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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS JURÍDICAS PÚBLICA

COMÉRCIO INTERNACIONAL E INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO

Autor: Alberto Jorge Nhamechoco

Beira, Junho de 2021


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS JURÍDICAS PÚBLICA

COMÉRCIO INTERNACIONAL E INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO

Trabalho de pesquisa a ser entregue ao Instituto


Superior de Ciências e Tecnologia Alberto
Chipande, como requisito de avaliação da
disciplina de Economia Política, curso de
Licenciatura em Ciências Jurídicas Pública.

Autora: Alberto Jorge Nhamechoco

Docente:  Domingos Arnaldo Zaqueu

Beira, Junho de 2021


Índice

Capítulo I: Introdução....................................................................................................1

1.1 Contextualização............................................................................................1

1.2 Delimitação da pesquisa...............................................................................1

1.3 Problematização.............................................................................................1

1.4 Justificativa....................................................................................................1

1.5 Objectivos.......................................................................................................2
1.5.1 Objectivo geral...........................................................................................2
1.5.2 Objectivos específicos...............................................................................2

1.6 Perguntas da pesquisa..................................................................................2

1.7 Estrutura do trabalho....................................................................................2

Capítulo II: Metodologia................................................................................................3

2.1 Tipo de pesquisa............................................................................................3

2.2 Método de abordagem...................................................................................3

2.3 Sujeitos de pesquisa.....................................................................................4

2.4 Técnica de coleta de dados..........................................................................4

2.5 Técnica de análise os dados........................................................................4

Capítulo III: Resultados e Discussão............................................................................5

2.1 Noção de investimento direto estrangeiro..................................................5

2.2 Tipos de Investimento Direto Estrangeiro..................................................6

2.3 Benefícios e desvantagens do IDE..............................................................7

2.4 Investimento direto estrangeiro e crescimento económico...................10

2.5 Comércio internacional e crescimento económico.................................10

2.6 Comércio internacional e investimento direto estrangeiro.....................11

Capítulo IV: Conclusões..............................................................................................12

Referências Bibliográficas...........................................................................................14
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Capítulo I: Introdução

1 Contextualização

O investimento direto estrangeiro (IDE) é um investimento efetuado com o objetivo


de estabelecer elos económicos, de longa duração, com uma empresa, de forma a
exercer uma influência efetiva, através da sua criação ou extensão, de uma filial,
sucursal ou da aquisição de uma empresa já existente. O investimento também se
pode verificar pela via de um empréstimo a longo prazo concedido pelo investidor à
empresa investida. (Romão, 1997)

2 Delimitação da pesquisa
Esta pesquisa limitou-se na análise da relação entre o Comércio Internacional e
Investimento Directo Estrangeiro. A mesma enquadra-se na disciplina de Economia
Política lecionada no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande.

3 Problematização

Identificar a relação entre comércio internacional e investimento direto após ter sido
orientado pelo docente de economia política para realizar trabalho científico, foi uma
das primeiras dificuldades encontradas pelo autor antes de ler um livro sobre o
assunto. Dai que o autor motivado em verificar a tal relação, viu a necessidade de
realizar uma pesquisa para aprofundar e ampliar os seus conhecimentos.

Dado o exposto, ebaorou-se a seguinte: qual a relação do Comercio Internacional e


Investimento Directo Estrangeiro?

4 Justificativa
O interesse em desenvolver esta pesquisa decorre da necessidade em estudar a
relação do Comercio Internacional e Investimento Directo Estrangeiro após a
orientação do docente da disciplina de economia política para a efetivação de um
trabalho científico. O resultado deste estudo contribuirá na ampliação e
aprofundamento do conhecimento do autor, bem como servir de um aporte teórico
para comunidade científica na consulta e elaboração de seus trabalhos científicos.
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5 Objectivos

5.1 Objectivo geral


Estudar a relação do Comercio Internacional e Investimento Directo Estrangeiro.

5.2 Objectivos específicos

Diante do objectivo geral antes referido, foram elaborados os seguintes objectivos


específicos:
a) Verificar a relação entre o comércio internacional e investimento directo
estrangeiro.

b) Descrever a relação entre o comercio internacional e investimento directo


estrangeiro.

6 Perguntas da pesquisa
a) O que é investimento direto estrangeiro?

b) Quais são os tipos de investimento direto estrangeiro?

c) Quais são as vantagens e desvantagens do investimento direto estrangeiro?

d) Qual é a relação entre investimento direto estrangeiro com o crescimento


económico?

e) Qual é a relação entre o comércio internacional com o crescimento


económico?

7 Estrutura do trabalho
Para um melhor entendimento, o trabalho está estruturado da seguinte forma em
quatro capítulos. O primeiro capítulo abrange a contextualização, delimitação do
tema, problematização, justificativa, objectivos, perguntas de pesquisa e a respectiva
estrutura do trabalho.

No segundo capítulo é apresentada a metodologia adotada no trabalho. Neste


aborda-se o tipo de pesquisa; a população e a amostra da pesquisa; método de
abordagem; instrumentos de coleta de dados; Técnicas de análise de dados.

No terceiro capítulo apresentam-se os resultados e discussão. Neste são discutidos


os seguintes aspectos: noção de investimento direto estrangeiro, tipos de
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investimento direto estrangeiro, benefícios e desvantagens do investimento direto


estrangeiro, investimento direto estrangeiro e crescimento económico, comércio
internacional e crescimento económico, o comércio internacional e investimento
direto estrangeiro.

No quarto capítulo apresentam-se as sínteses de evidências. E, por final


apresentam-se as referências bibliográficas.

Capítulo II: Metodologia

2.1 Tipo de pesquisa

Esta pesquisa é classificada como pesquisa exploratória. De acordo com Pinto


(2010) consiste no passo inicial de qualquer investigação, contribuindo assim com a
aquisição de embasamento para realizar posteriores pesquisas, pela experiência e
auxílio que traz. Limita-se a definirem objetivos e buscar mais informações e ideias
novas sobre o tema em questão, familiarizando-se com ele. (p.11) Optou-se por
esta categoria de pesquisa devido à necessidade buscar informações sobre relação
do comércio Internacional e Investimento Direto Estrangeiro.

Também é classificada como descritiva, segundo Aragão e Neta (2017), a pesquisa


descritiva procura fazer a descrição das características de determinada população
ou fenómeno, estabelecendo relações entre as variáveis. (p.154). Optou-se por
esta categoria de pesquisa devido à necessidade descrever a relação entre o
comércio internacional e investimento direto estrangeiro.

Dependendo da sua abordagem, é classificada como pesquisa qualitativa. De


acordo com Guerra (2014), preocupa-se em entender os fenómenos a partir dos
símbolos ou significados atribuídos a eles. (p.13) Recorreu-se a esta categoria de
pesquisa, devido à necessidade de se aplicar dados de natureza qualitativa.

2.2 Método de abordagem

Como forma de argumentação recorreu-se ao método indutivo, que de acordo com


Aragão e Neta (2017), a indução parte de registros menos gerais para enunciados
mais gerais. (p.34)
4

2.3 Sujeitos de pesquisa

Universo é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas


características. (Gil, 2008,p.89) Desse modo, a população da pesquisa foi
composta por todos documentos que abordam a luz da relação do Comercio
Internacional e Investimento Directo Estrangeiro.

Diferentemente do universo, a amostra refere-se ao subconjunto do universo,


por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo
ou população. (Gil, 2008, p.90). Assim sendo, a amostra foi constituída por 35
documentos considerados adequados por atender os objectivos da pesquisa.

2.4 Técnica de coleta de dados

Para a coleta de dados recorreu-se a técnica de pesquisa bibliográfica. Segundo


Fonseca (2002), é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos. (p. 32) Optou-se por esta técnica pela necessidade de buscar
documentos que abordam sobre relação do Comércio Internacional e Investimento
Directo Estrangeiro.

2.5 Técnica de análise os dados

Para análise de dados recorreu-se a técnica de análise do conteúdo, que segundo


Bardin (1979,citado por Gerhardt & Silveira, 2009) representa um conjunto de
técnicas de análise das comunicações que visam a obter, por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores
que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção
e recepção dessas mensagens. (p.84) Optou-se esta técnica pela necessidade de
analisar dados qualitativos referentes a relação do Comercio Internacional e
Investimento Directo Estrangeiro.
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Capítulo III: Resultados e Discussão

8 Noção de investimento direto estrangeiro


Para melhor entendimento do que é Investimento Directo Estrangeiro é imperioso
definir o conceito de investimento.

Pode-se dizer que investimento é qualquer utilização de recursos (tangíveis ou


intangíveis) em projetos que, via de regra, trarão juros ou lucro no longo prazo. Um
investimento é também a utilização de recursos para a compra de equipamentos,
móveis ou imóveis para a instalação de unidades produtivas, bem como aplicações
financeiras (Fonseca, 2007).

Quanto ao investimento direto internacional o seu objetivo é a compra de


participações ou aquisições de empresas com a finalidade de, sobre elas, exercer o
respetivo controlo. (Terra, 2012)

Para Pugel et al. (2000) o investimento estrangeiro direto, é qualquer


investimento, seja por meio de uma nova aquisição ou por meio de um simples
empréstimo, desde que a empresa investidora detenha 10% da empresa
estrangeira que recebe o investimento.

Já Krugman (2009) alega que o IED se traduz em fluxos de capital internacional


com os quais uma empresa estabelecida em um país cria ou expande uma
subsidiária em outro país. A especificidade deste investimento é que envolve
não só a transferência de recursos, mas também a aquisição do controlo, ou
seja, a subsidiária não só tem um passivo financeiro para com a empresa-mãe,
mas também passa a fazer parte da mesma estrutura organizacional.

Levando em consideração os argumentos expostos, pode-se concluir que


qualquer investimento, seja por meio de uma nova aquisição ou por meio de
um empréstimo normal, pode ser considerado um investimento estrangeiro
direto, desde que a empresa investidora detenha 10% da empresa estrangeira
receptora do investimento. A especificidade deste investimento é que está
associado não só à transferência de recursos, mas também à aquisição de
controlo, ou seja, a subsidiária não só tem um passivo financeiro para com a
empresa-mãe, como passa a fazer parte da mesma estrutura organizacional.
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9 Tipos de Investimento Direto Estrangeiro


O investimento direto estrangeiro pode revestir várias formas, como por exemplo, a
participação no capital de uma empresa e os empréstimos entre empresas. (Terra,
2012)

A participação no capital de uma empresa por parte de uma outra localizada num
país diferente compreende as entradas de recursos em bens, moeda e as
conversões externas em investimento direto estrangeiro, tais como os valores
destinados aos programas de privatizações, relacionados com a aquisição, com a
subscrição ou com o aumento, total ou parcial, do capital social de empresas
recetoras.

Enquanto os empréstimos entre tais empresas compreendem os créditos


concedidos pelas empresas-mãe, sediadas num país, às suas subsidiárias ou filiais
estabelecidas noutro país.

Rodrigues (2009) refere que um investidor estrangeiro poderá realizar investimentos


diretos por duas formas:

a) Através do estabelecimento de uma nova filial no exterior, via investimentos


de raiz, “greenfield investments”, na expressão inglesa

b) Investindo na aquisição de uma empresa estrangeira já existente ou fundindo-


se com uma empresa estrangeira.

Já, Moosa (2002) classifica o investimento direto estrangeiro em três categorias: IDE
horizontal, IDE vertical e IDE conglomerado.

O IDE horizontal acontece quando uma empresa multinacional (EMN) se propõe


uma expansão horizontal através da realização de operações semelhantes em
países diferentes, ou seja a EMN entra num país estrangeiro para aí produzir o
mesmo bem que produz ou produzia no país de origem.

Enquanto o IDE vertical acontece quando a EMN detém parte do capital duma
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empresa estrangeira e ao mesmo tempo é sua fornecedora de inputs ou que a utiliza


para estar perto dos consumidores e assim escoar os seus produtos, oriundos de
outra filial ou mesmo da empresa-mãe estabelecida noutro país.

E, por final o IDE conglomerado trata-se do envolvimento dos dois tipos anteriores,
ou seja, o IDE horizontal e o IDE vertical.

Em vista disso, pode-se concluir que existem várias formas de implementar o


investimento estrangeiro direto, mas tudo vai depender do objetivo que cada
investidor pretende alcançar.

10 Benefícios e desvantagens do IDE

O IDE pode proporcionar novos mercados, novos canais de comercialização,


instalações de produção mais baratas, o acesso a novas tecnologias, produtos,
técnicas e financiamento, entre outros, a qualquer empresa que se decida a investir
noutro país. Por outro lado, para o país recetor, tal investimento pode constituir uma
fonte de novas tecnologias, de capital, de novos processos de fabrico, de novos
produtos e técnicas de gestão organizacional, que poderão dar um forte impulso ao
desenvolvimento económico de tal país. (Terra, 2012)

Em Ken Henry (1994, citado por Terra, 2012) encontramos o seguinte


esclarecimento:

Contribui para a competitividade das empresas investidoras;


Transfere tecnologia e atividades de I&D para o país de
destino; O fluxo de capitais melhora a respetiva balança;
Contribui para a internacionalização das empresas; Estimula o
emprego e crescimento no país de destino; Qualifica a mão-de-
obra e os gestores locais do país de destino; Adiciona
capacidade produtiva no país de acolhimento; Contribui para a
competitividade das empresas investidoras; Contribui com
elementos importantes para o tecido económico local do país
de acolhimento; Transfere tecnologia e atividades de I&D para
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o país de acolhimento; Incrementa as exportações do país de


implantação, integrando-as na economia global.

Efeito sobre a transferência de recursos, a nossa análise remete-nos para três


recursos: gestão, capital e equipamentos. Assim, as capacidades de gestão das
empresas multinacionais podem contribuir para melhorar as técnicas de gestão nos
países recetores, formando trabalhadores e gestores locais. Estas capacidades vão-
se tornando cada vez mais disponíveis e a generalidade das empresas locais,
contribuindo para a sua melhoria. As empresas multinacionais tendem a possuir
tecnologias e equipamentos mais avançados, pelo que os países recetores
beneficiarão destas tecnologias mais modernas que são introduzidas localmente
através dos seus investimentos (Medina, 2005; Sánchez & Camacho, 2007).

Efeito sobre o desemprego, o IDE gera emprego, direta ou indiretamente. Assim,


quando as empresas multinacionais empregam os trabalhadores nas suas fábricas,
incrementam a diminuição do desemprego, potenciando o nível de vida das
populações e impulsionando a procura nacional, o que acaba por acarretar um
aumento da produção nos outros mercados e uma diminuição das tensões sociais
entre os países recetores, caso as empresas utilizem mão-de-obra intensiva.
Indiretamente as empresas multinacionais subcontratam Pequenas e Médias
Empresas (PMEs) e recorrem a compras em outras empresas, o que provoca um
efeito positivo na produção geral do país, há portanto uma mais-valia na economia
do país recetor, que angariará receitas fiscais importantes (Ferreira et al., 2011;
Medina, 2005).

Os efeitos sobre a balança de pagamentos, verificam-se quando o IDE faz aumentar


os créditos dessa balança de pagamentos, decorrente do aumento das exportações
por parte das empresas multinacionais. Da mesma forma, o IDE, ao fomentar a
competição entre as empresas no país recetor, faz com que estas se integrem no
comércio global ou internacional, potenciando as suas exportações e originando um
maior crédito na balança de pagamentos (Balasubramanyam et al., 1999; Ferreira et
al., 2011; Lim, 2001; Pessoa, 2007).

Além das vantagens discutidas acima, o IDE tem suas desvantagens. No entanto, os
efeitos negativos também são visíveis em termos de desemprego, uma vez que o
uso de tecnologias avançadas reduz o uso de mão-de-obra; o fato de empresas
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multinacionais oferecerem treinamento de mão-de-obra significa que as autoridades


locais não estão investindo nesta área e trabalhadores qualificados estão deixando o
país devido à queda em P&D (Ford et al., 2008).

Os efeitos negativos da integração do IDE na economia global passam pelo fato de


poder ocorrer uma propagação dos problemas económicos para o exterior; a
necessidade de se aumentarem as importações de matéria-prima com maior
qualidade e quantidade; o repatriamento dos lucros provoca a saída de fundos do
país, originando a longo prazo, um impacto superior ao investimento inicial e; um
aumento de gastos com pagamentos de direitos de utilização de tecnologia ao
exterior. (Raimundo, 2017)

Os efeitos negativos da concorrência no país, decorrente do aumento do IDE são


igualmente um fato, já que o aumento dos rendimentos das empresas multinacionais
decorre da diminuição dos rendimentos das empresas locais; a concorrência cerrada
leva ao encerramento de empresas locais e, consequentemente à diminuição da
concorrência; possibilidade de aparecimento de oligopólios que levam ao
desaparecimento das empresas locais; as empresas locais perdem o apoio das
autoridades para que as verbas sejam utilizadas na captação do IDE; aumento da
mobilidade dos trabalhadores das empresas locais para as empresas multinacionais;
o aumento das necessidades de financiamento pelas empresas multinacionais
provoca aumento nos custos do crédito e a dificuldade ao seu acesso e o IDE
provoca o desaparecimento de poupanças internas, fazendo diminuir a
disponibilidade para a concessão de crédito (Hanson, 2001; OECD, 2015).

Dado o exposto, pode-se concluir que entre vários benefícios verificou-se que o IDE
pode proporcionar novos mercados, novos canais de comercialização, instalações
de produção mais baratas, acesso a novas tecnologias, produtos, técnicas e
financiamento, incluindo qualquer empresa que decida investir em outro país.
Contribui para a competitividade das empresas investidoras; Ele transfere tecnologia
e P&D para o país de destino. Também se constatou que o IED tem seus
inconvenientes: redução do uso de mão-de-obra devido ao uso de tecnologias
avançadas, saída de recursos do país devido ao repatriamento de lucros, aumento
da mobilidade de trabalhadores de empresas locais para empresas multinacionais,
desaparecimento da poupança doméstica, reduzindo a disponibilidade de crédito.
10

11 Investimento direto estrangeiro e crescimento económico


O estudo realizado por Xu(2000) mostrou que o IDE traz consigo uma forte
componente tecnológica, que pode traduzir-se em maior crescimento, mas tal
somente acontece quando o país anfitrião tem um limite mínimo de stock de capital
humano.

Blomstrom (1994) também mostrou que o efeito positivo no crescimento, por parte
do IDE, pode ser real se o país for suficientemente rico.

De Mello (1999) considera que o IDE afeta o crescimento através da acumulação de


capital, assim como pela transferência de conhecimento.

Outros autores, como Borenztein (1998) e Carkovic (2002), promoveram estudos


sugerindo que o impacto do IDE sobre o crescimento econômico depende de um
país ter um nível mínimo de capacidade de absorção (mão de obra qualificada,
infraestrutura institucional e liberalização de mercado) usar externalidades , ou seja,
externalidades do IDE.

Dado o exposto, pode-se concluir que o IED carrega um forte componente


tecnológico que pode se traduzir em maior crescimento, mas isso só acontece
quando o país anfitrião tem um limite mínimo de recursos de capital humano. O
impacto positivo do IDE sobre o crescimento pode ser real se o país for rico o
suficiente. O IDE afeta o crescimento por meio da acumulação de capital e da
transferência de conhecimento.

12 Comércio internacional e crescimento económico

Em 2003, Wachiarg conduziu um estudo da relação "comércio internacional /


crescimento econômico" e constatou que os países que adotam uma política de alta
abertura ao comércio internacional apresentam taxas de crescimento econômico
mais elevadas, de 1,5 ponto percentual.

O estudo realizado por Ventura (2005) constatou que não há relação de causa e
efeito entre comércio, crescimento econômico e redução da pobreza. A principal
variável interveniente que controla essa relação é uma política governamental
11

coerente. O comércio internacional só pode se traduzir em crescimento econômico


se contribuir para a redução da pobreza. Se um país identifica claramente seus
interesses comerciais e os transforma em políticas e estratégias de negociação
coerentes, pode atingir um nível de crescimento econômico sustentável.

Outro estudo realizado por Terra (2012) mostrou que o comércio internacional é um
dos caminhos fundamentais para reduzir a pobreza; por isso a liberalização do
comércio é vital para as economias menos desenvolvidas, de forma a aumentar a
confiança na economia mundial.

Pelo exposto, pode-se inferir que os países que adotam uma política de alta abertura
ao comércio internacional apresentam taxas de crescimento econômico superiores,
1,5 ponto percentual. O comércio internacional só pode se traduzir em crescimento
econômico se contribuir para a redução da pobreza. O comércio internacional é uma
das principais formas de reduzir a pobreza.

13 Comércio internacional e investimento direto estrangeiro

Segundo Fontagné (1999), existem três perspectivas para observar a relação entre
IED e comércio. O primeiro diz respeito ao país investidor, o segundo ao país que
recebe investimento direto e o último a terceiros países que podem se beneficiar da
implementação do IED em outro país.

Do ponto de vista do país que investe, o IDE pode ser visto como um substituto
comercial quando as exportações são substituídas por vendas no mercado interno
do país receptor. No entanto, o investimento direto também pode beneficiar as
exportações se levar a um maior volume de comércio de bens finais intermediários e
acessórios entre a matriz e a filial.

Para o país receptor, o influxo de investimento pode alterar a necessidade de


importar um determinado bem que passa a ser produzido localmente, reduzindo
assim as importações do país da empresa investidora. Porém, se o país anfitrião
aumenta as importações de insumos e bens intermediários, verifica-se que o IED
12

gerou comércio entre os dois países.

Finalmente, países terceiros (aqueles que não estão diretamente envolvidos na


conexão entre o país investidor e o país anfitrião) podem se beneficiar se o país
anfitrião começar a importar contribuições de empresas daquele país. Além disso,
também é possível que o país beneficiário passe a exportar parte de sua produção
nacional para terceiros, em substituição às exportações do país investidor.

Markusen (1997), Amiti e Wakelin (2003) formularam duas hipóteses sobre a relação
entre IDE e comércio internacional. A hipótese 1 é que, quando os países são
semelhantes em tamanho e dotação relativa, e os custos de comércio são
moderados ou altos, há um efeito de substituibilidade entre o IDE e o comércio. Na
hipótese 2, quando os países diferem em tamanho e dotação relativa, e os custos de
comércio são baixos, há complementaridade entre IED e comércio.

Em vista dos argumentos expostos, pode-se concluir que o IDE pode ser visto como
um substituto comercial quando as exportações são substituídas por vendas no
mercado interno do país receptor. o influxo de investimento pode alterar a
necessidade de importar um determinado bem que passa a ser produzido
localmente, reduzindo assim as importações do país da empresa investidora. Países
terceiros podem se beneficiar se o país anfitrião começar a importar contribuições de
empresas daquele país. Quando os países são semelhantes em tamanho e dotação
relativa, e os custos de comércio são moderados ou altos, há um efeito de
substituibilidade entre o IDE e o comércio. Quando os países diferem em tamanho e
dotação relativa, e os custos de comércio são baixos, há complementaridade entre
IED e comércio.

Capítulo IV: Conclusões

Este estudo teve como objectivo discutir o conhecimento científico a luz de vários
autores. O resultado da pesquisa mostrou que o investimento direto estrangeiro
(IDE) é efetuado com o objetivo de estabelecer elos económicos, de longa duração,
com uma empresa, de forma a exercer uma influência efetiva, através da sua
criação ou extensão, de uma filial, sucursal ou da aquisição de uma empresa já
existente. Este investimento ser classificado em três categorias: IDE horizontal, IDE
13

vertical e IDE conglomerado. Dentre vários benefícios, verificou-se que o IDE pode
proporcionar novos mercados, novos canais de comercialização, instalações de
produção mais baratas, o acesso a novas tecnologias, produtos, técnicas e
financiamento, entre outros, a qualquer empresa que se decida a investir noutro
país. Contribui para a competitividade das empresas investidoras; Transfere
tecnologia e atividades de I&D para o país de destino. Verificou-se também que o
IDE tem as suas desvantagens: redução do uso de mão-de-obra devido ao uso de
tecnologias avançadas, a saída de fundos do país devido o repatriamento dos
lucros, aumento da mobilidade dos trabalhadores das empresas locais para as
empresas multinacionais, o desaparecimento de poupanças internas, fazendo
diminuir a disponibilidade para a concessão de crédito.

O estudo mostrou que o IED carrega um forte componente tecnológico que pode se
traduzir em maior crescimento, mas isso só acontece quando o país anfitrião tem um
limite mínimo de recursos de capital humano. O impacto positivo do IDE sobre o
crescimento pode ser real se o país for rico o suficiente. O IDE afeta o crescimento
por meio da acumulação de capital e da transferência de conhecimento.

Também notou-se que os países que adotam uma política de alta abertura ao
comércio internacional apresentam taxas de crescimento econômico superiores 1,5
ponto percentual. O comércio internacional só pode se traduzir em crescimento
econômico se contribuir para a redução da pobreza. O comércio internacional é uma
das principais formas de reduzir a pobreza.

Finalmente, verificou-se que o IDE pode ser visto como um substituto comercial
quando as exportações são substituídas por vendas no mercado interno do país
receptor. O influxo de investimento pode alterar a necessidade de importar um
determinado bem que passa a ser produzido localmente, reduzindo assim as
importações do país da empresa investidora. Países terceiros podem se beneficiar
se o país anfitrião começar a importar contribuições de empresas daquele país.
Quando os países são semelhantes em tamanho e dotação relativa, e os custos de
comércio são moderados ou altos, há um efeito de substituibilidade entre o IDE e o
comércio. Quando os países diferem em tamanho e dotação relativa, e os custos de
comércio são baixos, há complementaridade entre IED e comércio.
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