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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAMILA FRANCIELI DE OLIVEIRA

PARÂMETROS PARA ESTIMAR CUSTOS EM OBRA DE EMPRESA DE


PEQUENO PORTE: ESTUDO DE CASO

São Leopoldo
2016
CAMILA FRANCIELI DE OLIVEIRA

PARÂMETROS PARA ESTIMAR CUSTOS EM OBRA DE EMPRESA DE


PEQUENO PORTE: ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil, pelo Curso de
Engenharia Civil da Universidade do Vale
do Rio dos Sinos - UNISINOS

Orientador: Prof. Dra. Andrea Parisi Kern

São Leopoldo
2016
À minha família.

.
AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente a Deus por destinar-me a uma família tão especial,


de pais amorosos, compreensivos e que não mediram esforços para proporcionar a
suas filhas a chance de estudar; e por ter presenteado-me com uma irmã tão
diferente de mim, que é exatamente a parte que me faltava. Aquela que bagunça e
alegra meus dias.
Agradeço à professora Andrea, que me deu total suporte para elaboração
desse trabalho. Será sempre lembrada com imensa gratidão e admiração.
Aos professores do curso de Engenharia Civil, que dedicaram seu tempo a
ensinar, contribuindo com minha formação.
Agradeço também, ao meu namorado e a todos meus amigos e colegas que
estiveram junto comigo nessa jornada. Os quais me trouxeram calma aos momentos
que o nervosismo e a ansiedade me abalavam.
RESUMO

O presente trabalho busca encontrar parâmetros para estimar os custos de


uma empresa construtora, que está iniciando no ramo de construções verticais. Os
parâmetros são gerados a partir dos custos reais de uma obra, divididos por
atividades. Inicialmente, identificou-se quais as atividades que apresentavam maior
representatividade no custo total. Partindo destas, desenvolveu-se parâmetros em
virtude do CUB. Para verificar a aplicabilidade e coerência dos parâmetros traçados,
utilizou-se dados da bibliografia. Observou-se que as faixas de custos sugeridas
pelos autores consultados foram semelhantes aos custos encontrados na obra em
estudo, mesmo que o padrão das obras são distintos. A similaridade dos parâmetros
se dá em virtude dos custos estares separados por atividades e, estes serem
traçados em virtude do CUB e área construída, ajustando-se. Por fim, criou-se uma
tabela reunindo todos esses parâmetros, alocados por atividades, que o responsável
pelo orçamento preenche poucas informações e consegue quantificar os custos de
um edifício vertical de forma rápida e com informações confiáveis.

Palavras-chave: custo; orçamento; parâmetros de custo.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Processo da empresa ................................................................................. 13


Figura 2 Espiral da morte .......................................................................................... 14
Figura 3 Equação preço de venda ............................................................................ 16
Figura 4 Exemplo de custeio variável ........................................................................ 18
Figura 5 Custo padrão x custo ideal .......................................................................... 20
Figura 6 Custo alocado em processos ...................................................................... 21
Figura 7 Custo x benefício do detalhamento ............................................................. 21
Figura 8 Distribuição de custos ................................................................................. 22
Figura 9 Relação entre influência e custo no tempo ................................................. 29
Figura 10 Diagrama de barras................................................................................... 34
Figura 11 Entradas e despesas................................................................................. 35
Figura 12 Imagem 3D da obra em estudo ................................................................. 39
Figura 13 Planta baixa do pavimento tipo ................................................................. 39
Figura 14 Previsão do custo total por atividade......................................................... 44
Figura 15 Previsão de custo total por centro de custo .............................................. 44
Figura 16 Comparação do custo de material e mão de obra por atividade ............... 45
Figura 17 Gastos mensais......................................................................................... 46
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Planilha de custos ...................................................................................... 15


Tabela 2 Exemplo de custeio por absorção integral .................................................. 18
Tabela 3 Exemplo de custeio por absorção ideal ...................................................... 19
Tabela 4 Exemplo de centro de custos ..................................................................... 23
Tabela 5 Rateio simples (pelo volume transportado) ................................................ 24
Tabela 6 Rateio por atividade.................................................................................... 25
Tabela 7 Itens analisados.......................................................................................... 40
Tabela 8 Custo da obra em relação ao CUB/abril 2016 ............................................ 43
Tabela 9 Comparativo de análise .............................................................................. 47
Tabela 10 Parâmetro para estimar o custo do aço .................................................... 48
Tabela 11 Parâmetro para estimar o custo do aço (material e mão de obra) ........... 48
Tabela 12 Parâmetro para estimar o custo do concreto usinado .............................. 49
Tabela 13 Parâmetro para estimar o custo do concreto usinado (material e mão de
obra) .......................................................................................................................... 49
Tabela 14 Parâmetro pata estimar o custo da laje pré-moldada (material e mão de
obra) .......................................................................................................................... 50
Tabela 15 Parâmetro para estimar o custo da fundação ........................................... 50
Tabela 16 Parâmetro para estimar o custo do material para fundação ..................... 51
Tabela 17 Parâmetro para estimar o custo da fundação (material e mão de obra)... 51
Tabela 18 Parâmetro para estimar o custo do material para alvenaria ..................... 52
Tabela 19 Parâmetro para estimar o custo da alvenaria (material e mão de obra) ... 52
Tabela 20 Parâmetro para estimar o custo dos revestimentos argamassados ......... 53
Tabela 21 Parâmetro para estimar o custo dos revestimentos argamassados
(material e mão de obra) ........................................................................................... 53
Tabela 22 Parâmetro para estimar o custo das esquadrias (material) ...................... 54
Tabela 23 Parâmetro para estimar o custo das esquadrias (material e mão de obra)
.................................................................................................................................. 55
Tabela 24 Percentual previsto sobre custo total........................................................ 55
Tabela 25 Parâmetro de custo para estimar o custo do elevador instalado .............. 56
Tabela 26 Tabela resumo para estimar custos ......................................................... 57
LISTA DE SIGLAS

ABC Activity Based Costing


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CUB Custo Unitário da Construção
EAP Estrutura Analítica de Projeto
m² Metro Quadrado
NBR Normas Brasileiras de Regulação
PCP Planejamento e Controle da Produção
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 10
1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ....................................................................... 11
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 11
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13
2.1 CUSTO ................................................................................................................ 13
2.1.1 Tipos de Custo ............................................................................................... 14
2.1.1.1 Custo Direto .................................................................................................. 14
2.1.1.2 Custo Indireto ................................................................................................ 15
2.1.1.3 Custos Fixos e Variáveis ............................................................................... 16
2.1.2 Preço de Venda .............................................................................................. 16
2.2 CONTROLE DE CUSTOS................................................................................... 17
2.2.1 Princípios de Custeio ..................................................................................... 17
2.2.1.1 Custeio Variável ............................................................................................ 18
2.2.1.2 Custeio por Absorção Total ........................................................................... 18
2.2.1.3 Custeio por Absorção Ideal ........................................................................... 19
2.2.1.4 Custo Padrão ................................................................................................ 19
2.2.1.5 Custeio por Processo .................................................................................... 21
2.2.2 Métodos de Custeio ....................................................................................... 21
2.2.2.1 Método Custo-Meta ....................................................................................... 22
2.2.2.2 Método Centro de Custos.............................................................................. 22
2.2.2.3 Método do Rateio Simples ............................................................................ 23
2.2.2.4 Método Baseado em Atividades (ABC) ......................................................... 24
2.3 ESTIMATIVA DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................... 26
2.3.1 Orçamento por Estimativas ........................................................................... 27
2.3.2 Orçamento Detalhado .................................................................................... 27
2.4 PLANEJAMENTO DOS RECURSOS.................................................................. 28
2.4.1 Planejamento Físico da Obra ........................................................................ 30
2.4.1.1 Planejamento a Longo Prazo ........................................................................ 31
2.4.1.2 Planejamento a Médio Prazo ........................................................................ 31
2.4.1.3 Planejamento a Curto Prazo ......................................................................... 32
2.4.1.4 Ferramenta de Planejamento ........................................................................ 32
2.4.1.4.1 Cronograma Geral ...................................................................................... 32
2.4.1.4.2 Cronograma Detalhado .............................................................................. 33
2.4.2 Planejamento Financeiro de Obra ................................................................ 33
2.5 PLANO DE CONTROLE DE PRODUÇÃO (PCP) ............................................... 36
2.5.1 Perda e Desperdício ....................................................................................... 36
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38
3.1 CARACTERÍSTICAS DA OBRA ANALISADA..................................................... 38
3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS ........................................................................... 39
3.2.1 Análise do Orçamento Inicial ........................................................................ 40
3.2.1.1 Atividades Analisadas ................................................................................... 40
3.2.2 Análise dos Custos Reais.............................................................................. 41
3.2.3 Parâmetros de Custos ................................................................................... 42
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 43
4.1 PREVISÃO DE CUSTOS .................................................................................... 43
4.1.1 Orçamento ...................................................................................................... 43
4.2 CUSTOS REAIS .................................................................................................. 45
4.3 PARÂMETROS DE ESTIMATIVAS DE CUSTOS ............................................... 47
4.3.1 Estrutura ......................................................................................................... 47
4.3.1.1 Aço ................................................................................................................ 48
4.3.1.2 Concreto Usinado Bombeado ....................................................................... 49
4.3.1.3 Laje pré-moldada .......................................................................................... 50
4.3.2 Fundação ........................................................................................................ 50
4.3.3 Alvenaria ......................................................................................................... 52
4.3.4 Revestimentos Argamassados ..................................................................... 53
4.3.5 Esquadrias ...................................................................................................... 54
4.3.6 Elevador .......................................................................................................... 55
4.4 RESUMO DOS RESULTADOS........................................................................... 56
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 58
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 58
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................. 59
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60
APÊNDICE A - ORÇAMENTO INICIAL .................................................................... 62
10

1 INTRODUÇÃO

Mercado aquecido e economia estável caracterizou a indústria da construção


civil por muitos anos. Empresas construtoras estavam sendo rentáveis e
prosperaram sem questionar a necessidade de melhorar seu processo. (NETTO,
1993).
Já em tempos de instabilidade econômica, soluções drásticas podem gerar
perdas significativas e, medidas paliativas não resolvem o problema. As empresas
que se mantém no mercado e crescem, são aquelas que identificam a necessidade
de mudança, buscando qualidade e produtividade. (NETTO, 1993).
Halpin e Woodhead (2004) acresceriam às mudanças necessárias o controle
de custos, já que o sucesso de qualquer empreendimento depende do controle
efetivo de custos. Assim, saber com antecedência quando os custos podem
ultrapassar os valores orçados e ter informações financeiras confiáveis para a
tomada de decisão, é vital. (HALPIN; WOODHEAD, 2004).
O controle dos custos é uma ferramenta indispensável tanto para a gerência
no acompanhamento da obra, quanto para o setor de orçamento e planejamento que
pode se apropriar dos relatórios de custos e utilizá-los como parâmetro para
minimizar as perdas e desperdícios em empreendimentos futuros. (HALPIN;
WOODHEAD, 2004).
Controlar, avaliar e alimentar o ciclo, fornecendo aos administradores
condições de cobrar desempenho, produtividade, qualidade, prazos, assim como
identificar falhas e desvios, que torna a tomada de decisão mais segura, precisa e
em tempo hábil. (NETTO, 1993).

1.1 JUSTIFICATIVA

A construção civil tem um índice significativo de perdas, cerca de 20%, o que


acarreta em um custo elevado. Para se manter ativas e competitivas no mercado,
cada vez mais exigente, as construtoras se veem obrigadas a se reorganizar e
passar a monitorar o processo construtivo. (FERREIRA, 2015?).
Em momentos de instabilidade na economia, sabe-se que o mercado
imobiliário não tolera o aumento de preço por falhas. (NETTO, 1993). Melhorar o
desempenho e reduzir os custos é fundamental para se manter competitivo. Assim,
11

a realização deste trabalho justifica-se na busca de um sistema de estimativa e


controle de custos confiável.
O problema da empresa em questão é a falta de controle efetivo de custos. O
orçamento foi desenvolvido baseado na experiência da construtora e com pouca
informação, causando insegurança para qualquer mudança. A empresa busca
organizar seu processo, avaliar a coerência do seu custo em relação ao mercado e
identificar se existem perdas.

1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO

O trabalho tem por foco estabelecer parâmetros de estimativa de custos para


uma empresa situada na região do Vale dos Sinos/RS, partindo dos dados reais de
uma obra. A proposta é oferecer à empresa uma forma rápida e confiável de estimar
e controlar os custos para os próximos empreendimentos de padrão semelhante.
A obra em estudo trata-se do primeiro empreendimento vertical da empresa
que encontra-se em fase de acabamentos.
O estudo focará as análises nas atividades que têm a maior
representatividade no custo total. Porém, para algumas atividades não será possível
realizar a análise, pois até a presente data, as informações ainda não estão
disponíveis.
O trabalho não tem por finalidade estabelecer parâmetros globais para
estimar custos, visto que cada obra, cidade, projeto, etc., interferem direta e
significantemente no custo.

1.3 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em: geral e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo do trabalho é traçar parâmetros de estimativas de custos para


obras de uma empresa.
12

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos dividem-se em:


a) analisar orçamento inicial;
b) definir as atividades que mais impactam no custos, para análise;
c) traçar parâmetros para estimar os custos, por atividades;
d) verificar a coerência dos parâmetros com a bibliografia;
e) propor planilha para estimar os custos de forma rápida e precisa.
13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O aumento da competitividade entre as empresas vem contribuindo com


mudanças nos sistemas produtivos. A empresa moderna controla de forma efetiva a
produção e consegue avaliar seu desempenho, corrigir rapidamente as falhas, assim
como melhorar o processo, obtendo vantagem em frente às concorrentes. Também,
opta por trabalhar com pequenos pacotes de trabalho, diminuindo os estoques e
facilitando o ajuste. O objetivo é intervir nas ineficiências antes que as
consequências apareçam. (BORNIA, 2010).
Um sistema de controle de custos busca disponibilizar informações para
controle e melhorias, assim como identificar possíveis extrapolações de orçamento
de forma antecipada. Normalmente, esses sistemas fogem sua essência e são
usados apenas como meio de comparação do custo previsto com o ocorrido, não
como um controle efetivo para identificação antecipada de falhas e minimizar custos
e desperdícios. (NETTO, 1993).

2.1 CUSTO

Custo de fabricação ou simplesmente custo, é o conjunto de todos os


insumos utilizados para a fabricação do bem. Contempla mão de obra, materiais,
equipamentos, energia elétrica, terreno, hora homem de trabalho, etc. (BORNIA,
2010). Para Bruni (2010) custo é todo gasto necessário para transformar a matéria
em bem ou serviço. Gastos de transição entre matéria e produto. (BRUNI, 2010).

Figura 1 Processo da empresa


Insumos Processo Produtos
(custos) Produtivo
Fonte: Adaptado de Bornia (2010).

Os custos exagerados refletem no aumento dos preços e, em cadeia,


ocasionam a redução das vendas, fechando o ciclo que Bornia (2010) chamou de
espiral da morte. O autor comenta que a empresa tradicional não percebia a
necessidade de melhorar seu desempenho, pois o mercado absorvia os preços
elevados e a falta de eficiência. A empresa moderna busca incansavelmente
14

aprimorar o processo produtivo, reduzir as perdas e aumentar a produtividade.


(BORNIA, 2010).

Figura 2 Espiral da morte

Aumento
Aumento
do custo
do preço
unitário

Queda
nas
vendas

Fonte: Adaptado Bornia (2010).

2.1.1 Tipos de Custo

Os custos podem ser classificados quanto à variabilidade (fixos e variáveis),


quanto à alocação dos recursos (diretos e indiretos), podendo ter a abrangência total
ou unitária. (BORNIA, 2010).

2.1.1.1 Custo Direto

Os custos diretos são facilmente identificados, pois estão relacionados


diretamente com a produção. São basicamente o conjunto de insumos que se
encontra dentro do ambiente da obra, como materiais, mão de obra, equipamentos e
demais itens necessários para a produção. (BORNIA, 2010; TISAKA, 2006).
Na planilha de custos diretos deve constar os valores dos materiais referentes
ao orçamento, salários dos trabalhadores da obra acrescidos dos encargos sociais e
também custos com a infraestrutura necessária à execução. (TISAKA, 2006).
Os materiais são os itens necessários para a fabricação do produto.
(BORNIA, 2010). É toda matéria prima que chega à obra com as características
naturais, como areia; ou industrializados, como cimento e aço. Podem ser
dimensionados em volume, peso, comprimento, áreas, sacos ou demais formas de
quantificar. O valor dos materiais contempla transporte até a obra, impostos e taxas
sobre as mercadorias. (TISAKA, 2006).
15

A mão de obra contempla os salários dos trabalhadores que contribuem


diretamente com a fabricação do produto, transformando os materiais em bens.
(TISAKA, 2006). Os salários dos trabalhadores, somados a qualquer despesa
pertinente, pertencem ao custo direto. (BORNIA, 2010; TISAKA, 2006).
Mão de obra é um ponto que requer uma atenção especial dos gestores, pois
tem características variáveis e imprevisíveis. São quatro fatores que o responsável
pelo gerenciamento deve avaliar ao considerar a mão de obra como recurso: o custo
propriamente dito, a produtividade, as leis trabalhistas e a organização do trabalho.
(HALPIN; WOODHEAD, 2004).
Os equipamentos fazem parte do custo direto. Podem ser locados, onde se
considera o valor do aluguel diário, ou de propriedade da construtora, onde serão
considerados no cálculo a depreciação, o custo de operação (gasolina, óleo, etc.) e,
também, os custos com manutenção. (TISAKA, 2006).

Tabela 1 Planilha de custos


Valor
Cód. Valor Encargos/
Descrição Unid. Quantidade unit. Total
Item Unit. Taxas (%)
(c/taxas)
0001.001
0001.002
0001.003
Fonte: Elaborado pela autora (2015).

2.1.1.2 Custo Indireto

Trata-se de custos mais complexos e definidos por diferentes métodos.


Caracterizam-se por não estarem diretamente conectados ao produto, como o
aluguel e custos administrativos, aumentando as dificuldades no custeio. (BORNIA,
2010).
Halpin e Woodhead (2004) sugerem que o responsável pela determinação
dos custos, considere uma taxa fixa de 20% sobre os custos diretos, que
corresponderia ao montante dos custos indiretos. Trabalhos de campo do
empreendimento e despesas de escritório, são exemplos contemplados nesse
percentual.
16

No custo indireto estão somadas todas as despesas administrativas fora do


ambiente da obra, mas ligadas a ela de alguma forma, como pró-labore de diretores,
transporte de pessoal e gastos específicos da administração, mas necessários para
a execusão do empreendimento, acrescido de impostos e demais contribuições
prescritas. (TISAKA, 2006).

2.1.1.3 Custos Fixos e Variáveis

Os custos fixos se mantêm os mesmos independente do estágio da obra,


como salário do mestre, aluguéis e depreciação. (BORNIA, 2010; BRUNI, 2010). Os
custos fixos não estão ligados à produção, mas com o quanto se pode produzir com
a estrutura já montada. Já os custos variáveis, assim como a demanda de matéria-
prima, estão relacionados diretamente com a produção. (BORNIA, 2010).
Bruni (2010, p. 56) define custos fixos:

(...) são aqueles que não oscilam conforme os volumes de


produção e vendas. Ou seja, em determinado período de
tempo e em certa capacidade instalada não variam, qualquer
que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo
que não haja produção ou vendas.

2.1.2 Preço de Venda

O mercado que busca qualidade e produtos variados, é o mesmo que dita o


quanto vai pagar pelos produtos. O preço de venda nada mais é que todos os custos
da obra acrescidos do percentual de lucro desejado. Para obter lucros maiores, as
empresas buscam aprimorar seu processo continuamente, minimizando os custos
de produção. (BORNIA, 2010).
O preço de venda é a soma das despesas diretas, acrescidas dos custos
indiretos e lucro (BDI- Benefícios e Despesas Indiretas), apresentado em
porcentagem. (TISAKA, 2006).

Figura 3 Equação preço de venda

Fonte: Tisaka (2006).


17

Porém, observa-se que o preço de vendas de imóveis não deve ser calculado
a partir dessa equação, uma vez que quem determina o preço é o mercado,
fortemente baseado em outras variáveis, de teor mais subjetivo como: localização,
padrão construtivo, aparência, entre outros, amplamente discutidos na área de
avaliação de imóveis.

2.2 CONTROLE DE CUSTOS

Para facilitar o gerenciamento dos custos dos empreendimentos, assim como


auxiliar o planejamento do tempo para as atividades, sugere-se a divisão do
trabalho, associando os custos com os prazos. Essa integração de informações de
gerenciamento, reúnem-se nos pacotes de trabalho. (HALPIN; WOODHEAD,
2004).
Na construção civil os gerentes têm dificuldade de quantificar seus custos
totais, o que leva à uma estimativa elevada dos valores e um controle parcial
(NETTO, 1993).
Para tornar efetivo o controle de custos, importante estabelecer metas, assim
como se faz com a produtividade e qualidade, fiscalizando o cumprimento. (NETTO,
1993).
Para dar início ao controle de custos, Bornia (2010) esclarece a diferença
entre princípio e método. Princípio se detém à busca pela informação, quais
informações são relevantes com determinado estudo. O método é como essa busca
pela informação será desenvolvida. Importante a definição e diferenciação destes
termos, pois pode-se utilizar diferentes métodos para atender aos mesmos princípios
requeridos. (BORNIA, 2010).

2.2.1 Princípios de Custeio

Os princípios de custeio determinam quais informações são importantes à


empresa, assim como quais os objetivos. Traçar os princípios limita a análise e evita
o detalhamento irrelevante em um aspecto e, carente em outro. (BORNIA, 2010).
18

2.2.1.1 Custeio Variável

Bornia (2010) compara o custeio variável com uma máquina, que


independente da produção do período, os custos fixos da estrutura permanecem os
mesmos.

Figura 4 Exemplo de custeio variável

Estrutura da empresa Produtos

(custos fixos) (custos variáveis)


Fonte: Adaptado Bornia (2010).

Este princípio de custeio usa os custos variáveis para tomada de decisões a


curto prazo. Os custos variáveis, relacionados diretamente com a quantidade
produzida, são determinantes ao optar pela estratégia de gestão que melhor
aproveita a atual estrutura da empresa, tornando os custos fixos irrelevantes.
(BORNIA, 2010). Bruni (2010) comenta que quando se produz em grandes volumes,
os custos fixos unitários tendem a zero.

2.2.1.2 Custeio por Absorção Total

Custeio por absorção total transfere aos produtos todos os custos, chegando
ao custo unitário pela simples divisão do total pelo número de unidades. (BORNIA,
2010).

Tabela 2 Exemplo de custeio por absorção integral

Total ($) Unitário ($/un.)


Preço 1.600.000 20,00

Custo 1.400.000 17,50

Lucro 200.000 2,50


Fonte: Bornia (2010).
19

2.2.1.3 Custeio por Absorção Ideal

O custeio por absorção ideal expõe os custos de forma a deixar claro qual a
demanda de desperdícios. O princípio busca desagregar o custo de fabricação,
desperdícios, lucro potencial e lucro real, fornecendo claramente ao gestor a
magnitude dos desperdícios e do lucro potencial da empresa, o que lhe permite
tomar medidas cabíveis contra os gastos que não agregam valor ao produto.
(BORNIA, 2010).

Tabela 3 Exemplo de custeio por absorção ideal

Total ($) Unitário ($/un.)

Preço 1.600.000 20,00

Custo 1.200.000 15,00

Lucro Potencial 400.000 5,00

Desperdício 200.000 2,50

Lucro Real 200.000 2,50


Fonte: Adaptado Bornia (2010).

Na tabela acima, existe a diferenciação de Lucro Potencial e Lucro Real.


Analisando a tabela, observa-se que o lucro potencial de uma determinada empresa
sobre cada unidade de produto, corresponde a $5,00. Porém, o lucro alcançado é de
$2,50. Ou seja, a empresa obteve lucro, mas neste caso, os desperdícios apontados
foram na mesma proporção. (BORNIA, 2010).
Mesmo que a empresa arrecade apenas metade do lucro potencial, ela
sobreviverá. Porém com o consumidor cada vez mais seletivo, minimizar os
desperdícios para se manter no mercado, é vital. (BORNIA, 2010).

2.2.1.4 Custo Padrão

O objetivo é traçar o comportamento desejável dos custos, fornecendo


referências para comparação do custo real em relação ao padrão estabelecido.
(BORNIA, 2010).
20

O custeio padrão assemelha-se com o conceito de princípio e não ao método,


pois vai além da simples informação. Busca as causas dos desvios ao
comportamento padrão, como também fornece dados ao gerenciamento para tomar
as medidas corretivas necessárias. (BORNIA, 2010).
Custo padrão é um princípio que se assemelha com o “custeio por absorção
ideal”, pois quando se traça um padrão desejável de comportamento, não se deseja
incluir desperdícios ao padrão. Em contrapartida, deve-se ter cautela na fixação de
padrões intangíveis, traçados contando a máxima eficiência dos processos, pois
pode causar desmotivação da equipe. (BORNIA, 2010).
A proposta é fixar metas justas e, mesmo que nunca alcançadas, se chegue
muito próximo, eliminando os problemas com desmotivação. (BORNIA, 2010).
Bornia (2010) comenta que utilizar os custos históricos da empresa como
padrão não é uma boa medida, pois nele estão incorporados os custos anormais do
processo; aconselha-se estabelecer como padrão o custo ideal. (BORNIA, 2010).

Figura 5 Custo padrão x custo ideal


Sobra Custo Padrão

Custo Ideal

Fonte: Adaptado Bornia (2010).

Bornia (2010, p.76), numera o custo padrão em quatro passos para o auxílio
na contenção dos desperdícios:

1. fixar um custo padrão, o qual servirá de referência para a


análise dos custos;
2. determinar o custo realmente incorrido;
3. levantar a variação (desvio) ocorrida entre padrão e o real; e
4. analisar a variação, a fim de auxiliar a procura pelas causas
(motivos) que levaram aos desvios.

O custo padrão dificilmente poderá ser empregado de forma isolada, pois ele
não determina custos, apenas norteia a análise e identificação dos desvios, mas é
importante quando associado a outros métodos de custeio. (BORNIA, 2010).
21

2.2.1.5 Custeio por Processo

Custeio utilizado por empresas que possuem processos repetitivos,


padronizados. Os custos são alocados em processos e posteriormente transferidos
aos produtos. (BORNIA, 2010).

Figura 6 Custo alocado em processos

Custos Processos Produtos

Fonte: Adaptado Bornia (2010).

2.2.2 Métodos de Custeio

Denominam-se métodos de custeio as diferentes formas para se determinar a


alocação dos custos indiretos. Os métodos visam simplificar e reduzir as dificuldades
dessa tarefa. (BORNIA, 2010).
Independente da escolha do método, sempre é possível detalha-lo e melhorá-
lo, buscando estreitar as margens de erro e trazendo os resultados ao mais próximo
da realidade. Avaliar o custo versus benefício da informação, estabelecendo o grau
de detalhamento necessário, tem relação direta com a complexidade das
informações e às despesas com implantação. (BORNIA, 2010).

Figura 7 Custo x benefício do detalhamento

Fonte: Bornia (2010, p.24).


22

2.2.2.1 Método Custo-Meta

Esse método de custeio surge da análise de uma expressão simples onde,


preço é igual a soma do custo com o lucro. Invertendo-se as posições, tem-se que
custo é o resultado da subtração do lucro do preço. (BORNIA, 2010). Sendo assim,
torna-se evidente a preocupação com o controle de custos, pois em tempos onde o
mercado dita os preços, a empresa necessita reduzir seus custos para obter lucro.

2.2.2.2 Método Centro de Custos

Este método abrange apenas os custos indiretos do processo. Não contempla


custos com matéria prima, por exemplo. O método propõe a divisão dos custos
indiretos em centros, facilitando a alocação dos custos por grupos de tarefas.
(BORNIA, 2010). Basicamente os custos são alocados nos centros de custos e
redistribuídos pelos grupos de tarefas. (BORNIA, 2010).

Figura 8 Distribuição de custos


Fase 1 Distribuição
Proj.1=
R$800
R$ 1400
Proj. 2=
R$ 2000 R$600
Proj.3=
R$600
R$600
Fonte: Adaptado Bornia (2010).

O método de centro de custo pode ser simplificado em cinco etapas: dividir os


custos em itens, separar a empresa em centro de custos, relacionar os custos com
os centros, redistribuir os custos dos centros indiretos aos diretos e por fim, repassar
os custos aos produtos. Para efetuar a distribuição dos recursos em centros de
custos, deve-se estabelecer como critério para a alocação, o maior aproveitamento.
(BORNIA, 2010).
Para Bruni (2010), a criação dos centros de custos ou departamentos é uma
forma de facilitar o controle e identificação dos custos indiretos com uma
23

considerável confiabilidade das informações. Os departamentos são compostos pelo


conjunto de homens ou máquinas que desenvolvem tarefas semelhantes.
A divisão dos custos em centros, facilita o controle interno, a identificação da
demanda de recurso por cada centro e também, diminui as divergências do simples
rateio. Nos departamentos são agrupados os custos ocorridos e, posteriormente,
transferidos a outro centro ou ao produto final. (BRUNI, 2010).
Bruni (2010) exemplifica o centro de custo alocando os custos indiretos aos
departamentos de forma proporcional (BRUNI, 2010), prevenindo erros ocorridos
pelo simples rateio.

Tabela 4 Exemplo de centro de custos

Descrição Produto Alfa Produto Beta Soma


Aluguel do Galpão (200m²) R$ 600,00
Área ocupada pela produção 120m² 80m² 200m²
Área ocupada pela produção 60% 40% 100%
Rateio do aluguel do galpão R$ 360,00 R$ 240,00

Depreciação R$ 200,00
Valor dos equipamentos R$ 1.000,00 R$ 7.000,00 R$ 8.000,00
Valor dos equipamentos 12,5% 87,5% 100%
Rateio da depreciação R$ 25,00 R$ 175,00

Outros custos indiretos R$ 700,00


Valor da M.O. R$ 300,00 R$ 100,00 400,00
Valor da M.O. 75% 25% 100%
Rateio de outros custos ind. R$ 525,00 R$ 175,00

SOMA R$ 910,00 R$ 590,00 R$ 1.500,00


Fonte: Adaptado Bruni (2010, p.158).

2.2.2.3 Método do Rateio Simples

Dá-se pela divisão proporcional dos custos. Divide-se os custos pela


quantidade de produtos e, os transfere diretamente ao produto. (BRUNI, 2010).
24

Bruni (2010, p. 161) exemplifica:

Tabela 5 Rateio simples (pelo volume transportado)


Descrição Atacadão Varejinho Soma
Custos diretos R$ 18.000,00 R$ 32.000,00 R$ 50.000,00
Unidades transportadas (A) 640 unid. 160 unid. 800 unid.
Unidades transportadas % 80% 20% 100%
Custos indiretos R$112.000,00 R$ 28.000,00 R$ 140.000,00
Soma dos custos (B) R$ 130.000,00 R$ 60.000,00 R$ 190.000,00
Custo unitário (B/A) R$ 203,13 R$ 375,00
Fonte: Adaptado Bruni. (2010, p.161).

2.2.2.4 Método Baseado em Atividades (ABC)

Com a diversificação dos produtos produzidos e serviços prestados, as


empresas buscam alternativas de realizar o levantamento dos custos indiretos,
desconsiderando o volume produzido. Com isso se faz a alocação dos custos nas
atividades realizadas pela empresa, direcionando-os. (BRUNI, 2010).
O método ABC (Activity based costing) consiste em analisar e custear as
atividades mais relevantes necessárias para a produção do bem, relacionando os
custos de atividades com o produto. (BORNIA, 2010; NAKAGAWA, 2012).
Bornia (2010) salienta que o ABC pode ser encarado como método,
abrangendo o cálculo de custos de produtos, mas também como princípio, na busca
por melhorar os processos.
O ABC apresenta uma grande diferença dos demais métodos, onde organiza
horizontalmente a visão do processo. É utilizado para medir desempenho, já que
todas as atividades são descritas, facilitando a identificação e controle das
atividades que mais custam à empresa, além de gerar um banco de dados acurado
para a realização de futuros orçamentos. (BORNIA, 2010).
Na tabela 6, Bruni (2010, p. 161) exemplifica a forma que o custeio por
atividade é realizado. Importante salientar que existe diferença entre os dois clientes,
onde as entregas do 'Atacadão' são realizadas em grandes volumes, já do
'Varejinho', faz-se várias entregas em volumes menores. (BRUNI, 2010).
25

Tabela 6 Rateio por atividade


Descrição Atacadão Varejinho Soma
Custos diretos R$ 18.000,00 R$ 32.000,00 R$ 50.000,00
Entregas realizadas 40 160 200
Entregas realizadas % 20% 80% 100%
Custos indiretos R$ 28.000,00 R$ 112.000,00 R$ 140.000,00
Soma dos custos R$ 46.000,00 R$ 144.000,00 R$ 190.000,00
Unidades transportadas 640 160
Custo unitário R$ 71,88 R$ 900,00
Fonte: Adaptado Bruni (2010).

Bornia (2010, p. 114) divide o método em quatro itens principais:

1. mapeamento das atividades;


2. distribuição dos custos às atividades;
3. distribuição dos custos das atividades indiretas até as diretas;
4. distribuição dos custos dos produtos.

O primeiro item que Bornia (2010) cita é o mapeamento das atividades.


Nesta etapa, faz-se um detalhamento compatível com a informação que a empresa
busca. Caso seja somente cálculo de preço do produto, não são necessários muitos
detalhes, mas caso seja para o controle do processo, um maior detalhamento facilita
proporcionar melhorias ao sistema. (BORNIA, 2010).
As atividades são interligadas umas às outras, passando a ser vistas como
processo, o que simplifica a estimativa de custos, melhorias e dimensionamento dos
desperdícios. (BORNIA, 2010).
O segundo item, distribuição dos custos às atividades são referentes aos
custos indiretos, podendo incluir às atividades os custos indiretos a fim de facilitar o
controle. Esta etapa visa dividir as demandas de recursos de cada atividade.
Importante salientar que quanto maior o grau de detalhamento, mais complexa e
difícil torna-se a distribuição dos custos às atividades. Por exemplo, no centro de
custos, os montantes referentes à funcionários estavam alocados no setor
'funcionários'. Já na distribuição por atividade, dimensiona-se qual parcela do tempo
deste funcionário ele dedicou para determinada atividade, somando-se a parcela de
seu salário ao custo da atividade. (BORNIA, 2010).
26

O método ABC não tem distribuição secundária. Custos com administração,


por exemplo, considerada atividade indireta são acrescidas às atividades diretas
e repassadas diretamente ao custo dos produtos. (BORNIA, 2010).
O quarto e último item, distribuição dos custos dos produtos, sugere a
alocação de custos em objetos de custos, no caso o produto, buscando as causas
de cada custo. (BORNIA, 2010).
Normalmente, a ineficiência do processo ocorre no sistema produtivo e, com a
alocação de custos às atividades, facilita o controle, podendo verificar a necessidade
de melhoria por atividade desenvolvida, permite ações corretivas pontuais.
(BORNIA, 2010).

2.3 ESTIMATIVA DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Estudos constatam que o principal motivo de falência das empresas é a


imprecisão nas estimativas de custos. O sucesso do controle de custos depende de
uma estimativa de custos confiável e realista. (HALPIN; WOODHEAD, 2004).
O orçamento é, sem dúvidas, um dos primeiros documentos a serem
desenvolvidos, com objetivo de informar se a obra será viável e vantajosa
economicamente. (GOLDMAN, 2004).
Gehbauer et. al. (2002) destacam que no levantamento de custo de qualquer
tipo de empreendimento, estão inclusos todos os custos da obra, como materiais,
salário de trabalhadores, equipamentos, custos indiretos, etc., acrescidos dos
impostos, definindo o custo final.
Na mesma linha, Tisaka (2006) diz que o orçamento contempla as despesas
indiretas, o lucro desejável e todos os custos diretos do empreendimento. (TISAKA,
2006).
Frequentemente o orçamento é desenvolvido sem que todos os projetos
estejam finalizados, trazendo dúvidas devido detalhes não especificados.
(BERNARDES, 2010).
Goldman (2004) sugere, como alternativa para desenvolver o orçamento sem
o conjunto de projetos, elaborar um orçamento simplificado, por estimativas. Desta
forma, obtém-se o custo da construção com os dados técnicos disponíveis e em
tempo inferior ao que o orçamento detalhado requereria.
27

2.3.1 Orçamento por Estimativas

Goldman (2004) comenta que o orçamento por estimativas pode ser realizado
de duas maneiras. Uma considerando área padrão e área correspondente, visando
colocar toda a edificação em um nível de acabamento e orça-la rapidamente,
simplesmente multiplicado a área construída pelo CUB (Custo Unitário da
Construção) do mês. A outra, realizar o levantamento das principais atividades
pertinentes à obra e, baseado nos dados percentuais históricos da empresa,
facilmente desenvolver o orçamento estimado. (GOLDMAN, 2004).

2.3.2 Orçamento Detalhado

Consiste no orçamento realizado pelo técnico responsável, por meio do qual


se faz o levantamento de todos os insumos da obra, dimensionando quantidade de
materiais e equipe de trabalho. Por unir todos os recursos pertinentes a cada etapa
(mão de obra, materiais, equipamentos, etc.), a chamada composição de serviço, é
uma ferramenta importante de planejamento e controle de custos. (GOLDMAN,
2004).
A definição das técnicas construtivas que serão adotadas, materiais e
recursos disponíveis, evita divergências do orçamento com a execução e,
principalmente, problemas de controle. Importante neste tipo de composição de
custo é o orçamentista ter em mãos o conjunto de projetos com todos os detalhes e
informações pertinentes, evitando esquecimentos e equívocos. (GOLDMAN, 2004).
Para desenvolver a composição de serviço de forma realista, Goldman (2004,
p.70), destaca cinco pontos para obtenção de dados:

1. Apropriações de serviços feitos pela própria empresa em


diversas obras;
2. Utilização de composições de revistas técnicas
tradicionais no mercado;
3. Utilização de composições de livros técnicos tradicionais
no mercado;
4. Utilização de composições de empresas de consultoria
especializadas em planejamento de custos de construção;
5. Utilização de composição de fabricantes, fornecedores
e/ou empreiteiras de materiais e serviços de construção.
28

Segundo Netto (1993), as composições unitárias de preços têm incluso em


sua estrutura margens para falhas, folgas de recursos, normalmente “adivinhados”
pelos orçamentistas. Tisaka (2006) justifica essa margem às mudanças do mercado
e até à possíveis equívocos no cálculo da demanda de recursos.
Basicamente, para desenvolver a composição de custos unitários, importante
ter em mãos os projetos, relacioná-los em ordem de execução em planilha
contendo: item, descrição, preço unitário, quantidade, subtotal e total. Realizar o
levantamento quantitativo dos serviços, estimando-as em unidades conhecidas
para posterior coleta de preços, como m³, verba, m², Kg, entre outros. O próximo
passo é relacionar os insumos (material e mão de obra, especializada ou por
parcela de salário) necessários para realizar cada atividades, acrescidos dos
encargos sociais, aluguel de equipamento e demais despesas pertinentes. Por fim,
somar ao orçamento as demais despesas, como implantação e desmobilização
da obra, tapumes, instalações de canteiro e também, despesas indiretas, como
administração, telefone, transporte de materiais, logística de pessoal, etc. (TISAKA,
2006).

2.4 PLANEJAMENTO DOS RECURSOS

Gehbauer et. al. (2002) afirmam que a palavra que norteia o planejamento é
racionalização. Sendo assim, racionalizando todos os fatores: custos, tempo,
material, pessoal, equipamento, etc., se atinge o objetivo principal que é tornar um
empreendimento rentável.
Conceito de Formoso (1991 apud BERNARDES, 2010) diz que planejamento
nada mais é que traçar metas para orientar o trabalho, que só torna-se efetivo
quando realiza-se o controle de forma eficiente.
Segundo Ackoff (1976 apud BERNARDES, 2010), o planejamento é a forma
de alcançar o futuro previsto, através de meios eficazes. Em sua visão o
planejamento é indispensável para a tomada de decisões e alcance das metas
previstas.
Existem muitas atividades que a empresa planeja, sem tê-las executado
anteriormente. Com isso, interpreta-se o planejamento sempre como hipótese, que
pode se confirmar, ou não. Independente, o planejamento se torna eficiente quando
se estabelece e se controla as metas. (HOC, 1988 apud BERNARDES, 2010).
29

Toda organização que se faz, levando em conta as condicionantes da


empresa, assim como os métodos construtivos e os meios de produção,
coordenando tudo entre si, denomina-se planejamento. O bom planejamento
distribui os recursos da forma otimizada e organiza o processo produtivo, evitando
as improvisações do processo e reduzindo as perdas. (GEHBAUER et al. 2002).
Gehbauer et. al. (2002) comentam que o planejamento serve como referência
de controle dos prazos pré-estabelecidos e controle dos custos durante a execução.
Comparando o executado com o planejado, sabe-se, instantaneamente, as
condições em que a obra se encontra e, mesmo que haja mau tempo, falta de
equipamento ou pessoal, as decisões corretivas podem ser tomadas com maior
objetividade e antecedência.
González (2015) afirma que é incomparável o custo gasto com planejamento
com o custo do tempo desperdiçado na obra.
Na figura 9, González (2015) representa em um gráfico a possibilidade de
influência no projeto. Onde qualquer interferência é infinitamente menos custosa nas
fases iniciais e, assume comportamento inversamente proporcional ao longo do
tempo.
Figura 9 Relação entre influência e custo no tempo

Fonte: González (2015).


Riegel (2015) desenvolveu parâmetros para planejar e controlar custos e
gerenciar a obra por atividades, ao longo da produção, possibilitando tomar qualquer
medida corretiva em tempo hábil.
30

Riegel (2015) analisa em seu estudo, os custos de quatro obras, de padrão


semelhante entre si, com custo total de 100 a 115% do CUB/m² de área construída.
A autora separa a obra em atividades e, partindo dos custos reais, traça faixas de
comportamento dos custos para cada uma delas, classificando os índices de
otimista a pessimista, dependendo à qual faixa o parâmetro está mais próximo. Com
esses parâmetros, é possível saber-se antecipadamente, se os custos estão fora de
controle.
As obras da amostra de Riegel (2015), são edifícios são de 11 a 15
pavimentos, de cinco a sete mil metros quadrados de área construída e, grande
parte da amostra, com dois subsolos.

2.4.1 Planejamento Físico da Obra

Para elaborar o planejamento do prazo, integrado aos custos, importante


verificar o grau de detalhamento necessário ao projeto, a periodicidade de realizar
ajustes ao planejamento e definir os níveis de controle das tarefas fixadas.
(LAUFER; TUCKER, 1988 apud BERNARDES, 2010).
Uma maneira de realizar o planejamento é definir a hierarquização dos
processos, definição de Limmer, (1997 apud BERNARDES, 2010). EAP ”Estrutura
Analítica de Projeto”, que vem do inglês Work Breakdown Strutucture (WBS).
Com a EAP, é possível desenvolver uma tipologia característica por tipo de
obra, simplesmente decompondo os processos de forma hierárquica.
(ASSUMPÇÃO, 1996 apud BERNARDES, 2010).
Para desenvolver as atividades da obra são necessários recursos financeiros,
recursos de mão de obra, matéria-prima, equipamentos e também o recurso tempo.
(GEHBAUER et. al. 2002). Em cada obra é um destes recursos listados que dita o
ritmo da obra e a forma que o planejamento será desenvolvido.
Gehbauer et. al. (2002) sugere que os recursos sejam distribuídos com o
auxílio de software de planejamento, em um diagrama denominado Histograma de
Recursos.
Em termos de recursos, enfatizado, neste caso, os custos, têm-se limites que
devem ser respeitados, e o programa auxilia na identificação dos pontos onde a
capacidade máxima de recursos está sendo ultrapassada. (GEHBAUER et. al.
2002).
31

A partir do levantamento ideal de custos, traça-se uma linha de progresso de


recursos, tomada como referência, onde será comparado com os custos efetivos.
(GEHBAUER et. al. 2002).
Planejamento e programação têm seus conceitos facilmente confundidos,
mas existem diferenças relevantes a serem comentadas. Planejamento envolve
decisões gerenciais, a respeito de método construtivo, a necessidade de utilização
de equipamentos, escolha de fornecedores, dentre outros. Já a programação é
efetivamente a organização das atividades no tempo. Planejamento está vinculado
ao longo e médio prazo da obra, e a programação, relacionado basicamente ao
curto prazo. (GONZÁLEZ, 2015).

2.4.1.1 Planejamento a Longo Prazo

O planejamento a longo prazo, também conhecido como Plano Mestre, é


desenvolvido pela gerência a fim de facilitar monitoramento e a visualização do
andamento do empreendimento, suas fases e metas, não constando muitos
detalhes. (BALLARD; LAUFER; TOMMELEIN, 1997 apud BERNARDES, 2010).

2.4.1.2 Planejamento a Médio Prazo

Este é um segundo nível de planejamento, onde se busca alcançar as metas


estabelecidas no plano mestre. Ele é imprescindível para que o próximo nível de
planejamento, a curto prazo, seja eficaz. No nível médio consegue-se ajustar os
prazos e custos, pois consegue-se identificar as atividades que não agregam valor
ao processo, corrigindo-as. (BALLARD, 1997; FORMOSO et. al., 1999, apud
BERNARDES, 2010).
Ballard (1997, apud BERNARDES, 2010) agrega outros propósitos ao
planejamento a médio prazo. Desenvolver o fluxo de trabalho a fim de alcançar os
objetivos traçados, simplificar a visualização dos recursos, assim como agrupar
pacotes de trabalho e, pensar em trabalhos independentes que devem ser
executados caso a atividade planejada não possa ser desenvolvida.
32

2.4.1.3 Planejamento a Curto Prazo

Para González (2015), o planejamento a curto prazo está relacionado à


programação. Os recursos são enxutos e, os cronogramas não costumam ter folgas,
necessita organização a integração baseada em dois pontos: financeiro e técnico.
Organizar de forma vinculada esses dois quesitos é fundamental, na medida em
que, locar equipamentos, contratar profissionais e comprar materiais antes do prazo,
por exemplo, acarreta gastos desnecessários. Por outro lado, se for de forma tardia,
pode acarretar em atraso da obra.

2.4.1.4 Ferramenta de Planejamento

O cronograma físico pode ser considerado como principal ferramenta de


planejamento físico de obras. Para o desenvolvimento do cronograma demanda-se
um elevado número de informações referente à obra e ao tipo de método
construtivo. O que normalmente acontece, é a falta dessas informações inicialmente,
o que leva aos gestores desenvolver um planejamento menos preciso, que vai se
ajustando e se abastecendo de dados ao longo da execução. (GEHBAUER et. al.,
2002).
Para Gehbauer et. al. (2002), o cronograma passa por várias fases ao longo
do processo: cronograma geral, que basicamente define os prazos e as principais
atividades; cronograma detalhado, onde apresenta mais detalhes da execução e,
cronograma ajustado, identificando as incoerências em relação ao cronograma
geral, corrigindo-as ao longo do processo.

2.4.1.4.1 Cronograma Geral

Indica os prazos marcos do cronograma, normalmente ditado pelos


empreendedores, como prazo final da obra e prazos intermediários como número de
pavimentos ao mês; Neste cronograma não se leva em conta atividades que
compõe as atividades principais, como um pavimento ao mês, mas não informa
prazo para conclusão de fôrmas, montagem do escoramento, etc. Mesmo sem
detalhes, ele é um instrumento importante de gestão e acompanhamento da obra, o
33

que demanda prazos realistas, com o objetivo de ter um alocação de recursos


eficiente e o mais coerente possível. (GEHBAUER et. al., 2002).

2.4.1.4.2 Cronograma Detalhado

Nele consta descritas todas as tarefas que necessitam ser feitas para a
atividade principal seja concluída no prazo estipulado pelo cronograma geral. No
detalhado também estipula-se períodos de compensação caso algumas atividades
demorem prazo maior que o estipulado ou o mau tempo atrapalhe a execução.
(GEHBAUER et. al., 2002).

2.4.2 Planejamento Financeiro de Obra

O planejamento financeiro de obra é realizado a partir do planejamento físico,


considerando os custos ao longo do tempo. Quando, neste planejamento também é
considerada a receita tem-se o fluxo de caixa, item indispensável na verificação da
viabilidade econômica do empreendimento. Utilizado para ditar o ritmo a longo prazo
da obra, onde a gerência aloca no tempo os recursos necessários. (BERNARDES,
2010).
Fluxo de caixa definido por Halpin e Woodhead (2004, p. 88):

A projeção de entradas e despesas durante a vida de um


projeto.

Halpin e Woodhead (2004) salientam que essa projeção pode ser feita de
várias formas. Por um diagrama de barras, alocada de valores e refletidas no tempo,
obtém-se o progresso das despesas no período.
Dificilmente as atividades são desenvolvidas de forma sequencial, onde uma
só inicia após o término da outra (Figura 10). Comumente, atividades diferentes são
desenvolvidas ao mesmo tempo e devemos somar a parcela de despesas de cada
uma para formar o custo, montando o fluxo de caixa, incluindo nele as despesas
diretas e as indiretas. (HAPIN; WOODHEAD, 2004).
34

Figura 10 Diagrama de barras

Fonte: Halpin; Woodhead (2004, p.88)

A elaboração do fluxo de caixa é complexa, visto que a empresa conta com


determinada contribuição de recursos dentro de determinado prazo e isso nem
sempre se confirma, o que pode ocasionar diminuição do ritmo da obra.
(BERNADES, 2010).
Bernardes (2010) sugere a criação de um buffer (retentor) financeiro, uma
reserva de recurso, caso as receitas programadas não se confirmem, evitando
transtornos com mobilizações e desmobilizações.
Pode-se representar em mesmo gráfico a Curva S, contendo as despesas e
as entradas, por parte do comprador ou proprietário do negócio. Sendo assim, as
receitas tomam a forma de degraus, contabilizadas mensalmente. (HALPIN;
WOODHEAD, 2004).
35

Figura 11 Entradas e despesas

Fonte: Halpin; Woodhead (2004, p.89).

Observa-se no gráfico (Figura 11), a parte com hachura representa os


investimentos que o construtor terá que desembolsar até a entrada dos recursos por
parte do cliente. (HALPIN; WOODHEAD, 2004).
No caso da incorporação imobiliária, a parte hachurada se refere aos
investimentos da construtora/incorporadora até que os imóveis sejam vendidos. O
que traz incerteza à construtora é quando que os imóveis serão vendidos. A entrada
das receitas é incerta e não há como prever, trabalhando o fluxo de caixa com
previsões.
Como se observa no gráfico, o retorno só vai equilibrar as contas depois de
um período de obra. Para driblar, o construtor pode optar por financiamento, porém
nem sempre é um negócio vantajoso, visto que, devido ao alto risco de falência das
construtoras, os financiamentos vêm recheado de altos juros. Outra saída é a do
cliente investir recursos no início da obra, pois tem a sua disposição ofertas de
financiamentos com juros menores e, assim, contribui com a redução do déficit do
construtor. (HALPIN; WOODHEAD, 2004).
No planejamento financeiro é importante fazer a distinção entre gasto e
desembolso. Gasto é todo e qualquer insumo que a empresa adquire, não sendo
levado em conta se este recurso será incorporado efetivamente ao produto. Já o
desembolso está relacionado com o pagamento do insumo adquirido e pode ser em
momento diferente do gasto. (BORNIA, 2010).
36

2.5 PLANO DE CONTROLE DE PRODUÇÃO (PCP)

Um dos meios mais importantes de controle e avaliação da produção, é a


mensuração dos desperdícios e das atividades que não agregam valor ao produto
final. Com esses dados facilita as ações corretivas e decisões focadas, onde o
retorno tende a ser maior. (BORNIA, 2010).
Primeira medida para desenvolver o plano de controle e o sistema de
planejamento é caracterizar as deficiências e encontrar alternativas que minimizem-
nas ou as elimine, assim como apresentar melhorias à produção. (BERNARDES,
2010).
O desenvolvimento do plano de controle de produção é feito de forma similar,
mesmo as empresas construtoras sendo de ramos diferentes. (BERNARDES, 2010).
Para Bernardes (2010), o plano de controle a longo prazo é baseado no
cronograma físico-financeiro e no orçamento da obra. Normalmente esse plano pode
ser dividido em longo e curto prazo. Dependendo do porte da obra, ambos são
desenvolvidos pelo mesmo profissional.

2.5.1 Perda e Desperdício

Perda é qualquer recurso que se usa em quantidade superior à necessidade,


sem agregar valor ao produto final. Refere-se a todos os recursos negligenciados,
como materiais, mão de obra ou equipamentos. Essa diferença entre recurso
necessário e recurso utilizado, chama-se Índice de Perda. (VIEIRA, 2006).
O conceito de Bornia (2010) vai ao encontro ao de Vieira (2006), citado
acima, onde define como perda os insumos que geram custos, mas não contribuem
com o produto, ocasionando consumo ineficiente de matéria-prima.
Para Bruni (2010), perda é um gasto fora do normal, não intencional,
provocados por fatores externos ao processo.
Desperdício é um termo que abrange a ineficiência do processo de
fabricação do produto, além de ser simplesmente um gasto anormal. (BORNIA,
2010).
Bornia explica (2010, p. 17),

Se, por exemplo, um processo trabalha comumente com um


índice de 1% de peças defeituosas e, em um dado período, 5%
37

dos itens produzidos forem defeituosos, a perda anormal


equivale a 4%, enquanto os desperdícios totalizam 5%.

Em pesquisa desenvolvida em 1998 pela Escola Politécnica da Universidade


de São Paulo (ESUSP), foi constatado um elevado desperdício na construção civil
em relação a outros setores da indústria. Mensurou-se que em torno de 9% do
concreto usinado, 10% do aço e 17% dos blocos/tijolos são desperdiçados nas
obras analisadas. (VIEIRA, 2006).
Coutinho e Ferraz (1994 apud VIEIRA, 2006) estimam que as perdas e
desperdícios na construção civil são de 25 a 30% do custo total do empreendimento.
38

3 METODOLOGIA

O trabalho visa desenvolver parâmetros de custos, partindo foi da análise de


custos estimados e reais de uma da primeira obra realizada por uma empresa
construtora.
O método de pesquisa foi o estudo de caso de uma obra em andamento.

3.1 CARACTERÍSTICAS DA OBRA ANALISADA

A obra estudada foi um edifício vertical, residencial multifamiliar, quatro


pavimentos, padrão normal de acabamento, que está sendo construído na região do
Vale dos Sinos/RS.
O pavimento térreo é destinado às vagas de garagem, zeladoria e salão de
festas e os demais pavimentos são apartamentos tipo. Ao total, são dezoito
apartamentos, seis por andar.
A edificação possui 1.951,37m² de área construída, a contar com o andar
térreo. Os apartamento possuem, em média, 60m² cada.
O sistema construtivo é tradicional: estruturas em concreto armado, paredes
de vedações em tijolos cerâmicos com furos horizontais, assentados em argamassa
convencional. As esquadrias são em PVC e revestimentos argamassados das
paredes e lajes, foram executados com argamassa convencional virada em obra.
Optou-se por revestimentos em piso laminado no setor íntimo e, demais áreas, piso
em porcelanato. O residencial possui elevador e central de gás.
A empresa trabalha com mão de obra subcontratada, que não terá
informações sobre seus custos, porém estes são estimados para elaboração dos
parâmetros finais.
39

Figura 12 Imagem 3D da obra em estudo

Fonte: Autor (2016).

Tem-se na figura 12, a imagem em 3D da edificação estudada, assim como


sua respectiva planta tipo (figura 13).

Figura 13 Planta baixa do pavimento tipo

Fonte: Autor (2016).

3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS

A empresa em estudo é nova no mercado e esta é sua primeira obra no ramo


de edifícios verticais. Contudo, não existem dados históricos para extração de
parâmetros comportamentais dos custos.
Partindo das informações existentes, desenvolveu-se o estudo em duas
grandes etapas: análise do orçamento inicial e análise dos custos reais.
40

3.2.1 Análise do Orçamento Inicial

A primeira etapa desenvolvida foi o mapeamento das atividades, em conjunto


com o mestre e responsáveis, buscou-se identificar quais atividades poderiam ser
agrupadas e qual deveriam ter seus custos analisados em separado.
A etapa seguinte foi a análise do orçamento. Dividido por atividades,
coerência de agrupamento e quantificação. Buscou-se extrair do orçamento inicial o
maior número de informações possam vir a contribuir com a elaboração dos
parâmetros.
As duas principais informações desta etapa consistem em:
1. Identificar a proporcionalidade dos custos com mão de obra e
materiais, por atividades;
2. Identificar quais as atividades que apresentam maior
representatividade no custo, a fim de direcionar o estudo e também,
verificar a existência de dados reais de custos para realização da
análise.

3.2.1.1 Atividades Analisadas

Baseando-se nas informações extraídas pela análise do orçamento inicial, as


atividades analisadas consistem em: custos com terreno e projeto, fundações,
armaduras, concretagem, revestimentos argamassados, esquadrias e elevadores.
Estas atividades, somadas, representam mais de 60% do custo total previsto. Segue
descrição de cada atividade:

Tabela 7 Itens analisados


Atividade Descrição
Fundações Profundas do tipo estacas de concreto
Aço Utilizado na montagem dos elementos estruturais (pilares e
vigas)
Concreto usinado Correspondente às vigas e pilares
Continua...
Continuação...
Laje pré-moldada Será analisado seu custo com a laje pré-moldada, malha e
41

concreto
Alvenaria Tijolos cerâmicos de vedação, assentados em argamassa
convencional
Esquadrias Externas em PVC;
(Internas e Externas) Internas HDF maciça
Revestimentos Argamassa convencional, produzida in loco, correspondente
Argamassados à execução dos revestimentos das paredes, lajes e
contrapisos
Elevadores Elevador sem biometria
Fonte: Autor (2016).

3.2.2 Análise dos Custos Reais

A empresa não possui nenhum tipo de controle eletrônico de compras de


material, tudo encontra-se arquivado em papel. Partindo disso, se lançou em uma
planilha todas as compras da obra em estudo, acompanhadas das datas, a fim de
facilitar a distribuição dos materiais às atividades.
Ao longo do lançamento das notas, tomou-se o cuidado de organizar da
mesma forma, pelas mesmas atividades, que o orçamento inicial, para
posteriormente realizar as análises.
A análise foi direcionada às atividades que possuem o custo com maior
representatividade, conforme identificado na análise do orçamento inicial.
Inicialmente, os custos das atividades foram trazidos a um índice conhecido,
CUB/m² de área construída. As atividades com maior representatividade no custo
tiveram os custos expandidos, a fim de verificar a coerência de quantificação com os
projetos, como se deu com o aço e o concreto, por exemplo.
Seguidamente, verificou-se se os resultados encontrados se adequavam às
faixas de custo estabelecidas por Riegel (2015).
Mesmo que a obra em estudo possua perfil um pouco diferente do estudo de
Riegel (2015), esta etapa visou verificar se o custo da obra segue o praticado pelo
mercado, fundamental para manter a empresa competitiva.
Para buscar parâmetros que forneçam informações próximas à realidade, é
fundamental que tenha-se noção dos custos com mão de obra para cada atividade,
as quais não teve-se acesso. Para estimar os custos com mão de obra, adotou-se a
42

proporcionalidade entre os custos de mão de obra e material, sugerida pelo


orçamento inicial. Ex.: A informação do orçamento inicial diz que determinada
atividade, hipoteticamente, tem 60% do seu custo referente ao material e 40% custo
referente à mão de obra. O dado disponível, é o custo real do material, de R$ 6,00.
Com uma regra de três, encontra-se que o custo com mão de obra, próxima à real, é
de R$ 4,00. Essa foi a lógica adotada no trabalho para simular os custos com mão
de obra, partindo do custo real do material.

3.2.3 Parâmetros de Custos

Com os custos das atividades lançados, onde adotou-se o custo real do


material e estimou-se a mão de obra por proporcionalidade, faz-se a transmissão
dos custos à quantitativos comuns, no caso deste estudo será adotado CUB/m² de
área construída, a fim de comparar com os parâmetros encontrados com os
encontrados por Riegel (2015).
Algumas atividades tiveram mais de um parâmetro para estimar os custos. A
fundação, por exemplo, também poderia ser apresentada como um percentual em
relação ao custo da estrutura, impondo o pré-requisito que a estrutura seja
mensurada primeiro.
Também foi possível estimar as esquadrias por CUB/m² de esquadria. Os
parâmetros foram mantidos destas duas formas, pressupondo que nem sempre
tenha-se as áreas de esquadrias reais para o orçamento.
Por fim, os parâmetros foram todos dispostos em uma planilha Excel, onde se
alimentará a planilha com dados básicos, como área, CUB/m² adotado, custo-meta
(percentual do CUB) e, será possível estimar custos, por atividades, de maneira fácil,
rápida, particular ao perfil da obra e da empresa, de maneira confiável.
Os parâmetros encontrados servirão para controle efetivo dos custos dos
próximos empreendimentos da empresa, que apresentem características
semelhantes.
43

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 PREVISÃO DE CUSTOS

Mensalmente, é emitido pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil no


Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), o valor de custo das construções no
Estado, conhecido como CUB (Custo Unitário Básico), que será base para
demonstração dos resultados encontrados.
O CUB possui diversas classificações e, em uma delas a edificação está
enquadrada, conforme demonstrado na tabela 8, relacionando perfil de obra, com
custo previsto, tirado do orçamento inicial.

Tabela 8 Custo da obra em relação ao CUB/abril 2016

Área da Edificação Custo Previsto (CUB/m²)


Categoria
(m²) (emitido pelo Sinduscon/RS)
Prédio Popular
1951,37 79%
Padrão Normal
Fonte: Autor (2016).

4.1.1 Orçamento

O orçamento inicial da obra não foi apresentado de uma forma muito


detalhada, conforme pode-se observar no Apêndice A (Página 63). Itens como
estrutura e revestimentos que, contemplam uma série de diferentes atividades, estão
dispostos em apenas uma linha, com seus valores somados, o que dificulta
identificar se os quantitativos estão corretos.
O gráfico a figura 14 expõe o orçamento de forma simplificada, a fim de
identificar quais as atividades que possuem uma maior representatividade no custo
total.
44

Figura 14 Previsão do custo total por atividade

PREVISÃO DO CUSTO TOTAL


TERRENO

PROJETO
10,5%
4,5% 4,2% ESTRUTURA
7,5% 6,5%
3,7% ALNEVARIAS e REVEST.
ARGAMASSADOS
9,2% 25,6% REVEST. CERÂMICOS
7,2% IMPERMEABILIZAÇÃO e
6,2% PINTURA
14,9%
INTALAÇÕES ELÉTRICAS e
HIDROSSANIT.
INFRAESTRUTURA

ESQUADRIAS INT. e EXT.

OUTROS

Fonte: Autor (2016).

Como pode ser observado, os itens que mais impactam no custo são:
estrutura (25,6%), alvenarias e revestimentos argamassados (14,9%), instalações
elétricas e hidrossanitárias (9,2%), impermeabilização e pintura (7,2%), revestimento
cerâmicos (6,2%), seguidos dos demais itens.
No gráfico da figura 15, os custos totais previstos estão representados de
outra forma, por centro de custo, em cinco grandes grupos.

Figura 15 Previsão de custo total por centro de custo

PREVISÃO DOS CUSTOS TOTAIS


MATERIAL
11% 6%
4% 38%
MÃO DE OBRA

41% PROJETOS

TERRENO

Fonte: Autor (2016).


45

Na figura 15, observa-se que o centro de custo 'materiais' e o centro de custo


'mão de obra' assumem dimensões quase que proporcionais, porém quando
expande-se estes custos por atividades, nem todos os itens seguem essa
proporção.
A fim de tomar conhecimento da proporcionalidade dos custos com mão de
obra e com material, por atividade, expande-se o orçamento, conforme demonstrado
na figura 16.

Figura 16 Comparação do custo de material e mão de obra por atividade

Mão de Obra
Custos Previstos por Atividade
Material 90%

70% 66%
61%
55% 54% 54% 53%
45% 46% 46% 49% 51% 47%
39%
30% 34%

10%
ALVENARIAS

ESQUADRIAS INT. e
IMPERMEABILIZAÇÃO
ESTRUTURA

HIDROSSANIT.

GÁS e ELEVADOR
INFRAESTRUTURA
REVESTIMENTO

ARGAMASSADOS
REVESTIMENTOS

INTALAÇÕES
ELÉTRICAS e
CERÂMICOS

COBERTURA E
e PINTURA

EXT.

Fonte: Autor (2016)

A análise dos resultados será realizada tomando como referência o gráfico da


figura 16, como verdadeiro, com o intuito de estimar custos de mão de obra, já que
não se tem dados deste centro de custo.

4.2 CUSTOS REAIS

Ainda não existem dados para analisar a edificação como um todo, impedindo
a verificação do previsto versus real de todas as atividades, porém, consegue-se
estabelecer parâmetros interessantes sobre as atividades mais custosas.
46

No gráfico da figura 17, disposto no tempo, tendo como ponto de partida o de


dezembro de 2014, referente ao mês que a obra deu-se início, os gastos mensais da
obra. Neste gráfico, não considera-se informações dos desembolsos, visto que não
tem-se essa informação.

Figura 17 Gastos mensais

Fonte: Autor (2016).

O gráfico acima, figura 17, demonstra que não existe uma tendência de
comportamento referente aos gastos mensais. Parte desses picos elevados é reflexo
da falta de planejamento da obra. Alguns picos existem, como é o caso dos gastos
com esquadrias, mas eles podem ser contornados com desembolsos espaçados.
Neste caso, as esquadrias contribuem com os gastos no mês de janeiro de
2016, onde há um pico de custo. Já entre os meses de janeiro e agosto de 2015,
esperava-se comportamento repetitivo dos gastos, com oscilação repetitiva, visto
que este período refere-se à montagem e execução da estrutura e, por se tratar de
pavimentos tipos, deveriam ter gastos iguais espaçados no tempo de forma
semelhante.
47

Pode-se justificar esse pico de gastos em março devido à compra de


quantidade significativa de aço, que foi usada ao longo da montagem das armaduras
dos tipos.
Este gasto considerável no mês de março se deve exclusivamente à falta de
planejamento prévio, caso existente, permitiria ao gestor, realizar compras mensais
de menores montantes ou, comprar conforme a evolução da produção, evitando
principalmente, estoque de material no canteiro.

4.3 PARÂMETROS DE ESTIMATIVAS DE CUSTOS

Os parâmetros propostos para a análise dos custos das atividades estudadas


estão apresentados na Tabela 9:

Tabela 9 Comparativo de análise

Item Parâmetro de Estimativa Adotado


Percentual sobre custo da estrutura
Fundações (estacas + blocos)
CUB/m² de área construída
Aço CUB/m² de área construída
Concreto usinado bombeado CUB/m² de área construída
CUB/m² de área construída
Esquadrias
CUB/m² de área de esquadria
Alvenarias CUB/m² de área construída
Revestimentos Argamassados CUB/m² de área construída
Impermeabilizações e Gás CUB/m² de área construída
Percentual do custo total previsto
Elevador
CUB/m² de área construída
Fonte: Autor (2016).

4.3.1 Estrutura

Para análise deste item, a estrutura foi divida em três grandes grupos: aço,
concreto usinado e laje pré-moldada, sendo avaliados e comentados
individualmente.
48

4.3.1.1 Aço

O quantitativo de aço não é de fácil mensuração, tendo em vista que os


projetos específicos não estão finalizados. Uma alternativa é utilizar a análise
histórica para estabelecer o padrão de consumo. Outra forma de facilitar a demanda
de recursos, está apresentado na tabela 10, trazendo o custo do aço à um índice
conhecido: CUB por metro quadrado de área construída.

Tabela 10 Parâmetro para estimar o custo do aço

Item CUB/m²
Aço 0,0225
Fonte: Autor (2016).

Em estudo desenvolvido por Riegel (2015), a autora estabelece padrão


comportamental do custo de 0,05 CUB/m² a 0,10 CUB/m² de área construída,
correspondendo a comportamento otimista e pessimista, respectivamente.
O parâmetro encontrado, próximo de 0,02 CUB/m², se encontra abaixo desta
faixa sugerida pela autora, porém refere-se apenas ao custo do material, não
contemplando os custos com mão de obra, como adotado nos parâmetros de Riegel
(2015).
Considerando a previsão feita no orçamento inicial, demonstrado na figura 16,
onde o material representa 45% do custo e, mão de obra 55% , então o parâmetro
de custo de aço assume custo de aproximadamente 0,05 CUB/m², classificado como
parâmetro otimista, como mostra a tabela abaixo:

Tabela 11 Parâmetro para estimar o custo do aço (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Aço 0,0499
Fonte: Autor (2016).

Na comparação previsto x real, observa-se que ocorreu consumo extra de


22% da quantidade de aço prevista para a real. Um dos motivos para esse consumo
além do previsto é a inclusão de pregos, arames e malhas na soma, que talvez não
estivessem previstas junto a esse item no orçamento inicial.
49

Porém, mesmo não acrescentando esses itens, ainda existe um consumo


excedente de 7% de consumo de material.
Uma explicação para essa diferença, é a possível desorganização de notas
fiscais, erros nas tabelas do projeto estrutural, perdas na montagem ou até furto, já
que esse material ficou armazenado na obra por um período considerável.

4.3.1.2 Concreto Usinado Bombeado

Com os projetos arquitetônicos, consegue-se quantificar o concreto, pois já


tem-se uma ideia da dimensão de vigas e pilares, mas sem exatidão. Com o projeto
estrutural em mãos, tem-se a precisão, mas esses projetos geralmente ficam prontos
posterior à concepção do orçamento.
Sendo assim, o custo do concreto usinado disposto na mesma unidade que o
aço, CUB/M² de área construída, simplificando a estimativa desse recurso. Abaixo, a
tabela 12, está propondo a mensuração do custo de concreto, dados estes
baseados em consumo real.

Tabela 12 Parâmetro para estimar o custo do concreto usinado

Item CUB/m²
Concreto usinado bombeado 0,0289
Fonte: Autor (2016)

Riegel (2015) sugere como parâmetro de custo otimista, 0,06 CUB/m² e,


pessimista de 0,10 CUB/m² de área construída, incluindo custo de mão de obra na
atividade.
Se, da mesma forma realizada com o custos do aço, o custo do material
(concreto) representar 45% e, for acrescido do custo de mão de obra, previsto em
55%, do custo total, o concreto assume parâmetro de aproximadamente 0,06
CUB/m², classificado-se como otimista na faixa sugerida por Riegel (2015).

Tabela 13 Parâmetro para estimar o custo do concreto usinado (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Concreto usinado bombeado 0,0641
Fonte: Autor (2016).
50

4.3.1.3 Laje pré-moldada

A laje pré-moldada não havia sido dimensionada no orçamento inicial, porém


ela foi avaliada da mesma forma que o aço e o concreto, a fim de estabelecer
parâmetro para quantificar seu custo em empreendimentos futuros.
Considerando a mesma proporcionalidade sugerida no orçamento inicial de
55% de custo de mão de obra e, 45% de material para a atividade referente à
estrutura, chega-se ao parâmetro da tabela abaixo.

Tabela 14 Parâmetro pata estimar o custo da laje pré-moldada (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Laje pré-moldada 0,0256
Fonte: Autor (2016).

Caso a laje pré-moldada seja um sistema construtivo que se repita em outras


obras, é importante possuir parâmetro de custo para tal atividade, mesmo que, em
um primeiro momento não seja possível verificar se trata-se de parâmetro otimista
ou pessimista, poderá ser avaliado ao decorrer das obras.

4.3.2 Fundação

A fundação é uma atividade um pouco mais complexa de ser quantificada,


pois é influenciada por diversos fatores, como tipo de solo, perfil do terreno e
também, qual dos tipos disponíveis, será adotada
Na obra em estudo, não há subsolos e trata-se de fundação profunda do tipo
estaca cravada em concreto com blocos de coroamento, sendo blocos individuais,
duplos e triplos, de acordo com o projeto.
Visto que é o um dos últimos projetos a serem elaborados, busca-se uma
alternativa para dimensionar o custo. Abaixo, segue-se uma relação do custo das
fundações, a um percentual da estrutura.

Tabela 15 Parâmetro para estimar o custo da fundação

Item Custo
Fundação 22% do custo total da estrutura
Fonte: Autor (2016).
51

Como os resultados referem-se à uma única obra, difícil avaliar se estão


coerentes ou dentro do esperado. Porém sua mensuração é importante a fim de
contribuir com o banco de dados que está se criando à empresa. Independente, este
parâmetro deve ser avaliado em empreendimentos futuros, de modo a verificar sua
veracidade e possível aplicabilidade.
Assim como o aço e o concreto, traz-se o custo da fundação em função do
CUB pela área construída. Na tabela 16, está representado o parâmetro encontrado
referente à quantificação do material necessário à atividade fundação.

Tabela 16 Parâmetro para estimar o custo do material para fundação

Item CUB/m²
Fundação 0,0143
Fonte: Autor (2016).

Já na tabela 17, adota-se a proporcionalidade prevista no orçamento entre


mão de obra (55%) e material (45%), possibilitando uma mensuração da fundação
executada.

Tabela 17 Parâmetro para estimar o custo da fundação (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Fundação 0,0318
Fonte: Autor (2016)

Como, neste caso, a obra ainda não se encontra finalizada, nem há dados
históricos que possam ser adotados como referência de comportamento, sugere-se
a mensuração dessa atividade por uma relação CUB e metro quadrado de área
construída, conforme demonstrado na tabela acima, que deve ser avaliada e
ajustada ao longo das obras executadas, estabelecendo o custo padrão da atividade
em relação ao CUB/m² ou percentual sobre o custo total, conforme sugere Riegel
(2015).
52

4.3.3 Alvenaria

Cada obra conta com sua equipe de execução, a qual intervém diretamente
na demanda de recursos de material e horas de trabalho. A qualidade de material e
armazenagem deste, também interferem no custo, já que podem ocorrem perdas,
que variam de obra para obra.
Seguindo a avaliação dos resultados com as faixas de custo definidas por
Riegel (2015), tem-se que 0,02 CUB/m² segue linha otimista e, 0,035 CUB/m²,
pessimista. Abaixo segue parâmetros estimados à obra em questão:

Tabela 18 Parâmetro para estimar o custo do material para alvenaria

Item CUB/m²
Alvenaria 0,0148
Fonte: Autor (2016).

Considerando-se a previsão dos custos de mão de obra no orçamento inicial,


apresentada na figura 19, onde o material representa 39% do custo e a mão de obra
61%, chega-se ao parâmetro da tabela 19:

Tabela 19 Parâmetro para estimar o custo da alvenaria (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Alvenaria 0,0378
Fonte: Autor (2016)

Observa-se que o parâmetro encontrado não está dentro da faixa de custo


estabelecida por Riegel (2015), que sugere valores de 0,02CUB/m² para custo
otimista e, 0,035 CUB/m², para pessimista. Sendo assim, o parâmetro encontrado se
classifica, consequentemente, como parâmetro de custo pessimista, porém ainda
próximo às faixas estabelecidas pela autora.
Pode-se apontar como possíveis causas do custo estar acima do parâmetro
estabelecido por Riegel (2015), o perfil das obras avaliadas, já que Riegel (2015)
estudou obras residenciais de múltiplos pavimentos, de cômodos com grandes vãos.
Esta obra está classificada como padrão normal, quatro pavimentos, que possui
cômodos menores, em torno de 8 a 9m², por exemplo. Outro fator pode ser a
53

qualidade de mão de obra, a falta de controle da produtividade, contribuindo com o


custo de mão de obra mais elevado, falta de controle do material consumido por
metro quadrado e também, estocagem na obra. Cada situação citada acarreta em
perdas, que ao somadas, apresentam diferenças significativas no custo final.
Importante observar que, mesmo sendo classificado como custo pessimista,
as alvenarias cumpriram de forma satisfatória o orçamento inicial, ficando abaixo do
previsto, em valores.

4.3.4 Revestimentos Argamassados

Segue, tabela 20, o parâmetro encontrado para quantificação do custo de


material de revestimentos argamassados:

Tabela 20 Parâmetro para estimar o custo dos revestimentos argamassados

Item CUB/m²
Revestimentos Argamassados
0,0234
(Interno e Externo)
Fonte: Autor (2016)

Conforme realizado nas demais atividades, considerou-se a proporção de


custos do orçamento inicial, onde material, nesta atividade, representa 30% do custo
e, mão de obra, 70%. Sendo desta forma, obtém-se o parâmetro demonstrado na
tabela 21:

Tabela 21 Parâmetro para estimar o custo dos revestimentos argamassados (material e mão de obra)

Item CUB/m²
Revestimentos Argamassados
0,0781
(Internos e Externos)
Fonte: Autor (2016)

Se este parâmetro for comparado aos parâmetros estabelecidos por Riegel


(2015), observa-se que, diferente de todas as outras atividades analisadas, o
parâmetro possui diferença significativa, sendo que os parâmetros da autora são
54

0,045 CUB/m² de área construída para custo otimista e, 0,05 CUB/m², para projeção
pessimista.
Pode-se explicar esse custo fora dos padrões conhecidos, pela falta de
controle do material e gastos acima da média.
Outro fator contribuinte é o perfil de obra em estudo, onde, por se tratar de
obra padrão normal - inferior ao padrão analisado por Riegel (2015), obteve-se maior
consumo de recursos para a atividade alvenaria, refletindo diretamente nos custos
da realização dos revestimentos argamassados.
Outro fator que se tem conhecimento é a perda incorporada à construção.
Devido a falhas no projeto estrutural, as paredes das cozinhas foram 'preenchidas'
com argamassa, pois os pilares e vigas estavam salientes às paredes. A correção foi
necessária para evitar que fosse realizado o 'contorno' de pilares e vigas com o
revestimento cerâmico, atrapalhando na montagem dos móveis, assim como à
estética.

4.3.5 Esquadrias

As esquadrias foram avaliadas de duas formas, em dois parâmetros: CUB/m²


de área construída e, CUB/m² de esquadria. Ambos possuem proximidade, porém
quando estimado pelo metro quadrado de esquadria, o parâmetro se torna mais
preciso e particular.

Tabela 22 Parâmetro para estimar o custo das esquadrias (material)

Item CUB/m² CUB/m² de


construído esquadria
Esquadrias 0,0520 0,2310
Fonte: Autor (2016).

Em especial para o item esquadrias, obteve-se os valores reais de material e,


mão de obra, dispensando a necessidade de estimar a mão de obra por percentual,
como às demais atividades.
A seguir, encontra-se a tabela com o parâmetro de custo obtido, referente
mão de obra e material, dado em CUB/m² de esquadria, mesmo parâmetro que
Riegel (2015) utilizou em seu estudo.
55

Tabela 23 Parâmetro para estimar o custo das esquadrias (material e mão de obra)

CUB/m² de
Item
esquadria
Esquadrias 0,2566
Fonte: Autor (2016)

Riegel (2015) definiu como projeção otimista, custo de 0,35CUB/m² de área


de esquadria e, pessimista, 0,55CUB/m² de área de esquadria. Sendo assim, o
parâmetro obtido na obra em estudo, está fora da faixa de custo estabelecida pelo
autor, mas de forma positiva, apresentando custos menores que as obras avaliadas
por Riegel (2015). Esse parâmetro inferior à faixa estabelecida pela autora, pode-se
explicar pela diferença dos padrões das obras.
A obra em estudo, por ser padrão normal, se optou por uma linha de
esquadrias menos robustas e acabamentos menos reforçados. Estas diferenças do
produto, podem ser um dos motivos das diferenças de custos que, mesmo que
aproximados, vão ajustando-se de empresa para empresa, dependendo o perfil da
obra e do cliente.

4.3.6 Elevador

O elevador é um item bem particular da obra, podendo representar um valor


considerável no custo total, dependendo do modelo e da necessidade.
Nesta obra, está previsto um elevador, sem biometria, para atender aos
dezoito apartamentos.
Riegel (2015) sugere faixa de custo em percentual sobre o custo total do
empreendimento. Como não tem-se esse dado, fez-se uma avaliação do custo
previsto em relação ao previsto total, conforme tabela 24:

Tabela 24 Percentual previsto sobre custo total

Item Custo
3,6% do custo total
Elevador
previsto
Fonte: Autor (2016).
56

O parâmetro previsto, não se enquadra à faixa percentual sugerida por Riegel


(2015), de 2,5 a 3,0%, porém apresentou um custo inferior ao orçado, conforme
demonstrado na tabela 25:

Tabela 25 Parâmetro de custo para estimar o custo do elevador instalado

Item Custo Previsto Custo Real

0,0280 (CUB/m²) 0,0224 (CUB/m²)


Elevador
3,6% do custo total previsto 2,85% do custo total previsto
Fonte: Autor (2016).

Conforme pode-se analisar na tabela acima, o orçamento inicial foi previsto


custo superior ao real. Sendo assim, o custo real do elevador, em relação ao total
previsto (já que não se tem o custo final da obra), representa 2,85% do custo
estimado total, se adequando aos parâmetros estabelecidos por Riegel (2015) e,
confirmando sua aplicabilidade.

4.4 RESUMO DOS RESULTADOS

A tabela 26 foi elaborada com os parâmetros obtidos, e possui o intuito de


facilitar a estimativa dos custos de empreendimentos verticais.
Percebeu-se, ao longo da avaliação das atividades, que os parâmetros
encontrados são aplicáveis a mais de um perfil de obra, já que se ajustam pelo CUB
e área construída.
Na tabela, simulou-se uma construção de 1000m², adotando custo-meta como
sendo 1 CUB/m², a fim de facilitar a visualização da aplicabilidade dos parâmetros.
57

Tabela 26 Tabela resumo para estimar custos

Simulação da Tabela para Construção de 1000m², com custo-meta 01 CUB/m2


Célula preenchida pelo orçamentista

Área a ser Construída m² 1.000,00


Área de Esquadrias m² 202,63
Valor do Terreno R$ 150.000,00
Custo-meta Desejado CUB/m² 100%
Valor CUB do mês de referência R$/m² 1.553,04
CUSTO TOTAL ESTIMADO R$ 1.553.040,00

Custo Estimado
ATIVIDADE Índice %
(mat. + mo.)
PROJETOS 0,0330 R$ 51.246,05
TERRENO 0,0825 R$ 150.000,00
FUNDAÇÃO 0,0318 R$ 49.409,26
CONCRETO USINADO BOMBEADO 0,0641 R$ 99.593,85
AÇO 0,0499 R$ 77.499,16
61%
LAJE PRÉ-MOLDADA 0,0256 R$ 39.725,97
ALVENARIA 0,0378 R$ 58.775,26
REVESTIM. ARGAMASSADO 0,0781 R$ 121.346,11
ESQUADRIAS 0,2566 R$ 80.763,70
ELEVADOR 0,0224 R$ 34.847,31
REVESTIM. PISOS
REVESTIM. PAREDES
COBERTURA
PINTURA 0,3180 R$ 493.913,03 39%
MUROS E GRADES
INSTAL. HIDROSSANITÁRIAS
INSTAL. ELÉTRICAS

TOTAL 1,0000 R$ 1.257.119,71


Fonte: Autor (2016).

Observa-se na tabela 26, que existem atividades para as quais não se tem
parâmetros para quantificar os custos. Isso se deu pela inexistência dos custos
reais, já que o estudo está sendo desenvolvido em uma obra que ainda está em fase
de execução. Porém, como percebe-se pela última coluna, foi possível com esse
estudo, determinar parâmetros para estimar mais de 60% dos custos da obra.
58

5 CONCLUSÃO

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Importante ressaltar que, os parâmetros de custo foram traçados para as


atividades que apresentaram maior representatividade sob o custo total e, com os
números obtidos, é possível estimar mais de 60% do custo total de uma obra
vertical.
Primeiramente, analisou-se o orçamento inicial e extraiu-se dele, informações
que foram importantes para dar sequência à mensuração dos parâmetros,
principalmente referente à proporcionalidade dos custos com material e mão de
obra.
Em seguida, traçou-se os parâmetros de custo e verificou-se sua coerência
com a bibliografia, concluindo-se que os custos estão dentro do praticado, mesmo
tratando-se da primeira obra vertical.
Observou-se que os parâmetros alcançados referem-se, também, a outros
perfis de obra, pois os parâmetros são propostos, principalmente, pelo CUB em
relação à área construída. Com isso, os parâmetros ajustam-se naturalmente pelo
CUB mensal e mantém-se atualizados.
O controle de custos, para serem efetivos, assim como os parâmetros
propostos, devem estar em constante ajuste, visando diminuir a margem para
perdas e desvios.
Não foi possível traçar os custos de todas as atividades representativas, como
os custos dos revestimentos cerâmicos, por exemplo, pois esta atividade ainda não
foi executada e, não tem-se os dados reais para análise.
Por fim, acredita-se que a tabela criada será de fácil aplicabilidade, já que
necessita de poucas informações de entrada e, muito útil para a empresa, que terá o
orçamento mais conciso e ajustado à sua realidade de obra.
Conforme analisado individualmente, usou-se o estudo de Riegel (2015) como
parâmetro de análise comparativa, a fim de confirmar e avaliar os dados obtidos. Em
grande parte, pode-se afirmar que os parâmetros de custos obtidos são confiáveis e,
conforme verificou-se, são aplicáveis em diferentes tipologias de empreendimentos.
As obras da amostra de Riegel (2015), são edifícios de 11 a 15 pavimentos,
de cinco a sete mil metros quadrados de área construída e, grande parte da
59

amostra, com dois subsolos. Mesmo com as particularidades dos projetos e


diferentes perfis de obra, constatou-se que os parâmetros podem ser usado, já que
os custos ajustam-se pela área e padrão do projeto.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se, inicialmente, a coleta e análise dos custos das demais atividades


que não foram possíveis abranger nesse estudo. A determinação dos parâmetros de
todas as atividades, proporcionará à empresa, facilidade e segurança para estimar o
custo total de obras verticais.
A comparação dos parâmetros encontrados com parâmetros de outras obras
já realizadas, avaliação e verificação de coerência, trazem confiabilidade aos
números propostos.
Para próximos estudos, sugere-se a avaliação dos custos com dados de mão
de obra real, por atividade, ajustando os parâmetro. E, como próximo passo, a
montagem do planejamento prévio com as informações de tempo de execução e
metas, que deve ser adaptada pela empresa ao longo do tempo.
60

REFERÊNCIAS

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para empresas de construção civil. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas


modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

BRASIL. Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sôbre o condomínio em


edificações e as incorporações imobiliárias. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4591.htm>. Acesso em: 28 out. 2015.

FERREIRA, Weslei Lopes. A falta de planejamento nas micro e pequenas


construtoras. Disponível em:
<http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/347>. Acesso em:
20 nov. 2015.

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Sérgio Auriquio. Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da
cooperação técnica Brasil-Alemanha. Curitiba: CEFET-PR, 2002.

GIACOMELLO, Humberto. Elementos para a implantação de um sistema


integrado de gestão em uma empresa construtora de pequeno porte. 2011.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). São Leopoldo: Universidade do Vale
do Rio dos Sinos.

GOLDMAN, Pedrinho. Introdução ao planejamento e controle de custos na


construção civil brasileira. 4. ed. atual São Paulo: Pini, 2004.

GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de orçamento e planejamento de


obras. São Leopoldo: 2015.

GUTHEIL, Klaus Oliveira. Desenvolvimento de sistemas de planejamento e


controle da produção em micro- empresas de construção civil, com foco no
planejamento integrado de várias obras. 2004. Dissertação (Mestrado em
Engenharia). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

HALPIN, Daniel W.; WOODHEAD, Ronald W. Administração da construção civil.


2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

KERN, Andrea Parisi. Proposta de um modelo de planejamento e controle de


custos de empreendimentos de construção. 2005. 234p. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.

NETTO, Antônio Vieira. Construção civil & produtividade: ganhe pontos contra o
desperdício. São Paulo: Pini, 1993.

PEZZI, Alice Pessini. Controle de custos em empreendimentos de construção


através de pacotes de trabalho: alocação dos custos orçados. Graduação em
Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013.
61

RIEGEL, Paolla. Determinação de parâmetros de custos de edificações


residenciais verticais para uma construtora. 2015. Trabalho de Conclusão de
Curso. Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS), São Leopoldo, 2015.

SELBACH, Auer Winter. Implantação de planejamento e controle da produção


de obra em uma empresa construtora de edifícios residenciais. 2011. Trabalho
de Conclusão de Curso. Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, 2011.

VIEIRA, Helio Flavio. Logística aplicada à construção civil: como melhorar o fluxo
de produção nas obras. São Paulo: Pini, 2006.
62

APÊNDICE A - ORÇAMENTO INICIAL

ORÇAMENTO
DESCRIÇÃO QUANT. UNID. % TOTAL %M.O. % MAT.
DESPESAS INICIAIS
TERRENO 10,5% 5,2% 5,2%
PROJETOS 4,2% 2,1% 2,1%
14,7%
INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
INSTALAÇÃO PROVISÓRIA (ÁGUA, LUZ, ESGOTO) 1 VB
BARRACO DE OBRA- TAPUME 1 VB
0,5% 0,23% 0,24%
LOCAÇÃO
LOCAÇÃO DA OBRA 1951,37 M2 0,1% 0,12% 0,02%
FUNDAÇÃO
ESTACAS de CONCRETO E BLOCOS 1 M3 4,2% 2,01% 2,14%
ESTRUTURA
ARRAZAMENTO DAS ESTACAS 68 UNID
FORMA DE DESFORMA 3180
ARMADURAS 3300 KG
CONCRETAGEM 330 M2
21,5% 12,00% 9,49%
ALVENARIAS
ALVENARIAS 2828 M2 5,0% 3,07% 1,93%
COBERTURA
TELHADO DE FIBROCIMENTO 406 M2 1,9% 0,91% 0,96%
REVESTIMENTO ARGAMASSADO
CHAPISCO INTERNO E EXTERNO 7264 M2
REBOCO INTERNO E EXTERNO 7264 M2
9,9% 6,94% 3,00%
REVESTIMENTO CERÂMICO
AZULEJOS SEM DETALHE 610 M2
PISO DESEMPENADO 1260 M2
COLOCAÇÃO DE CERÂMICAS 1260 M2
SOLEIRAS E PINGADEIRAS 191 M
RODAPÉ 845 M
GESSO 180 M
6,2% 3,39% 2,84%
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, HIDROSSANITÁRIAS
ENTRADA DO POSTE ATÉ A MEDIÇÃO 1 VB
MEDIÇÃO DE 19 MEDIDORES 19 UNID
PARA-RAIO 1 UNID
INSTALAÇÃO DE LUZ, ÁGUA, ESGOTO, FOSSAS E FILTRO 1800 PONTOS
9,2% 4,49% 4,70%
63

INFRAESTRUTURA PERMANENTES
GRADE COM PORTÕES 1
PAVIMENTAÇÃO PVS 976 M2
INTERFONE E BARRAMENTO TELEFONE 1 VB
MICRO ESTACAS DO MURO 36 UNID
3,7% 0,94% 2,72%
PINTURAS E ARREMATES
PINTURAS INTERNAS E EXTERNAS COM GRADES 1
ARREMATES E FRIZOS 2140 M
6,9% 3,81% 3,10%
ESQUADRIAS
ESQUADRIAS INTERNAS 1 UNID
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO EXTERNAS 1 M2
4,5% 0,45% 4,00%
IMPERMEABILIZAÇÃO
IMPERMEABILIZAÇÃO 1 0,3% 0,10% 0,23%
....
CONTRA PISO E ATERRO 55 M2
COLUNA FALSA (SHAFT) 1
CORRIMÃO FALSA SHAFT 1
0,7% 0,23% 0,51%
COMPLEMENTOS
GÁS 1
ELEVADOR
4,3% 1,99% 2,28%

IMPOSTOS 60% NA VENDA (??????????????????)


COMISSÃO CORETOR (3%)
6,46% 3,23% 3,23%

SUBTOTAL 100,0% 51,27% 48,73%


100,00%

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