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iii
Prólogo
Anselm Hennis
Diretor
Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental
v
Índice
Resumo.......................................................................................................ix
Introdução..................................................................................................xi
1. O que são produtos ultraprocessados?.................................................1
1.1. O sistema NOVA de classificação dos alimentos.............................1
1.2. Problemas com os produtos ultraprocessados...............................6
1.3. Repercussão para nutrição, saúde e bem-estar..............................9
2. Metodologia......................................................................................... 12
3. Venda de produtos ultraprocessados................................................. 15
3.1. Tendências mundiais.................................................................... 15
3.2. Vendas a varejo na América Latina.............................................. 20
3.3. Compra de fast-food..................................................................... 23
3.4. Distribuição................................................................................... 25
3.5. Concentração do mercado........................................................... 28
3.6. Resumo......................................................................................... 31
4. Determinantes socioeconômicos....................................................... 33
4.1. Urbanização.................................................................................. 34
4.2. Aumento da renda........................................................................ 36
4.3. Desregulamentação dos mercados ............................................. 38
4.4. Mudanças no setor de venda a varejo......................................... 39
4.5. Marketing...................................................................................... 41
4.6. Resumo......................................................................................... 42
5. Efeito na obesidade............................................................................. 43
6. Discussão e recomendações............................................................... 46
6.1. Principais resultados..................................................................... 46
6.2. Limitações do estudo.................................................................... 48
6.3. Recomendações............................................................................ 50
6.4. Conclusões.................................................................................... 52
Referências............................................................................................... 53
Anexo. A Sistema NOVA de classificação dos alimentos....................... 59
Anexo B. Os 80 países incluídos nesse relatório, por região................ 60
vii
Resumo
Do ponto de vista comercial, os mercados mais atraentes para alimentos e
bebidas ultraprocessados (também denominados produtos ultraprocessados)
já não são os países plenamente industrializados e de alta renda, conhecidos
como o “norte mundial” (América do Norte, Europa Ocidental e regiões
desenvolvidas do leste asiático), mas sim os países de baixa e média renda
do chamado “sul mundial” (África e os países em desenvolvimento da Ásia,
Leste Europeu e América Latina).
ix
© Organización Panamericana de la Salud
x
Introdução
xi
tendenciosas, além da pressão dos interesses comerciais (7). As políticas
e as ações para melhoria dos sistemas de alimentos para alcançar uma
alimentação mais saudável requerem firme compromisso político, aliado ao
apoio determinado e sustentado dos cidadãos, na qualidade de eleitores e
pais de família, bem como a liderança de organizações da sociedade civil e
de movimentos sociais em todos os níveis (nacional, estadual e municipal).
xii
Para sanar a lacuna de informações, esse estudo fez uma análise da venda
de produtos ultraprocessados em estabelecimentos do comércio varejista
(compras em lojas) e em pontos de venda de fast-food (transações de
fast-food) em 13 países da América Latina entre 2000 e 2013. As análises
e as recomendações derivadas que são aqui apresentadas se baseiam no
quadro conceitual NOVA para classificação dos alimentos (21), proposto
pelo grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo no Brasil. O sistema
NOVA classifica os alimentos e os diferentes tipos de alimentação de
acordo com a natureza, finalidade e grau de processamento industrial,
em vez de classificá-los em termos de nutrientes e tipos de alimentos.
xiii
O Capítulo 3 traz uma comparação das tendências na venda de produtos
ultraprocessados na América Latina com as de outras regiões do mundo,
e analisa a venda a varejo de produtos ultraprocessados e transações de
fast-food (compra individual realizada) nos 13 países da América Latina
estudados, bem como sua distribuição e concentração dos mercados.
Capítulo 1 1
Esse relatório se baseia no sistema NOVA de classificação de alimentos. O
sistema NOVA agrupa os alimentos segundo a natureza, finalidade e grau
de processamento (21, 27). Compreende quatro grupos descritos a seguir
e detalhados no Anexo A:
Alimentos processados
Capítulo 1 3
Os alimentos não processados ou minimamente processados preparados
com ingredientes culinários processados, combinados às vezes com
alimentos processados, constituem pratos caseiros. Quando esses
pratos são preparados com uma variedade de alimentos minimamente
processados (sobretudo de origem vegetal) e com o uso moderado de
ingredientes culinários, a comida e a alimentação resultante protegem a
saúde e promovem o bem-estar (4, 28-30). As novas diretrizes alimentares
brasileiras (baseadas no sistema NOVA de classificação de alimentos) (4)
e as diretrizes alimentares propostas para os Estados Unidos em 2015
(29) recomendam que a alimentação se baseie sobretudo em vegetais e
alimentos minimamente processados.
© freeimages.com
Capítulo 1 5
massa, corantes, emulsificantes, espessantes, espumantes, estabilizantes,
realçadores sensoriais como aromatizantes e saborizantes, conservantes,
adoçantes e solventes). O volume dos produtos ultraprocessados costuma
ser aumentado com ar ou água. Podem ser adicionados micronutrientes
sintéticos para “fortificação”.
1
Guloseimas, refrescos e lanches processados, salgados ou açucarados.
Capítulo 1 7
Imitam alimentos, equivocadamente vistos como saudáveis
Capítulo 1 9
O Plano de ação da OPAS de 2014 (3) descreve os fatores mais importantes
que contribuem para o aumento de peso, obesidade e doenças crônicas
não transmissíveis:
Capítulo 1 11
Capítulo 2
Metodologia
Esse relatório descreve as tendências na venda de produtos ultraprocessados,
com ênfase na América Latina. Ele se baseia em informações obtidas do banco
de dados do mercado de consumo mundial Passport, publicadas na internet
pela Euromonitor International, uma empresa independente de pesquisa
estratégica para o mercado de consumo (38). A Euromonitor International
é uma fonte estabelecida de dados comerciais que inclui estatísticas
padronizadas internacionalmente sobre alimentos embalados vendidos em
estabelecimentos do comércio varejista e em transações de fast-food.
2
1 quilotonelada = 1.000 toneladas métricas.
3
Lojas em postos de gasolina onde são vendidas guloseimas e outros alimentos e bebidas
Capítulo 2 13
por um país de políticas de desregulamentação dos mercados e é calculado
como a média de 10 subcomponentes que mensuram diferentes aspectos
da liberdade econômica, determinada a partir de leis e regulamentações
nacionais, bem como por avaliações feitas por especialistas e investidores,
em uma escala de 1 a 100.
O Capítulo 5 traz uma análise ecológica que mostra a relação entre a venda
de produtos ultraprocessados e a prevalência de obesidade em 2010 em
12 dos países latino-americanos estudados (exceto Argentina, por falta de
dados), além do Canadá e dos Estados Unidos. A prevalência de obesidade
foi obtida do Relatório Mundial sobre Doenças Não Transmissíveis de
2014 da OMS (2). O capítulo também apresenta uma análise de séries
temporais comparando dados dos 12 países latino-americanos para avaliar
a associação entre mudanças na venda anual per capita de produtos
ultraprocessados (expressa em quilogramas) e mudanças na massa
corporal média padronizada pela idade em adultos (expressa como média
dos valores do índice de massa corporal [IMC]), ajustadas para variáveis
socioeconômicas. A Argentina foi excluída porque faltavam dados sobre as
variáveis econômicas. Na análise, foi empregado um modelo de regressão
de efeito fixo, com produto nacional bruto, população urbana e tamanho
da população como covariáveis. Os dados das covariáveis foram obtidos de
fontes do Banco Mundial (40). Os dados do IMC foram obtidos do banco
de dados sobre a carga global de doenças da OMS (42).
© gettyimages.com
Capítulo 3 15
Tabela 1
Volume, crescimento (%) e participação no mercado de vendas mundiais de alimentos e bebidas
ultraprocessados, por região, 2000 e 2013
* Quilotonelada: 1.000 toneladas. Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack,
cereais matinais, doces e confeitos, sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café
prontos para beber, pastas, molhos e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em toneladas. Fonte: Banco de
dados Passport da Euromonitor International (2014) (38).
Figura 1
Valor das vendas de bebidas gaseificadas na América do Norte e na América Latina 2000-2013
90.000
Valor das vendas de bebidas gaseificadas
80.000
70.000
60.000
(US$ bilhões)
50.000
América Latina
40.000
América do Norte
30.000
20.000
10.000
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
As vendas incluem compras em lojas (a varejo) como compras em centros de consumo (bares, restaurantes). Fonte: Banco
de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38). Os dados da América do Norte são do Canadá e Estados
Unidos. Os dados da América Latina são da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala,
México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Capítulo 3 17
Figura 2
Venda a varejo per capita de produtos alimentícios e bebidas ultraprocessados em regiões do mundo,
2000 e 2013
350 328,9
Venda anual a varejo per capita de
299,6
produtos ultraprocessados (kg)
300
250
192 200,5
200
152,4
139,5 2000
150 129,6
102,3 93,3 2013
100
52
33,6
50 23 28,6 18,4
0
América Austrália Europa América Europa Oriente Ásia e
do Norte Ocidental Latina Oriental Médio e Pacífico
África asiático
Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos,
sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos
e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Banco de dados Passport da Euromonitor
(2014) (38).
Como mostra a Figura 3, houve grande diferença nas vendas a varejo per
capita de produtos ultraprocessados nos 80 países com dados disponíveis
no banco da Euromonitor. Os maiores consumidores de produtos
ultraprocessados foram os Estados Unidos (307,2 kg per capita ao ano,
ou quase 6 kg por semana), seguidos pelo Canadá (229,8 kg) e Alemanha
(218,5 kg). Na Europa Ocidental, as vendas na França (125,4 kg) e na Itália
(113,3 kg) foram muito menores que na Alemanha (218,5 kg), Bélgica (210
kg) e Reino Unido (201,1 kg). No sul mundial, apenas se observou elevada
venda anual per capita de produtos ultraprocessados (mais de 150 kg) no
grupo de países da América Latina com renda mais alta (México, 212,2 kg;
Chile, 201,9 kg e Argentina, 185 kg). Em outras partes do mundo (Ásia,
Leste Europeu e Oriente Médio e África), o consumo foi inferior a 150 kg.
As vendas foram bem baixas nos países de baixa renda dessas regiões,
como Índia (6,7 kg), Quênia (11,9 kg) e Camarões (12,1 kg).
Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos,
sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos
e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38).
19
3.2 Vendas a varejo na América Latina
A Figura 4 mostra que, entre 2000 e 2013, a venda anual per capita de
produtos ultraprocessados cresceu, em grande parte de forma contínua,
em todos os países latino-americanos exceto Argentina e Venezuela, onde
as vendas flutuaram. Houve ampla diferença nas médias regionais. Em
2000, os maiores volumes de venda foram registrados na Argentina (194,1
kg), México (164,3 kg) e Chile (125,5 kg). Esses valores foram de duas a
cinco vezes maiores que no Uruguai (60,6 kg), Bolívia (44,6 kg) e Peru (40,2
kg). As vendas na América do Norte foram muito maiores, de 337,6 kg nos
Estados Unidos e 247,9 kg no Canadá.
Figura 4
Venda anual a varejo per capita de alimentos e bebidas ultraprocessados em 13 países da América
Latina, 2000-2013
240
220
200
Argentina
Bolívia
180
Venda anual a varejo per capita de produtos
Brasil
Chile
160
Colômbia
ultraprocessados (kg)
Costa Rica
140 República Dominicana
Equador
120 México
Peru
100 Uruguai
Venezuela
80 Guatemala
América Latina
60
40
20
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
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2010
2011
2012
2013
Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos,
sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos
e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco de dados Passport da
Euromonitor International (2014) (38).
Capítulo 3 21
22
Tabela 2
Venda a varejo per capita de alimentos e bebidas ultraprocessados em 13 países da América Latina, 2000-2013
Produtos alimentícios e
Produtos alimentícios ultraprocessados Bebidas ultraprocessadas bebidas ultraprocessados
Países Vendas (kg) Crescimento (%) Vendas (kg) Crescimento (%) Vendas (kg) Crescimento (%)
2000 2013 Período Anual 2000 2013 Período Anual 2000 2013 Período Anual
Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos, sorvetes, biscoitos, pastas, molhos e pratos prontos. As bebidas ultraprocessadas
são: bebidas gaseificadas, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas e chá ou café prontos para beber. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte:
Banco de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38). Os dados da América Latina são da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México,
Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
3.3 Compra de fast-food
Capítulo 3 23
Figura 5
Compra anual per capita de fast-food em 13 países da América Latina, 2000-2013
32
30
28 Argentina
26 Bolívia
Compra anual per capita de fast-food
24 Brasil
22 Chile
Colômbia
20
Costa Rica
18
República Dominicana
16
Equador
14
América Latina
12
Guatemala
10 México
8 Peru
6 Uruguai
4 Venezuela
2
0
2013
2012
2011
2010
2009
2007
2008
2004
2005
2006
2000
2001
2002
2003
A compra se refere à compra individual realizada (podendo incluir mais de um tipo de fast-food). Os locais de consumo de fast-
food são definidos como estabelecimentos que oferecem menus limitados preparados rapidamente onde os clientes fazem o
pedido, pagam e retiram a comida no balcão. Fonte: Banco de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38).
Capítulo 3 25
Tabela 3
Distribuição das vendas a varejo de produtos alimentícios e bebidas ultraprocessados por tipo de
estabelecimento comercial na América Latina 2013
Doces e confeitos
Cereais matinais
Tipo de estabelecimento comercial
Pratos prontos
Biscoitos
Sorvetes
Molhos
Pastas
Sucos
Varejistas com loja 80,1 73,3 99,7 100 99,5 99,6 99,9 99,8 99,9 99,8 98,5
Varejistas de produtos alimentícios 80,1 73,1 95,1 96,1 95,3 98,0 98,7 97,4 96,9 92,2 93,6
Modernos 35,8 38,1 36,3 28,8 53,9 85,0 70,5 63,3 60,9 37 33,8
Supermercados 15,9 13,9 15,9 13,2 27,9 39,9 27,9 30,3 30,5 13,8 13
Hipermercados 12,8 13,5 13,5 10,7 19,3 36,7 26,7 26,7 25,1 11 11,8
Estabelecimentos com desconto 3,1 7,7 2,4 1,5 3,9 1,9 14 4,7 4 4,2 2,9
Lojas de conveniência 2,2 2,3 2,4 0,9 1,1 3,8 1,5 0,7 1,1 3,3 3,8
Lojas de posto de gasolina 1,8 0,8 2,1 2,4 1,7 2,8 0,3 0,8 0,2 4,6 2,2
Tradicionais 44,3 35,0 58,8 67,3 41,4 13 28,2 34,2 35,9 55,1 59,8
Pequenas mercearias independentes 40,6 31,2 20,7 31,4 28,3 12,2 24 30 33,6 23,7 43,4
Outros vendedores de produtos alimentícios 3,1 3,7 22,1 33,2 9,4 0,7 4 4,1 2,2 30,9 16,4
Mercearias/lojas de alimentos/bebidas/cigarros 0,6 0,1 16 2,7 3,7 0,0 0,3 0,1 0,1 0,5 0,1
Varejistas de produtos não alimentícios 0,1 0,2 4,7 3,9 4,2 1,6 1,2 2,4 3 7,6 4,9
Varejistas sem ponto fixo 0,9 0,2 0,3 0 0,5 0,4 0,1 0,2 0,1 0,2 1,5
Total 81 73,5 100 100 100 100 100 100 100 100 100
As unidades são a porcentagem de venda em volume (para bebidas gaseificadas e sucos) e a porcentagem de venda em valor monetário
(para produtos alimentícios ultraprocessados). As lojas de posto de gasolina são áreas nos postos de serviço onde são vendidos produtos
tipo snack e outros alimentos e bebidas. Fonte: Banco de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38). Os dados da América
Latina são da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Peru, República Dominicana, Uruguai
e Venezuela.
Tabela 4
Distribuição das vendas a varejo de alimentos e bebidas ultraprocessados por tipo de loja de produtos
alimentícios na América Latina 2000-2013
Varejistas modernos de Varejistas tradicionais de
produtos alimentícios produtos alimentícios
Produtos ultraprocessados
Variação Variação
2000 2013 2000 2013
(%) (%)
Bebidas gaseificadas 33,4 35,8 2,4 48 44,3 3,7
Sucos 27,5 38,1 10,6 36,9 35 -1,9
Produtos tipo snack 29,8 33,8 4,0 65,5 59,8 -5,7
Doces e confeitos 28,4 36,3 7,9 65,4 58,8 -6,6
Sorvetes 35,8 28,8 -7 60,9 67,3 6,4
Biscoitos 51,2 53,9 2,7 45,7 41,4 -4,3
Pratos prontos 84,2 85 0,8 13 13 0
Cereais matinais 67,1 70,5 3,4 32,1 28,2 -3,9
Molhos 59,5 63,3 3,8 39,3 34,2 -5,1
Pastas 59,1 60,9 1,8 40,1 35,9 -4,2
Barras de proteínas 30,3 37 6,7 24,7 23,7 -1
As unidades são a porcentagem de venda em volume (para bebidas gaseificadas e sucos) e a porcentagem de venda em valor
monetário (para produtos alimentícios ultraprocessados). As lojas de posto de gasolina são áreas nos postos de serviço onde são
vendidos produtos tipo snack e outros alimentos e bebidas. Os varejistas tradicionais são pequenas mercearias independentes
e mercearias que vendem alimentos e outras mercadorias como cigarros. Fonte: Banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38). Os dados da América Latina são da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador,
Guatemala, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Capítulo 3 27
uma proporção considerável de vários tipos de produtos ultraprocessados,
principalmente bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, doces, confeitos
e sorvetes.
Figura 6
Participação no mercado das quatro maiores empresas no total de vendas de produtos
alimentícios e bebidas ultraprocessados na América Latina, 2005 e 2013
100
Participação no mercado das quatro maiores
80 Oligopólios
empresas no total de vendas de
do mercado
produtos ultraprocessados
60
40
20
0
s
os
as
es
ta
ai
na
ito
to
co
to
ho
ad
et
ad
s
in
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on
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da
Ce
rra
Do
ar
bi
Ba
uc
Be
aç
ks
ac
Sn
2005 2013
A linha vermelha indica uma concentração do mercado de 50%. Os mercados acima da linha são definidos como
oligopolistas. Os dados para bebidas gaseificadas e sucos são somente para vendas a varejo em lojas (sem considerar as
vendas em locais de consumo como restaurantes e bares). Fonte: Informação do banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38). Os dados da América Latina são da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador,
Guatemala, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Figura 7
Participação no mercado de empresas de bebidas gaseificadas e produtos tipo snack na América Latina 2013
Bebidas gaseificadas
CR = 82,2%
63,8%
2,3%
2,4%
13,7%
62,9%
2,3%
3,6%
5,9%
CR4: coeficiente de concentração (participação no mercado) das quatro maiores empresas. Os dados da América Latina são
da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e
Venezuela. Fonte: Informação do banco de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38).
Capítulo 3 29
mercado total. As duas maiores empresas eram transnacionais com
sede nos Estados Unidos, uma delas detinha mais da metade (63%)
do mercado latino-americano de bebidas gaseificadas. As outras duas
empresas tinham uma participação no mercado muito menor, sendo uma
sediada no Peru (com matriz na Espanha) e a outra na Bélgica. Quanto
aos produtos tipo snack, quatro empresas dominavam 74,7% do mercado
total. Destas, três eram corporações transnacionais com sede nos Estados
Unidos e a quarta era um conglomerado mexicano. Uma única empresa
detinha cerca de dois terços do mercado da América Latina (62,9%).
Figura 8
Participação no mercado das quatro maiores empresas no total de vendas de bebidas gaseificadas e
produtos tipo snack em 13 países da América Latina, 2013
Bebidas gaseificadas
maiores empresas no total de vendas
Participação no mercado das quatro
98,2
95,9
95,2
93,8
92,8
88,5
88,4
87,6
84,6
91
100
80,6
78,5
76,9
80
60
40
20
0
u
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Re
89,4
86,7
86,6
85,5
84,2
81,9
80,3
77,1
76,2
77
67,1
53,2
50
0
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la
or
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lic
lb
pú
Re
3.6 Resumo
© gettyimages.com
Capítulo 3 31
concomitantemente ao declínio nas vendas nos países plenamente
industrializados e de alta renda do “norte mundial”, onde o consumo
total continua sendo maior. Mais da metade das vendas de produtos
ultraprocessados ocorre atualmente nos mercados em expansão do “sul
mundial”.
Capítulo 4 33
4.1 Urbanização
350
Venda anual a varejo per capita
de produtos ultraprocessados
Os alimentos e as bebidas ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e
confeitos, sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber,
pastas, molhos e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco
de dados Passport da Euromonitor International (2014) (38). Os 74 países estão listados no Anexo B, não sendo incluídos
os Emirados Árabes Unidos (devido à proporção extremamente alta de expatriados), Cingapura e Hong Kong (por serem
cidades-Estado) e Argentina, Filipinas e Taiwan (devido a dados incompletos sobre os fatores socioeconômicos). Os dados
sobre urbanização foram obtidos da série de dados do Banco Mundial (40).
Por exemplo, nos países mais urbanizados, como Bélgica (onde 97,8%
da população vive em pequenas localidades e cidades), Uruguai (95%)
e Argentina (91,5%), a venda anual per capita é superior a 150 kg,
enquanto que nos países menos urbanizados, como Quênia (24,8%),
Vietnã (32,3%) e Índia (32%), a venda anual per capita é inferior a 50 kg.
No entanto, observa-se que a correlação entre urbanização e venda de
produtos ultraprocessados é imperfeita. Por exemplo, a venda anual per
capita é três vezes menor na Coreia do Sul que nos Estados Unidos (82,5
kg e 308,4 kg, respectivamente), apesar de ambos terem altas taxas de
urbanização (82,2% e 81,3%, respectivamente). Na Suíça, onde a taxa
de urbanização é de 73,8%, a venda anual per capita é elevada (193,9
kg), enquanto que na Itália, onde a taxa de urbanização é semelhante
(68,7%), a venda anual per capita é muito menor (113,3 kg). Esses
números indicam que a urbanização por si só não explica completamente
o grau de penetração dos produtos ultraprocessados.
Capítulo 4 35
4.2 Aumento da renda
Figura 10
Venda anual a varejo per capita de produtos alimentícios e bebidas ultraprocessados segundo o produto
nacional bruto em 74 países, 2013
350
Venda anual per capita no varejo
de produtos ultraprocessados
Os produtos ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos, sorvetes,
biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos e pratos
prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38). O produto nacional bruto é ajustado pela paridade do poder aquisitivo (segundo mensurações do Banco
Mundial) para comparabilidade entre os países (40). Os 74 países estão listados no Anexo B, não sendo incluídos os Emirados
Árabes Unidos (devido à proporção extremamente alta de expatriados), Cingapura e Hong Kong (por serem cidades-Estado) e
Argentina, Filipinas e Taiwan (devido a dados incompletos sobre os fatores socioeconômicos).
Figura 11
Crescimento da venda a varejo per capita de produtos alimentícios e bebidas ultraprocessados segundo
o produto nacional bruto em 74 países, 2000--2013
14
Taxa de crescimento anual da venda per capita
12
de produtos ultraprocessados (%)
10 y = -2,13ln(x) + 23,66
R² = 0,32
8
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
-2
Produto nacional bruto
-4
Os produtos ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos, sorvetes,
biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos e pratos
prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38). O produto nacional bruto é ajustado pela paridade do poder aquisitivo (segundo mensurações do Banco
Mundial) para comparabilidade entre os países (40). Os 74 países estão listados no Anexo B, não sendo incluídos os Emirados
Árabes Unidos (devido à proporção extremamente alta de expatriados), Cingapura e Hong Kong (por serem cidades-Estado) e
Argentina, Filipinas e Taiwan (devido a dados incompletos sobre os fatores socioeconômicos). LAN(x) é o logaritmo natural de x.
Capítulo 4 37
4.3 Desregulamentação dos mercados
350
Venda anual per capita a varejo
300
de produtos ultraprocessados
y = 4,27x - 158,51
250 R² = 0,48
200
150
100
50
0
30 40 50 60 70 80 90
Desregulamentação do mercado
Os produtos ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, produtos tipo snack, cereais matinais, doces e confeitos, sorvetes,
biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos e pratos
prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco de dados Passport da Euromonitor
International (2014) (38). Os 74 países estão relacionados no Anexo B exceto os Emirados Árabes Unidos (devido à proporção
extremamente alta de expatriados), Cingapura e Hong Kong (por serem cidades-Estado) e Argentina, Filipinas e Taiwan (devido
a dados incompletos sobre os fatores socioeconômicos). A desregulamentação do mercado está representada pelo índice de
liberdade econômica publicado pela Fundação Heritage e Wall Street Journal (41).
Capítulo 4 39
De modo geral, o setor de venda a varejo de produtos alimentícios ainda é
competitivo na América Latina, apesar de ser cada vez menos competitivo.
Entre 2004 e 2013, o percentual combinado de participação no mercado
de vendas a varejo dos quatro maiores varejistas cresceu de 9,9% a 17,3%.
A empresa líder da região aumentou sua participação de 4,4% a 8,2%.
Houve diferenças consideráveis entre os países.
Figura 13
Participação no mercado dos quatro maiores varejistas de produtos alimentícios no total das vendas
em 15 países das Américas, 2013
55,2
60
53,1
Participação no mercado dos quatro maiores
50
varejistas de produtos alimentícios no
50
40,3
39,3
33,4
40
30,7
total das vendas (%)
28,5
26,8
30
22,6
25
20,6
16,8
20
9,7
7,7
10
0
á
ile
ico
il
na
ru
a
a
ica
ia
ua
o
do
as
ad
bi
el
in
al
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Un
Bo
u
Ca
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M
ne
in
Ur
Eq
st
at
Co
om
os
Ar
Ve
Co
Gu
ad
aD
t
Es
lic
lb
pú
Re
Capítulo 4 41
4.6 Resumo
Capítulo 5 43
A Figura 14 mostra uma associação entre a venda per capita de produtos
ultraprocessados e a prevalência da obesidade em adultos (acima de
18 anos) em 14 países da região das Américas (todos os países latino-
americanos estudados, exceto a Argentina, além do Canadá e Estados
Unidos). Verificou-se uma associação positiva forte e significativa (R = 0,76;
p <0,001) entre a prevalência da obesidade em adultos e maior venda
per capita de produtos ultraprocessados. Após o ajuste pelos fatores de
confusão (PNB, urbanização e desregulamentação), a associação manteve-
se significativa (R2 = 0,84; p <0,001).
Figura 14
Venda anual a varejo per capita de produtos alimentícios e bebidas ultraprocessados e prevalência de
obesidade (%) em adultos em 14 países das Américas, 2013
35
Prevalência (%) de obesidade em
30
adultos (acima de 18 anos)
25
20
15
10 y = 0,05x + 14,1
R² = 0,76
5
0
0 50 100 150 200 250 300 350
30,0
México
Valores médios de IMC em adultos (acima de 18 anos)
Chile
29,0
Venezuela
Costa Rica
28,0
Uruguai
Guatemala
27,0
Brasil
Equador
26,0 República Dominicana
Colômbia
25,0 Bolívia
Peru
24,0
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Os produtos ultraprocessados foram: bebidas gaseificadas, snacks açucarados e salgados, cereais matinais, doces e confeitos,
sorvetes, biscoitos, sucos de frutas e verduras, bebidas esportivas e energéticas, chá ou café prontos para beber, pastas, molhos
e pratos prontos. As quantidades em litros foram convertidas em quilogramas. Fonte: Vendas do banco de dados Passport da
Euromonitor International (2014) (38). Os dados do IMC são da WHO Global InfoBase (42).
Capítulo 6 45
Capítulo 6
Discussão e recomendações
Nesse relatório são descritas as tendências na venda de produtos
ultraprocessados na América Latina com base em uma fonte bem
estabelecida de dados da indústria, determinantes socioeconômicos
e implicações para a obesidade e pandemias relacionadas de doenças
crônicas não transmissíveis.
Capítulo 6 47
obesidade, pois estimula a produção, comercialização, acessibilidade e venda
de produtos ultraprocessados e, consequentemente, estimula o consumo.
Capítulo 6 49
Uma última limitação adveio do uso da média da massa corporal padronizada
segundo idade empregada na análise transversal das séries cronológicas.
Esses valores foram calculados a partir de um modelo bayesiano hierárquico
com múltiplas variáveis, entre elas o produto nacional bruto (PNB) e a
urbanização (59). Assim, a correlação mencionada entre a venda de produtos
ultraprocessados e a média da massa corporal pode ter refletido, em parte,
uma provável associação entre os produtos e o PNB, urbanização ou ambos.
No entanto, após o controle para o PNB e urbanização, persistiu uma forte
associação entre a mudança na venda de produtos ultraprocessados e a
mudança nos valores de massa corporal. Essa associação foi respaldada
ainda mais pelo modelo transversal, que demonstrou uma forte associação
entre a prevalência de obesidade e a venda de produtos ultraprocessados
em 2013, como indicado em estudos anteriores (16,19, 36).
6.3 Recomendações
Capítulo 6 51
Mudar a percepção do consumidor e o conhecimento sobre o processamento dos alimentos
São necessárias novas estratégias em todos os níveis, do nível da comunidade ao nível do país, para
mudar a percepção do consumidor e seus conhecimentos sobre o processamento dos alimentos
e nutrição. Consumidores informados atuam como cidadãos empoderados que exigem sistemas
de alimentos e gêneros alimentícios melhores e mais saudáveis. Com o objetivo de alcançar essa
meta, as diretrizes alimentares devem se basear em princípios e conceitos que adotam um enfoque
holístico da nutrição e da saúde e que consideram a fundo a importância do processamento
dos alimentos. As diretrizes devem se basear nos alimentos (60, 61), em vez de se restringirem
estritamente aos nutrientes, e devem incentivar o consumo de alimentos minimamente processados
e comidas recém-preparadas e evitar produtos ultraprocessados. Podem ser usadas como modelo
as diretrizes alimentares do Ministério da Saúde do Brasil de 2014 (4).
Por último, devem ser criadas novas oportunidades de mercado para tornar mais acessíveis e
a preços razoáveis os alimentos não processados ou minimamente processados, bem como
os alimentos preparados e servidos manualmente, recém-preparados. Elas devem seguir
diretrizes alimentares nacionais e novas políticas públicas. De acordo com o próprio poder
aquisitivo, os governos podem apoiar a agricultura familiar local para permitir o abastecimento
de produtos agrícolas frescos a escolas, hospitais e mercados municipais e dessa maneira
estimular culturas e padrões de alimentação mais saudáveis. Podem ser adaptados modelos de
negócios bem estabelecidos e desenvolvidos novos modelos para estabelecimentos comerciais
independentes, feiras livres, refeitórios comunitários e restaurantes a fim de melhorar o acesso
a refeições e pratos a preços razoáveis preparados com alimentos saudáveis.
6.4 Conclusões
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3 Alimentos processados
Preparados ao adicionar sal ou açúcar (ou outro ingrediente culinário como Verduras e legumes enlatados ou engarrafados, conservados
óleo ou vinagre) aos alimentos para estender a durabilidade ou modificar em salmoura ou vinagre; frutas descascadas ou fatiadas em
a palatabilidade. São derivados diretamente de alimentos e reconhecíveis calda; peixes inteiros ou em pedaços conservados em óleo;
como versões dos alimentos originais. Em geral são produzidos para serem castanhas ou sementes salgadas; carnes e peixes processados
consumidos como parte de comidas ou pratos. Os processos incluem salgados ou defumados e não reconstituídos como presunto,
enlatamento e engarrafamento, fermentação e métodos de conservação toicinho e peixe seco; queijos feitos com leite, sal e fermentos;
como salgamento, conserva em salmoura ou em vinagre e defumação. e pães preparados com farinhas, água, sal e fermentos.
4 Produtos ultraprocessados
Formulados na maior parte ou totalmente a partir de substâncias derivadas Chips (como de batata frita) e muitos outros tipos de snacks
de alimentos ou outras fontes orgânicas. Em geral, contêm uma parcela açucarados, gordurosos ou salgados; sorvetes, chocolates e doces
pequena ou inexistente de alimentos inteiros. Vêm empacotados ou ou confeitos; batatas fritas, hambúrgueres e cachorros-quentes;
engarrafados, têm longa vida, são práticos, de marca, a um preço acessível, nuggets ou frango ou peixe empanados; pães, bolos e biscoitos
têm sabor agradável ou extremamente agradável, e frequentemente causam embalados; cereais matinais açucarados; doces, bolos, misturas
hábito. Não costumam ser reconhecíveis como versões de alimentos, embora para bolo; barras energéticas; compotas e geleias; margarinas;
possam imitar a aparência, forma e qualidades sensoriais desses alimentos. sobremesas embaladas; massas, sopas enlatadas, engarrafadas,
Muitos de seus ingredientes não estão disponíveis nos estabelecimentos desidratadas ou embaladas; molhos; extratos de carne e levedura;
varejistas. Alguns ingredientes são derivados diretamente de alimentos, bebidas gaseificadas e bebidas energéticas; bebidas açucaradas à
como óleos, gorduras, amidos e açúcares e outros são obtidos com o base de leite inclusive iogurte de fruta líquido; bebidas e néctares
processamento ulterior de componentes alimentares, ou são sintetizados de fruta; cerveja e vinho sem álcool; pratos de carne, peixe,
a partir de outras fontes orgânicas. Numericamente, os ingredientes vegetais, massas, queijo ou pizza prontos; leite artificial para
compreendem na sua maioria preservantes e outros aditivos, como lactentes, preparações lácteas complementares e outros produtos
estabilizantes, emulsificantes, solventes, aglutinantes, agentes de massa, para bebês; e produtos “saudáveis” e “emagrecedores”, como
adoçantes, realçadores sensoriais, corantes e saborizantes e auxiliares para substitutos em pó ou “fortificados” de pratos ou comidas.
o processamento. Volume pode ser obtido com a adição de ar ou água. Os
produtos podem ser “fortificados” com micronutrientes. Destinam-se na
sua maioria ao consumo sozinho ou combinado como produtos tipo snack,
ou para substituir comidas e pratos recém-preparados à base de alimentos
não processados ou minimamente processados. Os processos incluem a
hidrogenação, hidrolização, extrusão, moldagem, modificação da forma,
pré-processamento com fritura, cozimento.
Anexo A 59
Anexo B
Os 80 países incluídos neste relatório, por região
60 Anexo B