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RESUMO
O trabalho sempre foi utilizado como meio de subsistência pelo homem. Pela importância do tema o presente
artigo, tem como objetivo apresentar a definição de relação de emprego, destacar algumas mudanças advindas
com a Emenda Constitucional nº 45/2004 na justiça do trabalho, estudar a efetividade dos acordos individuais de
trabalho na sociedade em geral, bem como sua constitucionalidade perante a Constituição Federal e enumerar
alguns casos relacionados com o acordo individual de trabalho que sofreram alteração e de grande polêmica com
o advento da reforma trabalhista. Conclui-se que alguns doutrinadores trazem pontos positivos a respeito dessa
nova modalidade de acordo nas relações trabalhistas; também foram observados posicionamentos de juristas
sobre os acordos individuais de trabalho para cuidadores de idosos e doentes. Com essas decisões justifica-se a
importância do Direito do Trabalho como uma ferramenta para facilitar as negociações nas relações contratuais,
não só protegendo o trabalhador, mas atendendo uma simples função de regular a relação em busca da realização
do ideal de justiça.
Palavras-Chave: Tratado. Laboração. Patrões. Trabalhadores.
ABSTRACT
Work has always been used as a means of livelihood by man. By the importance of the theme this article aims to
present the definition of employment relationship, highlight some changes coming with the constitutional Amendment
No. 45/2004 in the justice of the work, study the effectiveness of the individual work agreements in society in general,
as well as their constitutionality before the Federal Constitution and, finally, enumerate some cases related to the
individual work agreement that suffered change and of great controversy with the advent of labor reform. It is
concluded that some indoctrinators bring positive points regarding this new modality of agreement in labor relations.
There were also positions of jurists on the individual agreements of work for elderly and sick caregivers. With these
decisions it is justified the importance of labor law as a tool to facilitate negotiations in contractual relations, not only
protecting the worker, but serving a simple function of regulating the relationship in search of the realization of the
ideal of justice.
Key words: Treaty. Labouring. Bosses. Workers
INTRODUÇÃO
A palavra trabalho, deriva do latim vulgar tripaliare significa um instrumento de
tortura composto por três paus. Sendo assim, o surgimento dos primeiros trabalhos foram os
1
Estudante de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail: nathy_vinhola@hotmail.com
2
Mestre e Doutora em Psicologia pela PUC-CAMP e Pós Doutora pela Universidade Camilo Castelo Branco.
Professora do Centro universitário Braz Cubas e da universidade de Mogi das Cruzes. E-mail:
emts@terra.com.br
3
Graduado em Direito pela universidade de Mogi das Cruzes, Especialista em Direito das Relações de Trabalho.
E-mail: renatolazevedo@uol.com.br
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Assim, ao que tudo indica, com a nova realidade haverá uma cultura comportamental
voltada à governança de conflitos dentro das empresas, permitindo incrementar a
produtividade e, consequentemente, contribuir para criação de novos postos de trabalho,
trazendo o empoderamento da negociação coletiva no Brasil, uma vez que se prestigia a
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vontade coletiva e individual em detrimento da norma celetista. Observe-se que a nova lei
contém numerosas outras normas, que, por certo, aperfeiçoarão as relações entre os
empregadores e os trabalhadores, assim contribuindo para o desenvolvimento social e
econômico do País.
Dessa forma, a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo
(CNC) congratula-se com o Congresso Nacional e com o presidente da República pela
aprovação e sanção da nova lei, que efetivou a esperada reforma trabalhista. A esse respeito
Arantes (2017) afirma que a reforma trabalhista entre muitas mudanças, reconhece a
autonomia da vontade e valida o acordo individual de trabalho estabelecido entre empregado e
empregador, respeitados os limites legais. É o direito dando um salto para se aproximar da
realidade atual.
Já a lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, não altera questões essenciais, como a saúde
e segurança do trabalhador e sim traz uma inovação com o advento dos acordos individuas,
permitindo a aproximação entre empregado e empregador. Ressalte-se ainda, que o contrato
individual de trabalho é um acordo que regula a relação de emprego e as particularidades
inerentes ao vínculo criado entre empregador e empregado, e para que esse tipo de negócio
jurídico seja válido deve respeitar os mesmos requisitos exigidos pelo art.104, do Código
Civil, ou seja, agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma
prescrita ou não defesa em lei.
Freitas (2013, online) ressalta ainda que “esta indicação do TST reforça a
importância de patrões e empregados domésticos formalizarem todos os horários e direitos
em um novo contrato.”
Portanto, em decisão que pode ser reveladora da acomodação da Emenda
Constitucional, o TST se posiciona no sentido de que mesmo com direitos praticamente
idênticos, o tratamento desses direitos merece ser acomodado. Contudo, mesmo com a
existência de Súmula 244 da Corte que não permite acordo individual para jornada de
trabalho 12×36, em manifestação expressa, que parece considerar o ambiente diverso
daquele comum de trabalho, e sobretudo, a ausência de representatividade sindical, acenou
o Tribunal para a possibilidade de um acordo individual entre empregado doméstico e seu
empregador para fixação de jornada 12x 36. Com isso, ganha mais força a formalidade
contratual que deve existir entre as partes, empregado e empregador.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Em 1966, José Castán Tobeñas publicou um artigo doutrinário intitulado "La idea de
justicia social", no qual afirmou que "o princípio protecionista está em baixa e tem cada vez
menos relevo no Direito do Trabalho", escreve Castán Tobeñas (2002, online) que:
Afirma-se que as normas do Direito do Trabalho, por estar ele baseado na justiça
social, devem ser sempre interpretadas a favor do trabalhador, porém esta assertiva
não é justa nem satisfatória. A justiça e o direito devem perseguir soluções de
equilíbrio harmônico (que se traduzirá umas vezes em proteger o trabalhador, mas
outras vezes em prestar proteção à empresa) e devem estar, sempre, a serviço da
coletividade, que tem preferência sobre o interesse próprio dos indivíduos e dos
grupos". Juízo correto, guarda atualidade e perfeita adequação ao momento presente
brasileiro.
Nota-se que não constitui função de qualquer dos ramos do direito proteger algum dos
sujeitos de dada relação social. A Função do direito é regular a relação em busca da realização
do ideal de justiça. Se para dar atuação prática ao ideal de justiça for necessária a adoção de
alguma hipótese tendente a equilibrar os polos da relação, o direito concede à parte em
posição desfavorável alguma garantia, vantagem ou benefício capaz de preencher aquele
requisito.
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Azevedo (2014) explica que o direito do trabalho, como ramo do direito que é, não
pode proteger o empregado. Deve sim, regular a relação de trabalho para realizar o ideal de
justiça mediante a previsão de garantias que compensem a inicial desigualdade social e
econômica entre os sujeitos da relação, tanto empregado como empregador, não colocando o
empregado como o único protegido pelo princípio da proteção.
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A esse ponto o citado autor explica que o Direito do Trabalho tem sua existência pelo
fato de uma necessidade de proteção ao empregado, diante da relação desigual entre o
empregador, que dirige a prestação pessoal de serviços, e o empregado, que trabalha como
subordinado. Dessa forma, caso haja conflito de interesses nesta relação contratual, como no
que diz respeito ao salário do empregado e o lucro do empregador, pela desigualdade de
situações em que se encontram as partes, há necessidade da proteção, que é da essência do
Direito do Trabalho (MANUS, 2017).
Para tanto Manus (2017, online) observa que:
O Direito do Trabalho protege quem presta os serviços diante do tomador destes
serviços. Assim, mantidos os princípios do Direito do Trabalho, as novas realidades
trazidas pela Lei 13.467/2017 não produzirão mudanças instantâneas nos contratos
de trabalho, como desejado por alguns e equivocadamente prometido por outros.
É importante ressaltar que a lei de direito material respeita o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada, de acordo com o princípio da irretroatividade da lei.
Manus (2017) afirma que o artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal esclarece que
“a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
E no mesmo sentido dispõe o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, nova denominação da Lei de Introdução ao Código Civil, dada pela Lei
12.376/2010: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”
Portanto, por ser uma norma de direito material do trabalho, as novas regras trazidas
pela lei serão aplicáveis desde logo aos novos contratos de trabalho, produzindo seus efeitos
imediatamente, entretanto, os empregados que estão com seus contratos em curso,
continuarão sendo beneficiados com as regras já estabelecidas sob a vigência da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) antiga, sob pena de aplicação desfavorável, e o Direito
do trabalho despreza.
Outra situação de relevância, será a dos empregados tratados pelo parágrafo único do
artigo 444 da CLT, que terão agora com a reforma trabalhista a possibilidade de negociação
direta com o empregador, podendo alterar as regras atuais de seu contrato desde que a
manifestação de vontade desses trabalhadores seja livre e espontânea.
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A respeito das horas in itinere (no caminho), a lei estabelecia, seja por força de
com a mudança legislativa trazida pela reforma, afasta expressamente essa obrigação legal,
produzindo efeitos imediatamente.
Frise -se que uma situação diversa, ocorre nas hipóteses em que o cômputo das horas
in itinere estava prevista em contrato individual de trabalho ou em acordo ou convenção
coletiva, no primeiro caso, o direito está interligado à universalidade de direitos e obrigações
do empregado, ou seja à derrogação de um preceito contido na lei anterior, ou seja, Decreto-
Lei nº 5452, de 1 de maio de 1943, não é capaz de suprimir o direito subjetivo que lhe foi
garantido, sendo imutáveis e, no segundo, deve ser observado por força da norma
convencional.
Atualmente, não se pode mais haver a referência à decreto-lei, já que no texto
constitucional brasileiro, não mais prevê tal hipótese normativa, que na prática hoje é utilizada
a Medida Provisória, e expressamente na Constituição Federal de 1988, há previsão de
decreto ou decreto-legislativo.
Dallegrave Neto (2000, pág.86), ao versar sobre direito intertemporal afirma que:
O que fora avençado diretamente pelas partes (norma autônoma mais
favorável) deve ser tido como direito adquirido, integrando, pois, o patrimônio
jurídico do empregado que se beneficiou de sua vigência ainda que por um período
provisório[...] ao revés, as leis, sentenças normativas e demais fontes heterônomas
que contemplarem direitos com expressa vigência transitória, não terão o condão de
estenderem suas benesses ad perpetuam a seus destinatários. Em caso de silencia da
lei no que tange ao seu prazo de vigência, presumir-se-á por tempo indeterminado;
em se tratando de sentença normativa o prazo máximo presuntivo será bienal.
Muitos especialistas na área estão criticando a redação dada pela lei 13.467, por
entenderem, que ela agride o princípio da isonomia, tratando desigualmente
pessoas que, em tese, estão em situação igual, portar diploma universitário, com
a qualidade questionável de algumas Instituições de Ensino no Brasil, não torna o
portador de diploma de nível superior agente diferenciado na negociação de
condições contratuais, bem como que em, determinadas condições, como a
redução salarial, continuam sob a égide da negociação coletiva.,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste sentido, propõe- se que novos estudos sejam trazidos ao longo dos próximos
anos sobre a referida lei, já que trouxe inúmeras mudanças, podendo informar aos leitores,
estudantes de direito e a sociedade se realmente a reforma trabalhista foi um retrocesso social,
o chamado effet cliquet, palavra de origem francesa utilizada, atualmente, pela jurisprudência
do Conselho Constitucional, ou se realmente com este trabalho conseguiu-se exprimir alguns
pontos positivos trazidos por ela, pois veio também trazer novos dispositivos significativos ao
Direito do Trabalho.
Portanto, o intuito desta pesquisa foi cumprido com o aprimoramento dos
conhecimentos da pesquisadora quanto ao tema e a real contribuição deste para que se
entenda e saiba que o Direito do Trabalho deve respeitar a paridade de tratamento entre as
partes litigantes, mesmo havendo a necessidade de novas pesquisas a respeito dos acordos
individuais de trabalho, pois a polêmica é uma constante sobre a Lei nº 13.467/2017.
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