de se adicionar cromo em uma liga metálica?

5. Quais são as quatro estruturas identificadas no diagrama TTT para aços carbono?

Recapitulando
Nesta unidade apresentou-se as principais classificações dos aços e as fases do ferro-
carbono dependendo da temperatura e da sua composição. Além da influência de cada
elemento de liga nas propriedades mecânicas das ligas de aço.

Para saber mais

• FITZPATRICK, Michael. Introdução à manufatura. 2013. AMGH Editora. Disponível em:


https://books.google.com.br/books?id=nSvkAwAAQBAJ&pg=PA124&lpg=PA124&dq=c
entelha+tipos+de+a%C3%A7o+fa%C3%ADsca&source=bl&ots=pFwpVREPng&sig=AC
fU3U3n0H7u84dSO-nSNG9nMdPi89AHqg&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwjKvouj8MXpAhWbIbkGHZyJC-
AQ6AEwDXoECAkQAQ#v=onepage&q=centelha%20tipos%20de%20a%C3%A7o%20f
a%C3%ADsca&f=false. Acesso em 20 de mai. 2020.
• SIMONSEN, Roberto. Ensaio de Centelha. Escola SENAI. Disponível em:
http://claudemiralves.weebly.com/uploads/3/8/6/2/3862918/quadro_centelhas.pdf.
Acesso em 20 de mai. 2020.

67
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 4: Tratamentos
térmicos
Um começo de conversa

A humanidade há bastante tempo (aproximadamente 1000 a.C.), descobriu os metais e as


aplicações destes em seu cotidiano. Em seguida, aprendeu que, com aquecimento e
resfriamento desses metais, podia modificar suas propriedades mecânicas e metalúrgicas,
tornando-os mais duros, trabalháveis, moles, resistentes, frágeis, dentre outras
características. Atualmente esses processos são fundamentais na indústria.

Objetivos da Aprendizagem

Cada vez mais, os projetos de construção, transporte, mobilidade, siderurgia, mineração, e


saúde estão exigindo materiais com características específicas, como materiais resistentes
ao desgaste, corrosão, elevada resistência mecânica, entre outras. Um dos métodos
importantes na obtenção de mais de uma dessas propriedades para uma mesma peça é
através do uso de tratamentos térmicos e termoquímicos.

Em busca de informações

Este capítulo foi inspirado na área de Ciência dos Materiais. O livro “Tratamento Térmicos
das Ligas Metálicas, Chiaverini, V.” foi a referência chave para formulação deste capítulo.

68
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.1 Tratamentos térmicos
Os tratamentos térmicos são um conjunto de operações que têm por objetivo modificar as
propriedades dos aços e de outros materiais através de um conjunto de operações que
incluem o aquecimento e o resfriamento em condições controladas.

Objetivos
• Remoção de tensões internas; • Melhora da resistência ao desgaste;

• Aumento ou diminuição da dureza; • Melhora da resistência a corrosão;

• Aumento da resistência mecânica; • Melhora da resistência ao calor;

• Melhora da ductilidade; • Melhora das propriedades elétricas e


magnéticas.
• Melhora da usinabilidade;

Fatores que definem o tratamento térmico


• Temperatura;
• Tempo;
• Velocidade de resfriamento;
• Atmosfera.

Principais meios de resfriamento


• Ambiente do forno (+ brando);
• Ar;
• Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb);
• Óleo;
• Água;
• Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos).

4.1.1 Principais tratamentos térmicos aplicados em aços


Recozimento
Tratamento térmico em que o metal sofre aquecimento controlado até atingir determinada
temperatura, permanece nessa temperatura por um certo tempo e sofre resfriamento
lento no próprio forno.

Os objetivos principais do recozimento são: remover tensões (devidas, muitas vezes, ao


processo de fundição ou ao de conformação mecânica, a quente ou a frio), diminuir a
dureza, melhorar a ductilidade, ajustar o tamanho dos grãos, regularizar a estrutura bruta
de fusão

69
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Normalização
Tratamento térmico em que o metal é aquecido acima da zona crítica com posterior
resfriamento uniforme ao ar até atingir a temperatura ambiente. É semelhante ao
recozimento, pelo menos quanto aos objetivos. A diferença reside no fato de que o
resfriamento é menos lento (ao ar), o que dá como resultado uma estrutura mais fina do
que a produzida no recozimento.

Têmpera
É o tratamento térmico mais importante dos aços, principalmente naqueles que são
utilizados em construção mecânica. As condições de aquecimento são muito semelhantes
às que ocorrem no recozimento e na normalização. Entretanto, o resfriamento é muito
rápido, empregando geralmente meios líquidos para resfriar as peças. Este tratamento
resulta em modificações muito intensas nos aços que levam a um grande aumento da
dureza, da resistência ao desgaste, da resistência à tração, ao mesmo tempo em que as
propriedades relacionadas à ductilidade sofrem uma apreciável diminuição. Além disso,
tensões internas são geradas em grande intensidade. Os inconvenientes causados por
essas tensões internas geradas, associadas à excessiva dureza e quase total ausência de
ductilidade, exigem um tratamento térmico posterior chamado revenido, que melhora a
ductilidade e a tenacidade. A têmpera é um processo bastante geral e pode ser aplicado a
uma grande variedade de aços.

Figura 4. 1 - Têmpera por indução Figuras 4. 2 - Têmpera por chama

Fonte:
https://pt.scribd.com/doc/19423295/TRA Fonte: ftpaluno.umc.br
TAMENTOS-TERMICOS-GERAL

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Figura 4.3 - Têmpera por chama

Fonte:http://www.durochama.com.br/apostila.pdf

Revenimento ou Revenido
Revenimento é um processo feito após o endurecimento por têmpera. Peças que sofreram
têmpera tendem a ser muito quebradiças. A fragilidade é causada pela presença da
martensita. A fragilidade pode ser removida pelo revenimento. O resultado do revenimento
é uma combinação desejável de dureza, ductilidade, tenacidade, resistência e estabilidade
estrutural. As propriedades resultantes do revenimento dependem do aço e da temperatura
do revenimento.

Coalescimento ou Esferoidização
Tratamento térmico que objetiva a produção de uma estrutura globular ou esferoidal de
carbonetos no aço. É caracterizado pela melhora a usinabilidade, especialmente dos aços
alto carbono e facilita a deformação a frio.

4.2 Tratamentos termoquímicos


São procedimentos que visam alterar a composição química da superfície dos materiais.
Os tratamentos termoquímicos têm como objetivo aumentar a dureza e a resistência do
material ao desgaste de sua superfície, mantendo o núcleo dúctil e tenaz, assim como os
objetivos dos tratamentos térmicos.

71
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.2.1 Principais tratamentos termoquímicos aplicados em aços

Cementação
Cementação é o tratamento termoquímico que consiste em se introduzir carbono na
superfície do aço pelo mecanismo de difusão atômica com o objetivo de se aumentar a
dureza superficial do material.
Figura 4.3 – Cementação

Fonte: Calister

Nitretação
Nitretação é um tratamento termoquímico da metalurgia em que se promove
enriquecimento superficial com nitrogênio, usando-se de um ambiente nitrogenoso à
determinada temperatura, buscando o aumento da dureza do aço até certa
profundidade tendo em vista a difusão do nitrogênio.
Figura 4.4 – Nitretação

Fonte: Calister

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

1. Defina tratamento térmico.


2. Cite quais são os objetivos dos tratamentos térmicos e dê quatro exemplos práticos de
tratamento térmico.
3. Cite e explique dois tipos de tratamentos térmicos que visam reduzir dureza e um que
tem como finalidade aumentar a dureza do material.
4. Diferencie tratamento térmico de tratamento termoquímico.
5. Diferencie cementação de nitretação.

Recapitulando

.Neste capítulo foi visto sobre os diferentes tipos de tratamento térmico e termoquímicos
duas definições e diferenças .

Para saber mais

• TELECURSO 2000. Telecurso 2000 Tratamento térmico 01 Introdução. Youtube, 2012.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hR7k3omaMUk. Acesso em 27 de
mai. de 2020.

• TELECURSO 2000. Telecurso 2000 Tratamento térmico 02 Aço. Youtube, 2012.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hR7k3omaMUk. Acesso em 27 de
mai. de 2020.

Referências Bibliográficas

BOIEIRA, A. P. e BECK, D. Tecnologia dos Materiais. Passo Fundo, 2007, p. 55.


CIMM. Ensaio de Charpy mede a resistência dos materiais. CIMM, 2010. Disponível em:
https://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/7379-ensaio-charpy-mede-a-
resistencia-dos-materiais. Acesso em 20 de mai. 2020.
WIKIPEDIA. Physical property. Wikipedia, 2020. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Physical_property. Acesso em 20 mai. 2020.
WIKIPEDIA. Densidade. Wikipédia, 07 abril 2020. Disponível em:
pt.wikipedia.org/wiki/Densidade. Acesso em 20 mai. 2020.
WIKIPEDIA. Metalografia. Wikipedia, 2020. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metalografia#cite_note-M-1. Acesso em 20 mai. 2020.

73
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
SILAS, J. O que é calor específico?, Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-calor-especifico.htm. Acesso em 20
mai. 2020.
TECLAGO. Etapas do Processo de preparação de amostra para metalografia. Teclago,
2016. Disponível em: https://www.teclago.com.br/veja-as-etapas-do-processo-da-
preparacao-de-amostras-para-metalografia/. Acesso em 20 mai. 2020.
TRIGO, T. Ensaio de tração. Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/fisica/ensaio-de-tracao/. Acesso em 20 de maio 2020.
VALE, Í. Aula 01 - Introdução aos materiais de engenharia e propriedades. Disponível em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/53799107/ok-aula-01-introducao-aos-materiais-de-
engenharia-e-propriedades-2018-2. Acesso em 20 de mai. 2020.

74
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Comunicação e
Relações Humanas
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Redação 77
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Dicas para redação 77
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Entendendo as partes da redação 78
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling Unidade 2: Introdução ao Cartão de Visitas 83
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado
2.1 O que é um cartão de visitas? 83

Coordenação Geral 2.2 Qual a importância dos cartões de visita? 84


Prof. Aldo Giuntini de Magalhães

Supervisão de área 2.3 Algumas regras para elaboração 85

Prof. Antônio Augusto Moreira de 2.4 Dicas para melhorar os relacionamentos 86


Faria

Instrutores Colaboradores

Bruno Mateus Oliveira Silva

Catharina de Almeida Carvalhais

Gilson Junio Oliveira Andrade

Natalia Alves de Souza

Viviani Cristina de Oliveira

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Eletricista
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da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Redação

Um começo de conversa

Muitas pessoas possuem propostas em relação a sua realidade de trabalhado, porém na


hora de expressar suas ideias e propor mudanças acabam tendo dificuldades. Por causa
disso, vamos aprender nessa unidade como criar uma redação dissertativa argumentativa.
Embora tenha um nome difícil, a redação dissertativo argumentativa basicamente
apresenta um raciocínio que busca defender um ponto de vista ou questionamento sobre
um determinado assunto.

Objetivos da Aprendizagem

Nos bimestres anteriores nos dedicamos a desenvolver comunicação e boas relações no


trabalho, agora vamos aprender criar uma redação dissertativa argumentativa, baseada
nesses conhecimentos. Como essa modalidade de texto visa convencer, vamos aprender
a usar opiniões e fatos na construção da argumentação.

Em busca de informações

1.1 Dicas para redação

1. Leia com atenção o tema proposto e tome cuidado para não fugir do tema.

2. Antes de escrever, defina sua ideia central, seu objetivo, estabeleça uma linha de
argumentação e uma conclusão.

3. Não escreva frases muito longas, seja direto.

4. Seja claro: evite usar palavras difíceis que possam prejudicar a compreensão de seu
texto.

5. Não use gírias.

77
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Tecnologia Obras Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
1.2 Entendendo as partes da redação

INTRODUÇÃO

A introdução de redação, geralmente, está dividida em duas partes: contextualização e


tese.

A contextualização é onde se apresenta o tema ao leitor. É possível começar definindo os


conceitos principais, fazendo um percurso histórico, fazendo alusão a algum
acontecimento recente. Há várias formas de se começar a redação, como quando
queremos começar um diálogo.

Depois, é interessante vir a tese, que é um recorte da realidade, uma forma de observar o
fenômeno. Ela pode ser já constituída de duas relações, causa e consequência é a dupla
de relações mais comum.

Exemplo de introdução

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Redação de CAROLINA MENDES PEREIRA

Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de
informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto,
com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por
empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as
notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura
atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal
manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e
merece um olhar mais crítico de enfrentamento.

DESENVOLVIMENTO

Nessa parte do texto, o autor deve criar os argumentos necessários para sustentar,
defender e convencer o leitor a respeito da tese proposta na introdução, de maneira coesa
e coerente.

Há uma seleção das ideias mais consistentes para fundamentar a ideia-central, por isso
certos aspectos e detalhes importantes podem servir para ampliar e explicar o ponto de
vista definido. Usam-se dois ou três parágrafos para essa parte. Assim, no
desenvolvimento fundamenta-se a tese, amplia-se o tema.

Existem muitos recursos linguísticos empregados para persuadir: dados ou fatos que
podem ser comprovados, verdades inquestionáveis, pronunciamentos de pessoas
renomadas, comparações, analogias, raciocínios constituídos de causa e consequência,
entre outros. É o que veremos a seguir:

78
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Tecnologia Obras Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
TIPOS DE ARGUMENTO

Para o prof. José Luís Fiorin, os tipos de argumentos são:

1. argumento de autoridade: se dá pela citação de autores e autoridades numa área de


saber. Argumentos feitos por meio de citações devem estar bem elaborados e ter ligação
com o tema, caso contrário, o texto ficará descosturado;

2. argumento baseado no consenso: se dá pelo uso de proposições aceitas como


verdadeiras. É preciso não confundir com lugar-comum, de validade discutível e, às vezes,
preconceituosa;

3. argumento baseado em provas concretas (fatos): podem ser estatísticos, dados


históricos, exemplos e têm de gerar conclusão adequada, compatível com os dados
apresentados;

4. argumento baseado em raciocínio lógico: baseia-se na relação lógica entre as


proposições, por exemplo, relação de causa e consequência. É preciso cuidado para evitar
problemas de tautologia e inversão;

5. argumento baseado na competência linguística: caracteriza-se pelo uso da variante


culta da língua ou um vocabulário adequado à situação de interlocução.

Procure observar como os textos são desenvolvidos por seus autores. Veja como ficam
desestimulantes se dizem o que já estamos cansados de ouvir, o que já é lugar-comum.
Observe como ficam interessantes se são construídos com dados recentes, se bem usam
a linguagem figurada, ou se embasam casos concretos.

Ao tentarmos construir nossos argumentos, percebemos o quanto conhecemos do assunto


em pauta. Jamais poderemos opinar e sermos convincentes se não dominarmos
suficientemente o assunto. Por isso, são tão importantes a leitura, a conversa, o debate e
a reflexão. Sem pensamento claro, não há argumentação!

Exemplo de desenvolvimento

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de


limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do
filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na
capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor
para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a
cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno
conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar
do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão
incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento
não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem
grupal.

79
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Tecnologia Obras Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à
concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-
estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas
identidades. . Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante
interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais,
produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais
algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma
falsa sensação de livre-arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito
poderia assumir.

CONCLUSÃO

Depois de ter feito a introdução e desenvolvido o tema, é na conclusão de uma redação


que deve estar o resumo do que foi escrito, de maneira objetiva, fazendo uma conexão
com todo o texto.

A conclusão de uma redação corresponde ao parágrafo final, com poucas linhas, que
contém a reafirmação do raciocínio desenvolvido. Preferencialmente, possui uma proposta
de intervenção, ou seja, sugestão de solução ou minimização do problema.

Como se trata de finalizar o texto argumento, é necessário usar os as palavras conectivas.


Alguns exemplos de conectivos são: portanto, dessa forma, assim, logo, etc.

Exemplo de conclusão

Tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as
instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus
alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas
tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela
abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão,
cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e
adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos
novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas
da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e
demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma
sociedade emancipada.

As competências das redações do Enem:

Competência I: demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa

Competência II: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas
de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo

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Competência III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

Competência IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários


para a construção da argumentação

Competência V: elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando


respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural

Exemplo de Redação

• Tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”

Julia Mitie Oya, de 17 anos – São Paulo (SP)

O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os colonizadores,


escravos e imigrantes foram essenciais na construção da identidade nacional, e também,
trouxeram consigo suas religiões. Porém, a diversidade religiosa que existe hoje no país
entra em conflito com a intolerância de grande parte da população e, para combater esse
preconceito, é necessário identificar suas causas, que estão relacionadas à criação de
estereótipos feita pela mídia e à herança do pensamento desenvolvido ao longo da história
brasileira.

Primeiramente, é importante lembrar que o ser humano é influenciado por tudo aquilo que
ouve e vê. Então, quando alguém assiste ou lê uma notícia sobre políticos da bancada
evangélica que são contra o aborto e repudiam homossexuais, esse alguém tende a
pensar que todos os seguidores dessa religião são da mesma maneira. Como já disse
Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria certos esteriótipos que
tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes
errôneas, em suas mentes. Retomando o exemplo dos evangélicos, de tanto que são
ridicularizados por seus costumes e crenças na televisão e na internet e pelos jornais
destacarem a opinião de uma parte dos seguidores dessa religião, criou-se um modelo do
“típico evangélico”, que é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, infelizmente, foi
generalizado para todos os fiéis.

Além disso, percebe-se que certos preconceitos estão enraizados no pensamento dos
brasileiros há muito tempo. Desde as grandes navegações, por exemplo, que os
portugueses chamavam alguns povos africanos de bruxos. Com a vinda dos escravos ao
Brasil, a intolerância só aumentou e eles foram proibidos de praticarem suas religiões,
tendo que se submeter ao cristianismo imposto pelos colonos. É por isso que as práticas
das religiões afro-brasileiras são vistas como “bruxaria” e “macumba” e seus fieis são os
que mais denunciam atos de discriminação (75 denúncias entre 2011 e 2014).

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da Soldagem CIPMOI 2020
Portanto, é possível dizer que, mesmo existindo o artigo 208 do código penal, que pune os
crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito presente. Para combatê-la, é preciso
acabar com os estereótipos, ensinando desde cedo a respeitar todas as religiões. Então, o
governo federal deve deixar obrigatória para todos os colégios (públicos e privados) a
disciplina Ensino Religioso durante o Ensino Fundamental. Outro caminho é o incentivo
das prefeituras para que a população conheça as religiões como elas realmente são, e não
a imagem criada pela mídia nem aquela herdada desde a época colonial, promovendo
visitas aos centros religiosos, palestras e programas na televisão e no rádio.

Colocando o conhecimento em prática

A partir da leitura do tema e textos motivadores selecionados pelo professor, e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

Recapitulando

Leia novamente as dicas de redação bem como as competências desejadas pelo Enem e
busque treinar elaborando diferentes textos.

Referências Bibliográficas

Redação no Enem 2017: Cartilha do Participante. Disponível em:


<encurtador.com.br/ehqz9>. Acesso em: 05 maio 2020.
ROCHA, Sara Susane Ribeiro. A construção do texto dissertativo-argumentativo para
o ENEM em redação de alunos de escolas públicas. Disponível em:
<encurtador.com.br/bCDEK>. Acesso em: 05 maio 2020.
VIEIRA, Luana. Redação. Disponível em: <encurtador.com.br/bmLRY>. Acesso em: 05
maio 2020
Manual de Redação. Escola e Faculdade São Marcos. Alvorada, RS. Disponível em:
<encurtador.com.br/emMZ5>. Acesso em: 05 maio 2020.

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da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2: Cartão de
Visitas
Um começo de conversa

Se você empreende ou pretende empreender, logo vai notar a importância de alguns


pontos cruciais, como criar um cartão de visita que permita a divulgação do seu trabalho e
sua empresa. Certas práticas e medidas facilitam a boa administração e dão maiores
chances de prosperidade ao negócio.

É muito importante e válido investir na comunicação online, mas muitos se esquecem que
um bom e velho aperto de mão pode ser a melhor das soluções em muitos casos.

Objetivos da Aprendizagem

O tradicional cartão de visita estabelece a ponte entre seu empreendimento e o parceiro


(investidor, fornecedor ou cliente) em potencial. Quer saber como fazer o seu? Nesta
unidade veremos algumas dicas importantes para elaborar bons cartões.

Em busca de informações

2.1 O que é um cartão de visitas?


O cartão de visitas é a representação da empresa que é entregue para um possível cliente
ou parceiro. Um bom cartão de visitas não deve ter apenas o contato da pessoa e o
logotipo da empresa, mas deve transmitir os valores que a empresa têm e filosofias que
prega.

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da Soldagem CIPMOI 2020
2.2 Qual a importância dos cartões de visita?
Mil compromissos e obrigações surgem quando se tem o próprio negócio, principalmente
no início das atividades ou em caso de expansão das operações. Na lista de afazeres do
empreendedor estão a contratação e a gestão de pessoas, o controle financeiro e a
definição dos procedimentos para fabricação de produto ou prestação de serviço.

Tais itens são apenas uma amostra do extenso rol de responsabilidades de quem deseja
empreender. Entre as tarefas, uma das mais importantes é mostrar sua empresa para o
mercado, criando canais de comunicação com os parceiros de forma direta e acertada.

1) Investimento a baixo custo

O consumidor assimila melhor a empresa pelo recurso visual do que quando ouve sua
propaganda no rádio.

2) Fortalecimento da marca

Como o procedimento envolve escolha de cor, modelo, recorte e letra, o item consolida a
identidade visual do seu negócio. Representações simbólicas, slogans e logotipos — já
utilizados, por exemplo, na fachada de sua empresa e nas etiquetas que acompanham os
produtos — podem ser propagados no cartão de visita, fortalecendo a marca.

3) Inclusão de muita informação

Além dos dados tradicionais (nome da empresa, endereço, contato via telefone e redes
sociais), a tecnologia trouxe novidades para o ramo: é possível incluir QR codes no cartão
de visita. Os códigos direcionam a pessoa para páginas na internet, como o site do
negócio, permitindo ao cliente maiores informações sobre o seu empreendimento.

4) Aumento da rede de contatos

Com um cartão de visitas disponível você verá o crescimento no número de parcerias e


vendas. Imagine: o QR-code direcionou o consumidor para a sua loja virtual, onde ele
efetuou uma compra. Ainda, aquele cartão de visita distribuído fisicamente entre clientes
pode colocar você em contato com um novo investidor que pode desejar abrir uma
franquia da sua empresa.

5) Boa impressão do empreendimento

Quando você coloca a identidade visual da sua empresa no papel e o distribui para as
pessoas, você profissionaliza a atividade. Elas têm a noção de uma estrutura empresarial
organizada, séria, comprometida e pronta para oferecer os melhores produtos e serviços.

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da Soldagem CIPMOI 2020
2.3 Algumas regras de elaboração
O cartão de visitas é a sua imagem profissional. Portanto, é esperado que você dedique o
mínimo de atenção no ato de entregar o cartão ou de planejar a confecção de um novo.

1) Profissionalize

Vá a uma gráfica e procure um designer, se necessário. Evite ao máximo usar cartões


impressos em casa. Caso você não tenha experiência em fazer cartões, o amadorismo
pode ficar evidente.

2) Seja básico

Nome completo, cargo ou profissão, telefone, fax, e-mail e site. Caso sua empresa tenha
um logotipo que representa a marca, não se esqueça de inclui-lo. Não há necessidade de
preencher todo o espaço do papel com outras informações. O objetivo do cartão de visitas
é facilitar a vida de quem quer encontra-lo.

3) Frente e verso

O cartão duplo pode ser prático para profissionais que precisam incluir outros dados ou a
logomarca de revendedores.

4) Apresentação

Uma recomendação é o uso de no máximo três cores na composição do cartão. Caso a


criação e cores faça parte da rotina da sua profissão, caso seja um designer, por exemplo,
a criatividade não deve ser medida. Lembre-se que a elaboração do design de um cartão
deve combinar com seu tipo de negócio.

O tipo de papel também deve ser levado em conta, utilize um de gramatura mais
resistente.

5) Revisão

Erros de português são inadmissíveis, então dedique um tempo para que nenhuma vírgula
saia errada. Ou peça auxílio a outras pessoas.

6) Armazenamento

Um porta cartão é bem vindo tanto para guardar cartões de visitas novos quanto para
arquivar os que você recebe ao longo de reuniões ou eventos de trabalho.

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2.4 Dicas para elaboração

Reflita: Tire um tempo para planejar os seus cartões de visita. Olhe para todos os cartões
de visita que você coletou durante todos esses anos e preste atenção em todos os
detalhes que inspiram você. Depois, incorpore-os no seu próprio modelo.

Individualidade: Seu cartão de visita deve dizer quem você é e o que você faz. Deve ser
pessoal e ser facilmente reconhecido como o seu cartão de visita.

Relevância: Quem está recebendo o seu cartão de visita? Crie o seu cartão de visita
pensando exatamente em quem estará recebendo-o e maximize o número de contatos
feitos.

Contexto: Seus cartões de visita foram feitos para entregar em reuniões de negócios,
deixar em mesas ou utilizar em eventos? Diferentes eventos requerem diferentes visuais
de cartão de visita. Atente-se nisso.

Impacto: Seus cartões de visita devem ser memoráveis. Eles devem despertar em seu
cliente ou contato interesse em saber mais sobre você ou seu negócio.

Qualidade: Seu cartão de visita deve causar uma boa impressão, tanto para os olhos
quanto para as mãos. Impressione os seus clientes entregando-lhes um cartão bonito e de
qualidade.

Detalhes: Assegure-se de que você colocou suas informações de contato de forma clara e
legível. Não polua com informações desnecessárias (ex.: todas as redes sociais que você
participa), mas tenha certeza de que os seus clientes conseguirão entrar em contato.

Mantenha seus cartões atualizados: Não entregue cartões de visita com informações
desatualizadas. Se você tem um novo produto ou serviço, coloque isso em seus cartões.
Se você utiliza-os como ferramenta de venda, faça pequenos pedidos de cartões e evite
desperdiçar dinheiro com pilhas de cartões com informações desatualizadas.

Apresente-os corretamente: Os japoneses tem uma etiqueta formal estabelecida para


manusear cartões de visita. Você não precisa ir tão longe, mas pense sobre a maneira
como irá entregar os seus cartões para um contato ou um potencial cliente.

Utilize-os: Não há motivo para fazer os cartões de visita mais bonitos do mundo se for
para deixá-los em uma mesa. Carregue sempre consigo um estoque de cartões de visita.
Você nunca saberá quem irá encontrar no caminho, então esteja sempre preparado.

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Tecnologia Obras Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Você possui cartão de visitas? Avalie seu atual cartão, como ele pode te ajudar a melhorar
a divulgação do seu trabalho. Compartilhe suas experiências com os demais alunos da
turma.

Recapitulando

Liste os principais desafios do seu atual trabalho.

Referências Bibliográficas

A Importância de um bom cartão de visitas para sua empresa. Disponível


em:<https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-de-um-bom-cartao-de-visitas-
para-sua-empresa> Acesso em: 02 mai 2020

5 Dicas para montar seu cartão de visitas. Disponível


em:<https://guiaempreendedor.com/5-dicas-para-montar-seu-cartao-de-visitas/> Acesso
em: 02 mai. 2020

6 Regras para montar um cartão de visitas. Disponível


em:<https://exame.abril.com.br/carreira/6-regras-para-montar-um-cartao-de-visitas/2/>
Acesso em: 01. mai 2020

10 Dicas para fazer um excelente cartão de visita. Disponível


em:<https://www.criarcartao.com.br/blog/10-dicas-para-fazer-um-excelente-cartao-de-
visita> Acesso em: 01 mai 2020

87
Eletricista
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Tecnologia Obras Predial de Baixa Tensão
da Soldagem CIPMOI 2020
Informática Básica
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida

Vice-reitor
Unidade 1: Introdução ao OpenOffice Calc 90
Prof. Alessandro Fernandes Moreira
1.1 Iniciando uma planilha 91
Pró-reitoria de Extensão da UFMG
Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
1.2 Inserindo, excluindo e renomeando planilhas 91
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling 1.3 Inserindo, excluindo e renomeando células das 93
planilhas
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.4 Criando um novo arquivo, salvando e abrindo 94
arquivos já existente
Coordenação Geral
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães
Unidade 2: Fórmulas 98
2.1 Fórmulas 99

2.2 Sobre fórmulas nos programas 103

Unidade 3: Funções 104


Instrutores Colaboradores
3.1 Funções 105
Melchior Melo

Luiza Trindade 3.2 Sobre funções no Calc 106

Lauren Batista
Unidade 4: Gráficos 111
Gabriel Chaves
4.1 Gráficos de colunas 112
Luis Eduardo Brandão

João Victor Miranda 4.2 Gráficos de linhas 112

Isabele Altoé Bissoli


4.3 Gráficos de pizza 113
Victor Plácido
4.4 Inserindo um gráfico 113

4.5 Configurando um gráfico 115

89
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Introdução
ao OpenOffice Calc

Um começo de conversa

Uma coisa importante nos trabalhos é a organização de informações. Podemos utilizar as


planilhas de várias formas: orçamentos, guardar contatos, cronogramas, listas, relatórios
entre outras. O software responsável pela formatação de planilhas que iremos utilizar é o
OpenOffice Calc. Enquanto o Writer é importante para criar documentos a serem
apresentados, dominar o Calc permite criar arquivos de análise de dados que serão
importantes para as gestões internas de trabalhos, projetos e empresas.
Até mesmo no cotidiano é possível dar um bom uso para o Calc. Você pode fazer um
controle de finanças bem completo através de uma planilha, organizar as tarefas diárias,
semanais, mensais e mesmo anuais. Acompanhar o andamento de afazeres, como obras
em sua casa, pagamento de contas, lugares para ir, etc.
Com essa ideia em mente, vamos explorar os recursos do Calc.

Objetivos da Aprendizagem

O OpenOffice Calc é um software responsável pelo manejo de planilhas eletrônicas, ou


seja, nele você pode efetuar cálculos, analisar informações e visualizar diversos dados,
além de explorar diversos recursos que serão vistos no decorrer deste bimestre.

90
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

1.1 Iniciando uma planilha

Quando você cria uma nova planilha, a tela do computador é dividida em linhas e
colunas, formando uma grade. A interseção de uma linha e de uma coluna é chamada
de célula. As linhas são numeradas sequencialmente, as colunas são identificadas por
letras também sequenciais, cada célula pela linha e coluna que a forma.
Uma célula pode conter números, texto, fórmulas ou funções. A possibilidade de usar
fórmulas é o que diferencia um programa de planilha de uma calculadora ou Word.
Quando colocamos uma fórmula em uma célula, dizemos que o conteúdo desta célula,
deve ser calculado em função dos valores contidos em outras células.
Normalmente, uma planilha é criada em duas etapas. Primeiro você determina os itens
que deseja calcular e as fórmulas a serem usadas para fazer esse cálculo. Depois, na
fase de utilização da planilha, é preciso digitar os valores correspondentes a cada item,
os resultados serão calculados automaticamente.
Vamos aprender primeiramente como realizar operações básicas com o programa.

1.2 Inserindo, excluindo e renomeando planilhas

Figura 1.1: Página inicial do OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

91
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
No OpenOffice Calc, um arquivo, ou seja, uma pasta, pode conter várias planilhas
diferentes. Uma pasta de trabalho padrão apresenta, inicialmente, apenas uma
planilha.
Caso necessite de mais planilhas, você pode incluí-las clicando no botão “+” na aba
inferior. Também pode-se optar por clicar, com o botão direito, em cima do nome da
planilha e escolher a opção “’Inserir Planilha”. Observe na parte inferior da figura
abaixo a “Planilha 1”.

Figura 1.2: Aba de guias de planilhas

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Caso não necessite mais de uma planilha, você pode excluí-la, simplesmente
selecionando-as e utilizando os comandos: Clique com o botão direito do mouse
sobre a planilha e clique na opção “Excluir planilha...”:

Figura 1.3: Menu de abas de planilhas

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

É fundamental nomeá-las para melhor identificar e distinguir. Os nomes definidos pelo


programa não são bons identificadores para uma planilha. Para nomear a planilha,
utilize um dos seguintes comandos:
• Clique duplamente na guia da planilha que deseja renomear.
• Digite o nome da planilha e pressione a tecla ENTER.

92
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
1.3 Inserindo, excluindo e renomeando células das planilhas

Imagine que, durante a digitação de uma sequência de dados, algumas informações


foram esquecidas, ficando a tabela incompleta. Os dados podem ser introduzidos
posteriormente nos locais corretos, bastando para isso fazer a escolha adequada
entre as opções de inserção: Selecione o local adequado e clique com o botão direito
e escolha a opção “Inserir..”, Inserir Linhas na Planilha ou Inserir Colunas na Planilha.

Figura 1.4: Menu de abas de planilhas

Figura 1.5: Caixa de opção de “Inserir”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

De modo semelhante, é possível fazer a exclusão de colunas ou linhas, que tenham


sido introduzidas equivocadamente ou que não sejam mais necessárias.
O comando de exclusão de linhas ou colunas pode ser realizado do mesmo modo
que o de inserir. Seleciona-se as células desejadas para exclusão e depois clicando,
com o botão direito, escolhe-se a opção “Excluir...”, em seguida aparecerá as
opções de como excluir. Escolhe-se uma e o conteúdo será excluído.

Figura 1.6: Menu de seleção de células

Figura 1.7: Caixa de opção de “Inserir”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

93
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
A definição de tamanho é extremamente comum para as linhas e colunas. Porém,
no OpenOffice Calc, as linhas e colunas da planilha, que contêm títulos ou aquelas
que contêm células, de conteúdo formatado com um tipo de letra diferente podem
ter a altura modificada. Para alterar, a altura de uma linha ou largura de uma coluna,
faça o seguinte: aponte o mouse entre as linhas 1 e 2, clique e arraste para alterar a
altura da linha ou aponte o mouse entre as colunas A e B, clique e arraste para
alterar a largura da coluna.

1.4 Criando um novo arquivo, salvando e abrindo arquivos já


existentes

Criando um novo arquivo- Para criar um novo arquivo, clique no botão “Arquivo”,
no canto superior esquerdo da tela, abaixo do título do arquivo.

Ao aparecer o menu, escolha a opção “Novo”, em seguida escolha a opção


“Planilha” no novo menu. Para agilizar tudo isso podemos utilizar o atalho “Ctrl +
N”.

Figura 1.8: Criação de nova planilha, através


do Menu principal opção “Novo”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Salvando um arquivo- Para salvar um novo arquivo, clique no botão “Arquivo”,


porém desta vez utilize a opção “Salvar como...”. Outro método mais ágil é
através do atalho “Ctrl + Shif + S”.

94
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 1.9: Salvar planilha através do menu
principal ou atalho “Ctrl + Shift + S”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Em seguida, selecione o local no qual o arquivo deve ser salvo e o nome que o
arquivo receberá, através da tela anterior. Deixe o tipo de arquivo como “Planilha
ODF (*.ods)”. Este procedimento é o mesmo que utilizamos no OpenOffice Writer.
Não se esqueça de salvar o arquivo com um nome fácil de compreender e em
um local que você lembrará!

Figura 1.10: Caixa de diálogo de escolha de diretório.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

95
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Abrindo um arquivo- Para abrir um arquivo já existente, clique no botão
“Arquivo”, selecione a opção “Abrir...” ou através do atalho “Ctrl + O”.

Figura 1.11: Abrindo arquivo através do


menu principal ou “Ctrl+O”

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Em seguida, de acordo com a próxima imagem, selecione o local em que o


arquivo se encontra. Selecione-o na tela e clique na opção “Abrir”. Procedimento
análogo ao utilizado no Writer.

Figura 1.12: Caixa de diálogo de escolha de diretório e arquivo.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

96
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade 1:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se à
formatação apresentada;
• Faça alguma modificação nos valores da planilha e salve como um novo arquivo,
preservando o original;
• Abra algum arquivo existente;
• Clique em imprimir e observe as configurações de impressão.
Atividade 2:
• Tente elaborar sua própria planilha, formatando-a com fórmulas, condições e
gerando gráficos a partir dela. Sempre que necessário peça ajuda ao professor.
• Lembre-se que planilhas são extremamente versáteis, portanto, tente criar duas ou
mais planilhas diferentes, tanto no conteúdo como na forma e estrutura. Por
exemplo, monte um cronograma de atividades, utilizando fórmulas condicionais
para marcar atividades feitas e não feitas, e os recursos do Calc para agilizar seu
trabalho, analise e crie também uma planilha sobre orçamento de um trabalho,
utilizando fórmulas para calcular o gasto total.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Quais os tipos de dados podemos utilizar no OpenOffice Calc?
• O que são linhas? O que são colunas?
• Como renomear planilhas?
• Como inserir ou apagar, linhas e colunas, no Calc?
• Como salvar e abrir arquivos, no Calc?

97
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 2: Fórmulas

Um começo de conversa

Um dos recursos mais importantes no OpenOffice Calc é a utilização de Fórmulas para


facilitar nosso trabalho. Muitas vezes, quando estamos lidando com dados,
especialmente números, gostaríamos de realizar operações matemáticas para calcular
determinado valor, como média, entre outros.
Imagine uma planilha onde constam todas as notas das atividades avaliativas do CIPMOI
neste ano. Cada linha representa um aluno. Cada atividade avaliativa representa uma
coluna. O instrutor responsável por esta planilha vai desejar realizar a soma de todas as
atividades a fim de verificar se o aluno foi aprovado ou não. Ou seja, a soma de todas as
atividades deve ser superior a 60. Imagine que cada linha da planilha represente um
aluno. Para saber se ele foi aprovado ou não, será usada uma fórmula para calcular a
soma de todos os valores na linha deste aluno.
Com esta ideia em mente, vamos explorar esse recurso nos programas.

Objetivos da Aprendizagem

Nesse capítulo, vamos aprender como utilizar o processamento do computador a nosso


favor para realizar operações matemática simples no nosso dia a dia.

98
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 Fórmulas

Voltamos a relembrar: OpenOffice Calc e Microsoft Office Excel são softwares


responsáveis pelo manejo de planilhas eletrônicas, com dados e informações. Seu uso
permite ganhar eficiência e agilidade no computo de variáveis essenciais no dia a dia
como soma, média, mediana entre outras funções matemáticas.

Figura 2.1: Planilha Exemplo 1.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Quando abrimos o OpenOffice Calc , por exemplo, já aparece um desenho básico de


planilha na tela. Precisamos, então, organizar as informações em linhas e colunas e
determinar uma região para cada tipo de informação.
No layout, apenas definimos onde cada informação será colocada, mas ainda não a
digitamos. No nosso exemplo, vamos registrar o faturamento de cada um dos quatro
produtos, mês a mês. A partir dessas informações, calcularemos:
• O faturamento mensal de cada produto.
• O faturamento anual de cada produto.
A planilha tem espaços reservados tanto para as informações que serão digitadas
quanto para as que serão calculadas automaticamente.
As informações serão digitadas da célula B4 até a célula E15. Por exemplo, na célula
B4 digitaremos o faturamento do mês de janeiro correspondente a engrenagens; na
célula C4, o faturamento de janeiro de parafusos; na célula B5, o faturamento de
fevereiro de engrenagens, e assim por diante, até o faturamento de dezembro de
arruelas na célula E15. Observe na imagem abaixo a região em vermelho onde serão
inseridos os dados manualmente.

99
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 2.2: Planilha Exemplo 1.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

As informações da coluna F, indicada pela seta, sobre faturamento mensal total, e as


informações da linha 17, sobre o faturamento anual por produto, serão calculadas
automaticamente.
Primeiro, vamos escrever as fórmulas para calcular o faturamento total mensal (coluna
F). Esse faturamento é a soma dos valores vendidos de cada produto.
Assim, o faturamento total de janeiro (célula F4) será a soma do faturamento de cada
produto nesse mês (da célula B4 até a E4). Portanto, na célula F4 digitaremos a
seguinte fórmula:
F4 =B4+C4+D4+E4
Isso indica para o programa de planilha que o valor de F4 será a soma dos valores das
células B4, C4, D4 e E4.

100
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Figura 2.3: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula F4

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

A fórmula da célula F5 é muito parecida com a fórmula da célula F4 e o mesmo


acontece com todas as células, até F15.
F4 = B4+C4+D4+E4
F5 =B5+C5+D5+E5
F6 =B6+C6+D6+E6
...
F15 =B15+C15+D15+E15
Como seria bastante trabalhoso digitar essa mesma fórmula 12 vezes, vamos copiá-
la. Posicione o cursor sobre a célula F4.
Abra a guia Início e escolha o comando Copiar (CTRL + C); o computador copiará o
conteúdo de F4.
Selecione da célula F5 à F15. Para isso, clique sobre a célula F5 e, mantendo o botão
do mouse pressionado, arraste-o até a célula F15.
Pressione a tecla ENTER.
O programa percebe que a fórmula mudou de linha e altera o seu conteúdo: em vez
de copiar =B4+C4+D4+E4 para todas as linhas, ele adequará a fórmula para cada
linha. Assim, na célula F5 será escrito =B5+C5+D5+E5; na célula F6, =B6+C6+D6+E6
e assim por diante.
O procedimento para calcular o faturamento anual de cada produto é bastante
parecido com o anterior: o faturamento anual de engrenagens é a soma do seu
faturamento em cada mês. Na célula B17, poderíamos digitar a seguinte fórmula:

101
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
B17 =B4+B5+B6+B7+B8+B9+B10+B11+B12+B13+B14+B15

Figura 2.4: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

2.2 Sobre fórmulas nos programas

No OpenOffice Calc, podemos usar todas as operações matemáticas que você já


aprendeu em suas aulas de Matemática no CIPMOI. Todos os operadores básicos,
como Adição, Subtração, Multiplicação, Divisão, Exponenciação e Porcentagem
podem ser utilizados. Lembre-se que para aplicar uma fórmula numa célula, devemos
colocar antes de tudo, um sinal de “=” (igual) para que o programa entenda que se
trata de uma fórmula. Observe a tabela abaixo com os operadores do Calc e seu
exemplo.
Tabela 2.1: Tabela de operações aritméticas.
Operador aritmético Significado Exemplo

+ (sinal de mais) Adição =3+3

– (sinal de menos) Subtração =3–3


Negação =-3

* (asterisco) Multiplicação =3*3


/ (sinal de divisão) Divisão =3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 30%

^ (acento circunflexo) Exponenciação =3^3

Fonte:“https://support.office.com/pt-br/article/vis%C3%A3o-geral-de-f%C3%B3rmulas-no-Calc-
ecfdc708-9162-49e8-b993-c311f47ca173” Acesso em 30 de julho de 2018.

102
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se
à formatação e às fórmulas apresentadas.
• Busque realizar operações matemáticas utilizando as tabelas da seção 11.4 deste
capítulo.
• Agora, utilize as operações lógicas, também na seção 11.4 para comparar os
valores das células. Observe que os resultados são mostrados como
VERDADEIRO ou FALSO.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Como inserir fórmulas em uma planilha?
• Quais são as operações matemáticas que podem ser utilizadas?
• Quais são as operações lógicas que podem ser utilizadas?

103
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 3: Funções

Um começo de conversa

No último capítulo, aprendemos a utilizar as fórmulas do Calc. Aprendemos quais


operações matemáticas são possíveis de serem inseridas, aprendemos as operações
lógicas que podem ser utilizadas e realizamos um exemplo da utilização de fórmulas.
Entretanto, operações matemáticas grandes, como médias, soma de muitas células,
dentre outras podem se tornar muito complicadas para serem feitas utilizando apenas
fórmulas.
Para isso, o OpenOffice Calc, nos permite utilizar um outro recurso importante para facilitar
nossas vidas: as funções. Através delas, fórmulas que se apresentariam muito grandes e
custosas para a realização, podem ser feitas através de um simples comando e de sua
correta configuração e manejo.
Neste capítulo, seguiremos com o exemplo utilizado na Unidade 2, porém
acrescentaremos fórmulas ao seu uso.

Objetivos da Aprendizagem

Voltamos a relembrar: OpenOffice Calc é um software responsável pelo manejo de


planilhas eletrônicas, com dados e informações. Nesse capítulo, vamos entender como
aplicar funções pré-definidas pelo programa. E realizar juntos um exemplo de aplicação de
fórmulas no Calc.

104
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

3.1 Funções

No final da seção 2.1 da unidade anterior, estávamos a calcular o total de unidades


vendidas em um ano para cada produto (Engrenagens, Parafusos, Porcas e Arruelas).

Figura 3.1: Planilha Exemplo 1 com aplicação de fórmula na célula B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para tal, foi utilizada a seguinte fórmula:


B17 =B4+B5+B6+B7+B8+B9+B10+B11+B12+B13+B14+B15
Porém, quando a fórmula de soma for muito grande, usaremos a função SOMA do
OpenOffice Calc, que facilita o cálculo, somando todas as células especificadas.
Na célula B17, a fórmula será: B17 =Soma(B4:B15).
A notação B4:B15 indica que devem ser utilizadas todas as células no intervalo de B4 até
B15. Assim, essa fórmula irá somar os valores em todas essas células e exibir o resultado
na célula B17. Observe sua utilização na imagem a seguir:

105
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.2: Planilha Exemplo 1 com aplicação da função soma em B17.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

A seguir, precisamos copiar essa fórmula para as células de C17, D17 e E17. Podemos
usar o mesmo procedimento que foi descrito acima. O programa perceberá que elas
foram colocadas em outra coluna e ajustará as referências das colunas
automaticamente. Assim, após copiar a fórmula para a coluna C17, teremos
=Soma(C4:C15); na célula D17 aparecerá =Soma(D4:D15), e assim por diante.
Agora, nossa planilha está completa e basta digitar os valores unitários relativos a cada
mês e a cada tipo de produto, das linhas 4 a 15, das colunas B a E. O programa nos
dará, automaticamente, os valores da linha 17 e da coluna F.

3.2 Sobre funções no Calc

A rapidez é uma das grandes vantagens dos programas de planilha. Se você cometer um
erro ou quiser modificar o valor de uma célula, basta digitar o valor correto e todos os
outros valores serão atualizados automaticamente.
Funções de uma planilha são comandos mais compactos e rápidos para se executar
fórmulas. Com elas é possível fazer operações complexas com uma única fórmula. As
funções são agrupadas em categorias, para ficar mais fácil a sua localização. As funções
também facilitam o trabalho com planilhas especializadas. Por exemplo, um engenheiro
pode utilizar funções matemáticas para calcular a resistência de um material. Um
contador usará funções financeiras para elaborar o balanço de uma empresa. Entre as
diversas funções, destacam-se:
• Funções financeiras - Para calcular juros, rendimento de aplicações, depreciação de
ativos etc.
• Funções matemáticas e trigonométricas - Permite calcular raiz quadrada, fatorial,
seno, tangente etc.

106
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
• Funções estatísticas - Para calcular a média de valores, valores máximos e mínimos
de uma lista, desvio padrão, distribuições etc.
• Funções lógicas - Possibilitam comparar células e apresentar valores que não
podem ser calculados com fórmulas tradicionais.
A escolha de um ou outro tipo de função depende do objetivo da planilha. Por isso, a
Ajuda do programa de planilha é um valioso aliado. Ela contém a lista de todas as
funções do programa, normalmente com exemplo.
Para ilustrar, usaremos a função estatística MÉDIA e a função lógica SE em uma
planilha que controla a nota dos alunos de uma escola. Se a média for superior a 5, o
aluno é aprovado; caso contrário, é reprovado.
Na tela abaixo, as notas foram digitadas nas colunas de B até E e suas médias
colocadas na coluna F, com o auxílio da função MÉDIA. Essa função calcula a média
das células indicadas. Para aplicá-la:

Figura 3.3: Planilha Exemplo 2.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Digite a fórmula =Média(B3:E3) na célula F3. Ela indica o próximo passo a ser dado: o
cálculo da média das células de B3 a E3 (a média de B3, C3, D3 e E3).

107
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Figura 3.4: Planilha Exemplo 2 com a função Média.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para que o programa indique se um aluno foi aprovado ou não, a média obtida por esse
aluno deve ser comparada com 5. Isso é feito digitando-se a fórmula
=Se(F3<5;”Reprovado”;”Aprovado”) na célula G3. Aprendemos o comando de
comparação na unidade anterior. Aqui, ele é usado dentro de uma função a fim de
configurá-la de forma a garantir seu funcionamento.
O conteúdo da célula G3 é determinado pela condição de teste F3<5. Ela exibirá o
“Reprovado” caso a condição F3<5 seja verdadeira, ou seja, se o aluno obtiver média
inferior a 5. Mostrará o valor “Aprovado” no caso de a condição F3<5 ser falsa, ou seja,
se o aluno obtiver uma média igual ou maior que 5.

Figura 3.5: Planilha Exemplo 2 com a aplicação de condição “SE”.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

108
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Segue abaixo uma lista das principais funções do Calc:

Tabela 3.1: Lista das principais funções do OpenOffice Calc.


=SE() Verifica se a condição desejada é verdadeira. Este teste incluem conferir qual valor é maior
entre duas células ou o resultado da soma de determinadas células

=E() Confere se dois testes lógicos são verdadeiros ao mesmo tempo


=OU() Confere se apenas um de dois testes lógicos é verdadeiro
=PROCV() Procura determinados valores em células específicas e retornar o valor de outra célula na mesma
linha
=PROCH() Procura um valor em uma linha e retorna o valor de outra célula na mesma coluna

=DIATRABALHOTOTAL() Calcula quantos dias existem entre duas datas e retorna apenas os dias da semana

=MÊS() Calcula quantos meses de diferença existem entre duas datas

=ANO() Retorna o ano em uma data


=HORA() Retorna apenas a hora de uma célula que contenha um horário

=MINUTO() Retorna apenas o minuto de uma célula que contenha um horário

=SEGUNDO() Retorna apenas o segundo de uma célula que contenha um horário

=HOJE() Retorna o dia atual (baseado no horário do sistema)


=AGORA() Retorna a hora atual (baseado no horário do sistema)
=MÉDIA() Calcula a média entre uma série de entradas numéricas

=MED() Encontra o valor do meio de uma série de células


=MODO() Analisa uma série de números e retorna o valor mais comum entre eles

=SOMA() Retorna a soma total entre os valores inseridos


=SOMASE() Adiciona os valores de um intervalo especificado apenas se elas passarem em um teste lógico

=MULT() Multiplica os valores do intervalo


=MÍNIMO() Retorna o menor número encontrado em um intervalo
=MÁXIMO() Retorna o maior número encontrado em um intervalo
=CONT.VALORES() Conta o número de células que não estão vazias no intervalo

=CONT.SE() Conta o número de células que passam em um teste lógico

Fonte: Visão geral de fórmulas no Excel, disponível em:” https://support.office.com/pt-


br/article/vis%C3%A3o-geral-de-f%C3%B3rmulas-no-Calc-ecfdc708-9162-49e8-b993-
c311f47ca173” Acesso em 30 de julho de 2018.

109
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Abra um novo arquivo e escreva a tabela fornecida no slide do instrutor. Atente-se à
formatação e às funções apresentadas.
• Utilize em uma linha da tabela a fórmula SOMA() e divida pelo número de dados
utilizados. Compare seu valor com a utilização da função MEDIA().
• Utilize a função CONT.SE() tendo como condição a soma de números superiores a
50.

Recapitulando

• Para fixar o conteúdo estudado tente responder com suas palavras:


• Como inserir funções em uma planilha do Calc?
• Por que algumas funções são mais práticas sendo que podemos utilizar fórmulas
para realizar os mesmos procedimentos no Calc?
• Quais são as operações lógicas que podem ser utilizadas?

110
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Unidade 4: Gráficos

Um começo de conversa

Nos últimos capítulos, aprendemos a trabalhar no Calc, utilizando seus recursos básicos,
suas fórmulas e funções. Nosso aprendizado, sobre o OpenOffice Calc está quase
completo, entretanto, ainda resta aprender um recurso muito importante: a obtenção de
gráficos no programa.
Visto que o OpenOffice Calc é um programa que lida com dados, é natural que
desejemos gerar gráficos a partir de determinados valores. Em uma planilha onde estão
os dados de vendas ao longo de um ano, um analista gostaria de verificar visualmente a
evolução das vendas nesse período, a forma mais prática é através da criação de um
gráfico com os dados da planilha.

Objetivos da Aprendizagem

Para finalizarmos nosso aprendizado sobre o OpenOffice Calc, vamos aprender a realizar
gráficos e formatá-los.

111
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

Gráficos são representações visuais utilizadas para exibir dados, o Calc fornece a
possibilidade de utilizar vários modelos, focaremos nos 3 mais utilizados.

4.1 Gráficos de colunas

Esse modelo de gráfico também é conhecido como “Gráfico de Barra”, eles são usados
para comparar quantidades ou mesmo demostrar valores pontuais de determinado
período. As colunas podem surgir horizontal ou verticalmente. Veja o exemplo a seguir:

Figura 4.1: Gráfico de Colunas ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.2 Gráficos de linhas

Esse modelo de gráfico também é conhecido como “Gráfico de Segmento”, ele é usado
para apresentar valores em determinado espaço de tempo. Sua finalidade é mostrar as
evoluções ou diminuições de algum fenômeno. Veja o exemplo a seguir:
Figura 4.2: Gráfico de Linha ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

112
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
4.3 Gráficos de pizza

Esse modelo de gráfico possui um formato circular, semelhante a uma pizza, também é
conhecido como “Gráfico de Setores”. Neste gráfico, os valores de cada categoria
estatística representada são proporcionais às respectivas frequências ou intensidade:

Figura 4.3: Gráfico de Linha ilustrando os gastos mensais.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.4 Inserindo um gráfico

Primeiramente, devemos criar uma tabela com os valores que se deseja criar o gráfico.
Usaremos como exemplo uma tabela sobre os gastos mensais de uma pessoa. Após
preencher os dados corretamente, selecione os valores conforme o exemplo a seguir:

Figura 4.4: Seleção de dados para a confecção de gráficos.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

113
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Em seguida, clique na guia “Inserir”. Ao clicar na guia, escolha a opção “Gráfico...”:

Figura 4.5: Criação de gráfico através da opção “Inserir” e “Gráfico do menu principal.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

No menu “Assistente de gráficos” usaremos o gráfico do tipo barra:

Figura 4.6: Assistente de gráficos. Caixa de diálogo que permite escolher o tipo,
intervalo de dados entre outros parâmetros.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Escolha o estilo de colunas que você preferir, assim, o gráfico é gerado automaticamente.

Figura 4.7: Gráfico de Colunas.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

114
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
O gráfico se comporta como uma imagem. É possível movê-lo ou aumentá-lo como uma
imagem, observe a alteração:

Figura 4.8: Caixa de alteração de tamanho do gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

4.5 Configurando um gráfico

Ao clicar duas vezes, com o botão esquerdo, em cima do gráfico aparece um menu de
configurações do gráfico na aba superior. Neste menu é possível alterar o tipo de gráfico
escolhido, legenda, titulo, e os dados de linhas e colunas da tabela, que originou o gráfico
e também inserir mais dados.
Figura 4.9: Guia de Formatação de Gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Essa guia de Formatação de Gráfico permite:


• Selecionar um elemento específico do gráfico para modificação;
• alterar o tipo de gráfico;
• Alterar o título e legenda;
• terar o intervalo de dados;
• Marcar os eixos do gráfico;
• Ativar ou desativar as grades do gráfico.

115
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Para inserir títulos no gráfico clicamos duas vezes sobre o gráfico, e em seguida
apertamos o botão direito do mouse. Ao mostrar o menu ilustrado na figura abaixo,
selecionamos a opção “Inserir títulos..”.
Quando aparecer a caixa de diálogo Título, fazemos a alteração desejada e apertamos
“Ok”.

Figura 4.11: Menu rápido do gráfico.


Figura 4.10: Menu rápido do gráfico.

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Fonte: OpenOffice Calc 6.4.2

Para inserir legenda seguimos o mesmo procedimento usado para inserir o título. No
entanto ao criarmos o gráfico ela é gerada automaticamente.

116
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Colocando o conhecimento em prática

Atividade:
• Escreva a tabela a seguir:

Figura 4.12: Tabela exercício

Fonte: Microsoft Office Excel

• Crie um gráfico de barras, para analisar o total vendido de cada produto;


• Crie um gráfico de pizza, para analisar a quantidade de produtos vendidos.

Recapitulando

Para fixar o conteúdo estudado, tente responder com suas palavras:


• O que são gráficos de barras, linhas e pizza?
• Explique o passo a passo para se criar um gráfico.
• Para que serve o grupo de guias intitulado ferramentas de gráficos?

Referências Bibliográficas

DALCERO, Leandro. OpenOffice Calc. Prefeitura de Petrópolis. Disponível em:


http://www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/openoffice_calc.pdf. Acesso em: 12 de
maio. de 2020.
MOLEIRO, Marcos. A. Apostila do BrOffice – Disponível em:
http://www.drh.uem.br/tde/apostila_BrOffice_3.3.x-TDE-Ver04.2011.pdf. Acesso em: 12
de maio. de 2020.

117
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Matemática
4º Bimestre
Universidade Federal de Minas Gerais

Reitor
Sumário
Prof.ª Sandra Goulart de Almeida Unidade 1:Juros Simples e Compostos 120
Vice-reitor
Um começo de conversa 120
Prof. Alessandro Fernandes Moreira

Pró-reitoria de Extensão da UFMG Objetivos da aprendizagem 120


Prof.ª Claudia Andrea Mayorga Borges
Em Busca de Informações 121
Diretor da EEUFMG
Prof. Cícero Murta Diniz Starling
1.1 Revisão de porcentagem 121
Vice- Diretor da EEUFMG
Prof. Luiz Machado 1.2 Conceitos de Matemática Financeira 122
Coordenação Geral
1.3 Juros Simples 123
Prof. Aldo Giuntini de Magalhães

1.4 Juros Compostos 124

Colocando o conhecimento em prática 127

Gabarito 128

Instrutores Colaboradores
Unidade 2: Custos de soldagem 129
2.1 Classificação dos custos 130
Caio César

Gean Teixeira 131


2.2 Como calcular
Guilherme Oliveira 134
2.3 Custo total
Rodrigo Cristiano
134
Thales Thomé Nogueira 2.4 Maneiras para aumentar a produtividade

Diego Silva

Henrique Costa Unidade 3: Média Aritmética 136


Luíza Lopes Abreu Mappa 137
3.1 Introdução
João Pedro Barreto
3.2 Média Aritmética Simples 137
Rebeca Nascimento Burini
3.3 Média Aritmética Ponderada 140
André Guanaes Rosetti

Marcela Martins

Allef Santos Pereira

Victor Hugo Brum Biscaro

119
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 1: Juros
Simples e Compostos
Um começo de conversa

O conceito de juros é muito antigo, tendo sua existência observada desde as primeiras
civilizações, antes da criação do dinheiro, onde ele era aplicado sobre os produtos
agrícolas, entre outros. Desde então, ele faz parte do cotidiano da nossa sociedade pois
é o principal negócio dos bancos e instituições financeiras, que emprestam dinheiro aos
clientes, para cobrar um “pouco” mais depois de certo tempo. Assim, ele está presente
em quase toda transação financeira que as pessoas fazem, como o uso do cartão de
crédito, empréstimos, investimentos, parcelamento de produtos, etc. Os exemplos são
inúmeros. Não é preciso dizer que essa é uma disciplina indispensável para qualquer
pessoa que queira cuidar bem de seu dinheiro e usá-lo a seu favor.

Objetivos da Aprendizagem

Essa é umas das disciplinas mais importantes da matemática do ensino básico. Pois,
possui inúmeras aplicações no cotidiano, principalmente no mercado financeiro. Dessa
forma, ele é uma ferramenta extremamente útil na vida das pessoas. Assim, com seu
auxilio, poderemos calcular qual investimento seria melhor em um certo prazo, qual a
melhor forma de comprar um produto, à vista ou a prazo, quanto pagaríamos de juros
se deixássemos de pagar a fatura do cartão de credito e qual a melhor opção de
empréstimo para uma determinada situação, além de outras situações do cotidiano. Por
fim, nessa unidade é recomendado o uso de calculadora, pois em alguns cálculos, de
potência por exemplo, ficaria bem complicado e demorado fazê-los manualmente.

120
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Em busca de informações

1.1 Revisão de porcentagem

A porcentagem é essencial no estudo dos juros e da matemática financeira no geral, por


isso vamos fazer uma revisão rápida e sucinta desse conteúdo.

Definição: Porcentagem é uma divisão por 100 e é representada pelo símbolo %.

x
x% =
100
Representações de porcentagem: A porcentagem pode ser representada de várias
maneiras, inclusive graficamente e listamos algumas formas, através do exemplo abaixo.
Figura 1.1: Representação de 10%

10
10
10% = = 0,1 =
100 90

Fonte: Acervo do autor


Cálculo de Porcentagem: Para calcular a porcentagem basta multiplicar o x% pelo valor
desejado, como exemplificado abaixo.

x%  valor = x% de valor = Resposta


Exemplo de cálculo de Porcentagem

10% 300 = 10% de 300 = 30

Lembre-se que o x% pode ser representado de várias maneiras, como representado


abaixo.

10
 300 = 0,1  300 = 10%  300 = 10% de 300 = 30
100

Aumento Percentual: Para calcular o aumento de x% em um determinado valor, basta


somar o valor a x% do valor.

valor + x%  valor= Resposta OU valor  (1 + x%) = Resposta

121
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Exemplo do cálculo de Aumento percentual: O valor de uma geladeira, que custava
R$ 800,00 reais, aumentou em 12%. Assim, qual o novo preço do produto?

800 + 12%  800 = 896 OU 800  (1 + 12%) = 896

Portanto, o novo preço da geladeira é R$ 896,00.

Desconto percentual: O Cálculo do desconto percentual é análogo ao aumento


percentual. Dessa forma, para calcular o desconto de x% em um determinado valor, basta
subtrair x% do valor de valor.

valor − x%  valor = Resposta OU valor  (1 − x%) = Resposta

Exemplo do cálculo de Desconto percentual: O valor de um ar-condicionado, que


custava R$ 1200,00 reais, está com desconto de 20%. Assim, qual o novo preço do
produto?

1200 − 20% 1200 = 960 OU 1200  (1 − 20%) = 960

1.2 Conceitos de Matemática Financeira

A matemática financeira é a parte da matemática que estuda a equivalência dos capitais


no tempo, ou seja, como seu dinheiro se comporta no decorrer do tempo. Desse modo, é
facilmente aplicável no cotidiano, como em empréstimos, parcelamento de produtos,
investimentos, cartão de crédito, entre outros. Dessa maneira, vamos apresentar abaixo
seus conceitos fundamentais.

Capital (C): Valor que está aplicado nesse momento, pode ser um investimento, dívida ou
empréstimo. Assim, no caso de um investimento é o valor atual que a pessoa tem na
aplicação, no caso da dívida é a dívida atual e no empréstimo, o valor que está devendo.

Taxa (i): Também chamada de taxa de juros, é o valor percentual pago pelo uso do
dinheiro, está sempre atrelada a um prazo. Por exemplo, em um empréstimo além do
valor que pegou emprestado a pessoa ainda paga a mais pelo aluguel do dinheiro. Por
fim, ela é sempre expressa em tempo, por exemplo ao ano, ao dia, ao mês.

Juros (J): Conceito muito atrelado à taxa de juros, corresponde ao valor obtido pelo
empréstimo do capital de acordo com uma taxa e em um determinado período, pode ser a
regime de juros simples ou compostos. É aquele valor que as pessoas pagam a mais
quando atrasam uma dívida, por exemplo a fatura do cartão de crédito.

122
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Montante (M): Montante equivale a soma entre o capital e os juros. Assim, no caso de um
investimento é o valor total que a pessoa retira depois de determinado tempo aplicado.

M =C+J
Tempo (t): Tempo é uma grandeza fundamental na matemática financeira, sempre
relacionado ao capital que está aplicado.

1.3 Juros Simples


Em um regime de Juros Simples, os juros são sempre calculados em relação ao capital
inicial, período a período. Dessa forma, o valor dos juros são constantes em cada período
de tempo.

Por exemplo, João aplica R$ 100,00 em um determinado investimento, a uma taxa de 5%


ao mês, durante 6 meses. Assim, quanto de juros o investimento renderá em cada mês?
Figura 1.2: Tabela de rendimento de juros simples

Mês (t) Capital (C) Juros Simples (J) Montante (M)


1° R$ 100,00 5% de 100 = 5 R$ 105,00
2° R$ 105,00 5% de 100 = 5 R$ 110,00
3° R$ 110,00 5% de 100 = 5 R$ 115,00
4° R$ 115,00 5% de 100 = 5 R$ 120,00
5° R$ 120,00 5% de 100 = 5 R$ 125,00
6° R$ 125,00 5% de 100 = 5 R$ 130,00
Fonte: Acervo do autor

Aqui percebemos que, como o investimento foi feito no regime de juros simples o
rendimento ao mês é sempre igual, pois a taxa de juros é sempre referente ao primeiro
capital investido, que no caso foi de R$ 100,00. Assim, a resposta da pergunta é R$ 5,00.

Fórmula para o cálculo dos juros simples: A seguir apresentamos a fórmula usada no
cálculo dos juros simples. J : Juros Simples
C: Capital
J = C i t i: Taxa
t : tempo

Assim, para calcular o montante podemos usar a seguinte fórmula, já apresentada.

M : Montante
M =C+J C: Capital
J : Juros

123
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Exemplo: João quer saber quanto receberá mantendo o seu dinheiro no investimento,
apresentado acima, na tabela, em 13 meses. Assim, esse problema poderia ser resolvido
fazendo a tabela e as contas manualmente até o 13° mês. Entretanto, uma maneira mais
fácil é usando a fórmula de juros simples com as informações disponibilizadas no
enunciado e é importante lembrar que x% = x/100.
Informações
C: R$ 100,00 5
i : 5% ao mês J = 100  13 = 65
100
t : 13 meses

Portanto, o investimento de João rendeu R$ 65,00 nos 13 meses que o capital foi
investido. O montante resgatado por ele é calculado abaixo.
Informações
C: R$ 100,00 M = 65 + 100 = 165
J : R$ 65,00

No final dos 13 meses João resgatará além dos R$ 100,00 inicias, R$ 65,00 de juros
atrelado ao investimento que no total será um montante de R$ 165,00.

1.4 Juros Compostos


O Juros composto é o mais comum no mercado financeiro e extremamente útil em
situações do cotidiano, por isso é imprescindível o seu aprendizado,.

No regime de juros compostos, ou capitalização acumulada, os juros são sempre


calculados em relação ultimo valor , período a período. Dessa forma, os juros são
crescentes em cada período de tempo, apesar da taxa ser constante o valor do montante
aumenta com o tempo, por isso o valor dos juros também aumenta.

Voltamos ao nosso amigo João que fez o mesmo investimento anterior, porém no regime
de juros compostos, o chamado juros sobre juros. Observe a tabela.

Figura 1.3: Tabela de rendimento de juros compostos

Mês (t) Capital (C) Juros Compostos (J) Montante (M)

1° R$ 100,00 5% de 100,00 = 5,00 R$ 105,00


2° R$ 105,00 5% de 105,00 = 5,25 R$ 110,25
3° R$ 110,25 5% de 110,25 = 5,5125 R$ 115,7625
4° R$ 115,7625 5% de 115,7625 = 5,788125 R$ 121,550625
5° R$ 121,550625 5% de 121,550625 = 6,07753125 R$ 127,62815625
6° R$ 127,62815625 5% de 127,62815625 = 6,3814078125 R$ 134,0095640625
Fonte: Acervo do autor

Informações: C: R$ 100,00 t : 6 meses i: 5% ao mês

124
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão CIPMOI 2020
Analisando a tabela acima, podemos perceber que apesar da taxa de juros não variar o
valor dos juros aumenta, mês a mês, isso ocorre pois o valor sobre o qual o juros é
cobrado aumenta com o tempo. Ademais, analisando as duas situações, notamos que nos
primeiros meses os valores são bem próximos, porém com o tempo vão se distanciando.
Essa diferença foi gerada pois, no sistema de juros compostos, deve-se calcular os juros
no fim de cada período, formando um capital sobre o qual se calculam os juros do período
seguinte, o que chamamos “juros sobre juros”.

Por fim, os Juros Compostos é o regime de juros que os bancos e demais instituições
financeiras praticam em suas transações. Dessa maneira, é preciso ficar atento ao uso do
cartão de crédito, empréstimos, financiamentos, entre outros. Pois, além de altas taxas de
juros, nesse regime os valores podem aumentar rapidamente.

Assim, como no início, João gostaria de calcular o valor do montante do investimento no


13° mês, entretanto fazer essa cálculo manualmente se torna inviável pra períodos de
tempo muito longos. Por isso, vamos apresentar uma fórmula para calcular isso
facilmente.

Fórmula para o cálculo dos juros composto: Essa expressão é análoga ao de aumento
percentual, entretanto aqui ela acontece varias vezes, por isso usamos potência.

M : Montante
M = C  (1 + i ) t C : Capital
J : Juros
i : Taxa

Lembre-se que aqui também é válido o uso da fórmula: M = C + J

O montante que João resgatará no final do período de 13 meses pode ser calculado pela
fórmula abaixo.
Informações
5 13
M = 100  (1 + ) = 188,56 C: R$ 100,00
100 i : 5% ao mês
t : 13 meses

Com o uso da equação, M = C + J, podemos calcular o juros do período, que foi de R$


88,56.

188,56 = 100 + J J = 88,56


Analisando os resultados anteriores, no regime de juros simples o valor do juros final foi
de R$ 65,00 e no regime de juros compostos de R$ 88,56, e isso ocorreu em um período
relativamente pequeno de investimento.

Exemplo: Tião quer saber quanto pagaria ao final de um ano se deixasse de pagar sua
fatura de cartão de crédito. Assim, sabendo que sua fatura é de R$ 1000,00 e a taxa de
juros cobrada pelo banco é de 9,79% ao mês , qual o valor que ele teria que pagar.

125
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Observação: A taxa de juros sempre deve estar de acordo com o tempo, se não estiver é
preciso converter a medida de tempo para se adequar a taxa. Assim, nesse exemplo,
devemos converter o ano para 12 meses, para ajustar a taxa de 9,79% ao mês.
Informações do problema

C: R$ 1000,00 i : 9,79% ao mês t : 1 ano ou 12 meses


M = C  (1 + i ) t M =C+J
9,79 12 3067,28 = 1000 + J
M = 1000  (1 + )
100 J = 2067,28
M = 3067,28

Portanto, no fim de um ano, se a fatura não for paga, Tião terá que desembolsar R$
3067,28 para quitar sua dívida, R$ 2067,28 a mais, por contas dos juros. Assim, sempre
evite deixar de pagar a fatura, pois em pouco tempo a dívida aumenta bastante.

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Colocando o conhecimento em prática

1. O salário de Felipe é de R$ 2000,00 por mês e o de Renato corresponde a 85% do


salário de Felipe. Qual é o salário de Renato?

2. O salário líquido de Tiago é de R$ 1 100,00. Sabe-se que são descontados 17% do


seu salário para o pagamento de impostos. Qual é o salário bruto de Tiago?

3. Calcule o juros, simples, produzido por R$ 50000,00, durante 2 anos, a uma taxa de
2,5% ao mês.

4. Em uma promoção, o preço de um celular passou de R$ 499,00 para R$ 399,00.


Qual foi o desconto nessa promoção?

5. O gerente de um Banco me emprestou R$ 7200000 por 60 dias à taxa de 8,2% ao


mês. Vencido esse prazo, quanto devo pagar ao banco?

6. Por quanto tempo uma pessoa deve aplicar o capital de R$ 10000,00 para que
renda R$ 4000,00 a uma taxa de 5% ao mês, em juros simples?

7. Uma pessoa faz um empréstimo de R$ 500 000,00 e, após 8 meses, paga o


montante (capita + juros) de R$ 980 000,00. Sabendo que o empréstimo foi a
regime de juros simples, qual a taxa do empréstimo?

8. Se uma mercadoria cujo preço é de R$ 200,00 for paga em 6 meses, com taxa de
20% ao ano, quanto será pago de juros no sistema de juros simples?

9. Na compra de um imóvel, cujo valor à vista é de 120000,00, foi dada uma entrada
de 20% e o restante foi financiado em duas prestações mensais e iguais. Sabendo
que a taxa de juros foi de 18% ao mês, qual será o valor de cada prestação?

10. Quanto receberá de juros, no fim de um semestre, uma pessoa que investiu, a juros
compostos, a quantia de R$ 6 000,00 à taxa de 1% ao mês?

11. Calcule o montante produzido por R$ 5 000,00 aplicado à taxa de 6% ao bimestre,


após um ano, no sistema de juros compostos.

12. Uma dívida de R$ 700,00 foi contraída a juros compostos de 2% ao mês para ser
quitada em 4 meses. Quanto deverá ser pago para quitar a dívida?

13. Carlos deixou R$ 800,00 aplicados por 3 anos em um fundo de investimento. Se o


rendimento médio desse fundo foi de 1% ao mês, quanto Carlos tinha ao final desse
período?

14. Um capital foi aplicado a juros compostos à taxa de 20% a.a., durante 3 anos. Se,
decorrido esse período, o montante produzido foi de R$ 864,00, qual foi o valor do
capital aplicado?

127
Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Gabarito

1. O salário de Renato é de R$ 1700,00.

2. O salário bruto de Tiago é de R$ 1325,30.

3. O juros produzido é de R$ 30000,00.

4. O desconto foi de aproximada 20%.

5. Devo pagar ao banco R$ 83808,00.

6. Deve aplicar o capital em 8 meses.

7. A taxa do empréstimo foi de 12% ao mês.

8. Serão pagos R$ 20,00 de juros.

9. O valor de cada prestação será de R$ 65289,00.

10. A pessoa receberá R$ 369,12 de juros.

11. O montante produzido é de R$ 7092,59.

12. Para quitar a dívida deverão ser pagos R$ 757,70.

13. Ao final do período Carlos tinha R$1144,62.

14. O valor do capital aplicado foi de R$ 500,00.

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Tecnologia da Soldagem CIPMOI 2020
Unidade 2 : Custo de
soldagem
Um começo de conversa

No mercado cada vez mais competitivo, todo tipo de vantagem pode fazer com que uma
empresa se sobressaia em relações as demais. Para isso, entender como funciona seus
custos e como isso está relacionado com a produtividade é algo crucial para aumentar a
competitividade da empresa. De acordo com um estudo realizado em 2002 pela AWS
(EUA) indicou que 57% das empresas não determinam os custos relacionados a
soldagem e 23% determinam de forma mínima.
Se entendemos o que influencia no custo da soldagem, podemos então tomar atitudes
para tornar o processo o mais otimizado possível e, consequentemente, diminuir o
custo. Dessa maneira, a margem de lucro pode ser maior ou então deixar o preço do
produto/serviço mais competitivo.

Objetivos da aprendizagem

O primeiro passo para conseguirmos calcular o custo na soldagem é entender quais são
esses custos. Podemos separá-los de uma maneira geral da seguinte forma:
• Mão de obra
• Consumíveis (metal de adição)
• Gases de proteção
• Equipamentos
• Energia
Obviamente, esses parâmetros podem alterar dependendo de cada caso e, por isso,
entender cada processo da solda irá auxiliar nessa classificação.

129
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Em busca de informações

2.1 Classificação dos custos


Uma vez que os custos foram devidamente classificados, é preciso separar quanto cada
processo consome do total. Em outras palavras, a contribuição de cada tópico acima
não é igual para o custo final da soldagem, logo, é preciso entender quantos porcentos
do total cada item consome. O gráfico abaixo mostra a distribuição típica em soldagem
de aço C-Mn pelo processo MAG e exemplifica a ideia citada acima.
Figura 2.1: Percentual de custos nos diferentes setores

CUSTO NA SOLDAGEM
Gas Arame Energia
4% 7% 4%
Equipame
ntos
15%

Mão-de-
obra
70%
Fonte: Acervo do Autor

Nesse processo percebe-se que a mão de obra e os equipamentos são os maiores


influenciadores no valor final da solda. Uma maneira de economizar nesse caso seria
aumentando a velocidade de solda para economizar com o valor da mão de obra.
Mais uma vez, essa divisão não será sempre igual e, portanto, é necessário fazer essa
avaliação para cada caso. A tabela abaixo mostra essas diferenças em diversos setores.
Tabela 2.1: Percentual de custos nos diferentes setores

Fonte: Pesquisa realizada em 2002 pela aws (eua)

130
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
2.2 Como calcular
• Custo do metal de adição
O Custo do metal de adição, como o próprio nome sugere, é o valor gasto com o metal
utilizado para a solda. Nesse caso há dois parâmetros que influenciam muito no valor
final: a quantidade de metal depositado e a eficiência.
A quantidade de metal está relacionada ao volume soldado. Para quantizar esse valor
utilizamos a unidade kg/m, ou seja, a massa de metal depositado a cada metro soldado.
Já a eficiência é definida como sendo a razão entre a quantidade de metal depositado
por aquele que foi consumido no processo. Em outras palavras, se a quantidade de
metal depositada for muito próxima a quantidade consumida, a eficiência é alta, mas se
a quantidade de metal depositada for pequena em relação a quantidade consumida, a
eficiência é baixa.
Abaixo, a eficiências típicas dos processos ao arco:
• SMAW – eletrodos revestidos: 50~60%
• GMAW – arames sólidos: 95%
• FCAW – arames tubulares: 85%
• SAW – arco submerso: 99%
Entendendo esses dois parâmetros e sabendo o valor do material, podemos escrever a
seguinte fórmula para o custo do metal de adição (Cma):

𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑘𝑔/𝑚 × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚í𝑣𝑒𝑙 (𝑅$/𝑘𝑔)


𝐶𝑚𝑎 =
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜
Analisando essa fórmula, percebemos que há três maneiras de reduzir custos:
diminuindo a quantidade de metal depositado, utilizando um material mais barato ou
aumentando a eficiência de deposição. Vale ressaltar que em qualquer um desses
casos é necessário analisar se são medidas plausíveis.

• Custo da mão de obra


A mão de obra é a maior parcela do custo na soldagem, exceto em processos altamente
mecanizados e, portanto, tem grande potencial de redução de custos. Há quatro
principais maneiras de reduzir custos de mão de obra:
• Diminuindo o custo horário da mão de obra;
• Aumentando a taxa de deposição;
• Aumentando o ciclo de trabalho.
A primeira medida é relativamente simples de se entender. Se o valor pago por hora da
mão de obra for menor, o custo final também será menor. Já os outros dois, é
necessário que entendemos a definição de taxa de deposição e ciclo de trabalho.

131
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
Taxa de deposição: Quantidade de metal depositado por unidade de tempo. Por
exemplo, a quantidade de kg de metal depositado por hora. Se aumentamos a taxa de
deposição significa que estamos depositando mais metal por unidade de tempo, logo, o
trabalho será efetuado em menos tempo.
Ciclo de Trabalho: Tempo de arco aberto por tempo total de trabalho expressa em
porcentagem. Uma porcentagem de 30%, por exemplo, significaria que 30% do tempo
trabalhado o arco estava aberto. Se aumentarmos o ciclo de trabalho, significaria que
estamos realizando mais solda por unidade de tempo, também contribuindo para a
redução do tempo de trabalho. Segue abaixo uma estimativa de ciclo de trabalho de
alguns processos.
• MMA: 10 ~ 30%;
• MIG/MAG e FCAW: 20 ~ 40%;
• SAW: 40 ~ 70 %.
Para o cálculo do custo da mão de obra (Cmo) utilizamos a seguinte fórmula:

𝐶𝑚𝑜 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 ℎ × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐻𝑜𝑟𝑎 (𝑅$/ℎ)


Ou seja, o custo será simplesmente o tempo gasto multiplicado pelo preço pago por
hora trabalhada. Caso queira calcular o tempo gasto a partir das definições a cima,
podemos utilizar também a seguinte fórmula:

𝑄𝑛𝑡𝑑 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 (𝑘𝑔/𝑚)


𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 (𝑘𝑔/ℎ) × 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

• Custo de gases de proteção


Nos processos MIG/MAG, FCAW, TIG e plasma utiliza-se gases de proteção. Sua
contribuição para o custo final varia de acordo com o consumo, a quantidade de metal
depositado e a taxa de deposição e eles se relacionam da seguinte forma:

𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑘𝑔/𝑚 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐿/ℎ × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 (𝑅$/𝐿)


𝐶𝑔𝑝 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 (𝑘𝑔/ℎ)
Analisando essa fórmula, percebemos que o custo dos gases de proteção (Cgp) pode ser
reduzido se fizermos as seguintes ações:
• Diminuir a quantidade de metal depositado;
• Diminuir consumo;
• Aumentar a taxa de deposição.
Em geral, o consumo de gases de proteção varia de 10 a 20 L/min.

132
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
• Custo de fluxos
O consumo de fluxo geralmente é função da quantidade utilizada de arame. Como,
nesse processo, praticamente não há perdas, o custo, CF, é dado por:

𝑘𝑔 𝑘𝑔𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑅$
𝐶𝑓 = 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜( ) × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜( )
𝑚 𝑘𝑔𝐴𝑟𝑎𝑚𝑒 𝑘𝑔
Exemplo:
Tabela 2.2: Consumo típico de kg fluxo neutro / kg de arame

Fonte: acervo do autor

Fonte: acervo do autor

• Custo de energia
O custo de energia, quando comparado aos demais custos, representa uma parcela
muito pequena. Por esse motivo, muitas vezes é desprezada. Entretanto podemos
facilmente calculá-la em função do consumo de energia do equipamento, da seguinte
forma:
𝑘𝑔 𝑘𝑊ℎ 𝑅$
𝐶𝑒 = 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 × 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎( ) × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜( )
𝑚 𝑘𝑔 𝑘𝑊ℎ
Vale ressaltar que existe diferença no consumo de energia em função do processo de
soldagem. Segue abaixo uma tabela que ilustra o consumo de diferentes produtos

Tabela 2.3: Consumo de diferentes produtos

Fonte: acervo do autor

Fonte: acervo do autor

133
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
• Custo de equipamento
O custo de equipamentos pode representar grande parcela de custo total, caso os
processos sejam altamente mecanizados. Caso contrário, representará pequena parcela
se o processo for pouco mecanizado. Para sabermos quanto é gasto com o
equipamento (Ceq) basta utilizar a seguinte fórmula:

𝐶𝑒𝑞 = ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 ℎ × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜 (𝑅$/ℎ)


Vale lembrar que os equipamentos depreciam ao longo do tempo e, portanto, devemos
levar isso em consideração.

2.3 Custo Total

Após calcularmos todos os custos citados a cima, basta soma-los de maneira a se obter
o custo total da soldagem. Ou seja:
Custo Total = Cma + Cmo + Cgp ou Cf + Ce + Ceq + ...
Onde:
• Cma = Custo metal de adição
• Cmo = Custo mão-de-obra
• Cgp ou Cf = Custo gás de proteção ou Custo de fluxos
• Ce = Custo de energia elétrica
• Ceq = Custo equipamentos ou depreciação

2.4 Maneiras para aumentar a produtividade


De maneira geral, a melhor maneira de se aumentar a produtividade na soldagem é
reduzindo o tempo de soldagem, pois como foi visto, a mão de obra costuma ser a maior
fonte de custos. Porém, além disso, outros três aspectos são cruciais para o aumento da
produtividade:
• Redução na quantidade necessária de metal depositado;
• Aumento da taxa de deposição;
• Aumento do ciclo de trabalho.
Para reduzir a quantidade de metal depositado pode-se adotar uma ou mais ações a
seguir:
• Escolher o chanfro com menor área possível;
• Usar os processos de soldagem que promovem grande penetração;
• Considerar a penetração;
• Evitar Excesso;

134
Tecnologia da soldagem CIPMOI 2020
• Utilizar soldas intermitentes sempre que possível;
• Utilizar chapas de menor espessura sempre que possível.
Para aumentar a taxa de deposição, pode-se adotar uma ou mais ações a seguir:
• Escolher o processo de soldagem e o consumível com elevadas taxas de
deposição;
• Usar correntes elevadas;
• Usar eletrodos com maiores diâmetros;
• Aumentar o “Stick-out”;
• Usar preferencialmente a posição de soldagem plana. Caso necessário usar
posicionadores;
• Mecanização.
E por fim, para o aumento do ciclo de trabalho, pode-se adotar uma ou mais ações a
seguir:
• Manter os equipamentos e consumíveis perto do local de trabalho;
• Evitar “tempo de espera (Downtime)” (ex. troca de bobinas, ressecagem do
consumível);
• Escolha de consumíveis com fácil remoção de escórias;
• Evitar respingos (Seleção do consumível / ajuste adequado de parâmetros);
• Mecanizar e/ou Robotizar;
• Prevenir defeitos e re-trabalho;
• Preparação de procedimentos de soldagem;
• Organização;
• Melhorar as condições de trabalho;
• Treinamento dos soldadores;
• Fácil acesso às juntas.

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Unidade 3: Média
Aritmética
Um começo de conversa

Vez ou outra alguém da família precisa de trocar o aparelho celular. A primeira coisa
que a maioria das pessoas vai fazer é: pesquisar preços na internet! São vários
modelos, marcas, preços e tecnologias diversas. Além disso, com a internet, a
quantidade de opções de lojas que podemos pesquisar os preços aumentaram
bastante, afinal, agora podemos ter acesso a qualquer loja do Brasil com apenas um
clique.

Com tantas opções, os preços encontrados são variados. Alguns com preços muito
abaixo ou muito acima da maioria dos oferecidos no mercado. Com tantas variações
de preço, provavelmente você já escutou ou se fez a seguinte pergunta: " Qual é o
preço em média desse produto?". Em outras palavras, queremos saber o valor que os
preços da maioria dos celulares estão próximos. Claro que haverá celulares mais
caros e mais baratos que esse valor médio, mas o valor da maioria deles não estará
tão longe desse preço médio. O que não sabíamos até agora é como calcular para
obtermos o preço médio de fato de um produto ou do que mais quisermos calcular.

Como fazer esse cálculo é o que aprenderemos a seguir.

Objetivos da Aprendizagem

Saber o que é e saber calcular a média aritmética simples e a média aritmética


ponderada. Além disso, depois dessa unidade o aluno será capaz de identificar, em
cada caso, qual das duas médias utilizar.

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3. Em busca de informações

3.1 Introdução

Existem vários tipos de médias como, por exemplo, a médias aritmética, a média
geométrica e a média harmônica. Neste curso, veremos a média aritmética, que é a
mais utilizada no dia a dia. A seguir, temos alguns exemplos de utilização da média no
nosso cotidiano:

• média salarial de uma empresa;

• média escolar;

• média de gols de um time;

• média de temperatura.

3.2 Média Aritmética Simples

A média aritmética é considerada uma medida “central”, ou seja, ela tenta resumir um
conjunto de dados em um único valor. Para calcularmos a média aritmética simples,
basta somar todos os valores e dividir pela quantidade de valores que temos, isto é:

𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠


𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐴𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠

Agora que você sabe como calcular a média aritmética simples, que tal ver alguns
exemplos?

Exemplo 1:

Suponha que uma sala de aula tem 7 alunos, com as seguintes idades: 21, 35, 42, 57,
26, 38 e 64 anos. Qual é a média de idade desta sala?

Solução:
Como foi visto anteriormente,
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐴𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠

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Neste exemplo, temos 7 alunos. Ou seja, a “quantidade de valores” é igual a 7.

Assim, temos que:


18 + 35 + 42 + 57 + 26 + 38 + 64 280
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = = 40
7 7

Portanto, a média de idade desta sala de aula é de 40 anos.

Exemplo 2:

O time de futebol Artilheiros do CIPMOI participou de um campeonato e fez vários gols. A


seguir temos a tabela de gols por partida que o time fez. Calcule qual foi a média de gols
marcados por partida.

Tabela 3.1: Partidas e número de gols (exemplo 2)

Partidas Número de Gols


1ª partida 2
2ª partida 1
3ª partida 4
4ª partida 1
5ª partida 5
Fonte: Acervo do autor

Solução:

Neste exemplo, a média é igual a:


2+1+4+1+5 13
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = = 2,6
5 5

Portanto, a média de gols do time no campeonato é de 2,6 gols por partida.

Obs.: sabemos que não é possível fazer 2,6 gols em uma partida, porém a média nem
sempre dará um número inteiro, “completo”.

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Exemplo 3:

A média aritmética de cinco números é 13. Quatro desses números são 7, 8, 11 e


14. Qual é o quinto número?

Solução:

Neste exemplo, já temos o valor da média e queremos saber qual é o quinto


número. Como não conhecemos esse número, vamos chamá-lo de “?”. Utilizando a
fórmula da média, temos que:

𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠


𝑀é𝑑𝑖𝑎 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠
7 + 8 + 11 + 14 + ?
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 13
5

Somando os valores no numerador:


40 + ?
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 13
5

Passando o 5 multiplicando,
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = 40 + ? = 13 𝑥 5
40 + ? = 65

Passando o 40 subtraindo,
? = 65 − 40
? = 25

Portanto, o quinto número que queríamos achar é o 25.

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3.3 Média Aritmética Ponderada
Além da média aritmética simples, existe também a média aritmética ponderada. Ela
é utilizada quando os números possuem pesos diferentes, ou seja, quando alguns
valores têm mais importância (valor) que outros.

Para calcularmos a média aritmética ponderada, primeiro multiplicamos os valores


pelos seus respectivos pesos. Depois, somamos os resultados das
multiplicações e dividimos pela soma dos pesos.

A fórmula, portanto, é a seguinte:

𝑝𝑒𝑠𝑜 1 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 1 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 2 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 2 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 𝑥 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 3 + ⋯


𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 1 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 2 + 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 + ⋯

Agora que sabemos calcular a média aritmética ponderada, vamos ver alguns
exemplos.

Exemplo 4:

Luíza participou de um concurso, onde foram realizadas provas de Português,


Matemática, Biologia e História. A nota que Luíza tirou nas três provas, assim como
seus respectivos pesos, estão dispostos na tabela a seguir:

Tabela 3.2: Notas e Pesos (exemplo 4)

Prova Nota Peso


Português 8,0 3
Matemática 10,0 3
Biologia 5,0 2
História 7,0 2

Fonte: Acervo do autor

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Assim, temos que:
3 𝑥 8 + 3 𝑥 10 + 2 𝑥 5 + 2 𝑥 7
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 =
3+3+2+2
24 + 30 + 10 + 14 78
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = = = 7,8
10 10

Portanto, a média de Luíza no concurso foi 7,8.

Exemplo 5:

Um professor aplicou 3 provas durante o ano em uma escola em que a média é 7,0.
O peso dessas provas eram, respectivamente, 1, 2 e 3. Sabendo que Marcos tirou
8,0 na 1ª prova e 5,0 na 2ª prova, quanto ele precisa tirar na 3ª prova para ficar na
média?

Solução

Neste exemplo, sabemos quanto o aluno tirou em 2 provas e queremos saber


quanto ele precisa tirar na terceira para obter média (nota 7,0). Como não
conhecemos a 3ª nota, vamos chama-la de “n”.

Então, a média ponderada tem que ser igual a 7,0. Assim, temos que:
1𝑥8+2𝑥5+3𝑥𝑛
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = = 7,0
1+2+3

Realizando as multiplicações
8 + 10 + 3 𝑛
=7
6

Somando os termos do numerador,


18 + 3 𝑛
=7
6

“Passando” o 6 multiplicando,
18 + 3 𝑛 = 42

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“Passando” o 18 subtraindo,
3 𝑛 = 42 − 18
3 𝑛 = 24

“Passando” o 3 dividindo,
24
𝑛= =8
3

Portanto, Marcos precisa tirar 8,0 na 3ª prova para atingir a média.

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Colocando o conhecimento em prática

Obs.: Os exercícios de média exigem interpretação para saber qual tipo de média
será utilizada em cada caso. Fique atento!

1) Calcule a média entre os números a seguir:


a) 3, 6 e 12

b) 4, 7, 5 e 16
c) 7, 9, 15, 23, 6 e 39

2) (PUC-RIO 2009) As notas de uma turma de alunos no teste de Matemática foram


10, 10, 9, 8, 8, 8, 7, 7, 4 e 2. Qual é a média da turma?
a) 8,5
b) 8,2
c) 8,0
d) 7,8
e) 7,3

3) (UFPB 2008) Uma atleta participou de três provas de uma determinada competição.
Suas notas foram, respectivamente, o dobro e o triplo da nota da primeira. Sabendo-se
que a média aritmética das três provas foi 28,6 pontos, é correto afirmar que a nota da
primeira prova foi:

a) 8
b) 9,2
c) 12
d) 14,3
e) 15

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4) Em uma empresa, há 4 cargos: estagiário, assistente, gerente e presidente. Essa
empresa possui 2 estagiários, 7 assistentes, 2 gerentes e 1 presidente. O salário de
cada um dos cargos está presente na tabela a seguir:
Tabela 3.3: Cargos e salários (exercício 4)
Cargo da empresa Salário
Estagiário R$900,00
Assistente R$1.800,00
Gerente R$3.500,00
Presidente R$7.000,00
Fonte: Acervo do autor

Qual é a média salarial desta empresa?

5) Uma escola possui, por trimestre, 4 provas com pesos 2, 2, 3 e 4,


respectivamente. César, em um certo trimestre, tirou 7,0 na primeira prova, 8,0 na
segunda e 5,0 na terceira. Sabendo-se que a média trimestral foi 7,0, quanto ele
tirou na última prova?

6) Uma avaliação com seis questões foi realizada com os empregados de uma
pequena indústria. Os resultados foram apresentados em uma tabela. Observe:

Tabela 3.4: Número de acertos e frequência absoluta


Número de Frequência
Acertos Absoluta
0 2
1 4
2 9
3 22
4 10
5 8
6 4
Fonte: Acervo do autor

Calcule a média de acertos.

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7) Brasil, Argentina e Chile resolveram disputar entre si as “Olimpíadas Escolares”.
Os resultados de cada país estão representados no gráfico a seguir:
Figura 3.1 – Resultados das Olimpíadas Escolares

Fonte: Acervo do autor

Sabendo-se que os pesos das provas de Matemática, Ciências e História são, 3, 2 e


2, respectivamente, determine a média de notas de cada país e responda qual país
ganhou as Olimpíadas Escolares.

Questões “desafio”

8) A média aritmética das notas dos alunos de uma turma formada por 25 meninas
e 5 meninos é igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos é igual a 6, a
média aritmética das notas das meninas é igual a:

a) 6,5 b) 7,2 c) 7,4 d) 7,8 e) 8,0

9) (FUVEST – 2016) Em uma classe com 14 alunos, 8 são mulheres e 6 são


homens. A média das notas das mulheres no final do semestre ficou 1 ponto acima
da média da classe. A soma das notas dos homens foi metade da soma das notas
das mulheres. Então, a média das notas dos homens ficou mais próxima de:

a) 4,3 b) 4,5 c) 4,7 d) 4,9 e) 5,1

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Gabarito

1)
a) 7
b) 8
c) 16,5

2) Letra E

3) Letra D

4) R$2.366,67

5) 8,0

6) 3,25, aproximadamente

7) Brasil – 8,14 (aprox.)


Argentina – 8,00
Chile – 7,86 (aprox.)

Campeão: Brasil

8) Letra B

9) Letra C

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