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ESTUDO DIRIGIDO – CARGAS COMBINADAS 11/09/2020

ALUNA: LARISSE RODRIGUES PAVAN

Tópico 8.1 – Vasos de pressão de paredes finas


Tensão desenvolvida em vasos de pressão de paredes finas.
Os vasos cilíndricos ou esféricos são muito usados na indústria como caldeiras, tanques
ou reservatórios. Quando estão sob pressão, o material de que são feitos é submetido a cargas
em todas as direções, portanto nessas condições o vaso de pressão se tiver paredes finas, que
refere-se a um vaso para o qual a relação raio interno-espessura da parede tem valor igual ou
superior a 10 (r/t ≥10), com r/t = 10 os resultados de uma análise de parede fina preverão uma
tensão aproximadamente 4 % menor que a tensão máxima real no vaso em relações maiores o
erro será menor. Esses vasos de paredes finas irão apresentar uma variação de distribuição de
tensão pela sua espessura não significativa, portanto considerado que ela é uniforme ou
constante.
O estado de tensão em vasos de pressão de paredes finas cilíndricos e esféricos, a pressão
no vaso é a pressão manométrica, visto que ela mede a pressão acima da pressão atmosférica
que consideramos existir dentro e fora da parede do vaso.
 A pressão manométrica p é desenvolvida no interior do vaso por um gás ou fluido, com
peso insignificante.

VASOS CILINDRICOS
Um elemento do vaso que esteja afastado o suficiente das extremidades, é submetido a tensões
normais 𝜎1 na direção circunferencial ou do aro e 𝜎2 no sentido longitudinal ou axial. Essas
tensões exercem tração sobre o material
Para determinar o valor de cada uma dessas componentes em termos da geometria do vaso e
de sua pressão interno, é necessário usar o método das seções e aplicar as equações de
equilíbrio de força.
As cargas na direção X são desenvolvidas pela tensão circunferencial uniforme 𝜎1 que age em
toda a parede do vaso e pela pressão que age na face vertical do gás ou fluido secionado. Para
realizar o equilíbrio na direção X é necessário:
Eq. 1
Para obter a tensão longitudinal 𝜎2 age uniformemente em toda a parede, e p age na seção do
gás ou fluido. Visto o raio médio é aproximadamente igual ao raio interno do vaso, o equilíbrio
na direção y requer:

Eq. 2
𝛔𝟏, 𝛔𝟐 : tensão normal nas direções circunferencial e longitudinal, respectivamente.
Consideramos que cada uma delas é constante em toda a parede do cilindro e que cada uma
submete o material à tração.
𝒑: pressão manométrica interna desenvolvida pelo gás ou fluido
𝒓: raio interno do cilindro
𝒕: espessura da parede (r/t ≥10)

Realizando a comparação entre a Eq. 1 e a Eq.2, sendo a tensão circunferencial ou de


duas vezes maior do que a tensão longitudinal ou axial. Por consequência, quando vasos de
pressão cilíndricos são fabricados com chapas laminadas, as juntas longitudinais devem ser
projetadas para suportar duas vezes mais tensão do que as juntas circunferenciais.

VASOS ESFÉRICOS
Os vasos de pressão esféricos podem ser analisados maneira semelhante aos cilíndricos.
Como no vaso cilíndrico, o equilíbrio na direção y requer:

Eq. 3
Este resultado é o mesmo que o obtido para a tensão longitudinal no vaso de pressão cilíndrico
 Um elemento de material tomado de um vaso de pressão cilíndrico ou esférico está
sujeito à tensão biaxial, isto é, tensão normal existente em duas direções apenas.
 O material do vaso também está sujeito a uma tensão radial,𝜎3, que age ao longo de
uma linha radial.

 Essa tensão radial,𝜎3 tem um valor máximo igual à pressão p na parede interna e
diminui até zero à medida que atravessa a parede e alcança a superfície externa do vaso,
pois a pressão manométrica nesse lugar é nula.

 Para vasos de paredes finas, ignoraremos a componente da tensão radial, uma vez que a
premissa limitadora que adotamos, r/t = 10, resulta em 𝜎2 e 𝜎1 como sendo,
respectivamente, 5 e 10 vezes mais altas do que a tensão radial máxima, (𝜎3)máx = p.

 As fórmulas deduzidas só devem ser usadas para vasos sujeitos a uma pressão
manométrica interna.

Tópico 8.2 – Estado de tensão causado por cargas combinadas


Na maioria das vezes, a seção transversal de um elemento está sujeita a vários tipos de cargas
simultaneamente, portanto se aplicável o método da superposição, pode-se utiliza-lo para
determinar a distribuição da tensão resultante provocada pelas cargas. O princípio da
superposição pode ser usado para essa finalidade contanto que exista uma relação linear entre
a tensão e as cargas. Para aplicar esse método deve ser seguido os seguintes critérios:

1. É preciso determinar a distribuição de tensão devido a cada carga e, então, essas


distribuições são superpostas para determinar a distribuição de tensão resultante.
2. A geometria do elemento não deve sofrer mudança significativa quando as cargas são
aplicadas. Isso é necessário para assegurar que a tensão produzida por uma carga não
esteja relacionada com a tensão produzida por qualquer outra carga.

Uma vez calculadas as componentes da tensão normal e da tensão de cisalhamento para cada
carga, use o princípio da superposição e determine as componentes da tensão normal e da tensão
de cisalhamento resultantes.

• Represente os resultados em um elemento de material localizado no ponto ou mostre


os resultados como uma distribuição de tensão que age sobre a área da seção transversal
do elemento.
O procedimento abaixo, tem o intuito de entender de forma geral componentes da tensão normal
e da tensão de cisalhamento em um ponto de um elemento quando ele é submetido a vários
tipos diferentes de cargas simultaneamente, para isso deve ser considerado:

 Considera-se que o material é homogêneo e se comporta de um modo linear elástico.


 O princípio de Saint-Venant exige que o ponto onde a tensão deve ser determinada esteja
bem distante de quaisquer descontinuidades na seção transversal ou de pontos de carga
aplicada.

CARGA INTERNA
Secione o elemento perpendicularmente a seu eixo no ponto onde a tensão deve ser determinada
e obtenha as componentes internas da força normal e da força de cisalhamento resultantes, bem
como as componentes dos momentos fletor e de torção.
 As componentes da força devem agir passando pelo centroide da seção transversal, e
as componentes do momento devem ser calculadas em torno dos eixos do centroide, os
quais representam os eixos principais de inércia para a seção transversal.

TENSÃO NORMAL MÉDIA


Calcule a componente da tensão associada a cada carga interna.
 Para cada caso, represente o efeito como uma distribuição de tensão que age sobre toda
a área da seção transversal ou mostre a tensão sobre um elemento do material localizado
em um ponto específico na seção transversal.

FORÇA NORMAL
A força normal interna é desenvolvida por uma distribuição de tensão normal uniforme
determinada por 𝜎= P/A.

FORÇA DE CISALHAMENTO
A força de cisalhamento interna em um elemento submetido a flexão é desenvolvida por uma
distribuição da tensão de cisalhamento determinada pela fórmula do cisalhamento
𝜏 = 𝑉𝑄/𝐼𝑡
 Deve-se tomar um cuidado especial ao aplicar essa equação.
MOMENTO FLETOR
Para elementos retos, o momento fletor interno é desenvolvido por uma distribuição de tensão
normal que varia linearmente de zero no eixo neutro a máxima no contorno externo do
elemento. A distribuição de tensão é determinada pela fórmula da flexão:
𝜎 = 𝑀𝑦/𝐼.
Se o elemento for curvo, a distribuição de tensão é não linear e é determinada por:
𝜎 = 𝑀𝑦[𝐴𝑒(𝑅 − 𝑦)].

MOMENTO DE TORÇÃO
Para eixos e tubos circulares, o momento de torção interno é desenvolvido por uma distribuição
da tensão de cisalhamento que varia linearmente da linha central do eixo até um máximo no
contorno externo do eixo. A distribuição da tensão de cisalhamento é determinada pela fórmula
da torção:
𝜏 = 𝑇𝑝/𝐽
Se o elemento for um tubo fechado de parede fina, use:
𝜎 = 𝑇/2𝐴𝑚 𝑡.

VASOS DE PRESSÃO DE PAREDE FINA


Se o vaso de pressão for cilíndrico de parede fina, a pressão interna p provocará um estado de
tensão biaxial no material de modo que a componente da tensão de aro ou circunferencial:
𝜎1 = 𝑝𝑟/𝑡
E a componente da tensão longitudinal é:
𝜎2 = 𝑝𝑟/2𝑡 .
Se o vaso de pressão for esférico de parede fina, então o estado de tensão biaxial é representado
por duas componentes equivalentes, cada uma com valor:
𝜎2 = 𝑝𝑟/2𝑡.

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